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Universidade de Escola de Comunicações e Artes Relatório Final/Institucional

Projeto: Investigações sobre Classificação Indicativa Um olhar sobre programas de auditório

Susana Berbert de Souza

Prof.ª Dra. Mayra Rodrigues Gomes Orientadora São Paulo 2013

Sumário

INTRODUÇÃO ...... 3 AMS: PROJETO TEMÁTICO E EIXOS DE PESQUISA ...... 4 METODOLOGIA ...... 5 A CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA ...... 6 ABRANGÊNCIA, LEGISLAÇÃO E FUNÇÕES ...... 6 CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA NA TV ...... 8 APLICAÇÃO DOS CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA ...... 9 DESCRIÇÃO DE ATENUANTES ...... 10 1. Gerais: ...... 10 2. Atenuantes Específicos ...... 11 DESCRIÇÃO DE AGRAVANTES ...... 11 1. Gerais: ...... 11 PROGRAMAS ASSISTIDOS ...... 13 - CALDEIRÃO DO HUCK ...... 13 - CASOS DE FAMÍLIA: ...... 23 - PÂNICO NA BAND ...... 42 ANÁLISES ...... 64 1. CALDEIRÃO DO HUCK ...... 64 2. CASOS DE FAMÍLIA ...... 68 Análise de caso específico: ...... 72 3. PÂNICO NA BAND ...... 74 Análise de caso específico: ...... 78 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...... 79 QUESTIONÁRIO ...... 80 1. CALDEIRÃO DO HUCK ...... 80 2. CASOS DE FAMÍLIA ...... 82 3. PÂNICO NA BAND ...... 87 CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA NO BRASIL: AS DISCREPÂNCIAS ENTRE A TELEVISÃO E O CINEMA ...... 92 INTRODUÇÃO ...... 92 CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA BRASILEIRA ...... 93 CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA EM FILMES ...... 93 CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA NA TV ...... 93 APLICAÇÃO DOS CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA ...... 94 Atenuantes e Agravantes ...... 94 OUTRAS COMPARAÇÕES ...... 102 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...... 103

1 CRITÉRIOS DETALHADOS SOBRE A CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA. – GUIA PRÁTICO DA CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA 2012 ...... 105 1. VIOLÊNCIA ...... 105 2. SEXO/NUDEZ ...... 107 3. DROGAS ...... 108 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ...... 110

2 Introdução

A presente proposta está relacionada ao eixo de pesquisa Liberdade de expressão: Manifestações no Jornalismo do Projeto Temático Comunicação e Censura: análise teórica e documental de processos censórios a partir do Arquivo Miroel Silveira da biblioteca da ECA/USP, desenvolvido a partir do NPCC (Núcleo de Pesquisa em Comunicação e Censura) e do próprio AMS (Arquivo Miroel Silveira). O Núcleo de Pesquisa em Comunicação e Censura (NPCC), a partir de julho de 2012, passou a ser o Observatório de Comunicação, Liberdade de Expressão e Censura – OBCOM. O Observatório tem vigência de quatro anos e permite a continuidade dos trabalhos mesmo após o final da validade das bolsas. A mudança foi uma grande conquista para o Núcleo; somos o único observatório brasileiro a monitorar notícias sobre a censura e a liberdade de expressão no Brasil e no mundo. O projeto é financiado pela Pró- Reitoria de Pesquisa da Universidade de São Paulo. O objetivo geral desta pesquisa de Iniciação Científica é averiguar a dimensão de continuidade da censura e, como função correlata, ela tem por objetivo mostrar quais discursos circulam sobre a classificação indicativa, ou seja, que imaginário se constitui na atualidade de forma a respaldar as ações censórias dentro dessa categoria. Como hoje em dia os produtos culturais de entretenimento são avaliados por indicação etária, esta se torna um dos pontos-chave a partir dos quais uma investigação pode ser levada a bom termo. Por outro lado, é sempre necessária uma orientação a partir da repercussão junto ao público, ou seja, a partir do que se tornou relevante ao ponto de alcançar exposição midiática. Dentre os produtos culturais, nessa proposta, privilegiamos o levantamento e categorização da classificação indicativa levada a efeito nos meios televisivos - sobretudo em relação aos produtos e à programação brasileira, foco que já cobre uma vasta gama de veiculações. Um recurso importante foi o site do Ministério da Justiça que, dentro do Portal da Cidadania, permite o acesso a dados referentes à classificação indicativa recebida pelos produtos televisivos (como o guia prático para a classificação indicativa, que é dividida em três partes: sexo, drogas e violência). Tanto para respaldar esse levantamento, como para seguir os traços de discursos circulantes sobre classificação indicativa, propomos três lócus investigativos dentre a mídia televisa, todos os três representativos de expressiva audiência, representativos de canais bem

3 posicionados nas pesquisas de Ibope e representativos de um viés de programação que se pauta pela apresentação de casos polêmicos, muitas vezes inusitados. Trata-se dos programas Pânico na BAND, da rede Bandeirantes, Caldeirão do Huck, da Rede Globo, e Casos de Família, do SBT. Recorrendo a vários lócus de exploração, esta pesquisa dá atenção a casos que tenham gerado polêmica ou troca de opiniões entre o poder público, empresas e/ou membros da sociedade civil. Com a convergência das mídias que marca nossos dias, informações adicionais serão procuradas junto a sites, blogs etc.

AMS: Projeto Temático e Eixos de Pesquisa

O Arquivo Miroel Silveira (AMS), localizado na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e pertencente a Biblioteca da Escola de Comunicações e Artes, é formado pela catalogação de documentos do Serviço de Censura do Departamento de Diversões Públicas do Estado de São Paulo, relativos à ao teatro. As pesquisas desenvolvidas têm a função de recuperar a memória do teatro do país frente à situação de censura. O arquivo leva o nome do homem que, além de ter lecionado na escola citada, foi formado em Direito pela Faculdade de São Paulo, jornalista, escritor, tradutor, dramaturgo, ator, diretor, e outros. O avô, João Batista Silveira, e o pai, Valdomiro Silveira, publicaram diversos livros. Miroel foi diretor artístico da primeira Cia. de Teatro e membro fundador dos Conselhos Municipais de Cultura em Santos e São Paulo. O Projeto Temático Comunicação e Censura: análise teórica e documental de processos censórios a partir do Arquivo Miroel Silveira a partir da biblioteca da ECA/USP desenvolve pesquisas sobre os mais de seis mil processos censórios ao teatro presentes no arquivo, que abrangem o período de 1930 a 1970 e são originários do Serviço de Censura do Departamento de Diversões Públicas do Estado de São Paulo (DDP-SP). O projeto nasceu em 2009 e é financiado pela FAPESP. Pelo reconhecimento às pesquisas realizadas, o Núcleo de Pesquisa em Comunicação e Censura (NPCC) foi fundado em agosto de 2009. São três os eixos temáticos desenvolvidos pelas pesquisas a partir do Arquivo e suas respectivas coordenadoras:

4 1) Comunicação, censura e liberdade de expressão, dirigido pela Prof.ª Dra. Maria Cristina Castilho Costa, que estuda as diferentes etapas de censura e o processo de deslocamento da responsabilidade censória, ou seja, da Igreja para o Estado, sendo hoje função das empresas do mercado. 2) Liberdade de expressão: Manifestações no jornalismo, dirigido pela Prof.ª Dra. Mayra Rodrigues Gomes, que trabalha com o levantamento junto a acervos jornalísticos das manifestações relacionadas à censura, estuda as narrativas jornalísticas sobre a censura com foco nas palavras censuradas, relacionadas ao ideário em que elas se inscrevem. A pesquisa em apresentação faz parte deste eixo temático. 3) Censura, mídias e teatro amador: antropofagias e mestiçagens, dirigido pela Prof.ª Dra. Roseli Aparecida Fígaro Paulino, que estuda as políticas culturais do Estado, ações da indústria cultural e movimentos populares na formação do circuito alternativo e popular da cultura da cidade de São Paulo. A linha de pesquisa também focaliza a relação do teatro amador com a censura.

Metodologia

O orientando teve liberdade para desenvolver sua pesquisa e análise durante o período de bolsa de acordo com suas decisões pessoais. A pesquisa foi dividida em duas etapas. Na primeira, foi efetuado o levantamento de dados sobre classificação indicativa junto ao site do Ministério e a leitura paralela de obras sobre a censura, como as mencionadas na bibliografia, também foi realizada. Após essas atividades iniciais, os programas televisivos apontados como objeto de estudo foram acompanhados semanalmente na íntegra por um período equivalente a três meses, tendo suas classificações indicativas observadas, bem como suas inadequações. Casos polêmicos que chegaram às mídias em geral também foram acompanhados para uma posterior análise. O apanhado de programas assistidos foi detalhadamente descrito. A segunda etapa da pesquisa consistiu em realizar análises baseadas nas informações captadas na primeira etapa, já descrita. Foram associados os conteúdos veiculados pelos programas aos critérios de classificação indicativa apresentados pelo Ministério da Justiça. Deu- se atenção à classificação indicativa destinada a televisão e seus aspectos particulares.

5 A análise dos programas deu origem a um artigo “Classificação indicativa no Brasil: as discrepâncias entre a Televisão e o Cinema”, realizado em conjunto com a bolsista Gabriella Garcia Sanchez Feola, em que foi traçada uma comparação entre a classificação dos programas televisivos e a classificação indicativa destinada aos filmes “Sombras da Noite” e “As aventuras de Tintim”. O artigo foi aprovado e apresentado na conferência internacional "Media Policy and Regulation: Activating Voices, Illuminating Silences", em . Também foi realizada uma série de entrevistas, em que espectadores dos programas em questão dão suas opiniões sobre o conteúdo dos mesmos, bem como sobre a classificação indicativa destinada a eles. Com ela foi possível obter um maior número de pontos de vistas e aprimorar as análises e resultados da pesquisa.

A classificação indicativa

Abrangência, legislação e funções

A classificação indicativa no Brasil é feita pela Secretaria Nacional de Justiça (SNJ), órgão subordinado ao Ministério da Justiça (MJ), e que faz parte de um grupo de quatro outras secretarias. As diversões públicas analisadas pelo órgão são as obras audiovisuais, ou seja, programação de TV, cinema (curtas-metragens e documentários, inclusive), DVD, jogos eletrônicos, de interpretação – RPG e aplicativos para celulares1. A classificação também é aplicada á programação Pay Per View (PPV) e Video on Demand (VOD)

A portaria número 1.100/2006, de 14 de julho, adotada depois de consultas públicas, além de estabelecer novos procedimentos para a classificação indicativa (Nova Classificação Indicativa), deixou de analisar previamente as diversões públicas e espetáculos ao vivo, como peças de teatro, apresentações circenses e shows musicais. A portaria também estabeleceu que os pais poderiam permitir o acesso de seus filhos a qualquer programação de qualquer indicação, com exceção daqueles classificados como para maiores de 18 anos.

A política do Estado tem como base a Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do adolescente (ECA) e algumas portarias do MJ.

1 Nova portaria (1.642/2012) criada em Agosto de 2012

6 A metodologia aplicada para a atribuição etária das obras analisadas segue três etapas: a descrição fática, a descrição temática e a gradação. Na primeira etapa, são traçados os perfis das personagens, seus relacionamentos, condutas, efeitos sonoros e visuais, o grau de nudez no ato sexual, além da presença de drogas (lícitas ou não) e instrumentos de violência. Na segunda, é analisada a temática da obra, o contexto. Também é analisado se há possibilidades de ligação à discriminação racial e de gênero, defesa dos direitos da criança e adolescente, do idoso e de liberdade de expressão. Isso porque, de acordo com a Constituição, os produtos culturais e de entretenimento devem dar preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas, assim como respeitar valores éticos e sociais da pessoa e da família. Na última etapa - a gradação - é feita a fusão das duas anteriores e o enquadramento da diversão em determinada adequação (livre, para maiores de 10, 12, 14, 16 ou 18 anos). O titular ou representante legal da obra audiovisual deve submeter o produto à analise do MJ, encaminhando o requerimento à Central de Atendimento da SNJ. A obra é julgada em 20 dias úteis após o recebimento. É possível que, caso o produtor, ou o distribuidor não concorde com a decisão de classificação dada pelo Ministério da Justiça, este entre com recurso, pedindo reconsideração da sentença. As decisões de classificação são publicadas no DOU (Diário Oficial da União) e estão também disponíveis num espaço próprio no site do MJ (www.mj.gov.br/classificacao).

Com o intuito de aprimorar os critérios e metodologia usados para fazer a classificação indicativa, o MJ se compromete publicamente a levar em consideração as reclamações feitas tanto pelos internautas na área do site do MJ destinada à classificação indicativa quanto àquelas feitas pela ouvidoria.

A SNJ, no Guia Prático da Classificação Indicativa, afirma que “o objetivo ( da classificação Indicativa) é preparar e orientar cada vez mais pais e sociedade em geral a deter, de forma construtiva, o que se vê no cinema, nos vídeos e DVDs” e também reconhece o papel conjunto entre pais e Estado na promoção de diversão para os seus filhos, e afirma “fornecer instrumentos confiáveis para a escolha da família e a proteção da criança e do adolescente, contra imagens que lhes possam prejudicar a formação”. As alterações feitas em todo o material audiovisual, sob critério de análise, submetido à SNJ foram feitas a fim de “proteger crianças e adolescentes de conteúdos inadequados, nocivos ao seu saudável desenvolvimento físico e psíquico, como preconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente”. O órgão ainda diz ser

7 “aconselhável que os pais assistam e conversem com os filhos sobre os conteúdos e temas abordados”. Com relação aos fusos horários adotados no território nacional e as complicações, sobretudo econômicas, relacionadas à adequação da grade de programação das emissoras de TV brasileiras, foi a portaria MJ n.º 1220/2007 que estabeleceu, a partir de 11 de julho de 2007, que a classificação horária teria de se submeter à indicativa. O horário de verão também deve ser respeitado pelas empresas. A ligação entre as classificações etária e horária ocorre apenas quando a atração é exibida na TV. Os filmes apresentados nas salas de cinema ou na Tv a cabo, por exemplo, não seguem tal critério.

Os símbolos padronizados devem obrigatoriamente ser exibidos antes da programação televisiva correspondente por um tempo mínimo de 5 segundos, acompanhados da informação textual e na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), e também na metade da duração da atração.

Classificação Indicativa na TV

No caso da programação televisiva, de acordo com o site do Ministério da Justiça, as emissoras ou produtoras fazem a autoclassificação das obras e a enviam, posteriormente, para o ministério, que é responsável por analisar se o conteúdo condiz com a lista proposta. Não há uma análise prévia dos conteúdos: eles são analisados apenas após a autoclassificação das emissoras. Estão imunes à autoclassificação “os programas jornalísticos, noticiosos, esportivos, a publicidade em geral, programas eleitorais e as obras que já tenham sido classificadas para outro veículo”.

O Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação (DEJUS) é o órgão responsável por permitir ou discordar da classificação dada pela emissora de TV, como também pelos outros produtos de diversão pública. Caso a classificação esteja de acordo com os conteúdos exibidos, ela é confirmada em 60 dias. Caso contrário, a obra recebe uma reclassificação. A concordância entre a classificação pedida pela emissora e a atribuída pelo ministério chega, atualmente, a 90%.

Se a autoclassificação não for feita, o MJ pode fazê-la a qualquer momento. Havendo “abuso” por parte do produtor/distribuidor/emissora, como não obedecer à relação entre as

8 classificações etária e horária, por exemplo, o Ministério Público Federal julgará o caso e decidirá se houve infração ao ECA, sobretudo com relação ao artigo 254:

Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua classificação: Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá determinar a suspensão da programação da emissora por até dois dias.

A programação televisiva ao vivo, inicialmente isenta da autoclassificação, poderá solicitá-la quando souber ou previr a exibição de conteúdo considerado “inadequado” ao horário.

Os filmes exibidos anteriormente em cinemas e, por isso, já classificados, terão a indicação preservada para serem exibidos na TV. A mudança de veículos, de cinema para TV, terá de respeitar apenas a classificação horária aplicada a este último.

No caso de TV por assinatura, a classificação etária não necessita se adequar à classificação horária se for disponibilizado ao telespectador um sistema de filtro/bloqueio de programação. De qualquer forma, é obrigatória a exibição da classificação indicativa em todas as atrações passíveis de tal processo.

Aplicação dos Critérios de Classificação Indicativa

O MJ toma três critérios como base inicial para fazer a classificação indicativa, são eles: sexo, drogas e violência. As tabelas apresentada como apêndices são resultado dos apontamentos apresentados no Guia Prático de Classificação Indicativa e Manual da Nova Classificação Indicativa, esclarecendo de que forma os critérios são aplicados na prática.

Os critérios seguidos para se fazer a Classificação Indicativa, muito embora sejam reconhecidos constitucionalmente e estejam apoiados em recursos legais estabelecidos pelo Estado (como foi dito anteriormente sobre o ECA, por exemplo), é tema de discussões das mais variadas naturezas. Segundo o Guia Prático de Classificação Indicativa, disponibilizado pelo Ministério Da Justiça, o que determinará a classificação indicativa não é a ausência, ou presença de terminado conteúdo, mas sim o contexto e maneira como este foi colocado na obra

9 audiovisual. Outro critério aplicado à classificação é a presença de agravantes e de atenuantes, elementos que determinam o contexto.

Podemos citar como exemplo de agravantes cenas de violência sem punição alguma. Por sua vez, é atenuante a valorização da vida e respeito aos direitos humanos, assim como a abordagem de valores de cooperação e solidariedade. Uma obra que tenha sido submetida ao crivo da SNJ-MJ e apresente atenuantes pode ter a sua classificação diminuída. Por outro lado, aquela que apresentar agravantes poderá ter a sua classificação aumentada. No caso de existência de duas possibilidades de classificação entre os profissionais atuantes na SNJ, prevalecerá a classificação de maior faixa etária.

Baseado no material disponibilizado pelo Ministério da Justiça, a descrição dos Agravantes e Atenuantes:

Descrição de Atenuantes

1. Gerais:

1.1- Linguagem audiovisual (direção, roteiro, fotografia e iluminação, direção de arte, som e edição, quando esses elementos tornam o conteúdo do filme mais ameno)

1.2- Relevância (Presençade violência, por exemplo, sem que haja grande relevância na obra para o entendimento da obra, constitui atenuante)

1.3- Frequência (Havendo algum conteúdo de teor sexual, por exemplo, que apareça poucas vezes e por curto período de tempo constitui atenuante)

1.4- Contexto (histórico, artístico, cultural ou científico, além de ironia e comicidade)

1.5- Contexto irônico ou cômico/caricato (Conteúdo inadequado apresentado em um contexto que desvincule a inadequação da sua correspondência com a realidade,)

1.6- Contexto fantasioso (composição da cena da obra audiovisual é fantasiosa)

1.7- Insinuações/Simulações (Havendo insinuações ou simulações ao invés do ato retratado explicitamente na obra, como uso de drogas ou sexo, por exemplo, constitui atenuante).

10 1.8- Motivação (Aplica-se quando o personagem é compelido a praticar o conteúdo inadequado. Linguagem chula utilizada como interjeição ou gíria, sem o objetivo de ofender)

1.9- Contraponto (conteúdo inadequado apresentado é seguido de imagens, diálogos ou contextos que desestimulem sua prática,)

1.10- Conteúdos adequados (aqueles considerados positivos para a formação da criança e do adolescente, como estímulo ao respeito a diversidade, apresentação de opiniões plurais, conteúdo de valorização a cultura regional, Valorizar cuidados com a saúde, apresentar comportamentos qe denotem responsabilidade, cooperação, solidariedade e ajuda mútua.)

2. Atenuantes Específicos

Estão subdivididos em violência/drogas e sexo/nudez.

2.1 Violência/drogas: Apresentação das consequências negativas da violência e venda/consumo de drogas a curto ou a longo prazo, como punição ou então desfecho infeliz; Apresentar formas alternativas de resolver os conflitos que não sejam através da violência ou do crime; Mostrar os danos causados à vitima da violência de forma a deixar claro os malefícios, mas sem explorar de maneira apelativa a condição da vítima; Usar de violência fantasiosa, explicitando sua não relação com a realidade. Sonoplastia e enquadramento que minimizem o impacto da violência; e Apresentação da violência em contexto histórico mostrando causas e consequências.

2.2 Sexo/nudez Apresentar a nudez em contexto científico ou desvencilhado de conotação erótica. Sonoplastia e Enquadramento que atenuem o contexto sexual. Fazer referências à educação sexual, ao uso de preservativos e/ou anticoncepcionais, além de alertar para a possibilidade de transmissão de doenças. Fazer referência ao sexo dentro do contexto de relação amorosa e/ou conjugal. Apresentar discussões intra-familiares a cerca da sexualidade bem como discussões sobre gravidez indesejada na adolescência.

Descrição de Agravantes

1. Gerais:

11 1.1- Linguagem audiovisual (direção, roteiro, fotografia, iluminação, direção de arte, som e edição usada para intensificar o impacto do conteúdo violento, sexual, de nudez ou de drogas)

1.2- Relevância (quando a inadequação é imprescindível para a compreensão da trama)

1.3- Freqüência (Presença da inadequação de maneira reiterada e por um perído de tempo relativamente longo)

1.4- Interação (Tecnologia empregada possibilita ao espectador ou jogador níveis elevados de interação e excitação, aumentando sua imersão na obra.)

1.5- Valorização de conteúdo negativo (conteúdo negativo apresentado é seguido de imagens, diálogos ou contextos que valorizem sua prática.)

1.6- Motivação (personagem realiza o ato inadequado por motivo torpe ou fútil, como revolta, vingança ou interesse.)

1.7- Conteúdo inadequado com criança e adolescente (Aplica-se quando quem realiza ou sofre a violência é criança ou adolescente, ou são expectadores do ato violento.)

1.8- Contexto (conteúdo inadequado está inserido em um contexto que ressalta o impacto, sensação ou intensidade da inadequação.)

2. Agravantes específicos: Estão subdivididos em violência/drogas e sexo.

2.1 Violência/drogas: Ausência de punição; Apresentação da violência e/ou das drogas como única forma de resolver conflitos; Violência praticada por um personagem valorizado no filme; Uso da vítima de forma apelativa, usufruindo de seu sofrimento; uso da violência de forma divertida; envolvimento de crianças ou adolescentes em cenas com tais inadequações.

2.2 Sexo/Nudez: Sexo em associação com traição, com promiscuidade (várias relações, com diferentes pessoas, em curto espaço de tempo); o estupro apresentado com ação passional, ou ato consequente do consumo de drogas, e não como crime; envolvimento de crianças e adolescentes em cenas com conteúdo sexuais.

12 Programas assistidos

- Caldeirão do Huck

Caldeirão do Huck 18/08 (Classificação: Livre) Luciano Huck foi ao Mercadão de Madureira comprar presentes para ao ator Cauã Reymond de dias dos pais e para o aniversariante do mês, Marcello Novaes. Entre os presentes estavam um coleira, tigela de animal de estimação, asas de anjo, erva picão, máscara de tigre; fantasia de gogo boy. Havia uma malícia sutil no diálogo com algumas vendedoras e entre o apresentador e os atores quando entregados os presentes. No segundo bloco, Huck exibiu o quadro "Peneira" que, nessa edição, teve por objetivo ajudar o jovem Marcos Vinícius Peres Martins a realizar seu sonho como jogador de futebol. O apresentador foi a Espanha entrevistar Kaká, relembrou o início da carreira do jogador e mostrou o treinamento das categorias de base do time São Paulo Futebol Clube. Marcos entrou em observação para ser admitido na categoria de base do time São Paulo Futebol Clube. “Soletrando 2012” foi a atração do terceiro bloco. O quadro apresentou a disputa entre nove campeões estaduais para uma vaga no final do campeonato. Na disputa, o estudante deve soletrar as palavras ditadas pelo apresentador Luciano Huck, e aquele que não cometer erros segue no jogo. O representante da Bahia, Rodrigo Silva Ferreira, venceu a etapa e foi para final que premiará o vencedor com 100 mil reais. Luciano chamou o cantor Thiaguinho ao palco, que apresentou as músicas Buquê de flores e Ainda Bem.

Caldeirão do Huck 25/08 (Classificação: Livre) A dupla João Neto e Frederico abriu o primeiro bloco do programa com a música lê, lê, lê. Soletrando: Nove estados representados pelos estudantes Raphaella Torres (Acre), Luzia Nascimento (Maranhão), João Paulo (Alagoas), Luana Silva (Amazonas), Raquel Francisco (São Paulo), Ivan Barros (Pernambuco), Maria Moreira (Ceará), Marcelo Santana (Distrito Federal) e

13 Glendha Ramos (Mato Grosso) disputaram o jogo para definir a segunda vaga da final. Ivan, estudante de Pernambuco, venceu e se tornou o novo finalista. "Ruim de Roda" entrou no ar. O quadro tem por objetivo descobrir qual é o pior motorista entre os participantes, que foram indicados por amigos ou familiares devido à má direção. Nessa edição, celebridades disputaram entre si: Sérgio Mallandro, acompanhado da ex- mulher e dos dois filhos, Eri Johnson e Luiza Possi, Família Lima e a dupla sertaneja João Neto e Frederico. Um circuito foi montado pela produção para o motorista percorrer. Ele deveria estacionar o carro em uma vaga estreita, colocar várias sacolas de compras no bagageiro e voltar ao início do circuito. Luiza Possi e Eri Johnson, Família Lima e Sérgio Malandro continuam na disputa pelo título de "Ruim de Roda". João Neto e Frederico receberam 5 mil reais por terem dirigido bem e deixaram o quadro. Sérgio Malandro fez brincadeiras com a família durante todo o trajeto, deixando-os nervosos e chegou a colocar uma atriz, caracterizada de senhora e que atravessava o percurso para atrapalhar o motorista, no carrinho de compras. No quinto bloco, uma matéria sobre os Jovens Embaixadores foi apresentada.

Livre: A.1.1. VIOLÊNCIA FANTASIOSA - Violência caricata inserida no gênero comédia-pastelão (guerra de comida, pancadas que não resultem em dor), ou seja, que são feitas para provocar o riso e não como ato violento.

Caldeirão do Huck 01/09 (Classificação: Livre) O programa exibido comemorou o aniversário de 41 anos de Luciano Huck. Ele se iniciou com imagens de várias pessoas de diferentes estados do Brasil dando parabéns ao apresentador. O primeiro quadro apresentado foi a continuação do Ruim de Roda com famosos. Continuaram na disputa: Luiza Possi e Eri Johnson, Família Lima e Sérgio Malandro. Na segunda prova, o motorista deveria dirigir sobre uma rampa em forma de ferradura. Qualquer movimento em falso faria o carro cair da pista. Aquele que terminasse o percurso no menor tempo ou percorresse a maior distância venceria e levaria para casa 2 mil reais. Sérgio Malandro e sua família foram os primeiros a passar pelo circuito. Ele mandou a ex-mulher calar a boca

14 inúmeras vezes durante a prova e dirigiu 7 metros até o carro sair da rampa. A segunda participante foi Luiza Possi, que andou apenas 3,5 metros. Por último, Família Lima completou o percurso, venceu a prova e saiu da disputa. A prova final testou o conhecimento dos participantes: em uma velocidade de no mínimo 25 Km/h, o motorista deveria passar com o carro pelo portal, em que havia uma pergunta, com a resposta correta. Se estivesse certo, ele deveria seguir para a próxima pergunta e se estivesse errado, o para-brisa ficaria sujo de óleo e farinha. Em cada resposta errada 30 segundos seriam acrescentados ao tempo final do participante. Venceu que foi mais rápido e acertou o maior número de respostas, levando mil reais para casa. Luiza Possi respondeu corretamente todas as perguntas e completou a prova em 1 minuto e 12 segundos. Sérgio Malandro perdeu o quadro com o tempo final de 1 minuto e 48 segundos e, por causa disso, vestiu-se de baiana e distribuiu cocada na praia de Copacabana. Iniciou-se a terceira eliminatória do “Soletrando 2012”. Luciano apresentou os competidores do grupo C que concorreram à última vaga para a final do quadro. A estudante Yasmin Esswien, de 14 anos, venceu e disputará a final da competição que, nessa edição, homenageia . No quarto bloco Luciano Huck apresentou um encontro histórico entre a Orquestra de Heliópolis, o Maestro Zubin Mehta e o violinista Julian Rachlin. Zubin Mehta é regente vitalício da filarmônica de Israel. Em 2005, ele visitou o Brasil, se apaixonou pela sinfônica de Heliópolis e se tornou patrono da orquestra. Desde então, leva jovens promessas da música clássica brasileira para estudar com a filarmônica de Israel, em Telavive. A Orquestra de Heliópolis tem 1300 alunos. Huck visitou um ensaio e conversou com os alunos, perguntando sobre a vida destes e a história deles com a música. A orquestra se apresentou no palco do programa com o Maestro e com o violinista Julian Rachlin, e tocou clássicos de Bethoven, "Parabéns a você", "Aquarela do Brasil", "Tico tico no fubá" e "Só danço samba". No final do programa, Huck recebeu uma homenagem da produção pelo seu aniversário. Sua mulher, Angélica, ligou para o apresentador e apareceu no telão com a barriga de oito messes à mostra. Um bolo também foi levado ao palco para o apresentador.

Caldeirão do Huck 08/09 (Classificação: Livre)

15 O programa do dia 8 de Setembro se iniciou com o Mc Koringa cantando Pra Me Provocar, música que faz parte da trilha sonora da novela Avenida Brasil" e O Tamorzão tá Rolando. “Lar Doce Lar” contou a história de Maria Luiza, de Contagem, Minas Gerais. Maria e seu marido, Rogério, têm 5 filhos adotivos e desejavam a reforma da casa. Para conseguir a reforma, a família precisaria arrecadar 300 quilos de alimentos que seriam destinados a uma instituição apoiada pelo ‘Criança Esperança’. Com a ajuda da vizinhança, a família conseguiu, em um minuto, os 300 quilos e a reforma da casa. No terceiro bloco, Huck mostrou a nova casa para a família junto com o salão de beleza que construiu para Maria e as filhas. No quadro “Pedido de Casamento”, o operador de sistemas Daniel surpreendeu sua noiva, Anna Karolina, com um pedido de casamento. Ele levou a noiva para assistir o programa e durante a gravação disse que precisava ir ao banheiro. Ele entrou no palco cantando a música "Velha infância" e contou a ajuda de amigos e familiares para conquistar o “sim” da pretendente, que aceitou. O programa terminou com Luciano Huck dando parabéns aos aniversariantes da semana.

Caldeirão do Huck 15/09 (Classificação: Livre) O programa se iniciou com as dançarinas apresentando uma coreografia da musica I've got a feeling. Luciano entrou no palco e falou quais seriam as atrações do programa. Ele chamou primeiramente Naldo, cantor de algumas músicas que o jogador Neymar apresenta na comemoração de seus gols. Naldo cantou Exagerado e Amor de chocolate. As letras das músicas apresentam teor sexual: "Fica louca, tira a roupa/ Vem que hoje 'cê não escapa, não/ Sua boca me enlouquece, eita alucinação/ Lingerie vermelha, fico louco/'Cê me conhece bem/ Pega o sorvete com leite moça/ Esfrega e deixa bem lambuzado/ Sauna e piscina, tudo, tudo exagerado/ O DJ comanda o som, aumenta o teu tesão/ O que é que tem?" O segundo bloco apresentou a viagem de Luciano Huck ao Havaí. A convite da Gillete, que estava realizando uma promoção em que o vencedor ganharia uma viagem ao local, o apresentador foi com a produção viver algumas aventuras. A Gillete preparou algo especial para cada participante da produção: Huck chamava os colegas e destinava a eles uma tarefa. A primeira participante foi a redatora final Clarissa Lopes. Ela ganhou sessão de surf na praia de Waikiki, a "Ipanema Havaina”. Daniel Lopes, redator de merchandaising, teve que se

16 transformar em um guerreiro Haviaiano e apresentar uma musica típica da dança polinésia. O redator Marcelo Roichman saltou de paraquedas. José Silveira Jr., cinegrafista, tem obsessão por barcos e ganhou um curso de salva-vidas. Vestida de salva-vidas, a atriz Pamela Anderson resgatou o cameraman. Huck a convidou para vir ao Brasil e cantar uma musica brasileira, e a atriz aceitou. O diretor do programa, Rodrigo Ceriban, ganhou um passeio de helicóptero pelos Vulcões de Big Island. O único solteiro da equipe, Pedro Modesta, operador de áudio, ganhou uma noite em uma balada havaiana e depois uma massagem. Huck chamou a produtora do programa, Beatriz Correa, e disse que ela iria aprender a dança de uma música Havaiana. Entretando, a produção trouxe o noivo dela ao Havaí e preparou um casamento para Bia. O terceiro bloco trouxe o quadro "Agora ou nunca" e contou a história do trocador de ônibus Luciano da Anunciação. Na infância Luciano tinha o sonho de ser jogador, mas aos onze anos perdeu uma das pernas em um atropelamento. Para ganhar todos os prêmios, ele deveria realizar três provas: Água-Pongue: "Em frente a uma fileira de sete copos vazios, o participante terá que jogar uma bola de ping pong dentro do primeiro copo da fila e enche-lo com refresco até a borda. Em seguida, ele deve assoprar a bolinha para dentro do segundo copo e repetir os movimentos até a bolinha chegar no último copo, sem cair. Se conquistar a primeira prova, ganha a primeira leva de prêmios." Ele realizou a prova e ganhou 10 mil. Segunda prova - Empilhamento de loucas: "O competidor terá que empilhar louças espalhados pela mesa e transforma-las em uma torre, em que a base deve ser uma xícara de café. Se ele empilhar a última peça sem derrubar a torre, leva 10 mil reais." Ele realizou a prova e ganhou mais 10 mil reais. Terceira prova - Papa-bola na prancheta: "Cinco caixinhas estão coladas na borda e uma prancheta. O competidor deve acomodar 5 bolinhas, que estão sobre a prancheta, dentro das caixas sem derrubar nenhuma. Se cumprir a prova leva mais 10 mil reais." Luciano conseguiu realizar as provas e recebeu um cheque de 30 mil reais. Ele também foi convidado para treinar no time da seleção Brasileira de Amputados, realizando seu sonho de infância de ser jogador. O quadro seguinte mostrou a viagem de Huck até Estocolmo, Capital da Suécia, em busca de brasileiros que moram na cidade e suas e histórias. O apresentador encontrou Ulf, filho

17 do jogador de futebol Garrincha e conheceu a história de brasileiros que foram para o país atrás de um amor. No quinto e último bloco, um grupo de capoeira se apresentou no palco do Caldeirão.

Caldeirão do Huck 22/09 (Classificação: Livre) No primeiro bloco do programa Huck chamou a banda aviões do Forró ao palco. O grupo apresentou a música Correndo Atrás de Mim, que faz parte da trilha sonora da novela Avenida Brasil. O segundo e o terceiro blocos apresentaram a final do programa: "Soletrando 2012". Domício Filho e Rosângela Ramos estavam presentes representando a Academia Brasileira de Letras e Isael de Araújo, vencedor do soletrando 2011, também estava no palco. Os três finalistas eram de colégios militares. Yasmin Esswein, do Rio Grande do Sul, Rodrigo Ferreira, da Bahia, e Ivan de Barros, de Pernambuco. Ivan Barros foi o primeiro a ser eliminado, pois soletrou a palavra "extasiado" com "s" no lugar de "x". Após diversas palavras, Rodrigo Ferreira soletrou "Êxedra" errado e Yasmin, em seguida, acertou a soletração da palavra "Endechador", vencendo a competição de 2012. A campeã dessa edição ganhou o Prêmio Jorge Amado e uma bolsa de estudos no valor de 100 mil reais. O segundo colocado ganhou uma poupança de 20 mil reais e o terceiro, 10 mil reais. O quarto bloco promoveu um encontro entre pai e filho. O quadro "Encontrar alguém" mostrou o encontro de Marcelo Junior, garoto criado pelo padrasto e registrado com seu nome, com seu pai biológico, Luiz Gustavo, que foi tentar a vida nos Estados Unidos e nunca mais voltou. Luciano Huck foi até Realengo a procura de Marcelo. O menino, quando viu o apresentador, se emocionou muito e chorou. Ao tentar contato com Luís, Huck descobriu que ele, na verdade, havia voltado para o Brasil há dois anos e ainda não tinha ido ver o filho. Luís contou sobre sua história e seu relacionamento com Marcelo, admitiu seu erro, sua ausência na vida do filho e disse que também queria o conhecer. Huck contou para Marcelo que o pai já estava no Brasil, ele demonstrou a decepção, mas disse que ainda queria conhecer o pai. O apresentador o levou até Luís, os dois se encontram, se abraçam e choram juntos. Marcelo entrou no palco e contou um pouco sobre a sua experiência. O menino também ganhou uma viagem para visitar a avó paterna nos Estados Unidos.

18 Huck se despediu da platéia e o programa chegou ao fim.

Caldeirão do Huck 29/09 (Classificação: Livre) Huck anunciou as atrações do programa. As aventuras no Havaí foram apresentadas no segundo bloco. O apresentador relembrou os momentos, atividades que a equipe realizou, e apresentou a sua própria aventura: enfrentar um mergulho noturno com raia manta, maior espécie de raia do planeta, encontrada em praias tropicais, chegando a medir 6 metros de diâmetro e pesar uma tonelada e meia. O quadro "Lata velha" foi a atração apresentada em seguida. A história de Júlio Magalhães foi contada. Ele é naturista e vive com sua família, mulher e dois filhos, em uma ecocomunidade no interior na Paraíba. Júlio comprou em um leilão do exército um antigo jipe para fazer ecoturismo na região. Entretanto, o carro estava em péssimas condições e não funcionava. A equipe foi até a ecocomunidade encontrar Júlio e sua família. Eles se passaram por militares e questionaram Júlio sobre a procedência do veículo. Huck se revelou e disse que Júlio seria o participante do quadro Lata Velha. Júlio contou sobre sua história, sua descendência de índios e seu sonho de viver na natureza. A equipe do caldeirão ficou nua para passear pela comunidade e filmar o local. Uma das dançarinas também estava presente e retirou a roupa. Para ele conseguir o carro reformado, Júlio deveria se transformar em Evandro Mesquita e cantar “A dois passos do paraíso”. Ele também teve a oportunidade de conhecer a banda Blitz. Ele realizou sua performance no palco, conquistou o carro e oficializou o casamento com sua esposa.

Livre: B.1.1. NUDEZ NÃO ERÓTICA - Nudez, de qualquer natureza, desde que exposta sem apelo sexual, tal como em contexto científico, artístico ou cultural. EXEMPLO: Documentário mostra a realidade de uma tribo indígena onde as pessoas estão nuas.

Caldeirão do Huck 06/10 - Não houve programa. Transferência dos jogos do Campeonato Brasileiro para o sábado, devido às eleições no domingo, 07/10.

19 Caldeirão do Huck 20/10 (Classificação: Livre) As dançarinas abriram o programa com a música do grupo Black Eyed Peas: I've got a feeling. Luciano Huck apresentou as atrações do programa: Lata Velha, Blue Man Group e Pamela Anderson. No primeiro quadro Luciano Huck relembrou a ida do programa ao Havaí, e a promessa que Pamela Anderson fez de visitar o Brasil para cantar Garota de Ipanema no palco do Caldeirão. Ele, então, chamou Daniel Jobim, neto de Tom Jobim, para tocar a música no piano. Pamela entrou no palco vestida com um top e uma saia, cantando a música. Luciano chamou o quadro "Lata velha", que contou a história de Márcio, ex-catador do lixão de Gramacho. A história de Márcio foi descoberta pelo "Profissão Repórter", de Caco Barcellos e chegou até a produção do Caldeirão. O rapaz envolveu-se com tráfico de drogas na juventude, mas ao conhecer Maisa, sua mulher, buscou uma nova vida. Ele começou a trabalhar como catador no lixão de Gramacho e passou por muitas dificuldades. Quando Henrique, filho de Márcio, nasceu, o casal foi ao hospital dentro de um caminhão de lixo. Pensando nos futuros filhos, com a indenização que recebeu pelo fechamento do lixão, Márcio comprou um carro usado, mas em péssimas condições. A produção entrou em contato com o rapaz dizendo que produziriam um filme sobre um lixão e que haveria um teste de elenco. Eles também pediram para Márcio levar seu carro como cenário. Ele chegou ao local, começou a ensaiar e, durante as cenas, a produção fingiu que compactou o carro do jovem em uma máquina. Márcio, ao perceber que seu carro havia desaparecido, começou a chorar e, então, Luciano Huck revelou que ele estava participando do quadro Lata Velha. Para conseguir o carro reformado, Márcio deve que interpretar “A História de uma Gata”, do musical Saltimbancos. Ele realizou uma performance excelente e levou o carro para casa. Além disso, Márcio também foi presenteado com 10 mil reais e com um emprego no instituto coca-cola de reciclagem. O último quadro trouxe "Blue Man Group". Eles realizaram uma performance com tambores e tintas. O programa chegou ao fim

20 Caldeirão do Huck 27/10 - Não houve programa. Transferência dos jogos do Campeonato Brasileiro para o sábado, devido ao segundo turno das eleições no domingo, 28/10.

Caldeirão do Huck 03/11 (Classificação: Livre) O palco do programa foi redecorado com uma passarela para o "TOP CUFA Brasil", um concurso que elegerá a mais bela jovem entre as favelas dos 27 Estados do Brasil. No programa desse sábado foram escolhidas seis finalistas. O júri foi composto por Pedro Bial, Mv Bill, , Bruno Astuto, André Schiliró, Preta Gil, Fátima Bernardes e Regina Casé. As candidatas desfilaram no palco do Caldeirão duas vezes. Uma vez de vestido, e a outra, de biquíni. Os critérios de avaliação foram: andar, carisma, postura corporal, simpatia e beleza. Os jurados deveriam dar uma nota de 5 a 10. As seis mais votadas foram as representantes dos estados do Acre, Ceará, Minas Gerais, , São Paulo e Sergipe. A atração musical Flo Rida que apresentou duas músicas e agitou a plateia. Começou o desafio "Torre Copos", empilhamento esportivo de copos que se iniciou nas escolas dos EUA e que ajuda na coordenação motora, concentração e reflexo. 12 desafiantes, entre 12 e 15 anos, disputaram entre si. O que fizer o empilhamento no menor tempo ganhará 50 mil. Três nomes foram sorteados para competirem. Com 7, 88 segundos, Pedro Junqueira lidera a disputa que continuará nos próximos programas. O Caldeirão realizou uma promoção em que um fã seria levado para conhecer o ator Tayler Lautner. Ana Luiza enviou um vídeo e ganhou um minuto ao lado do ator. Ainda nesse programa, Luciano Huck entregou 1 milhão de reais para Délis Regina, que participou de uma promoção da Sadia "Pode entrar que tem Sadia". Ele vestiu-se de médico, disse que a família de Délis que estava realizando uma pesquisa e perguntou se poderia gravar uma entrevista com eles. Huck retirou a fantasia e revelou que Délis era a nova milionária. O programa chegou ao fim.

Caldeirão do Huck 01/12 (Classificação: Livre) O primeiro quadro apresentado foi o “Mandando Bem”, que contou a história de Vânia, manicure nascida e criada na favela de Maré no RJ. O programa, com uma armação, entrou em

21 contato com Vânia e marcou um horário para ela fazer a unha de uma embaixatriz de um país africano. Ao chegar no local, ela descobriu que seria a nova participante do “Mandando Bem”. Vânia teve que fazer uma unha para ser aprovada pela produção. Ela foi aceita e Luciano Huck a acompanhou até sua casa. Luciano conversou com a família de Vânia, levou a moto da manicure e deu a ela um curso sobre empreendorismo. Após um tempo de curso, ela recebeu uma missão de atender 3 clientes em três horas e conseguiu cumprir a meta. Luciano a recebeu no palco e mostrou os prêmios. Huck apresentou uma matéria em que viajou para o Amapá com Marcelo Cerrado, Rodrigo Santoro e Marcello Novaes. Eles foram no rio Araguari surfar nas ondas formadas pelo encontro do rio com o mar, chamadas de Pororoca. Luciano conversou com eles, que falaram sobre suas carreias e conquistas. Os atores também participaram de uma espécie de ritual para que, no dia seguinte, conseguissem uma boa onda. Luciano conversou com o dançarino brasileiro de Madonna, Fabiano Lopes, e com o slackliner da cantora, Carlos Neto, também brasileiro. O programa chegou ao fim.

Caldeirão do Huck 08/12 (Classificação: Livre) A primeira atração do programa foi o quadro “Encontrar alguém”, em que Luciano Huck foi até Angola. Paula, angolana, saiu de seu país há 36 anos por causa da guerra civil e não conheceu seu irmão, Chico, que nasceu depois de sua partida e hoje tem 35 anos. Luciano a levou para conhecer seu irmão. No “Dia da Amizade”, um show que acontece em Angola, comemorando a união do país com o Brasil, Luciano chamou Chico ao palco e, depois, chamou Paula, promovendo um encontro emocionado entre os dois. Luciano também proporcionou o encontro de Paula com os outros irmãos. A próxima atração foi a final da disputa “Torre Copos 2012”. O que fizer o empilhamento de copos no menor tempo ganhará 50 mil. Rafael, de Alagoas, liderava a disputa e os outros participantes tentaram bater seu tempo de 7,80 segundos. Como nenhum participante conseguiu, Rafael conquistou os 50 mil reais. Começou o “Lar Doce Lar”, que contou a história de Angélica. A jovem estava grávida e fez uma carta ao Lar Doce Lar pedindo a reforma da casa da mãe, Lúcia Helena, mas não a

22 enviou. Quando Willian nasceu, Angélica faleceu e Lúcia teve que abandonar o emprego para cuidar do neto. Neusa, irmã de Lúcia, encontrou a carta escrita por Angélica e enviou ao apresentador, que foi ao encontro dela. Neusa contou a história da morte da sobrinha e das dificuldades da família. A família teve que percorrer um percurso em 3 minutos e, ao cumprir a prova, conquistaram a reforma da casa, que foi entregue à Lúcia por Luciano Huck . O programa chegou ao fim

- Casos de Família:

Casos de Família 15/08 (Classificação: 10 anos) Tema: "De mulherzinha não tenho nada" O programa "Casos de família", veiculado pela emissora SBT, tratou, nessa edição, de conflitos entre Travestis e conhecidos que discordavam de suas ações. Primeiramente a apresentadora chamou ao palco, onde se encontrava um ring, dois conhecidos da travesti que, antes da entrada da mesma, falavam sobre o caso: Um atacava e o outro defendia. Com uma linguagem vulgar e depreciativa, o participante teceu comentários maldosos a respeito da que estava ausente. "Barraqueira" e "ridícula" foram adjetivos destinados à travesti Marcela. O vizinho de outra travesti, Athena, chegou a chamá-la de "Demônia": "A Demônia da Athena enfia essa gente perto de casa", disse, referindo-se aos travestis. Bianca, também participante do programa, foi atacada verbalmente por um conhecido. Moisés, amigo que estava no palco, entrou em sua defesa. Todas as participantes do programa realizaram uma performance.

Inadequações F.10 – Linguagem Imprópria; F.1- Violência; 10 anos A.2.3. ANGÚSTIA - Conteúdos que possam provocar desconforto no espectador, tais como a apresentação de discussões ríspidas, personagens em depressão ou tristeza intensa, acidentes e destruições, morte de pais ou de pessoas ou animais com vínculos fortes com o personagem. A.2.6. LINGUAGEM DEPRECIATIVA - Cenas em que personagens tecem comentários

23 maldosos ou depreciativos a respeito de alguém que não esteja presente. 12 anos. A.3.10. AGRESSÃO VERBAL - Apresentação de cenas em que haja xingamentos entre personagens. EXEMPLO: Personagem xinga a outra de vadia preguiçosa. A.3.9. EXPOSIÇÃO DE PESSOAS EM SITUAÇÕES CONSTRANGEDORAS OU DEGRADANTES - Assédio moral, constrangimento, degradação ou humilhação que pode ser expressa de várias formas, seja verbalmente ou através de imagens e contextos. A predisposição da(s) pessoa(s) a se envolver(em) em uma situação não é atenuante para o conteúdo humilhante, principalmente se ela o faz por inocência ou em troca de outra coisa (dinheiro, por exemplo). EXEMPLO: Pessoa aceita colocar chapéu de burro em troca de dinheiro; pessoa aceita ser suja com ovos para conseguir participar de um programa de TV; patrão ofende o funcionário no ar; professor humilha aluno que chegou atrasado na sala de aula.

Agravantes: E.3. FREQUÊNCIA - Conteúdo inadequado é apresentado várias vezes na trama. Atenuantes: D.9. CONTRAPONTO - Aplica-se quando o conteúdo inadequado apresentado é seguido de imagens, diálogos ou contextos que desestimulem sua prática, tais como: - Condenação à violência; - Formas alternativas para a resolução de conflitos.

Casos de Família 22/08 (Classificação: 10 anos) Tema: "Somos irmãos e gays, e daí?" Os irmãos da primeira dupla chamada ao palco eram gays e Drag Queens. Eles contaram como foi a experiência de se assumirem gays para família, e as reações que enfrentaram. Outra dupla de irmãos foi apresentada e um vídeo deles brigando, entre tapas, passou para a platéia e telespectadores. A dupla Pepê e Nenem também participou do programa. Elas contaram sobre a experiência de assumirem a homossexualidade. No geral, o programa não apresentou cenas e falas polêmicas, mantendo-se focado na experiência pessoal de cada dupla e nas consequências pessoais causadas pela homossexualidade assumida.

24 Inadequações: 10 anos A.2.3. ANGÚSTIA - Conteúdos que possam provocar desconforto no espectador, tais como a apresentação de discussões ríspidas, personagens em depressão ou tristeza intensa, acidentes e destruições, morte de pais ou de pessoas ou animais com vínculos fortes com o personagem.

Agravantes: E.3. FREQUÊNCIA - Conteúdo inadequado é apresentado várias vezes na trama. Atenuantes: D.9. CONTRAPONTO - Aplica-se quando o conteúdo inadequado apresentado é seguido de imagens, diálogos ou contextos que desestimulem sua prática, tais como: - Condenação à violência; - Formas alternativas para a resolução de conflitos.

Casos de Família 29/08 (Classificação: 10 anos) Tema: "Eu ainda não acredito que você é gay" O programa recebeu pessoas que diziam não acreditar na homossexualidade de seu familiar. A história de Fernando foi a primeira a ser apresentada. José, avô do rapaz, declarou não acreditar na homossexualidade dele, pois homossexuais, em sua opinião, "são sem- vergonha" e revelou preferir um neto traficante a um neto "gay". Luana, sua prima, afirmou que Fernando já namorou mulheres e teve relação sexual com elas. Depois das falas dos familiares, Fernando entrou no palco e contou sobre sua experiência pessoal, em como relevou para família sobre sua homossexualidade e sobre seus relacionamentos heterossexuais e homossexual. Raquel e Jacqueline estavam presentes para falar de Cleiton. Raquel contou que há três meses Cleiton assumiu a homossexualidade, mas afirmou que o rapaz já se relacionou com mulheres. Ambas não aceitam a mudança, atestaram que ele escolheu sua orientação sexual e disseram ser apenas uma fase. Cleiton entrou no palco e se opôs aos comentários das familiares. Ele disse ter se envolvido com uma mulher, por seis meses, mas que a traiu com um homem. O participante também dançou a música "Desce" do grupo "É o Tchan". Willian e Pâmela comentaram o caso de Enzo. Segundo os amigos, Enzo se passa por gay para aproveitar-se das mulheres. Ele entrou no palco e desmentiu os colegas. A psicóloga, ao final do programa, fez um contraponto em relação às falas dos participantes: disse não haver orientação sexual que se transforme e que a diversidade deve ser

25 respeitada. Em seu discurso houve uma atenção especial ao caso de Fernando e de seu avô, José, que não o aceita. Ela pediu ao neto paciência e ao avô respeito, pois o caráter deve ser valorizado em detrimento de opções sexuais. No final os dois se abraçaram e o programa chegou ao fim.

Inadequações: F.10 – Linguagem Imprópria; 10 anos A.2.6. LINGUAGEM DEPRECIATIVA - Cenas em que personagens tecem comentários maldosos ou depreciativos a respeito de alguém que não esteja presente.

Atenuantes: D.9. CONTRAPONTO - Aplica-se quando o conteúdo inadequado apresentado é seguido de imagens, diálogos ou contextos que desestimulem sua prática, tais como: - Condenação à violência; - Formas alternativas para a resolução de conflitos.

Casos de Família 05/09 (Classificação: 10 anos) Tema: O marido é sempre o último a saber O programa desta tarde apresentou polêmicas relacionadas à fidelidade conjugal. O primeiro caso tratou do casal Bete e Iram. A vizinha deles, Andrea, estava no palco com Bete e disse que esta sai de casa, enquanto o marido trabalha, para se divertir. Andrea disse também alertar Iram sobre as atitudes da esposa e elas começaram a discutir. Andrea chamou Bete de piriguete e esta, por sua vez, foi chamada de velha fofoqueira. Iram entrou no palco e declarou confiar na mulher, e não se importando com as atitudes dela. O casal começou a discutir com a vizinha e ambos disseram que ela cuida da vida deles por inveja. O segundo casal era formado por Vera e Paulo. Vera já estava no palco acompanhada da prima Jéssica e da mãe, Maria. A prima disse que Vera deixava as crianças e o marido dormindo e ia para festas: "Ela não cuida da casa, dos filhos e engana o marido". Maria afirmou não confiar na filha. Paulo entrou no palco e disse que "Vera não faz nada em casa, só quer saber das amigas e de festas". Entretanto, disse confiar na mulher. Vera, surpreendentemente, confessou que enganava o marido. Ele, negando o que havia acabado de ouvir, disse que a esposa havia falado

26 isso apenas para fazer ciúmes. Os participantes entraram em discussão e Vera assumiu publicamente já ter traído Paulo. Ele ficou sem reação e, chorando, pediu para sair do palco. A apresentadora conversou com Vera, pediu para ela analisar suas atitudes e respeitar o marido. A mulher disse que pretendia pedir perdão e reconstruir a família, mas Paulo se negou a voltar ao palco. O programa foi envolvido por uma atmosfera triste e humilhante, expondo a condição pessoal e a vergonha dos participantes.

Inadequações F.10 – Linguagem Imprópria; 10 anos A.2.3. ANGÚSTIA - Conteúdos que possam provocar desconforto no espectador, tais como a apresentação de discussões ríspidas, personagens em depressão ou tristeza intensa, acidentes e destruições, morte de pais ou de pessoas ou animais com vínculos fortes com o personagem. 12 anos. A.3.9. EXPOSIÇÃO DE PESSOAS EM SITUAÇÕES CONSTRANGEDORAS OU DEGRADANTES - Assédio moral, constrangimento, degradação ou humilhação que pode ser expressa de várias formas, seja verbalmente ou através de imagens e contextos. A predisposição da(s) pessoa(s) a se envolver(em) em uma situação não é atenuante para o conteúdo humilhante, principalmente se ela o faz por inocência ou em troca de outra coisa (dinheiro, por exemplo). EXEMPLO: Pessoa aceita colocar chapéu de burro em troca de dinheiro; pessoa aceita ser suja com ovos para conseguir participar de um programa de TV; patrão ofende o funcionário no ar; professor humilha aluno que chegou atrasado na sala de aula.

Atenuantes: D.9. CONTRAPONTO - Aplica-se quando o conteúdo inadequado apresentado é seguido de imagens, diálogos ou contextos que desestimulem sua prática, tais como: - Condenação à violência; - Formas alternativas para a resolução de conflitos. Agravantes: E.3. FREQUÊNCIA - Conteúdo inadequado é apresentado várias vezes na trama.

Casos de Família 12/09 (Classificação: 10 anos)

27 Tema: "É pouco armário para tanto gay nessa família" O programa apresentou a história de famílias formadas por muitos homossexuais. O primeiro caso falou sobre a família de Cristina. Ela tem três filhos e dois deles, Jonas e Nelson, são homossexuais. Cristina disse não aceitar a condição dos filhos, que, segundo ela, "não nasceram assim". Jonas foi o primeiro a entrar no palco e contou como foi assumir a homossexualidade aos 12 anos e como lidou com o silêncio da mãe, que o evitou por quase 5 meses. O outro filho, Nelson entrou logo em seguida e contou sua experiência: "Aos nove anos eu já sabia que era gay, aos 13 me assumi". O rapaz, a pedido de Christina Rocha, se vestiu de mulher e faz uma performance. A mãe, que nunca havia visto o filho travestido, chorou muito, sentiu-se humilhada e envergonhada. Nelson demonstrou muito nervosismo e constrangimento e consolou a mãe. "Peço todos os dias para Deus mudar a cabeça de Ana" disse Neusa, mãe de três meninas, sendo uma delas homossexual. As irmãs de Ana estavam presentes no palco, junto com mãe, e defendiam a irmã. Neusa também tem um sobrinho homossexual, Isaque. O padrasto dele estava no palco para falar sobre o caso do enteado. Neusa chorou ao contar sobre a humilhação que passou quando a filha assumiu a homossexualidade e disse que sofre até hoje. Contou que a família quase a abandonou quando soube, disse sofrer preconceito e ouvir que não soube criar seus filhos. As irmãs de Ana, que apoiam a homossexualidade dela, começaram a discutir com a mãe. Neusa apontou o dedo na cara de uma delas e gritou. Ana entrou no palco e contou que tem uma companheira. Disse também que a família pensa que ela induziu o primo a ser homossexual. Isaque foi chamado ao palco e contou como foi difícil conviver com a família. Jonas, do primeiro caso, entrou na discussão da família e disse que Neusa é "uma velha gagá". Eles brigaram e gritaram um com o outro. A psicóloga falou sobre as condições pessoais de cada um e de como a família deveria se portar. Disse também que as famílias deveriam vestir a camisa e apoiar os filhos.

Inadequações F.10 – Linguagem Imprópria;

28 10 anos A.2.3. ANGÚSTIA - Conteúdos que possam provocar desconforto no espectador, tais como a apresentação de discussões ríspidas, personagens em depressão ou tristeza intensa, acidentes e destruições, morte de pais ou de pessoas ou animais com vínculos fortes com o personagem. 12 anos. A.3.9. EXPOSIÇÃO DE PESSOAS EM SITUAÇÕES CONSTRANGEDORAS OU DEGRADANTES - Assédio moral, constrangimento, degradação ou humilhação que pode ser expressa de várias formas, seja verbalmente ou através de imagens e contextos. A predisposição da(s) pessoa(s) a se envolver(em) em uma situação não é atenuante para o conteúdo humilhante, principalmente se ela o faz por inocência ou em troca de outra coisa (dinheiro, por exemplo). EXEMPLO: Pessoa aceita colocar chapéu de burro em troca de dinheiro; pessoa aceita ser suja com ovos para conseguir participar de um programa de TV; patrão ofende o funcionário no ar; professor humilha aluno que chegou atrasado na sala de aula.

Atenuantes: D.9. CONTRAPONTO - Aplica-se quando o conteúdo inadequado apresentado é seguido de imagens, diálogos ou contextos que desestimulem sua prática, tais como: - Condenação à violência; - Formas alternativas para a resolução de conflitos. Agravantes: E.3. FREQUÊNCIA - Conteúdo inadequado é apresentado várias vezes na trama.

Casos de Família 24/09 (Classificação: 10 anos) Tema: "Com um marido assim não dá para ter amigas" O programa apresentado falou sobre a dificuldade de mulheres que se relacionam com homens infiéis. No primeiro caso Danilo contou como as traições começaram. A primeira vez ocorreu, segundo ele, com a vizinha, na casa que trabalhava como pedreiro, e a segunda traição foi com uma colega de sua mulher. Ele disse que contou suas falhas para a esposa e que esta o perdoou. Entretanto, também confessou ter traído a mulher outras três vezes sem ela saber. "Digo [para as mulheres] que sou solteiro porque não sou casado no papel", confessou. No segundo caso Naldo falou sobre a relação com sua esposa Lúcia. Ele disse que já a traiu e contou sobre as experiências.

29 Enquanto os maridos contavam sobre como enganavam as mulheres, um telão mostrava as esposas esperando no camarim o momento de entrarem no palco, sem saberem das revelações que as aguardavam. No segundo bloco Jacqueline foi chamada ao palco junto com uma amiga. Ambas falaram das posições infiéis de Danilo. Jacqueline falou que o marido não presta e contou como flagrou uma traição certa vez. A apresentadora Christina Rocha chamou ao palco duas modelos e pediu para uma delas simular como Danilo estava com a mulher quando Jacqueline o flagrou: A modelo rebola, provocando-o. Jacqueline se irritou e partiu para cima do marido, quebrando o cenário do palco e gritando com ele. Christina, então, disse que Danilo iria confessar mais coisas para a mulher. A plateia gritava: "Conta, conta, conta" enquanto ele dizia que não iria falar nada. Pressionado, ele confessou mais 3 traições e a mulher avançou para cima dele. Jacqueline disse que o trairia também e Danilo respondeu: "Faça isso que eu te quebro". A plateia riu, assim como a apresentadora, da condição dos participantes que se mostraram constrangidos. No terceiro bloco Lúcia entrou no palco e deu um tapa na cara do marido Naldo. Christina perguntou se Naldo tinha algo para contar para a esposa. Ele disse que não, e a plateia gritou: "mentiroso, mentiroso". A psicóloga falou sobre a problemática da infidelidade e sobre o papel da mulher em sua valorização como pessoa.

Inadequações F.10 – Linguagem Imprópria; F.1- Violência; 10 anos A.2.3. ANGÚSTIA - Conteúdos que possam provocar desconforto no espectador, tais como a apresentação de discussões ríspidas, personagens em depressão ou tristeza intensa, acidentes e destruições, morte de pais ou de pessoas ou animais com vínculos fortes com o personagem. A.2.6. LINGUAGEM DEPRECIATIVA - Cenas em que personagens tecem comentários maldosos ou depreciativos a respeito de alguém que não esteja presente. 12 anos

30 A.3.1. ATO VIOLENTO - Ameaça ou ação intencional de violência contra a integridade corporal, liberdade ou a saúde, própria ou de outrem. Incluem-se nesta tendência os casos de tráfico de pessoas. EXEMPLO: Personagens brigam com socos e chutes; personagem, com uma pedrada, quebra o nariz de outro; personagem coloca comprimidos tranquilizantes no chá de outro para fazê-lo desmaiar; lançamento de gás de pimenta em um evento público; personagem ameaça matar o filho de outro; personagem se autoflagela. A.3.9. EXPOSIÇÃO DE PESSOAS EM SITUAÇÕES CONSTRANGEDORAS OU DEGRADANTES - Assédio moral, constrangimento, degradação ou humilhação que pode ser expressa de várias formas, seja verbalmente ou através de imagens e contextos. A predisposição da(s) pessoa(s) a se envolver em uma situação não é atenuante para o conteúdo humilhante, principalmente se ela o faz por inocência ou em troca de outra coisa (dinheiro, por exemplo). EXEMPLO: Pessoa aceita colocar chapéu de burro em troca de dinheiro; pessoa aceita ser suja com ovos para conseguir participar de um programa de TV; patrão ofende o funcionário no ar; professor humilha aluno que chegou atrasado na sala de aula.

Atenuantes: D.9. CONTRAPONTO - Aplica-se quando o conteúdo inadequado apresentado é seguido de imagens, diálogos ou contextos que desestimulem sua prática, tais como: - Condenação à violência; - Formas alternativas para a resolução de conflitos. Agravantes: E.3. FREQUÊNCIA - Conteúdo inadequado é apresentado várias vezes na trama.

Casos de Família 26/09 (Classificação: 10 anos) Tema: "Tenho provas que você me traiu" Nara disse ter certeza que Thiago já a traiu. Eles namoram há oito meses e nesse meio tempo houve várias situações em que a fidelidade do namorado pode ser questionada. Gina, uma amiga, estava com Nara no palco e falou sobre o caráter de Thiago, disse que ele não presta e o chamou de safado. Thiago entrou no palco e iniciou-se um conflito entre ele e Gina. Nara contou que certa vez viu no celular de Thiago uma mensagem de mulher. Ele, no entanto, afirmou que um amigo havia enviado a mensagem para colocá-lo em uma situação complicada com a namorada. A apresentadora tratou a declaração dele com ironia. Os

31 participantes se trataram com rispidez e falaram palavrões, que foram abafados por sonorização pela produção do programa. Priscila é casada do Edson há dois anos e meio. Catarina, irmã de Priscila que estava no palco, disse ter certeza que a irmã já foi traída. Priscila contou que Edson a traiu com a ex- namorada, e que esta o procurava constantemente. Edson entrou no palco e contou que realmente traiu a mulher apenas uma vez. A apresentadora Christina Rocha pediu para ele ir até a plateia e contar a história da traição. Edson narrou o que aconteceu na frente da mulher, que em determinado momento foi próxima a ele e o chamou. Como ele se recusou a ir até a esposa, a plateia o chamou de "Medroso, medroso". Enquanto ele contava sobre a traição, dizendo que resistiu e se arrependeu, a apresentadora e os presentes ironizavam suas falas. Jacilene é casada com Adriano há 5 anos e tem 3 filhos. Erica, irmã de Adriano, disse que ele traia a mulher com Adriana, amiga de Jacilene. Adriano entrou no palco e Christina pediu para ele ir também ir até a platéia, como fez com Edson. Ela o questionou sobre sua fidelidade e perguntou se ele traiu a mulher com Adriana. Edson negou e a plateia riu de sua declaração. Adriana, que também estava presente no palco, negou várias vezes a traição. A psicóloga declarou que as mulheres acreditam e vão acreditar sempre no que os maridos dizem por não terem mais orgulho, amor próprio e respeito por si mesmas.

Inadequações F.10 – Linguagem Imprópria; F.1- Violência; 10 anos A.2.3. ANGÚSTIA - Conteúdos que possam provocar desconforto no espectador, tais como a apresentação de discussões ríspidas, personagens em depressão ou tristeza intensa, acidentes e destruições, morte de pais ou de pessoas ou animais com vínculos fortes com o personagem. 12 anos. A.3.10. AGRESSÃO VERBAL - Apresentação de cenas em que haja xingamentos entre personagens. EXEMPLO: Personagem xinga a outra de vadia preguiçosa. A.3.9. EXPOSIÇÃO DE PESSOAS EM SITUAÇÕES CONSTRANGEDORAS OU DEGRADANTES - Assédio moral, constrangimento, degradação ou humilhação que pode ser

32 expressa de várias formas, seja verbalmente ou através de imagens e contextos. A predisposição da(s) pessoa(s) a se envolver(em) em uma situação não é atenuante para o conteúdo humilhante, principalmente se ela o faz por inocência ou em troca de outra coisa (dinheiro, por exemplo). EXEMPLO: Pessoa aceita colocar chapéu de burro em troca de dinheiro; pessoa aceita ser suja com ovos para conseguir participar de um programa de TV; patrão ofende o funcionário no ar; professor humilha aluno que chegou atrasado na sala de aula.

Atenuantes: D.9. CONTRAPONTO - Aplica-se quando o conteúdo inadequado apresentado é seguido de imagens, diálogos ou contextos que desestimulem sua prática, tais como: - Condenação à violência; - Formas alternativas para a resolução de conflitos. Agravantes: E.3. FREQUÊNCIA - Conteúdo inadequado é apresentado várias vezes na trama.

Casos de Família 10/10 (Classificação: 10 anos) Tema: "Minha mãe compete comigo pelos namorados" Reginaldo e a amiga Daiane estavam no palco. Ele contou que chama a atenção das mulheres e que todas o acham lindo. Christina Rocha pediu para ele desfilar e a plateia riu da performance do jovem. Daiane disse que a mãe, Maria, dá em cima dos amigos, contou que saiu de casa pelas brigas dos pais e que agora vê a mãe nas festas em que frequenta. "A Maria é muito sem vergonha", disse Reginaldo. Maria entrou no palco dançando e foi atrás de Reginaldo, que a empurrou e disse para ela sair. Maria assumiu gostar de homem mais novo: "Eu gosto de meninos mais novos porque eles são mais carinhosos". Ela também admitiu que paquera os namorados da filha. Christina colocou Maria no centro do palco e apresentou alguns homens que estavam na plateia e na produção do programa, perguntando a ela qual deles era o mais bonito. Maria respondeu e a plateia gritou: "Beija, beija". Reginaldo contou algumas coisas que aconteceram na sua vida e histórias de mulheres que gostavam dele. Ele tem a língua presa e quando dizia "Ai ela perguntou para mim: como você se chama?", falando sobre as mulheres que o abordavam, a apresentadora, que sabia de seu

33 problema de dicção, falava propositalmente: "ela perguntou como você SAMBA?" Assim, Reginaldo era obrigado a repetir a frase mais de uma vez, e a plateia ria de se sua língua presa. Ingrid falou sobre o problema com a mãe, Ângela. Ela disse que não se importa com o fato da mãe sair com ela, mas que se incomoda quando ela bebe e perde o controle. Ângela entrou no palco e declarou que gosta mesmo de sair. A filha também disse que ela se intromete nos programas, roubando a atenção nos locais. Ângela disse que gosta de dançar samba. A apresentadora, então, pediu para Reginaldo perguntar para ela "Como você se chama?". Por causa do problema de dicção dele, a frase pareceu ser "como você samba?" e, mais uma vez, apresentadora e plateia riram de Reginaldo. Ângela entrou em conflito com algumas mulheres da plateia que apresentaram uma opinião diferente da sua. Xingamentos foram abafados pela sonorização, elas se exaltaram durante a discussão e chamavam-se de “ridícula, baixa e coitada.”.

Inadequações F.10 – Linguagem Imprópria; F.1- Violência; 10 anos A.2.3. ANGÚSTIA - Conteúdos que possam provocar desconforto no espectador, tais como a apresentação de discussões ríspidas, personagens em depressão ou tristeza intensa, acidentes e destruições, morte de pais ou de pessoas ou animais com vínculos fortes com o personagem. A.2.6. LINGUAGEM DEPRECIATIVA - Cenas em que personagens tecem comentários maldosos ou depreciativos a respeito de alguém que não esteja presente. 12 anos. A.3.10. AGRESSÃO VERBAL - Apresentação de cenas em que haja xingamentos entre personagens. EXEMPLO: Personagem xinga a outra de vadia preguiçosa. A.3.9. EXPOSIÇÃO DE PESSOAS EM SITUAÇÕES CONSTRANGEDORAS OU DEGRADANTES - Assédio moral, constrangimento, degradação ou humilhação que pode ser expressa de várias formas, seja verbalmente ou através de imagens e contextos. A predisposição da(s) pessoa(s) a se envolver(em) em uma situação não é atenuante para o conteúdo humilhante, principalmente se ela o faz por inocência ou em troca de outra coisa (dinheiro, por exemplo). EXEMPLO: Pessoa aceita colocar chapéu de burro em troca de dinheiro; pessoa aceita ser suja

34 com ovos para conseguir participar de um programa de TV; patrão ofende o funcionário no ar; professor humilha aluno que chegou atrasado na sala de aula.

Atenuantes: D.9. CONTRAPONTO - Aplica-se quando o conteúdo inadequado apresentado é seguido de imagens, diálogos ou contextos que desestimulem sua prática, tais como: - Condenação à violência; - Formas alternativas para a resolução de conflitos. Agravantes: E.3. FREQUÊNCIA - Conteúdo inadequado é apresentado várias vezes na trama.

Casos de Família 10/10 (Classificação: 10 anos) Tema: "Meu marido é doente de ciúmes" O primeiro caso falou sobre a história do casal formado por Rosana e Cleber, casados há sete anos e pais de um garoto de 5. "Eu queria ser livre e poder trabalhar. Cleber me prende muito […]Eu me sinto uma prisioneira dentro de casa", disse Rosana. Ela se queixou sobre o controle que o marido exerce em sua vida, disse que não pode ir visitar a mãe, usar roupas que gosta e trabalhar. Geane, prima de Rosana que a estava acompanhando, disse que Cleber é doente e psicopata. Cleber entrou no palco e começou a brigar com Geane. Rosana começou a chorar e disse que não pode ter amigos sem o marido brigar com eles. Cleber assumiu que sempre foi assim, disse que não iria mudar e que se ela o trair um dia ele a mata. Ele revelou que já foi traído em outros relacionamentos e que tem medo que isso aconteça novamente. Geane o chamou de doente e ele a mandou calar a boca. Vera e Antônio são casados. Eles eram apenas namorados até que um dia ele mudou-se para a casa dela. Vera disse que não queria que ele morasse lá, mas ele insistiu e ficou no local. Ele possui filhos com outra mulher e dá dinheiro de Vera para a ex. Antônio entrou no palco e Vera o chamou de "safado, sacana". Eles começaram a discutir e ela bateu nele várias vezes. A psicóloga disse que Antônio se aproveita da mulher e que Cleber é um ciumento patológico, que precisa de ajuda.

Inadequações F.10 – Linguagem Imprópria;

35 F.1- Violência; 10 anos A.2.3. ANGÚSTIA - Conteúdos que possam provocar desconforto no espectador, tais como a apresentação de discussões ríspidas, personagens em depressão ou tristeza intensa, acidentes e destruições, morte de pais ou de pessoas ou animais com vínculos fortes com o personagem. 12 anos. A.3.1. ATO VIOLENTO - Ameaça ou ação intencional de violência contra a integridade corporal, liberdade ou a saúde, própria ou de outrem. Incluem-se nesta tendência os casos de tráfico de pessoas. EXEMPLO: Personagens brigam com socos e chutes; personagem, com uma pedrada, quebra o nariz de outro; personagem coloca comprimidos tranquilizantes no chá de outro para fazê-lo desmaiar; lançamento de gás de pimenta em um evento público; personagem ameaça matar o filho de outro; personagem se autoflagela.

Atenuantes: D.9. CONTRAPONTO - Aplica-se quando o conteúdo inadequado apresentado é seguido de imagens, diálogos ou contextos que desestimulem sua prática, tais como: - Condenação à violência; - Formas alternativas para a resolução de conflitos.

Casos de Família 24/10 (Classificação: 10 anos) Tema: "Para namorar um homem tão feminino, prefiro ficar com uma mulher" O programa falou sobre a história de casais homossexuais em que um dos parceiros passa a se vestir de mulher. Lucas namora Douglas que, após o início do namoro, começou a se vestir de mulher, tornando-se "Dani". Lucas não aceita a nova opção do parceiro: "Se o Douglas aparecer vestido de mulher eu bato nele". Lucas declarou que não é fiel no relacionamento. Douglas, após ouvi-lo, entrou no palco, avançou sobre ele e a produção precisou separar os dois. Douglas deixou o palco muito nervoso, dizendo que a relação deles havia acabado. O cameraman o seguiu, e ele dizia: "Tira a câmera da minha cara, por favor! Sai daqui!”. Lucas o chamou de barraqueiro. Douglas namora Danilo e contou que descobriu só após o início do namoro que o parceiro se travestia. Danilo entrou no palco vestido de "Ellen" e realizou uma performance.

36 Douglas afirmou que não gosta de ver o parceiro assim e declarou: "Mulher é só bom para passar, lavar e cozinhar". Carlos conheceu Washington e os dois começaram a namorar. Com o tempo Washington passou agir de maneira mais feminina, o que passou a incomodar seu parceiro. Washington entrou no palco e contou sobre a história dos dois. Ele disse que o namorado é muito ciumento. Contou também que foi o primeiro parceiro homossexual de Carlos e revelou onde ocorreu a primeira relação dos dois. Douglas, um dos participantes do primeiro caso que havia saído do palco, retornou vestido de "Dani". Antes de sua volta, Christina perguntou para Lucas se ele já havia visto o parceiro vestido de mulher e ele negou, dizendo que não viu e que não queria ver. Mesmo assim, sem respeitar a vontade do participante, a apresentadora chamou Dani, que entrou dançando e aproximou-se de Lucas. Ele a empurrou violentamente. A psicóloga que acompanha o programa disse que os participantes tem razão na queixa que fazem, afinal, por serem homossexuais, eles querem se relacionar com homens e não com mulheres.

Inadequações F.10 – Linguagem Imprópria; F.1- Violência; 10 anos A.2.3. ANGÚSTIA: Conteúdos que possam provocar desconforto no espectador, tais como a apresentação de discussões ríspidas, personagens em depressão ou tristeza intensa, acidentes e destruições, morte de pais ou de pessoas ou animais com vínculos fortes com o personagem. 12 anos. A.3.1. ATO VIOLENTO - Ameaça ou ação intencional de violência contra a integridade corporal, liberdade ou a saúde, própria ou de outrem. Incluem-se nesta tendência os casos de tráfico de pessoas. EXEMPLO: Personagens brigam com socos e chutes; personagem, com uma pedrada, quebra o nariz de outro; personagem coloca comprimidos tranquilizantes no chá de outro para fazê-lo desmaiar; lançamento de gás de pimenta em um evento público; personagem ameaça matar o filho de outro; personagem se autoflagela.

37 A.3.9. EXPOSIÇÃO DE PESSOAS EM SITUAÇÕES CONSTRANGEDORAS OU DEGRADANTES - Assédio moral, constrangimento, degradação ou humilhação que pode ser expressa de várias formas, seja verbalmente ou através de imagens e contextos. A predisposição da(s) pessoa(s) a se envolver(em) em uma situação não é atenuante para o conteúdo humilhante, principalmente se ela o faz por inocência ou em troca de outra coisa (dinheiro, por exemplo). EXEMPLO: Pessoa aceita colocar chapéu de burro em troca de dinheiro; pessoa aceita ser suja com ovos para conseguir participar de um programa de TV; patrão ofende o funcionário no ar; professor humilha aluno que chegou atrasado na sala de aula.

Atenuantes: D.9. CONTRAPONTO - Aplica-se quando o conteúdo inadequado apresentado é seguido de imagens, diálogos ou contextos que desestimulem sua prática, tais como: - Condenação à violência; - Formas alternativas para a resolução de conflitos. Agravantes: E.3. FREQUÊNCIA - Conteúdo inadequado é apresentado várias vezes na trama.

Casos de Família 31/10 (Classificação: 10 anos) Tema: "Eu canto bem, você que escuta mal" A primeira participante contou que o irmão, Francis, e a mãe, Vera, gravam músicas, cantam, são produtores e lançam músicas sem qualidades. Ela disse que "no mundo deles eles cantam bem"; "Meu irmão precisa entender que ele não sabe cantar". A participante também disse que passa vergonha com a família. Vera cantou duas músicas e Francis uma. Por a música ser ruim, enquanto Francis e Vera cantavam, dançarinos entraram no palco realizando uma coreografia da música Thriller, de Michael Jackson, e retiraram os cantores do local. Ivonil, participante do segundo caso, disse que a banda do irmão deve pagar para tocar. Um dos integrantes da banda, que estava no presente, defendeu a qualidade da música do grupo. Franco entrou no palco e disse que o irmão não o apoia, mas que não precisa dele para nada. Christina chamou a banda ao palco, formada por dois homens e uma mulher, e eles apresentaram uma música. Os dançarinos também entraram ao som de Thriller, de Michael Jackson, e interromperam a apresentação. Um funkeiro também foi chamado ao palco e sua performance também foi cortada pelos dançarinos. Christina agradeceu a participação e finalizou o programa

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Inadequações F.10 – Linguagem Imprópria; 10 anos A.2.3. ANGÚSTIA: Conteúdos que possam provocar desconforto no espectador, tais como a apresentação de discussões ríspidas, personagens em depressão ou tristeza intensa, acidentes e destruições, morte de pais ou de pessoas ou animais com vínculos fortes com o personagem.

Atenuantes: D.9. CONTRAPONTO - Aplica-se quando o conteúdo inadequado apresentado é seguido de imagens, diálogos ou contextos que desestimulem sua prática, tais como: - Condenação à violência; - Formas alternativas para a resolução de conflitos.

Casos de Família 05/12 (Classificação: 10 anos) Tema: "Se você fosse homem seria travesti" Grazi disse que tem vergonha de sair com Valéria, pois esta se arruma muito e quer parecer travesti. Grazi é dançarina e sambou no palco do programa. Valéria foi chamada ao palco e disse que as pessoas realmente pensam que ela é travesti, mas que não se importa com isso. Grazi respondeu a fala da amiga dizendo que ela se arruma porque tem inveja de sua beleza. Valéria e um amigo de Grazi, que também estava no palco, entraram em confronto, gritaram um com o outro e se exaltaram. A plateia chamou Valéria várias vezes de “venenosa” e “fofoqueira”. O segundo caso falou sobre Maria. Nicole, travesti e amiga de Maria, estava presente e acompanhada do namorado de Maria. Valéria e Grazi, do outro caso, ofenderam Nicole, chamando-a de feia, ironizando seu corpo e dizendo que ela não é uma travesti descente. Nicole mostrou-se ofendida e incomodada com os comentários direcionados a ela. Maria entrou no palco e falou como conheceu seu parceiro, que inicialmente havia pensado que ela era travesti. André, da produção do programa, entrou vestido de mulher no palco e dançou. Ele sentou no colo do namorado de Maria, dizendo que gostaria de sair com ele. Um participante da plateia pediu para falar e entrou em confronto com Grazi, dizendo que ela não podia ofender as pessoas e que a participante Nicole é bonita como é. Grazi se

39 exaltou, foi até a plateia e avançou no rapaz. Um homem da produção separou os dois e a travesti se retirou do palco. O terceiro caso falou sobre Barbie. Willian estava no palco e disse que a moça é exagerada, arruma-se como travesti e que é ridicularizada na rua. Barbie foi chamada ao palco e disse que não se importa com os comentários das pessoas, e gosta de se relacionar com travestis. A apresentadora perguntou sobre a opção sexual dos participantes. O programa também apresentou dicas de vocabulário gay, com as gírias mais utilizadas pelos homossexuais.

Inadequações F.1- Violência; 10 anos A.2.3. ANGÚSTIA: Conteúdos que possam provocar desconforto no espectador, tais como a apresentação de discussões ríspidas, personagens em depressão ou tristeza intensa, acidentes e destruições, morte de pais ou de pessoas ou animais com vínculos fortes com o personagem. 12 anos. A.3.1. ATO VIOLENTO - Ameaça ou ação intencional de violência contra a integridade corporal, liberdade ou a saúde, própria ou de outrem. Incluem-se nesta tendência os casos de tráfico de pessoas. EXEMPLO: Personagens brigam com socos e chutes; personagem, com uma pedrada, quebra o nariz de outro; personagem coloca comprimidos tranquilizantes no chá de outro para fazê-lo desmaiar; lançamento de gás de pimenta em um evento público; personagem ameaça matar o filho de outro; personagem se autoflagela. A.3.9. EXPOSIÇÃO DE PESSOAS EM SITUAÇÕES CONSTRANGEDORAS OU DEGRADANTES - Assédio moral, constrangimento, degradação ou humilhação que pode ser expressa de várias formas, seja verbalmente ou através de imagens e contextos. A predisposição da(s) pessoa(s) a se envolver(em) em uma situação não é atenuante para o conteúdo humilhante, principalmente se ela o faz por inocência ou em troca de outra coisa (dinheiro, por exemplo). EXEMPLO: Pessoa aceita colocar chapéu de burro em troca de dinheiro; pessoa aceita ser suja com ovos para conseguir participar de um programa de TV; patrão ofende o funcionário no ar; professor humilha aluno que chegou atrasado na sala de aula.

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Casos de Família 13/12 (Classificação: 10 anos) Tema: "Meu marido não levanta o bumbum da cadeira para nada" Daphyne disse que o marido não faz nada em casa. A sogra, que a acompanhava, defendeu a nora e disse que o filho realmente é folgado, pois vive em festas e fica bêbado. Ela disse também que ele, às vezes, chega em casa agressivo. Alexandre foi chamado ao palco e disse que gosta de ir ao pagode curtir e elogiou as mulheres que estavam na plateia. Ele disse também que não deixa a mulher sair. Os participantes discutiram e a plateia chamou Alexandre de “safado”. Um homem na plateia, chamado Renato, pediu para falar. A apresentadora perguntou se ele estava nervoso e Renato respondeu que fica nervoso ao ver “insetos”, “filhos da desgraça”, como Alexandre. Ele também chamou Alexandre de parasita, cachorro e disse que a mulher deveria o abandonar. Os dois brigaram e discutiram muito. Renato subiu ao palco foi falar próximo a Alexandre. Daphyne começou a chorar. Ela disse que não se sente apoiada, que é sozinha e faz tudo sem a ajuda do marido. No segundo caso, Miriam disse que o marido Ricardo, por trabalhar a noite, pensa que não precisa fazer mais nada em casa. Segundo a mulher, ele não a ajuda e deixa tudo para depois. Ricardo também não deixa Miriam trabalhar e sair. Ele chamou uma amiga que acompanhava Miriam de fofoqueira e ao entrar no palco, começou a discutir com ela. Miriam também disse que faltava apoio em casa. A apresentadora Christina pediu para Ricardo demonstrar como ele trata a mulher. Ele mandou Miriam fazer várias coisas, como pegar um sanduíche no camarim, e tratou-a como empregada, reclamando de sua demora. No terceiro caso, Eliane disse que o marido não trabalha e pega as coisas da mãe para sustentar a casa. Ela contou para a apresentadora que o marido chegava bêbado no trabalho e, por isso, foi demitido. O marido entrou no palco e disse que ele poderia fazer o que quisesse porque a mulher nunca iria o deixar. A psicóloga afirmou que as mulheres se anulam e aceitam o que não merecem, e que, para que ocorra mudança, elas precisam se impor e não fazer mais as coisas em casa. O programa chegou ao fim

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Inadequações F.10 – Linguagem Imprópria; F.1- Violência; 10 anos A.2.3. ANGÚSTIA: Conteúdos que possam provocar desconforto no espectador, tais como a apresentação de discussões ríspidas, personagens em depressão ou tristeza intensa, acidentes e destruições, morte de pais ou de pessoas ou animais com vínculos fortes com o personagem. 12 anos A.3.9. EXPOSIÇÃO DE PESSOAS EM SITUAÇÕES CONSTRANGEDORAS OU DEGRADANTES - Assédio moral, constrangimento, degradação ou humilhação que pode ser expressa de várias formas, seja verbalmente ou através de imagens e contextos. A predisposição da(s) pessoa(s) a se envolver(em) em uma situação não é atenuante para o conteúdo humilhante, principalmente se ela o faz por inocência ou em troca de outra coisa (dinheiro, por exemplo). EXEMPLO: Pessoa aceita colocar chapéu de burro em troca de dinheiro; pessoa aceita ser suja com ovos para conseguir participar de um programa de TV; patrão ofende o funcionário no ar; professor humilha aluno que chegou atrasado na sala de aula. A.3.10. AGRESSÃO VERBAL - Apresentação de cenas em que haja xingamentos entre personagens. EXEMPLO: Personagem xinga a outra de vadia preguiçosa.

Atenuantes: D.9. CONTRAPONTO - Aplica-se quando o conteúdo inadequado apresentado é seguido de imagens, diálogos ou contextos que desestimulem sua prática, tais como: - Condenação à violência; - Formas alternativas para a resolução de conflitos.

- Pânico na Band

Pânico na BAND - 26/08 (Classificação: 14 anos) O programa iniciou-se com a câmera em um close nos biquínis fio dental das dançarinas. O primeiro quadro apresentou uma entrevista com Bruno, da banda KLB, que resolveu tornar-se lutador de MMA. Cenas de lutas passavam sucessivamente enquanto o baixista era entrevistado e, ao final da matéria, o repórter Ceará apanhou de Bruno no Ring.

42 "Tucano Ceni" e "Raí ié ié" cobriram o lançamento do filme "Soberano 2", do São Paulo Futebol Clube, que narra a conquista do time do campeonato mundial de 2005. Entrevistaram alguns jogadores, entre eles Rogério Ceni e Lucas. "Joguin da verdade": Renata Molinaro x Marcelo. Uma sequência de perguntas pessoais e de teor explicitamente sexual foram feitas por Eduardo Sterblitch, caracterizado de detetive, aos participantes. Os entrevistados estariam supostamente tendo um affair, que foi confirmado, após as perguntas, com um beijo entre eles. A rodada do campeonato brasileiro foi acompanhada de perto pelos repórteres do programa. Alfinete e pinguim fizeram parte da torcida corinthiana; Tucano Ceni e Babi Rossi acompanharam a São Paulina; Bola ficou na arquibancada palmeirense, e Ceará, na santista. Os clássicos foram entre São Paulo e Corinthians, e Santos e Palmeiras. Em determinada parte do jogo, Bola, que estava na torcida palmeirense, fez inúmeras insinuações sobre a panicat que o acompanhava: ela comia churros e a cena era filmada de maneira sexualizada. Jornal do Boris: com "Jornal do Boris", Carioca imitou o jornalista Boris Casoy e fez chamadas para reportagens do jornal. Durante o quadro, uma das chamadas apresentou uma panicat, de maiô fio dental, com um dos repórteres do programa lutando em uma banheira. Outra chamada apresentou um idoso dançando funck com outras duas panicats. Uma das dançarinas, em determinado momento, estava deitada em uma maca e um homem bateu em suas pernas e nádegas. "Funk": a panicat Renata Molinaro e Eduardo Sterblitch foram ao Rio de Janeiro cobrir um baile funk. Inúmeras mulheres apareceram rebolando para câmera e várias perguntas de teor sexual foram feitas às pessoas que estavam no local: "Você tem medo de sair grávida de um baile funk?". Um linguajar vulgar foi recorrente no quadro. "Fuck, I’m famous", é uma festa em Ibiza feita por David Gueta. Vesgo e Ceará entrevistaram as pessoas que estavam presentes na festa. A câmera deu close nas partes íntimas das mulheres que circulavam pelo local. "Eu preciso de um companheiro": O objetivo da atração é conseguir um namorado para Sabrina Sato. A produção do programa, a partir de vídeos enviados, selecionou 15 homens interessados na apresentadora e formaram o Reality Show. Os pretendentes devem conquistar Sabrina.

43 "Avenida Barril": Uma sátira com a novela "Avenida Brasil", da Rede Globo, com os personagens extremamente caricaturados foi apresentada no programa. Uma mulher aparece nua, com seios e órgão genital embaçados, posando em uma das cenas.

Inadequações: F.3 – Conteúdo Sexual; F.4 – Nudez; F.10 – Linguagem Imprópria;

14 anos: Sexo e nudez: B.4.1. NUDEZ- Cena em que são exibidos seios, nádegas e/ou órgãos genitais. EXEMPLO: Pessoa troca de roupa enquanto outra a observa. B.4.2. EROTIZAÇÃO - Imagens, diálogos e contextos eróticos, sensuais ou sexualmente estimulantes, como strip-teases e danças eróticas; B.4.3. VULGARIDADE - Imagens, diálogos ou contextos que apresentem a sexualidade de maneira vulgar. Violência A.4.2. ESTIGMA / PRECONCEITO - Diálogos, imagens ou contextos que estereotipam as chamadas minorias ou grupos vulneráveis, fazendo chacota ou depreciando um indivíduo ou grupo por conta de suas particularidades, reiterando sua histórica condição marginal, ridicularizando características ou crenças pessoais (a identidade social), atendo-se a uma característica pessoal para diminuir o indivíduo ou grupo, atribuindo-lhe condição defeituosa. EXEMPLO: Índio é apresentado como preguiçoso; morador de rua é sempre retratado como bandido; criança é chamada de “bichinha” por conta de seus trejeitos.

Agravantes: E.3. FREQUÊNCIA - Conteúdo inadequado é apresentado várias vezes na trama. Atenuantes: D.5. CONTEXTO IRÔNICO OU CÔMICO/CARICATO - Conteúdo inadequado apresentado em um contexto que desvincule a inadequação da sua correspondência com a realidade, através de recurso estético irônico ou cômico/caricato.

44 EXEMPLO: Programa de humor apresenta relação sexual mal-sucedida de casal em crise, para provocar o riso.

Pânico na BAND - 09/09 (Classificação: 14 anos) A primeira matéria apresentada pelo programa mostrou o quadro "Xupla, conselheiro amoroso", com Marcelo e Daniel Zukerman nas praias brasileiras durante o feriado. Eles filmaram várias mulheres de biquíni e deram close em seus seios e nádegas. Um dos repórteres, caracterizado de Supla, ensinava o outro maneiras de "cantar" as mulheres. Os dois beijaram duas moças que estavam no local. Uma delas era gorda e foi elogiada de maneira irônica. Eles também perguntaram a uma banhista, que estava sentada de cócoras, se "ela gosta de ovo", insinuando que ela era uma galinha. "Eu preciso de um companheiro", reality show da Sabrina Sato, foi apresentado em seguida. O quadro se iniciou com a reprise do último episódio, em que os rapazes apareceram demonstrando habilidades que poderiam ajudar na conquista de Sabrina. Um deles fez um drink para ela e na hora de misturar os componentes da bebida realiza movimentos sexuais. Cinco, dos quinze iniciais, foram eliminados na última edição. Os 10 candidatos que sobraram foram em uma festa com Sabrina e tiveram a oportunidade de conversar com a apresentadora. Uma nova prova foi proposta para decidir os novos eliminados. Os participantes foram divididos em dois grupos: "Os pretendentes" e "Sassá, sou seu", e ensaiaram uma dança. Os componentes do melhor grupo continuaram na disputa e o pior grupo teve um participante eliminado. A melhor apresentação, segundos os jurados, foi a da equipe "Sassá, sou seu" e Sabrina teve que escolher um integrante de "Os Pretendentes" para ser eliminado. Bruno foi escolhido e deixou o quadro. O jornal do Boris começou. Um dos quadros foi sobre dúvidas de sexo, apresentando um vocabulário apelativo: "Uma marimbondo acabou de picar a linguiça do meu marido, como a linguiça dele vai ficar?". O apresentador colocou uma peça de mortadela sobre a mesa. Em outro momento um senhor, "vovô garoto", vestido de maneira caricata de sertanejo, dançou a música "Camaro Amarelo" com duas panicats e acariciou o seio de uma delas. O repórter Alfinete, Daniel Peixoto, e seu companheiro Pinguim foram ao centro de treinamento da seleção brasileira e fizeram perguntas às pessoas que estavam no local: "O que

45 acham do Mano Menezes?". Eles também filmaram os jogadores no campo e pediram garra no jogo contra a África do Sul. Após terem passado pelo centro de treinamento, a dupla foi na frente do estádio do Morumbi com uma imagem de Mano Menezes e fizeram um teste de popularidade com ela. Os torcedores, quando questionados sobre se o técnico deveria continuar no comando da seleção, chamaram-no de "merda", "seu bosta", "burro" e soltaram palavrões. Os repórteres Vesgo (Rodrigo Escarpa) e Tucano Huck (Daniel Zukerman) foram cobrir uma luta de MMA. Eles entrevistam algumas mulheres que estavam no local e fizeram perguntas de teor sexual. Bolinha, outro repórter do programa, estava presente, mas escondido. Ele desafiou o repórter Vesgo para uma luta. Vesgo não aceitou e foi chamado de “arregão”. O programa fez um teste no feriado: uma bicicleta e um automóvel saíram da cidade de São Paulo com destino à Santos, e o objetivo era ver qual deles chegaria primeiro. O ciclista chegou após 4h e 20 minutos, e o automóvel demorou 5 horas e meia. Vesgo, Daniel e a Panicat Babi foram em uma festa em Ibiza e entrevistam as pessoas que estavam no local. Os corpos das mulheres foram filmados e cenas de Top less também passaram no quadro. Os repórteres também ridicularizaram características de algumas pessoas como a idade de uma mulher e o "nariz grande" de outra. "Avenida Barril" começou. O quadro apresentou uma sátira da novela global "Avenida Brasil" com cenas recriadas de maneira caricata e cômica. Adriane Galisteu foi entrevistada por Eduardo Sterblitch, caracterizado detetive. Ele fez perguntas sobre a vida pessoal e sexual da apresentadora com seus ex-namorados. Eduardo citou o nome de um deles e fez perguntas como: "Você pensa em sexo quando ouve o nome dele?"; "Vocês faziam sexo na piscina?". O programa ainda apresentou as pessoas nas ruas votando pela Musa da Band e chegou ao fim.

Inadequações: F.3 – Conteúdo Sexual; F.4 – Nudez; F.10 – Linguagem Imprópria;

14 anos:

46 Sexo e nudez: B.4.1. NUDEZ- Cena em que são exibidos seios, nádegas e/ou órgãos genitais. EXEMPLO: Pessoa troca de roupa enquanto outra a observa. B.4.2. EROTIZAÇÃO - Imagens, diálogos e contextos eróticos, sensuais ou sexualmente estimulantes, como strip-teases e danças eróticas; B.4.3. VULGARIDADE - Imagens, diálogos ou contextos que apresentem a sexualidade de maneira vulgar. Violência: A.4.2. ESTIGMA / PRECONCEITO - Diálogos, imagens ou contextos que estereotipam as chamadas minorias ou grupos vulneráveis, fazendo chacota ou depreciando um indivíduo ou grupo por conta de suas particularidades, reiterando sua histórica condição marginal, ridicularizando características ou crenças pessoais (a identidade social), atendo-se a uma característica pessoal para diminuir o indivíduo ou grupo, atribuindo-lhe condição defeituosa. EXEMPLO: Índio é apresentado como preguiçoso; morador de rua é sempre retratado como bandido; criança é chamada de “bichinha” por conta de seus trejeitos.

Agravantes: E.3. FREQUÊNCIA - Conteúdo inadequado é apresentado várias vezes na trama. Atenuantes: D.5. CONTEXTO IRÔNICO OU CÔMICO/CARICATO - Conteúdo inadequado apresentado em um contexto que desvincule a inadequação da sua correspondência com a realidade, através de recurso estético irônico ou cômico/caricato. EXEMPLO: Programa de humor apresenta relação sexual mal-sucedida de casal em crise, para provocar o riso.

Pânico na BAND - 30/09 (Classificação: 14 anos) O programa, seguindo a definições de outras edições, começou focando nas dançarinas, conhecidas como panicats, de biquínis. O primeiro quadro mostrou dois repórteres, Marcelo e Daniel, em Fortaleza. Eles filmaram as praias do local e os banhistas que estavam lá. Muitas mulheres foram paradas por eles e outras foram filmadas sem saberem. A edição focou nos seios e nádegas das moças.

47 Mulheres obesas também foram apontadas pelos repórteres, que ironizavam suas condições físicas. Um dos repórteres, ao parar uma banhista que jogava tênis, fez a seguinte pergunta: "Você é boa com a raquete? Porque se for, eu tenho duas bolas." Outro homem fez a seguinte declaração: "Mulher gosta de lambidinha, que chupe ela, gosta de sacanagem". Uma mulher foi parada pelo repórter Marcelo, que começou a elogiar. Ela, impressionada com a investida do repórter, disse: "Você já vai chegando, entrando assim?" e este respondeu: "Entrar é o que eu quero mais tarde". Depois de alguma insistência, a banhista o beijou. O segundo quadro apresentou um especial sobre , mostrando as diversas fases da apresentadora. Evandro Santo, conhecido como Christian Pior, esteve no concurso de Miss Brasil. Ao entrar no local do evento, o repórter parou algumas mulheres feias, em sua opinião, e disse para elas irem embora. Ele fez algumas perguntas às concorrentes sobre sexualidade, virgindade e outras sobre história, literatura e geografia, testando a inteligência delas. O repórter cobriu o evento até o fim e entrevistou a vencedora. Sabrina Sato e Eduardo Sterblitch apresentaram uma matéria sobre o festival do Rio 2012 de cinema. Eles entrevistaram vários cineastas e atores, perguntando sobre suas roupas, namoros e trabalhos. O quadro "Eu preciso de um companheiro", que busca um namorado para Sabrina Sato, contou com a participação da mãe de Sabrina, Dona Kika, que respondeu algumas perguntas dos pretendentes sobre a filha. Os participantes foram divididos em dois grupos e passaram por uma prova em que deveriam acertar uma jóia e uma lingerie, previamente escolhidas por Sabrina. O grupo que perdeu passou por uma avaliação dos jurados e Sabrina teve que escolher um para deixar a disputa. Uma panicat e o repórter Guilherme Santana foram à festa de aniversário de "Ronaldo fenômeno" e entrevistaram os convidados que chegavam no local. Eles deram uma balança de presente para o ex-jogador. Daniel Zukerman, Wellington Muniz e Gulherme Santana, caracterizados de jornalistas famosos, cobriram um evento sobre o jornalismo brasileiro e entrevistaram vários profissionais da área, perguntando sobre a profissão e quais são os jornalistas favoritos. Os repórteres também pediram para o Cid Moreira declamar a música "Camaro Amarelo".

48 Em outra matéria, o programa convidou pessoas que discutem virtualmente para se encontrarem pessoalmente. A dupla foi Cauê Moura e Latino. Latino lançou uma música baseada no sucesso coreano "Gangnam Style" e o internauta Cauê Moura gravou um vídeo criticando a qualidade e a posição do cantor. Os dois conversam e expressam suas opiniões, e, ao final, entram em um acordo. "Mordida certa" estreou satirizando o quadro do programa global "Fantástico": "Medida Certa". O humorista Carioca, Márvio Lúcio, caracterizou-se de Ronaldo Fenômeno e ironizou a entrada do ex-jogador no quadro da Rede Globo. "Avenida Barril" mostrou cenas de Tufão (representado por Carioca) com Suelen. A modelo que representava a personagem apareceu nua durante toda cena. Em determinado momento, Ceará, vestido de Ágata, iniciou um diálogo com Bola, fantasiado de ursinho. Ele chamou Ágata de gorda, ridícula e palavrões como "filha de uma p***", mesmo abafados por sonorização, puderam ser percebidos. O programa retomou o quadro de Sabrina Sato, revelando quem foi o eliminado, e chegou ao fim.

Inadequações: F.3 – Conteúdo Sexual; F.4 – Nudez; F.10 – Linguagem Imprópria; 14 anos: Sexo e nudez: B.4.1. NUDEZ- Cena em que são exibidos seios, nádegas e/ou órgãos genitais. EXEMPLO: Pessoa troca de roupa enquanto outra a observa. B.4.2. EROTIZAÇÃO - Imagens, diálogos e contextos eróticos, sensuais ou sexualmente estimulantes, como strip-teases e danças eróticas; B.4.3. VULGARIDADE - Imagens, diálogos ou contextos que apresentem a sexualidade de maneira vulgar. Violência: A.4.2. ESTIGMA / PRECONCEITO

49 - Diálogos, imagens ou contextos que estereotipam as chamadas minorias ou grupos vulneráveis, fazendo chacota ou depreciando um indivíduo ou grupo por conta de suas particularidades, reiterando sua histórica condição marginal, ridicularizando características ou crenças pessoais (a identidade social), atendo-se a uma característica pessoal para diminuir o indivíduo ou grupo, atribuindo-lhe condição defeituosa. EXEMPLO: Índio é apresentado como preguiçoso; morador de rua é sempre retratado como bandido; criança é chamada de “bichinha” por conta de seus trejeitos.

Agravantes: E.3. FREQUÊNCIA - Conteúdo inadequado é apresentado várias vezes na trama. Atenuantes: D.5. CONTEXTO IRÔNICO OU CÔMICO/CARICATO - Conteúdo inadequado apresentado em um contexto que desvincule a inadequação da sua correspondência com a realidade, através de recurso estético irônico ou cômico/caricato. EXEMPLO: Programa de humor apresenta relação sexual mal-sucedida de casal em crise, para provocar o riso.

Pânico na BAND - 07/10 (Classificação: 14 anos) O primeiro bloco apresentou o quadro "Xupla, conselheiro amoroso". Os repórteres Eduardo e Marcelo paqueraram as banhistas. Os seios e nádegas das mulheres foram filmados. Em certo momento, eles pediram para uma senhora dançar Funk. Ela, de biquíni, rebolou e desceu até o chão. Uma das banhistas estava deitada de lado e foi abordada pelo repórter Marcelo, que deitou ao seu lado de conchinha. Ele tentou beijar a moça, que cedeu. No segundo bloco os repórteres Carioca e Ceará se vestiram de Dilma e presidente molusco, respectivamente. Eles entrevistaram famosos como Mariana Ximenes, Reynaldo Gianecchini, Tony Ramos e Jesus Luz. O jogo do Brasil contra a Argentina foi acompanhado por Daniel Peixoto (Alfinete) e Wellington Muniz (Carioca) que estava vestido de Pelé. Eles tentaram entrevistar a comitiva brasileira, que foi hostil à presença deles. Também falaram com argentinos e fizeram uma competição de embaixadinhas. O repórter Alfinete participou da torcida argentina, e Carioca, da brasileira. A energia do estádio acabou, o que impossibilitou o jogo. Vários torcedores foram filmados xingando os jogadores e técnicos.

50 Evandro (Christian Pior), e Amanda cobriram um evento que premia personalidades brasileiras. Eles falam com os famosos que estavam no local e fizeram perguntas sobre suas roupas e vida pessoal. O programa Pânico na Band foi eleito o melhor programa jovem. A equipe também cobriu as eleições 2012. No quadro "Pânico nas eleições 2012", Vesgo (Rodrigo Scarpa), Ceará (Wellington Muniz) e Carioca (Márvio Lucio) falaram com eleitores de São Paulo. Eles também entrevistaram o atual prefeito de São Paulo, Kassab, filmaram José Serra e Alckmin votando e falaram com Celso Russomano. Ceará, vestido de Lula, conversou com Haddad e perguntou sobre o transporte público. O quadro "Eu preciso de um companheiro", que busca um namorado para Sabrina Sato, mostrou uma reprise dos principais acontecimentos do reality show. As mulheres dos repórteres do programa foram ajudar Sabrina a se decidir e deram suas opiniões sobre os pretendentes. O dia a dia deles foi filmado pela produção e visto por Sabrina. Os candidatos foram submetidos a uma prova de soletração e foram divididos em dois grupos de três. Os participantes foram chamados individualmente e soletraram palavras sorteadas. O grupo que acertou mais palavras ganhou imunidade e um participante do grupo que perdeu foi escolhido por Sabrina para ser eliminado. Adriano foi escolhido e deixou o programa. As finalistas do concurso "A musa da Band" foram chamadas no palco. O apresentador, Emílio Surita, pediu para a produção trazer o prêmio e um fogão apareceu no palco. Depois, o apresentador disse que se tratava de uma brincadeira e que a grande vencedora ganharia um carro. Eduardo Sterblitch cobriu "Meu prêmio Nick" e falou com atores e cantores que estavam no local como Fiuk, a banda Restart, Reynaldo Gianecchini, Michel Teló e Luan Santana. Eduardo Sterblitch ganhou o prêmio de melhor humorista. A sátira da novela "Avenida Brasil", "Avenida Barril", apresentou de forma caricaturada uma reconstrução dos episódios da novela. O programa "Medida Certa", do Fantástico, que conta com a participação de Ronaldo Fenômeno, também foi satirizado. O programa também passou o quadro "Ursinho Chapadão", sobre o filme "Ursinho Ted". Um anão vestido de ursinho passeou pela rua e levantou a saia de mulheres que estavam no local. O programa chegou ao fim

Inadequações:

51 F.3 – Conteúdo Sexual; F.4 – Nudez; F.10 – Linguagem Imprópria; 14 anos: Sexo e nudez: B.4.1. NUDEZ- Cena em que são exibidos seios, nádegas e/ou órgãos genitais. EXEMPLO: Pessoa troca de roupa enquanto outra a observa. B.4.2. EROTIZAÇÃO - Imagens, diálogos e contextos eróticos, sensuais ou sexualmente estimulantes, como strip-teases e danças eróticas; B.4.3. VULGARIDADE - Imagens, diálogos ou contextos que apresentem a sexualidade de maneira vulgar. Violência: A.4.2. ESTIGMA / PRECONCEITO - Diálogos, imagens ou contextos que estereotipam as chamadas minorias ou grupos vulneráveis, fazendo chacota ou depreciando um indivíduo ou grupo por conta de suas particularidades, reiterando sua histórica condição marginal, ridicularizando características ou crenças pessoais (a identidade social), atendo-se a uma característica pessoal para diminuir o indivíduo ou grupo, atribuindo-lhe condição defeituosa. EXEMPLO: Índio é apresentado como preguiçoso; morador de rua é sempre retratado como bandido; criança é chamada de “bichinha” por conta de seus trejeitos. Agravantes: E.3. FREQUÊNCIA - Conteúdo inadequado é apresentado várias vezes na trama. Atenuantes: D.5. CONTEXTO IRÔNICO OU CÔMICO/CARICATO - Conteúdo inadequado apresentado em um contexto que desvincule a inadequação da sua correspondência com a realidade, através de recurso estético irônico ou cômico/caricato. EXEMPLO: Programa de humor apresenta relação sexual mal-sucedida de casal em crise, para provocar o riso.

Pânico na BAND - 14/10 (Classificação: 14 anos)

52 Sabrina e Eduardo Sterblitch cobriram o dia das crianças no Complexo do Alemão. A matéria se iniciou com a música do desenho “Bob Esponja” em funk. Sabrina e algumas crianças foram filmadas dançando o estilo de música, que apresenta uma coreografia sexualizada. Eles perguntaram o que as crianças desejavam dos prefeitos, e elas disseram que esperavam uma boa escola e segurança para brincarem na rua. Valesca Popozuda também estava no local e foi entrevistada por Eduardo. Ao voltar para o estúdio, as dançarinas, de biquíni fio dental, foram filmadas dançando. A segunda matéria apresentou um clipe da música “Gangnam Style” gravado pelas panicats, em que elas aparecem dançando de biquíni e rebolando. O jornal do Bóris foi o próximo quadro. Márvio Lúcio realizou uma caricatura do jornalista Boris Casoy. Daniel Peixoto conheceu o lutador de sumô Taka e descobriu como ele fez para conseguir disputar o mundial na China. Ele vendeu rifas e o programa vendeu um jantar com as Panicats para ajudá-lo. Emílio perguntou para Sabrina se ela já havia se vingado de alguém. Ela respondeu negativamente e o apresentador, então, disse que a vingança é muito prazerosa. O vídeo de um garoto enganado pelo pai, que deu um ovo de galinha cru para o menino comer dizendo que era Kinder Ovo, ficou famoso na internet. O programa procurou a família e realizou uma vingança com o filho para o pai. A produção montou um buraco com cerca de 6 mil ovos podres e o cobriu de grama. O pai passou pelo local e caiu no meio dos ovos quebrados. Daniel Zukerman cobriu o treino para o UFC. Ele falou com lutadores como Minotauro, Anderson Silva e Stephan Bonnar, adversário de Anderson Silva. Eles também cobriram a luta, filmaram os lutadores se pesando e a entrada de Anderson Silva, que foi ovacionado pelos presentes. Famosos que foram ao evento foram entrevistados. O Reality "Eu preciso de um companheiro" entrou no ar. Cada participante sorteou uma atividade que Sabrina realiza durante a semana, como salão de beleza, jantar, academia e passeio de helicóptero, para acompanhá-la. Ela escolheu Denner para sair e conhecer melhor, e ele, além de ganhar imunidade, a acompanhou em um evento da Escola de Samba Vila Isabel. Sabrina eliminou Fabrício e quatro continuaram na disputa. Evandro Santo, vestido de Christian Pior, cobriu uma festa com celebridades. Ele as entrevistou e criticou a roupa que vestiam.

53 O quadro "Ursinho Chapadão”, uma alusão ao filme TED, mostrou o anão, vestido de ursinho, bebendo cerveja. Ele entrou em uma locadora e jogou os filmes de algumas prateleiras no chão, além de ter agarrado pedestres nas ruas e abraçado a perna de uma mulher. A sátira da novela "Avenida Brasil", “Avenida Barril”, apresentou a cena em que Tufão, Márvio Lúcio, descobre a traição de Carminha com Max. Ele xingou Carminha, interpretada por Eduardo Sterblicth, de vagabunda e a agrediu. Em determinada cena, a panicat Babi dançou com uma lingerie vermelha fio dental.

Inadequações: F.3 – Conteúdo Sexual; F.4 – Nudez; F.10 – Linguagem Imprópria; 14 anos: Sexo e nudez: B.4.1. NUDEZ- Cena em que são exibidos seios, nádegas e/ou órgãos genitais. EXEMPLO: Pessoa troca de roupa enquanto outra a observa. B.4.2. EROTIZAÇÃO - Imagens, diálogos e contextos eróticos, sensuais ou sexualmente estimulantes, como strip-teases e danças eróticas; B.4.3. VULGARIDADE - Imagens, diálogos ou contextos que apresentem a sexualidade de maneira vulgar. Violência: A.4.2. ESTIGMA / PRECONCEITO - Diálogos, imagens ou contextos que estereotipam as chamadas minorias ou grupos vulneráveis, fazendo chacota ou depreciando um indivíduo ou grupo por conta de suas particularidades, reiterando sua histórica condição marginal, ridicularizando características ou crenças pessoais (a identidade social), atendo-se a uma característica pessoal para diminuir o indivíduo ou grupo, atribuindo-lhe condição defeituosa. EXEMPLO: Índio é apresentado como preguiçoso; morador de rua é sempre retratado como bandido; criança é chamada de “bichinha” por conta de seus trejeitos.

Agravantes: E.3. FREQUÊNCIA - Conteúdo inadequado é apresentado várias vezes na trama.

54 Atenuantes: D.5. CONTEXTO IRÔNICO OU CÔMICO/CARICATO - Conteúdo inadequado apresentado em um contexto que desvincule a inadequação da sua correspondência com a realidade, através de recurso estético irônico ou cômico/caricato. EXEMPLO: Programa de humor apresenta relação sexual mal-sucedida de casal em crise, para provocar o riso.

Pânico na BAND - 28/10 Classificação: 14 anos O programa se iniciou com um close nas dançarinas que estavam de biquíni fio dental. O jornal do Boris se iniciou. O humorista Márvio Lúcio realizou uma caricatura do jornalista Boris Casoy. Os repórteres Amanda, Rodrigo Scarpa, Eduardo Sterblitch e Marcelo cobriram o segundo turno das eleições e filmaram os candidatos Serra e Haddad. Falaram com políticos como Suplicy, Kassab e Russomano. O programa filmou brigas entre Petistas e PSDBistas e tentativas de agressões aos repórteres. O câmeraman e o produtor do pânico foram agredidos por eleitores que estavam no local. As pessoas se exaltaram com a chegada de José Genuíno, um dos réus do mensalão. O Reality Show "Eu preciso de um companheiro" entrou no ar. Nesse episódio Sabrina teve a oportunidade de escolher um passeio diferente com os últimos três participantes. Sabrina conheceu a família de Felipe e depois passou o dia em um SPA ao lado dele. Após passar o dia ao lado dele, Sabrina o escolheu para continuar na competição. Daniel Zuckerman, Rodrigo Scarpa e Guilherme Santana Cobriram a festa da novela "Salve Jorge", da emissora Rede Globo. Daniel vestiu-se de repórter da Rádio Casseta & Planeta para ver se os atores globais concediam mais entrevistas, o que de fato ocorreu. Os repórteres entrevistaram vários artistas e a autora Glória Perez, e fizeram algumas perguntas de teor sexual. Ceará e Daniel Peixoto cobriram uma festa que homenageou as mulheres mais sensuais. Eles falaram com algumas mulheres, e perguntou para uma delas: "Hoje existem mulheres mais bonitas ou mais acéfalas?". À outra, perguntou "Você veio para comer ou para achar alguém para te comer em casa?".

55 No quadro seguinte, uma sátira da novela global "Salve Joge", chamada "Save George", começou. Uma mulher dançava de fio dental e top e seus seios e nádegas foram filmados. As cenas da novela foram regravadas. Marcos Chiesa e Bolinha prepararam uma surpresa para as panicats no dia das Bruxas. Eles pediram para as dançarinas do programa dançarem a música Thriller, de Michael Jackson, para a composição de um clip. Para gravar a última cena, uma das moças, Carol Belli, precisou ir até outro locar e entrar em um caixão. Ao deitar, ela começou a chorar. Marcos Chiesa e Bolinha apareceram, revelaram que ela seria enterrada vida, e que, com um celular, teria que ensinar as outras panicats o caminho para ser salva. Carol começou a chorar muito e implorou para ser tirada do local. Ela ligou para as outras dançarinas, e, após algum tempo, foi salva. O celular que ela recebeu da produção estava com a bateria acabando. Felipe, o participante escolhido por Sabrina, foi ao palco e entrevistado pelo elenco do programa. Felipe se assumiu virgem no início do Reality e foi questionado sobre isso. O programa chegou ao fim.

Inadequações: F.3 – Conteúdo Sexual; F.4 – Nudez; F.10 – Linguagem Imprópria; 14 anos: Sexo e nudez: B.4.1. NUDEZ- Cena em que são exibidos seios, nádegas e/ou órgãos genitais. EXEMPLO: Pessoa troca de roupa enquanto outra a observa. B.4.2. EROTIZAÇÃO - Imagens, diálogos e contextos eróticos, sensuais ou sexualmente estimulantes, como strip-teases e danças eróticas; B.4.3. VULGARIDADE - Imagens, diálogos ou contextos que apresentem a sexualidade de maneira vulgar. Violência: A.4.2. ESTIGMA / PRECONCEITO - Diálogos, imagens ou contextos que estereotipam as chamadas minorias ou grupos vulneráveis, fazendo chacota ou depreciando um indivíduo ou grupo por conta de suas particularidades,

56 reiterando sua histórica condição marginal, ridicularizando características ou crenças pessoais (a identidade social), atendo-se a uma característica pessoal para diminuir o indivíduo ou grupo, atribuindo-lhe condição defeituosa. EXEMPLO: Índio é apresentado como preguiçoso; morador de rua é sempre retratado como bandido; criança é chamada de “bichinha” por conta de seus trejeitos.

Agravantes: E.3. FREQUÊNCIA - Conteúdo inadequado é apresentado várias vezes na trama. Atenuantes: D.5. CONTEXTO IRÔNICO OU CÔMICO/CARICATO - Conteúdo inadequado apresentado em um contexto que desvincule a inadequação da sua correspondência com a realidade, através de recurso estético irônico ou cômico/caricato. EXEMPLO: Programa de humor apresenta relação sexual mal-sucedida de casal em crise, para provocar o riso.

Pânico na BAND - 04/11 (Classificação: 14 anos) A primeira matéria apresentada foi a de Vesgo e Marcelo, que foram à praia e filmaram os banhistas do local. Eles falaram com uma moça, que estava de biquíni fio dental, e filmaram seu corpo. Outra banhista foi parada pelos repórteres. Eles a filmaram de costas, focando em suas nádegas, e quando ela tentou virar para a câmera, pediram para ela permanecer como estava, pois era feia. O repórter Marcelo beijou uma banhista. Amanda Ramalho e Evandro Santo cobriram o "Zombie Walker", caminhada de pessoas vestidas de zombies que ocorreu no feriado de finados. Eles filmaram as pessoas que estavam no local e suas fantasias. Filmaram, também, casais fantasiados se beijando e a repórter Amanda disse "Que nojo". Evandro respondeu: "Que nojo? Pelo menos eles transam!". Guilherme Santana, vestido de Otávio Mesquita, apresentou uma disputa de velocidade entre as dançarinas do programa, as Panicats, e um cachorro. Eles percorreram um percurso contra o animal, e foram obrigadas a comer ração de cachorro em uma tigela. Daniel Zukerman, integrante do Pânico, casou-se e o programa cobriu a cerimônia. Evandro Santo fez a matéria e filmou os convidados. O Reality Show "Eu preciso de um companheiro" foi a seguinte atração. Sabrina conheceu a família do participante Munir e soube um pouco sobre sua história. Eles passaram um

57 dia juntos em uma fazenda. Ao final do quadro, ela precisou escolher se ele continuaria na disputa ou não. Sabrina manteve Munir na disputa. A “Escolinha do Professor Morimbundo” entrou no ar. Os integrantes do programa eram os alunos e estavam caracterizados de comediantes famosos que faleceram. Wellington Muniz (Ceará) estava caracterizado de Professor Raimundo e fez perguntas aos alunos. Algumas perguntas foram de teor sexual. O "Jornal do Boris" apresentou o humorista Márvio Lúcio imitando o jornalista Boris Casoy. Gominho, um rapaz humilde, era integrante do programa de Adriane Galisteu, que saiu do ar, e está sem emprego. O programa o entrevistou e foi até sua cidade natal falar com sua família. “O Maior Arregão do Mundo" foi exibido. No quadro, os integrantes do programa são divididos em dois grupos e sorteiam provas para realizaram. Caso a prova seja muito forte, o participante pode desistir e, caso ele desista, é chamado de "arregão". As provas são diferentes em todos os programas. Essa edição apresentou uma reprise de provas já realizadas. Os participante tiveram, entre outras coisas, que raspar apenas uma parte do cabelo e sentar sob uma panela aberta com pipocas estourando. “Save George”, sátira da novela "Salve Jorge", foi a atração seguinte. O programa realizou uma festa de despedida de solteiro para Daniel Zukerman e o levou ao local sem ele saber de nada. Daniel achou que iria gravar uma matéria sobre casamento coletivo e quando chegou ao local, havia uma festa cheia de mulheres de lingerie. Os integrantes do programa estavam na festa e, em uma sala, as mulheres deles assistiam o que acontecia no local. Bêbados, eles dançavam com as moças de lingerie e faziam comentários a respeito delas. As panicats também dançaram para Daniel. A noiva dele, Mama Maluf, entrou fantasiada com uma máscara e fez uma surpresa para Daniel. As mulheres dos outros repórteres também entraram logo em seguida e brigaram com seus parceiros. Após a matéria ter sido passada, o casal foi chamado ao palco e o programa chegou ao fim.

Inadequações F.3 – Conteúdo Sexual;

58 F.4 – Nudez; F.10 – Linguagem Imprópria; 14 anos: Sexo e Nudez: B.4.1. NUDEZ- Cena em que são exibidos seios, nádegas e/ou órgãos genitais. EXEMPLO: Pessoa troca de roupa enquanto outra a observa. B.4.2. EROTIZAÇÃO - Imagens, diálogos e contextos eróticos, sensuais ou sexualmente estimulantes, como strip-teases e danças eróticas; B.4.3. VULGARIDADE - Imagens, diálogos ou contextos que apresentem a sexualidade de maneira vulgar. Violência: A.4.2. ESTIGMA / PRECONCEITO - Diálogos, imagens ou contextos que estereotipam as chamadas minorias ou grupos vulneráveis, fazendo chacota ou depreciando um indivíduo ou grupo por conta de suas particularidades, reiterando sua histórica condição marginal, ridicularizando características ou crenças pessoais (a identidade social), atendo-se a uma característica pessoal para diminuir o indivíduo ou grupo, atribuindo-lhe condição defeituosa. EXEMPLO: Índio é apresentado como preguiçoso; morador de rua é sempre retratado como bandido; criança é chamada de “bichinha” por conta de seus trejeitos.

Agravantes: E.3. FREQUÊNCIA - Conteúdo inadequado é apresentado várias vezes na trama. Atenuantes: D.5. CONTEXTO IRÔNICO OU CÔMICO/CARICATO - Conteúdo inadequado apresentado em um contexto que desvincule a inadequação da sua correspondência com a realidade, através de recurso estético irônico ou cômico/caricato. EXEMPLO: Programa de humor apresenta relação sexual mal-sucedida de casal em crise, para provocar o riso.

Pânico na BAND - 02/12 (Classificação: 14 anos)

59 Primeiramente, o apresentador Emílio Surita chamou os três finalistas do quadro “Eu preciso de um companheiro” ao palco e disse que, mais tarde, iria mostrara vídeos que chegaram até a produção em que os rapazes estavam aprontando. O primeiro quadro foi a cobertura de uma festa em Maresias feita por Bola e Vesgo. As panicats Renata Molinaro e Carol Belli também estavam na festa e foram testar as “cantadas dos homens”. Os corpos das mulheres foram filmados, focando em seus seios. Os repórteres também chamavam as mulheres de “gostosas”. A matéria seguinte falou sobre o fato das panicats não terem sido convidadas para os casamentos de alguns repórteres do programa. As dançarinas falaram como se sentiram sobre a exclusão e vídeos das cerimônias foram passados. Em seguida, Emílio Surita mostrou os vídeos dos finalistas do quadro “Eu preciso de um companheiro”. Munir, um participante, apareceu bêbado e com um olho roxo em um vídeo. Já Felipe apareceu em baladas com muitas mulheres. Emílio chamou ao palco os concorrentes do quadro que já haviam sido eliminados, e disse que Sabrina poderia escolher novamente os pretendentes, caso ela desejasse. Assim, Sabrina retirou Felipe e colocou Renan, outro candidato, em seu lugar. Alfinete gravou uma matéria com três panicats e o humorista “Gominho” sobre o flyboard. O equipamento solta um jato de água e faz com que as pessoas “voem” sobre o mar. Christian Pior e Amanda Ramalho cobriram dois casamentos, o de Popó Bueno e o de Patrícia Limonge. Eles filmaram a festa, os convidados, e os entrevistaram. O programa também cobriu a apresentação de Luiz Felipe Scolari como técnico da Seleção brasileira. Alfinete falou com torcedores e entregou uma imagem da Santa de Caravaggio para o técnico. “Os penetras” estreou no Rio de Janeiro e Eduardo Sterblitch, repórter do Pânico, é um dos atores do filme. Os repórteres Vesgo e Guilherme Santana cobriram a pré-estreia do longa e, antes do início do longa, os humoristas colocaram um vídeo em que Eduardo aparece utilizando o banheiro para os presentes no local, como celebridades e políticos importantes, assistirem. O próximo quadro foi a exibição da sátira da novela global “Save George”. Mulheres de biquíni fio dental foram filmadas. A autora da novela, Glória Perez, é imitada no quadro e aparece consumindo sucessivos cigarros e ingerindo bebidas alcoólicas.

60 “O Maior Arregão do Mundo” foi o seguinte quadro. Márvio Lúcio teve que colocar um colar feito de linguiças que tinham acabado de sair da churrasqueira, Vesgo sentou sobre uma panela com pipocas estourando, e Bola teve que deixar um cachorro comer ração em seu rosto. Ainda no programa, Eduardo Sterblich, Alfinete, Márvio Lúcio e Guilherme Santana cobriram uma premiação de atores. Eles foram caracterizados de personagens da novela “Avenida Brasil” e falaram com as celebridades presentes.

Inadequações F.3 – Conteúdo Sexual; F.4 – Nudez; F.10 – Linguagem Imprópria; 14 anos: Sexo e Nudez: B.4.2. EROTIZAÇÃO - Imagens, diálogos e contextos eróticos, sensuais ou sexualmente estimulantes, como strip-teases e danças eróticas; B.4.3. VULGARIDADE - Imagens, diálogos ou contextos que apresentem a sexualidade de maneira vulgar. Violência: A.4.2. ESTIGMA / PRECONCEITO - Diálogos, imagens ou contextos que estereotipam as chamadas minorias ou grupos vulneráveis, fazendo chacota ou depreciando um indivíduo ou grupo por conta de suas particularidades, reiterando sua histórica condição marginal, ridicularizando características ou crenças pessoais (a identidade social), atendo-se a uma característica pessoal para diminuir o indivíduo ou grupo, atribuindo-lhe condição defeituosa. EXEMPLO: Índio é apresentado como preguiçoso; morador de rua é sempre retratado como bandido; criança é chamada de “bichinha” por conta de seus trejeitos.

Agravantes: E.3. FREQUÊNCIA - Conteúdo inadequado é apresentado várias vezes na trama. Atenuantes: D.5. CONTEXTO IRÔNICO OU CÔMICO/CARICATO - Conteúdo inadequado apresentado em um contexto que desvincule a inadequação da sua correspondência com a realidade, através de recurso estético irônico ou cômico/caricato.

61 EXEMPLO: Programa de humor apresenta relação sexual mal-sucedida de casal em crise, para provocar o riso.

Pânico na BAND 09/12 (Classificação: 14 anos) Vesgo e o repórter Marcelo foram até Maresias ver as banhistas. Eles filmaram moças antes de uma balada e as procuraram no dia seguinte na praia. Eles filmaram os corpos das mulheres e deram notas para elas, dizendo se estavam aprovadas ou não. Christian Pior cobriu um casamento e falou com convidados presentes no local, como Faustão, Tom Cavalcante, Rubinho e Ticiane Pinheiro. Durante a gravação, Christian Pior passou mal e apresentou alterações comportamentais e de fala, sendo levado até um hospital. A segunda matéria apresentou Alfinete, as musas da Band e Gominho no flyboard. Sabrina Sato foi até o morro da providência, pacificado, e falou com os moradores no local. Ela contou a história de Brenda, de 15 anos, que iria debutar com outras 16 meninas. Um baile de debutante é organizado todos os anos pela UPP. Brenda é fã da banda NX Zero e o programa preparou uma surpresa para ela, convidando o vocalista do grupo para o baile. Ele foi até a festa e dançou valsa com a aniversariante. O programa fez uma pegadinha chamada de Drive-Thru Show, em que atores fizeram pedidos em franquias de fast-food e brincaram com as atendentes. Vesgo e Marcelo foram até a casa de Felipe, o eliminado do quadro “Eu preciso de um companheiro”, e o levaram para uma festa. Eles filmaram as moças que estavam presentes no local. Felipe ficou muito bêbado e beijou várias mulheres. Bola e duas panicats buscaram o rapaz na balada e o levaram, em uma limousine, até a casa de Sabrina Sato para dormir lá. No caminho até a casa de Sabrina, Felipe vomitou e deu selinho nas dançarinas. Ao chegar na casa de Sabrina, ele pulou na piscina e acordou as pessoas do prédio. Os finalistas do quadro “Eu preciso de um companheiro” fizeram um teste de verdade e responderam perguntas. No quadro “O Maior Arregão do Mundo” Ceará tomou choque com raquetes de matar mosquito, Evandro Santo teve que vestir uma bermuda cheia de baratas, e Vesgo teve que surfar sobre barris. Evandro Santo ficou muito nervoso e falou muito mal de Bolinha, o organizador das provas.

62 “Save George”, sátira da novela global “Salve Jorge”, também foi apresentada no programa. Os humoristas também satirizaram o “Domingão do Faustão”, “Zorra Total” e o “Jornal Nacional”. Uma pegadinha também foi feita com as panicats, dançarinas do programa. Elas, individualmente, entraram em um elevador e apertaram um dos botões. Cada botão fazia com que algo diferente acontecesse. Uma das dançarinas ficou presa com ratos, e outra com sapos.

Inadequações F.3 – Conteúdo Sexual; F.4 – Nudez; F.10 – Linguagem Imprópria; 14 anos: Sexo e Nudez: B.4.2. EROTIZAÇÃO - Imagens, diálogos e contextos eróticos, sensuais ou sexualmente estimulantes3, como strip- teases e danças eróticas; B.4.3. VULGARIDADE - Imagens, diálogos ou contextos que apresentem a sexualidade de maneira vulgar. Violência: A.4.2. ESTIGMA / PRECONCEITO - Diálogos, imagens ou contextos que estereotipam as chamadas minorias ou grupos vulneráveis, fazendo chacota ou depreciando um indivíduo ou grupo por conta de suas particularidades, reiterando sua histórica condição marginal, ridicularizando características ou crenças pessoais (a identidade social), atendo-se a uma característica pessoal para diminuir o indivíduo ou grupo, atribuindo-lhe condição defeituosa. EXEMPLO: Índio é apresentado como preguiçoso; morador de rua é sempre retratado como bandido; criança é chamada de “bichinha” por conta de seus trejeitos.

Agravantes: E.3. FREQUÊNCIA - Conteúdo inadequado é apresentado várias vezes na trama. Atenuantes: D.5. CONTEXTO IRÔNICO OU CÔMICO/CARICATO

63 - Conteúdo inadequado apresentado em um contexto que desvincule a inadequação da sua correspondência com a realidade, através de recurso estético irônico ou cômico/caricato. EXEMPLO: Programa de humor apresenta relação sexual mal-sucedida de casal em crise, para provocar o riso.

Análises

1. Caldeirão do Huck

Exibido pela Rede Globo e sob o comando de Luciano Huck, "Caldeirão do Huck" teve seu início no dia oito de abril 2000. O programa de auditório é apresentado no período vespertino, das 16:05 às 18:20, e tem duração de aproximadamente 120 minutos. A classificação indicativa destinada a ele é Livre, sendo apresentada aos telespectadores no início do programa e após os intervalos comerciais. O programa é composto por 14 quadros diferentes: 1 - Lata Velha: Pessoas que são apaixonadas por automóveis e que possuem um em péssimas condições podem escrever ao programa e participar do quadro. "O carro será transformado em uma bela máquina turbinada e novinha em folha. O dono do carro passará por uma prova determinada pelo programa e, só depois de cumpri-la, levará o carango para a casa." 2 - Lar Doce Lar: O quadro realiza reformas em casas que encontram-se em situação precária. O dono do imóvel deve escrever ao programa contando sua história e dizendo os motivos da necessidade da reforma. "Mande sua carta, pela internet ou correio, contando a relação de amor entre a sua família e a sua casa própria. Não deixe de explicar por que essa reforma seria tão importante para vocês e por que sua família merece ser escolhida." Para conquistar a reforma, a família deve realizar uma prova. 3 - Agora ou Nunca: Pessoas com dificuldades financeiras podem escrever ao programa e participar do quadro. Uma série de provas são propostas ao participante, e cada etapa realizada dá a ele uma parte da quantia total do prêmio. 4 - Mandando Bem: O quadro ajuda pessoas donas do próprio negócio a profissionalizá-lo. "Para participar do processo de seleção do Mandando Bem, os candidatos devem ser maiores de 18 anos e residentes no território brasileiro."

64 5 - Encontrar Alguém: O programa sai em busca de pessoas que não se encontram há muito tempo e realizam um encontro entre elas. Casos de mãe e filha, pai e filho, irmãos e amigos são apresentados. 6 - Pedido de Casamento: O quadro auxilia pessoas que sonham em se casar e desejam fazer isso de forma criativa. "Muitas pessoas têm o sonho de se casar, ter filhos e formar uma linda família. Mas, para que isso aconteça, é preciso o primeiro passo: fazer a proposta para a sua amada (o). Se você quer pedir sua namorada (o) em casamento de uma maneira inusitada, engraçada e de um jeito que ninguém nunca fez, mande sua história para a gente. Se a sua ideia for legal, nós do Caldeirão podemos te ajudar nessa missão. Ah, e se você já fez algum pedido criativo e deu certo, mande para nós, outras pessoas podem se inspirar na sua história. O Luciano Huck está esperando a sua participação.” 7 - Ruim de Roda: Premiar o pior motorista é o objetivo da atração. Os participantes devem realizar provas no veículo, como passar por circuitos. Os que apresentarem um bom desempenho vão sendo eliminados e ganham uma quantia em dinheiro. Aquele que dirigir pior ganha o título de Ruim de Roda. "O apresentador Luciano Huck e a produção do Caldeirão procuram pelos piores motoristas das ruas, ou seja, aquela pessoa que todo mundo tem medo de pegar carona e é o mais odiado no trânsito. Conhece alguém assim para indicar? Vale até entregar a mãe que sempre dá um esbarrãozinho com carro na hora da sair da garagem. Ou aquela prima que não anda a mais de 30 km/h. Vale tudo, só não pode ser bom de roda. Quem sabe Luciano não gosta da sua história e você participa do novo quadro do programa?" 8 - Vou de Taxi: No quadro "Vou de Taxi", o apresentador Luciano Huck passa um dia como taxista. Ele leva as pessoas nos locais que elas desejam e conversa com elas, pergunta sobre suas vidas, sonhos e história. Algumas vezes outras celebridades o acompanham, como foi o caso d a modelo Gisele Bündchen e do ator norte-americano Ashton Kutcher. 9 - Peneira: A atração ajuda jovens a realizarem o sonho de se tornarem jogadores de futebol. O programa leva o inscrito para realizar testes em grandes clubes brasileiros. "Peneira é o quadro que procura em todo o Brasil jovens talentos do futebol ainda não descobertos pelos grandes clubes do país, e providencia uma oportunidade para que eles façam testes nas categorias de base de seus times do coração. Além disso, esses meninos são também “apadrinhados” pelos principais craques dos times profissionais, que participam da avaliação e dão conselhos aos participantes antes do grande teste."

65 10 - Compra de Presentes: Luciano Huck sai pelo comércio com uma quantia pequena de dinheiro e tem a tarefa de comprar presentes para alguma celebridade. As pessoas que estão no local, vendedores e transeuntes podem dar opiniões sobre a compra. O apresentador, depois, entrega os presentes para a celebridade. 11 - Entrega de Pizzas: No quadro o apresentador Luciano Huck atende pedidos de pizza e realiza a entrega. Ele conhece diferentes pessoas e suas histórias. 12 - A Festa é Sua: No final do ano, o apresentador escolhe uma família para ter a casa reformada, participar do Lata Velha e do quadro Agora ou Nunca. 13 - Salto Radicani: Saltos de paraquedas inéditos e aventuras são apresentados por Luciano Huck no quadro. 14 - X 1000: A atração parabeniza pessoas que fazem boas ações e mostram-se disposta a ajudar. O programa contrata pessoas para fingirem que precisam de ajuda e filmam as reações das pessoas sem elas saberem. A pessoa que ajudar ator do Caldeirão tem as moedas que leva consigo multiplicadas por 1000. Ex: "Mirela, estudante de arquitetura, foi a primeira a ajudar e faturou R$ 6.200 no Caldeirão, já que carregava R$ 6,20 e as moedas são multiplicadas por mil."

Caldeirão do Huck também apresenta concursos: Concurso de Talentos Malhação: Jovens se inscrevem na competição e um casal é escolhido para compor o elenco da novela global "Malhação". Musa do Carnaval de SP: O progama realiza uma competição entre mulheres que se dedicam às suas escolas de samba do coração. A mais bela recebe o título de Musa do Carnaval de SP. Musa do Carnaval do RJ: O progama realiza uma competição entre mulheres que se dedicam às suas escolas de samba do coração. A mais bela recebe o título de Musa do Carnaval de RJ. Soletrando: O concurso é um dos mais famosos do programa. Os melhores estudantes de todos os estados brasileiros são escolhidos para competirem no palco do Caldeirão. Aquele que for o melhor em soletração ganha a competição. Toda Família Tem um Super-Herói: Famílias se inscrevem para participar do concurso. Os pais, com o apoio dos filhos, realiza uma série de provas contra o pai da família adversária. O vencedor ganha um prêmio, como um carro zero quilômetros.

66 Torrecopos: "Torrecopos" apresenta o empilhamento esportivo de copos, que se iniciou nas escolas dos EUA. A prática da modalidade ajuda na coordenação motora, concentração e reflexo. 12 desafiantes, entre 12 e 15 anos, disputam para ver quem faz o empilhamento em menos tempo. O vencedor ganha 50 mil reais. As melhores provas do Lata Velha de todos os tempos: A atração conta com a presença de famosos que realizam novamente as provas mais famosas do quadro "Lata velha". A celebridade que realizar a melhor performance ganha um carro zero quilômetros e o participante que fez a coreografia original também leva para casa um carro zero.

Com a diversidade de quadros e abordagens, o Caldeirão do Huck não mantém uma grade de atrações constante em todas as edições. Em cada sábado, os quadros são alternados entre si, fazendo com que a pluralidade de temas mantenha o interesse do público. Notamos no programa um perfil assistencialista. Com quadros destinados à ajudar pessoas simples, diferentes concepções de vida e realidades são apresentadas. As atrações promovem uma aproximação do telespectador com as histórias dos participantes e estimulam a generosidade. Soletrando e X1000 influenciam a população ao incentivar a educação e o altruísmo. Com isso, o apresentador Luciano Huck consolidou sua imagem em respeito e admiração. Livre, o Caldeirão não apresenta inadequações que façam essa classificação ser questionada. A violência, quando apresentada, é caricaturada e fantasiosa, não havendo incentivos para sua prática. A nudez é apresentada sem o apelo sexual. Como exemplo podemos citar o programa do dia 21/09, em que a história de do naturista Júlio Magalhães foi contada. As dançarinas que compõem o programa, e que apresentam uma beleza acentuada, não se portam de maneira vulgar, desempenhando o papel de assistentes do apresentador Luciano Huck e animando a platéia. As atrações musicais são, em via de regra, temas de personagens das novelas globais como "Avenida Brasil". Entretanto, a presença de outros estilos pode ser encontrada. O programa do dia 01/09 promoveu um encontro histórico entre a Orquestra de Heliópolis, o Maestro Zubin Mehta e o violinista Julian Rachlin. No dia 20/10, Daniel Jobim, neto de Tom Jobim, apresentou Garota de Ipanema no palco do programa. Uma observação pode ser feita em relação ao

67 programa do dia 15/09, em que a música "Exagerado", de alto teor e insinuação sexual, foi apresentada pelo cantor Naldo. No questionário aplicado às pessoas que assistem ao programa, podemos observar uma satisfação como conteúdo apresentado pelo mesmo. Embora ele não seja visto por todos como um estimulante de cultura e aprendizado, é entendido como um programa descontraído para as famílias. É importante perceber que todos concordam com a classificação Livre destinada a ele.

2. Casos de Família

"Casos de Família" é um talk show veiculado pela emissora SBT exibido nas tardes de segunda a sexta, às 17:00, com duração de aproximadamente 60 minutos. A classificação indicativa destinada ao mesmo é de 10 anos. O programa trata de casos particulares relacionados ao cotidiano das pessoas, e de seus problemas íntimos, em que existem questões para serem resolvidas. Familiares, amigos, inimigos e desconhecidos se encontram e no palco a fim de falarem sobre seus conflitos. Sendo um grande sucesso do SBT, Casos de Família estreou em 17 de maio de 2004 sob o comando de Regina Volpato. Na época, o programa continha poucas discussões ríspidas. Em 2009, o talk show foi reformulado e Christina Rocha passou a apresenta-lo no dia 4 de maio, comandando-o até hoje. Os casos, então, começaram a ser abordados de uma maneira mais livre, em que discussões apareciam constantemente. A popularidade do programa é ocasionada pela proposta do mesmo, que consiste em trazer para debate temas que estão próximos à realidade dos espectadores, além de exibir brigas constantes e polêmicas. O programa atingiu 9 pontos de média e 11 de pico. Diariamente, um tema diferente é abordado e pessoas contam sobre suas histórias. Os assuntos são maioritariamente relacionados à sexualidade, machismo, problemas com a vizinhança, infidelidade, conflitos familiares entre pais e filhos e sogras e noras. Dois psicólogos, Anahy D'amico e Ildo Rosa da Fonseca, alternam-se diariamente na participação do programa e, ao final de cada tema, expressam sua opinião e análise sobre os casos demonstrados. A plateia também tem a oportunidade de interagir com os participantes e expor seus pontos de vistas.

Ao analisar o programa, o seu teor educativo, bem como o construtivo, pode ser questionado. Os casos são apresentados sucessivamente sem uma reflexão concreta sobre os

68 mesmos. Os participantes falam o que desejam, discutem, às vezes saem no tapa, e apresentadora controla a dinâmica dos temas, intervindo, apenas quando muito necessário, nas falas dos presentes. Os problemas são apresentados e não há uma conclusão. As falas dos psicólogos são pautadas em discursos universais e pouco contribuem para a resolução de algum conflito. Em muitos casos, os participantes agrediram verbalmente uns aos outros. Como exemplo podemos citar o programa do 15 de agosto, com o tema "De mulherzinha não tenho nada", em que uma travesti foi chamada de demônia. No dia 5 de setembro, no tema "O marido é sempre o último a saber", duas participantes também entraram em conflito e chamaram-se de "pirigueti, velha, fofoqueira e invejosa". Além das agressões verbais, que são constantemente abafadas pela sonorização por apresentarem palavrões, agressões físicas ocorrem entre as pessoas. No dia 24 de setembro, nos casos relacionados ao tema "Tenho provas de que você me traiu", dois casais entraram em confronto. Lúcia, ao entrar no palco, deu um tapa na cara do companheiro, e Jacqueline partiu para cima do marido Danilo, que chegou a ameaçá-la quando ela disse que iria o trair também: "Faça isso que eu te quebro", disse ele. No programa do dia 10 de outubro, com o tema "Meu marido é doente de ciúmes", a participante Vera avançou para cima de seu esposo. A temática "Para namorar um homem tão feminino, prefiro ficar com uma mulher" foi abordada no dia 24 de outubro. O casal de namorados Lucas e Douglas entrou em confronto, e a produção precisou separar os dois. Os participantes também realizam comentários a respeito dos que ainda não estão presentes. Muitas vezes suas falas denigrem a imagem do outro com acusações e falas que apresentam apenas uma versão dos fatos. Agressões morais também podem ser notadas, pois inúmeras vezes os participantes são postos em situações constrangedoras, humilhantes, degradantes e alvos de risadas. Na edição do dia 5 de setembro o tema "O marido é sempre o último a saber" foi discutido, e Vera, casada com Paulo, assumiu publicamente trair o marido. Este, que estava ao seu lado, começou a chorar, disse que amava a esposa e se retirou do palco, humilhado. O programa foi envolvido por uma atmosfera pesada, expondo a condição pessoal e a vergonha dos participantes. Outras abordagens que suscitam reflexões sobre a ridicularização dos participantes foram os programas que apresentaram performances de Drag Queens. Mesmo os participantes os apresentando por livre vontade, muitas vezes, para o espectador, tornava-se nítido que os números eram propostos pela produção não para gerar admiração ou mostrar o trabalho do presente, mas para provocarem risos na plateia.

69 O programa do dia 12 de setembro tratou do tema "É pouco armário para tanto gay nessa família" e o caso de Cristina, mãe de Jonas e Nelson, que são homossexuais, foi abordado. Nelson é Drag Queen, mas nunca havia se transformado para a mãe que não aceitava sua condição. No programa, ele vestiu-se de mulher e realizou uma performance, em que era evidente seu desconforto e nervosismo. A mãe, quando o viu, chorou muito, demonstrando tristeza. No dia 10 de outubro Reginaldo era um dos participantes do tema "Minha mãe compete comigo pelos namorados" e declarou se achar lindo. A apresentadora, ao ouvi-lo, pediu que ele desfilasse pelo palco, fazendo com que a plateia risse de sua apresentação. Além disso, Reginaldo tinha um problema de dicção e Christina Rocha fez várias vezes uma pergunta que, para respondê-la, o obrigou a repetir uma frase em que sua língua presa aparecia. A apresentadora e plateia riam quando ele falava. Os casos citados são apenas alguns exemplos em que torna-se evidente a ocorrência de uma exibição exacerbada da condição individual de cada um. As pessoas que participam do programa muitas vezes não refletem sobre sua exposição: o simples fato de aparecerem na televisão é o suficiente para deixarem suas intimidades à mostra e receberem opiniões de pessoas que nunca viram. Recentemente surgiu uma polêmica relacionada ao fato do programa também destinar um cache aos participantes que são provenientes, em sua grande maioria, de classes econômicas mais simples. Além do pagamento, tratamento dentário, maquiagem, cabelo e figurino são oferecidos a eles. O Diário de S. Paulo, no dia 25 de setembro, publicou uma notícia em que o caso foi abordado: "[...] Regalias - Quem vai à caça dos personagens é um batalhão de 30 estagiários. São eles quem vão a regiões carentes da cidade atrás de personagens que se enquadram em temas variados. Para convencê-los a falar sobre seus dramas na TV, um pequeno arsenal de regalias: tratamento dentário grátis, um cachê de R$ 80 por dia, além de maquiagem, cabelo e figurino. Um carro da emissora ainda busca esses personagens e os deixa em suas casas. Além do dia gravação, os convidados precisam ir ao SBT antes, para serem entrevistados pelos produtores – é nessa hora que eles direcionam como eles devem se portar no palco. Christina acredita, porém, que os motivos que os fazem aceitar têm mais fundo psicológico. “Independentemente da classe social, as pessoas são vaidosas. Elas querem contar sobre suas vidas, conhecer o SBT.”

70 Antes de entrar no ar, Christina recebe uma espécie de roteiro do programa. Lá, estão as histórias dos participantes de cada caso divididas como se fossem falas – Christina faz questão de mostrar os papéis à reportagem. Na hora da gravação, no entanto, a conversa segue outro rumo. A história do marido traído, por exemplo, virou um bate-boca sobre dinheiro. Não há cortes. É como se o programa fosse feito ao vivo. Depois, por exigência da classificação etária, a edição só coloca tarjas ou intervenções sonoras se algum convidado partir para briga ou soltar palavrões. “É um show. Tenho de saber quais os convidados são mais desenvoltos e explorá-los mais”, admite ela, que ainda conta com uma ajuda: a da plateia. “São parte fundamental. Às vezes eles fazem algum comentário só para pôr pilha.” Casos de Família” ainda não dá sinais de desgaste. Alcança média de 6 pontos, numa relação custo-benefício altíssima, “O programa é barato. E a gente chega a faturar R$ 1 milhão por mês”, conta. A julgar pelos dados, a atração terá vida longa."

Após essas considerações, a Classificação Indicativa de 10 anos destinada ao "Casos de Família" em alguns momentos pode ser questionada. A presença de atos violentos, a exposição de pessoas a situações constrangedoras, mesmo com o consentimento das mesmas por inocência ou em troca de algo, como um cachê, são observadas no corpo do programa. Será que a carga final de conteúdo do programa, classificado para maiores de 10 anos, não é tão danosa quanto uma cena específica considerada para maiores de 12 anos? A repetição dos valores e comportamentos de alguns participantes do programa, ainda que na exibição dos casos os palavrões tenham sido cortados, podem também ser danosos para a formação da criança e do adolescente de 10 anos. Para que a classificação indicativa atual fosse mais respeitada, deveria haver um maior cuidado em relação à alguns do conteúdos veiculados e pautas apresentadas pelo Talk Show. Determinados temas são abordados com uma carga de informação pesada que pode influenciar a concepção de mundo da criança que o assiste.

As principais inadequações encontradas foram: F.10 – Linguagem Imprópria; F.1- Violência; 10 anos:

71 A.2.3. ANGÚSTIA: Conteúdos que possam provocar desconforto no espectador, tais como a apresentação de discussões ríspidas, personagens em depressão ou tristeza intensa, acidentes e destruições, morte de pais ou de pessoas ou animais com vínculos fortes com o personagem. A.2.6. LINGUAGEM DEPRECIATIVA: Cenas em que personagens tecem comentários maldosos ou depreciativos a respeito de alguém que não esteja presente.

12 anos: A.3.10. AGRESSÃO VERBAL: Apresentação de cenas em que haja xingamentos entre personagens. EXEMPLO: Personagem xinga a outra de vadia preguiçosa. A.3.9. EXPOSIÇÃO DE PESSOAS EM SITUAÇÕES CONSTRANGEDORAS OU DEGRADANTES Assédio moral, constrangimento, degradação ou humilhação que pode ser expressa de várias formas, seja verbalmente ou através de imagens e contextos. A predisposição da(s) pessoa(s) a se envolver(em) em uma situação não é atenuante para o conteúdo humilhante, principalmente se ela o faz por inocência ou em troca de outra coisa (dinheiro, por exemplo). EXEMPLO: Pessoa aceita colocar chapéu de burro em troca de dinheiro; pessoa aceita ser suja com ovos para conseguir participar de um programa de TV; patrão ofende o funcionário no ar; professor humilha aluno que chegou atrasado na sala de aula.

Atenuantes: D.9. CONTRAPONTO - Aplica-se quando o conteúdo inadequado apresentado é seguido de imagens, diálogos ou contextos que desestimulem sua prática, tais como: - Condenação à violência;- Formas alternativas para a resolução de conflitos. Agravantes: E.3. FREQUÊNCIA - Conteúdo inadequado é apresentado várias vezes na trama.

Análise de caso específico:

No dia 29 de outubro o tema "Adoro ficar com mulheres bem mais novas do que eu" foi abordado. Além da temática, por si só, abrir espaço para polêmicas e opiniões conflituosas, um caso em específico chamou a atenção. Marislene, de 21 anos, revelou que vive com o parceiro, chamado Bahia e 33 anos mais velho que ela, desde o 11 anos de idade. A jovem contou que o relacionamento se iniciou porque o homem a procurava para certas "brincadeirinhas" e ela deixava. No site do SBT encontramos a

72 seguintes descrição do caso apresentado "‘Durante um tempo o Bahia bebia muito, então me tiraram de perto dele’, [disse Marislene]. Bahia conta que já ficou com várias meninas mais novas, pois elas topavam fazer tudo por apenas 5 reais. Mas diz que depois disso, Mislene foi a única mulher que o colocou na linha, apesar dela ter idade para ser sua filha.” Um caso de pedofilia, mesmo que já passado, é evidente. No programa foi declarado que crime já teria sido prescrito. Entretanto, mesmo com o passar dos anos, uma reflexão mais profunda era necessária e um tratamento diferenciado ao assunto deveria ser feito. A apresentadora Christina Rocha, antes de chamar o primeiro caso, falou sobre a linha tênue entre "gostar de pessoas mais novas" e "pedofilia", sem especificações. Quando Mislene revelou que desde os onze anos é companheira de Bahia, Christina não realizou nenhum comentário sobre o fato e perguntou, em seguida, como os dois se conheceram. Mislene contou que ia, com mãe e prima, à casa de Bahia assistir televisão, e que, quando a mãe se retirava, ela continuava no local. A apresentadora pediu para o Psicólogo Mari Monteiro, que trabalha com adolescentes, explicar o que é a pedofilia. Este disse que "é um transtorno, de homem ou mulher, que tem atração por criança, podendo ficar apenas na atração ou chegas nas vias de fato". Christina, então, disse para Mislene que "já passou, já caducou o crime", e perguntou se Bahia tinha a acariciava quando no início. Ela respondeu afirmativamente e disse que não tinha maldade nenhuma. Uma das acompanhantes da moça, que foram falar sobre o caso, contaram que Bahia também tinha relações com a prima de Mislene, que era um ano mais velha do ela, com 12 anos. A jovem também contou que, quando a mãe descobriu o relacionamento, Bahia disse que a assumiria se ela estivesse grávida, fato que ocorreu quando ela tinha 14 anos. Vizinhos, na época, denunciaram o caso e Mislene que ficou quase 4 anos com o filho em abrigos. Ela disse que reencontrou Bahia quando o os responsáveis pelo seu caso abriram um processo para ele pagar pensão à filha. O psicólogo disse que muitas vezes a criança desenvolve afeto de paternidade por aquele que abusa e que pela idade de Mislene, era um caso de abuso e de pedofilia, em que, hoje, o acusado estaria preso. Ele disse também que, por o passar do tempo, agora estava tudo bem, pois a jovem já tem 21 anos e o crime já estaria 'caducado'. Bahia foi chamado ao palco. A apresentadora perguntou se ele sempre sentiu atração por pessoas mais novas. Ele disse que as meninas que o procuravam e que tem 14 filhos. A filha de Bahia, que estava presente, disse que não deixaria sua filha sozinha com o avô

73 Embora o programa tenha se esforçado em colocar o tema em discussão, mesmo que sutilmente, com a presença de um psicólogo explicando sobre a pedofilia, e um telefone ter sido divulgado para a denúncia de abusos, notou-se que não houve uma censura forte direcionada ao caso em específico. Falou-se no crime de forma genérica e superficial e não especificamente sobre a o casal. A apresentadora, muitas vezes enfatizou o fato da jovem estar com Bahia até hoje e gostar dele, como se isso, atualmente, justificasse as ações do homem. Bahia não foi tratado como alguém que abusou de garotas com 11 e 12 anos, mas como um homem de 59 anos casado com uma jovem de 21. O grande problema apresentado na abordagem do assunto foi que, apesar das tentativas de falar sobre a temática da pedofilia, o crime foi apresentado, mesmo que de maneira não intencional, como "justificável", afinal ela gosta do marido, o tempo já passou, e hoje o casal está feliz.

3. Pânico na BAND

"Pânico na Band" é um programa de auditório veiculado pela emissora Rede Bandeirantes que se inicia nas noites de domingo às 21h e tem aproximadamente 180 minutos de duração. Em 2003, a fim de criar uma versão televisiva para o programa radiofônico "Pânico", "Pânico na TV" esteou na RedeTV!, onde permaneceu por quase nove anos. Em 2012 o elenco do humorístico, após problemas de atrasos de salário, assinou contrato com a Rede Bandeirantes, e sob o nome "Pânico na Band", permanece na emissora com o mesmo formato da produção anterior. A Classificação Indicativa atual destinada a ele é de 14 anos. Em 2006, "Pânico na TV" foi reclassificado de "Livre" para maiores de "12 anos", e obrigado a trocar o horário das 18h pelas 20h. Três anos depois, em 2009, a faixa etária indicada passou dos "12 anos" para "14 anos" e o horário de exibição foi transferido para as 21h. O humorístico é apresentado por Emílio Surita e tem o elenco formado por Wellington Muniz (Ceará), Márvio Lúcio (Carioca), Sabrina Sato, Rodrigo Scarpa (Vesgo), Marcos Chiesa (Bola), Evandro Santo, Eduardo Sterblitch (Polvilho), Daniel Zukerman, Daniel Peixoto (Alfinete), Guilherme Santana, Nicole Bahls. Alguns quadros contam com a participação dos repórteres Marcelo e Amanda Ramalho. Além dos repórteres, as dançarinas, chamadas de "Panicats", também fazem parte do Pânico: Bárbara Rossi, Caroline Belli, Carolina Gonçalves, Renata Molinaro e Thaís Bianca.

74 Com atrações diversas e quadros inéditos, Pânico na Band alcança um alto índice de Ibope em um público formado majoritariamente por jovens e adolescentes. As polêmicas geradas também são responsáveis pela sua popularidade. O humor, a sátira, ironia e a sexualidade são os principais compositores dos quadros do programa. Pouco, ou quase nada, se desenvolvendo de crítica social. Nota-se no programa um caráter machista, baseado no paternalismo e na servidão de mulheres, que exibem seus corpos, submetendo-se a situações constrangedoras e humilhantes. Como exemplo, alguns programas podem ser citados: no dia 9 de setembro os repórteres Marcelo e Daniel Zukerman perguntaram para uma banhista, que estava de cócoras, se ela gostava de ovo, chamando-a, nas entrelinhas, de galinha. O quadro "Xupla, conselheiro amoroso", apresentado pelos repórteres nas praias, apresenta as banhistas, seus corpos, e em certos momentos, ironiza mulheres que não se encaixam no padrão de beleza considerado. No dia 30 de setembro, Daniel e Marcelo foram em uma praia em Fortaleza e conversaram com banhistas. Um dos repórteres, ao parar uma mulher que jogava tênis, fez a seguinte pergunta: "Você é boa com a raquete? Porque se for, eu tenho duas bolas." Outro homem, que foi entrevistado, fez a seguinte declaração: "Mulher gosta de lambidinha, que chupe ela, gosta de sacanagem". As falas e cenas que são apresentadas exemplificam o perfil desmoralizante direcionado ao tratamento feminino. Além dos decursos com conotações sexuais destinados às mulheres, do fato de estarem sempre apresentadas de fio-dental, biquínis, lingeries, e até mesmo nuas, mas com tarjas, o sexo feminino é submetido à provas degradantes. No dia 28 de outubro, como comemoração dos "Dias das Bruxas" Marcos Chiesa e Bolinha prepararam uma surpresa para as Panicats, dançarinas do programa. Carol Belli teve que entrar em um caixão, e, depois, foi avisada que seria enterrada vida. Com um celular, a moça teve que que ensinar as outras Panicats o caminho para ser salva. Caroline chorou muito e implorou para ser tirada do local. Mesmo tendo conseguido explicar para as companheiras onde estava e ter saído bem do caixão, a dançarina passou por momentos de aflição e desespero. No mesmo dia, o programa também apresentou um quadro em que Guilherme Santana, vestido de Otávio Mesquita, mostrou uma disputa de velocidade entre as dançarinas do programa, as Panicats, e um cachorro. Elas realizaram um percurso e foram obrigadas a comerem ração em uma tigela. O quadro colocou as dançarinas em uma situação humilhante, ainda que com o consentimento das mesmas. Elas

75 foram comparadas e niveladas ao animal, obrigadas a comerem ração e ridicularizadas por quem as via. O tratamento pejorativo destinado ao feminino evidencia-se nos casos. A mulher é apresentada como objeto, obrigada a realizar tarefas descabíveis e alvo de depreciações, fatos que estimulam no telespectador a ideia do sexo feminino como "sexo inferior". No quadro "Ursinho chapadão", uma sátira ao filme "Ursinho Ted", as mulheres também foram alvo. No dia 7 de outubro, um anão, fantasiado de urso, andou pelas ruas e levantou a saia de moças que passeavam. O ursinho também aparecia sentado em bancos, segurando uma garrafa de cerveja e agindo como se estivesse embriagado. Em 14 de outubro, ele entrou em uma locadora e jogou os filmes de algumas prateleiras no chão, além de agarrar pedestres nas ruas e abraçar a perna de uma mulher. O "Ursinho Chapadão" também apareceu na sátira "Avenida Barril" destinada à novela global "Avenida Brasil". No dia 30 de setembro o humorista Ceará, imitando a personagem Àgata, uma criança acima do peso que compunha o elenco da novela, iniciou um diálogo com o ursinho que estava no quarto da menina. O ursinho chamou Ágata de gorda, ridícula e palavrões como "filha de uma p***", mesmo abafados por sonorização, puderam ser percebidos pelo telespectador. O programa apresenta muitas agressões verbais em seu corpo e declarações baseadas em estigmas e preconceitos, como demonstrado em relação às pessoas que não se enquadram nos padrões de beleza aceitados pelo humorístico. Os repórteres do "Pânico na Band", ao entrevistarem celebridades e cidadãos desconhecidos, realizam muitas vezes perguntas inconvenientes e de alto teor sexual, que, em via de regra, os colocam em situações constrangedoras. Isso pode exemplificado na entrevista realizada com a apresentadora Adriane Galisteu no dia 9 de setembro e nas edições quadro "Xupla, conselheiro amoroso", anteriormente citado, em que os repórteres Marcelo e Daniel Zukerman falam com banhistas que estão em praias brasileiras. O programa do dia 14 de outubro apresentou um especial sobre o dia das crianças no Complexo do Alemão. A matéria se iniciou com uma música infantil em funk, e exibiu crianças e a apresentadora Sabrina Sato dançando o estilo musical, que, por si só, apresenta uma coreografia sexualizada. Atos violentos e banais também estão presentes das edições e não há consequências negativas ou punição para aqueles que causam a dor.. No quadro "O maior arregão do mundo", os integrantes do Pânico são divididos em dois grupos e sorteiam provas para realizarem, que são

76 diferentes em cada semana. A atração, que antes era apresentada regularmente, foi exibida no programa do dia 28 de outubro com uma reprise de provas já realizadas. Eduardo Sterblitch foi obrigado a raspar apenas uma parte do cabelo e Wellington Muniz teve que sentar sob uma panela aberta com pipocas estourando, o que queimou a pele do humorista. Os conteúdos do humorístico obedecem os critérios da faixa etária de 14 anos estipulados pelo Ministério da Justiça, mas percebemos as inadequações presentes em toda a exibição do programa. O Pânico na Band não veicula cenas de sexo não explícito de longa duração, o que o classificaria como inapropriado para menores de 16 anos. Entretanto, o programa é apresentado durante aproximadamente três horas aos domingos e cenas eróticas e discriminatórias são recorrentes em toda sua exibição. Assim, somos levados a pensar: será que a intensa veiculação desses conteúdos não influenciaria tão negativamente crianças e adolescentes de 14 anos como a presença de uma única cena longa de sexo não explícito em um filme classificado para maiores de 16 anos?

Os principais conteúdos encontrados foram: F.3 – Conteúdo Sexual; F.4 – Nudez; F.10 – Linguagem Imprópria; 14 anos: Sexo e nudez: B.4.1. NUDEZ - Cena em que são exibidos seios, nádegas e/ou órgãos genitais. EXEMPLO: Pessoa troca de roupa enquanto outra a observa. B.4.2. EROTIZAÇÃO - Imagens, diálogos e contextos eróticos, sensuais ou sexualmente estimulantes3, como strip- teases e danças eróticas; B.4.3. VULGARIDADE - Imagens, diálogos ou contextos que apresentem a sexualidade de maneira vulgar. Violência: A.4.2. ESTIGMA / PRECONCEITO - Diálogos, imagens ou contextos que estereotipam as chamadas minorias ou grupos vulneráveis, fazendo chacota ou depreciando um indivíduo ou grupo por conta de suas particularidades,

77 reiterando sua histórica condição marginal, ridicularizando características ou crenças pessoais (a identidade social), atendo-se a uma característica pessoal para diminuir o indivíduo ou grupo, atribuindo-lhe condição defeituosa. EXEMPLO: Índio é apresentado como preguiçoso; morador de rua é sempre retratado como bandido; criança é chamada de “bichinha” por conta de seus trejeitos.

Agravantes: E.3. FREQUÊNCIA - Conteúdo inadequado é apresentado várias vezes na trama. Atenuantes: D.5. CONTEXTO IRÔNICO OU CÔMICO/CARICATO - Conteúdo inadequado apresentado em um contexto que desvincule a inadequação da sua correspondência com a realidade, através de recurso estético irônico ou cômico/caricato. EXEMPLO: Programa de humor apresenta relação sexual mal-sucedida de casal em crise, para provocar o riso.

Análise de caso específico:

O programa "Pânico na Band", exibido no dia 15 de abril, apresentou uma material em que o diretor teatral Gerald Thomas foi intrevistado na sessão de autógrafos de seu último livro: "Arranhando a Superfície". A reporter Nicole Bahls estava acompanhada de Daniel Zukerman e Wellington Muniz e, em determinado momento da reportagem, Gerald colocou a mão por baixo do vestido da moça, dizendo "Deixa eu ver o sexo dela". Nicole, surpresa e sem saber como reagir, tentou retirar a mão do diretor, que insistiu. A cena foi veiculada com naturalidade pelo humorístico, que foi amplamente criticado, assim como Gerald Thomas. Emílio Surita, apresentador do Pânico, declarou: "Não queremos violência alguma. Estamos em um programa de humor e vamos fazer brincadeiras”. O diretor da atração, Alan Rapp, também tratou do ocorrido com normalidade: "Foi uma brincadeira. O Gerald é dos nossos. Não acho que foi uma situação constrangedora” Nicole chegou a declarar que Gerald é polemico e em uma de suas redes sociais, publicou respondendo a um fã: "Fiquei muito triste com isso”, "Obrigada de coração. Amanhã é outro dia. Vai passar.” Vemos nessa caso a exemplificação de ações que são estimuladas pelo programa. Longe de causar um debate sobre a figura feminina e os estereótipos que a envolvem, aprofundam o

78 pensamento raso e superficial de mulher como um objeto de satisfação pessoal masculino. Eduardo Sakamoro, jornalista, publicou um texto comentando a postura do humorístico: “O machismo é tão estruturante da identidade brasileira – de homens e mulheres, diga-se de passagem – que há quem veja só piada numa cena dantesca como esta. O humor, neste caso, é um aliado importante da perpetuação do machismo em nossa sociedade. Ele cria uma espécie de redoma de vidro dentro da qual tudo é permitido, inclusive enfiar a mão entre as pernas de uma entrevistadora contra a sua vontade. Não há como ser mais explícito e violento. Manter um sorriso sacana no rosto não muda a agressividade das mãos. E não enxergar isso também é uma manifestação de machismo. Quem não vê onde está o problema, é hora de revisitar seus valores e práticas.", diz.

Considerações finais

Por meio dos dados apresentados nota-se que, em certos momentos e questões, os programas analisados deixam passar inadequações que deveriam ser consideradas no momento de sua classificação indicativa, sendo, assim, sub-classificados. Para entender essa classificação é importante saber que na televisão os programas são autoclassificados por produtores, roteiristas, diretores e etc: uma gama de profissionais com outras especialidades que não a de classificar indicativamente, e que devem visar à promoção do programa, sua audiência e popularidade. Outro fator que afeta a classificação é a grande quantidade de conteúdo produzido semanalmente pelos programas, dificultando uma análise profunda. A classificação indicativa dos filmes ocorre de forma diferente e é determinada por profissionais do Ministério da Justiça que têm como atividade principal e especialidade a aplicação dos critérios classificativos a diversos conteúdos midiáticos. Também podemos relacionar à classificação indictiva na TV o interesse financeiro das grandes emissoras. Ora, a veiculação de determinado contúdo que seja popular gera audiência que, por sua vez, gera o lucro. Assim, restringir um programa a um número cada vez menor de telespectadores afeta de maneira negativa a rentabilidade dele, prejudicando financeiramente os detentores do monopólio midiático. Aparece, então, a questão: a classificação indicative deve ser pensada de forma a afetar da menor maneira possível o lucro da emissora ou deve ser estipulada para defender da forma mais efetiva os direitos da criança e do adolescente?

79 O acesso ao conteúdo televisivo é outra questão preocupante da classificação indicativa. A televisão aberta atinge cerca de 97% da população brasileira, segundo dados do Grupo Mídia Brasil de 2010, e ela não tem ferramentas para restringir que nenhuma audiência veja determinado conteúdo. O único mecanismo possível para regulação é a vinculação de horário, que não restringe, e apenas facilita o controle parental. Outro ponto a ser levado em consideração na hora de classificar os programas é a questão da frequência, que aparece como parâmetro de agravante ou atenuante para a classificação. Sendo assim, a frequência de exibição destes programas, no período de uma semana, também deveria ser levada em consideração, o que agravaria o conteúdo apresentado aos telespectadores. Na televisão as propagandas são alocadas de acordo com o horário em que o público alvo deve estar presente e não relacionadas à classificação indicativa. Assim, as crianças acabam expostas a uma cultura consumista intensiva mostrando, muitas vezes, beleza e/ou a compra como forma de obter felicidade e satisfação pessoal. Propagandas direcionadas para as crianças podem ser mais prejudiciais por sua capacidade de convencimento. Um programa de uma hora costuma ter 10 minutos de intervalos comerciais, 20% do seu tempo total, dessa forma o intervalo tem grande potencial agravante e, portanto, também deve ser considerado na hora de classificar indicativamente. É importante dizer que no cinema, por exemplo, há o controle do que é apresentado antes do filme principal, pois o trailer exibido deve ter a mesma classificação etária do longa metragem.

Questionário

1. Caldeirão do Huck

• Paula Reis - 19 anos 1) Você acredita que a Classificação Indicativa influencie os pais ou responsáveis de crianças e adolescentes no momento da escolha dos programas ou ela é, na maior parte das vezes, ignorada? Acredito que na maioria das vezes a classificação indicativa em programas de televisão é ignorada pelos pais. Diferente do que acontece com os filmes, acredito que os pais não se

80 preocupem com a indicação se o programa é veiculado em um horário em que crianças costumam assistir à televisão, como manhã e tarde.

2) Qual a sua opinião sobre o conteúdo do programa "Caldeirão do Huck" veiculado pela emissora Rede GLOBO? Acredito que seja um programa neutro, um típico programa de auditório que não traz crescimento cultural para seus telespectadores, mas diverte a família em um sábado a tarde

3) Você concorda com a classificação destinada ao programa - Livre? Se não, quais os motivos? Concordo com a classificação livre, já que o programa não explora mais temas com apelo sexual como era feito antigamente, mas sim temas mais leves

4) Que classificação você atribuiria ao programa? Livre

• Cláudia Janei Cristofoleti - 40 anos 1) Você acredita que a Classificação Indicativa influencie os pais ou responsáveis de crianças e adolescentes no momento da escolha dos programas ou ela é, na maior parte das vezes, ignorada? Acho que é importante a classificação indicada para a idade, mais cabe as emissoras saberem qual horário colocar seus programas. É difícil para os pais ficarem controlando os programas assistidos pelos seus filhos. Sendo assim muitas vezes acabam sendo ignoradas.

2) Qual a sua opinião sobre o conteúdo do programa "Caldeirão do Huck" veiculado pela emissora Rede GLOBO? O programa apresenta conteúdo, tem música, entrevistas interessantes e envolvimento do apresentador com a sociedade.

3) Você concorda com a classificação destinada ao programa-Livre? Se não, quais os motivos?

81 Eu concordo com a classificação livre porque é um programa com conteúdo, apresentações musicais, entrevistas e mostra o envolvimento de Huck com a sociedade. É uma pessoa que gosta de fazer o bem. Então não vejo problema em relação a classificação.

4) Que classificação você atribuiria ao programa? Livre

• Mayara Cristofoleti - 20 anos 1) Você acredita que a Classificação Indicativa influencie os pais ou responsáveis de crianças e adolescentes no momento da escolha dos programas ou ela é, na maior parte das vezes, ignorada? Acredito que, com a cultura que temos, essa Classificação Indicativa é ignorada pelos pais.

2) Qual a sua opinião sobre o conteúdo do programa "Caldeirão do Huck" veiculado pela emissora Rede GLOBO? Acho um contéudo sensacionalista, porém leve para as crianças.

3) Você concorda com a classificação destinada ao programa - Livre? Se não, quais os motivos? Concordo com a classificação

4) Que classificação você atribuiria ao programa? Livre

2. Casos de Família

• Pedro Lione Borges - 20 anos 1) Você acredita que a Classificação Indicativa influencie os pais ou responsáveis de crianças e adolescentes no momento da escolha dos programas ou ela é, na maior parte das vezes, ignorada?

82 Na maior parte das vezes é ignorada. As pessoas não estão interessadas para qual idade é destinada cada programa, se o programa lhe interessa pouco importa sua classificação. E os pais em uma maneira geral não se importam com o que seus filhos estão vendo.

2) Qual a sua opinião sobre o conteúdo do programa "Casos de Família" veiculado pela emissora SBT? Baixo e extremamente desnecessário. Sabe-se que o programa relata o cotidiano do povo brasileiro, mas, ao passar este conteúdo, faz apologias para traição, alcoolismo, má educação, palavras de baixo calão e futilidades. Vale lembrar de que se trata de um programa vespertino e neste horário é alarmante o numero de crianças assistindo.

3) Você concorda com a classificação destinada ao programa - 10 anos? Se não, quais os motivos? Não, pelo conteúdo ser inadequado.

4) Que classificação você atribuiria ao programa? 16 anos.

• Bruna de Alencar - 20 anos 1) Você acredita que a Classificação Indicativa influencie os pais ou responsáveis de crianças e adolescentes no momento da escolha dos programas ou ela é, na maior parte das vezes, ignorada? Eu acho que a Classificação Indicativa funciona mais como uma sugestão aos pais. Na maioria das vezes, entretanto, ela não é seguida.

2) Qual a sua opinião sobre o conteúdo do programa "Casos de Família" veiculado pela emissora SBT? Eu acho o programa Casos de Família apelativo e sensacionalista. É um programa que ganha audiência explorando a histórias daqueles indivíduos, sejam histórias verídicas ou não. E o pior, é um programa que educa o telespectador a procurar por mais programas desse gênero... Programas sensacionalistas, exibicionistas e invasivos.

83

3) Você concorda com a classificação destinada ao programa - 10 anos? Se não, quais os motivos? Não.

4) Que classificação você atribuiria ao programa? Eu acho que a classificação do programa deveria ser 12 ou 14 anos. Uma criança de 10 anos ainda está tendo o seu senso crítico formado e palavras ou atos que são expostos no programa como normais podem influenciar negativamente na construção do indivíduo.

• Ana Beatriz Coragem Brighenti - 20 anos 1) Você acredita que a Classificação Indicativa influencie os pais ou responsáveis de crianças e adolescentes no momento da escolha dos programas ou ela é, na maior parte das vezes, ignorada? Acredito que pode influenciar em alguns casos. Acho que pais ou responsáveis podem impedir crianças de assistirem certos programas por causa da classificação mas depois de certa idade, com pré-adolescentes/adolescentes não há como impedir.

2) Qual a sua opinião sobre o conteúdo do programa "Casos de Família" veiculado pela emissora SBT? Acho que o Casos de Família é um programa extremamente inadequado pelo conteúdo veiculado. Apesar de censurarem palavrões, eles expõe os convidados ao ridículo, fazendo-os passar por situações constrangedoras e obrigando-os a lidar em público com problemas e preconceitos que deveriam ser resolvidos em particular.

3) Você concorda com a classificação destinada ao programa - 10 anos? Se não, quais os motivos? Não sei motivos concretos para aumentar a classificação indicativa em si, mas acredito que deveria haver uma regulação maior com relação às pautas, os "casos" familiares, veiculados, uma vez que o programa não busca resolver problemas dessas famílias, mas sim gerar polêmica para gerar audiência.

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4) Que classificação você atribuiria ao programa? A atual.

• Carolina Verlengia - 19 anos 1) Você acredita que a Classificação Indicativa influencie os pais ou responsáveis de crianças e adolescentes no momento da escolha dos programas ou ela é, na maior parte das vezes, ignorada? Eu acredito que a classificação indicativa é, na maioria das vezes, ignorada. Não acho que os pais busquem saber qual a classificação indicativa do programa para ver se o conteúdo se adequa à idade de seus filhos e, mesmo que saibam e que não seja adequada, deixam-nos assistir.

2) Qual a sua opinião sobre o conteúdo do programa "Casos de Família" veiculado pela emissora SBT? Acredito que este programa busca atrair telespectadores pela expectativa de mostrar polemicas e conflitos familiares, portanto é um conteúdo totalmente degradante. As pessoas que são levadas a participar deste programa, seja qual for o motivo, na maioria das vezes são provenientes de extratos sociais mais baixos e que talvez se encantem pela oportunidade de “aparecer na televisão”. Suas histórias pessoais recebem um trato da mídia com o intuito torna-las um espetáculo e desta forma atrair a maior audiência possível, o que torna o conteúdo do programa extremamente falho e medíocre.

3) Você concorda com a classificação destinada ao programa - 10 anos? Se não, quais os motivos? Não, o conteúdo em si das histórias pessoais tratadas no programa não é adequado para uma criança de 10 anos. Além da violência verbal há também, em alguns casos, violência física; uma criança não tem ainda capacidade completa de discernir o que é certo e errado e, neste programa, são mostradas situações complexas que requerem do espectador esta capacidade.

4) Que classificação você atribuiria ao programa? 12 anos

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• Mariana Ortiz – 24 anos 1) Você acredita que a Classificação Indicativa influencie os pais ou responsáveis de crianças e adolescentes no momento da escolha dos programas ou ela é, na maior parte das vezes, ignorada? Acho que a grande maioria dos pais nem olham pra essa classificação. E até no cinema eles nem se ligam pra isso. Quando fui assistir o filme TED, que é um filme que tem muito palavreado errado, faz alusão ao uso de drogas e tem a classificação indicativa de 16 anos, eu estava na fila e vi nela uma mulher com uma criança de aproximadamente 8 anos. Quando falei que o filme não era pra criança, ela disse que nem percebeu, que viu o ursinho na capa e achou que fosse infantil.

2) Qual a sua opinião sobre o conteúdo do programa "Casos de Família" veiculado pela emissora SBT? Na minha opinião aquele programa não deveria nem ser exibido. Um programa que só mostra briga e traições entre familiares não pode nunca ser um bom exemplo pra ninguém.

3) Você concorda com a classificação destinada ao programa - 10 anos? Se não, quais os motivos? Não concordo. Em certos momentos do programa, eles acabam perdendo a linha e soltando o verbo, dizendo palavrões e coisas horríveis. A criança nessa idade é como uma esponja, absorve tudo aquilo que está ao redor e tudo o que falam. Se uma criança vê algo do gênero e absorve aquilo, como saber se ela não vai acabar tendo aquilo como um exemplo?! O que vai passar na cabaça dela?!

4) Que classificação você atribuiria ao programa? Pelo menos 16 anos.

• Gabriel Grilo Gouvêa – 19 anos 1) Você acredita que a Classificação Indicativa influencie os pais ou responsáveis de crianças e adolescentes no momento da escolha dos programas ou ela é, na maior parte das vezes, ignorada?

86 Creio que normalmente ela é ignorada pelos pais, sendo mais respeitada quando a diferença entre a idade das crianças e a classificação é muito grande

2) Qual a sua opinião sobre o conteúdo do programa "Casos de Família" veiculado pela emissora SBT? Acho que um conteúdo bastante apelativo, muitas vezes expondo pessoas ao ridículo. Fica a impressão que a intenção é mais chocar e chamar a atenção do que realmente discutir os problemas propostos ali.

3) Você concorda com a classificação destinada ao programa - 10 anos? Se não, quais os motivos? Eu concordo com a classificação, mas creio que em algumas edições em especial, com temas mais adultos, a classificação precisaria ser maior pois temas como sexo são tratados sem muito pudor.

4) Que classificação você atribuiria ao programa? No geral, creio que 10 anos. Mas em alguns programas acho que 14 anos seria mais adequado

3. Pânico na BAND

• Suzi Osana Teixeira Berbert de Souza - 46 anos 1) Você acredita que a Classificação Indicativa influencie os pais ou responsáveis de crianças e adolescentes no momento da escolha dos programas ou ela é, na maior parte das vezes, ignorada? Acredito que a CI seja considerada, porém não de forma ativa. Não há o costume de buscar a CI com antecedência, por exemplo. Também penso que os pais na maioria das vezes não tem controle sobre o que os filhos assistam, e tenham ainda a idéias que programas pra faixas etárias maiores só sejam exibidos na noite ou na madrugada.

2) Qual a sua opinião sobre o conteúdo do programa "Pânico na BAND" veiculado pela emissora BAND?

87 Alguns quadros apresentam de forma aviltante as pessoas, submetendo-as a constrangimentos e humilhação. Além disso, há uma exploração da figura da mulher, com forte apelo à imagem feminina associada a nudez e sexo.

3) Você concorda com a classificação destinada ao programa - 14 anos? Se não, quais os motivos? Penso que a CI para este programa deveria ser maior, pois aos 14 anos a maioria dos adolescentes ainda estariam influenciáveis no sentido de imitar a pratica de "vale um riso a todo custo", e também estimulação da exploração visual do corpo da mulher.

4) Que classificação você atribuiria ao programa? No mínimo 16 anos

• Bruna de Alencar - 20 anos 1) Você acredita que a Classificação Indicativa influencie os pais ou responsáveis de crianças e adolescentes no momento da escolha dos programas ou ela é, na maior parte das vezes, ignorada? Eu acredito que a classificação indicativa seja mais uma proposta exposta aos pais, contudo a maioria ignora 2) Qual a sua opinião sobre o conteúdo do programa "Pânico na BAND" veiculado pela emissora BAND? O conteúdo machista, superficial, que inferioriza tudo e todos que não se encaixam no perfil do 'esteticamente bom e bonito'. O programa só tem grande audiência porque faz essas retaliações com o uso do humor e, na maioria das vezes, utiliza os próprios apresentadores como objeto de chacota;

3) Você concorda com a classificação destinada ao programa - 14 anos? Se não, quais os motivos? Eu acredito que aos 14 anos uma criança está tendo seu senso crítico moldado, e referências baseadas no consumista e na estética possam influenciar todo o trabalho que os pais e a escola

88 têm para educar os jovens. A partir do momento que um jovem vê aquilo na televisão e sabe que todos os seus amigos veem aquilo passa a ser tratado com naturalidade e realidade, o que não é. Devido a isso eu não concordo com a faixa etária de 14 anos

4) Que classificação você atribuiria ao programa? 16 anos

• Filipe Emerik Marques - 22 anos 1) Você acredita que a Classificação Indicativa influencie os pais ou responsáveis de crianças e adolescentes no momento da escolha dos programas ou ela é, na maior parte das vezes, ignorada? Não acredito muito! Na maioria das vezes os pais não se importam e o acesso a TV e filmes é muito fácil.

2) Qual a sua opinião sobre o conteúdo do programa "Pânico na BAND" veiculado pela emissora BAND?Algum "VT'S" realmente pecam um pouco para o lado mais obsceno, pesado.. mas muitos outros são engraçado e acredito que não possua classificação indicativa. Mas realmente no geral é um programa "restrito".

3) Você concorda com a classificação destinada ao programa - 14 anos? Se não, quais os motivos?Não concordo por causa de palavrões, promiscuidade, violência... 14 anos ainda não é a hora certa.

4) Que classificação você atribuiria ao programa? Talvez 16

• Paula Reis - 19 anos 1) Você acredita que a Classificação Indicativa influencie os pais ou responsáveis de crianças e adolescentes no momento da escolha dos programas ou ela é, na maior parte das vezes, ignorada? Eu acredito que na maioria das vezes a classificação indicativa em programas de televisão é ignorada pelos pais. Diferente do que acontece com os filmes, acredito que os pais não se

89 preocupem com a indicação se o programa é veiculado em um horário em que crianças costumam assistir à televisão, como manhã e tarde.

2) Qual a sua opinião sobre o conteúdo do programa "Pânico na BAND" veiculado pela emissora BAND? Acredito que teria um teor de humor muito mais valorizado se não mostrasse a mulher de maneira tão negativa. As chamadas panicats são estereotipadas com burras e objetos sexuais, como se mulheres bonitas não fossem capazes de serem notadas senão por seu corpo, ou serem pessoas inteligentes.

3) Você concorda com a classificação destinada ao programa -14 anos? Se não, quais os motivos? Eu não concordo com a classificação indicativa de 14 anos, pois um adolescente com essa idade ainda está formando seus valores morais, que podem ser deturpados pelos valores mostrados no programa 4) Que classificação você atribuiria ao programa? 16 anos

• João Pedro Berbert de Souza - 16 anos 1) Você acredita que a Classificação Indicativa influencie os pais ou responsáveis de crianças e adolescentes no momento da escolha dos programas ou ela é, na maior parte das vezes, ignorada? Acredito que a classificação indicativa na maioria das vezes é ignorada pelos pais e responsáveis de modo que ela não interfere no que os mesmos vão assistir com seus filhos. Os pais e responsáveis assistem junto de seus filhos o que querem independente da classificação indicativa.

2) Qual a sua opinião sobre o conteúdo do programa "Pânico na BAND" veiculado pela emissora BAND? Grande parte do conteúdo do programa é apelativo e vulgar. Muitos dos integrantes do programa são ótimos comediantes, mas para aumentar a audiência o programa apela para um grande

90 sensacionalismo e cenas apelativas onde em grande parte do programa aparecem mulheres semi- nuas.

3) Você concorda com a classificação destinada ao programa - 14 anos ? Se não, quais os motivos? Discordo totalmente. Durante todo o programa aparecem cena de mulheres semi-nuas. Muitas das piadas possuem certa malícia. O programa aborda certos assuntos e pautas que não se referem ou são adequados a crianças de 14 anos, por esses motivos discordo.

4) Que classificação você atribuiria ao programa?18 anos de idade na minha opinião, o conteúdo do programa é pornográfico em certos momentos.

• José Geraldo de Souza - 46 anos 1) Você acredita que a Classificação Indicativa influencie os pais ou responsáveis de crianças e adolescentes no momento da escolha dos programas ou ela é, na maior parte das vezes, ignorada? Acho que, na maior parte das vezes, a Classificação Indicativa é ignorada, pois a sociedade brasileira não foi educada a refletir sobre a classificação indicativa. No meu entender, não há uma "cultura" estabelecida sobre o assunto;

2) Qual a sua opinião sobre o conteúdo do programa "Pânico na BAND" veiculado pela emissora BAND? Acho a programação muito interessante em alguns aspectos, ei-los: a) trabalha com humor, algo necessário nas programações televisivas; b) Os atores são bem criativos, em muitos aspectos. De outro lado, os aspectos negativos superar: a) o humor, em muitas ocasiões, é degradante, humilhante, exposição exacerbada da sexualidade feminina, manipulatório, etc;

3) Você concorda com a classificação destinada ao programa - 14 anos? Se não, quais os motivos? Pessoalmente acredito que a classificação destinada ao programa deveria ser ampliado para 16 anos devido ao seu conteúdo. De outro lado, considerando a banalização observadas em muitos

91 programas, a classificação poderia ficar como se encontra, pois o programa refleti o que é e/ou "está sendo" a "cultura" ou "descultura" brasileira. Um povo com ações banais, fúteis, produzirá, culturalmente falando, programas banais, fúteis... A pergunta que devemos fazer é: "Qual contribuição do programa Pânico para a nossa sociedade?" Sinceramente, os aspectos negativos superam em muito os positivos.

4) Que classificação você atribuiria ao programa? 16 anos

Classificação indicativa no Brasil: as discrepâncias entre a Televisão e o Cinema

Introdução

A pesquisa sobre a Classificação Indicativa que respalda esse artigo é orientada pela Professora Dra. Mayra Rodrigues Gomes e corresponde a projetos de pesquisa vinculados ao Observatório de Comunicação, Liberdade de Expressão e Censura (OBCOM), coordenado pela Professora Dra. Maria Cristina Castilho Costa. O observatório cresceu em torno e em função das pesquisas feitas sobre o Arquivo Miroel Silveira, que contém mais de seis mil processos de peças teatrais que foram censuradas.

O projeto de pesquisa em iniciação científica de ambas as bolsistas procura identificar pontos em que a classificação indicativa se manifesta como processo de censura e, também, pontos controversos. No Brasil, a classificação etária é regulada pelo Ministério da Justiça. Apesar dos parâmetros serem os mesmos, o processo classificatório se dá de maneira diferente para filmes e para programas televisivos. Neste artigo trazemos os resultados de nossos estudos por meio de comparações entre a classificação indicativa aplicada a filmes e a que é aplicada a programas televisivos.

Como certos programas televisivos apresentam mais conteúdos inadequados e elementos agravantes que um filme de mesma classificação etária. Procuramos mostrar as discrepâncias contrapondo a classificação indicativa de filmes para a faixa etária de 12 anos, como é o caso de

92 As aventuras de Tintim, e alguns programas televisivos brasileiros que recebem a mesma classificação, mas comportam conteúdos muito mais audazes e polêmicos. Ao mesmo tempo, trazemos conjecturas sobre os motivos contextuais para a distinção identificada.

Classificação Indicativa Brasileira

A metodologia aplicada para a classificação das obras segue três etapas: a descrição fática, a descrição temática e a gradação. Na primeira etapa, são traçados os perfis das personagens, seus relacionamentos, ações, condutas, efeitos sonoros e visuais, o grau de nudez no ato sexual, além da presença de drogas (lícitas ou não) e de violência. Na segunda, é analisada a temática da obra, o contexto. Também é analisado se há discriminação racial e de gênero, defesa dos direitos da criança e adolescente, do idoso e de liberdade de expressão. De acordo com a Constituição, os produtos culturais e de entretenimento devem dar preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas, assim como respeitar valores éticos e sociais da pessoa e da família. Na última etapa - a gradação - é feita a fusão das duas anteriores e o enquadramento da diversão em determinada adequação (livre, para maiores de 10, 12, 14, 16 ou 18 anos).

Classificação Indicativa em Filmes

O titular da obra audiovisual deve submetê-la a analise do MJ, encaminhando o requerimento à Central de Atendimento da Secretaria Nacional de Justiça. A obra é julgada em 20 dias úteis após o recebimento. Caso o produtor, ou o distribuidor não concorde com a classificação dada pelo Ministério da Justiça, este pode pedir reconsideração da sentença.

Classificação Indicativa na TV

No caso da programação televisiva, a emissora não precisa enviar o material audiovisual para análise do MJ, no entanto, tem de fazer a autoclassificação. Havendo “abuso” por parte do produtor/distribuidor/emissora, como não obedecer à relação entre as classificações etária e horária, por exemplo, ou não classificar a obra de acordo com os parâmetros do Manual de Classificação Indicativa, o Ministério Público Federal julgará o caso e decidirá se houve infração ao Estatuto da Criança e do Adolescente, sobretudo com relação ao artigo 254:

93 Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua classificação: Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá determinar a suspensão da programação da emissora por até dois dias. (ECA)

Aplicação dos Critérios de Classificação Indicativa

O MJ toma três critérios como base inicial para fazer a classificação indicativa, são eles: sexo, drogas e violência. Os critérios seguidos para se fazer a Classificação Indicativa, muito embora sejam reconhecidos constitucionalmente e estejam apoiados em recursos legais estabelecidos pelo Estado (como foi dito anteriormente sobre o ECA, por exemplo), é tema de discussões das mais variadas naturezas. Aspectos como quantidade, relevância, contextualização e intensidade das cenas de sexo, drogas e violência são levados em consideração. Segundo o Guia Prático de Classificação Indicativa, disponibilizado pelo Ministério Da Justiça, o que determinará a classificação não é a ausência, ou presença de terminado conteúdo, mas sim o contexto e maneira como este foi colocado na obra audiovisual. Outro critério aplicado à classificação é a presença de agravantes e de atenuantes, elementos que determinam o contexto.

Atenuantes e Agravantes

-Linguagem audiovisual (direção, roteiro, fotografia e iluminação, direção de arte, som e edição, quando esses elementos tornam o conteúdo do filme mais ameno são atenuantes, do contrário,são agravantes.

-Relevância (Presença de violência, por exemplo, sem que haja grande relevância para o entendimento da obra, constitui atenuante. Quando esta é imprescindível para a compreensão da trama, é um agravante).

-Frequência (Havendo algum conteúdo de teor sexual, por exemplo, que apareça poucas vezes e por curto período de tempo constitui atenuante, do contrário, é agravante.

-Contexto (histórico, artístico, cultural ou científico, além de ironia e comicidade)

-Insinuações/Simulações (Havendo insinuações ou simulações ao invés do ato retratado explicitamente na obra, como uso de drogas ou sexo, por exemplo, constitui atenuante. Caso haja a demonstração fática por imagens, pode ser agravante.).

94 -Conteúdos adequados atenuam a faixa etária (aqueles considerados positivos para a formação da criança e do adolescente, como estímulo ao respeito à diversidade, apresentação de opiniões plurais, apresentar comportamentos que denotem responsabilidade, e solidariedade). Por outro lado, a exposição das chamadas minorias políticas (pessoas com deficiência, negros, indígenas, gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros, migrante/imigrantes, classes sociais menos favorecidas entre outras) a situações degradantes é considerado agravante, bem como a valorização da beleza física com ferramenta ou atalho para a felicidade e/ou aceitação social e valorização de da cultura de consumo como forma de obter prestígio social ou realização pessoal.

Pânico na Band e Sombras da Noite

"Pânico" é um programa de auditório que estreou em 2003, quando era classificado como livre. Em 2006, foi reclassificado para 12 anos e, em 2009, a faixa etária passou para "14 anos", dessa forma, o horário de exibição foi transferido para às 21h. Atualmente O Pânico é transmitido pela rede Bandeirantes e tem um público majoritariamente jovem. As polêmicas geradas são responsáveis pela sua popularidade. O humor, a sátira, ironia e a sexualidade são os principais elementos do programa. Pouco, ou quase nada, se desenvolvendo de crítica social e cultura.

O filme Sombras da Noite de Tim Burton recebeu, no Brasil, classificação indicativa de 14 anos, assim como o programa de auditório citado acima. A distribuidora do filme pediu que ele fosse indicado para maiores de 12 anos, no entanto, o MJ negou o pedido de reconsideração em razão das cenas de violência e drogas (bebidas e cigarro). Apesar de terem a mesma classificação, as inadequações contidas em cada produção são de diferentes teores e intensidade. O programa Pânico é exibido na televisão semanalmente por 3 horas seguidas. Seus quadros apresentam mulheres seminuas - e, por diversas vezes, nuas com tarjas opacas cobrindo os seios e a região pubiana. O programa conta com um time de Panicats - mulheres bonitas, com corpos modelados ao padrão sex simbol- que aparecem mostrando o máximo possível de seus corpos. No quadro Academia de Panicat, as garotas tem de realizar certas provas sugeridas pelo diretor do programa e a má realização das mesmas acarretará em um “castigo” para uma delas.

Em um desses episódios, cada Panicat teria que imitar um vídeo clipe diferente da cantora Madonna. Aquela que não realizasse a coreografia de maneira satisfatória teria de vestir

95 um sutiã de plástico com uma porção de formigas dentro. Diante da recusa da garota, chamaram outro integrante do programa, Marcos Chiesa, o Bola, que vestiu o sutiã com as formigas até não suportar mais as picadas. Ao retirar o aparato, ele tinha a pele toda marcada e inchada de picadas. Vemos neste episódio do programa pânico um exemplo de violência. A tarefa é humilhante, e inevitavelmente prejudicial à integridade física da participante. O que torna o conteúdo do programa ainda mais grave é que se trata de pessoas reais passando por situações reais, não há simulação de dor, mas esta efetivamente sofrida. O mote de tal desafio é o mero entretenimento do público.

No filme Sombras da Noite, a violência presente é irreal. A princípio trata-se de ficção, atuação e, para além disso, a violência não é mostrada e se dá através de seres místicos - bruxas e vampiros - não estabelecendo relação com a realidade. No longametragem, o protagonista Barnabás e sua amada Josette se jogam do precipício em função de uma maldição feita pela bruxa Angelique, que fora apaixonada por Barnabás. Josette morre e o amado se torna um vampiro. Dando continuidade a sua vingança, Angelique faz com que o povoado persiga Barnabás e o enterre vivo. Depois de séculos soterrado, uma escavação nos anos 70 encontra o caixão do vampiro e o liberta. Finalmente livre, Barnabás se vê sedento por sangue e mata os operários que o libertaram. As mortes, além de surreais, tem causa sobrenatural e as imagens mostradas na cena não detalham os ferimentos ou a agonia e sofrimento dos trabalhadores.

Em outro episódio do programa Pânico, os lideres do show decidem “pregar uma peça” nas Panicats. Acreditando que gravariam uma versão do clipe Thriller de Michael Jackson, uma das garotas, Carol Belli, é colocada dentro de um caixão para o que deveria ser a última cena do clipe. Os responsáveis pelo quadro já declaram que escolheram a Carol Belli por ela ser a mais medrosa. Antes de entrar no caixão ela já declara seu medo e começa a chorar, seu pânico piora quando eles a trancam. A intenção da produção não é que ela grave a última cena como lhe fora dito, o intuito real é fechar o caixão, cobrir a vala de terra e deixar a Panicat enterrada até que ela consiga, por meio de um celular, dar as direções para as outras garotas poderem tirá-la de lá. Quando os integrantes do programa começam a jogar a terra, a Carol se debate e grita. O celular tem pouca bateria e a garota tenta com dificuldade descrever o caminho. Durante 20 minutos do programa é mostrado o planejamento da pegadinha - que inclui a gravação do clipe, no qual as garotas aparecem de roupas sensuais, fazendo uma performace provocativa -, a diversão dos

96 integrantes em causar o desespero na garota e a angústia dela por estar dentro do caixão. Há uma violência psicológica constante nesse quadro, mais uma vez, sem motivação alguma que não seja o riso do espectador.

O filme Sombras da Noite volta a apresentar violência nas suas cenas finais. Barnabás com ajuda da sua sobrinha Carolyn, que possui a habilidade de virar lobisomem, se envolve em uma batalha com Angelique, a Bruxa. Somente a descrição dos integrantes da cena já deixa claro que ela é pictoresca: uma bruxa, um vampiro e uma lobisomem. Além disso, a briga é causada por uma disputa secular que envolve a questão do Bem X Mal. Assim como a primeira, a nova amada de Barnabas é enfeitiçada por Angelique, e inconscientemente é levada para o abismo, de onde se joga. Barnabás salta atrás dela e desta vez ninguém sai ferido: sua amada vira um vampiro assim como ele. Dentro do contexto geral do filme, todo ferimento causado se justifica pela vitória do Bem. Podemos identificar traços de contos de fadas no filme de Tim Burton, ainda que contenha elementos mórbidos. Por outro lado o programa Pânico demonstra teor sadomasoquista, ainda que pregue a comédia.

Podemos apontar agravantes presentes no programa pânico. A pessoa é vitimada justamente com o objetivo de fazer com que outros possam usufruir de seu sofrimento, que deve ser o elemento cômico e objetivo final do quadro. Além disso, não há consequências negativas ou punição para aqueles que causam a dor. A frequência das inadequações do programa pânico talvez seja o maior agravante. O quadro citado tem 20 minutos, e durante todo esse tempo é mostrado se maneira incessante o sofrimento da Panicat e a diversão dos dois apresentadores que elaboram a maldade. Para além disso, os conteúdos fortes e possivelmente danosos não ficam restritos a esse quadro, eles estão presente de diferentes formas (linguagem, sensualidade) em todas as outras atrações do programa, que dura ao todo 3 horas. A valorização da beleza com forma de obter ascenção social é um traço forte do programa, visto que as Panicats são contratadas por causa de seus corpos e não por terem algum talento que entretenha ao público. É questionável a presença de atenuantes nesse programa, mas a sonoplastia e direção podem ser apontadas como um elemento que torna a violência mais leve, justamente por direcioná-la para o tom cômico e não agressivo.

O filme Sombras da Noite também apresenta agravantes. A direção do filme procura dar a ele uma roupagem dark e, por vezes, aterrorizante. Os personagens que compõe o núcleo

97 heróico são também praticantes de atos violentos - Barnabás e Carolyn. A sobrinha de Barnabás, Carolyn é um adolescente com menos de 18 anos, o que agrava a participação dos personagens valorizados e menores de idade nas cenas de violência. Por outro lado, o filme apresenta diversos atenuantes. As agressões presentes no filme não constituem elemento essencial para a compreensão, por isso acabam sendo atenuadas. Somadas a este fato, sua frequência é relativamente baixa, a violência se apresenta de forma diluída, ela é mostrada em diferentes cenas e por um curto período de tempo em cada uma delas. Sombras da Noite, como já foi dito, é explicitamente fictício não estabelecendo nenhuma relação com a realidade. A causadora de todo o conflito é Angelique, que sofrerá as consequências de seus atos sendo derrotada no final. Toda a violência apresentada no filme tem um motivo primeiro e fundamental para a trama. As cenas em que são demonstradas brigas e lutas não tem enquadramento que demonstre claramente as feridas os sofrimentos das vitimas o que diminui o impacto.

Casos de família e Tintim

"Casos de Família" é um talk show vespertino apresentado por Christina Rocha, veiculado pela emissora SBT com Classificação Indicativa de 10 anos. O programa trata de casos particulares relacionados ao cotidiano das pessoas, e de seus problemas íntimos, em que existem questões para serem resolvidas. Familiares, amigos, inimigos e desconhecidos encontram-se no palco a fim de falarem sobre seus conflitos. A popularidade do programa é ocasionada pela proposta do mesmo, que consiste em trazer para debate temas que estão próximos à realidade dos espectadores, além de exibir brigas constantes e polêmicas. Os assuntos são majoritariamente relacionados à sexualidade, machismo, problemas com a vizinhança, infidelidade, conflitos familiares entre pais e filhos, sogras e noras, etc. Dois psicólogos, Anahy D'amico e Ildo Rosa da Fonseca, alternam-se diariamente na participação do programa e, ao final de cada tema, expressam sua opinião e análise sobre os casos demonstrados. A platéia também tem a oportunidade de interagir com os participantes e expor seus pontos de vistas.

O longa metragem As Aventuras de Tintim, dirigido por Steven Spielberg, foi classificado no Brasil como inapropriado para menores de 12 anos, classificação maior que a destinada ao talk show Casos de família, com a justificativa de apresentar o uso de drogas lícitas. Contra essa classificação, a distribuidora entrou com pedido de indeferência e conseguiu

98 diminuir para 10 anos a idade estipulada. Ao analisarmos o programa e o filme, percebemos que, embora eles possuam a mesma classificação indicativa, o conteúdo presente neles é diferente e, portanto, apresentam consequências diversas, mais ou menos danosas, aos indivíduos que os assistem. No programa Casos de Família, o seu teor educativo, bem como o construtivo, pode ser questionado. Os casos são apresentados sucessivamente sem uma reflexão concreta sobre os mesmos. Os participantes falam o que desejam, discutem, por vezes ocorrem agressões físicas durante o programa e apresentadora controla a dinâmica dos temas, intervindo, apenas quando muito necessário, nas falas dos presentes. As falas dos psicólogos pouco contribuem para a resolução de algum conflito. A platéia, muitas vezes, reage com risos e recebem de maneira cômica a condição trágica dos participantes.

Em muitos casos, os participantes agrediram verbalmente uns aos outros. Como exemplo, podemos citar o programa de 15 de agosto de 2012, com o tema "De mulherzinha não tenho nada", em que uma travesti é chamada de “demônia”. Além das agressões verbais, que são constantemente abafadas pela sonorização por apresentarem palavrões, agressões físicas ocorrem entre as pessoas. No dia 24 de setembro de 2012, nos casos relacionados ao tema "Tenho provas de que você me traiu", dois casais confrontaram-se. Lúcia, ao entrar no palco, deu um tapa na cara do companheiro, e Jacqueline partiu para cima do marido, Danilo, que chegou a ameaçá-la quando ela ameaçou o trair também: "faça isso que eu te quebro", disse ele.

Diferentes inadequações são apresentadas diariamente durante aproximadamente 60 minutos e os problemas das vidas de terceiros são utilizados como entretenimento para telespectadores. Em contraste ao “Casos de Família”, que é um programa que apresentam casos da vida real, com pessoas reais que estão presentes para contar seus dramas. Marilena Chauí discorre sobre a influencia das mídias no público e sobre como este torna-se passivo a elas depois de determinada exposição a seus conteúdos. Falando sobre os efeitos dos programa de aconselhamento, Chauí afirma que estes funcionam como intimidação social.

Uma vez que nos tornamos dóceis e passivos, os programas de aconselhamento, longe de divulgar informações (como parece ser a intenção generosa dos especialistas) torna-se um processo de inculcação de valores, hábitos, comportamentos e idéias, pois não estamos preparados para pensar. (Chauí, 2006 ; 333)

99 O filme As aventuras de Tintim é ficcional, computadorizado e apresenta uma carga educacional em seu corpo. Tintim é um jovem jornalista que embarca na aventura de desvendar o segredo centenário do navio Licorne. Ele possui uma peça do quebra cabeça e se junta ao último dos Haddock, família a quem pertencia o navio, para tentar solucionar o mistério antes que o vilão Sakharin o faça. Acontece que o capitão Haddock é um típico homem do mar, conhece cada canto dele como a palma de suas mãos, mas vive embriagado.

É sobre essa caricatura tão típica do universo de histórias infantis, o “marinheiro bebum”, que o Ministério da Justiça cria uma barreira para que muitas crianças assistam. Entretanto, Haddock, com a ajuda de Tintim, se desentoxica, até decidir se manter sóbrio. Podemos ver que o filme usa da figura de um alcoólatra pitoresco para dar uma lição de moral no fim, levando qualquer espectador, inclusive uma criança, a perceber que o uso de álcool é retratado de maneira reprovável. Sobre temática da bebida, o “Casos de Família” apresentou no dia 21 de dezembro de 2012 o programa: “Manguacinhas de plantão”. O tema foi apresentado com ironia e humor. Quatro mulheres, Isa, Eliane, Ana e Nena estavam presentes e falaram sobre o caso de "Neguinho", marido de Nena, que bebe mais do que o necessário. Elas discutiram entre si, apontando a causa do alcoolismo do rapaz para a companhia de Eliane, que também é alcoólatra, e que disse repetidas vezes gostar da bebida.

Em certo momento, a participante Ana contou que "Neguinho" bebeu um perfume que havia ganhado dela. Sem manifestar nenhuma desaprovação, a plateia riu da história contada e a apresentadora fez piadas com o fato. Nena também contou que o marido usa do dinheiro destinado à comida da família para comprar bebida e que ele chegou a roubá-la para ir ao bar. Neguinho, ao ser chamado, declarou, repetidas vezes, amar mais a cachaça do que a mulher. A produção do programa também apresentou um vídeo mostrando ele e a amiga, Eliane, bebendo em um bar. Nena, na gravação, os viu bebendo, e agrediu ele e Eliane. A apresentadora Christina Rocha perguntou à Nena se ela não pensava em abandonar o marido, dizendo que ela não tem a obrigação de conviver com o homem assim. Nena, então, contou que não tem coragem de o deixar, pois teme que o esposo se entregue de vez ao vício. Christina perguntou para Neguinho se ele não pensava nos filhos, e ele respondeu dizendo levar as crianças para o bar. Questionado se desejava receber ajuda, disse que não, afirmou estar bem, e que “morreria na cachaça”. O programa, após falar sobre o caso, deu o número dos Alcoólicos Anônimos.

100 Percebemos nitidamente um contraste na abordagem do assunto. Enquanto o filme se esforça em passar uma mensagem de transformação do personagem Haddock e de abandono do vício, o programa de auditório explorou histórias causadas pela embriaguez de Neguinho que, no lugar de reflexão sobre o tema, provocaram risos nos presentes na plateia. Ainda que ao final a apresentadora tenha falado sobre os Alcoólicos Anônimos, não há crítica direta ao alcoolismo e aos malefícios que este pode causar.

Em se tratando do As Aventuras de Tintim, temos atenuantes a serem apontados. No longametragem toda cena de violência ou de alcoolismo é atenuada pela linguagem audiovisual e pela maneira com que esta mostra praticas inadequadas de maneira fantasiosa. Como dito anteriormente, fica claro que a bebida não ajuda o Capitão Haddock, portanto, o consumo de álcool não é mostrado como forma de resolver os conflitos, e existem melhores alternativas apresentadas, como a sobriedade e a lucidez. No filme, a embriaguês do capitão é constante, o que pode configurar uma inadequação. Ainda como inadequação, podemos citar a relevância, já que o alcoolismo do capitão Haddock é essencial para a compreensão do filme. O impacto negativo destes agravantes é questionável.

No programa Casos de Família, vemos a situação oposta, os atenuantes aparecem em menor peso que os agravantes. Um claro atenuante do programa é a insinuação do ocorrido, pois ele não apresenta imagens ou reproduções do que aconteceu, como consumo de drogas, violência decorrida disso, etc. Os participantes apenas relatam os fatos. A lista de agravantes é mais extensa, inclui relevância, já que todo o programa gira em torno do tema em questão, como alcoolismo ou outros dramas familiares. Assim, a frequência também é uma inadequação. Por diversas vezes o programa aderiu a temas polêmicos, como homossexualidade. Nesses exemplos de programas vemos minorias serem expostas e muitas vezes ridicularizadas. O sofrimento da vítima chega a ser explorado de modo depreciativo e comentários maldosos são feitos a respeito de pessoas que não estão presentes. A agressão verbal também é recorrente no programa. Casos de Família apenas apresenta os temas e conta as histórias, e, apesar de algumas serem encriminatórias, como as de maridos que assumem agredir suas mulheres e se acham no direito de fazê-lo, nunca há punição no desfecho.

101 Outras comparações

A discrepância entre a classificação indicativa televisiva e cinematográfica não é pontual. Usamos o Casos de Família, Programa Pânico, As aventuras de TinTim e Sombras da Noite como exemplos a serem estudados mais profundamente. No entanto, é possível citar outros programas de televisão que apresentam inadequações mais graves que filmes de mesma classificação indicativa.

O Big Brother Brasil é um reality show que em sua ultima edição foi classificado para 12 anos. As festas mostram os participantes ingerindo bebidas alcoólicas, por vezes, em demasia. Em uma edição anterior, para manter-se em uma prova de resistência uma das participantes urinou em si mesma, ficando naquele estado, dentro de uma jaula, durante mais algumas horas. O corpo é cultuado no reality show. Os participantes costumam se relacionar e os telespectadores podem ver beijos quentes e carícias sugeridas por movimentos de baixo do edredom. O Programa do Ratinho era classificado para 12 anos e apresentava linguagem de conteúdo sexual erotização e violência. Um dos quadros era o Teste de DNA, no qual um casal descobriria a real paternidade da criança. Além de expor indivíduos da vida real, não raro o quadro acabava em briga.

O melhor do Brasil é um programa de auditório em que um de seus quadros os solteiros que acabaram de se conhecer no palco, se beijam. Os assistentes de palco costumam exibir seus corpos musculosos. O programa era classificado como livre até que o ministério da justiça interveio e fez com ele fosse classificado para 12 anos devido as seguintes inadequações: "linguagem metaforizada, obscena e chula" e "conteúdo sexual, valorização da beleza física e/ ou do corpo como condição imprescindível para uma vida mais feliz e/ou para a aceitação social". O programa Furo MTV é uma sátira de telejornais na qual dois comediantes anunciam noticias do dia de forma cômica e escrachada. Dani Calabresa e Bento Ribeiro usam linguagem chula, metafórica e fazem referências sexuais. O programa é indicado para maiores de 10 anos. A novela Salve Jorge, exibida pela Rede Globo, é classificada como inadequada pera menores de 12 anos. A novela trata sobre o drama de garotas que iludidas pelo sonho de ser modelos acabam obrigadas a se prostituírem na Turquia.

Em comparação com esses programas, todos para 10 e 12 anos, podemos citar alguns filmes, classificados para as mesmas idades e que possuam menos inadequações e temas mais

102 leves. Para Roma com Amor é um filme de Woddy Allen. A inadequação do filme está apenas nos assuntos maduros sobre o qual ele trata de forma leve, e nas insinuações que sexo, em que nenhuma imagem da ação é mostrada, mas sabe-se que o ato aconteceu pelas falas e jogos de cena. Frankenweenie é uma animação sobre um cachorrinho que morre e seu dono, sendo uma criança muito inteligente, inventa um método para ressuscitá-lo. A história é infantil, tendo como inadequação apenas o tema Morte. O Exótico Hotel Marigold também recebeu classificação, nele um grupo da terceira idade vai para a Índia onde se deparam com seus conflitos internos. A inadequação está no tema relacionando a psicologia humana e em pequenas insinuações de sexo, assim como no Para Roma com Amor.

Considerações finais

Percebe-se que programas televisivos e filmes que apresentam determinada faixa etária apresentam inadequações. No entanto as inadequações presentes em cada um deles são expostas diferentemente. É comum que programas televisivos, principalmente os de auditório, usem casos da vida real para contar suas histórias que aparecem com menos filtros que aquelas construídas para a ficção. Esse teor de realidade resulta em um agravante frente ao assunto inadequado. A televisão estabelece um diálogo mais direto com o espectador, ela é parte de sua vida íntima e de seu lar, de modo que aquele que a assiste recebe o conteúdo de maneira passiva. Já o cinema, segundo Marilena Chauí

É uma forma contemporânea de arte: a da imagem sonora em movimento. Nele, a câmera capta uma sociedade complexa, múltipla e diferenciada, combinando de maneira totalmente nova, música, dança, literatura, escultura, pintura, arquitetura, história e, pelos efeitos especiais, criando realidades novas, insólitas, numa imaginação plástica infinita que só tem correspondente nos sonhos. (Chauí, 2006 ; 333)

Outro ponto a se ponderar sobre é a frequência de exibição dos assuntos. Um tema como o alcoolismo pode ser exibido durante muito mais tempo em um programa televisivo que em um filme. O agravante maior nesse quesito é a recorrência da exibição. A frequência das atrações televisivas varia de uma vez por semana, como é o caso do programa pânico, a todos os dias da semana, como acontece com o Big Brother Brasil. No entanto, o filme será assistido uma vez

103 apenas, podendo ser visto de novo ocasionalmente. Se os parâmetros da classificação indicativa têm como agravante ou atenuante a questão da frequência com que a inadequação se apresenta, a frequência de exibição destes programas, no período de uma semana, também deveria ser levada em consideração.

O acesso é uma das questões mais preocupantes da classificação indicativa. A televisão aberta atinge cerca de 97% da população brasileira, segundo dados do Grupo Mídia Brasil de 2010, e ela não tem ferramentas para restringir que nenhuma audiência veja determinado conteúdo. O único mecanismo possível para regulação é a vinculação de horário, que não restringe, e apenas facilita o controle parental. Já o cinema dispõe de meios para controlar a entrada de pessoas nos filmes em exibição. Se um filme for classificado para maiores de 14 anos, só o verão, no cinema, adolescente maiores de 14, ou menores que tenham a autorização dos pais. Assim, a ida ao cinema é muito mais restrita: uma criança de 10 anos, ou menor, dificilmente irá a ele sozinha e conseguirá comprar entrada e assistir os filmes. A presença dos pais se torna quase uma condição essencial para a presença desse público. A ANDI é uma organização que realiza uma série de estudos a cerca do impacto na mídia na sociedade e atenta principalmente ao impacto desta nas crianças e nos adolescentes. Sobre esta questão ela defende que “o acesso aos meios de comunicação abertos acontece no interior das residências, sem a necessidade de deslocamentos, matrículas e compromissos. Logo, se dá a um custo muito baixo” (ANDI, 2010;2). O custo da entrada, o controle através da venda de ingressos e o deslocamento necessário para ir ao cinema, são fatores que diminuem drasticamente a frequência de espectadores nesse local em relação à presença destes frente à televisão.

Tanto os filmes quanto os programas televisivos tem anexos, conteúdo que os acompanham, que não podem ser ignorados. Quem vai ao cinema assiste aos trailers e os telespectadores são submetidos aos intervalos comerciais. Conteúdos que, ainda quando rápidos, podem impactar o público. No cinema há regulação, já que o conteúdo do trailer também é classificado indicativamente. Na televisão as propagandas são alocadas de acordo com o horário em que o público alvo deve estar presente, porém as crianças acabam expostas a uma cultura consumista intensiva mostrando, muitas vezes, beleza e/ou a compra como forma de obter felicidade e satisfação pessoal. Propagandas direcionadas para as crianças podem ser mais prejudiciais por sua capacidade de convencimento. Um programa de uma hora costuma ter 10

104 minutos de intervalos comerciais, 20% do seu tempo total, dessa forma o intervalo tem grande potencial agravante e deve, sim, ser levado em consideração na hora de classificar indicativamente.

Quem classifica é o ponto chave das discrepâncias notadas entre a televisão e o cinema. Os filmes tem sua classificação etária determinada por profissionais do Ministério da Justiça que têm como atividade principal e especialidade a aplicação dos critérios classificativos a diversos conteúdos midiáticos. Os programas televisivos, entretanto, são autoclassificados por produtores, roteiristas, diretores e etc: uma gama de profissionais com outras especialidades que não a de classificar indicativamente, e que devem visar à promoção do programa, sua audiência e popularidade. Dessa forma as idades estipuladas para a televisão podem ser menos precisas e eficientes na proteção às crianças e aos adolescentes.

Evidenciamos assim a real discrepância entre a classificação indicativa na televisão e no cinema, que, em suma, se dá pela diferença de qualificação dos profissionais, pela diferença de frequência, intensidade a que as crianças são expostas a estas duas diferentes formas de mídia e pelo acesso a tais conteúdos. Os anexos destes, bem como seus agravantes e atenuantes, também são os responsáveis pelo resultado final da diferença de impacto entre os conteúdos.

Critérios detalhados sobre a classificação indicativa. – Guia

Prático da classificação indicativa 2012

1. Violência

Indicação Descrição Livre Violência Fantasiosa (sem correspondência com a realidade, como lesões corporais)

Presença de armas sem violência (armas de qualquer natureza)

105 Mortes naturais sem violência Ossadas e esqueletos sem violência 10 anos Presença de armas (qualquer artefato,) com violência.

Medo/Tensão(com elementos audiovisuais que causem sofrimento psíquico em crianças)

Angústia (conteúdos que podem provocar desconforto) Ossadas e esqueletos com resquícios de atos de violência

Atos criminosos sem violência

Linguagem depreciativa (comentários maldosos ou depreciativos a respeito de alguém que não esteja presente

Ato violento 12 anos Lesão corporal (exibição de lesões corporais, fraturas, sangue e/ou órgãos internos, inclusive quando resultantes de procedimentos médicos e acidentes Descrição de violência Presença de sangue (de algum lesão corporal, exibida ou não) Sofrimento da vítima Morte natural ou acidental com violência Ato violento contra animais Exposição ao perigo (crime contra a vida, mas sem morte, exposição de moléstia grave de que se está contaminado, atos perigosos para a sociedade ou meio ambiente)

Exposição de pessoas em situações constrangedoras ou degradantes (verbalmente ou por imagem e contexto - A predisposição da(s) pessoa(s) a se envolver(em) em uma situação não é atenuante para o conteúdo humilhante.)

)Agressão Verbal

Obscenidade (ato, gesto ou palavra em situação de constrangimento) Bullying (violência psicológica intencional e repetitiva com intimidação de outro indivíduo/grupo incapaz de se defender) Exposição de cadáver Assédio sexual

Supervalorização da beleza física

Supervalorização do consumo

14 anos Morte intencional

106 Estigma/Preconceito (reiteração histórica da condição marginal de minorias e grupos vulneráveis) 16 anos Estupro Exploração sexual Coação sexual (personagem convence outrem a praticar ato sexual) Tortura (de caráter físico ou psicológico, com resultado de morte ou não)

Mutilação (ato ou tentativa de desmembramento, com ou sem dor) Suicídio (inclusive tentativa de) Violência gratuita/Banalização da violência

Aborto, Pena de morte, Eutanásia (envolvem cenas de morte, mas não as tentativas) 18 anos Cenas violentas de forte impacto (crimes contra a dignidade sexual, tortura, mutilação, estupro, exploração sexual e suicídio)

Elogio, glamorização e/ou apologia à violência Requintes de crueldade (cena realista de violência, apresentada de forma sádica)

Crimes de ódio (discriminação de minorias, preconceito de raça, etnia, gênero, religião, orientação sexual, pertencimento geográfico, idade, condição física ou social e trejeitos)

Pedofilia (contra vulneráveis, ou seja, menores de 14 anos)

2. Sexo/Nudez

Indicação Descrição de Critérios Livre Nudez artística/científica/cultural (quando exposta de forma não-erótica)

10 anos Conteúdos educativos sobre sexo (cenas de diálogo não estimulante)

12 anos Nudez velada (sem nus frontais, seios ou nádegas, com efeito gráfico ou de tarjas)

Carícias sexuais

Insinuação sexual (com indicação por diálogos, imagens ou contexto, mas sem visualizar o ato sexual) Masturbação (cena não-explícita)

107 Linguagem chula (expressões ofensivas e vulgares relacionadas a sexo e excrementos)

Linguagem de conteúdo sexual (em qualquer contexto, mas sem vulgaridades, detalhamentos, erotismo ou estímulo) Simulações de sexo (com imagem ou som de sexo farsesco) Apelo sexual (diálogos estimulantes) 14 anos Nudez de nádegas e seios2

Erotização (imagens, diálogos e contextos eróticos, sensuais ou sexualmente estimulantes – excitando, incitando ou animando) Vulgaridade (sexualidade apresentada de maneira vulgar)

Relação sexual (sexo não-explícito)

Prostituição (qualquer etapa, como a conquista, contratação, a prática ou o pagamento, naturalizando, banalizando ou enaltecendo o ato) 16 anos Relação sexual intensa (de qualquer modalidade – cena hiper-realista de longa duração não -explícita) 18 anos Situações sexuais complexas (incesto, orgias, swing e fetiches) Sexo explícito

3. Drogas

Indicação Descrição de Critérios Livre Consumo moderado de drogas lícitas (cenas irrelevantes em situações sociais, sem apresentação de conseqüências como embriaguez e abstinência)

10 anos Descrições verbais do consumo de drogas lícitas

Uso medicinal de drogas ilícitas

Discussão sobre o tema “tráfico de drogas” (com causa, conseqüência ou soluções pertinentes ao caso, com discurso equilibrado sobre as questões sociais que o englobam)

12 anos Consumo de drogas lícitas (cigarros de nicotina e bebidas alcoólicas)

Indução ao uso de drogas lícitas

Conteúdo envolvendo drogas medianamente relevante para a compreensão da trama

108 Consumo irregular de medicamentos/automedicação (sem receita, ou com a mesma, mas de forma irregular) Menção a drogas ilícitas (menção, descrição ou apresentação de drogas ilícitas)

14 anos Insinuação do consumo de drogas ilícitas

Descrições verbais do consumo/produção/venda de drogas ilícitas

Discussão sobre o tema “liberação do uso, comércio, posse ou produção de drogas ilícitas” (com apresentação de causa, conseqüência e soluções, elucidando um discurso equilibrado das questões sociais que envolvem o tema)

16 anos Produção ou tráfico de qualquer droga ilícita

Posse ou consumo de drogas pesadas (como cocaína, crack e drogas sintéticas)

Indução ao consumo de drogas ilícitas 18 anos Apologia ou indução ao uso de drogas ilícitas

109 Pesquisa Bibliográfica

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