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O maestro William Christie e seu jardim de vozes barrocas Gramophone Editor’s Choice: os melhores CDs do mês

CONCERTOGuia mensal de música clássica Janeiro / Fevereiro 2015 Prêmio concerto 2014 Conheça os vencedores da crítica e os escolhidos do público PrêmioCONCERTO 2014

DESTAQUES DA TEMPORADA retrospectiva Os melhores momentos da música clássica no Brasil com depoimentos exclusivos de críticos, músicos e promotores

e mais ENTREVISTA Berenice Menegale VIDAS MUSICAIS Alexander Scriabin TEMPORADA 2015 Orquestra Sinfônica Brasileira Júlio medaglia A São Paulo de Koellreutter joão marcos coelho Modernidade e silêncio

r$ 14,90 ISSN 1413-2052 - ANO XIX Nº 213 1413-2052 ISSN

Prezado leitor, Esta é a edição especial bimestral janeiro-fevereiro da Revista CONCERTO, o guia da música clássica no Brasil. Nela apresentamos os vencedores do Prêmio CONCERTO 2014. Sinto-me sinceramente honrado em contar no júri do Prêmio CONCERTO com alguns dos principais críticos e especialistas do jornalismo musical de nosso país – Camila Frésca, Irineu Franco Perpetuo, João Luiz Sampaio, João Marcos Coelho e Sidney Molina. A novidade do Prêmio CONCERTO foi a criação do voto do público, que teve intensa participação de nossos leitores e mobilizou a comunidade musical nas redes sociais. Conheça os indicados e os grandes vencedores na página 42 e nas seguintes.

Também publicamos neste número o ranking do Ouvinte Crítico de 2014, que FotoS: nelson freire (concerto/vania desde maio do ano passado promoveu enquetes no Site CONCERTO, oferecendo laranjeira), philippe jaroussky (div/simon espaço para nossos leitores fazerem avaliações sobre os concertos e as óperas em cartaz. fowler), isaac karabtchevsky (div/bruno veiga), natalie dessay (div/simon fowler), Na página 48, você pode conferir alguns das dezenas de comentários publicados, assim john neschling (concerto/carlos goldgrub), como saber quais foram os espetáculos mais bem avaliados. Todos os outros comentários ópera salomé (Div/desiree furoni), quarteto podem ser acessados e lidos na página do Ouvinte Crítico no Site CONCERTO, em emerson, marin alsop (div/peter miller), mitsuko uchida, ópera as bodas de fígaro www.concerto.com.br/ouvintecritico. (div/decio figueiredo), nathalie stutzmann, vladimir ashkenazy (div/keith saunders) Apresentamos também nossa já tradicional Retrospectiva 2014, em sua 18ª edição (página 50 e seguintes). Quarenta profissionais – críticos, músicos e promotores – deram depoimentos sobre suas atividades, tecendo observações e apontando tendências, COLABORARAM NESTA EDIÇÃO em um verdadeiro raio X do universo musical clássico brasileiro. Esperamos que esse Camila Frésca, jornalista e pesquisadora multifacetado painel, além de trazer à lembrança emocionantes vivências musicais, sirva Guilherme Leite Cunha, professor para a orientação de nossas ações em busca do fortalecimento da cultura musical em e artista plástico nosso país. Irineu Franco Perpetuo, jornalista e crítico musical Conheci Berenice Menegale em fins da década de 1980, em um encontro de música João Luiz Sampaio, jornalista contemporânea promovido pela Fundação de Educação Artística de Belo Horizonte. e crítico musical Já naquela época, Berenice era reconhecida como brilhante pianista e uma das mais João Marcos Coelho, jornalista destacadas figuras da cultura mineira. Desde então, sempre que tomo conhecimento de e crítico musical suas atividades ou a encontro, me surpreendo pela honestidade e clareza de seus ideais, Jorge Coli, professor e crítico musical e por sua impressionante capacidade de realização. Berenice Menegale conversou com a Júlio Medaglia, maestro jornalista Camila Frésca, em entrevista publicada na página 14 desta edição. O maestro francês nascido nos Estados Unidos William Christie, que no ano ACONTECEU EM janeiro/fevereiro passado dirigiu elogiadas apresentações do Les Arts Florissants em São Paulo, é o Nascimentos personagem central da matéria da seção Gramophone, na página 24. De nossa parceira Wolfgang Amadeus Mozart, compositor britânica também publicamos o Editor’s Choice, com os melhores CDs lançados no 27 de janeiro de 1756 mercado internacional. Ernani Braga, compositor, pianista e regente Nesta edição também temos as seções Vidas Musicais (com o compositor russo 10 de janeiro de 1888 Alexander Scriabin), GPS Musical (com a renovada Sala Cecília Meireles) e os textos de , compositor nossos colunistas João Marcos Coelho, Jorge Coli e maestro Júlio Medaglia. Acompanhe 9 de fevereiro de 1885 ainda festivais de verão pelo Brasil, roteiros musicais de São Paulo, e outras Falecimentos cidades e os lançamentos de CDs, DVDs e livros. E não deixe de consultar a Vitrine Domenico Cimarosa, compositor Musical, o classificado especial da Revista CONCERTO, com muitas informações sobre 11 de janeiro de 1801 o mercado musical brasileiro. Hugo Wolf, compositor 22 de fevereiro de 1903 Desejamos a todos um ótimo 2015. Voltaremos em março, com a cobertura da nova temporada de concertos. Até lá! Dmitry Kabalevsky, compositor 14 de fevereiro de 1987

Estreias Così fan tutte, de Mozart 26 de janeiro de 1790 em Viena, Áustria O navio fantasma, de Richard Wagner 2 de janeiro de 1843 em Dresden, Alemanha , de Giacomo Puccini Nelson Rubens Kunze 14 de janeiro de 1900 em Roma, Itália diretor-editor

2 Janeiro / Fevereiro 2015 CONCERTO ConcertoRevista @RevistaConcerto PrêmioCONCERTO 2014 CONCERTO Janeiro / Fevereiro de 2015 nº 213 42 2 Carta ao Leitor DESTAQUES DA TEMPORADA 4 Cartas 6 Contraponto Notícias do mundo musical 10 Temporadas 2015 Orquestra Sinfônica Brasileira 12 Atrás da Pauta 20 Júlio Medaglia relembra H.J. Koellreutter e Henrique Gregori 14 Em Conversa Entrevista com a pianista Berenice Menegale, por Camila Frésca 16 Notas Soltas Jorge Coli: reflexões e sugestões 70 14 18 Música Viva João Marcos Coelho escreve sobre o silêncio em Strauss e Sibelius 20 Vidas Musicais Alexander Scriabin (1872-1915) 28 Roteiro Musical Festivais de Verão 30 Roteiro Musical São Paulo 16 18 35 Roteiro Musical Rio de Janeiro 38 Roteiro Musical Outras Cidades 42 Prêmio CONCERTO 2014 Conheça os vencedores da crítica e os escolhidos do público 49 Ouvinte Crítico A temporada segundo os leitores do Site e da Revista CONCERTO 50 Retrospectiva 2014 24 Depoimentos exclusivos de críticos, músicos e promotores 70 Lançamentos de CDs e DVDs Consulte os novos lançamentos e os títulos à venda 72 Livros Vitrine Musical 2015 Uma seleção exclusiva do melhor 73 O classificado especial da Revista CONCERTO da revista Gramophone 78 Outros Eventos 24 Um jardim de vozes barrocas Lindsay Kemp escreve sobre William Christie, 79 Scherzo fundador do Les Arts Florissants O espaço de humor da Revista CONCERTO 68 Editor’s Choice 80 GPS Musical Os melhores lançamentos do mês Sala Cecília Meireles, Rio de Janeiro, RJ

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2015 3 Revelando talentos A Tosca do Theatro Municipal Clássicos Editorial Ltda. Excelente a iniciativa da Revista CONCERTO em O programa da noite de estreia da ópera Tosca Nelson Rubens Kunze (diretor) abordar a questão dos concursos (“Revelando no nosso querido Theatro Municipal de São Cornelia Rosenthal Mirian Maruyama Croce talentos”, dezembro 2014 nº 212, página Paulo, além de conter o libreto da ópera, traz 28), pois isso remete o leitor à realidade um artigo simplesmente deslumbrante: trata- do difícil percurso de profissionalização na se do texto escrito pelo dr. Leandro Karnal, área da música. Tal tema é tão importante professor de história na Unicamp, que retrata quanto delicado e, infelizmente, tem sido os principais conflitos que vivia a Europa, muitas vezes negligenciado e permanece tanto na época da estreia de Tosca, em 1900, ainda envolto em brumas. Trata-se de assunto como em 1800, período descrito por Sardou complexo. Ao contrário das entidades de classe em seu romance homônimo. Muito bem: a Guia mensal de música clássica das outras profissões (como OAB, Crea, CRM época e a história são muito importantes, www.concerto.com.br etc.), não há, em música, um órgão ou uma já que justificam o texto e descrevem um certificação que ateste a proficiência do jovem momento importantíssimo para a Europa e JANEIRO / FEVEREIRO 2015 ao mercado de trabalho. O músico depende, para o mundo! Reviver essa história é recordar Ano XX – Número 213 Periodicidade mensal de diversas formas, de sua própria exposição, e aprender exatamente como aconteceram os ISSN 1413-2052 e os concursos cumprem tal finalidade, bem fatos, ainda que através de uma obra fictícia. Redação e Publicidade como o papel de certificadores do grau e da Negar isso seria o mesmo que achar que o Rua João Álvares Soares, 1.404 qualidade do “talento” do jovem aspirante à Brasil foi descoberto por alienígenas e que o 04609-003 São Paulo, SP carreira artística. Paul Menger, sociólogo francês povo que vivia aqui eram os mesmos do filme Tel. (11) 3539-0045 – Fax (11) 3539-0046 dedicado ao estudo da profissão de artista, hollywoodiano Avatar. Pois foi mais ou menos e-mail: [email protected] afirma que a ideia de talento não é absoluta nesse clima que foi montada a ópera Tosca, diretor-editor nem portadora de consenso, sendo na verdade de Puccini, no Theatro Municipal: alienação Nelson Rubens Kunze (MTb-32719) plasmada por um amálgama de interesses total! Essa tendência ridícula é imposta aos editores executivos e conveniências específicos, não raramente amantes da cena lírica por “profissionais” que Cornelia Rosenthal e João Luiz Sampaio condicionado por razões mais mercadológicas na maioria das vezes não conhecem história coordenação de produção Luciana Alfredo Oliveira Barros do que propriamente artísticas (sim, isso ou ópera e, se conhecem, desprezam os fatos, textos e site Rafael Zanatto também é válido para a música erudita). o texto e a música com total desrespeito revisão Thais Rimkus Embora de maneira não explícita, tal aspecto é ao compositor. Fico imaginando os jovens – projeto gráfico BVDA Brasil Verde brilhantemente ilustrado pelos depoimentos da principalmente no Brasil, país que sempre deu editoração e produção gráfica reportagem da última edição. Menger aponta as costas aos livros de história geral –, saindo Lume Artes Gráficas / Guilherme Lukesic ainda para outra questão mencionada pela do teatro completamente desinformados execução financeira reportagem (presente na fala do diretor artístico quanto à época do ocorrido, até porque 1970, Mirian Maruyama Croce do tradicional Concurso Tchaikovsky), ou seja, como sugere o programa, nada tem a ver com apoio de produção a realidade de que talvez existam muito mais Roma ou o Brasil. Não aprovo, é o famoso Priscila Martins, Vanessa Solis da Silva, artistas do que a capacidade do mercado em “European-trash”! Porém, em termos de vozes, Vânia Ferreira Monteiro absorvê-los. Oxalá a discussão sobre a questão Tosca superou tudo: simplesmente magníficas! atendimento ao assinante da profissionalização em música possa ser mais Saliento a gloriosa soprano Ainhoa Arteta, o Tel. (11) 3539-0048 aprofundada e as alternativas de sobrevivência excelente tenor Marcelo Álvarez e o barítono de Datas e programações de concertos são na área possam ser mais conhecidas e um espetacular vozeirão, Roberto Frontali, além fornecidas pelas próprias entidades promotoras, valorizadas. do excelente sacristão – Saulo Javan. Valeu a não nos cabendo responsabilidade por pena, apesar dos cenários e dos figurinos. alterações e/ou incorreções de informações. Júlio Amstalden, por e-mail Inserções de eventos são gratuitas e devem Valter Bresolin, compositor, por e-mail ser enviadas à redação até o dia 10 do mês anterior ao da edição, por fax (11) 3539-0046 Orquestra Jovem ou e-mail: [email protected]. e-mail: [email protected] Artigos assinados são de respon­sa­bi­li­dade de A apresentação da Orquestra Jovem do seus autores e não refletem, neces­sariamente, Estado de São Paulo, em 14 de dezembro, foi Cartas para esta seção devem ser remetidas por a opinião da redação. simplesmente fabulosa. Ver mais de trezentos e-mail: [email protected], fax (11) 3539-0046 Todos os direitos reservados. jovens no palco, cantando e tocando à ou correio (Rua João Álvares Soares, 1.404 – CEP Proibida a reprodução por qualquer meio perfeição, me fez retomar a esperança no futuro 04609-003, São Paulo, SP), com nome e telefone. sem a prévia autorização. deste país. O maestro Cláudio Cruz, os outros Escreva para nós e dê sua opinião! regentes, professores e administradores, deram A cada mês, uma correspondência será premiada um show de competência. Essa apresentação com um CD de música clássica. Todos os textos e as fotos publicados na seção merece ser repetida muitas vezes. (Em razão do espaço disponível, reservamo-nos Gramophone são de propriedade o direito de editar as cartas.) e copyright de Nilton Divino D’Addio, por e-mail Mark Allen Group, Grã-Bretanha. www.gramophone.co.uk

Operação em bancas Site e Revista CONCERTO A boa música mais perto de você assessoria Edicase – www.edicase.com.br distribuição exclusiva em bancas Atualize e complemente as informações da Revista CONCERTO em nosso site Dinap Ltda. – Distribuidora Nacional de Publicações manuseio www.concerto.com.br FG Press – www.fgpress.com.br Assinantes têm acesso integral* à agenda completa de eventos, notícias, entrevistas, podcasts, Ouvinte Crítico, seleção de filmes do YouTube, textos exclusivos e muito mais. Confira!

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CTP, impressão e acabamento 4 Janeiro / Fevereiro 2015 CONCERTO Prol Editora Gráfica Ltda.

Prelúdio premia jovem Violonista brasileiro se destaca em concursos na Europa violinista Lucas Faria O violonista brasileiro Pedro Aguiar conquistou o segun- O violinista Lucas Faria, de 15 anos, foi o grande vencedor do do prêmio no 30º Concurso Internacional de Violão Clás- Prelúdio, programa de calouros de música clássica idealizado e sico Andrés Segovia, realizado entre os dias 18 e 22 de transmitido pelo TV Cultura. Natural de Guarulhos, Farias nasceu novembro em La Herradura, na Espanha, no qual concor- em 1998 e iniciou seus estudos com cinco 5 de idade – aos 9, reu com artistas de onze países. Nessa temporada, ele tornou-se aluno da professora Elisa Fukuda. ganhou também o 39º Concurso Internacional de Garg- Como prêmio, ele recebeu uma bolsa de estudos de um ano na nano, na Itália, organizado pelo maestro Oscar Ghiglia, Academia Franz Liszt, em Budapeste, e outra na Alemanha, oferecida um dos principais discípulos de Segovia. pelo Instituto Goethe. “Ganhar um concurso desse nível é muito bom. Nascido em Sobradinho, no Distrito Federal, Aguiar co- Os prêmios me ajudarão a evoluir e a representar o Brasil lá fora. meçou os estudos de violão aos 6 anos. Vencedor do Espero aproveitar muito as bolsas. Um ano em Budapeste irá me ajudar Concurso Souza Lima, em São Paulo, ele prosseguiu muito, vou fazer aulas com grandes professores, viajar, conhecer o país. com os estudos na Universidade Federal de Goiás e na Espero que seja um ano inesquecível”, disse Farias após a vitória. Marshall University, nos Estados Unidos. Atualmente, Na final, quando interpretou o primeiro movimento do Concerto de é aluno, com bolsa do governo alemão, da Hochschule Mendelssohn, o violinista superou o trompetista Thiago Araújo, für Musik und Theater München, onde também exerce a de 23 anos, o pianista Steven Chervenkov, também de 23, e o função de professor assistente. violinista Guido Sant’Anna, de 9 anos. Em novembro, Farias havia se apresentado na Sala São Paulo, com a Bachiana Filarmônica SESI-SP, Edmundo Villani-Côrtes toma posse interpretando o terceiro movimento do Concerto de Bruch. O júri foi formado pelo maestro João Carlos Martins, o jornalista e na Academia Brasileira de Música crítico musical Irineu Franco Perpetuo, o sociólogo José Pastore, a O compositor Edmundo Villani-Côrtes é o novo membro soprano Patrícia Endo e o pianista Marcelo Bratke. da Academia Brasileira de Música. Ele foi empossado no Prestigiado concurso de calouros da música clássica brasileira, o dia 4 de dezembro, na cadeira até então ocupada por Prelúdio teve como vencedor no ano passado o violoncelista Isaac Mário Ficarelli, cujo patrono é o compositor Domingos da Andrade. Em sua galeria de premiados figuram nomes como o Rocha Mussurunga. Na cerimônia, a saudação de boas- do pianista Cristian Budu. A direção musical do programa é do -vindas foi feita por João Guilherme Ripper. Nascido em maestro Júlio Medaglia. 1930 em Minas e radicado em São Paulo, Villani-Côrtes é um dos mais ativos autores brasileiros da atualidade, Lucas Farias entre a apresentadora Roberta Martinelli com mais de trezentas obras catalogadas e cerca de qua- e o maestro Júlio Medaglia renta discos dedicados à sua música. Em 2015, o Theatro São Pedro vai promover a estreia paulistana de sua ópera Porangaba, estreada no Festival Amazonas, em Manaus.

João Carlos Martins é homenageado pelo governo português O maestro João Carlos Martins recebeu do governo de Portugal, em cerimônia realizada no início de dezembro, g ação as insígnias da Ordem do Infante D. Henrique, no grau de d i v ul comendador. Martins foi aclamado por sua “paixão pela música” e pelo modo como, enfrentando as adversida- des, manteve-se fiel à arte. Pianista Eduardo Monteiro assume curadoria da série da Fundação Compositor brasileiro ingressa A programação de concertos da Fundação Maria Luisa e Oscar Americano terá, na Academia de Santa Cecília no próximo ano, curadoria do pianista Eduardo Monteiro – ele substitui O compositor mineiro Sérgio Rodrigo foi admitido pela o pianista Gilberto Tinetti, que desde o início era o responsável pela série. Academia de Santa Cecília, na Itália, tornando-se o pri- A temporada 2015 será dedicada à memória de dr. Aluízio Rebello de Araújo, meiro brasileiro a ingressar no programa de aperfeiçoa­ ex-diretor da Fundação, morto no ano passado, e será aberta pela pianista mento de composição musical da entidade. Ao longo Cristina Ortiz, no dia 8 de março. A temporada terá artistas consagrados, do curso de três anos, ele será orientado pelo maestro como Caio Pagano, que comemora 75 anos, e outros que se apresentam e compositor Ivan Fedele, atual diretor musical da Bie- pela primeira vez no Brasil, como a pianista HaeSun Park, laureada em nal de Veneza. Rodrigo estudou na Escola de Música da concursos como Rainha Elizabeth, Tchaikovsky e Leeds, ou o contratenor José Universidade Federal de Minas Gerais e venceu, entre Lemos, radicado nos Estados Unidos e que fará sua estreia em São Paulo ao outros, o Prêmio Camargo Guarnieri e o Prêmio Tinta lado do cravista Nicolau de Figueiredo. Destaque ainda para a apresentação Fresca, da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Para de Cristian Budu, vencedor do Concurso Clara Haskil, com o violoncelista ajudá-lo a se manter em Roma, um concerto foi promo- Sebastian Bäverstam, o duo dos irmãos Juan e Pablo Rossi, um trio de piano vido em dezembro pela Fundação de Educação Artística, e cordas com Ricardo Castro, o Quarteto da Osesp e Daria Kiseleva, vencedora dirigida por Berenice Menegale. do 4º Concurso Internacional BNDES de Piano do Rio de Janeiro.

6 Janeiro / Fevereiro 2015 CONCERTO Notícias do mundo musical Pianista russa vence o Concurso BNDES Brasileiro Leonadro Hilsdorf conquista prêmio de melhor intérprete de música brasileira

pianista russa Daria Kiseleva, de 25 anos, venceu, no dia O Concurso Internacional BNDES de Piano é a principal A 6 de dezembro, o 4º Concurso Internacional BNDES de competição musical sediada no Brasil. Em sua primeira edição, Piano do Rio de Janeiro. Na prova final, realizada no Theatro em 2009, o vencedor foi o ucraniano Sasha Grynyuk; no ano Municipal do Rio de Janeiro, ela interpretou o Concerto para seguinte, quem levou o prêmio foi o brasileiro Fabio Martino; a piano e orquestra nº 3, de Prokofiev, com a Orquestra Sinfônica uzbeque Tamila Salimdjanova ganhou a terceira edição do con- Brasileira regida pelo maestro Roberto Minczuk. Pela vitória, curso, em 2012. Kiseleva vai receber um prêmio de R$ 92.800. Completaram o pódio o também russo Dmitry Shishkin, Daria Kiseleva que ficou em segundo lugar e foi escolhido para o Prêmio do Público, e a ucraniana Dinara Klinton – ambos apresentaram o Concerto nº 1, de Tchaikovsky, e vão receber R$ 73.080 e R$ 40.600, respectivamente. O paulistano Leonardo Hilsdorf ganhou o prêmio de melhor intérprete de música brasileira, por sua execução de Impressões seresteiras e Festa no sertão, de Villa-Lobos, recebendo um prêmio de R$ 17.400. O concurso reuniu 27 candidatos ao longo da primeira se- mana de dezembro, no Rio, e homenageou a pianista Magda Tagliaferro e o compositor Villa-Lobos. As provas eliminatórias e as semifinais foram realizadas na recém-reaberta Sala Cecília Meireles. O júri foi presidido por um dos grandes mestres do piano da atualidade, o norte-americano Stephen Kovacevich, e tinha nove membros, entre eles os brasileiros Gilberto Tinetti, Sônia Goulart e Fany Solter, o norte-americano Alan Weiss, a g ação russa Oxana Yablonskaya e o suíço Rico Gulda. d i v ul Sala Cecília Meireles tem Clássicos apresenta boa programação A programação 2015 do programa Clássicos, da TV Cul- reinauguração oficial tura, começa no dia 3 de janeiro, quando será exibido um concerto da Orquestra Sinfônica da Rádio da Baviera Em cerimônia que contou com o governador Luiz Fernando regido pelo maestro Andris Nelsons, com interpretação Pezão, o prefeito Eduardo Paes, a ex-secretária de Cultura Adriana de obras de Dvorák, Ives, Stravinsky e Adams. No dia Rattes e diversas autoridades e celebridades do Rio de Janeiro, a Sala 4, será apresentada a segunda parte do documentário Cecília Meireles foi oficialmente reinaugurada no último dia 11 de 800 anos do coro da Igreja de São Tomás em Lepizig. dezembro. “É um presente de Natal que damos à população do Rio A Osesp, com regência de Eiji Oue e peças de Gershwin, de Janeiro”, disse o governador Pezão, cujo governo em parceria Bernstein e Rachmaninov, é a atração do dia 10 – e, no com a iniciativa privada e leis de incentivo investiu quase R$ 50 dia seguinte, a emissora exibe As crianças da Ópera de milhões nas obras de recuperação da casa (leia mais sobre a Sala Pequim, documentário sobre a formação das crianças Cecília Meireles na seção GPS Musical, na página 80). A noite teve que integram a companhia. No dia 17, será exibido um concerto da Orquestra Sinfônica Brasileira, com regência diversos momentos marcantes, como quando o diretor João Gui- de Roberto Minczuk e solos do oboísta Albrecht Mayer, lherme Ripper chamou ao palco todos os ex-diretores da Sala que que interpreta o Concerto em ré maior de Strauss. Outro ali estavam presentes, reunindo Myrian Dauelsberg, Edino Krieger, documentário, agora sobre a restauração do Teatro Bol- Ronaldo Miranda, Henrique Morelenbaum e Miguel Proença. shoi, em Moscou, será a atração do dia 18. Dois concertos Após as falas das autoridades e dos patrocinadores, os cantores gravados na Sala São Paulo encerram a programação de Luisa Francesconi e Homero Velho, acompanhados ao piano por janeiro do Clássicos: no dia 24, a apresentação em que a Priscila Bonfim, apresentaram bonitas interpretações de canções de Sinfônica Heliópolis e a Petrobras Sinfônica tocaram, sob compositores brasileiros sobre textos de Cecília Meireles. No co- regência de Isaac Karabtchevsky, a Sinfonia nº 2, Ressur- quetel que se seguiu, todos expressavam imensa alegria e satisfação reição, de Mahler; e, no dia 31, o recital de Yuri Bashmet em ter de volta o tradicional palco carioca. e os Solistas de Moscou, que integrou a temporada do Com a nova Cidade das Artes na Barra da Tijuca, o antigo Thea- Mozarteum Brasileiro. tro Municipal e a restaurada Sala Cecília Meireles, o Rio de Janeiro volta a oferecer espaços de alta qualidade para a apresentação de Óperas e balés voltam aos cinemas música clássica. A apresentação de óperas e espetáculos de balé no ci- nema segue em janeiro e fevereiro, com interessante programação. Na rede Cinemark, serão transmitidas récitas de O elixir do amor, de Donizetti (dias 29 e 31 de janeiro e 1º e 3 de fevereiro), e de Alice no país das maravilhas, de Christopher Wheeldon (26 e 28 de feve- reiro). Ambas as produções são originais da Royal Opera House, de Londres. Já nas salas UCI as atrações são mon- tagens da Metropolitan Opera House, de Nova York: A viúva alegre, de Lehár (17/1), Os contos de Hoffmann, de Offenbach (dia 31/1), e Iolanta, de Tchaikovsky, e O

Priscila Bonfim, Homero Velho g ação castelo do Barba-azul, de Bartók (dia 14/2). e Luisa Francesconi d i v ul

CD da Osesp recebe ótima crítica na Gramophone

O novo CD da Osesp com a Sinfonia nº 10 de Villa-Lobos e participação do Ben-Dor chegou a escalar uma mezzo soprano. Gosto da solução de Coro da Osesp, dos solistas Leonardo Neiva (barítono) e Saulo Javan (bai- Karabtchevsky por variar ainda mais a paleta vocal, com gradações xo), sob regência de Isaac Karabtchevsky, ganhou uma ótima resenha entre solistas, naipe de tenores e coro completo. Os coros alemães de de Guy Rickards na edição de janeiro da revista britânica Gramophone. St Clair sobrepujavam seus predecessores atualmente indisponíveis “Essa nova Décima é, até agora, a interpretação mais convincente, re- de Santa Barbara e Tenerife em refinamento e controle, porém, previ- gistrada de modo esplêndido pela Naxos, com bela qualidade de som”, sivelmente, o coro brasileiro da nova gravação está perceptivelmente escreveu Rickards na publicação tida como referência internacional para mais confortável com o idioma, fazendo o texto e a escrita vocal de críticas discográficas. E emendou: “Recomendo com entusiasmo”. (O CD Villa-Lobos emergirem da página de um jeito inacessível aos coros também está sendo apresentado na seção Lançamentos desta edição, de Stuttgart. E tem também a tensão. Apesar de toda polidez e élan veja na página 71.) Leia a seguir a resenha completa da Gramophone: da gravação de Stuttgart (ainda a mais satisfatória em termos de qua- lidade sonora) e de seu avanço com relação aos esforços anteriores, “Essa é a quarta gravação da enorme, magnífica, super pretensiosa e a performance não chega a pegar fogo do mesmo modo que a de híbrida em gêneros Sinfonia nº 10 (1952), de Villa-Lobos (as de Gisele Karabtchevsky. Seu senso de estilo para o idioma, som orquestral e Ben-Dor, pela Koch, e de Victor Pablo Pérez, pela Harmonia Mundi, mundo expressivo de Villa-Lobos é quase inigualável; apenas Minczuk estão esgotadas), que eu conheço, e a melhor delas. A orquestra toca e Neschling rivalizam com ele, porém não gravaram as sinfonias em de forma magnífica, mas o que decide nessa sinfonia é a qualidade do disco. Essa nova Décima é, até agora, a interpretação mais convincen- canto, no texto trilíngue. Curiosamente, as gravações variam o uso de te, registrada de modo esplêndido pela Naxos, com bela qualidade de solos: Carl St Clair empregou tenor, barítono e baixo solistas, enquanto som. Recomendo com entusiasmo a todos os interessados em Villa- aqui Karabtchevsky opta pela linha de tenor ser cantada pelo coro; -Lobos – e também aos não interessados.” Guy Rickards

8 Janeiro / Fevereiro 2015 CONCERTO Notícias do mundo musical Violoncelista de 17 anos vence o Prêmio Ernani de Almeida Machado violoncelista Guilherme Afonso de Moraes Silva, de Matheus, de 19 anos, diz que pretende usar o prêmio O 17 anos, foi o grande vencedor da 3ª edição do Prêmio para ajudar a pagar estudos nos Estados Unidos. Já Johann Ernani de Almeida Machado. Ele vai receber R$ 60 mil, destacou o apoio da família, a quem dedicou o prêmio, as- valor que deverá ser utilizado para o aperfeiçoamento mu- sim como Sandra, que é natural do Equador. Filipe, por sua sical em uma instituição de ensino no exterior. Ele foi esco- vez, vai comprar um novo clarinete nos Estados Unidos. A lhido por uma comissão formada por músicos, professores compra tem até data marcada: será em março, quando a e críticos musicais, e o resultado foi anunciado na Sala São Orquestra Jovem do Estado fará uma turnê pelo país. Paulo antes do concerto de encerramento da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo. Guilherme Moraes g es Com patrocínio do escritório Machado Meyer Sendacz or e Opice Advogados, o Prêmio Ernani de Almeida Machado é destinado a músicos bolsistas da Orquestra Jovem, gru- B oberta po ligado à Escola de Música do Estado de São Paulo e à Santa Marcelina Cultura. Além de Guilherme, foram pre- / R g ação

miados outros quatro bolsistas do conjunto, que receberão d i v ul R$ 15 mil cada um: o clarinetista Filipe dos Santos Esteves, o trompista Johann Cardoso Marianno Pereira, o violon- celista Matheus de Souza Carmo Posso e a percussionista Sandra Daniela Mora Valenzuela. Guilherme se disse surpreso com a premiação. “Eu sempre desejei estudar fora do Brasil. Estou em dúvida en- tre Berlim e Amsterdã, que são escolas de que gosto muito. Esse prêmio é um estímulo para eu me dedicar cada vez mais, sempre olhando para frente.” OSB apresenta temporada 2015

Orquestra fará concertos no Theatro Municipal, na Cidade das Artes e na Sala Cecília Meireles; série em homenagem aos 450 anos do Rio de Janeiro substituirá concertos na Sala São Paulo

Orquestra Sinfônica Brasileira ampliou para seis o nú- mero de séries de assinaturas em sua temporada 2015, Orquestra Sinfônica Brasileira A que terá 29 programas sinfônicos. O grupo vai se apre- sentar, ao longo do ano, em três palcos principais – a Cidade das Destaques da temporada 2015 Artes, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro e a Sala Cecília Meireles. A programação inclui, além de um grande time de 7 e 8 de março pianistas como solistas, a integral das Bachianas brasileiras, de Roberto Minczuk, regente Villa-Lobos, uma série em homenagem aos 450 anos da cidade Rosana Lamosa, soprano Jean-Louis Steuerman, piano do Rio de Janeiro (que substitui a temporada na Sala São Paulo), Bachianas brasileiras, de Villa-Lobos recitais de câmara e concertos para a juventude. O ano começa em março com a série que, na Cidade das 13 de maio Artes, celebra o aniversário do Rio de Janeiro. Os dois primeiros Lee Mills, regente concertos, com regência de Roberto Minczuk e solos da soprano Eliane Coelho, soprano Rosana Lamosa e do pianista Jean-Louis Steuerman, vão apre- Obras de Monteverdi, Gluck, Cherubini e Beethoven sentar as nove Bachianas brasileiras de Villa-Lobos. Na sequên- 8 de agosto cia, Lee Mils rege um programa com peças de João Guilherme Roberto Minczuk, regente Ripper, Ernani Aguiar, Ary Barroso e Tom Jobim e solos da sopra- Arnaldo Cohen, piano no Edna d’Oliveira. Bruno Procopio comanda, então, concerto Obras de Copland, Villa-Lobos e Beethoven dedicado à música colonial brasileira (com a soprano Gabriella Pace) e, encerrando a série, Mills volta ao pódio, com Villa- 3 de outubro -Lobos, Henrique Oswald, Edino Krieger e Francisco Mignone. Pinchas Zukerman, regente Amanda Forsyth, violoncelo A temporada de assinaturas, por sua vez, começa em abril, Obras de Dvorák, Bruch e Mozart quando o pianista Fábio Martino sola no Concerto nº 2, de Prokofiev, regido por Yalchin Adigezalov. Ao longo do ano o pia- 28 e 29 de outubro no tem proeminência na programação: David Fray sola o Con- Robert Spano, regente certo em sol de Ravel; Jean-Philipe Collard, o Concerto nº 1 de Obras de Corigliano, Sibelius e Bartók Rachmaninov e o Concerto nº 5 de Saint-Säens; Conrad Tao faz a estreia latino-americana de seu Pángü e toca o Concerto nº 3 de Prokofiev; Nelson Freire apresenta uma de suas especialida- des, o Concerto de Schumann; Daria Kiseleva, vencedora do lado da violoncelista Amanda Forsyth, do Concerto duplo de 4º Concurso Internacional de Piano BNDES, a Totentanz, de Brahms (os dois também protagonizam outro programa, com Liszt; Luís Fernando Pérez será o solista no Concerto de Grieg; Zukerman na regência); o violinista Luiz Filíp, por sua vez, e Arnaldo Cohen apresentará o Momoprecoce, de Villa-Lobos. apresenta o Concerto para violino nº 5 de Mozart; e o violon- Outros solistas incluem o flautista Michael Faust, que faz celista Daniel Müller-Schott atua em mais uma estreia no con- a estreia latino-americana do Concerto para flauta de Pete- tinente, a do Concerto para violoncelo do norte-americano ris Vasks; o violinista Pinchas Zukerman, que será solista, ao André Previn. A soprano Eliane Coelho será a convidada de uma noite dedicada a autores barrocos e clássicos. E, entre os regentes, destaca-se a presença de Tito Muñoz, Frédéric Roberto Minczuk com a OSB Chaslin e Leonid Grin. g ação O repertório das apresentações presta algumas homena- d i v ul gens, em especial aos 150 anos de nascimento de Carl Nielsen – de quem Minczuk rege a Sinfonia nº 4, Inextinguível – e Jean Sibelius, com a apresentação das Sinfonias nº 6 e nº 7, com regência de Robert Spano e Minczuk. Estão previstas, ainda, sin- fonias de Glazunov, Dvorák, Radamés Gnattali, Mozart, Shos- takovich, Beethoven, Mahler e Elgar. Durante a temporada, a Sinfônica Brasileira tocará doze obras pela primeira vez no Rio – entre elas, destacam-se Elegia, de John Corigliano, Variações temporais, de Ronaldo Miranda, e a estreia mundial da versão orquestral de Esferas rítmicas, de Jocy de Oliveira. O período de vendas de assinaturas começa no dia 5 de fevereiro para aqueles que quiserem renovar seus pacotes; de 26 de fevereiro a 9 de março será aberto o atendimento para novas adesões. Mais informações podem ser obtidas no site oficial da orquestra, www.osb.com.br.

10 Janeiro / Fevereiro 2015 CONCERTO

Por Júlio Medaglia

[email protected] Reinventando o fazer musical

No centenário de Hans-Joachim Koellreutter, a lembrança do nascimento de uma geração de grandes talentos se cruza com a trajetória da família Gregori

a década de 1920, a capital cultural da Europa (ou do Mas essa base paulista, a mais ampla e diversificada de Ocidente) não era mais Paris, mas Berlim, epicentro de Koellreutter no Brasil, a partir de onde ele criava e orientava o N uma ebulição intelectual que se dava em vários pontos nascimento de escolas, cursos, concursos, festivais e os famo- da Alemanha. Curiosamente, apesar de o país aglutinar as li- sos Seminários de Música da Universidade da Bahia, nasceu deranças dos movimentos transformadores de ideias, o cume numa pequena casa do Bixiga, bem próxima ao Teatro Brasi- da intelligentsia do Velho Continente, uma besta de bigodi- leiro de Comédia, onde nascera também a moderna drama- nho, nascida às margens do Danúbio, conseguiu enfeitiçá-lo e turgia brasileira. A família Gregori, que lá vivia, colocou à levá-lo à autodestruição. Como parte dessa neurose predado- disposição um quarto com piano para ele ministrar suas aulas. ra, instauraram-se na Alemanha vários tipos de perseguição. Os membros foram alunos do professor alemão – Nininha, Na área étnica, a direcionada a judeus foi das primeiras e mais que depois iria para Roma, estudou composição; Baby, piano; devastadoras, pois grande parte das lideranças intelectuais era e Henrique, regência. Este, que seguiu na carreira, fez estu- de origem judaica. dos também na Bahia, nos Seminários de Música, em Viena E isso não ocorria apenas nos píncaros da intelectualidade e em Freiburg. – como no caso de Einstein, Schönberg ou Brecht –, mas tam- Além de reger algumas das mais importantes orquestras bém na intimidade doméstica. Foi assim que um jovem músico, brasileiras, Henrique Gregori dirigiu, a convite de Cussy de aluno de flauta de Moyse, de composição de Hindemith e de Almeida, o Conservatório Pernambucano de Música, colabo- regência de Scherchen, teve que fugir de sua terra, uma vez rando com o movimento Armorial, criado por Ariano Suassuna. que sua família o denunciou à Gestapo por ele se relacionar com Quando o maestro Benito Juarez implantou o departamento de uma judia: Hans-Joachim Koellreutter. música da Unicamp, Henrique foi convidado a dar aulas de re- Por um capricho do destino (e para nossa sorte), em 1937 gência sinfônica, criando uma verdadeira legião de maestros. ele veio parar no Rio de Janeiro, onde trabalhou em uma fun- Nos últimos anos, foi também diretor da Escola Municipal de dição. Ao tornar-se flautista da Orquestra Sinfônica Brasileira, Música de São Paulo. foi se relacionando com a vida musical da cidade. Sua bagagem Se Koellreutter incendiava a mente de seus alunos, fa- cultural, que incluía as mais recentes informações da vanguarda zendo-os compreender a realidade musical como parte de um artística da época, logo se tornou conhecida e apreciada. Sua gigantesco universo cultural, e não apenas como conjunção inquietação e seu carisma o fizeram reunir em torno de si a de sonoridades que provocam emoções, o maestro Henrique elite da nova geração de músicos. Criando o movimento Mú- Gregori entendeu essa colocação como poucos. Mais que um sica Viva, Koellreutter atraiu talentos como Claudio Santoro, músico, ele vivia em constantes divagações filosóficas, as quais Guerra-Peixe, Eunice Katunda e Edino Krieger, que se tornaram passava também aos alunos, que se sentiam seduzidos por aque- seus alunos. Na área da música popular, orientou figuras como la apologia de uma música, um Brasil, um mundo melhor, mais Tom Jobim, Severino Araújo, Severino Filho (Os Cariocas), K- espiritualizado e coerente. -Ximbinho, Luiz Eça, Paulo Moura e outros. Se os resultados da carreira musical são de beleza e deslum- São Paulo, que a partir da Semana de 22 soube catalisar os bramento, os caminhos para chegar a ela com sucesso são, infe- movimentos de vanguarda em todas as artes, atraiu rapidamen- lizmente, dos mais inusitados, árduos e, por vezes, humilhan- te o endiabrado mestre. Assim, no início dos anos 1950, uma tes. No Brasil, a música clássica depende de órgãos públicos e nova geração de alunos surgiu na cidade: Klaus-Dieter Wolff, de decisões políticas, que quase nunca têm a ver com o sublime Diogo Pacheco, Ernst Mahle, Isaac Karabtchevsky, Ney Salga- da arte. Não fosse sua incapacidade de enfrentar tais agruras, do, Claudio Petraglia, Sandino Hohagen, Henrique Gregori, Henrique Gregori teria feito uma carreira brilhante, pois, dono Gerardo Parente, Damiano Cozzella, Clara Sverner, Roberto de uma inteligência privilegiada, seu talento era absolutamente Schnorrenberg e outros. fora do comum, invejado pelos colegas. Todos que conviveram Theodor Heuberger, um famoso empresário que gostava de com ele, amigos e alunos, guardam a mais agradável lembrança música, encantado com aquela avalanche de talentos capitane- de sua trajetória, que se encerrou em São Paulo, a 22 de novem- ada por Koellreutter, alugou um casarão em Higienópolis para bro de 2014. abrigá-la. Assim, na rua Sergipe, 271, nasceram a Escola Livre No pequeno quadrilátero da rua Jaceguai, onde nasceu de Música e uma nova geração, da qual fiz parte. Ela incluía uma geração preciosa de artistas, nada mais resta. Um enorme nomes como João Carlos e José Eduardo Martins, Carlos Alber- viaduto faz passar sobre ele mais de 1 milhão de carros por dia, to Pinto Fonseca, Benito Juarez, David Machado, Samuel Kerr, parte de nossa volúpia desenvolvimentista. A semente, modes- Carlos Veiga, Lydia Hortélio, Ronaldo Bologna, Carlos Eduardo ta e anonimamente ali plantada pelos Gregori e cultivada por Prates, Anna Maria Kieffer, Gilberto Tinetti e outros. Koellreutter, faz parte da história sensível deste país.

12 Janeiro / Fevereiro 2015 a revista CONCertO CONtiNua aqui site CONCertO www.CONCertO.COm.br

atualizações diárias

ediçãO digital COmpleta

rOteirO musiCal sãO paulO • riO de JaNeirO • Outras Cidades

OuviNte CrítiCO a OpiNiãO dOs leitOres sObre Os espetáCulOs

textOs exClusivOs Camila FrésCa • iriNeu FraNCO perpetuO JOãO luiz sampaiO • JOãO marCOs COelhO JOrge COli • NelsON rubeNs KuNze

digital CONCert hall da FilarmôNiCa de berlim COm 10% de desCONtO

(algumas págiNas sãO de aCessO exClusivO para assiNaNtes.)

revista CONCertO a bOa músiCa mais pertO de vOCê

GUIA MENSAL DE MÚSICA CLÁSSICA Escola de vida

Sua relação com a música começou no piano. Como ele Entrevista com entrou em sua vida? Em casa, havia um piano, e comecei a tirar de ouvido as me- lodias que eu escutava, com 2 anos de idade. Primeiro, meus Berenice pais ficaram na dúvida se era o caso de ter um professor. Em 1936, Belo Horizonte era uma cidade muito pequena. Mas eles souberam que tinha vindo para cá uma professora que ensinava crianças – era uma paraense de quem tenho uma lembrança Menegale maravilhosa. Mas ela logo foi embora da cidade e, com 5 anos, fui estudar com um professor de adultos. Por Camila Frésca Poderia falar um pouco sobre seus estudos, aqui e no exterior? Eu tocava em público desde pequena. Era um prazer muito

a e l Motta grande, era como brincar de boneca. Em 1947, Guiomar No- vaes veio a Belo Horizonte. Ela ia à nossa casa porque papai era presidente da Cultura Artística; então, Guiomar me ouviu tocar muitas vezes, me deu aulas informais e disse a meus pais que divulgação / Ra f divulgação eu tinha que ir para a Europa. Ela promoveu um recital meu em São Paulo, e papai começou a pensar seriamente no assunto. Ele era professor, tínhamos uma vida modesta, mas acabamos conseguindo uma ajuda do Estado e fui para Paris com uma tia. Fui aprovada no teste do conservatório e a ideia era que eu ficas- se pelo menos dois anos. Mas, depois de um ano, eu já estava saturada, o ambiente era muito rígido no conservatório.

A senhora, então, resolveu voltar ao Brasil. Eu não teria tomado a iniciativa de ir embora se não houvesse um argumento forte. E esse argumento surgiu quando conheci o pianista polonês Józef Turczynski, que morava na Suíça e esteve em Paris em 1949. Fui apresentada a ele por Felicja Blumental e fiquei encantada com sua figura e sua personalidade. Como ele vinha para o Brasil, eu disse a meus pais que não precisava mais ficar na Europa. Turczynski ficou por aqui uns dois anos e estudei com ele. Hoje, repassando minha vida, reconheço que foi o principal professor que tive, foi meu mestre. Quando ele voltou para a Suíça, fui para lá e continuei a estudar com ele. ianista e educadora, Berenice Menegale é referência na vida musical Depois disso, retornei ao Brasil, toquei muito, aqui e na Europa. de Belo Horizonte. Criança-prodígio, estudou em Paris e Viena, mas Em 1956, acabei indo para o Rio, porque meu pai foi convidado P abriu mão de uma promissora carreira de concertista para realizar para trabalhar no Ministério da Educação, durante o governo um sonho maior: ajudar a desenvolver a vida musical de sua cidade. Em de Juscelino Kubitschek. Participei de um concurso no Festival 1963, criou a Fundação de Educação Artística (FEA), entidade privada de Teresópolis, cujo prêmio era uma bolsa para Viena. Ganhei sem fins lucrativos que, além de oferecer educação musical de forma e fiquei dois anos na Áustria, um período excelente para mim. democrática, atua como centro de experimentação, renovação e difusão das artes. Em mais de cinquenta anos, já passaram pela FEA músicos que Mas, com o tempo, houve uma insatisfação com a vida se destacaram tanto no cenário clássico como no popular. Entre os jovens padrão de concertista? compositores e instrumentistas, ela é considerada como uma “madrinha” Eu tocava bastante, mas a carreira de pianista já não me bastava. pelo apoio entusiasmado e por ações que impulsionam de forma definitiva Eu tinha vontade de fazer algo diferente, queria ser útil. Quando suas carreiras. A força de Berenice parece não ter arrefecido com os anos – voltei de Viena, fiz uma turnê de Belém do Pará ao Sul do país. ela comparece diariamente à FEA, instituição da qual é diretora executiva, Eu tinha 26, 27 anos e via as coisas de outra maneira. Todo lutando para mantê-la atuante. Em meio a mais um dia de trabalho, ela fez mundo falava do passado: “Aqui já aconteceu um movimento uma pausa para conversar com a Revista CONCERTO. musical, já aconteceu isso, aquilo”. Percebi que, quando havia

14 Janeiro / Fevereiro 2015 prosperidade, a sociedade construía teatros, chamava compa- cobrimos a necessidade de investir na música contemporânea e nhias de fora, mas não fazia escolas. Por isso, quando acabava na encomenda de obras. Percebemos que os alunos que vinham a riqueza, acabava tudo. Quando voltei a Belo Horizonte, falei do país todo para estudar tinham a mesma deficiência em rela- com Eduardo Hazan e Vera Nardelli, meus colegas em Viena, ção à música do século XX. sobre criarmos uma escola. Foi assim que a minha inclinação mais profunda achou um rumo. Era o fim de 1962. Eu disse A senhora falou sobre os benefícios de ser uma entidade que queria uma instituição sem fins lucrativos, flexível, na qual “livre”. Mas quais são as dificuldades decorrentes disso? ninguém deixasse de estudar por falta de recursos. Muita gente A Fundação é deficitária financeiramente. Colocamos projetos aderiu, entre elas o maestro Sergio Magnani, nome mais impor- nas leis de incentivo, tentamos conseguir patrocinadores, doa- tante para a música de Belo Horizonte enquanto esteve vivo. ções de pessoas físicas e de ex-alunos. Contudo, as dificuldades são, de certa maneira, compensadas pela generosidade dos ami- Como era o ambiente musical de Belo Horizonte na época gos. Em 2013, quando a Fundação completou 50 anos, tive- da criação da Fundação de Educação Artística (FEA)? mos um dos momentos mais difíceis de nossa história, e muitas Havia uma sociedade coral que realizava óperas e que mantinha coisas que programamos não puderam ser realizadas. Mas, no um coro para isso; um coro que mais tarde se tornou o famoso final do ano, na semana de música de câmara que organizamos, Ars Nova; e uma escola que depois se tornou departamento da tivemos cinquenta músicos profissionais que deram aulas, por universidade do Estado. E havia o tradicional Conservatório Mi- pura generosidade, porque sabiam que não tínhamos consegui- neiro, que, logo depois da criação de nossa fundação, se tornou do patrocínio para as comemorações. Há professores que vêm a Escola de Música da UFMG. Pelo fato de haver estudado fora, da Europa pagando a própria passagem. eu sabia exatamente o que não queria. Eu almejava um am- biente único para as crianças, onde elas pudessem ter aulas e A FEA nunca se preocupou apenas com a formação aprender música, um colégio musical. Nessa época, o ministro musical. Você acha que defini-la como escola é da Educação era Darcy Ribeiro, que convidou meu pai para ser incompleto? seu chefe de gabinete. Quando começamos a pensar nessa en- Exatamente. Nós que vivemos dentro disso sabemos que não tidade, telefonei para meu pai e perguntei se o ministério não é uma escola, é um movimento. Aqui em Belo Horizonte, ela é poderia ajudar. Ele falou com Darcy, que pediu que eu fosse falar conhecida como Fundação ou FEA, ninguém a chama de escola, pessoalmente com ele e me recebeu em sua casa, numa rede. e eu acho que é por isso, por uma questão afetiva: ela sempre foi Quando contei minha ideia de escola integrada, ele disse: “Você muito acolhedora. Acolhe os grupos, os jovens compositores. tem que fazer isso aqui em Brasília!”. Mas eu não desisti, queria E isso na área da música popular também. Como escola livre, fazer em minha cidade. Então, ele nos deu uma ajuda inicial que queremos dar uma boa formação musical; a linha que a pessoa permitiu que alugássemos uma casa por seis meses e comprásse- vai seguir não importa. mos três pianos. Foi o único apoio financeiro (recursos diretos) que tivemos do governo nesses anos todos. Chegamos a realizar A senhora foi secretária municipal de cultura de Belo a ideia da escola por meio de um convênio com o colégio de Horizonte e secretária estadual de Minas. Como foram aplicação da UFMG. Justamente porque Darcy Ribeiro, como essas experiências na administração pública? ministro, incentivou novas propostas em educação, o colégio A primeira foi excelente, foi praticamente a criação da secreta- pôde abrigar uma turma especial, que fazia o ginásio e aulas ria – Belo Horizonte tinha apenas um departamento de cultura de música diariamente. Isso foi no início de 1963 e, em 1964, quando assumi, em 1989. Não tínhamos orçamento no início, depois do golpe, não conseguimos continuar. Mas a Fundação, a mas implementamos as linhas mestras da secretaria na área do partir daí, foi tomando forma. patrimônio, criamos o arquivo municipal, algumas coisas bási- cas. Foi algo que me deu muita satisfação. Já no Estado, não A senhora sempre defendeu um ensino mais livre do que o fiquei a gestão toda, era difícil, a pressão política é bem maior. das escolas tradicionais. Poderia falar um pouco sobre isso? Essas experiências foram importantes para mim, mas foi a Fun- Você pode imaginar o idealismo que havia nesse grupo, os so- dação que me formou. Quando a criamos, eu tinha 28 anos, nhos... e o pouco senso de realidade. Eu tinha certeza de que o agora estou fazendo 81. Eu tinha conhecimento na área da mú- ensino das artes se tornaria algo cada vez mais livre. Para mim, sica, um início de cultura geral, tinha ideais. Mas a realidade isso era tão óbvio que recusei todas as propostas de integrar mesmo eu conheci dirigindo a instituição, lutando, entrando nossos cursos a escolas oficiais. Eu acreditava muito nisso, mas o em contato com o meio cultural. Acompanhei o crescimento que aconteceu foi exatamente o contrário: hoje ninguém estuda da instituição, o número de jovens, crianças que passam por música até um nível avançado sem perseguir titulações. Nós aqui e a importância do trabalho feito com eles. Fiz um número mantivemos nossos cursos livres, com dificuldade – mas nossa enorme de amigos. Foi uma escola de vida. autonomia é a coisa mais preciosa que temos. Acredito que cum- primos aquelas premissas de cinquenta anos atrás. Temos muita Como a senhora imagina a Fundação daqui a vinte anos? gratuidade, um ensino livre – no sentido de que os professores Espero que ela se descentralize. O espaço físico já é insuficiente têm extrema autonomia. Fizemos, desde o início, algo que con- para algumas coisas. Seria interessante se ela crescesse tendo sidero muito importante: estávamos preocupados com a forma- núcleos parecidos com ela, porém mais especializados. É assim ção e, ao mesmo tempo, com a difusão cultural. Desde o primei- que a imagino daqui vinte anos. Acho que estamos numa fase ro ano, começamos um programa chamado Manhãs Musicais. promissora, felizes, com nova direção e um conselho envolvido Magnani definiu que a programação seria de música do século com a entidade. No fundo, o que eu queria era sentir a Fundação XX, com uma pequena palestra introdutória. Isso mostra que mais independente de mim. E hoje temos uma equipe pedagó- nossas preocupações futuras já estavam ali naquele embrião. E, gica atuante, excelente. em 1967, criamos o Festival de Inverno, em Ouro Preto. Esse festival teve uma importância enorme, foi através dele que des- Obrigada pela entrevista.

Janeiro / Fevereiro 2015 15 Por Jorge Coli

[email protected] Notas de fim de ano

Reflexões sobre óperas, o cenário musical e uma evocação do passado

m três dias seguidos, A danação de Fausto, As bodas de O maestro Arturo Toscanini Fígaro e Tosca, com grandes interpretações. São Paulo, E mais e mais, torna-se de fato musical. Há apenas trin- ta anos – os mais velhos devem lembrar –, a cidade era um deserto. O Municipal interminavelmente fechado para reforma; a Osesp apresentando-se no falecido Cine Copan (hoje igreja Re- nascer em Cristo), de abominável acústica. Os concertos mais interessantes eram dados no Teatro Alfa, lá longe, na beira do Pinheiros. O investimento em música era bem pequeno. Hoje, nem quero contar quantas orquestras existem na cidade e no estado, com qualidade cada vez mais alta, pois certamente es- quecerei muitas. Basta folhear as páginas da Revista CONCER- TO – que aumente essa felicidade em 2015! *** Com problemas, críticas, desacordos e o que mais for, a vida musical em São Paulo – e no Brasil em geral, para sermos justos – melhorou muito. A qualidade das formações musicais é incomparável com o que havia no passado. Apesar de maestros notáveis, basta pôr em paralelo as gravações antigas – sinfôni- cas, de câmara – com as de agora. Elas foram pioneiras e tiveram um papel imenso na cultura musical do país. Eu as ouço sempre, com nostalgia e devoção. Mas na grande maioria são também o testemunho de formações heroicas que tocavam como podiam. odução *** re p r Pelo Brasil, cidades menores investem na produção musi- cal. Óperas são montadas fora do Rio e de São Paulo, com quali- Cravo bem temperado dade. Os festivais de Manaus e Belém, para citar só dois, e com barroquistas, é o na concepção de Wanda perdão dos vários outros, são exemplos desse vigor musical. Landowska tocando no prodigioso cravo concebido para ela por Pleyel, com um chassi metálico. A “autenticidade” pode ser apro- *** ximativa, mas a filologia, além de levar ao crime, como queria A primeira causa de tal estado de coisas é, não há dúvida, a Ionesco, pode ser também uma falsa ciência. Em todo caso, as competência dos profissionais. A formação dos músicos melho- notas cintilam como a luz das estrelas sobre um fundo de silên- rou e, certamente, o sentido administrativo também. Capacida- cio noturno, o fraseado é sublimemente expressivo, e o efeito é, de, competência, profissionalismo. num paradoxo, ao mesmo tempo espiritual e embriagador. Um dia, quando os preconceitos de hoje estiverem fora de moda, há *** de se voltar a fazer plena justiça a tal monumento. Outro ainda: (Situação oposta da que ocorre com as artes plásticas. Cada não creio que exista uma gravação de ópera completa mais bela vez mais nas mãos de ricaços amadores e ignaros, os museus e do que a Tosca na primeira versão de Maria Callas, com Giu­ as instituições diversas, salvo as boas exceções de praxe, vão na seppe di Stefano, Tito Gobbi e Victor de Sabata (1953). Nunca direção contrária. A última Bienal de São Paulo é o exemplo des- essa espantosa obra trágica, que reduz a opressão política e po- sa completa indigência. As equipes científicas, quando existem, licial a seus instintos mais nucleares, ou seja, às pulsões sexuais, quando dignas desse nome, são em geral frágeis, pressionadas, nunca, eu dizia, como nesse disco, atingiu um grau tão intenso pouco ouvidas, com pouco poder.) de fusão entre música e teatro. Por fim, formidável gravação são *** os quartetos de Beethoven pelo Quartetto Italiano, feita por vol- Outro dia, uma jovem me perguntou que gravações de ta do ano 1970. Ao contrário das sonoridades austeras em voga quaisquer obras eu aconselharia. A tentação de fazer listas é gran- naqueles tempos, esses músicos criavam sons carnais, expansi- de, e o resultado, sempre injusto. Mas ceder a ela é uma delícia. vos, amplos, que surpreendiam e provocavam revelações. Além A primeira que me vem à cabeça é o Prelúdio do primeiro ato de disso, há tal unidade de concepção que as ideias e as intuições do Lohengrin, dirigido por Arturo Toscanini em seu último concer- compositor parecem se desdobrar de uma obra para a outra, num to, frente à NBC Orchestra, em 1954. Ninguém como ele soube imenso fluxo coerente, cada vez mais complexo e total. Convido fazer brilhar assim as cordas. É um momento de suprema beleza. à audição do movimento lento do nº 7 (fá maior, op. 59, nº 1, Outro disco, cuja indicação trará algumas reações de desprezo – Rasumovsky) – longas notas entretecidas por um lamento sobre- para não dizer de raiva, que eu não mereço tanto – por parte dos -humano: é uma prova dos nove.

16 Janeiro / Fevereiro 2015

O que quer dizer O escritor Julian Barnes “moderno”?

O silêncio segundo , Jean Sibelius e Julian Barnes odução

Por João Marcos Coelho re p r

mbora nenhum confesse, todo compositor vive com o pé o pão: a França e a música. Pois, mais do que comentadores em duas canoas. Há os que oscilam periodicamente en- e especialistas, foi Barnes quem melhor explicou esse silêncio E tre posturas mais radicais e experimentais, de um lado, e do compositor finlandês, que, sabe-se, era alcoólatra. “Quando acomodações com a música mais fácil, ou banal, de outro. Que música é literatura, é má literatura”, escreve Barnes no conto atitude tomar quando não se vê uma saída clara para a criação O silêncio. Pondo-se na pele do compositor solitário em fren- musical? Negociar e amaciar? Ou reduzir-se ao mais absoluto te à garrafa de vodca, imagina seu raciocínio de compensação: silêncio? A segunda hipótese parece ser a mais honesta. “A música começa onde as palavras cessam. O que acontece Um que jamais teve crise de consciência foi Richard Strauss. quando a música cessa? Silêncio. Todas as outras artes aspiram Ele viveu em dois mundos inteiramente diferentes. Quando à condição da música. A que a música aspira? Silêncio. Nesse nasceu, numa família abastada, em 11 de junho de 1864 em caso, fui bem-sucedido. Agora sou tão famoso por meu longo Munique, Johannes Brahms tinha 31 anos. Mas a posteridade o silêncio quanto o fui por minha música”. enxergou muito mais como filho do século XX – morreu aos 85 Depois de algumas das páginas mais brilhantes e adequa- anos, depois de passar por duas guerras mundiais e a tempo de das como análise e qualificação da música de Sibelius, Barnes assistir ao reordenamento geopolítico baseado na Guerra Fria. o faz dizer estas palavras reveladoras em mais de um senti- Além disso, o envolvimento com a cúpula nazista – foi presiden- do: “Na Alemanha, levaram-me para ouvir um novo tipo de te da Câmara de Música do Terceiro Reich – levou-o às barras música. Eu disse: ‘Vocês estão fabricando coquetéis de todas dos tribunais de desnazificação comandados pelos Aliados em as cores. E cá estou eu com pura água fria’. Minha música é 1945-46. Musicalmente, repetiu essa ambivalência. gelo derretido. Em seus movimentos, podem-se detectar suas Quando a vanguarda ainda comemorava a chegada de um origens congeladas; em suas sonoridades, pode-se detectar seu novo integrante, pasma com a cena do beijo necrófilo de Salomé silêncio inicial”. e aplaudindo as ousadias de , de 1909, eis que Strauss Num artigo recente, de 2012, Barnes diz que acabara de deu as costas à modernidade radical. Compôs uma ópera cla- realizar seu sonho de visitar a casa de Sibelius, Ainola, a qua- ramente retrô, O cavaleiro da rosa, na qual não só a história renta quilômetros de Helsinque: “região de lagos e florestas de se passa no século XX, como também a música se vale de uma pinheiros e imponentes bétulas prateadas. Para mim, sempre linguagem deliberadamente clássica. Ninguém entendeu nada, foi um lugar com reputação dupla, dividida: para a criação e a mas ele seguiu convencional até o final da vida. Aos que o acusa- destruição, para música e silêncio”. ram de ter traído a modernidade, respondeu assim: “Moderno? Moderno, o que quer dizer “moderno”? Sibelius foi sau- O que quer dizer ‘moderno’? Deem a essa palavra um novo sen- dado como herói nacional pelos menos de dez minutos do tido! Concebam ideias como as de Beethoven, escrevam contra- poema sinfônico Finlândia, composto em 1899 e transforma- pontos como os de Bach, orquestrem como Mozart, sejam filhos do em bandeira de luta contra os russos. Ainda em vida, foi autênticos e fiéis de seu tempo, e então vocês serão modernos”. colocado no panteão nacional. A honraria – e a vodca – não o A sacada é redutora, claro. Mas é verdade que ele empre- abandonariam mais. E, em medidas iguais, levaram-no ao im- gava as mais diversas técnicas e linguagens do passado como passe, agravado pela impossibilidade de saltar no escuro após material de sua criação musical. Como Stravinsky fez logo de- a sétima sinfonia. Afinal, ele exerceu a liberdade de recolher- pois dele, Strauss praticou o que hoje chamamos, em música, de -se ao silêncio. Não foi radical nem pós-moderno. Pena que a pós-modernismo. Ou melhor, soube negociar com cada virada terceira via foi a vodca. da maré da vida musical. Alguém sempre pode lembrar-se do silêncio de quarenta Strauss foi o homenageado de 2014. Por sua vez, a efemé- anos de Rossini, que seduziu-se pela gastronomia, não é verda- ride mais ilustre deste ano cabe ao compositor finlandês Jean de? Dois silêncios eloquentes. Um, mundano. Outro, implacá- Sibelius, nascido 150 anos atrás, no dia 8 de dezembro. Ele op- vel, trágico (sempre segundo Barnes). tou pelo silêncio – lembram-se? –, que praticou por cerca de três décadas, até sua morte, em 20 de setembro de 1957. Cobraram- -no por uma oitava sinfonia além do limite. O silêncio falou mais para ler alto. Firmeza de caráter artístico? Será? O silêncio, em Um toque de limão, livro de contos de O notável escritor inglês Julian Barnes, de 68 anos, cur- Julian Barnes. Rio de Janeiro: Rocco, 2006. tiu a vida inteira duas paixões, além da literatura, que lhe deu Jean Sibelius, de Marc Vignal. Fayard, 2004.

18 Janeiro / Fevereiro 2015

Alexander Scriabin (1872-1915) Místico, visionário, pianista virtuose e compositor, Scriabin dedicou a vida à criação de obras musicais que, como ele acreditava, seriam um passaporte para o mundo espiritual. Em 2015, importantes composições de Scriabin serão apresentadas para lembrar o centenário de sua morte

Por Camila Frésca

lexander Scriabin foi o compositor russo mais eminen- Reviravolta te de sua geração. Contemporâneo de Debussy, no iní- Em 1903, Scriabin abandonou o conservatório e a primeira A cio do século XX foi um dos artesãos da emancipação esposa, com quem tinha quatro filhos, e partiu para Bruxelas da linguagem harmônica em relação aos limites tonais. Nascido com Tatyana Schloezer, uma jovem admiradora que viria a ser em 6 de janeiro de 1872, em Moscou (segundo o calendário sua segunda esposa. A estadia na Europa ocidental durou seis juliano, no dia 25 de dezembro de 1871), numa família aristo- anos e teve dois fatos marcantes: o contato com a Sociedade de crática, Scriabin teve aulas de piano desde criança, integrando Teosofia e os ensinamentos de Helena Petrovna Blavatsky, que a classe de Nikolai Zverev (da qual Rachmaninov também fazia se tornariam, ao lado de sua admiração por Nietzsche, a base parte) a partir de 1884. De 1888 a 1892, estudou no Conserva- intelectual de seus esforços musicais e filosóficos; e, de outro tório de Moscou, onde teve como professores Anton Arensky, lado, o desenvolvimento de uma linguagem musical original, Sergei Taneyev e Vasily Safonov. Nessa época, o excesso de prá- altamente pessoal, experimentando com novas estruturas har- tica do instrumento fez com que Scriabin lesionasse gravemente mônicas em busca de outras sonoridades. a mão direita. Isso não impediu sua carreira como pianista, mas Segundo a pesquisadora Michèle Reverdy, até 1903, data certamente contribuiu para que ele voltasse as energias para a em que Scriabin compôs a Sonata para piano nº 4, a obra dele composição. Ainda que a mão mal alcançasse uma oitava, Scria- era profundamente marcada pela influência de Chopin e, de- bin tornou-se um pianista prodigioso que, antes mesmo de con- pois, pela de Wagner. Foi então que a Sinfonia nº 3, construída cluir o conservatório, já fazia turnês de concertos. sem solução de continuidade e a partir de um tema único, Também foi durante os anos de conservatório que ele re- tornou-se o ponto de partida de um período de pesquisa em sua velou aptidão como compositor. As obras inicias revelam forte obra. “A partir de 1907, Scriabin libertou-se conscientemente influência de Chopin e são exemplos típicos da música român- do sistema tonal e edificou seu próprio universo sonoro – o tica para piano – noturnos, mazurcas, prelúdios e os primeiros Poema do êxtase op. 54 (que é sua Sinfonia nº 4) e a Sonata estudos. Já estava presente, porém, a forte individualidade do nº 5 foram as primeiras obras manifestas de uma nova trajetó- compositor. Pouco tempo depois, ele iniciou a escrita de obras ria, que resultou na elaboração de Prometeu: o poema de fogo orquestrais, o que lhe garantiu prestígio como compositor e lhe op. 60, para piano e orquestra, concluído em 1910 e no qual abriu as portas para dar aulas no Conservatório de Moscou, a par- o universo harmônico do compositor estava já perfeitamente tir de 1898. E sua primeira grande obra orquestral foi justamente constituído e controlado.” o Concerto para piano op. 20. Com apenas 24 anos e precisando de um concerto para demonstrar suas habilidades, ele se utilizou Música e misticismo essencialmente do padrão estabelecido por Chopin – embora em Por meio da teosofia, Scriabin dava vazão à busca por Deus sua escrita a orquestra desempenhe um papel muito mais ativo. A e a questionamentos sobre a humanidade. O Poema do êxta- obra foi composta em poucos dias no outono de 1896, ainda que se (1908) e Prometeu (1910) refletem, assim, a concepção de a orquestração só tenha sido finalizada em maio do ano seguinte. música do compositor, que seria uma ponte para o êxtase mís-

Alunos de Nikolai Zverev, no final O menino Alexander dos anos 1880. Scriabin, com traje Scriabin (déc. 1870) militar, é o segundo à esquerda. Rachmaninov é o quarto da direita.

Aos quatro anos de idade, inicia os Aos 16 anos, ingressa no Passa a dar aulas no estudos de piano Conservatório de Moscou Conservatório de Moscou 1876 1888 1898

1872 1884 1896 Alexander Scriabin Passa a ter aulas com Compõe o Concerto nasce em Moscou, em Nikolai Zverev, também para piano op. 20 6 de janeiro, filho de uma professor de Rachmaninov família aristocrática

20 Janeiro / Fevereiro 2015 Legado Alexander Scriabin está entre os pioneiros da linguagem musical contemporânea. O compositor teve o mérito de questio- nar as estruturas legadas pelo século XIX sem, contudo, perder o espírito essencialmente romântico. Para o musicólogo Roland de Candé, se a influência de Scriabin não foi muito grande em relação à dos contemporâneos, sua singularidade nos interessa porque bom número de suas iniciativas aparece, a posteriori, como antecipação da nova música – espírito de síntese, nature- za essencialmente harmônica do sistema modal etc. O movimento gradual de Scriabin para além da tonalidade tradicional pode ser ouvido sobretudo em suas obras para piano. O pianista José Eduardo Martins, que realizou uma importante gravação dos Estudos (um dos legados mais importantes), afir- ma que existe uma enorme riqueza de ideias ao longo dos 26 estudos que o compositor escreveu entre 1887 (aos 15 anos de idade) e 1912, três anos antes de sua morte. Nos doze estudos do op. 8 nota-se o Romantismo exacerbado; em parte dos oito estudos do op. 42, é o modelo de Chopin que impera; finalmen- te, no op. 65, nota-se a integração da música com a experiên- cia mística. Para José Eduardo, isso permite estabelecer, de um lado, um nítido panorama da escritura pianística do compositor e, de outro, acompanhar a trajetória do músico-pensador. Além disso, “tipificando Scriabin, percebe-se ser ele um dos autores que sofreria maiores transições na escrita composicional, sen- do difícil compreender as derradeiras criações como compostas pelo mesmo músico das primeiras fases”.

tico. Se a forma de alcançar a transcendência era pela música, Agenda a técnica utilizada era uma linguagem com algumas inovações importantes, tais como acordes construídos a partir da sobrepo- São Paulo, SP sição de quartas e efeitos cromáticos inesperados. O compositor Diversas obras para piano em recitais de Nelson Goerner também acreditava firmemente na natureza sinestésica da arte (23 de agosto), Cristian Budu (27 e 29 de agosto) e Arnaldo Cohen (22 de novembro) e, apostando na correspondência entre sons e cores, indicou, em algumas obras, projeções de determinadas cores que se relacio- Prélude op. 11 nº 3 e Feuillet d’Album em transcrições para coro, navam com sons. com o Coro Acadêmica da Osesp e Marcos Tadeu – regente (22 e 24 de outubro) Scriabin retornou à Rússia em 1911 e, até sua morte, saiu poucas vezes do país, apenas para turnês. Deixou inacabada a Sinfonia nº 4, com a Osesp e Louis Langrée – regente (5, 6 e 7 de novembro) composição de um Mistério, que, além das correspondências entre música e cor, relacionava sons a sensações olfativas e tá- Concerto para piano op. 20, com a Osesp, Celso Antunes – regente e Bertrand Chamayou – piano (3, 4 e 5 de dezembro) teis, chegando a se referir a toda a natureza, desde o ruído das folhas até a cintilação das estrelas. Scriabin morreu em 1915 em Belo Horizonte, MG decorrência de uma infecção generalizada que se iniciou a partir Concerto para piano op. 20, com a Filarmônica de Minas Gerais, Fabio de um corte no lábio, feito ao se barbear. Mechetti – regente e Benedetto Lupo – piano (1º e 2 de outubro)

Túmulo de Scriabin no Cemitério Novodevichy, um dos mais conhecidos Scriabin abandona Scriabin em da Europa, localizado em Moscou. a esposa, Vera foto de 1910 Ivanova Isakovich, Scriabin com Tatyana e os quatro filhos e parte para a Europa ocidental com Tatyana Schloezer Volta a viver na Rússia 1903 1911

1905 1908 1910 1915 Toma contato com os ensinamentos teosóficos de Compõe o Poema do Finaliza Prometeu: o Morre em decorrência de Helena Petrovna Blavatsky, o que seria determinante êxtase, sua Sinfonia nº 4 poema de fogo op. 60, uma infecção generalizada em sua carreira; início de um período de grandes para piano e orquestra transformações em sua linguagem musical

IMAGENS: reproduções

Janeiro / Fevereiro 2015 21

Um jardim de vozes barrocas

Lindsay Kemp encontra o regente William Christie, fundador do Les Arts Florissants e farol que orienta o movimento de música antiga, para falar do passado e do presente de seu grupo

h, qual é a palavra? Estou perdendo meu inglês!” Talvez Juilliard colocou o selo de aprovação na música antiga, ela vai decolar não seja surpresa William Christie recorrer ao francês de verdade em Nova York!”. “ para falar do Les Arts Florissants. Pouca gente discordaria Também houve a criação de duas novas funções musicais, com o A de que o grupo vocal e instrumental fundado por ele em tenor e antigo destacado membro do grupo Paul Agnew tornando-se 1979 se tornou a principal força da música barroca na França e de diretor musical associado e regente associado (assim como codiretor que Christie tem razão ao dizer que “nos tornamos uma espécie de do Le Jardin des Voix), e o violoncelista/cravista Jonathan Cohen tesouro nacional”. Ele mesmo virou cidadão francês há tempos, e suas virando regente associado. “Já tivemos muita gente maravilhosa no honrarias incluem ser membro da Légion d’Honneur e de ocupar, na grupo; porém, nunca houve a ideia de segurá-las”, diz Christie. “Com Académie des Beaux-Arts, a vaga antes atribuída a Marcel Marceau. Paul e Jonny, é diferente. Conheci ambos como músicos – Jonny A palavra francesa pela qual ele por fim opta é pérennisation, como violoncelista da Orchestra of the Age of Enlightenment, e Paul que poderia ser traduzida em português por “perenização”. O que vindo à França cantar conosco em grandes produções de óperas e ele quer dizer – um plano também fazer outras coisas, de sucessão? Bem, esse que necessitavam de uma americano de 70 anos “Quero que Les Arts Florissants continue por voz especializada –, e eles certamente não está muito tempo, pois acho que o que estamos conhecem muito bem tanto pensando em aposentadoria a mim quanto ao Les Arts. (quantos regentes dessa fazendo vale a pena” – William Christie Levei bastante tempo para idade pensam nisso?); encontrar os dois, mas até ele tem em mente o futuro do grupo. “Quando as pessoas dizem hoje ninguém me perguntou por que eu dei esses postos a esses dois ‘ah, meu Deus, por que você não desiste?’, eu penso que ‘é curioso, britânicos. Há uma razão: algo na química do grupo que é importante. ninguém falaria assim da Orquestra de Cleveland; ninguém falava Estamos lidando essencialmente com músicos franceses, que foram assim da Schola Cantorum na época em que ela era o guia do fazer educados de uma forma específica. Há certos traços nacionais na musical intelectualizado; não se fala assim da Orquestra Hallé nem da maneira de eles verem a si mesmos nas organizações e no modo de Orchestre Colonne’. Ou seja, temos aqui algo institucional. Quero que trabalhar em conjunto que são diferentes da realidade em que eu Les Arts Florissants continue por muito tempo, pois acho que o que cresci, e em que Jonny e Paul cresceram. Acho que precisamos ter estamos fazendo vale a pena.” esse tipo de dualidade, que é uma das razões de nosso sucesso. De O processo de pérennisation inclui coisas do presente ou certa maneira, temos um temperamento francês/latino, mas também prestes a acontecer, desde as iniciativas de “aprendiz” Le Jardin des possuímos hábitos de trabalho e um modo de encarar os colegas que Voix (para vozes) e Arts Flos Juniors (para instrumentistas), que já vejo como essencialmente anglo-saxônico. Não falamos tanto disso, contribuíram muito para manter o fluxo de talento jovem no grupo, e tenho que ser cuidadoso na hora de colocar a questão, mas há essa até o estabelecimento de uma fundação para garantir estabilidade. espécie de dupla personalidade, um gênio em duas culturas, pelo qual Christie também valoriza bastante a entrada do grupo como Conjunto eu tenho enorme admiração e que creio ser essencial para o futuro.” Associado da nova sala de concertos de Paris, a Philharmonie, e suas É verdade que, como americano chegando a Paris e dizendo aos fortes conexões, desde 2007, com o departamento de performance locais como eles deviam fazer sua própria música (certa vez, declarou histórica da Juilliard School, de Nova York, que ele define como “um ao Le Figaro que os franceses tinham mais bagagem cultural do que grande achado, pois todo mundo está comentando que, agora que a conseguiam lidar e que ele estava lá para ajudá-los), ao longo dos anos

24 Janeiro / Fevereiro 2015 william christie

Aos 70 anos, tão ocupado como sempre: William Christie regendo Les Arts Florissants, grupo que fundou há 35 anos

Christie irritou alguns excêntricos e emplumados franceses. Ele parece Amsterdã era um lugar estranho, lá o cravo era o rei – algumas das ter sentido a afirmação de um ex-membro do Les Arts Florissants, pessoas que cantavam naquela época não conseguem mais, porque de que a influência do grupo é como uma enorme árvore sob a qual tiveram a voz irreparavelmente destruída pelos aiatolás instrumentais nada consegue crescer. Mas Christie se defende, indicando muitos da música antiga. E a França era, essencialmente, território virgem. artistas – incluindo os regentes Christophe Rousset, Emmanuelle Ao chegar, ouvi muita música francesa do século XVII gravada por Haïm e Hervé Niquet – que fizeram grandes coisas depois de grupos franceses na década de 1960, e era como um Benny Hill [cantor trabalhar com o conjunto. E não é que faltasse trabalho: “Em 1979, e ator cômico de sucesso da televisão inglesa] musical! Ou seja, uma examinamos repertórios, e boa parte era bastante difícil para nós. caricatura! Não dá para dizer nada de bom a respeito disso. Hoje, Escolhi Charpentier e alguns de seus predecessores e contemporâneos porém, ouço uns garotos fabulosos, para os quais essa música é parte de porque eles escreveram para o tamanho de grupo que eu tinha. Porém, sua natureza.” na maior parte, era coisa simples. Naquela época, trabalhar em nosso Paul Agnew certamente concorda que a influência de Christie foi primeiro grande balé de Rameau, repertório que exigia técnica e positiva: “Bill sempre foi um professor; basta olhar as pessoas que ele know-how, com músicos de cordas que eram na maioria da primeira lançou!”, exclama, quando nos encontramos em Veneza, onde ele ia geração do barroco francês, era diferente e, sim, tocávamos de um reger Les Arts Florissants em um concerto de madrigais de Monteverdi jeito desajeitado. Quer dizer, trabalhando apenas a técnica de cordas em meio ao ouro e aos Tintorettos da Scuola di San Rocco. E ele não de Rameau, como saber para onde a música vai? Como incorporar estava falando apenas das pessoas do grupo. “Sabe, Lorraine Hunt todos aqueles ritmos e ornamentos complicados? Trinta anos mais Lieberson não era uma cantora especialmente conhecida quando tarde, posso pegar um balé em um ato de Rameau, uma difícil obra audicionou para Médee, de Charpentier. Ainda temos a fita de sua de Mozart ou uma peça virtuosística italiana, e eles estão em casa! audição em algum lugar, junto com outras. Ao terminar Médee, ela Se, naquela época, eu tinha que passar uma semana trabalhando no estava estabelecida como uma estrela. E Bill fez isso por ela! Tudo bem acompanhamento de cordas para árias de obras vocais, hoje eu consigo que tinha qualidade, mas ele extraiu dela coisas que nem ela sabia que ouvir o que quero em dois ensaios. Há até certa despreocupação”. possuía – e ele também fez isso com outros.” Christie conta que, com os cantores, aconteceu o mesmo. Agnew fez muitas interpretações dos madrigais de Monteverdi “Quando cheguei à Europa, em 1970, havia momentos em que, se com Les Arts Florissants em concerto, e seleções representativas de ficasse falando muito de repertório vocal para além das cantatas de cada um dos oito livros estão saindo em três lançamentos separados, no Bach, as pessoas começavam a olhar como se você fosse meio esquisito. recém-criado selo do grupo, Les Arts Florissants Editions. Outros CDs

Janeiro / Fevereiro 2015 25 Uma presença benigna, porém vigilante: William Christie ensaia com os músicos de Les Arts Florissants editados até agora incluem um bem recebido Belshazzar, de Händel, Só que texto e a “musicalidade da língua” sempre foram centrais para no ano passado, e um programa chamado “Le Jardin de Monsieur o fazer musical de Christie – além de uma preparação rigorosa. “Bill não é Rameau”, enquanto os seguintes trazem mais Händel em “Music for alguém de se acomodar; ele nunca, jamais, vai ficar satisfeito”, diz Agnew. Queen Caroline” e um disco de “airs seriéux et à boire” do século XVII, “Trabalhar com ele é de tirar o fôlego, exaustivo, espantoso, porque ele de Lambert, Charpentier e outros. O disco de Monteverdi é o primeiro sempre quer nos levar adiante. É coisa séria, mas fazemos assim porque a não incluir Christie, o que faz que não seja tão surpreendente o fato queremos chegar ao palco pensando ‘espere até ouvir isso!’.” de que, sob direção de um cantor, o grupo entre em repertório novo, na “A preparação é importante”, concorda Christie. “Você tem forma dos primeiros livros de madrigais de Monteverdi. O volume do que entender que aqui interpretamos de verdade, não aprendemos meio, contendo madrigais dos Livros 4, 5 e 6, é o primeiro a sair. “Esses por repetição, de modo que passamos por muito mais preparação do são madrigais que mostram como Monteverdi lidava com o texto”, que os outros.” Porém não menos importante é a escolha do cantor, diz Agnew. “Acho que a caixa deveria dizer que a direção é minha e e nessa hora, Christie, ao buscar um para o Jardin des Voix, procura de Rita de Letteriis, nossa preparadora vocal, pois nós como cantores as mesmas características que desejava ao recrutar para Les Arts imaginamos que Monteverdi começava a compor um madrigal sem Florissants na década de 1980. “Em primeiro lugar, você sente a nada além do poema. Então, a primeira coisa que fazemos é ouvir Rita curiosidade intelectual. Em segundo, o desejo de se comunicar. Isso recitar o poema, e daí falamos longamente sobre ele; essa conversa é algo que nem todos os cantores possuem – alguns não parecem modifica nosso jeito de encarar a música, de maneira que, quando a estar no mesmo espaço que você –, porém, tivemos desde o começo cantamos pela primeira vez, temos uma ideia do que está dizendo, e dá gente como Dominique Visse, Guillemette Laurens e Agnès Mellon. para ter uma conexão imediata com o que Monteverdi queria.” Não escuto muito minhas velhas gravações, mas, ao ouvir Agnès em Um detalhe interessante dessa preocupação com o texto vem de Castor et Pollux, fico subjugado. Gosto de vozes do bel canto que soem René de Ceccatty, o autor do conto especialmente encomendado, que, naturais e que têm facilidade nas coloraturas. E gosto de coleguismo, assim como em todos os lançamentos da Les Arts Florissants Editions, de gente que aprecia fazer música com os outros. Meu ideal é ouvir acompanha o disco de Monteverdi. De Ceccatty é libretista e especialista Joyce DiDonato cantando em um quarteto ou Sarah Connolly fazendo em poesia do Renascimento italiano, porém me conta que ouvir os esforços enormes e bem-sucedidos para cantar em conjunto.” madrigais interpretados por Les Arts afetou sua forma de escrever. “Acho Em dezembro de 2013, ao ouvir Les Arts fazendo o programa de que Paul Agnew e William Christie conseguiram um belo equilíbrio “airs sérieux et à boire” no Wigmore Hall, em Londres, fiquei espantado entre o musicológico e o hiperexpressivo”, afirma. “Ao escrever, ouvia-os porque se tratava de uma escalação de cantores e instrumentistas quase cantando as linhas individuais e tentava imaginar meu personagem, um completamente nova para mim. Porém, as qualidades familiares e poeta dos dias de hoje, escrevendo poesia no mesmo estilo.” definidoras do grupo, como sempre, estavam em evidência. Do senso

26 Janeiro / Fevereiro 2015 urgente de comunicação e pura excelência do grupo à falta de timidez com que esses intérpretes, em sua maioria jovens, parecem se atirar nessa sequência semiencenada balanceada de canções e conjuntos vocais de pequena escala. Tratava-se de performances que se enquadravam no molde sóbrio, ainda que expressivamente verossímil, do Les Arts, da mesma forma que as do passado, nas quais você podia ouvir artistas Digital Concert Hall como Dominique Visse, Véronique Gens, Sandrine Piau, Jill Feldman, A Filarmônica de Berlim em sua casa. Guillemette Laurens, Gérard Lesne, Sophie Daneman, Patricia Petibon, Jean-Paul Fouchécourt, Mark Padmore ou Paul Agnew construindo Acesse pelo Site CONCERTO suas reputações. E como eles parecem à vontade no palco! A fadiga e ganhe 10% de desconto. das preparações acabou tendo, com serenidade, um resultado final engenhoso e natural, com Christie, que talvez fosse quarenta anos mais www.concerto.com.br/dch velho do que a maioria dos que o circundavam, sentado ao fundo e presidindo tudo ao cravo – uma presença benigna, porém vigilante. Filarmônica de Berlim Essa última descrição pode causar surpresa, e Agnew admite com um sorriso que “Bill tem fama de ser às vezes feroz. Mas isso pROgRAmAçãO 2015 tem a ver com ele se entregar, e eu simpatizo com essa atitude. Não há motivo para entrar pela metade nessas coisas. Estamos lidando sábado • 10 de janeiro • 16h com a música de gênios, e você tem que dar duro para chegar o mais Herbert Blomstedt, regente perto deles possível. Bill tem expectativas muito altas, e tudo isso Anton Bruckner – Sinfonia nº 8 tem a ver com a música. Porém, uma vez que você ganha a confiança sábado • 17 de janeiro • 16h dele, pode fazer tudo, ele vai acreditar em você. Ele vai se sentar atrás de você como se dissesse ‘trabalhamos duro, agora vá e faça’. Christian Thielemann, regente Franz Liszt – Orpheus Desse jeito, teremos mais do que apenas um concerto. Sabe, quando Hans Werner Henze – Sebastian im Traum a apresentação está para começar, Bill sempre fica impaciente para a Beethoven – Sinfonia nº 3, Eroica orquestra afinar rápido, pois, mesmo depois de todos esses anos, ele ainda fica ansioso e mal pode esperar para entrar no palco e começar. sábado • 24 de janeiro • 16h Sua missão é promover essa música. Enquanto entramos no palco, ele Christian Thielemann, regente sibylla rubens, soprano sempre diz: ‘Chantez pour convaincre!’ [Cantem para convencer!]. Christian Gerhaher, barítono Precisamos de mais gente como Bill, insistindo no brilho”. Coro da Rádio de Berlim [Tradução: Irineu Franco Perpetuo] Brahms – Um réquiem alemão sábado • 31 de janeiro • 16h simon rattle, regente Les Arts Florissants EM DISCO Kate royal, soprano Lindsay Kemp escolhe quatro das melhores gravações de Christie Magdalena Kozená, mezzo Coro da Rádio de Berlim Helmut Lachenmann – Tableau Bouzignac: Rameau: Mahler – Sinfonia nº 2, Ressurreição Motets. Te Deum Grands Motets Les Arts Florissants Les Arts quinta-feira • 5 de fevereiro • 17h William Christie Florissants simon rattle, regente William Christie Sibelius – Sinfonia nºs 1 e 2

Harmonia Mundi B HMA195 1471 Erato S f 2564 68686-3 (8/95R) sexta-feira • 6 de fevereiro • 17h (6/94R) Vencedor do Gramophone Award, simon rattle, regente A única vez em que Christie inclui este disco mostra a facilidade de Leonidas Kavakos, violino vozes de meninos na música Christie para combinar beleza e Sibelius – Sinfonia nº 3 Sibelius – Concerto para violino sacra de expressão mais direta do graça com energia dramática segura. Sibelius – Sinfonia nº 4 Barroco francês. sábado • 7 de fevereiro • 16h Charpentier: Händel: simon rattle, regente Médée Belshazzar Sibelius – Sinfonia nºs 5, 6 e 7 Sols incl Lorraine Sols incl Allan Hunt Médée Mark Clayton sábado • 28 de fevereiro • 15h Padmore Jason Belshazzar; valery Gergiev, regente Les Arts Florissants Rosemary Joshua hélène Grimaud, piano William Christie Nitocris Beethoven – Concerto nº 4 Les Arts Florissants Prokofiev –Sinfonia nº 6 Erato S c 2564 66305-7 (6/95R) William Christie A segunda gravação de ©Monika RitteRshaus / BeRlin Phil Media Christie da Médée de Les Arts Florissants Editions M c AF001 Charpentier, com performances (12/13) incandescentes de Mark O primeiro lançamento do selo próprio Padmore e Lorraine Hunt. de Les Arts Florissants faz plena justiça a um dos maiores oratórios de Händel.

GUIA MENSAL DE MÚSICA CLÁSSICA Roteiro Musical Festivais de Verão

Festivais de verão promovem em diversos estados grande programação artística e pedagógica no início do ano No “recesso clássico” do começo de ano, quando a maior parte das Antonio Meneses orquestras e dos teatros ainda não iniciou oficialmente suas temporadas, a cena erudita nacional é movimentada por diversos festivais, que acon- tecem especialmente em cidades fora dos tradicionais centros musicais do país. Neste início de 2015, os principais eventos do tipo – que trazem uma ótima programação de concertos, além da generosa oferta de mas- ter classes e oficinas – são cinco. Confira a seguir os destaques de cada um deles e programe-se. O festival que abre o ano de 2015 da música nacional é a Oficina de Música de Curitiba, que chega à 33ª edição. O evento começa logo no dia 8 e leva recitais e oficinas de música à capital do Paraná até o dia 28 de janeiro. São dois núcleos dedicados à música clássica: um deno- minado “erudito”, dedicado ao repertório tradicional, e outro voltado à música antiga – além dos cursos de MPB e a Oficina Verde, de construções

sustentáveis. A abertura da programação musical é no próprio dia 8, no divulgação Guairão, com a Orquestra de Câmara da Cidade de Curitiba sob regência de Cláudio Cruz, que é o novo diretor musical da Oficina. Como solistas, No Sul do país, ganha destaque o Festival de Música de Santa o grupo recebe o pianista japonês Atsushi Imada e o trompetista Fernando Catarina, Femusc, que chega ao décimo ano. Com direção artística de Dissenha. Entre os destaques da programação estão o lançamento do CD Alex Klein, o festival leva ótima programação artístico-pedagógica para Villa-Lobos sacro, que acontece no dia 11, na Capela Santa Maria, com o a cidade de Jaguará do Sul. Entre os professores estão nomes como a Collegium Cantorum sob regência de Helma Haller; e o recital de piano soprano cubana-suíça Ana Häsler, da Ópera Estatal da Bavária, o violi- solo do polonês Michal Karol Szymanowski, também no dia 11, na Capela nista argentino Leon Spierer, da Filarmônica de Berlim, e o clarinetista Santa Maria. O encerramento do festival ocorre no dia 17, novamente no Ovanir Buosi, da Osesp – além do Quarteto Arianna, grande destaque da Guairão com regência de Cláudio Cruz. Dessa vez ele dirige a Orquestra presente edição. A Orquestra Femusc abre o evento, no dia 18 de janeiro, Sinfônica e o Coro da 33ª Oficina de Música de Curitiba e recebe como com um concerto que tem o violonista Mario Ulloa e a mezzo Céline solistas o grande violoncelista Antonio Meneses e a soprano Daniella Car- Imbert como solistas. A regência é de Alex Klein. Já o encerramento, valho. Do dia 18 até 28 de janeiro, acontece a programação dedicada à no dia 31, tem a Megaorquestra do Femusc – composta por cerca de música popular brasileira. trezentos jovens instrumentistas selecionados nas oficinas do festival. Outro festival que se inicia no começo de janeiro é o Música nas Ainda no Sul, agora na cidade de Pelotas, acontece o 5º Festival Montanhas, que realiza sua 16ª edição na cidade mineira de Poços de Internacional Sesc de Música. Com direção artística de Evandro Caldas entre os dias 11 e 24. Com direção artística do maestro Jean Reis, o Matté, o evento acontece na cidade gaúcha entre os dias 18 e 30 de festival tem mais de quarenta concertos na programação, organizados em janeiro. Nos destaques, vale mencionar o violonista Yamandu Costa, apresentações noturnas e diurnas, ocupando diversos espaços culturais da que abre o festival no dia 18, no Theatro Guarany, como solista da cidade. Durante e como parte do festival, acontece também o 1º Encontro Orquestra de Câmara do Theatro São Pedro de Porto Alegre, sob Brasileiro de Clarones, dos dias 12 a 16; entre os professores confirmados direção de Antônio Borges-Cunha. Na programação artística serão ao estão o holandês Henri Bok e o brasileiro Luís Afonso Montanha. A pri- todo 42 espetáculos; já a área pedagógica conta com quarenta profes- meira apresentação da Orquestra Sinfônica do Festival é no dia 16, sob re- sores de doze países, e são esperados trezentos alunos participantes. gência do maestro vietnamita Tran Vuong Thach; no programa, a Sinfonia Mais informações e detalhes da programação podem ser obtidos no nº 7 de Beethoven e o Concerto para harpa e flauta de Mozart, com solos site www.sesc-rs.com.br/festival. de Suélem Sampaio e Danilo Mezzadri. A Orquestra Sinfônica do Festival Outra cidade gaúcha é sede de um festival de verão, entre os dias 31 fecha o Festival Música nas Montanhas no dia 24, quando, sob regência de janeiro e 8 de fevereiro. Trata-se da estreia do Gramado in Concert. de Jean Reis, recebe como solista o violinista Cármelo de los Santos. Parti- Com direção artística de Linus Lerner e realização da Secretaria de Tu- cipam também do concerto o Coro Sinfônico do Festival e alguns dois mais rismo de Gramado, o evento promove concertos diários na rua Coberta, destacados jovens da programação pedagógica. além de oficinas de instrumentos e sessões de prática orquestral. Entre os professores, destaque para a flautista franco-brasileira Adeline Stervi- nou, o violista norte-americano Brett Deubner e o violoncelista húngaro- -americano Kalin Ivanov. Atua como grupo residente do festival a jovem divulgação Orquestra Sinfônica de Gramado, criada em 2011. A cidade de São Paulo também tem sua programação de verão em janeiro. Entre os dias 26 e 30, acontece a segunda edição do Festival de Verão da Escola Municipal de Música de São Paulo. Com uma programação diária voltada especialmente ao ensino de música, o festi- val promove master classes, conferências e mesas-redondas abertas ao público em geral – para participar das atividades, basta chegar com uma hora de antecedência e inscrever-se gratuitamente. A programação diá- ria é distribuída em blocos: canto lírico e piano (dia 26); cordas e harpa (dia 27); violão e música antiga (dia 28); metais e percussão (dia 29); e madeiras (dia 30). Todas as atividades serão ministradas pelo corpo docente da Escola Municipal de Música e dão direito a certificados, que Alex Klein estarão disponíveis nos dias 5 e 6 de fevereiro.

28 Janeiro / Fevereiro 2015 CONCERTO curitiba, pr te. Ademir Maurício – baixo e Clenice – Concerto para piano e Sinfonia nº Larsen-Maguire – regente. Programa: Ortigara – órgão. Programa: Padre Nosso, 1; Geraldo Finzi – Romance op. 11; Beethoven – Sinfonia nº 9, Coral. Leon 33ª Oficina de Música de Curitiba Ave Maria e Missão São Sebastião. Santoro – Miniconcerto Grosso; Spierer – violino. Beethoven – Sinfonia Capela Santa Maria – Espaço Cultural – Tel. Sibelius – Andante festivo; e Tomasi – nº 5. De 8 a 17 de janeiro (41) 3321-2840. R$ 10. Concerto para contrabaixo. Capela Santa Maria – Espaço Cultural – 25/20h30: Banda Sinfônica do Música erudita e música antiga 11/20h30: Música de câmara e piano Tel. (41) 3321-2840. Entrada franca. Femusc. Dietmar Wiedmann – regente. Curadoria: Cláudio Cruz solo. Michal Karol Szymanowski – pia- 27/20h30: Arianna String Quartet: no. Programa: obras de Szymanowski. 17/20h30: Concerto de encerramento. De 18 a 28 de janeiro John McGrosso e Julia Sakharova – Hagai Shaham – violino e Olga Kiun Orquestra Sinfônica e Coro da Oficina. violinos, Joanna Mendoza – viola, Música popular brasileira – piano. Programa: Brahms – Sonata Cláudio Cruz – regente. Mara Campos Kurt Baldwin – violoncelo. Charles Informações: nº 3. David Lefévre – violino, Roman – regente do coro. Antonio Meneses Stegeman – violino e Alexandre Dossin www.oficinademusica.org.br Mekinulov – violoncelo e Olga Kiun – – violoncelo, Daniella Carvalho – so- – piano. Programa: Brahms – Quinteto piano. Programa: Dvorák – Dumky Trio. prano. Programa: Elgar – Concerto para Leia mais na pág. 28. para piano e cordas. Capela Santa Maria – Espaço Cultural – Tel. violoncelo op. 85; e Villa-Lobos – A 08/20h30: Concerto de abertura. (41) 3321-2840. R$ 10. floresta do Amazonas. 28/20h30: Orquestra de Violões Orquestra de Câmara da Cidade Guairão – Auditório Bento Munhoz da Rocha do Femusc. Luiz Lenzi – regente. 12/14h30: Palestra “Aprender a tocar de Curitiba. Cláudio Cruz – regente. Netto – Tel. (41) 3304-7914. R$ 30. Programa: Bosveld – Match-Rythm; e criar ao piano”, com Abigail Silva. Atsushi Imada – piano e Fernando Torstein – New Waves; e Pascal Gendre Capela Santa Maria – Espaço Cultural – Tel. Dissenha – trompete. Programa: Bartók (41) 3321-2840. Entrada franca. Gramado, RS – Pyramids. Grupo de Metais – Danças romenas; Shostakovich – do Femusc. Luiz Lenzi – regente. Concerto para piano e trompete nº 1 13/18h30: Clan Mac Norse. Programa: Gramado in Concert – Festival op. 35; e Tchaikovsky – Souvenir de 29/20h30: Orquestra Ópera do música celta. Internacional de Música Florence. Femusc. Catherine Larsen-Maguire – Teatro do Paiol – Tel. (41) 3213-1340. R$ 10. regente. Guairão – Auditório Bento Munhoz da Rocha De 31 de janeiro a 8 de fevereiro Netto – Tel. (41) 3304-7914. R$ 30. 13/20h30: Orquestra e Coro da 30/20h30: Orquestra Sinfônica do Direção artística: Linus Lerner Oficina. Jeffrey Skidmore – regente Femusc. Catherine Larsen-Maguire 09/18h30: Terra Sonora. Programa: Informações: www.gramadoinconcert. de coro. Maria Cristina Kiehr – sopra- – regente. Programa: Orff – Carmina composições de diversas etnias e blogspot.com.br no, Rodrigo del Pozo – tenor, Rachel burana. Leon Spierer – violino. diferentes épocas e obras de Rogério Brown – flauta, Diego Nadra – oboé, Beethoven – Sinfonia nº 5. Gulin e Plínio Silva. Tomasz Wesolowski – fagote, Robert Teatro do Paiol – Tel. (41) 3213-1340. R$ 10. JARAGUÁ DO SUL, SC Farley – trompete, Rodolfo Richter e Série Concertos para Famílias Nicholas Robinson – violinos, Claire 09/20h30: Música de câmara. FEMUSC – 10º Festival de Música Centro Cultural SCAR – Grande Teatro Fahy – viola, Juan Manuel Quintana Lançamento do Ensemble. Instituto de Santa Catarina Tel. (47) 3725-2477. – viola da gamba, Paolo Zuccheri – Curitiba de Arte e Cultura. Winston violone, Dolores Costoyas – teorba e 24/10h30: Norberto Garcia – violino. Ramalho – violino, Alexandre Razera De 18 a 31 de janeiro guitarra barroca e James Johnstone – – viola e Isaac Andrade – violoncelo. 24/13h30: Concerto do Femusc Jovem. cravo. Programa: obras de Jan Dismas Direção artística: Alex Klein Programa: Schumann – Quinteto para Enaldo Oliveira – regente orquestral. Zelenka e Tellemann, entre outros. Informações: www.femusc.com.br piano op. 44; e Brahms – Quarteto op. Liara Roseli Krobot – Femuskinho. Capela Santa Maria – Espaço Cultural – Tel. 60, Werther. Leia mais na pág. 28. (41) 3321-2840. R$ 10. 31/10h30: Norberto Garcia – violino. Capela Santa Maria – Espaço Cultural – Tel. (41) 3321-2840. R$ 10. Série Grandes Concertos Programa: Sinfonietta. 15/18h30: Recital de violão, com Centro Cultural SCAR – Grande Teatro alunos de Fabio Zanon. Tel. (47) 3725-2477. 31/13h30: Orquestra Filarmônica 10/18h30: Música de câmara. Maria Teatro do Paiol – Tel. (41) 3213-1340. R$ 10. Femusc Jovem. Enaldo Oliveira – Ester Brandão e Alexandre Brasolim 18/17h00: Concerto de abertura. regente. Keroll Elisabeth Weidner – – violinos, Alexandre Razera – viola, 16/18h30: Concerto de encerramento Mario Ulloa – violão. Programa: Femuskinho. Maria Alice Brandão – violoncelo, dos alunos de música antiga. Joaquín Rodrigo – Concerto de Marcelo Oliveira – clarinete e Rodrigo Aranjuez. Orquestra Femusc. Alex Klein Teatro do Paiol – Tel. (41) 3213-1340. Entrada Série Momento Springmann Oliveira – piano. Programa: Brahms – franca. – regente e oboé. Programa: Mascagni Centro Cultural SCAR – Pequeno Teatro Quinteto para clarinete e cordas op. – Intermezzo, de Cavalleria rusticana. Tel. (47) 3725-2477. 115; e Prokofiev – Abertura sobre 16/20h30: Concerto de encerramen- Orquestra Femusc. Céline Imbert – temas hebreus. to da Banda Sinfônica da Oficina. mezzo soprano. Programa: Guarnieri 20/19h00: Catalin Rotaru – contra- Teatro do Paiol – Tel. (41) 3213-1340. R$ 10. Edivaldo Chiquini – regente. – Azulão; Villani-Côrtes – Papagaio baixo. Programa: Piazzolla – O grande Guairão – Auditório Bento Munhoz da Rocha azul; Ronaldo Miranda – Cantares; e tango; Villa-Lobos – Ária das Bachianas 10/20h30: Recital com professores Netto – Tel. (41) 3304-7914. R$ 10. Waldemar Henrique – Minha terra. brasileiras nº 5; e Vieuxtemps – de música antiga. Maria Cristina Kiehr Tarantella. – soprano, Rodrigo del Pozo – tenor, 17/11h00: Concerto de encerramento 22/20h30: Arianna String Quartet: Rachel Brown – flauta, Diego Nadra da classe de coro infantil e adulto. John McGrosso e Julia Sakharova – vio- 27/19h00: Alex Klein – oboé, Ovanir – oboé, Tomasz Wesolowski – fagote, Mara Campos e Ana Yara Campos – linos, Joanna Mendoza – viola, Kurt Buosi – clarinete, Julia Sakharova Robert Farley – trompete, Rodolfo regentes. Baldwin – violoncelo. Charles Stegeman – violino e Joanna Mendoza – vio- Richter e Nicholas Robinson – violi- Teatro do Paiol – Tel. (41) 3213-1340. Entrada – violino e Ricardo Castro – piano. la e Catalin Rotaru – contrabaixo. nos, Claire Fahy – viola, Juan Manuel franca. Programa: Chausson – Concerto para Programa: Prokofiev – Quinteto op. 39. Quintana – viola da gamba, Paolo violino, piano e quarteto de cordas. Zuccheri – violone, Dolores Costoyas 17/12h00: Concerto de música 29/20h00: Banda Sinfônica do – teorba e guitarra barroca e James contemporânea. Ensemble Mobile. 23/20h30: Orquestra Sinfônica do Femusc. Dietmar Wiedmann – regente. Johnstone – cravo. Programa: obras de Capela Santa Maria – Espaço Cultural – Femusc. Catherine Larsen-Maguire Teatro Municipal de Pomerode – Rua Hermann Tel. (41) 3321-2840. Entrada franca. Weege, 111. Biber, Schnelzer e Jan Dismas Zelenka. – regente. Cláudio Jaffé – violonce- Capela Santa Maria – Espaço Cultural – Tel. lo e Catalin Rotaru – contrabaixo. (41) 3321-2840. R$ 10. 17/16h00: Concerto de encerramen- Programa: Mozart – Concerto para 30/19h00: Daniel Guedes – violino to. Orquestra de Cordas da Oficina. contrabaixo em lá maior. e Cláudio Jaffé e Dennis Parker – vio- 11/16h00: Lançamento do CD “Villa- Reginaldo Nascimento – regente. loncelos. Programa: Mozart – Sinfonia -Lobos sacro”. Collegium Cantorum. Thierry Barbé – contrabaixo e Estefan 24/20h30: Solistas do Festival. Concertante K 364. Grupo de Música Helma Heller – direção artística e regen- Iatkewic – piano. Programa: Haydn Orquestra do Femusc. Catherine Contemporânea do Femusc. Eduardo

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2015 29 Roteiro Musical Festivais de Verão

Leandro – percussão. Programa: Poços de Caldas, MG Abertura de Dien Bien Phu; Mozart 23/18h00: Orquestra Acadêmica do Schönberg – Pierrot lunaire. Enrique – Concerto para harpa e flauta Festival. Regência: alunos da classe Crespo – trombone. Programa: Crespo 16º Festival Música K 299 e K 297c; e Beethoven – de regência orquestral. Gabriel Nunes – Sem 2. nas Montanhas Sinfonia nº 7 op. 92. Ângeli – trompete. Programa: Haydn – Concerto para trompete; e Samuel 31/14h00: Simon Bernardini – violino. De 11 a 24 de janeiro 17/01: Orquestra Sinfônica do Krähenbühl – Sinfonietta nº 1. Programa: Mozart – Sinfonia nº 41, Júpiter. Festival. Jean Reis – regente. Projeto Serioso. Ricardo Young – viola. Direção artística: Jean Reis Marcos Machado – contrabaixo, 23/20h30: Banda Sinfônica do Informações: www.festivalmusicanas- Ney Fialkow – piano e Paul Wexler Festival. Mônica Giardini – regente. 31/20h00: Concerto de encerramento. montanhas.com.br/festival – clarinete. Programa: Bottesini Megaorquestra do Femusc. 24/20h30: Concerto de encerramento. – Concerto para contrabaixo nº 2; Arena Jaraguá – Rua Gustavo Hagedorn, 453. Leia mais na pág. 28. Orquestra Sinfônica do Festival e Guarnieri – Concertino para pia- Coro Sinfônico do Festival. Jean Reis Série Concertos Noturnos no e orquestra de câmara; Artie PELOTAS, RS – regente. Cármelo de los Santos Teatro da Urca – Tel. (35) 3713-9901. Shaw – Concerto para clarinete e – violino, Camila Rabelo e Rafaela orquestra de jazz; e Mussorgsky/ 11/01: Concerto de abertura. Martins – sopranos, Marcela Rahal e 5º Festival Internacional Rimsky-Korsakov – Uma noite sobre Camerata Ibague (Colômbia). Catarina Taira – mezzo sopranos, Felipe Sesc de Música o Monte Calvo. Sergio Sánchez – regente. Menezes – tenor, Moisés Helbert-Peña De 18 a 30 de janeiro 18/01: Banda Sinfônica do – barítono e Guilherme de Oliveira – 12/01: Gilberto Tinetti – piano e Conservatório Musical de Poços de baixo. Programa: J. Strauss – Abertura Direção artística: Evandro Matté Adriana Clis – mezzo soprano. e trechos de O morcego; Shostakovich Informações: Caldas. Juliano Barreto – regente. 13/20h30: Clarones a 4. – Concerto para violino nº 1 op. 77 www.sesc-rs.com.br/festival 19/01: Quarteto Camargo Guarnieri. (op. 99); e Bartók – Suíte nº 1 op. 3. Leia mais na pág. 28. 14/01: Ensemble São Paulo. 20/01: Cármelo de los Santos – vio- SÃO PAULO, SP 18/20h00: Concerto de abertura. 15/01: Klezundheit! – Musical Diáspora. lino, Viktor Uzur – violoncelo e Guigla Orquestra de Câmara do Theatro Bob Herman – direção e criação. Katsarava – piano. São Pedro. Antônio Borges-Cunha – Participação: Paul Wexler – clarinete. 2º Festival de Verão da Escola regente. Yamandu Costa – violão. 21/01: Concerto dos professores Municipal de Música de São Paulo 16/01: Orquestra Sinfônica do Teatro Guarany – Tel. (53) 3225-7636. do festival. De 26 a 30 de janeiro Festival. Tran Vuong Thach – 24/20h30: Orquestra Unisinos regente. Danilo Mezzadri – flau- 22/01: Coro Infantil do Festival. Dulce Informações: Anchieta. Renato Borghetti – acordeão. ta e Suélem Sampaio – harpa. Primo – regente. Grande Coral do www.theatromunicipal.org.br Praia do Laranjal. Programa: Tran Manh Hung – Festival. Regina Kinjo – regente. Leia mais na pág. 28.

Roteiro Musical São Paulo

Seleção de valsas op. 39; e Borodin nores; Angela Conte, Eny Lara, Hugo diaes celebris; anônimo do século XIII Janeiro – Danças polovitsianas. Leia mais na Sergio, João Marques, Lourdes de – Notas e Alle Psalite; Susato – Pavana; pág. 31. Oliveira, Margareth Sa, Milton Silva, Josquin des Prez – Mille regretz; Teatro MuBE Nova Cultural – Av. Europa, 218 Richard Caracciolli, Rosa Amelia, Attaingnant – Tourdion e Basse danse; 10 SÁBADO – Jardim Europa – Tel. (11) 2594-2601 (192 Teresa Pito, Walter Altieri e Walter Encina – Romerico e Partir, corazón, lugares). R$ 30. Sardinha – cantores; Sandra Stifan – partir; Vasco Pires – Aleluia; anônimo 18h30 Duo Ribeiro-Lima teclado, João Gimenes – bateria e Alex do século XVI – Vámonos Juan al Aldea; Telo – violino e contrabaixo. Bach – Fuga BWV 878; e Purcell – Série Concertos – Música renascen- 17 SÁBADO tista. Alexandre Ribero – teorba Biblioteca de São Paulo – Auditório – Av. Fairest Isle. e Anderson de Lima – alaúde. Cruzeiro do Sul, 2630 – Santana – Tel. (11) 2089- Sesc Vila Mariana – Auditório – Rua Pelotas, 13h00 quarteto de Cordas 0800 (89 lugares). Entrada franca. Reapresentação 141 – Vila Mariana – 1º andar – Tel. (11) 5080- Programa: Milano – Intabolatura Quadrus Chordarum e Natália dias 36/1 e 27/2 às 14h na Biblioteca Municipal 3000 (128 lugares). Entrada franca. di Lauto libro primo e Fantasias Nuto Sant’Anna. Áurea – soprano 12 e 13; Diego Ortiz – Ricercada 5 Concertos CCBB de Música Clássica. e Trattado de Glosas; Robinson – 15h55 Ópera A viúva alegre, DOMINGO Júlio Medaglia – curador. Edgar Leite 18 Toy for Two Lutes, Twenty Ways de Franz Léhar e Alexandre Cunha – violinos, Davi upon the Bells e The Queen’s Good The Metropolitan Opera House. Caverni – viola e Alberto Kanji – violon- 15h30 LUCIANA NODA – piano Night; compositores anônimos da Transmissão ao vivo de Nova York. Susan celo. Programa: Borodin – Quarteto de Música no MuBE. Programa: Schubert – era elisabetana – Robin; Dowland – Stroman – produção e coreografia. Julian cordas nº 2; A. Levy – Reverie; Puccini – Improviso D 946 nº 1; Liszt – Soneto de Lachrimae; Castaldi – Arpesca Crouch – cenografia. Andrew Davis, Paul Crisantemi, elegia; Mozart – Exsultate ju- Petrarca 104; Albeniz – Recuerdos de gagliarda; Piccinini Nadler e Fabio Luisi – direção. Andrew bilate; Santoro – Acalanto da rosa; Ovale viaje; e Debussy – Étude pour les arpè- – Chaconne; e Kapsberger – Canario. Davis – regente. Com Renée Fleming, – Azulão; e Carlos Gomes – Conselhos. ges composes. Leia mais na pág. 31. Sesc Vila Mariana – Auditório – Rua Pelotas, Kelli O’Hara, Nathan Gunn, Alek Shrader Igreja das Chagas do Seráfico Pai São Teatro MuBE Nova Cultural – Av. Europa, 218 141 – Vila Mariana – 1º andar – Tel. (11) 5080- e Thomas Allen. – Jardim Europa – Tel. (11) 2594-2601 (192 3000 (128 lugares). Entrada franca. Francisco – Largo São Francisco, 173 – Sé – Tel. (11) 3105-8791 e 3106-5297. Entrada franca. UCI Salas de Cinema. R$ 60. Verificar locais lugares). R$ 30. em www.ucicinemas.com.br/metopera. 11 DOMINGO 14h00 Grupo de Poetas, Cantores 22 QUINTA-FEIRA e Declamadores de São Paulo 18h30 Quarteto Fontegara 15h30 SILVIA MOLAN e PEDRO Yara Lopes – direção musical. Sandra Série Concertos – Música renascentis- 21h00 André MehMari – piano HENRIQUE GIROTTI SPERANDIO – Stifan e Richard Caracciolli – produ- ta. Ana Cristina Rossetto, Bernardo Bach: Tema e contratema. Programa: piano a quatro mãos ção musical. Terezinha Dias Rocha e Luís Ribeiro de Toledo Piza, Claudia obras de Bach. Música no MuBE. Programa: Grieg Domingo Lage – direção-geral. Diana Freixedas e Marília Macedo – flautas Espaço Cachuera! – Rua Monte Alegre, 1094 – – Suite Peer Gynt op. 46; Schubert Victoria e Susana Miranda – sopranos; doces. Programa: Orff – Carmina bura- Perdizes – Tel. (11) 3872-8113 e 3872-5563 – Fantasia D 940 op. 103; Brahms – Antonio Failde e Luigi Venutti – te- na – Tempus transit gelidum e Fulget (60 lugares). R$ 30.

30 Janeiro / Fevereiro 2015 CONCERTO Medley Jovem Guarda e Medley Sala São Paulo 24 SÁBADO Roberto Carloos; e Piza – Suíte sinfônica Adoniran Barbosa. Obras de Villa-Lobos e Mahler 18h30 IL Dolce Ballo Theatro São Pedro – Sala principal – Rua Série Concertos – Música renascentista. Albuquerque Lins, 207 – Barra Funda – Tel. abrem temporada da Osesp Sandro Badilon – canto, Marta Roca – (11) 3667-0499 – Metrô Marechal Deodoro. flauta doce, Rosimary Parra – cordas Ingresso Rápido: Tel. (11) 4003-1212 – www. A Orquestra Sinfônica do Esta- ingressorapido.com.br. (636 lugares). Entrada Marin Alsop dedilhadas e Alexandre Biondi – per- franca. do de São Paulo abre oficialmente cussão. Programa: Landini – Ecco la sua temporada nos dias 26, 27 e a n A l ex d er primavera; Hassler – Jungfrau, deine 11h00 Orquestra Instituto GPA 28 de fevereiro. Comandado pela schöne Gestalt; Praetorius – Ballet des Aniversário da cidade de São Paulo. diretora musical e regente titular

coqs; Dowland – Flow my Tears; Van / De divulgação Daniel Misiuk – regente. Marin Alsop, o grupo interpreta Eyck – Variações sobre Lachrimae anti- Museu da Casa Brasileira – Av. Brig. Faria Lima, Rapture, de Christopher Rouse, e quae de John Dowland; Donato – Chi la 2705 – Jardim Paulistano – Tel. (11) 3032-3727 gagliarda; Tromboncino – A la guerra; (220 lugares). Entrada franca. a Sinfonia nº 5 de Gustav Mahler. Capirola – Balleto; Cancioneiro de A Osesp tem se dedicado bastante Belém – Pues a Dios humano vemos; 12h30 Guilherme de Camargo ao compositor austríaco; em 2014, Cancioneiro musical d’Elvas – A la Villa – cordas dedilhadas, Sonia ofereceu uma leitura elogiada da Voy; Cancioneiro da Biblioteca Nacional Goussinsky – canto, Beto Angerosa Sinfonia nº 3, o que levou a dire- Belas-Artes de Paris – Menina dos olhos – percussão e Diocleyr Baulé – ção artística a começar a estudar o verdes; Pisador – Si te vas a bañar canto, flauta transversal e naye plano de gravar todas as sinfonias Juanica; Cancioneiro musical de Upsala (flauta árabe) deixadas pelo compositor. A Quinta, – Ah, pelayo, qué demayo!; Arcadelt Sons das igrejas do Centro. Pilares por sinal, era uma das especialida- – Felici occhi miei; Ortiz – Recercada Paulistanos – aniversário da cidade de segunda; Certon – Je ne fus jamais si São Paulo. Programa: Canção indígena des do grande mestre de Alsop, o aise; Attaingnant – Basse danse “la brasileira – Araruna Anare; Anônimo – compositor e regente norte-ameri- Magdalena” e Tourdion “Quand je bois Dança dos índios do Brasil; Tradicional cano Leonard Bernstein. du vin clairet”. português, cancioneiro d’Elvas – Que Antes da abertura oficial do Sesc Vila Mariana – Auditório – Rua Pelotas, eh o que vejo e Porque me não ves 141 – Vila Mariana – 1º andar – Tel. (11) 5080- ano, no entanto, a Osesp vai fazer outros dois concertos na Sala São Pau- 3000 (128 lugares). Entrada franca. Joana; Dança tradicional africana – lo, sob regência de Isaac Karabtchevsky. A orquestra e o maestro estão Landum; entre outras. Realização: gravando atualmente a integral das sinfonias de Villa-Lobos – o CD com Sesc Carmo. 20h00 Orquestra Experimental a décima sinfonia, Ameríndia, acaba de ser lançado (leia a resenha na de Repertório Igreja Nossa Senhora da Boa Morte – Rua do Carmo, 202 – Sé – Tel. (11) 3101-6889 página 71). Em fevereiro, é a vez de gravar a Sinfonia nº 8, que será apre- Carlos Moreno – regente. Cristian Budu (100 lugares). Entrada franca. sentada ao público nos dias 12 e 13, dentro da série de concertos a preço – piano. Programa: Francisco Manuel da popular. O programa tem ainda o Prelúdio das Bachianas brasileiras nº Silva/Joaquim O.D. Estrada – Hino nacio- 15h30 Rogerio tutti – piano 4 O pássaro de nal brasileiro; Carlos Gomes – Abertura Música no MuBE. O piano de Guerra- , também de Villa-Lobos, e a versão de 1919 da suíte de Il guanany; Grieg – Concerto para Peixe. Programa: Guerra-Peixe – Valsas fogo, de Stravinsky. Com o mesmo repertório, a Osesp e Karabtchevsky piano op. 16; e Lorenzo Fernández – nº 1, nº 2 e nº 3, Suíte infantil nº 1, realizam, também no início de fevereiro, uma turnê por quatro cidades Batuque. Leia mais na pág. 33. Quatro prelúdios tropicais, Suíte nor- do interior do estado (veja mais informações na página 39). Theatro Municipal de São Paulo – Sala destina e O gato malhado. Leia mais principal – Praça Ramos de Azevedo – Centro – Tel. (11) 3397-0327 (1.500 lugares). Ingressos: ao lado. tel. (11) 2626-0857 – www.compreingressos. Teatro MuBE Nova Cultural – Av. Europa, 218 com/ theatromunicipaldesaopaulo. – Jardim Europa – Tel. (11) 2594-2601 (192 Reapresentação dia 25 às 17h. lugares). R$ 30. Teatro MuBE Nova Cultural 20h00 Lícia Lucas – piano 17h00 Orquestra Experimental Recitais Eubiose. Participação: de Repertório Repertório pianístico é destaque Roberto Cornacchioni Alegre – piano. Carlos Moreno – regente. Cristian Programa: Liszt – Consolações, seis Budu – piano. Programa: Francisco em série de recitais no MuBE pensamentos poéticos; Galuppi – Manuel da Silva/Joaquim O.D. Estrada – O Museu Brasileiro da Escultura promove, nos dois primeiros Hino nacional brasileiro; Carlos Gomes – Quatro sonatas; Brahms – Intermezzo meses do ano, uma série de recitais de piano. Quem abre a pro- nº 2 op. 118; Chopin – Estudo póstumo Abertura de O guarani; Grieg – Concerto gramação, no dia 11 de janeiro, é o duo formado por Silvia Molan e Fantasia improviso; Villa-Lobos – para piano op. 16; e Lorenzo Fernández Impressões seresteiras; e Gottschalck – Batuque. Leia mais na pág. 33. e Pedro Sperandio, com um recital que tem como destaque a Suíte – Grande fantasia triunfal sobre o Hino Theatro Municipal de São Paulo – Sala Peer Gynt, de Grieg. Na semana seguinte, no dia 18, Luciana nacional brasileiro. principal – Praça Ramos de Azevedo – Centro – Noda toca uma seleção de peças de Albeniz (Recuerdos de viaje) e Tel. (11) 3397-0327 (1.500 lugares). Ingressos: Sociedade Brasileira de Eubiose – Av. Lacerda tel. (11) 2626-0857 – www.compreingressos. Debussy, entre outros autores. Fechando a agenda de janeiro, no Franco, 1059 – Aclimação – Tel. (11) 3208-9914 com/ theatromunicipaldesaopaulo. dia 25, Rogerio Tutti faz uma homenagem a Guerra-Peixe. Ingrid e 3208-6699. Estacionamento no nº 1074 (201 lugares). R$ 20. Mehlich abre a agenda de fevereiro, no dia 1º, tocando a Kreisleriana, 17h00 Jazz Sinfônica de Schumann. Pedro Henrique Nogueira, no dia 8, propõe um diá- Aniversário da cidade de São Paulo. 25 DOMINGO João Maurício Galindo – regente. logo interessante entre Beethoven (Sonata Waldstein) e Henrique Gláucia Vidal – marimba, Maria de Oswald (Seis peças op. 14). No dia 15, o piano de Steven Chervenkov 11h00 Banda Sinfônica do Estado Lourdes Carvalho – flauta e Michel aparece ao lado do canto das sopranos Rafaela Martins e Marcela de São Paulo Moraes – clarinete. Programa: Rahal, em programa ainda a ser anunciado. O encerramento da Aniversário da cidade de São Paulo. Mihanovich – Abertura Arismar, programação é no dia 22, com peças de Schumann, Glazunov e Marcos Sadao Shirakawa – regente. sobre temas de Arismar do Espírito Brahms na interpretação do violista Abrahão Saraiva e da pianista Programa: Daloia – Paulistanas e Suíte Santo; Guerra-Peixe – Ponteado e Liliane Kans, que acaba de lançar, com o violoncelista Alberto Kanji, Carmen Miranda; Arranjos Alexandre Três choros; Green – Valsa brilhante sonatas de Beethoven interpretadas em um fortepiano. Daloia – Anos 50 (origens do rock), Fab para marimba; Gismonti – Palhaço; Four, Gaúcho/Ameno Resedá/Bulidô, Toninho Horta – Durango Kid; Tiago

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2015 31 Roteiro Musical São Paulo

Costa – Pixinguinhando, sobre temas 15h55 Ópera Os contos de 18h00 Orquestra Sinfônica 20h00 Orquestra Sinfônica de Pixinguinha; Milton Nascimento – Hoffmann, de Jacques Offenbach Municipal de São Paulo Municipal de São Paulo Fé cega, faca amolada; e Cyro Pereira The Metropolitan Opera House. Pedro Halffter – regente. Sayaka John Neschling – regente. Programa: – Suíte Edu Lobo. Transmissão ao vivo de Nova York. Shoji – violino. Programa: De Falla – Mahler – Sinfonia nº 9. Leia mais na Theatro São Pedro – Sala principal – Rua Bartlett Sher – produção. Michael Interlúdio e dança de La vida breve; pág. 33. Albuquerque Lins, 207 – Barra Funda – Tel. Yeargan – cenografia. Dou Dou Huang – Sibelius – Concerto para violino op. 47; Theatro Municipal de São Paulo – (11) 3667-0499 – Metrô Marechal Deodoro. coreografia. Yves Abel e James Levine e R. Strauss – Uma vida de herói op. Sala principal – Praça Ramos de Azevedo Ingresso Rápido: Tel. (11) 4003-1212 – www. – direção. Yves Abel – regente. Com 40. Leia mais na pág. 33. – Centro – Tel. (11) 3397-0327 (1.500 ingressorapido.com.br. (636 lugares). Entrada lugares). Ingressos: tel. (11) 2626- franca. Hibla Gerzmava, Kate Lindsey, Vittorio Theatro Municipal de São Paulo – Sala 0857 – www.compreingressos.com/ Grigolo e Thomas Hampson. principal – Praça Ramos de Azevedo – Centro – theatromunicipaldesaopaulo. Reapresentação Tel. (11) 3397-0327 (1.500 lugares). Ingressos: 20h00 Orquestra do Theatro UCI Salas de Cinema. R$ 60. Verificar locais dia 8 às 18h. tel. (11) 2626-0857 – www.compreingressos. em www.ucicinemas.com.br/metopera. São Pedro com/ theatromunicipaldesaopaulo. Aniversário da cidade de São Paulo e 20h00 Orquestra Sinfônica 18h30 Fernando Cardoso – órgão de Mozart. Luiz Fernando Malheiro – 20h00 Querido Brahms do Estado de São Paulo Série Concertos – Música renascentista. regente. Programa: aberturas, árias e Espetáculo teatral baseado no livro Osesp Itinerante. Isaac Karabtchevsky Programa: Cavazzoni – Ricercar nº 2 e duetos de Mozart das óperas As bodas de José Eduardo Vendramini. Tadeu – regente. Programa: Villa-Lobos – Canzon sopra I le bel e bom; Gabrieli – de Fígaro, e A flauta Aguiar – direção. Veja detalhes dia 30 Bachianas brasileiras nº 4, Prelúdio, e Ricercar del quarto tono, Canzon ariosa mágica. Leia mais na pág. 33. de janeiro. Sinfonia nº 8; e Stravinsky – O pássaro e Ricercar arioso; Merulo – Toccata del Theatro São Pedro – Sala principal – Rua Teatro J. Safra – Rua Josef Kryss, 318 – Barra de fogo, Suíte, versão 1919. Albuquerque Lins, 207 – Barra Funda – Tel. terzo tono, Ricercar del quarto tono Funda – Tel. (11) 3611-3042 (475 lugares). Teatro Adamastor – Av. Monteiro Lobato, 734 – (11) 3667-0499 – Metrô Marechal Deodoro. e Canzona sopra Susanne un jour; Reapresentação até 29 /3, sextas-feiras às Guarulhos – Tel. (11) 2087-4194 (700 lugares). Ingresso Rápido: Tel. (11) 4003-1212 – www. Luzzaschi – Toccata del quarto tono; 21h30, sábados às 21h e domingos às 20h. Entrada franca. ingressorapido.com.br. (636 lugares). Entrada franca. Frescobaldi – Ricercare chromatico post il credo, Canzon dopo l’epistola e La 21h00 Querido Brahms TERÇA-FEIRA bergamasca. 3 Espetáculo teatral baseado no livro 29 QUINTA-FEIRA Sesc Vila Mariana – Auditório – Rua Pelotas, de José Eduardo Vendramini. Tadeu 141 – Vila Mariana – 1º andar – Tel. (11) 5080- 18h30 Ópera o ELIXIR DO AMOR, Aguiar – direção. Miguel Briamonte 18h30 Ópera o ELIXIR DO AMOR, 3000 (128 lugares). Entrada franca. de Donizetti – direção musical. Veja detalhes dia 30 de Donizetti Royal Opera House de Londres. Com de janeiro. 20h00 Orquestra Sinfônica Royal Opera House de Londres. Com Vittorio Grigolo, Lucy Crowe e Bryn Teatro J. Safra – Rua Josef Kryss, 318 – Municipal de São Paulo Vittorio Grigolo, Lucy Crowe e Bryn Terfel. Barra Funda – Tel. (11) 3611-3042 (475 Pedro Halffter – regente. Sayaka lugares). Reapresentação até 29/3, Terfel. Cinemark. R$ 60 e R$ 75 (Cidade Jardim). Shoji – violino. Programa: De Falla – Verificar locais em www.cinermak.com.br. sextas-feiras às 21h30, sábados às 21h e Cinemark. R$ 60 e R$ 75 (Cidade Jardim). domingos às 20h. Verificar locais em www.cinermak.com.br. Interlúdio e dança de La vida breve; Reapresentação dia 31, às 12h30; Sibelius – Concerto para violino op. 47; 6 SEXTA-FEIRA dia 1º/2 às 15h30 e dia 3/2 às 18h30. e R. Strauss – Uma vida de herói op. 40. 8 DOMINGO Leia mais na pág. 33. Theatro Municipal de São Paulo – Sala 20h00 Orquestra do Theatro 15h30 Pedro Henrique Nogueira – 30 SEXTA-FEIRA principal – Praça Ramos de Azevedo – Centro – São Pedro piano Tel. (11) 3397-0327 (1.500 lugares). Ingressos: Luiz Fernando Malheiro – regente. tel. (11) 2626-0857 – www.compreingressos. Música no MuBE. Programa: 14h00 Grupo de Poetas, Cantores Paulo Szot – barítono. Programa: obras com/ theatromunicipaldesaopaulo. Beethoven – Andante favori Wo O e Declamadores de São Paulo de Mahler, Tchaikovsky, Mozart, Carlos Reapresentação dia 1º de fevereiro às 18h. 57 e Sonata op. 53, Waldstein; e Veja detalhes dia 17 de janeiro às 14h. Gomes e Wagner. Leia mais na pág. 33. Oswald – Seis peças op. 14. Leia mais Biblioteca Municipal Nuto Sant’Anna – 21h00 Querido Brahms Theatro São Pedro – Sala principal – Rua na pág. 31. Praça Tenório Aguiar, 32 – Santana – Tel. (11) Espetáculo teatral baseado no livro Albuquerque Lins, 207 – Barra Funda – Tel. 2973-0072 (60 lugares). Entrada franca. (11) 3667-0499 – Metrô Marechal Deodoro. Teatro MuBE Nova Cultural – Av. Europa, 218 Reapresentação dia 27 de fevereiro às 14h. de José Eduardo Vendramini. Tadeu Ingresso Rápido: Tel. (11) 4003-1212 – www. – Jardim Europa – Tel. (11) 2594-2601 (192 Aguiar – direção. Miguel Briamonte – ingressorapido.com.br. (636 lugares). lugares). R$ 30. direção musical. Veja detalhes dia 30. Reapresentação dia 8 às 17h. 21h30 Querido Brahms Teatro J. Safra – Rua Josef Kryss, 318 – Barra 17h00 Orquestra do Theatro Espetáculo teatral baseado no livro Funda – Tel. (11) 3611-3042 (475 lugares). São Pedro de José Eduardo Vendramini. Tadeu 21h30 Querido Brahms Reapresentação até 29/3, sextas-feiras às Luiz Fernando Malheiro – regente. Aguiar – direção. Miguel Briamonte 21h30, sábados às 21h e domingos às 20h. Espetáculo teatral baseado no livro Paulo Szot – barítono. Programa: – direção musical. Elenco: Carolina de José Eduardo Vendramini. Tadeu obras de Mahler, Tchaikovsky, Mozart, Kasting (Clara Schumann), Werner Aguiar – direção. Miguel Briamonte Carlos Gomes e Wagner. Schünemann (Robert Schumann) e Fevereiro – direção musical. Veja detalhes dia 30 de janeiro. Theatro São Pedro – Sala principal – Olavo Cavalheiro (Johannes Brahms). Rua Albuquerque Lins, 207 – Barra Funda – Teatro J. Safra – Rua Josef Kryss, 318 – Barra Rafael Altro – direção técnica. Rosana Tel. (11) 3667-0499 – Metrô Marechal Funda – Tel. (11) 3611-3042 (475 lugares). Deodoro. Ingresso Rápido: Tel. (11) 4003-1212 – Penna – direção de produção. Reapresentação até 29/3, sextas-feiras às 1 DOMINGO www.ingressorapido.com.br. (636 lugares). Teatro J. Safra – Rua Josef Kryss, 318 – Barra 21h30, sábados às 21h e domingos às 20h. Funda – Tel. (11) 3611-3042 (475 lugares). Reapresentação até 29/3, sextas-feiras às 15h30 Ópera o ELIXIR DO AMOR, 18h00 Orquestra Sinfônica 21h30, sábados às 21h e domingos às 20h. de Donizetti 7 SÁBADO Municipal de São Paulo Royal Opera House de Londres. Com John Neschling – regente. Programa: 31 SÁBADO Vittorio Grigolo, Lucy Crowe e Bryn Terfel. 18h30 Quodlibet Trio Mahler – Sinfonia nº 9. Leia mais na Cinemark. R$ 60 e R$ 75 (Cidade Jardim). Série Concertos – Música renascentista. pág. 33. Verificar locais em www.cinermak.com.br. Ludmila Carvalho – soprano, Maria Theatro Municipal de São Paulo – 12h30 Ópera o ELIXIR DO AMOR, Reapresentação dia 3 às 18h30. Sala principal – Praça Ramos de Azevedo de Donizetti Lúcia Waldow – mezzo soprano e – Centro – Tel. (11) 3397-0327 (1.500 Royal Opera House de Londres. Com 15h30 iNGRID mEHLICH – piano Guilherme de Camargo – cordas dedi- lugares). Ingressos: tel. (11) 2626- Vittorio Grigolo, Lucy Crowe e Bryn Música no MuBE. Programa: Schubert – lhadas. Programa: obras de Dowland, 0857 – www.compreingressos.com/ theatromunicipaldesaopaulo. Terfel. Sonata D 958; e Schumann – Kreisleriana Morley, Kapsberger, Marin, Encina, op. 16. Leia mais na pág. 31. Lasso, Campion e Flecha. Cinemark. R$ 60 e R$ 75 (Cidade Jardim). 20h00 Querido Brahms Verificar locais em www.cinermak.com.br. Teatro MuBE Nova Cultural – Av. Europa, 218 Sesc Vila Mariana – Auditório – Rua Pelotas, Reapresentação dia 1º/2 às 15h30 – Jardim Europa – Tel. (11) 2594-2601 (192 141 – Vila Mariana – 1º andar – Tel. (11) 5080- Espetáculo teatral baseado no livro e dia 3/2 às 18h30. lugares). R$ 30. 3000 (128 lugares). Entrada franca. de José Eduardo Vendramini. Tadeu

32 Janeiro / Fevereiro 2015 CONCERTO Aguiar – direção. Miguel Briamonte A flauta mágica; Ravel – Pavane pour Theatro Municipal – direção musical. Veja detalhes dia 30 une infante défunte; e Shostakovich – de janeiro. Abertura festiva op. 96. Concertos sinfônicos inauguram Teatro J. Safra – Rua Josef Kryss, 318 – Barra Teatro Municipal de Santo André – Praça IV Funda – Tel. (11) 3611-3042 (475 lugares). Centenário – Santo André – Tel. (11) 4433-0789. programação do Theatro Municipal Reapresentação até 29/3, sextas-feiras às Estacionamento gratuito (426 lugares). Entrada 21h30, sábados às 21h e domingos às 20h. franca. Uma série de concertos abre a temporada do Theatro Municipal Pedro Halffter de São Paulo. A Orquestra Sinfô- 10 TERÇA-FEIRA 13 SEXTA-FEIRA nica Municipal vai apresentar dois 12h00 Música de Câmara 19h30 Orquestra Sinfônica programas distintos. Nos dias 31 de Brasileira do Estado de São Paulo janeiro e 1º de fevereiro, o grupo é Programa: obras dos séculos XX e XXI. Concertos a preço popular. Isaac comandado pelo maestro espanhol Theatro São Pedro – Sala principal – Karabtchevsky – regente. Programa: Pedro Halffter, atual diretor do Tea- Rua Albuquerque Lins, 207 – Barra Funda – Villa-Lobos – Bachianas brasileiras nº 4, tro de la Maestranza, em Sevilha, e Tel. (11) 3667-0499 – Metrô Marechal Deodoro. Prelúdio, e Sinfonia nº 8; e Stravinsky – Ingresso Rápido: Tel. (11) 4003-1212 – recebe a violinista japonesa Sayaka www.ingressorapido.com.br. (636 lugares). O pássaro de fogo, Suíte, versão 1919. Shoji, a mais jovem a vencer, em divulgação Sala São Paulo – Praça Júlio Prestes – Campos Elíseos – Tel. (11) 3223-3966. Ingressos: tel. 1999, o Concurso Paganini, na Itá- 13h00 Duo Richard Hartstein – (11) 4003-1212 e www.ingressorapido.com.br. lia. Ela será a solista na interpretação do Concerto para violino de Sibelius, flauta e Rafael Altro – violão Pessoas acima de 60 anos e estudantes pagam um dos pilares do repertório para o instrumento. O programa tem ainda meia-entrada (na bilheteria). Estacionamento: Sons das igrejas do Centro. Programa: Interlúdio e dança de La vida breve, de Manuel de Falla, e o poema sinfô- Händel – Sonata nº 4 op. 1; Scheidler R$ 20 (1.500 lugares). R$ 15. Uma vida de herói – Sonata; Carulli – Fantasia op. 337 nico , de Richard Strauss. Na semana seguinte, nos dias 21h30 Querido Brahms sobre o tema Pirata de Bellini; Giuliani 7 e 8 de fevereiro, o diretor artístico do Municipal, John Neschling, assume Espetáculo teatral baseado no livro – Serenade op. 127; e Coste – Le o comando da orquestra. Especialista no repertório da passagem do século de José Eduardo Vendramini. Tadeu Montagnard op. 34a. Realização: XIX para o século XX, ele interpreta a Sinfonia nº 9 de Mahler. Aguiar – direção. Miguel Briamonte Sesc Carmo. A Orquestra Experimental de Repertório também se apresenta neste – direção musical. Veja detalhes dia 30 Igreja Nossa Senhora da Boa Morte – Rua começo de ano. Nos dias 24 e 25 de janeiro, o grupo será comandado do Carmo, 202 – Sé – Tel. (11) 3101-6889 de janeiro. (100 lugares). Entrada franca. Teatro J. Safra – Rua Josef Kryss, 318 – Barra por Carlos Moreno e receberá como solista o pianista Cristian Budu. Funda – Tel. (11) 3611-3042 (475 lugares). Vencedor do Concurso Clara Haskill, Budu consolida-se como um dos Reapresentação até 29/3, sextas-feiras às 21h30, sábados às 21h e domingos às 20h. principais músicos de sua geração. Ao lado da OER, ele vai interpretar o 11 QUARTA-FEIRA Concerto para piano de Grieg. O programa completa-se com obras de Carlos Gomes (Abertura de Il guarany) e Lorenzo Fernández (Batuque). 20h00 Ópera lA tRAVIATA, 14 SÁBADO de Verdi Homenagem a Heidi Lazzarini. 15h30 Óperas Yolanda, de Theatro São Pedro Elisabete Almeida, Hildomar Oliveira e Tchaikovsky e O castelo de barba- Érick Costa – cantores. Adrian Borges – -azul, de Bartók Theatro São Pedro recebe barítono piano. Leia mais na pág. 33. The Metropolitan Opera House. Theatro São Pedro – Sala principal – Rua Transmissão ao vivo de Nova York. Albuquerque Lins, 207 – Barra Funda – Tel. Paulo Szot e trechos de óperas (11) 3667-0499 – Metrô Marechal Deodoro. Mariusz Trelinski – produção. Boris Ingresso Rápido: Tel. (11) 4003-1212 – www. Kudlicka – cenografia. Thomasz O ano do Theatro São Pedro começa agitado. No dia 25 de janeiro, ingressorapido.com.br. (636 lugares). Wygoda – coreografia. Valery Gergiev Luiz Fernando Malheiro rege a orquestra do teatro em concerto come- e Pavel Smelkov – direção e regentes. morativo ao aniversário da cidade de São Paulo, com aberturas, árias e Com Anna Netrebko, Piotr Beczala, duetos das óperas As bodas de Fígaro, Don Giovanni e A flauta mágica, 12 QUINTA-FEIRA Alexey Markov, Elchin Azizov e Alexei todas de Mozart. Já no dia 6 de fevereiro, acontece a primeira apresenta- Tanovitski. ção da série de concertos internacionais. Malheiro estará mais uma vez à 19h30 Orquestra Sinfônica UCI Salas de Cinema. R$ 60. Verificar locais em frente do grupo, que recebe o barítono Paulo Szot como convidado e in- do Estado de São Paulo www.ucicinemas.com.br/metopera. terpreta peças de Mahler, Tchaikovsky, Mozart, Carlos Gomes e Wagner. Concertos a preço popular. Isaac Karabtchevsky – regente. Programa: 21h00 Querido Brahms Um dos mais destacados cantores brasileiros, Szot vive em Nova York, Villa-Lobos – Bachianas brasileiras Espetáculo teatral baseado no livro onde é presença frequente no Metropolitan Opera House. nº 4, Prelúdio, e Sinfonia nº 8; e de José Eduardo Vendramini. Tadeu Regida pelo maestro Marcelo de Jesus, a sinfônica volta ao palco nos Stravinsky – O pássaro de fogo, Suíte, Aguiar – direção. Miguel Briamonte dias 20 e 22, quando são apresentados trechos da ópera A clemência versão 1919. – direção musical. Veja detalhes dia 30 de Tito. No elenco, a presença de jovens cantores brasileiros, uma das de janeiro. Sala São Paulo – Praça Júlio Prestes – Campos marcas da temporada do teatro em 2015: o tenor Gilberto Chaves, a Elíseos – Tel. (11) 3223-3966. Ingressos: tel. Teatro J. Safra – Rua Josef Kryss, 318 – Barra (11) 4003-1212 e www.ingressorapido.com.br. Funda – Tel. (11) 3611-3042 (475 lugares). mezzo soprano Andréia Souza, as sopranos Aymée Wentz e Aline Lobão Pessoas acima de 60 anos e estudantes pagam Reapresentação até 29/3, sextas-feiras às e o contratenor Bruno de Sá Nunes. meia-entrada (na bilheteria). Estacionamento: 21h30, sábados às 21h e domingos às 20h. R$ 20 (1.500 lugares). R$ 15. Reapresentação Em fevereiro, tem início também a série Música de Câmara Brasileira, dia 13 às 19h30. com curadoria do jornalista e crítico musical Irineu Franco Perpetuo: 15 DOMINGO são dois concertos, no dia 10 e no dia 24. No dia 11, a soprano Elisabete 20h00 Orquestra Sinfônica Almeida, o tenor Hildomar Oliveira e o barítono Érick Costa apresen- de Santo André 15h30 Rafaela Martins – soprano, tam trechos da ópera La traviata, de Verdi, acompanhados ao piano por Encerramento da 1ª Oficina de Marcela Rahal – mezzo soprano e Adrian Borges, em recital que homenageia Heidi Lazzarini. E, no dia 28, Regência Orquestral da OSSA. Alunos Steven Chervenkov – piano tem início a programação Tardes de Ópera, que vai apresentar trechos da Oficina de Regência. Programa: Música no MuBE. Leia mais na pág. 31. de alguns dos principais títulos do repertório, a começar por La bohème, Wagner – Abertura de Os mestres can- Teatro MuBE Nova Cultural – Av. Europa, 218 com interpretação de Jayana Paiva, Eduardo Trindade, Johnny França, tores de Nuremberg; Haydn – Sinfonia – Jardim Europa – Tel. (11) 2594-2601 (192 nº 104, London; Mozart – Abertura de lugares). R$ 30. Marcela Panizz, Paulo Menegon, Eduardo Fujita e do pianista Flávio Lago.

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2015 33 Roteiro Musical São Paulo

20h00 Querido Brahms que je fusse arondelle; Sérmisy – Languir 21h30 Querido Brahms Espetáculo teatral baseado no livro me fais; Morley – Now is the Month 24 TERÇA-FEIRA Espetáculo teatral baseado no livro de José Eduardo Vendramini. Tadeu of Maying e April is in My Mistress’ de José Eduardo Vendramini. Tadeu Aguiar – direção. Miguel Briamonte Face; Dowland – Sweet Love Doth now 12h00 Música de Câmara Aguiar – direção. Veja detalhes dia 30 – direção musical. Veja detalhes dia 30 Invite (solo); Gibbons – The Silver Swan; Brasileira de janeiro. de janeiro. Bennet – Weep, O Mine Eyes; anônimo Programa: obras dos séculos XX e XXI. Teatro J. Safra – Rua Josef Kryss, 318 – Barra Teatro J. Safra – Rua Josef Kryss, 318 – Barra do século XVI – La tricotea; e Encina – Theatro São Pedro – Sala principal – Funda – Tel. (11) 3611-3042 (475 lugares). Rua Albuquerque Lins, 207 – Barra Funda – Funda – Tel. (11) 3611-3042 (475 lugares). Cucú, cucú! Reapresentação até 29/3, sextas-feiras às Reapresentação até 29/3, sextas-feiras às Tel. (11) 3667-0499 – Metrô Marechal 21h30, sábados às 21h e domingos às 20h. Sesc Vila Mariana – Auditório – Rua Pelotas, 21h30, sábados às 21h e domingos às 20h. Deodoro. Ingresso Rápido: Tel. (11) 4003-1212 – 141 – Vila Mariana – 1º andar – Tel. (11) 5080- www.ingressorapido.com.br. (636 lugares). 3000 (128 lugares). Entrada franca. 28 SÁBADO 20 SEXTA-FEIRA 20h00 Eny da Rocha – piano QUARTA-FEIRA Recitais Eubiose. Participação: Vinícius 25 12h30 Balé alice no País das 20h00 Ópera A clemência de Tito, de Melo Jordão – piano. Programa: Maravihas, de Wheeldon de Mozart Brahms – Peças para piano op. 118 21h00 sÉRGIO cARVALHO – órgão Balé da Royal Opera House Cortinas líricas. Marcelo de Jesus – e Rapsódia nº 2 op. 79; Bach/Saint- Bach: Tema e contratema. Programa: de Londres. regente. Gilberto Chaves, Andréia Saëns – Abertura de la 28e Cantate Bach – Prelúdio e fuga, Três prelúdios Cinemark. R$ 60 e R$ 75 (Cidade Jardim). Souza, Bruno de Sá Nunes, Aline d’Église; Rachmaninov – Prelúdio nº 5 sobre Allein Gott in der Höh sei Verificar locais em www.cinermak.com.br. Lobão, Aymée Wentz e Gustavo Reapresentação dia 1º/3 às 15h30 e dia op. 23; Chopin – Berceuse; Debussy – Ehr (corais de Leipzig) e Tocata e Murrins Müller – cantores. Leia mais 3/3 às 18h30. L‘isle joyeuse e Clair de lune; e Ravel fuga dórica. na pág. 33. – Jeux d’eau e Albora del gracioso. Espaço Cachuera! – Rua Monte Alegre, 1094 – Theatro São Pedro – Sala principal – Rua Perdizes – Tel. (11) 3872-8113 e 3872-5563 16h30 Orquestra Sinfônica Albuquerque Lins, 207 – Barra Funda – Tel. Sociedade Brasileira de Eubiose – Av. Lacerda (60 lugares). R$ 30. Franco, 1059 – Aclimação – Tel. (11) 3208-9914 do Estado de São Paulo (11) 3667-0499 – Metrô Marechal Deodoro. Marin Alsop – regente. Programa: Ingresso Rápido: Tel. (11) 4003-1212 – www. e 3208-6699. Estacionamento no nº 1074 (201 ingressorapido.com.br. (636 lugares). lugares). R$ 20. Rouse – Rapture; e Mahler – Sinfonia Reapresentação dia 22 às 11h. 26 QUINTA-FEIRA nº 5. Leia mais na pág. 31. 21h00 Querido Brahms Sala São Paulo – Praça Júlio Prestes – Campos 21h30 Querido Brahms Espetáculo teatral baseado no livro 18h30 Balé alice no País das Elíseos – Tel. (11) 3223-3966. Ingressos: tel. Espetáculo teatral baseado no livro Maravihas, de Wheeldon (11) 4003-1212 e www.ingressorapido.com.br. de José Eduardo Vendramini. Tadeu Pessoas acima de 60 anos e estudantes pagam de José Eduardo Vendramini. Tadeu Aguiar – direção. Miguel Briamonte Balé da Royal Opera House de meia-entrada (na bilheteria). Estacionamento: Aguiar – direção. Miguel Briamonte – direção musical. Veja detalhes dia 30 Londres. R$ 20 (1.500 lugares). R$ 39 a R$ 178. – direção musical. Veja detalhes dia 30 de janeiro. Cinemark. R$ 60 e R$ 75 (Cidade Jardim). de janeiro. Teatro J. Safra – Rua Josef Kryss, 318 – Barra Verificar locais em www.cinermak.com.br. Reapresentação dia 28 às 12h30; dia 1º/3 17h00 Ópera La Bohème, de Puccini Teatro J. Safra – Rua Josef Kryss, 318 – Barra Funda – Tel. (11) 3611-3042 (475 lugares). Tardes de ópera. Jayana Paiva, Funda – Tel. (11) 3611-3042 (475 lugares). Reapresentação até 29/3, sextas-feiras às às 15h30 e dia 3/3 às 18h30. Reapresentação até 29/3, sextas-feiras às 21h30, sábados às 21h e domingos às 20h. Eduardo Trindade, Johnny França, 21h30, sábados às 21h e domingos às 20h. 21h00 Orquestra Sinfônica Marcela de Oliveira Panizza, Paulo do Estado de São Paulo Menegon e Eduardo Fujita – 22 DOMINGO Marin Alsop – regente. Programa: cantores. Flávio Lago – piano. Leia 21 SÁBADO Rouse – Rapture; e Mahler – Sinfonia mais na pág. 33. Theatro São Pedro – Sala principal – Rua 11h00 Ópera A clemência de Tito, nº 5. Leia mais na pág. 31. 13h00 Vox Brasiliensis e Sala São Paulo – Praça Júlio Prestes – Campos Albuquerque Lins, 207 – Barra Funda – Tel. de Mozart Sujeito a Guincho Elíseos – Tel. (11) 3223-3966. Ingressos: tel. (11) 3667-0499 – Metrô Marechal Deodoro. Cortinas líricas. Marcelo de Jesus – Ingresso Rápido: Tel. (11) 4003-1212 – Concertos CCBB de Música Clássica. (11) 4003-1212 e www.ingressorapido.com.br. regente. Gilberto Chaves, Andréia Pessoas acima de 60 anos e estudantes pagam www.ingressorapido.com.br. (636 lugares). Júlio Medaglia – curador. Ricardo Kanji Souza, Bruno de Sá Nunes, Aline meia-entrada (na bilheteria). Estacionamento: – direção. Lobão, Aymée Wentz e Gustavo R$ 20 (1.500 lugares). R$ 39 a R$ 178. 18h30 Madrigali Passagiati Igreja das Chagas do Seráfico Pai São Reapresentação dia 27 às 21h e dia 28 às Francisco – Largo São Francisco, 173 – Sé – Tel. Murrins Müller – cantores. Leia 16h30. Série Concertos – Música renascen- (11) 3105-8791 e 3106-5297. Entrada franca. mais na pág. 33. tista. Ligiana Costa – soprano, Giulia Theatro São Pedro – Sala principal – Rua Tettamanti – flauta doce e Fernando 17h00 Elisabete Almeida, Meghan Albuquerque Lins, 207 – Barra Funda – Tel. Cardoso – cravo e órgão. Programa: SEXTA-FEIRA Dawson e Jorge Trabanco – (11) 3667-0499 – Metrô Marechal Deodoro. 27 Rore – Anchor che col partire; Spadi Ingresso Rápido: Tel. (11) 4003-1212 – www. cantores e André dos Santos – ingressorapido.com.br. (636 lugares). – Anchor che col partire; Arcadelt – piano 14h00 Grupo de Poetas, Ancideteme pur; Trabaci – Ancideteme Tardes de canções. Programa: obras 15h30 Abrahão Saraiva – viola Cantores e Declamadores pur; Frescobaldi – Ancideteme pur; de Schubert. e Liliane Kans – piano de São Paulo Palestrina – Io son ferito; Bovicelli – Io Theatro São Pedro – Sala principal – Rua Música no MuBE. Programa: Schumann Veja detalhes dia 17 de janeiro son ferito; Scheidt – Fantasia super Io Albuquerque Lins, 207 – Barra Funda – Tel. – Contos de fantasia op. 113; Glazunov – às 14h. son ferito lasso; Palestrina – Vestiva e (11) 3667-0499 – Metrô Marechal Deodoro. Elegie; e Brahms – Sonata nº 1 op. 120. Biblioteca Municipal Nuto Sant’Anna – Praça colli; Bassano – Vestiva e colli; e Bull – Ingresso Rápido: Tel. (11) 4003-1212 – www. Tenório Aguiar, 32 – Santana – Tel. (11) 2973- ingressorapido.com.br. (636 lugares). Leia mais na pág. 31. 0072 (60 lugares). Entrada franca. Vestiva e colli. Teatro MuBE Nova Cultural – Av. Europa, 218 Sesc Vila Mariana – Auditório – Rua Pelotas, 18h30 Madrigálico – Jardim Europa – Tel. (11) 2594-2601 (192 141 – Vila Mariana – 1º andar – Tel. (11) 5080- lugares). R$ 30. 21h00 Orquestra Sinfônica 3000 (128 lugares). Entrada franca. Série Concertos – Música renascentista. do Estado de São Paulo Regiane Martinez – soprano, Carolina Marin Alsop – regente. Programa: Colepicolo e Clarissa Cabral – mezzo 20h00 Querido Brahms 21h00 Querido Brahms Espetáculo teatral baseado no livro Rouse – Rapture; e Mahler – Sinfonia Espetáculo teatral baseado no livro sopranos, Daniel Umbelino – tenor, nº 5. Leia mais na pág. 31. Alberto Cecconi – barítono e Viviane de José Eduardo Vendramini. Tadeu de José Eduardo Vendramini. Tadeu Aguiar – direção. Miguel Briamonte Sala São Paulo – Praça Júlio Prestes – Aguiar – direção. Miguel Briamonte Godoy – teclas. Programa: Willaert – Campos Elíseos – Tel. (11) 3223-3966. – direção musical. Veja detalhes dia 30 – direção musical. Veja detalhes dia 30 Vecchie letrose; Gesualdo – Moro lasso al Ingressos: tel. (11) 4003-1212 e www. mio duolo; Monteverdi – Ecco mormorar de janeiro. ingressorapido.com.br. Pessoas acima de de janeiro. l’onde, Io mi son Giovinetta e Lasciatemi Teatro J. Safra – Rua Josef Kryss, 318 – Barra 60 anos e estudantes pagam meia- Teatro J. Safra – Rua Josef Kryss, 318 – Barra Funda – Tel. (11) 3611-3042 (475 lugares). entrada (na bilheteria). Estacionamento: Funda – Tel. (11) 3611-3042 (475 lugares). morire; Janequin – Bel Reapresentação até 29/3, sextas-feiras às R$ 20 (1.500 lugares). R$ 39 a R$ 178. Reapresentação até 29/3, sextas-feiras aubepine verdissant e Si Dieu voulait 21h30, sábados às 21h e domingos às 20h. Reapresentação dia 28 às 16h30. às 21h30, sábados às 21h e domingos às 20h.

34 Janeiro / Fevereiro 2015 CONCERTO Roteiro Musical Rio de Janeiro

obras de Alberto Nepomuceno, Janeiro Camargo Guarnieri e compositores 16 SEXTA-FEIRA 18 DOMINGO contemporâneos. Museu de Arte Moderna – Av. Infante 15h00 Fernanda Canaud – piano 11h30 Neti Szpilman – soprano 9 SEXTA-FEIRA Dom Henrique, s/nº – Flamengo – Tel. Música no Museu. Programa: obras e Maria Luiza Lindgreen – (21) 2240-4944. Entrada franca. de Gnattali e compositores contem- piano porâneos. Música no Museu. Programa: obras 15h00 camerata Assis Centro Cultural Justiça Federal – Teatro – Av. de Chiquinha Gonzaga. Brasil 12 SEGUNDA-FEIRA Rio Branco, 241 – Centro – Tel. (21) 3212-2550 Museu de Arte Moderna – Av. Infante Música no Museu. João Carlos Assis (142 lugares). Entrada franca. Dom Henrique, s/nº – Flamengo – Tel. Brasil – piano. Programa: obras de (21) 2240-4944 (200 lugares). Entrada Villa-Lobos e compositores contem- 12h30 Newton Nazareth – piano 20h00 Duo Gisbranco franca. porâneos. Música no Museu. Programa: obras Série Sala Jazz. Bianca Gismonti e de Nazareth. Centro Cultural Justiça Federal – Av. Rio Claudia Castelo Branco – pianos. 20 TERÇA-FEIRA Branco, 241 – Centro – Tel. (21) 3212-2550 Biblioteca Nacional – Av. Rio Branco, 219 – Programa: Toninho Horta – Aquelas (141 lugares). Entrada franca. Centro – Tel. (21) 3095-3879 (120 lugares). coisas todas; Baden Powell/Vinicius Entrada franca. 12h30 Maria Célia Machado – de Moraes – Deixa; Bianca Gismonti – 20h00 Cristina Braga – harpa e harpa e Maria Helena Andrade – Festa no Carmo; Claudia Castelo Branco voz e Quarteto Moderno de Samba piano – Flor de abril e Riscado; Gisbranco/ Série Sala Jazz. Quarteto: Ricardo Música no Museu. Programa: obras 13 TERÇA-FEIRA Chico César – Arco íris e Pés na praia; Medeiros – contrabaixo, Joca Moraes de Mignone e compositores contem- Bianca Gismonti/Chico César – Bibi e a – bateria, Arthur Dutra – vibrafone e porâneos. 12h30 Duo Carol Panesi – violino bicicleta; Délia Fischer – Abertura; Edu Jesse Sadoc – trompete. Programa: Iate Clube do Rio de Janeiro – Av. Pasteur, e Salomão Soares – piano Lobo/Capinam – Ponteio; e Villa-Lobos Tom Jobim/Edu Lobo – Canto triste; 333 – Urca – Tel. (21) 3223-7200 (200 lugares). Música no Museu. Programa: obras – Dansa. Tom Jobim – Meditation; Dorival Entrada franca. de Nazareth e compositores contem- Sala Cecília Meireles – Largo da Lapa, 47 – Caymmi – É doce morrer no mar; porâneos. Centro – Tel. (21) 2332-9223 (835 lugares). Ricardo Medeiros/Bernardo Vilhena – R$ 40. Real Gabinete Português de Leitura – QUARTA-FEIRA Mot d’Amour; Francis Hime – Minha; Rua Luís de Camões, 30 – Centro – Tel. (21) 21 Baden Powell – Samba triste; João 2221-3138 (100 lugares). Entrada franca. 21h00 Francesco Tristano – piano, Donato – A rã; e Patrícia Mellodi/ eletrônica e projeções 12h30 Giulio Draghi – piano Cristina Braga/Maria Teresa Moreira – Festival Rc4. Programa: mistura de eras Série Recitais de Guiomar. Programa: Last Words. 14 QUARTA-FEIRA e estilos musicais: barroco, clássico, Chopin – 24 Estudos op. 25. Sala Cecília Meireles – Largo da Lapa, 47 – música nova, jazz e música eletrônica. Sala Cecília Meireles – Espaço Guiomar Centro – Tel. (21) 2332-9223 (835 lugares). Leia mais na pág. 36. Novaes – Largo da Lapa, 47 – Centro – Tel. R$ 40. 12h30 Quarteto Marco Pinna – (21) 2332-9223 (835 lugares). R$ 10. – Rua Visconde de Pirajá, bandolim Oi Futuro Ipanema Reapresentação às 18h30 e dia 28 às 12h30 54 – Ipanema – Tel. (21) 3131-9333 (80 e 18h30. Música no Museu. Programa: obras lugares). R$ 20. Continuidade dias 17, 23 e 10 SÁBADO de Pixinguinha, Jacob do Bandolim, 24 às 21h. 12h30 akikO SAKURAI – biwa Nazareth e Villa-Lobos. (instrumento tradicional do Japão) 17h00 Duo Jerzy Milewsky – Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Primeiro Música no Museu. Programa: clássicos violino e Aleida Schwitzer – de Março, 66 – Centro – Tel. (21) 3808-2020 17 SÁBADO (155 lugares). Entrada franca. japoneses. piano Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Primeiro Música no Museu. Programa: 15h55 Ópera A viúva alegre, de Março, 66 – Centro – Tel. (21) 3808-2020 obras de Villa-Lobos e de Franz Léhar (90 lugares). Entrada franca. Reapresentação compositores contemporâneos. 15 QUINTA-FEIRA The Metropolitan Opera House. dia 22 às 12h30 no Centro Cultural Justiça do Clube Hebraica – Rua das Laranjeiras, Transmissão ao vivo de Nova York. Trabalho. 346 – 4º andar – Laranjeiras – Tel. (21) 12h30 Alzeny Nelo – soprano Susan Stroman – produção e coreo- 2557-4455 (200 lugares). Entrada e Durval Cesetti – piano franca. grafia. Andrew Davis, Paul Nadler e Série Recitais de Guiomar. Fabio Luisi – direção. Andrew Davis 22 QUINTA-FEIRA 20h00 Rosana Lanzelotte – cravo e Programa: Mozart – Oiseaux – regente. Com Renée Fleming, Kelli 12h30 akikO SAKURAI – biwa pianoforte e Marcelo Fagerlande – si tous les ans; Chausson – Le O’Hara, Nathan Gunn, Alek Shrader e (instrumento tradicional do Japão) cravo colibri; Bizet – La coccinele; Thomas Allen. Música no Museu. Programa: clássicos Série Música de Câmara. Bach, Bach, Fauré – Notre amour; Debussy – UCI Salas de Cinema. R$ 60. Verificar locais em www.ucicinemas.com.br/metopera. japoneses. Bach – duelo de cravos. Participação: Fantoches; Bernstein – La bonne Centro Cultural Justiça do Trabalho – Av. Pres. Felipe Prazeres e Priscila Rato – vio- cuisine; Satie – Daphénéo e La 20h00 Emmanuele Baldini – Antonio Carlos, 251 – Centro – Tel. (21) 3907- linos, Marco Cato – viola, Marcus grenouille americaine; Rameau – violino e Juliana D’Agostini – piano 6764 (100 lugares). Entrada franca. Ribeiro – violoncelo, Rodrigo Fávaro Air de la folie; Chabrier – Air Série Música de Câmara. Programa: – contrabaixo e Sammy Fucks – flauta. de Lazuli, Les éternuements; Fauré – Sonata para violino nº 1 op. 13; 20h00 De nada mais a algo além Programa: J.S. Bach – Concerto para Debussy – Pierrot; e Pierné – Je Série Sala Jazz. – Villa-Lobos – Sonata fantasia nº 1; e Arrigo Barnabé dois cravos BWV 1061; C.P.E. Bach voudrais plaire. teclado, piano e voz, – voz Stravinsky – Suíte Italiana. Luiz Tatit – Sinfonia para cordas Wq. 182/5 e Sala Cecília Meireles – Espaço Guiomar e violão e Lívia Nestrovsky – voz. Novaes – Largo da Lapa, 47 – Centro – Tel. Sala Cecília Meireles – Largo da Lapa, 47 – Centro Concerto duplo para cravo e pianoforte (21) 2332-9223 (835 lugares). R$ 10. – Tel. (21) 2332-9223 (835 lugares). R$ 40. Participação: Paulo Braga – piano, Wq. 47; e J.C. Bach – Quarteto com Reapresentação às 18h30. Norberto Vinhas – guitarra, Jonas piano W B66. 21h00 Gabriel Prokofiev (Grã- Tatit – violão, Edu Ribeiro – bateria e Sala Cecília Meireles – Largo da Lapa, 47 – 18h00 Gabriel Gonzaga – violão -Bretanha) – compositor, produtor e Quarteto de Cordas: Luiz Amato – vio- Centro – Tel. (21) 2332-9223 (835 lugares). lino, Fábio Tagliaferri – viola, Adriana R$ 40. Música no Museu. Música brasileira músico, Hugo Pilger – violoncelo e para violão solo. Programa: obras Joan Martí Frasquier (Espanha) – Holtz – violoncelo e Pedro Gadelha de Ary Barroso, Vasseur, Newton saxofone – contrabaixo. Programa: obras de 11 DOMINGO Mendonça, Garoto e Tom Jobim, Festival Rc4. Programa: obras do CD Arrigo Barnabé, Luiz Tatit, Ná Ozzetti, entre outros. “Cello Multitracks”. Leia mais na pág. 36. Roberto Riberti, Zeca Baleiro e Mário Manga. 11h30 Luiz Carlos de Moura Centro Cultural Justiça Federal – Oi Futuro Ipanema – Rua Visconde de Pirajá, Sala de Sessões – Av. Rio Branco, 241 – 54 – Ipanema – Tel. (21) 3131-9333 (80 Sala Cecília Meireles – Largo da Lapa, 47 – Castro – piano Centro – Tel. (21) 3212-2550 (142 lugares). lugares). R$ 20. Continuidade dias 23 e 24 Centro – Tel. (21) 2332-9223 (835 lugares). Música no Museu. Programa: Entrada franca. às 21h. R$ 40. Reapresentação dia 23 às 20h.

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2015 35 Roteiro Musical Rio de Janeiro

Dias 16, 17, 23 e 24 de janeiro, Oi Futuro Ipanema Museu de Arte Moderna – Av. Infante Dom Henrique, s/nº – Flamengo – Tel. (21) 2240- 31 SÁBADO Festival Rc4 investiga propostas 4944. Entrada franca. 12h30 Ópera o ELIXIR DO AMOR, estéticas para os clássicos 20h00 Guinga – violão e voz, Paulo de Donizetti Sérgio Santos – clarinete e Lula Royal Opera House de Londres. Com Novas propostas estéticas e a Galvão – violão Vittorio Grigolo, Lucy Crowe e Bryn fusão entre diferentes vertentes Série Sala Jazz. Programa: obras de Terfel. Tom Jobim, Anacleto de Medeiros e musicais, de olho em novos públi- Cinemark. R$ 50 a R$ 75. Verificar locais Guinga. cos, são tema do Festival Rc4, que em www.cinermak.com.br. Reapresentação divulgação / H L Jo nes divulgação Sala Cecília Meireles – Largo da Lapa, 47 – dia 1/2 às 15h30 e dia 3/2 às 18h30. será realizado ao longo de quatro Centro – Tel. (21) 2332-9223 (835 lugares). R$ 40. dias no Oi Futuro Ipanema. O obje- 15h55 Ópera Os contos de tivo é oferecer um panorama de ini- 26 SEGUNDA-FEIRA Hoffmann, de Jacques Offenbach ciativas em busca de aproximação The Metropolitan Opera House. Transmissão ao vivo de Nova York. com as novas gerações, tanto em 18h00 Toninho Galante – violão Bartlett Sher – produção. Michael apresentações como em encontros e Marceu Vieira – voz Yeargan – cenografia. Dou Dou Música no Museu. Programa: obras com artistas, que participam de Huang – coreografia. James Levine de Noel Rosa. debate na UniRio no dia 16. e Ives Abel – direção. Yves Abel – Casa de Cultura Laura Alvim – Av. Vieira Também no dia 16, sobe ao pal- Souto, 176 – Ipanema – Tel. (21) 2332-2015 regente. Com Hibla Gerzmava, Kate co Francesco Tristano, pianista de (70 lugares). Entrada franca. Lindsey, Vittorio Grigolo e Thomas Gabriel Prokofiev 29 anos nascido em Luxemburgo. Hampson. Seu trabalho é pautado pelo modo UCI Salas de Cinema. R$ 60. Verificar locais 27 TERÇA-FEIRA em www.ucicinemas.com.br/metopera. como mistura eras e estilos diferentes – barroco, clássico, música nova, jazz e música eletrônica – em suas apresentações, propondo combina- 18h00 Bonde Carioca 17h00 Coral Vozes do Outono ções sonoras que iluminam o repertório tradicional ao mesmo tempo que Música no Museu. Programa: Música no Museu. Programa: obras apontam em novas direções. obras de Villa-Lobos e Tom Jobim. de Nazareth e compositores contem- Em seguida, no dia 17, a atração é o compositor Gabriel Prokofiev. Forte de Copacabana – Museu do Exército porâneos. – Praça Coronel Eugênio Franco, 1 – Posto Clube Hebraica – Rua das Laranjeiras, 346 – Neto de Sergei Prokofiev, ele tem se tornado símbolo da mistura da músi- 6 – Copacabana – Tel. (21) 2521-1032 (150 4º andar – Laranjeiras – Tel. (21) 2557-4455 ca clássica com o ambiente e a linguagem do universo pop, criando “ba- lugares). Entrada franca. (200 lugares). Entrada franca. ladas eruditas” que fizeram sucesso na Inglaterra e acabaram viajando o mundo, com edições em cidades como Nova York e Rio de Janeiro. Em 28 QUARTA-FEIRA 19h00 Marcos Leite – piano sua aparição no festival, ele estará acompanhado do violoncelista Hugo Comemoração dos 32 anos de car- reira. Participação: Francisco Manuel Pilger e do saxofonista Joan Martí Frasquier. 12h30 José Carlos Vasconcelos – da Silva – flauta transversal e Álefy piano Etienne Abelin, convidado do dia 23 do festival, traz ao Brasil o soft­ Santos – piano. Programa: obras de Música no Museu. Programa: obras ware Music animation Machine Live (MAM). Símbolo de seu trabalho Chopin, Beethoven-Liszt, Franz Ventura de Leopoldo Miguez, Arthur Napoleão, com start ups dedicadas ao diálogo entre música e inovações tecnológi- e Alexandre Levy. Nepomuceno, Henrique Oswald e cas, o MAM é uma espécie de partitura gráfica que permite a criação de Alfa Barra Clube – Rua Maestro José Siqueira, Mignone. performances sonoras que unem música e vídeo. 81 – Barra da Tijuca – Tel. (21) 2433-1966 (100 Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Primeiro lugares). Entrada franca. O encerramento do festival, no dia 24, é com o Brandt Brauer Frick de Março, 66 – Centro – Tel. (21) 3808-2020 (90 Trio, da Alemanha. O grupo combina instrumentos acústicos e tecno- lugares). Entrada franca. 20h00 Egberto Gismonti – multi- logia para criar uma visão pessoal da música eletrônica, com sons que -instrumentista relembram o ambiente de clubes noturnos. 29 QUINTA-FEIRA Série Sala Jazz. Sala Cecília Meireles – Largo da Lapa, 47 – 12h30 Eliane Salek – piano Centro – Tel. (21) 2332-9223 (835 lugares). R$ 40. 20h00 Eliane Coelho – soprano e Música no Museu. Programa: modinhas SEXTA-FEIRA 23 Luiz Gustavo Carvalho – piano brasileiras. Série Música de Câmara. Programa: Casa de Rui Barbosa – Rua São Clemente, 424 Fevereiro 21h00 Etienne Abelin (Suíça) obras de Tchaikovsky, Rachmaninov – Botafogo – Tel. (21) 3289-4600 (280 lugares). Entrada franca. – violino, Wilson Sukorski – e R. Strauss. compositor e produtor musical e Sala Cecília Meireles – Largo da Lapa, 47 – 18h30 Ópera o ELIXIR DO AMOR, Katia Baloussier – piano Centro – Tel. (21) 2332-9223 (835 lugares). 1 DOMINGO Festival Rc4. Programa: Abelin – R$ 40. de Donizetti Royal Opera House de Londres. Com Partitura Music animation machine; 12h30 Ópera o ELIXIR DO AMOR, 21h00 Brandt Brauer Frick Trio Vittorio Grigolo, Lucy Crowe e Bryn e Sukorski – Música e vídeo perfor- de Donizetti (Alemanha) Terfel. mance sonora com improvisações Royal Opera House de Londres. Com musicais. Leia mais na pág. 36. Festival Rc4. Daniel Brandt, Jan Bauer e Cinemark. R$ 50 a R$ 75. Verificar locais em www.cinermak.com.br. Reapresentação dia Vittorio Grigolo, Lucy Crowe e Bryn – Rua Visconde de Pirajá, Paul Frick – instrumentos acústicos Oi Futuro Ipanema 31 às 12h30; dia 1/2 às 15h30 e dia 3/2 às Terfel. 54 – Ipanema – Tel. (21) 3131-9333 (80 e sons eletrônicos. Leia mais na pág. 36. 18h30. Cinemark. R$ 50 a R$ 75. Verificar locais em lugares). R$ 20. Continuidade dia 24 às 21h. Oi Futuro Ipanema – Rua Visconde de www.cinermak.com.br. Reapresentação dia 3 Pirajá, 54 – Ipanema – Tel. (21) 3131-9333 às 18h30. (80 lugares). R$ 20. 30 SEXTA-FEIRA 24 SÁBADO 2 SEGUNDA-FEIRA 12h30 Orquestra do Instituto DOMINGO 11h30 Cordas Douradas 25 GPA 12h30 Duo Carol Panesi – violino Música no Museu. Programa: obras Música no Museu. Programa: obras e Salomão Soares – piano de Nazareth. 11h30 Grupo Vocal Amantes da de Villa-Lobos e Nazareth. Música no Museu. Programa: obras Parque das Ruínas – Rua Murtinho Nobre, Música Museu Histórico Nacional – Praça Marechal 169 – Santa Teresa – Tel. (21) 2253-8645 Música no Museu. Programa: obras Âncora, s/nº – Centro – Tel. (21) 2550-9220 de Nazareth e compositores contem- (100 lugares). Entrada franca. de Caymmi. (200 lugares). Entrada franca. porâneos.

36 Janeiro / Fevereiro 2015 CONCERTO Biblioteca Nacional – Av. Rio Branco, 219 – Sala Cecília Meireles Centro – Tel. (21) 3095-3879 (120 lugares). 14 SÁBADO Entrada franca. Grandes artistas marcam o retorno 15h30 Óperas Yolanda, de Tchaikovsky e O castelo de barba- da agenda da Sala Cecília Meireles 3 TERÇA-FEIRA -azul, de Bartók Reinaugurada em dezembro The Metropolitan Opera House. Marcelo Fagerlande 12h30 Fernanda Cruz – piano Transmissão ao vivo de Nova York. passado, após quatro anos em refor- e Rosana Lanzelotte Música no Museu. Programa: obras de Mariusz Trelinski – produção. Boris mas, a Sala Cecília Meireles segue Nazareth, Lorenzo Fernández, Mignone Kudlicka – cenografia. Thomasz em janeiro com grande programa- e Villa-Lobos. Wygoda – coreografia. Valery Gergiev ção em suas três séries principais: Museu da República – Rua do Catete, 153 – e Pavel Smelkov – direção e regentes. Sala Jazz, Música de Câmara e Catete – Tel. (21) 3235-2650 (80 lugares). Com Anna Netrebko, Piotr Beczala, Alexey Markov, Elchin Azizov e Alexei Recitais de Guiomar (realizados 18h30 Ópera o ELIXIR DO AMOR, Tanovitski. no Espaço Guiomar Novaes). Em de Donizetti UCI Salas de Cinema. R$ 60. Verificar locais janeiro, serão seis datas dedicadas Royal Opera House de Londres. em www.ucicinemas.com.br/metopera. à programação de jazz, com Cris- Com Vittorio Grigolo, Lucy Crowe tina Braga e o Quarteto Moderno e Bryn Terfel. de Samba (dia 9), o Duo Gisbranco 24 TERÇA-FEIRA Cinemark. R$ 50 a R$ 75. Verificar locais (16), o espetáculo De nada mais a

em www.cinermak.com.br. divulgação algo além 18h00 Daniel Ramam e (dias 22 e 23), Guinga, Guilherme Cavalcanti Paulo Sérgio Santos e Lula Galvão 6 SEXTA-FEIRA (NadaBhaktas) (dia 25) e Egberto Gismonti (dia 31). A série de câmara se inicia no dia Música no Museu. Programa: 10, com o recital intitulado Bach, Bach, que conta com Rosana Lanzelotte 12h30 Orquestra Instituto Pão concerto meditativo com cantos (cravo e pianoforte), Marcelo Fagerlande (cravo) e convidados; já no de Açúcar sagrados e instrumentos étnicos dia 17, é a vez do duo formado pelo violinista Emmanuele Baldini e a Música no Museu. Programa: obras da Índia. pianista Juliana d’Agostini; a última apresentação do mês é no dia 24, de Nazareth e compositores contem- Forte de Copacabana – Museu do Exército quando a soprano Eliane Coelho interpreta canções de Tchaikovsky, porâneos. – Praça Coronel Eugênio Franco, 1 – Posto 6 – Copacabana – Tel. (21) 2521-1032 (150 Rachmaninov e Richard Strauss, acompanhada pelo pianista Luiz Gustavo Centro Cultural Light – Av. Marechal Floriano, lugares). Entrada franca. 168 – Centro – Tel. (21) 2211-7529 (200 Carvalho. O Espaço Guiomar Novaes recebe também três apresentações lugares) em janeiro: da soprano Alzeny Nelo com o pianista Durval Cesetti, no 25 QUARTA-FEIRA dia 15; e dois recitais do pianista Giulio Draghi, nos dias 21 e 28. Em fevereiro, a programação é um pouco mais enxuta. No dia 7, 7 SÁBADO 12h30 Licia Lucas – piano acontece um recital da série de jazz, com Leo Gandelman (saxofone) e Eduardo Farias (piano). A sala volta a receber concertos no final do mês, 17h00 Cristiano Vogas – piano Música no Museu. Programa: com três apresentações dedicadas à música de câmara. No dia 25, é a Música no Museu. Programa: obras obras de Villa-Lobos, Guarnieri, de Bach e Mozart. Frutuoso Viana e Lorenzo Fernández. vez do duo formado pela violinista Angélica Olivo e o pianista Ricardo Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Primeiro Clube Hebraica – Rua das Laranjeiras, 346 – Castro – no programa, peças de Debussy, Chausson, Isaye e Franck. Nos de Março, 66 – Centro – Tel. (21) 3808-2020 4º andar – Laranjeiras – Tel. (21) 2557-4455 (155 lugares). Entrada franca. dias 27 e 28, uma homenagem ao Barroco, com As quatro estações de (200 lugares). Entrada franca. Boismortier – a série de cantatas será interpretada por um time forma- do por Marília Vargas (soprano), Marcelo Coutinho (barítono), Juliano 20h00 Leo Gandelman – saxofone 20h00 Angélica Olivo – violino e Ricardo Castro – piano Buosi (violino barroco), Paulo da Mata (flauta barroca), Cecília Aprigliano e Eduardo Farias – piano (viola da gamba) e Marcelo Fagerlande (cravo e direção). Série Sala Jazz. Programa: Luiz Série Música de Câmara. Programa: Americano – Linda Erika; Severino Debussy – Estampes; Chausson – Araújo – Um chorinho em aldeira; Poema op. 25; Eugène Isaye – Sonata Villa-Lobos – A lenda do caboclo; para violino nº 2; e César Franck – 27 SEXTA-FEIRA 28 SÁBADO Gnattali – Brasiliana nº 7; Nazareth Sonata em lá maior. – Cubanos e Pássaros em festa; Leo Sala Cecília Meireles – Largo da Lapa, 47 – Centro – Tel. (21) 2332-9223 (835 lugares). 12h30 Cordas Douradas 11h30 Grupo Vocal Amantes Gandelman/Williams Magalhães R$ 40. Música no Museu. Clássicos brasileiros. da Música – Furuvudé; Leo Gandelman/ Museu Histórico Nacional – Praça Marechal Música no Museu. Clássicos brasileiros. David Feldman – Neshama; Waldir Âncora, s/nº – Centro – Tel. (21) 2550-9220 Parque das Ruínas – Rua Murtinho Nobre, Azevedo – Brasileirinho; Baden 26 QUINTA-FEIRA (200 lugares). Entrada franca. 169 – Santa Teresa – Tel. (21) 2253-8645 (100 Powell/Paulo César Pinheiro – lugares). Entrada franca. 20h00 As quatro estações, Lapinha; e Pixinguinha – Ignez e 12h30 Balé alice no País das 12h30 Boris Marques – piano de Boismortier Lamento. Maravihas, de Wheeldon Música no Museu. Programa: Série Música de Câmara. Cantatas Sala Cecília Meireles – Largo da Lapa, 47 – obras de Bach, Beethoven, Brahms Balé da Royal Opera House de Londres. Centro – Tel. (21) 2332-9223 (835 lugares). francesas a uma voz acompanhadas R$ 40. e Schubert. Cinemark. R$ 50 a R$ 75. Verificar locais em de instrumentos. Marcelo Fagerlande www.cinermak.com.br. Reapresentação dia Casa de Rui Barbosa – Rua São Clemente, 424 – direção e cravo, Marília Vargas – so- – Botafogo – Tel. (21) 3289-4600 (280 lugares). 1/3 às 15h30 e dia 3/3 às 18h30. Entrada franca. prano, Marcelo Coutinho – barítono, 8 DOMINGO Juliano Buosi – violino barroco, Paulo 18h30 Balé alice no País das da Mata – flauta barroca e Cecilia 1/3 DOMINGO 11h30 Abstrassom Maravihas, de Wheeldon Aprigliano – viola da gamba. Programa: Música no Museu. Marcelo Saldanha Balé da Royal Opera House de Boismortier – Sonata em trio nº 1 e nº 2 15h30 Balé alice no País das – regente. Programa: clássicos bra- Londres. op. 41; Cantatas A primavera, O verão, Maravihas, de Wheeldon sileiros. Cinemark. R$ 50 a R$ 75. Verificar locais em O outono e O inverno. Balé da Royal Opera House de Londres. Museu de Arte Moderna – Av. Infante Dom www.cinermak.com.br. Reapresentação dia Sala Cecília Meireles – Largo da Lapa, 47 – Cinemark. R$ 50 a R$ 75. Verificar locais Henrique, s/nº – Flamengo – Tel. (21) 2240- 28 às 12h30; dia 1/3 às 15h30 e dia 3/3 às Centro – Tel. (21) 2332-9223 (835 lugares). em www.cinermak.com.br. Reapresentação 4944 (200 lugares). Entrada franca. 18h30. R$ 40. Reapresentação dia 28 às 20h. dia 3/3 às 18h30.

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2015 37 Roteiro Musical Outras Cidades t i a Santos – piano. Programa: obras de

Filarmônica de Minas ensaia o ss Janeiro Rachmaninov, Beethoven-Liszt, Villa- na Sala Minas Gerais Lobos, Franz Ventura e Alexandre Levy. Casa de Cultura – Tel. (34) 3255-8252. Entrada MANAUS, AM franca.

Sala Minas / a n d ré f divulgação 15/01 20h00 Amazonas Gerais Filarmônica Fevereiro Série Guaraná. Luiz Fernando Malheiro – regente. Margarita Chtereva – violi- no. Programa: Tchaikovsky – Concerto BELO HORIZONTE, MG para violino op. 35 e Sinfonia nº 6 op. 74, Patética. Leia mais na pág. 39. 27/02 20h30 Orquestra Teatro Amazonas – Tel. (92) 3622-1880. Filarmônica de Minas Gerais, Reapresentação dia 18 às 19h. Coral Lírico de Minas Gerais e Belo Horizonte, dias 27/2 e 28/2 Coro da Osesp 21/01 20h00 Orquestra de Abertura da Sala Minas Gerais. Fabio Filarmônica de Minas Gerais Câmara do Amazonas Mechetti – regente. Edna D’Oliveira – Série Guaraná. Marcelo de Jesus – soprano e Edinéia de Oliveira – mezzo inaugura nova sala com Mahler regente. Programa: Haydn – Quarteto de soprano. Programa: Francisco Manuel cordas op. 3/5, Serenata; e Beethoven – da Silva – Hino nacional brasileiro; e Sob regência de seu diretor artístico e regente titular Fábio Mechetti, Quarteto de cordas nº 16 op. 135. Mahler – Sinfonia nº 2, Ressurreição. a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais inaugura sua nova sede, a Sala Teatro Amazonas – Tel. (92) 3622-1880. Leia mais ao lado. Reapresentação dia 23 às 20h no Teatro da Sala Minas Gerais – Tel. (31) 3219-9000. R$ 30 Minas Gerais, com dois concertos, nos dias 27 e 28 de fevereiro. A peça Instalação – Tel. (92) 3622-2840. escolhida para marcar a data é a Sinfonia nº 2, Ressurreição, de Gustav a R$ 90. Reapresentação dia 28 às 20h30. Mahler. A escolha não se deve ao acaso: a obra foi uma das interpretadas 22/01 20h00 Amazonas Manaus, AM em 2008, no encerramento da primeira temporada do grupo. Filarmônica Série Guaraná. Otávio Simões – regen- A Sala ocupa uma área de 8 mil m² no bairro do Barro Preto (o com- te. Programa: Dvorák – Serenata para 01/02 19h00 Amazonas plexo, com área total de 12 mil m², inclui a nova sede da Rede Minas e sopros op. 44; e Mussorgsky – Quadros Filarmônica um restaurante, abrigado em um prédio histórico de 1920). Segundo re- de uma exposição. Série Guaraná. Marcelo de Jesus – regen- presentantes da Filarmônica, cerca de 360 mil pessoas passam pela região Teatro Amazonas – Tel. (92) 3622-1880. te. Pacho Flores – trompete. Programa: diariamente – e a ideia é que a nova sede da orquestra se torne ambiente Reapresentação dia 25 às 19h. Carreño – Margariteña; Sarasate – Árias de convívio e uma nova referência cultural para a cidade. O projeto, 29/01 20h00 Amazonas ciganas op. 20; Revueltas – Sensemayá; orçado em R$ 140 milhões, teve assinatura da arquiteta Jô Vasconcellos. Filarmônica Moncayo – Huapango; e Efrain Oscher “A nova sala de concertos da Filarmônica e a Estação da Cultura Série Guaraná. Marcelo de Jesus – – Mestizo, concerto para trompete. Leia regente. Pacho Flores – trompete. mais na pág. 39. Presidente Itamar Franco como um todo trarão benefícios que vão além Teatro Amazonas – Tel. (92) 3622-1880. daqueles experimentados internamente durante nossos concertos. Todos Programa: Carreño – Margariteña; sabemos que os investimentos em projetos como esse fazem de uma Sarasate – Árias ciganas op. 20; 03/02 20h00 Orquestra de Revueltas – Sensemayá; Moncayo – sala um veículo poderoso, que repercute de forma direta na economia Câmara do Amazonas e Solistas Huapango; e Efrain Oscher – Mestizo, da Amazonas Filarmônica da região, no enriquecimento educacional daqueles que a frequentam e concerto para trompete. Série Guaraná. Marcelo de Jesus – no papel fundamental que a cultura de excelência preenche no processo Teatro Amazonas – Tel. (92) 3622-1880. regente. Michel Arghirachis – fagote, de transformação social de nosso povo”, disse o maestro Fábio Mechetti Reapresentação dia 1/2 às 19h. Hristo Ganev – corne inglês. Irina antes do primeiro ensaio experimental realizado na sala. Kazak – piano e Rubens Souza – trom- Em conversa com a Revista CONCERTO, em meados de dezem- MARIANA, MG pete. Programa: Vivaldi – Concerto bro, Mechetti falou um pouco da experiência de tocar pela primeira para fagote e cordas RV 493; Donizetti vez no novo espaço, cujo projeto acústico é assinado por José Augusto 02/01 11h30 Música Barroca – Concertino para corne inglês; e Nepomuceno. “Foi muito emocionante. Estávamos ansiosos para saber Concertos realizados no órgão histó- Stephenson – Concerto para piano, trompete e cordas, The Russian. como a sala se revelaria. A primeira grande qualidade parece ser a homo- rico de Mariana, por Elisa Freixo e Josinéia Godinho. Teatro Amazonas – Tel. (92) 3622-1880. geneidade do som. A acústica valoriza as características da orquestra. É Reapresentação dia 6 às 20h no Teatro da Sé de Mariana – Tel. (31) 3558-2785. R$ 30. Instalação – Tel. (92) 3622-2840. uma sala brilhante, mas sem ser agressiva. Será preciso ajustar o volume, Apresentações sextas-feiras às 11h30 e domingos pois estávamos acostumados com um teatro muito maior, no Palácio das às 12h15. Informações: [email protected]. 05/02 20h00 Amazonas Artes, e o som ainda está reverberando um pouco a mais do que o dese- Filarmônica jado. Mas faltam detalhes, como alguns difusores. E, em janeiro, vamos TIRADENTES, MG Série Guaraná. Helder Trefzger – re- receber equipes de especialistas da Áustria, que darão os últimos ajustes gente. Programa: Dvorák – Suíte tcheca no teto acústico e nas cortinas laterais. Está claro para todos nós que há 02/01 20h00 Música Barroca op. 39; Elgar – Abertura In the South um potencial enorme, e teremos o prazer de explorá-lo.” Concertos realizados no órgão histórico (Alassio) op. 50; e Ernani Aguiar – Sinfonietta seconda, Carnevale. Do ponto de vista artístico, a expectativa é que a nova casa possibilite de Tiradentes, por Elisa Freixo Teatro Amazonas – Tel. (92) 3622-1880. à Filarmônica voos mais altos. Segundo Mechetti, será possível “desen­ e Josinéia Godinho. Igreja Matriz de Santo Antonio – Tel. (32) volver um trabalho técnico de construção sonora que, até então, havia sido 3355-1676. R$ 30. Apresentações sextas-feiras 24/02 20h00 Orquestra de prejudicado pela logística”. Primeiro, porque, com um espaço próprio, a às 20h. Informações: [email protected]. Câmara do Amazonas orquestra pôde mais do que dobrar seu número de concertos. E, em Série Guaraná. Leonardo David – re- segundo lugar, porque entre essas apresentações estará uma série dedi- UBERLÂNDIA, MG gente. Programa: Beethoven – Quarteto de cordas nº 4 op. 18/4; Barber – cada às sinfonias e aos concertos de Beethoven. “Nada melhor do que Adágio para cordas op. 11; e Ernani o repertório clássico e, dentro dele, a obra de Beethoven para trabalhar- 16/01 20h00 Marcos Leite – piano Aguiar – Sinfonietta Terza, Ouro branco. mos questões de articulação, pulso, sonoridade, igualdade de arco, fra- Comemoração dos 32 anos de car- Teatro Amazonas – Tel. (92) 3622-1880. seologia, finesse musical. Há oito anos esperávamos essa oportunidade.” reira. Participação: Francisco Manuel Reapresentação dia 27 às 20h no Teatro da da Silva – flauta transversal e Álefy Instalação – Tel. (92) 3622-2840.

38 Janeiro / Fevereiro 2015 CONCERTO 26/02 20h00 Orquestra do Festival PIRASSUNUNGA, SP Teatro Amazonas e Teatro da Instalação Amazonas de Ópera, Coral do Amazonas e Coral Infantil do Liceu 08/02 17h00 Orquestra Sinfônica Amazonas Filarmônica tem grande de Artes e Ofícios Claudio Santoro do Estado de São Paulo Série Guaraná. Luiz Fernando Malheiro Osesp Itinerante. Isaac Karabtchevsky programação no início do ano – regente. Adriana Clis – mezzo sopra- – regente. Programa: Villa-Lobos – Bachia­ Os grupos artísticos da Amazo- no. Programa: Mahler – Sinfonia nº 3. nas brasileiras nº 4, Prelúdio, e Sinfonia nº Pacho Flores nas Filarmônica apresentam quatro Teatro Amazonas – Tel. (92) 3622-1880. 8; e Stravinsky – O pássaro de fogo, Suíte. Centro de Convenções Prof. Fausto Victorelli – programas em janeiro. O primeiro MARIANA, MG Rua Galicio Del Nero, 51 – Centro. Entrada franca. deles é com a própria Filarmônica, sob regência de seu diretor e regen- 01/02 12h15 Música Barroca SALTO, SP te titular, Luiz Fernando Malheiro. Concertos realizados no órgão histó- Com Margarita Chtereva ao violi- rico de Mariana, por Elisa Freixo e 06/02 20h00 Orquestra Sinfônica no, o grupo interpreta o Concerto Josinéia Godinho. do Estado de São Paulo para violino e a Sinfonia nº 6, Pa- Sé de Mariana – Tel. (31) 3558-2785. R$ 30. Osesp Itinerante. Isaac Karabtchevsky Apresentações sextas-feiras às 11h30 e domingos – regente. Programa: Villa-Lobos – Bachia­ tética, de Tchaikovsky. Serão duas às 12h15. Informações: [email protected]. nas brasileiras nº 4, Prelúdio, e Sinfonia nº datas – dias 15 e 18 –, ambas no

8; e Stravinsky – O pássaro de fogo, Suíte. Teatro Amazonas. divulgação PAULÍNIA, SP Sala Palma de Ouro – Tel. (19) 4062-0121. Já nos dias 21 e 23, é a vez da Entrada franca. Orquestra de Câmara do Amazonas tocar no Teatro Amazonas e no Te- 05/02 20h00 Orquestra Sinfônica atro da Instalação, respectivamente. A regência é do diretor artístico do do Estado de São Paulo TIRADENTES, MG Osesp Itinerante. Isaac Karabtchevsky grupo, Marcelo de Jesus, que comanda quartetos de cordas de Haydn e Beethoven. A Filarmônica volta ao Teatro Amazonas nos dias 22 e 25, – regente. Programa: Villa-Lobos – 07/02 20h00 Música Barroca Bachia­nas brasileiras nº 4, Prelúdio, e Concertos no órgão histórico de Tiradentes, quando, sob a batuta de Otávio Simões, toca a Serenata para sopros de Sinfonia nº 8; e Stravinsky – O pássaro por Elisa Freixo e Josinéia Godinho. Dvorák, e Quadros de uma exposição, de Mussorgsky (em orquestração de fogo, Suíte. Igreja Matriz de Santo Antonio – Tel. (32) de Ravel). Theatro Municipal – Tel. (19) 3933-2140. 3355-1676. R$ 30. Apresentações sextas-feiras Nos dias 29 de janeiro e 1º de fevereiro a Amazonas Filarmônica tem Entrada franca. às 20h. Informações: [email protected]. como solista convidado o ótimo trompetista da Venezuela Pacho Flores, cria do famoso El Sistema. Ele interpreta Mestizo, de seu conterrâneo Ópera e Balé no CInema Efrain Oscher – o programa se completa com peças de Pablo Sarasate, Sil- vestre Revueltas e José Pablo Moncayo. A regência é de Marcelo de Jesus. UCI SALAS de Cinema SALAS DO Cinemark Em fevereiro, mais quatro programas. Os primeiros são logo nos dias Transmissão ao vivo de Nova York R$ 50 a R$ 75. 3 e 6, no Teatro Amazonas e no Teatro da Instalação, respectivamente, The Metropolitan Opera House Endereços: www.cinermak.com.br quando a Orquestra de Câmara do Amazonas, com regência de Marcelo Ingressos: R$ 60 Quinta-feira, 29/1 às 18h30 Endereços: www.ucicinemas.com.br/metopera de Jesus, recebe como solistas membros da Amazonas Filarmônica. Sábado, 31/2 às 12h30 A Amazonas Filarmônica volta a subir no palco do Teatro Amazonas Sábado, 17/1 às 15h55 Domingo, 1/2 às 15h30 no dia 5, com Helder Trefzger como regente convidado. Ele dirige um Terça-feira, 3/2 às 18h30 Ópera A viúva alegre, de Léhar programa com peças de Dvorák, Elgar e Ernani Aguiar. Andrew Davis, Paul Nadler e Fabio Ópera o ELIXIR DO AMOR, de O maestro adjunto da Sinfônica do Espírito Santo, Leonardo David, Luisi – direção. Andrew Davis – re- Donizetti também se apresenta em Manaus: ele rege a Orquestra de Câmara do gente. Com Renée Fleming, Kelli Royal Opera House de Londres. Amazonas nos dias 24 e 27, no Teatro Amazonas e no Teatro da Instalação. O’Hara, Nathan Gunn, Alek Shrader Com Vittorio Grigolo, Lucy Crowe e O mês se encerra em preparação ao Festival Amazonas de Ópera. No e Thomas Allen. Bryn Terfel. dia 26, no Teatro Amazonas, Luiz Fernando Malheiro, diretor artístico Sábado, 31/1 às 15h55 do evento, rege a Orquestra do Festival na Sinfonia nº 3 de Gustav Mah- Quinta-feira, 26/2 às 18h30 ler. A monumental obra do compositor austríaco terá solos da mezzo Ópera Os contos de Hoffmann, Sábado, 28/2 às 12h30 de Offenbach Domingo, 1/3 às 15h30 Adriana Clis, além da participação do Coral Infantil do Liceu de Artes e James Levine e Ives Abel – direção. Terça-feira, 3/3 às 18h30 Ofícios de Cláudio Santoro e do Coral do Amazonas. Yves Abel – regente. Com Hibla Gerzmava, Kate Lindsey, Vittorio Balé alice no País das Maravihas, de Wheeldon Grigolo e Thomas Hampson. Paulínia, dia 5/2; Salto, dia 6/2; Guarulhos, dia 7/2; Pirassununga, dia 8/2 Balé da Royal Opera House de Sábado, 14/2 às 15h30 Londres. Osesp faz turnê pelo interior de Óperas Yolanda, de Tchaikovsky e O castelo de barba-azul, de Transmissão nas cidades de São Paulo com Karabtchevsky Bartók Aracaju, SE / Belo Horizonte, MG Valery Gergiev e Pavel Smelkov Brasília, DF / Campinas, SP Comandada pelo maestro Isaac Karabtchevsky, a Orquestra Sinfôni- – direção e regentes. Com Anna Curitiba, PR / Goiânia, GO ca do Estado de São Paulo abre seu ano com uma viagem por quatro ci- Netrebko, Piotr Beczala, Alexey Londrina, PR / Natal, RN dades do interior: Paulínia, Salto, Guarulhos e Pirassununga. O destaque Markov, Elchin Azizov e Alexei Porto Alegre, RS / Recife, PE do repertório dos concertos é a Sinfonia nº 8 de Villa-Lobos, que integra Tanovitski. Rio de Janeiro, RJ / Salvador, BA o projeto de gravação da integral das sinfonias do autor. Até agora, já São José dos Campos, SP Transmissão nas cidades de foram lançadas as de nº 3, nº 4, nº 6, nº 7 e nº 10 – esta última, apelidada São Paulo, SP / Uberlândia, MG Campo Grande, MS / Curitiba, PR Vitória, ES de Amerínidia, acaba de chegar às lojas (leia mais na página 71). Fortaleza, CE / Juiz de Fora, MG O programa da turnê tem ainda outra peça do compositor, o Prelú- Recife, PE / Ribeirão Preto, SP dio das Bachianas brasileiras nº 4, e a versão de 1919 da suíte O pás- Rio de Janeiro, RJ / Salvador, BA saro de fogo, de Igor Stravinsky. O mesmo repertório será apresentado São Luís, MA / São Paulo, SP nos dias 12 e 13 de fevereiro, na Sala São Paulo (veja na página 31).

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2015 39

PrêmioCONCERTO 2014

DESTAQUES DA TEMPORADA Prêmio CONCERTO 2014 Destaques da temporada

Seis atuantes jornalistas musicais do país se reuniram para selecionar os destaques da temporada e eleger os vencedores do Prêmio CONCERTO 2014. Terceira edição também conferiu o Prêmio CONCERTO – Voto do público.

randes atrações disputaram o Prêmio CONCERTO 2014, que Os espetáculos, os artistas e as efemérides foram selecionados a chega a sua terceira edição consolidado como uma das principais partir de uma ampla lista com centenas de eventos. A partir dela, cada G distinções na área da música clássica e ópera no Brasil. O objetivo jurado indicou três destaques para cada categoria, o que resultou na principal continua sendo a valorização e o fomento da atividade musical lista final apresentada na reunião do júri, em 3 de dezembro. Debates clássica. Para isso, o prêmio faz o reconhecimento e a divulgação e argumentações levaram aos três finalistas por categoria (conheça-os dos principais eventos e protagonistas da cena clássica ou de grandes na página ao lado). Em seguida, uma votação do júri decidiu pelos acontecimentos que impactaram a temporada. vencedores para cada uma das categorias. Conheça os escolhidos nas Conferido por um júri formado exclusivamente por especialistas e páginas 44 a 48. críticos musicais, o Prêmio CONCERTO contempla um grande prêmio Pela primeira vez, os leitores do Site e da Revista CONCERTO e cinco categorias específicas: Ópera, Música Orquestral, Música de também puderam votar nos indicados de cada categoria, conferindo o Câmara/Recital/Coral, Jovem Talento e CD/DVD/Livro. Os jurados Prêmio CONCERTO – Voto do público. Confira os seis preferidos do votam livremente, tendo como critério o mérito dos concorrentes. público na página 48.

Jurados

Camila Frésca João Luiz Sampaio Nelson Rubens Kunze é jornalista e doutora em é jornalista e crítico musical; é emprendedor, gestor cultural musicologia pela ECA-USP; editor-executivo da Revista e jornalista; diretor-editor jornalista da Revista CONCERTO CONCERTO e colunista do Site da Revista CONCERTO e e colunista do Site CONCERTO; CONCERTO; colaborador do colunista do Site CONCERTO coordenadora musical da Rádio jornal O Estado de S. Paulo e Cultura FM do Portal Estadão

Irineu Franco Perpetuo João Marcos Coelho Sidney Molina é jornalista e crítico musical; é jornalista e crítico musical; é violonista e crítico musical do colaborador do jornal Folha de colunista do Site e Revista CONCERTO; jornal Folha de S. Paulo; professor S. Paulo e da revista Ópera Actual colaborador dos jornais O Estado da UniFiam-Faam, em São Paulo, e (Barcelona); jornalista da de S. Paulo e Valor Econômico; da Fundação Carlos Gomes/UEPA Revista CONCERTO e colunista apresentador do programa O que em Belém; membro do quarteto do Site CONCERTO há de novo, da Rádio Cultura FM de violões Quaternaglia

42 Janeiro / Fevereiro 2015 Finalistas Prêmio CONCERTO 2014 Grande Prêmio CONCERTO 2014

CORO OSESP, 20 ANOS NELSON FREIRE, 70 ANOS 10º BIMESP Ao completar duas O pianista celebrou Dirigida por Flo Menezes, décadas de atividade, o aniversário com concertos e a Bienal Internacional de grupo, dirigido por Naomi recitais em todo o mundo e Música Eletroacústica chega Munakata, consolida-se uma série de lançamentos à décima edição aliando como o principal de discos que recuperam qualidade de execução e conjunto coral do país sua trajetória investigação estética

Prêmio CONCERTO 2014 Ópera AS BODAS DE FÍGARO, SALOMÉ, TOSCA, DE W.A. MOZART DE RICHARD STRAUSS DE GIACOMO PUCCINI Luiz Fernando Malheiro – John Neschling – direção Oleg Caetani – direção direção musical; Livia Sabag musical; Livia Sabag – musical; Marco Gandini – – direção cênica direção cênica direção cênica [Produção do Theatro [Produção do Theatro [Produção do Theatro São Pedro, SP] Municipal de São Paulo] Municipal de São Paulo]

Prêmio CONCERTO 2014 Música Orquestral ORQUESTRA SINFÔNICA OSESP, CORO E SOLISTAS OSESP, STANISLAW DA RÁDIO DA BAVIERA e e RICHARD ARMSTRONG – SKROWACZEWSKI – regente MARISS JANSONS – regente regente e AKIKO SUWANAI – violino Com participação da pianista A danação de Fausto, Concerto para violino de Mitsuko Uchida de Hector Berlioz Alban Berg e Sinfonia nº 4 [Temporadas Sociedade de [Temporada Osesp] de Bruckner Cultura Artística/Dell’Arte] [Temporada Osesp]

Prêmio CONCERTO 2014 Música de Câmara / Recital / Coral LES ARTS FLORISSANTS, PHILIPPE JAROUSSKY E QUARTETO EMERSON WILLIAM CHRISTIE – ENSEMBLE ARTASERSE Obras de Hadyn, Mozart, regente Obras de Vivaldi Beethoven, Britten e Obras de compositores [Temporada da Cultura Shostakovich franceses Artística] [Temporada da Cultura [Série de Câmara Artística] da Cultura Artística]

Prêmio CONCERTO 2014 Jovem Talento LINA MENDES NEOJIBA – Núcleos ORQUESTRA JOVEM DO soprano Estaduais de ESTADO DE SÃO PAULO Orquestras Juvenis Direção: Cláudio Cruz e Infantis da Bahia [Emesp/Santa Direção: Ricardo Castro Marcelina Cultura]

Prêmio CONCERTO 2014 CD / DVD / Livro cd 16 VALSAS PARA cd DELÍRIO livro FAGOTE solo Emmanuele Baldini FORMAÇÃO GERMÂNICA Mignone por Fábio Cury – violino e Karin DE ALBERTO NEPOMUCENO [Selo SESC] Fernandes – piano João Vidal Obras de Leopoldo [Escola de Música da UFRJ] Miguez e Glauco Velásquez [Proac SP]

Janeiro / Fevereiro 2015 43 PrêmioCONCERTO 2014

DESTAQUES DA TEMPORADA

Grande Prêmio CONCERTO 2014 Maturidade artística O pianista brasileiro Nelson Freire comemorou 70 anos com concertos e CDs que recuperam sua trajetória e atestam seu auge como intérprete

cada concerto ou recital, a cada disco lançado, os adjetivos interessado no futuro. “Sempre se pode aprimorar, esculpir. Estou tornam-se pálidos para descrever a trajetória e o talento do constantemente esculpindo coisas. Em peças que já toco há décadas, às A pianista brasileiro Nelson Freire. Especialmente em uma vezes começo a ver o que não via antes. Isso é uma coisa mágica”, disse. temporada como a de 2014, na qual ele esteve mais do que nunca em E prova disso ele deu com o lançamento de outro disco, no qual evidência, por conta da comemoração de seus 70 anos. interpreta o Concerto para piano e orquestra nº 5, Imperador, de Nos palcos brasileiros, Freire fez recitais memoráveis em diversas Beethoven, ao lado da Orquestra do Gewandhaus de Leipzig e do cidades, tocou em uma turnê com a Philharmonia Orchestra e o maestro Riccardo Chailly. Eles já haviam registrado, juntos, os dois maestro Vladimir Ashkenazy, e abriu a quarta edição do Concurso concertos de Brahms e, agora, conseguem nova façanha: revelar facetas Internacional BNDES de Piano do Rio de Janeiro em um concerto com desconhecidas de um dos mais célebres concertos do repertório. a Sinfônica Brasileira e o maestro Roberto Tibiriçá. E é justamente essa capacidade de seguir se reinventando como As apresentações ao vivo – que também o levaram a países intérprete, aliada a uma trajetória de exceção, que o júri celebrou ao da América Latina, aos Estados Unidos, à França, à Inglaterra, ao entregar a Nelson Freire o Grande Prêmio CONCERTO 2014, no qual o Japão, à Austrália e à Rússia – foram acompanhadas de importantes pianista concorreu com dois projetos que, cada um a seu modo, atestam lançamentos discográficos. A Universal colocou no mercado a caixa a diversidade e a vitalidade da cena musical brasileira: o Coro da Osesp, Radio Days, com uma série de gravações feitas ao vivo nos anos 1960 que completou 20 anos sob direção da maestrina Naomi Munakata, e a e 1970. A Sony não ficou atrás e, em um box com sete CDs, reeditou Bienal Internacional de Música Eletroacústica de São Paulo, que chegou todos os álbuns gravados pelo pianista para o selo. à décima edição sob o comando do compositor Flo Menezes. Ambos os lançamentos sugerem o balanço de uma carreira. Mas Freire, em entrevista à Revista CONCERTO, ressaltou estar mais Nelson Freire – piano

44 Janeiro / Fevereiro 2015

PrêmioCONCERTO Prêmio CONCERTO 2014 Orquestra Sinfônica da Rádio da Baviera, 2014 sob regência de Mariss Jansons Ópera DESTAQUES DA TEMPORADA Salomé, de Strauss, no Theatro Municipal SP

s três indicados desta categoria formam um painel representativo O no que diz respeito às recentes transformações pelas quais o cená- rio operístico paulistano tem passado. De um lado, com uma produção de As bodas de Fígaro, de Mozart, o Theatro São Pedro deu indícios de novos patamares artísticos a ser atingidos pela casa sob direção do maestro Luiz Fernando Malheiro. De outro, tanto Salomé, de Strauss, quanto Tosca, de Puccini, foram provas do processo de renovação da programação do Theatro Municipal de São Paulo, comandado pelo maestro John Neschling. çã o Mas era preciso escolher um só título – e, da soma das notas atribuídas pelo jurados, saiu vitoriosa a produção de Salomé, apre- divulga sentada em setembro no Theatro Municipal. Motivos para a decisão não faltaram: o elenco, encabeçado pela soprano Nadja Michael e no Prêmio CONCERTO 2014 qual se destacaram, ainda, o tenor Peter Bronder e a mezzo soprano Iris Vermillion; a regência do maestro John Neschling, especialista no Música Orquestral repertório da virada do século XIX para o XX e capaz de revelar facetas pouco exploradas de uma partitura extremamente complexa; ou o desempenho da Orquestra Sinfônica Municipal, que, a cada espetáculo, Orquestra Sinfônica tem mostrado resultados mais consistentes. Outro aspecto a ser considerado foi a direção cênica de Livia Sabag – indicada também pelo trabalho em As bodas de Fígaro. Após da Rádio da Baviera dez anos de carreira, ela se consolida como uma das profissionais mais necessidade de comunhão entre orquestra e solista no repertório interessantes da cena lírica, com montagens nas quais, mais do que A concertante é uma das verdades enraizadas do mundo musical. E, a dicotomia tradição versus vanguarda, aposta na direção de atores e talvez por isso, a gente esqueça que ela nem sempre acontece. Quando na movimentação cênica como elementos fundamentais do discurso dá certo, no entanto, o público está diante de um momento de pro- narrativo. fundo encantamento – e foi exatamente isso que ocorreu nas apresen- tações da Orquestra Sinfônica da Rádio da Baviera, regida por Mariss Salomé, de Richard Strauss (John Neschling/Livia Sabag) [Produção do Theatro Municipal de São Paulo] Jansons, com a pianista Mitsuko Uchida, na Sala São Paulo, promoção da Sociedade de Cultura Artística. Já no Theatro Municipal do Rio de

PrêmioCONCERTO Janeiro, na temporada da Dell’Arte, o grupo demonstrou seu virtuosis- 2014 mo em um repertório com obras de John Adams, Strauss e Berlioz. Uchida já havia sido sondada diversas vezes para vir ao Brasil. DESTAQUES DA TEMPORADA Nos bastidores, revelou que só aceitou o convite porque dessa vez estaria ao lado de seus parceiros favoritos na interpretação do Concerto para piano e orquestra nº 4 de Beethoven: Jansons e os músicos da Baviera. A expectativa era gigantesca. E eles não decepcionaram, com uma leitura, desde os célebres primeiros acordes da obra, integrada, de virtuosismo impressionante, ainda que nunca mais importante que a concepção musical. Da mesma forma, na segunda parte, a interpretação da Sinfonia nº 5 de Shostakovich e da Sinfonia nº 2 de Brahms confirmou o senso estilístico de uma orquestra que, em 2008, foi considerada uma das melhores do mundo pelos críticos europeus. Apesar da vitória da Sinfônica da Rádio da Baviera, a consideração dos jurados atestou também a vitalidade da programação da Osesp. O grupo, afinal, teve dois programas de sua série de assinaturas na lista de indicados: o primeiro, com obras de Alban Berg e Anton Bruckner e regência de Stanislaw Skrowaczewski, e o segundo, com A danação de Fausto, obra monumental de Hector Berlioz interpretada pelo maestro Richard Armstrong.

Orquestra Sinfônica da Rádio da Baviera, Mariss Jansons – regente e Mitsuko Uchida – piano (Concerto nº 4 de Beethoven, Shostakovich e çã o / D esiree F uroni Brahms em São Paulo; Adams, Strauss e Berlioz no Rio de Janeiro) [Cultura Artística/Dell’Arte] divulga

46 Janeiro / Fevereiro 2015 PrêmioCONCERTO Prêmio CONCERTO 2014 2014

DESTAQUES DA TEMPORADA Música de Câmara / Recital / Coral og é rio V ieira Ensemble Artaserse çã o / R divulga e Philippe Jaroussky

as últimas edições do Prêmio CONCERTO, esta foi uma categoria N dominada por pianistas. Não que em 2014 a temporada não tenha incluído grandes recitais. Mas a lista preparada pelo júri, dessa vez, seguiu caminhos diferentes, nomeando um quarteto de cordas, o Emerson, e abrindo-se em direção à música barroca, com duas atrações que estiveram entre as melhores do ano: o Ensemble Artaserse, com o contratenor Philippe Jaroussky, e William Christie, com o conjunto Les Arts Florissants. A discussão foi acirrada. Como não celebrar, afinal, a viagem dos músicos do Emerson pela história do quarteto de cordas, de Haydn a Shostakovich? Ou a qualidade e o refinamento com que Les Arts Florissants e William Christie criaram um panorama diversificado do Barroco francês? Ao final, no entanto, venceram as apresentações de Philippe Jaroussky com o Ensemble Artaserse, dedicadas inteiramente à música vocal e instrumental de Antonio Vivaldi. Prêmio CONCERTO 2014 Aos 36 anos, Jaroussky já pode ser considerado expoente da Jovem Talento interpretação da música barroca e clássica, celebrado pela crítica e por veteranos como o próprio William Christie ou a mezzo soprano Cecilia Bartoli, que, em entrevista recente, se disse “impressionada com a Orquestra Jovem do musicalidade e a sensibilidade dele”. Há cerca de dez anos, o contratenor resolveu criar o Ensemble Artaserse. E o objetivo por trás da decisão ajuda a explicar aquilo que Estado de São Paulo faz dele um intérprete tão especial: o desejo de estabelecer com os músicos uma relação íntima de trabalho, mergulhando no âmago das er convidada para interpretar a Sinfonia fantástica de Berlioz em obras interpretadas, em um diálogo estimulante como o visto em São S um festival anual dedicado ao compositor na cidade natal dele, Paulo e celebrado pelo júri do Prêmio CONCERTO. no interior da França, seria por si só motivo de celebração. Mas a desenvoltura e a qualidade da interpretação dos músicos da Orquestra Philippe Jaroussky e Ensemble Artaserse (obras de Vivaldi) Jovem do Estado de São Paulo (Ojesp) em La Côte Saint-André [Cultura Artística] atestaram o que já vinha se desenhando nas últimas temporadas: a maturidade e a solidez de um conjunto que passou a ocupar espaço PrêmioCONCERTO próprio no cenário musical brasileiro. 2014 Desde 2012 dirigida pelo maestro Cláudio Cruz, a Orquestra

DESTAQUES DA TEMPORADA Jovem começou o ano como grupo residente do Festival de Trancoso. Em seguida, em sua temporada na Sala São Paulo, interpretou um repertório audacioso, aberto à música brasileira de diversas épocas, de Villa-Lobos a Olivier Toni e Eduardo Álvares. Na mesma turnê europeia que a levou à França, a orquestra passou também pela Holanda. E, nessas viagens, procurou ressaltar o caráter pedagógico da iniciativa. “Os músicos entendem que há um mundo maior aqui fora. Estar na orquestra não é um fim em si, é uma janela que se abre para outras possibilidades e diferentes caminhos”, explicou na época Paulo Zuben, diretor da Santa Marcelina Cultura, responsável pela gestão da Escola de Música do Estado de São Paulo, à qual a orquestra está associada. Por lidar com jovens talentos, esta talvez seja uma das mais impor- tantes categorias do Prêmio CONCERTO. E, em 2014, a indicação de duas orquestras ligadas a projetos de excelência em educação musical (além da Ojesp, o Neojiba) e o reconhecimento de uma nova geração

w ler de cantores líricos, representada pela soprano Lina Mendes, que se destacou em palcos como a Sala São Paulo e o Palácio das Artes de Belo Horizonte, sugerem um futuro auspicioso para nosso cenário musical. fo çã o / simon Orquestra Jovem do Estado de São Paulo Philippe Jaroussky

divulga [Cláudio Cruz – direção. Emesp/Santa Marcelina Cultura]

Janeiro / Fevereiro 2015 47 PrêmioCONCERTO 2014 Prêmio CONCERTO 2014 Voto do público CD / DVD / Livro DESTAQUES DA TEMPORADA Formação germânica Grande Prêmio de Alberto Nepomuceno, Nelson Freire, pianista de João Vidal

grande quantidade de lançamentos de discos de artistas brasilei- A ros, em sua maioria dedicados a compositores do país, fez desta uma das mais disputadas categorias do ano. Entre eles, dois chegaram Ópera à lista final de indicados: Delírio, em que a pianista Karin Fernandes e o violinista Emmanuele Baldini interpretam sonatas de Leopoldo Miguez As bodas de Fígaro, e Glauco Velásquez; e o tour de force de Fábio Cury em um álbum duplo com as 16 valsas para fagote solo escritas por Francisco Mignone. de Mozart No entanto, o lançamento, no final de novembro, de Formação Luiz Fernando Malheiro – direção musical germânica de Alberto Nepomuceno, de João Vidal, fez com que o júri Lívia Sabag – direção cênica escolhesse, pela primeira vez na história do Prêmio CONCERTO, um [Produção do Theatro São Pedro, SP] livro como vencedor. A obra celebra os 150 anos de nascimento de Alberto Nepomuceno, comemorados em 2014, apresentando informa- Música Orquestral ções que nos permitem repensar e redescobrir a atividade do compositor. Nepomuceno entrou para a história como precursor do Osesp – A danação nacionalismo musical brasileiro. O julgamento não está equivocado, mas reduz o autor a um esquema que não comporta a complexidade de Fausto, de Berlioz de sua criação. E o que faz Vidal no livro é justamente investigar sua Richard Armstrong – regente formação, chamando atenção a aspectos pouco conhecidos de sua Coros e solistas biografia e do contexto sociocultural em que esteve inserido. [Temporada 2014 Osesp] Ficamos sabendo, por exemplo, que Nepomuceno fez parte, no final do século XIX, de uma geração de autores brasileiros que, além das preocupações sociais centradas no abolicionismo e no republicanismo, Música de Câmara / Recital / Coral tinham em comum a busca na cultura alemã dos elementos para uma renovação intelectual – e que, na origem desse germanismo, estava a Philippe Jaroussky e ambição de dar novo ânimo à identidade brasileira. Pelo ineditismo e pela qualidade da pesquisa, o livro tornou-se a Ensemble Artaserse principal homenagem ao compositor em seu sesquicentenário e acabou [Temporada Cultura Artística] eleito pelo júri.

Formação germânica de Alberto Nepomuceno Livro de João Vidal [Escola de Música da UFRJ] Jovem Talento

PrêmioCONCERTO 2014

DESTAQUES DA TEMPORADA Lina Mendes, soprano

CD / DVD / Livro Formação germânica de Alberto Nepomuceno Livro de João Vidal [Escola de Música da UFRJ]

48 Janeiro / Fevereiro 2015 “Poucas vezes vi um espetáculo tão completo quanto essa Carmen. A direção de cena é impecável! Os protagonistas, de força cênica e vozes poderosas! A orquestra muito coesa e o balé muito bem coreografado. Mas o coral lírico foi o grande destaque. Esse grupo de artistas, que tem um som magnífico, presenteou o público com uma atuação dinâmica, competente, vibrante! Parabéns ao Theatro Municipal de São Paulo pelos seus corpos artísticos!” Silvia Martins, sobre Carmen, no Theatro Municipal de São Paulo

“Quando o imperador do piano encontra o concerto Imperador, acontece o esperado: uma viagem ao reino do encanto, colorida pela paleta de cores quase infinita que Nelson Freire extrai do seu piano. O músico, que já foi o pianista mais apolíneo e contido dentre os especialistas no repertório romântico, hoje soa arrebatado e passional. Mas é sempre ele mesmo, para nossa sorte.” Carlos Frederico, sobre concerto do pianista Nelson Freire com a Philharmonia Orchestra Ouvinte “Joyce DiDonato volta ao Brasil, como sempre, iluminada. Além do seu timbre soberbo de mezzo soprano, que simplesmente enche a Sala São Paulo, ela irradia simpatia e tem carisma de atriz. As interpretações barrocas colocaram lado a lado duas Cleópatras distintas, vividas magicamente por ela. O dom de trazer, com a sua interpretação, o cenário, o figurino e todas Crítico as emoções do drama é admirável. Do bel canto ao ecletismo do pós-verismo do século XX. Um espetáculo.” Roberto Falzoni, sobre recital de Joyce Di Donato A temporada 2014 na opinião dos leitores do Site CONCERTO “Minha opinião é baseada na emoção que o espetáculo me desperta. Em Cavalleria percebi/ senti todas as dores, tristezas e tragédias dos personagens, senti as questões de fé e tudo isso me emocionou muito, foi ótimo. Já no Pagliacci, grande parte da tensão, drama, desgraça que Desde maio de 2014, o Ouvinte Crítico estavam no canto/música eram diluídos por conta dos belíssimos elementos circenses, das oferece um espaço para que leitores crianças, do vídeo, e de todas outras distrações inseridas. A exceção se deu na ária do Palhaço, possam fazer avaliações e comentários onde sem cenário e apenas com um espelho, o cantor consegue realmente expor seu talento e sobre os principais eventos clássicos da a tragédia do personagem, bem como a orquestra, a força e o drama da música.” temporada. Gustavo Silveira, sobre Cavalleria rusticana e Pagliacci, no Theatro Municipal de São Paulo

Leia ao lado alguns comentários “Assisti a récita do dia 25/10 com minha família e amigos. E saímos do Palácio das Artes escritos por nossos leitores no Ouvinte emocionados com o que vimos e ouvimos! Cenário, figurinos, iluminação, direção cênica, Crítico da Revista CONCERTO. orquestra, maestro! E os solistas. Parabéns a Rodolfo Giugliani, (voz maravilhosa, cena Para ler todos os comentários, basta incrível), Lina Mendes (talentosíssima em cena e dona de uma belíssima voz), Jean Nardoto acessar o site www.concerto.com.br/ (linda voz e presença) e aos demais cantores, todos em completa sintonia! Realmente, um ouvintecritico. belíssimo espetáculo.” Bárbara Melo, sobre Rigoletto, no Palácio das Artes de Belo Horizonte “Como se não bastasse a técnica precisa e a voz celestial, o contratenor Philippe Jaroussky E veja abaixo os eventos melhor mostrou para o público da Sala São Paulo que é um músico completo, em interação avaliados (só foram considerados eventos harmoniosa com o Artaserse, conjunto de músicos excelentes, perfeito para acompanhá-lo. que tiveram no mínimo 20 votos): Foi uma apresentação maravilhosa!” Pérola Paes, sobre concerto de Philippe Jaroussky com o Ensemble Artaserse Melhores Óperas “Ótimo, excelente! A batuta precisa e musical do grande Richard Armstrong trouxe para a Sala São Paulo toda a genialidade da orquestração. Tenor excelente, barítono ótimo que se Carmen, de Bizet: 9,5 destacou pela expressividade, mezzo muito boa. A Osesp esteve em um de seus grandes dias.” (176 votos) [Theatro Municipal de São Paulo] Fabiana Crepaldi, sobre A danação de Fausto, de Berlioz, com a Osesp Cavalleria rusticana/ Pagliacci, de Mascagni e Leoncavallo: 9,3 “Assisti às duas interpretações do concerto de violino de Beethoven que tivemos esta semana (157 votos) [Theatro Municipal de São Paulo] na Sala São Paulo, a da violinista Carolin Widmann, acompanhada pela Orquestra Filarmônica de Dresden, e a da violinista Isabelle Faust, acompanhada pela Osesp. Ambas as interpretações As bodas de Fígaro, de Mozart: 9,1 foram ótimas, muito diferentes das usuais, e muito distintas uma da outra. Confesso que, entre (134 votos) [Theatro São Pedro, SP] as duas, gostei mais da de Isabelle Faust, vigorosa e suave ao mesmo tempo, e que teve como ponto alto a maravilhosa cadência com a presença de tímpanos.” Melhores Concertos Henrique Lindenberg Neto, sobre concertos da Filarmônica de Dresden, com Carolin Widmann, e da Osesp, com Isabelle Faust Philippe Jaroussky e Ensemble Artaserse: 9,9 “Boa produção. Eliane Coelho é uma Salomé inesquecível”. (37 votos) [Cultura Artística] Felipe Cunha, sobre a Salomé do Theatro Municipal do Rio de Janeiro

Philharmonia Orchestra “A maestrina Marin Alsop foi detalhista e fiel à composição de Beethoven em todos os Vladimir Ashkenazy/Nelson Freire: 9,9 sentidos, sejam eles técnicos ou sentimentais. (...) O barítono Paulo Szot possui um timbre (23 votos) [Mozarteum Brasileiro] único e uma projeção vocal de dar arrepios! Orquestra tocou com sentimento, técnica e A danação de Fausto, de Berlioz: 9,6 sintonia.” (23 votos) [Temporada Osesp 2014] Thomas Delgado Cima, sobre Nona sinfonia de Beethoven apresentada pela Osesp

Janeiro / Fevereiro 2015 49 Vladimir Ashkenazy g Quarteto Kronos / jay blak e sb er o / jay divulgaçã n d er s o / k e i t h sau divulgaçã

Tosca, Theatro Municipal de São Paulo wl er o on f

Natalie Dessay o / sim divulgaçã i o / d e si ree fu ron divulgaçã

o ano em que completou 60 anos, a Osesp realizou Em um ano em que a conjuntura geral não foi “N a maior e qualitativamente mais significativa muito favorável para a cultura, diversas outras entidades, temporada clássica brasileira (não por acaso, a orquestra orquestras e teatros demonstraram bons resultados. Ainda acabou indicada em duas das três posições concorrentes no universo lírico, é obrigatório lembrar das importantes ao Prêmio CONCERTO – Categoria Música Orquestral). edições do Festival Amazonas de Ópera (que fez a estreia de Se essa constatação não é nenhuma surpresa – a Osesp há Onheama, uma encomenda ao compositor João Guilherme anos está na vanguarda da atividade musical brasileira –, Ripper) e do Festival de Ópera do Theatro da Paz (com uma ela vem reafirmar o acerto da implantação de organizações elogiada montagem de Mefistofele, de Boito). Já do lado dos sociais para a gestão dos órgãos públicos de cultura, no convidados estrangeiros, tivemos excelentes concertos, como caso a Fundação Osesp, que em 2015 completa 10 anos. a Orquestra da Rádio da Baviera com Mariss Jansons, ou a Outros exemplos do sucesso desse modelo confirmam a Philharmonia Orchestra com Vladimir Ashkenazy, e artistas tese: também em São Paulo, o importante desenvolvimento como Mitsuko Uchida, Quarteto Emerson, Andreas Scholl, da Escola de Música do Estado de São Paulo (Emesp) e do Natalie Dessay, Sol Gabetta, Philippe Jaroussky... Theatro São Pedro, sob gestão da Santa Marcelina Cultura Para repensar criticamente a função e a organização da e do Instituto Pensarte, respectivamente; na Bahia, a música clássica nos dias de hoje, foi auspiciosa, também, a grande repercussão do trabalho do Neojiba, dirigido por realização em Belo Horizonte da Conferência MultiOrquestra, Ricardo Castro; ou a extraordinária evolução da Orquestra promovida pelo British Council com apoio da Filarmônica de Filarmônica de Minas Gerais, que em fevereiro inaugura Minas Gerais. A troca de ideias e experiências com os colegas sua nova sala de concertos. britânicos sem dúvida descortinam horizontes, apontando Também o Theatro Municipal de São Paulo pode novas soluções para a democratização do fazer musical. comemorar importantes conquistas no ano. Com produções Rememore as grandes atrações do ano passado e leia a líricas de grande envergadura, a casa perseguiu com êxito a opinião de alguns dos principais protagonistas da cena cultural intenção expressa pelo maestro John Neschling de alcançar nas páginas a seguir. Esperamos que esta Retrospectiva resultados que possam ser referenciados em patamares de 2014 da Revista CONCERTO, além de trazer à lembrança primeiro mundo. Aproveitando as novas instalações da Praça emocionantes momentos da temporada, enriqueça também o das Artes, o Theatro Municipal também levou adiante uma debate sobre as conquistas e os desafios da atividade musical corajosa rearrumação interna, que incluiu a integração e a clássica brasileira.” articulação de suas escolas e seus conjuntos de formação e o início da celetização de seus artistas. Nelson Rubens Kunze, editor da Revista CONCERTO

50 Janeiro / Fevereiro 2015 CONCERTO Nelson Freire As bodas de Fígaro, Theatro São Pedro, SP n ia la r a j e i / vâ a concerto t re vis

20Marin Alsop Mitsuko14­ Uchida

Alessandro Borgomanero 60 Isaac Karabtchevsky 62 Alex Klein 53 Janete Andrade 67 André Cardoso 66 João Carlos Martins 60 Arthur Nestrovski 63 João Guilherme Ripper 58 Camila Frésca 54 João Luiz Sampaio 67 Carlos Eduardo Amaral 61 João Marcos Coelho 64 Claudia Toni 57 John Neschling 58 Cláudio Cohen 61 Jorge Antunes 60 Cláudio Cruz 64 Leandro Carvalho 66 Cleber Papa 67 Luís Otávio Santos 54 Edmilson Venturelli 54 Marlos Nobre 65 Eduardo Fradkin 58 Myrian Dauelsberg 66 Emmanuele Baldini 57 Paulo Zuben 61 . Fabio Mechetti 52 Rafael Garcia 63 Flo Menezes 64 Ricardo Castro 57 Frederico Lohmann 56 Roberto Minczuk 56 o s sã o d e divulgaçã oto Gilberto Chaves 52 Sabine Lovatelli 53 , as f Guilherme Mannis 63 Sérgio da Costa e Silva 62 Helder Trefzger 65 Sidney Molina 53 o u tr a m en çã Irineu Franco Perpetuo 56 Silvio Viegas 62 salv

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2015 51 Ópera Salomé, produção do Theatro Municipal de São Paulo o divulgaçã

Stanislaw Skrowaczewski i o / De si ree F u ron divulgaçã

epois de anos de ansiedade m 2014, a Secretaria de Maxim Vangerov “D e expectativa constantes, “E Cultura do Pará, com o 13º será inaugurada, em fevereiro, a Sala Festival de Ópera do Theatro da Paz, Minas Gerais – sede da Filarmônica fechou um ciclo de quatro anos. Tudo de Minas Gerais –, projeto que não o que fazemos, eu e Mauro Wrona, só abrigará as atividades da orquestra, na direção artística, é sempre baseado mas se constituirá em um novo em conceito novo para nós. Levamos polo de irradiação na vida cultural Mefistofele, de Boito, obra encenada mineira e, esperamos, de todo o pela última vez no Brasil em 1963 no Brasil. Abrilhantaram nossos concertos Theatro Municipal do Rio, desafio agora de 2014, dentre outros artistas, os sustentado pela fantasia de Caetano pianistas Nelson Freire, Arnaldo Cohen, Vilela. Blue Monday, a pequena e Boris Giltburg; os violinistas Augustin preciosa obra de Gershwin, nunca Hadelich, Rachel Barton Pine, Vadim encenada em nosso país, teve o sabor Gluzman; os violoncelistas Asier da redescoberta e a revelação dos meios Polo e Umberto Clerici; e os regentes que levariam o autor a compor Porgy Kazuyoshi Akiyama, Mei-Ann Chen and Bess, marcando a estreia de Glau e Celso Antunes. Marcos importantes Gurgel na direção. O Otello de Verdi era foram a realização do Festival Richard obrigatório num festival que procura o Strauss, a execução das sinfonias nº 9 amadurecimento, e queríamos dele uma de Mahler e nº 15 de Shostakovich e a leitura clássica, próxima de Shakespeare estreia de peça de Leonardo Margutti, e Verdi, pelas mãos de Wrona e do Luiz Fernando Malheiro o divulgaçã encomendada por nós. O segundo CD maestro Silvio Viegas. Considero do ciclo Villa-Lobos, para o selo Naxos, históricos os dois recitais do tenor Atalla

Philippe Jaroussky wl er também foi lançado, recebendo críticas Ayan. O crescimento da Orquestra o

on f positivas de revistas internacionais. Ao Sinfônica do Theatro da Paz e do Coro concluirmos essa etapa, agradecemos aos do Festival é estimulante e coroa o diretores e aos funcionários da Fundação talento dos maestros Miguel Campos Clóvis Salgado pelo apoio logístico e Neto e Vanildo Monteiro. Acredito que o

o / sim divulgaçã institucional desde 2008. O Grande Theatro Municipal São Paulo caminhou Teatro do Palácio das Artes foi palco de no rumo certo em sua temporada, e alguns dos mais memoráveis concertos a prova é a visão continuada de John realizados em Minas nos últimos anos. Neschling para 2015, programando Sem esse comprometimento, o sucesso títulos de repertório, com surpresas da filarmônica não teria sido possível. magníficas como Thaïs, de Massenet, e Com presença marcante em várias redescobrindo a ópera brasileira, desta partes do estado e com participações vez com O homem só, de Camargo em festivais como os de Campos do Guarnieri. Há muito o que explorar no Jordão e Juiz de Fora, a filarmônica grande repertório. Quando veremos consolida-se, com excelência, como Guilherme Tell, I puritani ou Ernani ? grande patrimônio cultural mineiro, Desejo a todos que fazem música lírica, democratizando o acesso à música sinfônica ou de câmara um grande 2015 sinfônica e contribuindo, assim, para a e parabenizo a Revista CONCERTO, emancipação cultural da sociedade.” fundamental incentivadora da arte da música em nosso país.” Fabio Mechetti, diretor artístico e regente titular da Orquestra Gilberto Chaves, coordenador do Festival Filarmônica de Minas Gerais de Ópera do Theatro da Paz

52 Janeiro / Fevereiro 2015 CONCERTO Gustavo Dudamel Olivier Toni o u d o ul to o / Ch r is divulgaçã abud o / lydia divulgaçã

á dois anos preparávamos a ucessos de público e crítica ntes de tudo, substância (o que “H explosão musical que aconteceu “S marcaram o ano de 2014 do “A se toca ou canta) e qualidade em 2014 na Paraíba. O Prima (Programa Mozarteum Brasileiro. Na programação (como se interpreta); mas também de Inclusão Através da Música e das pontuada por destaques, o violinista quantidade (o número de eventos Artes) é o ‘Sistema’ de orquestras jovens britânico Daniel Hope conquistou a programados): essas três categorias – e infantis do estado. São onze orquestras todos com o refinamento e o virtuosismo definidas por Aristóteles há dois milênios sinfônicas, quatro cameratas de cordas, de suas interpretações. A excelente – ajudam a avaliar nossa temporada oito corais e um crescente número de soprano francesa Natalie Dessay também de concertos. O Theatro Municipal de grupos de música de câmara distribuídos marcou presença, em apresentações São Paulo priorizou as óperas do século por 19 polos. Utilizamos os princípios com o baixo-barítono Laurent Naouri e o XIX e investiu em qualidade – mostrou da ação social pela música, nos unindo pianista Maciej Pikulski. A Philharmonia belas vozes internacionais, renovou a uma corrente de melhoramentos Orchestra, de Londres, voltou ao Brasil a orquestra e deu passos decisivos sociais e econômicos e atuando em para conquistar plateias em apresentações para aperfeiçoar a gestão. O ponto escolas públicas nas regiões de maior que tiveram Vladimir Ashkenazy como alto foi Salomé, de Richard Strauss, risco social na Paraíba. Servimos, hoje, regente e solos de Nelson Freire. Cada regida por John Neschling. Qualidade 1.485 alunos. Onde antes havia fraturas artista que o Mozarteum convida e substância estiveram presentes nas sociais no apoio à juventude, temos agora tem significado especial. Por isso, séries internacionais, que trouxeram música de Tchaikovsky, Elgar, Bach, atrações como a Oslo Camerata, os Mitsuko Uchida no Concerto nº 4 Carl Orff, ao lado de Luiz Gonzaga, Solistas de Moscou e a Orquestra da de Beethoven com a Orquestra da Jackson do Pandeiro e Alfredo Ricardo KlangVerwaltung também destacaram a Rádio da Baviera dirigida por Mariss do Nascimento, criando novos líderes no qualidade e o equilíbrio da programação. Jansons, a Philharmonia inglesa com mercado e difundindo a música sinfônica. Ao mesmo tempo, o Mozarteum deu Vladimir Ashkenazy e Nelson Freire, Já o Festival de Música de Santa Catarina continuidade a seu projeto de estimular e o contratenor Philippe Jaroussky (Femusc) realiza sua décima edição jovens músicos e, em 2014, enviamos interpretando Vivaldi com o Ensemble neste mês, com recorde de inscrições 17 bolsistas para a Europa. Tivemos Artaserse. Marcaram também o ano os e sucesso na estratégia de dividir bom público e boa receptividade. E as recitais do pianista Nikolai Lugansky, do as atividades entre nove programas perspectivas positivas se estendem a Quarteto Emerson e de Andreas Scholl. distintos, cada um com objetivo afinado 2015, em concertos que já começam em Qualidade e escolhas interessantes de às necessidades específicas de fatias abril, com a Russian State Symphony. repertório somam-se a uma quantidade da população musical. Como oboísta, A orquestra fará matinê e open air ideal de concertos na Osesp. Lembremos iniciei em 2014 uma residência no no Ibirapuera, além de dois concertos o Concerto para violino de Alban Berg Banff Centre for the Arts, no Canadá, na Sala São Paulo. A programação e a Quarta sinfonia de Bruckner com apresentei o Concerto de Richard Strauss de 2015 terá ainda a soprano Anna Stanislaw Skrowaczewski; ou a titular no Sunflower Music Festival, nos EUA, Caterina Antonacci; a Orquestra de Pau; Marin Alsop na Terceira de Mahler (mas e participei do ChamberFest Cleveland. a Hungarian Haydn Philharmonie; a também na Segunda de Schumann); e Em 2015, gravarei um CD com o Chorakademie Lübeck, que interpretará Isaac Karabtchevsky com Villa-Lobos. O Quarteto Arianna (selo Centaur), voltarei Carmina burana, de Carl Orff; o trabalho crítico de transformar a escuta a Sunflower e Banff e farei residência Gershwin Piano Quartet; e a Junge em palavras é musical a seu modo, no Orford Wind Octet Workshop Philharmonie Wien, com a Sinfonia nº 4 assim como a performance não deixa (Canadá), além de master classes no de Mahler. Para completar, o Mozarteum de ser uma forma de crítica. Com o Conservatório Tchaikovsky, em Moscou. expande suas ações no festival Música Quaternaglia, participei da estreia no Estão programados, ainda, recitais na em Trancoso (MeT), que inaugurou um Festival de Woodend, na Austrália, e China e no Japão, além do trabalho com novo palco, o Teatro L’Occitane, onde 2015 começa com turnê americana.” orquestras jovens e profissionais compartilhará programação de alto Sidney Molina, violonista do no Peru.” padrão artístico em 2015.” Quaternaglia, professor e crítico de Alex Klein, diretor artístico do Femusc Sabine Lovatelli, presidente música da Folha de S.Paulo e diretor pedagógico do Prima do Mozarteum Brasileiro

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2015 53 Andreas Scholl Ópera Onheama, de João Guilherme Ripper, encomenda do Festival Amazonas de Ópera tro a c milla n a d ecc o / jam e s m divulgaçã o / M il en a di Cas divulgaçã

014 foi o ano de uma empre se pode aprimorar e m 2014, a temporada oficial da “2 grande conquista. O Festival “S evoluir, e não dá dúvidas de “E Orquestra Sinfônica Heliópolis Internacional de Música Colonial que existem enormes desafios no homenageou os 80 anos de seu Brasileira e Música Antiga de Juiz de caminho. Mas, pensando 2014, o que diretor artístico e regente titular, Isaac Fora comemorou 25 anos – um quarto me vem à cabeça de imediato são boas Karabtchevsky. No encerramento, que de século de decisivas contribuições ao iniciativas que tive a oportunidade aconteceu em dezembro, a sinfônica meio musical brasileiro, no campo da de acompanhar. Na área da difusão repetiu a obra com a qual estreou sob musicologia histórica, no ensino dos musical, todas as vezes em que fui a batuta do maestro, a Sinfonia nº 2 de instrumentos de época, na formação de à Osesp pude presenciar concertos Mahler, em duas apresentações – na jovens instrumentistas. O patrimônio memoráveis, numa proporção maior do Sala São Paulo e no Theatro Municipal cultural do festival – suas realizações que a observada nos últimos anos. A do Rio de Janeiro. Pelo terceiro ano materiais e imateriais – se manifesta temporada internacional também trouxe consecutivo, o Coral da Gente foi também através de sua longeva atrações incríveis, como a Orquestra da convidado para participar de óperas existência. Para celebrar o jubileu, a Rádio da Baviera ou Les Arts Florissants. montadas pelo Theatro Municipal Orquestra Barroca do Festival gravou Se essas iniciativas contemplaram de São Paulo. Dessa vez, as crianças seu 15º CD, apresentando pela primeira sobretudo a música sinfônica, a música de Heliópolis estrelaram Carmen, de vez no Brasil a música sinfônica de de câmara recebeu finalmente a atenção Bizet, e Tosca, de Puccini. Além de Beethoven com instrumentos de época. devida com o Festival de Música de ser um reconhecimento à qualidade Quanto caminho percorrido até aqui, Câmara do Sesc, que trouxe atrações do nosso trabalho, essas participações quanta história vivida, quantos frutos de primeira, como o Kronos Quartet proporcionam experiências inesquecíveis colhidos ao longo desses 25 anos! ou o Brazil Guitar Duo. Unindo aos alunos. Os grupos do Instituto O livro sobre os 40 anos do Centro difusão e educação, os novos rumos Baccarelli ainda tiveram a oportunidade Cultural Pró-Música, lançado durante do Theatro Municipal de São Paulo de se apresentar em outros importantes o festival, ilustrou bem essa trajetória: são auspiciosos, pois, se de um lado a espaços, como o Grande Auditório do Milhares no palco, milhões na plateia. direção artística mostra a que veio, com Masp, o Centro Cultural São Paulo e O Núcleo de Música Antiga da Emesp uma consistente temporada lírica, de unidades do Sesc. Com isso, grupos de também fez bonito, realizando o seu outro a aposta na integração entre os câmara, a Orquestra Juvenil Heliópolis e 3º Encontro Internacional de Música grupos de formação sinaliza resultados o Coral da Gente tiveram mais contato Antiga – sob regência do maestro promissores. E, por falar em formação, com o público. Já a Orquestra Sinfônica belga Peter van Heyghen, professores vale destacar o trabalho da Orquestra Heliópolis experimentou ser preparada e alunos formaram um megaensemble Jovem do Estado de São Paulo e do e regida, no Masp, por maestros de estudantes de música antiga, com Neojiba, na Bahia. É ótimo constatar convidados – Guilherme Mannis, Carlos sessenta integrantes! Uma vitória para também a consolidação de uma grande Prazeres, Leonardo David e Mirko o projeto pedagógico que espelha competição, o Concurso Internacional Schipilliti. Em 2015, o cinema também o currículo das melhores escolas BNDES de Piano, que realizou será plataforma para o cumprimento europeias. Fico feliz também pelo sua quarta edição. E, finalmente, dessa missão. Um filme produzido crescente interesse das orquestras ressalto a importância da Conferência pela Gullane irá levar a todo o Brasil a ‘modernas’ brasileiras no trabalho Internacional MultiOrquestra, realizada mensagem de que a música transforma especializado no repertório antigo, em Belo Horizonte pelo British Council pessoas e sociedades. O filme é inspirado procurando uma nova fonte de – momento raro, em que representantes na peça Acorda Brasil, que fala sobre inspiração, como o convite feito para do meio musical se reuniram o trabalho do Instituto Baccarelli e foi reger a Camerata Antiqua de Curitiba para compartilhar experiências escrita pelo saudoso dr. Antonio Ermírio e a Filarmônica de Goiás. São mundos e buscar soluções.” de Morais, cujo apoio ao instituto jamais que se aproximam!” será esquecido.” Camila Frésca, jornalista e pesquisadora, Luís Otávio Santos, violinista e diretor colaboradora da Revista CONCERTO e Edmilson Venturelli, diretor de relações musical do Festival de Música Colonial coordenadora musical da Rádio Cultura FM institucionais do Instituto Baccarelli Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora

54 Janeiro / Fevereiro 2015 CONCERTO

Luiz Fernando Malheiro William Christie o divulgaçã o divulgaçã

014 foi um ano bastante 014 foi um ano de perdas o ano em que completou 70 “2 produtivo, apesar de certa “2 no cenário da regência, e “N anos de idade, Nelson Freire instabilidade econômica, com a noção talvez nenhuma tenha afetado tanto abriu a nossa temporada. Em maio, foi de que o Brasil não vai bem nesse a vida musical brasileira quanto a do a vez da Sinfônica da Rádio da Baviera, âmbito. Isso afeta a área da cultura, regente britânico Frank Shipway. Na regida por Mariss Jansons, que trouxe mas acaba exercitando a criatividade, mesma medida em que era boicotado Mitsuko Uchida em sua primeira na busca por espetáculos em que e hostilizado por parte da direção da turnê no Brasil. Foram apresentações não se gaste demais, algo que eu Osesp, Shipway era idolatrado pelos memoráveis! Dentre as atrações que vejo como tendência internacional. músicos da orquestra, que, galvanizados seguiram, destaco os recitais de Joyce Tivemos, na Orquestra Sinfônica por ele, conseguiam desenvolver DiDonato – além de se apresentar na Brasileira, excelentes concertos no plenamente suas potencialidades e tocar Sala São Paulo, ela deu uma master decorrer do ano. Pudemos realizar a em um patamar de excelência que class para estudantes de canto. Em primeira temporada em nossa nova fazia do deslocamento à Sala São Paulo seguida, tivemos os concertos aclamados sede, a Cidade das Artes, na Barra uma ocasião de raro prazer. A grande das orquestras de Dresden, Lucerna da Tijuca. Ficamos muito felizes de efeméride de 2014 foi, sem dúvida, o 70º e Basileia, e encerramos a temporada estar em nossa nova casa, e isso foi aniversário de Nelson Freire, que chegou com duas apresentações inesquecíveis o principal acontecimento de 2014 à data em plena forma, compartilhando de Philippe Jaroussky, acompanhado do para a orquestra. Os concertos estão seu fazer artístico superlativo com o Ensemble Artaserse. Fizemos também sendo um sucesso absoluto, sempre público em recitais solo e concertos avanços importantes no educativo. O cheios, com um público diversificado. com orquestra memoráveis, e celebrado projeto Ouvir para Crescer estreou um Evidentemente, seguimos com os também com uma multiplicidade de novo espetáculo e oferecemos também concertos no Theatro Municipal lançamentos fonográficos de qualidade master classes e ensaios abertos voltados do Rio de Janeiro. E, a partir deste inatacável. Embora a morte do CD a estudantes de música, além de ano, teremos ainda a Sala Cecília venha sendo trombeteada com alarde ingressos socioeducativos distribuídos Meireles. Fizemos também muitas pelos quatro cantos do planeta, diversos gratuitamente e ingressos promocionais, apresentações bem-sucedidas em artistas radicados no Brasil fizeram, no beneficiando mais de 6 mil pessoas. São Paulo. E quero ressaltar o Ciclo ano passado, gravações refinadas de A Série de Câmara teve doze recitais, Bruckner, projeto que segue ao longo repertório nacional, com destaque para incluindo artistas como Cristian Budu, dos anos. Fora a OSB, minha atuação o brilhante disco de Fábio Cury com o Duo Yamamoto e Ray Chen e os na Filarmônica de Calgary tem sido as valsas para fagote solo de Francisco violonistas Kazuhito Yamashita, Eduardo muito boa. Recentemente fizemos Mignone e a iluminada parceria do Fernández, Fabio Zanon e Aniello um festival todo dedicado a Paris, violino de Emmanuele Baldini e do piano Desiderio. A série contou também encerrado com a monumental Sinfonia de Karin Fernandes em Delírio, dedicado com duas belas apresentações do Les Turangalila, de Olivier Messiaen, uma a Glauco Velásquez e Leopoldo Miguez. Arts Florissants, no Grande Auditório obra monumental, em complexidade e Na criação contemporânea, não tenho do Masp. 2015 reserva perspectivas dimensão. Foi um sonho realizado reger como omitir a satisfação com as animadoras. A programação inclui cinco essa peça, ainda mais em sua primeira Canções do mendigo, com música de grandes orquestras – Academia Bach audição em Calgary. Outro destaque do Leonardo Martinelli e libreto de João de Stuttgart, Filarmônica de Câmara meu trabalho no Canadá foi a parceria Luiz Sampaio, adaptando o romance Alemã de , Orquestra do Festival com o violinista Joshua Bell. Já no ano O mendigo que sabia de cor os adágios de Budapeste, Hespèrion e Jordi Savall que vem, o grande evento para nós será de Erasmo de Rotterdam, de Evandro e Sinfônica de Chicago com Riccardo a celebração de 75 anos da OSB, que vai Affonso Ferreira, na série de concertos Muti – e solistas destacados, como coincidir com os 450 anos da cidade do da CPFL, em Campinas, dirigida por Pierre-Laurent Aimard, Evgeny Kissin, Rio de Janeiro, então interpretaremos João Marcos Coelho.” Viktoria Mullova e Katia Labèque.” muita música brasileira.” Irineu Franco Perpetuo, jornalista Frederico Lohmann, Roberto Minczuk, regente titular da e crítico musical, colaborador da superintendente administrativo Orquestra Sinfônica Brasileira Folha de S.Paulo e da Revista CONCERTO da Cultura Artística

56 Janeiro / Fevereiro 2015 CONCERTO Quarteto Emerson Filarmônica de Dresden

o divulgaçã divulgação / marco borggreve

014 confirmou o grande feito de 2014 foi convite para escrever “2 enfraquecimento de alguns “O a adesão de instituições e “O essas linhas para a Revista mitos e preconceitos, estimulando profissionais à ideia de juntar-se na CONCERTO chegou no momento mais assim importantes reflexões e Conferência MultiOrquestra, realizada oportuno: completo, em 15 de fevereiro, questionamentos. Crises financeiras em em Belo Horizonte pelo British Council dez anos no Brasil. Lembro como cheguei instituições históricas sinalizam a falência em parceria com a Filarmônica de em Guarulhos, sem saber quanto duraria do modelo de orquestra sinfônica do Minas Gerais. Lá foi possível ouvir e essa aventura. Agora, posso dizer: é século passado. Uma pesquisa acadêmica aprender com quem faz noutro lugar e para a vida! O Brasil me conquistou, britânica sobre o El Sistema sugere de outro jeito, mas, melhor ainda, foi e não posso começar este depoimento que o modelo de gestão do aclamado possível discutir, conversar, imaginar sem agradecer a John Neschling, que programa venezuelano não seria a cooperações e – viva! – iniciar a me convidou, e a todos os colegas que melhor fonte de inspiração para os que construção de uma organização que me acolheram. Falando em Osesp, se dedicam à ação social por meio da reúna as instituições brasileiras para tivemos um ano de grandes concertos, música. A neurociência confirma mais dar voz e robustez às orquestras do com programas desafiadores e solistas e uma vez que o efeito da música no Brasil. Os feitos alcançados pelos regentes de altíssimo nível. E a próxima ouvinte passivo não se compara ao efeito jovens brasileiros nos deram grande temporada promete ser ainda mais de praticá-la ativamente, colocando-a, alento no ano passado: a Orquestra entusiasmante. Estamos conscientes da juntamente com outras linguagens Juvenil da Bahia fez sua primeira responsabilidade de ser uma referência artísticas, na base do desenvolvimento turnê nos EUA e a Orquestra Jovem neste país e determinados em continuar humano, e não como uma atividade do Estado de São Paulo se apresentou como mensageiros de beleza musical. exclusiva de privilegiados. Esses em Amsterdã e no Festival Berlioz, na 2014 foi um ano em que se consolidou processos nos colocam diante da questão França. As experiências inovadoras e o equilíbrio que eu busco em minha do acesso à prática artística como comprometidas com o ensino da música vida musical. Muitos concertos como inerente à educação, direito de todos. e fortemente engajadas com a sociedade solista, recitais de música de câmara, No Brasil, os resultados do Neojiba têm conseguido resultados nunca vistos várias participações como regente. e da Orquestra Jovem do Estado de entre nós. Dentre as boas novas na área Aliás, falando em regência, como não São Paulo, ao representar nosso país de formação está a chegada de Leonardo chorar pelas perdas do ano passado? com sucesso em turnês internacionais, Martinelli e Antonio Ribeiro ao time Dois desses artistas foram extremamente nos interpelam sobre a pertinência de paulistano de lideranças em educação significativos em minha vida: Claudio continuar gastando milhões de reais musical. Formando um trio com a Abbado, responsável por muitos dos para manter sinfônicas que replicam incansável e criativa Susana Yamauchi, meus primeiros passos como líder de um modelo ultrapassado. Quanto ao eles fizeram o que há muito todos orquestras, e Frank Shipway, de quem sistema educacional em vigor, o que ele esperavam, unindo os alunos das Escolas tive a honra de ser assistente, em seu teria a oferecer a uma jovem brasileira de Música e de Dança de São Paulo último concerto, na minha amada cidade, sem recursos que já toca na Filarmônica para, desde cedo, aprenderem que só as Trieste. Minha dedicação ao repertório de Berlim depois de poucos anos de parcerias serão capazes de mudar nossa brasileiro teve como resultado o CD prática em projetos sociais? Por fim, vida cultural. O Quarteto Carlos Gomes Delírio, com a pianista Karin Fernandes, perder de 7 a 1 em casa numa Copa do nasceu e já disse a que veio. E na vida e esse projeto será o primeiro de muitos, Mundo já não parece suscitar grandes pessoal, minha família alegrou-se com pois estou engajado para devolver à consequências... Se respondermos com a recepção dada ao primeiro CD com música brasileira o valor que ela merece. coragem e inovação a essas questões, obras de Olivier Toni, que reuniu alguns Finalmente, devo dizer que a expectativa em 2015 poderemos ter um papel de seus queridos alunos num projeto e a esperança maior para 2015 é que, decisivo na definição do que poderão ser abraçado pelo Sesc.” como músico, eu possa ser um pouco a prática, a criação e a difusão da música melhor que em 2014.” Claudia Toni, especialista em políticas de concerto no século XXI.” públicas para a cultura e assessora da Emmanuele Baldini, violinista, Ricardo Castro, pianista, regente reitoria da Universidade de São Paulo regente, spalla da Osesp e e diretor fundador do Neojiba fundador do Quarteto Osesp

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2015 57 Isabelle Faust Roberto Minczuk l e v Sc h ne id er o / Det divulgaçã d r igu e s ro o / c i cero divulgaçã

ano de 2015 começa, para eliz por ter finalizado 2014 com ano foi marcado pela estreia “O o público do Rio de Janeiro, “F os objetivos para o ano mais do “O de duas óperas, lançamentos com a excelente novidade que é que cumpridos. O Theatro Municipal de CDs e a aguardada reabertura da a Sala Cecília Meireles reaberta e de São Paulo esteve lotado em todas as Sala Cecília Meireles. As récitas de modernizada. Irreconhecível, no suas récitas, com ingressos esgotados Onheama aconteceram em maio, melhor sentido possível. É uma pena com antecedência. Nossas assinaturas durante o 18º Festival Amazonas de terem diminuído o número de assentos cresceram mais de 70%. A custo de Ópera, com direção de William Pereira e (são 150 a menos!), mas era preciso muito esforço, e graças ao enorme Luiz Fernando Malheiro. Em setembro, adequar o espaço às normas atuais apoio do prefeito e dos secretários de foi a vez da ópera cômica O diletante, de segurança e acessibilidade. E há Cultura e Comunicação, conseguimos apresentada com alunos da Escola de uma distância muito razoável entre um dos maiores feitos de nossa Música da UFRJ como solistas, coro e as fileiras de cadeiras. A programação administração: o início da celetização orquestra da instituição, dirigidos por musical voltou com força total, com dos artistas. Quem me conhece sabe do André Cardoso. Participei do Chelsea muitos recitais solo e concertos de meu compromisso com a valorização Music Festival, em Nova York, com câmara, uma série de ópera e uma de dos músicos e, finalmente, depois de Matinas, para oboé e cordas. O tenor jazz. Já houve concertos sinfônicos décadas de contratos precários, os Luciano Botelho gravou três canções também. A acústica está diferente, bem artistas do teatro tiveram a carteira de do ciclo Cinco poemas de Vinicius de mais reverberante. Mas é um prazer trabalho assinada, com mais direitos, Moraes no CD Songs by Argentinian ver a Sala em pleno funcionamento respeito e dignidade. As resistências and Brazilian composers, lançado de novo. No Theatro Municipal, a não foram poucas. Um projeto que pelo selo britânico MMC Records. A expectativa é de a casa mudar de revoluciona estruturalmente uma oboísta Valarie Anderson, a pianista direção, e há uma pressão forte por instituição centenária sofre todo Margo Garrett e o violista Korey parte do público por uma programação tipo de ataque especulativo e de Konkol gravaram From my Window artística mais alentada. Nos últimos desinformação, e fomos acometidos nº 1 no CD Reflexions, lançado pelo tempos, o teatro (que também passou de forma muitas vezes injusta e selo americano Jeanne-Inc. No Brasil, a por uma bem-vinda reforma) tem infame. Mas isso só nos faz ter mais soprano Gabriella Pace, a mezzo Luísa produzido muito pouca coisa nova. Foi certeza do caminho correto que Francesconi e a pianista Priscila Bomfim sintomático que na recente estreia de seguimos. É gratificante ver a cada dia gravaram pelo selo Biscoito Fino o CD , uma remontagem, a transformação do Municipal em uma Ciclo Portinari e outras telas sonoras, alguns espectadores tenham vaiado a casa de ópera internacional. Agradeço que estará nas lojas no início de 2015. diretora do teatro ao vê-la no palco. A a toda a nossa equipe, que se empenha Após quatro anos de obras, a Sala maioria aplaudiu, respeitosamente. Os visceralmente em fazer o melhor. Ainda Cecília Meireles retornou ao circuito descontentes não protestavam contra estamos com assinaturas à venda e musical, renovada e com uma intensa aquela montagem específica, mas contra esperamos por vocês, queridos leitores agenda de concertos que invadirá os o marasmo da instituição. A própria da Revista CONCERTO, em nossas meses de verão. Cristina Ortiz, André secretária estadual de Cultura, Adriana óperas, nossos concertos, nossos balés Mehmari e Mario Laginha, Fabio Zanon, Rattes, que deixou o cargo no fim de e também na programação da Praça Fernando Portari, Jean-Louis Steuerman novembro, depois de ocupá-lo por mais das Artes e da Sala do Conservatório. e Tim Rescala são alguns dos nomes de sete anos, admitiu: ‘Após a reforma Esperamos ainda pelos jovens que abriram a programação. Destaco do Municipal, foi falho não termos talentos das artes em nossas escolas, o novo projeto de acústica, de José centrado esforços na programação. nas orquestras de formação e nos Augusto Nepomuceno, que melhorou os Faltou esse direcionamento, de termos programas que promovemos em outros poucos parâmetros que eram defectivos uma programação mais intensa, espaços, como CEUs, parques e centros na ótima ambiência da Sala, e o novo diversificada e forte’. O público culturais. O Palco de São Paulo aguarda Espaço Guiomar Novaes.” melômano concorda.” por vocês em 2015!” João Guilherme Ripper, compositor e Eduardo Fradkin, jornalista, crítico John Neschling, diretor artístico do diretor da Sala Cecília Meireles musical do jornal O Globo Theatro Municipal de São Paulo

58 Janeiro / Fevereiro 2015 CONCERTO

Falstaff, de Verdi, produção do Marlos Nobre Theatro Municipal de São Paulo â n ia L a r j e i / V a concerto t o divulgaçã re vis

ano que passou foi muito m 2014, apenas um órgão do Bachiana Filarmônica Sesi- “O produtivo. Tive a oportunidade “E governo do Distrito Federal foi “A SP continua sua missão de de apresentar 28 concertos como eficiente: a Secretaria de Defesa Civil. democratizar a música clássica no Brasil. violinista solista, camerista e maestro, Exercendo seu poder de fiscalização, Além da temporada na Sala São Paulo, tocando os concertos de Beethoven, ela mandou fechar o Teatro Nacional no Teatro Bradesco e no CIEE na capital Wieniawski, Shostakovich, Vivaldi (As Claudio Santoro. O espaço, constatou- paulista, realizamos turnês estaduais quatro estações) e Mozart (nº 5 e a se, não oferecia segurança ao público. e nacionais, formando um público Sinfonia concertante), com orquestras O 4º Festival de Ópera de Brasília que muitas vezes não teve acesso à como Sinfônica Nacional do Equador, conseguiu ser realizado graças ao música clássica. O repertório do grupo, Sinfônica de Guayaquil, Sinfônica de apoio do Exército, que disponibilizou principalmente com sinfonias de Haydn, Sergipe, Sorocaba, Londrina, Natal e o Teatro Pedro Calmon para as Mozart, Beethoven e Mendelssohn, Porto Alegre, entre outras. Em 2015, apresentações. A minha nova ópera A ajudou a construir uma identidade farei a minha estreia como solista em cartomante, composta sob encomenda sonora – e dá um enorme prazer a este Nova York, no Carnegie Hall, tocando a do Fundo de Apoio à Cultura do DF, maestro ouvir uma orquestra que sabe primeira execução do recém-composto foi apresentada, com muito sucesso. tocar piano e pianíssimo, metas tão Concerto para violino, saxofone e Minha principal realização em 2014, importantes para um conjunto musical. orquestra de Hélène Rasquier, com portanto, foi essa obra, baseada no conto Esse repertório não vale somente para a New York Concerti Sinfonietta. homônimo de Machado de Assis. Fui a capital, mas também para grandes Concertos como solista com a Orquestra contemplado com uma encomenda e pequenas cidades do interior, assim Sinfônica de Catania (Itália), a Sinfônica da Funarte para compor uma obra como para apresentações que realizamos de Malta e a Municipal de Campinas sinfônica a ser estreada em 2015, na nas periferias das grandes cidades. Tenho completam os destaques do ano. Demos 21ª Bienal. Compus o poema sinfônico que ressaltar que já realizamos catorze continuidade ao trabalho desenvolvido Apoteose de Rousseau, para grande primeiras audições mundiais de obras na Orquestra Filarmônica de Goiás, orquestra. Ainda em 2014, escrevi de talentosíssimos jovens compositores depois de sua total reestruturação em algumas canções para canto e piano, brasileiros, numa ação pioneira em 2013. Encerramos com grande sucesso a homenageando os 200 anos de Bocage. nosso país. Ao mesmo tempo, estamos nossa temporada anual de 65 concertos Criei também um quinteto, Columbine apresentando ao público jovens com grandes solistas nacionais e lunaire, encomendado pelo Festival instrumentistas, verdadeiros diamantes internacionais, consolidando a orquestra Musica/Realtà, para estreia em 2015, no cenário da música clássica nacional. como um dos principais novos grupos em Milão. Em dezembro, comecei a Para a próxima temporada, a Bachiana sinfônicos do país. Vale a pena destacar compor nova ópera, de estreia em 2016. terá como convidados vários artistas a primeira turnê nacional da orquestra Mais uma vez me volto a Machado de internacionais de grande projeção, com apresentações em Curitiba, em Assis, com um libreto de Jorge Coli. numa programação estimulante. Por Uberlândia e na Sala São Paulo. Para O ano de 2015 será muito intenso fim, tive o prazer de ver Xuxa e Marcos 2015, estão planejadas a mudança de para mim. Realizarei uma turnê com Frota mostrarem, com a Bachiana gestão da orquestra para uma OS, a minhas duas minióperas para crianças: Filarmônica, para um Ginásio do criação de mais 22 vagas, aumentando A borboleta azul e O rei de uma nota Ibirapuera lotado, a importância de o efetivo total para 76 músicos, e a só. Em setembro/outubro, precisarei Bach, Mozart e Beethoven na história da gravação de CD e DVD. A temporada me desdobrar com concertos e estreias música e de saber que, após onze anos de 2015 terá início em março, com no Rio, em Milão, em Liubliana e em de luta, estamos alcançando um público destaque para a segunda turnê nacional, Paris. Alguns CDs com obras minhas que ultrapassa 10 milhões de pessoas com concertos no Festival de Campos serão lançados. Vejo com otimismo o nas apresentações ao vivo.” do Jordão e na Sala São Paulo.” cenário brasileiro para os compositores, João Carlos Martins, maestro e pianista, porque alguns organismos já adotam Alessandro Borgomanero, violinista, diretor da Bachiana Filarmônica Sesi-SP regente e diretor de ação cultural da a política de fazer encomendas Orquestra Filarmônica de Goiás remuneradas de novas obras.” Jorge Antunes, regente e compositor

60 Janeiro / Fevereiro 2015 CONCERTO Joyce Di Donato John Neschling o s g ldb r ug auly on p / c a r l a concerto t o / sim divulgaçã re vis

o ano de 2014, houve um ernambuco está voltando a criar ano de 2014 foi atípico. Além “N importante encontro de “P na música clássica. Depois de “O da Copa do Mundo e das orquestras, festivais de música e anos observando as novas gerações de eleições, fomos privados dos concertos programas educativos promovido pelo compositores em Salvador e em João na Sala Villa-Lobos por conta do British Council, em Belo Horizonte. Pessoa, o Recife, mesmo sem uma fechamento do Teatro Nacional Claudio Um dos resultados do encontro foi a graduação em composição, passou a Santoro para reforma. Isso nos fez criar ideia de criação de uma associação revelar talentos de primeiro nível, que um sistema de itinerância pelo Distrito brasileira de orquestras. O projeto está já começam a despontar em bienais e Federal e adotar como sede temporária tomando forma, e acredito que teremos concursos. Alguns, com mais de 40 anos o Teatro Pedro Calmon, o que, por um no início de 2015 uma nova associação de idade, são professores ou ex-alunos lado, nos aproximou de novos públicos que representará as principais do Conservatório Pernambucano de e fez com que criássemos alternativas instituições e pessoas envolvidas com Música (CPM), como Sergio Ferraz, programáticas. A temporada foi muito orquestras profissionais e de formação Adelmo Arcoverde e Armando Lôbo, rica e produtiva, com diversos regentes atuantes no Brasil. A realização da este último atualmente residindo na convidados: a japonesa Tomomi ISME (International Society for Music Escócia. Já na UFPE, destacam-se Nishimoto, os espanhóis Marc Moncusi Education), em Porto Alegre, também professores como Dierson Torres, Paulo e Isabel Costes, o alemão Werner foi mais uma grande conquista de toda Lima e Nelson Almeida. Dentre os que Ehrhardt, os mexicanos Enrique Bátiz a área de educação musical brasileira. estão na casa dos 20 ou dos 30 anos, e Jesús Medina, o português Ferreira Um outro importante destaque do Henrique Vaz, Ivanubis (pseudônimo de Lobo, e os brasileiros Carlos Moreno, ano na área de formação musical foi Ivan Holanda) e Mateus Alves possuem Laércio Diniz e Emilio de Cesar, entre a temporada da Orquestra Jovem do obras gravadas ou em fase de gravação. outros. Como solistas, recebemos os Estado de São Paulo, principalmente E o projeto Jovens Compositores violinistas Nicolas Koeckert, Patrick sua turnê europeia, quando se Pernambucanos, idealizado pelo tenor Vida, Luiz Filip, Aiman Mussakhajayeva apresentou, sob regência do maestro Pedro Martins e programado para o e Constança Prado; os pianistas Pablo Cláudio Cruz, no Muziekgebouw, em início de 2015, irá estrear oito canções Rossi, Vedrana Kovac, Boris Giltburg, Amsterdã, e no Festival Berlioz, em de câmara, de autoria de Tauan Lemos, Álvaro Siviero, Michal Szymanowski, La Côte Saint-André, cidade natal do Gabriel Fernandes, Bruno Oliveira, Raphael Lustchevsky e Maria de los compositor francês. Por fim, destaco Pedro Tavares, Iuri Gama, Jorge van Angeles; os violoncelistas Julian Steckel, a temporada da Camerata Aberta, der Linden, eu e Paulo Arruda (que Alexander Huelshoff e Antonio del que mais uma vez realizou diversas orquestrou os três concertinos para Claro; os cantores Vedrana Simic, estreias e primeiras audições de obras viola sertaneja e orquestra de Adelmo Lucie Silkenová, Jean Nardotto, Janette contemporâneas no Brasil, tendo Arcoverde, dos quais dois serão lançados Dornellas e Tati Helene. Pessoalmente, ainda contado com a presença do em CD neste ano). O lado negativo é pude dirigir no Equador, na Sérvia, no compositor Bruno Mantovani, diretor que ainda faltam orquestras para dar México, na Alemanha, em Portugal, na do Conservatório de Paris, entre os vazão a essa onda de criatividade, que Hungria e no Qatar. Temos agora um seus regentes convidados.” veio para permanecer. A única que novo governo no DF, que sem sombra oferecia espaço para compositores de dúvidas irá apoiar a OSTNCS e Paulo Zuben, diretor artístico-pedagógico da Santa Marcelina Cultura estreantes, a Sinfônica Jovem do CPM, a reforma do Teatro Nacional, que, teve suas atividades paralisadas por esperamos, será reestruturado inclusive entraves burocráticos que não ficaram em sua condição acústica. No cenário, claros para o público, mas estuda chamou atenção a temporada do soluções para voltar à ativa em 2015. Theatro Municipal de São Paulo, muito O caminho, por enquanto, está sendo a relevante e em pleno desenvolvimento.” colaboração crescente dos autores com Cláudio Cohen, regente titular e diretor intérpretes-alunos da UFPE e do CPM.” artístico da Orquestra Sinfônica do Teatro Carlos Eduardo Amaral, Nacional Claudio Santoro jornalista e pesquisador

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2015 61 Daniel Hope Naomi Munakata João Carlos Martins op h on s c h e g r amm t i n um i Pla u cc nn d e u t o / ha r ald h ffma divulgaçã o divulgaçã o / Fern a n d M divulgaçã

014 foi muito produtivo. Estive ano de 2014 foi muito positivo itenta anos na vida de um “2 na Argentina fazendo ópera “O para o Música no Museu, que “O músico passam rápido. pelo segundo ano consecutivo, e tive se consolidou definitivamente como Afirmo isso com a convicção de quem o prazer de trabalhar com dois jovens a maior série de música clássica do começou cedo a trilhar uma trajetória, que com certeza em breve farão uma Brasil. Reconhecidos pelo RankBrasil, ainda como aluno do Liceu Pasteur, importante carreira internacional: o versão brasileira do Guinness Book, subindo numa cadeira e dirigindo o diretor de cena Pablo Maritano e o seus números são impressionantes, com coral do colégio. Parecia que os braços tenor Santiago Ballerini. Tivemos o quase quinhentos concertos por ano, seguiam o impulso musical, como se fechamento do ciclo de quatro anos dispondo de cerca de 2.500 músicos, guiados por uma força mais envolvente, de Gilberto Chaves e Mauro Wrona à além de contar com uma vertente ditando os contornos e tecendo as frente do Festival de Ópera do Theatro internacional. Nestes 17 anos de linhas. Creio que, anos mais tarde, da Paz, em Belém – onde regi Otello, atividades, já registramos um público aquela força primordial não cessou, pois de Verdi, com uma atuação exuberante de 500 mil pessoas e uma mídia o simbolismo daquele gestual básico de Rodrigo Esteves. E acompanhei as espontânea de milhares de registros continuou o mesmo: o gesto jamais ótimas formas da Sinfônica do Paraná, em todos os veículos do Brasil, rádios, pode se impor quando vem destituído onde fiz dois concertos – um deles com TVs, jornais, revistas, internet, e até do de emoção. Comemoro 80 anos com a magistral de Denise de Freitas –, e exterior, com destaques para matérias uma turnê empreendida pelas minhas da Sinfônica de Campinas, com um no New York Times. Realizando duas orquestras, a Petrobras Sinfônica e trabalho sério e dedicado de Victor concertos de Norte a Sul do Brasil, a Sinfônica de Heliópolis. Com a Opes, Hugo Toro. No Theatro Municipal do com ênfase para o 9º RioHarpFestival, viajamos por seis cidades; e as duas Rio de Janeiro, trouxemos três vozes o 7º Festival Internacional de Sopros e tocaram juntas, na Sala São Paulo e no ainda pouco conhecidas do público o Concurso Jovens Músicos, inseridos Theatro Municipal do Rio de Janeiro, brasileiro: a russa Ekaterina Bakanova, na programação, destaco o concerto a Sinfonia nº 2, de Gustav Mahler. que fez a mais sensível Micaëla, em do pianista Alan Weiss, um dos Foi simbólico! Ainda no Municipal, Carmen; a italiana Cristina Baggio, grandes nomes do piano no mundo foi realizada significativa temporada que fez uma Salomé física, dramática e na atualidade, que teve a honrosa lírica, e a orquestra e o coro passaram musicalmente perfeita; e, finalmente, presença de Nelson Freire na plateia. E por ampla renovação, ostentando a soprano japonês Hiromi Omura, que a novidade foi, na versão internacional, agora invejável padrão de sonoridade. levou o público às lágrimas por sua concertos em cidades de países como Louvemos também a reabertura da Sala interpretação de Madama Butterfly. Portugal, Áustria, Alemanha e Vietnã, Cecília Meireles, templo de música 2015 será um ano de grandes desafios dentro das comemorações pelos 25 de câmara, verdadeira transformação para todos os gestores de teatros e anos das relações diplomáticas com o empreendida pelo grande compositor e orquestras, pois o Brasil passa por um Brasil. Sendo assim, a nossa bandeira administrador João Guilherme Ripper. momento de incertezas econômicas. já chegou a todos os continentes. Outro fator importante foi a gravação, No entanto, bons sinais já aparecem, E, para 2015, o Música no Museu em 2014, de Sinfonia nº 12, Mandú- como o lançamento das temporadas já foi escolhido para participar das Çarará e Uirapuru, de Villa-Lobos. Para dos teatros São Pedro e Municipal de comemorações dos 725 anos da 2015, aguardo ansioso o desfile da São Paulo, e das orquestras Filarmônica Universidade de Coimbra e dos 450 Escola de Samba Vila Isabel, que teve de Minas Gerais, Petrobras Sinfônica, anos da cidade do Rio de Janeiro. O a enorme gentileza de homenagear Sinfônica Brasileira e Osesp. Que os Música no Museu, no Google, tem meus 80 anos dedicando-me seu samba demais dirigentes culturais tenham milhões de registros e o seu site, enredo: ‘O maestro brasileiro na terra inteligência, persistência e criatividade www.musicanomuseu.com.br, na sua de Noel, tem partitura azul e branco da para fazer de 2015 um ano produtivo versão nova, em 18 meses já tem 415 nossa Vila Isabel’.” e rico para o público brasileiro.” mil acessos.” Isaac Karabtchevsky, regente titular Silvio Viegas, maestro titular Sérgio da Costa e Silva, e diretor artístico da Orquestra da Orquestra Sinfônica do Theatro diretor do Música no Museu Sinfônica Heliópolis e da Orquestra Municipal do Rio de Janeiro Petrobras Sinfônica

62 Janeiro / Fevereiro 2015 CONCERTO Sol Gabetta Isaac Karabtchevsky gg re v e or o divulgaçã b o / ma rco divulgaçã

m ano vigoroso, apesar dos 014 foi totalmente diferente s comemorações pelo aniversário “U problemas. Alguns percalços “2 dos anos anteriores – tivemos “A de 60 anos da Osesp começaram peculiares ao período atrapalharam muito muitas novidades, algumas excelentes, ainda em 2013, com uma turnê europeia nossa atividade – o fato de os recursos que nos permitiram continuar na que levou nossa orquestra a salas como e as atenções terem sido canalizados à liderança da vida musical no Nordeste. a Philharmonie, de Berlim, e o Royal realização da Copa do Mundo diminuiu Com os cinco festivais realizados Festival Hall, de Londres. Ao longo bem a capacidade de investimento, o durante o ano, apresentamos 56 de 2014, seguimos comemorando de que atingiu em cheio a área da cultura. concertos gratuitos, nas cidades do muitas formas: realizamos uma turnê Mas, em uma ação de resistência, os Recife, em Gravatá, Garanhuns, pelo interior do estado e outra por cinco empreendedores musicais souberam criar Olinda, João Pessoa, Campina Grande, capitais brasileiras; fizemos a estreia mecanismos para a produção de nossa Fortaleza e Belém, atingindo um público latino-americana de um Concerto para arte. Em relação a Sergipe, o estado estimado em mais de 45 mil pessoas. saxofone de John Adams (encomenda sentiu a escassez de recursos do governo Tivemos uma presença extraordinária, também da Osesp); e promovemos federal, proveniente de incompreensíveis especialmente nos festivais de Gravatá muitos concertos especiais, como a isenções fiscais concedidas. Mesmo e de Garanhuns, onde pela segunda versão semiencenada de Candide, regida assim, nossa orquestra fez bonito: uma vez a música clássica teve acesso ao por Marin Alsop, com direção de Jorge robusta temporada, com cerca de trinta palco principal, atraindo mais de 20 Takla; A danação de Fausto, de Berlioz, concertos, excelentes convidados, mil espectadores, apesar da chuva. regida por sir Richard Armstrong; e grandes obras apresentadas e uma Começamos o ano com o X Virtuosi os dois programas comandados por média de público de mais de mil pessoas Brasil, seguido dos festivais de Gravatá Stanislaw Skrowaczewski – sem falar por apresentação. O grupo ainda e Garanhuns. Em outubro, realizamos numa série de obras de autores brasileiros precisa de melhor institucionalização, o III Virtuosi Século XXI, que trouxe compostas em 1954. Além disso, o Coro melhores salários e condições para os agradáveis surpresas, como a presença da Osesp comemorou com muita música músicos, e lutaremos por isso. Local e das compositoras Chaya Czernowin, seus 20 anos de fundação, e Naomi nacionalmente, a produção da Sinfônica Marisa Rezende, Ilza Nogueira, Heather Munakata recebeu o título de regente de Sergipe está cristalizada – hoje, o Jennings e a apresentação da ópera Solo, honorária. Tudo somado, fizemos cerca estado reverencia a orquestra como o de Jocy de Oliveira. Em dezembro, de trezentas apresentações e recebemos mais importante patrimônio cultural realizamos o XVII Virtuosi, que abriu mais de 100 mil crianças e jovens para local. Sobre a música no Brasil, há espaço ainda para o II Virtuosi pela concertos didáticos na Sala São Paulo, ao um belo panorama: as orquestras Paz – Maratona Virtuosi BNDES, com que se juntam os números do Festival de profissionais do eixo RJ-SP-BH vão bem, 24 horas de música. 2015 se apresenta, Campos do Jordão. A lista de convidados grupos jovens fazem cada vez mais na parte artística, com céu azul, mas incluiu nomes de primeiríssima linha, bonito. As orquestras estaduais, citando sem ignorar a presença de algumas como Jean-Efflam Bavouzet (artista amostras como Amazonas, Espírito nuvens pretas que anunciam um ano em residência), Paulo Szot, Nathalie Santo, Paraná e Goiás, têm realizado financeiramente difícil. Entretanto, com Stutzmann, Nikolai Lugansky, Isabelle excelente trabalho; óperas de qualidade inteligência e sagacidade, conseguimos Faust e Emmanuel Pahud (para ficar têm sido produzidas em diversos ultrapassar os empecilhos que a vida simbolicamente em seis). Tocamos e palcos do Brasil. Cuidar das orquestras apresenta, o que nos faz ter ainda mais gravamos Prokofiev (com Marin) e profissionais é o grande desafio de 2015. gosto pelo que produzimos numa região Villa-Lobos (com Isaac Karabtchevsky). Cristalizar sua institucionalização, árida no campo musical. Criamos nosso Encomendas incluíram obras de Ronaldo melhorando as condições de trabalho, espaço, que nos permite realizar os Miranda, Celso Loureiro Chaves e concebendo criativas temporadas e grandes sonhos que sempre nos levaram Alexandre Lunsqui. Terminamos o conquistando cada vez mais público, à frente. Temos que agradecer a nossos ano de alma lavada, depois de uma é o nosso desafio.” patrocinadores e aos editais públicos.” temporada considerada por muitos como das melhores que a Osesp já teve.” Guilherme Mannis, diretor artístico Rafael Garcia, maestro e regente titular da Orquestra e diretor artístico do Virtuosi Arthur Nestrovski, Sinfônica de Sergipe diretor artístico da Osesp

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2015 63 Luís Otávio Santos Fabio Mechetti Sir Richard Armstrong c k er s ba t o divulgaçã o divulgaçã o / ma divulgaçã

014 pode ficar marcado por ano de 2014 foi excelente pesar de frequentarmos “2 acontecimentos negativos. Foi “O para a Orquestra Jovem do “A assidua­­mente concertos, o ano em que perdemos Frank Shipway, Estado de São Paulo. Tivemos alguns é inquestionável que a situação que parecia ser o maestro capaz de convidados de destaque na programação preponderante das formas de nossa escuta construir um DNA próprio para a de concertos na Sala São Paulo – solistas se dá longe dos teatros: praticamos uma Osesp... Foi também o ano em que não e maestros que realizam algum tipo de escuta dita “acusmática” quase o tempo comemoramos como deveríamos ao trabalho didático com nossos jovens. todo, sem ver o que ouvimos através do menos duas efemérides: o centenário de Mas a orquestra brilhou também fora rádio, da internet, das gravações... Mas Guerra-Peixe e os 150 anos de Alberto do Brasil. Fomos convidados para um quando temos a chance de ouvir e ver Nepomuceno. Perdíamos de goleada festival na Holanda, em Amsterdã, onde obras geniais que jamais vimos enquanto quando dois fatos salvaram o ano tocamos no Muziekgebouw lotado, ouvimos, aí deparamo-nos com uma Nepomuceno: a montagem de Artemis, e outro na França, o Festival Berlioz, situação sublime de escuta! Por mais que nos obriga a modificar nossos realizado na cidade natal do compositor, incrível que pareça, uma obra histórica juízos apressados do compositor; e o La Côte Saint-André. O resultado é como Différences de Luciano Berio, de livro Formação germânica de Alberto realmente gratificante. A orquestra toca 1958-59, jamais tinha sido feita no Brasil! Nepomuceno, de João Vidal, que nos cada vez melhor, o que ajuda muito E ter vivido esta experiência, além de tê-la obriga a enxergar de modo diferente na formação dos músicos. Tivemos organizado, constituiu algo inesquecível não só Nepomuceno, mas todo nosso em dezembro um dos concertos mais para mim, porque vê-la e ouvi-la ao passado musical pré-Villa-Lobos. Guerra- importantes de toda a história da vivo não se equipara com nenhuma das Peixe não merecia, mas passou batido. orquestra, reunindo integrantes de todos gravações com as quais convivemos há A única efeméride bem comemorada, os grupos jovens da Santa Marcelina. décadas. Os solistas da Camerata Aberta, com justiça, foram os 70 anos de E nele entregamos o Prêmio Ernani de comigo à eletrônica, foram regidos por Nelson Freire. O florescimento dos Almeida Machado, realizado pelo nosso Ricardo Bologna. Tudo isto se deu durante CDs viabilizados pelas leis de incentivo patrocinador, o escritório Machado, a comemoração dos 20 anos do Studio estaduais e municipais é visível. Entre Meyer, Sendacz e Opice Advogados. PANaroma da Unesp, em meio à histórica dezenas de lançamentos, um destacou- Foram quatro prêmios de R$ 15 mil X Bimesp 2014 (Bienal Internacional de se: Delírio, sonatas de Miguez (um e um de R$ 60 mil. O objetivo é Música Eletroacústica de São Paulo), no espanto) e Velásquez (outro espanto), preparar o futuro dos jovens. Outra Sesc Consolação e no Teatro da Unesp, com Emmanuele Baldini e Karin importante parceria é com a Juilliard evento este que trouxe a público, em 17 Fernandes em execuções de alto nível. School, de Nova York. É graças a essas concertos, 55 obras de todo o mundo Aliás, uma regra nesses projetos feitos colaborações que podemos viabilizar com nada menos que 52 alto-falantes, com verbas diminutas e muita paixão/ o estudo de jovens instrumentistas recheando, em formato de cúpula sonora, talento. Entre os concertos, nacionais em grandes instituições de ensino, o espaço total do teatro de nosso Instituto e internacionais, vários diamantes: provendo o que não tivemos. Eu vivo de Artes. Nunca se teve, no Brasil, Uchida/Bavária/Jansons; Jeremy hoje meu momento mais feliz, não só algo desta dimensão na área da música Denk (Variações Goldberg e Sonata porque estou regendo uma orquestra contemporânea eletroacústica, nem do Concord); William Christie; Bavouzet que vem brilhando e recebendo críticas ponto de vista da programação, nem (Beethoven/Bartók); 10ª Bimesp (Berio/ formidáveis, mas porque participo de do ponto de vista técnico. E dentro de uma Flo/Stockhausen); Paulo Chagas (A um projeto que auxilia jovens, grandes perspectiva internacionalista, maximalista geladeira); Sol Gabetta e Giovanni talentos brasileiros a terem um futuro e experimental, alicerçada pelo amor à Antonini; Natalie Dessay (e Laurent melhor.” tradição (porque os grandes sempre foram Naouri); Fílip/Shostakovich/Malkki/ vanguarda em seus tempos!), compartilho Cláudio Cruz, diretor artístico aqui com os leitores esta vitória de duas Osesp; Skrowaczewski/Osesp/Berg/ e regente titular da Orquestra Jovem Bruckner; e Jaroussky/Vivaldi.” do Estado de São Paulo décadas de muita batalha, determinação e sobretudo invenção!” João Marcos Coelho, jornalista e crítico musical, colaborador do jornal O Estado de Flo Menezes, compositor e diretor S. Paulo e colunista da Revista CONCERTO do Studio PANaroma (Unesp)

64 Janeiro / Fevereiro 2015 CONCERTO Jean-Efflam Bavouzet Nathalie Stutzmann wl er o on f h e ll M i tc o / Paul divulgaçã o / sim divulgaçã

ano de 2014 já entra para a ano passado foi atípico para Mariss Jansons “O história da orquestra como o “O mim. Sempre concentrei minha ano em que realizamos a nossa maior atividade no trabalho de compositor, temporada! Foram 82 apresentações, atendendo a encomendas de novas sendo 43 delas no Theatro Carlos obras, viajando para reger ou tocar Gomes, com 17 programas diferentes novas peças e para as apresentações – todas com lotação máxima! Ao longo das estreias. Não deixei de compor, do ano, nos apresentamos em trinta mas concentrei grande parte de escolas públicas, para mais de 10 mil minha atividade na reestruturação crianças e jovens, e ainda visitamos da Orquestra Sinfônica do Recife, da outros sete municípios do estado. qual sou atualmente regente titular e Colaboramos com o Programa Estado diretor musical, e na apresentação de Presente, do governo, que busca reduzir uma temporada que teve como ponto os indicadores criminais através de alto o Ciclo Beethoven, com a integral uma política pública que inclui ações de suas nove sinfonias. A surpresa é gg re v e culturais e educativas, objetivando a que tivemos, em todos os concertos, or promoção de uma vida melhor. 2014 foi lotação esgotada. Na Nona, fizemos ainda o ano em que retomamos o nosso dois concertos, um pela manhã e outro nome original, voltando a nos chamar à noite. O sonhado plano de cargos da Orquestra Sinfônica do Estado do orquestra acaba de ser encampado pela Espírito Santo – Oses –, uma correção prefeitura, o que dará ao grupo uma b o / ma rco divulgaçã de rumo há tempos esperada. Criamos organização profissional. Por encomenda Ópera Rigoletto, montagem do duas novas séries, Quinta Clássica e da Funarte, escrevi para a Bienal de Palácio das Artes de Belo Horizonte Domingo no Teatro, e esta última será Música 2015 a peça Furioso, para duas ampliada em 2015, passando de cinco orquestras de cordas. Acabo de terminar para oito apresentações voltadas para Radioso, para violoncelo e piano, as famílias. Obrigado a todos aqueles encomendada como peça de confronto que colaboraram conosco e que nos do Concurso Internacional Carlos apoiaram, músicos, maestros, solistas, Prieto, no México. Escrevi Cântico para equipe administrativa, Secretaria de cordas (tributo a Eduardo Campos) Estado da Cultura, Rede Gazeta, Hotel e Elegia para cordas (homenagem a Sheraton, Companhia Vale do Rio Ariano Suassuna), ambas estreadas pela Doce e Instituto Sincades – parcerias Sinfônica do Recife. Estreamos a versão inestimáveis. Que em 2015 mais pessoas definitiva de Cangaço de vida e morte, possam desfrutar da beleza da música, do jovem compositor Paulo Arruda. e que nós, músicos, tenhamos cada vez Nosso projeto para 2015: continuar a mais oportunidades para difundir essa reforma da OSR realizando concurso arte, contribuindo para o crescimento e para admissão de 45 novos músicos. o desenvolvimento da nossa sociedade.” Teremos, ainda, uma temporada com 50% de obras do repertório e 50% de Helder Trefzger, diretor artístico e regente titular da Orquestra obras contemporâneas, incluindo a Sinfônica do Estado do Espírito Santo comemoração dos 100 anos de Alberto Ginastera.” Marlos Nobre, compositor e diretor artístico da Orquestra Sinfônica do Recife u n L ima o / N et divulgaçã

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2015 65 Ópera Mefistofele, de Boito, produção Nicolai Lugansky do Festival de Ópera do Theatro da Paz c milla n a d on yx o divulgaçã o / jam e s m divulgaçã

temporada 2014 da Dell’Arte m 2014, tive duas experiências erminado mais um ano de “A foi rica em atrações. A “E internacionais marcantes. A “T intensa atividade, o saldo foi série O Globo/Dell’Arte Concertos primeira, como fellow conductor na muito positivo. Na Escola de Música da Internacionais mais uma vez brindou prestigiada Philadelphia Orchestra, UFRJ, conseguimos viabilizar o início da o público do Rio de Janeiro com a nos EUA, e a segunda, como finalista tão esperada reforma de nosso prédio de apresentação de alguns dos mais da Competição Evgeny Svetlanov, aulas, um edifício histórico inaugurado importantes nomes do cenário da podendo trabalhar com a Orquestra por Alberto Nepomuceno em 1913. música clássica mundial. Destaque da Radio France, em Paris. Mas foi Nepomuceno, por conta de seu especial para a Orquestra Sinfônica com a Orquestra do Estado de Mato sesquicentenário de nascimento, foi um da Rádio da Baviera, conduzida por Grosso que pude concretizar sonhos e dos focos da temporada. Destaco nosso Mariss Jansons, e para a Filarmônica colocar em prática uma visão singular principal lançamento editorial, o livro de Dresden, com Michael Sanderling. que tenho a respeito do futuro da do professor João Vidal sobre a formação Não faltaram também grandes solistas: música de concerto. Ao longo do ano, germânica do compositor. Foi um ano os pianistas Nikolai Lugansky e Eliso desenvolvemos projetos com alguns de muitas efemérides. O centenário de Virsaladze e a excepcional violinista dos mais incríveis artistas brasileiros. Guerra-Peixe foi comemorado com a Sarah Chang. Tivemos ainda o retorno Quero dizer com isso que nos reunimos, integral de suas canções e com várias da mezzo soprano Joyce DiDonato discutimos ideias, pesquisamos muito, obras no repertório da Orquestra e o altamente conceituado Quarteto criamos novos repertórios (incluindo Sinfônica da UFRJ, que completou 90 Emerson. Um dos ápices da temporada novas composições e arranjos) e anos em 2014. Guerra-Peixe foi também foi o concerto da Orquestra Sinfônica experimentamos, para depois apresentar patrono do concurso de composição Simón Bolívar da Venezuela, dirigida ao público concertos e gravações. do 27º Panorama da Música Brasileira por Gustavo Dudamel. O jazz e a Assim nasceram mais dois discos da Atual, em parceria com a Academia música instrumental receberam atenção OEMT, um com o gênio do violão Brasileira de Música. Comemoramos os especial, com a vinda de dois nomes Yamandu Costa e outro com o mestre 80 anos da Revista Brasileira de Música, estelares: Chucho Valdes e o notável violeiro Ivan Vilela. Já são dez discos durante o 5º Simpósio Internacional de pianista e compositor Michel Legrand. gravados e seis lançados pela Kuarup. Musicologia, e os 20 anos do projeto A dança marcou presença com duas Apresentamos também um concerto Ópera na UFRJ, com a estreia de O grandes atrações: a Cia. Antonio Gades especial em São Paulo, no Auditório diletante, de João Guilherme Ripper. e o Balé Mariinsky de São Petersburgo Ibirapuera, celebrando antecipadamente Na Academia Brasileira de Música, (ex-Kirov). Assinalamos, ainda, a os nossos dez anos, e participamos do investimos na ampliação do Banco de presença da companhia italiana Kataklò, mais importante encontro do setor, o Partituras, com a incorporação de novas com seu misto de balé, ginástica Classical:NEXT, realizado na Áustria. obras, especialmente de Villa-Lobos. olímpica e atletismo, em espetáculo Em 2015, quando de fato completaremos Mas as principais iniciativas de 2014 para todos os públicos. Tradição do mês dez anos, continuaremos buscando um terão reflexos nos próximos anos, com de julho, os festivais de Petrópolis e caminho, uma sonoridade, construindo as comemorações dos 70 anos da ABM, Nova Friburgo chegaram à 14ª edição. nossa personalidade, arriscando, em 2015; o Projeto Carlos Gomes 2016, Paralelamente, a Dell’Arte deu ênfase ao valorizando a cultura brasileira viva, ambiciosa proposta de organização do apoio a projetos de inclusão social, em pulsante, real. Continuaremos dialogando catálogo temático do compositor com especial a Orquestra Sinfônica Jovem de com compositores e intérpretes e, com uma equipe coordenada pelo maestro Campos Mariuccia Iacovino, da ONG eles, construiremos novos repertórios. Lutero Rodrigues e apoio do CNPq; Orquestrando a Vida, e a Companhia Sairemos do teatro, rumo às praças, e a edição de obras, algumas delas Brasileira de Balé.” às ruas e às escolas para mostrar um inéditas, tendo o maestro Roberto Duarte como coordenador.” Myrian Dauelsberg, repertório que faça sentido às pessoas, sem presidente da Dell’Arte a pretensão de ensinar nada a ninguém.” André Cardoso, diretor da Leandro Carvalho, diretor artístico Escola de Música da UFRJ e presidente e regente titular da Orquestra da Academia Brasileira de Música do Estado do Mato Grosso

66 Janeiro / Fevereiro 2015 CONCERTO Livia Sabag Osesp e Marin Alsop t us o divulgaçã n d r a Fr o / A l e ssa divulgaçã

uando você, leitor, estiver ive a oportunidade de participar, final do ano para a ópera em “Q passando os olhos neste “T em abril, em Belo Horizonte, “O São Paulo foi estimulante. texto, estaremos no final dos ensaios da Conferência Internacional No Theatro Municipal, um grande e praticamente na pré-estreia da nova MultiOrquestra. Havia muitos anos elenco interpretava a Tosca, de Puccini, produção da Companhia de Ópera não tínhamos um panorama detalhado enquanto, no Theatro São Pedro, Curta, no Theatro São Pedro (dias 6 da situação das orquestras brasileiras. subia ao palco a primeira produção e 7 de março de 2015, com ingressos E, desse evento, emergiu um grupo de encabeçada pelo novo diretor da casa, gratuitos). Sinta-se convidado e trabalho responsável por traçar novas o maestro Luiz Fernando Malheiro: esperado. Os espetáculos de Ópera metas e discutir os rumos da música As bodas de fígaro, de Mozart. A Curta há cinco anos concretizam um de concerto no país. Enquanto faltam qualidade das montagens autoriza amplo programa de difusão da ópera políticas públicas para esse setor, é certa expectativa otimista com relação e formação de plateias, realizado pelo importante que pessoas e instituições, à temporada 2015, que traz os teatros governo do estado de São Paulo e pela como o British Council, possam se seguindo linhas artísticas diferentes e Secretaria de Estado da Cultura. Em manifestar e ajudar a desenhar nossa sugere a existência de dois palcos em 2014, foram 39 cidades, incluindo São própria política para a área. Também ebulição na cidade. Será, no entanto, Paulo e Santo André, com sua orquestra foi muito importante ter participado da interessante observar o que acontecerá sinfônica, cumprindo e ampliando os ISME 2014 (International Society for também nos bastidores. O modelo de objetivos do grupo. Que venha 2015. Music Education), em Porto Alegre. gestão por organizações sociais, desde Não podemos deixar de falar com Parabenizo a coragem das pessoas que foi criada a Fundação Osesp, parece otimismo das vitórias individuais, envolvidas em realizar um evento de ter se transformado em consenso – ou dos saldos positivos, sempre com a tão grande porte, possibilitando a troca pelo menos em uma realidade com a esperança de idealizar algo de bom, de tantas experiências enriquecedoras qual não é mais possível brigar – na mesmo quando os cenários gerais vindas de todas as partes do mundo. vida sinfônica do país. Na ópera, no são desfavoráveis – e têm sido com Na Oficina de Música de Curitiba, entanto, ela ainda é recente – e, por relativa frequência. Em um ano em que entramos em uma nova era, com conta disso, os dois teatros podem se perdeu uma campanha de futebol direção musical do grande músico servir de balões de ensaio, ao quais é nascida ao som de tambores ufanistas brasileiro Cláudio Cruz. Quero salientar preciso ficar atento. Não apenas pela e eleições, não se podia esperar muito que os ciclos de Osvaldo Ferreira manutenção da qualidade artística, mas da cultura nacionalmente. Apesar de e de outros diretores artísticos que também porque ambas as instituições as atividades culturais se multiplicarem passaram pelo evento sempre deixaram tomam como ponto de partida de no estado de São Paulo, inclusive com suas marcas de forma profunda, atuação o estabelecimento de um direito a Festival de Música de Câmara engrandecendo o festival. Para finalizar, quadro mais amplo, que inclui, além no Sesc, essa não é, infelizmente, a senti-me honrada em celebrar junto das apresentações, a preocupação com tônica dominante no restante do país. aos músicos os 40 anos da fundação projetos de formação e com a otimização Mesmo assim, olhando com dúvidas da Camerata Antiqua de Curitiba. da produção. O que se coloca, parece, os pontos cardeais, não deixam de ser Que 2015 venha com plenitude e que é a oportunidade de substituir, de vez, bem-vindas e prazerosas as inaugurações possamos seguir com as transformações a lógica de evento, de fôlego curto, por da nova sala da Filarmônica, em Minas que a música erudita tem passado nos trabalhos em médio e longo prazo, que Gerais, e da Sala Cecília Meireles, no últimos tempos no país.” ajudem a redefinir a dinâmica da ópera Rio de Janeiro. Que venha 2015 e, com brasileira. É hora, enfim, de transformar Janete Andrade, coordenadora de Música ele, um novo período de portas abertas, Erudita da Fundação Cultural de Curitiba o discurso de décadas em algo concreto. novos caminhos, oportunidades de A chance está colocada – e a conta vai trabalho para todos e boas mudanças.” ser cobrada lá na frente.” Cleber Papa, diretor da Cia. de Ópera João Luiz Sampaio, editor-executivo da Curta e diretor-geral da Casa da Ópera Revista CONCERTO e colaborador do jornal O Estado de S. Paulo e do Portal Estadão

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2015 67 Edição Janeiro 2015 Todos os textos e fotos publicados na seção Gramophone são de propriedade e copyright de Mark Allen Group, Grã-Bretanha. www.gramophone.co.uk

Baseado nas Monteverdi Performances diretas, resenhas deste ‘Madrigali, Vol 2 – Mantova’ de tirar o fôlego – o alto mês, Martin Les Arts Florissants / Paul Agnew grau de personalidade e Cullingford Les Arts Florissants apresenta Editions F AF003 comunicação é cativante, as melhores e tudo é apresentado com gravações clareza vívida. Gravação do mês Gravação

Berio Mendelssohn Symphony Corelli Sinfonia. Calmo, etc No 3, ‘Scottish’ ‘La follia’ Finnish Radio Symphony Schumann Michala Petri fla Orchestra / Hannu Lintu Piano Concerto Mahan Esfahani crv Ondine F Í ODE1227-5 Maria João Pires pn London OUR Recordings Symphony Orchestra / F Í 6 220610 Sir John Eliot Gardiner LSO Live S b (Í + Y) LSO0765

Com quase meio século de vida e Gardiner delineia as texturas Parceria em alto nível, de dois correndo o risco, segundo nosso crítico, de orquestrais de forma brilhante, mostrando- músicos cujo domínio de seus respectivos se tornar um “clássico”, a Sinfonia de Berio se um parceiro de colaboração perfeito instrumentos é puro deleite ouvir. aqui parece tão vívida, inesperada para Pires. e contemporânea como se fosse nova.

DvorÁk ‘Invitation au Voyage’ ‘Spirit, Strength and Solistas; Warsaw French songs Sorrow’ Philharmonic Choir and Stéphanie d’Oustrac mez The Sixteen / Orchestra / Antoni Wit Pascal Jourdan pn Harry Christophers Naxos B b 8 572874/5 Ambronay F AMY042 Coro F COR16127

Antoni Wit expande seu elogiado Stéphanie d’Oustrac demonstra Três novas versões em música do texto catálogo na Naxos com o Réquiem de a mesma elegância tanto nas passagens revelam de forma vívida que o Stabat Dvorák. O peso orquestral é simplesmente reflexivas, quanto nas de drama elevado, mater, hoje em dia, continua sendo tão aquele que parece certo, e alguns solos de em um programa concebido com beleza. relevante como sempre – cada obra traz um canto são adoráveis. entendimento próprio da oração.

‘The Spy’s Choirbook’ Hasse Siroe, Tchaikovsky Iolanta Alamire / David Skinner re di Persia Solistas; Slovenian Obsidian B b CD712 Solistas; Armonia Philharmonic Orchestra / Atenea / George Petrou Emmanuel Villaume Decca F b DG F b 479 3969GH2 478 6768DHO2

Um dos melhores manuscritos da Um projeto ambicioso, que deu muito Uma ópera que pode ser muito British Library do início do século XVI – e as certo, com um sentido de drama cheio emocionante – especialmente quando é maravilhosas interpretações de David Skinner de vida e energia. O excelente elenco tão bem defendida como aqui –, porém e Alamire revelam sua riqueza musical. é liderado por uma atuação realmente não tão conhecida como deveria. Eis a impressionante do contratenor Cencic. oportunidade perfeita.

DVD/Blu-ray Relançamento/Arquivo Em associação com Verdi Messa da Requiem Guiomar Novaes Solistas; Bavarian Radio Symphony ‘The Complete Published 78rpm Chorus and Orchestra / Mariss Jansons Recordings’ ArtHaus Musik F ◊ 102 205; F Y 108 136 Guiomar Novaes pn APR mono M b APR6015 www.qobuz.com “Empolgante e emocionante”, escreve Mike Ashman, a respeito Gravações antigas, e daquele Ouça diversas das desse Réquiem de Verdi, por tipo que demonstra um estilo de gravações da Escolha um dos maiores regentes da tocar delicioso, rico em calor e do Editor online em atualidade. personalidade. qobuz.com

68 Janeiro / Fevereiro 2015 Janeiro / Fevereiro 2015 69

PRAYER BEETHOVEN: PROMETHEUS REMINISCENCES OF RUSSIA BACH Voice & Organ Armonia Atenea Irina Kulikova – violão Joshua Bell – violino Magdalena Kozena – George Petrou – regente Lançamento Naxos. Importado. Academy of St Martin mezzo soprano Lançamento Decca. Importado. R$ 40,40 in The Fields Christian Schmitt – órgão R$ 67,90 Não é comum associarmos o Lançamento Sony. Nacional. R$ 29,90 Lançamento Deutsche Grammophon. Sinfonias, concertos, quartetos violão à produção musical russa. Há um traço comum entre os Importado. R$ 67,90 e sonatas deixados por Mas este disco nos revela um violinistas da geração atual: boa Até o século XVIII, a música Beethoven são tão ricos que universo rico de obras de autores parte deles, além do próprio sacra era destinada quase uma vida dedicada a eles parece do país, os quais, em nossos dias, instrumento, tem se dedicado exclusivamente aos serviços insuficiente para esgotar todas têm utilizado o instrumento em com afinco à regência. É o caso de religiosos. A partir dos anos 1900, as possibilidades expressivas. composições bastante originais. Maxim Vengerov, Julian Rachlin, no entanto, ela adentra a sala Mas o compositor deixou ainda A responsável pelo feito é a Daniel Hope e também de Joshua de concertos. Nesse caminho, outras obras que, à sombra, nem excelente violonista Irina Bell, que, nos últimos anos, há uma mudança não apenas sempre frequentam as principais Kulikova, que, com este álbum, tornou-se diretor da tradicional estética, mas também simbólica salas de concerto mundo afora. celebra 25 anos de carreira, orquestra da Academy of St – na mão de autores nem sempre É o caso do balé As criaturas de da qual boa parte foi pautada Martin in the Fields. Juntos, eles crentes ou religiosos, as peças Prometeu, escrito em 1801, entre pela pesquisa de repertório que estão gravando a integral das nove ganham um caráter muitas vezes a primeira e a segunda sinfonias. acabou levando a esta gravação. sinfonias de Beethoven. Mas o dramático. E é essa a história que Na verdade, Beethoven utilizaria Ela nos revela, por exemplo, o ciclo foi brevemente interrompido nos narra o novo disco da mezzo o tema da abertura como lirismo e a poesia de Konstantin para que pudessem se dedicar a soprano Magdalena Kozena, inspiração para o movimento final Vassiliev, muito evidentes em outro projeto caro ao violinista Prayer. Ela reuniu um conjunto da Sinfonia nº 3, Eroica. Mas, peças como Swan Princess e e, agora, maestro: a gravação de 22 canções que, do Barroco ao à parte disso, pouco se conhece Three Forest Paintings, que dos Concertos para violino nº 1 século XX, não falam apenas de dessa partitura. E foi por esse evoca elementos do folclore e nº 2 de Bach, que estão sendo fé, mas também dos dilemas que motivo que o maestro George russo. O compositor também lançados ao lado da Chaconne nascem do contato do humano Petrou e a orquestra Armonia homenageia, no ciclo entitulado (em arranjo de Mendelssohn) e da com a ideia do divino. Entre elas, Atenea escolheram a peça para Three Lyric Pieces, compositores Gavotte en rondeau (em arranjo é possível destacar o Kaddish sua nova gravação. Trata-se que foram importantes em sua de Schumann). Não é nem preciso de Ravel, que evoca a tradição de um conjunto versátil, que trajetória musical: o russo Sergei chamar atenção ao virtuosismo da hebraica; as versões de Dvorák e chama atenção em especial pela Rachmaninov, o paraguaio interpretação. Melhor é falar da Verdi para a Ave Maria; o Agnus energia de suas interpretações Agustín Barrios e o brasileiro solenidade da concepção de Bell, Dei de Bizet; e, em especial, e pelo modo como transita por Heitor Villa-Lobos (em Mogiana, tanto como solista quanto como a seleção de seis canções de diversos repertórios, utilizando cujo título é uma referência à regente, que está de acordo com o Schubert, nas quais fica claro o tanto instrumentos de época cidade paulista de Mogi das que ele escreve a respeito de Bach, caráter privado da relação entre quanto modernos – antes de Cruzes). Já Sergei Rudnev prefere no encarte do CD: “Sua música homem e Deus. Em todas as Beethoven, eles fizeram, por criar obras preocupadas com o faz mais do que contar uma peças, Kozená é acompanhada exemplo, um registro premiado colorido do som, trabalhando história. Por meio dela, podemos pelo organista Christian da ópera Alessandro, de Händel. especialmente com a exploração ver algo que defino como a própria Schmitt – da combinação entre Petrou, por sua vez, depois de dos ritmos, assim como faz Viktor essência da vida, um caminho voz e órgão, nascem sonoridades um início como pianista, acabou Kozlov em Flying Dutchman e em direção a Deus”. E, nessa riquíssimas e de profunda se voltando para a regência, com em Ballade for Beautiful Elena, trajetória, somos levados por espiritualidade. atenção especial à ópera. dedicada a sua mulher. “guias” musicais de exceção.

BRUCKNER: SYMPHONY Nº 9 sido justamente com uma delas, a do Festival de Lucerna, Orquestra do Festival de Lucerna que reunia grandes músicos solistas e integrantes de diversas Claudio Abbado – regente sinfônicas europeias. Naquele dia, Abbado interpretou duas Lançamento Deutsche Grammophon. Importado. R$ 67,90 sinfonias inacabadas: a nº 8 de Schubert e a nº 9 de Bruckner. Em sua última década de vida, o maestro Claudio Abbado, Esta segunda está sendo lançada agora em disco. Abbado, que já havia sido diretor de grupos importantes, como as que morreu em janeiro de 2014, não sabia que esta seria sua filarmônicas de Berlim e Londres, optou por um caminho última gravação, mas, para nós, é difícil não se emocionar com diferente. Diminuiu ao máximo suas aparições como convidado o testamento musical do maestro, ainda mais perante uma e se dedicou quase exclusivamente a orquestras criadas por ele obra em que Bruckner demonstra a todo instante um senso de ao longo da carreira. Não deixa de fazer sentido, portanto, que urgência – e a ideia do encontro da salvação artística a partir do sua última aparição pública, no dia 26 de agosto de 2013, tenha desapego com relação ao mundo. Para contemplar em silêncio.

70 Janeiro / Fevereiro 2015 Compre pelo telefone (11) 3539-0048 ou www.lojaclassicos.com.br

DVD nova montagem, apresentada pela primeira vez em 2011 no GOUNOD / FAUST Metropolitan Opera House, de Nova York, logo se tornou um Orquestra, Coro e Balé do Metropolitan Opera registro de referência. Os motivos? São pelos menos três: o tenor House / Yannick Nézet-Séguin – regente Jonas Kaufmann, a soprano Marina Poplavskaya e o baixo Des McAnuff – direção cênica René Pape. Todos eles estão entre os principais nomes da nova Lançamento Decca. Importado. 2 DVDs. 187 minutos. geração de cantores. E, aqui, em uma concepção visual que nos Legendas em francês (original), inglês e alemão. leva ao século XX, de modo sutil e elegante, eles têm a chance R$ 134,30 de mostrar não apenas o vigor vocal, mas também um senso O foco declarado na história de amor entre Fausto e de estilo capaz de fazer justiça à escrita lírica e transparente Marguerite talvez não faça do Fausto de Gounod a mais fiel de Gounod. Nesse sentido, ajuda também a presença, à frente das adaptações do original de Goethe. Mas, com certeza, de da orquestra, do jovem maestro Yannick Nézet-Séguin. Um todas as versões musicais do texto, é a mais popular. E esta Fausto de nosso tempo e já destinado a entrar para a história.

THE SILVER ALBUM BRAHMS / CHORAL WORKS DVORÁK VILLA-LOBOS Anne-Sophie Mutter – violino Cappella Amsterdam Alisa Weilerstein – violoncelo Sinfonia nº 10, Ameríndia Lambert Orkis – piano Daniel Reuss – regente Orquestra Filarmônica Tcheca Leonardo Neiva – barítono / Lançamento Deutsche Grammophon. Lançamento Harmonia Mundi. Jirí Belohlávek – regente Saulo Javan – baixo 2 CDs. Importado. R$ 108,70 Importado. R$ 93,40 Anna Polonsky – piano Orquestra Sinfônica do Estado Um dos requisitos básicos para As quatro sinfonias e a rica Lançamento Decca. Importado. de São Paulo / Coro da Osesp que a magia da música de câmara produção de câmara já seriam R$ 67,90 Isaac Karabtchevsky – regente funcione é a comunhão artística suficientes para garantir ao Durante um bom tempo na história Lançamento Naxos. Nacional. entre os músicos envolvidos. Não compositor Johannes Brahms um da música, difundiu-se a crença R$ 36,80 por acaso, quando ela existe, os lugar de destaque na história da de que a sonoridade do violoncelo A maturidade artística do maestro artistas costumam não abrir mão música. Mas há outro aspecto seria incapaz de fazer frente à Isaac Karabtchevsky, que dessas parcerias ao longo do tempo. fundamental em sua criação: a massa sonora de uma grande completou 80 anos em dezembro, É o que acontece com a violinista escrita vocal. Desse universo, o orquestra sinfônica. Talvez por está ligada a alguns projetos Anne-Sophie Mutter e o pianista Réquiem alemão, escrito para isso não existam tantos concertos especiais – entre eles, a gravação, Lambert Orkis, que completam solistas, grande orquestra e para o instrumento quanto para com a Orquestra Sinfônica 25 anos sobre o palco e lançam, coro, talvez seja a criação mais piano ou violino, por exemplo. E do Estado de São Paulo, da para marcar a data, The Silver conhecida. Ele, no entanto, isso significa, para os intérpretes integral das sinfonias de Heitor Album. A coletânea, com dois CDs, é apenas um exemplo de um dedicados ao grande repertório, Villa-Lobos, à qual pertence este traz registros memoráveis da dupla: panorama muito rico, em que a necessidade de voltar sempre a disco, com a Sinfonia nº 10. Nela, as Danças nº 1, nº 2 e nº 5 e a se destacam uma série de obras um mesmo grupo de obras, com atuam orquestra, coro e solistas. Sonata nº 2 de Brahms, registradas para coro a cappella ou com o desafio, então, de encontrar O subtítulo, Ameríndia, refere-se no início dos anos 1990; a Sonata acompanhamento ao piano, como novas ideias e um novo discurso à cultura indígena: Villa-Lobos K 481 de Mozart, e a Sonata nº 7 prova este disco do Cappella musical a cada interpretação. É evoca a entidade mitológica Sumé, de Beethoven, ambas gravadas em Amsterdam, importante grupo o que faz a violoncelista Alisa que percorria a costa pregando e 2006; e a Sonata nº 1 de Fauré, europeu dedicado à música Weilerstein nesta nova versão do estabelece um paralelo entre ela de 2003. A parceria entre os dois coral. Não são apenas obras Concerto para violoncelo op. 104 e o padre Anchieta. Para quem segue viva – e o disco é prova disso. de rara beleza; no modo como de Dvorák, que ela acaba de gravar nunca ouviu a sinfonia, o modo Nele, estão quatro novas gravações: dialogam com autores anteriores, com a Orquestra Filarmônica como o compositor trabalha as Meditação, de Massenet, Pièce em especial Bach, elas também Tcheca regida por Jirí Belohlávek. múltiplas forças musicais será en forme de habanera, de Ravel, revelam um pouco do que fazia Sua interpretação chama atenção uma revelação. E, para quem a e, mais importante, duas estreias a cabeça do jovem Brahms, pelos andamentos mais rápidos e conhece, com certeza a regência mundiais: a Sonata nº 2 do caso, por exemplo, da Canção pela mistura de energia e lirismo, de Karabtchevsky e o contato com norte-americano André Previn, e do destino. Enquanto, por fundamental em uma peça as vozes de Leonardo Neiva e La Follia, do compositor polonês outro lado, peças como os Três construída sobre contrastes. Como Saulo Javan vai oferecer a chance Krzysztof Penderecki. Não por motetos mostram um autor já bônus, a violoncelista oferece de reavaliar um dos momentos acaso, quando perguntada sobre em plena maturidade. Assim, o leituras mais intimistas de peças mais especiais da criação de Villa- o parceiro, a violinista foi direta: álbum faz um retrato da vida e do escritas para violoncelo e piano, Lobos. Leia também a crítica da “Com ele, eu posso fazer qualquer trabalho do compositor, a partir com destaque especial para a lírica revista Gramophone publicada na coisa”. Sorte do público que eles de partituras que merecem figurar Silent Woods, em que Dvorák seção Contraponto desta edição tenham se encontrado. entre suas principais criações. evoca a paisagem rural de sua terra. (página 8).

Janeiro / Fevereiro 2015 71 Compre pelo telefone (11) 3539-0048 ou www.lojaclassicos.com.br

MÚSICA MÚSICA EM QUESTÃO O guia visual definitivo da música: Sérgio Bittencourt-Sampaio da pré-história ao século XXI Mauad Editora. 200 páginas. R$ 56,00. Desconto de 10% para assinantes. Publifolha. 400 páginas. R$ 99,90. Desconto de 10% para assinantes. Na nota preliminar com que abre o livro, o Em um assunto tão complexo pesquisador Sérgio Bittencourt-Sampaio quanto a história da música, explica o modo como entende a produção assumir-se como um “guia musical – para ele, a abordagem da música definitivo” gera desconfiança. Mas centra-se “sobretudo em condições este volume pode reivindicar para históricas, sociais e comportamentais que si essa definição. Isso por conta da contribuíram na criação e na atividade dos diversidade com que se dedica ao compositores, situando as obras no contexto tema – e pela qualidade do projeto de cada época”. “Dessa maneira, a música visual. O livro segue uma ordem aparece não como fenômeno artístico cronológica, desde a pré-história isolado, porém como manifestação integrada até o hip-hop da atualidade, em múltiplos contextos que, por sua vez, passando pelos principais períodos atuaram sobre ela de maneira ora sutil, ora da história da música e abrindo-se imperiosa.” É a partir dessa chave, portanto, que deve ser lida também em direção à criação do esta nova coletânea do autor. Entre os temas, estão o método Oriente. A cada momento, os pedagógico de Liszt e uma análise de suas Rapsódias húngaras, autores se preocupam em analisar as vozes negras femininas, a temática afro-americana na música os estilos em voga, suas raízes e seus principais representantes, com erudita e a questão dos títulos e da autoria de partituras. O informações preciosas sobre os compositores e suas obras, tratando destaque, no entanto, é o ensaio em que ele trata do período de desde Vivaldi até David Bowie, entre dezenas de nomes. Com poucos meses em que o compositor Carlos Gomes esteve em isso, a cada capítulo, o leitor consegue estabelecer relações que dão São Paulo, convivendo com estudantes de direito, entre eles à história da música um rico senso de continuidade. Da mesma Francisco Leite Bittencourt Sampaio, autor da letra daquela forma, ao trafegar por diversos estilos, os organizadores tentam que seria a mais conhecida modinha de Gomes, Quem sabe?!, quebrar barreiras e preconceitos. Outro aspecto interessante da obra popular na época do Império. Segundo o autor, esse momento é a apresentação dos instrumentos, como surgiram e evoluíram, foi fundamental para a biografia de nosso principal compositor interferindo com a prática musical, assim como um inventário das de óperas, uma vez que foi o único em que ele pôde “manter transformações tecnológicas. estreito contato com a juventude estudantil brasileira”.

BENEDICTO LACERDA A ABELINHA HARMONIA E OS INTERVALOS MUSICAIS O flautista de ouro: um gênio da orfandade Sonia R. Albano de Lima Sidney Castello Branco Musa Editora. 56 páginas. R$ 44,00. Desconto de 10% para assinantes. Global Choro Music. 344 páginas. R$ 59,00. Desconto de 10% para assinantes. “Harmonia é uma abelhinha travessa A música brasileira está repleta de que adora combinar sons. A colmeia grandes histórias à espera de serem onde ela mora fabrica um mel deli- contadas. É o caso da vida do flautista cioso e faz músicas maravilhosas que Benedicto Lacerda, que agora ganha esta encantam a abelhinha. Desde peque- biografia pelas mãos deSidney Castello na, ela adora ouvir essas músicas.” É Branco. Lacerda nasceu em Macaé e, assim que a autora Sonia R. Albano com a mãe, mudou-se ainda pequeno de Lima nos apresenta a personagem para a cidade do Rio de Janeiro. Cresceu principal do livro, destinado àqueles em meio a “chorões” e sambistas. que desejam introduzir as crianças Alistou-se no Exército e, após tocar toda ao universo do fazer musical. Notas, a parte de flauta da ópera O guarani, escalas, claves, figuras musicais, tons, de Carlos Gomes, entrou para a banda semitons, intervalos – todas essas no- militar. Os cinco anos na corporação lhe ções básicas são apresentadas ao leitor enquanto o Vovô Leopol- permitiram estudar música e, em 1928, ele começou a se do orienta Harmonia em sua busca por conhecimento musical. apresentar publicamente. Dali até o final da vida (morreu com E, a cada lição, a autora sugere exemplos musicais, que podem apenas 55 anos), produziu 37 gravações em parceria com ser ouvidos no site www.sabermusical.com.br/mundosonoro/ Pixinguinha; participou de cerca de vinte filmes nacionais abelinhaharmonia.html. Professora do Instituto das Artes da e estrangeiros; compôs mais de seiscentas obras; atuou em Unesp, Sonia Albano é autora de uma série de obras centradas mil gravações; compôs o primeiro samba-enredo da Portela; na inter-relação da música com a educação e a interdisciplinari- e presidiu a Sociedade Brasileira de Autores, Compositores dade. O livro conta também com ilustrações do artista plástico e Escritores de Música. Todas essas histórias estão presentes paranaense Olavo Tenório, que, em O show dos bichos, já neste livro, assim como um rico material iconográfico. Da havia trabalhado com a apresentação da arte – no caso, a poesia mesma forma, a trajetória pessoal de Benedicto Lacerda – para o público infantil. Entre palavras, sons e imagens, o livro permite um olhar sobre a vida musical brasileira e latino- oferece à criança as ferramentas necessárias não apenas para americana, uma vez que ele realizou algumas viagens uma audição mais eficiente e prazerosa como também, e pelo continente, na primeira metade do século XX. Um talvez principalmente, para que entendam a música como documento precioso. parte fundamental da vida cotidiana.

72 Janeiro / Fevereiro 2015 2015 Musical Vitrine E da Revista CONCER O classificado especial dição Janeiro /Fevereiro 2015 Por todaminhavida www.lojaclassicos.com.br Vendas: lojas especializadas e Inglaterra de28/10/13) (Jornal BachtrackdeManchester, played hersolowithgreatbeauty.” although bassistAnaValeria Poles then takenratherunsentimentally, essentially afuneralmarch,was “Theensuingslowmovement, (Jornal FolhadeS.Paulo26/08/13) seria apartecentraldofinale.” cordas, cujopontoculminante atuação expressivaeprecisadas Ana Valéria Poles foiosímboloda “O belosolodecontrabaixo para contrabaixo CD comobrasoriginais Ana Valeria Poles TO

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As Nove s raça eperfeição”...) magia doTrio virtuoso”...), Argentina (...“músicosde Cultura”), Geórgia (“MedalhadeTbilissi”), Rússia(...“a sucesso:relevante Armênia(“MedalhadeOuroda Inúmeros concertosnoBrasileexteriorcom Várias obrasdedicadas (MarlosNobre,Villani-Côrtes) “Ordem doMéritoCulturalCarlosGomes” Prêmio APCA2006e2008(“GrandedaCrítica”) Trio Images Autor: Maestro RicardoRocha.

que mapeiamatopografia de livrarias / outros ENSINO Músicos e conjuntos / CDs, DVDs e LIVROS cada movimento daobra. Loja CLÁSSICOS Livraria AlemãBücherstube Brooklin Festival 2015 Callas Atelier Musikantiga Arlequim Música Trio Images Pierre Pianos Miriam Ramos Luiza Sawaya Livro “Músicaemquestão”, Sérgio Bittencourt-Sampaio Livro “Estrelinhas brasileiras”, Ignês Scavone Maria Livro-atlas nove “As sinfonias deBeethoven”, Ricardo Rocha Laetare Orquestra deCordas Eudóxia deBarros DVD “Auto doPesadelo deDomBosco”, Jorge Antunes CoralUSP CD “Por toda minhavida”,AnaValeria Poles Fundação Tagliaferro Magda Conservatório Musical Brooklin Paulista Conservatório deTatuí www.trioimages.com.br [email protected].: (11)3288-3761 Cia. Brasileira Bachiana – Tel: (21)2245-0058 Bee Livro-atlas Para adquirirentre emcontato conosco! T i hoveN N foN i A s de s de

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2015 Paulo Gori -piano Henrique Muller-viola Cecilia Guida-violino 76 77 77 77 77 73 75 74 74 75 74 74 75 73 74 75 73 76 76 76 73

Músicos e conjuntos / CDs, DVDs e LIVROS MÚSICOS e conjuntos / CDs, DVDs e LIVROS 74 Janeiro /Fevereiro 2015 Música eMQuestão • • • • • • • Fatores sociaiseculturais a Vozes negrasfemininas da uniãoluso-brasileiranoperíodoJoanino Joaquina Mariadac c Quando ostítuloseaautoriadaspartiturasfalseiam a o arlos GomeseBittencourts temáticaafronamúsicaeruditaesemi-eruditabrasileira. s RapsódiasHúngaras, deLiszt. Renovação estéticaenacionalismo masterclass segundoLiszt Lançou em2014 “Páginas doPiano Brasileiro”, em2015CDcom osQuintetos deDvorák eOswald. DVD RecitalChopin, gravado Cecília deJaneiro. na Sala Meireles–Rio .CD Schubert/Schumann Participação: Piano Contemporâneo; SonataseSonatinas–Mignone. op. 31nº2, op. 53(Aurora). CDBrahms . CDLisztTchaikovsky/Prokofiev. CDSchumannRecitalFrancês. Barcarola -duplo), Polonaises (duplo), eNoturnos 19 Valsas. Beethoven: CD1ªeúltimaSonatas, CDSonatasop. 27nº2, CD Villa-Lobos; Maul. CDOctávio CDsChopin: op. Estudos 10eop. 25, àChopin Homenagem (Baladas, Scherzos, Fantasia op. 49, Compositores Brasileiros: 3CDsDuo-Mignone; Piano Brasileiro (8compositores); Piano Brasileiro II(duplo)16compositores; 23 CDslançados: PIANISTA MIRIAMRAMOS CONCERTO e-mail: [email protected] /Site: www.pianistamiriamramos.com.br / Tel. (21)2553-4084 onceição (da)Lapa. Íconeartístico ampaio. sérgio Bittencourt-ampaio e ncontro, amizadeecolaboração A VIDA IMITA AARTE Em DVD, a ópera umgovernador quederrubou e vários deputados corruptose vários noDistritoFederal.

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MÚSICOS e conjuntos / CDs, DVDs e LIVROS livrarias / Luteria / outros ENSINO 76 Janeiro /Fevereiro 2015 Pedagogia Musical eMétodoKodályparaprofessoresdeMúsica Pedagogia Musical adolescentes,adultoseterceiraidade Aulasparacrianças, Professoresgraduadoseatualizados nasmelhoresinstituições Av. Portugal, 1074 –Tel. –SãoPaulo, SP (11) 5041-3416 –www.cmbp.com.br (anexa ao hall principal) Conheça aLoja CLÁSSICOSnaSalaSão Paulo Televendas: (11)3539-0048 ou boletobancário. EntregaviasedexparatodooBrasil. cartão decrédito(Visa, MastercardeDiners) Transações emsite seguro. Pagamento por público infanto-juvenil, artistasbrasileirosemuitomais. CDs eDVDsclássicos, óperaejazz, produtosparao Livros dearteecultura, música, literaturaselecionada, www.lojaclassicos.com.br e DVDstambémestánainternet: A lojadosmelhoreslivros, CDs

De 2a8dejulho2015: sobre Internacional Curso XXI facebook: Conservatório Musical Brooklin Paulista BrooklinPaulista ConservatórioMusical [email protected] –facebook: o Método Kodály e XIII OficinadeRítmicaDalcroze o MétodoKodály eXIII Brooklin Paulista Conservatório Musical CONCERTO

piano, cordasesopros 2015 ESTUDO DE Inscrições para BOLSAS E-mail –[email protected] Telefone (11) 5533.8815 Itaim Bibi–SãoPaulo, SP Rua Leopoldo CoutodeMagalhães,164/4 and. Novo endereço: Magda Tagliaferro Fundação Livros deMúsica,LiteraturaeCiênciasHumanas. Há 21anosselecionandoosmelhoresCd’s, Dvd’s, Blu-rays eLpsemClássicos,Jazz,MPB,Música Tradicional serviçodeencomendas Twitter http://twitter.com/ArlequimBrasil Blog http://blog-arlequim.blogspot.com/ títulos nacionaiseimportados. do MundoeFilmesdeAutor. Agora comCaféMusical. Especializado em instrumentos de arco: dearco: Especializado eminstrumentos violinos, viola,cello, eacessórios arcos www.arlequim.com.br Atelier Musikantiga Av. Paulista, 2073–HorsaI, 2º and.,cj.223–Tel. (11)3283-0266 Metrô Consolação –SãoPaulo, SP–CEP01311-940 www.musikantiga.com.br Vitrine Musical Vitrine Musical

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CONCERTO Vitrine Musical Janeiro / Fevereiro 2015 77

livrarias / Luteria / outros SÃO PAULO ESCOLA MUNICIPAL DE MÚSICA DE RIBEIRÃO PIRES. maio, valor do pacote: R$ 100. Informações e ven- Processo seletivo 2015. Cursos gratuitos. Instrumentos das: Ingresso Rápido: www.ingressorapido.com.br/ CENTRO DE PESQUISA E FORMAÇÃO DO SESC. Espaço eruditos e populares, canto lírico, Práticas de grupo, assinaturas/spcd – Tel. (11) 3224-1383. articulado entre produção de conhecimento, forma- coro adulto e coro infantil, musicalização infantil e teoria musical. Inscrições até 20 de janeiro. Coorde- SÉRIE TUCCA DE CONCERTOS. Projeto Tucca Música ção e difusão. Núcleo de Pesquisas: produção de pela Cura. Assinaturas 2015. Série de seis concer- bases de dados, diagnósticos e estudos em torno nação: Demétrio Montealegre. Local: Praça Ramos de Azevedo, 12 – Vila Aurora – Ribeirão Pires – Tel. (11) tos na Sala São Paulo. Informações e assinaturas: das ações culturais e dos públicos. Biblioteca: acer- tel. (11) 2344-1051 – www.tucca.org.br. vo de 11 mil livros, além de CDs, DVDs, jornais e 4824-5521. revistas. Empréstimo gratuito e disponível ao públi- FACULDADE CANTAREIRA – Curso Superior de Mú- THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO. Assinaturas co. Endereço: Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – Bela Vista sica, Bacharelado e Licenciatura. Inscrições aber- 2015. Renovação para assinantes: encerrada. Tro- – Tel. (11) 3254-5600 – http://centrodepesquisae- tas para o Vestibular de música 2015 e para outras ca para assinantes: encerrada. Assinaturas novas: formacao.sescsp.org.br. carreiras. Corpo docente reconhecido internacional- até 31 de janeiro. Ingressos avulosos: a partir de mente. Estrutura completa e moderno estúdio de 16 de fevereiro. Informações e assinaturas: Theatro 13º CONCURSO BRASILEIRO DE CANTO MARIA CALLAS Municipal de São Paulo – Praça Ramos de Azevedo – – Ópera Carmen. De 25 de abril a 2 de maio. Para gravação. Provas agendadas por internet, telefone ou pessoalmente. Processo seletivo contínuo até preen- Bilheteria: tel. (11) 3053-2098 e 3053-2099 – www. cantores líricos brasileiros e latino-americanos até theatromunicipal.org.br. 40 anos de idade. Provas Eliminatória, Semifinal e chimento das vagas. Programas de bolsas de estudo Final no Theatro São Pedro de São Paulo e na Câmara e descontos. Local, informações e inscrições: Facul- THEATRO SÃO PEDRO. Assinaturas 2015. Tempo- Municipal e Espaço Educamais de Jacareí. Inscrições dade Cantareira – Rua Marcos Arruda, 729 – Belém rada de cinco óperas. Assinaturas novas: www. até 31 de março. Prêmios em dinheiro e concertos. – Tel./fax (11) 0800 600 4704 – www.cantareira.br. ingressorapido.com.br – Tel. (11) 4003-1212. Infor- mações: Rua Dr. Albuquerque Lins, 207 – Barra Fun- Direção geral e artística: Paulo Abrão Esper. Coordena- MASTER CLASS DE PIANO. Com Eny da Rocha. da – Tel. (11) 3667-0499. ção: Alberto Marcondes. Informações e inscrições: tel. Sábado 28 de fevereiro, às 10h. Valores: Intérpre- (11) 3467-0815 – [email protected]. tes: R$ 100 e Ouvintes: R$ 30. Local, informações WORKSHOP A genealogia do piano. Com Lícia CORALUSP. Inscrições de 19 de janeiro a 31 de e inscrições: Sociedade Brasileira de Eubiose – Sala Lucas e Marne Serrano. Domingo 25 de janeiro, às março para novos integrantes. Para alunos e funcio- Henrique José de Souza – Av. Lacerda Franco, 1059 – 9h30. Temas: O desenvolvimento das escolas pianís- nários da USP e interessados em geral, com ou sem Aclimação – Tel. (11) 3208-9914. ticas no mundo; O Começo – Os precursores; O cami- nho – Primeiras ramificações – A escola romântica; experiência musical. Não é necessário ter vínculo MOZARTEUM BRASILEIRO. Assinaturas 2015. Série Desdobramentos inesperados – Escolas pianísticas com a USP. Várias opções de horários de ensaios e de sete concertos na Sala São Paulo. Renovação nos países europeus; Virada do século XIX ao século aulas de técnica vocal e estruturação musical. Parti- para assinantes: encerrada. Assinaturas novas: XX – A Escola Moderna; Neuhaus e as escolas pianísti- cipação gratuita. Informações e inscrições: tels. (11) abertas. Informações e assinaturas: tel. (11) 3815- cas na Rússia; As escolas pianísticas na Itália; Desdo- 3091-3930 e 3091-5071 – www.usp.br/coralusp. 6377 – www.mozarteum.org.br. bramentos surpreendentes nas Américas; O piano no CULTURA ARTÍSTICA. Temporada 2015. Série de 1ª OFICINA DE REGÊNCIA ORQUESTRAL DA OSSA – oriente; O piano na América Latina; Novos desafios dez concertos na Sala São Paulo. Renovação para Orquestra Sinfônica de Santo André. De 2 a 12 do ensino e da arte do piano. Participação gratuita. assinantes: encerradas. Novas assinaturas de Ami- de fevereiro. Voltada a jovens profissionais e Local, informações e inscrições: Sociedade Brasileira gos da Cultura Artística: encerradas. Novas assina- estudantes de regência. Oportunidade de traba- de Eubiose – Sala Henrique José de Souza – Av. Lacer- turas: abertas. Compra de ingressos avulsos: um lho frente a uma orquestra sinfônica, desenvol­ da Franco, 1059 – Aclimação – Tel. (11) 3208-9914. mês antes de cada concerto. Novas adesões: tel. vendo capacidades como análise e interpretação de (11) 3256-0223, de segunda a sexta-feira, das 10h repertório, liderança e objetividade, técnica e apre- às 17h; na Cultura Artística – Rua Nestor Pestana, sentações públicas. Com Abel Rocha. Inscrições RIO DE JANEIRO, RJ 125, conjunto 12; pela Ingresso Rápido: www.in- por e-mail até 15 de janeiro. Concerto final no gressorapido.com.br/assinaturas/culturaartistica. dia 12 de fevereiro no Teatro Municipal de Santo VII CONCURSO JOVENS MÚSICOS. Da Série Música no Museu. Agosto e setembro de 2015. Para ins- CURSO – ARTE SONORA: A MÚSICA E SEUS DESVIOS. André. Participação gratuita. Inscrições: www.santo- trumentistas brasileiros (ou naturalizados), até 28 Com Lílian Campesato. Abordagem sobre o processo andre.sp.gov.br. Informações: tel. (11) 4433-0737 – anos de idade. Inscrições abertas até 31 de maio. de consolidação do som como elemento catalizador [email protected] Direção: Sérgio da Costa e Silva. Informações e da produção artística, dentro e fora da música. De OSESP – ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO inscrições: Carpex Empreendimentos e Promoções 12 a 15 de janeiro, das 10h30 às 13h. Valor: R$ 60, PAULO. Assinaturas 2015. Renovação e troca para – Praça Pio X, 55 – Sala 202 – Centro – www.musi- R$ 30 e R$ 18. Local, informações e inscrições: Rua assinantes: encerrada. Assinaturas novas: até 4 de canomuseu.com.br. Dr. Plínio Barreto, 285 – Bela Vista – Tel. (11) 3254-5600 janeiro, apenas pela internet: www.osesp.art.br/sa- – http://centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br. ladoassinante. Sem atendimento na Sala São Paulo. FESTIVAL Rc4. Dias 16, 17, 23 e 24 de janeiro. Concertos: veja no Roteiro Musical. Encontro: Novas CURSO DE FORMAÇÃO EM MÚSICA PARA PROFES- OSUSP – ORQUESTRA SINFÔNICA DA UNIVERSIDADE direções na música clássica com Gabriel Prokofiev SORES. Para professores e estudantes de música. DE SÃO PAULO. Assinaturas 2015. Série de nove e Joan Martí Frasquier. Sexta-feira, 16 de janeiro, Módulo I: de 11 a 14 de janeiro. Com Olga Molina concertos na Sala São Paulo. Informações e assi- às 14h30. Participação gratuita. Local: Unirio – Sala e Cristiane Serpa. Módulo II: de 15 a 17 de janei- naturas: tel. (11) 3091-3000 – [email protected] – Villa-Lobos – Av. Pasteur, 296 – Tel. (21) 2542-6368. ro. Com Olga Molina, Cristiane Serpa, Ana Beatriz www.usp.br/osusp. Inscrições: [email protected]. Zaghi e Sidney Molina. Trabalho prático e teórico, abordando diversos aspectos da educação musical PALESTRA – VIOLÃO BRASILEIRO E IDENTIDADE ORQUESTRA PETROBRAS SINFÔNICA. Assinaturas direcionada para crianças de 7 a 10 anos de idade. NACIONAL. Com Flavia Prando. Aborda o panorama 2015. Séries Djanira e Portinari no Theatro Munici- Material didático incluído. Investimento: R$ 700, por do desenvolvimento do violão no país, consideran- pal. Assinaturas novas: até 13 de fevereiro. Infor- módulo. Local: Conservatório Musical Mozart – Rua do aspectos sociais, políticos e estéticos. Sexta-feira mações e assinaturas: www.petrobrasinfonica.com. Curumau, 22 – Interlagos. Informações e inscrições: 9 de janeiro, das 14h às 16h. Valor: R$ 30, R$ 15 br – Tel. (21) 2252-3147 e 2252-2633. tel. (11) 5668-8222 – www.cmozart.com.br. e R$ 9. Local, informações e inscrições: Rua Dr. Plí- nio Barreto, 285 – Bela Vista – Tel. (11) 3254-5600 OSB – ORQUESTRA SINFÔNICA BRASILEIRA. Assi- CURSO – ORNAMENTAÇÃO NA MÚSICA BARROCA. – http://centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br. naturas 2015. Seis séries de assinaturas, na Cidade Com Paulo Martelli. Apresenta a ornamentação das Artes, Theatro Municipal e Sala Cecília Meireles. desde os exemplos mais simples, utilizados nos PRELÚDIO – PROGRAMA DE CALOUROS DE MÚSICA Renovação para assinantes: a partir de 5 de feverei- primórdios do barroco, até os mais sofisticados, CLÁSSICA DA TV CULTURA. Temporada 2015. Ins- ro. Assinaturas novas: de 26 de fevereiro até 9 de com extratos musicais dos compositores mais crições abertas a partir de fevereiro. Informações: março. Informações e assinaturas: www.osb.com.br. relevantes deste período. De 13 a 29 de janei- www.cmais.com.br/preludio. ro, terças e quintas-feiras, das 14h às 17h. Valor: SÉRIE O GLOBO/DELL’ARTE. Concertos internacio- R$ 80, R$ 40 e R$ 24. Local, informações e inscri- SÃO PAULO COMPANHIA DE DANÇA. Assinaturas nais. Assinaturas 2015. Série de oito concertos no ções: Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – Bela Vista – Tel. 2015. Série de cinco programas nos meses de junho Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Informações e (11) 3254-5600 – http://centrodepesquisaeforma- (três semanas) e novembro (duas semanas), no vendas: tel. (21) 4002-0019 – www.dellarte.com. cao.sescsp.org.br. Teatro Sérgio Cardoso. Assinaturas novas: até 5 de br/concertos.

78 Janeiro / Fevereiro 2015 CONCERTO OUTRAS CIDADES FESTIVAIS de janeiro, sem possibilidade de bolsa. Veja a pro- gramação de concertos no Roteiro Musical. Direção Belo Horizonte, MG / ORQUESTRA FILARMÔNICA DE Curitiba, PR / 33ª OFICINA DE MÚSICA DE CURITIBA. artística: Jean Reis. Informações: tel. (11) 99642- MINAS GERAIS. Assinaturas 2015. Séries de con- Duas fases. Música erudita e Música antiga: de 2121 – www.festivalmusicanasmontanhas.com.br. certos na Sala Minas Gerais. Renovação: encerrada. 8 a 17 de janeiro; curadoria: Cláudio Cruz. Música Assinaturas novas: até 30 de janeiro. Informações popular brasileira: de 18 a 28 de janeiro. Inscri- São Paulo, SP / 2° FESTIVAL DE VERÃO DA ESCOLA e vendas: Tel. (31) 3219-9009 – assinatura@filar- ções encerradas. Informações: tel. (41) 3213-7528 MUNICIPAL DE MÚSICA DE SÃO PAULO. De 26 a 30 monica.art.br – www.filarmonica.art.br. – www.oficinademusica.org.br. de janeiro. Apresentações, master classes, confe- rências e discussões temáticas. Participação do cor- Engenheiro Coelho, SP/ 21º ENCONTRO DE MÚ- Gramado, RS / GRAMADO IN CONCERT. Festival In- po docente da Escola Municipal. Aberto ao público SICOS. De 13 a 17 de janeiro. Palestras, cursos, ternacional de Música. De 31 de janeiro a 8 de fe- em geral, aluno ou não. Inscrições gratuitas uma oficinas, ensaios, concertos, lançamentos. Para vereiro. Participação de renomados professores do hora antes do início da atividade. Segunda-feira professores de música, cantores, instrumentistas, Brasil, Estados Unidos, França e Argentina. Direção 26 de janeiro: canto lírico; piano. Terça-feira 27 de regentes, estudantes e apreciadores de música. artística: Linus Lerner. Inscrições encerradas. Infor- janeiro: cordas sinfônicas (violino, viola, violoncelo Período integral. Local: Unasp-EC (Centro Univer- mações: www.gramadoinconcert.blogspot.com.br. e contrabaixo); harpa. Quarta-feira 28 de janeiro: sitário Adventista de São Paulo). Informações e violão; música antiga. Quinta-feira 29 de janei- inscrições: tel. (19) 3858-9046 – www.unasp-ec. Jaraguá do Sul, SC / FEMUSC – 10º Festival de Mú- ro: sopros metais (trompete, trompa, trombone, edu.br/musicos. sica de Santa Catarina. De 18 a 31 de janeiro. eufônio, tuba); percussão sinfônica. Sexta-feira 30 Concertos, cursos e oficinas. Direção artística: Alex de janeiro: sopros madeiras (flauta transversal, Engenheiro Coelho, SP/ PÓS-GRADUAÇÃO: Ensino Klein. Programação de concertos no Roteiro Musical. oboé, clarinete, saxofone e fagote). Informações: e Práticas Musicais com Ênfase em Educação Mu- Programação completa: www.femusc.com.br. www.theatromunicipal.org.br. sical e Regência Coral. Cursos intensivos nos meses de janeiro de 2015 e 2016 em dois módulos. 360 Pelotas, RS / 5º FESTIVAL INTERNACIONAL SESC DE horas presenciais, 120 para projeto monográfico e MÚSICA. Para participantes do Mercosul. De 18 a INTERNACIONAL 120 para estágios. Professores mestres e doutores. 30 de janeiro. Cursos de instrumentos para estu- Local, informações e inscrições: Unasp-EC (Centro dantes de música dos níveis intermediário e avan- XV CONCURSO INTERNACIONAL TCHAIKOVSKY. De Universitário Adventista de São Paulo) – Tel. (19) çado/profissional. Cursos e oficinas de cordas, ma- 15 de junho a 3 de julho de 2015. Provas em Mos- 3858-9311 – www.unasp-ec.edu.br. deiras, metais, piano, regência de banda sinfônica, cou: piano e violino. Provas em São Petersburgo: canto coral, inclusão cultural, música antiga, choro, violoncelo e canto. Inscrições até 1º de fevereiro. Engenheiro Coelho, SP/ PÓS-GRADUAÇÃO: Es- música instrumental brasileira e jazz. Direção artís- Informações: www.competition-tchaikovsky.com. tudos Culturais: Arte, Música e Sociedade. Fó- tica: Evandro Matté. Programação de concertos no rum interdisciplinar para a discussão destes te- Roteiro Musical. Informações e programação com- PELOS CAMINHOS DE JOHANN SEBASTIAN BACH. mas, seus métodos e pressupostos. Três eixos de pleta: www.sesc-rs.com.br/festival. Viagens para Alemanha. Viagem I: de 4 a 15 de manifestações artísticas: literatura, artes visuais maio. Viagem II: de 17 a 24 de maio. Com Eli- e música. Curso em três módulos: janeiro de Poços de Caldas, MG / 16º FESTIVAL MÚSICA NAS sa Freixo e Jean Ferrard (Bruxelas). Visita guiada 2015 e 2016 no Brasil e junho/julho de 2015 MONTANHAS. De 11 a 24 de janeiro. Concertos, por locais onde atuou Bach em Eisenach, Arnsta- na Itália. Corpo docente de professores doutores. oficinas de música nas áreas instrumental e vo- dt, Weimar, Freiberg, Dresden, Hamburgo, Leipzig, Local, informações e inscrições: Unasp-EC (Centro cal, professores de reconhecimento internacional. Lüneburg, Celle e Lübeck. Grupos de até 40 pesso- Universitário Adventista de São Paulo) – Tel. (19) 1º Encontro brasileiro de clarones. De 12 a 16 de as. Concertos em órgãos históricos. Informações: 3858-9311 – www.unasp-ec.edu.br. janeiro. Inscrições: apenas pessoalmente no dia 11 http://peloscaminhosdebach.blogspot.com.br.

Por Guilherme Leite Cunha

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2015 79 22º 54’ 54,45648 S 43º 10’ 40,35187 W

Sala Cecília Meireles Rio de Janeiro, Brasil

esde 2010, os amantes da música no Rio de Janeiro se ressentiam do fechamento de D um espaço essencial: a Sala Cecília Meireles. Um dos principais espaços de concerto da cidade, a Sala, como é carinhosamente conhecida, ficou com as portas fechadas para uma ampla reforma interior. Agora, o público pode comemorar, pois desde o dia 11 de dezembro as portas estão oficialmente abertas e a programação foi retomada. Localizado no largo da Lapa, o edifício foi erguido em fins do século XIX e funcionou originalmente como o Grande Hotel da Lapa. Em 1948, foi reformado, transformando-se no Cine Colonial. Duas décadas mais tarde, o cinema deu lugar a um espaço pensado especialmente para a música de câmara, a Sala Cecília Meireles, inaugurada no dia 1º de dezembro de 1965. Quando as atividades foram suspensas, esperava-se que a reforma fosse superficial, durasse cerca de oito meses e custasse R$ 12 milhões. Mas, à medida que o trabalho avançou, novos problemas foram descobertos, como revestimentos de madeira tomados por cupins. Os oito meses viraram quatro anos e os R$ 12 milhões se transformaram em R$ 47,5 milhões. A boa notícia é que o público agora encontrará uma Sala Cecília Meireles moderna e totalmente renovada. Do ponto de vista da arquitetura, a modificação mais visível é uma enorme janela panorâmica na fachada principal, iluminando o interior e permitindo avistar o centro da cidade. Ainda na fachada, o antigo cor-de-rosa deu lugar ao tom de areia, mais próximo à cor original do edifício. O foyer de entrada foi composto com mármore, madeira e vidro, e conta, agora, com um mezanino e um café. Há banheiros no térreo e no mezanino. Dentro da sala de concertos, manteve-se o belo painel ao fundo do palco. Já as paredes foram modificadas, bem como o número de lugares, que diminuiu de 830 para 680. Um novo projeto acústico (ponto tradicionalmente bem avaliado da casa), de autoria de José Augusto Nepomuceno, procurou atualizar algumas características, como o nível de ruído de fundo e a reverberação de baixas frequências. Também o Espaço Guiomar Novaes recebeu remodelação completa. O palco do auditório, que ocupava dois terços da sala, foi retirado, e as paredes laterais, quebradas, o que resultou em um @revistaconcerto ganho de cerca de 50 m2, com a transformação da área em um grande espaço quadrado, com painéis de madeira ao redor e no teto. Agora, é possível realizar uma programação simultânea com a da Sala. Aliás, por falar em programação, quem estiver no Rio durante o verão poderá desfrutar de uma agenda ininterrupta dividida em cinco séries: jazz, música de câmara, piano, orquestras e ópera. [Por Camila Frésca]

Agenda Sala Cecília Meireles Série Jazz – dias 9, 16, 22, 23, 25 e 31 de janeiro e 7 de fevereiro, às 20h Série Música de Câmara – dias 10, 17 e 24 de janeiro e 25, 27 e 28 de fevereiro, às 20h Série Recitais de Guiomar – dias 15, 21 e 28 de janeiro, às 12h30 e 18h30

80 Janeiro / Fevereiro 2015 CONCERTO