<<

Piedade Ópera em 4 cenas de João Guilherme Ripper

Laura Pisani, Anna da Cunha

Homero Velho, Euclides da Cunha

Daniel Umbelino, Dilermando de Assis

Daniel Herz Direção Cênica

Marcelo Marques Direção de Arte

Priscila Bomfim Direção Musical e Regência

Aurélio de Simoni Desenho de Luz

Sala Cecília Meireles

30 de Novembro e 01 de Dezembro 2018, 20H À frente da Secretaria Municipal de Cultura, temos direcionado es- forços para a implementação de uma política de estado baseada na democratização cultural da cidade. Com o compromisso de dar fim ao pesadelo da "cidade partida", nossa gestão acredita que os conceitos de centro e periferia não contemplam uma política cultural de fato integradora. Por isso, foi traçado um novo mapa simbólico, em que toda a cidade é o centro e cada região é um manancial de produção pulsante de cultura.

Para avançar nesse processo de ressignificação e equacionar as po- tencialidades, elegemos cinco eixos estratégicos: gestão de escuta ampliada e participativa, cultura pela diversidade e cidadania, pro- grama integrado de fomento à cultura, valorização da rede de equipa- mentos culturais, e memória e patrimônio cultural. Assim pudemos colocar em prática uma série de ações efetivas, com foco no lema "Cultura+Diversidade".

A cultura plural, rica e forte do é, ao lado na nature- za opulenta, o grande capital da cidade. Ela tem poder regenerador, capaz de corrigir rumos e mudar vidas. Fortalecer, apoiar e difundir nossa cultura não é apenas dever de cada um de nós: é questão de sobrevivência e de resistência.

Nilcemar Nogueira SECRETÁRIA MUNICIPAL DE CULTURA

2 3 “Piedade” retrata a conhecida tragédia humana que se desenrolou à Como estreitar a relação entre a música e o teatro? O canto e a sombra de outra ainda maior: a Guerra de Canudos. Euclides da Cunha, cena? Essas são perguntas que me tomam quando dirijo uma ópera. Anna da Cunha e Dilermando de Assis encerram universos dramáticos “Piedade”, com música e libreto de João Guilherme Ripper, oferece muito particulares que se desencontram, se interceptam e colidem. A algumas respostas a essas perguntas. A fronteira entre o público e o partir dessa dinâmica criei a ópera sem ter, entretanto, a intenção de privado nessa história me fascinou desde o primeiro “acorde”. torná-la um documentário sobre o caso famoso. A obra é estruturada em três cenas, em que os personagens interagem em pares, e a quar- A paixão desenfreada de Euclides da Cunha por Canudos produz con- ta, que tem a participação de todos. Cada cena é precedidas por um traditoriamente um desequilíbrio em sua paixão pela esposa, o que prólogo para violão solo, um poema meu (prólogo 1) e de Euclides da impõe uma tensão que se desdobra num desfecho trágico. É essa a Cunha (prólogos 2, 3 e 4). fronteira que nos inspirou a trazer Canudos para dentro da casa de Euclides da Cunha e Anna de Assis. “Piedade” estreou em 2012 no Rio em versão semi-encenada dirigida por André Heller-Lopes. Foi apresentada em forma de concerto em Quem está certo e quem está errado? O Euclides poeta e escritor apai- Campos do Jordão (2012) e Theatro Municipal de São Paulo (2018). Em xonado pelo seu país? Ou o Euclides omisso como marido? O exército 2017, tornou-se a primeira ópera brasileira encenada no Teatro Colón em invadir e exterminar Canudos? Ou os integrantes de um movimen- de Buenos Aires integrando a Série Ópera de Câmara com direção to popular de fundo sócio-religioso liderado por Atônio Conselheiro de Diego Ernesto Rodriguez. Em 2018, “Piedade” retornou ao palco que desejavam ficar à “margem” da República? A Anna que vai ao en- argentino para mais quatro apresentações. contro de uma paixão verdadeira? Ou a Anna que manda seu amante receber seu marido, quando este chega de viagem? “Piedade” volta ao Rio de Janeiro graças a patrocínios obtidos através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura e Lei Rouanet, além do funda- Uma boa história é feita de personagens profundamente humanos e mental apoio da Sala Cecília Meireles e da Associação de Amigos da por isso contraditórios. Esta ópera traz essa característica. Isso é um Sala Cecília Meireles. O elenco é formado pela soprano argentina Laura presente para qualquer diretor. Agradeço especialmente ao Ripper por Pisani, que interpretou Anna no Teatro Colón e Theatro Municipal de ter me dado esse presente. Agradeço à equipe maravilhosa que fez São Paulo; o barítono Homero Velho, que criou o papel de Euclides em com que pudéssemos abrir o pano num momento em que não está 2012 e o cantou em Campos do Jordão e TMSP; o jovem tenor Daniel nada fácil fazer arte no Brasil. Dedico esse trabalho ao meu pai Georg Umbelino, que faz sua estreia no papel de Dilermando. A direção mu- Herz, que me fez conhecer a ópera e ao meu filho e assistente nesse sical e regência estão a cargo da maestrina Priscila Bomfim. Marcelo trabalho, Tiago Herz. Marques assina a direção de arte e figurinos. A direção cênica é de Daniel Herz a quem me junto para dedicar a produção de “Piedade” Daniel Herz DIRETOR CÊNICO à memória de seu pai Georg Herz, criador e primeiro presidente da Associação dos Amigos da Sala Cecília Meireles, querido e saudoso amigo com quem tive o privilégio de conviver quando estive à frente desta casa.

João Guilherme Ripper COMPOSITOR

4 5 Euclides escreve “Os sertões” CENA 1 Euclides escreve “Os sertões” em uma cabana em S. José do Rio Pardo, São Paulo. Anna entra oferecendo um prato de comida que Euclides recusa. Segue-se um longo relato de episódios da Guerra de Canudos e a morte de Antônio Conselheiro, que Euclides, delirante, revê em detalhes experimentando uma grande emoção (“Sanninha, eu vi”). Apoplético, Euclides tem um forte acesso de tosse. Anna o ampara e procura lembrar ao escritor que ele tem uma esposa, família e um lar para cuidar (“Euclides, olha para mim”). Euclides responde angustiado, dizendo sentir-se convocado a desbravar e a escrever sobre o Brasil (“Larga-me, deixa-me, este fogo me consome”). Anna tenta acalmá-lo. Euclides parece ceder, mas acaba saindo e deixando Anna sozinha.

Anna e Dilermando CENA 2 Anna, acompanhada de seu filho Manoel Afonso, está na recepção da pensão Monat, no bairro do Flamengo, Rio de Janeiro. O jovem cadete Resumo do exército Dilermando de Assis se oferece para carregar as malas e ambos começam um diálogo que transpira simpatia mútua, mas onde da Ópera Anna deixa inicialmente marcada a diferença de idade que os separa. Dilermando quer saber o que faz Anna numa modesta pensão. Ela responde vagamente (“É temporário, é necessário”), demonstrando alguma tristeza, o que provoca a curiosidade de Dilermando. Anna recusa-se a dizer o motivo e Dilermando livra-se do constrangimento com humor contando o orgulho de seguir a carreira militar (“Sempre a buscar disciplina, coragem, vigor”). Entusiasmado, pega as malas de Anna deixando cair um exemplar de “Os sertões”. Anna não consegue disfarçar a tristeza ao revelar que Euclides da Cunha é seu marido. Dilermando pergunta porquê Anna está tão triste e, sedutor, elogia sua beleza. Anna responde rispidamente, lembrando que Dilermando é só um rapaz e que a vida nem sempre é feita de felicidade e encontros (“É preciso morrer”). Dilermando, perdidamente apaixonado, num entu-

6 7 siasmo juvenil abraça Anna que livra-se e o acusa, lembrando sua con- desperta falando de amor”). Envolvidos, trocam juras de amor e Anna dição de casada (“Vil! Afaste-se de mim!”). Dilermando, arrependido, revela sua angústia por viver uma vida dupla e conflituosa. Dilermando pede perdão pela impulsividade e diz que vai afastar-se para sempre propõe que Anna venha morar com ele e pergunta se ela já pediu a (“Tem razão! Foi um impulso torpe”). Quando Dilermando chega à Euclides a separação (“Acabemos logo com isso”). Anna responde que porta, Anna chama-o e pede que fique, deflagrando uma cena de amor a cada tentativa, Euclides torna-se mais violento. Dilermando acalma-a e desejo (“Rasga os meus véus”). Entra um mensageiro trazendo uma dizendo que é uma questão de tempo, pois Euclides não tem escolha. carta para Anna. A notícia: depois de longo tempo, Euclides retorna. Ouve-se a voz de Euclides de fora a casa chamando Dilermando. Ele tenta agir naturalmente pedindo a seu irmão Dinorah, no quintal, que atenda Euclides. Ouve-se um tiro e Dilermando vê pela janela seu ir- O encontro de Euclides mão ferido. Anna, em pânico, quer falar com marido, mas Dilermando e Dilermando no porto CENA 3 não deixa, argumentando que Euclides está fora si. Dilermando pede Anna envia Dilermando ao cais Pharoux para encontrar Euclides, ten- que ela se esconda e corre em seguida para o quarto a fim de pegar tando aplacar as suspeitas do escritor, que já teria recebido notícias do sua arma. Euclides entra na sala, encontra Dilermando e o acusa de ser romance antes mesmo de sua volta. Euclides chega à noite, trazendo o causador de seu infortúnio (“Sou Euclides da Cunha, a quem, mes- sentimentos contraditórios: o entusiasmo com a grandeza do Brasil mo desconhecendo, as costas apunhalou”). Dilermando tenta em vão e a aflição pelas informações sobre o caso de Anna e Dilermando acalmá-lo. Euclides está decidido a lavar sua honra com sangue e des- (“Voltei, tantas coisas vi”). Dilermando, que espera Euclides, lembra fere o primeiro tiro na virilha de Dilermando, que cambaleia, mas con- das grandes mudanças ocorridas em sua vida a partir da paixão por segue manter-se em pé. Anna suplica. Dilermando, ferido, argumenta Anna (“Pouco eu vivi, tantas coisas eu já passei”). Dilermando avista (“Não me obrigue, Doutor Euclides”). Euclides permanece inabalável Euclides e se oferece para carregar suas malas, dizendo que Anna pe- em seu propósito (“Já que destruir eu não posso a mãe infiel de meus diu que viesse buscá-lo. Euclides surpreende-o perguntando se ele se filhos”) e desfere o segundo tiro, acertando o peito de Dilermando, chama Dilermando de Assis, (“Seu nome chegou aos meus ouvidos en- que cai com uma dor lancinante. Anna corre para socorrê-lo. Euclides volto em infâmia”) e mandando-o embora. Dilermando, nervoso, tenta prepara o tiro fatal, quando Dilermando acerta seu braço direito, ten- explicar-se, deixando escapar o apelido afetivo de Anna: “Sanninha”. tando desarmá-lo. Ferido, Euclides passa a arma para a mão esquerda Euclides, numa explosão de raiva quer saber como Dilermando conhe- apontando-a ora para Anna, ora para Dilermando. Aproveitando-se da ce este nome. Dilermando retoma o controle da situação, responde hesitação, Dilermando faz o disparo que mata Euclides. Após um mo- somente “Adeus, Doutor Euclides” e deixa o angustiado Euclides so- mento de perplexidade (“Dilermando, o que fizeste?”), Anna da Cunha, zinho na escuridão do cais. ajoelhada entre o marido morto e o amante ferido, desaba sob o peso da tragédia (“Piedade, Senhor, que nos criaste humanos demais”).

A tragédia CENA 4 Anna e Dilermando, agora capitão do exército, acabam de tomar café da manhã na casa dele, no bairro da Piedade. Anna refugiara-se lá na noite anterior, temendo as reações cada vez mais descontroladas de Euclides. Dilermando canta a canção que fez para Anna, em que fala do bairro da Piedade e de sua paixão por ela (“Quando a manhã me 8 9 10 11 João Guilherme Ripper Daniel Herz Compositor Direção Cênica

João Guilherme Ripper é compositor, gestor cultural e professor Daniel Herz é diretor, professor, ator e autor, além de ser o fundador e da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro. diretor artístico da Companhia Atores de Laura. Dirigiu diversos espe- Formou-se em Composição e cursou Mestrado sob a orienta- táculos, dentre eles “Zastrozzi” (de Georg F. Walker), “Geraldo Pereira, ção de Henrique Morelenbaum e Ronaldo Miranda. Obteve seu um escurinho brasileiro” (de Ricardo Hofstetter), “Nós no tempo” (de Doutorado em Composição na The Catholic University of America, em Marcius Melhem), “Otelo da Mangueira”(de Gustavo Gasparani), “Tom Washington D.C. onde estudou com o compositor Helmut Braunlich e Vinícius” (de Daniela Pereira e Eucanaã), “O Barbeiro de ervilha” e a musicóloga argentina Emma Garmendia. Frequentou o Curso de (adaptação de Vanessa Dantas), "Nadistas e Tudistas" ( adaptação Perfeccionamiento en Dirección Orquestal na Argentina ministrado de Renata Mizrahi), “A importância de ser perfeito” (de Oscar Wilde pelo Maestro Guillermo Scarabino, e Économie et Financement de la com adaptação de Leandro Soares), “O elixir do amor”(adaptação de Culture, na Université Paris-Dauphine. Dirigiu a Escola de Música da Vanessa Dantas), “Fonchito e a Lua” (adaptação de Pedro Brício), “As UFRJ entre 1999 e 2003 e a Sala Cecília Meireles entre 2004 e 2015, Bodas de Fígaro”, com tradução de Barbara Heliodora, “Acorda para empreendendo uma ampla reforma. Em 2015, foi nomeado Presidente cuspir” (de Eric Bogosian), “Tudo que há flora”, (de Luiza Prado), “A vida da Fundação Teatro Municipal do Rio de Janeiro, cargo que ocupou de Galileu” (de Bertold Brecht) e “Valsa nº6” (de Nelson Rodrigues). até o início de 2017. Ripper é o atual Presidente da Academia Brasileira Em 2016, dirigiu a ópera “Mozart e Salieri” (de Rimsky-Korsakov) no de Música. Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Em 2017 dirigiu “Ubu Rei”, de

Colabora frequentemente com orquestras, teatros e festivais no Brasil Alfred Jarry, com Marco Nanini, Rosi Campos e os Atores de Laura e exterior criando novas obras e atuando como compositor residente. no elenco. Também em 2017 dirigiu “Perdoa-me por me traíres”, de Entre os concertos realizados em 2018 destacam-se a estreia da “Suíte Nelson Rodrigues e “Fulaninha e Dona Coisa”, de Noemi Marinho. Em sinfônica da ópera Piedade” com a Orquestra Petrobras Sinfônica, no 2018 dirigiu “Conexão: Solidão” e estreou “Cálculo Ilógico”, de Jessica Theatro Municipal do Rio de Janeiro; a sinfonia “Jogos Sinfônicos” com Menkel. a Orquestra Blas Galindo, no México; o “Concertino para oboé e fagote” Entre os prêmios e indicações que recebeu destacam-se o Prêmio com a Filarmônica de Minas Gerais; a estreia da cantata “Icamiabas” Coca-Cola de Teatro Jovem na categoria Melhor Direção pelo espetá- no Festival Internacional de Música de Belém do Pará; a estreia de culo “Romeu e Isolda”; Prêmio Coca-Cola de Teatro Jovem nas catego- “Fantasia Tarumã”, dedicada ao pianista Jean Louis Steuerman, com rias Melhor Direção, Melhor Texto e Melhor Espetáculo por “Decote”; a Filarmônica de Goiás; a estreia da ópera “Kawah Ijen” no Festival Prêmio Qualidade Brasil na categoria Melhor Direção por “As artima- Amazonas de Ópera no Teatro Amazonas; a ópera “Piedade” em forma nhas de Scapino”; indicação para o Prêmio Shell de Melhor Direção de concerto no Theatro Municipal de São Paulo. “Piedade” também foi pelos espetáculos “As artimanhas de Scapino” e “Adultério” e Prêmio encenada nas temporadas 2017 e 2018 da série Ópera de Câmara do Orilaxé de Melhor Direção pelo espetáculo “O filho eterno”. Também foi Teatro Colón de Buenos Aires. A mini-ópera “Domitila” recebeu produ- indicado para Melhor Direção para o Prêmio Cesgranrio – “As Bodas de ções este ano em Vitória e nas cidades de Alcobaça e Castelo Branco, Fígaro” – , para o Prêmio Cepetin – “Fonchito e a lua” – Prêmio APTR e Portugal, enquanto a ópera cômica “O Diletante” foi apresentada no Prêmio FITA – “A importância de ser perfeito”, de Oscar Wilde.

Teatro Carlos Gomes de Vitória. Suas obras “Duplum – concerto para Teve publicados os livros “A Entrevista seguida de cartão de embar- dois violoncelos e orquestra” e “Improviso para violino e orquestra” que” (Editora Relume – Dumará), “Decote seguido de Romeu e Isolda” foram gravados recentemente pela Orquestra Acadêmica de Córdoba e “Textos reunidos Cia Atores de Laura: Romeu e Isolda, Decote, e pela Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. Adultério. O enxoval e Absurdo” (Editora Garamond).

Desde 1988 dá aulas de teatro na Casa de Cultura Laura Alvim e, desde 1992, dirige a Companhia de Teatro Atores de Laura.

12 13 Laura Pisani Daniel Umbelino Soprano Tenor

Considerada “soprano revelação”, Laura Pisani fará sua estreia nos EUA Natural de Ribeirão Pires, o tenor formou-se na Escola de Música de em 2018, cantando o papel de Rainha da Noite (“A Flauta Mágica”, de São Paulo sob orientação do soprano Laura de Souza.

Mozart) com a Florentine Opera Company, em Milwaukee, Wisconsin. Na Escola de Música do Estado de São Paulo – EMESP-, frequentou o Além de “Piedade”, também em 2018 fará o papel de Natacha na “Ópera Estúdio” sob orientação de Mauro Wrona e “Canto Barroco” sob montagem da ópera “Três Irmãs”, de Peter Eötvös, no Teatro Colón, orientação de Marilia Vargas. Também estudou interpretação barroca em Buenos Aires. com Nicolau de Figueiredo. Foi aluno da academia de ópera do Theatro Seus recentes compromissos incluem cinco papéis em montagens São Pedro, sob orientação de André dos Santos.

no Teatro Colón: Mlle Jouvenot (“Adriana Lecouvreur”, Cilea), Milliner Vencedor do primeiro prêmio masculino e prêmio personagem – (“Der Rosenkavalier”, Strauss), Ein Mädchen (“Ascensão e queda da Alfredo Germont – no 15º concurso Maria Callas. Já cantou sob a regên- cidade de Mahagonny”, Kurt Weill), Anna Da Cunha (“Piedade”, Ripper) cia de maestros como Luiz Fernando Malheiro, Silvio Viegas, Peter e Primeira Ninfa (“Rusalka”, Dvorák). Van Heyghen e Alexis Soriano. Também atuou sob a direção cênica Em 2016 apresentou-se com diversas orquestras e ensembles na de André Heller-Lopes, Gustavo Tambascio, Davide Garattini, Bruno Argentina: Rainha da Noite (“A Flauta Mágica”), com Juventus Lyrica; Berger-Gorski e Pierluigi Vanneli.

Musetta (“La Bohème”), com Ensemble Lírico Orquestal e Carolina Destaca-se no repertório de câmara cantando ciclos de Schubert, (“Luisa Fernanda”, Zarzuela de Moreno Torroba), com Mozarteum San Schumann e Brahms: em especial os ciclos “Die Schöne Müllerin” e Juan. Também participou do espetáculo infantil “Ópera del Minuto”, “Dichterliebe”. uma produção do ciclo “Vamos a la ópera” no Teatro Colón, em Buenos Foi protagonista na estreia mundial de “O Espelho”, de Jorge Antunes, Aires. Foi a ganhadora da competição de canto “Alejandro Cordero”, e “Tres Sombreros de Copa” de Ricardo Llorca. Participou das estreias apresentando três concertos na Manhattan School of Music, em Nova brasileiras de “The Brothers Grimm” de Dean Burry e “Where the Wild Iorque. Things Are” de Oliver Knussen. Dentre suas principais performances, destacamos Despina (“Cosí fan Tem no currículo papéis como Rinuccio em “Gianni Schicchi” de tutte”), Suor Dolcina e Suor Osmina (“Suor Angelica”), Adina (“L’Elisir Puccini, Tamino em “Die Zauberflöte” de Mozart, Alfredo em “La d’amore), Rainha da Noite (“A Flauta Mágica”), Musetta (“La Bohéme”), Traviata” de Verdi e Orfeo, na ópera homônima de Monteverdi. Glauce e Premiere Femme (“Médeé”) e Olympia (“Les contes d’Hof- Foi solista convidado no 19º Festival Amazonas de Ópera cantando fmann”) em diversas cidades da Argentina e Holanda. L’Abade em “Adriana Lecouvreur” de Cilea e também fez a estreia brasi- Como concertista, cantou a Cantata BWV 82, nº 202 “Casamento”, leira do ciclo orquestral “Our Hunting Fathers” de Britten, sob regência (J.S.Bach); Exsultate Jubilate, K.165 (Mozart); Messa di Gloria (Rossini); de Luiz Fernando Malheiro junto à Orquestra do Theatro São Pedro. Missa em sol maior, nº 2, D167 (Schubert); Stabat Mater (Pergolesi) e Em 2018 estreou a ópera “Kawah Ijen”, de João Guilherme Ripper, no Gloria, RV 589 (Vivaldi). 21º Festival Amazonas de Ópera. Em 2015 recebeu uma bolsa de estudos pelo Voice Experience Participou de masterclasses com Mariela Devia, Giuseppe Sabatini, Foundation e também se classificou para o Hans Gabor Belvedere Fernando Portari, Eliane Coelho e Ricardo Tamura. Singing Competition.

Em 2013 recebeu o Primeiro prêmio no concurso de canto Bienal Juvenil Shell – Festivales Musicales 2013/2014.

Laura Pisani estudou “Canto e Piano” no Conservatório Alberto Ginastera, em Morón, Buenos Aires. Atualmente estuda no Instituto Superior de Arte del Teatro Colón, ISATC (Instituto Superior do Teatro Colón) com os professores Gustavo López Manzitti e Eduviges Picone.

14 15 Homero Velho Priscila Bomfim Barítono Regência e Direção Musical

O barítono Homero Velho dedica-se ao canto lírico desde os 18 Priscila Bomfim é pianista e maestrina assistente do Theatro Municipal anos. Viveu nos EUA, onde participou de diversos festivais de ópera, do Rio de Janeiro. Além de ser requisitada como pianista para concer- interpretando papéis principais como Figaro em The Ghosts of tos com artistas em importantes Salas no Brasil e exterior, a exemplo Versailles (Corigliano) e (Mozart). Foi ainda artista resi- do Carnegie Hall/ Weill Hall (NY) (2011), desenvolve paralelamente dente da National Opera Company. carreira como regente. Trabalhou com jovens solistas na Academia de

De volta ao Brasil, Homero rapidamente se estabeleceu como um Ópera Bidu Sayão (2016-1017) e foi a primeira mulher a reger óperas da dos artistas mais requisitados da cena lírica nacional. Sua lista de temporada do Theatro Municipal – Serse, de Handel (2016), La Tragédie estreias mundiais é extensa em obras como O Caixeiro da Taverna (G. de Carmen, de Bizet/Constant (2017) e , de Verdi Bernstein), A Tempestade (R. Miranda), Olga (J. Antunes), O Pescador e (2018). sua Alma (M. Lucas) e Piedade e Kawah Ijen (J. G. Ripper). Destacou-se na condução da Orquestra Sinfônica Nacional do Chile

Fora do Brasil, o barítono apresentou Dr. Malatesta (, (Chile), Sinfônica Jovem de São Petersburgo (Rússia), Filarmônica Donizetti), na Ópera de Colômbia e Buenos Aires Lírica. Foi Belcore de Minas Gerais (MG), Sinfônica de Santo André (SP) e Sinfônica em L’Elisir d’Amore e Figaro em Il Barbiere di Siviglia em Montevideo. Cesgranrio (RJ), durante cursos com renomados maestros. Além de Cantou no Michigan Opera Theatre, em Detroit, o papel de Escamillo concertos com a Orquestra Sinfônica da Bahia e Orquestra Sinfônica (Carmen, Bizet), e fez a estreia europeia de Pedro Malazarte (Guarnieri), do Theatro Municipal do RJ, em 2018 participou da International Järvi no Festival Feldkirch, na Áustria. Homero Velho é também professor de Academy, sob a orientação dos maestros Neeme Järvi, Leonid Grin canto na UFRJ. e Paavo Järvi, na Estônia. E foi selecionada para tomar parte da 4ª residência do Linda and Mitch Hart Institute para Mulheres Regentes, do The Dallas Opera (Texas/EUA), que ocorreu durante o mês de novembro.

Priscila iniciou seus estudos musicais em Portugal, onde nasceu e venceu seu primeiro concurso de piano, aos nove anos de idade. Na Universidade Federal do Rio de Janeiro, graduou-se em piano com Summa cum Laude, e concluiu Regência Orquestral e Mestrado em piano, defendendo um relevante trabalho sobre Estratégias de Leitura à Primeira Vista ao Piano.

16 17 Marcelo Marques Aurélio de Simoni Direção de Arte Desenho de Luz

O figurinista, ator e diretor de teatro Marcelo Marques começou sua O iluminador Aurélio de Simoni já realizou mais de uma centena de carreira em 1978. Desde então tem em seu currículo quase duzen- iluminações para renomados diretores.

tos espetáculos, ao lado de diretores como Bibi Ferreira, Jorge Takla, No início de sua carreira atuou como operador de luz e em 1979 André Heller, Roberto Vignatti, Sergio Britto, Jacqueline Laurence, assinou seu primeiro trabalho: "Ponto de Partida", de Gianfrancesco Luis Arthur Nunes, Wolf Maia, Gilles Gwizdek, Cininha de Paula , Marco Guarnieri. A partir de 1980, estabelece uma parceria com Luiz Paulo André Nunes e Flávio Marinho. Nenen, com quem cria e realiza a iluminação de uma média de oito Criou figurinos para “L’Elisir d’Amore” (Donizetti), “Macbeth” (Verdi), espetáculos por ano, até 1984. Em 1982, a dupla de iluminadores rece- “” (Mozart), “La Fille du Régiment” (Donizetti), “ Ariadne be o Troféu Mambembe pelo conjunto de trabalhos.

auf Naxos” (Strauss), “ Samson et Dalila” (Saint-Saëns), “Diálogo das A partir de 1984, passa a trabalhar sozinho, realizando a iluminação Carmelitas” (Poulenc), “Tristão e Isolda” (Wagner), “” (Verdi), para diversos diretores como Miguel Falabella, Celso Nunes, Luiz “Crepúsculo dos Deuses”(Wagner) e “A Valquíria” (Wagner). Marcelo Arthur Nunes, Moacir Chaves, Aderbal Freire Filho e Amir Haddad, criou os figurinos para o show “Opus Brazil” (comemorativo dos 30 entre outros. anos de relações diplomáticas Brasil-China), realizado no National Foi o ganhador de três prêmios Mambembe, quatro prêmios Coca-Cola, Sing And Dance Ensemble – a Ópera de Pequim. O figurinista já passou cinco prêmios Shell e um prêmio Sharp. pelas principais salas e festivais brasileiros como Festival Amazonas de Ópera, Palácio das Artes, Theatro Municipal do Rio de Janeiro e de São Paulo, trabalhando com diretores renomados como Sergio Britto e André Heller-Lopes. Trabalhou também como Figurinista no Teatro Solis de Montevidéo.

Marques foi premiado pelo Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro (Sated), nas categorias de melhor cenário e melhor figurino; e recebeu o Prêmio Shell de melhor figurino em 2003, pelo espetáculo “O Último Dia”, com direção de Sergio Britto. No ano de 2015, foi premiado com o Troféu Cesgranrio de Teatro, e com o Prêmio Questão de Crítica, por seu figu- rino do espetáculo “Edypop”, além de várias outras indicações a impor- tantes prêmios durante sua carreira.

Foi por cinco anos consecutivos julgador do Grupo Especial das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, nos quesitos Fantasia e Alegoria, a convite da LIESA. Em 2016, ganhou os prêmios Zilka Salaberry e CBTIJ de melhor figurinista, por seu trabalho em “Todo Vagabundo Tem Seu Dia de Glória”. Também foi figurinista da ópera “Nabucco” de Verdi, no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa. Em 2017 dirigiu (e fez cenografia e figurino) a Ópera “La Voix Humaine”, com a cantora Eliane Coelho, no Teatro da Paz em Belém e foi indicado aos prêmios: Prêmio Cesgranrio de Melhor Figurino por “Josephine Baker, a Venus Negra””, Prêmio Cesgranrio de Melhor Figurino por “Guanabara Canibal”, Prêmio Cesgranrio de Cenário por “Guanabara Canibal”, Prêmio Shell de Melhor Figurino por “Janis”, Prêmio APTR de Melhor Cenário por “Guanabara Canibal”. Nos últimos anos, Marcelo Marques tem se dedicado também a palestras e workshops sobre o processo de criação de cenários e figurinos. 18 19 Músicos Ivan Scheinvar, violino I Ayran Nicodemo, violino II Marco Catto, viola Mateus Ceccato, violoncelo Rodrigo Favaro, contrabaixo Sofia Ceccato, flauta Jeferson Nery, oboé Marcio Costa, clarinete Paulo Andrade, fagote Tiago Carneiro, trompa Wellington Gonçalves de Moura, trompete Paulo Pedrassoli, violão Edvan Moraes, piano

Priscila Bomfim, regência

Côro Cênico Álvaro Sagulo Ana Martins Músicos Bob Neri Cissa Maria e Côro Cênico Dayse Borges Erika Forlim Gabriela checchia Jean Rey João Manoel João Vicente Estrada Kaique Bastos Laura Storino Leo Israel Luna Kruschewskyh Magno Myller Nadine Maura Nicole Musafir Ranther Melo Rita Torres Vânia Simonetti Vitória Fallavena

20 21 Governo do Estado Portaria Piedade do Rio de Janeiro José Elias de Albuquerque, Gilberto Figueiredo, Daniel Pereira, Governador Ilson Fernandes, Luiz Evangelista, Luiz Fernando Pezão Luiz Fernando Xavier, Sadraque Máximo Vice-Governador Ficha técnica Francisco Dornelles Camarins Ademaise Damasceno, Mônica Diniz, coordenação geral Secretaria de Estado de Cultura Rogéria Silva Marques Secretário de Estado de Cultura Apoio Administrativo Sonja Figueiredo, produção Leandro Sampaio Monteiro Alba Almina de Azevedo Tiago Herz, assistente de direção cênica Subsecretário de Relações Institucionais Leonardo José Freitas Associação dos Amigos da Sala Cecília Meireles Theodora França, assistente de produção Diretor-Geral do Inepac Marcus Monteiro Presidente Ana Paula Emerich, legendas e projeção Wilton Queiroz de Araujo Fundação Anita Mantuano de Vice-Presidente Marcos Antonio dos Santos, auxiliar técnico e administrativo Artes do Estado do Rio de Janeiro Nelson de Franco

(Funarj) Primeiro Secretário Edvan Moraes, pianista acompanhador Presidente Luiz Dilermando Cruz Nelson Freitas Primeiro Tesoureiro Eduardo Jardim Freire Sala Cecília Meireles Diretor Conselho Deliberativo Miguel Proença Simone Pinto M. de Oliveira

Administração de Processos Conselho Fiscal Luana Heitor José Gustavo Feres

Divisão de Pessoal Alzira Duarte Produção e Comunicação Temporada 2018 Setor Operacional Coordenador Geral de Produção Janete Nogueira, J Bernardo Guerra oão Carlos Santos, Valdeci da Silva

Bilheteria Financeiro Alberto Carlos de Oliveira, Projetos e Gestão de Contrapartidas Monique Gonçalves Serafim Letícia Santos

Palco Produção Paulo Sergio Duarte, Marcos Aurelio Reis, Isabel Zagury José Ramos Filho, André Luiz de Souza Assessoria de Imprensa Marcus Veras – Coringa Comunicação

Assessoria de Redes Sociais e Desenvolvimento de Conteúdo Max Lima

Comunicação e Identidade Visual Renata Valle Alzuguir

Fotos da Sala Vitor Jorge

Relacionamento com Associados Nathália Soares

Locução de Abertura Priscilla Cadette

22 23 Agradecimentos Academia Brasileira de Música André Cardoso Barne Laureano Bernardo Guerra Lísia Fernandez Bruna de Carvalho Marcelo Jardim Funarte Marcus Veras Giselle Brito Miguel Proença Isabel Zagury Orquestra Petrobras Sinfônica Julio Augusto Zucca Oscar José Gonçalves Rosimaldo Martins Tobias Cepelowicz Equipe do Teatro Dulcina