Marcela Bronstein Incentivo À
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FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DO BRASIL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA, POLÍTICA E BENS CULTURAIS MESTRADO PROFISSIONAL EM BENS CULTURAIS E PROJETOS SOCIAIS MARCELA BRONSTEIN INCENTIVO À CULTURA OU CULTURA DO INCENTIVO: MAIS DE VINTE ANOS DE RENÚNCIA FISCAL À CULTURA NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, 1992–2015 Rio de Janeiro 2017 FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DO BRASIL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA, POLÍTICA E BENS CULTURAIS MESTRADO PROFISSIONAL EM BENS CULTURAIS E PROJETOS SOCIAIS MARCELA BRONSTEIN INCENTIVO À CULTURA OU CULTURA DO INCENTIVO: MAIS DE VINTE ANOS DE RENÚNCIA FISCAL À CULTURA NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, 1992–2015 Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Profissional em Bens Culturais e Projetos Sociais, Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, Fundação Getúlio Vargas, como parte dos requisitos necessários para obtenção do título de mestre em Bens Culturais e Projetos Sociais. Orientador: Prof. Dr. Márcio Grijó Vilarouca. Co-orientadora: Prof. Dra. Lia Calabre. Rio de Janeiro 2017 Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Mario Henrique Simonsen/FGV. Bronstein, Marcela Incentivo à cultura ou cultura do incentivo: mais de vinte anos de renúncia fiscal à cultura no município do Rio de Janeiro, 1992–2015 / Marcela Bronstein. – 2017. 184 f. Dissertação (mestrado) - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, Programa de Pós-Graduação em História, Política e Bens Culturais. Orientador: Márcio Grijó Vilarouca. Coorientador: Lia Calabre. Inclui bibliografia. 1. Rio de Janeiro (RJ) - Política cultural. 2. Políticas públicas. 3. Projetos culturais. 4. Comissão Carioca de Promoção Cultural. I. Vilarouca, Márcio Grijó. II. Calabre, Lia, 1960-. III. Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Programa de Pós- Graduação em História, Política e Bens Culturais. IV. Título. CDD – 306 A Olga e Mario Bronstein, os pais maravilhosos, com amor. AGRADECIMENTOS A ideia de escrever sobre a história do ISS veio da Paula Brandão. O Junior Perim foi o amigo que criou junto o caminho durante a caminhada. Seu livro intitulado Panfleto é o melhor exemplo do potencial transformador da cultura. Se você alguma vez utilizou a Lei do ISS, certamente ouviu falar de Luiz Moreira. O resgate da história só foi possível graças ao cuidado no armazenamento de antigos documentos e arquivos, relíquias guardadas na Comissão Carioca de Promoção Cultural (CCPC). Aliás, a equipe da CCPC, capitaneada por Eduardo Marques a partir de 2013, recebeu inúmeras visitas minhas, além de e-mails, telefonemas e sinais de fumaça – perdão, sei que perturbei. Estrelinhas para o Raphael Samba Menino Moreira, que, sempre atencioso, gerou muitos relatórios para este trabalho. Carlos Corrêa fez uma revolução na Secretaria Municipal de Cultura e é de uma generosidade ímpar. Tive muita sorte com meus orientadores: pude contar com toda a riqueza e o carinho de Lia Calabre e Márcio Grijó e também com um dream team nas bancas: Mariana Cavalcanti, Vivian Fonseca e Américo Freire. A vida não será a mesma depois de Matias Spektor: foi um prazer e um privilégio tê- lo como professor. A melhor turma do mundo: Vandelir Camilo, Bruna Bueno, Flávia Baptistini, Isidora Carmona, Jacqueline Monteiro, Joanilda Santos, Luciana Cruz, Luiz Cavalheiros, Rita Fernandes, Vandelir Camilo, Yole Mendonça e os que seguiram outros rumos. E, é claro, Cláudia Aragon, conselheira sobre todos os assuntos ABNT. João Barroso, Rosa d’aguiar Furtado, Lia Baron e Maria Adelaide Chamusca. Mark Ulrich, thank you. Paulo Blank ainda vai escrever a “arte de criar uma mulher”. Obrigada por acreditar. Meu filho Yuri Bauer Bronstein, maior amor do mundo. E Lior Sternberg, partner in life, mestre dos números e do meu coração. Obrigada! ☺ É aqui que se insere a questão inicial: que somos? Uma reflexão sobre nossa própria identidade terá que ser o ponto de partida do processo de reconstrução que temos pela frente, se desejamos que o desenvolvimento futuro se alimente da criatividade do nosso povo e contribua para a satisfação dos anseios mais legítimos deste. [...] Falar de desenvolvimento como reencontro com o gênio criativo de nossa cultura e como realização das potencialidades humanas pode parecer simples fuga na utopia. Mas que é a utopia senão o fruto da percepção de dimensões secretas da realidade, um afloramento de energias contidas que antecipa a ampliação do horizonte de possibilidades aberto ao homem? Celso Furtado1 1 Que Somos? Conferência proferida no I Encontro o Nacional de Política Cultural, Belo Horizonte, em 23/4/1984. (FURTADO, C. 1984 apud FURTADO, C.; FURTADO, R., 2012, p. 33-34) RESUMO O objetivo do presente estudo foi descrever e analisar a trajetória do incentivo fiscal à cultura no município do Rio de Janeiro – Lei 1.940/92 (1992–2012) e Lei 5.553/13 (2013 – em vigor), e, como objetivos secundários, consolidar os dados dispersos e avaliar a distribuição de recursos das fases de inscrição de projetos e captação de recursos. Foram realizadas pesquisas em diversas fontes, públicas e privadas, eletrônicas e físicas e, além do resgate histórico, a estruturação de um banco de dados permitiu consolidar uma grande variedade de registros sobre os termos de compromisso (contratos) firmados no período. O resultado da pesquisa evidencia melhorias na distribuição dos recursos, na inter-relação entre o poder público e os agentes de mercado e na operacionalização do mecanismo, apesar de não ter havido aporte de recursos privados para a cultura, como pretendido originalmente. Palavras-chave: Lei do ISS; Lei de Incentivo à Cultura; política cultural; política pública; Comissão Carioca de Promoção Cultural. ABSTRACT The current study’s goal was to describe and analyze the history of tax incentives for cultural sponsorships in the city of Rio de Janeiro – Law 1.940/92 (1992–2012) and Law 5.553/13 (2013 – active), and, as a secondary goal, to consolidate disperse data and evaluate the distribution of resources throughout the phases of the projects and the obtaining of sponsorships. The research data was collected from various sources, both public and private, in electronic and paper formats. In addition to a historical review, the structure of the database permitted the consolidation of the terms of commitment of a large variety of contracts completed during the period. The results of the research provided evidence of improvements in the distribution of resources, with respect to the interrelationship between governmental and private agents in the operationalization of the law for cultural incentives. However, the objective of the law was not achieved, in that sponsors failed to provide additional funding, as was planned. Keywords: Law for cultural incentives; tax incentives; cultural sponsorship; cultural policies; public policies. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Quadro 1 Padronização de segmentos culturais utilizados no banco de dados no período de 26 1994 a 2012 Quadro 2 Padronização de segmentos culturais utilizados no banco de dados no período de 26 2013 a 2015 Figura 1 Leis de incentivo fiscal à cultura municipais e estaduais sancionadas até 1992 39 Quadro 3 Legislação inicial sobre o incentivo fiscal à cultura no município do Rio de Janeiro 49 (anos 1990) Figura 2 Macroprocesso do incentivo fiscal à cultura pela Lei 1.940/92 no município do Rio 50 de Janeiro Figura 3 Certificados de Enquadramento de dois projetos de 2012 com as classificações 52 “normal” e “especial” Figura 4 A formação da primeira Comissão Carioca de Promoção Cultural 61 Quadro 4 Prefeitos e secretários de cultura do município do Rio de Janeiro de 1991 a 2017 67 Gráfico 1 Os dez maiores proponentes de 1995 pela Lei do ISS 69 Gráfico 2 Principais segmentos culturais de 1995 pela Lei do ISS 69 Gráfico 3 Os dez maiores proponentes de 1996 pela Lei do ISS 70 Gráfico 4 Principais segmentos culturais de 1996 pela Lei do ISS 70 Gráfico 5 Quantidade de projetos inscritos até 1997 pela Lei do ISS 71 Gráfico 6 Os dez maiores proponentes de 1997 pela Lei do ISS 71 Gráfico 7 Principais segmentos culturais de 1997 pela Lei do ISS. 72 Figura 5 Capa do Segundo Caderno do Jornal do Brasil em 20 de março de 1997, com 73 chamada para os problemas das leis municipais de incentivo à cultura Gráfico 8 Percentual de aprovação de projetos culturais de 1994 a 2009 84 Figura 6 Divulgação da exposição “Mulheres Reais” no Diário Oficial do Município do Rio 88 de Janeiro Quadro 5 Datas de desembolso feitas pela SMC ao projeto “Mulheres Reais, Modas e Modos 88 do Brasil de Dom João VI” Gráfico 9 Os dez maiores projetos de 2007 pela Lei do ISS. 89 Gráfico 10 Os dez maiores proponentes de 2007 pela Lei do ISS. 90 Gráfico 11 Os dez maiores incentivadores de 2007 pela Lei do ISS 90 Figura 7 Dezesseis segundos para o consumo da renúncia fiscal em 2006 – lista de 92 incentivadores Gráfico 12 Quantidade de projetos inscritos na Lei do ISS até 2009 95 Gráfico 13 Quantidade de proponentes e projetos que firmaram termos de compromisso de 96 1994 a 2009 Gráfico 14 Quantidade de incentivadores que firmaram termos de compromisso de 1994 a 2010 99 Gráfico 15 Incentivadores com valores superiores a R$ 1.000.000 em 2010. 99 Gráfico 16 Valor médio do contribuinte incentivador de 1994 a 2010. 100 Gráfico 17 Percentual dos segmentos em relação ao somatório dos termos de compromisso 101 1995–2000 / 2001–2006 / 2007–2012 Gráfico 18 Renúncia fiscal anual para incentivo à Cultura,