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REQUERIMENTO Nº /2008

Requer VOTO DE PESAR pelo falecimento do cantor e intérprete de -enredo da escola de Estação Primeira da Mangueira JOSÉ BISPO CLEMENTINO DOS SANTOS, o JAMELÃO, ocorrido no dia 14 deste mês de junho de 2008, no -RJ.

REQUEIRO, nos termos do art. 218, do Regimento Interno, a inserção em ata, de VOTO DE PESAR pelo falecimento do cantor e intérprete de sambas-enredo da escola de samba Estação Primeira da Mangueira JOSÉ BISPO CLEMENTINO DOS SANTOS, o JAMELÃO, ocorrido no dia 14 deste mês de junho de 2008, no Rio de Janeiro-RJ.

Requeiro, também, que o Voto de Pesar seja levado ao conhecimento da sua família, bem como da Direção da escola de samba Estação Primeira da Mangueira.

JUSTIFICATIVA

A música popular brasileira perdeu, no dia 14 deste mês de junho de 2008, um dos seus maiores representantes: JOSÉ BISPO CLEMENTINO DOS SANTOS, o JAMELÃO, cantor, compositor e intérprete de sambas-enredo da escola de samba Estação Primeira da Mangueira. Falecido aos 95 anos de idade, ele foi contemporâneo – e de vários deles, amigo – de quase todos os maiores intérpretes e compositores da música popular brasileira dos últimos cem anos, desde Chiquinha da Silva (ele estava com 22 anos quando ela faleceu) e , que era apenas três anos mais velho que ele, e Carmem Miranda até Elizeth Cardoso, Vinícius, Antônio Carlos Jobim, e . Cantou samba por mais de 50 anos e era o mais antigo intérprete de samba- enredo da Mangueira, em cujo morro chegou nos anos 20. Foi engraxate e jornaleiro e, muito jovem ainda, trabalhou na fábrica de tecidos Confiança, aquele que inspirou o conhecido samba de Noel, Três Apitos. À noite, cantava em gafieiras. Seu êxito como cantor veio a partir de 1945, quando participou do programa Calouros em Desfile, comandado por e cantou Ai, que Saudades da Amélia, de Ataulfo Alves e Mário Lago. Conseguiu emprego no rádio e foi convidado para ser crooner da Orquestra Tabajara, de Severino Araújo, com a qual viajou pelo País e pelo exterior. Foi ele o grande intérprete do samba-canção, cantando alguns clássicos como Folha Morta, Risque, Matriz e Filial e Esses Moços, este último de Lupicínio Rodrigues, que, por sinal, admitia ser Jamelão seu melhor intérprete. A cantora assim a ele se referiu: “Era a voz negra do País, a voz mais bonita do Brasil e o maior cantor do Brasil.” E Chico Buarque, numa alusão ao jeito sizudo de Jamelão, brincou: “Meu amigo Jamelão era um imenso cantor e o melhor mau humor do Brasil.” Domingo, dia 16 de junho, mais de 500 pessoas deram-lhe o adeus no cemitério São Francisco Xavier, no bairro do Caju, ao da bateria da sua escola, a Mangueira. Por tudo que fez e pelo que representou para a música popular brasileira, Jamelão faz jus à homenagem póstuma que ora proponho.

Sala das Sessões, 17 de junho de 2008

Senador ARTHUR VIRGÍLIO Líder do PSDB