第第第三第三三三屆立法會屆立法會 第第第三第三三三立法會期立法會期(((二零零(二零零七七七 – 二零零八八八)八))) 第一組 第第第 III ---83 期期期 III LEGISLATURA 3a SESSÃO LEGISLATIVA (((2007-2008))) I SÉRIE N o III ---83

Data: 6 de Decembro de 2007 Ordem do Dia: 1. Discussão e votação na especialidade da proposta de lei Início da reunião : 15 horas intitulada “Altera o Decreto-Lei n. o 25/96/M, de 27 de Maio”. 2. Discussão e votação na especialidade da proposta de lei Fim da reunião : 16 horas e 45 minutos intitulada “Alteração ao regime jurídico do seguro de acidente de trabalho e doenças profissionais”. Local : Sala do Plenário do Edifício da Assembleia Legislativa, sito nos Aterros da Baía da Praia Grande, na Praça da Assembleia Sumário : No período de antes da Ordem do Dia usaram da palavra Legislativa em . os Srs. Deputados Ng Kuok Cheong, Tsui Wai Kwan, (intervenção apresentada em seu nome e em nome dos Deputados Presidente : Kou Hoi In e Cheang Chi Keong), , , Leong Iok Wa, Leong On Kei, José Maria Pereira Coutinho, Vice-Presidente : Lau Cheok Va , Iong Weng Ian, Chui Sai Peng José e . Primeiro-Secretário : Já no período da Ordem do Dia foram apresentadas, discutidas e Segundo-Secretário : Kou Hoi In aprovadas na especialidade as propostas supramencionadas.

Deputados presentes: Susana Chou, Lau Cheok Va, Leonel Alberto Acta: Alves, Kou Hoi In, Philip Xavier, Leong Heng Teng, , Kwan Tsui Hang, Ho Teng Iat, Chow Kam Fai David, Chui Presidente: Srs. Deputados: Sai Cheong, Iong Weng Ian, Ng Kuok Cheong, Vitor Cheung Lup Lwan, Tsui Wai Kwan, Chan Chak Mo, Leong Iok Wa, Cheang Chi Boa tarde. Keong, Au Kam San, Ung Choi Kun, Lei Pui Lam, Lao Pun Lap, Ieong Tou Hong, José Maria Pereira Coutinho, Chui Sai Peng José, Vamos iniciar a reunião de hoje. Temos doze Srs. Deputados Sam Chan Io, Leong On Kei, Chan Meng Kam e Lee Chong Cheng. inscritos para usar da palavra no período antes da Ordem do Dia.

Convidados: Tem a palavra Sr. Deputado Ng Kuok Cheong. Florinda da Rosa Silva Chan, Secretária para a Administração e Justiça Ng Kuok Cheong: Obrigado, Sr.ª Presidente. Tam Pak Yuen, Secretário para a Economia e Finanças José Chu, Director da Direcção dos Serviços de Administração e Caros Colegas: Função Pública Ao Ieong Kei, Directora-Adjunta do Gabinete Jurídico da Devido ao alargamento das restrições impostas pelo Governo da Autoridade Monetária de Macau RAEM à altura das construções na Avenida do Dr. Rodrigo Maria Luísa Man, Directora-Adjunta de Supervisão de Seguros da Rodrigues, a paisagem do Farol da Guia e a linha de contorno da Autoridade Monetária de Macau Colina, que tem apenas 91 metros de altura, serão afectadas, visto Ku Mei Leng, Sofia, Assessora do Gabinete da Secretária para a que algumas das construções vão poder ter alturas de 90, 99,9 e 135 Administração e Justiça metros, respectivamente. Se bem que a população tenha levantado José Pinheiro Torres, Assessor do Gabinete da Secretária para a dúvidas sobre isso, o Governo insistiu em autorizar a construção de Administração e Justiça edifícios com altura superior a 90 metros. A autorização para Au Ieong Kit, Assessor do Gabinete do Secretário para a Economia e construir edifícios com altura superior a 126 metros entre a Calçada Finanças do Gaio e a Estrada do Visconde de S. Januário demonstra que o N.° III – 83 - 06-12-2007 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 2

Governo já não quer honrar o compromisso assumido na altura da referidos “corredores”. Se o Farol da Guia for excluído da lista do candidatura à integração na Lista de Património Mundial, isto é, a património, os dirigentes máximos terão de assumir as devidas tomada de atenção à articulação do ambiente nas proximidades dos responsabilidades políticas. Monumentos Históricos de Macau, com o intuito de conservar o estilo original dos mesmos. Obrigado.

Tenho apresentado algumas interpelações ao Governo sobre este Presidente: Tem a palavra Sr. Deputado Tsui Wai Kwan. assunto, e este, na sua primeira resposta, refere que depois de ter ouvido as opiniões do Instituto Cultural, entendia que era apenas Tsui Wai Kwan: Obrigado, Sr.ª Presidente. necessário manter a vista para o Farol da Guia, nomeadamente a partir do Terminal do Porto Exterior, Praça da Flor de Lótus e Largo Caros Colegas: de Tap Seac. Todavia, noutra resposta datada 16 de Outubro deste ano, junta-se mais um local a estes três - a Fortaleza do Monte. A maior parte das empresas do mundo são PME que por isso Mas na palestra sobre as estratégias do desenvolvimento urbano de constituem parte importante da economia mundial, pois são elas que Macau, que teve lugar há dias, os especialistas na área do sustentam a maior parte da população activa. Por isso é que os planeamento urbano classificaram essas opiniões de irracionais. respectivos Governos lhes prestam elevada importância. Como é fraca a sua capacidade concorrencial, devido à sua situação Em Agosto e Outubro deste ano, algumas associações civis financeira e técnica, muitos países e territórios criaram mecanismos queixaram-se junto da UNESCO sobre o eventual impedimento da específicos de apoio às PME, ao nível da informação, ao nível vista para o Farol da Guia, que faz parte da lista do património técnico e também apoio financeiro, políticas económicas que são mundial, devido à construção abusiva de edifícios altíssimos. Apesar comuns no mundo, com o objectivo de elevar a capacidade de o pessoal desse organismo se ter deslocado, no passado mês de concorrencial das PME e impulsionar o seu desenvolvimento Agosto, a Macau, para verificar a situação, o Governo da RAEM saudável. Não vou falar de países mais distantes, posso dar o continua impassível. Recentemente, a UNESCO exigiu ao Governo exemplo da China Continental, Hong Kong e Taiwan, que criaram Central, por meio de correspondência, que prestasse atenção à mecanismos e regimes especiais de apoio às PME. Tudo isto tem a questão do eventual impedimento da vista para o Farol da Guia, ver com a conjuntura global, o equilíbrio de interesses e o elemento integrado na lista do património mundial, resultante da desenvolvimento social diversificado, por isso, os problemas das construção abusiva de edifícios altíssimos; e o Governo da RAEM já PME não podem resolver-se afirmando simplesmente que “se as afirmou, aqui na Assembleia Legislativa, ter recebido instruções do PME não têm capacidade, então fechem as portas”. Governo Central em relação à matéria. No entanto, o Governo da RAEM ainda não manifestou a sua determinação no respeitante à O Governo tem necessariamente de disponibilizar medidas de protecção dos pontos que integram a Lista do Património Mundial. apoio às pequenas, médias e micro empresas. Tendo em conta o Nem o Secretário para os Assuntos Socais e Cultura nem a ambiente peculiar da economia de Macau, o Governo tem ainda de Presidente do Instituto Cultural responderam às minhas perguntas adoptar políticas para incentivar o desenvolvimento das grandes relativas à responsabilização, questões essas que foram levantadas empresas que, em Macau, são actualmente as empresas do sector do aqui, na Assembleia Legislativa. jogo. Essas empresas, que gozam dum regime especial de licenciamento, situam-se em zonas bastante favoráveis para o O Governo da RAEM só pensa em assegurar a vista para o Farol negócio, ocupam grandes áreas de terreno, e gozam ainda de da Guia através de quatro corredores - o Terminal Marítimo do Porto isenções fiscais na aquisição de automóveis. Com a disponibilização Exterior, a Praça Flor de Lótus, a Praça do Tap Seac, a Fortaleza do de tão boas condições, essas empresas captam uma grande Monte – continuando a autorizar, a seu bel prazer, a construção de quantidade de recursos humanos. Por um lado, todos os recursos edifícios altos que só prejudicam a vista para o Farol da Guia, que é relevantes e de boa qualidade encaminham-se para o sector do jogo, património mundial. Penso que o Governo da RAEM deve e por outro lado, esse sector gera muitas receitas para o Cofre da diligenciar para assegurar essa vista, podendo mesmo, em caso de RAEM. A política do Governo quanto à dotação de parte dessas necessidade e se não houver outra solução alternativa, anular a receitas para apoiar o desenvolvimento das pequenas, médias e autorização da construção de edifícios e recorrer ao Tribunal para micro empresas não merece críticas, uma vez que pode promover a que seja este a julgar acerca da responsabilidade económica preservação da indústria tradicional de Macau, criando assim uma decorrente dessa anulação. estrutura económica pluralista.

Politicamente, deve o Governo da RAEM responder à sugestão Há quem pense que a crescente escassez de força laboral se deve apresentada pela UNESCO, isto é, empenhar-se na criação dum ao facto de muitos trabalhadores optarem por criar empresas, o que sistema de gestão e criar mesmo uma comissão específica, no resulta na expansão de empresas e na formação dum ciclo vicioso na sentido de manter a actual estrutura, a vista e a paisagem circundante luta por recursos humanos. Na actual conjuntura, é de crer que o que ao património mundial de Macau. leva os trabalhadores a optarem por criar empresas fique a dever-se, em muito, à sua confiança na economia de Macau e não ao facto de O Instituto Cultural, que depende do Secretário para os Assuntos estarem desempregados. Tal situação reflecte uma mensagem Sociais e Cultura, deve assumir a importante responsabilidade positiva, que é a da economia de Macau ser muito dinâmica e de técnica de salvaguardar e proteger o património mundial. Esse abundarem as oportunidades comerciais. As pequenas e médias Instituto tem prometido dar importância às zonas circundantes ao empresas precisam de tempo para crescer e para se transformarem património, estabelecendo a articulação com os edifícios das em grandes empresas. Trata-se dum processo de desenvolvimento proximidades e mantendo, quanto possível, o seu aspecto indispensável. Se a abertura de grande número de empresas leva, original,” mas agora pensa acabar com essa promessa através dos alegadamente, à grande necessidade de trabalhadores importados, 2 N.° III – 83 - 06-12-2007 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 3 podemos também concluir que se trata dum fenómeno muito positivo, porque isso demonstra que a taxa de oportunidades de Presidente: Tem a palavra Sr.ª Deputada Ho Teng Iat. emprego é alta. Creio que todos os presentes ainda se lembram da situação que se vivia antes da transferência, quando a procura de Ho Teng Iat: Obrigada, Sr.ª Presidente. recursos humanos era muito menor. Na altura vivia-se em recessão económica, com uma alta taxa de desemprego e bastantes Esta intervenção é proferida em nome dos Srs. Deputados Kou dificuldades na contratação de trabalhadores. Perante as reduzidas Hoi In, Cheang Chi Keong e em meu nome. oportunidades de emprego, a União Geral de Trabalhadores tomou a iniciativa de angariar fundos junto do sector comercial para prestar Sr.ª Presidente, apoio aos desempregados. Acredito que todos ainda se lembram disso. Ninguém quer que essa história se repita. A situação de Macau Caros Colegas: sofreu grandes mudanças, com muitos investimentos e postos de trabalho por ocupar. Agora já não se verificam problemas de “Melhorar as condições para o comércio” é matéria relevante, desemprego mas sim falta de recursos humanos, razão pela qual são tanto no relatório do Chefe do Executivo, como nas LAG das áreas muitas as empresas a requerer importação de trabalhadores. Será que da Economia e Finanças e dos Transportes e Obras Públicas. Na para acabar com a necessidade de importar trabalhadores, a realidade, a melhoria das condições para o comércio é um impulso população prefere voltar aos dias da recessão económica, quando os importante para o desenvolvimento das PME e para a economia de investimentos eram muito reduzidos? todo o território.

Nestes três anos, entre o 3.° trimestre de 2004 até agora, a No entanto, devido aos mais diversos factores, subjectivos e população activa de Macau aumentou de 238.000 pessoas para objectivos, e face às bruscas transformações verificadas no mercado, 317.500 pessoas, ou seja um aumento de cerca de 80.000 pessoas. A uma boa parte das empresas está a sofrer cada vez maior pressão, população desempregada, registada no período homólogo, ficou-se vivendo em condições muito piores do que antigamente. Sobretudo entre as 9.000 e as 10.000 pessoas, enquanto os postos de trabalho nos bairros antigos, em que, devido às mudanças verificadas, se aumentaram já para 80.000, apesar de o número de desempregados regista algum abandono em algumas zonas, levando bastantes lojas a se ter mantido inalterado. Afinal, o que é que isto significa? Isto ter de encerrar as suas actividades. As empresas que ainda significa que mesmo nestes últimos anos em que se registou um conseguem ter algum negócio estão a deparar-se, no entanto, com aumento da mão-de-obra não residente, que atingiu problemas de grande carência de mão-de-obra, bem como com o aproximadamente as 75.000 pessoas, o número de desempregados aumento das rendas e dos custos de exploração. O que algumas não aumentou. Isto é, os trabalhadores não residentes não tiraram o empresas com dificuldades mais esperam do Governo é o emprego aos trabalhadores locais. Se alguém diz o contrário, é mera embelezamento e remodelação, quanto antes, dos bairros antigos, demagogia. Na actualidade, todas as empresas, independentemente com vista à criação de boas condições para o exercício da actividade da sua dimensão, enfrentam a falta de mão-de-obra, e quando isso comercial. deixar de acontecer, é natural que os trabalhadores regressem aos seus locais de origem. Se o Governo quiser reduzir a importação de A melhoria das condições para o comércio é tarefa difícil e de mão-de-obra, num momento em que é grande a falta de pessoal, longo prazo, tanto para o Governo como para as empresas. Estas pode reduzir até quanto? Se reduzir a mão-de-obra importada para precisam, naturalmente, de se auto-valorizarem e de adaptarem disponibilizar vagas aos trabalhadores locais, mesmo mobilizando os quanto antes os seus modelos e estratégias de exploração às trabalhadores idosos com 70 anos ou 80 anos, será que teremos mudanças verificadas no mercado. O apoio do Governo deve ter em recursos humanos suficientes para preencher todas as vagas? Tudo conta as características dos diferentes ramos de actividade e os isto merece a nossa profunda ponderação. principais problemas existentes, no sentido de definir medidas próprias para aumentar a competitividade e o vigor das empresas, Passaram já oito anos desde o retorno de Macau à Pátria. Creio para que estas consigam sobreviver em Macau. Tal como sempre que a população reconhece, na sua maioria, os benefícios da política temos vindo a frisar, o que as PME precisam, efectivamente, é de de liberalização do jogo. Caso contrário, seria possível implementar políticas justas e de melhores condições para o comércio, não de os quinze anos de escolaridade gratuita em Macau? Poderiamos políticas de protecção do Governo. dispor de tantas infra-estruturas e usufruir de tantas regalias no âmbito da previdência social? Se continuassem a ser as empresas Apesar da atenção dispensada pelo Governo nestes últimos anos locais a dominar ou monopolizar o mercado, a população nunca teria ao reordenamento e reconstrução dos bairros antigos, como se trata mais do que tem hoje. Face aos diversos problemas decorrentes da dum assunto que envolve um vasto leque de matérias, requerendo liberalização do jogo e do rápido desenvolvimento económico, trabalhos de auscultação e legislativos, não é tarefa que se concretize sobretudo face à eventual ameaça que os outros territórios poderão a curto prazo. Daí que ainda hoje não se vejam soluções concretas. constituir para Macau, as gentes de Macau não devem olhar apenas Ademais, parece que o Governo está a dar maior importância ao para os próprios interesses e entrar em conflito com os outros, antes Bairro Iao Hon, quando existem em Macau muitas outras zonas pelo contrário, devem ter uma visão global para resolver, um a um, integradas nos bairros antigos, também com grande valor histórico e todos os problemas. O caminho árduo que Macau está a percorrer cultural, que carecem de aperfeiçoamento. poderá tornar-se muito mais fácil se houver harmonia e racionalidade. O Governo, por seu turno, tem de administrar bem o Pelo exposto, sector do jogo, apoiar as PME e promover a diversificação económica, em prol do bem-estar da população. 1. Para melhorar, quanto antes, o ambiente comercial, apelamos fortemente ao Governo que escolha rapidamente algumas zonas para Obrigado. experiência piloto, com vista à concretização do projecto de 3 N.° III – 83 - 06-12-2007 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 4 reordenamento dos bairros antigos, seguindo a ordem do fácil e negociações já encetadas com os serviços homólogos e os Governos simples para o difícil e complicado; locais da China Continental sobre a construção de auto-estradas de acesso a Macau.

2. Tendo em conta que muitos pontos turísticos integram a Lista Foi ainda anunciado em 2005 que, graças ao grande apoio do do Património Mundial e que as típicas lojas de comes e bebes se Governo Central e do Governo da Província de Guangdong, se tinha espalham pelos diversos bairros antigos, propomos ao Governo que definido o projecto de ligação entre Macau e a auto-estrada Pequim- proceda a um estudo sobre a disponibilização de carreiras especiais Zhuhai, através da cidade de Chongshan, cuja extensão a Sul até à para o transporte exclusivo de turistas entre os diversos pontos Ponte de Flor de Lótus, do lado da Ilha da Montanha, serviria para turísticos, com o intuito de os atrair a visitarem os bairros antigos e a fazer a ligação a Macau. Efectivamente, essa “definição” acabou por fazerem ali as suas compras. Os turistas podem assim admirar a cair em saco roto, pois as linhas do Este e do Oeste não têm acesso à cultura e a história de Macau e, ao mesmo tempo, experimentar a Ilha da Montanha, e a ligação a Macau através da Ponte de Flor de gastronomia típica, podendo assim aumentar-se as oportunidades de Lótus é apenas ideia do Governo da RAEM. Depois do esvair desta negócio nessas zonas, estendendo-se, por conseguinte, a esperança, o Governo apresentou outro argumento, que passo a rentabilidade turística aos bairros antigos. citar: “Por isso, o Governo da RAEM vai estudar e aprofundar com os serviços competentes da Província de Guangdong a viabilidade de aumentar a dimensão do troço entre Nam Ping e a Ponte de Flor de 3. Tendo em conta que os trabalhos para a melhoria do ambiente Lótus, por forma a integrar Macau na rede de auto-estradas da China de negócio envolvem serviços da tutela dos diversos secretários, Continental.”. nomeadamente, a área da economia e finanças, assuntos sociais e cultura, transportes e obras públicas, etc., se cada serviço público Efectivamente, a população não viu nenhuma iniciativa do actuar à sua maneira, as exigências das PME não serão respondidas Governo da RAEM quanto à cooperação sobre as infra-estruturas de forma rápida e efectiva. É então necessário coordenar e conjugar rodoviárias transfronteiriças, ou seja, o Governo não tem visão os objectivos de cada serviço, promovendo um estudo conjunto para estratégica de longo prazo, isto para além do seu papel passivo. Não a fixação de medidas para melhorar o ambiente de negócio e pôr em poderá o Governo esclarecer-nos, porque é que nestes últimos anos a prática as diversas medidas, o que deve ser feito o mais rápido extensão da auto-estrada Pequim-Zhuhai a Macau tem sido apenas possível. Propomos então ao Governo da RAEM que proceda, alvo de estudo? quanto antes, a um estudo para a criação de mecanismos de coordenação, de assumida natureza interdepartamental. Outra questão também abordada em 2002 foi a ligação de Macau à rede ferroviária express e intercidades Cantão-Zhuhai, que tem Obrigada. destino final em Gongbei, e que vai estar concluída e entrar em funcionamento em 2010. O projecto do metro ligeiro foi já definido Presidente: Tem a palavra Sr. Deputado Chan Meng Kam. e a conclusão das obras de primeira fase está prevista para finais de 2011. Como será feita a ligação entre esses dois projectos? Será que Chan Meng Kam: Obrigado, Sr.ª Presidente. vão ser ainda necessários mais três ou cinco anos para desenvolver o respectivo estudo de viabilidade? Espero que o Governo da RAEM Desde 2002 que quase todos os anos o Governo da RAEM tem absorva as experiências retiradas do projecto sobre a ligação de abordado o plano da rede rodoviária adjacente e transfronteiriça, Macau à auto-estrada Pequim-Zhuhai, tomando a iniciativa de plano este que é considerado segmento importante da cooperação reforçar a comunicação com os serviços competentes da China regional. Passaram já cinco anos e a auto-estrada Pequim-Zhuhai, Continental através de vias como o mecanismo de cooperação que tem destino final em Zhuhai, linha do Este até Jinding e linha do Guangdong-Macau, por forma a promover a ligação da rede Oeste em Nanping, já entrou em funcionamento há algum tempo; a rodoviária moderna entre as duas regiões e a criar oportunidades rede ferroviária express e intercidades Cantão-Zhuhai, que tem para Macau, no âmbito da cooperação regional. destino final em Gongbei, encontra-se em construção e vai entrar em funcionamento em 2010; e já foi dado um grande passo na Desde o Retorno à China que o Governo da RAEM tem dado implementação do projecto da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. grande importância à cooperação regional, sobretudo ao nível da Efectivamente, a moderna rede rodoviária da província de cooperação económica e comercial, tendo sido relativamente Guangdong já está à entrada de Macau, e está tão próxima de nós notórios os resultados alcançados. No entanto, quanto à cooperação que se pergunta, então, como é que se vai fazer a sua ligação com a entre as duas partes em relação ao plano da rede rodoviária adjacente nossa rede rodoviária? Nas LAG destes últimos cinco anos transfronteiriça, há ainda grande espaço para melhorias. Face aos dedicavam-se apenas três a cinco linhas ao tema, uma descrição limitados recursos de terrenos de Macau, a cooperação regional, sempre simples pois, até ao momento, o assunto continua em fase de sobretudo com a China Continental, torna-se cada vez mais estudo de “viabilidade”. importante para o desenvolvimento sustentado de Macau. Dada a relevância do trânsito no desenvolvimento urbano e económico, é de Em 2002, o Governo da RAEM anunciou o estudo estratégico particular importância a ligação de Macau à rede rodoviária moderna sobre as infra-estruturas do Programa-Quadro do Décimo Plano da Região do Delta do Rio das Pérolas, uma vez que isso tem Quinquenal relativo ao Desenvolvimento Económico e Social da directamente a ver com o futuro desenvolvimento sustentável de Província de Guangdong, e a definição das respectivas medidas no Macau. O Governo da RAEM tem de assumir uma visão estratégica sentido de permitir um melhor aproveitamento das potenciais de longo prazo e prestar grande atenção ao assunto. oportunidades. Mais concretamente, os projectos incluem a realização dum estudo sobre o Plano da Rede Ferroviária Express e Obrigado. Intercidades no Delta do Rio das Pérolas, e a continuação das 4 N.° III – 83 - 06-12-2007 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 5

Presidente: Tem a palavra Sr.ª Deputada Kwan Tsui Hang. Para além disso, a formação e o apoio do Governo aos trabalhadores em situação desfavorável podem ser concretizados Kwan Tsui Hang: Obrigada, Sr.ª Presidente. de forma a corresponder às particularidades e especificidades dos mesmos, como ainda por forma a que possam explorar as suas Caros Colegas: potencialidades, apresentando assim mais vantagens para o trabalho. Podem criar-se cursos de formação de acompanhantes pós-parto, O rápido desenvolvimento económico registado nos últimos anos acompanhantes de doentes às consultas médicas, assistentes de deu origem a uma brusca subida da taxa de inflação. Para dar trabalho doméstico e assistentes para o cuidado a idosos, destinados resposta às exigências sociais, o Chefe do Executivo refere, no seu às senhoras de meia idade com baixas habilitações académicas, no relatório das LAG para 2008, que a partir de Janeiro do próximo ano sentido de satisfazer as necessidades sociais relativas à procura vai ser alterado o índice mínimo de subsistência para 20%, no intuito destes serviços; pode ainda incentivar-se as associações e empresas a de reduzir os encargos das camadas sociais mais fragilizadas. No criarem ou a prestarem apoio à criação de cooperativas onde os entanto, para além da atenção a dar aos mais carenciados, não artesãos possam produzir e vender os seus produtos. podemos esquecer os residentes com baixos rendimentos, que vão trabalhando sem alarido e sem dependerem de qualquer ajuda do Perante as actuais e raras oportunidades de desenvolvimento, os Governo. Uma vez que a actual situação financeira de Macau é residentes devem contar consigo próprios para conseguirem partilhar bastante satisfatória, o Governo deve ainda apoiar os trabalhadores racionalmente dos resultados alcançados. Por seu turno, o Governo que se encontram em situação desfavorável devido ao processo de deve recorrer à escolaridade gratuita, à formação profissional, à reconversão económica, criando condições para que possam auto- reciclagem e ao regime de apoio ao acesso ao emprego, valorizar-se. disponibilizando meios para que consigam alcançar uma vida melhor.

Quanto aos apoios financeiros, o IASM adoptou uma série de Obrigada. medidas”, por exemplo, a medida “trabalho sim, caridade não”, a medida de permitir aos beneficiários auferirem rendimentos Presidente: Tem a palavra Sr.ª Deputada Leong Iok Wa. ligeiramente superiores ao índice mínimo de subsistência definido, etc., por forma a incentivá-los a integrarem o mercado de trabalho. Leong Iok Wa: Obrigada, Sr.ª Presidente. Mas os trabalhadores com baixos rendimentos só têm direito a um subsídio, em montante igual à diferença entre os rendimentos Sr.ª Presidente, auferidos e o índice mínimo de subsistência fixado, não tendo, portanto, direito a qualquer outro tipo de subsídio ou assistência Caros Colegas: social. Isto contribui para que a situação dos trabalhadores com baixos rendimentos seja bem pior do que a dos carenciados, que são Há dias registaram-se em Hac Sá confrontos entre um grupo de abrangidos pela rede de assistência social. Esta opção política, para turistas e de guias turísticos que obrigaram à intervenção da Polícia. além de contribuir para reduzir a vontade de trabalhar, é ainda Segundo as informações recolhidas, a razão que esteve na origem do contraditória ao objectivo definido pelo Governo, no sentido de se incidente foi a insatisfação dos turistas por terem sido obrigados incentivar as pessoas a integrarem o mercado de trabalho. O pelos guias a pagarem uma determinada visita, e a terem sido Governo deve proceder, quanto antes, à revisão desta situação. ameaçados de ficar sem jantar e sem hotel caso não fizessem. Os Serviços de Turismo emitiram já um comunicado esclarecendo Quanto aos trabalhadores renegados para uma posição tratar-se dum caso isolado, mas quanto ao apuramento de razões, à desfavorável devido à reconversão económica, simples acções de forma como a força policial interveio no caso, se tudo foi ou não foi formação ou de apoio profissional nem sempre conseguem ajudá-los adequado, há que aguardar pelo resultado das respectivas a adaptar-se ao mercado de trabalho. Por isso, o cerne da questão averiguações. Só que os vícios no sector do turismo são muitos e reside no modo como se devem aperfeiçoar essas acções de de longa data, isto porque o Governo nunca assumiu bem o seu papel formação ou apoio profissional. Não se pode negar que o Governo fiscalizador, não podendo por isso agora os Serviços de Turismo tem assumido um papel activo no âmbito da formação profissional, esquivar-se das suas responsabilidades. pena é que as acções realizadas não tenham sido directamente adequadas aos postos de trabalho oferecidos, daí os resultados pouco Devido à grande concorrência no sector, nunca foi possível acabar notórios. Face à escassez de recursos humanos e à entrada contínua com as excursões a “lucro zero” e a “lucro negativo”. Este tipo de de trabalhadores não residentes, o Governo tem de aperfeiçoar os negócio, prejudicial aos interesses dos turistas, exige que as mecanismos de formação profissional e as colocações, de modo a empresas reduzam a qualidade das excursões até ao nível mau, ou que desempregados com capacidade de trabalho reintegrem o então que tentem procurar as mais variadíssimas formas de obter mercado de trabalho, depois de passarem pela formação adequada. mais proveitos, para além disso, como os guias turísticos não têm Sugiro à Administração que faça um levantamento de dados sobre a salário fixo e alguns têm mesmo de pagar às empresas a “compra de oferta e a procura, a fim de se estabelecer uma conjugação entre as quotas”, se querem sobreviver vêem-se obrigados a exigir aos vertentes formação, colocação e emprego, criando cursos de turistas o pagamento de despesas adicionais. No ano passado, formação próprios que confiram certificados, permitindo assim mesmo nas regiões vizinhas ocorreram vários casos de turistas em encaminhar os formados para as empresas que necessitam de mão- excursão que foram obrigados a fazer compras, a pagar despesas de-obra. A fim de assegurar que não sejam alegados pretextos para adicionais ou que foram mesmo abandonados. Esses casos foram recusas, tanto da parte patronal como da laboral, há que criar divulgados pela comunicação social e deixaram a sociedade em rigorosos mecanismos de fiscalização para acompanhar as estado de choque. Mas de vez em quando também ocorrem em colocações. Macau casos desses, em alguns deles houve mesmo guias locais agredidos, só que como não foram divulgados não atraíram a atenção 5 N.° III – 83 - 06-12-2007 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 6 da sociedade. Os problemas têm-se agravado porque a opção do O estabelecimento do regime de reserva financeira não revela apenas Governo foi sempre ignorar a sua existência. que a capacidade de governação do Governo está constantemente a aumentar, é ainda um sinal de aperfeiçoamento do regime de gestão Segundo os dados estatísticos, antes da transferência visitavam das finanças públicas de Macau. Macau em excursões mais de 100 mil turistas por mês. Mas tendo em conta o desenvolvimento do turismo, em Agosto e Setembro De facto, é pequena a estrutura económica de Macau, que depende deste ano esse número atingiu os 380 e 310 mil, respectivamente, ou sobretudo do sector do jogo e do exterior, e a nossa moeda está seja um aumento de 65% e 70% em comparação com os períodos indexada ao dólar de Hong Kong. Para o melhor cumprimento do homólogos do ano passado. Podemos verificar que o número de disposto no artigo 105.° da Lei Básica que define que “ na turistas está a crescer rapidamente, e para manter este crescimento e elaboração do orçamento, a Região Administrativa Especial de garantir o desenvolvimento sustentável do turismo é indispensável a Macau segue o princípio de manutenção das despesas dentro dos colaboração entre o Governo e a população, no sentido de se limites das receitas, procurando alcançar o equilíbrio entre as aperfeiçoar a qualidade das instalações físicas e dos recursos receitas e as despesas, evitar o déficit e manter o orçamento a par humanos, elevando deste modo a capacidade de acolhimento de da taxa de crescimento do produto interno bruto da Região. ” é turistas. Só assim é que se conseguirá atrair mais turistas a visitar necessário, numa perspectiva económica, estabelecer-se um regime Macau. No entanto, é bastante lamentável que a sucessiva ocorrência de reservas financeiras estável, caso contrário, se em Macau se de casos com turistas tenham já afectado gravemente a imagem de verificar qualquer mudança imprevista ou houver necessidade de Macau. Os interesses dos turistas não estão salvaguardados, por isso, investir, significativamente, em infra-estruturas, para satisfazer o não vale a pena esperar que possam usufruir duma boa visita a desenvolvimento económico, se não houver reservas financeiras Macau. suficientes será impossível satisfazer a exigência da Lei Básica: “ procurando alcançar o equilíbrio entre as receitas e as O turismo é um sector importante da economia de Macau, e despesas, evitar o déficit. ” Por exemplo, em 2001 a situação da durante vários anos o Governo envidou muitos esforços na economia de Macau era precária, com um orçamento deficitário de divulgação de Macau no exterior e na exploração de novos mercados 500 milhões de patacas, um défice de 3,7%, uma taxa que embora turísticos. Portanto, para que a imagem de Macau não fique não tivesse atingido os 10%, “nível de risco da segurança completamente destruída, o Governo não pode continuar a ignorar financeira,” situação que nunca antes se tinha visto na história de os “vícios” existentes no sector, tem de criar quanto antes um regime Macau. de fiscalização sobre as actividades turísticas, controlar e fiscalizar com maior rigor a emissão de licenças e a exploração das agências A reserva financeira só deve ser utilizada para situações de turismo, e tem de entrar em contacto com a entidade responsável inesperadas resultantes da pressão financeira, podendo mesmo pelo turismo na China, por forma a encontrar soluções para os afirmar-se que se trata dum regime muito importante para a problemas. Para além disso, tem de oferecer salários fixos aos guias estabilidade das finanças públicas de Macau. Quando e como é que turísticos e aos condutores de autocarros de turismo, evitando que se deve utilizar racionalmente essa reserva é uma questão em relação sejam “explorados”, e tem ainda de eliminar a concorrência desleal à qual o Governo, na minha opinião, deve auscultar as opiniões dos no sector, pois só assim é que se conseguirá garantir o diversos sectores, para além de definir um mecanismo que permita desenvolvimento sustentável do nosso turismo. uma melhor fiscalização dessa reserva, por exemplo, quando o Governo necessitar de recorrer à mesma, deve a Assembleia Obrigada. Legislativa proceder à devida apreciação, verba a verba, para que a utilização da reserva se sujeite à fiscalização dos deputados e dos Presidente: Tem a palavra Sr.ª Deputada Leong On Kei. cidadãos, no sentido de assegurar a abertura e a transparência e assim aumentar a confiança do público na gestão do Governo. Leong On Kei: Obrigada, Sr.ª Presidente. Obrigada. De acordo com os dados estatísticos, entre Janeiro e Setembro do corrente ano as receitas do jogo atingiram 58,9 biliões de patacas, ou Presidente: Tem a palavra Sr. Deputado Pereira Coutinho. seja, um aumento de 45,8% em comparação com o período homólogo do ano passado. Quanto às receitas provenientes do sector José Pereira Coutinho: Muito obrigado, Sr.ª Presidente. nos primeiros três trimestres deste ano, atingiram os 29 biliões de patacas, dos quais cerca de 20,7 biliões são provenientes do imposto O triste episódio de desacato ocorrido há dias na Praia de Hác-Sá, do jogo. Todos esses montantes atingiram valores superiores aos do em Coloane, entre os turistas do interior da China de curta visita a ano passado. Descontando as despesas do Governo, o saldo entre Macau e guias turísticos, culminando com a intervenção policial, Janeiro e Setembro deste ano conseguiu ultrapassar os 19,1 biliões, prejudicou muito a imagem de Macau no cenário regional e que somados aos saldos acumulados dos anos anteriores atinge um internacional, como cidade turística de qualidade, pacata e montante bastante elevado. Para gerir essa tão avultada quantia de hospitaleira. saldos acumulados, o Chefe do Executivo já divulgou, no relatório das LAG 2008, que vai ser estabelecida uma reserva financeira. Assim como a “avestruz” esconde a cabeça na areia do deserto Tendo em conta o rápido desenvolvimento sócio-económico de para não ver o que passa ao seu redor quando está em perigo, da Macau, a criação duma reserva financeira com os saldos acumulados mesma forma, comportou-se o Governo e as entidades responsáveis, é uma decisão correcta e oportuna do Governo, porque o dinheiro que há muito tempo (alguns anos) tinham conhecimento dessa reserva pode ser utilizado no futuro, se as receitas reduzirem, e deste “cancro deste importante segmento turístico”, mas que preferiu para resolver os problemas decorrentes do envelhecimento da ignorar o problema, fazendo de conta de que nada tinha a ver população, aliviando assim as dificuldades financeiras do Governo. consigo, esquecendo que poderia ocorrer episódios semelhantes que 6 N.° III – 83 - 06-12-2007 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 7 afectam a imagem geral da RAEM. do “amor à pátria e a Macau”, roubos esses que atingem um grau tão feroz que até os governantes colonialistas teriam dificuldade em com Há vários anos, que o Governo e as entidades responsáveis tinham eles rivalizar. As situações de corrupção, as vendas de bens do pleno conhecimento deste “cancro neste importante segmento Estado a preço de saldo, conluios entre Governo e empresários, turístico”, denunciado por mim várias vezes nos meios de trocas de interesses, e abusos de poder em proveito próprio são actos comunicação social. bem piores do que o roubo de saqueadores. É que estes roubam recorrendo à violência, enquanto os saqueadores de Macau podem Esta exploração humana afecta gravemente a dignidade pessoal e recorrer ao poder público. Vestindo este casaco da legalidade, os profissional dos guias turísticos porque são obrigados a trabalhar roubos tornam-se mais loucos, mais ferozes e as consequências não contra a sua própria vontade, sem um contrato individual de trabalho contam. Houve já há tempos opiniões no sentido de os recursos e são sistematicamente explorados por algumas empresas turísticas públicos roubados nestes últimos oito anos terem atingido valores locais que recorrem a um sistema de lucro fácil e livres de quaisquer superiores aos roubados pelos portugueses durante quatrocentos anos. responsabilidades. Será esta opinião um exagero ou um espelho da realidade? Acredito que os residentes, com os olhos a brilhar, conseguem encontrar a Há muito tempo que o Governo e as entidades responsáveis, resposta no seu coração. tinham pleno conhecimento de que algumas empresas locais de angariação de turistas obrigam os guias turísticos locais a pagar por Perante este caos social, o que pode a população de Macau fazer? cada “cabeça” de turista, montantes que variam entre as MOP$50,00 Quando os poderes do Governo não estão sujeitos a fiscalização, o a MOP$100,00. mais natural é que não seja dada a devida atenção ao descontentamento da população. Todos sabem que é possível Sem um contrato individual de trabalho e para poder compensar os encontrar situações de corrupção em todos os cantos de Macau. montantes pagos antecipadamente às agências de viagens, os guias Tanto as concessões de obras públicas como as transacções de vêm-se forçados em arranjar “esquemas” para ganhar o pão de cada terrenos, em sistema reservado, geram oportunidades de corrupção, dia, levando os turistas contra a sua própria vontade, a determinadas envolvendo esta última situação benefícios maiores do que a lojas para adquirir certos produtos e serviços para poderem primeira. Obter 10% duma obra no valor de cem milhões de patacas sobreviver. significa apenas dez milhões de patacas. E em Macau quantas obras no valor de cem milhões de patacas se fazem? Mas os valores Para evitar incidentes semelhantes no futuro, é urgente, que o envolvidos na concessão de terrenos são muito maiores, atingindo Governo adopte medidas para actualizar a legislação em vigor, que mesmo alguns biliões de patacas, e 10% desses valores já podem permita, por um lado regular adequadamente a actividade das significar duzentos ou trezentos milhões de patacas. Mas tomando agências de viagens que organizam excursões para RAEM e por como exemplo o actual caso de corrupção envolvendo valores outro lado proteja os legítimos direitos e interesses profissionais dos astronómicos, segundo a acusação deduzida, que ultrapassa as cento guias turísticos, por forma a ter um salário digno e mediante a e trinta páginas, a corrupção diz apenas respeito à concessão de celebração de contratos individuais de trabalho. obras públicas e não à concessão de terrenos. O que é que isto significa? Significa que muitas práticas corruptas não foram Solicito que a minha intervenção seja enviada ao Senhor Chefe do reveladas, devido à camuflagem da legalidade. O que é que os Executivo. modestos residentes podem fazer perante os poderosos, que podem actuar a seu bel prazer? Muito obrigado. É verdade que as eleições realizadas em pequenos círculos, apenas Presidente: Tem a palavra Sr. Deputado Au Kam San. possíveis devido à imperfeição do sistema político, impedem os cidadãos de expressar o seu sentido de voto através do mecanismo Au Kam San: Obrigado, Sr.ª Presidente. de eleições democráticas. Com os recursos políticos monopolizados, o direito a votar “à mão” é privado, mas podem sempre utilizar-se Caros Colegas: os “pés”, ou seja, podem sempre expressar-se as insatisfações, aspirações e solicitações através de manifestações e greves. Talvez As duas grandes manifestações do 1.º de Maio e do 1.º de Outubro possamos interrogar-nos, se será assim que vamos conseguir resolver representaram o ponto final no silêncio das pessoas de Macau, os problemas, será? A resposta é mais do que evidente, é não, de revelando a todo o mundo que estas não são feitas de matéria modo nenhum. Contudo, se não há formas para se fazerem ouvir as especial e que já não são as mesmas que se conheciam do passado, vozes e para encarar com frontalidade as indignações, especialmente que toleravam todos os actos ilegais, incorrectos ou injustos. É certo quando os de cima fecham os olhos e fazem ouvidos de mercador às que os tempos também já não são os mesmos e o princípio “Macau solicitações do público, as manifestações são um aviso severo para administrado pelas suas gentes” despertou o espírito de posse das os detentores do poder, obrigando-os a encarar com frontalidade as gentes de Macau. Na época da governação colonial, os cidadãos de solicitações do público, a indignação social e a crise de governação. Macau nada podiam fazer quanto aos actos praticados pelos administradores não indígenas. Terminada a governação colonial e Por isso é que nas sociedades civilizadas as manifestações e criada a RAEM, Macau devia abrir uma nova etapa e o espírito de reuniões públicas, bem como a liberdade de expressão, de imprensa posse das suas gentes ser acordado pelo princípio “um país dois e de associação são tidos como direitos essenciais dos cidadãos, em sistemas”. Porém, os donos não somos nós. Os recursos políticos do relação aos quais não se admite qualquer violação. Na sociedade de Governo da RAEM são monopolizados por uma minoria, tal como hoje, quando esses recursos políticos são monopolizados por grupos os recursos económicos, que são roubados à vontade, por uma outra de pessoas com prerrogativas, demonstrar a força pública através de minoria. Essas minorias “vendem o Estado e Macau” a título manifestações é algo totalmente legítimo e justo, especialmente 7 N.° III – 83 - 06-12-2007 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 8 como forma eficaz de contra-ataque à grave corrupção e ao caos. Prosseguindo o meu raciocínio, pode até dizer-se que “a Recordo-me de Mao Zedong ter mesmo afirmado que “Só o Povo, actualização do prémio foi tardia e insuficiente....”, dado que são apenas o Povo, é a força que vai criar a História Mundial”. Trata-se matérias susceptíveis de crítica, mas daí a afirmar ter havido lugar duma esperança que continuo a acalentar. a “venda” e “roubo”, parece-me um grande exagero da sua parte.

Obrigado. Por fim, peço desculpas a todos os presentes, mas não podia deixar de manifestar a minha indignação face a este tipo de Presidente: Tem a palavra Sr.ª Deputada Iong Weng Ian. acusações.

Sr. Deputado Leonel Alberto Alves, quer usar da palavra? Muito obrigado a todos.

Leonel Alberto Alves: Muito obrigado, Sra. Presidente. Presidente: Tem a palavra Sr. Deputado Pereira Coutinho.

Nos termos regimentais, é-me permitido falar de pé e é isso que José Pereira Coutinho: Muito obrigado, Sra. Presidente. aqui vou fazer. Sinceramente, não gosto de interceder durante o período de antes da Ordem do Dia e de me intrometer nos assuntos Sra. Presidente: alheios. Só que, desta vez, não posso deixar de o fazer sob pena de vir a ter problemas de consciência no futuro. Também eu gostaria de apresentar, nos termos regimentais, a minha declaração de protesto contra algumas das afirmações aqui Antes de mais pedia a compreensão do meu ilustre colega Au Kam proferidas pelo colega Au Kam San, sobretudo contra as San, mas não posso deixar de emitir, nos termos regimentais e ao comparações que faz e que necessitam de comprovação. Refiro-me à abrigo da alínea g) do artigo 56.º, a minha declaração de protesto. expressão “nos últimos oito anos foram roubados recursos públicos, Todos sabem que, relativamente às acções políticas cada um é livre valores que são superiores àqueles que foram roubados pelos de seguir as suas ideologias e convicções, assim como todos portugueses durante 400 anos”. No meu entender, trata-se de uma sabemos que foi convocada para o próximo dia 20 de Dezembro uma afirmação que merece ser comprovada, pois que insulta toda a manifestação. Daí que o que certas pessoas pretendem é fazer um comunidade portuguesa, não só os que cá residiram mas também os aproveitamento político da situação, criando um ambiente propício à que cá continuam a residir. invocação de slogans que considero fáceis e primários, ao ponto de incitar os ânimos dos mais incautas. Daí o sentido da minha Tal como referiu o Sr. Deputado Leonel Alves, o termo “roubo” é declaração de protesto relativamente à falta de exactidão de certas absolutamente inadequado à situação, na medida em afirmações aqui proferidas e também à falta de diplomacia de que se que “roubo” implica o uso da força. Pelo que julgo inadmissível revestem certo tipo de expressões aqui empregues pelo Sr. Deputado. proferir tal afirmação aqui neste hemiciclo, ofendendo não só todos Por considerar que o Sr. Deputado se excedeu nos seus os presentes mas também toda a comunidade portuguesa local. considerandos, exijo que a apresentação de provas, pois não basta vir a público afirmar que “até os governantes colonialistas teriam Gostaria, pois, que o Sr. Deputado tomasse a iniciativa de retirar dificuldades de, entre eles, rivalizar nos roubos...”.É certo que todos tais acusações. nós temos a liberdade de invocar factos históricos e, a partir destes, tirar ilações. Mas vir à Assembleia Legislativa afirmar ter Muito obrigado. havido “roubos no tempo dos governantes colonialistas” requer, no mínimo, a apresentação de provas cabais, por forma a não haver Presidente: Sr. Deputado Au Kam San: lugar a dúvidas não só por parte das pessoas que cá vivem, mas também para evitar embaraços diplomáticos entre dois países Os dois Srs. Deputados protestaram contra a sua intervenção, mas soberanos como o são Portugal e a República Popular da China. não lhe pediram esclarecimentos. Nesta reunião, não podemos dialogar. Se tem algo a esclarecer, pode revelar os factos. Como eles Por outro lado, apresento igualmente o meu voto de protesto face só protestaram, sem pedir um esclarecimento seu, por isso, não às inverdades aqui proferidas pelo Sr. Deputado Au Kam San. permito diálogo entre vocês. Como ergueu o braço, então, Precisamente porque entendo que o Sr. Deputado não é um cidadão decide… Pois, não sei o que vai dizer…mas, quero avisá-lo: diálogo, comum qualquer, estranho o facto de o Sr. Deputado não saber que o não! Eles protestaram contra a sua intervenção. Se agora vai termo “roubo” também significa “furto com violência”! Como disse, afirmar: “tenho estes factos a revelar”, então, pode responder por parece-me que o objectivo é o de produzir slogans fáceis e primários escrito posteriormente. Como não sei o que vai dizer, deixo o Sr. que podem induzir em erro os mais incautos, podendo isso afectar Deputado usar da palavra. negativamente a harmonia social da RAEM. Au Kam San: Obrigado, Sr.ª Presidente. Dizer-se que houve “venda de bens do Estado a preço...”. O Sr. Deputado até pode discordar do método de cálculo utilizado na Quero apenas afirmar que assumo a responsabilidade política pela atribuição das concessões de terrenos, mas daí a afirmar que.... Aliás, minha intervenção. Embora discorde das críticas dos meus dois até pode haver quem concorde com o Sr. Deputado quanto a esse colegas, respeito-os. aspecto! Como ia dizendo, o regulamento que determinava o método de cálculo do prémio podia até ser retrógrado, mas convém não Obrigado. esquecer que até 2003 a economia de Macau não era tão próspera como o é actualmente! Presidente: Não há tradutor?

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Tem a palavra Sr.ª Deputada Iong Weng Ian. Promover a protecção ambiental tornou-se, nestes últimos anos, numa preocupação a nível mundial. Desde o estabelecimento da Iong Weng Ian: Obrigada, Sr.ª Presidente. RAEM que a Administração tem vindo a empenhar-se no desenvolvimento de acções de protecção ambiental, tais como a Caros Colegas: criação de zonas verdes, a educação para a poupança de água, de energia eléctrica e para a redução de resíduos, bem como a Há dias registaram-se conflitos entre turistas e guias turísticos sensibilização para a redução, por parte dos empresários, da emissão locais, que acabaram em confronto entre os turistas e a polícia. de poluentes. Trata-se duma política acertada cujos resultados são Divergem as versões sobre a origem dos conflitos, mas evidentes. independentemente de quem tenha razão, o certo é que a notícia teve já impacto negativo para Macau. Sendo poucas as indústrias pesadas em Macau, a principal fonte que afecta a qualidade do ar, para além dos efeitos da poluição Têm-se registado, ao longo dos anos, vários conflitos entre as regional, recai sobretudo nos gases emitidos pelas viaturas. O agências de viagens, os guias turísticos e os turistas, tendo a maior número de viaturas não pára de crescer, pois apenas nos três parte deles a ver com as despesas das excursões, com as actividades trimestres do corrente ano registaram-se mais de 16.600 novas turísticas arranjadas, com as compras, com as actividades à conta dos viaturas, atingindo assim o número total de viaturas a casa das 170 turistas, etc., e mesmo que os serviços competentes tenham mil, entre as quais mais de 90 mil são motociclos e motocicletas. Por salientado tratar-se dum caso pontual, o assunto deve continuar a isso é que a qualidade do ar tem, de facto, uma relação directa com o merecer reflexão. O Governo deve retirar os devidos ensinamentos aumento do número de viaturas. do caso e definir um mecanismo de contingência, a fim de resolver eventuais conflitos e com vista a que os serviços competentes Segundo o Relatório do Estado do Ambiente de Macau 2006, a adoptem medidas expeditas para conciliar as partes envolvidas. É qualidade do ar piorou nestes últimos anos, tendo-se registado um uma solução que pode evitar o agravamento dos conflitos e que os aumento dos índices de monóxido de carbono, dióxido de enxofre, mesmos se transformem em disputas ou até em incidentes violentos, partículas suspensas e inaláveis. Especialmente entre 2005 e 2006 o o que muito prejudica a imagem de Macau. efeito de estufa resultante dos gases emitidos pelos “meios de transporte conheceu um aumento de 10,4%”, comparativamente a Face às irregularidades verificadas no turismo tanto local como da 2004. China Continental, o Governo deve manter colaboração estreita com a Administração Estatal de Turismo, para combater severamente Tanto o Relatório do Estado do Ambiente de Macau 2006 como as as “excursões a lucro zero ou negativo”, reforçar a gestão do LAG da área dos Transportes e Obras Públicas para 2008 referem mercado e exigir ao próprio sector que aperfeiçoe as medidas de que a Administração vai continuar a optimizar os combustíveis para supervisão. Só com os esforços conjuntos do Governo e do sector é automóveis, vai elaborar, por fases, diplomas que definam os que é possível salvaguardar os direitos e interesses dos consumidores, requisitos, em termos de emissão de poluentes, e os padrões limite e evitar que a imagem turística de Macau seja prejudicada. Assim, para a emissão de gases a que os motociclos devem obedecer, bem sugiro o seguinte: como proibir a importação de motociclos que não satisfaçam esses limites padrão. Vai ainda, através de legislação, definir os padrões 1. o sector deve definir e aplicar um custo básico para as limite para a emissão de gases a que as restantes viaturas devem excursões - uma das soluções para reprimir as “excursões a lucro obedecer, desenvolver estudos sobre o encurtamento do tempo zero ou negativo” que deve ser promovida, quanto antes, pelas necessário para a submissão de viaturas à inspecção e abater as autoridades, por forma a evitar que os turistas sejam obrigados a viaturas que não satisfaçam os requisitos ecológicos. As acções e as consumir e a manter a ordem do mercado turístico local. metas que acabo de referir bem demonstram a honestidade da Administração em responder às solicitações da sociedade civil, 2. as autoridades devem a reforçar a formação dos guias especialmente às dos ambientalistas. Contudo, a implementação turísticos, para que estes elevem a sua capacidade de resposta face a dessas medidas e a elaboração de legislação correspondente exigem situações imprevistas. tempo, e os seus resultados não são visíveis a curto prazo.

3. as autoridades devem reforçar a informação junto dos Alguns países e regiões têm lançado diversos benefícios fiscais turistas da China acerca dos direitos e garantias dos consumidores, para incentivar os consumidores a utilizarem veículos introduzir no “Guia da Cidade” a listagem das “lojas certificadas”, e correspondentes às exigências de protecção ambiental. Nos Estados reforçar a consciência dos turistas quanto à defesa dos seus próprios Unidos da América, o Presidente Jorge Bush anunciou, no mês interesses. passado, a dotação de 3 biliões de dólares americanos (cerca de 23,5 biliões de patacas) para concessão de diversos benefícios aos 4. criar um mecanismo inter-departamental para a recepção e compradores de veículos ecológicos, podendo cada um deles receber tratamento de queixas relacionadas com o sector do turismo, a fim de um abono entre 4 a 8 mil dólares americanos (entre 32 mil a 64 mil que os conflitos sejam resolvidos atempadamente. patacas, aproximadamente). Em Tóquio, no Japão, os compradores de veículos ecológicos beneficiam duma redução de 50% na Obrigada. tributação fiscal durante três anos. Em Londres, Inglaterra, estão isentos de impostos os veículos movidos a energias alternativas, gás Presidente: Tem a palavra Sr. Deputado Chui Sai Peng. ou energia eléctrica (veículos híbridos). Em Hong Kong, já em 2002 começaram a ser introduzidos táxis e minibus movidos a gás, cujo Chui Sai Peng: Sr.ª Presidente, Caros Colegas. grau de poluição é mais baixa. Nestes últimos anos, o Governo de Hong Kong reduziu em 30% o imposto sobre o primeiro registo de 9 N.° III – 83 - 06-12-2007 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 10 alguns veículos que satisfaçam critérios ambientais do EURO IV ou exploração exclusiva, para definir cláusulas que mais beneficiem a os critérios de emissão de gases residuais estabelecidos em 2005 no população e que contribuam para o aperfeiçoamento do modelo de Japão, por exemplo, os veículos híbridos. O Governo de Hong Kong exploração dos serviços de utilidade pública e para introduzir dotou ainda 3,2 biliões de dólares de Hong Kong para financiar a gradualmente e quando possível a concorrência, e mesmo que em substituição, com início este ano, dos veículos comerciais de modelo alguns casos isso não seja possível, deverão então as respectivas antigo e movidos a gasóleo por novos veículos do modelo EURO IV. empresas assumir maiores responsabilidades sociais, a fim de se No fim deste ano pode ver-se reduzido em cerca de metade o conseguirem satisfazer as necessidades da população. imposto sobre o gasóleo sem enxofre nos veículos EURO V, com vista a incentivar a utilização de combustíveis mais ecológicos. Das Quanto à revisão e renovação dos contratos de concessão de políticas adoptadas pelos diversos países, verifica-se como tendência serviços de utilidade pública, que têm directamente a ver com a vida predominante a adopção de políticas de benefícios para promover a quotidiana da população, creio que é necessário elevar o nível de utilização de veículos mais ecológicos. transparência e ouvir a opinião pública. Como por exemplo na avaliação intercalar do contrato de concessão exclusivo do Em Macau, os velhos veículos movidos a gasóleo, principalmente abastecimento de electricidade, em que o Governo quase nada disse, camiões pesados, autocarros, táxis, e as mais de 40 mil motas a dois nem à população nem à Assembleia, acerca do conteúdo das tempo, cuja emissão de gases é grave, assassinam a qualidade do ar negociações com a CEM, e só depois da conclusão das mesmas é de Macau. No respeitante ao número de veículos, estabelecendo a que divulgou que ia ser reduzida a taxa de retorno de 14% para 12%. comparação com as regiões vizinhas, por exemplo com Hong Kong, Com esta forma de agir, como é que a população consegue assumir o Macau deveria dispor de melhores condições para efectuar uma seu papel de fiscalizador, e como é que consegue garantir que a melhor monotorização da emissão de gases pelos veículos. Mas até revisão foi feita de forma a beneficiar a sociedade e a satisfazer as agora, para além das inspecções regulares aos veículos, as necessidades da população? respectivas autoridades raramente efectuam qualquer monotorização da emissão de gases, e face ao crescente aumento do número de Com os avanços tecnológicos, são cada vez mais os residentes e as veículos, aumentará com certeza o volume de trabalho dessa empresas que recorrem aos serviços de telecomunicações, só que por monotorização. Espero que as respectivas autoridades, ao acelerarem não serem claras as cláusulas do contrato de exploração exclusiva os trabalhos legislativos para fiscalizar e proibir a referida emissão, dos serviços da rede fixa, muitas empresas que estavam interessadas adoptem políticas e medidas incentivas, usando ambas as tácticas, em investir nessa área acabaram por abandonar a intenção, o que tem duras e leves, por forma a encorajar e ajudar os proprietários a conduzido a que os residentes e as empresas não tenham acesso a minimizarem os problemas da emissão de gases e a incentivar os novos serviços de telecomunicações, nomeadamente rede sem fios e importadores de veículos a introduzirem veículos cuja emissão de telefone por rede. Por isso, a Administração deve, quanto antes, gases seja menor, ou financiar mesmo o sector dos transportes, para clarificar as cláusulas contratuais e definir os regulamentos para o que este tome a iniciativa de substituir os seus veículos por outros licenciamento dos serviços que podem ser liberalizados nessa área, mais ecológicos. de forma a atrair a entrada no mercado de novos operadores ou o fornecimento de novos serviços de telecomunicações. Além disso, é Aliás, o Governo deve começar por sensibilizar e educar os também devido às restrições impostas pelo contrato de exploração cidadãos de Macau, tirando-lhes o vício de terem os “veículos dos serviços de rede fixa que as taxas dos serviços de internet e de sempre à entrada de casa”, incentivando-os a utilizarem os telemóvel se têm mantido em alta há muito tempo. Caso esta transportes públicos, autocarros, e o futuro metro ligeiro e sistema situação não se altere, constituirá, decerto, um obstáculo, que irá automático de circulação pedonal, para reduzir a circulação de limitar o desenvolvimento do sector das telecomunicações. veículos, tudo no sentido de melhorar a qualidade do ar de Macau. Mas para isso há que contar com a participação e com os esforços de Tomemos como exemplo os serviços de internet. São serviços que toda a população. exigem ainda o aluguer dum grande número de E1 (linhas exclusivas para a transmissão de dados) para estabelecerem a ligação entre o Obrigado. utilizador e a rede geral, não obstante estar esse mercado já totalmente liberalizado. Porque essas linhas exclusivas para a Presidente: Tem a palavra Sr. Deputado Lee Chong Cheng. transmissão de dados recaem no âmbito das actividades da concessionária da rede fixa e as taxas aplicadas são demasiado Lee Chong Cheng: Obrigado, Sr.ª Presidente. elevadas, é praticamente impossível os novos operadores conseguirem concorrer com a concessionária. Por isso, enquanto Foram celebrados bastantes contratos de concessão antes da essas taxas se mantiverem, o mercado da internet continuará a ser transferência de soberania, incluindo contratos de exploração explorado no actual estado de “monopólio”. exclusiva, em tanto o conteúdo, regime de fiscalização, serviços prestados e até as tarifas têm desde sempre sido alvo de críticas da Os serviços de telemóvel exigem igualmente o aluguer dum população. Devido às restrições dos contratos, o Governo podia grande número de E1 para estabelecerem a ligação entre os postos de apenas introduzir ligeiras alterações através de avaliações recepção e a rede geral. É esta portanto uma das razões porque já não intercalares, mas acabou por nunca conseguir satisfazer a vontade da há mais margem para redução das taxas desses serviços. Mesmo com população. a generalização gradual dos serviços de 3G, também muito rapidamente as suas taxas deixarão de ter margem para redução, Como nos próximos anos vão caducar os prazos de vários devido aos elevados custos das E1, pois esses serviços têm também contratos de serviços de utilidade pública, creio que o Governo de recorrer ao aluguer de um grande número dessas linhas. deve aproveitar a oportunidade para rever, com espírito aberto, esses contratos, especialmente o modelo das concessões, incluindo as de Podemos tomar como referência as experiências de outras regiões. 10 N.° III – 83 - 06-12-2007 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 11

Há tempos Hong Kong resolveu o problema das elevadas despesas A Comissão é de parecer que a proposta de lei reúne os requisitos com o sistema E1 através da liberalização da concessão exclusiva da necessários para apreciação e votação, na especialidade, pelo rede fixa. Em Taiwan, com vista a garantir que os novos operadores Plenário. conseguissem entrar, de forma justa, no mercado dessa área, o Governo adoptou uma medida coerciva, exigindo à empresa da rede Submete-se então agora a proposta de lei à apreciação do Plenário. fixa que alugasse aos seus concorrentes o sistema E1 a preços razoáveis e aproximados do custo, no sentido de assegurar a Obrigado. concorrência leal para os novos operadores e a redução das despesa da Internet, bem como o melhoramento da qualidade dos serviços. Presidente: Tem a palavra Sr. Deputado Leonel Alberto Alves.

Entendo que os métodos que acabei de mencionar, tanto da Leonel Alberto Alves: Muito obrigado, Sra. Presidente. liberalização do mercado da rede fixa, como da solicitação obrigatória da redução das despesas com a E1, podem ser Sra. Presidente, estamos a analisar a proposta de alteração ao introduzidos no mercado de Macau, e através destes métodos Decreto-Lei n.º 25/96/M? permitir-se a entrada de novos operadores. Só assim é que podem ser significativamente reduzidas as despesas tanto da Internet como dos Obrigado! diversos serviços de telecomunicações, e os serviços correspondentes podem ser melhorados. Apesar de concordar com o conteúdo da proposta de lei hoje aqui apresentada para ser votada na especialidade, gostava de apresentar Obrigado. uma sugestão ao título da mesma. No meu entender, os títulos devem fazer a síntese dos diplomas. Portanto, quando um título apenas faz Presidente: Srs. Deputados: referência a um: Decreto-Lei - como neste caso concreto - dificilmente o leitor é elucidado quanto ao conteúdo do diploma. Termina por aqui o período antes da Ordem do Dia. Agradecia aos Aliás, o mesmo aconteceu comigo, quando peguei pela primeira vez Srs. Deputados que se mantivessem nos vossos lugares, pois vamos nesta proposta de lei! Portanto, se a função do título é a de elucidar o já passar à Ordem do Dia. cidadão, sugiro que os títulos dos diplomas passem a ser o mais sintéticos possível e que consigam, em poucas palavras, identificar o (Secretária para a Administração e Justiça e outros dão entrada na conteúdo dos respectivos diplomas. Considero que o título da Sala do Plenário) presente proposta de lei (“Altera o Decreto-Lei n.º 25/96/M”) não consegue elucidar ninguém! Esta é a minha opinião. Presidente: Vamos debater e votar na especialidade a alteração ao Decreto-Lei nº 25/96/M de 27 de Maio. Antes de passar a palavra ao Muito obrigado. Sr. Presidente da Comissão, agradeço a presença da Sr.ª Secretária e seus colaboradores. Sr. Presidente da Comissão, pode apresentar-nos Presidente: Em relação à questão levantada pelo Sr. Deputado o trabalho realizado pela sua Comissão. Faça favor. Leonel Alberto Alves, de facto, há leis que estamos a apreciar que se encontram nesta situação. Por exemplo, a lei nº 6/96/M é uma lei que Cheang Chi Keong: Obrigado, Sr.ª Presidente. conhecemos melhor, pois já sofreu várias alterações ao longo destes oito anos. Mas, esta lei alterada é sempre intitulada desta forma: Sr.ª Presidente, 6/x/x…francamente, não tinha pensado nisso, o Sr. Deputado Leonel Alberto Alves tinha razão em levantar esta questão. Por exemplo, Sr.ª Secretária Chan, estamos a apreciar a proposta de lei com alteração à lei nº 6/96/M, penso que esta lei é a primeira vez que é submetida à apreciação da Srs. Membros do Governo, AL, desde o retorno à Pátria. Mesmo que seja pela primeira vez, os nossos Srs. Deputados tiveram que perder tempo para saber de que Caros Colegas: se trata. A lei nº 6/96/M que estamos a apreciar não causou problemas, por se tratar da primeira alteração. Sou a favor da No passado dia 26 de Outubro de 2007 o Governo da RAEM sugestão do Sr. Deputado Leonel Alberto Alves, mas como esta apresentou a proposta de lei intitulada «Alteração ao Decreto-Lei questão não tem muito a ver com a alteração submetida à nossa n.º 25/96/M, de 27 de Maio», a qual foi aprovada, na generalidade, apreciação…se calhar o governo…sei lá, nunca pensei nisso, talvez na reunião plenária do dia 7 de Novembro de 2007, e distribuída à porque já temos conhecimento desta lei nº 6/96/M, por já nos ter 3.ª Comissão Permanente para apreciação na especialidade e emissão sido submetida várias vezes. Mas cada alteração é diferente. No de parecer até ao dia 7 de Dezembro de 2007. futuro, iremos ter várias versões: 6/96/M de 2007, de 2005 e 2004. Assim, isso será mesmo complicado. Não faço ideia como o A Comissão reuniu nos dias 14 e 23 de Novembro, tendo assinado Governo vê isso. Tendo aprovado estes dois artigos ora submetidos à e entregue, nesse mesmo dia 23, o parecer à Presidente, que na AL, vão dar um título a esta lei? De facto, nunca pensei nisso, mesma data procedeu à sua distribuição aos Srs. Deputados, a quem francamente confesso. Quero também ouvir o Governo, e ainda o Sr. agora se submete o mesmo para a respectiva apreciação. Deputado Leonel Alberto Alves e outros Srs. Deputados.

A Comissão manifesta, por unanimidade, a sua concordância com Sr.ª Secretária Chan, fala favor. o espírito e conteúdo da proposta de lei intitulada «Alteração ao Decreto-Lei n.º 25/96/M, de 27 de Maio». Secretária para a Administração e Justiça, Florinda Chan: Obrigada, Sr.ª Presidente. Agradeço a questão do Sr. Deputado 11 N.° III – 83 - 06-12-2007 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 12

Leonel Alberto Alves. Muito obrigado. É de frisar que dar um título às propostas de lei submetidas à AL e ao Conselho Executivo foi uma matéria já ponderamos. Este Presidente: Tal como disse antes, esta lei é agora alterada, mas Decreto-Lei nº 6/96/M, ao qual a Sr.ª Presidente fez referência, e o pode vir a sofrer mais alterações daqui a três meses ou um ano. E outro Decreto-Lei nº 6/96/M que regula a venda “em pirâmide” são depois? Será assim: 25/96/M de 2008? Este é um problema que exemplos. Quanto a isso, vou convidar o nosso Sr. Assessor Jurídico carece da nossa ponderação. Não há problema se é a primeira a explicar o assunto. alteração. O problema apontado pelo Sr. Deputado Leonel Alberto Alves existe! É preciso elucidar a população: que tipo da lei foi Presidente: Esperem. Não há tradutores. Mas pode tentar. Está aprovada? De que trata a lei nº 25/96/M? Isto é problemático! E mais, bem. Não há agora? Há. como vai ser depois das alterações pela segunda vez? O título será igualmente este: alteração à Lei nº 25/96/M de 27 de Maio? Fiz Presidente: Faça o favor de dizer Sr. Assessor. referência à lei nº 6/96/M, porque sei que é uma lei muito conhecida por todos nós, por ter sofrido várias alterações. E daí surgiu este Assessor do Gabinete da Secretária para a Administração e problema: acrescentaremos os anos de 2003, 2005 e 2008 a esta lei Justiça. José Pinheiro Torres: Muito obrigado, Sra. Presidente. nº 6/96/M com alterações introduzidas? Bem, como o Regimento da Assembleia Legislativa não regula esta matéria, e como depois da É de salientar que a questão levantada pelo Sr. Deputado Leonel aprovação na especialidade, a lei é entregue à comissão para dar um Alves é meramente técnica, no entanto, devo informar o Sr. toque final à redacção, portanto, mesmo que, no futuro, esta lei seja Deputado que o Governo ponderou muito sobre ela. Assim, estou em intitulada com uma designação diferente, não nos impede debater e condições de informar que o título “Altera o Decreto-Lei votar na especialidade esta proposta de lei. Caso esta seja o acordo n.º 25/96/M” não pretende senão sumariar o diploma ora em de todos, vamos debater e votar o artigo em causa. Quanto à discussão. Todavia, constatamos que, neste caso concreto, foi-nos designação, vamos passar a questão à Comissão e ao governo muito difícil encontrar outra solução que não esta, na medida em que abordá-lo, e de seguida, vamos…mas isto não impede debater e o título poderia tornar-se tão extenso quanto o texto de alteração votar esta proposta de lei. Que acham? Mas o objectivo não seria propriamente dito. Daí a escolha de um título destes! Contudo, a alcançado, mesmo que agora encontrássemos uma designação para a advertência do Sr. Deputado Leonel Alves é de mister importância, tal proposta de lei…Tem a palavra Sr. Deputado Chow Kam Fai. porquanto o Governo não deve descurar o aspecto do título dos diplomas. Chow Kam Fai: Obrigado, Sr.ª Presidente.

Conforme disse, atendendo à dimensão da alteração em causa, Trabalhamos nesta Casa há acerca de 11 ou 12 anos. Acho que não pareceu-nos ser esta a designação mais acertada. Contudo, a é problemático, se uma lei sofrer alterações uma, duas ou três vezes, advertência do Sr. Deputado será, no futuro, por nós Governo o importante é a divulgação da alteração da lei. Por exemplo, pode devidamente ponderada. Aliás, o Governo compromete-se a fazer um recorrer-se a jornais ou outros meios para a divulgação de uma esforço nesse sentido. alteração da lei, no sentido de elucidar a sociedade do que se trata. Também não podemos só olhar para o título de uma proposta de lei Muito obrigado. submetida à Comissão, sem ler o conteúdo da apresentação. Pois, com a apresentação, nós ficamos elucidados do que trata a alteração Presidente: Tem a palavra Sr. Deputado Leonel Alberto Alves. em causa. Quanto a isso, o governo pode explicar ao público, utilizando a forma que entender. Sr.ª Secretária, o título de uma lei, Leonel Alberto Alves: Muito obrigado. objecto de uma alteração, é inalterável e as alterações em si são de carácter muito pormenorizado. Sr.ª Presidente, discordo disso, Sra. Presidente, dá-me licença? achando que está bem assim. Esta matéria já foi analisada pela Comissão presidida pelo Sr. Deputado Cheang Chi Keong. Presidente: Sim. Faça o favor de dizer, Sr. Deputado. Voltarmos a analisar este assunto, na sequência da aprovação desta proposta de lei, para mim, é desnecessário. A meu ver, é suficiente Leonel Alberto Alves: Muito obrigado, Sra. Presidente. enumerar as propostas de lei com alterações introduzidas, não havendo a necessidade de criar uma nova designação. Chamo-me Acresce dizer ainda que estamos muito apegados às soluções Chow Kam Fai, sou sempre Chow Kam Fai. Quer alterar Chow Kam tradicionais, e.... Quer dizer, será que um título que diz: “Altera o Fai? Só se pode fazer manicura das minhas unhas. Não estou a Decreto-Lei n.º 25/96/M” consegue elucidar alguém? Aliás, trata-se perceber qual é o problema? Qual é o objectivo? Mas é diferente, se de apenas de um artigo que fala de “compensação pecuniária”. A se tratar de uma lei nova. Sinceramente digo, sendo deputado, sou meu ver, quem vier a ler o Boletim Oficial (BO), podendo ter esperto: basta olhar para a palavra “alteração”, encontro logo a lei algumas dúvidas relativamente ao sector a que a “compensação objecto de alteração. Sr.ª Secretária, se alguns Srs. Deputados pecuniária” corresponde, facilmente identificará o conteúdo da entendem que a população desconhece isso, então, aconselho-a a que proposta de lei. seja divulgada a alteração da lei nos jornais. Isto também não aumentaria a carga do seu trabalho. Peço desculpa pela insistência, mas o título dos diplomas deve ser o mais sintético possível e nunca se deveria escolher nomes de Obrigado. decretos-lei para dar título a uma proposta de lei. Portanto, querendo manter-se a técnica tradicional poderia, talvez, dizer- Lau Cheok Va: Obrigado, Sr.ª Presidente. se: “Compensação pecuniária”. 12 N.° III – 83 - 06-12-2007 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 13

É de frisar que nos foi distribuída uma informação para referência, proposta de lei visa apenas alterar o artigo 7º e no futuro poderá onde foi referida a alteração à proposta de lei nº 25/96/M. Desta alterar o artigo 10º ou 20º assim sucessivamente. Podemos tomar informação constam três aspectos: primeiro, foi referido o Decreto- esta ideia como referência. Lei nº 25/96/M, incluindo o título – garantias para operários e auxiliares contratados em regime de assalariamento; segundo, foi Obrigado. referido o Decreto-Lei nº 58/937M – regime de segurança social; terceiro, foi referida a lei nº 8/2006 – regime de previdência dos Presidente: Tem a palavra Sr. Deputado Sam Chan Io . trabalhadores dos serviços públicos. É de salientar que uma lei alterada publicada no BO não tem título . Mas, da informação que Sam Chan Io: Obrigado, Sr.ª Presidente. nos forneceu consta o título. Penso que pode ser uma solução se for acrescentado este título à proposta de lei em causa pela Comissão de Alterar a designação… penso que quem tem filhos sabe bem que elaboração. Repito, da informação relativa consta o título. não é nada fácil alterar o nome. Acho que o Sr. Deputado Leonel Alberto Alves tem razão, uma vez que este Decreto-Lei pode vir a Presidente: No BO… sofrer várias alterações. Tenho uma ideia não muito “trabalhada” a dar…pode não ser uma solução ideal, mas é de frisar que este tipo de Lau Cheok Va: Não leva título. problemas vai aparecer no futuro. Muitas leis que sofreram alterações não têm título. Como este regime aparece só depois do Presidente: Portanto, há título e, foram referidos o Decreto-Lei nº retorno à Pátria….é necessário designar uma lei com alterações 25796/M e o parágrafo que o Sr. Vice-presidente acabou de ler. Bem, introduzidas, uma vez que uma lei pode vir a sofrer várias alterações. como esta matéria não tem nada a ver com os artigos submetidos ao Esta é uma alternativa que pode não uma solução ideal, a saber, dar debate e votação…Sr. Deputado Leonel Alberto Alves tem algo a um número sequencial, em termos de alterações a este Decreto-Lei. dizer? Faça favor. Assim, pelo menos pode-se identifica-las. O Sr. Assessor Jurídico do governo já explicou ser difícil dar um título a este Decreto-Lei, pois, Leonel Alberto Alves: Muito obrigado, Sra. Presidente. a alteração é pequena e até o grau de dificuldade de procurar um título é superior à alteração em si, propriamente dita. Portanto, esta é Gostaria de expressar uma ideia que já anteriormente me tinha uma alternativa que propus para identificar o número das alterações ocorrido e que respeita à coincidência que existe entre os dois que deste diploma sofreu. É tão simples como isso... diplomas que integram, respectivamente, os pontos 1) e 2) da nossa Ordem do Dia. Enquanto que o título da 1.ª proposta pouco ou nada Presidente: Tem a palavra Sr. Deputado Ung Choi Kun. tem a ver com a “compensação pecuniária”, o segundo título faz a síntese perfeita do conteúdo da respectiva proposta, ao Ung Choi Kun: Obrigado, Sr.ª Presidente. dizer: “Alteração ao Regime Jurídico de Seguros de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais”. Por outras palavras, enquanto Quero citar um ditado muito popular: “sem título, nada adianta”. que a 2.ª proposta possui um título, a 1.ª proposta não possui título Em termos deste conceito, a implementação de qualquer coisa carece nenhum! Quando elucidativos, os títulos facilitam a compreensão de ter um título. Acho muito racional a questão levantada pelo Sr. não só dos juristas, mas também dos cidadãos em geral. Assim se Deputado Leonel Alberto Alves. O primeiro parágrafo desta proposta subentende que o leitor, através do título, seja capaz de de lei dá logo a conhecer o conteúdo. Mas, se a este diploma imediatamente identificar o assunto abordado na proposta. acrescentar um título, torna-se mais claro: sobre o regime de assalariamento, coisa do género. Penso que quando estiverem Não me vou alongar mais. reunidas as devidas condições no futuro, é adequado dar-lhe um título. Muito obrigado. Obrigado. Presidente: Tem a palavra Sr. Deputado Lei Pui Lam. Presidente: Tem a palavra Sr. Deputado Chow Kam Fai. Lei Pui Lam: Obrigado, Sr.ª Presidente. Chow Kam Fai: Obrigado, Sr.ª Presidente. Exma. Sr.ª Secretária, Exma. Sr.ª Secretária, Srs. Membros do Governo, Quero dizer uma coisa do fundo do meu coração, antes que seja Caros Colegas: tarde. Sinto que ao longo de tantos anos, a AL tem dado muita face à Sr.ª Secretária, uma vez que as propostas de lei submetidas foram Concordo com o Sr. Deputado Leonel Alberto Alves. Acho que todas por iniciativa do Governo, e não por nossa iniciativa. Para as quando da elaboração de qualquer alteração da lei, se os operadores propostas de lei submetidas pela Sr.ª Secretária, ninguém levantou do direito e os cidadãos em geral forem elucidados acerca do espírito objecções. E desta vez, a 3ª Comissão levantou esta questão. Se desta lei, será mais fácil prosseguir os trabalhos relativos. Penso que calhar, foi-lhe dada muita face anteriormente, e quando nos foi vale a pena ponderar esta matéria. Quanto a isso, muitos Srs. submetida qualquer proposta de lei, ninguém protestou. Hoje foi Deputados já se pronunciaram. Além de valer a pena ponderá-la, levantada esta questão, o que me parece inverter a situação. Cuidado! tenho ainda uma sugestão a dar, que tal se fosse: “Alteração ao artigo Para a próxima vez, a sua proposta de lei pode ser rejeitada, no 7º do Decreto-Lei nº 25/96/M?” Esta é apenas uma ideia que me debate na generalidade. Pois, se desconhecermos de que trata uma ocorreu, mas pode não ser assim, é só para referência, pois esta proposta de lei, como podemos aprová-la? Não estou a perceber o 13 N.° III – 83 - 06-12-2007 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 14 que estamos a fazer hoje! O Sr. Cheang, Presidente da Comissão não relativa ao título! Já disse para passarmos esta matéria à Comissão, protestou! O serviço da AL que recebe o expediente... como se para que esta a aborde com o governo. É muito estranho, meia hora chama aquele serviço? O serviço que recebeu esta proposta de lei depois, o outro diploma a colocar pelo outro serviço público na mesa não protestou! Como é que esta proposta de lei vai ser aprovada no tenha título! A questão é: com o mesmo governo, por que razão, não debate na generalidade? Afinal, o mais importante não é o conteúdo, se pode uniformizar a prática? Não insisti em dar um título, também mas sim o título! Se esta proposta de lei é problemática, devia ter-se não disse para deixar de votar. Bem, não vamos discutir mais esta apontado o problema antes e não agora. Sr.ª Secretária, é melhor ter matéria. O Sr. Deputado Leonel Alves levantou uma questão…da mais cuidado quando se dá um título, para a próxima vez. Sabe? Ordem do Dia desta mesma reunião constam dois diplomas que Acho que as gentes de Macau são muito burras…não me estou a sofreram alterações. Sr.ª Secretária tem razão, sim, é necessário ler sentir bem, hoje, nesta Casa. todo o diploma colocado na Net, mesmo com apenas um artigo alterado. Mas a questão que se coloca é: porque é que as propostas Obrigado. de lei apresentadas pelos diferentes serviços públicos são diferentes? É de facto uma matéria que carece ser discutida. Está bem, pode Presidente: Srs. Deputados: insistir em não dar um título, porque as dificuldades são muitas. Isto também não afecta o conteúdo concreto. Temos que agora… não Já se pronunciaram sobre o assunto. Vamos ao que interessa. O vamos levantar objecções nem deixar de votar o diploma por não mais importante é aprovar ou não esta proposta de lei. E de seguida, haver um título. Não vamos discutir mais. Repito, não há problema, vou passar esta matéria à Comissão para abordar isto com o Governo. a Comissão vai abordar o assunto com o governo. Não estou a perceber por que razão a Sr.ª Secretária Chan disse ter dificuldade de Presidente: Sr.ª Secretária Chan, faça favor. arranjar um título para o diploma em causa, e para o outro diploma, eles não tiveram dificuldades? Só disse isso depois da 2ª intervenção Secretária para a Administração e Justiça, Florinda Chan: do Sr. Deputado Leonel Alberto Alves? As propostas de lei Obrigada, Sr.ª Presidente. submetidas pelo governo são diferentes: umas com título e outras sem título. Este é o problema. A Sr.ª Secretária disse que será Tal como expliquei antes, durante a elaboração de alterações, colocado na Net o artigo 7º com as alterações introduzidas. Mas o deparamo-nos com este problema. É de frisar que as opiniões dos Srs. Decreto-Lei sofreu alterações anteriores. Estamos a debater só um Deputados são bem acolhidas. O meu Sr. Assessor Jurídico pretende artigo alterado, ao invés de todo o Decreto-Lei. Foi apenas um ainda intervir mais sobre este assunto. Em relação à questão aditamento, e pergunto: qual é o artigo que este artigo vai substituir? levantada pelo Sr. Deputado Leonel Alberto Alves, as leis que Bem, não vale a pena continuarmos a discutir isto. De facto, o sofrem alterações são sempre divulgadas, na sequência da aprovação diploma submetido à nossa apreciação é uma alteração, um pela AL e durante a sua aplicação - divulgação essa que é sempre aditamento, ao invés de uma substituição de outro artigo. Como feita de forma pormenorizada, sob pena de ninguém perceber do que explicar isso? Não vamos insistir no debate desta matéria, que é do trata a lei divulgada. Agora, será necessário dialogar com a AL neste conhecimento geral. Tem a palavra Sr. Deputado Cheang Chi Keong. sentido, através da comissão de elaboração, no sentido de encontrar uma melhor solução? Acho que nada nos impede. É com agrado que Cheang Chi Keong: Obrigado, Sr.ª Presidente. fazemos tudo o que seja necessário para uma melhor compreensão pela população. Embora este diploma nº 25/96/M, ora em debate, Sr.ª Secretária, tenha apenas um artigo que sofreu alterações, é natural que tenhamos que ler todo o Decreto-Lei nº 25/96/M. Após a alteração introduzida, Srs. Membros do Governo, os Serviços de Administração e Função Pública vão colocar na Net o artigo com as alterações introduzidas, substituindo o artigo anterior. Caros Colegas: Portanto, temos que ler todo o diploma nº 25/96/M. Acho muito bem, se a AL propuser um título a nível técnico que permita uma melhor Sendo o presidente da Comissão, tenho umas palavras a proferir. compreensão. O meu Sr. Assessor Jurídico pode prestar um Vamos observar as exigências do respectivo autor, abordando este esclarecimento. assunto com os representantes do governo, na sequência da votação desta proposta de lei. Além disso, quero dizer que este Decreto-Lei Presidente: Na 2ª intervenção, o Sr. Deputado Leonel Alberto nº 25/96/M em si não tem designação, nem título. O diploma Alves levantou uma questão. Da Ordem do Dia constam dois apresentado pelo Sr. Secretário Tam com alterações aos limites diplomas para votação na especialidade. Há pouco, já manifestei a indemnizatórios no seguro por doenças profissionais que a seguir minha posição e de facto não tinha pensado nisso. Os dois diplomas vamos votar tem título. O que se torna mais fácil encontrar uma referidos na Ordem do Dia, que sofreram alterações, são designação. No entanto, do diploma nº 25/96/M não consta nem provenientes de serviços públicos diferentes, mas com um formato designação nem título, mas sim uma referência a uma área aplicável. desigual, sendo um com título e outro apenas com o número. Isto É mais difícil encontrar uma designação para este diploma. De tem a ver com o outro diploma da Direcção dos Serviços de Finanças qualquer forma, a nossa Comissão vai abordar a questão com os que a seguir vamos debater. Penso que seria melhor se houvesse uma representantes do Governo a ver se encontrarmos uma solução, prática uniformizada neste sentido. Então, dois diplomas que vão ser depois votada esta proposta. aprovados no mesmo dia são tão diferentes: um com título e outro não? Não temos a necessidade de discutir mais esta matéria, mas é Obrigado a todos. sempre bom se fizermos uma melhoria. Mas, a Sr.ª Presidente disse ter muita dificuldade, pergunto: para outro diploma, porque Presidente: Sr.ª Secretária Chan, há pouco, disse que o seu conseguiram arranjar um título? Vamos já debater o que já está assessor jurídico queria intervir? Faça favor. agendado. Já reiterei que não quero continuar a discutir esta matéria 14 N.° III – 83 - 06-12-2007 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 15

Assessor do Gabinete da Secretária para a Administração e Justiça, José Pinheiro Torres : Agradeço muito a sugestão do Sr. Muito obrigado. Deputado Leonel Alves. No entanto, gostaria de chamar a atenção dos Srs. Deputados para algo que me parece extremamente Presidente: Srs. Deputados: importante. O ponto 2.º da Ordem do Dia respeita a uma lei que estabelece o “Regime Jurídico dos Acidentes de Trabalho e Doenças Já disse que não merece a pena uma discussão aprofundada, pois, Profissionais” e não possui qualquer objecto. Em segundo lugar, o hoje não vamos conseguir consenso para encontrar um título. Disse Decreto-Lei n.º 25/96/M apenas foca as condições de inscrição dos já várias vezes que esta matéria vai ser abordada entre a Comissão e trabalhadores da Administração Pública no Fundo de Segurança o Governo. De tudo o que eu disse antes, uma coisa é importante: da Social e nada mais. Aliás, dos dez artigos que tem apenas dois se Ordem do Dia constam dois pontos, um deles é um Decreto-Lei que referem à “compensação pecuniária”! não tinha designação, mas ao alterá-lo, foi-lhe dada uma designação. Bem, como esta questão foi já levantada, acho que é bom o Governo Entendo que a abordagem do Sr. Deputado Leonel Alves está ficar com esta ideia. O Governo é só um, mas porque razão o absolutamente correcta e que o conteúdo das leis (ou os diplomas Decreto-Lei debatido meia hora atrás não tem designação, mas um jurídicos) devem ser imediatamente identificados através do título outro diploma debatido meia hora depois tem designação? No das propostas. Acontece que esta é uma regra que não se pode passado, a maior parte dos Decretos-Leis não tinha designação, aplicar a todos os casos, na medida em que as leis que sofrem sendo intituladas: xx/xx/M. O Decreto-Lei nº 40/95/M que vamos alterações podem ser identificadas de forma totalmente diferente. debater a seguir não tem também designação. De modo que o Admito que o Governo devesse escolher um título mais sugestivo, Governo deve submeter propostas de lei com uma apresentação mas.... uniformizada. Disse ser difícil arranjar um título…hoje não vamos debater nem insistir nesta matéria. Quanto à sugestão: “Alterar as condições de atribuição da compensação pecuniária prevista no Decreto-Lei n.º 25/96/M”, Srs. Deputados, passemos ao debate dos artigos. Vamos debater o parece-me não se justificar, dado que um título destes parece ser tão 1º artigo. Façam favor de se pronunciarem sobre o artigo. extenso quanto o texto do diploma. Nesse caso, talvez fosse melhor dizer-se: “Introdução da morte como causa de atribuição de Caso contrário, procedam à votação. compensação pecuniária”, excluindo-se o texto do articulado! Repito: este é o título que melhor se adequa a este caso concreto, o que não (Decurso de votação) quer dizer que seja o mais adequado para todo o tipo de situações. Presidente: Votação terminada – aprovado. Em suma, concordo plenamente com o Sr. Deputado Leonel Alves, quando afirma que o Governo deve dar mais atenção aos títulos dos Desta proposta constam dois artigos. O segundo artigo é sobre a diplomas, no entanto, parece-me que estamos perante um caso data de entrada em vigor. Se não tiverem opiniões, procedam à excepcional. votação.

Obrigado. (Decurso de votação)

Presidente: Tem a palavra Sr. Deputado Leonel Alberto Alves. Presidente: Votação terminada – aprovado.

Leonel Alberto Alves: Muito obrigado, Sra. Presidente. Srs. Deputados:

Uma proposta aparentemente tão simples quanto esta não O primeiro ponto da Ordem do Dia termina por aqui. Agradeço a mereceria uma discussão tão aprofundada da nossa parte. No entanto, presença da Sr.ª Secretária e seus colaboradores. Agradecia aos Srs. apraz-me dizer o seguinte: se o objectivo principal dos títulos é Deputados que se mantivessem nos vossos lugares. facilitar a compreensão do cidadão relativamente ao conteúdo de determinado diploma legal.... Reconheço que se trata de uma questão (Saída da Secretária para a Administração e Justiça e outros; dão difícil de resolver, mas não é impossível! De facto, não se sabe o que entrada, na Sala do Plenário, o Secretário para a Economia e é que prevalece: se a forma ou o conteúdo. Mas é uma decisão que Finanças e outros) deve ser tomada quanto antes! Talvez a assessoria da AL nos possa sugerir um título que diga: “Alargamento das situações de atribuição Presidente: Srs. Deputados: de compensação pecuniária, ao abrigo do Decreto-Lei n.º 25/96/M, de 27 de Maio”. Embora sendo um texto extenso, contém certamente Prossigamos a reunião. Do 2º ponto da Ordem do Dia consta a menos vocábulos do que o texto do articulado. Assim sendo, o alteração de lei aos limites dos seguros de acidentes de trabalho e problema do “chapéu ser maior do que a cabeça” acabaria por não se doenças profissionais. Este é o Decreto-Lei nº 40/95/M. Antes de colocar! Esta parece-me ser uma boa solução para o problema. mais, agradeço a presença do Sr. Secretário Tam e seus colaboradores. Vou agora passar a palavra à Sr.ª Presidente da Estou certo de que as assessorias da AL e do Governo encontrarão Comissão para nos apresentar o balanço do trabalho efectuado pela a redacção mais acertada. Portanto, a sugestão para o título Comissão. Faça favor. seria: “Alargamento das situações de atribuição de compensação pecuniária, ao abrigo do Decreto-Lei n.º 25/96/M, de 27 de Maio ”. Kwan Tsui Hang: Obrigada, Sr.ª Presidente. Se o objectivo for o de encurtar o parágrafo, nesse caso, excluir-se-ia a expressão “de 27 de Maio”. Sr.ª Presidente, 15 N.° III – 83 - 06-12-2007 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 16

flexibiliza a actualização dos limites do seguro mas desvincula o Sr. Secretário, Governo de qualquer limitação temporal em futuras actualizações. Apesar de o Governo ter reiterado a sua boa fé quanto à alteração do Srs. membros do Governo, Decreto-Lei, a Comissão considera que é tão só uma promessa política, e que é juridicamente inevitável que daí resulte uma Caros Colegas: consequência negativa, daí a sugestão de avaliar anualmente os respectivos limites. A proposta de lei intitulada « Alteração ao regime jurídico do seguro de acidentes de trabalho e doenças profissionais» foi Essa sugestão foi acolhida pelo Governo, que procedeu de aprovada na generalidade em reunião Plenária realizada no dia 7 de imediato à respectiva alteração e entregou a versão alternativa. Novembro de 2007, e distribuída pela Presidente da Assembleia à primeira Comissão para efeitos de apreciação na especialidade, elaboração e entrega de parecer. A Comissão reuniu nos dias 13 e 23 3. Análise técnico-legislativa do alcance do objectivo de de Novembro de 2007, tendo contado com a presença de actualizar atempadamente os limites de seguro através da representantes do Executivo na reunião do dia 13. Durante a alteração do n.º 4 do artigo 28.º do Decreto-Lei n.º 40/95/M apreciação na especialidade, a Comissão contou com a plena colaboração do Executivo, e depois de algumas negociações entre as A Comissão efectuou uma análise ao método de legislar adoptado duas partes, chegou-se ao consenso de que o Governo apresentasse pelo proponente, partindo duma perspectiva técnico-jurídica. O n.º 2 uma versão alternativa. do artigo 28.º do Decreto-Lei n.º 40/95/M estabelece os limites máximos das prestações em espécie (designadamente cuidados Gostaria, em nome da Comissão, de esclarecer o Plenário acerca médicos), enquanto o n.º 4 do mesmo artigo prevê o mecanismo para dos pontos e questões importantes focadas na apreciação desta a sua actualização. proposta de lei na especialidade: Quanto às prestações pecuniárias por incapacidade resultante de 1. Objectivo da alteração do n.º 4 do artigo 28.º do acidente de trabalho ou de doença profissional, o artigo 47.º do Decreto-Lei n.º 40/95 Decreto-Lei estabelece no seu n.º 2 os limites indemnizatórios máximos e mínimos, e no seu n.º 6 prevê o mecanismo aplicável à

actualização desses limites, nos termos do disposto no n.º 4 do artigo Tanto na nota justificativa como na apresentação da proposta de 28.º. lei o proponente esclareceu que as razões determinantes da necessidade de actualização dos limites indemnizatórios do seguro De igual modo o artigo 50.º do Decreto-Lei, quanto às prestações de acidentes de trabalho e doenças profissionais, discutidas no pecuniárias por morte, estabelece no seu n.º 4 os limites âmbito do Conselho Permanente de Concertação Social, se indemnizatórios máximos e mínimos por morte, e no seu n.º 11 relacionavam, por um lado, com o aumento do nível de vida e, por prevê um mecanismo igual ao previsto no n.º 6 do artigo 47.º. outro, com o actual nível salarial dos trabalhadores dos diversos sectores económicos de Macau, e que após a consulta efectuada O artigo 51.º do Decreto-Lei estabelece no seu n.º 1 os limites tinha decidido aumentar o montante da referida indemnização, de máximos e mínimos para as despesas de funeral, e no seu n.º 3 prevê forma progressiva e em 5 fases, ao longo de 5 anos. De acordo com um mecanismo igual ao referido. o n.º 4 do artigo 28.º do Decreto-Lei n.º 40/95/M, que aprova o regime jurídico da reparação por danos emergentes de acidentes de Ou seja, a actual alteração do n.º 4 do artigo 28.º implica também trabalho e doenças profissionais, os limites indemnizatórios a alteração do mecanismo de actualização dos limites previstos nos previstos são actualizáveis de dois em dois anos, facto que constitui artigos 47.º, 50.º e 51.º. um obstáculo para a concretização do plano de 5 anos.

Por isso, considerou a Comissão que a técnica legislativa adoptada Por isso, convém eliminar a disposição de a actualização apenas pelo proponente é viável para o alcance do objectivo legislativo ser possível de dois em dois anos e aditar ao texto a pretendido. expressão “desenvolvimento social” como factor de ponderação, por forma a garantir, em simultâneo, tanto a protecção como a Termino por aqui a minha apresentação sobre a presente proposta actualização. de lei, que se submete agora à apreciação da AL.

O objectivo de alterar o Decreto-Lei mereceu a concordância da Obrigada a todos. Comissão.

2. Actualização dos limites do seguro Presidente: Srs. Deputados:

Passemos ao debate na especialidade desta proposta de lei. Vamos Durante a apreciação tanto na generalidade como na especialidade, debater o primeiro artigo. Gostava de perguntar aos Srs. Deputados houve um deputado que salientou que, caso se eliminasse a limitação se alguém pretende opinar sobre o artigo? temporal prevista no Decreto-Lei em vigor, a actualização dos limites do seguro deixaria de estar sujeita a qualquer limitação Caso contrário, procedam à votação. temporal. (Decurso de votação) A Comissão considera que a solução prevista na proposta de lei 16 N.° III – 83 - 06-12-2007 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 17

Presidente: Votação terminada – aprovado.

Desta proposta de lei constam apenas dois artigos. Alguém quer pronunciar-se sobre o segundo artigo? Caso contrário, procedam à votação.

(Decurso de votação)

Presidente: Votação terminada – aprovado.

Esta proposta de lei foi aprovada. Agradeço a presença do Sr. Secretário Tam e seus colaboradores.

Terminou a Ordem do Dia.

Declaro encerrada a reunião.

Intérpretes-Tradutores: Gabinete de Tradução Redactores: Gabinete de Registo e Redacção

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