Cadernos EAV – Encontros Com Artistas (2012)
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GOVERNO DO RIO COORDENADORA SUPERVISOR TÉCNICO OCA LAGE VICE-PRESIDENTE DO PROGRAMA DAS OFICINAS Fabio Szwarcwald DE JANEIRO PRESIDENTE APROFUNDAMENTo | DE IMAGEM GRÁFICA CONSELHO GOVERNADOR CRIAÇÃO ARTÍStica 2014 Marcio Botner Roberto Tavares Adriana de Mello Barreto Luiz Fernando Pezão Anna Bella Geiger VICE-PreSIDENTE BIBLIOTECÁRIAS Adriana Scorzelli Rattes COORDENADOR Lisette Lagnado Adriano Estrella Pedrosa SECRETARIA DE DO PROGRAMA Danyelle Sant’Anna DIRETOR APROFUNDAMENTo | Maria Fernanda Nogueira Antonio Alberto Gouvea Vieira ESTADO ADMINISTRATIVO Curadoria 2014-15 Olga Alencar Daniel Senise DE CULTURA E FINANCEIRO Fernando Cocchiarale Carlos Alberto Mendes dos ASSISTENTES DE ENSINO Artur E. P. Miranda SECRETÁRIA DE ESTADO Santos Gomes COMISSÃO DE ENSINO Ana Carolina Santos DE CULTURA GERENTE ADMINISTRATIVO Glória Ferreira Lucas Leuzinger Eduardo Saron Adriana Scorzelli Rattes E FINANCEIRO Eliane Lustosa SECRETÁRIA DE RELAÇÕES Luiz Ernesto Moraes ASSISTENTES DE Rosana Ribeiro Ernesto Neto INSTITUCIONAIS Maria Tornaghi EXPOSIÇÕES E DEBATES GERENTE DE EVENTOS Eva Doris Rosental Olga Campista COMISSÃO DE PROJETOS Laara Hügel E PROJETOS Fernando Marques Oliveira SUBSECRETÁRIO Batman Zavareze Renan Lima Marcus Wagner Guilherme Gonçalves Sabrina Veloso DE PLANEJAMENTO George Kornis ASSESSORA DE Luis Eduardo da Costa Carvalho E GESTÃO Paulo Sergio Duarte ASSISTENTE DE EVENTOS COMUNICAÇÃO Luiz Camillo Osorio Mario Cunha SUPERVISORA DE ENSINO Naldo Turl Rachel Korman Luiz Chrysostomo de Oliveira Filho Selma Fraiman Renato Augusto Zagallo Villela SUPERINTENDENTE Vanessa Rocha SUPERVISOR dos Santos DE ARTES SECRETARIA ADMINISTRATIVO SUPERVISORA DO Ronaldo Cesar Coelho Eva Doris Rosental PROGRAMA EDUCATIVO Gisele Oliveira Sergio Bastos Cristina de Pádula Thais Sousa SUPERVISOR FINANCEIRO ESCOLA DE ARTES Victoria Moreno Hércules da Costa Souza VISUAIS SUPERVISORA DO SERVIÇOS GERAIS PARQUE LAGE NÚCLEO DE ARTE E ASSISTENTE EAV TECNOLOGIA E DAS SUPERVISOR ADMINISTRATIVO Rua Jardim Botânico, 414 DIRETORA OFICINAS DE IMAGEM Homero Gomes Carmen da Costa Souza Jardim Botânico Claudia Saldanha Rio de Janeiro | RJ GRÁFICA ASSISTENTES COORDENADORA CONSELHEIROS Tina Velho Janir Pereira 22461-000 DE ENSINO PRESIDENTE Tel | Fax: 21 3257 1800 PROGRAMA DE Iraci De Oliveira Tania Queiroz Paulo Albert Weyland Vieira www.eavparquelage.rj.gov.br CAPACITAÇÃO Gerson Freitas COORDENADORA DE DE MEDIADORES Roberto Nilton EXPOSIÇÕES E DEBATES Maria Tornaghi ASSISTENTE DE Clarisse Rivera Cristina de Pádula ELETRICISTA COORDENADOR DE Tania Queiroz Marcelo Gonçalves EVENTOS ASSESSORA DE PROJETOS Vitor Zenezi ESPECIAIS Sandra Caleffi ENCONTROS COM ARTISTAS BRÍgida baltar CADU CRÉDITOS DOS CADERNOS ORGANIZAÇÃO FELIPE Tania Queiroz Vanessa Rocha barbosa PROJETO GRÁFICO, CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE TRATAMENTO DE IMAGEM SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE fernanda E PRODUÇÃO GRÁFICA LIVROS, RJ Dupla Design GOMES FOTOGRAFIAS E74 Adriano Facuri, Cadu, Felipe LUIZ Escola de Artes Visuais do Parque Lage Felizardo, Luciano Bogado, ernesto Pat Kilgore, Studio Barbosa Cadernos EAV 2012 : encontros com artistas / Escola Ricalde, Wilton Montenegro de Artes Visuais do Parque Lage ; Organização: Tania Queiroz e Vanessa Rocha. RICARDO REVISÃO DE TEXTO – Rio de Janeiro : EAV, 2014. Rachel Valença 264 p. : il. ; 13 x 18 cm. – (Cadernos EAV) becker TRANSCRIÇÃO ISBN 978-85-64192-18-8 Vanessa Rocha 1. Arte contemporânea - Palestra. 2. Artistas brasileiros. 3. Baltar, Brígida, 1959-. 4. Cadu, 1977-. 5. Barbosa, Felipe, GRAVAÇÃO 1978-. 6. Gomes, Fernanda, 1960-. 7. Ernesto, Luiz, 1955-. Bruno Marcus 8. Becker, Ricardo, 1961-. I. Queiroz, Tania. II. Rocha, TOMBA Records Vanessa. III. Título. IV. Série. IMPRESSÃO Stamppa Gráfica CRB7 6590 / CRB7 0024/14 APRESENTAÇÃO Os Cadernos EAV: Encontros com Artistas reúnem um impor- Ivens Machado, Nelson Félix, Tunga, Beatriz Milhazes, Daniel tante acervo de conversas entre artistas consagrados e alunos do Senise, Eduardo Coimbra, Elizabeth Jobim, Vik Muniz e Wal- Programa Fundamentação da Escola de Artes Visuais do Parque tércio Caldas. Lage. Implementado pela EAV em março de 2009, com recursos Nos dois Cadernos de agora podemos conhecer os depoimentos da Secretaria de Estado de Cultura, o programa preparatório com de Brigida Baltar, Cadu, Carlos Vergara, Efrain Almeida, Felipe disciplinas fundamentais para a formação em arte visa oferecer Barbosa, Fernanda Gomes, Iole de Freitas, José Damasceno, Luiz uma iniciação ao aluno. Ernesto, Luiz Aquila e Victor Arruda. Com três professores para cada grupo, o Fundamentação promove, A diversidade dos processos de criação e das experiências resultan- a cada mês, encontros com artistas convidados. tes da atividade profissional de cada artista formam um singular Com o lançamento de mais dois volumes dos Cadernos EAV torna-se conjunto de idéias à respeito da vida e da arte e proporcionam público o resultado desses encontros, realizados em 2011 e 2012, depoimentos de rara riqueza e espontaneidade. entre artistas brasileiros e jovens do programa de ensino. Agradecemos a todos, artistas e professores, que generosamente Nos dois primeiros volumes, de 2009 e 2010, registrou-se os encon- colaboraram com este projeto, revelando parte da sua vivência tros com os artistas Anna Bella Geiger, Carlos Zílio, Ernesto Neto, artística e profissional. CLAUDIA SALDANHA - Diretora da EAV Parque Lage BRÍgida baltar 10 CADU 54 FELIPE barbosa 92 fernanda GOMES 144 LUIZ ernesto 202 RICARDO becker 230 10 BRÍgida Baltar Agradeço ao Parque Lage o convite e queria dizer que, para mim, é bem especial ter uma conversa neste lugar, principalmente porque também comecei a estudar na Escola de Artes Visuais, nos anos 1980 e, talvez com a mesma idade de vocês, estava com algumas inquietações. Então, eu acho que a gente pode aproveitar realmente esse momento para falar com franqueza dessas inquie- tações. Na verdade, elas acompanham todo nosso caminho – até hoje tenho insônias, dúvidas e questionamentos, mas sei que, quando somos estudantes ou ainda estamos iniciando nossas pesquisas artísticas, as pulsões são mais intensas e temos que administrar isso... Eu sempre gosto de começar falando desse início, porque, particularmente, estava aqui estudando arte e ao Presságio, 2012 mesmo tempo fazia uma faculdade de história, já havia iniciado Video still. Exposição O amor do pássaro rebelde a faculdade de arquitetura e experimentado ser atriz. Então, nas Cavalariças da EAV Parque Lage 12 13 CADERNOS EAV BRÍGIDA BALTAR o meu começo foi bastante conturbado, cheio de opções a fazer, e a mostrados foi uma estante com frascos de vidro que armazenavam pergunta era onde eu iria mergulhar profundamente. Há também goteiras recolhidas. Lá em Cuba me ofereceram uma sala com o momento, esse intervalo em que você já está trabalhando há resíduos de pinturas antigas nas paredes e rastros de goteiras no um tempo com arte e se pergunta: “Isso já é uma obra de arte?” espaço, então eu acabei colocando meu trabalho justamente na ou “Eu me considero uma artista?”. Meu crescimento aconteceu parte mais manchada da parede e pendurei ao lado uma capa de no processo de eliminações e escolhas. Foi uma busca, na ver- chuva transparente. dade, de identidade. E para isso parti da pura experimentação, do uso de materiais variados e tentativas de construção de um Em 1996, desenhei o formato do meu corpo na parede da casa pensamento e de uma obra, para chegar a um contorno com um e fiz a escavação desse molde. Essa ação nunca foi repetida em pouco mais de maturidade no início dos anos 1990. Incorporei uma galeria ou museu, porque o sentido acontecia para mim, no situações biográficas no trabalho e isso começou a acontecer espaço íntimo. Sem espectadores, a obra existe como fotografia por meio de pequenas ações que eu fazia usando o meu próprio e vídeo. Chamei de Abrigo. Ricardo Basbaum escreveu um texto corpo e, principalmente, a casa onde eu vivia, no Rio de Janeiro. que considero importante, em que ele fez umas colocações: “Você Por exemplo, eu fazia registros fotográficos de situações bem se situa num lugar extraordinário, que é numa parede onde você cotidianas, como tomar banho ou fazer um corte de cabelo, e tem uma visão particular incomum, você está num lugar que é então, finalmente, a casa passou a ser meio e suporte do próprio quase uma impossibilidade. Então, amplia esse lugar da visão.” trabalho. Mais tarde, quando comecei a participar de algumas exposições importantes, institucionais, foi bom ver meu trabalho A ideia era usar o corpo como estrutura e a casa como extensão situado e relacionado à geração 90. do próprio corpo. Eu gosto de pensar como se o corpo fosse uma continuação daqueles tijolos, o corpo como fortaleza, um corpo Estas são umas imagens da Bienal de Havana1 [Brígida inicia a que sustenta uma parede. projeção], de que participei em 1994, e pela primeira vez apre- sentei as ações que aconteciam naquela casa. Um dos trabalhos Sou árvore2 é uma fotoação, também intimista, feita em cima do sofá. 14 15 CADERNOS EAV BRÍGIDA BALTAR “A ideia era usar o corpo Este ano, dando aula aqui na EAV Parque Lage, ao lado de Mar- celo Campos e Efrain Almeida, estamos justamente falando sobre como estrutura e a casa a presença do corpo na arte contemporânea. A ideia do corpo como memória e como identidade foi uma vertente que interessou os artis- como extensão do próprio tas dos anos 1990 e, indo mais para trás, os artistas dos anos 1970. A Body Art aconteceu com suas experiências mais políticas e radicais. corpo. Eu gosto de pensar Silhuetas3 foi realizada em