第二屆立法會 第三立法會期(二零零三 – 二零零四) 第一組 第 II - 89 期 II LEGISLATURA 3.a SESSÃO LEGISLATIVA(2003-2004) I Série N.o II - 89

Data: 13 de Julho de 2004 Na Ordem do Dia, os dois pontos agendado para discussão foram aprovado, respectivamente na generalidade e na especialidade e na Início da reunião: 15H00 Horas gemeralidade.

Fim da reunião: 17H25 Horas Acta:

Local: Sala do Plenário do Edifício da Assembleia Legislativa, sito nos Aterros da Baía da Praia Grande, Praça da Assembleia Presidente: Boa tarde Srs. Deputados. Legislativa em . Alguns Deputados estão hoje de férias e outros vão chegar Presidente: atrasados por terem de tratar de alguns assuntos. No entanto, temos quorum para avançar com a reunião, portanto, vamos começá-la a Vice-Presidente: Lau Cheok Va horas.

Primeiro-Secretário: Há cinco Deputados inscritos para usar da palavra no período de Antes da Ordem do Dia. Tem a palavra a Sr.ª Deputada Tina Ho Teng Segundo-Secretário: Kou Hoi In Iat, faça o favor.

Deputados presentes: Ho Teng Iat: Obrigada Sr.ª Presidente. Susana Chou, Lau Cheok, Va Leonel Alberto Alves, Hoi Sai Iun, Philip Xavier, Leong Heng Teng, , , Desde Julho do ano passado que se implementou, para 4 cidades da Ho Teng Iat, José Manuel Rodrigues, Iong Weng Ian, Ng Kuok província de Cantão, a política de visto individual, política esta que Cheong, Cheong Vai Kei, Vong Hin Fai, João Bosco Cheang, Jorge está a ser alargada a mais cidades, aumentando assim o número de Manuel Fão, Tsui Wai Kwan, Leong Iok Wa, Cheang Chi Keong e Au turistas provenientes da China Continental. No segundo trimestre Kam San. registou-se um aumento significativo do número de turistas, o mercado está vivo e as perspectivas de desenvolvimento são Deputados ausentes: Kou Hoi In, Tong Chi Kin, Au Chong Kit aliás optimistas. A partir de 1 de Julho do corrente ano, a referida política Stanley Au, Chow Kam Fai David, Chui Sai Cheong, Vitor Cheung será aplicada a mais 9 cidades das províncias de Jiangsu, Zhejiang e Lup Kwan e Chan Chak Mo. Fujian, o que contribuirá para aumentar, ainda mais, o número de turistas em Macau e, consequentemente, o desenvolvimento dos Convidados: Não houve convidados. sectores do jogo, turismo e afins.

Ordem do Dia: A par do contentamento com as boas perspectivas de 1) Apresentação, discussão e votação na generalidade e na desenvolvimento, há que tomar atenção à qualidade dos serviços especialidade do projecto de resolução que introduz alterações ao ligados ao turismo e à pressão que o aumento do número de turistas Regimento da Assembleia Legislativa. representa para a segurança pública. Tendo em conta a realidade e as 2)Apresentação, discussão e votação na generalidade do projecto de mudanças constantes, as entidades competentes devem avaliar, resolução intitulado: “Processo de Interpelação sobre a Acção periodicamente, a nossa capacidade e a qualidade de recepção aos Governativa”. turistas, nomeadamente quanto às instalações físicas, recursos humanos e serviços, para que a Administração possa tomar medidas Sumário: correspondentes às necessidades, a fim de poder dar resposta ao No período de Antes da Ordem do Dia usaram da palavra os Senhores aumento do n.º de turistas e manter a alta qualidade do sector Deputados Ho Teng Iat, Ng Kuok Cheong, , Jorge turístico. Manuel Fão e Leong Heng Teng. N.° II - 89 - 13-7-2004 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 2

A qualidade dos serviços do sector do turismo implica exigências no sentido de elevar o civismo dos cidadãos, uma vez que só com a ao nível do hardware e software, da higiene e do ambiente da cidade, cooperação entre todos os serviços públicos, os diversos sectores e os exige a criação de instalações complementares nos pontos turísticos, cidadãos se pode estabelecer uma marca de qualidade para as a definição de orientações sobre o conteúdo funcional dos diversos deslocações a Macau, podendo assim propiciar-se um serviços, a certificação das lojas, cuidados ao nível da atitude do desenvolvimento estável e contínuo do turismo de Macau. pessoal de 1.ª linha dos hotéis, táxis e transportes colectivos, bem como a elevação da qualidade desses serviços, etc.. Todos estes Tenho dito. Obrigada. factores são importantes para a imagem e fama de Macau junto dos turistas. Como o sector do turismo envolve muitas vertentes, a Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Ng Kuok Cheong, faça cooperação e coordenação entre os outros serviços públicos e os o favor. diversos ramos de actividade reveste-se de grande importância. Ng Kuok Cheong: Obrigado Sra. Presidente. Em resposta ao aumento contínuo do n.º de turistas, deve a qualidade dos serviços aumentar e não diminuir, alegando-se como Ao abrigo do artigo 75.º da Lei Básica da RAEM, os projectos de desculpa esse aumento do n.º de turistas, aumento da pressão, lei que envolvem receitas e despesas públicas e o funcionamento do insuficiência de recursos humanos, etc..Devem tomar-se medidas Governo só podem ser apresentados pelo Chefe do Executivo, não preventivas, rever e elevar o nível dos serviços prestados pelos podendo, portanto, os deputados à Assembleia Legislativa (AL) serviços públicos e pelos diversos ramos de actividade, partindo da fazê-lo. No entanto, ao longo destes cincos anos que se seguiram à perspectiva dos turistas, pensar as grandes e pequenas necessidades criação da RAEM, o Governo não apresentou a proposta de Lei do dos turistas, planear cuidadosamente e estabelecer mecanismos ou Enquadramento Orçamental, razão pela qual não tem sido possível medidas de contingência para resolver os problemas que podem fiscalizar eficazmente as entidades autónomas, criar reservas eventualmente surgir com os turistas, aperfeiçoar e elevar financeiras e fiscalizar regularmente as dotações financeiras, questões constantemente a qualidade dos serviços turísticos, nomeadamente que não posso deixar de lamentar. através do ajustamento e valorização, a nível quantitativo e qualitativo, da estrutura de recursos humanos. Deve ainda prestar-se Desde o estabelecimento da RAEM que o orçamento apresentado maior atenção aos interesses e ao grau de satisfação dos turistas, pelo Governo para aprovação da AL é apenas uma parte do nomeadamente assegurando a fluidez da passagem nas fronteiras e a orçamento para o ano, apesar do disposto na Lei Básica. Devido aos fluidez do trânsito, continuando com o acolhimento cordial, reforços e ajustamentos que as mais de três dezenas de pessoas eliminando o fenómeno de fraude contra os turistas através da venda colectivas públicas, institutos públicos e entidades personalizadas de produtos falsificados e tomando medidas preventivas contra a com autonomia administrativa, financeira e patrimonial efectuam especulação nos preços dos hotéis. após a aprovação anual do orçamento, as receitas e despesas efectivas são sempre muito superiores aos valores aprovados na AL. Tendo em Pode pensar-se em prestar informações completas aos turistas, conta a disposição do n.º 2 do artigo n.° 71 da Lei Básica, relativa às através da distribuição, por parte do Turismo, de planfletos sobre competências da AL para examinar e aprovar a proposta de Macau e da criação de uma página electrónica, que pode servir de orçamento, é notória a existência, desde há muito tempo, de lacunas. guia para os turistas portadores de visto individual. Assim, podem os turistas da China Continental ficar a conhecer, basicamente, a Como o Governo ainda não concretizou as promessas do Chefe do situação de Macau bem como as precauções a tomar aquando da sua Executivo e do Secretário para a Economia e Finanças, até ao chegada à região. momento ainda não apresentou qualquer projecto de lei relativo à elaboração da Lei do Enquadramento Orçamental. Assim, à Hoje em dia, são imensas as vantagens para o desenvolvimento do Assembleia Legislativa da RAEM cabe, apenas, a responsabilidade Turismo de Macau, desenvolvimento esse que depende dos esforços de aprovar, anualmente, o orçamento do Governo, não sendo do Governo, mas também dos de cada um dos cidadãos; todos devem necessário efectuar qualquer plenário ou reunião de Comissão de assumir o seu papel de embaixador turístico, tratando os nossos Trabalho para tomada de decisões sobre o assunto. Também não é turistas com cordialidade, cortesia e simpatia, por forma a revelar os necessária a deliberação do Parlamento quanto ao reforço do nossos bons costumes e predicados. Utilizando todos esses recursos orçamento e às dotações para grandes obras públicas e para as faremos com que, durante a sua estadia em Macau, os turistas se despesas adicionais com o pessoal. sintam em casa, deixando-lhes assim uma boa impressão sobre a Região. Ao abrigo do artigo 75.° da Lei Básica da RAEM , os projectos de lei que envolvem receitas e despesas públicas e o funcionamento do É de notar que, quando viajam, os turistas normalmente trazem Governo só podem ser apresentados pelo Chefe do Executivo, não consigo bastante dinheiro e cartões de crédito, e compram alguns podendo, portanto, os Deputados fazê-lo. Isto é, compete ao Chefe do artigos de elevado valor, sendo inevitavelmente alvo de delinquentes, Executivo apresentar o projecto de lei do Enquadramento Orçamental. nomeadamente durante os períodos de férias, altura em que há mais Se o Chefe do Executivo não apresentar o referido projecto, a turistas. Como se pode reforçar a força policial para prevenir a Assembleia Legislativa não pode exercer efectivamente a sua tarefa eventual ocorrência de crimes e criar um ambiente seguro para os de fiscalização das receitas e despesas do Governo. Está bem claro turistas é algo merecedor de toda a atenção dos serviços competentes. que se trata de uma responsabilidade política que deve ser assumida Para além disso, se os cidadãos puderem cooperar com a polícia pelo Chefe do Executivo. recorrendo às denúncias, também se poderá prevenir e combater a criminalidade. Espero que o Governo e as associações cívicas possam Neste contexto, solicito pessoalmente ao Chefe do Executivo que, promover acções de divulgação, através de actividades diversificadas, antes do termino dos 5 anos de mandato do seu primeiro governo,

N.° II - 89 - 13-7-2004 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 3 exerça a sua responsabilidade constitucional, concretizando a certeza, escapar. No entanto, se os residentes recorrerem à denúncia promessa assumida quanto à apresentação do projecto de lei do mas as entidades responsáveis não tiverem capacidade suficiente para Enquadramento Orçamental, criando um regime de reservas executar a lei ou criarem, propositadamente, obstáculos, a eficácia da financeiras e aumentando o poder de fiscalização da Assembleia denúncia diminuirá. Legislativa sobre as dotações financeiras. Durante a sua participação num programa de rádio, o director dos Agradecia que esta minha intervenção fosse transmitida ao Chefe Serviços de Trabalho e Emprego (DSTE), Dr. Shuen Ka Hung, do Executivo. afirmou que são muitas as queixas dos cidadãos sobre a mão-de-obra ilegal e que, apesar dos esforços envidados, não foi possível tratar de Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Au Kam San, faça o todas as queixas apresentadas. Isto é de facto uma surpresa. A favor. denúncia de casos de trabalhadores não residentes ilegais obedece a um prazo, pelo que, mesmo que os cidadãos detectem casos de Au Kam San: Obrigado Sra. Presidente. mão-de-obra ilegal, por exemplo contratações para uma obra, com o volume de queixas acumuladas na entidade competente, é quase O mercado laboral está inundado de trabalhadores ilegais, indispensável aguardar mais de 10 dias ou até 1 ou mesmo 2 meses, problema esse que tem vindo a incomodar a população de Macau ao até que a entidade actue. Sendo assim, a obra em causa pode até ter já longo dos anos. A capacidade de reprimir o problema dos terminado e o trabalhador ilegal ter já também mudado de local de trabalhadores ilegais, no sentido de assegurar a imagem do respeito trabalho. Então, para quê denunciar? O director Shuen confessou pela lei e de salvaguardar o direito de acesso ao emprego dos ainda que há falta de recursos humanos na DSTE e que não é possível residentes locais, é um critério relevante para avaliar a acção dar atempada sequência às queixas recebidas. Assim, sugeriu aos governativa do Governo da RAEM. A sociedade de Macau cidadãos que, sempre que detectassem algum caso de mão de obra regozija-se com a nova eleição do Chefe do Executivo da RAEM, ilegal, recorressem à denúncia directa, junto da polícia ou dos agentes eleição essa cuja tónica tem sido o regozijo e os elogios constantes. policiais de serviço nas vias públicas, para que o facto possa ser Todavia, temos que ponderar sobre o seguinte: será que ao longo dos resolvido de imediato. cincos que se seguiram à criação da RAEM, o problema dos trabalhadores ilegais se atenuou? Ou será que se agravou? É claro No entanto, quando um cidadão se dirigiu à polícia para participar que a resposta é a segunda, e não a primeira. um caso de contratação de mão-de-obra ilegal, o agente perguntou-lhe se tinha visto o patrão pagar o salário ao trabalhador em causa, e A Administração tem demonstrado, ao longo dos tempos, a sua afirmou que só depois de se comprovar que tinha havido lugar ao ineficácia no combate à mão-de-obra ilegal, deixando-a proliferar nos pagamento de salário é que se poderia considerar tratar-se de um caso diversos sectores. Nos casos de denúncia, mesmo quando de contratação de mão-de-obra ilegal. Depois de tomar conhecimento devidamente assumida, os serviços competentes, tais como a de um caso de contratação de mão-de-obra ilegal, o queixoso teve Direcção dos Serviços de Trabalho e Emprego e o Corpo de Polícia coragem de se deslocar à polícia para proceder à respectiva de Segurança Pública, esquivam-se, passando a responsabilidade de participação, o que é bastante apreciável. Como é que é possível um serviço para o outro, provocando o descontentamento dos exigir ao queixoso provas de que o patrão pagou ao trabalhador? cidadãos que ficam sem saber a quem recorrer para apresentar Como é que o queixoso consegue comprovar que o dinheiro dado queixas. pelo patrão corresponde ao salário do trabalhador? Esta forma de actuação da polícia está a criar problemas aos cidadãos; o objectivo é Sob pressão da sociedade, foi publicado, recentemente, o assustar os queixosos para que não voltem a apresentar queixas. Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal, o que demonstra a determinação do Governo no combate rigoroso à mão-de-obra ilegal. A Administração apela aos cidadãos para denunciarem os casos de Lamentavelmente, a experiência adquirida mostra-nos que legislar é mão de obra ilegal mas, por outro lado, cria problemas aos cidadãos fácil, difícil é executar as leis. A publicação de um regulamento é um que o fazem, para além de demorar muito tempo a tratar das queixas, processo que exige apenas a assinatura do Chefe do Executivo, o que levanta dúvidas junto da população, quanto à vontade da havendo, no entanto, um longo caminho longo a percorrer até passar Administração em combater o trabalho ilegal. para à prática o que está no papel. É fácil legislar, difícil é aplicar as leis. Isto porque a execução das leis depende directamente dos Existe um grande número de queixas, acumuladas e por resolver, executores. Se estes não são diligentes, se auferem elevadas relativas a casos de mão-de-obra ilegal, acumulação essa que é tão remunerações mesmo quando não desempenham bem as suas funções, grande que, julgo eu, pode afectar o resultado dos trabalhos. A baixa se não são eficazes e se são negligentes no exercício dos seus deveres, eficácia administrativa dá assim lugar ao aparecimento de mais casos por mais perfeito que um regulamento possa ser, se não for idênticos, devendo por isso a Administração dar importância ao devidamente aplicado, não passa de um papel inútil. problema; a DSTE não é a única entidade responsável pelo combate à mão-de-obra ilegal, também o Corpo de Polícia de Segurança Pública A Administração sublinha sempre a importância do combate à (CPSP) assume essa responsabilidade devendo, por isso, dar mão-de-obra ilegal, e apela continuamente aos cidadãos para que importância às queixas sobre mão-de-obra ilegal e proceder às denunciem a situação. O dirigente responsável afirmou mesmo, devidas averiguações e acompanhamento, e não criar problemas a publicamente, que se toda a população estiver atenta e denunciar, quem denuncia. sempre e de imediato, qualquer caso de mão-de-obra ilegal detectado, o problema é resolvido. Claro que, se toda a população proceder à A abundância de mão-de-obra ilegal em Macau é uma questão que fiscalização e denunciar de imediato qualquer caso de contratação existe há já muito tempo, e que está a ameaçar as oportunidades de ilegal de mão-de-obra, os trabalhadores ilegais não poderão, com emprego da mão-de-obra local. Embora a Administração esteja

N.° II - 89 - 13-7-2004 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 4 sempre a referir o combate à mão-de-obra ilegal, os resultados não provocou um impacto estrondoso naquelas indústrias, com o PIB do são satisfatórios, uma vez que é grande a demora no tratamento dos primeiro trimestre de 2003 a cair em termos reais 1,7%. Dos casinos casos. Para conseguir, de facto, combater a mão-de-obra ilegal e aos hotéis e dos restaurantes às vendas a retalho, não houve quem proteger o desenvolvimento saudável do mercado laboral local, a ficasse imune ao fenómeno. O governo viu-se, por isso, obrigado a Administração ponderou já sobre a revisão ou reforma dos actuais adoptar uma série de medidas de apoio, uma vez que algumas métodos de tratamento dos casos de mão-de-obra ilegal? indústrias já se encontravam à beira de uma situação de ruptura. O facto parece ter deixado mesmo alguma marcas junto de alguns Agradecia que esta minha intervenção fosse transmitida ao Chefe sectores da Administração. do Executivo. De igual modo, não deixou o fenómeno de fazer sentir a todos Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Manuel Fão, faça quão importante são as reservas orçamentais. Em face disto, o o favor. Governo devia, mesmo antes de considerar a abertura de “novas fontes de recitas”, tentar apostar no sentido de que a “realização das Jorge Fão: Obrigado Sra. Presidente. despesas seja mais eficiente” e que seja concretizável uma verdadeira melhoria do regime do Orçamento de Macau, por forma a dar uma A Lei Quadro do Orçamento utilização mais adequada às despesas públicas. Trata-se, afinal, de aumentar as reservas orçamentais a fim de fortalecer a capacidade da A economia de Macau registou, no decurso do 1.o trimestre de RAEM e de permitir que sejam enfrentadas quaisquer surpresas e, 2004, um crescimento real na ordem dos 25,6%. Foi este, com efeito, tanto quanto possível inesperadas, a curto e a médio prazo. o 3.o trimestre em que se verificou um crescimento consecutivo de dois dígitos, o que augura boas perspectivas para o futuro da Neste momento, cabe aqui perguntar, então, o seguinte: se, economia macaense. Contudo, este crescimento, relativamente porventura um dia, as receitas provenientes dos jogos sofrerem uma acelerado da economia de Macau, pôs a descoberto muitos aspectos brusca diminuição e se constatar que as reservas orçamentais são para os quais devemos prestar mais atenção. insuficientes, por quanto tempo poderia o Governo assegurar o normal funcionamento das instituições e da máquina administrativa? Presentemente, o desenvolvimento económico de Macau depende Julgo que a resposta é simples e que a solução não poderá ser outra basicamente do turismo e do jogo. O sector terciário ocupa ainda uma senão a de, em termos de regime orçamental, reduzir as despesas, posição elevada na estrutura do PIB a preços correntes, tendo-se pois que tal medida, para além de ser a mais conveniente de ser registado um maior peso nessa estrutura, que sofreu aumentos de adoptada, é a que está ao nosso alcance e é aquela que menor impacto 1,8% entre os anos de 2000 (90,6%) e 2001 (92,4%) e 0,3% entre os teria no conjunto da economia da RAEM. anos 2001 e 2002 (92,7%). De entre os vários segmentos deste sector, é o jogo que ocupa uma posição de indiscutível relevo, enquanto que É na altura do Verão que os serviços públicos preparam o seu os restantes, tais como o sector das finanças, do imobiliário, do orçamento para o ano seguinte. Tradicionalmente, contudo, os arrendamento e dos serviços tiveram uma redução na estrutura de serviços públicos raramente prestam a devida atenção na elaboração 24,3% para 22,4% e 21,2%, respectivamente em 2001 e 2002, o que do respectivo orçamento, considerando-o, muitas vezes, como um acaba por demonstrar que a estrutura deste sector se encontra numa mero trabalho de rotina, o que tem significado, outras vezes, que as fase de grande transformação e de algum estrangulamento mesmo, despesas orçamentais são calculadas por defeito, prejudicando esta sendo legítimo admitir, por isso, que o fenómeno é tudo, menos circunstância aqueles serviços que têm uma efectiva e absoluta saudável, para Macau. necessidade de recursos financeiros. Recentemente, o comissariado de Auditoria tornou público o facto de muitas contas públicas serem Em 2003 as receitas do Governo ascenderam a 14,2 milhões de absurdas, o que motivou algumas críticas da população de Macau. De patacas, das quais 10,1 milhões foram contabilizadas como uma maneira geral, os métodos de previsão orçamental e de provenientes do jogo, o que representa mais de 70% do total daquelas contabilidade adoptados pelos serviços públicos simples e pelos receitas e contrasta, por seu turno, com as restantes fontes de receitas serviços autónomos não são uniformes, o que tem impedido, em que registaram uma acentuada redução. De acordo com os dados alguma medida, que a Assembleia Legislativa proceda a uma correcta estatísticos disponíveis, as receitas provenientes dos impostos fiscalização das contas e das actividades dos departamentos directos registaram uma descida na ordem dos 72,4 milhões de autónomos. Por conseguinte, julgo ser apropriada a ocasião para nos patacas. Esta situação revela, afinal, que a recuperação económica se debruçarmos sobre a elaboração da Lei Quadro do Orçamento, está a processar a um ritmo manifestamente desacertado da realidade existindo muitos aspectos por onde se poderia começar. e desequilibrado sectorialmente. Basta olhar, por exemplo, para a taxa de desemprego; daqui se pode deduzir que, não obstante a entrada em 1.o – Elaboração do orçamento funcionamento dos novos casinos, onde se verificou um recrutamento de pessoal em grande escala, mantém-se aquela taxa ainda a um nível Melhorar a qualidade na elaboração do orçamento. Significa isto relativamente alto, situando-se actualmente em 5,4%. Isto sem referir, necessidade de uma reapreciação do nível técnico do pessoal, através obviamente, os trabalhadores indirectamente subsidiados. da modificação de alguns procedimentos contabilísticos de forma a ajustá-los a parâmetros internacionais, devendo, para isso, as O turismo e o jogo constituem-se, por conseguinte, como as instruções para a elaboração dos orçamentos ser simples, claras, principais indústrias de Macau. Mesmo assim, não obstante a sua concisas e uniformes. grandeza, estes sectores são particularmente vulneráveis à influência de certos factores exógenos. Cite-se, a título de exemplo, o período 2.o – Previsão do orçamento em que se registou em Macau o surto de pneumonia atípica, que

N.° II - 89 - 13-7-2004 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 5

No passado, era dada pouca importância aos critérios de previsão situação que está cada vez mais generalizada e que tende a piorar em do orçamento, negligenciando-se a recolha de dados e serviços a alguns bairros comunitários. prestar. Como deve ser gerido, afinal, o orçamento? Será ele razoável para as necessidades dos serviços? Será necessário incluir elementos Segundo as opiniões dos moradores da zona norte, o recente de suporte condizentes com o lema “justiça qualidade, razoabilidade aumento de traficantes de droga e de toxicodependentes complica, e honestidade”. cada vez mais, a segurança naquela zona, com alta densidade populacional. Generaliza-se a situação de consumo de droga em 3.o – Aplicação do princípio da necessidade alguns edifícios antigos e zonas de lazer, onde os toxicodependentes abandonam as seringas usadas, ameaçando directamente a segurança Presentemente, e tendo como objectivo uma justa aplicação do do público. Atendendo às notícias divulgadas há dias pela imprensa, lema “avaliar a necessidade para calcular o valor”. Nesta medida, parece que se registou um aumento do número de toxicodependentes, devia o Governo empenhar-se seriamente no lançamento e em relação aos anos de 2001 e 2003, bem como uma tendência para o desenvolvimento de um método de elaboração do orçamento baseado seu alargamento aos bairros comunitários. na aplicação de regras que resultassem de uma efectiva necessidade dos serviços públicos, procurando assim reduzir-se, até à máxima O consumo de droga não prejudica apenas, física e mentalmente, a extensão possível, todas as despesas consideradas supérfluas e vida de uma só pessoa, ameaça também a tranquilidade social. O irrazoáveis, em ordem a ser atingível a maximização das receitas. agravamento do problema da droga na sociedade pode ainda criar graves problemas físicos e mentais à nossa juventude. O consumo de Nos primeiros tempos após o estabelecimento da RAEM, não droga está cada vez mais vulgarizado no seio da comunidade, o que poucas vozes se levantaram no sentido de serem introduzida várias pode também agravar o problema da segurança pública e ter correcções na elaboração e execução dos orçamentos dos serviços consequências negativas na higiene, no aspecto da nossa cidade, na públicos. Reconhece-se que tal objectivo foi parcialmente atingido; educação e nos nossos costumes. contudo, permita-se lamentar aqui, que nem o próprio Comissariado de Auditoria deu plena execução à sua previsão orçamental. Pelos Assim, para prevenir a generalização da droga na comunidade, vou vistos, há ainda muito a fazer e a corrigir. Neste sentido, não deve o sugerir à polícia que reforce o combate à droga e que mude, Governo, pelo facto de se registar algum aumento das receitas adequadamente, as escalas das patrulhas, por forma a responder, públicas, atrasar o ritmo da Reforma da Lei Quadro do Orçamento, rapidamente, às necessidades da população. devendo, pelo contrário proceder à revisão global do regime vigente. Mais a mais, face ao aumento do n.º de toxicodependentes em A Lei Quadro do Orçamento hoje aplicada em Macau data de 1983, Macau e da tendência de generalização do consumo de droga em reconhecendo-se-lhe alterações, ao longo destas últimas décadas. bairros comunitários, deve o Governo criar instituições nos bairros Estou consciente das dificuldades que deverão ser enfrentadas na comunitários, para apoio e tratamento dos toxicodependentes, por revisão desta lei e que, para tanto, não bastam os esforços conjugados forma a que lhes seja disponibilizado o devido e atempado apoio. Por de um ou dois departamentos públicos. Assim, proponho que seja outro lado, face à fraca imunidade dos jovens perante o consumo de constituído um grupo de trabalho específ ico, constituído por bons droga, sendo facilmente influenciados pelo mau ambiente que os técnicos, a quem seria incumbida a tarefa de levar por diante este rodeia, o Governo deve reforçar os trabalhos de divulgação e de desiderato. Seria naturalmente vantajoso para Macau que o referido educação nesses bairros comunitários. grupo de trabalho recorresse à legislação vigente noutros territórios, a fim de que, tomando por referência o que de bom nela houvesse, Por último, para uma melhor gestão e ordenamento, a longo prazo, pudesse a futura Lei Quadro do Orçamento de Macau beneficiar da dos bairros sociais, e para evitar que os valores sociais sejam aplicação de novas regras orçamentais em que seja permitida a gradualmente afectados com o piorar do meio que nos rodeia, a constituição de uma reserva orçamental mais saudável. Administração deve alterar, de voluntário para obrigatório, o actual regime de tratamento dos toxicodependentes. Obrigado. Tenho dito. Obrigado. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Leong Heng Teng, faça o favor. Presidente: Srs. Deputados, acaba por aqui o período de Antes da Ordem do Dia. Leong Heng Teng: Obrigado Sr.ª Presidente, Senhores Deputados. Vamos dar início à Ordem do Dia de hoje, da qual constam dois O problema do abuso de drogas tende a piorar nos bairros pontos. O primeiro ponto é a apresentação, discussão e votação na comunitários locais. generalidade e na especialidade do Projecto de resolução que introduz alterações ao Regimento da Assembleia Legislativa. Quanto O Instituto de Acção Social encarregou a Sociedade para a Ajuda e ao primeiro ponto, todo o processo, apresentação, discussão na Reabilitação de Consumidores de Drogas de HK de proceder a uma generalidade e especialidade, vai ser efectuado nesta sessão plenária. investigação durante os anos 2001 e 2003. De acordo com essa Este Projecto de resolução não vai ser distribuído à Comissão para sociedade, calcula-se que mais de 3.700 pessoas abusam da heroína, apreciação. Tomei esta decisão com base no artigo n.º161 do 0,87% da população total de Macau. De acordo com os dados obtidos, Regimento da Assembleia Legislativa. Vamos então passar ao é cada vez mais evidente a necessidade de tratamento da dependência primeiro ponto. Vou dar a palavra à Sr.ª Deputada Kwan Tsui Hang, de drogas, por parte dos novos imigrantes chineses em Macau, para presidente da Comissão de Regimento e Mandatos, para proceder à além de também merecer toda a nossa atenção a partilha de seringas, respectiva apresentação.

N.° II - 89 - 13-7-2004 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 6

Tem a palavra o Sr. Deputado Tsui Wai Kwan, faça o favor. Kwan Tsui Hang: Obrigada Sr.ª Presidente, caros colegas. Tsui Wai Kwan: Obrigado Sr.ª Presidente. A transferência de soberania de Macau teve lugar há cinco anos. A fim de que a Assembleia Legislativa possa melhorar o seu Caros colegas. funcionamento e exercer, da forma melhor, as suas competências e responsabilidades conferidas pela Lei Básica, a Comissão de Quero manifestar o meu agradecimento à Comissão, que introduziu Regimento e Mandatos procedeu à auscultação das valiosas opiniões grandes alterações ao Regimento da Assembleia Legislativa em vigor e sugestões, da Sr.ª Presidente e da Mesa da Assembleia Legislativa, desde a Transferência. Concordo com este projecto de alteração mas bem como das de todos os colegas, sobre o Regimento da Assembleia tenho uma dúvida. Não sei se a Comissão ou os outros colegas Legislativa. Contámos ainda com o apoio do pessoal dos serviços de podem esclarecer-me. A minha dúvida é sobre a votação. Reparo que apoio e dos assessores e, após mais de um ano de análise, se prevê uma forma de votação no artigo 82º do Regimento. Não sei apresentamos hoje, para a apreciação dos colegas, o projecto de se esta forma de votação é aplicada a todos os Deputados ou só a uma resolução que introduz alterações ao Regimento. Quanto aos aspectos parte dos Deputados. Não está muito claro. Não se prevê claramente fundamentais deste projecto de resolução, podem os colegas tomar no Regimento se a Sr.ª Presidente, que é quem preside às reuniões, nota das nossas sugestões, constantes nos dois projectos de resolução. pode ou não votar. É esta a questão que quero colocar, não sei se a Também a nota justificativa reflecte, plenamente, a nossa opinião. Comissão me pode esclarecer. Obrigado. Neste momento quero apenas referir-me a dois pontos. Presidente: No presente projecto de alteração não se apresenta Primeiro, as alterações e eliminações efectuadas dizem respeito a nenhuma proposta de alteração ao artigo 82º. Se a Sr.ª Presidente da cerca de 30 artigos do Regimento, e o objectivo foi aperfeiçoar o Comissão puder responder à questão colocada, passo-lhe a palavra. funcionamento desta câmara e solucionar as deficiências. Para além Faça o favor. disso, há ainda uma alteração especial, ou seja, quando este projecto de resolução for aprovado, a composição das Comissões permanentes Kwan Tsui Hang: Em primeiro lugar, agradeço, ao Sr. Deputado desta sessão legislativa podem manter-se até ao fim da 2ª Legislatura. Tsui, a questão colocada, mas peço desculpa, uma vez que neste Esperamos que, quando a Assembleia Legislativa recomeçar em projecto de alteração a Comissão não procedeu a nenhum estudo Outubro, não seja necessário reeleger os membros das Comissões. sobre a forma de votação estipulada no artigo 82º. Aquando da Desejamos que esta alteração favoreça, no futuro, a apreciação dos discussão não encontrámos nenhuma deficiência neste artigo que projectos e propostas de lei e a continuidade do trabalho das levasse a que se propusesse a sua alteração. Também nenhum dos Comissões, bem como o desenvolvimento dos respectivos trabalhos. colegas nos apresentou dúvidas em relação a este artigo. É possível que a pergunta do Sr. Deputado Tsui esteja relacionada com a Quero ainda acrescentar que, ao elaborarmos o vigente Regimento, situação que teve lugar durante a apreciação do projecto de lei consultámos o Regimento da Assembleia Legislativa em vigor na aprovado na última sessão plenária. Será que a regra de “cada época da Administração Portuguesa. Por isso, é possível que o Deputado um voto” se aplica à Sr.ª Presidente da Assembleia Regimento vigente não corresponda, plenamente, às novas situações Legislativa? e exigências da Assembleia Legislativa após a Transferência. As alterações que sugerimos limitam-se a resolver os problemas que Quanto a esta questão, o Sr. Deputado Tsui já, há pouco tempo, encontramos agora, e os ajustamentos propostos só podem ser postos trocou opiniões comigo. Penso que, como não efectuámos qualquer em prática quando estiverem reunidas as condições. Quanto às discussão sobre este artigo, não me posso manifestar em nome dos deficiências existentes, a nossa Comissão espera poder continuar a membros da Comissão, o que é compreensível. No entanto, espero auscultar as opiniões dos colegas. Esperamos também que, no futuro, que os colegas continuem a dar-nos mais sugestões. De momento, o os colegas continuem a apresentar sugestões, o que só favorecerá o que podemos fazer é anotar a questão colocada e depois estudarmos, nosso trabalho. Obrigada. para ver se esta matéria merece ser alterada. Sr. Deputado Tsui, será possível apresentar-nos alguma sugestão? Tendo em conta que não Presidente: Srs. Deputados, tal como disse a Sr.ª Deputada Kwan discutimos esta matéria, não posso prestar esclarecimentos sobre o Tsui Hang, enquanto Presidente da Comissão de Regimento e assunto. Obrigada. Mandatos, é impossível que o Regimento fique 100% perfeito depois desta alteração. Tendo em conta que o Regimento está directamente Presidente: A proposta apresentada pela Comissão não inclui o relacionado com as regras de trabalho desta Câmara, os membros da referido artigo. No entanto, a Sr.ª Presidente da Comissão disse-me, Comissão querem solicitar aos Srs. Deputados que manifestem, a há pouco tempo, que as alterações ao Regimento não acabam por todo o momento, as suas opiniões, à Mesa ou a esta Comissão, se aqui. Se os Srs. Deputados detectarem deficiências no Regimento, encontrarem algum problema na aplicação do Regimento. Os Srs. podem propor a introdução de alterações. Acho que hoje precisamos Deputados também podem, de acordo com o Regimento, propor de nos concentrar na apreciação do texto de alteração apresentado alterá-lo a qualquer momento, se o número de proponentes pela Comissão. É certo que pensam que a pergunta colocada está corresponder ao número mínimo exigido pelo Regimento. A relacionada com os artigos do Regimento. É possível que assim seja. Comissão de Regimento e Mandatos, depois de ter procedido a um Quanto à questão do Sr. Deputado Tsui Wai Kwan, penso que a sua estudo, elaborou este projecto de alteração e propôs efectuar as pretensão não é alterar o referido artigo. primeiras alterações ao Regimento, que foi originalmente definido pela Assembleia Legislativa. Algum Deputado quer pronunciar-se, na O Deputado só quer saber como é que o Presidente da Assembleia generalidade? Legislativa vota. Como na última sessão plenária houve apenas 13 votos, também participei na votação. Vou tentar esclarece-lo. Este

N.° II - 89 - 13-7-2004 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 7 método de votação foi adoptado e legado pela Assembleia Legislativa Logo naquele dia o Sr. Deputado Tsui Wai Kwan me perguntou se da época da administração portuguesa. Mas existe uma ligeira a minha votação poderia ser considerada subsidiária ou em diferença entre a forma de votação daquele tempo e a do presente. alternativa. Posso responder-lhe à questão. Quando o Presidente da Isto é, naquela altura, o voto do Presidente da Assembleia Legislativa Assembleia Legislativa vota, não se trata de uma votação subsidiária era determinante. Porque é que existe esta diferença? Porque de ou em alternativa, uma vez que o Presidente não participa no acordo com a Lei Básica, quase todos os projectos de lei são processo de votação. Quanto à situação daquele dia, o problema teve aprovados com os votos de mais de metade do número total dos a ver com o nosso sistema electrónico. Quando estava a contar os Deputados. No passado, a aprovação de muitos projectos de lei exigia votos, o sistema electrónico parou repentinamente, e não me permitiu dois terços dos votos. carregar no botão enquanto contava os votos, até treze. Portanto, anulei a votação. No decurso da segunda votação, os Deputados que Mesmo agora, também se exigem dois terços para a aprovação de tinham votado contra na primeira votação, não podiam votar a favor determinados projectos de lei. Portanto, de acordo com esta na segunda votação. Porque se isso acontecesse, tratar-se-ia de uma estipulação, existe uma diferença entre o passado e o presente. No votação subsidiária ou em alternativa. Mas no meu caso não é assim. passado, não eram necessários os votos de mais de metade dos Não sei se me fiz entender. Tem a palavra o Sr. Deputado Tsui Wai Deputados. Quanto à actual situação, tendo em conta que a aprovação Kwan. de projectos de lei exige votos de mais de metade dos Deputados, o voto do Presidente da Assembleia Legislativa não vale por dois, nem Tsui Wai Kwan: Obrigado Sr.ª Presidente, pelo seu é determinante. Mas houve um jornal que, no dia seguinte àquele esclarecimento. Já não tenho dúvidas sobre a votação da última plenário, escrevia “o voto de Susana Chou foi determinante”. reunião. A Sr.ª Presidente já me esclareceu devidamente. Contudo, na próxima legislatura haverá dois novos membros nesta Assembleia, ou Entendo que o significado desta frase é que o meu voto determinou seja, passar-se-á de vinte e sete para vinte e nove Deputados. Penso a aprovação do referido projecto de lei. Como votei a favor quando se que se a mesma situação ocorrer no futuro, os Deputados vão registavam já outros 13 votos a favor, o meu voto foi determinante novamente colocar questões sobre o assunto. Não será melhor para a aprovação do projecto de lei. Essa situação não é idêntica à de aproveitar esta alteração do Regimento para clarificar o artigo em antigamente, em que o Presidente da Assembleia Legislativa podia causa? Naquele dia, a Sr.ª Presidente votou a favor. Numa situação exercer um voto de qualidade. Portanto, a situação actual é muito contrária, ou seja, se a Sr.ª Presidente não quer que o projecto de lei clara. Numa situação normal em que se exige maioria simples de seja aprovado, pode votar contra e o projecto de lei não é aprovado. votos para a aprovação de projectos de lei, por exemplo, quando há dois votos a favor e dois votos contra ou quatro votos a favor e quatro Presidente: Já lhe dei uma explicação clara. Se a aprovação do votos contra, é natural que, numa circunstância dessas, eu tenha de projecto de lei exige catorze votos a favor, vou votar no caso de se votar. Numa situação em que se registem quatro votos a favor e registarem treze votos a favor porque com esse número de votos não quatro votos contra, e os restantes sejam abstenções, tenho então de se atinge a maioria absoluta. Não pode haver lugar a confusões. Vou votar, na qualidade de Deputada. votar quando se registarem treze votos a favor. No futuro, com mais dois Deputados, serão então necessários quinze votos a favor, se a Se votar a favor, o resultado será cinco contra quatro. Se votar aprovação do projecto de lei exigir mais de metade dos votos. Se contra, o resultado continuará a ser de cinco contra quatro. Trata-se faltar um voto para o projecto de lei ser ou aprovado ou rejeitado, de uma situação simples. Se a aprovação dum projecto de lei exige independentemente de um voto a favor ou contra, será necessário o mais de metade dos votos, então são necessários, pelo menos, catorze meu voto. A mesma regra aplica-se às situações em que se exige mais votos. Nesta circunstância, se doze deputados votaram a favor e os de dois terços dos votos. Tal como o Sr. Deputado disse, se naquele restantes se abstiveram ou votaram contra, mesmo que eu vote a dia tivesse votado contra, o projecto de lei não teria sido aprovado. favor, o total de votos a favor será apenas treze. Esse projecto de lei De facto a situação é muito clara. Naquele dia, em que se registaram não seria aprovado uma vez que a sua aprovação exige catorze votos treze votos a favor, se eu votasse contra, apesar de se terem registado a favor. apenas dois votos contra (naquele dia só houve um Deputado que votou contra), o projecto de lei não seria aprovado. Daí que na situação em questão, tenha tomado mais atenção ao resultado da votação, embora não tenha participado logo no processo A lógica não é o número de votos contra ser superior ao de votos a de votação; se se tivessem registado doze votos a favor, mesmo com favor, mas sim não se ter atingido mais de metade dos votos. A o meu voto seriam treze os votos a favor, o que não afectaria o essência não é eu votar contra. Não é que o meu voto seja mais resultado. Por isso, numa situação dessas não votaria. Na votação da importante e determine a aprovação ou a rejeição do projecto de lei. última sessão plenária, registaram-se treze votos a favor. Então, Só que os votos a favor não atingiram mais de metade dos votos. votando eu a favor, na qualidade de Deputada, chegar-se-ia aos Acho que isto é muito claro. catorze votos a favor e o projecto de lei seria aprovado. Se votasse contra, o total de votos a favor continuaria a ser treze, e o projecto de Tem a palavra o Sr. Deputado Cheang Chi Keong, faça o favor. lei não seria aprovado. O meu voto não é determinante. Só que naquele caso o total de votos a favor não ultrapassou a metade, Cheang Chi Keong: Obrigado Sr.ª Presidente. faltando apenas um voto. Se faltassem três votos, mesmo que eu tivesse votado, o projecto de lei não seria aprovado. O destino do Não sei se entendi bem ou mal o pensamento do Sr. Deputado Tsui. projecto de lei já estava decidido sem o meu voto, ou seja, não É possível que depois de apurado o resultado da votação daquele dia, aprovado. a Sr.ª Presidente, ao aperceber-se que o resultado era “não aprovado”, quisesse votar mas, não conseguiu. Portanto, procedeu-se a uma nova votação. Não sei se percebi bem ou não o que pensa o Sr. Deputado

N.° II - 89 - 13-7-2004 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 8

Tsui. Existe no Regimento alguma estipulação que preveja quando é Sr. Deputado Cheong Vai Kei, parece que levantou o braço... que o Presidente da Assembleia Legislativa vota? Não será melhor a Comissão de Regimento e Mandatos definir, expressamente, este Cheong Vai Kei: Sr.ª Presidente, apesar de o assunto em discussão aspecto? É importante definir quando é que o Presidente desta não fazer parte da Ordem do Dia, quero manifestar a minha posição. Câmara vota. Se o Presidente deste órgão legislativo vota só depois Quanto à deliberação final da última reunião, concordo e apoio a de saber o resultado da votação, então, é possível que isso provoque explicação da Sr.ª Presidente. Ao longo desses anos tem sido habitual desentendimentos entre os Deputados, que podem pensar que o a Sr.ª Presidente verificar se todos os Deputados presentes já votaram. Presidente da Assembleia Legislativa só decide votar quando é Há também situações em que esperamos que os Deputados voltem da necessário. Se os votos de qualquer Deputado e da Sr.ª Presidente são casa de banho para procedermos à votação. Se não se registarem treze iguais, isso implica que votem ao mesmo tempo. Efectuou-se uma votos, o resultado não aparece de imediato. Mas se se registarem segunda votação porque a primeira foi anulada. Quando procedemos treze votos, num espaço de cinco a oito segundos, aparecerá o à segunda votação o processo decorreu normalmente, os Deputados e resultado da votação. Tendo em conta que a Sr.ª Presidente precisa de a Presidente votaram ao mesmo tempo. Parece-me que é isto que o Sr. presidir à reunião, só mais tarde carregou no botão para votar. No Deputado Tsui pensa. Se esta estipulação consta já do Regimento, entanto, para o sistema electrónico, a votação tinha já terminado. O não será necessário que a Comissão a clarifique no futuro? voto da Sr.ª Presidente é equivalente ao exercício do direito e à assunção da sua responsabilidade enquanto Deputada. Por exemplo, pode definir claramente que o Presidente da Assembleia Legislativa pode votar depois de apurados os resultados Acho que a Sr.ª Presidente não assumiu nenhuma posição especial da votação. Se o Presidente deste órgão legislativo tem que votar ao em relação ao referido projecto de lei. Julgo que, sendo necessário, a mesmo tempo que os Deputados, então deve isso estar definido Sr.ª Presidente vai carregar no botão durante o processo de votação expressamente. Em suma, é necessário definir claramente se o de todos os projectos de lei. A questão é saber se será necessário Presidente da Assembleia Legislativa tem o direito de votar depois de ajustar o sistema electrónico, no que respeita ao tempo fixado, a fim apurados os resultados da votação, ou se os Deputados e o Presidente de que a Sr.ª Presidente possa carregar no botão em último lugar. devem votar ao mesmo tempo. No meu entender, uma definição clara Obrigado. sobre a matéria pode clarificar os nossos trabalhos no futuro. Presidente: Tem a palavra o Sr. Vice-Presidente, faça o favor. Presidente: Já expliquei que isso se ficou a dever a falhas de funcionamento do nosso sistema electrónico. Quando a contagem de Lau Cheok Va: Obrigado Sr.ª Presidente. votos terminou apareceu de imediato a legenda “não aprovado”. Não se tratou de eu ter votado depois de concluído o processo de votação. Quanto à regra de votação, antes da transferência de soberania Certamente, cabe à Comissão de Regimento e Mandatos e ao plenário adoptava-se a maioria simples. No entanto, o Regimento não prevê tomar uma decisão sobre esta matéria. Com este sistema electrónico como é que o Presidente da Assembleia Legislativa vota. Então, dispõe-se apenas de alguns segundos para proceder à votação. surgem duas situações: os presidentes de alguns parlamentos votam Apareceu logo a legenda “não aprovado” quando se registaram na qualidade de deputados mas, em caso de empate, incluindo o voto apenas treze votos a favor. Não é verdade que só votei após ter sido do presidente, este dispõe ainda de um voto de qualidade. Em alguns apurado o resultado da votação. Seja como for, esse assunto não é o parlamentos é isto que acontece mas, de acordo com a nossa prática foco da discussão de hoje. Julgo que cabe ao plenário decidir quando no passado, nunca surgiu uma situação destas. Como esta matéria não e como procedemos à votação. Não me parece que este assunto vá está claramente estipulada no nosso Regimento, é normal o provocar grande debate. Mas quanto à situação daquele dia, não é presidente votar em caso de empate. Isso aconteceu no passado. verdade que tenha votado só depois de ter conhecimento do Lembro-me que antes da transferência de soberania, o presidente da resultado. Assembleia Legislativa votou numa sessão plenária quando apreciámos uma matéria relativa aos funcionários. Após a O facto é que apareceu de imediato a legenda “não aprovado”. Se transferência, a aprovação de projectos de lei exige catorze votos a naquele dia se tivessem registado catorze votos a favor, o projecto de favor. lei teria sido aprovado, mesmo sem o meu voto. Se naquele dia alguns Deputados estivessem de férias e o projecto de lei não fosse Embora não esteja estipulado como é que o presidente da aprovado, e se o Sr. Vice-Presidente, que na última reunião se Assembleia Legislativa vota, há já uma prática habitual. Lembro-me encontrava nessa situação, solicitasse hoje que se procedesse, que, na sessão plenária relativa à discussão do processo de novamente, à votação do referido projecto de lei, é certo que tal não interpelação, presidi à reunião porque a Sr.ª Presidente estava doente. seria possível, ele não pode votar depois de concluído o processo de Naquele plenário, votei durante o processo de votação, uma vez que o votação. Se naquele dia o Sr. Vice-Presidente se tivesse ausentado do resultado de votação foi treze votos a favor. De facto, só votei depois Território em serviço e hoje me dissesse que não aceitava o resultado de os Deputados votarem. Será necessário alterar o Regimento para da votação da última reunião e solicitasse uma outra votação, é claro definir essa matéria, ou seja, será aceitável marcar golo depois do fim que o seu pedido seria inaceitável. Seja como for, quero lembrar os do jogo? Podemos ponderar sobre o assunto durante a discussão do membros da Comissão de Regimento e Mandatos que podem Regimento. Contudo, o que fazemos é seguir a regra geral. Também continuar a recolher as sugestões relativas à redacção do artigo. no passado não havia uma prática especial. Se se registarem onze ou Acredito que os Srs. Deputados já compreenderam e não se opõem. É doze votos a favor, o presidente não precisa de votar, uma vez que o necessário encontrar um modo adequado e mais claro a que todos os seu voto não afecta o resultado da votação. Mas no caso de treze Deputados obedeçam. Acho que não se trata de uma situação votos a favor, o voto do Presidente pode alterar o resultado. É essa a excepcional. nossa prática habitual. Se há ou não necessidade de uma definição expressa no Regimento, é uma questão que merece estudo. Obrigado.

N.° II - 89 - 13-7-2004 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 9

justificativa, pelo contrário, não corresponde ao texto do projecto de Presidente: Voltemos à discussão na generalidade do projecto de lei. resolução. Algum Deputado quer manifestar-se? Tem a palavra o Sr. Deputado Au Kam San, faça o favor. Presidente: Acho que o Sr. Deputado Au Kam San tem razão. Por essa razão, não devem agrupar-se esses artigos. Alguns artigos fazem Au Kam San: Existe uma ligeira divergência entre a nota referência ao número mínimo e outros ao número máximo, embora justificativa e o texto do projecto de lei. Haverá necessidade de em todos esses artigos tenha havido um aumento do número exigido, proceder a uma clarificação ou alteração? Na página 5 constam que passou, de facto, de seis para nove. De facto, alguns artigos muitos artigos, os artigos 37º, 83º, 102º, 137º e 161º. Quanto à referem o limite máximo enquanto outros referem o limite mínimo. Convocação da Assembleia durante a sessão legislativa, constante na Trata-se de uma negligência na redacção. Solicito ao pessoal dos página 5 da nota justificativa da versão chinesa, estão envolvidos os serviços de apoio e à Comissão que prestem a devida atenção ao seguintes cinco artigos: artigo 37º, o nº.2 do artigo 83º, o nº.1 do assunto durante a redacção final. Quanto à discussão na generalidade artigo 102.º, o nº.3 do artigo 137.º e o nº.1 do artigo 161.º. No texto sobre a alteração destes artigos, algum Deputado quer pronunciar-se? refere-se que “em todos estes artigos foi alterado o número mínimo Se ninguém quer...vamos passar à votação. Srs. Deputados, façam o de Deputados necessários para o exercício da iniciativa, legislativa ou favor votar, na generalidade, o projecto de resolução do Regimento. outra, que passa de seis para nove, pelas razões que atrás se referiram.” Parece que esta referência não está muito correcta uma (Decurso da votação) vez que se exige um número mínimo de nove subscritores para proceder à convocação da Assembleia, ao escrutínio secreto e às Presidente: Foi aprovado na generalidade este projecto de alterações ao Regimento. resolução. Entremos então na discussão na especialidade. Não são muitos os artigos deste projecto de resolução, são apenas cinco No entanto, no tocante à matéria do exercício da iniciativa e dos artigos. Todavia, o artigo 1º envolve muita coisa. Por isso, vou debates sobre questões de interesse público, a estipulação de nove proceder à discussão, em separado, do conteúdo deste artigo. Quero subscritores diz respeito ao número máximo e não ao mínimo. Nove chamar à atenção dos Srs. Deputados que estamos a discutir, na subscritores é o limite máximo, não o mínimo. Tendo em conta que especialidade, os artigos 6º, 16º, 22º, 25º, 26º, 28º, 30º, 36º e 37º, um só texto abrange todos os cinco artigos, misturando duas constantes do artigo 1º. Podem olhar para o ecrã e ver quais os artigos situações, julgo que é necessário um esclarecimento. Obrigado. em discussão. São os artigos elencados no ecrã que estamos agora a discutir na especialidade. Srs. Deputados, podem colocar as vossas Presidente: O Sr. Deputado Au Kam San quer ser esclarecido questões durante a discussão na especialidade, e a Sr.ª Presidente da sobre alguns artigos constantes da nota justificativa. É certo que, em Comissão vai responder e prestar esclarecimentos sobre as questões algumas circunstâncias, o número máximo de subscritores é nove. colocadas. Alguém quer manifestar-se, na especialidade, sobre a Quanto ao exercício da iniciativa, está actualmente definido que o alteração dos referidos artigos, ou seja, artigos 6º, 16º, 22º, 25º, 26º, número máximo de subscritores é seis. A nova estipulação deveria 28º, 30º, 36º e 37º? Como ninguém quer manifestar-se, podemos entrar em vigor na próxima sessão legislativa. Queria perguntar..., passar à votação? Sendo assim, Srs. Deputados, façam favor de Sr.ª Deputada Kwan Tsui Hang, deseja intervir? proceder à votação dos artigos referidos, constantes do artigo 1º.

Kwan Tsui Hang: Peço desculpa, é provável que se trate de um (Decurso da votação) lapso de redacção. O correcto é: deve ser um número máximo de nove Deputados. Tome-se como exemplo o projecto de lei já Presidente: Terminou a votação. Aprovado. aprovado no último plenário. O referido projecto de lei foi proposto e discutido pelos membros da comissão. Tendo em conta que o nosso Vamos passar à votação dos textos alterados dos artigos 83º, 84º, Regimento prevê que “as iniciativas dos Deputados podem ser 85º, 86º, 89º e 90º, constantes do artigo 1º. Tem a palavra o Sr. subscritas até um número máximo de seis Deputados”, apesar de, nos Vice-Presidente, faça o favor. respectivos trabalhos, terem participado os oito Deputados, o referido projecto de lei foi subscrito, apenas, por seis Deputados. Portanto, Lau Cheok Va: Tenho uma opinião sobre o artigo 90º. desejamos introduzir alterações ao artigo. É possível que se trate de Seguidamente apresentarei uma proposta de alteração. Esta proposta um lapso de redacção. Agradeço desde já ao colega por nos ter de alteração é no sentido da eliminação de algum conteúdo do artigo alertado para esse erro. Gostaria de proceder já à devida correcção. 90º, bem como de alguns artigos que não foram objecto de alteração Na realidade, aqui refere-se o limite máximo. Obrigada. neste projecto de alteração. Há três instrumentos que regulam a Assembleia Legislativa. Um deles é o Regimento da Assembleia Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Au Kam San. Legislativa. É do conhecimento geral que o Estatuto dos Deputados à Assembleia Legislativa regula os direitos políticos, pessoais e Au Kam San: Mas não se refere o limite máximo em todos os económicos dos Deputados. A Lei Orgânica da Assembleia artigos. Refere-se o limite máximo em dois artigos, e nos restantes Legislativa tem por função regulamentar o órgão de gestão desta três trata-se do limite mínimo. No artigo 37.º, no n.º 2 do artigo 83.º e Câmara, ao qual se sujeitam os serviços de apoio à Assembleia no n.º1 do artigo 161.º refere-se o número não inferior a nove. Este Legislativa e o pessoal do próprio órgão. número é o limite mínimo. São necessários, pelo menos, nove Deputados. Quanto ao n.º2 do artigo 102.º e ao n.º3 do artigo 137.º, Quanto ao Regimento da Assembleia Legislativa, existe, de facto, refere-se o limite máximo de nove Deputados. Por isso, é provável uma relação político-administrativa entre o órgão de gestão e os que tenhamos que tratar estes cinco artigos separadamente. A nota Deputados da Assembleia Legislativa. Por exemplo, o Presidente e a Mesa da Assembleia Legislativa têm a função de interpretar o que diz

N.° II - 89 - 13-7-2004 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 10 respeito aos direitos políticos dos Deputados. Os direitos dos Philip Xavier: É tudo uma questão de sequência. Como a Lei Deputados estão plenamente relacionados com a gestão política. Ao Orgânica da Assembleia Legislativa foi elaborada depois do mesmo tempo, estão também definidos muitos processos respeitantes Regimento, deu origem a algumas omissões no Regimento. Pensámos aos direitos dos Deputados. Por exemplo, as iniciativas dos em introduzir alterações. No entanto, acho que as referidas Deputados, as intervenções, as votações, os recursos e as declarações. eliminações são melhores do que as alterações. Concordo com a No entanto, um dos números do artigo 90º, nomeadamente o número proposta do Sr. Vice-Presidente. Acho que está correcto. 3º, refere que “cabe reclamação, nos termos gerais, das deliberações da Mesa tomadas em matéria de gestão do pessoal dos Serviços de Presidente: Quanto a este artigo, apresentei algumas sugestões Apoio à Assembleia Legislativa”. Trata-se de uma questão de gestão durante a discussão em Comissão. De facto, a Mesa gere imposta pela Mesa ao pessoal dos Serviços de Apoio, daí que, tal administrativamente o pessoal dos Serviços de Apoio, por isso, matéria devesse ser estipulada pela Lei Orgânica do próprio serviço. durante estes quatro anos, quando o pessoal desses serviços não ficou satisfeito com as deliberações da Mesa, os interessados apresentaram, Na realidade, refere-se, explicitamente, no artigo 9º da referida Lei de acordo com o artigo 90º, recurso, e o mesmo chegou ao plenário. Orgânica, “exercer o poder de direcção sobre o pessoal dos Serviços Na altura da discussão, tomámos em consideração que o plenário é o de Apoio à Assembleia Legislativa”. Isto quer dizer que se o pessoal local onde os Srs. Deputados exercem o seu poder político, que nada dos Serviços de Apoio da Assembleia Legislativa tiver reclamações tem a ver com o poder administrativo, daí a Comissão ter introduzido, contra as deliberações da Mesa, terá que recorrer aos procedimentos de acordo com a situação, as respectivas alterações. Concordo com administrativos gerais para resolver os problemas. Por exemplo, o essa linha de pensamento. Caso a proposta apresentada pelo Sr. interessado pode apresentar uma reclamação ou interpor um recurso Vice-Presidente seja aprovada, ficaremos mais esclarecidos. Está contencioso para o tribunal administrativo. No entanto, no Regimento estipulada no Regimento a natureza da função dos Srs. Deputados e da Assembleia Legislativa estipula o processo de gestão a observar dos membros da Mesa. Em suma, as actividades dos Srs. Deputados pela Mesa para gerir o pessoal deste órgão legislativo. Em termos de quanto à assunção dos cargos políticos estão reguladas. Quanto à lógica, não me parece que isto seja adequado. Tendo em conta que vertente administrativa, relativa aos Serviços de Apoio, não está aqui existe uma estipulação explícita sobre a matéria na nossa Lei nada previsto. Pessoalmente, concordo com a proposta apresentada Orgânica, proponho a eliminação do n.º3 do artigo 90º. De facto, o pelo Sr. Vice-Presidente. texto do n.º 2 do mesmo artigo pode manter-se. Devido à eliminação do n.º 3 do artigo 90.º..., Por que razão está esta disposição no nosso Acho que todos têm já nas mãos o n.º 3 do artigo 90.º da Lei Regimento? Isto deve-se à alínea e) do artigo 17.º do Regimento, cuja Orgânica. De facto, essa Lei Orgânica define todos os aspectos referência é uma repetição de um artigo da nossa Lei Orgânica – relativos aos diversos departamentos dos Serviços de Apoio à Exercer o poder de direcção sobre o pessoal dos Serviços de Apoio à Assembleia Legislativa. Tendo em conta que já existe uma lei que Assembleia Legislativa. Logo, podemos retirar esta alínea. estipula que a Mesa exerce o poder de direcção sobre o pessoal dos Serviços de Apoio à Assembleia Legislativa, vamos aproveitar essa Assim sendo, vou apresentar uma proposta. O texto do n.º 2 do alteração para definir as duas funções da Mesa separadamente, ou artigo 90.º pode manter-se inalterado e o n.º3 do mesmo artigo deve seja, uma é estipulada no Regimento e a outra relacionada com a ser eliminado. Assim, podemos também eliminar a alínea e) do artigo gestão dos Serviços de Apoio. Isto significa que no Regimento estão 17º. Obrigado Sr.ª Presidente. apenas estipuladas as actividades dos Srs. Deputados, não se incluindo o exercício do poder administrativo. Portanto, nestas Presidente: Parece-me que foi suficientemente clara a explicação circunstâncias, vamos proceder à discussão e votação em separado. dada pelo Sr. Vice-Presidente em relação à sua proposta. Tem a Estamos a discutir os artigos 83º, 84º, 85º, 86º, 89º e 90º. Com palavra a Sr.ª Deputada Kwan Tsui Hang. excepção do artigo 90º, algum dos Srs. Deputados quer pronunciar-se sobre os restantes artigos? Kwan Tsui Hang: A matéria constante na apresentação do Sr. Vice-Presidente foi já abordada pelos membros da Comissão. De Tem a palavra o Sr. Deputado Leong Heng Teng. facto, a nossa primeira opção foi a de separar essa matéria. O Regimento tem por objectivo estipular o funcionamento desta Leong Heng Teng: Obrigado Sr.ª Presidente. Câmara, que envolve actividades de natureza política. Tendo em conta que no Regimento há um artigo que define o poder Quero falar sobre o artigo 83º. Refere-se no texto original desse administrativo da Mesa, os membros da Comissão, a fim de clarificar artigo que “sobre quaisquer outras matérias, pode haver escrutínio o assunto, procederam à discussão sobre a adequação da sua secreto, se o Plenário assim o deliberar, a requerimento de seis estipulação no Regimento. Esta disposição, finalmente acrescentada, Deputados.” Não se refere aqui se o número pode ser superior ao tem por fim preencher lacunas. No tocante à matéria proposta pelo Sr. definido ou se se trata do limite mínimo. No Regimento original Vice-Presidente, tomámos em consideração as diversas opções, previa-se seis Deputados. Não foi aceite nem mais nem menos do que apesar de os membros da Comissão não terem procedido a uma aquele número. No meu entender, aqui refere-se o limite mínimo. O discussão aprofundada. Como chegámos ao fim sem saber o que plenário não vai ser convocado a pedido de um qualquer número de fazer, decidimos acrescentar esta disposição no Regimento, uma vez Deputados. É também possível que esta referência de seis Deputados que se entendeu ser esse o método mais seguro, e esperar pela seja o limite máximo. Se nos basearmos na nota justificativa discussão, em Plenário, sobre a referida matéria. Obrigada. apresentada há pouco, acredito que neste artigo 83.º se define o limite mínimo. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Philip Xavier. É raro fixar-se um número exacto. Na anterior definição, era seis o número de Deputados, mas na nova, esse número passou a nove.

N.° II - 89 - 13-7-2004 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 11

Temos que entender que esse número é fixo? Ou seja, anteriormente, função duma actividade administrativa (seria matéria do n.o 3), e o se fossem sete ou cinco deputados, o pedido não era aceite? outro de actividade não administrativa, ou seja, actividade política (matéria que ficaria no n.o 2). Portanto, quando se elimina a Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Kwan Tsui Hang. referência à matéria relativa a actos meramente administrativos no n.o 3, não sei se não se deveria fazer um ajustamento de redacção em Kwan Tsui Hang: Obrigada Sr.ª Presidente. relação ao n.o 2, dado que ao referirem-se actos de actividade meramente política, entra em contraposição com a actividade não De facto, segundo a original intenção e opção legislativa, política referida no n.o 3. procedemos a alguns ajustamentos. A fixação de seis Deputados foi definida tendo em conta a proporção do número de membros das Não sei se me fiz compreender... comissão. No passado, o limite máximo para a constituição duma comissão era seis Deputados. No entanto, estamos a falar do limite Presidente: Sim ... mínimo, ou seja, em número não inferior a seis Deputados. Já estudámos o facto do aumento de dois Deputados na próxima Leonel Alves: A versão inicial é ir-mos tratar de reclamações, de legislatura. De facto, uma das comissões existentes é composta por impugnações de actos. No entanto há actos de duas naturezas: actos nove Deputados. Nestas circunstâncias, e de acordo com a original de natureza administrativa que estão contidos no n.o 3 e actos de opção legislativa, aumentámos o número de Deputados para nove. natureza não administrativa, dita política, que estariam no n.o 2. Por isso, a referência deve ser “a requerimento de, pelo menos, nove Agora se pretendemos eliminar o n.o 3 e a razão porque eliminamos o Deputados”. Obrigada. n.o 3, tem a ver com a própria natureza e o âmbito deste Regimento, dado que o Regimento não trata de actividades administrativas, mas Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Leong Heng Teng. sim de actividades dos Deputados. Não sei se valeria a pena enfatizar e realçar no n.o 2 que as deliberações, quando são relacionadas com a Leong Heng Teng: Obrigado pelos esclarecimentos. Se essa actividade política, são susceptíveis de reclamação, quando já se sabe referência é entendida como um número não inferior a nove, então, é que essas deliberações são tomadas não em função da actividade necessário acrescentar no texto a expressão “pelo menos”, tal como administrativa. no artigo 37.º. Obrigado. Na segunda questão que pretendia levantar, é de não gostar da Presidente: Algum dos Srs. Deputados quer manifestar-se, na expressão, com o devido respeito pelos proponentes, de “actividades especialidade, sobre o presente projecto de resolução? Se ninguém relacionadas com a actividade política da Assembleia”. Por vezes esta quer...vou pôr, em primeiro lugar, à votação, os artigos 83º, 84º, 85º, definição pode vir a criar alguma confusão na aplicação prática, 86º e 89º. Por agora, não vamos votar o artigo 90.º. Quanto à servindo de exemplo o facto de um Deputado fazer um requerimento sugestão apresentada pelo Sr. Deputado Leong Heng Teng, relativa para determinado assunto que é rejeitado pela Sra. Presidente, ao artigo 83.º, acho que o assunto pode ser tratado pela Comissão, posteriormente o Deputado reclama para a Mesa, a qual apoia a durante a redacção final. Tendo em conta que o referido assunto não decisão da Presidente, sendo que depois o Deputado recorre para o suscitou dúvidas nem debate, não é necessário apresentar uma Plenário. Será que este tipo de procedimentos é considerado acto proposta. Srs. Deputados, façam o favor de votar os artigos 83º, 84º, político? Eu não sei . Há quem pense que sim e há quem pense que 85º, 86º e 89°. não.

(Decurso da votação) A minha dúvida envolve todo o artigo 90.o, o qual refere impugnações de actos, mas de actos praticados em função dos Presidente: Terminou a votação. Aprovado. direitos e dos poderes do Deputado, os quais têm a ver com actos de natureza não administrativa. Mas agora afirmar esta contraposição de Quanto ao artigo 90º, o Sr. Vice-Presidente propôs a eliminação do que tudo o que não é administrativo é necessariamente político, será n.º 3 do artigo 90.º do projecto da alteração, mantendo-se inalteráveis assim tão simples? os números 1 e 2 do mesmo artigo. Este artigo está relacionado com o artigo 17.º do Regimento e, retirando-se a alínea e) do artigo 17º, o Presidente: Acho que o Sr. Vice-Presidente... artigo 90.º deixa de existir. Então, vamos fazer assim...tendo em conta que a Comissão não introduziu quaisquer alterações ao artigo Leonel Alves: A minha ideia é de que se eliminamos este n.o 3, já 17.º, se eliminarmos o n.º 3 do artigo 90.º e mantivermos a alínea e) sabemos perfeitamente que todos os actos que vão ser impugnados, e do artigo 17.º, é possível que, no futuro, haja ainda lugar a confusões. que vêm a este Plenário, são actos praticados pelos Deputados em Por isso, se os Srs. Deputados concordarem...tendo em conta que função dos seus poderes e dos seus direitos, havendo a necessidade estão relacionados...se os Sr. Deputados aceitarem... de enfatizar que estão relacionados com a sua actividade...

Tem a palavra o Sr. Deputado Leonel Alves. Presidente: Por isso é que o Sr. Vice-presidente levantou a questão de se voltar à antiga versão deste artigo, ou seja, põe-se de parte a Leonel Alves: Obrigado Sra. Presidente. redacção actual e regressa-se à que estava anteriormente neste Regimento, pelo que em relação a este artigo 90o já não se verifica Concordo com a proposta do Sr. Vice-Presidente, e em face da qualquer alteração. Elimina-se sim o seu n.o 3 na proposta, dado já ter alteração avançada voltei a ler o artigo na sua versão inicial, sendo subido a este Plenário. No entanto e por proposta do Sr. que a intenção dos proponentes era fazer uma divisão em dois Vice-Presidente mantém-se o n.o 2, que já é aplicado há cerca de grandes grupos, sendo o primeiro relativo aos actos praticados em quatro anos e meio...

N.° II - 89 - 13-7-2004 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 12

Mesa exercer o poder de direcção sobre o pessoal ao serviço da Leonel Alves: Mas o actual artigo 90.o tem n.o1 e n.o 2. A Sra Assembleia Legislativa. O Sr. Vice-Presidente propôs também a Presidente está-se a referir ao n.o 2? eliminação da alínea e) do artigo 17.º do Regimento vigente. Quanto ao artigo 90.º, constante do projecto de alteração e subscrito pelos Presidente: Sim, o actual n.o 2 mantêm-se... membros da Comissão do Regimento e Mandatos, dispõe de três números. Após a eliminação do n.º 2... como disse o Sr. Deputado Leonel Alves: Então se se mantém, não há necessidade de agora se Leonel Alves, a redacção desse número não está muito adequada. proceder a qualquer alteração... O que significa aqui actividade política? Tomando isso em Presidente: O que se vai passar agora, é uma proposta de consideração, o Sr. Vice-Presidente propôs, então, recorrer à eliminação do n.o 3 e, dado que já se encontra na proposta, o Sr. redacção do vigente artigo 90.º, mantendo-se o texto do original Vice-Presidente tem de propor que se vote primeiro a sua eliminação. artigo 90º. Tendo em conta que o n.º 2 do artigo 90.º provocou Não sei se compreendem a minha ideia... alguma confusão no nosso funcionamento nos passados quatro anos e meio, foi proposta nessa alteração que as matérias relativas à gestão Leonel Alves: Eu compreendo. O que se vai passar, é fazer dos Serviços de Apoio fossem separadas do nosso Regimento, que primeiro uma proposta de eliminação relativamente ao seu n.o 3. No estipula apenas as matérias relativas aos Deputados. Todos os Srs. entanto questiono se vamos eliminar ou não o seu n.o 2. Se não Deputados estão já esclarecidos? Se assim for, vamos proceder à acontecer a eliminação do n.o 2 mantém-se a actual redacção sem alteração do artigo 90.º constante no projecto de alteração, ou seja, haver necessidade de se alterar o Regimento.. vamos eliminar esse artigo. Se for aceite pelo plenário... de facto, a estipulação do artigo 90.º depende da alínea e) do artigo 17.º. Alguém Presidente: Sim, porque na realidade não se vai alterar a parte ainda têm dúvidas? Por causa da alínea e) do artigo 17.º é que se final do artigo 90.o... estipulou o n.º 3 do artigo 90.º. Sr. Deputado Leong Heng Teng, deseja pronunciar-se? Leonel Alves: A questão que se passa na versão portuguesa é de eliminar-se ou não, a expressão “todos”... Leong Heng Teng: Depois de ouvir as explicações, é certo que todos já sabem bem que vamos proceder à alteração do artigo 90.º Presidente: Sim.... constante no projecto de alteração, ou seja, vamos eliminar esse artigo. Depois desta eliminação, temos ainda de tratar o artigo 2.º do Leonel Alves: E isto porque a expressão “todos” pode induzir em projecto de resolução, que está relacionado com a eliminação de erro. Pode inclusive induzir actos de natureza não administrativa que alguns artigos. Neste momento, os Srs. Deputados têm ainda o direito também estão aqui incluídos... de propor a eliminação de determinado número do artigo 17.º. O que temos de fazer agora é passar à votação do artigo 90.º. Mesmo que se Presidente: Exactamente. O que se vai passar agora é relacionado trate da eliminação de todo o artigo, incluindo os números 1, 2 e 3, o com a proposta do Sr. Vice-Presidente, para a eliminação do seu n.o 3 original artigo 90.º não será revogado após esta eliminação. É o do artigo 90.o , o que posteriormente vai fazer com que igualmente original artigo 90.º... Numa perspectiva técnica, entendo que se trata tenha de se eliminar a alínea e) ao artigo 17.o. apenas do cancelamento da eliminação.

Leonel Alves: Artigo 17o b)? Portanto, podemos tratá-lo posteriormente. Mesmo que se mantenha o referido número do artigo 17.º...este artigo estipula Presidente: Não é esse. Trata-se sim da alínea e) do artigo 17.o. apenas uma competência de natureza geral. Quanto à matéria na especialidade, é necessário recorrer aos outros regulamentos. Sobre o E isto porque o n. 3 deste artigo 90o , existe em função da alínea e) artigo 90.º, que define recursos interna corporis, estou de acordo com ao artigo 17o. Como já consta do Estatuto Orgânico desta Assembleia, a proposta do Sr. Vice-Presidente ou seja, a eliminação do n.º 3 deste não tem necessidade de vir aqui figurado no nosso Regimento... artigo, a fim de resolver, em primeiro lugar, a questão relativa ao pessoal dos Serviços de Apoio. Quanto à readopção dos números 2 e Leonel Alves: Significa portanto que também vamos alterar o 3, qual será a forma a adoptar? artigo 17.o? Presidente: É a mesma. Depois da eliminação do n.º 3, há ainda Presidente: Exacto, mais concretamente a eliminação da alínea e) uma proposta de alteração relativa ao n.º 2, ou seja, a readopção do deste artigo 17.o. Era para já ter referido esta situação, mas há pouco texto da lei vigente. Não se trata de uma eliminação de todo o artigo. não cheguei a concluir o meu raciocínio... Há pouco, quando o Sr. Vice-Presidente propôs a eliminação do n.º 3, apresentou ainda uma proposta para o n.º2. Tendo em conta que as Presidente: Ainda não acabei de falar. A existência do n.º 3 do alterações não afectam o n.º1, este número mantém-se inalterado. artigo 90.º deve-se à estipulação da alínea e) do artigo 17.º do nosso Outra metodologia é, tal como o Sr. Deputado Leong Heng Teng Regimento. Na alínea e) do artigo 17.º estipula-se o poder de direcção referiu, a eliminação de todo o artigo 90.º. O resultado será o mesmo. da Mesa. As explicações dadas pelo Sr. Vice-Presidente foram O Sr. Vice-Presidente propôs a eliminação do n.º 3 e a readopção do bastante claras. No futuro, serão estipulados no Regimento apenas os texto original para o n.º 2. O resultado desta metodologia será o assuntos relativos aos Deputados, ao plenário e às comissões. As mesmo. Mas a metodologia proposta pelo Vice-Presidente é correcta matérias relativas aos Serviços de Apoio devem ser separadas dos e racional. assuntos que mencionei. Temos já uma lei, ou seja, a Lei Orgânica da Assembleia Legislativa, que prevê, explicitamente, que compete à

N.° II - 89 - 13-7-2004 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 13

Lau Cheok Va: Numa perspectiva técnica, podemos recorrer às duas metodologias. Uma é a eliminação de todo o artigo 90.º. Outra é, Quero colocar uma questão relativa ao exercício da iniciativa, tal como disse, a eliminação do n.º 3 e a readopção do original n.º 2, constante do artigo 102.º. Durante a discussão no seio da Comissão, ou seja, a adopção do texto original. Quando apresentei a proposta, a tomou-se em consideração a possibilidade dessa iniciativa ser minha intenção não era a eliminação de todo o artigo. Pretendo a exercida em nome da comissão? Só queria colocar esta pergunta. eliminação de um só número, nos restantes pode-se manter o texto Acho que a presente alteração é adequada. Se o número de original. Na realidade, o resultado será o mesmo. É esta a proposta subscritores for aumentado até nove Deputados, os requisitos do que apresento à Comissão. exercício da iniciativa pela comissão estão já, de certo modo, preenchidos. No entanto, procedeu-se à discussão, no seio da Presidente: O resultado será o mesmo. O resultado da metodologia Comissão, sobre a possibilidade dessa iniciativa ser exercida em proposta pelo Sr. Vice-Presidente será o mesmo que o da nome da comissão? É só esta a pergunta que quero colocar. metodologia proposta por si, ou seja, a eliminação de todo o artigo Obrigado. 90,º. No entanto, o Vice-Presidente propôs a eliminação do n.º 3. Por isso, vamos passar à votação deste número. Propôs ainda a introdução Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Kwan Tsui Hang. de alterações ao n.º 2. De facto, propôs uma alteração mas, a que texto vamos recorrer? Propôs a adopção do texto original do n.º 2. Kwan Tsui Hang: Obrigada Sr.ª Presidente. Não se registará nenhuma diferença no resultado alcançado. Tendo em conta que não haverá diferenças entre a proposta do Sr. Quanto à pergunta colocada pelo Sr. Deputado Leong Heng Teng, Vice-Presidente e o comentário adicional do Sr. Deputado Leong de facto não se discutiu sobre a possibilidade do exercício dessa Heng Teng, vou passar à votação da proposta do Sr. Vice-Presidente. iniciativa ser feita em nome da comissão. No entanto, a proposta de aumentar o número de subscritores até nove Deputados implica isso. De facto, apresentou três propostas. A primeira proposta é a Tendo em conta que a opção original não inclui o exercício da eliminação do n.º 3 do artigo 90.º; a segunda é a introdução das iniciativa pelas comissões, o limite máximo que propusemos é igual alterações ao n.º 2 do mesmo artigo. O Sr. Vice-Presidente não nos ao número de membros que compõem a comissão. vai fornecer um texto. Pode-se referir o n.º 2 deste artigo do Regimento aquando da redacção. Para além disso, a fim de que haja Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Philipe Xavier, faça o correspondência entre os referidos artigos, propôs ainda a eliminação favor. da original alínea e) do artigo 17.º. O resultado será o mesmo. Os Srs. Deputados já perceberam? Vou pôr à discussão a proposta do Sr. Philipe Xavier: Queria dar uma explicação adicional. De facto, Vice-Presidente, que é a eliminação do n.º 3 do artigo 90.º constante essa questão foi pensada. Foi mesmo a Presidente da Comissão que do projecto de resolução. Srs. Deputados, façam o favor votar. colocou a pergunta: porque é que as iniciativas não são exercidas pelas comissões? De acordo com a prática da Assembleia Legislativa (Decurso da votação) ao longo dos anos passados, as iniciativas são exercidas pelos Deputados, ou seja, na sua qualidade de Deputados. Esta prática tem Presidente: Terminou a votação. Aprovado. a vantagem de possibilitar que os projectos de lei sejam subscritos por membros das diferentes comissões. Para além disso, se as Vamos agora passar ao n.º 2 do artigo 90.º. O n.º 3 já foi eliminado. iniciativas forem exercidas em nome da comissão, há a possibilidade Quanto ao n.º 2 do artigo 90.º, o Sr. Vice-Presidente propôs a de alguns membros da mesma comissão discordarem do projecto de introdução de alterações, ou seja, a adopção do texto original. Srs. lei. Deputados, façam o favor votar. Será necessário proceder a uma votação para que a maioria decida? (Decurso da votação) Caso assim fosse, seriam muitos os problemas entre os membros das comissões. Primeiro, era possível que alguns Deputados ficassem Presidente: Terminou a votação. É necessário proceder à votação impedidos do exercício dessa iniciativa. Segundo, haveria lugar a do artigo 19.º. Peço desculpa, do artigo 90.º. O artigo 90.º proposto divergência entre os membros das Comissões, por assumirem pela Comissão é composto pelos números 1, 2 e 3. Todos devem ser diferentes opções. Contudo, este artigo foi agora alterado, para aprovados. Caso contrário, não existirá n.º 1. Srs. Deputados, façam o aumentar o número de subscritores até nove Deputados, número este favor votar o artigo 90.º. que, de modo geral, é igual ao número de membros que compõem as comissões. Então, o problema fica, praticamente, resolvido. Obrigado (Decurso da votação) Sr.ª Presidente.

Presidente: Terminou a votação. Aprovado. Presidente: Acho que o Sr. Deputado Filipe Xavier foi muito claro no seu esclarecimento. Algum dos Srs. Deputados quer manifestar-se Srs. Deputados, qQuanto à proposta relativa à alínea e) do artigo sobre as alterações dos restantes artigos do artigo 1º? Alguém quer 17.º, apresentada pelo Sr. Vice-Presidente, vou pô-la à votação no pronunciar-se sobre os artigos constantes do projecto de resolução? fim, uma vez que tal matéria não consta do projecto de resolução. Tem a palavra o Sr. Deputado Au Kam San, faça o favor. Assim sendo, vamos passar à discussão dos restantes artigos do artigo 1º. Os artigos estão elencados no ecrã, ou seja, os restantes artigos do Au Kam San: Obrigado Sr.ª Presidente. artigo 1º. Façam o favor de se pronunciarem. No que toca à Deliberação prevista pelo artigo 139.º, relacionado Leong Heng Teng: Obrigado Sr.ª Presidente. com a deliberação sobre a realização do debate, refere-se no n.º4 a

N.° II - 89 - 13-7-2004 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 14 matéria relativa à declaração de voto, onde se lê: “após a votação, o minutos. Estamos a falar sobre a declaração de voto. Se esses trinta Deputado que não tendo subscrito o requerimento, ou usado da minutos incluem também a declaração de voto, então, é natural essa palavra nos termos dos números anteriores, pretenda formular uma restrição de tempo. Caso contrário, esse limite não deve existir. declaração de voto.” Implicará isso que os Deputados que já usaram da palavra durante três minutos não podem apresentar uma Kwan Tsui Hang: Durante a discussão do projecto, parece-me que declaração de voto? Se é assim, parece-me que esta redacção não é a a Comissão optou pela inclusão da declaração de voto no limite de mais adequada. trinta minutos. Não sei se algum dos membros da Comissão quer acrescentar alguma coisa... Na realidade, a declaração de voto é um outro meio de intervenção. Se esta forma de intervenção é incluída no período do uso da palavra Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Philip Xavier. dos Deputados que não subscreveram o requerimento, não me parece muito racional, uma vez que apenas aqueles que não utilizaram os Philip Xavier: É possível que a redacção deste artigo não esteja três minutos definidos para o uso da palavra podem formular uma muito clara. O que se quer dizer é que após a votação, ou seja, após declaração de voto. É esta a opinião que quero aqui deixar. trinta minutos de debate, quem não tiver usado da palavra tem a oportunidade de recorrer a esse meio para manifestar a sua opinião, Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Kwan Tsui Hang. depois da votação. Todos os Deputados têm a oportunidade de manifestar as suas posições. O limite de trinta minutos permitirá que Kwan Tsui Hang: Obrigada aos colegas pelas perguntas colocadas. possam usar da palavra, aproximadamente, dez pessoas. Após a Esta matéria foi também abordada no seio da comissão. Temos de votação, quem não tiver usado da palavra pode aproveitar esse tempo saber bem que as alterações propostas estão relacionadas com os para se pronunciar. procedimentos a seguir na reunião da deliberação de debate, a pedido de Deputados. Na nossa proposta, a duração da discussão não excede Presidente: Pessoalmente, acho que essa parte não deve ser os trinta minutos. Considerando as reuniões de debate realizadas, incluída no limite de trinta minutos. Senão, ser-me-á impossível acreditamos que os colegas manifestam as suas opiniões de acordo presidir à reunião. De acordo com o que a Sr.ª Deputada afirmou, se com as regras fixadas. No entanto, não são poucas as vezes em que o todos os Deputados que não usaram da palavra têm direito a três debate se inicia pela expressão de opiniões pessoais sobre o tema em minutos para se manifestarem, então, precisarei de interromper o discussão. Creio que este assunto foi já, claramente, indicado no debate passados dez minutos. Essa parte não deve ser incluída no parecer. limite de trinta minutos. O que se refere aqui é que os Deputados que não se manifestarem podem usar da palavra por tempo não superior a Não queremos agora discutir sobre essa matéria. Os três minutos três minutos, cada um. Quem não se manifestou pode pronunciar-se fixados destinam-se a deixar os Deputados manifestarem o seu por tempo não superior a três minutos. Por isso, a declaração de voto acordo ou desacordo em relação à realização do debate sobre o tema não pode, em absoluto, ser abrangida pelo limite de trinta minutos. proposto. Quanto às suas posições pessoais, caso tenham algumas, Caso contrário, é impossível para mim presidir à reunião. Como devem os Deputados manifestá-las durante o debate. Portanto, para posso saber qual será o número de Deputados que pretendem fazer os Deputados que já usaram da palavra, só podem aproveitar o tempo declarações de voto? Se dez Deputados pretenderem fazer remanescente dos três minutos estipulados para apresentarem declarações de voto, esses trinta minutos são apenas suficientes para declarações de voto, uma vez que esses três minutos são mais do que satisfazer esse objectivo, e nada mais. Não haverá debate. Terei que suficientes para manifestarem o seu apoio ou recusa ao tema para interromper o debate logo no início. debate. Como o período de discussão é limitado a trinta minutos, se os Deputados que já usaram da palavra apresentarem, novamente, Por isso, essa parte não deve ser incluída no limite de trinta declarações de voto – direito esse que foi já gozado pelos Deputados, minutos. Após esses trinta minutos de debate, quem ainda não se uma vez que a respectiva matéria não estava regulamentada – o manifestou ou quem usou da palavra por apenas um minuto pode direito de apresentação de declaração de voto pelos Deputados que aproveitar o tempo restante para fazer declarações de voto. No não usaram da palavra será prejudicado. Portanto, propusemos esta entanto, o tempo para esse efeito não pode ser superior a três minutos. estipulação. Esperamos que os Deputados aproveitem, plenamente, os Não sei se entendi bem ou não. Se esta parte, como o que a Sr.ª três minutos fixados para se manifestarem. Deputada afirmou, está incluída no limite de trinta minutos, não serei capaz de presidir à reunião. O tempo remanescente pode ser, então, reservado, para os Deputados que não usaram de palavra poderem manifestar as suas Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Ng Kuok Cheong. opiniões, através da apresentação de uma declaração de voto. É possível que os problemas não sejam resolvidos. Contudo, foi nisto Ng Kuok Cheong: Obrigado Sr.ª Presidente. que a nossa discussão se baseou, ou seja, como podemos aproveitar efectivamente o limite dos trinta minutos. Obrigada. Sou um dos subscritores deste projecto. Contudo, como este projecto foi sujeito a inúmera discussão nos últimos meses, não me Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Au Kam San. consigo lembrar de todos os pormenores da discussão. Sinteticamente, lembro-me que a principal opção relativa à introdução desta alteração Au Kam San: Obrigado pelos esclarecimentos da Presidente da é que todos os Deputados podem concentrar-se na deliberação do Comissão de Regimento e Mandatos. No entanto, tenho uma dúvida. debate e fazer uma declaração simples. Independentemente da A Presidente Kwan sublinhou, há pouco, a eficácia dos trinta minutos. declaração de voto ser feita antes ou depois da votação, a nova Então, a declaração de voto é incluída nesses trinta minutos? Caso disposição tem por objectivo regulamentar a deliberação do contrário, a questão nada tem a ver com a eficácia desses trinta requerimento de debate. Independentemente da declaração de voto

N.° II - 89 - 13-7-2004 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 15 ser formulada antes ou depois da votação, é desejável que esta seja simples e formulada num tempo curto. Prevê-se um período de trinta (Decurso da votação) minutos para usar da palavra antes da votação. Todavia, permite-se a formulação de declarações de voto depois da votação. Seja como for, Presidente: Terminou a votação. Aprovado. os Deputados podem formular, de acordo com esta norma, apenas uma curta declaração. Independentemente desta declaração ser Vamos proceder à votação da proposta de eliminação do artigo formulada antes ou depois, o tempo total não pode ser superior a três 139.º, apresentada pelo Sr. Deputado Au Kam San. Srs. Deputados, minutos. É só isto que quero dizer. façam o favor de votar. O Sr. Deputado Au Kam San propôs a eliminação do n.º4 do artigo 139.º do presente projecto de lei, ou seja, Presidente: O que entendi é que... o texto elaborado pela Comissão.

Filipe Xavier: Peço desculpa. O que a Sr.ª Presidente entendeu é (Decurso da votação) correcto. A redacção da versão chinesa não está muito clara. Não existe plural em chinês, só em português. No fim do n.º4 do artigo em Presidente: Srs. Deputados, já todos votaram? causa, refere-se os três minutos previstos...a que se refere o número anterior. Como em chinês não há distinção entre o plural e singular, o Terminou a votação. Não aprovado. Este número não é eliminado. Sr. Deputado Au Kam San foi levado a entender que se prevêem Vamos passar à votação de todo o artigo 139.º. outros trinta minutos para além dos previstos no número anterior. (Decurso da votação) Presidente: Logicamente, não é viável. Actualmente são vinte e sete os Deputados, e na próxima legislatura serão vinte e nove. Se Presidente: Terminou a votação. Aprovado. cada Deputado recorrer aos três minutos para se manifestar, o período de trinta minutos estipulado vai ser ultrapassado. Tenho que encerrar Vamos passar à discussão, na especialidade, dos artigos 2.º a 5.º do a sessão antes dela se iniciar, uma vez que tenho de reservar tempo projecto de lei. Tem a palavra o Sr. Vice-Presidente. para formularem declarações de voto. Acho que todos estão já esclarecidos. Seja como for, vou passar a redacção desse número à Lau Cheok Va: O conteúdo da alínea e) do artigo 17.º, alvo de Comissão. Espero, sinceramente, que a Comissão consiga chegar a discussão há pouco, deve ser acrescida ao artigo 2.º; e vamos eliminar uma redacção clara que não cause desentendimentos. Tem a palavra o a alínea e) do artigo 17.º, o artigo 23.º e o artigo 142.º. Sr. Deputado Au Kam San. Presidente: Está bem. O Sr. Vice-Presidente apresentou uma Au Kam San: Obrigado Sr.ª Presidente. proposta relativa ao artigo 2.º, ou seja, a eliminação do artigo 23.º e do artigo 142.º, em conjugação com a eliminação da alínea e) do Quanto a esta matéria, quero dizer que não estou de acordo. Na artigo 17.º. Alguém quer manifestar-se sobre os artigos 2.º a 5.º? Tem realidade, mesmo que todos usemos os três minutos durante o debate, a palavra o Sr. Deputado Leong Heng Teng. o direito de formular declarações de voto está salvaguardado pelo artigo 65.º do Regimento. Portanto, não podemos ser privados do Leong Heng Teng: Obrigado Sr.ª Presidente. direito à formulação de declarações de voto, ainda que recorramos aos três minutos estipulados para o uso da palavra no período de Gostaria de colocar uma questão à Comissão sobre o artigo 3.º. debate. Esta prática não é razoável. A declaração de voto prevista no Acredito que foi tomado em consideração que se trata de uma artigo 65.º é um direito. disposição transitória. Este deve ser um método transitório. Obrigado.

Presidente: O Sr. Deputado Au Kam San manifestou a sua Presidente: Alguém quer manifestar-se sobre os artigos 2.º a 5.º? discordância em relação ao n.º4 do artigo 139.º. Como mais nenhum Se ninguém quer manifestar-se, vou pôr à votação, em primeiro lugar, Deputado se manifestou sobre o assunto, queria saber, Sr. Deputado o artigo 2.º uma vez que o Sr. Vice-Presidente propôs que a este Au Kam San, se quer apresentar alguma proposta de alteração. artigo se acrescentasse o conteúdo da alínea e) do artigo 17.º. Façam o favor de votar o artigo 2.º proposto pelo Sr. Vice-Presidente. Au Kam San: Sendo assim, proponho a eliminação do n.º4. Mesmo com a eliminação deste número, a declaração de voto está já (Decurso da votação) prevista noutros artigos, portanto, esta limitação constante do projecto de lei não é necessária. Presidente: Terminou a votação. Aprovado.

Presidente: Prevê-se no artigo 65.º que podemos formular Vou passar à votação dos artigos 3.º, 4.º e 5.º. Srs. Deputados, declarações de voto. Quando a Comissão elaborou o artigo 139.º, não façam o favor de votar. pretendeu privar-nos desse direito mas sim estipular, apenas, uma limitação de temporal. Portanto, vou passar ao plenário a votação da (Decurso da votação) proposta de alteração. Para além do artigo 139.º, alguém quer pronunciar-se sobre os restantes artigos? Se ninguém quer Presidente: Terminou a votação. O projecto de resolução que pronunciar-se, vou pôr à votação os artigos, com excepção do artigo introduz alterações ao Regimento da Assembleia Legislativa foi 139.º. Vamos votar em primeiro lugar os artigos elencados no ecrã. aprovado. Vamos proceder à discussão, na generalidade, do segundo Vamos votar os artigos, com excepção do artigo 139.º. A votação ponto da Ordem do Dia, que é o projecto de resolução intitulado deste artigo é adiada. Srs. Deputados, façam o favor de votar. “processo de interpelação sobre a acção governativa”. De acordo com

N.° II - 89 - 13-7-2004 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 16 o Regimento, este projecto deve ser distribuído a uma Comissão para a respectiva apreciação, depois de aprovado na generalidade. Portanto, No Capítulo II – Interpelação Oral – foram introduzidos alguns hoje vamos apenas proceder à apresentação e discussão na ajustamentos, que têm por objectivo reforçar o papel da interpelação generalidade deste projecto de resolução. Sr.ª Presidente da Comissão, oral, enquanto canal de comunicação. No meu entender isso é quer proceder a uma apresentação? positivo, portanto, apoio, plenamente, essa alteração.

Kwan Tsui Hang: Obrigada Sr.ª Presidente. No entanto, tenho-me sempre oposto às restantes limitações colocadas às interpelações escritas. Em 2001, foi já adoptada na No que respeita às alterações do processo de Assembleia Legislativa uma resolução para limitar e reduzir o interpelação...sabemos muito bem que não temos muita experiência número de interpelações escritas até duas por Deputado, por semana. no uso do novo poder fiscalizador, conferido à Assembleia Agora, tendo em conta que não há necessidade de uma nova redução, Legislativa depois da transferência de soberania, através das formas não vejo que haja necessidade para tal proposta, acho mesmo que esta de debate, interpelação, audição, etc.. Tendo em conta que o processo proposta é inadequada. Assim sendo, enquanto membro da Comissão, de interpelação é o mais utilizado, detectámos, através das sugestões não subscrevi este projecto de resolução. Portanto, acabei de referir, recolhidas juntos dos Deputados, que os colegas deram muita atenção apenas, a minha posição pessoal. Obrigado. à alteração do processo de interpelação. Tendo as sugestões recolhidas sido alvo de um estudo e análise técnica, a Comissão Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Au Kam San. chegou à conclusão de que era necessário aumentar o uso da interpelação oral, a fim de que os Srs. Deputados pudessem Au Kam San: Obrigado Sr.ª Presidente. implementar o poder fiscalizador com maior brevidade, e dar resposta aos assuntos em foco, sejam eles de natureza social, ou relacionados Gostaria de manifestar o meu apoio à adopção de uma forma mais com a vida dos residentes. Foram fixadas no texto do presente flexível, a fim de que o processo de interpelação oral seja mais projecto de resolução algumas limitações relativas ao uso da facilmente iniciado. De facto, o processo de interpelação oral tem interpelação, visando esclarecer as regras de funcionamento e sido, ao longo dos anos, excessivamente rigoroso, o que, na prática, minimizar eventuais conflitos. tem levado ao surgimento de problemas. Foram poucas as interpelações orais, não se concretizando, assim, o papel fiscalizador Se bem que não se tivesse chegado a um consenso no seio da sobre a acção governativa. No entanto, não sabemos ainda quais Comissão, no respeitante à necessidade de reduzir as interpelações serão os futuros efeitos da flexibilização e simplificação do processo escritas, a maior parte dos Deputados, refiro-me aos que de interpelação oral, uma vez que isso depende da apresentação apresentaram opiniões e sugestões sobre a revisão do Regimento, é efectiva de interpelações orais pelos Deputados. Por outro lado, favorável à redução das interpelações escritas. Portanto, a Comissão, reparo na nota justificativa o desejo de encontrar um melhor respeitando as opiniões recolhidas, propõe a introdução de alterações equilíbrio entre o processo de interpelação oral e o de interpelação à interpelação escrita, ou seja, os Srs. Deputados passam a poder escrita, ou seja, flexibiliza-se o processo de interpelação oral e, por apresentar uma interpelação escrita por semana. Os ajustamentos outro lado, reduz-se o número de interpelações escritas. Não estou de propostos foram tecnicamente analisados e posteriormente acordo com as limitações introduzidas às interpelações escritas. introduzidos pela Comissão, após a auscultação das opiniões dos Srs. Deputados. Naturalmente, não se impede que os Srs. Deputados Qual é o significado desse equilíbrio? Será que com a apresentem sugestões diferentes durante a discussão que se vai seguir, flexibilização do processo de interpelação oral, o número de ou junto da Comissão, durante a discussão mais aprofundada que virá interpelações orais será maior do que o de interpelações escritas? a ter lugar no seio da Comissão. Quanto à justificação de que alguns Deputados apresentam um número excessivo de interpelações escritas, e que isso dificulta as Os ajustamentos propostos têm por objectivo melhorar o exercício tarefas administrativas do Governo e origina desperdício de recursos, do poder fiscalizador dos Srs. Deputados sobre a acção governativa. pessoalmente, nunca ouvi qualquer queixa do Governo em relação a Devido à falta de experiência, as sugestões e opiniões apresentadas isso. Os Srs. Deputados pretendem encontrar um equilíbrio entre os podem não ser as mais perfeitas, por isso, espero poder contar com dois processos, mas qual é o fundamento para a necessidade de mais opiniões dos colegas. Obrigada. reduzir as interpelações escritas, depois de se proceder à flexibilização do processo de interpelação oral? Espero que esta Presidente: Alguém quer manifestar-se, na generalidade? Tem a temática seja alvo de discussão. Obrigado. palavra o Sr. Deputado Ng Kuok Cheong. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado José Manuel Rodrigues. Ng Kuok Cheong: Obrigado Sr.ª Presidente. José Manuel Rodrigues: Obrigado Sra. Presidente. O projecto de resolução relativo ao processo de interpelação envolve, na minha opinião, três vertentes. Primeiro, os limites É com grande satisfação que nós, membros da Comissão de relativos à forma de interpelação. Participei também na elaboração Regimentos e Mandatos, conseguimos trazer aqui a Plenário para deste projecto de resolução. Depois de um longo período de discussão e aprovação, não só a revisão do nosso Regimento, mas discussão, concordei com a colocação de limites de natureza formal, também a questão das interpelações. no sentido de aumentar o rigor das interpelações. Concordo plenamente. Mas quanto às eventuais zonas cinzentas, resultantes de Ao longo de meses de discussão no seio da Comissão, houve o limitações excessivas e do surgimento de conflitos desnecessários, cuidado e o sentido de responsabilidade de tomar em consideração a deve-se, no meu entender, proceder a um estudo mais aprofundado. questão fundamental e política de equilibrar, porque o que está em

N.° II - 89 - 13-7-2004 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 17 causa é o equilíbrio institucional entre a Assembleia Legislativa e o Deputados, o direito de fiscalização dos actos do Executivo. No Executivo. Quando optamos por estudar a possibilidade de aumentar entanto, presumo que numa outra perspectiva devemos olhar não só as interpelações orais, tomamos naturalmente em consideração a os nossos direitos, mas também atender a questões que de alguma eficiência da parte da interpelação escrita, sendo não poucas as forma poderão surgir em relação ao Executivo por via das duas opiniões que se manifestaram à Comissão, quer por força dos interpelações, sem se verificar um equilíbrio. Deputados, quer por força do Executivo, da falta de coerência e de necessidade das interpelações escritas. Por outro lado também havia Igualmente foi discutido em Comissão que, havendo as alguma dificuldade na interpelação oral, daí que nós com base neste interpelações orais que estabelecemos mais as duas interpelações equilíbrio político, optamos por simplificar o procedimento da escritas semanais, poder-se-á eventualmente criar uma situação de interpelação oral, dando por isso uma redução por parte da bloqueio em relação ao normal funcionamento dos serviços públicos interpelação escrita. e, portanto do Executivo em geral. Daí que o equilíbrio que foi por nós estabelecido, presumo ser o mais correcto. É evidente que no seio dos colegas haverá sempre a dúvida de tirar uma interpelação por semana, dado que do anterior era de poder-se Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Au Kam San, faça o fazer duas interpelações por escrito por cada Deputada por semana. O favor. efeito prático é grande e, para se ter eficiência na interpelação oral, julgo que está feito o tal equilíbrio político que referi. Daí que eu e Au Kam San: Obrigado Sr.ª Presidente. alguns colegas optamos por aprovar o documento baseando-nos na redução da interpretação escrita de duas para um por semana para Queria fazer um comentário sobre as intervenções de alguns cada Deputado. colegas. Qual é o significado do termo equilíbrio que os colegas têm vindo a sublinhar? Esse equilíbrio é ao nível da quantidade? O que Presidente: Alguém quer ainda manifestar-se, nesta fase de está aqui em causa é um equilíbrio entre o número de interpelações discussão na generalidade? Tem a palavra a Sr.ª Deputada Kwan Tsui escritas e orais ou um equilíbrio ao nível das tarefas de fiscalização? Hang. De facto, se se tratar de um equilíbrio ao nível das tarefas de fiscalização, então, as limitações às duas interpelações escritas por Kwan Tsui Hang: Obrigada Sr.ª Presidente. semana não têm significado. Na realidade, ninguém tem capacidade para assegurar que, semanalmente, só nos vamos deparar com dois Alguns colegas manifestaram já as suas opiniões quanto ao número problemas na sociedade ou com dois problemas sobre os quais é de interpelações escritas. Quanto às alterações introduzidas ao necessário interpelar. As duas interpelações escritas por semana são processo de interpelação oral, acredito que os colegas já chegaram a já uma limitação. um consenso. O problema reside, então, na interpelação escrita. De facto, são diferentes as opiniões sobre a interpelação escrita, tanto no Mesmo que as interpelações escritas sejam reduzidas para uma por seio da Comissão como entre os colegas. Lembro-me que quando a semana, não se atingirá o equilíbrio pretendido. Quanto ao equilíbrio Comissão foi incumbida da tarefa de alteração do Regimento e do ao nível da quantidade, o número de interpelações orais continuará a processo de interpelação, pedimos, por três vezes, aos Srs. Deputados, ser menor do que o de interpelações escritas, mesmo com a que apresentassem as suas sugestões. De acordo com as sugestões flexibilização do processo de interpelação oral. Por isso, reduzir o recolhidas, a maioria é a favor da redução do número de interpelações número de interpelações escritas para atingir um equilíbrio entre as escritas. Pessoalmente, sou a favor da manutenção de duas interpelações escritas e orais, é um tipo de equilíbrio que não tem interpelações escritas por semana, porque assim podem os Deputados significado. exercer os seus direitos através das interpelações. Acho que não há necessidade de reduzir as interpelação escritas de duas para uma por Quanto à falta de qualidade devido ao excesso de interpelações semana. Mas porque é que, enquanto membro da Comissão, escritas, não me parece que a redução do número de interpelações subscrevi este projecto de resolução? constitua um factor para a elevação da qualidade. Existe alguma justificação que nos mostre que a qualidade aumenta com a redução Após a auscultação das opiniões dos Srs. Deputados, verificou-se da quantidade? Para além disso, o Sr. Deputado José Manuel que a maioria era a favor da redução das interpelações escritas de Rodrigues referiu, há pouco, que o normal funcionamento de alguns duas para uma por semana, e devemos respeitar os resultados desse serviços públicos poderia ser afectado, e alguns Deputados disseram levantamento de opiniões. Contudo, durante esse levantamento, ainda que o Governo fica paralisado devido ao número excessivo de muitos Deputados não se manifestaram. Acredito que a aprovação interpelações escritas. Quais são os fundamentos para tais afirmações? deste projecto de resolução não impede uma discussão mais Provavelmente não estou bem informado; nunca ouvi dizer que os aprofundada, no seio da Comissão, quanto à necessidade de serviços públicos encontravam grandes dificuldades com a assunção introduzir ajustamentos ao processo de interpelação escrita. das suas tarefas devido ao número excessivo de interpelações escritas. Obrigada. Se realmente é assim, espero que os Srs. Deputados me possam informar sobre quais são os serviços onde isso se verifica, para que, Presidente: Algum dos Srs. Deputados quer...Tem a palavra o Sr. através da coordenação entre todos os Deputados, possamos reduzir a Deputado José Manuel Rodrigues. apresentação de interpelações escritas aos serviços em causa. Caso contrário, é irracional recorrer a falsos fundamentos para justificar a José Manuel Rodrigues: Obrigado Sra. Presiddente redução do número de interpelações escritas.

Sem dúvida que a Comissão que analisou esta revisão, assumiu a Na realidade, a interpelação escrita é o mais eficaz e activo responsabilidade em relação à questão que assiste cada um dos instrumento fiscalizador da acção governativa. Para já, não sabemos

N.° II - 89 - 13-7-2004 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 18 se a introdução de outros métodos produzirá efeitos, por isso, não é obstáculos relativos ao requerimento de interpelação oral, por isso, razoável colocar limitações ao instrumento mais dinâmico quando merecem o nosso apoio. No entanto, essas inovações não podem ser ainda não se sabe se os outros métodos darão resposta às aproveitadas como pretexto para reduzir o número de interpelações necessidades. escritas. Para além disso, não há fundamento para justificar a necessidade de manter o equilíbrio, tal como se refere no projecto de Para além do mais, assim não se acompanham as exigências da resolução. O Governo nunca manifestou explicitamente que não sociedade. É expectativa da sociedade que a Assembleia Legislativa conseguia dar resposta às interpelações escritas apresentadas pelos possa reforçar, com mais eficácia, a sua função de fiscalização sobre Deputados; e a máquina administrativa, tal como alguns Deputados a acção governativa. Daí que não aceite que sejamos nós próprios a alegaram, não paralisa devido ao número excessivo de interpelações colocar limitações, que sejamos nós a enfraquecer o instrumento escritas apresentadas. Estas referências não passam de disparates cujo fiscalizador mais dinâmico. Pessoalmente, não aceito. Obrigado. objectivo é reduzir a possibilidade de a Assembleia Legislativa fiscalizar o Governo. Presidente: Gostaria de alertar os Srs. Deputados de que nos encontramos na fase de discussão na generalidade. Este projecto de O alegado equilíbrio foi o meio adoptado para reduzir as resolução vai ser distribuído a uma Comissão para a respectiva interpelações escritas, uma vez que a flexibilidade introduzida no apreciação. O foco da nossa discussão tem sido o número de processo de interpelação oral aumentará, de forma geral, a interpelações orais, e alguns Deputados já se pronunciaram sobre o possibilidade de os Deputados se pronunciarem e fiscalizarem o assunto. Gostaria de chamar à atenção dos Srs. Deputados para que Governo. Por conseguinte, opomo-nos, veementemente, às limitações limitem a discussão à generalidade e para que não prolonguem a colocadas pelos próprios Deputados. Obrigado. discussão de determinados artigos. Durante a apreciação no seio da comissão, os Srs. Deputados que quiserem podem participar na Presidente: Parece-me que mais nenhum Deputado pretende discussão e manifestar as suas opiniões. formular declarações de voto. Assim sendo, declaro encerrada a sessão. Nessa altura haverá ainda possibilidade de se proceder a uma discussão mais aprofundada, bem como a uma recolha de mais opiniões dos Srs. Deputados. Se mais ninguém quer manifestar-se, Intérpretes-Tradutores: Gabinete de Tradução nesta fase de discussão na generalidade, vamos passar à votação. Redactores: Gabinete de Registo e Redacção Gostaria de chamar à atenção dos Srs. Deputados de que a aprovação deste projecto de resolução exige catorze votos. Srs. Deputados, façam o favor de votar.

(Decurso da votação)

Presidente: Terminou a votação. Aprovado.

Tem a palavra o Sr. Deputado Au Kam San.

Au Kam San: Gostaria de formular uma declaração de voto em meu nome e em nome do Sr. Deputado Ng Kuok Cheong.

O trabalho da Assembleia Legislativa, nomeadamente a representação das opiniões do público e a fiscalização da acção governativa, deve ser melhorado. A interpelação sobre a acção governativa é um meio através do qual os Deputados podem manifestar as suas opiniões e fiscalizar o Governo. A alteração do processo de interpelação deve ter por objectivo eliminar os obstáculos, por forma a dar mais oportunidades aos Deputados para se manifestarem e fiscalizarem o Governo, e não colocar limitações que restrinjam os direitos dos Deputados, o direito de se manifestarem e de fiscalizarem os actos do Governo.

Após o estabelecimento da RAEM foi efectuada uma alteração, em 2001, limitando as interpelações escritas a duas por semana, por Deputado. Agora, este projecto de resolução introduz uma outra limitação, a redução das interpelações escritas a uma por semana. Essa medida é uma limitação ao nosso poder, reduz o espaço dos Deputados para se manifestarem e fiscalizarem o Governo, razão pela qual manifestamos a nossa oposição.

As inovações introduzidas no Capítulo II do projecto de resolução – Interpelação Oral - tem por objectivo reduzir os