Jason Chao Candidato À AL Pela Novo Macaupág 7
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0anos ao serviço 3de Macau Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4241 •Terça-feira, 2 de Abril de 2013 10 PATACAS ASSoCIAção vAI CoNCoRRER NAS ElEIçõES DE setembRo Com TRêS listas Jason Chao candidato ESPECIAl à AL pela Novo Macau Pág 7 A Páscoa na Ásia PÁGS 2 A 5 FOTO WONG SANG FOTO PUB Chamas ameaçaram Na Tcha Última Projecto de lei com o objectivo DSPA confirma importação de lixo tóxico por Macau de salvar o “pulmão de Macau” Na sequência de uma notícia avançada na sexta-feira pelo JTM, a Direcção dos Ser- Pereira Coutinho voltou às iniciativas le- viços de Protecção Ambiental (DSPA) confirmou ontem, num comunicado colocado gislativas e apresentou mais dois projectos no seu site, que “em 2011 recebeu avisos de organizações não governamentais no de lei, um dos quais visa travar os abusos estrangeiro de que tinha havido exportação de lixo electrónico exportado do Canadá ao nível da construção em Coloane. Pág. 6 para Macau”. Segundo a DSPA, foram descobertos 15 contentores e os importadores “foram obrigados” a seguir a Convenção de Basileia, sem no entanto esclarecer o que aconteceu ao lixo. Tal como o JTM deu conta, a Electronics Recycling Canada está a enfrentar um processo judicial por ter enviado para Macau, em 2011, baterias Cidade vai brilhar de azul de níquel-cádmio e de chumbo-ácido, assim como tubos de raios catódicos (são, por em solidariedade com autistas exemplo, os antigos ecrãs de televisão e de computador). A importação ocorreu entre Começa hoje e dura três noites consecutivas: Agosto e Dezembro de 2011. A DSPA diz agora que após aquela data não recebeu a Torre de Macau vai estar iluminada de mais nenhum alerta da importação daquele tipo de lixo do Canadá para Macau. azul para chamar assinalar o Dia Mundial da Consciencialização do Autismo. CENTRAIS 02 JTm | especial Terça-feira, 2 de Abril de 2013 Terça-feira, 2 de Abril de 2013 JTm | especial 03 A Páscoa na Ásia A Páscoa na Ásia bAIRRo PoRTUGUêS DE mAlACA CElEbRA PÁSCoA Com FoRTE TRADIÇÃO cruz de Cristo já à porta para que todos possam ter opor- tunidade de adorar a imagem que simboliza este dia de celebração. Velas a postos, encontramos Richard Hendricks no Religião é o último reduto das origens meio da multidão. Apresenta-nos três moradores do bairro português, uma mulher com duas filhas adoles- centes e um casal sénior. Malaios, chineses, portugueses Com evidente simpatia e curiosidade pela origem por- de Malaca, indianos. Todos se tuguesa de quem os visita, fazem perguntas, mais do que respondem. A mesma curiosidade que levou outros mo- juntaram nas preces, desejos e radores a aproximarem-se para dois dedos de conversa. devoção na Sexta-feira Santa na “Somos todos muito devotos, mas os meus pais pu- xavam-me pela orelha para ir à missa todos os domin- Igreja de São Pedro em Malaca. É gos”, explicou Andrea. Não com a mesma severidade, assim todos os anos, católicos e mas com sentido de preservar certos valores, diz que fez não católicos partilham o costume o mesmo com as filhas, que naquele dia a acompanha- vam na procissão. de celebrar a quadra pascal Contou-nos que as filhas “são baptizadas e frequen- que inclui uma procissão e uma tam a catequese”. “Espero que percebam a importância vigília. Os moradores do bairro da religião e que sigam com devoção e me acompanhem sempre”. português de Malaca marcam “A religião é importante para preservar a nossa cultu- presença em peso. A celebração da ra, em especial num país que podemos considerar como Páscoa culmina com uma missa muçulmano”, frisou o habitante mais velho. Compara o catolicismo com o “kristang”, naquilo que representa na manhã de domingo que faz os laços que ainda permanecem às origens. Mas a força transbordar de gente a capela da religião supera, e muito, nesse entrelaçar do presente com o passado. da Nossa Senhora da Imaculada Os dois filhos saíram da Malásia, um para o Sri Conceição. Porque a religião Lanka e outro para as Maldivas. Da boca dos pais, com católica, a par do “kristang”, são orgulho, sabe-se que continuam a rezar, apesar de não Procissão juntou católicos e não católicos terem onde. “Nas Maldivas não há igreja e no Sri Lanka os últimos laços que os ligam às fica muito longe de onde ele está. Mas sempre que vêm origens a Malaca visitam a igreja e vamos à missa”. Filas à porta da igreja de São Pedro No que à religião diz respeito, garantem que os ne- tos são devotos e aprendem os costumes da igreja cató- todos aguardaram pela entrada na igreja Ainda assim, explicado o motivo que no bairro juntámo-nos para rezar por lica sempre que passam as suas temporadas na terra de de São Pedro às primeiras horas do dia. nos levava ali, a simpatia e prontidão não eles, sem olhar às diferentes religiões”, origem dos pais. Mas os avós queixam-se que os mais Dos lados, dois altares com imagens se fizeram esperar. Ainda não tinha che- contou. novos estão a perder o hábito de aprender “kristang”. de Nossa Senhora e mais filas, menos sig- gado à mesa o peixe grelhado em folha Quanto a casamentos, houve já alguns “Não tarda a desaparecer”, diz o avô com evidente de- nificativas, mas com o mesmo ambiente de bananeira, já nos tinha sido apresen- católicos que se converteram ao Islão. sapontamento. Outro morador junta-se à conversa atirando uma Sandra Lobo Pimentel de devoção, onde se queimaram velas e tado Richard Hendricks, o secretário da “Acontece, por vezes, mas é raro. Mas é em Malaca fizeram promessas aos pés dos santos. associação que gere os assuntos da pa- mais fácil converter um católico, porque ou outra palavra no crioulo português. “O ‘kristang’ já Os rostos da multidão revelam uma róquia na comunidade. “Passei por aqui os muçulmanos são muito rígidos nessas não se fala como antes, vai acontecer como em Macau”, intrigante heterogeneidade, mas a vene- para vir buscar material, mas estamos to- coisas. Não posso dizer que não tenha sa- sublinhou. O inglês, esse sim, é fluído na esmagadora ração à cruz, com os tradicionais beijos dos na igreja de São Pedro a organizar as bido do oposto, mas quando sucede não maioria dos casos. É-nos explicado que é uma língua en- uito cedo, bem perto do centro nos pés de Cristo crucificado, carregavam celebrações”, apressou-se a explicar. é às claras, é mais reservado”. sinada nas escolas, por isso não admira que em todo o de Malaca, a igreja de São Pe- a mesma emoção e solenidade. Richard fala “kristang” e é católi- Apressado, teve tempo de explicar lado seja corrente e os turistas não sintam dificuldades dro, construída por descenden- Cynthia e Sylvia, irmãs de 19 e 20 co. Conta-nos que no reduto lusitano o como seriam as comemorações da Pás- de maior. “Também ajuda mais nos negócios”, comple- Mtes portugueses, é o ponto de encontro anos, seguram as velas sentadas do lado crioulo português é falado nas conversas coa, sublinhando que não se comparam mentou Richard Hendricks. para assinalar as festividades da Páscoa. de fora da igreja. De origem chinesa, di- de alpendre e ainda é bastante usado pe- ao Natal, “essa sim, a grande festa religio- Sobre as celebrações, contam que é costume a procis- O edifício foi destruído aquando da ocu- zem que todos os domingos, desde que los habitantes. sa do bairro português de Malaca”. são ter muita gente, “mais do que a vigília de sábado à pação holandesa, mas acabou por lhe ser se lembram, que vão à missa com toda a As casas no bairro português de Mala- O domingo de Páscoa, único dia em noite”. Isto porque não são apenas os católicos que per- reconhecido valor e foi reconstruído, sen- família. “É uma tradição familiar”. ca são pequenas moradias térreas, muitas que as comemorações são no bairro, é correm as ruas em marcha solene. “Aqui em Malaca há do hoje a mais antiga igreja católica da Já nasceram na Malásia e cumpriram feitas em madeira, com portões de ferro assinalado com uma missa matutina na muita gente que celebra a Sexta-feira Santa. Fazem pre- Malásia. todos os rituais da religião católica. “Aos e largos alpendres. Quase todas apresen- capela da Nossa Senhora da Imaculada ces, pedem a Deus e cumprem promessas também”. Capela do bairro português permaneceu fechada Mas não falamos só dos devotos à re- 18 anos recebi a minha confirmação e es- tam sinais do forte pendor religioso que Conceição. Acontece também um grande na Sexta-feira Santa Crentes esperaram horas para beijar a cruz de Cristo ligião católica apostólica romana. Num colho continuar devota à religião”, con- move a comunidade. almoço e convívio na comunidade. “Con- Devoção atravessou as ruas ao cair da noite país que, grosso modo, se pode dizer fessou Cynthia. Richard conta-nos que todos os 1.200 tamos com 500 a 700 pessoas. Não cabem A marcha solene saiu do adro da igreja à hora mar- muçulmano, mas no qual existe liberda- A estudante de 20 anos não hesita em habitantes do bairro são católicos pra- na capela. É uma grande festa”. cada. O silêncio tomou conta da multidão. As ruas já es- de religiosa consagrada na lei, mesmo os dizer que “a religião serve para enfrentar ticantes, entre os quais “500 a 600 crian- Combinamos encontrar-nos mais tar- tavam desertas a abrir caminho para as cerca de mil e que professam outras crenças e religiões a vida” e agradece à mãe o facto de lhe ter ças”.