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RIO MUSICAL LANÇAMENTOS DE CDs, DVDs E LIVROS NOTÍCIAS MUSICAIS

CONCERTOCONCERTOGUIA MENSAL DE MÚSICA ERUDITA R$ 7,00 JANEIRO/FEVEREIRO 2007

ENTREVISTA Niza de Castro Tank ATRÁS DA PAUTA Júlio Medaglia RETROSPECTIVA 2006 Depoimentos exclusivos TEMPORADAS 2007 Cultura Artística Mozarteum Brasileiro CAMARGO GUARNIERI 100 anos de nascimento SÃO PAULO, ANO XII, Nº 125 ISSN 1413-2052 capa0107.p65 4 20/12/2006, 08:53 Osesp_geral.p65 2 14/12/2006, 09:53 Osesp_geral.p65 3 14/12/2006, 09:53 CONCERTO, janeiro / fevereiro de 2007, nº 125

ÍNDICE 4 Carta ao Leitor 6 Cartas 7 Contraponto Notícias do mundo musical. 11 Atrás da Pauta Coluna mensal do maestro Júlio Medaglia. 12 Rio Musical Notícias do por Clóvis Marques. NOSSA CAPA 14 Em Conversa A capa desta edição apresenta uma reprodução Entrevista com Niza de Castro Tank. do manuscrito autógrafo de “Curuçá”, Choro nº 5 para orquestra, de Camargo Guarnieri, um de 16 Semibreves nossos maiores compositores e de quem em Flavio Florence desvenda o universo musical. 2007 se comemoram os 100 anos de nascimento. Pirapora do Curuçá foi um antigo povoado 18 Repertório fundado no fim do século XVII e que Lauro Machado Coelho faz o balanço lírico de 2006. posteriormente daria origem à cidade de Tietê-SP, terra natal do compositor. 20 Panorama Comemorando a data, concertos e eventos Temporadas 2007, destaques da programação especiais acontecerão durante o ano, como a de janeiro/fevereiro e dos festivais de verão. récita que a Orquestra Experimental de Repertório faz no dia 11 de fevereiro, totalmente dedicada a 28 Roteiro Musical São Paulo obras do compositor. Além dos 100 anos de Guarnieri, 2007 será 30 Roteiro Musical Rio de Janeiro rico em efemérides musicais, pois também 32 Roteiro Musical Outras Cidades comemora os nascimentos de Villa-Lobos (120 anos), Lorenzo Fernandes (110), 32 Roteiro Musical Festivais de Verão Francisco Mignone (110) e José Siqueira (100). 32 Outros Eventos 36 Rádio 37 Retrospectiva 2006 Capa Autógrafo da Destaques de 2006 e depoimentos de jornalistas, última página da músicos e promotores. obra “Curuçá”, de Camargo Guarnieri. 62 Lançamentos de CDs e DVDs [Arquivo Camargo Guarnieri, Instituto 66 Livros de Estudos Brasileiros, Universidade de 68 Vitrine Musical São Paulo] O classificado especial da Revista CONCERTO.

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CARTA AO LEITOR

Prezado leitor! Você tem em mãos o número 125 da Revista CONCERTO, edição especial janeiro / fevereiro. Como em anos anteriores, www.concerto.com.br esta edição apresenta a retrospectiva de 2006, com o Janeiro / Fevereiro 2007 depoimento exclusivo de mais de 40 personalidades atuantes Ano XII – Número 125 no meio musical. Nossos entrevistados relembram Periodicidade mensal acontecimentos marcantes da temporada e apontam ISSN 1413-2052 perspectivas para o futuro. Neste amplo e rico painel (a partir Redação e Publicidade Rua João Álvares Soares, 1.404 da página 37), o leitor poderá rememorar o grande ano 04609-003 São Paulo, SP musical e também vislumbrar os problemas e desafios que Tel. (11) 5535-4345 – Fax (11) 5533-3062 ainda têm de ser vencidos. e-mail: [email protected] Publicidade Rio de Janeiro Mas como já estamos em 2007, também há novas Triunvirato Ltda. temporadas para anunciar. Nas páginas 20 e seguintes, Tel. (21) 3231-9017 e-mail: [email protected] você se informa sobre as séries do Mozarteum Brasileiro e Realização da Sociedade de Cultura Artística, a nova temporada lírica diretor-editor do Theatro São Pedro e a programação da Banda Sinfônica. Nelson Rubens Kunze (MTb-32719) editoras-executivas Cornelia Rosenthal, O compositor Camargo Guarnieri, cujo centenário de Mirian Maruyama Croce nascimento será festejado este ano – o maestro nasceu em reportagens Camila Frésca 1º de fevereiro de 1907 –, é lembrado nesta edição da Revista apoio de produção Arnaldo D’Ávila, CONCERTO (páginas 10 e 11). À medida que Guarnieri é Luciana Alfredo Oliveira, Márcia Augusto, Nágila Amaral Brito, tocado e torna-se mais conhecido, mais cresce sua reputação Vanessa Solis da Silva e reconhecimento como um dos principais criadores da música Arte e produção gráfica Lume brasileira no século XX. As datas e programações de concertos são fornecidas pelas próprias entidades O Troféu Guarany do Prêmio Carlos Gomes de 2006 foi promotoras, não nos cabendo responsa- conferido, em dezembro passado, para a cantora Niza de bilidade por alterações e/ou incorreções Castro Tank (veja na página 9). A artista, que durante sua de informações. Inserções de eventos são gratuitas e de- trajetória artística sempre esteve ligada às criações de Carlos vem ser enviadas à redação até o dia 10 do Gomes, lançou, no ano passado, importante publicação mês anterior ao da edição, por fax (11) sobre as canções do compositor. Sobre isso e outros assuntos, 5533-3062 ou e-mail: [email protected]. Artigos assinados são de responsabilidade Niza conversou com nosso colaborador Leonardo Martinelli, de seus autores e não refletem, neces- em entrevista que você lê na página 14. sariamente, a opinião da redação. Venda avulsa Esta edição ainda traz a Vitrine Musical 2007, o Livrarias Siciliano, Saraiva Mega Store, classificado especial anual da Revista CONCERTO (página 68 Fnac, Cultura Villa-Lobos e Market Place e seguintes). Neste espaço você pode conferir anúncios de e principais bancas. diversos segmentos da atividade musical, de escolas a lojas, Serviço de Assinaturas Tel. (11) 5535-5518 passando por artistas, CDs, gravadoras, editoras... CONCERTO é uma publicação de Desejamos a todos um ótimo 2007. Voltamos em março com todas as informações sobre a nova temporada musical. Até lá! Nelson Rubens Kunze diretor-editor

jan1parte1.p65 4 21/12/2006, 17:40 ulm_geral.p65 3 20/12/2006, 12:52 CARTAS A opinião dos leitores e-mail: [email protected]

Paulo de Tarso Cartas para esta seção devem ser remetidas a Em relação ao exposto pelo Sr. Paulo de Tarso CONCERTO – Seção Cartas (CONCERTO nº 124, dezembro de 2006), temos a R. João Álvares Soares, 1.404 – 04609-003 São Paulo, SP, informar o que segue: ou enviadas por e-mail: [email protected] ou - Foi admitido como regente de corporação fax: (11) 5533-3062, com nome e telefone. musical em fevereiro de 2006 para realizar um Escreva para nós e dê sua opinião! trabalho de formação de músicos, visando uma futura orquestra jovem (músicos de 16 a 25 anos). A cada mês uma correspondência será premiada - A ele foi atribuído também o trabalho de atuar com um CD de música clássica. como assistente de regência junto à Orquestra (Em razão do espaço disponível, reservamo-nos o direito Filarmônica de São Bernardo do Campo (músicos de editar as cartas.) profissionais), no período em que a Secretaria de Educação e Cultura estava fazendo convite a diversos maestros. Nessa proposta, a cada mês a Eudóxia de Barros e Banda Mantiqueira orquestra recebia um maestro convidado: Roberto Escrevo-lhes esta mensagem por dois motivos Tibiriçá, Paulo Nogueira, Daniel Havens, Wagner bem diferentes. O primeiro trata da excelente Polistchuk. pianista brasileira Eudóxia de Barros. Tive a sorte - Findo este período, coube aos músicos da de assistir a seu último recital em São Paulo orquestra filarmônica a indicação do maestro (domingo, 10 e dezembro) no MIS, cujo auditório titular e de seu assistente. O Sr. Paulo de Tarso não esta à altura da qualidade desta senhora. não recebeu nenhum voto para titular e Todas as suas execuções foram magistrais e a tampouco para assistente. fantasia sobre o Hino Nacional Brasileiro simples- - Em função disso, sua atuação ficou restrita aos mente inesquecível. Agora me pergunto: porque trabalhos de formação da Orquestra Jovem. A uma artista desta categoria não é convidada a partir deste momento, o mesmo passou a ter uma solar com orquestras mais renomadas (Osesp, conduta inconveniente, criando atritos com Osusp, OSB). Sobre esta última mandei um e-mail diversos funcionários, inclusive com seus ao maestro Roberto Minczuk, que, aliás, continua superiores. deixando os paulistas com muitas saudades. - Junto ao trabalho de formação da Orquestra O segundo assunto é sobre o concerto de Jovem, o Sr. Paulo tomou iniciativas sem consulta encerramento da temporada da Osesp, para mim, e aprovação de seus superiores. lamentável. A Banda Mantiqueira tem excelentes A exoneração do Sr. Paulo não ocorreu exclusiva- músicos, não duvido disso. Porém, eles têm seu mente em função de sua reivindicação, mas lugar nos bares ou pubs da cidade, não na Sala porque o mesmo não estava correspondendo com São Paulo. as expectativas da Secretaria de Educação e Alberto Ramon Rios, São Paulo, SP Cultura. Vale frisar que os alunos da orquestra sempre receberam vale transporte e lanches nos dias de aulas, que são totalmente gratuitas, e Feliz Natal e ótimo 2007 também nas apresentações. Com a contratação de Terminando o ano, quero enviar também para um novo regente estamos retomando nossa vocês da Revista CONCERTO um Feliz Natal e um proposta que é a de formar novos músicos na ótimo Ano Novo. Muito obrigado pelos números cidade, e com isso a Orquestra Jovem de São da Revista CONCERTO e pelo lindo CD do Eduardo Bernardo do Campo. Monteiro. Espero que a gente siga com cada vez Gonçalo Pavanello, Diretor de Cultura de São mais música para alegrar os nossos dias! Bernardo do Campo, SP Paula Andersen, São Paulo, SP

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jan1parte1.p65 6 21/12/2006, 17:40 CONTRAPONTO Notícias do mundo musical

CD Nicolau de Figueiredo Camerata de Violões conquista “Choc 2006” completa 10 anos O CD com Sonatas de A Camerata de Violões do Conservatório Domenico Scarlatti Brasileiro de Música (RJ) comemorou 10 anos interpretadas pelo de atividades com um recital na Sala Cecília exímio cravista Nicolau Meireles, no último dia 4 de dezembro. de Figueiredo conquis- A Camerata nasceu numa reunião de tou o “Choc do ano professores do Conservatório e conquistou 2006”, prêmio da espaço no cenário musical apresentando prestigiosa revista arranjos inéditos de grandes clássicos, além francesa Le Monde de la Musique. A gravação foi de revelar obras inéditas de compositores reconhecida como um dos 10 principais lança- atuais. A proposta do grupo, que tem direção mentos eruditos de 2006. No Brasil, o CD foi musical de Paulo Pedrassoli, é difundir um lançado pelo selo CLÁSSICOS (veja em repertório próprio, calcado nas tradições www.lojaclassicos.com.br). O brasileiro Nicolau erudita e popular da música brasileira, mas de Figueiredo é festejado em todo o mundo como com forte sotaque contemporâneo. O grupo um dos maiores especialistas da música antiga. foi citado pela revista inglesa Classical Guitar Nascido em São Paulo, onde estudou piano, como “uma orquestra de violões que produz órgão, cravo e música de câmara, Nicolau vive na um som deslumbrante”, em crítica assinada Europa desde 1980, onde se formou no Conserva- por Paul Fowles, referente ao lançamento do tório Superior de Música de Genebra na classe de primeiro CD, elogiado como “uma gravação cravo de Christianne Jaccottet e de órgão de que todos os conjuntos deveriam se Lionel Rogg. Em 1984 obteve o “Primeiro Prêmio apressar em obter”. O segundo CD já se de Virtuosidade de Cravo”. Em seguida, aperfei- encontra em fase de preparação e deverá ser çoou-se com Kenneth Gilbert, Gustav Leonhardt e lançado pela gravadora Biscoito Fino. Scott Ross. Desde 2004 Nicolau de Figueiredo é professor no Conservatório de Paris.

Cantor José Gallisa fará três óperas nos EUA José Gallisa, premiado baixo brasileiro, estará no elenco de três óperas da San Diego Opera, nos Estados Unidos: Sansão e Dalila, em fevereiro de 2007, Aída e Pescadores de Pérolas em 2008. Gallisa, que se apresentou em dezembro no Theatro Municipal de São Paulo, também será o solista da obra de Almeida Prado no concerto que a Bachiana Chamber Orchestra fará no Carnegie Hall de Nova York, sob direção de João Carlos Martins, em janeiro. José Gallisa nasceu em Ouro Preto, Minas Gerais, e iniciou estudos de música aos 12 anos. Mais tarde, cursou a graduação em música (canto) na Universidade Federal de Minas Gerais, e depois na Faculdade de Música Carlos Gomes. Gallisa recebeu do Governo Federal, em 1997, a Bolsa Virtuose e partiu para cursar pós- graduação em canto na Opera Course, da Royal Academy of Music, em Londres, onde estudou com Glenville Hargreaves. (Conheça o site do artista: www.josegallisa.com) Foto: Divulgação / João Falcão

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Encontro da Osesp cria grupos de trabalho debateram questões como usinas indutoras de trabalho e consumo, Liga de Orquestras direção artística e programação, marketing e Foi unânime o interesse na criação da Liga de mídia, direitos autorais, estruturação legal, Orquestras Sinfônicas Brasileiras, sugestão do projetos educacionais, relações trabalhistas, maestro John Neschling lançada logo na problemas de infra-estrutura e gerenciamento abertura do I Encontro/Seminário Osesp de de custos. Entre os participantes também Orquestras Sinfônicas. Durante três dias em estavam, entre outros, Carlos Harasawa (diretor dezembro passado, autoridades, profissionais de marketing da Osesp), Marcos Caetano da área e jornalistas debateram as experiênci- (Unibanco), José Augusto Muller (Camargo as, sucessos e dificuldades das orquestras Correa), Yacoff Sarkovas (Artcultura), John sinfônicas profissionais do país. O primeiro Neschling (Osesp), José Roberto Walker (rádio e painel – Orquestras e política cultural – TV Cultura), João Batista de Andrade (Secretá- apresentou um interessante quadro de rio da Cultura de São Paulo), Carlos Moreno diversas realidades institucionais sinfônicas (Osusp), Ligia Amadio (OSN), Marcelo Ramos do país. Após a fala do ministro da Cultura (OSMG) e José Maria Florêncio (Theatro Gilberto Gil, pontuando a falta de uma política Municipal de São Paulo). Na última plenária do cultural para a música clássica e comprometen- encontro os representantes de 12 orquestras do o ministério com as demandas do setor, o sinfônicas – entre elas a Osesp, a Orquestra diretor executivo da Osesp, Marcelo Lopes, Petrobras Sinfônica (RJ), a Orquestra Sinfônica apresentou o modelo de sustentabilidade e de Minas Gerais (OSMG), a Orquestra Sinfônica funcionamento de sua orquestra e o relaciona- Nacional (OSN-UFF), a Orquestra Sinfônica da mento da instituição com o governo. Seguiram USP (Osusp) e a Orquestra Filarmônica de São depoimentos de Carlos Eduardo Prazeres, Caetano do Sul (OFSCS) – assinaram o docu- diretor executivo da Petrobras Sinfônica do mento de criação da Liga de Orquestras Rio de Janeiro, Evandro Matté, presidente da Sinfônicas Brasileiras e decidiram por um novo Associação dos Funcionários da Orquestra encontro em dezembro de 2007. O I Encontro Sinfônica de Porto Alegre, Jamil Maluf, diretor Osesp de Orquestras Sinfônicas ainda gerará artístico do Theatro Municipal de São Paulo, e uma brochura com o resultado concreto Noca da Portela, Secretário da Cultura do das propostas produzidas para cada uma as Estado do Rio de Janeiro. Outros painéis e seis áreas temáticas.

Campinas ganha esculturas inspiradas em Carlos Gomes Foto: Divulgação As óperas O Guarany, Maria Tudor e Lo Schiavo inspiraram a mente e as mãos de três arquitetos de Campinas – Daniela Salgado Galli, Carlos Adriano Lazanha e Pedro Paulo Mainieri –, que venceram um concurso nacional e criaram esculturas que homenageiam a obra de Carlos Gomes. As peças foram inaugu- radas em dezembro em uma praça que fica na região do viaduto São Paulo, mais conhecido como Laurão, em Campinas. O processo de produção levou um mês e meio e foram utilizadas hastes e tubos de cobre, latão e aço inoxidável. “Procuramos um material que tivesse brilho e reagisse de maneira dinâmica aos raios de luz, celebrando o sol e o céu tão característicos da cidade de Campinas”, afirmou Pedro Mainieri. Obra intitulada Guarany

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Prêmio Carlos Gomes 2006 No último dia 7 de dezembro, a Philarmonia Brasileira Também foi a chuva que alagou São Paulo em 4 de promoveu o II Encontro Nacional para uma Política Cultural da Música Clássica Brasileira, reunindo dezembro passado que impediu que um público cerca de 30 representantes que debateram e estabele- mais numeroso acompanhasse a entrega dos ceram diretrizes estratégicas para a valorização e desen- troféus da 11ª edição do Prêmio Carlos Gomes. volvimento do setor. O grupo formulou e documentou Mas se lá fora a chuva castigava o cansado “Música em Ação”, que em meados de dezembro foi paulistano, dentro do Auditório Ibirapuera o apresentado ao MinC para integrar a minuta do Plano clima era de festa. O evento, transmitido ao vivo Nacional de Cultura. “Música em Ação” baseia-se em pela Rádio Cultura FM, foi enriquecido pela quatro eixos estratégicos: democratização do acesso; Orquestra Prelúdio do programa de calouros da fomento do setor da música e formação do ouvinte; TV Cultura, sob regência do maestro Júlio valorização da música e difusão; e apoio ao desenvol- Medaglia, que apresentou obras de Carlos Gomes vimento da economia do setor. O documento pretende e Mozart com a participação do jovem clarinetista contribuir para a criação de uma política cultural concre- Tiago Nagel, vencedor do Prelúdio 2005. Grandes ta para a área da música clássica. artistas foram agraciados com o troféu especial- Após dois anos de ausência na área de música erudita, mente desenhado por Arcangelo Ianelli. O o APCA (Associação Paulista dos Críticos de Artes) violinista Claudio Cruz foi o primeiro premiado a voltou a indicar os melhores do ano. O grande prêmio subir ao palco (prêmio solista instrumental) e em da crítica foi para o compositor Edino Krieger, e o suas breves palavras fez uma emocionante maestro Roberto Minczuk venceu na categoria regente. homenagem à violinista Maria Vischnia, decana Os outros premiados foram: Edmundo Villani-Côrtes dos violinistas brasileiros, que estava participan- com seu Te Deum (obra vocal); Ronaldo Miranda com do da Orquestra Prelúdio. Seguiram Sonia sua ópera A Tempestade (obra experimental); Arthur da Rubinsky (pianista do ano), membros do Quarteto Távola (personalidade); Trio Images (conjunto de câma- Camargo Guarnieri (grupo de câmara), Sérgio ra); e João Carlos Martins e sua Bachiana Filarmônica Casoy representando a soprano Eliane Coelho (prêmio especial). Votaram os críticos José Roberto (destaque vocal feminino), o baixo-barítono Trench, Roberto Farias e Juvenal Fernandes. Stephen Bronk (destaque vocal masculino), A Sinfonia nº 3 de Harry Crowl para oito violoncelos Cleber Papa e Vicente Amato Filho representando foi estreada em 9 de dezembro no “Cantacuzino Palace respectivamente os premiados Festival de Ópera Hall”, em Bucareste, Romênia, no âmbito do mais do Theatro da Paz de Belém e a Temporada Lírica importante festival de música contemporânea daquele do Theatro São Pedro de São Paulo (categoria país. A obra foi interpretada pelo Ensemble Violoncelis- universo da ópera), maestro Carlos Moreno e o simo, dirigido por Marin Cazacu. pró-reitor de Cultura e Extensão da USP Prof. Sedi Em 12 de dezembro passado, Vicente Malheiros da Hirano representando a Osusp (categoria Fonseca foi empossado presidente da Associação dos orquestra ou conjunto instrumental), José Amigos do Theatro da Paz, em Belém do Pará, suceden- Mindlin, presidente da Sociedade de Cultura do a Profª Maria Sylvia Nunes. Na ocasião, o Quinteto Artística, pela apresentação do grupo Les de Metais da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz Musiciens du Louvre (espetáculo do ano), dois apresentou recital com músicas das três gerações da diretores respectivamente do Bradesco Prime e da família Fonseca e, em primeira audição, o “Hino da Petrobras, vencedores do Prêmio José Ermírio de Associação dos Amigos do Theatro da Paz”, de autoria Moraes de patrocínio musical, e o jovem músico (letra e música) do próprio Malheiros da Fonseca. André Mehmari (revelação do ano). A noite O Quinteto Amizade, de Brasília, anuncia o vencedor terminou com Marcos Mendonça, presidente da de seu concurso de composição 2006: Nikolai Almeida Fundação Padre Anchieta, homenageando a Brucher (obra Vibrações Variantes). O Quinteto Amiza- soprano Niza de Castro Tank, grande vencedora de ainda concedeu três menções honrosas: Helio Bace- do Troféu Guarany. O Prêmio Carlos Gomes, lar Viana (Plisse), Claudia Castelo Branco (Mais em criado por Alice Carta, é uma realização da Rádio Brasa) e Vicente José Malheiros da Fonseca (Irurá). e Televisão Cultura da Fundação Padre Anchieta.

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Camargo Guarnieri, 100 anos Por Camila Frésca

Conta-se que quando Camar- internacional, e Guarnieri foi cha- go Guarnieri nasceu, em Tietê, às mado diversas vezes para apresen- margens do rio de mesmo nome, tar obras suas, reger e participar de alguém gritou: “Géssia, já nasceu júris de concursos, especialmente o menino? Coloque aí o nome de nos EUA e em Portugal. Mozart!” Lendas à parte, há exata- No campo pedagógico

mente um século – no dia 1º de Foto: Arquivo C. Guarnieri, Instituto de Estudos Brasileiros, USP Camargo Guarnieri foi, ao lado de fevereiro de 1907 – nascia Mozart Koellreutter, o mais influente pro- Camargo Guarnieri, primogênito fessor do século XX, criando uma de Géssia e Miguel, este um músi- verdadeira escola de composição co amador louco por ópera e que e orientando centenas de alunos, batizou os filhos com os nomes de muitos hoje reconhecidos den- seus compositores prediletos: tre os mais destacados nomes da além de Mozart, viriam Rossine, música brasileira, como Osvaldo Belline e Verdi... Lacerda, Almeida Prado, Cláudio Aos 13 anos, Guarnieri dedi- Santoro e Guerra-Peixe. cou ao seu professor sua primeira composição: Sonho Em 1975, quando já era compositor e regente de artista. O mestre detestou a obra mas seu Miguel, consagrado, a Universidade de São Paulo criou a entusiasmado com o talento do garoto, resolveu Orquestra Sinfônica da USP (Osusp), nomeando mudar-se com toda a família para São Paulo para que Guarnieri diretor artístico e regente titular. Em 1977, o filho pudesse receber uma educação musical ade- ao completar 70 anos de vida, inicia-se uma série de quada. Foi assim que Camargo Guarnieri tomou con- homenagens no Brasil e exterior – dedicando-lhe tato com aquele que marcaria seu pensamento e prêmios, títulos e medalhas – que se estenderiam obra musical de forma indelével: Mário de Andrade. pelos anos subseqüentes, culminando com os 80 Com Mário, Guarnieri adquiriu formação estética e anos do compositor em 1987. cultural (o compositor completara apenas o segun- Em 1990 Guarnieri – já com idade avançada e do ano primário), além de, influenciado pelo escritor abatido com o ostracismo a que fora relegado nos e musicólogo, abraçar a idéia da necessidade de últimos anos – recebe um duro golpe com um aciden- criação de uma música erudita de caráter nacional. te que deixa seu filho caçula em grave estado de Guarnieri também teve aulas com Ernani Braga, An- saúde. Doente, é levado ao hospital no dia 25 de tonio Sá Pereira e o regente italiano Lamberdo Baldi, dezembro de 1992. No dia seguinte a Organização outra figura fundamental em sua formação. Comple- dos Estados Americanos, em Washington, anuncia taria ainda seus estudos em Paris com o compositor seu nome como vencedor do Prêmio Gabriela Mistral. Charles Koechlin. A 10 de janeiro de 1993, morria Camargo Guarnieri no Embora nunca chegassem a conquistar alta popu- Hospital Universitário da USP. laridade, desde cedo suas obras foram saudadas pela Este homem generoso (ensinava de graça a to- crítica e premiadas, reconhecendo-se o talento e sólido dos os alunos em quem acreditava e que não podiam métier do compositor. Sua extensa produção conta pagar), que dedicou sua vida à música como se esta com uma ópera (Pedro Malazarte), muita música sinfônica, fosse uma espécie de sacerdócio, deixou um legado concertos, música de câmara (com destaque para as dos mais consistentes de toda a história da música maravilhosas Sonatas para violino e piano), obras corais, brasileira, num conjunto de obras que ainda está por peças para piano (a coleção de 50 Ponteios é um dos ser suficientemente conhecido e valorizado. pontos altos), para canto e piano (é considerado por Mal sabia seu Miguel, melômano incansável, que alguns como verdadeiro criador de nossa canção de seu filho Mozart viria a ser tornar um dos maiores câmara), etc. Suas composições lhe renderam projeção compositores que o Brasil já produziu...

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jan1parte1.p65 10 21/12/2006, 17:41 ATRÁS DA PAUTA por Júlio Medaglia e-mail: [email protected]

Camargo e o atropelo histórico

O século XIX foi o século do indivíduo. De suas Mozart Camargo Guarnieri. Num curioso eixo Tietê/ paixões, alegrias, aspirações e frustrações – tudo Paris, ele consegue fazer uma música baseada na devidamente externado na criação artística de to- matéria prima brasileira com sofisticado tratamento das as linguagens. Já o século XX foi o da tecnologia. composicional erudito moderno. Tudo que se usa no dia-a-dia atual foi inventado no No segundo pós-guerra, reacende-se a idéia da período. Se Dostoievsky dizia “valorize e expresse os música experimental, cujo epicentro era a Alema- valores de sua aldeia e você será universal”, toda a nha – a chamada Neue Musik. O dodecafonismo, que tecnologia criada no século XX contribuiu para a não havia sido devidamente explorado e compreen- aproximação das pessoas, tornando todo o planeta dido, volta com tudo, inclusive expandindo-se para uma só aldeia, como dizia Marshal McLuhan. É evi- o pan-serialismo. Se no início dos novecentos o conflito dente que essa idéia de globalização não só teve era com a tradição, nesse momento central do sécu- seus correspondentes na área cultural, como foi lo XX a polêmica era o universal versus o regional. Os incentivada por ela. Todos os autores importantes 20 anos que separam Camargo de Villa-Lobos foram do início do século XX – Stravinsky, Bartók, Prokofiev, decisivos na postura de ambos. Villa pôde ser revo- Villa-Lobos, Schönberg, Webern, Berg, Debussy e lucionário no início de século XX, neo-clássico nos outros – nada mais fizeram que trucidar os regiona- anos 30/40 e ninguém cobrou dele um enfrentamento lismos em suas músicas. O dodecafonismo do início com as vanguardas do segundo pós-guerra. Mas de da terceira década, por exemplo, chegou a uma Carmargo sim. Ele teve que enfrentar os representan- música tão atomizada e cristalina que, ao ouvi-la, tes das correntes experimentais do período e, numa seria impossível identificar sua origem ou autor – se posição defensiva do nacionalismo, chegou a escre- do vienense Webern ou do amazonense Santoro, se ver uma “carta aberta” à intelectualidade brasileira do japonês Mayusumi ou do emotivo e politicamen- justificando sua postura. te engajado Nono, se do super-intelectualizado Certa vez estive em sua casa e, provavelmente Stockhausen ou do intuitivo e precursor Ives, se do motivado pelas provocações do momento, Camargo colaborador do jazz americano Gunther Schüller ou mostrou-me esboços de obras que havia feito base- do matemático Boulez... adas num pequeno “namoro” com a escala de 12 No entre-guerras, esse radicalismo criador per- sons. Não creio que a idéia tenha progredido e nem deu seu vigor e mesmo os revolucionários mais conheci obras suas publicadas com tais caracterís- audazes associaram-se a um estilo chamado neo- ticas. Camargo não queria saber nada da esterilida- classicismo. Stravinsky relê Pergolesi, Villa-Lobos Bach, de da música feita com pinça, lupa e régua de Prokofiev associa-se a grandes cineastas e cria uma cálculo, e sim expressar a alma de seu povo na sala música mais voltada para o épico que para o novo, de concertos. Schönberg volta ao tonal em obras conteudísticas No final daquele século, que ele quase viu termi- ligadas ao martírio de sua etnia e assim por diante. nar, extinguiram-se os radicalismos estilísticos e Esse neo-classicismo requentou também a idéia escrever outra vez em dó maior não parecia mais ser nacionalista. Em conseqüência disso, num país de um grande pecado. Se a música de Camargo perma- cultura popular forte como o nosso, muitos autores necer na história, no que acreditamos, o será não só motivados num dado momento pela vanguarda, no pela elevada qualidade de sua engenharia final da primeira metade do século voltaram a com- composicional mas, sobretudo, por seu grande ta- por seus ponteios e lundus, incentivados pelos lento – que tornou este caipira de Tietê no maior estetas do provincianismo como Mário de Andrade. compositor paulista do século XX e no mais univer- Nesse período surge a grande figura do compositor sal (como queria Dostoievsky).

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jan1parte1.p65 11 21/12/2006, 17:41 RIO MUSICAL por Clóvis Marques

funcionando. Atua também diretamente, com ajuda Museus musicais de outros programadores, na formatação dos repertó- rios: “Eu já conheço os músicos, tenho um banco de Todo mundo já ouviu falar do Música no Museu, dados baseado em pesquisa junto ao público sobre os não só no Rio, onde o projeto foi criado em 1998 pelo artistas e os repertórios de maior aceitação.” empresário Sérgio da Costa e Silva, mas também em Os concertos são gratuitos e a resposta do públi- outras cidades por onde se espraiou, entre elas São co é muito boa. “Para o contato com os artistas, a Paulo. Além dos milhares de espectadores que tem escolha de repertório, o projeto conta em cada cida- atraído, a idéia era tão brilhante e quase óbvia em de com um coordenador musical que obedece à sua força que só podia mesmo dar certo e capturar minha coordenação geral”, prossegue Costa e Silva. a imaginação e a boa-vontade: promover concertos “Em algumas cidades, o coordenador musical tam- e recitais no ambiente acolhedor e propiciador dos bém supervisiona a produção. No Rio é tudo separa- museus, prática comum em outros países. do. Aqui, são cerca de cinqüenta pessoas trabalhan- Este ano a série comemorou em grande estilo o do no projeto em regime de terceirização, nas áreas nono aniversário, com um recital de Nelson Freire na de programação visual, informática, gráfica, bela Matriz de Santo Antônio de Tiradentes, em Minas marketing, contabilidade e auditoria, finanças.” Gerais. Costa e Silva tem a garra dos desbravadores e O crescimento foi gradativo, e as idéias novas o tino da promoção, e se orgulha dos recordes numé- precisam estar sempre surgindo. Há pouco, foi a de ricos que vem quebrando, tendo chegado em 2006 à oferecer aos consulados comemorações de suas marca de 428 eventos – sempre na hora do almoço, datas nacionais, com concertos do Música no Mu- uma alternativa diferente para o público e uma possi- seu, o que permite trazer músicos estrangeiros sem bilidade profissional suplementar para os músicos. ônus. Com isto, foi possível promover em 2006 o Dada a largada há nove anos com apresentações primeiro Festival Internacional de Harpas do Rio de apenas em um, e logo em dois museus do Rio, o Janeiro, que vai se repetir em 2007. movimento foi crescendo e hoje ocupa boa parte do Outra frente aberta, há cinco anos, foi a dos tempo e da energia desse advogado e administrador concertos durante os meses de verão, tradicional- que está à frente da série com sua empresa, a Carpex, mente vazios de música que não seja popular ou fundada em 1978 no terreno do marketing internaci- carnavalesca. “É o quinto ano em que promovemos onal e do comércio exterior, e que a partir de 1995 concertos no verão”, diz Costa e Silva. “Há cinco anos voltou-se para a área cultural. não paramos o ano inteiro, de janeiro a janeiro, só “Dei entrada com o projeto na Lei Rouanet em que agora com mais intensidade. 1996 e consegui os primeiros recursos em 1997”, expli- Existe o desejo de estar sempre apresentando ca o empresário. “Promovemos os concertos inicial- obras de compositores brasileiros, mas os direitos mente no Museu Nacional de Belas Artes do Rio, uma autorais nem sempre são compatíveis com o nível de vez por semana. Em 2000, incorporamos o Museu da financiamento. Donde a necessidade de um patrocí- República, em 2001, passamos a utilizar sete museus, nio mais firme e constante. Enquanto ele não vem, o e com o apoio da Varig ampliamos a série para outras trânsito do idealizador e promotor nas áreas empre- cidades: São Paulo, depois Belo Horizonte, Curitiba, sariais ajuda muito. Agora mesmo, ele está em enten- Florianópolis, Porto Alegre e Brasília.” dimentos com o empresário imobiliário José Conde O esteio dos incentivos fiscais à cultura é essen- Caldas, que investe particularmente no histórico cial, mas não resolve tudo. Costa e Silva busca patro- bairro de São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, para cínio em caráter mais permanente para deslanchar intensificar as apresentações nos dois museus ali ainda mais. Ultimamente, toma pessoalmente a frente existentes – o Museu Nacional, da Quinta da Boa da divulgação e dos contatos com a imprensa, com Vista, e o Museu Militar Conde de Linhares – e quem uma estagiária, para economizar e manter a máquina sabe montar um espetáculo de som e luz.

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jan1parte1.p65 12 21/12/2006, 17:41 Rev Concerto Audição 15.5X21 12/14/06 8:27 PM Page 1

Estão abertas as Audições 2007 da Fundação Osesp.

A Fundação Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo abre vaga para: Pianista co-repetidor nível 1: 12 de fevereiro de 2007 às 17h00 Atribuições: ensaios, aulas na academia, apresentações de música de câmara e orquestra, além de outras atividades da instituição. Remuneração mensal: R$ 4.500,00. Regime de trabalho e benefícios: Carga horária de 30 horas semanais no regime da CLT, vale-transporte, ticket restaurante e auxílio educação. As provas acontecerão na Sala São Paulo e informações detalhadas estão disponíveis no site: www.osesp.art.br Contato: (11) 3367-9606 EM CONVERSA Niza de Castro Tank Quando se escuta o nome da soprano Niza de Castro Tank é difícil não associá-lo à figura de Antônio Carlos Gomes. E não é por menos. Ao

longo de sua carreira, Niza vivenciou os mais Chiri Foto: Divulgação / Rubens diferentes aspectos da obra do compositor campineiro. Ano passado esta relação pôde enfim ser melhor compartilhada com o grande público a partir da publicação de “Minhas pobres canções”, livro em que Niza resgata a produção camerística de “Carlão” (modo como ela brejeiramente se refere a Gomes). Tamanha dedicação a este que é um dos principais compositores brasileiros foi finalmente coroada com a obtenção do prêmio máximo do XI Prêmio Carlos Gomes, o Troféu personagem na primeira gravação completa da Guarany, no final do ano passado. Natural de ópera, em 1959. Levei Cecilia ao palco pela última Limeira (SP), mas campineira por “adoção e vez em 1986, numa montagem em Belém (PA). vocação”, aos 75 anos esta vigorosa figura está Sabe como é, com cinqüenta e tantos anos, apesar longe da aposentadoria artística, e promete para de estar no auge de minha maturidade vocal, não breve outros desdobramentos na luta em prol da dava mais para eu me passar por uma jovenzinha. obra e da memória de Gomes. Foi com a alegria Porém, ao contrário das interpretações tradicio- que lhe é característica, que Niza concedeu a nais, sempre procurei construir uma personagem seguinte entrevista à Revista CONCERTO. diferente da imagem tradicionalmente associada a ela. É muito comum encontrarmos uma Cecilia Por Leonardo Martinelli meiga e frágil. Mas isto está errado! Trata-se de uma mulher forte, que enfrenta uma tribo Como a senhora descobriu Carlos Gomes? indígena e luta contra as convenções de uma Assim que comecei a estudar canto entrei em sociedade muito conservadora, o que não condiz contato com a obra de “Carlão”. A primeira peça com a maioria das Cecilias que vemos por aí. de fôlego que estudei foi justamente uma passagem de “Il Guarany”, que levei um ano para No final do ano passado, a senhora foi agraciada fazer tal como meu mestre, Silvio Bueno Teixeira, com o Troféu Guarany do Prêmio Carlos Gomes queria. Quando vim para São Paulo, ao ser justamente por conta do livro que lançou sobre as contrada na Rádio Gazeta, fiz minha estréia canções de Carlos Gomes. Como foi para a senhora também com Gomes. E desde que fiz minha debruçar-se academicamente sobre um tema que primeira participação em “Il Guarany”, em 1957, no por anos desenvolveu de forma performática? Theatro Municipal de São Paulo, “Carlão” tem sido Sempre percebi que as óperas de Carlos Gomes uma presença constante em minha carreira. causavam maior interesse do que sua produção camerística. Quando decidi realizar meu doutora- A propósito de “Il Guarany”, como foi interpretar por do na Unicamp vi que era a hora e a ocasião ideal tantos anos a protagonista feminina? para tratar desta faceta pouco valorizada e Desde minha estréia nesta personagem foram conhecida de sua obra. Realizando o trabalho quase vinte anos encarnando Cecilia, fiz esta percebi que não apenas suas canções, mas toda

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sua obra (incluindo as sacras), está embebida de célebre o valor que lhe é devido. Mas quanto a isto ópera. E foi trabalhando academicamente suas Campinas está em grande débito com “Carlão”... canções que percebi que Gomes realizou todo seu cancioneiro em três esquemas bem indentifi- Desde finais da década de 1950 a senhora faz parte cáveis: a canção romântica, a dramática e a do cotidiano operístico brasileiro. Quais as princi- satírica. Porém, o livro que lancei não é literal- pais mudanças que sentiu ao longo destes anos? mente a tese de doutorado, mas sim uma versão Testemunhei diversas mudanças ocorridas dentro mais descontraída, visando o grande público, e fora do teatro de ópera. Porém, acho que o fato sobre o tema que desenvolvi na universidade. mais relevante é que, com o passar dos anos, a É importante salientar que todo o projeto do livro ópera foi deixando de ser um espetáculo para as só foi possível graças ao apoio irrestrito de meu elites e passou a ser freqüentada por todo tipo de editor, Heraldo Marin. pessoa. A prática da legendagem também foi algo muito importante para que aqueles que não estão Em meio a tamanha variedade de estilos disponíveis familiarizados pudessem aproveitar melhor o hoje em dia, qual o apelo que a obra de Carlos espetáculo. Creio que a ópera no Brasil está Gomes tem para os ouvidos contemporâneos? dando um passo importante ao abrir as portas É preciso compreender que Gomes, ao contrário para um tipo de público que até recentemente do que é dito por aí, não tem uma linguagem sequer sonhava em entrar num teatro. “quadrada”. Certas obras dele são de uma escritura muito complexa, foram muito bem Paralelamente às atividades de solista lírica, a escritas e ainda se mantêm atuais e interessantes senhora há décadas se dedica ao ensino do canto. para as platéias de hoje. É lugar comum falar que Quais são os principais desafios desta atividade? Gomes é mais italiano do que brasileiro, mas isto No geral, é algo muito gratificante, principalmente não é verdade. Evidentemente que há muito da quando se pega alguém que além de uma voz tradição romântica italiana, mas todos parecem talentosa tenha cérebro também. O cantor precisa esquecer as obras nas quais sente-se a presença compreender como funciona seu corpo e muitas do wagnerianismo, por exemplo. E fora da música, vezes o conhecimento necessário vai muito além Gomes foi um apaixonado por sua terra natal, da mera aula de canto. Quando lecionava na como fica bem claro quando se conheçe melhor Unicamp muitas vezes levei meus alunos para o sua figura. prédio da biologia para que vissem nos cadáveres como funciona o corpo do cantor. Mas, mesmo concordando quanto ao valor da obra de Gomes, por que ele, afinal de contas, tornou-se E como a senhora vê as mais recentes gerações de um compositor apreciado quase que exclusivamente cantores líricos brasileiros? no Brasil, à parte o sucesso que sua obra conheceu Acho que hoje em dia, tanto os estudantes como no exterior no século XIX? aqueles que já estão profissionalizados, estão O problema é que Gomes é pouco executado aqui melhor preparados do que os cantores de tempos no Brasil, e isto ocorre pelo fato de toda sua obra atrás. Atualmente, o cantor tende a não mesclar estar no poder da editora italiana Ricordi. Para escolas de canto, procura fazer repertório de apresentar uma simples ária de Gomes é necessário acordo com seu registro e construir sua carreira pagar um aluguel exorbitante do material de segundo suas aptidões vocais. O único problema é orquestra, que via de regra chega à estante da que persiste esta fascinação com a Europa. E eu orquestra em péssimo estado e cheio de erros. Isto digo que, quando voltei da Rússia, aprendi muitas inviabiliza sua excecução no Brasil, e como coisas e vivi coisas importantes, mas voltei a conseqüência, a própria imagem de Gomes no mesma pessoa. Infelizmente parece ser ainda muito exterior fica prejudicada com isto. Mas eu e meu comum o fato de ter que se apresentar no exterior editor estamos preparando uma ofensiva na Itália. para ser valorizado por aqui. Porém, creio que nesta luta seja fundamental que a cidade de Campinas conceda ao seu filho mais Obrigado pela entrevista.

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jan1parte1.p65 15 21/12/2006, 17:41 SEMIBREVES por Flavio Florence

português atual, de vários nomes diferen- What’s in a name? tes para um mesmo instrumento: trompete, trombeta, clarim, pistão. Antes Uma coisa que você não deve procurar na arte musical, de prosseguirmos, uma dica para o preza- amigo leitor, é coerência. As artes plásticas, por exemplo, são do leitor: ao se referir a esse nobre instru- absolutamente coerentes: pincel é sempre pincel, mármore é mento, faça como no meio musical, utili- mármore, ponto de fuga é ponto de fuga. Já a música... zando unicamente o primeiro nome Outro dia discutíamos aqui o termo cadência, que tem no (trompete). mínimo três significados diferentes. Caso parecido se dá com a Na família dos metais a bagunça é palavra tom. Tom pode ser mero sinônimo de som, mas pode tanta que os médicos, de uma hora para referir também a tonalidade – em outras palavras, a base harmô- outra, resolveram mudar de instrumento. nica – em que determinada música é composta. O maestro Explico: há duas estruturas no corpo Eleazar de Carvalho, diga-se de passagem, era adepto dessa humano que até algum tempo atrás cha- acepção: “O tom da quinta de Beethoven é dó menor.” O falecido mavam-se “trompa de Eustáquio” e “trom- maestro desprezava a palavra tonalidade, que no entanto pare- pa de Falópio”. Agora a anatomia desceu ce ser a preferida dos musicólogos de hoje em dia. duas oitavas: os nomes oficiais são “tuba Como se não bastasse, há um terceiro significado: tom é o auditiva” e “tuba uterina”, respectivamen- nome do intervalo (a distância, por assim dizer) entre duas te. E no entanto, nenhuma das estruturas notas musicais – dó e ré, por exemplo. Nesta acepção, tom é uma se parece com trompa nem com tuba. Os unidade de medida. Os engenheiros têm o metro, os açouguei- médicos estariam melhor servidos se fa- ros têm o quilo, nós músicos temos o tom. lassem em oboé auditivo ou clarineta Os nomes dos instrumentos musicais muitas vezes são uterina… Já a cóclea, esta sim tem todo o também uma boa fonte de confusão. Com as cordas ainda há jeito de trompa. alguma coerência, se bem que em Portugal houvesse uma As formas musicais também são cha- tendência (aparentemente abandonada) de chamar a viola de madas por nomes que podem confundir o violeta. Por falar em viola, essa palavra no Brasil é motivo de ouvinte incauto. Concerto, como se sabe, grandes mal-entendidos, por conta da viola caipira, imensa- é tanto uma peça orquestral com solista mente mais popular que a viola de orquestra. como apresentação pública de orquestra Os nomes dos instrumentos de sopro também geram sérias (ou banda de rock, nos dias atuais). Mais divergências. Veja-se o caso do Salmo 98 (96 em algumas edi- sutil é a diferença entre as duas acepções ções), um dos preferidos dos compositores justamente por de quarteto: quatro músicos (às vezes mencionar vários instrumentos em seus versos. Em latim a quatro bandidos, a julgar pelo noticiário tradução Vulgata diz “in tubis et clangore bucinae”. Que instru- de certos jornais…) ou uma sofisticada mentos seriam “tubis” e “bucinae”? forma musical composta para dois violi- Na tradução francesa constam respectivamente trompete nos, uma viola e um violoncelo. Mais sutil e trompa (trompette, cor); na alemã trompete e trombone ainda é a palavra sonata, cujos vários (Trompeten, Posaunen); na inglesa trompete e cornetim significados e variantes merecem expli- (trumpet, cornet); e na portuguesa trombetas e buzinas. No cações muito mais pormenorizadas, e não original hebraico mencionam-se o trompete e o shofar (o instru- uma simples notinha de rodapé. Vai ficar mento sagrado dos judeus). Pronto: está instalada a discórdia para depois, portanto. – perfeitamente compreendida, aliás, já que o texto foi escrito Para terminarmos, amigo leitor, fi- há milhares de anos. Caso semelhante ocorre no último salmo que com esta pérola da incoerência (o 150), outro dos preferidos dos compositores em razão da musical: para se tocar corretamente um profusão de instrumentos musicais. trio-sonata barroco, são necessários O que não se compreende tão facilmente é a existência, em quatro músicos.

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jan1parte1.p65 16 21/12/2006, 17:41 Abril BUDAPEST FESTIVAL ORCHESTRA IVÁN FISCHER REGÊNCIA Maio BRITTEN SINFONIA Maio PIOTR ANDERSZEWSKI PIANO Junho YO-YO MA VIOLONCELO KATHRYN STOTT PIANO Julho LA CAPILLA REAL DE MADRID OSCAR GERSHENSOHN REGÊNCIA Agosto GUSTAV MAHLER JUGENDORCHESTER PHILIPPE JORDAN REGÊNCIA THOMAS HAMPSON BARÍTONO Setembro QUARTETO HAGEN CORDAS Setembro ORCHESTRA BAROCCA DI VENEZIA ANDREA MARCON REGÊNCIA GIULIANO CARMIGNOLA VIOLINO Outubro JACQUES LOUSSIER TRIO Novembro ORQUESTRA FILARMÔNICA DE VARSÓVIA ANTONI WIT REGÊNCIA ANTONIO MENESES VIOLONCELO Programação sujeita a alterações. Renovações em dezembro de 2006 e janeiro de 2007 Novas adesões a partir de fevereiro de 2007 Valores de R$ 260,00 a R$ 1.500,00 SOCIEDADE DE CULTURA ARTÍSTICA Rua Nestor Pestana, 196 Informações tel. 3256 0223 Televendas 3258 3344 www.culturaartistica.com.br

patrocínio

8        REPERTÓRIO por Lauro Machado Coelho

o de Rossini e o de Verdi, mostrando a forma divergente como duas épocas e duas sensibilidades respondem à poe- sia shakespeariana; e também a Fosca, de Carlos Gomes, e a Gioconda, de Ponchielli que têm, desde a origem, muitos pontos em comum. Em Belém, prosseguiu, com a Iara, o trabalho de divulgação que o Temporada lírica 2006: maestro Roberto Duarte e o produtor Cleber Papa vinham fazendo da obra do compositor paraense Gama Malcher, ini- um balanço ciada no ano anterior com Bug-Jargal. Em Belo Horizonte, foi realizado um Castelo Lauro Machado Coelho faz uma do Duque Barba Azul, de Béla Bartók, que retrospectiva da temporada lírica infelizmente não pude ver; mas que brasileira do ano que passou. olheiros dignos de confiança me garan- tiram ter sido um excelente espetáculo. Foi um ano em que a ópera esteve A estréia de Albert Herring – a primeira ópera de Benjamin presente até mesmo fora do circuito usu- Britten encenada no Brasil – pôs o fecho em uma temporada em al Rio-São Paulo e festivais: A Flauta Mágica que a ópera ocupou um primeiro plano que raramente teve, em em Cuiabá e em Porto Alegre; o anos anteriores. São Paulo assistiu a nada menos do que dezoi- em Curitiba; o Rigoletto em Florianópolis to espetáculos de ópera – vinte, se computarmos o primeiro ato são demonstrações de que há um campo da Valquíria e a dupla Tabarro/Gianni Schicchi, apresentados em fértil a ser explorado nesse gênero. Foi um versão de concerto pela Osesp. E esse ano atípico assistiu à ano bom para a ópera, sim, pois o público estréia de oito óperas brasileiras: O Caixeiro da Taverna, de Bernstein brasileiro teve a oportunidade de assistir Seixas; Iara, de Gama Malcher; A Tempestade, de Ronaldo Miranda; a óperas que raras vezes vê, como I Capuletti Olga, de Jorge Antunes; Kseni, a Estrangeira, de Jocy de Oliveira; ed i Montecchi, de Bellini, ou o , de O Garatuja, de Ernst Mahle; O Pagador de Promessas, de Eduardo Mozart, que teve no Rio uma encenação Escalante; e O Cientista, de Sílvio Barbato. A revelação do nome cenicamente discutível, mas vocalmente promissor do jovem carioca Guilherme Bernstein Seixas; a muito boa. Títulos inéditos ampliaram os retomada de uma interessante partitura do século XIX, que há horizontes do público: Belo Horizonte, muito estava esquecida; o fiasco musical retumbante de uma além da ópera de Bartók, trouxe a reprise obra que Antunes anunciava como a mais importante dos de La Serva e l’Ussero, comédia de Luigi últimos sessenta anos mas que, na prática, revelou-se Ricci, autor contemporâneo de Verdi, que decepcionante; o artesanato correto e sólido de Miranda, que mereceria ser melhor conhecido. E são acaba de ser premiado pela APCA – o saldo é positivo. Paulo assistiu à contemporânea O Homem Nos programas dos teatros São Pedro e do Municipal, que Confundiu sua Mulher com um Chapéu, do houve alguns pontos altos: um Elisir d’Amore bastante bem compositor minimalista inglês Michael montado, com um nível de correção músico-dramático muito Nyman. E, para encerrar o ano, esse Albert satisfatório; uma Gioconda em que brilhou a voz e a interpreta- Herring, que faz Benjamin Britten pisar pela ção de Eliane Coelho, premiada pelo papel com o Carlos primeira vez em um palco brasileiro. Só Gomes deste ano. Fora de São Paulo, também, houve coisas resta, como pedido de final de ano, dese- muito importantes a apontar. A iniciativa de Luiz Malheiro de jar o óbvio: que esta semente tenha caído colocar, lado a lado, no 10º Festival Amazonas, os dois Otellos, em terreno fértil e frutifique, em 2007.

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jan1parte1.p65 18 21/12/2006, 17:41 TM_geral.p65 1 19/12/2006, 12:41 PANORAMA

THEATRO MUNICIPAL / SALA SÃO PAULO Mozarteum promove grande temporada Orquestras, música de câmara, famosos solistas e Ainda em junho, o tradicional Tokyo String Quartet, regentes integram a rica temporada 2007 do formado há mais de 30 anos, faz dois programas Mozarteum Brasileiro. Entre maio e outubro, serão diferentes na Sala São Paulo. Sua formação atual conta nove atrações, uma a mais do que nos últimos anos. com os violinistas Martin Beaver e Kikuei Ikeda, a Além de São Paulo, as apresentações acontecem em violista Kazuhide Isomura e o violoncelista Clive diversas outras cidades brasileiras. Como aconteceu Greensmith. Uma curiosidade desse prestigiado con- no último ano, os concertos sinfônicos também serão junto de câmara é que seus membros se apresentam levados ao ar livre no Parque do Ibirapuera. utilizando o “Quarteto Paganini”, um grupo de famo- Formada por 18 talentosos músicos, a NDR sos instrumentos Stradivarius que pertenceram a Bigband é responsável pela abertura da temporada, Nicolò Paganini, que os comprou e utilizou durante o nos dias 13, 14 e 15 de maio. Conjunto dentre os mais século XIX. Eles foram emprestados ao conjunto pela prestigiados da cena jazzística internacional, a NDR Nippon Music Foundation em 1995. possui um extenso acervo de composições e arranjos Duas importantes orquestras nos visitam em agos- próprios. Já se apresentaram com ela alguns dos mais to. Criada por Leonard Bernstein em 1987, a Orques- importantes artistas do jazz, como Chet Baker, George tra do Festival de Música de Schleswig-Holstein (SHMF) Coleman, Lionel Hampton e Johnny Griffin. Além de é formada anualmente por alguns dos jovens de diver- São Paulo, haverá apresentações no Rio de Janeiro, sas partes do mundo que participam do festival homô- Blumenau, Santos, Ribeirão Preto e Salvador. nimo e integram sua academia orquestral. O festival Em seguida, o Mozarteum promove a vinda de um tem uma excelente reputação internacional e os músi- dos maiores violinistas da atualidade, o excepcional cos que dele participam passam por uma audição de russo Shlomo Mintz. Aos dois anos de idade Mintz seleção e recebem ajuda financeira para sua estadia. imigrou com sua família para Israel. Lá iniciou-se ao Regente principal do conjunto, Christoph Eschenbach violino e foi conduzido às mãos de Isaac Stern, que se é quem rege as três récitas que acontecem em São tornaria seu mentor. Sua estréia como solista deu-se Paulo (mais uma no Rio), com programas diferentes aos onze anos frente à Filarmônica de Israel, e de lá (incluindo obras de Kodály, Dvorák e Brahms) e con- para cá seguiu-se uma carreira brilhante. Mintz tam- tando com a participação do violinista Erik Schumann, bém é um grande violista, além de desenvolver ativi- que sola nos concertos para violino de Tchaikovsky e dades como regente e professor. Ao lado do pianista Max Bruch. checo Petr Jirikovský, o músico apresenta, nos dias 11 Já a Orquestra Sinfônica Toscanini foi fundada em e 12 de junho, obras de Beethoven, Schubert, Ravel e maio de 2006, em Roma, mas pretende ser, antes de Pablo Sarasate. Este concerto também acontece em tudo, uma formação internacional. Com 120 músicos, Santos e no Rio de Janeiro. ela tem como diretor musical o maestro Lorin Maazel,

Foto: Divulgação um dos maiores regentes da atualidade, que é quem comandará as récitas no Brasil. Também compositor e violinista, Maazel regeu em público pela primeira vez aos oito anos, e dos nove aos 15 dirigiu a maioria das orquestras norte-americanas. Entre as obras que dirige por aqui e no Rio de Janeiro, está uma versão em concerto de Aida, de , numa apre- sentação que promete ser uma das mais concorridas da temporada. Conjunto sinfônico de referência na Espanha, a Orquestra Sinfônica de Euskadi, sediada no País Basco, O exímio violinista Shlomo Mintz toca em junho é a primeira atração de setembro. Com 23 anos de

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jan1parte2.p65 20 21/12/2006, 17:43 PANORAMA Foto: Divulgação Mozarteum Brasileiro Temporada 2007

Maio NDR Bigband – Dieter Glawischnig, direção

Junho Shlomo Mintz, violino e Petr Jirikovsky, piano Lorin Maazel regerá a Sinfônica Toscanini da Itália Junho existência e centrada no objetivo de difundir a produ- Tokyo String Quartet ção de compositores bascos, a orquestra se apresen- ta em São Paulo nos dias 9, 11 e 12, com programas a Agosto definir. Em seu país ela cumpre uma temporada que Orquestra do Festival de Música conta com mais de sete mil assinantes, além de reali- de Schleswig-Holstein zar freqüentes apresentações internacionais. A Or- Christoph Eschenbach, regente questra Sinfônica de Euskadi também passará pelas Erik Schumann, violino cidades do Rio de Janeiro (dia 10) e Blumenau (13). Também em setembro, o Mozarteum recebe o Agosto Trio Bamberg, formado por Robert Benz (piano), Symphonica Toscanini, Coro e Solistas Evgeni Schuk (violino) e Stephan Gerlinghaus Lorin Maazel, regente (violoncelo). São três grandes solistas que, desde que se uniram para formar o trio, já gravaram cinco CDs Setembro premiados e tocaram para platéias de diversas cida- Orquestra Sinfônica de Euskadi des do mundo. Em dois programas diferentes os Gilbert Varga, regente músicos interpretam trios de Mozart, Brahms, Lorenz Nasturica, violino Beethoven, Schubert, Schumann e Saint-Saëns. As Asier Polo, violoncelo apresentações acontecem nos dias 24, 25 (Teatro Alfa) e 26 (Sesc Santos). Setembro Outra orquestra espanhola, a Sinfônica da Galícia, Trio Bamberg apresenta-se no início de outubro em São Paulo com repertório variado, destacando-se obras de Manuel Outubro de Falla e Brahms, sob regência de Victor Pablo Orquestra Sinfônica da Galícia Victor Pablo Pérez, regente Pérez. Criada em 1992 pela prefeitura de La Coruña, Julian Rachlin, violino a sinfônica é uma das orquestras de maior projeção na Espanha. Outubro Encerrando mais uma bela temporada, o Robert Holl, baixo Mozarteum Brasileiro traz o baixo Robert Holl, um Oleg Maisenberg, piano dos mais importantes cantores de Lieder da atualida- de, para um recital ao lado do pianista Oleg Maisenberg, em récitas que acontecem nos dias 22 e 23 de outubro Renovações e novas assinaturas: na Sala São Paulo. Holl se apresenta com freqüência a partir de 1º de fevereiro de 2007 nos grandes festivais internacionais da Europa, reali- Informações e vendas za master classes, apresenta-se na rádio e na TV e tem Mozarteum Brasileiro: (11) 3815-6377 CDs gravados, inclusive registrando Lieder e peças Internet: www.mozarteum.org.br para piano de composição própria.

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TEATRO CULTURA ARTÍSTICA / SALA SÃO PAULO Cultura Artística comemora 95 anos Foto: Divulgação Com dez grandes atrações, a Sociedade de Cultu- ra Artística – uma das mais tradicionais entidades musicais da cidade – comemora com a temporada 2007 seus 95 anos de existência. Dois concertos com a Budapest Festival Orchestra abrem este ano especial, em abril. O conjunto, que já se apresentou pela temporada da SCA em 2003 com muito sucesso, volta acompanhado por seu diretor musical e fundador, Iván Fischer, regente consagrado que dirige regularmente as Filarmônicas de Berlim, Nova York e Israel, entre outras. Com uma discografia respeitável e premiada, a orquestra húngara é admira- da não apenas por suas atuações sinfônicas como A Britten Sinfonia apresenta-se em maio também pelas incursões operísticas. No mês seguinte, uma orquestra especial prome- Já nos dias 31 de julho e 1º de agosto, a atração é te concertos diferenciados: é a Britten Sinfonia, desta- o conjunto vocal e instrumental Capela Real de Madri cado agrupamento de câmara do Reino Unido. Funda- que, criado em 1992, desenvolve um importante tra- da em 1992 e sediada em Cambridge, sua singularida- balho no terreno da música antiga, utilizando instru- de está em ser extremamente versátil, apresentando mentos de época e dando ênfase ao chamado “Siglo de novas leituras para a música de concerto tradicional Oro” e ao barroco espanhol. O conjunto é chefiado e de outro lado incorporando autores como Frank por seu criador, o argentino Oscar Gershensohn, e Zappa em suas apresentações. Também em maio, sua especialização neste tipo de repertório já gerou haverá recitais solo do pianista húngaro-polonês Piotr gravações antológicas. Anderszewski. Considerado um dos principais pianis- Ainda em agosto, apresenta-se a aclamada Gustav tas de sua geração, Anderszewski apresenta-se com Mahler Jugendorchester, orquestra jovem pan-euro- freqüência como solista e recitalista pela Europa e péia criada em 1986 por Claudio Abbado. O conjunto EUA. Entre os destaques de sua discografia estão os nasceu com o objetivo principal de promover boas CDs dedicados a Karol Szymanowski (que em 1999 oportunidades de trabalho a jovens e talentosos mú- receberam o prestigiado Prêmio Szymanowski) e às sicos austríacos, fazendo com que tocassem junto a Variações Diabelli de Beethoven (extremamente elo- colegas de mesmo nível do então leste europeu, sem- giado e vencedor dos prêmios Diapason d’Or e Choc). pre sob o comando de grandes regentes. Hoje a or- Em junho, acontece um dos concertos mais con- questra tem uma agenda de concertos lotada e pro- corridos da temporada, os dois recitais do violoncelista gramada com anos de antecedência. Muitos de seus Yo-Yo Ma. De nacionalidade americana, origem chine- Foto: Divulgação / Regina Recht DG sa e nascido em Paris, Ma é um verdadeiro “pop star” do mundo clássico, além de um artista bastante versá- til. Virtuose de seu instrumento que aos 8 anos estre- ava em público ao lado de nada menos do que Leonard Bernstein, ele se dedica à música das mais variadas formações e estilos: do barroco a obras contemporâ- neas, passando também pela música popular. Assim, já gravou as suítes de Bach, um disco dedicado à música popular brasileira e estreou obras dos con- temporâneos Tan Dun e John Williams. Quarteto Hagen é um dos destaques da temporada

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antigos integrantes são atualmente membros de im- portantes orquestras européias como a Filarmônica de Viena, a Gewandhaus Orchestra e a Filarmônica de Sociedade de Cultura Artística Berlim. Nas apresentações que faz aqui, a Gustav Temporada 2007 Mahler estará sob direção do jovem regente suíço Philippe Jordan e contará com a participação do prestigiado barítono norte-americano Thomas Abril Hampson. Budapest Festival Orchestra Unanimemente reconhecido como sinônimo de Iván Fischer, regente alta qualidade musical, o quarteto de cordas Hagen é a primeira das atrações de setembro. Foram incenti- Maio vados em 1981 por Gidon Kremer e posteriormente Britten Sinfonia por Nicolaus Harnoncourt, conselheiros no trabalho Maio de desenvolvimento de seu repertório. Piotr Anderszewski, piano Em seguida, e como já é tradição, o Cultura Artísti- ca promove a vinda de um conjunto instrumental espe- Junho cializado na interpretação de obras antigas. Criado há Yo-Yo Ma, violoncelo apenas dez anos, a Orchestra Barocca di Venezia pode Kathryn Stott, piano ser sem dúvida apontada como um dos mais importan- tes conjuntos europeus dedicados à música antiga Julho historicamente orientada. Focado principalmente no Capilla Real de Madrid repertório italiano dos séculos XVII e XVIII, o grupo é Oscar Gershensohn, regente também responsável pelo resgate da ópera barroca italiana. A orquestra vem acompanhada de um celebra- Agosto do solista: o excepcional violinista Giuliano Carmignola, Gustav Mahler Jugendorchester igualmente adepto do violino moderno e barroco e Philippe Jordan, regente intérprete de extenso repertório. Thomas Hampson, barítono Tido por muitos como músico “inclassificável”, o Setembro pianista Jacques Loussier – que se celebrizou no Quarteto Hagen mundo inteiro por sua adaptação da obra de Bach para o jazz na década de 1960 – aporta por aqui com Setembro seu trio em outubro. Músico de técnica invejável e Orquestra Barocca di Venezia grande capacidade de improvisação ele mostra, ao Andrea Marcon, regente lado do percussionista André Arpino e do Giuliano Carmignola, violino contrabaixista Vincent Charbonnier, suas versões criativas e pouco ortodoxas para obras de Debussy e Outubro Vivaldi, entre outros. Jacques Loussier Trio Se uma excelente orquestra abre a temporada, outra igualmente conceituada a encerra. Fundada em Novembro 1901, a Filarmônica de Varsóvia é um conjunto cente- Orquestra Filarmônica de Varsóvia nário que sobreviveu à Segunda Guerra (quando per- Antoni Wit, regente deu mais da metade de seu efetivo) e contou com a Antonio Meneses, violoncelo colaboração dos mais prestigiados músicos do século XX, como Prokofiev, Ravel, Strauss e Stravinsky. Ela se Renovações: janeiro 2007 apresenta sob a batuta de seu diretor Antoni Wit, e Novas assinaturas: a partir de fevereiro de 2007 conta com a participação muito especial do Informações: (11) 3256-0223 violoncelista brasileiro Antonio Meneses, hoje um Vendas: (11) 3258-3344 dos artistas mundialmente mais respeitados e apreci- www.culturaartistica.com.br ados em seu instrumento.

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THEATRO SÃO PEDRO São Pedro anuncia temporada lírica Após a bem-sucedida iniciativa responsável pela direção cênica. em 2006, o Theatro São Pedro anun- Os dois meses seguintes serão cia sua segunda temporada lírica. Com dedicados a autores brasileiros. Em direção artística da Associação junho, o maestro Abel Rocha dirige Paulista dos Amigos da Arte (Apaa), o O anjo negro, ópera premiada de Theatro realizou uma bela programa- João Guilherme Ripper. Já em julho, o ção em 2006, que foi reconhecida com São Pedro promove duas montagens. o XI Prêmio Carlos Gomes (Universo Do compositor e maestro Ernst Mahle da Ópera). teremos A moreninha, obra escrita Como aconteceu no ano passado, em 1979 e baseada no célebre roman- a casa apostará principalmente em Foto: Divulgação / Myriam Fogaça ce de Joaquim Manuel de Macedo. títulos menos conhecidos e obras re- O maestro Luiz Fernando Malheiro centes, incluindo brasileiras, no intui- responde pela regência e direção mu- to de se firmar como um local alterna- sical, e Caetano Vilela pela direção tivo para a ópera em São Paulo. Um cênica. Em seguida é a vez de Pedro das novidades é a criação do Estúdio Malazarte, única ópera escrita por Ópera, voltado para a formação de estudantes no Camargo Guarnieri, um de nossos maiores composi- universo lírico. O curso, que deve ter duração de três tores e de quem em 2007 se comemoram os cem anos meses e valor simbólico, não será apenas voltado de nascimento (leia mais sobre Camargo Guarnieri para o canto mas procurará abranger todas as nas páginas 10 e 11 desta edição). especificidades do mundo da ópera. Será ministrado Embora não seja extremamente popular, por professores nacionais e estrangeiros e o primeiro Il matrimonio segreto é a mais conhecida ópera de deles deve ter início em maio. Domenico Cimarosa. O título será montado em agosto Além das óperas, o São Pedro terá outras atra- com Lívia Sabag na direção cênica e o maestro ções, como a série Grandes Vozes, com apresenta- Henrique Lian na regência e direção musical. Em ções em março, agosto e outubro, e concertos – até o seguida, a Banda Sinfônica dirigida por Abel Rocha momento estão confirmados a gala lírica “Richard apresenta A voz humana, de Francis Poulenc, e Strauss”, com Luiz Fernando Malheiro e as solistas a ópera bufa O telefone, de Gian Carlo Menotti Eliane Coelho, Carmen Monarcha e Denise de Freitas (os títulos estão previstos para os dias 20, 22 e 23 (maio), e récitas de A missa, de Leonard Bernstein, de setembro). com o conjunto Percorso Ensemble. E em comemora- Patience, de Gilbert e Sullivan, é uma das atra- ção aos 90 anos do Theatro, será inaugurada, no dia 17 ções de outubro, com o Núcleo Universitário de Ópe- de janeiro, uma exposição que resgata parte de seu ra, sob regência e direção musical de Paulo Maron. acervo histórico. Sobe ao palco no mesmo mês A dama de espadas, Já em março acontece a primeira montagem líri- ópera de Tchaikovsky que virá à cidade com a compa- ca, Lucia de Lammermoor, de , nhia russa Helikon Opera Theather. ópera em três atos baseada no romance A noiva de Em novembro, o Theatro São Pedro apresentará Lammermoor, de Walter Scott, com regência e direção uma das mais apreciadas óperas de todo o repertório: musical do maestro Emiliano Patarra e direção cênica Rigoletto, de Verdi, com regência e direção musical de Naum Alves de Souza. Em maio, serão levadas à de Luís Gustavo Petri e direção cênica de Jorge Takla. cena duas peças cômicas escritas no início da carreira Por fim, uma produção com título ainda não definido de Rossini, La cambiale di matrimonio e Il signor do Ópera Estúdio, formado por alunos do Centro de Bruschino. Patarra responde novamente pela regên- Estudos Musicais Tom Jobim, encerrará a temporada cia e direção musical, enquanto Walter Neiva fica do Theatro São Pedro, em dezembro de 2007.

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AUDITÓRIO IBIRAPUERA / GALERIA OLIDO OSM apresenta-se no Auditório Ibirapuera O Theatro Municipal de São Paulo divulgou a Florêncio a orquestra executa peças de Turina, de programação de janeiro e fevereiro de sua tempora- Falla, Respighi e Theodorakis. No segundo concerto da 2007. Nestes meses (e até julho), quando a casa desta série, dia 25 de fevereiro, a OSM terá regência de estará fechada para obras de reforma em seu palco, Lanfranco Marcelletti em obras de Carl Nielsen (com a programação acontecerá em outros espaços da solos da flautista Noam Buchman) e Sibelius. cidade. Os espetáculos sinfônicos vão para o Auditó- O destaque da programação da Orquestra Experi- rio Ibirapuera o Balé da Cidade de São Paulo apre- mental de Repertório é a série “Retratos de Composi- senta-se na Galeria Olido. tores”, que terá concertos centrados na figura de um Serão seis concertos sinfônicos em janeiro e feve- autor específico. O primeiro deles, no dia 28 de janei- reiro, e o primeiro deles acontece no dia 25 de janeiro, ro, homenageia Rogério Duprat, compositor falecido numa comemoração aos 453 anos da cidade de São em 2006. Meia hora antes do concerto, o Coral Paulo. A Orquestra Sinfônica Municipal e o Coral Paulistano apresentará o espetáculo “Panis et Cir- Lírico executam um repertório com obras dos brasi- censis”, com composições da Tropicália, no saguão leiros Camargo Guarnieri, Radamés Gnattali, Villa- do Auditório Ibirapuera. Outro compositor focalizado Lobos, Ronaldo Miranda e Waldemar Henrique. pela série é Camargo Guarnieri, que terá um concerto O espetáculo, que será gratuito e acontece no palco dedicado às suas obras Abertura Festiva, Choro para externo do Auditório do Ibirapuera, terá regência de piano e orquestra (com solos de Marcelo Bratke) e Paulo Nogueira e solos de Céline Imbert. Suíte Vila Rica no dia 11 de fevereiro, com regência do A OSM volta ao Auditório Ibirapuera dia 4 de maestro Paulo Nogueira. fevereiro no primeiro concerto da série “Panorama do O Balé da Cidade de São Paulo apresentará diver- Mundo – União Européia”. Sob regência de José Maria sas coreografias nos dias 18, 19, 20 e 21 de janeiro.

SALA SÃO PAULO Osesp abre temporada em fevereiro A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo dá tes obras. A primeira delas é Sensemayá, escrita pelo início a mais uma bela temporada, cuja programação compositor mexicano Silvestre Revueltas e inspirada completa foi divulgada na Revista CONCERTO em num poema homônimo do cubano Nicolás Guillén. Ao novembro de 2006. lado de La noche de los mayas e Homenaje a García Lorca, Nos dias 22, 23 e 24 de fevereiro, acontece a esta é uma das obras mais conhecidas de Revueltas. abertura oficial da temporada na Sala São Paulo. [Na O Concerto para piano nº 2 de Béla Bartók é a obra ocasião, também serão inauguradas as novas lojas da seguinte, e contará com solos do renomado pianista Zona D (produtos da marca Osesp) e da CLÁSSICOS húngaro Dezsö Ránki. A segunda parte do programa (livros, CDs e DVDs) na Sala São Paulo.] As apresenta- se inicia com as Bachianas brasileiras nº 4, uma das ções serão, na verdade, concertos pré-turnê, pois em mais famosas do consagrado ciclo que Villa-Lobos início de março a Osesp embarca para aquela que será compôs entre 1930 e 45. Encerrando o programa, Os a mais importante viagem de sua história, realizando pinheiros de Roma, também a obra mais conhecida de uma série de concertos nas mais importantes cidades Ottorino Respighi. européias e tendo como solista convidado o pianista Após este concerto, a Osesp volta a se apresentar Nelson Freire. em São Paulo somente a partir de 12 de abril. Em O maestro John Neschling, que será o regente das março, conjuntos convidados se apresentarão na Sala, récitas, preparou um programa com belas e interessan- como parte da programação normal.

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TEATRO CULTURA ARTÍSTICA CCSP / MUBE Banda Sinfônica lança São Paulo ainda terá temporada no TCA outras atrações

A Banda Sinfônica acaba de lançar sua temporada No Centro Cultural São Paulo, um evento especial 2007 com duas novidades: o jovem e premiado artista comemora os 453 anos da cidade. A apresentação será André Mehmari será o compositor residente do grupo do Grupo AUM, que lançará seu 3º CD e traz a obra Suíte e os concertos da Série de Assinatura acontecerão no postais paulistanos, de Edmundo Villani-Côrtes. A peça Teatro Cultura Artística. homenageia São Paulo e alguns lugares que marcaram A série de assinaturas contará com sete espetácu- a vida do autor, como o Largo do Arouche, a Praça da los, mantendo a versatilidade e mescla de linguagens Sé e a Rua Aurora. Na apresentação, que acontece no que já se tornaram marca registrada do grupo. O dia 25 e contará com a presença do próprio composi- concerto de abertura será no dia 11 de abril com Airto tor, serão declamados poemas de Mário de Andrade e Moreira. A temporada terá ainda convidados como a exibidas fotos de São Paulo antiga e atual. violinista Evgenia Popova, o maestro e pianista Ira Já no MuBE, os tradicionais concertos pianísticos Levin, o ator Celso Frateschi (num especial sobre seguem praticamente sem interrupção. A temporada Shakespeare), Carlos Malta e o grupo Pife Muderno, o 2007 tem início no dia 7 de janeiro com a apresentação pianista Ricardo Castro e a ópera A voz Humana de do Duo Paulista. Os concertos acontecerão em todos os Poulenc, que integrará a programação lírica do Theatro domingos de janeiro e fevereiro. Entre os destaques, os São Pedro. A Banda Sinfônica do Estado de São Paulo pianistas Leandro Roverso e Fábio Loutfi dividirão o pertence ao Centro Tom Jobim e tem direção artística palco nos dias 14 e 28 de janeiro, e a pianista japonesa e regência do maestro Abel Rocha. A venda de assina- radicada no Brasil Ai Yazaki toca autores brasileiros e turas começa em 15 de janeiro e será feita pela bilhe- japoneses no dia 11 (confira a programação completa teria do Teatro Cultura Artística. no Roteiro Musical desta edição).

POÇOS DE CALDAS, MG Poços sedia festival Música nas Montanhas

Entre os dias 14 e 27 de janeiro, a cidade de Poços ano serão 32 concertos gratuitos e abertos ao público, de Caldas sedia o 8º Festival Música nas Montanhas. que acontecerão em teatros mas também em hospi- Criado pelo maestro Jean Reis em 2000 a pedido da tais, asilos e praças. O festival também oferece 48 prefeitura local, o Música nas Montanhas tem se oficinas de aperfeiçoamento em música erudita e firmado como evento de referência nacional. Neste instrumental, incluindo regência orquestral, canto e coral. Foto: Divulgação Além de estudantes de todo o Brasil, o festival tem reunido músicos dos EUA, Bolívia, Colômbia, Uruguai, Chile, Paraguai e Argentina. As atividades serão diári- as, divididas em três turnos, e os finais de semana serão dedicados a concertos noturnos. Entre os pro- fessores desta edição estão nomes de destaque como Éser Menezes, Sergio Cascapera, Donizete Fonseca, Betina Stegmann, Lavard Sdou-Larsen, Liu Man Ying, Renato Bandel, Ana Valéria Poles, Edelton Gloeden e Quarteto da Cidade estará em Poços de Caldas Eduardo Monteiro.

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CURITIBA, PR Curitiba promove XXV Oficina de Música Um dos mais importantes e tradicionais eventos corais, conjuntos de música de câmara, música antiga musicais do país realiza sua 25ª edição. A Oficina de e formação de música instrumental brasileira, além Música de Curitiba reunirá, durante 25 dias, mais de de blues e música eletrônica. 1500 estudantes de diversas áreas musicais e profes- A direção geral do evento, que este ano acontece sores vindos de todos os continentes. Realizada des- entre 7 e 31 de janeiro, é de Janete Andrade. Entre os de 1983 pela Fundação Cultural de Curitiba, a Oficina professores destacam-se o violoncelista Dimos foi inspirada nos festivais e cursos internacionais que Goudaroulis e o cravista Nicolau de Figueiredo, em eram organizados na década de 1970. música antiga; o violinista chinês Yang Liu e o Trio St. Entre os objetivos do evento estão a realização de Petersburg Virtuosen, em música erudita; o flautista atividades musicais de alto nível na área artístico Carlos Malta e o pianista André Mehmari em música pedagógica, a promoção de intercâmbios entre alu- popular brasileira; e o guitarrista André Christovam nos de diversas regiões brasileiras e do Mercosul e a mais Flávio Guimarães (harmônica), responsáveis pela contribuição para o aperfeiçoamento destes jovens oficina de blues. músicos, estimulando-os à criação de novos grupos Paralelamente às aulas, ocorrerão diversos con- musicais. Com ampla atuação, a oficina terá espaços certos e atividades culturais, que farão de Curitiba em dedicados à formação de orquestras jovens, bandas, janeiro uma verdadeira cidade da música.

JARAGUÁ DO SUL, SC Femusc monta programação caprichada Foto: Divulgação Nascido com a intenção de se firmar entre os mais importantes festivais brasileiros, o Festival de Música de Santa Catarina (Femusc) chega à sua 2ª edição. Com direção musical do prestigiado oboísta Alex Klein, o evento promoverá entre os dias 14 e 27 de janeiro aulas com renomados artistas residentes no Brasil, EUA, Canadá, Uruguai, Argentina, Israel, Alemanha, Suíça e Holanda. Os alunos participantes terão a sua disposi- ção transporte direto saindo do Terminal Rodoviário do Tietê, em São Paulo, até Jaraguá do Sul. Além disso terão bolsa de estudo cobrindo despesas de alojamen- to, ensino e alimentação. Para este ano estão planejados mais de 100 “con- O pianista Ricardo Castro participa do Festival certos sociais” em escolas, hospitais, orfanatos e outros centros comunitários. A abertura acontece no volver uma carreira de solista. Entre os professores, domingo dia 14, com a Orquestra Acorde para as encontram-se os violinistas Daniel Guedes, Charles Cordas Pão de Açúcar sob regência de Daniel Misiuk Stegeman (spalla da Pittsburgh Opera) e o renomado e solos de Alex Klein. Chaim Taub (ex-spalla da Filarmônica de Israel); o Serão oferecidos cursos para instrumentos or- oboísta brasileiro que atua na Alemanha Washington questrais, coral, piano e dois diferenciais: um voltado Barella; o clarinetista Ovanir Buosi; a harpista cana- a quartetos de cordas e outro para solistas, que visa dense Rita Constanzi; e os pianistas Ricardo Castro, auxiliar grandes talentos e jovens músicos a desen- Fany Solter e Viviane Taliberti, entre muitos outros.

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JANEIRO Brasileiro da Escultura – Av. Europa, 28/01 10.30 Espetáculo “Panis et 218 – Jd. Europa – Tel. 3081-8611. Circensis”. Coral Paulistano. 07/01 16.00 Música no MuBE. Duo Ingressos: R$ 10,00 e R$ 5,00 Programa: composições da Tropicália. Paulista: Helena Marcondes Machado (estudantes e aposentados). Local: Saguão do Auditório do e João Antonio Parizoto Filho – pianos. Ibirapuera – Av. Pedro Álvares Cabral, Programa: Bach – Jesus, Alegria dos 25/01 11.00 Comemoração dos 453 anos s/nº – Portão 2 do Parque Ibirapuera. Homens; Beethoven – Sonata op. 6; da cidade de São Paulo. Orquestra Fernando Cupertino – Improviso nº 2; Sinfônica Municipal de São Paulo 11.00 Abertura dos Concertos Tchaikovsky – O Quebra-Nozes e obras e Coral Lírico. Regente: Paulo Matinais e da Série Retratos de de Carlos Gomes. Local: MuBE – Nogueira. Solista: Céline Imbert – Compositores. Domingo no parque: Museu Brasileiro da Escultura – Av. soprano. Programa: Camargo Guarnieri Retrato de Rogério Duprat. Painel de Europa, 218 – Jd. Europa – Tel. 3081- – Dança selvagem; Gnattali – Brasiliana suas obras como orquestrador, 8611. R$ 10,00 e R$ 5,00 (estudantes e nº 3; Villa-Lobos – Suíte nº 4 do compositor e arranjador Orquestra aposentados). descobrimento do Brasil e Invocação Experimental de Repertório. Regente: em defesa da Pátria; Ronaldo Miranda Jamil Maluf. Solistas: Ná Ozzetti e 14/01 16.00 Música no MuBE. Recital de – Cantares; Waldemar Henrique – Lenine – vocais e Rúria Duprat – Piano: Leandro Roverso e Fábio Loutfi. Minha terra. Local: Auditório do teclado. Programa: Debussy – Prelúdios Programa: Schumann/Liszt – Widmung; Ibirapuera – Av. Pedro Álvares Cabral, para piano; Rúria Duprat – Frakt; Chopin – Fantasia Improviso op. 66 e s/nº – Portão 2 do Parque Ibirapuera. Rogério Duprat – Amérikan Drim, antes Polonaise Heróica op. 53; Bach – Entrada franca. do fim; Algueró/Moreu – Três caravelas; Prelúdio e Fuga nº 5; Mozart – Fantasia; Caetano Veloso – Baby; Gilberto Gil – Mignone – Estudos Transcedentais. 19.00 Banda Sinfônica do Estado Domingo no parque. Local: Auditório do Local: MuBE – Museu Brasileiro da de São Paulo. Regentes: Abel Rocha Ibirapuera – Av. Pedro Álvares Cabral, Escultura – Av. Europa, 218 – Jd. e Érika Hindrikson. Solistas: Adriana s/nº – Portão 2 do Parque Ibirapuera. Europa – Tel. 3081-8611. R$ 10,00 e Clis, Magda Painno, Mônica Martins Ingressos: R$ 15,00. R$ 5,00 (estudantes e aposentados). e Rubens Medina. Programa: Carlos Gomes – Abertura da ópera “Il 16.00 Música no MuBE. Recital de 18/01 21.00 Balé da Cidade de São Guarany”; Mozart – Trio das damas da Piano: Leandro Roverso e Fábio Loutfi. Paulo – Cia. 2. Programa: Osmar ópera “A Flauta Mágica”; Puccini – La Programa: Piazzolla – Balada para un Zampieri – Dois corpos que caem; tregenda, da ópera “Le Villi”; Mozart – loco; Liszt – Au lac the Wallestadt; Andréa Maia – Ópticas; Mariana Muniz Non più di Fiori, da ópera “La clemenza Chopin – Estudos op. 25 nº 1 e op. 10 – Um outro corpo. Local: Galeria Olido di Tito”; Offenbach – Belle nuit nºs 3 e 5 e Noturno op. 19 nº 2; – Sala Olido – Av. São João, 473 – Barcarolla, da ópera “Contos de Rachmaninov – Etude Tableaux op. 33 Centro – Tel. 3334-0001. Entrada Hoffmann”; Verdi – Abertura da ópera nº 6. Local: MuBE – Museu Brasileiro franca. Reapresentação no mesmo local “La forza del destino” e Condotta da Escultura – Av. Europa, 218 – Jd. e horário dia 19. ell‘era... Racconto e Duetto, da ópera Europa – Tel. 3081-8611. R$ 10,00 e 20/01 21.00 Balé da Cidade de São ”Il trovatore” e Wagner – Prelúdio de R$ 5,00 (estudantes e aposentados). Paulo – Cia. 2. Programa: Sandro “Os Mestres Cantores”. Local: Theatro Borelli – Ponto final da última cena; São Pedro – Rua Barra Funda, 171 – FEVEREIRO Raymundo Costa – Freud, o homem; Barra Funda – Tel. 3667-0499. Claudia Palma/Armando Aurich – Um 04/02 11.00 Série Panorama do Mundo – 19.30 Comemoração dos 453 anos jardim e além dele. Local: Galeria Olido União Européia. Orquestra Sinfônica da cidade de São Paulo. Lançamento – Sala Olido – Av. São João, 473 – Municipal de São Paulo. Regente: do CD “Postais Paulistanos”. Grupo Centro – Tel. 3334-0001. Reapresenta- José Maria Florêncio. Solista: Joachim Aum: Arlete Tironi Gordilho – piano, ção no mesmo local dia 21 às 19.00. Achucarro – piano. Programa: Turina – Liliana Bertolini – flauta, Hélcio de Entrada franca. Danças fantásticas; De Falla – Noite nos Latorre Gilson – flauta e flautim, jardins de Espanha; Respighi – Festa 21/01 16.00 Música no MuBE. Duo Barbosa Clóvis – oboé e corne inglês, romana; Theodorakis – Suíte carnaval. Moura Lacerda: Mercedes Thiele e Camargo Felipe Veiga – contrabaixo e Local: Local: Auditório do Ibirapuera – Solange Saukas – pianos. Programa: – percussão. Programa: Villani-Côrtes – Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portão Mozart – Sonata K 381; Mignone – Suíte Postais Paulistanos, com 2 do Parque Ibirapuera. Ingressos: Lundu e No fundo do meu quintal; declamações de poemas de Mário de R$ 15,00. Schubert – Marcha característica Andrade. Local: Centro Cultural São nº 2 op. 121; Moszkowski – Dança Paulo – Sala Adoniran Barbosa – Rua 16.00 Música no MuBE. Recital de Espanhola op. 12 nºs 2 e 3 e Fauré – Vergueiro, 1000 – Tel. 3383-3400. Piano: Mei Numazawa, Miku Kajita, Dolly op. 56. Local: MuBE – Museu Ingressos: R$ 6,00. Haruna Kajita e Aya Itano. Programa:

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obras de Bach, Mozart, Haydn, Chopin, Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portão Lobos – Bachianas Brasileiras nº 4 e Castérède, Barraud, Shostakovich, 2 do Parque Ibirapuera. Ingressos: Respighi – Pini di Roma. Local: Sala São Kabalevsky e Lorenzo Fernandes. R$ 15,00. Paulo – Praça Júlio Prestes, s/nº – Tel. Local: MuBE – Museu Brasileiro da 3337-5414. Reapresentação dia 23 e dia Escultura – Av. Europa, 218 – Jd. 16.00 Música no MuBE. Recital de 24 às 16.30. Europa – Tel. 3081-8611. Ingressos: Piano: Ai Yazaki. Programa: Nazareth – 10,00 e R$ 5,00 (estudantes e Confidências, Escorregando e Odeón; 25/02 11.00 Série Panorama do Mundo – aposentados). Nepomuceno – Noturno; Villa-Lobos – União Européia. Orquestra Sinfônica Maquinha e O cravo brigou com a Municipal de São Paulo. Regente: 11/02 11.00 Concerto para Heidi. rosa; Haruna Miyake – Variações sobre Lanfranco Marcelletti. Solista: Noan Concerto em homenagem póstuma à Aka Tombo Red Dragonfly; Kozabuo Buchman – flauta. Programa: Nielsen – soprano Heidi Alvez Lazzarini. Corpo Hirai – Sakura, Sakura: Fantasia para Concerto para flauta e Sibelius – Musical da Polícia Militar do Estado piano; Chopin – Valsa op. 18 e Scherzo Sinfonia nº 2. Local: Auditório do de São Paulo, Banda Sinfônica do nº 2 op. 31. Local: MuBE – Av. Europa, Ibirapuera – Av. Pedro Álvares Cabral, Estado de São Paulo e Coro 218 – Jd. Europa – Tel. 3081-8611. s/nº – Portão 2 do Parque Ibirapuera. Masculino. Programa: grandes Ingressos: R$ 10,00 e R$ 5,00 (estu– Ingressos: R$ 15,00. clássicos da música. Local: Theatro São dantes e aposentados). Pedro – Rua Barra Funda, 171 – Tel. 16.00 Música no MuBE. Recital de 3667-0499. Entrada franca. 18/02 16.00 Música no MuBE. Recital de Piano: Hiroko Yamaji, Noriko Yoshida Piano: Pedro Calhao. Local: MuBE – Kanashiro e Lucas Santos Gonçalves. 11.00 Série Retratos de Composito- Av. Europa, 218 – Jd. Europa – Tel. Programa: Mozart – Sonata K 283; res. Comemoração dos 100 anos de 3081-8611. R$ 10,00 e R$ 5,00 Chopin – Balada nº 4 op. 52; Ravel – nascimento de Mozart Camargo (estudantes e aposentados). Sonatina; Kabalevsky – Sonata op. 13 Guarnieri. Orquestra Experimental de nº 1 e obras de Beethoven, Brahms, Repertório. Regente: Paulo Nogueira. 22/02 21.00 Orquestra Sinfônica do Fauré e Shostakovich. Local: MuBE – Solista: Marcelo Bratke – piano. Estado de São Paulo. Regente: John Museu Brasileiro da Escultura – Av. Programa: Guarnieri – Abertura festiva, Neschling. Solista: Dezsö Ranki – piano. Europa, 218 – Jd. Europa – Telefone Choro para piano e Suíte Vila Rica. Programa: Revueltas – Sensemayá; 3081-8611. Ingressos: R$ 10,00 e Local: Local: Auditório do Ibirapuera – Bartók – Concerto para piano nº 2; Villa- R$ 5,00 (estudantes e aposentados).

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jan1parte3.p65 29 21/12/2006, 17:47 ROTEIRO MUSICAL RJ ROTEIRO MUSICAL RIO DE JANEIRO

JANEIRO 18/01 12.30 Música no Museu. Cláudia de Stravinsky, Mozart, Debussy e Marques – piano e Flávio Melo – Pixinguinha. Local: Centro Cultural 10/01 19.00 Música no Museu. Odette trompete. Programa: obras de Haydn Light – (21) 2211-7529. Entrada Ernst Dias – flauta e Bridget de e Osvaldo Lacerda. Local: Museu franca. Moura Castro – órgão, piano e Nacional de Belas Artes – Tel. (21) clarinete. Programa: Mozart – Seis 2240-0068. Entrada franca. 27/01 18.00 Música no Museu. Gláucia Sonatas para flauta e cravo K 10 a Leite – piano. Programa: obras de K 15 e Concerto para flauta e orquestra 19/01 15.00 Música no Museu. David Bach, Beethoven, Händel e Vivaldi. K 313. Local: Igreja Luterana Paróquia Martins – piano, Ilka Jussara – Local: Museu Internacional de Arte Martin Luther – Tel. (21) 2232-8548. clarinete e Francisco Orru – piano e Naif – Rua Cosme Velho, 561 – Centro. Entrada franca. violoncelo. Programa: Beethoven – Entrada franca. Trio para piano, clarinete e violoncelo 12/01 12.30 Música no Museu. Luís e Brahms – Trio para piano, clarinete 28/01 11.30 Música no Museu. Teatro Bonfim – canto e Regina Lacerda – e violoncelo. Local: Centro Cultural de Ópera do Rio de Janeiro. Direção: piano. Programa: obras de Mozart. Justiça Federal – Tel. (21) 3212-2550. Manoel Paiva. Programa: obras de Local: Memorial Getúlio Vargas – Entrada franca. Verdi, Donizetti, Puccini e Bellini. Local: Tel. (21) 2557-9444. Entrada Museu de Arte Moderna – Tel. (21) franca. 20/01 11.30 Música no Museu. Quinteto 2240-4944. Entrada franca. Si Bemol. Programa: obras de Händel, 13/01 11.30 Música no Museu. Gláucia Vivaldi e Schubert. Local: Museu 29/01 18.00 Música no Museu. Angela Leite – piano. Programa: obras de Chácara do Céu – Tel. (21) 2224-8981. Carvalho – canto e Sérgio Lavor – Händel, Beethoven, Vivaldi e Debussy. Entrada franca. piano. Programa: obras de Villa-Lobos, Local: Parque das Ruínas – Tel. (21) Puccini e Verdi. Local: Casa de Cultura 2252-1039. Entrada franca. 21/01 11.30 Música no Museu. Cláudia Laura Alvim – Tel. (21) 2287-2285. Marques – piano e Wagner Entrada franca. 17.00 Música no Museu. Encontro Polistchuk – trombone. Programa: de Corais. Coral do FEIC. Programa: obras de Richard Peasler, Stojowsk e 30/01 18.00 Música no Museu. Quarteto obras de Beethoven, Albert Mallote, Guilmanat. Local: Museu de Arte Ars Plena. Programa: obras de Pietro Mascagni, Fredrik Jehriander, Moderna – Tel. (21) 2240-4944. Albinioni, Händel e Bach. Local: Museu Mozart, Chopin, Bach e Händel. Local: Entrada franca. do Exército – Praça Coronel Eugênio Museu do Exército – Praça Coronel Franco, 1 – Posto 6 – Copacabana. 22/01 18.00 Música no Museu. Eugênio Franco, 1 – Posto 6 – Entrada franca. Gaetano Galif – violão. Programa: Copacabana. Entrada franca. obras de Paganini e Galif. Local: 31/01 12.30 Música no Museu. Silas 14/01 11.30 Música no Museu. Coro IPHAN – Tel. (21) 2203-3145. Barbosa – piano. Local: Museu da Lírico Amadeus. Programa: obras de Entrada franca. República – Tel. (21) 2558-6350. Entrada franca. Mozart. Local: Museu Naval – Tel. (21) 23/01 12.30 Música no Museu. Newton 2104-6992. Entrada franca. Nazareth – piano. Programa: obras de Villa-Lobos, Nazareth, Pixinguinha e 15/01 12.30 Música no Museu. Duo FEVEREIRO Angela Carvalho – voz e Sérgio Chiquinha Gonzaga. Local: Arquivo Lavor – piano. Programa: obras de Geral da Cidade – Tel. (21) 2273-4582. 01/02 12.30 Música no Museu. Neti Villa-Lobos, Puccini e Verdi. Local: Entrada franca. Spilman – canto e Clara Zagury – Biblioteca Nacional – Telefone (21) 24/01 12.30 Música no Museu. Letícia piano. Programa: obras de Chiquinha 2220-2588. Entrada franca. Lima – piano. Programa: obras de Gonzaga. Local: Museu Nacional de Mozart, Schumann, Debussy e Villa- Belas Artes – Tel. (21) 2240-0068. 16/01 12.30 Música no Museu. Quinteto Lobos. Local: Museu da República – Entrada franca. Quinta Justa. Programa: obras de Tel. (21) 2558-6350. Entrada franca. Haydn e Mozart. Local: IPHAN – Tel. 02/02 12.30 Música no Museu. (21) 2203-3145. Entrada franca. 25/01 12.30 Música no Museu. Myrian Ithamara Korat – canto e Tavinho Aubin – piano. Programa: obras de Banfá – violão. Programa: obras de 17/01 12.30 Música no Museu. Piano a Schumann e Ronaldo Miranda. Local: Chiquinha Gonzaga. Local: Centro Quatro Mãos: Cláudia Marques e Museu Nacional de Belas Artes – Tel. Cultural Light – Tel. (21) 2211-7529. Cláudio Thompson. Programa: obras (21) 2240-0068. Entrada franca. Entrada franca. de Nazareth e Chiquinha Gonzaga. Local: Museu da República – Tel. (21) 26/01 12.30 Música no Museu. Paulo 03/02 11.30 Música no Museu. Boca de 2558-6350. Entrada franca. Moura – saxofone. Programa: obras Siri. Programa: Clássicos do carnaval

30 CONCERTO

jan1parte3.p65 30 21/12/2006, 17:47 ROTEIRO MUSICAL RJ

da década de 30 à 60. Local: Museu 10/02 11.30 Música no Museu. Alan 16/02 12.30 Música no Museu. Julio Parque das Ruínas – Telefone (21) Warzansky – piano. Programa: obras Gianini – canto, Paulo Seth – violão, 2252-1039. Entrada franca. de Lamartine Babo, Noel Rosa, Ary Igor Riga – percussão e bateria, Barroso, Monsueto, Adoniran Barbosa, Tomas Saboga – baixo e Larissa 04/02 11.30 Música no Museu. Hilda Orestes Barbosa e Ataulfo Alves. Local: Goretkin – flauta. Programa: obras Domingues – canto e Rogério Soares Museu Chácara do Céu – Tel. (21) de Ary Barroso. Local: Centro Cultural – violão. Programa: obras de 2224-8981. Entrada franca. Light – Marechal Floriano, 168 – Chiquinha Gonzaga, Lamartine Babo e Centro – Tel. (21) 2211-7529. Entrada Noel Rosa. Local: Museu da Marinha – 17.00 Música no Museu. Encontro franca. Av. Alfred Agache, s/nº – Centro. de Corais. Madrigal Nova Harmonia. Entrada franca. Programa: obras de Mozart. Local: 17/02 18.00 Trio MPB: Lélia Brazil – Museu do Exército – Praça Coronel flauta, Mario Louro – violão e Beto 05/02 12.30 Música no Museu. Duo Eugênio Franco, 1 – Posto 6 – Boscarino – cavaquinho. Programa: Lélia Brasil. Participação: Lucreia Copacabana. Entrada franca. obras de Chiquinha Gonzaga e Corbella. Programa: obras de Nazareth. Local: Museu Internacional Chiquinha Gonzaga, Nazareth, Noel 11/02 11.30 Música no Museu. Duo de Arte Naif – Rua Cosme Velho, 561 – Rosa e Pixiguinha. Local: Biblioteca Neti Spilman – canto e Clara Zagury Centro – Tel. (21) 2205-8612. Entrada Nacional – Tel. (21) 2220-2588. – saxofone. Programa: frevos, franca. Entrada franca. marchinhas e sambas de todos os tempos. Local: Museu de Arte 06/02 12.30 Música no Museu. 25/02 15.00 Música no Museu. Quinteto Moderna – Tel. (21) 2240-4944. Quinta Justa. Programa: obras de Yellow Cake – Coral da Eletro- Entrada franca. nuclear. Programa: Noel Rosa e Mozart e Nazareth. Local: Museu da Paulinho da Viola. Local: Espaço 12/02 18.00 Música no Museu. Ângela Cidade – Tel. (21) 2294-5990. Entrada Furnas Cultural – Tel. (21) 2528-3977. Carvalho – canto e Sérgio Lavor – franca. Entrada franca. piano. Programa: obras de Puccini e 26/02 18.00 Música no Museu. Grupo Verdi. Local: IPHAN – Telefone (21) Caviuna. Programa: sambas enredo 07/02 12.30 Música no Museu. Cláudia 2203-3145. Entrada franca. Marques – piano, Marcos Firmino – mais marcantes das principais escolas trompete e Luís Bonfim – canto. 13/02 12.30 Música no Museu. de samba. Local: Casa de Cultura Programa: obras de Chiquinha Quarteto 4 Bones. Programa: obras Laura Alvim – Av. Vieira Souto, 176 – Gonzaga e Nazareth. Local: Museu de Villa-Lobos. Local: Arquivo Geral Ipanema – Tel. (21) 2287-2285. da República – Tel. (21) 2558-6350. da Cidade – Tel. (21) 2273-4582. Entrada franca. Entrada franca. Entrada franca. 27/02 18.00 Música no Museu. Yellow 08/02 12.30 Música no Museu. Trio 14/02 12.30 Música no Museu. Trio Cale – Coral da Eletronuclear. Reginaldo Bessa – canto e violão, Jim Daniel Sanches – piano, Ruda Kunen Programa: obras de Chiquinha Brown – percussão e Eriston – flauta e Keeyth Anne – flauta. Gonzaga, Paulinho da Viola, entre Gonçalves – baixo. Programa: obras de Programa: As grandes marchinhas de outros. Local: Museu do Exército – Lamartine Babo. Local: Museu Nacional carnaval. Local: Museu da República – Praça Coronel Eugênio Franco, 1 – de Belas Artes – Tel. (21) 2240-0068. Telefone (21) 2558-6350. Entrada Posto 6 – Copacabana. Entrada Entrada franca. franca. franca. 09/02 15.00 Música no Museu. Cláudia 15/02 12.30 Música no Museu. Leoni 28/02 12.30 Música no Museu. Cristiano Marques – piano. Programa: obras de Werner – piano. Programa: obras de Vogas – piano. Programa: obras de Mozart e Villa-Lobos. Local: Centro Beethoven. Local: Museu Nacional de Chopin e Camargo Guarnieri. Local: Cultural Justiça Federal – Tel. (21) Belas Artes – Tel. (21) 2240-0068. Museu da República – Telefone (21) 3212-2550. Entrada franca. Entrada franca. 2558-6350. Entrada franca.

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jan1parte3.p65 31 21/12/2006, 17:47 ROTEIRO MUSICAL SP ROTEIRO MUSICAL OUTRAS CIDADES

MARIANA, MG SALVADOR, BA SÃO CRISTÓVÃO, RJ

05/01 11.00 Música Barroca. Concertos 10/01 20.00 Orquestra Sinfônica da 15/02 19.00 Música no Museu. Newton realizados no órgão histórico da Sé de Bahia. Regente: Erick Vasconcelos. Nazareth – piano. Programa: obras de Mariana, por Elisa Freixo e Josinéia Local: Sala Principal do Teatro Castro Nazareth. Local: Museu Militar Conde Godinho. Local: Sé de Mariana – Pra;a Alves – Tel. (79) 3339-8002. de Linhares – Av. Pedro Segundo, 383. Cláudio Manoel, s/nº – Telefone (31) Entrada franca. 3558-2785. R$ 12,00 a R$ 24,00. As 13/02 20.00 Orquestra Sinfônica da apresentações acontecem todas as Bahia. Regente: Erick Vasconcelos. sextas-feiras às 11.00 e domingos às Local: Sala Principal do Teatro Castro 12.15. Alves – Tel. (79) 3339-8002.

FESTIVAIS DE VERÃO

BRASÍLIA, DF JARAGUÁ DO SUL, SC POÇOS DE CALDAS, MG

29º CURSO INTERNACIONAL DE 2º FEMUSC – Festival de Música de 8º FESTIVAL MÚSICA NAS MONTA- VERÃO. De 10 a 27 de janeiro de 2007. Santa Catarina. De 14 a 27 de janeiro NHAS. De 14 a 27 de janeiro de 2007. Informações: www.emb.com.br. de 2007. Direção artística: Alex Klein. Direção artística: Jean Reis. Informa- Informações: www.femusc.com.br. ções: contato@festivalmusicanas CURITIBA, PR montanhas.com.br – www.festival JUIZ DE FORA, MG musicanasmontanhas.com.br. 25ª OFICINA DE MÚSICA DE CURITIBA. De 7 a 31 de janeiro de 2007. Oficinas 18º CURSO INTERNACIONAL DE de música antiga, de música erudita, de MÚSICA SCALA (CINVES). De 14 a 28 Clube música popular e de blues. Informa- de janeiro de 2007. Informações: CONCERTO ções e agenda completa em [email protected] – Consulte www.concerto.com.br www.oficinademusica.org.br. www.pianoclass.com.

OUTROS EVENTOS

A ARTE DO SER CANTANTE – Re-encantando: abrindo os ASSOCIAÇÃO CANTO CORAL EXSULTATE está com ins- portais em cinco encontros. Com Cecília Valentim. Intensi- crições abertas para novos integrantes. É necessário ter vo em janeiro: dias 23, 24, 25 e 26 das 19.00 às 21.30 e dia leitura musical e gostar de repertório de música sacra. 27, das 10.00 às 13.00. Em março: dias 6, 13, 20, 27 e 3 Programação para 2007: Missa Theresa de Haydn; Missa de abril, das 20.00 às 22.00. Em maio: dias 8, 15, 22, 29 da Coroação de Mozart e Oratório de Natal de Bach. e 5 de junho, das 20.00 às 22.00. Novo grupo semanal, às Direção artística e regência: Hermes Coelho. Local dos quartas-feiras, das 20.00 às 21.30. Inscrições e informa- ensaios: Igreja Presbiteriana do Jardim das Oliveiras – ções: telefone 3873-1608 – [email protected]. Metrô Trianon. Maiores informações: tel. (19) 3386-9751 – Vagas limitadas. [email protected].

32 CONCERTO

jan1parte3.p65 32 21/12/2006, 17:47 avulsos_geral.p65 1 10/12/2006, 11:43 OUTROS EVENTOS

BIBLIOTECA MUNICIPAL OLÍRIA DE CAMPOS BARROS – UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO – Novo A música instrumental dos séculos 20 e 21. Apreciação de curso de pós-graduação lato-sensu: Música vocal – técnicas música erudita através da leitura coletiva de textos e da e tendências do canto contemporâneo, aos sábados, das audição de CDs, em 17 encontros de fevereiro a abril, das 8h00 às 17h00. Início: 26 de fevereiro. Matrículas: até 10 de 10.00 às 12.00. Fevereiro: dia 6: Despertar do século; dia 13: fevereiro. Duração: 18 meses. Coordenação: Josely de Mora- Dissonância; dia 22: Debussy; dia 27: Ravel. Coordenação: es Antonio. Local: Campus Rudge Ramos – São Bernardo do Sidival Siqueira. Local: Biblioteca Municipal Olíria de Cam- Campo. Informações: tel. 4366-5600 – www.metodista.br. pos Barros – Av. Sete de Setembro, 468 – Diadema – Tel. 4043-3573. OUTRAS CIDADES CENTRO TOM JOBIM ABRE VAGAS PARA 2007. Bolsas de ASSOCIAÇÃO DE CANTO CORAL – VI Oficina Coral e estudo integrais para cursos regulares de música clássica e Musicalização/Rio de Janeiro/RJ – De 22 a 26 de janeiro, popular. Inscrições: de 3 a 19 de janeiro, exclusivamente das 8h30 às 12h30 e das 14h30 às 18h30. Dia 22: A teoria pela internet, no site: www.centrotomjobim.org.br. O candi- espiral de Swanwick, com Cecília Cavalieri França; dia 23: dato deve passar por seleção/audição, de acordo com o nível Música e terapia: pontos de contato na educação, com e o instrumento escolhido. Vagas limitadas. A ULM oferece Cláudia Leão; dia 24: Educação musical para crianças com bolsas de estudo para cursos regulares e cursos livres em ênfase na criação e em jogos pedagógicos, com Cecília suas unidades Luz – Largo General Osório, 147 – Tels. 3221- Cavalieri França; dias 25 e 26: Dinâmica de ensaio e 3029 e 3331-2377 e Brooklin – Rua Padre Antônio José dos expressão cênica no coro infantil, com Gisele Cruz. Coorde- Santos, 1019 – Tels. 5092-3601 e 5092-3692. Informações: nação: Valéria Matos e Juliana Chrispim. Inscrições: até 12 www.centrotomjobim.org.br. de janeiro: R$ 55,00 por dia e até 22 de janeiro: R$ 60,00 por dia. Informações: Associação de Canto Coral – Tel. (21) III CURSO INTERNACIONAL ORFF-SCHULWERK NO BRA- 2240-0466 – [email protected]. SIL – Música e movimento na educação. De 11 a 23 de janeiro. Curso de extensão e capacitação profissional, divi- CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO PELA ARTE dido em três módulos. Com Ari Colares, Deise Alves, Helder (sonora e visual) com ênfase em inclusão – ano 2007/2008/ Parente Pessoa e Sofia López-Ibor. Vagas limitadas e sujeitas Pouso Alegre/MG. Inscrições abertas até 31 de janeiro. a confirmação. Realização: Abraorff e Faculdade de Música Início das aulas: 2 de fevereiro. Para docentes e graduados Carlos Gomes. Local e informações: Colégio Santo Américo na área de educação artística, música, teatro, cinema, entre – Rua Santo Américo, 275 – Morumbi – Tel. 2244-1885, com outros. Inscrições, matrículas e maiores informações: Secre- Beth ou Dóris – [email protected] – www.abraorff.org.br. taria de Pós-graduação da Universidade do Vale do Sapucaí FUNDAÇÃO OSESP abre vaga para pianista co-repetidor (Univás) com Fabiane – Tel. (35) 3449-2117. nível 1: 12 de fevereiro, às 17.00. Atribuições: ensaios, aulas CURSO DE HISTÓRIA DO BALLET – “O Ballet no Mundo e o na academia, apresentações de música de câmara e orques- Mundo do Ballet”/Porto Alegre/RS. Os caminhos do ballet tra, além de outras atividades da instituição. Remuneração clássico desde sua formação até sua modernização, com mensal: R$ 4.500. As provas acontecerão na Sala São Paulo. Angélica Bersch Boff. Em cinco aulas. Inscrições: de 8 a 17 de Informações: tel. 3367-9606 – www.osesp.art.br. janeiro, das 15h00 às 16h30 sempre às segundas, terças e ORQUESTRA FILARMÔNICA INFANTO-JUVENIL DE SÃO quartas-feiras. Inscrições e informações: Ballet Karen Ibias – PAULO. Inscrições abertas para novos integrantes de cordas, Rua Barão de Teffé, 157 – Porto Alegre – Tel. (51) 3231-1496 sopros e percussão. Ensaios sábados, das 9h30 às 12h30. e (51) 8127-3985. [email protected]. Local: Centro Brasileiro Britânico – Rua Ferreira Araújo, 741 – Pinheiros. Informações: tel. 8187-1216 – www.ofij.art.br. CURSO DE INICIAÇÃO À MÚSICA CLÁSSICA/Recife/PE. Ministrado por Carlos Eduardo Amaral, em 12 aulas. Para SISTEMA PRÓ CULTURA – Curso sobre marketing cultural estudantes e apreciadores de música clássica. De 09/01 a e produção cultural e leis de incentivo à cultura. Músicos 14/02, terças e quartas-feiras, às 19h00. Local: Saraiva para atuar na temporada de 2007: cantores, violonistas, Megastore do Shopping Center Recife. pianistas e outros instrumentistas: solistas e grupos de música de câmara em geral para recitais. Estudantes de INTERNACIONAL violino, viola, violoncelo e contrabaixo para formação de orquestra de cordas. Não é necessário experiência em or- CONCURSO GIANNI BERGAMO CLASSIC MUSIC AWARD/ questra e nem possuir muito tempo de estudo. Informações: Lugano/Suíça. Informações: www.giannibergamoaward.ch tels. (11) 5585-1557 ou 9303-2817. – [email protected].

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jan1parte3.p65 34 21/12/2006, 17:47 Osusp_geral.p65 1 14/12/2006, 18:07 OUTROS EVENTOS RÁDIO

Tempo de Concerto Sextas-feiras – 22h00. Música sem Fronteiras. Dia 5: a música de destaca em sua programa- Darius Milhaud. Dia 12: a música de Olivier Messiaen. Dia 19: ção de janeiro os progra- a música de Messiaen. Dia 26: programa especial com o maestro Gil mas Garimpo Musical, com Jardim e a Ocam. Produção e apresentação: pianista e professora Adriana Lopes Moreira. obras de Rodolfo Coelho de Souza e Ricardo Tacuchian e em fevereiro a música Domingos – 22h00. Canto Coral. Dias 7, 14 e 21: Mendelssohn – para piano de Almeida Prado, Claudio Santoro, Gilber- Oratório Paulus. Dia 28: Beethoven – obras para coro e orquestra. Produção e apresentação: musicista e professora Susana Igayara. to Mendes e Camargo Guarnieri. Idéia, Criaçõ e Inter- pretação apresentará os Quartetos de cordas de Dmitri Shostakovich e em fevereiro a música para piano de PROGRAMAÇÃO DE FEVEREIRO Lopes-Graça. No programa Violão em Tempo de Con- certo teremos em fevereiro programas especiais com Segundas-feiras – 22h00. Garimpo Musical. Música brasileira para piano solo. Dia 5: Almeida Prado. Dia 12: Cláudio Santoro. Dia Abel Carlevaro. Escrita Musical e Improvisação mos- 19: Camargo Guarnieri. Dia 26: Gilberto Mendes. Produção e trará séries de recitais históricos e recentes grava- apresentação: musicólogo e professor Diósnio Machado Neto. ções. Música sem Fronteiras estará voltado à música Terças-feiras – 22h00. Idéia, Criação e Interpretação. Obras de de Milhaud e Messiaen e Canto Coral apresentará o Fernando Lopes-Graça . Dia 6: Antônio Rosado interpreta as Sonatas Oratório Paulus de Mendelssohn e obras de Beethoven, nºs 1, 2 e 3. Dia 13: Antônio Rosado interpreta as Sonatas nºs 4, 5 e Händel e Guerra-Peixe. 6. Dias 20 e 27: Miguel Henriques interpreta os 24 Prelúdios. Dia 27: Olga Prats interpreta Ao fio dos anos e das horas op. 212. Produção Tempo de Concerto (USP FM 93,7) e apresentação: pianista e professor José Eduardo Martins. Quartas-feiras – 22h00. Violão em Tempo de Concerto. Abel PROGRAMAÇÃO DE JANEIRO Carlevaro 90 anos. Dia 7: 20 Microestudios, Introducción y capricho, Aires de vidalita e Milonga oriental. Dia 14: Suite de antiguas danzas Segundas-feiras – 22h00. Garimpo Musical. Dia 1: obras de españolas, 5 Prelúdios Americanos e 5 Estudios en homenaje a Villa- Rodolfo Coelho de Souza. Dia 8: entrevista com Rodolfo Coelho de Lobos. Dia 21: Concierto para guitarra y clave, Fantasia concertante Souza. Dia 15: obras para piano de Ricardo Tacuchian. Dias 22 e 29: e Concierto nº 3. Dia 28: Música popular do Rio da Prata. Produção obras de Ricardo Tacuchian. Produção e apresentação: musicólogo e apresentação: violonista e professor Edelton Gloeden. e professor Diósnio Machado Neto. Quintas-feiras – 22h00. Escrita Musical e Improvisação. Dias 1, Terças-feiras – 22h00. Idéia, Criação e Interpretação. Dias 2, 9, 8, 15 e 22. Produção e apresentação: organista e professor José Luís 16 e 23: quartetos de cordas de Shostakovich. Dia 30: Shostakovich de Aquino. – Sonatas para violino e piano e Sonata para viola e piano. Produção e apresentação: pianista e professor José Eduardo Martins. Sextas-feiras – 22h00. Música sem Fronteiras. Dia 2: Debussy – Chidren’s corner e Le Boîte à joujoux. Dia 9: Prokofiev – Sonatas para Quartas-feiras – 22h00. Violão em Tempo de Concerto. Dia 3: piano nºs 7 e 8. Dia 16: Hindemith – Kammermusik nºs 1, 2 e 3. Dia Recital de Francisco Gil. Dia 10: recital de Consortium Classicum. Dia 23: Scriabin – 24 Prelúdios, Sonatas nºs 4 e 10. Produção e apresen- 17: recital de Manuel Barrueco e Sinfônica de Galicia. Dia 24: recital tação: pianista e professora Adriana Lopes Moreira. de Stefano Grandona. Dia 31: recital de Quintetti Fandango. Produção e apresentação: violonista e professor Edelton Gloeden. Domingos – 22h00. Canto Coral. Dias 4 e 11: Beethoven – obras para coro e orquestra. Dia 18: Lopes-Graça – obras para coro. Dia Quintas-feiras – 22h00. Escrita Musical e Improvisação. Recitais 25: Guerra-Peixe e Händel – Te Deum de Dettinger. Produção e históricos. Dia 4: recital de Naji Hakim. Dia 11: recital de Luigi apresentação: musicista e professora Susana Igayara. Ferdinando Tagliavini. Dia 18: recital de Fernando Germani. Dia 25: Kristian Olesen interpreta Buxtehude. Produção e apresentação: Violonista e professor Edelton Gloeden (coordenador do programa organista e professor José Luís de Aquino. Tempo de Concerto da Rádio USP-FM)

Acompanhe a programação da rádio Cultura FM 103,3 pelo Guia do Ouvinte.

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jan1parte3.p65 36 21/12/2006, 17:47 RETROSPECTIVA 2006

As mudanças de ano sempre trazem consigo as Antônio Ribeiro 61 retrospectivas e os balanços. Vamos a nossa avaliação do Carlos Moreno 48 2006 musical no Brasil. Celina Szrvinsk 52 Cleber Papa 61 Em primeiro lugar, como nos últimos anos, a Clodoaldo Medina 55 constatação do lugar ímpar ocupado pela Orquestra Eduardo Álvares 55 Sinfônica do Estado de São Paulo, Osesp, no panorama Flavio Florence 50 da música nacional. A Osesp apresentou uma temporada Gerard Loeb 43 espetacular, realizou uma turnê de sucesso pelos EUA, gravou Gil Jardim 56 CDs, realizou o Concurso Internacional de Piano Villa-Lobos Heloisa Fischer 56 e criou a sua Academia para a formação de músicos Henrique Lian 52 profissionais. O segundo aspecto positivo e digno de nota, Ira Levin 53 foi o renascimento de uma verdadeira temporada lírica. Irineu Franco Perpetuo 42 Importantes títulos no Theatro Municipal de São Paulo, a Isaac Karabtchevsky 52 nova temporada lírica do Theatro São Pedro e montagens Jamil Maluf 46 em diversas cidades do Brasil garantiram uma dinâmica João Batista Natali 59 temporada com a estréia de oito óperas brasileiras. João Guilherme Ripper 46 As séries internacionais em São Paulo e no Rio de João Luiz Sampaio 61 Janeiro proporcionaram o contato com solistas e orquestras João Marcos Coelho 46 de primeira grandeza. A tudo isso soma-se a regular e cada John Neschling 49 vez mais estruturada agenda de concertos de orquestras e Jorge Antunes 48 grupos de câmara, com uma salutar multiplicação em todo o José Roberto Walker 59 país. Parece mesmo que a música clássica vive um momento Kênia Libanio 54 de boa repercussão e crescimento. Leonardo Martinelli 53 Ligia Amadio 55 Em São Paulo, a temporada de 2006 ainda se revestiu Luís Gustavo Petri 57 de uma particularidade especial, pois foi o primeiro ano de Luiz Fernando Malheiro 38 funcionamento das OSs (Organizações Sociais) – associações Marcelo Bratke 56 privadas que, em contratos de gestão com o governo, Marcelo Jaffé 58 gerenciam os órgãos públicos da cultura. Na área da música, Marcelo Ramos 43 as de maior visibilidade são a Fundação Osesp, o Centro Tom Marcos Câmara 50 Jobim (Festival Internacional de Campos do Jordão, Banda Paulo Abrão Esper 50 Sinfônica, Jazz Sinfônica e ULM) e a Apaa, que gerencia, Ricardo Tacuchian 60 entre outros, os teatros São Pedro e Sérgio Cardoso. Roberto Duarte 47 Acreditamos que o saldo é francamente positivo e que as OSs Roberto Minczuk 44 representam um importante passo para a profissionalização Roberto Tibiriçá 59 e modernização da produção cultural brasileira. Rodolfo Coelho de Souza 43 Acompanhe, nas páginas a seguir, alguns dos Rosana Caramaschi 47 destaques da temporada musical de 2006, e leia os Rubens Ricciardi 48 depoimentos de 42 personalidades. Sabine Lovatelli 51 Sérgio Melardi 47 Salvo outra menção, as fotos são fornecidas para divulgação pelas entidades promotoras. Vicente Amato Filho 53

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jan2.p65 37 21/12/2006, 18:14 “2006 marcou a décima edição do Festival Amazonas de Ópera, consolidando um trabalho no qual vemos os resultados de se investir em um projeto cultural a longo prazo. Além de todo o reconheci- mento artístico alcançado, o Festival emprega hoje mais do que todo o setor de brinquedos, químico e de bebidas da zona franca de Manaus. Isso nos dá a dimensão da importân- cia social de se investir em cultura de Foto: Divulgação / Sylvia Masini forma séria. O XI FAO já está em plena fase de produção – Lady Macbeth do Distrito de Mtsensk de Shostakovich, com direção cênica de Caetano Vilela e tendo Eliane Coelho Estréia mundial da ópera Olga de Jorge Antunes no Municipal de SP como protagonista, será um dos importantes títulos, ao lado da estréia de Poranduba, de Villani- Côrtes, com direção do amazonense Djalma Limongi Batista. A Amazonas Filarmônica se prepara para come- morar seu décimo aniversário, em setembro de 2007, tendo conquista- do um patamar de estabilidade artística e organizacional. Graças ao

patrocínio da Ambev conseguimos Foto: Divulgação / Sylvia Masini manter uma série regular de concer- tos sinfônicos – a Série Guaraná. Sua quarta edição estreará no dia 16 de agosto de 2007, tendo Denise de Freitas e Paulo Szot como solistas de La Gioconda, com Eliane Coelho e Regina Elena Mesquita 12 canções inéditas para voz e orquestra, compostas por 12 dos maiores compositores brasileiros em atividade, com poemas do grande poeta amazonense Thiago de Melo. Com todos os concertos gratuitos, esta série é um sucesso absoluto de público, lotando o Teatro Amazonas. A reeleição do jovem e dinâmico governador do Amazonas – Eduardo Braga – veio garantir a continuidade desta verdadeira revolução cultural do Estado com cada vez mais signifi- Martin Mühle e cativas transformações sociais que Stephen Bronk, na avalizam nosso trabalho artístico.” ópera O homem que confundiu sua mulher Luiz Fernando Malheiro, diretor com um chapéu, no artístico da Amazonas Filarmônica e do Theatro São Pedro Festival Amazonas de Ópera

38 CONCERTO

jan2.p65 38 21/12/2006, 18:14 o o n n a a i i p p

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AS SINFÔNICA Design: Julio Moreira | Foto: Marcia Folleto do em seu coração

PATROCÍNIO: “No ano Mozart, Bach foi o tema do melhor concerto de São Paulo: o recital de Ilya Gringolts, executando a integral da obra para violino solo do compositor alemão, foi uma daquelas ocasiões inesquecíveis, que a gente leva para o resto da vida. Les Musiciens du Louvre, Maxim Vengerov, Jean-Yves Thibaudet, Vadim Repin e Nikolai Luganski e Ilan Volkov foram outros nomes que mostraram que, em São Paulo, a música clássica, como quase todos os aspectos da vida cotidiana por aqui, é maravilhosa para quem puder pagar por ela. Na Osesp, Maestro John Neschling dirige a Osesp na Sala São Paulo. destaque para o disco dedicado a Óperas de Puccini em concerto foram destaque da temporada Cláudio Santoro, e para o Ato I da Valquíria, regido por Ira Levin; na ópera, vale saudar duas excelentes estréias: a de Felipe Hirsch, como diretor, em O Castelo de Barba Azul, em Belo Horizonte, e a de Fabio Zanon, como regente, fazendo Michael Nyman no Theatro São Pedro. A destacar, ainda, a consolidação de André Mehmari O contratenor inglês Daniel Taylor realizou recitais como compositor erudito, recebendo memoráveis na série do Itaú Personnalité encomenda da Osesp e sendo convidado como compositor- residente da Banda Sinfônica em 2007. O ponto negativo fica com a polêmica envolvendo o Concurso Internacional de Piano Villa-Lobos, já que o tiroteio na imprensa entre Osesp e Ilan Rechtman acabou tirando o foco do que deveria ser o principal: o lado artístico da competição.” Irineu Franco Perpetuo, jornalista e crítico musical

42 CONCERTO

jan2.p65 42 21/12/2006, 18:14 “A lgo mudou no cenário da “A temporada 2006 da Sociedade “Virou moda falar em reestrutura- música brasileira nos últimos anos. de Cultura Artística foi bastante ção de orquestras no Brasil. Após o A música dos compositores diversificada. Iniciou-se com a fenômeno Osesp, músicos do país brasileiros vivos está transbordando Orquestra Sinfônica da BBC clamam por salários e condições dos festivais especializados para a Escocesa, regida por Ilan Volkov, mais dignas. E com razão, pois programação regular dos conjuntos, então desconhecido e hoje disputado quase todas passam por, pelo solistas e orquestras. Para surpresa maestro de 30 anos de idade. E menos, cinco graves problemas: falta dos conservadores, o público não terminou com um grande concerto de espaço ideal para ensaios; salas foge, aplaude. Porque gosta de vida dos Les Musiciens du Louvre, que de concerto com péssimas condições inteligente no palco, nos CDs, nas rendeu ao Cultura Artística o Prêmio acústicas; orçamentos baixíssimos; rádios. Patrocinadores, como a Carlos Gomes de melhor espetáculo. temporadas que não são divulgadas Petrobras, já perceberam isso e Entre as outras atrações, temos com antecedência para venda de aproveitam as leis de incentivo para ainda que salientar a maravilhosa assinaturas; e administrações vincular sua imagem à da alta Orquestra Filarmônica Checa, sob caóticas. Os governos que contratam cultura musical do país. Por isso regência de Gerd Albrecht com a diretores artísticos precisam ter um neste ano assistimos a tantas pianista Elisabeth Leonskaya; o certo cuidado ao fazer reestrutura- estréias e execuções de obras sempre excepcional Quarteto Alban ções, pois podem, com más escolhas, brasileiras. Participei, junto com Berg; o violinista Vadim Repin comprometer o trabalho e o Gilberto Mendes, Edino Krieger, acompanhado por Nikolai Lugansky; orçamento das orquestras. Muitas Almeida Prado e Villani-Côrtes, de a Akademie für Alte Musik Berlin e a são as cabeçadas dos que cuidam uma coleção de álbuns produzidos Youth Orchestra of the Americas, da rotina dos músicos sem nunca ter pelo Centro Cultural São Paulo, e regida pelo consagrado maestro visto ou participado de uma nossas obras foram tocadas por Kent Nagano. Já na vida musical de orquestra na vida! Ora, o maestro diversos conjuntos. A lista de São Paulo, pode-se destacar boas é a pessoa que sabe dizer, por compositores que tiveram projeção apresentações operísticas como a exemplo, quantos ensaios uma em 2006 é interminável. Mencione- montagem da Gioconda, de determinada obra necessita. Um mos Ronaldo Miranda, Jorge Ponchielli, no Theatro Municipal, gestor, não. A escolha do repertório, Antunes, Edson Zampronha, Flo com Eliane Coelho; O homem que os maestros e solistas convidados, o Menezes, André Mehmari, Rubens confundiu sua mulher com um concurso para novos músicos, a Ricciardi, Silvio Ferraz, Fernando chapéu, de Michel Nyman, no decisão sobre o que gravar – tudo Iazzetta, Eduardo Guimarães Theatro São Pedro, dirigido por isso deve ter o perfil do maestro em Álvares, Antonio Ribeiro, Amaral Iacov Hillel; em forma de concerto, questão, sob pena do esfacelamento Vieira, Arrigo Barnabé, Livio na Sala São Paulo, temos que artístico do grupo. Um diretor Tragtenberg e Marlos Nobre, e mencionar o primeiro ato de A artístico que não seja maestro certamente estaremos esquecendo Valquíria, de Wagner, com regência precisa refletir seriamente sobre isso. injustamente de muitos outros. Isso de Ira Levin e a solista Violeta Os músicos e a comunidade, por sem falar dos já falecidos, cujas Urmana, bem como Il tabarro e outro lado, devem cobrar resultados. obras estão sendo resgatadas: Gianni Schicchi, sob regência de John As Oscips estão aí para tentar Santoro, Guarnieri, Gnattali e mesmo Neschling. Em 2007, a Sociedade de melhorar esse quadro. É fundamen- Villa-Lobos. Por isso, é possível que Cultura Artística completa 95 anos, tal que pessoas que dominem o em breve entrevistados ilustres (mas e traremos grandes atrações como universo orquestral estejam em sua nem sempre ilustrados) comecem a o violoncelista Yo-Yo Ma, o pianista linha de frente. Diga-se de passa- perceber o ridículo que incorrem Piotr Anderszewsky, a Gustav Mahler gem, universo este de conteúdo quando dizem que a música Jugendorchester, o Quarteto Hagen e muito específico e que requer brasileira erudita contemporânea a Filarmônica de Varsóvia com bastante experiência com a classe. é representada por Chico Buarque Antoni Wit e Antonio Meneses, sendo Que 2007 seja um ano de luz para e Caetano Veloso.” que vários dos artistas se apresenta- todas as orquestras que, hoje, rão pela primeira vez em São Paulo.” passam por tal situação.” Rodolfo Coelho de Souza, compositor e professor do Departamento de Gerard Loeb, diretor da Sociedade de Marcelo Ramos, regente titular da Música da USP Cultura Artística Orquestra Sinfônica de Minas Gerais

Janeiro / Fevereiro 2007 43

jan2.p65 43 21/12/2006, 18:14 “A Orquestra Sinfônica Brasileira da Cidade do Rio de Janeiro cresce e ganha reconhecimento do seu público e da crítica, e de todos que se interessam em vê-la brilhar. Em 2006 o público aumentou em 70% e as parcerias com a iniciativa privada também, em especial com a Companhia do Vale do Rio Doce, uma das novas mantenedoras da OSB. A Prefeitura do Rio de Janeiro, outra mantenedora, toca a todo vapor as obras da nova sede da OSB, Cidade da Música, que será inaugurada em 2008. Nossa temporada 2006 foi, graças a Deus, uma das mais importantes que o Rio de Janeiro viu nos últimos anos. A Maestro Marc Minkowski cercado por músicos do Les Musiciens du turnê brasileira OSB/Vale reuniu Louvre. Apresentações foram destaque da série da Cultura Artística mais de 70 mil pessoas em oito concertos. Já o Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão foi o grande vencedor do Prêmio TIM de Melhor Disco Erudito de 2006, para o CD duplo da Orquestra Acadêmica. Minha carreira internacional me levou a outras 15 orquestras, incluindo minha estréia à frente da BBC de Londres, Sinfônica de Dallas, Minnesota, National de Washington, A Orquestra Sinfônica WDR da Capitólio de Toulouse, Ópera de Alemanha, sob regência de Semyon Lyon e Festival de Edinburgh. A Bychkov, apresentou-se em maio Filarmônica de Calgary, situada dentro da temporada do Mozarteum numa das regiões mais prósperas da América do Norte, está no meio da nossa primeira temporada. Um grande abraço e um feliz 2007 para a Revista CONCERTO e todos os nossos amigos.” Roberto Minczuk, diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica Brasileira e Orquestra Filarmônica de Calgary e diretor artístico do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão Foto: Divulgação / WDR.Clusserath

44 CONCERTO

jan2.p65 44 21/12/2006, 18:14 Conheça o novo CD de Antonio Meneses

O excepcional violoncelista Antonio Meneses, acompanhado ao piano por Gérard Wyss, interpreta: Robert Schumann - Adagio & Allegro op. 70 - Fantasiestücke op. 73 - Fünf Stücke im Volkston op. 102 - Märchenbilder op. 113 Franz Schubert - Sonata Arpeggione D 821

Gravação realizada na Inglaterra em maio de 2006 Lançamento simultâneo na Europa e no Brasil

À venda pelo site www.lojaclassicos.com.br Revista CONCERTO tel. (11) 5535-5518 Loja CLÁSSICOS (Rua João Álvares Soares, 1.404) e demais lojas especializadas

Gravação original Edição e lançamento Avie Records, Londres no Brasil

anuncio.p65 1 15/11/2006, 16:09 “A intensa temporada 2006 da “O ano 2006 começou com o “Chegamos ao final da Temporada Sala Cecília Meireles, patrocinada anúncio da primeira temporada 2006 do Theatro Municipal de São pela Petrobras, foi dividida em ciclos oficial da Orquestra Sinfônica Paulo. Durante esse ano pudemos de concertos temáticos que Brasileira sob a batuta de Roberto reafirmar nossa vocação de ópera e proporcionaram a audição Minczuk e terminou com dois dança. As oito produções líricas, que comparativa e complementar do encontros nacionais realizados em abordaram um vasto repertório, repertório. Destaque para “Presença São Paulo, onde se debateram indo do barroco ao contemporâneo de Mozart”, com a Orquestra problemas do setor e se delinearam (incluindo-se aí a primeira audição Sinfônica Brasileira executando linhas de ação para 2007. Lamúrias, mundial de uma ópera brasileira), obras de compositores influenciados esperanças, reivindicações – o de somadas a uma temporada de balé, pelo homenageado. O ciclo sempre. O fato positivo foi tantos proporcionaram a todos, artistas e “Schumann & Shostakovich”, maestros se sentarem à mesma público, uma rica vivência da arte. também com a OSB, apresentou a mesa (milagre). E o negativo: o Não podemos nos esquecer também estréia carioca da Sinfonia nº 14 do reconhecimento cabal do MinC de dos concertos sinfônicos, coral- compositor russo. O ciclo “2 por 4”, que para o órgão a música clássica sinfônicos e camerísticos que com obras para dois pianos e piano é uma “lacuna”. Foi excelente a contribuíram para diversificar com a quatro mãos, incluiu a vertiginosa temporada da Osesp, com destaque qualidade e criatividade a difusão de versão da Sagração da primavera de para Shostakovich (13a e 14a relevantes obras. 2007 será o ano Stravinsky na interpretação do Duo sinfonias) e Penderecki; e da em que o Theatro Municipal passará Bretas–Kevorkian e Grupo Dínamo. Sinfônica Municipal, o máximo que por duas importantes reformas: a da Tivemos o ciclo “Mozart: concertos se pode dizer é que deixou de fazer modernização do seu palco, para piano”, com a Petrobras sombra para a Osesp (uma pena). colocando-o entre os melhores da Sinfônica, além dos ciclos “Lieder” O melhor ficou por conta de projetos América Latina, e da recuperação da e “Amadeus”, e as integrais das de inclusão social pela música (como fachada, Salão Nobre e Restaurante. sonatas para violino e piano de o Projeto Heliópolis) e por iniciativas Será também o ano em que a Beethoven e Mozart. A série “Espaço como a do Espaço Cultural CPFL Central de Produções “Chico Contemporâneo” ficou a cargo dos (a única tribuna dedicada, o ano Giacchieri” mudará para sua sede departamentos de composição da inteiro, à música contemporânea em definitiva, ocupando uma área de UFRJ e Unirio, que organizaram todo o país). Talvez as grandes 10 mil m2. A Fundação Theatro concorridos concertos com jovens novidades de 2006 tenham sido Municipal de São Paulo, ora em fase compositores. Obras de Radamés editoriais. Em primeiro lugar, a final de discussão, deverá ser Gnattali constaram dos programas irretocável biografia de Shostakovich encaminhada, representando um das séries sinfônica e de música de escrita por Lauro Machado Coelho; passo fundamental na reorganiza- câmara durante todo o ano. Os em seguida, os quatro números da ção funcional e artística dessa casa Concertos Internacionais trouxeram edição brasileira da revista Diapason, de espetáculos. O Theatro Municipal, os Philadelphia Virtuosi, os Virtuosi um paraíso onde pude dedicar trinta nessa sua nova e profícua fase, se di Praga, o Gay Men’s Choir de Los páginas, em média, a dossiês sobre fortalece na competência e talento Angeles e o Ensemble Caméléon. O compositores, além de difundir autores de seus artistas e funcionários, ciclo “Brahms: integral da obra para importantes por aqui desconhecidos apoiados pela Prefeitura de São piano solo”, foi o grande aconteci- ou enfoques diferentes. Entre as Paulo por meio da Secretaria mento da temporada, com cinco gravações, Nelson Freire correu Municipal de Cultura. Nosso público, recitais realizados num fim-de- soberano com Brahms e Beethoven, que nesse ano chegou a 180 mil semana. A temporada 2007 está ao lado de Antonio Meneses, com pessoas, ultrapassando as 170 mil cheia de grandes atrações e novas um sensacional CD Schumann/ do ano passado, vem demonstrando diretrizes. A abertura será dia 3 de Schubert; na raia brasileira, seu interesse cada vez maior pela março, com um concerto da destaque para a música contempo- programação da casa. Que 2007 Orquestra Petrobras Sinfônica e rânea em mais de uma dezena de renove os encontros de todos nós em Egberto Gismonti. Até breve!” CDs, além do disco da Camerata torno da arte, essa forma sensível de Fukuda e do CD Santoro da Osesp.” comunicação entre as pessoas!” João Guilherme Ripper, diretor da Sala Cecília Meireles João Marcos Coelho, jornalista e Jamil Maluf, diretor artístico do crítico musical Theatro Municipal de São Paulo

46 CONCERTO

jan2.p65 46 21/12/2006, 18:14 “Como regente, o ano de 2006 foi “Vai-se 2006 que trouxe muitas “Este foi o 13º ano da série que muito bom para mim. Fiz muitas satisfações e entre elas o Prêmio começou como BankBoston e coisas, começando em fevereiro com Carlos Gomes que conquistamos terminou como Itaú Personnalité. um concerto em Moscou, em que com o Festival de Ópera do Theatro É uma série absolutamente vitoriosa. regi a Tchaikovsky Symphony da Paz. Mas não basta isto, uma vez Em 2006, a maior novidade foi a Orchestra, num programa com obras que sendo a ópera meu foco inclusão de uma nova cidade na de Villa-Lobos, Mário Ficarelli e principal, fico profundamente programação, Curitiba. Na série Ernani Aguiar. Fui convidado a preocupada quando vejo que internacional, acho que não é retornar para me apresentar com tivemos algo em torno de apenas possível destacar um evento em essa orquestra em 2008, o que é um 30 títulos apresentados no Brasil. especial, foram oito atrações bom sinal. Também fiz muitos Pensando em termos nacionais, extraordinárias, começando pelo concertos no Rio de Janeiro e pelo esquecendo as produções do Festival tenor inglês Daniel Taylor, passando Brasil, incluindo uma primeira de Ópera do Theatro da Paz e da pelo excepcional trio de instrumentis- audição contemporânea da ópera Casa da Ópera, do Theatro Muni- tas alemãs e terminando com uma Iara, de Gama Malcher, no Festival cipal de São Paulo e do Theatro São apresentação de Ilya Gringolts de Ópera do Theatro da Paz, em Pedro, sobra muito pouco. Mesmo tocando Bach magistralmente. Já a Belém do Pará. Foi uma experiência achando pouco, é maior a intensida- série semanal na Pinacoteca é muito interessante também sob o de do que há 10 anos, quando sempre um sucesso de público, com ponto de vista musicológico, já que finalizávamos, em dezembro, a senhas esgotadas, e teve grandes realizei um trabalho de revisão de edição do vídeo Il Guarany, atrações como Quarteto de Cremona toda a ópera, e a minha empresa, a produzido solitariamente na fria com Giuseppe Russo Rossi, Dimos Duarte Produções, editou a partitura. Sófia, na Bulgária. Este projeto acon- Goudaroulis e Nicolau de Figueiredo, Meus planos para o futuro são teceu porque o Banco Sudameris, a apresentação do Quarteto para o muitos: no ano que vem, são 120 sem incentivo fiscal, acreditou na final dos tempos, de Messiaen e Yuri anos de nascimento de Villa-Lobos, e idéia e viu ali o início de uma Pingo com Michel de Souza. Meu já tenho vários concertos agendados atividade importante. Pudemos gra- balanço sobre 2006 é extremamente em que faremos obras dele. Começo var três óperas de Gomes, levamos positivo, nossos concertos se firmam essas comemorações fora do Brasil recitais a várias cidades em todo o cada vez mais como espaço para a com dois concertos na Alemanha, no Brasil e já produzimos mais de 30 música de câmara de alto nível, início de fevereiro. Mas 2007 será títulos neste período e umas duas espero que possamos manter a não apenas o ano de homenagens a centenas de atividades relacionadas. programação e melhorá-la sempre. Villa-Lobos como também a Auxiliar iniciativas consistentes é o Um dado importante é que em Camargo Guarnieri, José Siqueira e verdadeiro sentido do mecenato setembro a série mudou de nome, Francisco Mignone. Sinto-me muito privado, fundamental para que passando a se chamar Concertos ligado a Mignone, pois fui seu aluno orquestras se estruturem, que sejam Itaú Personnalité, e ficamos muito e o único assistente que ele teve. recuperadas e editadas partituras, felizes com a recepção do novo Hoje posso dizer que se sou regente mantidos e ampliados os veículos patrocinador, que a assumiu com é graças a ele. A vida musical no especializados, comissionados seu próprio nome e deu continuida- Brasil, de modo geral, foi bastante compositores, criados programas de de ao projeto sem nenhuma boa, com apresentações de óperas, formação. É urgente que as empre- modificação, num respeito total ao concertos e conjuntos estrangeiros. sas patrocinem ópera com a consci- trabalho que vinha sendo feito, Acho que aos poucos vamos ência de que o gênero dá excelentes inclusive mantendo a política de melhorando e nos desenvolvendo, resultados. Nós, da Casa da Ópera, ingressos altamente acessíveis. apesar das dificuldades financeiras. obstinadamente, seguimos com Agradecemos muito ao nosso O trabalho da Revista CONCERTO, propostas, buscando caminhos e público e esperamos continuar com sem dúvida, também ajuda muito a parceiros movidos pelos mesmos estes concertos que já se tornaram todos nós.” princípios, esperando que em 2007, um marco, tanto em São Paulo tenhamos nesta edição de balanço quanto no Rio de Janeiro, Porto Roberto Duarte, maestro saltos em todas as direções.” Alegre, Curitiba e Brasília.” Rosana Caramaschi, diretora da Casa Sérgio Melardi, pianista e diretor da da Ópera Interarte

Janeiro / Fevereiro 2007 47

jan2.p65 47 21/12/2006, 18:14 “Neste ano de tantas conquistas – “O ano de 2006 foi o ano Olga. “O curso de música pela USP de Prêmio Carlos Gomes 2006 – a O Theatro Municipal de São Paulo Ribeirão Preto foi um bom exemplo Sinfônica da USP exerceu sua encenou a estréia da ópera que do processo de interiorização da “Mozart Terapia”, em cujo caminho concluí há dez anos. Essa minha música no Brasil. Em cinco anos de de exigência quanto à execução, antiga obra foi recebida pelo público atividades, já está se graduando a paralelo à beleza transcendental das como espetáculo atual, vanguardísti- segunda turma. Tendo como sede o obras, trouxe-nos um aperfeiçoa- co, mas bem acessível. Infelizmente, belíssimo Theatro Pedro II, destaca- mento sonoro fantástico. Tivemos a apenas dois críticos escreveram se a Temporada de Música de rara oportunidade de executarmos o sobre a estréia histórica. Como era Câmara (parceria USP, Theatro Réquiem de Mozart em cinco também de se esperar, elogiaram Pedro II e Pró-Música) e a II Bienal diferentes apresentações, além de minha música e falaram mal do de Música de Ribeirão Preto, uma seleção de aberturas, sinfonias libreto de Gerson Valle, não comemorando 80 anos de Olivier e outras obras. O ciclo das sinfonias entendendo nossa postura estética Toni e 150 anos de Ribeirão. Na de Schumann e grandes concertos essencialmente pós-moderna. II Bienal marcaram presença Osesp para piano apresentados na Sala Estudiosos brasileiros, colonizados, (John Neschling), Ocam (Gil Jardim) São Paulo foram o nosso presente cuja expertise salta do século XIX e OSRP (Günter Neuhold e Cláudio aos admiradores do Romantismo, para a invasão glassiano-minimalis- Cruz). Destacamos solistas como que também tiveram a oportunidade ta e a porra-louquice de shows Emma Schmidt, Fátima Corvisier, de ouvir de Beethoven a Nona, numa multimidiáticos não lineares, Yuka de Almeida Prado, Eliane parceria com a Tucca que teve acabam se vendo atônitos e Tokeshi, Antonio Meneses e Ivan recorde de público. Agradecemos a desconcertados com a consistência Vilela (e seu instigante repertório Sala São Paulo/Osesp e seu maestro do novo. A dupla Antunes-Valle sinfônico com viola caipira). Foram John Neschling, que nestes quase surpreendeu alguns, ao buscar e apresentadas ainda, na II Bienal, cinco anos tão frutíferos nos apoia e encontrar a brasilidade do século XXI novas composições de Gilberto reconhece; a profª Sara Higino e o após décadas de investigação e Mendes, Rodolfo Coelho de Souza, maestro Nicolau Martins (Volta experimentação estética. O público, Edson Zampronha (em estréia Redonda-RJ) que nos permitem sensível como sempre, se extasiou mundial), Mario Ficarelli e Olivier participar do mais importante com Olga na excelente montagem de Toni. Outros bons projetos do ano: o trabalho de formação do indivíduo William Pereira. Mas o ano que finda documentário A odisséia musical de através da música. Sob a direção de também me proporcionou outros Gilberto Mendes, de Carlos Mendes, Abel Rocha, o Collegium Musicum foi momentos importantes: composição e os CDs idealizados por Chico um grande parceiro e os teatros São de obra didática sob encomenda das Coelho (CCSP/Petrobras), dedicados Pedro, Auditório da Faculdade de Éditions Billaudot, composição da a compositores brasileiros, incluindo- Medicina, Ibirapuera e Cultura trilha sonora para novo filme de se a integral para canto e piano de Artística foram, sem dúvida, espaços Jorge de Oliveira, prêmio no Gilberto Mendes. Neste CD tive a de promissora parceria. Obrigado à concurso espanhol Convergências, honra de acompanhar, como USP, à reitora Suely Villela e ao pró- obras minhas em CDs lançados no pianista, os cantores Fernando reitor de Cultura e Extensão Sedi exterior e um concerto-homenagem Portari e Rosana Lamosa. E por falar Hirano, nossos maiores parceiros. em Paris. O mais importante em em ópera, gênero revigorado com Com um staff administrativo sob a 2006, entretanto, foi a organização Olga de Jorge Antunes, anunciamos direção de Celso Grisi certamente da classe musical brasileira. Fatos aqui em primeira mão a nova versão teremos um crescimento e estrutura- envolvendo a OMB, o governo e seu d’O Café, o libreto de Mário de ção de nossas atividades e metas. A MinC, motivaram o fortalecimento Andrade com música coral-sinfônica todos os artistas, solistas e maestros do Fórum Nacional de Música, a luta inédita composta neste ano de 2006 convidados em 2006 a nossa pela implantação do ensino da por Julião de Camargo – uma gratidão. Ao nosso público e amigos música nas escolas e a fundação da revelação! Será a montagem quero dizer que o Prêmio Carlos Associação de Músicos do Distrito autêntica d’O Café: no Theatro Pedro Gomes é nosso! Parabéns. Em 2007 Federal e Entorno.” II (o teatro do café) e na capital seja um assinante Osusp!” histórica do café (Ribeirão Preto).” Jorge Antunes, compositor e professor Carlos Moreno, maestro titular e titular da UnB Rubens Ricciardi, compositor e diretor artístico da Osusp professor titular da USP

48 CONCERTO

jan2.p65 48 21/12/2006, 18:14 “2006 foi o primeiro ano em que a Osesp atuou como fundação, e isso modificou para muito melhor nosso funcionamento burocrático e a possibilidade de planejar, trabalhar e cuidar da Sala São Paulo. Em termos artísticos, continuamos com nosso caminho normal, dando seguimento a nossa programação, que é multi-anual, fazendo obras novas, peças importantes, primeiras audições, comissionando obras a compositores. E acho que tivemos sucesso com isso, pois o número de assinaturas cresceu mais uma vez José Maria Florêncio, maestro brasileiro radicado na Polônia, assumiu este ano, ultrapassando as 11 mil. o cargo de regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal de SP Outra coisa muito importante é a Academia da Osesp, que começou a funcionar em agosto de 2006 com oito alunos e que segue a todo vapor. Os estudantes já fazem estágio na Osesp e tocam em pequenos concertos, o que nos dá muita alegria. Tivemos o Concurso Internacional de Piano Villa-Lobos, que, apesar de todos os ataques e invejas, foi um grande sucesso. Houve o Seminário de Orquestras O compositor Sinfônicas em dezembro, um Ronaldo Miranda primeiro encontro de orquestras estreou sua ópera profissionais em que discutimos A Tempestade no problemas inerentes à nossa Theatro São Pedro, categoria. E ainda tivemos a turnê com a Banda para os EUA, em novembro, que foi Sinfônica sob direção extremamente bem sucedida. de Abel Rocha Estamos agora ansiosos pela turnê à Europa, que será certamente a mais importante que a Osesp já fez até hoje, pois vamos tocar em cidades O pianista Nelson Freire brilhou em CD e concertos como Paris, Barcelona, Madri, Viena, Budapeste, Varsóvia, Colônia, Genebra e Zurique. Em 2007, nossos discos seguirão sendo gravados e lançados. Logo no início do ano daremos continuidade às sinfonias de Beethoven lançando a Pastoral; vamos lançar ainda o último volume das Bachianas e o primeiro volume das sinfonias de Tchaikovsky.” John Neschling, regente titular e diretor artístico da Osesp

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jan2.p65 49 21/12/2006, 18:14 “São Paulo uma vez mais brilhou “Em seu formato de instituição “Sinfonias de Mahler, Brahms, no cenário nacional com grandes pública – com tudo o que isso possa Schumann, Shostakovich. A sagração espetáculos instrumentais e óperas ter de bom e ruim – o Centro da primavera de Stravinsky. Obras de como nunca se havia visto antes, Cultural São Paulo pode acolher Mozart dos mais variados estilos – cerca de 20 produções . O principal e propostas que não se encaixariam sinfônicas, concertantes, camerísti- mais positivo ponto certamente vai em projetos que exigem um mínimo cas, vocais. A primeira audição em para a primeira temporada lírica de lucro financeiro como retorno. tempos modernos do poema oficial do Theatro São Pedro, Daí sua importância. Digo isso não sinfônico Comala de Alexandre Levy. coordenada pela Apaa – Associação por mim, mas pelo perigo que Peças de Radamés Gnattali, Paulista dos Amigos da Arte, tendo corremos de, abusando das Tchaikovsky, Ravel, Verdi, Wagner, como diretor geral e artístico Vicente estatísticas, vivermos uma pseudo- Prokofiev, Villa-Lobos... Estes foram Amato Filho. O teatro foi foco de democracia, surda e muda. Este ano alguns dos destaques da temporada atenções e de um público que até foi o dos 80 anos de Olivier Toni, 2006 da Orquestra Sinfônica de então desconhecia a existência desta maestro que passa ao largo do Santo André. Graças a saudáveis atual casa de ópera. A Osesp e a glamour e das produções milionári- parcerias com três prestigiosas Sociedade de Cultura Artística as, mas que – iniciado no charuto instituições culturais – a Aliança brilharam por conta própria e por Villa-Lobos – foi pedir ao prefeito Francesa, a centenária Sociedade ofereceram grandes atrações ao seu Faria Lima não um cargo pessoal Cultural Ítalo-Brasileira e o Instituto fiel público. O Theatro Municipal, sob mas a criação de uma escola. Toni Martius-Staden – nosso público teve a batuta do maestro Jamil Maluf, foi homenageado pelo CCSP, que o privilégio de ouvir consagrados decolou de uma vez por todas e trouxe vários de seus ex-alunos artistas estrangeiros apresentando- mostrou o que pode e deve fazer um regados a um brilhante recital de se ao lado da Sinfônica. Essas teatro com a sua história. A Cia. violoncelo solo por Ji Yom Shim. Foi iniciativas possibilitaram a vinda a Ópera São Paulo criou o Ciclo o ano também dos 10 anos do Coral Santo André do talentoso maestro Grandes Vozes no São Pedro, CCSP que trabalha com uma italiano Massimiliano Caldi, da mostrando a qualidade de artistas proposta popular, aceitando todo e Milano Classica; do jovem violinista como Evgeny Nesterenko, Niza de qualquer interessado para que se francês Julien Chauvin, da violista Castro Tank e Fiorenza Cossotto, e desenvolva musicalmente, sem a Lise Berthaud, também francesa, e encenando as óperas I Capuleti ed i necessidade de teste de qualquer do pianista alemão Andreas Henkel. Montecchi de Bellini, pela primeira natureza (o teste é a longo prazo e A eles somaram-se os talentos dos vez na cidade, e o L’elisir d’amore de inclui outras habilidades...). O brasileiros Adriana Clis, Gilberto Donizetti, com a direção cênica do “Centro” continua contando com os Tinetti, Clélia Iruzun, Fabio Zanon e grande baixo bufo italiano Enzo melhores músicos de São Paulo para Edna D’Oliveira, que formaram o Dara. Assistimos a criação da Algol a série Clássicos do Domingo que, respeitável time de solistas da Editora pelo empresário Heraldo também há 10 anos, oferece uma temporada. Na direção dos Marin, com lançamentos de livros e opção gratuita, antes ou depois da concertos, acompanharam-me discos voltados para a música missa. Os cem anos de Gnattali Massimiliano Caldi, Ligia Amadio, clássica, tendo como primeiro foram lembrados por Rosária Gatti, Claudia Feres, Luiz Malheiro e produto o livro Minhas pobres assim como os 250 de nascimento Marcos Arakaki, estes últimos canções de Antonio Carlos Gomes, de Mozart, pelo duo Bodillon-Freire substituindo-me de última hora em escrito pela soprano Niza de Castro e pelo Quarteto Britten. Em 2007 meu impedimento. Na esfera Tank, que acabou conquistando o tem mais.” pessoal, não posso deixar de troféu Guarany no 11º Prêmio Carlos mencionar o prazer que tive em Marcos Câmara, compositor, regente e Gomes de música erudita. A cidade dirigir a Orquestra Filarmônica programador de música erudita do de São Paulo merece tudo isso e CCSP Nacional da Macedônia, em Skopje, esperamos que 2007 venha com assim como a Nacional da Universi- muitas novidades mais.” dade Federal Fluminense e a Sinfônica de Campinas.” Paulo Abrão Esper, diretor artístico da Cia. Ópera São Paulo Flavio Florence, regente titular e diretor artístico da Orquestra Sinfônica de Santo André

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jan2.p65 50 21/12/2006, 18:14 “2006 foi muito especial para o Mozarteum Brasileiro, pois comemoramos 25 anos de atividades. Foram realizados 26 espetáculos, incluindo três concertos ao ar livre e oito em diferentes cidades de três Estados, além da cidade de São Paulo. Estimamos ter chegado a mais de 46 mil pessoas, ao vivo, além de milhares de ouvintes de 14 transmissões da Rádio Cultura FM, que gravou nossos espetáculos na íntegra. Mas um dos feitos que nos deu maior satisfação foi a evolução de nossos programas educativos. Nas master classes deste ano participaram 587 alunos, 154 dos quais como músicos ativos. O famoso Quarteto tocou em São Paulo em junho Foram 33 aulas especiais, com alguns dos maiores instrumentistas da contemporaneidade. Além disso, propiciamos que uma comitiva de 15 músicos venezuelanos, do Conserva- tório Andino Itinerante, convivesse intensamente durante nove dias com alunos e professores do Instituto Baccarelli, passando a metodologia do Sistema Nacional de Orquestras Infanto-Juvenis, projeto inovador e de muito sucesso na Venezuela. As perspectivas para 2007 são animadoras e nossa temporada internacional apresentará o que há de melhor na música orquestral e de câmara, dessa vez com nove atrações, uma a mais do que nos últimos anos: quatro grandes orquestras vindas da Alemanha, Espanha e Itália, com maestros de renome como Christoph Eschenbach e Lorin Maazel, os recitais de Shlomo Mintz e Robert Holl, concertos do Trio Bamberg e do Quarteto de Cordas de Tóquio, e até os clássicos do jazz e bossa nova com a NDR Bigband.” Sabine Lovatelli, presidente do Mozarteum Brasileiro

O jovem Quarteto Fauré: CD e apresentações no Teatro São Bento

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jan2.p65 51 21/12/2006, 18:15 “Como esperado, a música de “Grandes realizações destacaram “Ontem, após meu regresso da Mozart dominou as programações Belo Horizonte no cenário brasileiro Europa, pude finalmente assistir à das salas de concerto em 2006. em 2006. A Fundação Clóvis ópera O Cientista, de meu amigo Algumas delas até bastantes Salgado, com excelente programa- Silvio Barbato, no Theatro Municipal criativas, como a do Municipal de ção, teve um dos pontos altos ao do Rio de Janeiro. Ao contemplar o São Paulo que, além de uma bela ousar a segunda encenação brasi- belo espetáculo, foi inevitável uma Flauta Mágica, apresentou um leira da ópera O castelo do Barba evocação saudosista – ali, anos atrás, original e regionalizado Bastião e Azul, de Bartók. Também especiais estava uma orquestra constituida por Bastiana e uma criativa série de foram os três concertos de Schu- músicos que foram o esteio da vida performances com o Balé da Cidade. mann, sob regência de Roberto musical carioca. Alguns deles foram Outro momento marcante foi a Duarte, sendo solistas Antonio formados aqui mesmo, por bravos leitura fluida e vibrante que a Osusp Meneses, Aureli Blaszczok e Evgeny professores locais – outros, estrangei- apresentou do Réquiem. O Rio de Rivkin, e a integral dos concertos ros fugidos da Segunda Guerra, Janeiro também marcou presença para piano de Beethoven por aportaram na cidade escapando à nessas comemorações, apresentan- Arnaldo Cohen e Roberto Tibiriçá. barbárie nazista. Aqueles homens e do um rico Idomeneo, porém, a meu Em promoção da Fundação de mulheres tornaram-se brasileiros e ver, o maior feito carioca da estação Educação Artística, ressalto o ciclo deixaram raízes profundas. foi a Sinfonia dos mil, de Mahler, “A Música do Século XX”. Notável o Consolidaram uma escola, moldaram pela Petrobras Sinfônica. De minha I Concurso Nacional de Piano talentos e viram frutificar toda uma parte, a homenagem ficou por conta “Cidade de Belo Horizonte”, geração de jovens músicos. Este é, da Sinfonia concertante, que regi promovido pela Prefeitura de BH e inevitavelmente, o processo dialético tendo como solistas os excelentes coordenado pela profª. Sandra Reis. que estrutura a existência das irmãos De Leon (Pablo e Alexandre). Dentro das séries por mim dirigidas orquestras como as Filarmônicas de É certo que sentimos falta da simpá- no Conservatório UFMG e patrocina- Berlim e Viena. A diferença é que em tica série que a Promon realizava e das pela Fundep, totalizamos 27 Viena, onde fui diretor artístico da ficamos sem a excelente Orquestra concertos, programando artistas orquestra Tonkunstler por oito anos, Unisinos. Porém, vimos o ano como José Feghali e Irmãos Assad. existe um perfil baseado na tradição, começar com uma ótima série de No âmbito pessoal, 2006 foi muito aquela que cristaliza um tipo de concertos patrocinada pelo gratificante. Voltei em turnê ao sonoridade que é absolutamente BankBoston e terminar assinada Japão, fui jurada do IV Concurso inconfundível. Este é para mim o ideal pelo Itaú Personnalité. Foram, entre- Internacional de Duos da Suécia, que deveria ser perseguido por todos, tanto, poucas as iniciativas que se professora do 37º Festival de mesmo no Brasil, onde a existência ocuparam da difusão e fomento da Campos do Jordão, além de realizar dos organismos sinfônicos é ligada ao música do nosso tempo. Notável quatro concertos ao lado de Antonio arco político. As dificuldades, num exceção foi o Espaço Cultural CPFL Meneses, com quem tenho outros país emergente, são no mínimo em Campinas que, desde 2003, compromissos agendados na prosaicas. Como fazer uma orquestra? apresenta concertos de música Alemanha e Brasil. O duo com o Eu diria: com remuneração digna, contemporânea, prestigiando pianista Miguel Rosselini manteve uma sala, uma programação de nível compositores brasileiros e trazendo intensa atividade e nosso último e uma política voltada à comunidade, os principais intérpretes da CD continua citado nas principais para educar e formar seu público. atualidade. Neste ano, o público publicações especializadas. Em 2007 Árdua tarefa, que depende de muitos pôde acompanhar programas manteremos a profícua parceria recursos e, para não perder o hábito, coordenados por João Marcos entre Fundep e as mencionadas de motivação política. Aqui, com a Coelho e Regina Porto e contar com fundações, com grande expectativa Orquestra Petrobras Sinfônica, temos a presença de Euterpe, musa da para o ano que homenageia Villa- um caso único de como uma grande música, que, por sinal, manda um Lobos, Guarnieri, Siqueira, Fernan- estatal pode impelir e construir uma recado: os amantes da música de dez e Mignone.” nova realidade.” hoje terão sim mais motivos para Celina Szrvinsk, pianista, professora de Isaac Karabtchevsky, diretor artístico e otimismo em 2007.” piano e música de câmara da UFMG, regente titular da Petrobras Sinfônica, Henrique Lian, maestro, coordenador diretora artística das séries Concerto às da Ospa e da Orquestra Nacional do do Espaço Cultural CPFL em Campinas 19h15 e Concertos Didáticos UFMG Vale do Loire (França)

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jan2.p65 52 21/12/2006, 18:15 “A Associação Paulista dos Amigos “Concertos, óperas, discos, vídeos, “O ano de 2007 foi emocionante e da Arte (Apaa) conduziu ao longo de livros e revistas. Em 2006, muito se repleto de atividades. Entre os 2006 uma intensa política de gestão falou destas coisas no mundo pontos altos, gravei um CD com cultural que se espraia nos vários clássico brasileiro. Que ótimo! transcrições para piano de minha segmentos de programação dos Tamanha efervescência é, de certa autoria, que foi lançado internacio- teatros administrados pelo Governo forma, um reflexo das mudanças nalmente pelo selo espanhol Lindoro do Estado de São Paulo. Nesse ano, que o universo musical brasuca tem e aqui pelo Brasil Meta Cultural. O com o endosso e o apoio essencial passado nos últimos anos, e não é retorno tem sido muito positivo, e do Secretário de Estado da Cultura difícil concluir que muitas dessas gravo um segundo em 2007, João Batista Andrade, consolidamos mudanças foram para melhor. também com minhas transcrições. a vocação do Theatro São Pedro Porém, colocando à parte os festejos, Os concertos que regi com a Osesp, como palco de óperas de pequeno é o momento de refletirmos sobre com obras de Wolf e Wagner, foram e médio porte. Em algumas algumas coisas que não estão nada dos mais gratificantes, em termos produções, pudemos efetivar um bem, com as quais o futuro da artísticos, que já fiz. Regi uma nova pro-grama de parcerias com música brasileira está ligado: nossa produção de Porgy and Bess de empresas e instituições de cultura educação e a fragilidade, ou mesmo Gershwin em setembro, no Cape nacionais e internacionais, como o ausência, das instituições. Por Town Opera, na África do Sul. Istituto Italiano di Cultura. O São educação entende-se não apenas Depois regi esta mesma produção e Pedro também abriu suas portas formação de platéias, mas também elenco em sua estréia na Escandiná- para montagens dos núcleos de a de músicos profissionais: nossas via com a Norlands Opera da Suécia ópera das universidades e entidades melhores escolas brigam por verbas e sua maravilhosa orquestra, numa congêneres. Apresentamos pífias e ainda têm que justificar sua turnê naquele país, em outubro. Fui espetáculos criados pelos Corpos existência diante de burocratas não convidado para voltar à Suécia em Estáveis do Estado, como a Banda raro ébrios de má fé. De certa forma, 2007/08 para reger e gravar dois Sinfônica e a Orquestra Sinfônica isto é um reflexo da fragilidade de CDs com obras sinfônicas. Mais Jovem. E, por fim, incentivamos e co- nossas instituições. Tudo é ainda importante, fui nomeado pelo produzimos óperas com companhias muito instável, apoiado no solo governador do Distrito Federal, José e produtoras independentes através movediço das políticas culturais. Isso Roberto Arruda, maestro titular e de edital público para seleção de para não falar das ausências! Temos diretor artístico da Orquestra projetos. Exatamente pela compreen- orquestras e alguns coros, mas e os Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio são dessa urgência de programação, grupos de música antiga, contempo- Santoro, a partir de janeiro de 2007. São Pedro e Apaa receberam o rânea e de câmara, que sobrevivem Esta é uma grande honra e Prêmio Carlos Gomes 2006. Não é à mercê do humor de desinformados responsabilidade, e sei que estou de menor importância destacar que programadores culturais? Não é pronto para o desafio. O governador nós da Apaa seguimos adiante com irônico o fato de nossa instituição acredita que Brasília deve ter um o processo de revitalização de musical mais estável ser justamente cenário cultural à altura da capital programação do Teatro Estadual de aquela consolidada nos horrores da de um grande país, e tem grandes Araras, do Auditório Cláudio Santoro ditadura militar? Em 2006, muita ambições para a orquestra e teatro. – em Campos do Jordão –, do Teatro coisa bonita aconteceu em nossos A orquestra terá uma séria e bem Sérgio Cardoso e do Centro Cultural palcos, mas está na hora de público planejada temporada com um vasto de Ensino Aúthos Pagano. Sentimo- e músicos tomarem uma atitude repertório nacional e internacional, nos profundamente gratos a todos menos passiva na defesa de nossa novo e velho, incluindo algumas os que colaboraram com nosso música. No contrário, quem primeiras performances nacionais. trabalho diário de criar e gerir arte garantirá que momentos tão Já estamos contatando algumas das em nossos palcos. Que o ano de maravilhosos fiquem, muito em maiores companhias de ópera para 2007 aprofunde nossas conquistas breve, restritos à memória daqueles co-produções, começando em 2008. com o cimento do aplauso e carinho que nada fizeram enquanto ainda Muito trabalho e dedicação são do público.” era tempo?” esperados de todos os envolvidos.” Vicente Amato Filho, diretor geral Leonardo Martinelli, compositor, Ira Levin, maestro titular e diretor da Associação Paulista dos Amigos professor universitário e crítico musical artístico da Orquestra Sinfônica do da Arte – Apaa Teatro Nacional Cláudio Santoro

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jan2.p65 53 21/12/2006, 18:15 “Divulgar e democratizar o acesso à música erudita é o maior desafio da Casa de Música de Ouro Branco, em Minas Gerais, e em 2006 conseguimos dar grandes passos nesse rumo. Com a 3ª Semana da Música, reunimos 39 músicos de renome nacional e internacional e mais de 400 jovens estudantes de nove estados brasileiros. Foram dez dias de intensa atividade cultural! Outro destaque foi o segundo ano da temporada “Concertos para Ouro Branco”, com 16 apresentações abertas ao público. Tivemos, ainda, os concertos da Orquestra de O Festival Amazonas de Ópera comemorou 10 anos e apresentou, Câmara de Ouro Branco nas cidades entre outros títulos, o Otello de Rossini da Estrada Real e a estréia de obras comissionadas escritas por compositores brasileiros especial- mente à orquestra jovem. Buscando criar novas alternativas de inserção sócio-cultural, colocamos em prática o projeto “Dando Cordas”, que hoje atende 40 crianças e adolescentes Foto: Divulgação / Casa da Foto Guto Muniz com menor poder aquisitivo. Eles têm acesso gratuito às aulas, instrumentos, material didático e vale-transporte. Em 2007, ampliare- mos o projeto “Dando Cordas”, através da aquisição de outros 45 instrumentos, doados pelo Fundo Stephen Bronk e Céline Imbert no ótimo O castelo Estadual de Cultura. As expectativas de Barba Azul, de Bartók, produção do Palácio das também são muitas em relação à Artes de Belo Horizonte 4ª Semana da Música, à programa- ção de “Concertos para Ouro Branco” e em relação aos concertos Iara, de Gama Malcher, um dos destaques do Festival de Ópera da Orquestra. Esperamos, a cada do Theatro da Paz, em Belém do Pará ano, contribuir cada vez mais para a ampliação do acesso à música em Minas Gerais e conscientizar a sociedade da importância da música não só como forma de entretenimento, mas como ferramenta de geração de renda, serviços e de bem estar social.”

Kênia Libanio, presidente da Casa de Foto: Divulgação / Elza Lima Música de Ouro Branco, MG

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jan2.p65 54 21/12/2006, 18:15 “Estou no Theatro Municipal do Rio “Mais um ano agitado no Centro “Em 2006, a Sinfônica Nacional de Janeiro há dois anos e meio, e Tom Jobim! Confesso que os nossos lançou os primeiros CDs e DVDs da desde que entrei optei por uma números são meio superlativos: mais Série Música Brasileira no Tempo: o política de obras que tivessem um de 3 mil alunos estudando gratuita- Aurora luminosa e o Alma brasileira, certo ineditismo ou que não fossem mente na ULM com 170 professores, que abordam a história da música montadas há muito tempo. Isso mais de 20 grupos pedagógicos, 180 no Brasil em fins do século XIX e começou com Macbeth e A espera músicos em 2 orquestras profissio- início do XX. A coleção é realizada (Erwartung) de Schönberg, uma nais, 250 bolsistas em 4 grupos pela OSN em parceria com o importante obra do princípio do jovens, quase 250 concertos – Ministério da Educação com a século XX, que nunca tinha sido gratuitos em sua maioria – na finalidade de levar a história da montada no Brasil. Em 2006 abrimos capital e no interior. Quando vejo música no Brasil a todas as institui- a temporada com Idomeneo de mais de 180 mil pessoas em nossas ções de ensino da rede pública. Este Mozart, também inédita por aqui, programações, percebo que tudo projeto só pôde ser realizado graças e que teve cenários de Adriana tem sentido e que essa agitação vale à visão e ao entusiasmo do ministro Varejão, grande artista plástica a pena. Este foi o primeiro ano da Fernando Haddad. Em Alma brasileira. Depois fizemos I Capuleti nossa Organização Social. Sabíamos brasileira gravamos e recuperamos ed i Montecchi, que havia sido que seria um início de muitas obras que estavam relegadas ao montada no Rio pela última vez no expectativas e queríamos mostrar esquecimento, incluindo o Tango- final do século XIX. Esta iniciativa ainda mais as nossas realizações. Batuque de Luciano Gallet, peça funcionou e gerou um aumento de Com o apoio da Secretaria da editada pela Osesp e excepcional- público: passamos de 270 mil Cultura, de professores, músicos, mente cedida por John Neschling espectadores em 2004 para 340 mil pessoal administrativo e, principal- para ser gravada pela OSN, antes em 2006. Outra iniciativa importante mente, de um conselho de adminis- mesmo do material ser estreado em foi a política de domingo a R$1 no tração sempre presente e responsá- São Paulo. Seguimos na luta para Municipal, apresentando os mesmos vel, acredito que chegamos ao fim obter os meios e a infra-estrutura espetáculos da temporada normal. deste ano podendo dizer com necessários para dar vida a outros Com isso atraímos e nos aproxima- orgulho: “missão cumprida”. Dentre projetos, e esperamos que 2007 mos de uma população mais carente os destaques, a temporada da Jazz represente um marco para a OSN de meios. Com a orquestra fizemos Sinfônica foi um show, lotando as nesse sentido. Não poderia deixar onze concertos sinfônicos, patrocina- duas platéias do Memorial. A Banda de citar o Encontro Internacional de dos pelo HSBC, com repertório Sinfônica mostrou, com a montagem Percussão, que vai para a sua sofisticado e que tiveram uma de A tempestade, que é um dos terceira edição com enorme sucesso. impressionante resposta do público. grupos mais ousados do Brasil ao Pessoalmente tive um ano enriquece- Encerramos 2006 com a ópera O encomendar a Ronaldo Miranda dor no contato com novas e cientista, de Silvio Barbato, com uma ópera completa. Os jovens do surpreendentes orquestras: no Brasil roteiro, concepção cênica e direção nosso Ópera Estúdio apresentaram as de Santo André e Minas Gerais, minhas. Foi uma estréia mundial que uma deliciosa primeira montagem que além do excelente nível artístico gerou enorme repercussão, pois há brasileira de Albert Herring, comédia me brindaram com carinho e mais ou menos 40 anos o TMRJ não de Britten. O Festival de Campos do entusiasmo extraordinários. No produzia uma ópera nova, em Jordão continua arrebatando todos exterior, realizei trabalhos na Islândia português e feita para o teatro. os prêmios, desta vez o Prêmio TIM e nos EUA, que prosseguirão em Esta foi a política deste ano, que com o melhor CD do ano. Por fim, 2007. Passarei o Carnaval regendo na continuará em 2007, quando gostaria de destacar o apoio da Sérvia, e depois de abrir a temporada faremos também obras inéditas e Rádio e TV Cultura que transmite da OSN, dedico-me à América do Sul, pouco apresentadas por aqui. Na muitos dos nossos concertos ao vivo, regendo as Orquestras Sinfônicas verdade, apostei na inteligência do prestando um serviço inestimável à Nacionais da Colômbia, Peru e público e acho que fiz uma aposta população e contribuindo para a Bolívia, estreitando vínculos latino- acertada.” difusão da boa música. Boas Festas americanos e levando a música e um ótimo 2007!” brasileira a esses países irmãos.” Eduardo Álvares, diretor artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro Clodoaldo Medina, diretor do Centro Ligia Amadio, regente titular da Tom Jobim Orquestra Sinfônica Nacional – UFF

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jan2.p65 55 21/12/2006, 18:15 “São Paulo é hoje, provavelmente, “VivaMúsica! existe desde 1994: “Esse 2006 foi um ano extrema- a capital da música erudita da doze anos ricos em atividades para mente significativo para o reconheci- América do Sul. Não é para menos, difusão da música clássica brasileira. mento sobre parte do que realizei pois na última década houve na Mas 2006 terminou com gostinho em 2005. O CD Villa-Lobos em Paris cidade uma verdadeira revolução especial. Três fatos importantes se foi agraciado com o Diapason D’Or com nossas orquestras (Osesp, destacaram na rotina de nosso dia- e com o Prêmio Prime de Cultura da Osusp, OER, OSM, Bachiana a-dia, rotina esta dividida entre a Revista Bravo!. Também lancei O Filarmônica etc.) e nossas magníficas edição de uma revista mensal de estilo antropofágico de Heitor Villa- novas salas de concerto, como a programação, um guia de negócios Lobos, fruto de minha Livre Docên- Sala São Paulo e o Auditório e um website com roteiro de cia. Como chefe do Depto. de Música Ibirapuera, do qual sou um dos concertos nas capitais. Primeiro, a da USP desde dezembro de 2005, de curadores. Neste primeiro ano de iniciativa de implementar um Dia da maneira inexorável, tive determina- Auditório Ibirapuera, foi apresentada Música Clássica no país. Organiza- da a reorganização temporária de uma nova concepção de programa- mos uma consulta nacional que minhas atividades de performance, ção de música erudita, trazendo à apontou o nascimento de Villa-Lobos que se voltaram à implementação cena um diálogo conceitual entre o como o dia mais apropriado para a de ações estruturais, pedagógicas e erudito e o popular, quebrando as comemoração. A Prefeitura do Rio se científicas, em busca do caráter barreiras entre estes dois mundos, antecipou a outras instâncias catalisador e do padrão de exce- que no fundo são complementares. governamentais e oficializou a data. lência singular que deve ter essa Tivemos dentro dessa programação Vimos o 5 de março de 2006 casa. No próximo ano a sigla CMU as melhores orquestras da Alema- espalhar música clássica pela cidade, se tornará mais pública, com uma nha, que foram trazidas pelo gerando notícia, despertando atuação relevante para a comunida- Mozarteum, para os concertos interesse de novas platéias e de musical e universitária brasileiras. abertos ao Parque, e ao mesmo possibilitando frentes de trabalho a Para colhermos resultados finais tempo as grandes orquestras do dezenas de músicos em época do contundentes devemos considerar Brasil, como a OSB, a Osusp, a ano que as temporadas não haviam todo o sistema infra-estrutural do Sinfônica Municipal e a Bachiana iniciado. O segundo fato gerado por universo musical, dando suporte e Filarmônica. Yamandu Costa se VivaMúsica! que significou abertura padrão para os organismos já apresentou ao lado de Fabio Zanon de novas portas foram os boletins existentes. Para tanto, foi necessário e Duo Assad, o grande jazzista semanais na rádio CBN. Uma um mergulho dentro das políticas de britânico Julian Joseph tocou com conquista importante para ampliar Estado, realizando o 2º Encontro a Osusp ao lado do jovem pianista a visibilidade da música de concerto Nacional por uma Política Cultural Pablo Rossi e de Pablo Ziegler e na mídia. As 24 emissoras da rede para a Música de Concerto Nelson Freire realizou um inesquecí- CBN transmitem, desde fevereiro, (dezembro de 2006), produzindo vel recital com programa surpresa, toda terça e quinta, às 16h10, meus diretrizes que orientem as discussões o que sempre havia sido a sua comentários sobre o meio musical. para o desenvolvimento do setor. Ao vontade. A cantora pop Sandy e eu Por último, um fato que, talvez, mais adotarmos a Educação como ferra- interpretamos os clássicos da música coubesse a retrospecto de revista de menta de construção da cidadania brasileira e do jazz e outros televisão: a novela “Páginas da teremos perspectivas de solução inúmeros concertos aos poucos vão Vida”, da TV Globo, apresentou para boa parte dos problemas marcando a história desta nova sala nossa revista “Agenda VivaMúsica!” nacionais. A vitória villalobiana dos de concertos. 2007 será um ano a seus espectadores. Além deste anos trinta inserindo a música no cheio de surpresas em nossa balanço referente a VivaMúsica!, curriculum do ensino fundamental programação, continuaremos a importante mencionar que o circuito volta à pauta, e nenhum concerto surpreender o público com parcerias clássico carioca ultrapassou 1.500 comemorativo celebrará melhor os inusitadas, que tornam a música eventos em 170 espaços. O principal 120 anos de nascimento de Villa- erudita e popular acessível a destaque na temporada do Rio foi Lobos, em 2007, do que a re- ambos os públicos, formando a gestão Roberto Minczuk na implantação dessa prática.” assim novas platéias.” Orquestra Sinfônica Brasileira.” Gil Jardim, chefe do Departamento de Marcelo Bratke, pianista e curador do Heloisa Fischer, jornalista e editora da Música da ECA-USP e diretor artístico Auditório Ibirapuera VivaMúsica! da Ocam

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jan2.p65 56 21/12/2006, 18:15 “O ano de 2006 foi marcado, aqui em Santos, pela inauguração do Teatro Coliseu que, depois de vários anos de restauração, foi entregue ao público no dia 26 de janeiro, aniver- sário da cidade. A Sinfônica de Santos executou a Nona de Beetho- ven com Rosana Lamosa, Ednéia de Oliveira, Fernando Portari e José Gallisa, com a participação do Collegium Musicum de Abel Rocha. Foi uma noite inesquecível para a cidade, que resgatou uma de suas I Virtuosi di Praga tocaram no Teatro São Bento casas mais importantes, que será seguramente o pólo principal de manifestações culturais da Baixada Santista. Durante o ano trouxemos para a cidade solistas variados e realizamos o tradicional Festival Música Nova (em parceria com o Centro Maria Antônia). Lançaremos a Orquestra Estágio 2007, com a criação de vagas para estudantes participarem de uma programação junto à Sinfônica de Santos, visando prepará-los para um futuro aproveitamento como profissionais. O espetacular barítono Sergei Em 2007, o Instituto Aplauso será Leiferkus fez as Sinfonias nºs 13 e transformado em uma OS que 14 de Shostakovich com a Osesp, passará a gerir a orquestra, um dos pontos altos da temporada podendo investir melhor na captação de recursos para implanta- ção de uma programação de alto nível, bem como promover ações para formação de músicos e platéia. Enquanto isso preparamos uma temporada com muitas atrações para 2007. Para o Festival Música Nova deveremos homenagear Nino Rota e alguns outros compositores contemporâneos que escreveram para o cinema, e para o final do ano faremos uma montagem de Il Rigoletto em parceria com a Apaa, com apresentações em São Paulo e em Santos. No mais, desejo a todos O pianista Jean-Yves um ano musical com muitas Thibaudet realizou realizações. Feliz 2007!” belo recital na Sala São Paulo, em Luís Gustavo Petri, regente titular da promoção da Tucca Orquestra Sinfônica de Santos

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jan2.p65 57 21/12/2006, 18:15 “Mantendo a média dos últimos anos, foram cerca de 40 obras diferentes apresentadas nesta temporada do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo! Um ano com estréia mundial, o especialíssi- mo Réquiem de Almeida Prado, música popular com o excelente Moderna Tradição e até ópera de Mozart! Também a exemplo de outros anos, compromissos Foto: Divulgação / Luludi internacionais nos levaram ao renovado Teatro Solis de Montevi- déu, e aos Estados Unidos, país grande e público grande: foram 5 mil pessoas que nos aplaudiram Maestro Jamil Maluf regeu concertos e óperas no Theatro Municipal entusiasticamente em Pensacola. Aproveitamos as efemérides do ano para apresentar os pouco tocados quartetos de Schumann, Gnattali e os “pequenos” de Mozart, bem como continuamos com o ciclo dos de Shostakovich, já nosso amigo de anos. Para nós quatro, o grande desafio foi apresentar a Suíte lírica, de Alban Berg, que segundo os

membros do Quarteto Alban Berg é Foto: Divulgação / Rubens Chiri a obra mais exigente do repertório para quarteto de cordas, e que foi recebida de pé pelo público do Theatro Municipal. Para o ano que vem, manter as médias, já que Maestro Carlos Moreno (Osusp), Niza de Castro Tank e maestro Abel Ronaldo Miranda nos entregará seu Rocha (Banda Sinfônica), na cerimônia do Prêmio Carlos Gomes novíssimo Quarteto para estréia, as obras do século XX continuarão no cardápio, aniversário de Camargo Guarnieri (três quartetos) e os convites para viagens já chegaram. Nossa expectativa é com gravações, nosso foco principal para o ano. Esperamos com isso poder estar perto do público, sempre tão receptivo e carinhoso, também em suas casas...” Marcelo Jaffé, violista do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo

A atriz Andréa Bassit e o maestro João Maurício Galindo, protagonistas da festejada série “O Aprendiz de Maestro”

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jan2.p65 58 21/12/2006, 18:15 “2006 foi muito importante para o “Tanto a Rádio Cultura como a “2006 foi um grande ano para a Instituto Baccarelli, do qual sou TV Cultura tiveram um ano musical música lírica e de concerto em São diretor artístico. Conseguimos muito fértil. Na TV aconteceram pelo Paulo. E desta vez, excepcionalmen- embarcar para Israel nosso menos dois programas semanais de te, não em razão de grandes contrabaixista Adriano Chaves, para música erudita e temos agora uma atrações internacionais. O ano se ingressar na Academia da Filarmôni- produção estável. Tudo o que de destacou pelas pratas da casa. ca de Israel e tivemos um sucesso mais importante a Osesp fez durante A Osesp, em meio a seu habitual estrondoso com a peça Acorda Brasil, o ano de 2006 transmitimos na TV, padrão, nos deu dois espetáculos sobre a trajetória dos projetos do com bons resultados de audiência. líricos antológicos em versão de Instituto. Comemorando 10 anos, o Hoje em dia temos, entre TV e rádio, concerto: A Valquíria, de Wagner, Baccarelli atende hoje cerca de 500 algo como 250 mil ouvintes/ e Il Tabarro e Gianni Schicchi, de jovens, entre eles os 65 componentes espectadores acompanhando os Puccini. Este foi um grande da Sinfônica Heliópolis, que encerrou concertos da Osesp, um número momento de John Neschling como o ano de forma grandiosa realizando bastante significativo. Também regente. Tivemos igualmente uma dois concertos com o pianista Arnaldo registramos óperas que foram boa temporada no Theatro Cohen e sob minha regência. Já a montadas na cidade, como A Municipal, com sete produções Filarmônica de São Bernardo está em tempestade, de Ronaldo Miranda (destaque para La Gioconda, de fase de reestruturação. Juntamente (Theatro São Pedro) e A flauta Ponchielli). E, sobretudo, o fato de com o Depto. de Cultura, a Secretaria mágica do Theatro Municipal. Na óperas terem sido abrigadas como de Educação e a Prefeitura de SBC, rádio, temos um expressivo número programação quase exclusiva do estamos trabalhando para incluir a de relevantes colaboradores. Theatro São Pedro, com espetáculos orquestra no circuito cultural do Estreamos um programa sobre sofisticadíssimos – A Tempestade, Estado. Além dos concertos oficiais, a violão com Fabio Zanon, um sobre de Ronaldo Miranda, O Caixeiro da OFSBC trabalha para a formação de Villa-Lobos com Turíbio Santos e Taverna, de Guilherme Bernstein, novas platéias com concertos ainda outro com a maestrina Naomi I Capuleti ed I Montecchi, de Bellini. didáticos e populares. Estamos Munakata apresentando repertório A existência de dois espaços firmando parcerias com empresas coral, todos com excelente repercus- reservados à produção lírica reforça privadas para novos patrocínios. são. Também estreamos dois o processo de formação de público Com a Sinfônica Municipal de programas de mulheres: um com a e de oportunidades para os artistas. Campinas estamos priorizando o cantora Fortuna sobre a música no Creio também que nunca havíamos artista e o compositor nacional. mundo e outro com a violonista Badi tido a oportunidade de assistir Nossa programação de 2007 conta Assad com músicas de mulheres. Na tantas óperas brasileiras. Além de com mais de 60 solistas, regentes e TV, encerramos o ano com mais Miranda e Bernstein, a Olga, de compositores brasileiros. Vamos uma final do Prelúdio, um programa Jorge Antunes, O Garatuja, de Ernst apresentar, em co-produção com o bem sucedido que apresentou um Mahle. Tivemos um grande Festival Teatro Amazonas, a ópera Condor, número surpreendente de candida- de Campos do Jordão, dedicado à de Carlos Gomes, em primeira tos de ótimo nível. A audiência deste música russa. Por fim, um grande audição em Campinas. Estamos programa é jovem, e isto é muito ano para a música de câmara. instituindo o Grande Concurso importante. Finalizando o ano em Dois quartetos se consolidaram Carlos Gomes, dedicado ao grande forma, a rádio ganhou dois junto ao público, o Camargo compositor. Sinto que há um prêmios APCA. Este espaço para a Guarnieri e o Portinari. O Quarteto movimento cultural no país para a música erudita, que em 2006 da Cidade continua a ser uma revitalização de orquestras e grupos aumentou bastante, continuará. referência camerística. A série de instrumentais. Isto nos dá esperan- Para 2007 temos grandes planos, em câmara da Osesp se solidificou. ças para continuar a lutar pela que se incluem cobrir a temporada A programação do BankBoston dignidade de nossas escolas e do Mozarteum Brasileiro e cobrir a prossegue com nova razão social e instituições musicais!” turnê da Osesp na Europa, tanto belos espetáculos. E a Fundação pela rádio como pela TV.” Maria Luisa e Oscar Americano Roberto Tibiriçá, maestro, diretor da trouxe belos conjuntos e solistas.” Sinfônica Heliópolis, da Filarmônica de José Roberto Walker, diretor da Rádio São Bernardo do Campo e da Sinfônica Cultura e do núcleo de música erudita João Batista Natali, repórter da Folha de Campinas da TV Cultura de S. Paulo

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jan2.p65 59 21/12/2006, 18:15 “Em 2006, a Academia Brasileira de Música ampliou sua política de preservação da memória musical, de incentivo à produção cultural e artística e apoio à pesquisa musicológica. A série Brasiliana programou vários solistas ou conjuntos de câmara, com repertório exclusivamente brasileiro. A revista Brasiliana apresenta trabalhos de

pesquisa, reportagens, notícias e Foto: Divulgação / J. Henry Fair resenhas de livros e discos. A Bibliografia Musical Brasileira é um banco de dados com informação sobre o que se publicou no Brasil sobre música em geral, desde o Ilya Gringolts: memorável recital Bach na série do Itaú Personnalité século XIX, e o que se publicou no mundo sobre música brasileira. É disponibilizado on line, gratuitamen- te. Continuamos, ainda, com a série Trajetórias, depoimentos públicos de grandes personalidades do meio musical brasileiro. Os concursos nacionais de composição, o concurso de monografias, a linha editorial ABM e o selo fonográfico ABM Digital são outros projetos da Academia. Por fim, a Academia está dando um grande incentivo à edição e divulgação de partituras de autores brasileiros. Este projeto, chamado O exímio violinista Banco de Partituras da ABM, tem Maxim Vengerov, propiciado a programação de destaque da série autores brasileiros por grandes da Tucca orquestras nacionais e internacio- nais. 2006 foi um ano promissor, graças ao trabalho solidário dos acadêmicos que compõem a ABM, ao apoio que a instituição vem recebendo de órgãos públicos e a uma gestão moderna e transparente. Em 2007 estamos nos preparando para dar continuidade a todos estes projetos e a comemorar as datas redondas de Villa-Lobos, Lorenzo Fernandez, Camargo Guarnieri, Foto: Divulgação / Trevor Leighton Francisco Mignone e José Siqueira, todos eles membros fundadores da Academia Brasileira de Música.” A soprano Felicity Lott: voz e técnica notável em Ricardo Tacuchian, presidente da excelente recital Academia Brasileira de Música

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jan2.p65 60 21/12/2006, 18:15 “Começo pela ópera. E não por “Este é o sétimo ano do vigésimo “É com imensa satisfação que acaso. Manaus chegou a seu décimo primeiro século da era cristã. E avalio a atuação da Art Invest no festival; o Theatro São Pedro segundo esta inspiração bíblica, ano de 2006. Em uma arrojada concluiu sua primeira temporada de espero que as sete vacas magras parceria com o Sesi-SP, produzimos óperas e, apesar dos altos e baixos, tenham partido no fechar das a série “Sesi Música 2006”. Foram começa a consolidar um novo cortinas do ano que passou. Duro 112 concertos pelo interior do Estado espaço para o gênero; belo ano do demais com o passado recente? de São Paulo. Municípios como Theatro Municipal, fortalecendo as Prefiro ser realista. Reconquistamos, Araraquara, Birigui, Santos, entre parcerias e oferecendo produções é fato, a visibilidade da ópera. Dirigi tantos outros – ao todo, 12 cidades –, importantes como La Gioconda, de dois títulos brasileiros desconhecidos puderam apreciar muitos dos mais Ponchielli, e investindo na estréia de (Iara e Bug Jargal, ambos de Gama renomados grupos nacionais e uma obra de autor brasileiro. Este, Malcher) nos últimos dois anos e internacionais de música erudita em aliás, é um dado importante: além tenho recebido algumas obras de apresentações sempre gratuitas. da Olga, de Jorge Antunes, estrea- compositores contemporâneos. Isto é E a aceitação foi extraordinária: ram obras de Ronaldo Miranda, Jocy grandioso, pois há uma evidente teatros do Sesi sempre lotados, onde de Oliveira, Ernst Mahle, Guilherme necessidade de expressão no gênero. dife-rentes camadas de público, Bernstein Seixas – que a encomenda A esta ansiedade dos compositores muitos deles jovens, formaram novas e a estréia de novas óperas seja somo as minhas próprias ao bradar platéias, ou mesmo possíveis novos prática cotidiana dos nossos teatros. a urgência de produzirmos estes talentos para o futuro. Outro pilar de Assim como o resgate de títulos espetáculos. Temos aqui uma nossa empresa é a bem-sucedida esquecidos, como a Iara, de Gama oportunidade rara de, ao lado dos série “Mosteiro ao Meio-Dia”. Malcher, apresentada no Festival do espetáculos de tradição, enxergar A série, que acontece às segundas- Theatro da Paz, em Belém. Na nossas origens culturais e o pensa- feiras na Basílica do Mosteiro de São música sinfônica, vale destacar as mento contemporâneo. Não será Bento, reforçou no ano que passou o sinfonias 13 e 14 de Shostakovich, tarefa fácil, entretanto. Praticamente êxito de público e de mídia. Encer- com Sergei Leiferkus e a Osesp, que em todos os Estados brasileiros ramos também a segunda tempora- também apresentou um emocionan- temos teatro para ópera, mas há da da série “Concertos Internacio- te primeiro ato de Valquíria, coman- muita relutância em abraçar o nais – Grandes Obras” com o dado por Ira Levin e protagonizado gênero. Muitos equívocos ainda mesmo sentimento: cumpriu-se mais pela soprano Violeta Urmana (que cercam a ópera por falta de infor- uma missão. Tanto que a temporada voz!). Em um país em que as mação, conhecimento e erudição 2007 será ampliada. Serão 13 editoras não costumam se preocupar daqueles que têm a responsabilida- concertos: oito no Teatro São Bento muito com a bibliografia musical é de de gerenciar a cultura no Brasil. e cinco no Theatro Municipal. preciso também comemorar o Apesar disto, acredito nos sete anos E, finalmente, fechamos 2006 com lançamento de Shostakóvitch: vida, de vacas gordas e acho que é tempo uma série especial que foram os música, tempo, importante biografia suficiente para que novas políticas “Concertos de Natal” em três de Lauro Machado Coelho, e de públicas sejam implementadas, que tradicionais espaços religiosos da Óperas e outros cantares, de Sergio possamos construir um novo teatro capital paulista: Catedral da Sé, Casoy. O ano termina, no entanto, de ópera em São Paulo (há quanto Paróquia São Luís Gonzaga e com uma constatação triste: o tempo não se constrói uma nova Basílica do Mosteiro de São Bento. ministro Gilberto Gil reconheceu no ópera no Brasil?), que outros teatros Enfim, 2006 foi um ano repleto de início de dezembro aquilo que já se surjam, que os mais antigos sejam realizações, com projetos novos e a sabia – a inexistência de uma ocupados novamente, que os setores concretização dos já existentes: o política cultural específica para o empresariais decidam – finalmente – resultado total foi a produção de 190 setor; ao mesmo tempo, um semi- patrocinar a ópera sem a necessida- concertos. E, para 2007, os números nário com as principais orquestras de de incentivos e que as minhas continuam a crescer – nunca é do país demonstrou que esta política mangas arregaçadas sirvam para demais! – porque a nossa eterna seria fundamental. Impasse que pre- mais coisas.” preocupação é com a disseminação cisa ser contornado. Com urgência.” da boa música.” Cleber Papa, diretor de ópera, João Luiz Sampaio, jornalista de cenógrafo, produtor e diretor da Casa Antonio Ribeiro, músico e diretor O Estado de S. Paulo da Ópera executivo da Art Invest

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jan2.p65 61 21/12/2006, 18:15 LANÇAMENTOS DE CDs LANÇAMENTOS DE CDs

KODÁLY – Duo op. 7 / Sonata op. 8. LES RARISSIMES DE MARCELLE STRAUSS E SCHUMANN. Esta Os irmãos Xavier e Jean-Marc Phillips MEYER. Não muito conhecida nos dias gravação pertencente à série “Great nasceram em Paris numa família de de hoje, Marcelle Meyer (1897-1958) Recordings of the century” traz o músicos. Xavier iniciou os estudos de foi uma das mais importantes pianistas aclamado violoncelista Mstislav violoncelo aos seis anos e Jean-Marc do século XX. Era a pianista favorita, Rostropovich atuando como solista entrou para a classe de violino de verdadeira “musa”, do Grupo dos seis; em duas obras magistrais. Abre o Gérard Poulet aos treze. São ambos fez a première (em audição privada) de repertório o poema sinfônico Don músicos premiados e com prestigiada La valse, de Ravel, tocando ao lado do Quixote, opus 35 de . carreira internacional, tanto como compositor; trabalhou com Debussy Sem dúvida uma das obras do solistas quanto como cameristas, sendo em seus Prelúdios e foi a primeira a compositor de maior sucesso, o Jean-Marc também membro do fazer todo um recital com obras dele; violoncelista aborda as aventuras do excelente Trio Wanderer. Nesta fez também as estréias de Les noces e fidalgo espanhol com equilíbrio e gravação impecável, que ganhou o Petrouchka de Stravinsky. Com um ternura deixando, junto à Filarmônica prêmio “Choc” da revista Le monde de toque claro e elegante, ela mostra de Berlim, sob regência de Herbert la musique, eles tocam duas obras- maravilhosas interpretações para obras von Karajan, uma gravação belíssima primas do húngaro Zoltan Kodály, que do compositor francês Emmanuel para ouvir várias vezes. Igualmente estão entre as mais destacadas do Chabrier (1841-1894) gravadas em emotiva é a versão do Concerto para repertório para violoncelo. Abre o disco 1949 e 1955. A artista toca diversas violoncelo e orquestra de Robert a instigante Sonata para violoncelo peças , além da Bourré fantasque, as Schumann, do qual Rostropovich op. 8 que, ao ser lançada, alargou o Pièces pittoresques e Três valsas admite que é o concerto que ele mais conceito de virtuosidade do instru– românticas, para dois pianos, em que gosta de tocar. Junto à Orquestra mento. Em seguida, vem o Duo op. 7 é acompanhada no segundo piano por Nacional da França e Leonard que foi escrito em condições adversas nada menos do que Francis Poulenc. Bernstein, o artista mantém as e desconcertou os ouvintes da primeira Já de Stravinsky, Meyer toca três nuanças rítmicas e melódicas da obra, audição por sua densidade emocional movimentos de Petrouchka, Ragtime, logrando uma leitura mais contemplati- e liberdade de linguagem. Lançamento Sérénade, Piano rag music e Sonate. va, de maior peso. Lançamento EMI Harmonia Mundi. Importado. Venda Lançamento EMI Classics. 2 CDs. Classics. Nacional. Venda direta pela direta pela Revista CONCERTO – Tel. Importado. Venda direta pela Revista Revista CONCERTO – Tel. 5535-5518. 5535-5518. R$ 79,00. CONCERTO – Tel. 5535-5518. R$ 69,00. R$ 30,00.

RENÉE FLEMING – Homage. The ricos tanto no que diz respeito ao acompanhada pela Orquestra do age of the diva. A grande soprano repertório operístico quanto às grandes Teatro Mariinsky, sob regência do Renée Fleming dedica este bonito cantoras que nele floresceram. “Meu mítico maestro Valery Gergiev, que, disco à “era das divas”, interpretando coração pertence ao fin de siècle”, segundo ela, possui o grande mérito um repertório que se concentra na afirma. Assim, ela canta árias que se de ter um estilo próprio num mundo virada do século XIX para o XX. Para notabilizaram na voz de Geraldine cada vez mais globalizado. O libreto Fleming, este é um dos períodos mais Farrar, Maria Jeritza, Mary Garden, Rosa traz textos de Fleming e Darrell Ponselle e Emmy Destinn, entre outras, Panethiere, além das letras das árias como: “Poveri fiori” (Cilea), “Vissi d’arte” na língua original e em inglês. (Puccini), “Tsvetï moi!” (Rimsky- Lançamento Universal. Nacional. Korsakov) e “Pouchudilis mne budto Venda direta pela Revista CONCERTO golosa” (Tchaikovsky). Fleming é – Tel. 5535-5518. R$ 40,00.

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LOHENGRIN. Esta ópera, juntamente MAHLER – SYMPHONY Nº 7. Esta é com Parsifal, é uma das mais líricas que uma versão muito especial da Sinfonia Richard Wagner compôs: os cantos, nº 7 de Gustav Mahler (1860-1911). muito melódicos, arejam e iluminam o Terminada em 1905, é também drama, com roteiro escrito pelo próprio conhecida como “Canção da noite”. KATIA E MARIELLE LABÈQUE. compositor baseado em uma lenda da Sob regência de Claudio Abbado, um Pianistas extraordinárias, as irmãs Katia Idade Média. Wagner interessa-se dos maiores maestros do século XX e e Marielle Labèque são conhecidas menos pela narrativa histórica dos fatos um excepcional regente mahleriano, não só pela perfeição e musicalidade e sim pelo significado atemporal e ela foi gravada ao vivo no Festival de de suas interpretações, mas também universal dos acontecimentos narrados. Lucerne, na Suíça, em 2005. O grande pela extensão de repertório. No Ano “Pode-se encarar Lohengrin, O diferencial é que a Orquestra do Bach em 2000, elas encomendaram a Cavaleiro do Cisne, como uma Festival de Lucerne é formada, a cada construção de dois instrumentos personificação do amor divino, que ano e para uma única apresentação, Silbermann, a partir de Sanssouci espera receber do gênero humano fé e por grandes solistas internacionais que (1746), e com eles se apresentaram dedicação; e Elsa como a representação se reúnem para tocar importantes com vários grupos, entre eles o exímio da natureza humana, falível e corroída obras do repertório. Assim, esta inter- conjunto especializado em música pela tentação, que não consegue se pretação excepcional contou com o antiga Il Giardino Armonico, dirigido entregar sem dúvida a esse sentimento violinista Kolja Blacher, o flautista por Giovanni Antonini. Esta é uma de fé” (Lauro Machado Coelho no seu Emmanuel Pahud, a clarinetista gravação ao vivo feita em Viena, em livro “A Ópera Alemã”). Versão de 1982 Sabine Meyer, o oboísta Albrecht abril daquele ano. O repertório inclui do Festival de Bayreuth, com os solistas Mayer, o violista Wolfram Christ, concertos para dois e três pianos de Peter Hofmann, Siegfried Vogel, a violoncelista Natalia Gutman, Bach, a Sinfonia nº 1 de seu filho Karen Armstrong, Leif Roar e Coro e o Quarteto Hagen e membros do C.Ph.E. Bach e o Concerto para violino Orquestra do Festival de Bayreuth, Quarteto Alban Berg, entre outros RV 242 de Vivaldi. DVD 0 todas as regência de Woldemar Nelsson. DVD 0 grandes nomes. DVD todas as regiões. regiões. Duração 60 minutos. todas as regiões. Duração 200 minutos. Duração 78 minutos. Lançamento Lançamento EuroArts. Importado. Lançamento EuroArts. Importado. EuroArts. Importado. Venda direta pela Venda direta pela Revista CONCERTO – Venda direta pela Revista CONCERTO – Revista CONCERTO – Tel. 5535-5518. Tel. 5535-5518. R$ 104,00. Tel. 5535-5518. R$ 159,00. R$ 104,00.

HÄNDEL – GIULIO CESARE IN produzindo uma montagem poderosa, 3 DVDs ainda traz como atrativos EGITTO. Esta super produção, convincente e inteligente. Giulio uma entrevista com Danielle de dirigida por David McVicar, combina Cesare é uma das obras-primas de Niese, o documentário Entertain- a densidade da obra de Händel com Händel, e sua ópera que mais causa ment is not a dirty word, de Ferenc a leveza de um entretenimento, impacto no público moderno. Gravada van Damme, a sinopse ilustrada da em Glyndebourne com a Orquestra of ópera e galeria de fotos da The age of Enlightenment e o Coro produção, dos ensaios e artistas. de Glyndebourne, sob regência do DVD 0 todas as regiões. Legendas prestigiado William Christie, a em inglês, francês, alemão, espanhol montagem tem como solistas Sarah e italiano. Duração 305 minutos. Connolly, Angelika Kirchschlager, Lançamento Opus Arte. Caixa com 3 Danielle de Niese e Patricia Bardon, DVDs. Importado. Venda direta pela entre muitos outros. Filmada em alta Revista CONCERTO – Tel. 5535-5518. definição e em surround, a caixa com R$ 199,00.

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jan4CDs.p65 63 21/12/2006, 17:54 LANÇAMENTOS DE CDs

pela pianista brasileira Sonia Rubinsky, miniatura O canto do cisne negro; o o selo lançou recentemente a integral interessante Duo para violino e viola; das Bachianas Brasileiras. O presente e o belo Quinteto para flauta, violino, CD traz música de câmara de Villa- viola, violoncelo e harpa, uma das Lobos interpretadas pelo Mobius, últimas obras camerísticas de Villa. conjunto formado por jovens artistas Para encerrar, cinco canções trans- VILLA-LOBOS – Chamber music. que desenvolvem carreiras como critas para flauta e harpa, em Seguindo uma linha definida de solistas e cameristas: Philippe Honoré delicada textura: Vida formosa, Nesta ampliação de repertório, o selo (violino), Ashan Pillai (viola), Michael rua, Modinha, Canção de Cristal e Naxos possui diversos títulos de Stirling (violoncelo), Lorna McGhee Canção do marinheiro. Lançamento Heitor Villa-Lobos. Além da gravação (flauta) e Alison Nicholls (harpa). Eles Naxos. Importado. Venda direta pela integral da obra para piano solo, realizam ótimas abordagens de Assobio Revista CONCERTO – Tel. 5535-5518. projeto que está sendo registrado a jato, para flauta e violoncelo; a R$ 30,00.

PABLO SARASATE – Music for violin ELISA FUKUDA E GIULIANO FEITIO DE ORAÇÃO. Radicado no and piano. Este título integra uma série MONTINI. O pianista italiano Giuliano Brasil desde 1967, o violoncelista dedicada a violinistas-compositores Montini iniciou seus estudos em Roma polonês Zygmunt Kubala presta uma virtuoses. Assim, nada mais apropriado e aperfeiçoou-se com Madga espécie de tributo a suas “duas pátrias” do que um volume dedicado a Pablo de Tagliaferro e Alfred Cortot. Já a – a de nascimento e a de adoção – Sarasate (1844-1908) violinista violinista Elisa Fukuda graduou-se no dedicando este disco a obras de espanhol que, além de um dos maiores Conservatório de Genebra com compositores poloneses e brasileiros. virtuoses de sua geração, inspirando Corrado Romano, além de se Ao lado do pianista e compositor muitos compositores a escrever aperfeiçoar com eminentes violinistas. Achille Picchi, Kubala interpreta obras concertos a ele dedicados, compôs Dois artistas dos mais expressivos de de Karol Szymanowski (Prelúdio nº 1 e obras brilhantes para seu instrumento, sua geração, Fukuda e Montini Canção da Roxana), Chopin (Estudo tanto para violino e piano como para trabalham juntos há um longo tempo op. 25 nº 7), Vadico e Noel Rosa (Feitio violino e orquestra. Muitas delas se (na década de 1990 integraram o Trio de oração, que dá nome ao disco, em baseiam em danças populares de seu Dell’Arte), e reúnem-se aqui para arranjo de Cyro Pereira), Stanislaw país, resultando nas Danças espanho- interpretar grandes obras do repertório Moniuszko (Introdução e polonaise), las, que são aqui muito bem para violino e piano. Os músicos Karlowicz (Serenata), Villa-Lobos interpretadas pela chinesa Tianwa escolheram duas consagradas peças – (Prelúdio nº 2), Ludomir Rozycki Yang, jovem e excepcional violinista a Sonata nª 2 op. 100 de Brahms e a (Noturno), Wieniawski (Legenda), que aos treze anos já havia gravado os Phantasiestücke op. 73 (Peças de Nepomuceno (Prece), Mlynarski 24 Caprichos de Paganini. Além de Fantasia) de Schumann. O repertório (Mazurca) e, do próprio Achille Picchi, célebres danças como Habanera, inclui também duas famosas obras de o Andante elegíaco, em um total de 12 Malagueña, Romanza andaluza e o compositores brasileiros: a Primeira peças. Em comum, tanto as obras sensacional Sapateado, ela também sonata-fantasia, “Désespérance”, de polonesas como as brasileiras interpreta, com igual competência, o Villa-Lobos, uma das primeiras do escolhidas possuem um caráter Capricho basco, a Serenata andaluza, compositor, e a Sonata nº 4 de Cláudio melancólico, de melodias plangentes. Jota aragonesa e Balada op. 21. Em Santoro, uma das mais significativas do Donos de sólidas carreiras musicais, todo o disco, Tianwa é acompanhada autor e o maior desafio para violino e Kubala e Picchi atualmente são pelo pianista alemão Markus Hadulla. piano por ele escrito. Lançamento YB professores do Instituto de Artes da Lançamento Naxos. Importado. Venda Music/Tratore. Nacional. Venda direta Unesp. Lançamento independente. direta pela Revista CONCERTO – Tel. pela Revista CONCERTO – Telefone Nacional. Venda direta pela Revista 5535-5518. R$ 30,00. 5535-5518. R$ 29,00. CONCERTO – Tel. 5535-5518. R$ 28,00.

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BAROQUE REFLECTIONS. Com Ana OPUS BRASIL ENSEMBLE. Formado AMERICANOS. Com Duo Brasilis. Cláudia Brito – piano. Pianista, por excelentes instrumentistas – o Formado pelo flautista Davson de produtora musical e professora, Ana oboísta Éser Menezes, o clarinetista Souza e a pianista Ana Cláudia Brito, Cláudia Brito dedica este trabalho a Luis Afonso Montanha, o fagotista o Duo Brasilis dedica este trabalho a transcrições de obras de compositores Fábio Cury e os pianistas André obras de compositores nascidos no do período barroco, além de peças Mehmari e Marcos Aragoni – o Opus continente americano. A particularida- posteriores que de alguma forma Brasil Ensemble apresenta obras de de é que a maioria das obras se situam dialogam com o período. Tradição que Villa-Lobos, Jean Françaix e do próprio no limite entre as esferas erudita e se perdeu ao longo do século XX, as Mehmari em ótimas interpretações. popular. Conforme bem nota Lauro transcrições feitas por pianistas para o De Villa, o conjunto toca o emocionante Machado Coelho no livreto que seu instrumento eram muito populares, Trio para oboé, clarinete e fagote e a acompanha o CD, “nunca houve, desde e já no século XVIII Bach fez diversos Fantasia concertante para piano, os tempos do Barroco, em que Bach arranjos para cravo solo de concertos clarinete e fagote, ambas obras incorporava ritmos de danças do povo de Vivaldi. Neste disco, obras suas influenciadas pela música francesa e às suas fugas, ou do Classicismo, em aparecem em transcrições de Ira Levin por Stravinsky. Também influenciado que Mozart fazia Papageno cantar (Concerto de Brandenburgo nº 3), Siloti pelo compositor russo é o Divertimento como um homem de rua vienense, (Prelúdio em sol menor) e Godowsky para oboé, clarinete e fagote de Jean fronteiras nítidas entre o clássico e o (prelúdio da Suíte para violoncelo Françaix (1912-1997). Do jovem e popular.” Isto fica patente na audição nº 2). Godowsky, aliás, além de premiado Mehmari, que transita com deste gracioso disco, que traz três excelente pianista foi um incansável desenvoltura pelos universos erudito peças de Francisca Aquino e Ricardo adepto da arte da transcrição, conforme e popular, o disco traz tanto o Choro Vasconcelos (Gosto de Brasil, Beira se pode conferir, além de Bach, nas breve, que é uma brincadeira com o Mar e Santa Teresa), Edmundo Villani- obras de Rameau (Elegia) e Scarlatti universo popular, quanto as belas Côrtes (Seresta), Radamés Gnattali (Concerto-Allegro). O disco ainda traz Variações Villa-Lobos, 15 variações (Sonatina), do argentino José Carli obras de Franck (Prelúdio, fuga e baseadas nos temas das Bachianas (Quadros tangueros), e dos norte- variação op. 18), Villa-Lobos (Bachia- brasileiras nº 7 e que são bons americanos Aaron Copland (Duo para nas brasileiras nº 4) e Shostakovich exemplos do enorme talento de flauta e piano) e Michael Colina (As (Prelúdio e fuga nº 24). Lançamento Mehmari. Lançamento Brasil Meta ilhas de Shoals). Lançamento Brasil Brasil Meta Cultural. Nacional. Venda Cultural. Nacional. Venda direta pela Meta Cultural. Nacional. Venda direta direta pela Revista CONCERTO – Tel. Revista CONCERTO – Tel. 5535-5518. pela Revista CONCERTO – Telefone 5535-5518. R$ 34,00. R$ 34,00. 5535-5518. R$ 34,00.

PIANO TRANSCRIPTIONS. Com Ira Music da Philadelphia, entre outros, e Bach é a bela ária “Schäfe können Levin – piano. Mais conhecido por foi vencedor do Concurso Nacional sicher weiden”, da cantata BWV 208. sua atuação como maestro – foi Americano Chopin, em 1980. Levin Outros compositores presentes são regente titular da Sinfônica Municipal demonstra não apenas seus dotes Wagner (O idílio de Siegfried), de São Paulo – Ira Levin é também pianísticos como também seu grande Tchaikovsky (três movimentos da um brilhante pianista. Nascido em talento como transcritor, neste disco Suíte Quebra-Nozes) e Villa-Lobos, de Chicago, estudou no Curtis Institute of em que todas as peças foram por ele quem Levin escolheu uma das mais adaptadas para o piano. A maior parte populares obras, “O trenzinho do dos títulos são de Bach, abrindo com a caipira” (movimento das Bachianas Toccata em fá maior BWV 540, em que brasileiras nº 2). Lançamento Brasil Levin consegue reproduzir, no piano, Meta Cultural. Nacional. Venda direta tanto a grandiosidade quanto a pela Revista CONCERTO – Telefone estrutura lógica da peça. Também de 5535-5518. R$ 34,00.

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jan4CDs.p65 65 21/12/2006, 17:54 LANÇAMENTOS DE CDs LIVROS

MOZART POR TRÁS DA MÁSCARA Por Lincoln Maiztegui Casas Jornalista musical de profissão e um apaixonado pela música de Mozart, Casas traça uma biografia intimista e muito detalhada do compositor. Farta- mente documentado e com contribui- ções inéditas, o livro narra o ambiente JOSÉ GUERRA VICENTE – familiar, criativo e da época que viveu O compositor e sua obra Mozart de maneira interessante e viva, MÉTODO FACILITADO Elizete Higino, organizadora desentranhando um personagem cer- para violino, viola e violoncelo cado de mistério e assim poder Compositor, violoncelista e professor, Por Nadilson e Nelson Gama compreender seus atos. À narrativa José Guerra Vicente (1907-1976) Os professores e instrumentistas fluente somam-se trechos das nume– radicou-se no Rio de Janeiro em 1918, Nadilson Gama (violino e viola) e Nelson rosas cartas que Mozart escreveu, a seu onde fez seus estudos, atuou como Gama (violoncelo e música de câmara) pai principalmente, e documentos que violoncelista em várias orquestras criaram um método facilitado para comprovam várias citações. Apesar de (Sinfônica do Theatro Municipal e iniciantes em instrumentos de cordas. existirem diferentes biografias, esta Sinfônica Brasileira), criou a orquestra Cada instrumento tem dois volumes: o acaba sendo de bastante valia por ser de câmara Pró-Arte e foi membro de primeiro é para a primeira posição e o escrita para o grande público e por várias instituições musicais. Escreveu segundo para as outras. O estudo é incluir investigações e descobrimentos obras ao longo de toda sua vida: complementado por dois Álbuns para atuais. Lança-mento Editora Planeta. música orquestral, de câmara e quarteto de cordas. Originalmente 366 páginas. Venda direta pela Revista instrumental. Seu legado fica vivo lançados em 2001, os métodos CONCERTO – Tel. 5535-5518. R$ 49,00. graças ao trabalho incansável de seu ganharam uma revisão, que acrescentou Desconto de 10% para assinantes. filho Antonio Guerra Vicente, ele peças melódicas para recreação e que mesmo um destacado violoncelista e estão agora reunidos em um único membro fundador do Quarteto de volume, dedicado ao violino, viola e Brasília. Algumas das obras de Vicente violoncelo. Os autores, integrantes do podem ser ouvidas no CD que vem Quarteto de Cordas Britten, disponibili- junto com o livro: Divertimento para zam também uma grade contendo as dois violoncelos, Divertimento para melodias arranjadas para cordas para oboé e violoncelo, Elegia para utilização em orquestra de cordas. violoncelo e piano e Quarteto de Lançamento independente. Venda direta cordas. Lançamento Academia pela Revista CONCERTO – Telefone Brasileira de Música. 226 páginas e CD. 5535-5518. R$ 35,00 cada instrumento Venda direta pela Revista CONCERTO – e R$ 10,00 a grade. Tel. 5535-5518. Preço a ser definido.

MÚSICA CLÁSSICA – Guia Ilustrado elementos, instrumentos e formas de Lançamento Jorge Zahar Editor. 512 Editado por John Burrows execução e, de maneira didática, páginas e fartas fotos, ilustrações e Esse guia ilustrado oferece uma mostra a trajetória da música clássica quadros. Venda direta pela Revista viagem por mais de mil anos de dividida por períodos, da música antiga CONCERTO – Tel. 5535-5518. R$ 69,00. música clássica com centenas de à moderna. É nessa divisão que é feita Desconto de 10% para assinantes. ilustrações e nomes. Trata-se de uma a busca, procurando pelo nome do obra de fácil consulta, que traz a vida compositor e do qual tem-se uma breve e obra dos grandes mestres, voltada biografia e descrição das principais principalmente para o público não obras. Como representante brasileiro, especialista e que gosta da música de apenas Villa-Lobos ganhou um verbete. concerto. Na apresentação, traz um Inclui ainda glossário e um índice panorama geral da música, seus completo, de nomes e obras.

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jan4CDs.p65 66 21/12/2006, 17:54 LANÇAMENTOS DE CDs RESUMO de CDs e DVDs à venda – Ligue (11) 5535-5518

Novos títulos à venda Lohengrin de Richard Wagner/Com Peter Hofmann, Siegfried Vogel, Americanos/Duo Brasilis: Davson de Souza – flauta transversal e Ana Karen Armstrong, Leif Roar e Coro e Orquestra do Festival de Bayreuth, Cláudia Brito – piano/Peças de Francisca Aquino e Ricardo Vasconcelos, regência de Woldemar Nelsson ...... R$ 159,00 Villani-Côrtes, Gnattali, José Carli, Copland e Colina ...... R$ 34,00 Mahler – Symphony nº 7/Com Orquestra do Festival de Lucerne e Baroque reflections/Com Ana Cláudia Brito – piano/Transcrições de regência de Claudio Abbado ...... R$ 104,00 obras de Bach, Siloti, Godowsky, Rameau, Scarlatti, Franck, Villa-Lobos e Shostakovich ...... R$ 34,00 Outros títulos à venda Elisa Fukuda – violino e Giuliano Montini – piano/Brahms – Sonata nª 2 100 anos de Radamés Gnattali – Obra integral para violoncelo e piano/ op. 100, Schumann – Phantasiestücke op. 73; Villa-Lobos – Primeira David Chew – violoncelo e Fernanda Canaud – piano ...... R$ 29,00 sonata-fantasia – e Santoro – Sonata nº 4 ...... R$ 29,00 Aleh Ferreira – Concertos para flauta e clarinete/Com Orquestra Sinfônica Feitio de oração/Com Zygmunt Kubala – violoncelo e Achille Picchi – de Moscou, Ilia Lundin – flauta e Anatoli Brazhnikov – clarinete, piano/Obras de Szymanowski, Chopin, Noel Rosa, Moniuszko, Karlo- regência de Germán Céspedes ...... R$ 30,00 wicz, Villa-Lobos, Rozycki, Wieniawski, Nepomuceno, Mlynarski e Anna Netrebko – Russian album/Com Orquestra e Coro do Teatro Picchi ...... R$ 28,00 Mariinsky, regência de Valery Gergiev/Árias de Tchaikovsky – Eugene Kódaly – Duo op. 7 e Sonata op. 8/Com Xavier Phillips – violoncelo e Jean- Onegin, Rachmaninov – Francesca da Rimini, Rimsky-Korsakov – Marc Phillips – violino ...... R$ 79,00 A donzela de neve e A noiva do czar, Glinka – A vida pelo czar e Prokofiev Les Rarissimes de Marcelle Meyer/Chabrier – Bourré fantasque, Pièces – Guerra e paz ...... R$ 40,00 pittoresques e Três valsas românticas e Stravinsky – três movimentos Bach – Seis suítes para violoncelo solo/Antonio Meneses/2 CDs ... R$ 79,00 de Petrouchka, Ragtime, Sérénade, Piano rag music e Sonate/2 CDs Beethoven – Sonatas para piano/Com Nelson Freire – piano/ Sonata R$ 69,00 nº 21 op. 53 Waldstein, Sonata nº 26 op. 81a Les Adieux, Sonata nº 31 Opus Brasil Ensemble/Com Éser Menezes – oboé, Luis Afonso Monta- op. 110 e Sonata nº 14 op. 27 nº 2 Ao Luar ...... R$ 40,00 nha – clarinete, Fábio Cury – fagote e André Mehmari e Marcos Domenico Scarlatti – Sonatas para cravo/Interpretação de Nicolau de Aragoni – pianos/Obras de Villa-Lobos, Jean Françaix e do próprio Figueiredo/13 sonatas para cravo solo ...... R$ 30,00 Mehmari ...... R$ 34,00 Espelho/Grupo Anima/17 peças de tradição oral brasileira ...... R$ 37,00 Pablo Sarasate – Music for violin and piano/Com Tianwa Yang – violino Estudos brasileiros para piano/Com José Eduardo Martins/Peças de e Markus Hadulla – piano/Habanera, Malagueña, Romanza andaluza, Mignone,Gilberto Mendes, Ficarelli, Tacuchian, Costa Lima, Medaglia e Sapateado, Capricho basco, Serenata andaluza, Jota aragonesa e Almeida Prado ...... R$ 28,00 Balada op. 21 ...... R$ 30,00 Rachmaninov – Sinfonia nº 2, Vocalise op. 34 e dois trechos de Aleko: Piano transcriptions/Com Ira Levin – piano/Transcrições de cinco peças de Intermezzo e Women’s Dance/Com London Symphony Orchestra, Bach; Wagner – Idílio de Siegfried; Tchaikovsky – três movimentos da regência de André Previn/ ...... R$ 35,00 Suíte Quebra-Nozes e Villa-Lobos – O trenzinho do caipira ..... R$ 34,00 Telemann – Suítes e concertos para flauta doce e orquestra/Com Akade- Renée Fleming – Homage. The age of the diva/14 árias de óperas de Cilea, mie für Alte Musik Berlin e Maurice Steger – flauta contralto/Suíte em Puccini, Rimsky-Korsakov, Smetana, Gounod, Korngold, Strauss, Verdi, lá menor, Concerto em dó maior e Abertura Aquática ...... R$ 79,00 Massenet e Tchaikovsky/Com Orquestra do Teatro Mariinsky, regência The rose, the lily & the whortleberry – Medieval gardens/Com The de Valery Gergiev ...... R$ 40,00 Orlando Consort/Canções e motetos da Inglaterra, Espanha, Itália, Schumann e Schubert/Com Antonio Meneses – violoncelo e Gérard Wyss Países Baixos, França e Borgonha dos séculos XIII a XVI ...... R$ 79,00 – piano/Schumann – Adagio e Allegro op.70; Fantasiestücke (Peças de Fantasia) op.73; Fünf Stücke im Volkston (Cinco peças folclóricas) Visite o site www.lojaclassicos.com.br e conheça a grande e variada op.102 e Märchenbilder (Imagens de contos de fadas) op.113 e oferta em CDs, DVDs e livros. Música e literatura de qualidade no seu Schubert – Sonata Arpeggione ...... R$ 40,00 site de cultura e lazer. Strauss – Don Quixote e Schumann – Concerto para violoncelo e orques- tra/Com Mstislav Rostropovich – violoncelo, Filarmônica de Berlim, regência de Herbert von Karajan e Orquestra Nacional da França, Em janeiro e fevereiro, a Loja CLÁSSICOS atenderá de regência de Leonard Bernstein ...... R$ 30,00 segunda a sexta-feira, das 9h00 às 18h00. Villa-Lobos – Chamber music/Com conjunto Mobius/Assobio a jato, O canto do cisne negro, Duo para violino e viola, Quinteto para flauta, violino, viola, violoncelo e harpa, Vida formosa, Nesta rua, Modinha, Compre seus CDs, DVDs e livros pela Revista CONCERTO, com Canção de Cristal e Canção do marinheiro ...... R$ 30,00 pagamento por cartão de crédito, cheque nominal ou depósito bancário. Além de bons preços, você tem a comodidade de DVDs recebê-los em sua casa como encomenda Sedex. A odisséia musical de Gilberto Mendes/Documentário de Carlos de Moura Ribeiro Mendes ...... R$ 44,00 Maioria dos títulos em estoque, com envio em 24 horas. Giulio Cesare in Egitto de Händel/Com Sarah Connolly, Angelika Kirch– Na aquisição de CDs, DVDs e livros na cidade de São Paulo será schlager, Danielle de Niese, Patricia Bardon, Orquestra of The age of cobrada taxa adicional de R$ 5,00 para despesas de postagem. Enlightenment e Coro de Glyndebourne, regência de William Christie/ Informe-se sobre a tarifa para pedidos de outras cidades. 3 DVDs ...... R$ 199,00 Katia e Marielle Labéque e Il Giardino Armonico, regência de Giovanni A Loja CLÁSSICOS agora está na internet Antonini/Bach – Concertos para dois e três pianos; C.Ph.E. Bach – www.lojaclassicos.com.br Sinfonia nº 1 e Vivaldi – Concerto para violino RV 242 ...... R$ 104,00

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O classificado especial da Revista CONCERTO Edição Janeiro / Fevereiro 2007

ENSINO E ESCOLAS EDITORAS / GRAVADORAS Artlivre Escola de Música 69 Arte e Cultura: estudos interdisciplinares 78 Conservatório Musical Brooklin Paulista 69 A V R Éditour e Antonio Eduardo Collection 78 Fundação / Escola Magda Tagliaferro 69 Clement Zular 78 Fundação Magda Tagliaferro 69 Editora dos Inconfidentes 76 Music Center Núcleo de Ensino Musical 69 José Guerra Vicente, O compositor e sua obra 77

MÚSICOS E CONJUNTOS / CDs LOJAS / PRODUTORES / OUTROS Achille Picchi, Pedro Persone e Arlequim Música 79 Luiza Sawaya 71 Arnaldo D‘Ávila 79 André Mehmari e Ná Ozzetti, piano e voz 74 Atelier Musikantiga 80 Clelia Iruzun, piano 76 Blog: www.outramusica.org 79 Collegium Musicum 73 CD.G - Casa de Soluções e Gregor Osipoff 80 Com Licença!..., CD 76 Cia. Ópera São Paulo 79 Coralusp 72 Livraria Alemã Bücherstube Brooklin 79 Eduardo Monteiro, piano 75 Loja CLÁSSICOS 80 Eudóxia de Barros, piano 75 Felicja Blumental, piano 74 Joel Bello Soares, piano 70 Marcelo Fagerlande, cravo 70 Marcelo Ramos, maestro 74 Maria José Carrasqueira, piano 71 Miriam Ramos, piano 71 Olinda Alessandrini, piano 73 Paisagens Musicais, CD 73 Paulo Pedrassolli, violão 75 Percoso Ensemble 69 Quarteto de Cordas Britten 71 Rosana Lanzelotte, cravo 70 Selo CLÁSSICOS 76 Trio Images 75 Vanja Ferreira, harpa 74

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