(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL)

第五屆立法會 第四立法會期(二零一六 – 二零一七) 第一組 第 V-124 期 V LEGISLATURA 4.a SESSÃO LEGISLATIVA(2016-2017) I Série N .o V-124

Data: 7 de Agosto de 2017 de Justiça; 8 de Agosto de 2017 Leong Pou Ieng, Subdirectora dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ); (Início e termo da reunião de 7 de Agosto) Ho Choi Seng, Chefia Funcional da 2.ª Divisão de Produção Legislativa da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ); Início da reunião: 15 horas Raimundo Arrais do Rosário, Secretário para os Transportes e Obras Termo da reunião: 19 horas e 37 minutos Públicas; Arnaldo Ernesto dos Santos, Presidente do Instituto de Habitação; (Início e termo da reunião de 8 de Agosto) Carmen Maria Chung, Subdirectora dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ); Início da reunião: 15 horas Ung Chi Keong, Chefe do Departamento de Tradução Jurídica da Termo da reunião: 21 horas e 27 minutos Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ); Nip Wa Ieng, Chefe da Divisão de Assuntos Jurídicos do Instituto de Local: Sala do Plenário do Edifício da Assembleia Legislativa, sito Habitação (IH); nos Aterros da Baía da Praia Grande, Praça da Assembleia Liu Dexue, Director dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ); Legislativa. Fong Vai Seng, Chefe dos Serviços de Ambiente e Licenciamento do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM); Presidente: Ho Iat Seng Iam Lei Leng, Chefe do Departamento de Estudos do Instituto de Habitação (IH); Vice-Presidente: Lam Heong Sang Lai Weng Leong, Chefe do Departamento de Urbanização da Direcção dos Serviços de Solos Obras Públicas e Transportes Primeiro-Secretário: Chui Sai Cheong (DSSOPT); Lei Chon Mui, Chefe de Divisão do Licenciamento Administrativo Segundo-Secretário: Kou Hoi In do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM); e, Filipe Pereira, Chefia Funcional da 1.ª Divisão de Produção (Deputados presentes e ausente da reunião de 7 de Agosto) Legislativa da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ).

Deputados presentes: Ho Iat Seng, Lam Heong Sang, Chui Sai (Convidados presentes na reunião de 8 de Agosto) Cheong, Kou Hoi In, , , , Ng Kuok Cheong, Vitor Cheung Lup Kwan, Tsui Convidados: Wai Kwan, Chan Chak Mo, Cheang Chi Keong, , Vong Chan Hoi Fan, Secretária para a Administração e Justiça; Hin Fai, José Maria Pereira Coutinho, Chui Sai Peng Jose, Leong On Liu Dexue, Director dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ); Kei, , Lau Veng Seng, , , Carmen Maria Chung, Subdirectora dos Serviços de Assuntos de Chan Melinda Mei Yi, Tong Io Cheng, Leong Veng Chai, Chan Iek Justiça (DSAJ); Lap, Chan Hong, Zheng Anting, Si Ka Lon, Ma Chi Seng, Lei Fong Vai Seng, Chefe dos Serviços de Ambiente e Licenciamento do Cheng I, Wong Kit Cheng e . Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM); Iam Lei Leng, Chefe do Departamento de Estudos do Instituto de Deputado ausente: Sio Chi Wai. Habitação (IH); Lai Weng Leong, Chefe do Departamento de Urbanização da (Convidados presentes na reunião de 7 de Agosto) Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT); Convidados: Lei Chon Mui, Chefe de Divisão do Licenciamento Administrativo Chan Hoi Fan, Secretária para a Administração e Justiça; do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM); e, Lio Chi Hon, Assessor do Gabinete da Secretária para os Assuntos Filipe Pereira, Chefia Funcional da 1.ª Divisão de Produção (Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 2 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日

Legislativa da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ). de funcionamento, verifica-se que é limitado o número de iates a fazer este trajecto, o que espelha algumas limitações de . (Ordem do Dia da reunião de 7 de Agosto) Apesar de ser uma cidade portuária com uma longa história, Macau não tem enfatizado a componente da cultura marítima e falta Ordem do Dia: diversidade às actividades marítimas, uma vez que, de acordo com a 1. Discussão e votação na especialidade da proposta de lei informação dos Serviços de Turismo sobre as actividades, parece intitulada “Determinação de não vigência de leis e decretos-leis que as Regatas Internacionais de Barcos-Dragão são a única publicados entre 1976 e 1987”; actividade aquática. O Governo deve então enriquecer as actividades 2. Discussão e votação na especialidade da proposta de lei marítimas, por forma a colmatar as limitações, e valorizar e fazer intitulada “Lei da actividade comercial de administração de bom uso dos 85 km2 de área marítima concedida pelo Governo condomínios”; Central. 3. Discussão e votação na especialidade da proposta de lei intitulada “Regime jurídico da administração das partes comuns do As cidades portuárias de renome têm normalmente eventos condomínio”. marítimos de grande escala, por exemplo, festivais de barcos à vela, competições de desportos aquáticos, feiras de embarcações de (Ordem do Dia da reunião de 8 de Agosto) recreio, actividades que enriquecem o turismo e acarretam também oportunidades de comércio, reforçando as características culturais Ordem do Dia: das cidades. Espero que o Governo planeie activamente eventos 3. Discussão e votação na especialidade da proposta de lei marítimos, e o ideal era poder acrescentar todos os anos um ou dois intitulada “Regime jurídico da administração das partes comuns do eventos aquáticos regulares de grande escala, que através de um condomínio”. aperfeiçoamento contínuo, poderão transformar-se em cartões-de- visita de Macau, no sentido de tirar bom proveito dos recursos Sumário: Intervenções no período de antes da Ordem do Dia dos históricos que Macau possui enquanto cidade portuária famosa. O Deputados Lau Veng Seng, Ho Ion Sang, Chui Sai Peng Jose destacar das características da cultura marítima pode reforçar a (também em nome do Sr. Deputado Kou Hoi In), Chan Meng Kam, atractividade de Macau. Por exemplo, para as viagens individuais de Song Pek Kei, Si Ka Lon, Lei Cheng I, Kwan Tsui Hang, Chan iate, não basta levantar os obstáculos aduaneiros e burocráticos, é Melinda Mei Yi, Ma Chi Seng, Zheng Anting, Mak Soi Kun, Leong também necessário criar motivos para as pessoas virem a Macau de Veng Chai, Chan Hong, Ng Kuok Cheong, Au Kam San, Wong Kit iate. E os eventos culturais marítimos são, precisamente, um bom Cheng e Leong On Kei. Seguiu-se a discussão e votação na motivo. Obrigado. especialidade da proposta de lei intitulada “Determinação de não vigência de leis e decretos-leis publicados entre 1976 e 1987” e da Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Ho Ion Sang. proposta de lei intitulada “Lei da actividade comercial de administração de condomínios”, e ambas foram aprovadas. Por fim, Ho Ion Sang: Obrigado, Sr. Presidente. procedeu-se à discussão e votação na especialidade da proposta de lei intitulada “Regime jurídico da administração das partes comuns Caros Colegas: do condomínio”, tendo a maioria do seu articulado sido aprovada. O regime de segurança social funciona com base no princípio de Acta: seguro social e no modelo “pay-as-you-go”, mas o Fundo de Segurança Social enfrenta o problema das baixas contribuições, (Sessão de 7 de Agosto) portanto, só com a injecção de verbas por parte do Governo é que é possível assegurar a maioria das despesas com a segurança social. A Presidente: Srs. Deputados: fim de evitar os riscos de falência do Fundo e de responder às necessidades sociais em relação ao aumento da pensão para idosos, Vamos dar início à sessão de hoje. Inscreveram-se 18 Deputados entre 2013 e 2016, o Governo injectou 37 mil milhões no referido para intervir no período de antes da ordem do dia. Tem a palavra o Fundo, mas o plano respectivo já está concluído. Em 1 de Janeiro Sr. Deputado Lau Veng Seng. deste ano também ajustou o valor das contribuições para 90 patacas, só que as receitas provenientes dessas contribuições não conseguem Lau Veng Seng: Obrigado Sr. Presidente. suportar as despesas. Segundo os dados disponíveis, em 2016, as despesas com a pensão para idosos atingiram 2,9 mil milhões de Caros Colegas: patacas, e as receitas totais do Fundo atingiram 20,5 mil milhões, no entanto, só 0,93% foram contribuições. Perante a situação de serem Nos últimos anos, o Governo tem promovido diferentes muito mais as despesas do que as receitas, podemos prever que o actividades culturais, não só com vista a criar um ambiente cultural, Fundo vai continuar a depender do Governo e das receitas do jogo mas também para que acarretem oportunidades para o turismo e o ainda durante algum tempo. comércio, incentivando o desenvolvimento socioeconómico saudável. No âmbito da tutela da Secretaria para os Assuntos Sociais Como todos sabem, o regime de segurança social é um tipo de e Cultura, o Instituto Cultural e a Direcção dos Serviços de Turismo seguro social que necessita de apoio do Governo, dos trabalhadores organizam todos os anos muitas actividades, e o Secretário Alexis e dos empregadores. Mas, atendendo ao ritmo do ajustamento e ao Tam afirmou que ia fazer de Macau uma capital das festividades, valor das contribuições, é impossível assegurar o funcionamento portanto, essas actividades produzem algum efeito no sentido da sustentável do Fundo. Na sequência do envelhecimento promoção do desenvolvimento da cultura e do turismo. populacional, a pensão para idosos e outros subsídios vão aumentar, Recentemente, iniciou-se oficialmente o projecto de viagens e não vai ser possível evitar depender do Governo para manter o individuais de iate entre Zhongshan e Macau e, após alguns meses funcionamento. Para prevenir os riscos de défice do Fundo, o

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 3

Governo deve assumir ainda mais responsabilidades e aperfeiçoar locais, havendo consenso sobre isto na sociedade. Durante todo este gradualmente o plano de injecção de verbas. tempo, muitas pessoas sugeriram algumas opiniões, onde se inclui a criação de uma faculdade de medicina numa instituição de ensino De facto, nos termos dos n.º 7 e n.º 8 do artigo 22.º da Lei n.º superior, com vista a poder formar talentos para esta área e a elevar 16/2001 -“Regime jurídico da exploração de jogos de fortuna ou a qualidade destes profissionais. O Governo já pensou nesta matéria azar em casino”, as concessionárias estão obrigadas a efectuar e avaliou-a bem, mas ainda não se registaram resultados em contribuições com um quantitativo anual de valor não superior a 3% concreto, e o ponto fulcral é que Macau tem uma população pequena. das receitas brutas de exploração do jogo para o desenvolvimento O pessoal médico até pode resolver facilmente as doenças vulgares, urbanístico, a promoção turística e a segurança social, e a efectuar mas é mais difícil obter experiência para as doenças menos vulgares. contribuições com um quantitativo anual de valor não superior a 2% Pelo exposto, o Governo está constantemente a investir em das receitas brutas de exploração do jogo para uma fundação pública equipamentos médicos, mas isso não resolve o problema de “Macau que tenha por fins a promoção, o desenvolvimento e o estudo de ter equipamentos sofisticados, mas sermos atrasados na técnica”, e acções de carácter cultural, social, económico, educativo, científico, por isso é difícil dar confiança aos doentes que precisam de académico e filantrópico. O Governo injectou parte do referido consultas de especialidade. quantitativo no FSS, e em 2013 a percentagem daquele quantitativo aumentou de 60% para 75%, mas mesmo assim, as contribuições Macau pode tomar como referência o modelo de criação do para o Fundo não são suficientes para suportar as despesas. Além Hospital da Universidade de Hong Kong na cidade de Shenzhen, disso, as receitas do jogo passaram de 20 mil milhões de patacas, escolher o modelo e a proposta que sejam adequados para Macau e, nos primórdios da liberalização do sector do jogo, para 220 mil através do investimento em instalações médicas, promover a milhões de patacas no ano passado, só que, nestes dez anos, o cooperação regional, bem como ser uma plataforma para formar a referido quantitativo nunca foi ajustado. Os contratos de concessão equipa médica de Macau. Com o nível salarial de Macau, pode-se do jogo estão a acabar, os primeiros vão ser em 2020, e vai haver introduzir médicos de alta qualidade do Interior da China para lugar a nova concessão de licenças. São cada vez mais as vozes da ensinar os médicos de Macau. Com base nos 60 milhões de pessoas sociedade a exigir que as concessionárias do jogo assumam mais existentes na Grande Baía, acredita-se que o conhecimento sobre responsabilidades sociais. De facto, acredita-se que, aquando da doenças é muito maior do que em Macau, com apenas 600 mil definição do referido quantitativo, o Governo não tivesse habitantes, o que contribui para dar mais conhecimentos à equipa conseguido prever a subida surpreendente das receitas do jogo, um médica de Macau e servir como base de formação. aumento que levou à distribuição irregular dos recursos sociais e à impossibilidade de aplicar os recursos adequadamente. Com vista a O Governo está a realizar um conjunto de trabalhos de assegurar a estabilidade financeira do FSS e que este consiga dar planeamento sobre a Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. resposta ao envelhecimento populacional, sugiro ao Governo que Sugerimos a realização de estudos inovadores sobre a construção de pense em aproveitar a oportunidade da reabertura do concurso um hospital de alta tecnologia numa das cidades da Grande Baía, público para ajustar a percentagem das dotações provenientes das onde a RAEM possa ter um papel dominante nessa unidade receitas do jogo, que realize estudos no sentido de aumentar as hospitalar. A cidade de Zhongshan, posicionada como centro modal verbas provenientes das receitas brutas do jogo, e que pense no regional, com uma localização adequada e a beneficiar das aumento adequado da percentagem das dotações a injectar no FSS. vantagens do Corredor de Ligação Shenzhen-Zhongshan, neste Obrigado. momento, está a orientar o seu desenvolvimento para a indústria dos “cuidados gerais de saúde”. Trata-se de uma cidade da região da Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Chui Sai Peng. Grande Baía situada próxima de Macau, com facilidades de acesso e uma desenvolvida rede de transportes, sendo, por isso, uma boa Chui Sai Peng Jose: Obrigado, Sr. Presidente. escolha. Através desse hospital da Grande Baía, pode-se contribuir para a formação da nova geração de pessoal de cuidados médicos. Apresento esta intervenção também em nome do Sr. Deputado Mais, esse hospital pode também prestar serviços médicos de Kou Hoi In. qualidade a preços idênticos aos de Macau aos residentes do território, especialmente aos jovens empreendedores que estão a O desenvolvimento da estratégia da “Grande Baía” Guangdong- trabalhar no Interior do Continente, assim como aos doentes em Hong Kong-Macau foi já integrado no grande plano ao nível recuperação depois de intervenção cirúrgica. Por outro lado, pode nacional, e Macau deve pensar em como se pode aproveitar esta também prestar esses serviços médicos aos doentes de outras oportunidade para ajudar o desenvolvimento sustentável urbanístico cidades da Grande Baía, como forma de acelerar, melhorar e de Macau, para as gentes de Macau, aquando da integração no fortalecer o processo de integração regional, para que Macau processo histórico da Grande Baía, poderem dar o seu contributo e desempenhe um papel ainda maior na construção de uma zona de também partilhar os frutos. Como diz o ditado: “quem tem saúde elevada qualidade de vida integrada nessa região. Obrigado. tem tudo”, por isso, começamos hoje por abordar a saúde. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Chan Meng Kam. Nos últimos anos, o Governo da RAEM investiu avultados recursos financeiros nos serviços médicos públicos e, apesar de os Chan Meng Kam: Obrigado, Sr. Presidente. cuidados primários obterem com sucesso o reconhecimento da sociedade e da Organização Mundial de Saúde (OMS), os residentes Recentemente, a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental de Macau continuam a exigir o melhoramento da qualidade dos destacou pessoal para fiscalizar milhares de lojas que receberam serviços médicos especializados. financiamento para a instalação de produtos de protecção ambiental, no sentido de verificar a conformidade com a descrição e fotografias Desde longa data, quer a área da medicina quer a sociedade apresentadas há cerca de 5 anos: verificar se os produtos existem esperam que se possa elevar a capacidade profissional dos médicos realmente ou se houve alterações do local de instalação, etc. Se

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 4 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 houver qualquer falha, nem que seja uma lâmpada LED, é produtos avariados, a não ser que se pretenda fechar a loja. necessário, conforme as exigências da carta registada entretanto recebida, apresentar “justificação por escrito” e aguardar o A conservação energética é uma tendência mundial na protecção respectivo tratamento. Por isso, aquela Direcção, que antes era um do ambiente, e acredito que tem o apoio da maioria dos residentes. A deserto, está agora bastante animada, pois há mais residentes a intenção subjacente ao “Plano de Apoio Financeiro à Aquisição de passar por lá para entregarem a justificação. No entanto, quase todos Produtos e Equipamentos para a Protecção Ambiental e a se queixam de que se trata de “uma ‘péssima ideia’, burocrática e Conservação Energética” é boa, mas falta cientificidade logo à afastada da realidade, que incomoda a população e faz gastar partida, quer na sua concepção, quer na escolha dos produtos. Se até dinheiro!” os homens morrem, quanto mais esses bens consumíveis. Portanto, no entender da maioria da população, exigir a substituição desses Em Setembro de 2011, a DSPA lançou o Plano de Apoio produtos só ao fim de cinco ou mais anos só pode ser resultado da Financeiro à Aquisição de Produtos e Equipamentos para a burocracia de um qualquer estudioso pateta. Obrigado. Protecção Ambiental e a Conservação Energética, segundo o qual as lojas ou associações que satisfaçam as devidas exigências podem Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Song Pek Kei. receber apoio financeiro correspondente a 80% do montante total da aquisição ou substituição dos designados produtos e equipamentos Song Pek Kei: Obrigada, Sr. Presidente. de protecção ambiental. Entre 2012 e finais de 2015, registaram-se 4.000 casos de concessão de apoio financeiro, as primeiras lojas A taxa de empregabilidade é alta, mas muitas pessoas com receberam apoio há 5 anos, portanto, vários residentes entendem que idades entre os 50 e os 60 anos têm dificuldades em encontrar um esta fiscalização, onde se exige que tudo esteja na mesma, só pode bom emprego, em comparação com os jovens. Como são mais ser uma piada, resultante do desconhecimento dos governantes velhas e têm menos técnicas, não são primeiras escolhas das acerca da realidade em que vive a população. empresas, portanto, a sua sobrevivência no mercado de trabalho é difícil. A acusação dos residentes prende-se com uma razão muito simples. O pedido de apoio financeiro era feito pelo próprio Mesmo quando a economia está boa e há mais trabalho, os requerente ou através de empresas de protecção ambiental trabalhadores mais velhos são alvo de injustiças, mas se querem qualificadas, sempre de acordo com as exigências fixadas. Após subsistir, têm de as tolerar. E quando a economia não está boa e são autorizado o pedido, o requerente tinha de pagar primeiro o produto, poucas as oportunidades de emprego, são os primeiros a ser montá-lo conforme as opções indicadas, e enviar a respectiva despedidos. Assim, é grande o seu sentimento de insegurança. fotografia à DSPA, que só passado um determinado período é que concedia o subsídio. Tal prática demonstra que os requerentes só Com o ajustamento da economia nos últimos dois anos, algumas podiam confiar no Governo, pagando adiantado para depois obter o empresas tiveram de reduzir custos, por isso, preferem contratar subsídio. A DSAP, com as fotografias em mão, sabia obviamente trabalhadores não residentes, especialmente as grandes empresas do que os produtos já tinham sido montados de acordo com as jogo, o que contraria a política de emprego do Governo quanto à exigências fixadas, senão não teria concedido o subsídio. Passaram- prioridade a dar aos residentes. O Governo não pode deixar que a se cinco anos e aquela Direcção vem agora fazer uma nova situação se mantenha, deve sim assegurar que não se ultrapasse a fiscalização, mais parecendo que “a mão esquerda desconfia da linha de fronteira dessa política. Durante a fiscalização de rotina, direita”. Afinal de contas, está a suspeitar que os produtos foram deve acompanhar melhor e de perto a situação e reforçar a removidos e vendidos? fiscalização respectiva, para salvaguardar o direito de emprego dos residentes mais velhos. Por exemplo, no sector da restauração, o que mais subsídios recebeu para produtos como lâmpadas LED, aparelhos de ar Actualmente, as autoridades oferecem serviços de colocação aos condicionado e extractores de fumo e óleo, nem são precisos cinco residentes despedidos, mas não há efeitos práticos. Segundo os anos, ao fim de alguns meses já os equipamentos estão cobertos de dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, nos óleo e pó, e o preço da sua revenda nem cobre as despesas com a sua primeiros cincos meses deste ano, registaram-se na DSAL 800 remoção; ademais, se fossem removidos, será que os restaurantes candidatos com 60 anos, mas só 130 conseguiram emprego, uma podiam funcionar, sem luz e sem ar condicionado? A razão é tão taxa de colocação de apenas 16%. Despendeu-se muito em recursos simples e os dirigentes da DSAP não percebem. Ou será que fazem humanos e materiais, mas a eficácia é baixa, e as razões disto dos residentes “parvos”? merecem a nossa reflexão. Portanto, como aumentar a eficácia das colocações no futuro é algo a que deve ser dada mais atenção. Um homem de fato e gravata num gabinete com ar condicionado a tratar da protecção ambiental é totalmente diferente daquele que Muitas pessoas nascidas nos anos 50 e 60 encontram-se anda de calções e chinelos na cozinha a confeccionar refeições. Os num “vácuo”, estão prestes a reformar-se, mas têm boas condições residentes que trabalham na restauração pensaram, no início, que “o físicas e abundante experiência de vida, sendo perfeitamente subsídio era um tesouro”, só que tiveram de substituir os produtos capazes de continuar a trabalhar. Mesmos que não tenham pressões pouco depois da sua instalação, nomeadamente as lâmpadas LED de económicas, esperam obter sustento espiritual através do trabalho. uma certa marca, pois a sua base é de plástico e partiu-se logo Com o envelhecimento da sociedade, são cada vez mais escassos os quando se enroscava a lâmpada. E essas lâmpadas são dez vezes recursos humanos, portanto, promover a integração das pessoas mais caras do que as lâmpadas fluorescentes normais. Outro idosas e de meia-idade no mercado de trabalho é um aspecto exemplo são os aparelhos de ar condicionado de uma determinada importante a ter em conta na política de mão-de-obra. Assim, ao marca, que levam muito tempo até arrefecer o ambiente e cuja criar mecanismos de protecção de longo prazo, há que definir ventoinha é fraca. Estes produtos são bonitos, mas não têm utilidade, medidas complementares para reforçar a protecção ao direito de são caros e não são resistentes. É impossível não substituir os acesso ao emprego por parte dessas pessoas.

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 5

Quanto à actual situação de emprego dos idosos, sugiro que se reforce a formação profissional e o apoio às colocações, e que, tendo Entendemos que o sucesso que temos hoje depende do em conta as vantagens e desvantagens das pessoas, se definam contributo dos idosos, portanto, o Governo deve tomar uma postura programas de formação razoáveis que visem elevar as suas técnicas aberta, tolerante e preferencial, no que respeita às garantias e bem- e capacidades. Mais, que se continue a aperfeiçoar a plataforma para estar dos idosos. Sugiro ao Governo que implemente uma pensão as colocações, que se abram processos para acompanhamento dos para os idosos de acordo com o risco social e aumente, no prazo de casos, que se incentive as empresas a contratar mais idosos e que se quatro anos, o respectivo valor para 5 mil patacas. inclua a sua contratação nos indicadores de referência para verificação do cumprimento das responsabilidades sociais por parte Em relação às necessidades de serviços de odontologia, à falta das empresas. Tudo isto com vista a ajudar os idosos na sua de lugares nos lares para idosos e aos seus problemas na ida e volta integração no mercado de trabalho, concretizando-se assim o entre a China e Macau, devem implementar-se medidas acertadas de objectivo de “viver tranquilo e trabalhar com alegria”. Obrigada. resposta, tais como: 1. alargar o apoio aos idosos no âmbito dos serviços de saúde, incluindo estender os serviços gratuitos de Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Si Ka Lon. implantação e obturação de dentes às clínicas privadas com qualidade, e atribuir-lhes máquinas para medir a pressão arterial; 2. Si Ka Lon: Obrigado, Sr. Presidente. aumentar, atempadamente, a proporção dos lares para idosos e as respectivas instalações; e 3. através de um mecanismo de Caros Colegas: cooperação regional, criar um sistema de detecção e identificação facial, com vista a reduzir a necessidade de os idosos virem da Para assegurar aos idosos uma vida segura na velhice, o China até Macau para efectuar a prova de vida. Obrigado. Governo dá muita importância à política para os idosos e criou o regime de segurança social de dois níveis. Durante os nossos Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Lei Cheng I. trabalhos regulares, ouvimos muitos idosos que se sentem agradecidos por o Governo lhes conceder garantias relativamente Lei Cheng I: Obrigada, Sr. Presidente. boas na sua aposentação. Mas, olhando para os resultados obtidos com o desenvolvimento de Macau e para o seu excedente Caros Colegas: orçamental, o Governo tem, de facto, condições para fazer melhor. O Chefe do Executivo Chui Sai On reiterou que a concretização Agora, os jovens e as pessoas de meia-idade têm grande da expectativa de “habitação para todos, bem-estar para todos” era dificuldade na aquisição de habitação, e as famílias têm, na sua nuclear na política de habitação da RAEM, e que o Governo ia maioria, ambos os pais a trabalhar fora de casa. Muitas famílias têm reforçar as garantias básicas de habitação dos cidadãos através do vontade de cuidar dos idosos, mas não têm condições para isso, e já aumento da habitação pública. Contudo, após o retorno de Macau à é uma sorte se não precisarem de depender do apoio dos próprios Pátria, face à subida brusca dos preços dos imóveis e à insuficiência idosos, portanto, o contributo a dar para a vida dos idosos, ao nível e à instabilidade da oferta de habitação pública, tem sido difícil material e espiritual, é muito fraco em comparação com o passado. satisfazer as aspirações da população. Durante a subida dos preços Perante a realidade da sociedade, o Governo tem de lançar políticas dos imóveis, entre 2005 e 2010, a oferta de habitação económica foi de apoio e assistência, especialmente, porque, segundo os estudos zero, e os cidadãos ficaram cada vez mais preocupados com a sobre a política da população, Macau está a transformar-se habitação, apesar de ter sido gradualmente concretizada, nos últimos rapidamente numa sociedade envelhecida, portanto, é premente anos, a construção das 19 000 fracções públicas, as quais, no entanto, lançar as respectivas políticas. só conseguem dar resposta aos pedidos antigos, não conseguem satisfazer os novos candidatos, registados recentemente. E o mais Em 2012, o Governo chegou a lançar uma consulta pública preocupante é que a zero oferta de habitações voltou a surgir agora. sobre a “Lei de bases dos direitos e garantias dos idosos”, e esperava-se a definição de políticas prospectivas para os idosos. Mas O Governo afirmou várias vezes que ia empenhar-se na já se passaram mais de 5 anos, e a respectiva proposta de lei e construção de habitação pública, tendo apresentado os respectivos medidas complementares não avançaram. A baixa eficiência da projectos de curto, médio e longo prazo, mas as construções estão governação faz com que a política dos idosos não ande, e que as quase paradas desde 2013, e nada se vê quanto ao planeamento, regalias e os serviços destinados aos idosos não acompanhem o abertura de concurso, concepção e construção, nem se sabe da desenvolvimento social. Tudo isto merece ser alvo de revisão. calendarização das obras. Recentemente, o Governo afirmou que ia “avançar com os grandes projectos em vez dos pequenos”, e Ao longo dos anos, sugerimos sempre ao Governo que concentrar os recursos nos projectos do terreno da antiga Central aumentasse o montante da pensão para idosos até corresponder ao Térmica e da Avenida Wai Long, pondo de lado os restantes. A risco social, mas o Governo recusou alegando como pretexto a abertura do concurso do projecto da antiga Central Térmica, que é o pressão para o Fundo de Segurança Social (FSS), e afirmou que, se mais rápido, vai ser em finais do próximo ano ou inícios de 2019, e isto causasse muita pressão sobre as famílias, podia então ser o estudo do projecto da Avenida Wai Long vai demorar 12 a 15 resolvido através de apoio financeiro. A RAEM tem tido saldos meses, não sendo possível prever o calendário da construção de financeiros positivos e tem, portanto, condições para injecção de habitação, portanto, isto significa que os residentes ainda têm de capital no FSS, mas o Governo continua a não pretender aumentar a esperar muito tempo. Assim, apelo novamente ao Governo para que pensão para idosos para manter o nível mínimo de vida dos mesmos. acompanhe e promova os restantes projectos, já apresentados, de Então, como é que esta mentalidade governativa pode demonstrar o habitação pública de curto, médio e longo prazo, e que actue para que afirmou o Chefe do Executivo: “os idosos deram, no passado, aumentar a oferta, a fim de reduzir as preocupações e as um contributo importante para a economia de Macau, sendo um necessidades da população. activo precioso da RAEM”?

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 6 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日

Segundo as previsões, vão ser destinados à habitação pública assegurar os projectos e que obras poderão ser adjudicadas a cada vez mais terrenos: os desaproveitados, os relacionados com terceiros, e ponderar os graus de prioridade e urgência de tudo isto, corrupção e os ocupados ilegalmente. Neste momento, o Governo para seguir com o respectivo planeamento. Depois de decidir o deve preparar bem os trabalhos de planeamento, enquanto tarefa projecto, devem ser criados mecanismos para, logo na fase de preliminar, com vista a aproveitar imediatamente os terrenos logo concepção, permitir à sociedade e à Assembleia Legislativa saber e após a sua retoma, para não ter de ficar à espera da conclusão do participar nesse projecto. Por outro lado, a Assembleia também deve planeamento. Na sequência da conclusão das obras de aterro da estudar a instituição de um mecanismo que permita a sua Zona A, o Governo precisa de começar os trabalhos de definição dos intervenção e participação logo na fase inicial dos projectos, para planos de construção das 28 mil habitações públicas, com vista a poder estudá-los, e dialogar com o Governo sobre o seu avançar, o mais rápido possível, com a respectiva construção. planeamento, para que possam, efectivamente, responder às necessidades da sociedade. O desenvolvimento saudável do mercado imobiliário exige estabilidade da oferta habitacional, e as habitações públicas são Para salvaguardar a qualidade das obras públicas e erradicar os reguladores eficazes para ajustar o mercado privado imobiliário. O atrasos e o excesso de gastos, há que aperfeiçoar o regime sobre as Governo deve mesmo recorrer à definição de políticas de habitação obras públicas, incluindo a abertura do concurso, a concessão, a pública para regular o mercado privado e, deste modo, assegurar o fiscalização das obras, etc. Em particular, há que adoptar medidas seu são desenvolvimento, deve clarificar e dar a conhecer aos para reforçar a fiscalização das subempreitadas, definindo os cidadãos os planos de oferta de habitação pública a 5 - 10 anos, para critérios de responsabilização e punição, com vista a melhorar o resolver os problemas de habitação através do estabelecimento de desempenho ao nível da execução das obras. metas. Quando a sociedade conseguir ver as políticas de habitação aperfeiçoadas, os planos a longo prazo da oferta de habitação No âmbito da abertura de concursos, os registos insatisfatórios pública, e a divulgação de outras medidas e políticas de repressão da do anterior desempenho dos construtores, ao nível do cumprimento especulação, é que será possível honrar verdadeiramente a promessa de prazos, do reforço do orçamento e excesso de gastos, da assumida nas LAG quanto ao reforço das garantias básicas de qualidade, da segurança no trabalho, etc., devem constituir factores habitação dos residentes. Obrigada. de dedução no regime de pontuação, e os construtores com graves falhas devem ser proibidos, durante alguns anos, de se candidatarem Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Kwan Tsui Hang. a concursos de obras públicas. Há que criar ainda um regime de avaliação por parte dos utentes, para a sua avaliação fazer parte dos Kwan Tsui Hang: Obrigada, Sr. Presidente. factores relevantes de consideração nos futuros processos de avaliação de candidatos aos concursos de obras públicas. Embora o Caros Colegas: Governo já tenha definido nos contratos de obras públicas as sanções e as consequências inerentes aos atrasos nas obras, há que Macau é uma terra de “elefantes brancos” e, para além de serem verificar ainda se estes conteúdos foram definidos como requisitos, elevadíssimas as despesas com a sua construção e reparação, as para evitar que eventuais litígios no futuro afectem o andamento das despesas com a sua gestão e funcionamento diários também não são obras. No âmbito da fiscalização, há que definir, claramente, nos baratas. Assim, se esses “elefantes” conseguem ou não contribuir contratos de concessão, as responsabilidades das entidades para o desenvolvimento socioeconómico é também uma questão que fiscalizadoras e o regime sancionatório a aplicar, para reforçar os merece a nossa ponderação. O melhor exemplo que temos é o efeitos dissuasores. Obrigada. Terminal Marítimo da Taipa, recentemente inaugurado, pois, para além dos cerca de 3800 milhões de patacas para o construir, segundo Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Chan Mei Yi. uma estimativa preliminar, precisamos ainda de pagar, anualmente, cerca de 100 milhões de patacas para as despesas com o seu Chan Melinda Mei Yi: Obrigada, Sr. Presidente. funcionamento básico. Os mercados são uma instalação importante para a vida da nossa Após o retorno à Pátria, a economia de Macau desenvolveu-se população, são estabelecimentos característicos que reflectem o rapidamente, e a procura de instalações públicas, sociais, médicas, e desenvolvimento histórico e os costumes e a cultura locais, e uma de habitações públicas, assim como a pressão da rede viária, janela importante para verificar o nível básico da vida numa aumentaram bruscamente, precisando o Governo de realizar mais sociedade. obras públicas para satisfazer as necessidades do desenvolvimento social e responder às solicitações da população. Todavia, os Actualmente, em Macau, vários mercados estão velhos e projectos devem avançar em consonância com o grau da sua afastam-se, significativamente, do ritmo do desenvolvimento urgência e ser concretizados com um plano científico, não podendo, socioeconómico de Macau, não condizendo, de modo algum, com o de modo algum, ser implementados de forma cega. seu estatuto enquanto cidade de nível mundial. Alguns mercados já foram planeados como complexos multifuncionais - mercado, Espero que, no futuro, as autoridades, quando procederem a restauração, elementos culturais, recreativos, desportivos e qualquer planeamento das obras públicas, ponderem os recursos comerciais, etc., mas nem todos foram plenamente reparados ou financeiros, humanos e de solos que temos, e façam as coisas de aperfeiçoados, sendo que o caso mais exemplar é o Mercado Iao acordo com a própria capacidade, ademais, além de saber se Hon, cuja densidade popular é a mais elevada, que apresenta dispomos ou não de força laboral e de pessoal técnico suficiente, problemas como instalações obsoletas e mau ambiente. Primeiro, temos de garantir ainda um número suficiente de pessoal de não há ar condicionado. Nos dias com calor, sobretudo nos dias fiscalização das entidades competentes. Portanto, temos de ter em de “sauna”, o fluxo da clientela é gravemente afectado. Mais, devido consideração os recursos humanos de que o Governo dispõe, para ao longo horário de funcionamento dos vendilhões, que excede, poder avaliar as condições objectivas, saber se há capacidade para normalmente, as 12 horas, os produtos alimentares estão expostos ao

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 7 ar e altas temperaturas durante muito tempo, situação que não à minha pergunta, que o intercâmbio desportivo é uma componente favorece a conservação dos produtos alimentares, como por muito importante do entendimento entre os povos no âmbito da exemplo as carnes, e que pode, consequentemente, afectar a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, daí a importância da segurança alimentar. Segundo, a estrutura interior do edifício está participação activa. O Governo celebrou protocolos de cooperação velha e há falta de reparação. Em alguns sítios já há armaduras desportiva com Pequim, Sichuan, Fujian e Portugal. Acredita-se que, expostas, constituindo um perigo latente de segurança. Mais, no no futuro, vão ser estabelecidos mais acordos neste sentido, tecto falso e condutas respectivas, acumula-se pó e há falta de reforçando o intercâmbio desportivo e o entendimento entre os limpeza. Portanto, as condições de higiene em geral no referido países participantes. mercado carecem de melhoria, pois facilmente aumentam os riscos de transmissão de doenças. Quanto ao desempenho do papel de plataforma, no sentido de promover o entendimento entre os povos através do intercâmbio Apresentei interpelações ao Governo sobre a reparação e gestão desportivo, tenho as seguintes três sugestões: dos mercados, etc., mas estas continuam por resolver há muitos anos. Aquando da criação do centro mundial de turismo e lazer, o Primeiro, tomar a iniciativa e criar mecanismos especializados. Governo deve avaliar as funções dos mercados e as formas para o Quanto ao intercâmbio desportivo, há que estudar os projectos de seu desenvolvimento contínuo. Aquelas questões dificultam a cooperação com os países e regiões que integram a iniciativa “Uma criação de um ambiente de consumo relativamente mais confortável, Faixa, Uma Rota” e que promover e criar os respectivos o que influencia directamente o fluxo de consumidores e o mecanismos de cooperação bilateral ou multilateral. Por exemplo, desenvolvimento da economia comunitária, e dificulta a organizar acampamentos de formação desportiva para jovens, sobrevivência dos vendilhões das bancas, que têm vindo a servir os intercâmbio de árbitros, entre outras actividades características do residentes. intercâmbio desportivo, e quanto ao intercâmbio desportivo e cultural, elevar o nível profissional do desporto local, a fim da Para os cidadãos usufruírem dos frutos do desenvolvimento da integração no desenvolvimento da iniciativa “Uma Faixa, Uma economia e elevar a sua qualidade de vida, entendo que podemos Rota”. usar como referência os critérios dos países desenvolvidos e activar, o mais rápido possível, o planeamento geral, a reparação dos Segundo, prestar atenção à educação e formação de talentos mercados e a optimização das suas instalações. Atendendo ao factor desportivos. No âmbito do ensino superior, pode ser criada uma humano e à segurança alimentar, e para responder às exigências dos federação de instituições de ensino superior de desporto dos países e cidadãos sobre a instalação de ar condicionado nos mercados, há regiões que integram “Uma Faixa, Uma Rota”, com vista à que concluir, a breve trecho, os trabalhos de aperfeiçoamento dos formação conjunta dos diversos talentos desportivos; e no âmbito do equipamentos. ensino secundário, pode promover-se o intercâmbio e a aprendizagem entre alunos e professores de educação física. O Para o bom funcionamento dos mercados, há que salvaguardar a Governo deve criar uma bolsa de estudo de desporto no âmbito da salubridade ambiental e a segurança alimentar. Quanto à salubridade iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” destinada aos alunos que ambiental, manutenção das instalações, etc., os serviços estudam no estrangeiro e aos alunos estrangeiros que vêm para competentes devem fiscalizar e acompanhar os assuntos, e ainda Macau estudar, aumentando as suas capacidades profissionais, e aperfeiçoar os respectivos regimes, para salvaguardar a salubridade criando uma reserva de talentos desportivos no âmbito da e a higiene ambiental, e a segurança das instalações, em prol da exploração, gestão e competição desportivas. prevenção de epidemias e também da segurança alimentar. Obrigada. Terceiro, reforçar a integração e o desenvolvimento do turismo Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Ma Chi Seng. desportivo. No mês passado, a Administração Geral Estatal do Desporto e a Administração Geral Estatal do Turismo divulgaram Ma Chi Seng: Obrigado, Sr. Presidente. o “Plano de acção para o desenvolvimento do turismo desportivo no âmbito da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, definindo medidas Caros Colegas: para desenvolver o mercado do turismo desportivo. Atendendo ao potencial de Macau, podem organizar-se exposições sobre No âmbito da iniciativa “Visão e Acções para Promover a equipamentos e artigos desportivos, bem como actividades Construção Conjunta da Faixa Económica da Rota da Seda e da desportivas e espectáculos de artes marciais, dança do dragão e Rota Marítima da Seda do Século XXI”, o País propõe 5 prioridades barcos de dragão. Há que criar produtos de qualidade relacionados de cooperação, uma das quais é, justamente, o entendimento entre os com o turismo desportivo e marcas próprias, bem como reforçar as povos. A promoção do intercâmbio cultural, académico e de pessoal acções de sensibilização sobre turismo desportivo, a fim de fazer de entre os países ao longo da Faixa e Rota da Seda constitui, na Macau uma plataforma de serviços de turismo desportivo no âmbito concretização desta iniciativa, a base desse entendimento. da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”. Obrigado.

O desporto é uma componente muito importante da cultura. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Zheng Anting. Propagar a cultura e o espírito desportivo é, no fundo, incentivar os elementos positivos indispensáveis para a vida. Assim, através da Zheng Anting: Obrigado, Sr. Presidente. participação e atenção ao desporto, que funciona como uma ponte para a promoção do intercâmbio cultural, alcança-se o entendimento Caros Colegas: entre os povos. Boa tarde! No ano passado, aquando da sessão de perguntas e respostas na Assembleia Legislativa, o Chefe do Executivo afirmou, em resposta O “Regime de Previdência dos Trabalhadores dos Serviços

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Públicos”, que proporciona aos funcionários públicos protecção na devido a muitas interpelações dos deputados, e a sociedade começou aposentação, foi aprovado há mais de 10 anos e conseguiu alguns a conhecer melhor o sistema de saúde de Macau. Muitas políticas resultados. Embora esse regime revele uma série de problemas referidas nas LAG foram de facto implementadas, elevando-se sociais, a sua revisão nunca chegou a avançar. assim a saúde da sociedade. Isto tudo é de aplaudir!

Segundo muitos funcionários que estão prestes a aposentar-se, Contudo, informaram-nos, recentemente, que alguns idosos, ao antes do Retorno de Macau à Pátria, prestaram serviços sob forma aguardarem por consulta, foram alvo de atitudes pouco correctas por de contrato de assalariamento, e a partir de 2006, ano em que o parte do pessoal de saúde, o que é insuportável, mormente quando Governo introduziu o regime de previdência, acabaram por poder estão gravemente doentes e têm de esperar muito tempo pela gozar da mesma protecção na aposentação que os funcionários do consulta. Entendem, assim, que a prestação de cuidados aos idosos, quadro. Contudo, com a aposentação a aproximar-se, descobriram prometida nas LAG, ainda deixa algo a desejar, pois, além da que só conseguem retomar as contribuições pagas desde 2007. qualidade dos serviços, há que dispensar maior atenção aos idosos. Como o seu índice salarial é apenas 190, o montante das Segundo as normas deontológicas do sector da saúde, “na contribuições pagas é bastante reduzido. Mais, as rendas são plataforma das operações de trabalho do hospital, o doente é elevadíssimas, e os preços dos bens e o custo de vida sobem assistido, desde a baixa até à alta, na vida quotidiana, no tratamento constantemente, portanto, com aquele montante, vai ser difícil o seu e nos cuidados pelo pessoal de saúde, sendo ainda sujeito, caso haja sustento na aposentação. Uma vez que muitos funcionários necessidade, a cuidados específicos, psicológicos e especiais, sendo aposentados recebem pensões reduzidas, que não incluem prémio de esta, portanto, em termos de deontologia, a atitude de base para antiguidade nem subsídios de residência e de família, têm de voltar a todos os trabalhos, enquanto garante de qualidade e de dinamismo”. trabalhar para conseguirem sustentar-se, normalmente em empresas É normal o idoso, quando doente, estar aflito, preocupado e de limpeza ou de administração predial. desassossegado, e necessita de apoio moral. Sendo o pessoal de saúde o “anjo” na primeira linha a prestar-lhe cuidados, a sua atitude A meu ver, os funcionários públicos, independentemente do seu pode afectar directamente o estado de espírito e a valorização do regime de aposentação, contribuíram com a sua juventude e com o doente, portanto, o que se espera é que, através do pessoal de saúde, seu tempo para o desenvolvimento social de Macau, portanto, há aquele ganhe confiança para debelar a doença. que lhes oferecer garantias suficientes na aposentação. Já sugeri muitas vezes ao Governo que concedesse prémio de antiguidade e Sendo assim, a melhoria dos serviços médicos gerais de Macau subsídios de residência e de família aos funcionários de idade vão contribuir para o bem-estar dos cidadãos, mas, a qualquer tempo, avançada não inscritos no regime de aposentação e sobrevivência, existe a ameaça aos cidadãos, nomeadamente aos idosos, de doenças mesmo depois de se terem desligado do serviço, para lhes oferecer infecciosas, crónicas, etc., e é bastante importante hoje em dia garantias na velhice. No entanto, na sessão de perguntas e respostas assegurar a qualidade dos serviços de enfermagem e uma boa atitude com o Chefe do Executivo na semana passada, o Governo afirmou do pessoal de saúde. Fui encarregado por alguns cidadãos de sugerir que, se tal acontecesse, seria uma violação da natureza e do ao Governo, na área da gestão, que dê formação a certo pessoal de objectivo da criação do regime de previdência. saúde, o que afecta a confiança mútua entre médicos e doentes, para os idosos não sentirem pressão nem ansiedade quando consultam os No entanto, nos termos previstos no Estatuto dos Trabalhadores médicos. Independentemente dos mal-entendidos linguísticos de da Administração Pública, o direito às regalias e aos subsídios e o ambas partes ou de más atitudes, quem as tiver cometido que as direito à pensão de aposentação são diferentes, o primeiro advém da corrija, e, se nenhuma delas tiver sido cometida, mantenha o seu qualidade de funcionário público e não tem ligação com o Regime bom registo. Acredito que, sob a confiança e tolerância mútuas de de aposentação e sobrevivência. Por isso, a reforma do Regime de ambas partes, a qualidade e o nível dos serviços médicos de Macau previdência só pode eliminar a pensão de aposentação, que tem vão ser continuamente elevados. natureza de vencimento, não pode eliminar os direitos às regalias e aos subsídios dos funcionários públicos. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Leong Veng Chai.

Espero que o Governo proceda a uma revisão geral e à melhoria Leong Veng Chai: Obrigado, Sr. Presidente. do Regime de previdência, com vista a evitar eventuais problemas, e que considere permitir que os funcionários públicos continuem a Os terrenos ocupados ilegalmente, desaproveitados, ou cuja receber o prémio de antiguidade e os subsídios de residência e de concessão foi declarada caducada foram retomados, sucessivamente, família depois de aposentados, com vista a dar resposta às suas pelo Governo, que, entretanto, não prestou atenção nem necessidades. Obrigado. acompanhou o desaproveitamento dos terrenos e das construções do domínio público. Segundo informações de residentes, um edifício de Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Mak Soi Kun. arquitectura portuguesa, localizado entre o Hotel Sofitel Macau, na Ponte 16, e a bomba de gasolina Caltex, na Avenida de Demétrio Mak Soi Kun: Obrigado, Sr. Presidente. Cinatti, está desocupado há muitos anos. Segundo informações de moradores, tal edifício foi a sede do Departamento de Fiscalização Nas LAG para o ano de 2017, relativamente à tutela dos Aduaneira da Polícia Marítima e Fiscal, mas ficou desocupado face assuntos sociais e cultura, afirmou-se que o Governo da RAEM ia ao desenvolvimento social e aos aterros. Até ao momento, nenhum envidar todos os esforços para elevar o nível de saúde da sociedade, serviço público procedeu ao seu devido tratamento. aplicando políticas de apoio aos idosos, mulheres e crianças, garantindo e melhorando os serviços de saúde prestados a alguns As portas e janelas do referido edifício têm estado fechadas e grupos de pessoas, com vista ao seu desenvolvimento físico e ninguém sabe que planos tem o Governo, mas a respectiva fachada psicológico saudável. É certo que o nível dos equipamentos e das apresenta-se em estado de ruína, com musgo e plantas. Como é de técnicas relativamente à saúde se elevou muito nos últimos anos estilo português, construído há muitos anos, este edifício reveste-se,

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 9 certamente, de valor e significado históricos. Os serviços Portuguesa, criar uma base de intercâmbio e cooperação que, tendo competentes, por exemplo, o Instituto Cultural, devem proceder a a cultura chinesa como dominante, promova a coexistência de estudos sobre a sua eventual conservação, recuperação, diversas culturas, e promover o desenvolvimento sustentável e replaneamento ou até ao seu reaproveitamento como local de devidamente diversificado da economia de Macau. Como trabalho do Governo. É ou não é? Guangdong, Hong Kong e Macau pertencem ao sistema cultural de Lingnan, há muitas semelhanças na cultura dos três lados, mas Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Chan Hong. também há algumas diferenças – cada cidade tem características próprias. O mecanismo de cooperação cultural Guangdong-Hong Chan Hong: Obrigada, Sr. Presidente. Kong-Macau foi criado há 15 anos, portanto, com esta boa base, devemos aperfeiçoar, em amplitude e profundidade, essa cooperação Macau é um ponto de convergência das culturas oriental e cultural, promover, activamente, uma interacção positiva ao nível da ocidental, famoso por ter uma cultura principal chinesa e uma criatividade dos produtos artísticos, da criação de marcas de arte, do coexistência multicultural. Em Macau, mantêm-se muitos festivais reforço da formação de talentos, da construção das indústrias tradicionais, tais como, os festivais característicos de Lu Ban, dos culturais e criativas, etc. O aperfeiçoamento do mecanismo de Barcos-Dragão e do Dragão Embriagado, com uma dança arrojada. cooperação cultural pode contribuir para tornar Macau numa ponte Mas estes festivais estão a enfrentar o problema da sua transmissão. para apresentar a cultura chinesa ao mundo. Obrigada. Como promover melhor a transmissão da cultura chinesa às novas gerações, especialmente a sua integração e participação na Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Ng Kuok Cheong. construção e no desenvolvimento de “Uma Faixa, Uma Rota” e da “Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”, merece a Ng Kuok Cheong: O Governo Central autorizou o Governo da consideração do Governo e da sociedade. RAEM a conquistar novos aterros, e definiu que a zona se destinava a dar resposta às necessidades habitacionais dos residentes. E eu 1. Apoiar e desenvolver os festivais e a cultura tradicional propus o conceito “novos aterros urbanos para as gentes de Macau”. Há anos, o Governo solicitou, a uma instituição académica, um Desenvolver e promover são condições necessárias para melhor estudo sobre este conceito, contudo, como naquela altura ainda nada manter a cultura tradicional. Ao nível de políticas, o Governo deve havia em relação às obras dos novos aterros, a referida instituição dar mais atenção e apoio aos grupos e trabalhadores na área cultural, não podia conjugar o referido conceito com os terrenos dos novos dando-lhes ajuda para promover esta área, de diferentes formas, na aterros. Considerava-se, naquela altura, que tendo em conta a falta comunidade e nas escolas, e para formar pessoal e fazer promoções de terrenos, o conceito tinha vantagens e desvantagens, e a principal e intercâmbios fora de Macau. Para haver coordenação com a desvantagem era roubar terrenos à habitação pública. Eu já referi construção do “centro mundial de turismo e lazer”, deve-se que este estudo não incluía o conceito “novos aterros urbanos para promover a cultura e o turismo, e disponibilizar mais espaços, para as gentes de Macau”, mas sim “terras de Macau para as agentes de permitir aos grupos culturais um desenvolvimento sustentável. Macau”, pois não estavam incluídos os novos aterros urbanos, e tendo em conta a falta de terrenos, os efeitos práticos seriam difíceis. 2. Promover o desenvolvimento de actividades sobre a cultura e Por exemplo, naquela altura, lançou-se uma consulta pública sobre o as artes chinesas Plano de Aquisição de Imóveis para Habitação por Residentes de Macau, mas depois não houve qualquer acompanhamento, pois o A cultura de Macau é composta pela cultura tradicional chinesa, público teve dúvidas se o plano ia roubar terrenos à habitação como elemento principal, e pela cultura ocidental, com pública. características da cultura latina. Após o Retorno de Macau à Pátria, o Governo envidou sempre muitos esforços para promover a cultura Agora, as obras estão quase a acabar, por isso, o Governo deve chinesa, organizando diferentes actividades culturais e artísticas, e concretizar a política “novos aterros urbanos para as gentes de subsidiando as associações cívicas e os agentes culturais para a Macau” em conjugação com esses aterros. Deve criar, quanto antes e organização de diversas acções culturais e criação artística, a título de prevenção, o regime de restrições à compra e venda no enriquecendo-se, assim, a vida cultural dos residentes. Com a âmbito da política “novos aterros urbanos para as gentes de Macau”, participação de Macau na política “Uma Faixa, Uma Rota” e a sem serem prejudicados os interesses adquiridos dos proprietários. construção da “Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”, o Caso contrário, se a decisão sobre estas soluções se arrastar e se Governo deve aproveitar melhor a plataforma de cooperação houver fuga às responsabilidades, vai haver conluio e troca de cultural entre o Interior da China e Macau, proceder à formação interesses nos casos de permuta de terrenos, uma vez que estes local, apoiar o desenvolvimento das organizações culturais e recursos implicam grandes lucros. Se existirem direitos de artísticas chinesas de Macau, e promover a cooperação e o propriedade adquiridos, será impossível avançar com o regime de intercâmbio com o Interior da China ao nível cultural e artístico, restrições à compra e venda para distinguir a finalidade de habitação para criar marcas de actividades culturais chinesas mais da finalidade de especulação, pois os interesses adquiridos serão diversificadas, alargando o conhecimento dos residentes sobre a afectados. cultura. Quanto à política “novos aterros urbanos para as gentes de 3. Criar uma plataforma de cooperação para a cultura chinesa Macau”, no plenário da Assembleia Legislativa no dia 2 de Agosto, o Chefe do Executivo só leu o seu manuscrito e deu uma resposta O “Acordo-Quadro para o reforço da cooperação Guangdong- estereotipada e desactualizada, afirmando que essa política tem a Hong Kong-Macau e promoção da construção da Grande Baía” desvantagem de roubar terrenos à habitação pública. Isto leva as refere: impulsionar a construção em Macau de um centro mundial de pessoas a duvidar se ele não está a fugir às responsabilidades. Se se turismo e lazer, consolidar a plataforma de serviços para a assegura que na Zona A dos novos aterros urbanos estão reservados cooperação comercial entre a China e os Países de Língua terrenos para a construção de 28 mil fracções de habitação pública,

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 10 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 então, como é que essa política vai roubar terrenos à habitação proposta de lei sobre o reordenamento dos bairros antigos. pública? Ele que acorde e deixe de fingir que está a dormir! A Provavelmente, devido às deficiências congénitas da situação, referida política nunca vai roubar terrenos à habitação pública. Há acompanhadas da atitude do Governo, que assistiu de braços que aproveitar os terrenos não destinados à habitação pública para cruzados, estava previsto, na proposta de lei, o chamado regime construir habitação privada e novos tipos de habitação pública que compensatório, com vista ao recurso a uma compensação pecuniária correspondam à política “terras de Macau para as gentes de Macau”, para expulsar os pobres dos bairros antigos, transformando assim e há que implementar medidas para a distinção entre a finalidade estes bairros em projecto imobiliário. Como isto seguiu em direcção habitacional e a especulação nas habitações económicas depois da contrária à intenção inicial, no respeitante à melhoria da qualidade sua entrada no mercado privado nos termos legais, tudo isto para de vida dos moradores, a proposta de lei acabou por ser retirada. livrar os residentes da maldição da especulação e para lhes dar liberdade de escolha. Trata-se de um mecanismo de longo prazo que Quando Edmund Ho formulou o conceito de requalificação das permite atenuar as necessidades habitacionais. Com o zonas antigas, foi uma euforia para muitos residentes. De acordo desenvolvimento gradual dos novos aterros, os residentes vão ter com um inquérito, os moradores do Bairro Iao Hon defendem que opções diversificadas e razoáveis, para além da habitação social e esta requalificação tem de ser feita através da permuta de fracções, económica, permitindo assim que tenham uma casa à custa do seu que é a melhor solução, pois consideram que a compensação próprio esforço. Esta é a felicidade que os residentes pretendem pecuniária não lhes permite comprar uma casa nova. Na verdade, se através do aproveitamento razoável dos recursos públicos. Como é o objectivo da requalificação das zonas antigas é realmente melhorar que tudo isto pode ser destruído por causa de os governantes se as condições habitacionais dos residentes, a permuta de fracções tem esquivarem às responsabilidades nos momentos críticos? de ser a principal forma de compensação, e não se deve mandar embora os residentes com uma compensação pecuniária. Porquê? O Presidente Xi disse que “é feio os dirigentes fugirem às suas Porque, de acordo com as orientações do Regime jurídico de responsabilidades”, portanto, exorto o Chefe do Executivo a assumir reordenamento dos bairros antigos, apresentado na altura, os as suas responsabilidades e a trabalhar na criação de regimes residentes destes bairros iam ter uma compensação pecuniária, mas jurídicos e no planeamento urbanístico. Ao nível do planeamento o respectivo cálculo tinha como critérios os anos e o estado do urbano, o Governo não deve ser enganado pelos resultados de edifício. Portanto, é inevitável este tipo de compensação não estudos que não incluíram os novos aterros, deve antes assumir uma conseguir resolver o problema dos moradores, pois, se é considerado postura activa e desenvolver, nos lotes dos novos aterros reservados um bairro antigo com necessidade de requalificação, o grau de para as 28 mil habitações públicas, instalações complementares para degradação é naturalmente grave, como é o caso dos sete edifícios as habitações económicas, e tentar criar, nos restantes lotes, casas do Bairro Iao Hon. A compensação para edifícios com esta idade e temporárias, fracções residenciais para os compradores de primeira estado é, evidentemente, insuficiente para comprar uma casa no casa, e fracções para arrendar primeiro e comprar depois. Pode mesmo bairro, nem em segunda nem em enésima mão, muito menos também desenvolver uma zona para prédios privados, mas tudo no para comprar uma casa nova, pois o edifício a ser reconstruído deve cumprimento do princípio “terras de Macau para as gentes de ser o pior do bairro. Assim, com a compensação para o pior edifício, Macau”. é impossível comprar casa num edifício melhor. Se é assim, a requalificação não é uma boa nova para os moradores dos bairros Responder às necessidades habitacionais dos residentes é o antigos, mas antes uma notícia fúnebre. Se antes os moradores ainda princípio geral do aproveitamento dos terrenos dos novos aterros, tinham onde morar, mesmo numa casa humilde, com a portanto, o Governo não deve alegar a razão de estar à espera da requalificação, só recebem uma compensação insignificante e conclusão do planeamento geral para atrasar a criação dos perdem o seu lar. Ainda se pode dizer que é para “melhorar as mecanismos jurídicos, antes pelo contrário, deve comunicar condições habitacionais dos residentes”? Eis a razão principal pela rapidamente com os serviços responsáveis para se elaborar a qual a proposta de lei do reordenamento dos bairros antigos acabou respectiva proposta de lei, com vista a concretizar o princípio “terras por ser retirada. de Macau para as gentes de Macau”, e um regime que limite a compra de parcelas nos novos aterros, definindo, por exemplo, que Após retirar a proposta de lei, o Governo afirmou que ia só os residentes permanentes que não tenham casa nos novos aterros apresentá-la de novo, o mais rápido possível, na nova sessão nem mais do que uma casa na RAEM é que podem comprar uma legislativa, para os trabalhos de reordenamento dos bairros antigos única fracção nos novos aterros. conseguirem arrancar quanto antes, segundo a respectiva norma jurídica. Depois, afirmou ainda que ia “pôr na mesa” o Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Au Kam San. reordenamento dos bairros antigos “partidinho aos pedaços”, porém, quer o prato do “leitão inteiro” quer o prato do “sortido de carnes” Au Kam San: Obrigado, Sr. Presidente. caíram em saco roto. Passado algum tempo, apareceu uma nova expressão: “renovação urbana”. De reconstrução dos bairros antigos Caros Colegas: passou a reordenamento dos bairros antigos e, depois, à renovação urbana de hoje; tudo com exagero e cada vez mais abstracto, sendo O reordenamento dos bairros antigos, prometido em 2004 por cada vez mais difícil avaliar os seus efeitos. Edmundo Ho, quando se esforçou para ser reeleito, tinha por objectivo melhorar a qualidade geral da vida dos residentes de A reconstrução dos bairros antigos não é algo que pode existir Macau. Na altura, existiam em Macau muitos prédios em estado de ou não, mas, sim, uma promessa bastante séria feita pelo Governo ruína, por exemplo, o Bairro Iao Hon apresentava premência de da RAEM aos residentes, e que tem de ser concretizada. De acordo reconstrução, integrando-se assim no projecto do reordenamento. com a actual legislação, desde que se tenha uma propriedade, mesmo que degradada, não é possível a candidatura às habitações Entretanto, só 6 anos após a apresentação da iniciativa é que o públicas. Aliás, existem já muitos problemas nas duas listas de Governo entregou, por fim, à Assembleia Legislativa (AL), a espera da habitação social e económica. Se forem criadas novas

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 11 candidaturas para mais tipos de habitação social, ou se mais pessoas acelerar a criação de um subsídio para os prestadores de cuidados puderem candidatar-se a habitações sociais ou económicas, vai ser aos idosos, apoiar as famílias com idosos e, ainda, o envelhecimento um desastre, e talvez nem em dez ou vinte anos conseguem obter no próprio bairro do domicílio. A longo prazo, o Governo deve uma casa. Portanto, o que pretendemos é resolver os problemas concretizar a resposta dada pelo Chefe do Executivo de rever o rácio habitacionais dos residentes e das famílias que têm imóveis dos diferentes lares, implementando o referido Plano de Acção, e degradados, especialmente das pessoas, como os idosos, que têm definindo atempadamente o plano de localização e a calendarização mobilidade reduzida e moram em prédios sem elevadores, através da da construção de lares. O Governo deve implementar um sistema reconstrução dos bairros antigos, permitindo-lhes ter uma nova uniformizado de avaliação, centralizar o serviço de encaminhamento habitação com elevador. E é esta a solução: as habitações dos idosos para lares e criar uma plataforma para informação sobre económicas, as habitações sociais, a reconstrução dos bairros listas de espera. No futuro, deve criar uma base de dados sobre os antigos e até os terrenos destinados às gentes de Macau serem idosos com doenças crónicas, nos diferentes centros de apoio, para utilizados para resolver os problemas habitacionais das diferentes acompanhar a situação da saúde desses idosos, além de reforçar o camadas sociais, merecendo a devida atenção e um tratamento sério. apoio domiciliário aos idosos doentes que vivem em edifícios Obrigado. antigos. Obrigada.

Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Wong Kit Cheng. Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Leong On Kei.

Wong Kit Cheng: Obrigada, Sr. Presidente. Leong On Kei: Obrigada, Sr. Presidente.

Caros Colegas: O Verão é a época da febre de dengue. Trata-se de uma doença infecciosa aguda, portanto, o vírus deve ser adequadamente Segundo os dados do Governo, em 2016, a população com mais controlado, sob pena de eventuais epidemias. Toda a sociedade deve de 65 anos de idade atingiu os 59 mil, prevendo-se que em 2025 a dar atenção a isto e adoptar as devidas medidas preventivas. Este sociedade vai entrar em envelhecimento e a população idosa atingirá ano, em particular, Macau está sob muito calor e chuva, uma os 16 por cento. O Governo tem vindo a salientar que se ia contar, situação que é favorável à proliferação de mosquitos e bichos. Como no âmbito do sistema de vida pós-aposentação, com o modelo o vírus pode sobreviver no corpo dos mosquitos e bichos durante 30 pluripilares e multiníveis, mas, face à insuficiência de vagas em dias, ou ainda mais, a rápida propagação do vírus de dengue e o lares de idosos, segundo algumas pessoas é necessário esperar, no alargamento do seu alcance exigem uma prevenção epidémica mínimo, um ano a um ano e meio, deixando-as bastante insatisfeitas. rigorosa. Segundo o Relatório para a política e a situação dos idosos de Macau e o Plano decenal de acção dos serviços de apoio a idosos, a Há dias, registaram-se casos sucessivos de febre de dengue. E, proporção dos lares é de 3,4 por cento da população idosa, segundo o Governo, três vítimas moram ou trabalham no mesmo prevendo-se que este ano seja possível disponibilizar cerca de 2.400 prédio. Atendendo ao período prolongado de incubação do dengue, vagas em lares de idosos, mas, infelizmente, ainda não foi definida não se afasta a possibilidade de se virem a registar mais casos locais nenhuma calendarização. nas próximas semanas. O Governo sublinhou que ia reforçar a erradicação de mosquitos, nomeadamente que ia, de dois em dois A política de idosos visa apoiar a vida pós-aposentação na dias, proceder à eliminação de mosquitos numa faixa de 50 metros à residência habitual, e o Governo tem vindo a incentivar a prestação volta do prédio em causa, e que ia reforçar os trabalhos de de serviços domiciliários, que permitam aos idosos poderem passar divulgação e adoptar diversas medidas preventivas. Os vários a sua vida em casa, mas, na realidade, devido aos elevados encargos serviços públicos vão colaborar na adopção de medidas efectivas, financeiros, ao aumento do número de famílias com ambos os com vista a assegurar um ambiente sanitário livre de mosquitos e cônjuges trabalhadores, às condições habitacionais limitadas (por bichos, impedindo assim a propagação da dengue. exemplo, a mobilidade dos idosos, que é afectada porque vivem em prédios antigos), e à falta de apoio aos prestadores de cuidados, há Por outro lado, o pessoal dos serviços públicos não consegue dificuldade em concretizar a vida pós-aposentação em casa. De facto, entrar e fazer limpeza em muitos estaleiros de obras e partes comuns para os idosos que vivem sozinhos, com deficiência, com demência, de edifícios, por se tratar de propriedades privadas, e esses locais que precisam de prestação de cuidados, ou com muitas doenças, é acabam por ser pontos cegos no trabalho de eliminação de possível os lares de idosos proporcionarem-lhes uma garantia na mosquitos. Para além disso, não são raras as vezes em que, passado saúde e na qualidade de vida. pouco tempo depois de ser feita uma limpeza urgente, a sujidade e a água estagnada voltam a aparecer no mesmo edifício ou estaleiro, o A procura de lares para idosos irá certamente aumentar com o que demonstra a pouca eficácia dos trabalhos de prevenção. contínuo envelhecimento da população. Apelo ao Governo para a rápida implementação das políticas contidas no Plano de Acção para Assim, sugiro à Administração que reforce os trabalhos de os Serviços de Apoio a Idosos para os Próximos Dez Anos, divulgação e sensibilização recorrendo a diversos meios, como a aumentando o número de vagas nos lares, para a prestação de rádio, os jornais, as mensagens curtas ou a internet, para transmitir à serviços temporários e de reabilitação, satisfazendo a procura dos população conhecimentos sobre a prevenção da febre de dengue, e idosos que necessitam do serviço de acolhimento temporário. Mais, que comunique, regularmente, a situação em que se encontra Macau deve-se também melhorar o actual sistema de funcionamento, dando face à epidemia, a fim de reforçar a nossa consciência preventiva. prioridade aos que têm necessidades urgentes de internamento nos Ao mesmo tempo, há que reforçar, de forma planeada, os trabalhos lares. Para os idosos que residem nos bairros comunitários, o de prevenção em todas as zonas de Macau, adoptando medidas Governo deve reforçar o apoio prestado pelos centros de dia e pelas periódicas para manter a higiene nos diferentes bairros, com vista a equipas de apoio domiciliário, garantindo o serviço prestado pelos evitar a proliferação de mosquitos. Por outro lado, como o edifício organismos do respectivo bairro comunitário. Paralelamente, deve para as doenças infecto-contagiosas não está ainda construído, as

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 12 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 autoridades devem instruir, quanto antes, o Conde S. Januário e os legais contidos nos dois anexos da proposta de lei, a fim de evitar outros hospitais, para se prepararem para fazer face a um eventual eventuais falhas na sua apreciação. Tratou-se, pois, de um trabalho surto epidémico, com vista a proteger a saúde e a segurança da demorado, exaustivo e colossal, com os resultados agora visíveis. população, mediante as referidas três vertentes de controlo. Refira-se que, durante a apreciação na especialidade, e após Presidente: Srs. Deputados: discussão com o proponente, com vista ao aperfeiçoamento desta proposta de lei, procedeu-se não apenas ao reajustamento do Termina por aqui o período de antes da ordem do dia. Façam o articulado e do aditamento do n.º 2 ao artigo 4.º da sua versão inicial, favor de aguardar nos vossos lugares. mas também a alterações nos dois anexos que dela fazem parte integrante. Assim, o número de diplomas legais que integravam a (Entrada dos representantes do Governo no hemiciclo) versão inicial do Anexo 1 passou de 469, na versão inicial, para 472, na versão final. Mais, o Anexo 2 que antes continha 12 diplomas foi Presidente: Srs. Deputados: alterado para passar a incluir 7 Decretos-Leis na sua versão final.

Passamos, agora, ao primeiro ponto da ordem do dia, que é: Acresce também que a Comissão resolveu juntar ao presente discussão e votação na especialidade da proposta de lei Parecer as Informações de Referência, elaboradas pelo proponente, a intitulada “Determinação de não vigência de Leis e Decretos-Leis respeito dos diplomas contidos no Anexo 1 e Anexo 2, para melhor publicados entre 1976 e 1987”. Quero agradecer aqui, em nome da esclarecer os operadores jurídicos e o público interessado sobre a Assembleia Legislativa, a presença da Sr.ª Secretária Chan e dos Srs. intenção legislativa desta proposta de lei. Membros do Governo na reunião de hoje. Sr. Presidente, Dou então a palavra à Sr.ª Deputada Kwan Tsui Hang, Presidente da 1.ª Comissão Permanente, para fazer a sua Caros Colegas: apresentação. O trabalho desenvolvido durante o processo de apreciação na Kwan Tsui Hang: Obrigada, Sr. Presidente. especialidade desta proposta de lei encontra-se detalhado no presente Parecer, o qual é agora submetido à apreciação pelo Sr.ª Secretária, Plenário. Obrigada.

Srs. Membros do Governo, Presidente: Obrigado, Sr.ª Deputada Kwan Tsui Hang.

Caros Colegas: Vamos agora proceder à discussão e votação na especialidade da proposta de lei intitulada “Determinação de não vigência de Leis e O Governo da Região Administrativa Especial de Macau Decretos-Leis publicados entre 1976 e 1987”. Srs. Deputados, apresentou, no dia 7 de Outubro de 2016, a proposta de lei façam o favor de apresentar as vossas opiniões. Não há Deputados intitulada “Determinação de não vigência de Leis e Decretos-Leis interessados em apresentar opiniões. publicados entre 1976 e 1987”, a qual foi, de seguida, aprovada por unanimidade no Plenário realizado em 18 de Outubro de 2016. Vamos então passar à votação do artigo 1.º da proposta de lei. Nesta mesma data, esta proposta de lei foi distribuída a esta Comissão para efeitos de apreciação na especialidade. Deste modo, (Votação) a Comissão esteve reunida por quatro vezes durante o período compreendido entre 31 de Outubro de 2016 e 31 de Julho de 2017, Presidente: Aprovado. tendo contado com a presença de representantes do Governo na reunião realizada no dia 14 de Novembro de 2016. A par das Passamos agora à discussão na especialidade do artigo 2.º e do reuniões da Comissão, foram realizadas reuniões de trabalho entre Anexo I da proposta de lei. Srs. Deputados, façam o favor de as Assessorias da Assembleia Legislativa e do Governo, com vista apresentar as vossas opiniões. Ninguém quer exprimir opiniões… ao aperfeiçoamento técnico da proposta de lei. Em 20 de Julho de 2017, o Governo apresentou uma nova versão da proposta de lei que, Vamos então votar o artigo 2.º e o Anexo I da proposta de lei. em parte, reflecte as opiniões expressas no seio da Comissão e a análise técnico-jurídica efectuada pela Assessoria da Assembleia (Votação) Legislativa. Presidente: Aprovados. Em resultado da apreciação da proposta de lei, a Comissão ficou a conhecer que a presente iniciativa legislativa visa clarificar a Passamos, agora, à discussão na especialidade do artigo 3.º da situação de vigência das Leis e Decretos-Leis publicados entre 1976 proposta de lei. Srs. Deputados, façam o favor de apresentar as e 1987, identificando as Leis e os Decretos-Leis adoptados neste vossas opiniões. Ninguém quer. Então, passamos à votação do artigo período de tempo que se considera que já não se encontram 3.º. actualmente em vigor na ordem jurídica da RAEM. Primeiro, há que salientar que, apesar da simplicidade do articulado da proposta de lei, (Votação) para se garantir com exactidão os diplomas a serem declarados não vigentes, houve a necessidade de a Assessoria da Assembleia Presidente: Aprovado. Legislativa e os serviços competentes do Governo procederem a uma reapreciação e confirmação de largas centenas de diplomas

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 13

Vamos agora passar à discussão na especialidade do artigo 4.º da que o Sr. Secretário já está a caminho. Sendo assim, vamos proposta de lei. Srs. Deputados, façam o favor de exprimir as vossas antecipar o intervalo, está bem? opiniões. Não há deputados a querer apresentar opiniões. Vamos então fazer um intervalo de 15 minutos. Então, vamos proceder à votação do artigo 4.º da proposta de lei. (Intervalo) (Votação) Presidente: Srs. Deputados: Presidente: Aprovado. Vamos continuar a reunião. Vamos entrar no segundo ponto da Passamos então à discussão na especialidade do artigo 5.º e do ordem do dia, que é: discussão e votação na especialidade da Anexo II da proposta de lei. Srs. Deputados, façam o favor de proposta de lei intitulada “Lei da actividade comercial de apresentar as vossas opiniões. Parece que ninguém quer apresentar administração de condomínios”. Apresento, em nome da Assembleia opiniões. Legislativa, as boas-vindas ao Sr. Secretário Raimundo Arrais do Rosário e aos Srs. Membros do Governo, e agradecer a participação Vamos então votar o artigo 5.º e o Anexo II da proposta de lei. na sessão de hoje.

(Votação) Pedia então à Sr.ª Deputada Kwan Tsui Hang, Presidente da 1.ª Comissão Permanente, para fazer a apresentação. Presidente: Aprovados. Kwan Tsui Hang: Obrigada, Sr. Presidente. Vamos agora proceder à discussão na especialidade do artigo 6.º da proposta de lei. Srs. Deputados, façam o favor de apresentar as Exm.º Sr. Secretário, vossas opiniões. Ninguém quer apresentar opiniões. Exm.os Membros do Governo, Passamos então à votação do artigo 6.º da proposta de lei. Caros Colegas: (Votação) A Proposta de lei intitulada “Lei da actividade comercial de Presidente: Aprovado. administração de condomínios” foi apresentada, discutida e aprovada na generalidade em reunião plenária, e foi distribuída a Foi então aprovada, na totalidade, a proposta de lei. Srs. esta Comissão para efeitos de apreciação na especialidade. Assim, a Deputados, alguém quer apresentar declarações de voto? Não, Comissão realizou um total de 17 reuniões, das quais 14 contaram parece que ninguém quer apresentar declarações de voto. com a presença de representantes do Governo e uma com a presença dos representantes da Associação de Administração de Propriedades Apresento… A Sr.a Secretária quer dizer alguma coisa? Faça o de Macau e da Associação de Profissionais do Sector da favor. Administração de Propriedades de Macau.

Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: Convém esclarecer que o exame da proposta de lei exigiu muito Obrigada, Sr. Presidente. tempo, principalmente porque esteve em causa a sua articulação com a proposta de lei intitulada “Regime jurídico da administração Queria aproveitar esta oportunidade para dizer o seguinte: a das partes comuns do condomínio”, para além da complexidade do aprovação da presente proposta de lei representa uma tentativa bem- articulado. Quanto às matérias examinadas, a proposta de lei sucedida de recensão e adaptação da legislação previamente vigente, consagra que o capital social mínimo das empresas de administração sucesso esse que se deve aos esforços das equipas da Assembleia de condomínios é 250 mil patacas; introduz a figura do director Legislativa e dos serviços da área da justiça, as quais realizaram técnico, como um dos requisitos para a emissão da licença; e grande quantidade de trabalho. Agradeço com sinceridade as estabelece o regime de caução para as empresas que exerçam a opiniões preciosas apresentadas pela Comissão Permanente e pela actividade de administração de condomínios. A Comissão assessoria da Assembleia Legislativa durante todo o processo de manifestou a sua concordância, considerando que isto contribui para apreciação. Vamos continuar com as tarefas de recensão e adaptação elevar e garantir a qualidade dos serviços de administração. legislativas, com todo o empenho e utilizando o mesmo método. No decurso da examinação, a Comissão prestou especial atenção Obrigada, Sr. Presidente. à forma do contrato de administração de condomínio. A versão inicial da proposta de lei consagrava que o contrato tinha de sujeitar- Presidente: Bem… quero agradecer, em nome da Assembleia se à forma escrita, tendo sido estabelecidas as respectivas Legislativa, a presença da Sr.ª Secretária Chan e dos Srs. Membros consequências, isto é, a sanção administrativa, em caso de violação do Governo na reunião de hoje. Terminamos por aqui o primeiro desta exigência. Após discussão, na opinião da Comissão, esta ponto da ordem do dia. exigência não coincide nem com o estabelecido nas disposições gerais da Lei Civil nem com a realidade Macau, podendo, pelo O trabalho de hoje está a decorrer rapidamente, portanto, o Sr. contrário, levar ao aparecimento de vazios na administração dos Secretário ainda não chegou à Assembleia Legislativa. Os nossos prédios. Assim sendo, após discussão, a Comissão e o proponente funcionários já telefonaram para saber dele, e foram informados de concordaram, por unanimidade, com a eliminação das disposições sobre a forma, as cláusulas e sanções dos contratos, concentrando-se

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 14 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 a proposta de lei na regulação das matérias da emissão das licenças e da fiscalização. Sendo membro da 1.ª Comissão Permanente, responsável pela apreciação da presente proposta de lei, troquei opiniões com os Além disso, a Comissão também discutiu sobre as obrigações representantes do Governo acerca de muitos assuntos nas reuniões decorrentes do exercício da actividade de administração de realizadas no âmbito da Comissão Permanente. Gostaria, porém, de condomínios, sobretudo sobre a comunicação com antecedência pedir ao Sr. Secretário para esclarecer aqui, perante o público, para a cessação do contrato e dos serviços de administração. Assim, determinadas questões, nomeadamente a questão relativa à passou a consagrar-se claramente as situações em que existe a possibilidade de, depois da aprovação e da entrada em vigor da lei, necessidade de comunicar antecipadamente, e também aumentou o não haver empresa de administração de condomínio em alguns prazo de aviso prévio de 3 meses constantes da versão inicial para 6 edifícios. A propósito disto, gostaria de prestar especial atenção às meses. A finalidade principal disto é disponibilizar ao sector da normas previstas no artigo 7.º, intitulado “Suspensão da licença”, e administração de condomínios critérios mínimos, com vista a evitar no artigo 9.º, intitulado “Cancelamento da licença”. Estas normas vazios na administração predial. não têm, em si, problemas, contudo, está estipulado, num artigo constante da proposta de lei sobre as obrigações decorrentes da As opiniões apresentadas pela Comissão no decurso do exame já cessação das relações de administração de condomínio, que o constam do parecer, portanto, não vou voltar a apresentá-las uma a prestador de serviços está obrigado a continuar a prestar os serviços uma. Deixo agora a proposta à apreciação dos colegas, e termino de administração durante um período mínimo de seis meses a contar aqui a minha apresentação. da data da comunicação da intenção de cessação da prestação de serviços de administração aos condóminos, ou até que se proceda à Obrigada. sua substituição no respectivo período, excepto nas situações referidas nos artigos 7.º e 9.º. Tal como se pode verificar, a definição Presidente: Obrigado, Sr.ª Deputada Kwan Tsui Hang. desta norma destina-se a evitar a falta de empresa de administração de condomínio nos edifícios do território. Porém, esta garantia Srs. Deputados: desaparece nos casos referidos nos artigos 7.º e 9.º. Queria perguntar ao Governo quais são as medidas que serão adoptadas para resolver Vamos agora proceder à discussão na especialidade dos artigos o problema da inexistência de empresa de administração de 1.º e 2.º do Capítulo I da proposta de lei intitulada “Lei da actividade condomínio, decorrente da situação referida nos artigos 7.º e 9.º. comercial de administração de condomínios”. Srs. Deputados, façam o favor de apresentar as vossas opiniões. Não há deputados a querer Obrigado. apresentar opiniões. Presidente: Sr. Secretário Raimundo do Rosário, faça o favor Vamos então proceder à votação dos artigos 1.º e 2.º do Capítulo de responder às perguntas. I da proposta de lei em discussão. Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo (Votação) Arrais do Rosário: Sr. Presidente, Srs. Deputados:

Presidente: Aprovados. Boa tarde.

Passamos agora à discussão na especialidade dos artigos 3.º a 6.º Em resposta à pergunta do Sr. Deputado Au, afirmo que, na da Secção I do Capítulo II da proposta de lei. Srs. Deputados, façam discussão do assunto em destaque realizada nas reuniões da o favor de exprimir as vossas opiniões. Parece que ninguém quer Comissão Permanente, decidimos definir estratégias eficazes e apresentar opiniões. adoptar medidas concretas para cada uma das situações que ocorrerão no futuro, não estando previstas, na presente proposta de Vamos então votar os artigos 3.º a 6.º da Secção I do Capítulo II lei, normas destinadas à solução do mencionado problema. da proposta de lei. Presidente: Os outros Srs. Membros do Governo querem (Votação) adiantar mais informações?

Presidente: Aprovados. Presidente do Instituto de Habitação, Arnaldo Ernesto dos Santos: Queria dar mais uma explicação. Não se trata de uma Vamos passar à discussão na especialidade dos artigos 7.º a 10.º questão simples. Reparem que há sempre razões quando o Governo da Secção I do Capítulo II da proposta de lei em análise. Srs. toma a decisão de suspender ou cancelar a licença de actividade Deputados, façam o favor de apresentar as vossas opiniões. comercial de administração de condomínios. Sendo assim, não é conveniente a empresa envolvida continuar a prestar serviços, pois Tem a palavra o Sr. Deputado Au Kam San. as consequências podem ser muito graves. Devido à complexidade desta questão, temos a necessidade de tomar medidas contingentes Au Kam San: Obrigado, Sr. Presidente. que variam de acordo com a situação em concreto.

Sr. Secretário, Obrigado.

Srs. Membros do Governo, Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Au Kam San.

Caros Colegas: Au Kam San: Obrigado, Sr. Presidente.

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 15

Percebo a explicação das autoridades. Apresento esta pergunta (Votação) no plenário de hoje tendo em consideração as graves consequências decorrentes da inexistência de empresa de administração de Presidente: Aprovados. condomínios nos arranha-céus de Macau. É claro que há sempre razões (isto é, só em casos excepcionais) para a suspensão ou o Passamos, em seguida, à discussão na especialidade dos artigos cancelamento da licença de actividade comercial de administração 18.º a 21.º do Capítulo IV da proposta de lei. Srs. Deputados, façam de condomínios. Os artigos 7.º e 9.º em si não têm problemas. O que o favor de apresentar as vossas opiniões. pretendo é apelar à atenção das autoridades para a necessidade de aproveitar o período até à entrada em vigor da lei para preparar um Tem a palavra o Sr. Deputado Au Kam San. plano de contingência para resolver o problema referido. Se não, surgirá um vazio na gestão de edifícios e, francamente, não pode Au Kam San: Obrigado, Sr. Presidente. haver vazios na gestão dos edifícios altos, pois se assim for, pode acontecer um desastre. O Sr. Secretário e o Sr. Presidente do Sr. Secretário, Instituto de Habitação não podem apresentar o respectivo plano de contingência neste momento. Não faz mal, porque a lei só entra em Srs. Membros do Governo: vigor daqui a um ano. Espero que o Governo fique alerta para a necessidade de proceder a estudos e análises cuidadosos sobre este Deparei-me com algo que talvez seja necessário tratar na fase da assunto, e que defina estratégias e medidas eficazes para evitar a redacção final. Na subalínea (2) da alínea 7) do n.º 1 do artigo 19.º situação que referi. prevê-se o seguinte: “durante um período máximo de seis meses, a contar da data da comunicação acima referida”, enquanto na alínea 2) Presidente: Srs. Membros do Governo, façam o favor de do artigo 20.º prevê-se “durante um período mínimo de seis meses, a responder às perguntas. contar da data da comunicação acima referida”. Então, como é? Por um lado, é durante um período máximo de seis meses, e por outro é Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo durante um período mínimo de seis meses. Não será necessário Arrais do Rosário: Depois da discussão sobre o assunto, nas introduzir ajustamentos na fase da redacção? Não sei. A expressão reuniões realizadas no âmbito da Comissão Permanente, chegámos à “durante um período máximo de seis meses” significa que o máximo conclusão de que serão adoptadas medidas concretas conforme a é seis meses, e a expressão “durante um período mínimo de seis situação em concreto… a ocorrer no futuro. Além disso, gostaria de meses” implica que pode haver duração superior a seis meses. Qual apontar para a previsão, no n.º 3 do artigo 10.º da proposta de lei, de delas está certa? Penso que é necessário clarificar a intenção uma norma destinada ao tratamento da situação, embora não se trate legislativa. de uma medida que possa ser considerada perfeita. Em segundo lugar, gostaria de levantar uma questão sobre as Presidente: Alguém quer apresentar opiniões sobre os artigos obrigações no exercício da actividade, previstas no artigo 19.º do 7.º a 10.º da Secção I do Capítulo II? Parece que nenhum Deputado Capítulo IV. Ora bem, a qualidade dos serviços assegurados pelas quer apresentar opiniões. referidas empresas é muito importante. De acordo com esta disposição, cada empresa de administração de condomínio deve ter Vamos então passar à votação dos artigos 7.º a 10.º da Secção I um director técnico, o qual é responsável apenas pela garantia da do Capítulo II da proposta de lei. qualidade dos serviços de administração de condomínio prestados no edifício em causa. Nas reuniões realizadas no âmbito da (Votação) Comissão Permanente, este assunto foi alvo de discussão, porém, segundo a resposta do Sr. Secretário, devido ao grande número de Presidente: Aprovados. porteiros existentes em Macau, o Governo só pode concentrar-se na fiscalização das empresas e dos respectivos directores técnicos. Passamos, agora, à discussão na especialidade dos artigos 11.º a Contudo, os membros da Comissão Permanente tiveram opiniões 13.º da Secção II do Capítulo II da proposta de lei. Srs. Deputados, diferentes, entendem que são os porteiros que têm contacto directo façam o favor de apresentar as vossas opiniões. Não há deputados a com os condóminos e, assim sendo, a má qualidade dos porteiros querer exprimir opiniões. leva inevitavelmente à má qualidade dos serviços de administração de condomínio. Ora, na presente proposta de lei, não se prevêem Vamos então votar os artigos 11.º a 13.º da Secção II do requisitos para os porteiros, nem obrigações, mas gostaria de Capítulo II da proposta de lei. saber… uma vez que discutimos já… por exemplo, que existem 5 mil… pois segundo os dados fornecidos pelo Governo, há (Votação) actualmente em Macau cinco mil e tal porteiros que trabalham nas empresas de administração de condomínios, e as autoridades Presidente: Aprovados. prometeram assegurar a formação desses porteiros. Queria saber então: as acções de formação dos porteiros podem ser concluídas Vamos agora proceder à discussão na especialidade dos artigos antes da entrada em vigor da lei? E o Governo vai criar um regime 14.º a 17.º do Capítulo III da proposta de lei. Srs. Deputados, façam de qualificação profissional dos porteiros? Se for disponibilizada o favor de apresentar as vossas opiniões. Não há deputados a querer formação suficiente, os porteiros poderão, depois da formação, ficar apresentar opiniões. devidamente qualificados para trabalhar, o que contribuirá para assegurar a qualidade dos serviços, ao mesmo tempo que se livra o Vamos então proceder à votação dos artigos 14.º a 17.º do Instituto de Habitação da responsabilidade de os gerir, apenas Capítulo III. precisa de saber se os porteiros têm a respectiva qualificação. Isto

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 16 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 não contribuiria para melhorar a qualidade dos serviços de condomínio são bons. O porteiro disse: esse elevador está administração de condomínios do território? Espero que o Governo novamente avariado? Esperem um pouco, vamos telefonar, já é responda a estas minhas perguntas. normal chamar o pessoal da empresa de elevadores. De repente, alguém se lembrou que era melhor telefonar aos bombeiros, porque Presidente: Srs. Membros do Governo, façam o favor de a resposta seria mais rápida, mas, nessa altura, a porta do elevador responder às perguntas. abriu-se repentinamente. Afinal, o porteiro abriu a porta com a chave que tinha. O elevador ficou parado entre dois pisos, e o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo porteiro disse: é melhor subirem para sair do elevador. Subir? Eu Arrais do Rosário: Sr. Deputado Au Kam San, se não me engano, disse que não ia subir. Ele explicou: trata-se duma situação já houve uma discussão aprofundada sobre este assunto nas reuniões frequente. Se não quiser subir, pode aguardar a chegada do pessoal realizadas no âmbito da Comissão Permanente. Vamos apenas da empresa de elevadores ou dos bombeiros. Afinal, todos nós emitir certificação aos directores técnicos, visto que cada empresa subimos. De facto, foi muito perigoso. Aconteceram vários tem um director técnico. É impossível emitir certificação a milhares acidentes em Hong Kong, em que os utentes de elevadores de porteiros, atendendo à sua mobilidade. Esta é a razão pela qual, morreram porque os elevadores avariados se moveram de repente na apreciação na especialidade da presente proposta de lei realizada enquanto os utentes tentavam subir. Nessa altura, eramos 7 ou 8 na Comissão Permanente, foi tomada a decisão de que o Governo pessoas, e claro que as senhoras foram as primeiras, pois, se algo de emite certificações apenas aos directores técnicos. mal acontecesse, os homens que se encontravam no elevador podiam prestar apoio. Este exemplo justifica que o porteiro não Presidente: E sobre as duas expressões? recebeu a formação devida, pois afirmou que se tratava duma situação frequente e disse que não havia problema em subir para sair Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do elevador. Não soube telefonar para a empresa de elevadores. O Arrais do Rosário: Não há problema nestas duas expressões. Na que o porteiro devia ter feito era impedir tal prática, ou seja, subir situação de cessação do contrato, referida na alínea 7) do n.º 1 do para sair do elevador. Este é o primeiro aspecto. artigo 19.º, o prestador de serviços de administração de condomínios é obrigado a prestar os serviços de administração acordados durante Segundo, muitos edifícios têm extintores, e os porteiros mais seis meses, no máximo, de modo a prevenir situações de falta precisam de saber como se utilizam os diferentes tipos de extintores de serviços de administração de condomínio, ou seja, destes não para apagar os fogos que se alastrem em artigos eléctricos, em óleo serem assegurados por nenhuma entidade. Este é o consenso a que ou em gás combustível, entre outros. Constatei que os extintores de se chegou nas reuniões realizadas no âmbito da Comissão alguns edifícios estavam fora do prazo, mas ninguém deu Permanente. No respeitante à norma prevista no artigo 20.º, a importância a isso, o que demonstra falta de profissionalismo. Há situação é diferente. Está disposto no artigo 20.º que o prestador de mesmo necessidade de se criar um regime de qualificação serviços de administração de condomínios só pode deixar de prestar profissional dos porteiros, como o que foi pedido há pouco pelo Sr. os respectivos serviços mediante comunicação com a antecedência Deputado Au Kam San. Reivindico, desde há muitos anos, a de seis meses, no mínimo, de modo que os moradores tenham tempo implementação de um regime de “credenciação profissional”. Sr. suficiente para arranjar outra empresa de administração de Secretário, não basta emitir certificações aos directores técnicos, condomínio. Estes assuntos foram discutidos nas reuniões da depois da aprovação desta proposta de lei, é necessário criar, com a Comissão Permanente. maior brevidade possível, um regime de qualificação profissional dos porteiros. Claro que se deve fiscalizar as empresas, porém, no Obrigado. final, são as pessoas que se responsabilizam por fazer o trabalho. Não é? Seja como for, mesmo se a gestão for boa… os trabalhadores Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Mak Soi Kun. são indispensáveis, e se estes não têm conhecimentos suficientes, o problema é grande. Não sei se o Sr. Secretário concorda com esta Mak Soi Kun: Obrigado, Sr. Presidente. minha opinião.

Sr. Secretário: Obrigado.

Há muitos anos que peço a implementação de um regime de Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Kwan Tsui Hang. “credenciação profissional”, nomeadamente de um regime de qualificação profissional dos porteiros, como mencionou há pouco o Kwan Tsui Hang: Obrigada, Sr. Presidente. Sr. Deputado Au Kam San. Com a implementação desse regime, só os indivíduos com a respectiva certificação emitida pelo Governo Antes de mais, gostaria de falar sobre a qualidade dos porteiros. poderiam trabalhar como porteiros. Concordo com a decisão tomada Acredito que todos os pequenos proprietários têm o desejo de ver as pelo Governo, referida há pouco pelo Sr. Secretário, de que, numa empresas de administração de condomínios contratar porteiros primeira fase, o Governo emite certificações apenas aos directores qualificados, para melhorar a qualidade dos serviços. Esta é a razão técnicos. Também acho que, com precipitação, não se podem atingir pela qual todos os membros da Comissão Permanente responsável os objectivos definidos. Contudo, gostaria de apontar para a pela apreciação da presente proposta de lei exigiram que os porteiros necessidade de se reforçar a formação dos porteiros. Vou apresentar frequentassem formação de forma contínua. Por que razão é que a um exemplo para justificar esta minha afirmação: um dia, eu e um Comissão acabou por concordar com a opção do Governo, isto é, grupo de operadores do sector da construção civil fomos ao que é indispensável a certificação dos directores técnicos, mas não a escritório de um órgão governamental instalado num edifício dos porteiros? A questão chave é que a presente lei estipula os comercial, para uma reunião. O elevador avariou e ficámos presos. requisitos para início de actividade e requerimento de licença por Carregámos no botão de emergência e o porteiro respondeu parte das empresas de administração. Se todos os porteiros imediatamente, portanto, os serviços de administração do deviam… a discussão nessa altura foi que… se todos os porteiros

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 17 deviam, isto é, se todos os trabalhadores das empresas de internacionalmente reconhecida. Macau não podia fazê-lo, então, administração deviam ser devidamente certificados antes da emissão pedimos apoio aos serviços de credenciação de Cantão, à Sucursal de licenças ou da autorização de início de actividade, por não de Cantão da Sociedade de Classificação da China (China sabermos se, para o sector em causa, isto seria aceitável. Por causa Classification Society), a qual é reconhecida internacionalmente, e disto, durante a discussão, a Comissão entendeu que a exigência assim foi criado o nosso regime de credenciação dos soldadores. respeitante à certificação dos directores técnicos servia para reforçar Agora, o exercício da profissão de soldador exige a posse de cartão os requisitos técnicos necessários para as empresas operarem. Esta é profissional. Na altura em que não era exigida a posse de cartão a minha explicação adicional. profissional, todos os soldadores trabalhavam sem cartão, e alguns deles pensavam que não era preciso ter cartão profissional, nem Obrigada. sequer sabiam que na soldadura se utiliza raios X. Os grandes componentes de aço exigem a utilização de raios X, sendo muito Presidente: Srs. Membros do Governo, façam o favor de baixa a utilização de zarcão pulverizado. Se as grades de janelas, as responder às perguntas. janelas e as portas de aço são feitas por esses trabalhadores, por que razão não podem fazer soldadura? Nessa altura, era isso que as Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo pessoas pensavam. Com a criação do referido regime, só os Arrais do Rosário: Obrigado, Sr. Presidente. soldadores credenciados podem realizar os trabalhos de soldadura (tal como exige a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Sr. Deputado Mak Soi Kun: Transportes), nomeadamente a soldadura dos tubos do ar condicionado… nos quais há pressão. Na minha opinião, o Governo Tenho talvez opinião diferente da sua quanto à questão em tem a responsabilidade de impulsionar a criação de regimes de análise. Em resposta à pergunta do Sr. Deputado Mak, afirmo que credenciação, tal como o Governo da RAEHK, o qual até exige a não concordo com a sua ideia apresentada há pouco. Se esses credenciação dos electricistas, nomeadamente. Da mesma forma, a milhares de pessoas precisam de ser formados por nós, o que é que Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais proíbe a entrada as referidas empresas têm de fazer? Na minha opinião, não é o em estaleiros dos operários que não sejam titulares do cartão de Governo, são sim as empresas de administração de condomínios que segurança ocupacional… estabelecendo um período de transição. têm a responsabilidade de formar os porteiros, pois estes são Tal como afirmei há pouco, na articulação entre o Governo, o sector empregados dessas empresas, e os directores técnicos dessas da administração de condomínios, e o sector académico, o empresas é que devem assegurar a formação dos seus porteiros. fundamental é o reconhecimento do respectivo cartão pelo Governo, Compete ao Governo a formação de directores técnicos, foi este o nomeadamente do cartão de soldador. Da mesma maneira, foi criado consenso conseguido nas reuniões da Comissão Permanente, tal o Regime jurídico da acreditação, registo, inscrição e qualificação como referiu a Sr.ª Deputada Kwan Tsui Hang. O Governo pode profissional de técnicos no âmbito da edificação e do urbanismo. É prestar apoio aos trabalhos de formação de porteiros, organizando pena que não estejam incluídos no referido regime os supervisores mais cursos, contudo, a Administração Pública não assumirá a de quantidade e os medidores orçamentistas. Passados vários anos, o responsabilidade de formar os vários milhares de porteiros, pois essa Governo ainda não cumpriu a promessa de criação do regime de responsabilidade deve ser assumida pelas empresas às quais os credenciação destes profissionais, ainda que se registem na realidade porteiros pertencem, designadamente pelos directores técnicos. muitos casos em que ocorrem falhas na previsão dos orçamentos. Espero que o Governo dê importância à formação dos porteiros, que Obrigado. emita as respectivas orientações e crie o respectivo regime de credenciação, de forma gradual e ordenada. Reparem que é muito Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Mak Soi Kun. importante que os porteiros tenham conhecimentos básicos sobre a administração de condomínios, e saibam actuar convenientemente Mak Soi Kun: Sr. Secretário: na ocorrência de acidentes, tais como fugas de electricidade e incêndios. Sei que a equipa da área dos Transportes e Obras Parece que o Sr. Secretário não percebeu muito bem a minha Públicas está sobrecarregada, mas temos ainda a Direcção dos ideia. Esses trabalhos devem ser realizados pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, não temos? Além disso, as Serviços para os Assuntos Laborais, através da cooperação associações e instituições privadas também podem ajudar na interserviços. A criação de um regime de qualificação profissional realização dos respectivos trabalhos. dos porteiros e a respectiva formação requerem articulação entre o Governo, o sector da administração de condomínios, e o sector Obrigado. académico. Nesta combinação salienta-se o princípio da predominância do poder executivo, sendo fundamental o Presidente: Tem a palavra o Sr. Vice-Presidente Lam Heong reconhecimento do respectivo cartão pelo Governo, tal como na Sang. autenticação profissional dos engenheiros e médicos. Na análise desta questão podemos evocar o processo de criação do regime de Lam Heong Sang: Obrigado, Sr. Presidente. credenciação dos soldadores, que contou com a colaboração entre as associações e os sectores industrial e comercial. Nós pagámos, e a Sr. Secretário, Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais prestou o respectivo apoio. É fundamental o reconhecimento do respectivo Srs. Membros do Governo: cartão pelo Governo e não a organização dos cursos de formação. Veja-se o exemplo do ingresso na Função Pública, em que os No que concerne à formação profissional e à criação do regime titulares de determinados certificados têm prioridade no acesso a de credenciação, ora… quanto à questão da soldadura, há uma alguns cargos… para os quais se recrutam funcionários. Por fim, o história muito triste… é possível que haja necessidade de recorrer caso da certificação da profissão de soldador, que tinha de ser aos raios X para a qualidade dos trabalhos de soldadura no caso dos

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 18 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 grandes componentes de aço. Antigamente, no território de Macau ninguém tinha conhecimento dessa técnica, razão pela qual pedimos (Votação) ajuda à Sucursal de Cantão da Sociedade de Classificação da China. Não acho, porém, que o trabalho de instalar um corrimão numa Presidente: Aprovados. escada tenha de ser realizado por soldadores credenciados e tenha de se recorrer aos raios X. Não pretendo negar com isto a necessidade Passamos agora à discussão na especialidade dos artigos 30.º a de organizar cursos de formação e de se ter criado o regime de 35.º do Capítulo V da proposta de lei. Srs. Deputados, façam o favor credenciação. Oponho-me é à situação de desemprego de muitos de apresentar as vossas opiniões. Ninguém quer apresentar opiniões. residentes por causa desse regime de credenciação, sim, isso é que é uma grande tristeza. Sr. Deputado Mak, vamos verificar qual é a Vamos então votar os artigos 30.º a 35.º do Capítulo V da percentagem dos soldadores residentes titulares do respectivo cartão, proposta de lei. em relação à totalidade dos soldadores importados. Está bem? Não somos pessoas que possam ser enganadas com facilidade. (Votação)

Presidente: Sr. Secretário, faça o favor de responder às Presidente: Aprovados. perguntas. Passamos, de seguida, à discussão na especialidade dos artigos Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo 36.º a 38.º do Capítulo VI da proposta de lei. Srs. Deputados, façam Arrais do Rosário: Obrigado, Sr. Presidente. o favor de apresentar as vossas opiniões. Ninguém quer apresentar opiniões. Sr. Deputado Mak Soi Kun: Vamos então passar à votação dos artigos 36.º a 38.º do Capítulo Segundo o consenso sobre a implementação do regime de VI da proposta de lei. Sr. Deputado Fong Chi Keong. “credenciação profissional” a que se chegou nas reuniões realizadas no âmbito da Comissão Permanente (nas quais estiveram presentes (Votação) os representantes da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais), o Governo exigirá que cada empresa de administração de Presidente: Aprovados. condomínios tenha pelo menos um director técnico, o qual deve ser titular da certificação emitida pela DSAL depois de ter frequentado Vamos passar à discussão na especialidade dos artigos 39.º a e obtido aproveitamento no respectivo curso organizado pela DSAL. 41.º do Capítulo VI da proposta de lei. Srs. Deputados, façam o Vamos organizar cursos para a formação de porteiros, porém, não favor de apresentar as vossas opiniões. Não há Deputados a querer vamos emitir certificação. apresentar opiniões.

Obrigado. Vamos então votar os artigos 39.º a 41.º do Capítulo VI da proposta de lei. Presidente: Não há mais Deputados a querer exprimir opiniões. (Votação) Vamos então passar à votação dos artigos 18.º a 21.º do Capítulo IV da proposta de lei. Presidente: Aprovados.

(Votação) Passamos agora à discussão na especialidade dos artigos 42.º a 45.º do Capítulo VI da proposta de lei. Srs. Deputados, façam o Presidente: Aprovados. favor de apresentar as vossas opiniões. Não há Deputados a querer apresentar opiniões. Passamos agora à discussão na especialidade dos artigos 22.º a 25.º do Capítulo V da proposta de lei. Srs. Deputados, façam o favor Vamos então votar os artigos 42.º a 45.º do Capítulo VI da de apresentar as vossas opiniões. Parece que ninguém quer proposta de lei. Sr. Deputado Chui Sai Peng. apresentar opiniões. (Votação) Vamos então votar os artigos 22.º a 25.º do Capítulo V da proposta de lei. Presidente: Aprovados.

(Votação) Srs. Deputados:

Presidente: Aprovados. A proposta de lei intitulada “Lei da actividade comercial de administração de condomínios” foi aprovada na totalidade. Algum Vamos agora passar à discussão na especialidade dos artigos Deputado quer apresentar declarações de voto? 26.º a 29.º do Capítulo V da proposta de lei. Srs. Deputados, façam o favor de apresentar as vossas opiniões. Não há Deputados a querer Tem a palavra o Sr. Deputado Zheng Anting. apresentar opiniões. Zheng Anting: Obrigado, Sr. Presidente. Vamos então votar os artigos de 26.º a 29.º do Capítulo V da proposta de lei.

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 19

Vou ler, em seguida, a declaração de voto preparada pelo Sr. Deputado Mak Soi Kun e por mim. Presidente: Srs. Deputados:

A criação, através da elaboração e promulgação da presente A terceira matéria agendada para o plenário de hoje é a proposta de lei, do regime de licenciamento da actividade comercial discussão e votação na especialidade da proposta de lei intitulada de administração de condomínios, visa a regulação das respectivas “Regime jurídico da administração das partes comuns do actividades, e pode contribuir para melhorar a qualidade dos condomínio”. Segundo o artigo 112.º do Regimento da Assembleia serviços de administração de condomínios, nomeadamente, com a Legislativa, nenhum documento pode ser discutido ou votado sem exigência de cada empresa de administração de condomínios ter que tenha sido distribuído aos Deputados, com a antecedência pelo menos um director técnico, responsável por orientar os mínima de cinco dias. Contudo, a versão portuguesa do Parecer só trabalhos diários, garantir o profissionalismo de todos os foi distribuída aos colegas no dia 2 deste mês, à noite, não tendo empregados, e assegurar a qualidade dos serviços de administração sido, portanto, satisfeita, a referida exigência do artigo 112.º, sobre a de condomínios. Com vista a impelir as referidas empresas a antecedência mínima de cinco dias. Temos agora duas opções: cumprir com as suas obrigações, são definidas, na proposta de lei, terminamos agora a sessão e procedemos à discussão e votação na penalizações para castigo das transgressões, e é criado o regime de especialidade da proposta amanhã. Se os dois Deputados… como a caução. Concordamos com o reforço da supervisão das actividades versão chinesa do parecer foi distribuída aos Deputados na manhã das empresas de administração de condomínios e da protecção dos do dia 2, foi já preenchido o requisito da antecedência de cinco dias, interesses dos pequenos proprietários. Pedimos, no entanto, que as e todos tiveram tempo suficiente… se os dois Deputados não se normas definidas não sobrecarreguem as referidas empresas e não importarem… Sr. Deputado Coutinho, quer intervir? levem ao aumento dos custos de funcionamento e ao consequente aumento das despesas de condomínio. José Maria Pereira Coutinho: Sr. Presidente:

Obrigado. Por mim, não há problema.

Presidente: Srs. Deputados: Presidente: Se ninguém se opuser, vamos continuar a reunião, pois a Sr.ª Secretária Chan já está na Assembleia Legislativa. Caso Terminámos aqui a discussão e votação na especialidade da contrário, procede-se à discussão e votação na especialidade amanhã. proposta de lei. Houve deputados que pediram a alteração de um Tal como expliquei há pouco, a versão portuguesa do Parecer foi termo da proposta de lei em causa. Os Srs. Membros do Governo distribuída aos colegas no dia 2 deste mês, à noite (embora os concordam com a sugestão? Concordam, não é? O Sr. Secretário funcionários da AL tenham trabalhado, no dia anterior, até às três quer dizer mais alguma coisa? horas da madrugada), não tendo sido, portanto, satisfeita, a exigência da antecedência mínima de cinco dias prevista no Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo Regimento da Assembleia Legislativa. Se os dois Deputados não se Arrais do Rosário: Sr. Presidente: opuserem, vamos continuar a nossa reunião.

Obrigado. O primeiro assunto para o qual queria chamar a Srs. Deputados: atenção tem a ver com o artigo 36.º, intitulado “Sistema electrónico”, no qual está estipulado que os procedimentos relativos ao Vamos então começar a tratar da terceira matéria agendada para requerimento de licença de actividade comercial de administração o plenário de hoje, que é precisamente a discussão e votação na de condomínios e à manutenção de comunicações com os serviços especialidade da proposta de lei intitulada “Regime jurídico da competentes podem ser efectuados através do sistema electrónico. administração das partes comuns do condomínio”. Apresento, em Vamos promover a utilização deste sistema electrónico nas nome da Assembleia Legislativa, as boas-vindas à Sr.ª Secretária empresas de administração de condomínios. Embora a sua utilização Chan e aos demais membros do Governo e agradeço a participação não seja obrigatória, acredito que, daqui a pouco tempo, o sistema na reunião de hoje. será vulgarmente utilizado na interacção entre o Governo e as empresas de administração de condomínios. Dou então a palavra ao Presidente da 2.ª Comissão Permanente, o Sr. Deputado Chan Chak Mo, para proceder à respectiva Em segundo lugar, gostaria de apontar para o facto de que apresentação. realizámos catorze reuniões com a Comissão Permanente responsável pela apreciação da presente proposta de lei, e as Chan Chak Mo: Obrigado Sr. Presidente. primeiras onze foram realizadas em Novembro de 2015, se não me engano. Posteriormente, realizámos mais três reuniões. Queria Sr. Presidente, apenas salientar que a colaboração com a Comissão foi muito boa, por isso, gostaria de manifestar o meu agradecimento à Sr.ª Membros do Governo, Deputada Kwan Tsui Hang e aos restantes membros da Comissão. Caros Colegas: Muito obrigado. O Governo apresentou, em 16 de Outubro de 2015, a proposta Presidente: Agradeço, em nome da Assembleia Legislativa, a de lei “Regime jurídico da administração das partes comuns do presença do Sr. Secretário Raimundo do Rosário e dos seus condomínio”, que foi apresentada, discutida e aprovada, na colaboradores. generalidade, no Plenário da AL do dia 26 de Outubro de 2015. Na mesma data, foi distribuída a esta Comissão, nos termos do (Saída dos representantes do Governo e entrada de outros) Despacho do Presidente da AL, para efeitos de apreciação na

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 20 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 especialidade. Tendo em conta a complexidade da política como para as respectivas benfeitorias; legislativa definida e da técnica legislativa adoptada na proposta de lei, a Comissão solicitou 10 vezes ao Presidente da AL autorização 8. De modo a facilitar a realização de obras que constituam para a prorrogação do prazo de apreciação na especialidade, o que inovações, procedeu-se à redefinição destas últimas; mereceu acolhimento. 9. Por forma a dar resposta às situações urgentes, definiu-se um Para efeitos da apreciação da proposta de lei, esta Comissão regime especial para as reparações indispensáveis e urgentes; reuniu-se 37 vezes, entre 4 de Novembro de 2015 e 2 de Agosto de 2017, e os representantes do Governo participaram em 24 reuniões. 10. Para facilitar a vida dos proprietários das fracções Na reunião do dia 12 de Janeiro de 2016, estiveram presentes autónomas, definiu-se um regime especial para obras nas partes representantes das associações de administração de propriedades, a comuns necessárias à fruição das fracções autónomas; e convite da Comissão, e foram ainda realizadas 25 reuniões técnicas entre a assessoria desta Assembleia e representantes do Governo. 11. Com base no actual regime de arbitragem, foi introduzido um regime de mediação para resolver os litígios de administração. Os membros da Comissão e o proponente analisaram a proposta de lei, artigo a artigo, e discutiram sobre as questões levantadas, No processo de apreciação da proposta de lei, a Comissão com vista ao esclarecimento das mesmas, à clarificação da exacta decidiu manter o equilíbrio dos interesses de diversas partes e intenção legislativa subjacente a esta lei e ao apuramento da técnica envidou esforços para criar um regime de administração de edifícios legislativa adequada. Com base nisto, em 24 de Julho de 2017, o mais satisfatório, por forma a promover uma boa administração das Governo apresentou uma versão alternativa, a qual reflecte, em parte, partes comuns do condomínio, e a concretizar uma boa relação entre as opiniões expressas no seio da Comissão e a análise técnico- vizinhos. Mas se as novas sugestões constantes da proposta de lei jurídica efectuada pela Assessoria da AL. são, ou não, razoáveis, há que esperar pela confirmação depois da sua aplicação na prática. Assim, o proponente sugeriu que a lei fosse Os pontos fulcrais do trabalho de apreciação da Comissão são as revista três anos após a sua entrada em vigor, e a Comissão entende normas inovadoras da presente iniciativa legislativa. Após discussão que há toda a necessidade de o fazer. e estudo, a Comissão e o proponente chegaram a consenso, com base na versão final da proposta de lei, sobre as seguintes questões: A Comissão alertou o Governo para a necessidade da realização, em tempo oportuno e após a aprovação da lei, de actividades de 1. A fim de facilitar a realização das reuniões da assembleia divulgação e sensibilização, dando explicações e orientações aos geral do condomínio, os trâmites da convocação de reuniões foram cidadãos, em prol da concretização da política legislativa subjacente. simplificados, e definiu-se, em pormenor, os procedimentos para as referidas reuniões e os regimes de representação, votação, eleição, Sr. Presidente: etc.; Os pormenores sobre o restante trabalho desenvolvido pela 2. A fim de evitar a questão de “dupla ou múltipla Comissão já constam do parecer, o qual submeto então à apreciação administração”, definiu-se a intervenção do Instituto de Habitação deste Plenário. (IH) em momento posterior, através do depósito da cópia da acta da reunião da assembleia geral do condomínio em que se proceda à Merece aqui também alertar que, devido a limitações de tempo, eleição ou exoneração de membros da administração; verificam-se ainda na versão final algumas questões ao nível da redacção em chinês, nomeadamente, na alínea 3) do artigo 4.º, 3. Por forma a clarificar as competências e responsabilidades de alínea 5) do n.º 2 do artigo 7.º, n.º 1 do artigo 10.º, artigo 16.º, n.º 3 administração do condomínio, definiu-se as competências e o do artigo 27.º, n.º 2 do artigo 28.º, n.º 3 do artigo 32.º, n.º 2 do artigo âmbito das tarefas da assembleia geral e da administração, e 35.º, n.º 3 do artigo 35.º, n.º 2 do artigo 36.º, artigo 51.º, artigo 52.º, clarificou-se a relação entre estas e a pessoa ou entidade incumbida artigo 53.º, alínea 5) do n.º 2 do artigo 56.º, alínea 1) do n.º 1 do da prestação de serviços de administração de edifícios; artigo 63.º, n.º 4 do artigo 64.º e artigo 67.º.

4. Para resolver a questão da falta de clareza quanto ao poder de E, ainda ao nível da redacção em português, nomeadamente, no administração em situações de existência de contrato-promessa, n.º 4 do artigo 17.º, n.º 3 do artigo 35.º, n.º 5 do artigo 49.º, artigo clarificou-se, então, o âmbito dos direitos do promitente-adquirente; 51.º e artigo 53.º.

5. Por forma a resolver a transmissão de fracção autónoma com Após discussão entre a Comissão e o proponente, ambas as encargos de condomínio em dívida por parte do proprietário, e até as partes concordaram que o problema fosse tratado na fase de situações que constituam obstáculos para o reembolso desses redacção final. encargos, clarificou-se as obrigações e responsabilidades dos proprietários das fracções autónomas; Muito obrigado.

6. A fim de dar resposta às necessidades de administração dos Presidente: Obrigado, Sr. Deputado Chan Chak Mo. edifícios, procedeu-se à pormenorização da disposição relativa ao fundo comum de reserva, prevista no Código Civil; Srs. Deputados:

7. Por forma a facilitar a vida dos titulares das lojas situadas no Vamos agora proceder à discussão na especialidade da proposta rés-do-chão dos edifícios, definiu-se um regime especial para a de lei intitulada “Regime jurídico da administração das partes afixação de tabuletas e reclamos nas fachadas dos edifícios, bem comuns do condomínio”. Vamos apreciar primeiro os artigos 1.º a

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 21

3.º do Capítulo I. Srs. Deputados, façam o favor de apresentar as pelo tribunal sobre aquele bem. Pergunto, será justo que este tei chu vossas opiniões. Ninguém quer apresentar opiniões. ou este proprietário assuma a responsabilidade pelo pagamento dessas dívidas do condomínio? Ele não tem culpa, ele bem queria Vamos então passar à votação dos artigos 1.º a 3.º do Capítulo I que a escritura pública fosse outorgada o mais rapidamente possível. da proposta de lei. Porém, o comprador é faltoso. Depois de interpelado, depois de chamado, depois de comunicado, não atende aos chamamentos do (Votação) vendedor e não outorga a escritura. Passam-se anos sem pagar as despesas de condomínio... Eu acredito na bondade da solução Presidente: Aprovados. proposta para a situação inversa. E o que é a situação inversa? É o proprietário, o tei chu, não outorgar a escritura de venda. Isto Passamos agora à discussão na especialidade dos artigos 4.º a 8.º aconteceu no passado. Muitas vezes o proprietário, o construtor, o da Secção I do Capítulo II da proposta de lei. Srs. Deputados, façam developer, o tei chu, depois da licença de ocupação emitida pelas o favor de apresentar as vossas opiniões. autoridades, depois de ter recebido a totalidade do preço, depois de ter entregado a chave do apartamento ao comprador, este Sr. Deputado Leonel Alberto Alves. proprietário não move as diligências para a outorga da escritura de venda desse imóvel. Daí que, historicamente em Macau, na década Leonel Alberto Alves: Sr. Presidente, de 80, tenha surgido a figura de condomínio de facto, está hoje aqui consagrado, não por estas palavras, mas o espírito é este. Nesta Sr.ª Secretária, lógica, de haver incumprimento do vendedor, eu ainda poderia aceitar a sanção ou o ónus legal... o legislador criar uma Srs. membros do Governo, responsabilidade nova de pagar as dívidas de um terceiro, que é a dívida do promitente-comprador. Agora, na situação inversa, em que Colegas: o incumpridor é o próprio promitente-comprador... arrastam-se durante anos, não paga o condomínio, deve ao Banco e deve a várias Boa tarde a todos. outras pessoas, que têm o registo de penhora e de arrestos, o que significa, para quem percebe de direito, este vendedor que paga - Estamos agora no âmbito da especialidade e, relativamente ao muito bonito, está aqui escrito que tem o direito de regresso, mas, artigo 6.º, tenho algumas questões a colocar. Mas, antes de as muito obrigado - ele é um credor comum, não tem nenhum crédito colocar, gostaria de, com a autorização do Sr. Presidente, privilegiado sobre os outros credores desse promitente-comprador. obviamente, gostaria de chamar a atenção que a redacção em língua Nem sequer está aqui previsto o privilégio creditório. Nem sequer portuguesa não é a melhor... Não é a melhor. Espero e faço votos está aqui previsto uma figura que havia em Macau, na década de 80 para que a assessoria, quer do Governo, quer da Assembleia, e se os ou 90, que era a de entre os credores comuns ele figurar em primeiro Deputados estiverem também interessados nisso, na redacção final lugar. Ser o primeiro de entre os credores comuns. Portanto, nós do diploma poderiam, ou poderíamos, fazer um esforço conjunto criamos uma responsabilidade ao vendedor, e parece que é uma para que a redacção em língua portuguesa fosse aprimorada, porque responsabilidade a título de devedor principal, não está aqui como se vê com alguma facilidade que há algumas normas aqui que são da fiador, e como devedor principal nem sequer pode invocar o tradução directa do chinês para o português e às vezes há normas benefício da excussão prévia dos bens do devedor. O que é que com a repetição das mesmas palavras duas ou três vezes, o que não significa este palavrão “benefício de excussão prévia dos bens do faz parte da nossa legística normal. À parte desta questão, devedor”? Não pode este vendedor dizer assim ao tribunal: “olhe, relativamente ao artigo 6.º, gostaria de me focar no n.º 4. O n.º 4 não mexa nos meus bens – nos bens do vendedor – antes de excutir, deste artigo 6.º, que impõe na nossa ordem jurídica um encargo antes de liquidar, completamente o património desse promitente- novo aos proprietários, ou seja, o proprietário, incluindo o chamado comprador”. Portanto, o tei chu está completamente desprotegido. tei chu, o developer. Espero que os colegas que estão neste ramo da Completamente desprotegido! Sem ter culpa. E não só tem que construção civil e do fomento imobiliário prestem atenção a isto, o pagar os condomínios normais, que são as despesas mensais, como que está aqui escrito é que o proprietário, incluindo o developer, o também os encargos, vá lá, extraordinários, entre aspas, por exemplo, grande proprietário, passe a ser o responsável por todas as dívidas as contribuições para o Fundo Comum de Reserva, despesas do condomínio do promitente-comprador. Isto é uma situação extraordinárias para a reparação de algumas partes comuns do inteiramente nova. Isto quer dizer que o tei chu, se vender uma prédio. Portanto, Colegas e Membros do Governo, a fracção autónoma... se a minha interpretação estiver errada, responsabilidade desse vendedor não é só relativamente àquelas agradeço que o Governo ou os colegas me corrijam. Se o tei chu centenas ou poucos milhares de patacas mensais, mas também tem vender uma fracção autónoma a um senhor, ao Sr. Chan, o Sr. Chan um âmbito muito mais vasto. Toda e qualquer dívida, qualquer que não outorga escritura de compra e venda, fugiu, desapareceu... dois, seja a sua origem, proveniência, fundamento ou natureza dessa três anos... Colegas, eu tenho situações concretas, estou a lidar com dívida do condómino de facto, o proprietário tem que a assumir. E a essas situações no plano prático e não no plano teórico. O solução legal que se lhe dá é “o senhor tem o direito de regresso”. proprietário vende a fracção autónoma e o comprador desaparece. O Mas isto não resolve nada, porque ele tem que meter uma acção comprador pagou o preço, recebeu a chave do imóvel, habita ou declarativa e, se for um devedor fugido, essa acção declarativa leva arrenda, não é? E, entretanto, por causa da vida pessoal dele, muitas dois ou três anos. Obtida sentença de condenação, vamos executar o vezes até por causa do jogo, dívidas de jogo, desaparece. E o tei chu património do devedor. Mas o devedor já fugiu, não tem bens. O que não consegue encontrá-lo para a outorga da escritura pública de eu quero dizer é que, com esta solução aqui consagrada, o tei chu compra e venda. Entretanto, sobre aquela fracção autónoma, ou passa a assumir a título principal, e sem possibilidade de recusar, o sobre o direito de aquisição daquela fracção autónoma, não só existe pagamento da dívida de terceiro. Acho que é uma solução uma promessa de hipoteca registada ao abrigo do mai lau, como desproporcional. É uma solução injusta e irrazoável. Se se quiser também podem existir várias penhoras e vários arrestos, decretados impor essa obrigação, temos que dar ao vendedor a possibilidade de

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 22 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 ter alguns direitos reais de garantia. Se não for possível conceder um muitos casos, a administração e a empresa de administração de direito real de garantia, a título, por exemplo, de privilégio condomínio não aproveitem bem o instrumento que referi. creditório ou outro, ter-se-ia que lhe dar algum privilégio no tratamento de graduação de créditos, ou seja, de entre os credores Verificam-se também muitas situações, na prática diária, e comuns, ele figurar em primeiro lugar. Mas nada disto está previsto. espero que o Governo clarifique melhor a situação. Segundo Eu apelo aqui à atenção que isto pode trazer consequências informações da administração de edifícios, o Instituto de Habitação extremamente graves no plano prático. Cuidado. Os tei chu, as sugere-lhes que preparem escritos particulares com força jurídica na pessoas que percebem esta lógica de funcionamento do mercado, elaboração das actas das reuniões. Na prática, a administração tenham cuidado e não venham depois dizer que isto não foi alertado. costuma preparar a acta da reunião em papel A4, com a assinatura Se nós aprovarmos isto como está, o tei chu vai assumir uma de três membros, e não em cadernos próprios para as actas, como as responsabilidade que... é injusto que esta responsabilidade lhe seja associações registadas fazem. O Instituto de Habitação disse ainda imposta. Por ora, é isto. Muito obrigado. que não era necessário o reconhecimento notarial das assinaturas dos mencionados três membros da administração, para que as actas Presidente: Sr.ª Deputada Chan Melinda Mei Yi. das reuniões tivessem força jurídica. Contudo, quando esses órgãos propõem acções executivas contra os pequenos proprietários que Chan Melinda Mei Yi: Obrigada, Sr. Presidente. não pagam as despesas de condomínio durante muitos meses, os funcionários da linha de frente do tribunal costumam pedir o Srs. Membros do Governo, reconhecimento notarial das actas das reuniões. O problema é que quando a administração pede o reconhecimento notarial das actas no Caros Colegas: notário, este exige o registo dessas actas em caderno próprio para o efeito, como o utilizado normalmente pelas associações registadas. Está disposto, no artigo 7.º, que sejam encargos do condomínio A disparidade das orientações emitidas pelas diferentes entidades, as despesas necessárias ao uso, fruição, segurança das partes designadamente pelo Instituto de Habitação, pelo Juízo de Pequenas comuns do condomínio. Porém, há alguns problemas que ficam Causas e pelos notários, deixa as pessoas perplexas e sem saber o sempre por resolver. Por exemplo, estão estacionados nos parques que fazer. Peço ao Governo os devidos esclarecimentos, para acabar de estacionamento de edifícios muitos veículos antigos e inúteis. com esta dúvida. Houve pequenos proprietários que telefonaram para os serviços públicos pedindo a resolução do problema, e obtiveram a resposta Obrigado. que não há possibilidade de intervenção, visto que se trata de propriedades privadas. Queria perguntar ao Governo se a aprovação Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Song Pek Kei. da presente proposta de lei pode contribuir para solucionar este problema. Espero que as autoridades possam dar a respectiva Song Pek Kei: Obrigada, Sr. Presidente. explicação perante o público. Sr.ª Secretária, Obrigada. Sr. Director: Presidente: Sr.ª Secretária Chan, faça o favor de… Tem a palavra o Sr. Deputado Ho Ion Sang. Segundo o n.º 3 do artigo 8.º, os pequenos proprietários devem pagar mensalmente as despesas de condomínio contra factura. Ho Ion Sang: Obrigado, Sr. Presidente. Gostaria de pedir esclarecimentos sobre a execução desta norma. Como se sabe, na prática, as despesas de condomínio são pagas Sr.ª Secretária, pelos pequenos proprietários à empresa de administração do condomínio, encarregada da gestão do edifício mediante a Srs. Membros do Governo, celebração do respectivo contrato, situação que não sei se é permitida por esta lei em análise. Caso a resposta a esta pergunta Caros Colegas: seja negativa, os membros da administração terão dificuldades em levar a cabo a tarefa referida na disposição em destaque, por não Queria pedir esclarecimentos sobre o artigo 8.º. Na lei vigente, terem tempo disponível suficiente devido aos seus empregos. O está estipulado que os encargos de condomínio são pagos em facto é que, na maioria dos casos, é a empresa de administração do prestações periódicas de montante fixado com a aprovação do condomínio que recebe o pagamento das despesas de condomínio. orçamento pela assembleia geral do condomínio, na reunião Como é que isso vai ser depois, com esta disposição? Gostaria de realizada durante o mês de Janeiro de cada ano, servindo a acta da pedir à Sr.ª Secretária explicações claras sobre este assunto. reunião como prova da fixação do respectivo encargo dos pequenos proprietários. Segundo a legislação em vigor, a administração do Obrigada. condomínio pode propor uma acção executiva contra os pequenos proprietários que não pagam as despesas de condomínio, mostrando Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Vong Hin Fai. ao tribunal a acta da reunião. Este é um instrumento de que a administração dispõe para obrigar os pequenos proprietários a pagar Vong Hin Fai: Obrigado, Sr. Presidente. as despesas de condomínio em dívida, de modo a ter verbas para assegurar o funcionamento do edifício. Analisando a versão Exma. Sr.a Secretária, actualizada da proposta de lei, verifiquei que se mantém a mencionada norma apresentada na versão inicial. É pena que, em Srs. Membros do Governo,

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 23

Caros Colegas: repetidamente há pouco, a intenção legislativa subjacente à definição da norma da responsabilidade solidária é garantir o Queria chamar a atenção para a norma prevista na alínea 6) do pagamento atempado dos referidos encargos, e prevenir a situação artigo 4.º, a qual estipula que são direitos do condómino outros de os pequenos proprietários que não moram nas fracções direitos atribuídos pela Lei. Sobre a expressão “pela Lei”, será que autónomas que adquiriram (os quais podem ter comprado os esta se refere à presente lei ou a outros diplomas legais? Por respectivos apartamentos para especulação) não pagarem os exemplo, constam do Código Civil muitos articulados sobre os encargos de condomínio. Exigimos aos promotores comerciais que outros direitos do condómino. Espero que o proponente esclareça gerem as fracções autónomas vendidas que respondam este aspecto. solidariamente perante o condomínio pelos encargos em dívida, ficando estes com o direito de reaver, dos indivíduos que beneficiem Presidente: Sr.ª Secretária Chan, faça o favor de responder às dos serviços de administração de condomínio, o reembolso total do perguntas. que tiver sido despendido. Acho que este regime é justo e viável. No n.º 4 do artigo 6.º, há ainda referências sobre o usufrutuário, o qual, Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: Sr. devido à mesma política legislativa e ao mesmo ratio legis já Presidente: explicado, deve devolver ao promotor comercial o dinheiro que este pagou por ter assumido a responsabilidade solidária perante o Queria pedir aos colegas da Direcção dos Serviços dos Assuntos condomínio pelos encargos em dívida. Portanto, é o interessado que de Justiça para responderem às perguntas. goza dos serviços de administração de condomínio que tem a responsabilidade de pagar os respectivos encargos. O promotor Director dos Serviços dos Assuntos de Justiça, Liu Dexue: comercial pode sempre pedir o reembolso do dinheiro que pagou, Agradeço, Sr. Deputado Leonel Alberto Alves, as perguntas com a esperança da sua devolução, servindo a fracção autónoma em colocadas. causa como um tipo de garantia do respectivo direito creditório. Portanto, não podemos dizer que os interesses dos promotores Vou responder, em primeiro lugar, à pergunta do Sr. Deputado comerciais não são protegidos. É esta a minha resposta à pergunta Leonel Alberto Alves sobre o n.º 4 do artigo 6.º, disposição esta sobre o n.º 4 do artigo 6.º. segundo a qual o proprietário da fracção autónoma responde solidariamente perante o condomínio pelos encargos em dívida. O Em resposta à pergunta da Sr.ª Deputada Chan Mei Yi, que Sr. Deputado Alves acha que a redacção em português é imperfeita. dedicou a atenção ao problema dos muitos veículos antigos e inúteis A propósito disso, penso que o Sr. Deputado Alves e os especialistas existentes nos parques de estacionamento de edifícios privados, jurídicos da Direcção dos Serviços dos Assuntos de Justiça podem afirmo que os serviços públicos competentes têm a competência de sentar-se e proceder aos ajustamentos técnico-legislativos e de remover os veículos antigos e inúteis estacionados nos espaços redacção. É de saber que a intenção legislativa subjacente à públicos, cabendo à administração dos edifícios avisar os elaboração do n.º 4 do artigo 6.º é assegurar o pagamento dos respectivos proprietários para removerem os veículos antigos e encargos de condomínio em dívida. Na análise deste assunto, inúteis dos parques de estacionamento privados. Se não se conseguir respeitámos o princípio fundamental de “quem beneficia dos alcançar o objectivo recorrendo a esta medida, esses veículos podem serviços paga as despesas respectivas”. Sendo assim, a ser considerados objectos abandonados e ser tratados com tal. O responsabilidade de pagar os encargos de condomínio deve ser princípio é que os serviços públicos competentes não podem intervir atribuída ao usufrutuário ou ao promitente-adquirente, o qual é o nas propriedades privadas. verdadeiro beneficiário. De facto, na celebração de um contrato- promessa de compra e venda podem ocorrer situações diferentes, e O Sr. Deputado Ho Ion Sang pediu esclarecimentos sobre as uma delas pode ser a de o pequeno proprietário não ter acesso à actas das reuniões. Segundo a proposta de lei em análise, a fracção autónoma, ainda que o respectivo contrato já tenha sido administração do condomínio, na qualidade de pessoa colectiva, assinado. Segundo o Regime jurídico da promessa de transmissão de pode propor uma acção executiva contra os pequenos proprietários edifícios em construção em vigor, é obrigatório o registo dos que não pagam as despesas de condomínio, mostrando ao tribunal a negócios jurídicos relativos à promessa de transmissão ou de respectiva acta da reunião e a prova de que os pequenos oneração de edifícios em construção, o que não quer dizer que a proprietários não pagaram os encargos de condomínio no prazo chave do apartamento seja entregue ao mesmo tempo ao promitente- estabelecido. No reconhecimento notarial das actas das reuniões, adquirente. Nesta situação, o grande proprietário, ou seja, o comparam-se as assinaturas das actas com as assinaturas dos promotor comercial… de construção civil, é responsável pelo bilhetes de identidade de residente. No Código do Notariado não há pagamento dos encargos de condomínio. Reitero que a intenção referências sobre o tipo de papel a utilizar na elaboração de escritos legislativa subjacente à definição da norma de responsabilidade particulares. É esta a minha resposta à pergunta do Sr. Deputado Ho solidária é garantir o pagamento atempado dos referidos encargos. Ion Sang, sobre a necessidade de utilizar determinado tipo de caderno para as actas das reuniões da assembleia geral do Pensamos que é justo exigir o cumprimento do princípio de condomínio. “quem paga os encargos de condomínio deve ser a pessoa que goza dos serviços de administração do condomínio”. No caso de a chave A Sr.ª Deputada Song Pek Kei perguntou se as despesas de do apartamento ter sido entregue ao promitente-adquirente, o qual condomínio podiam ser pagas pelos pequenos proprietários à pode entrar na fracção autónoma, é natural que seja o mesmo empresa de administração de condomínio, em vez de serem pagas à promitente-adquirente a assumir a responsabilidade de pagar os administração do edifício. Em resposta à pergunta da Sr.ª Deputada encargos de condomínio. Caso contrário, é o promotor comercial Song, que tem a ver com as operações em concreto, afirmo que, que é responsável pelo pagamento desses encargos originários… dos segundo a proposta de lei em discussão, os membros da serviços de administração e conservação do edifício, visto que ele é administração podem desempenhar as respectivas funções a tempo que é o proprietário da fracção autónoma. Tal como afirmei inteiro, recebendo ordenado. Caso seja necessário, a administração

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 24 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 pode encarregar outras entidades (designadamente a empresa de ser claros: o que está aqui consagrado é a figura de condómino de administração do condomínio) da tarefa de recepção do pagamento facto. Isto é, ele, se pagou ou não pagou... normalmente pagou a das despesas de condomínio. totalidade do preço. Acho bem o legislador não falar nisso. Só se impõe o requisito da tradição, da entrega do imóvel, porque se se A pergunta do Sr. Deputado Vong Hin Fai tem a ver com os entrega o imóvel a alguém é porque já se garantiu o recebimento direitos atribuídos pela Lei aos condóminos. Na norma prevista na daquilo que ele tem direito a receber. Portanto, temos uma situação alínea 6) do artigo 4.º, de que sejam direitos do condómino outros em que existe um contrato-promessa e que existe tradição, e mais, direitos atribuídos pela presente lei, a expressão “presente lei” no plano prático, muitas vezes este condómino de facto assina um refere-se à lei em análise. É claro que outras leis e diplomas legais contrato com a empresa de administração do prédio. Ele é um podem atribuir mais direitos aos condóminos, o que é perfeitamente condómino, daí que a lei fale em exercício de todos os direitos de possível. Analisando o artigo 4.º, constata-se a utilização da técnica condómino, no n.º 2, do artigo 6.º. A redacção não é a melhor porque legislativa de recorrer à afirmação constante da alínea 6) para o há certas coisas em que ele não pode exercer o direito de voto. Mas, preenchimento de todas as lacunas derivadas de uma enumeração ele é um condómino que Macau reconhece como tal. Porque não exaustiva. Não sei se os colegas querem dar mais explicações. condómino de direito… só adquire essa qualidade no dia em que ele assinar a escritura pública de compra e venda. Mas, antes de assinar Subdirectora dos Serviços dos Assuntos de Justiça, Carmen a escritura de compra e venda, assinou o contrato-promessa e Maria Chung: O que queria dizer é que o conteúdo do n.º 4 do recebeu a tradição do imóvel, nós, juridicamente, consideramo-lo artigo 6.º não é nenhuma novidade, e que na parte final do n.º 4 do condómino, condómino de facto. Se é um condómino de facto, artigo 1343.º do Código Civil a norma é semelhante. É esta a porque é que o proprietário, que deixou de ter o uso daquele explicação que queria dar. imóvel – o uso daquele imóvel já passou a outra pessoa – tem de arcar com a responsabilidade de pagar as dívidas desse fulano? E Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Leonel Alberto Alves. arcar com a responsabilidade sem quaisquer garantias palpáveis de obter o reembolso do seu crédito. É isto que eu não percebo. Se nós Leonel Alberto Alves: Sr. Presidente, muito obrigado. consagrarmos aqui, e consagramos com certeza, a figura do condómino de facto, há que tirar todas as consequências legais e Muito obrigado pelos esclarecimentos. Desde já peço ao Sr. práticas deste conceito. Se este condómino usou os sapatos do Presidente para que o n.º 4 seja votado em separado. Obrigado pelos proprietário, ele é o único responsável pelos pontapés que dá com esclarecimentos, mas não concordo com eles. Foi aqui introduzido o esses sapatos. conceito de beneficiário… o beneficiário tem de pagar, não é? Aqui não há beneficiário. Eu vendi um imóvel e fiquei sem o imóvel. Eu Muito obrigado. fiquei com a contrapartida do imóvel, são duas coisas diferentes. Eu, quando vendo... quando alguém vende, fica sem o imóvel. Se vendo Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Chan Melinda Mei o copo, fico sem o copo, recebi foi o preço. Não há aqui Yi. beneficiários. E não está no Parecer, não vi em sítio algum, nem na Nota Explicativa. Não vejo, em sítio nenhum, esta fundamentação. Chan Melinda Mei Yi: Obrigada, Sr. Presidente. Em segundo lugar, o Sr. Director disse, ah, pode ir a tribunal e pedir a condenação.... Quantos anos? Quantos anos demora para se ter Sr.ª Secretária, uma sentença definitiva, nos casos em que o réu está em paradeiro incerto, que é normalmente o que acontece nestes casos? Quando Srs. Membros do Governo, digo que não há garantias é porque, no plano prático, há várias penhoras sobre esse bem. E o tei chu, o chamado grande proprietário, Caros Colegas: paga, e fica graduado em último lugar na lista dos credores. Onde é que está a garantia? Ele não pode excepcionar o cumprimento do Queria colocar duas perguntas, e a primeira tem a ver com a contrato. Ele, se já recebeu o dinheiro todo, se já recebeu o preço questão abordada há pouco pelo Sr. Deputado Leonel Alberto Alves. todo, não pode legalmente dizer “eu não outorgo a escritura”. Ele Segundo a presente proposta de lei, os promotores comerciais de não pode invocar a resolução do contrato-promessa de compra e construção civil respondem solidariamente perante o condomínio venda. O tei chu está num beco sem saída. Concordo que se procure pelos encargos em dívida, antes da transmissão da titularidade das uma solução para a salvaguarda dos interesses do condomínio, mas fracções autónomas vendidas, o que acho injusto. A outra injustiça esta solução, a meu ver, está muito imatura. Não li no Parecer, nem regista-se no artigo 9.º (sei que não estamos a proceder à discussão em sítio algum, qualquer análise da vossa parte relativamente a estes na especialidade sobre este artigo), segundo o qual o adquirente de casos em que existem hipotecas, penhoras e arrestos. Concede ao fracção autónoma responde solidariamente com o alienante pelos vendedor o chamado direito de regresso, é óbvio, mesmo que não encargos de condomínio vencidos e não pagos da mesma fracção estivesse escrito na lei, teria necessariamente esse direito de regresso. autónoma, até ao limite máximo correspondente ao valor em dívida Está no nosso ordenamento jurídico. O que é que se lhe dá a mais? relativo ao ano de transmissão do direito de propriedade e ao ano Damos-lhe uma responsabilidade, que é pagar a dívida de terceiro, e imediatamente anterior. Para falar com franqueza, não acho que se não se lhe dá qualquer direito a receber o reembolso desse seu deva exigir aos promotores comerciais o pagamento dos encargos de crédito com privilégio sobre outras pessoas. Neste preciso limite de condomínio das fracções autónomas vendidas, e obrigar o consideração, acho que é desproporcional e é injusto. E acho que é adquirente de fracção autónoma a assumir a responsabilidade uma solução não devidamente amadurecida. E é pena, estamos no solidária com o alienante pelos encargos de condomínio vencidos e fim da legislatura e corremos o risco de, no fim da legislatura, não pagos. Espero que o Sr. Director nos possa dar explicações mais aprovarmos mais uma lei que irá trazer dores de cabeça para muito detalhadas, de modo a ficarmos a saber que atitude é que devemos boa gente aqui em Macau. Segundo, os senhores falam no conceito assumir na votação. de beneficiário. Se beneficiou, tem de pagar. Meus senhores, vamos

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 25

A segunda pergunta que queria apresentar tem a ver com o contra eles, mostrando ao tribunal a respectiva acta da reunião. Mas, reboque dos veículos antigos e inúteis dos parques de tal como afirmei há pouco, as exigências relativas à acta da reunião estacionamento dos edifícios privados. Segundo o Sr. Director, a da assembleia geral do condomínio variam, são diferentes no administração do edifício pode remover esses veículos, Instituto de Habitação, no Juízo de Pequenas Causas e nos notários, considerando-os como objectos abandonados. O que se passa, na o que deixa as administrações dos edifícios perplexas. Espero que, realidade, é que os serviços públicos recusam remover esses neste plenário de hoje, as autoridades dêem, perante os referidos veículos, rebocá-los. Reparem que não se trata de um ou dois órgãos, explicações suficientemente claras sobre o assunto, para que veículos antigos e inúteis, mas sim de dezenas. Portanto, tenho de as administrações dos edifícios de Macau fiquem a saber os transmitir, no plenário de hoje, o pedido de pequenos proprietários cuidados que devem ter na elaboração das referidas actas. Espero de edifícios privados, pois as assembleias gerais de condomínio e as que o Sr. Director aproveite esta ocasião de discussão e votação da empresas de administração de condomínios não conseguem resolver presente proposta de lei, para prestar os devidos esclarecimentos o problema. Na legislação da RAEM, definiram-se normas jurídicas perante as entidades envolvidas. Obrigado. que têm a ver com os direitos e deveres na administração das partes comuns do condomínio, e os pequenos proprietários pagam as Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Leong On Kei. despesas de condomínio. Espero que o Governo aconselhe os cidadãos, de modo que estes consigam resolver este problema, que Leong On Kei: Obrigada, Sr. Presidente. tanto os perturba. Queria pedir explicações mais claras sobre a questão abordada Obrigada. pelo Sr. Deputado Leonel Alberto Alves, de modo que possamos decidir qual é a atitude a assumir na votação separada do artigo, tal Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Song Pek Kei. como afirmou há pouco a Sr.ª Deputada Chan Mei Yi. Como este artigo está relacionado com o artigo 9.º… tinha intenção de falar Song Pek Kei: Obrigada, Sr. Presidente. sobre o assunto só durante a discussão do artigo 9.º, porém, se o artigo 8.º for votado de forma separada, penso que terá implicações Sr.ª Secretária: com o artigo 9.º, por isso, gostaria de pedir explicações ao Governo. Quanto ao artigo 9.º, será possível proceder à sua discussão na Queria pedir mais explicações sobre o n.º 3 do artigo 8.º, no qual próxima ronda? Acho que isto merece explicação. está estipulado que as despesas de condomínio devem ser pagas à administração contra factura. Segundo a legislação em vigor, a Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Fong Chi Keong. administração corresponde à designada associação de proprietários, na qual os condóminos delegam as respectivas competências. Na Fong Chi Keong: Obrigado, Sr. Presidente. minha opinião, há necessidade de esclarecer qual é a entidade que tem o direito creditório sobre os pequenos proprietários que não Também queria exprimir a minha opinião sobre o n.º 4 do artigo tenham pago as despesas de condomínio dentro do prazo 6.º, no qual o Sr. Deputado Leonel Alberto Alves focou a sua estabelecido. Essa entidade é a assembleia geral do condomínio ou é atenção. Segundo esta disposição, o grande proprietário da fracção a administração? Este é o primeiro aspecto acerca do qual queria ser autónoma, ou seja, o promotor comercial de construção civil, esclarecida. responde solidariamente perante o condomínio pelos encargos em dívida por parte do usufrutuário ou do promitente-adquirente. Acho Em segundo lugar, na disposição referida não se indica qual é a esta norma problemática. Não é justo exigir ao promotor comercial entidade que fica na posse do dinheiro do pagamento das despesas de construção civil o pagamento dos encargos em dívida por parte de condomínio por parte dos pequenos proprietários, o que acho que do promitente-adquirente. Antes da ocupação das respectivas deve ficar claro nesta disposição. Parece-me que esta entidade deve fracções autónomas pelos pequenos proprietários (nomeadamente ser a assembleia geral do condomínio e não a administração. Acho pelos promitentes-adquirentes que ainda não tenham pago tudo… que há falta de clareza na definição dos poderes e responsabilidades para a aquisição do apartamento), o que se costuma fazer é o da assembleia geral do condomínio e da administração. Este é o seguinte: o promotor comercial de construção civil contrata uma segundo aspecto para o qual gostaria de chamar à atenção. Obrigada. empresa de administração de condomínios para assegurar a prestação dos respectivos serviços, mediante a celebração de um Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Ho Ion Sang. acordo segundo o qual não se cobram aos pequenos proprietários, aos quais ainda não tenha sido entregue a chave do apartamento, as Ho Ion Sang: Obrigado, Sr. Presidente. despesas de condomínio na sua totalidade, o que é razoável, porque esses pequenos proprietários não gastam nem água nem Sr.a Secretária, electricidade nas partes comuns do edifício, por um lado, e por outro, a empresa de administração predial também ainda não precisa de Srs. Membros do Governo, contratar muitos empregados. Por exemplo, no caso de só terem sido entregues chaves a dez por cento dos pequenos proprietários, a Caros Colegas: empresa de administração do condomínio só recebe um décimo (o que quer dizer que, no início, ainda não ganha dinheiro com os Em relação à resposta de há pouco, do Sr. Director Liu, queria… serviços prestados). Esta situação permanece até à maioria das na discussão da proposta de lei do regime jurídico da administração fracções autónomas estar ocupada. Regra geral, não se entrega das partes comuns do condomínio, há que esclarecer os direitos e chave aos pequenos proprietários enquanto não for celebrada a deveres da administração, que é um órgão de natureza executiva. No escritura pública de compra e venda. Acho irrazoável a lei exigir ao caso de os pequenos proprietários não pagarem as despesas de promotor comercial de construção civil a assunção de condomínio, a administração pode propor uma acção executiva responsabilidade solidária, e a respectiva norma peca por uma

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 26 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 grande falta de rigor. Reparem que o pequeno proprietário da social desse condomínio não pode ser prejudicada por falta do fracção autónoma em relação à qual não foi celebrada a escritura cumprimento pontual de uma pequena parte. A solidariedade pública de compra e venda (o qual pode ter pedido empréstimo ao também existe em termos jurídicos, ou seja, nós impomos um banco) pode não aparecer durante vários anos, portanto, é injusto sacrifício, mas este sacrifício é mínimo, porque, efectivamente, o exigir ao promotor comercial de construção civil o pagamento dos que existe aqui é a bem do interesse colectivo de todas as pessoas encargos de condomínio em dívida, assumindo a responsabilidade que habitam na mesma fracção... então, são chamadas ao pagamento solidária. Na realidade, os promitentes-adquirentes que pagaram desta dívida duas pessoas. Eu entendo, e concordo com o Dr. Leonel tudo, mas que não aparecem (por exemplo, durante mais de dez anos) Alves, em que realmente este pagamento por parte do proprietário para a celebração da escritura pública de compra e venda, deixam os está desprotegido. Ou seja, em caso de sucessivas dívidas, promotores comerciais de construção civil com grandes dores de efectivamente, ele não tem qualquer privilégio creditório, nem a sua cabeça. Por causa destes promitentes-adquirentes… ou seja, é graduação do crédito é posta nas primeiras posições. Mas, quanto a necessário manter as respectivas empresas de desenvolvimento isto, gostava de referir o seguinte: a questão que se coloca aqui é em predial, pagar a contribuição industrial, e tratar, anualmente, dos termos de interesse colectivo, devemos ou não devemos impor sobre trâmites relativos ao Imposto Complementar de Rendimentos. Não o proprietário o pagamento destas dívidas, tendo em conta que ele, sei se é possível, nas mencionadas situações, encerrar as empresas actualmente, é o único responsável? E a segunda questão é mesmo a de desenvolvimento predial, e encarregar os advogados de tratar da solidariedade. Este direito de regresso, efectivamente, demora anos. celebração da escritura pública de compra e venda com os É verdade, se ele for a tribunal declarar que, efectivamente, quem promitentes-adquirentes que aparecem muitos anos depois. Por fim, contraiu estas dívidas foi outra pessoa, além de o ter de provar, queria pedir a votação separada do n.º 4 do artigo 6.º. demora anos. Mas também demora anos a execução destas dívidas, porque, provavelmente, será chamado à lide este promitente- Presidente: Sr.ª Secretária Chan, faça o favor de responder às adquirente e, não estando ele, o processo prolongar-se-á por muitos perguntas. anos. Em conclusão, o interesse fundamental que está neste 6.º, n.º 4, é o interesse de todos os condóminos pagadores, dos cumpridores. E Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: nós sabemos que esses são, efectivamente, a maior parte do Queria pedir ao Dr. Filipe Pereira, Assessor Jurídico da Direcção condomínio. dos Serviços dos Assuntos de Justiça, para responder. Muito obrigado. Chefia Funcional da DSAJ, Filipe Pereira: Muito obrigado, Sr.ª Secretária. Director dos Serviços dos Assuntos de Justiça, Liu Dexue: Vou responder às perguntas apresentadas pelos outros deputados. Exmo. Sr. Dr. Leonel Alves: é sempre um prazer discutir Em primeiro lugar, à pergunta da Sr.ª Deputada Song Pek Kei sobre consigo questões de direito. Mais uma vez tenho uma opinião as despesas de condomínio. Apesar de a norma expressamente discordante da sua, espero que entenda a minha posição. Em prevista na proposta de lei, de que as despesas de condomínio primeiro lugar, cumpre dizer que, actualmente, quem responde por devem ser pagas à administração contra factura, a administração estas dívidas é o proprietário. Ou seja, esta responsabilidade pode encarregar outras entidades (designadamente a empresa de solidária que está aqui, em que realmente o proprietário administração de condomínio) de assumir esse trabalho. Tendo em responde… no regime actual do Código Civil é apenas este consideração que a administração é um órgão de natureza executiva, proprietário que paga esta dívida. Quer exista um promitente encarregado por todos os pequenos proprietários de assegurar os adquirente a habitar na habitação, quer exista um usufrutuário a trabalhos de administração de condomínio, as despesas de usufruir desta fracção autónoma. Isto tem que ser claro, ou seja, no condomínio recolhidas pertencem a todos os pequenos proprietários, regime actual, o proprietário é o único devedor destas dívidas. Ora como é evidente. Claro que a administração pode também designar bem, o que é que nós entendemos? O Sr. Dr. Leonel Alves expressou, uma determinada pessoa ou mesmo uma empresa de administração e muito bem, a nossa opinião. Nós entendemos que não é justo que para a cobrança das despesas de condomínio. Isto também não é um um proprietário, que já fez a traditio da fracção autónoma, seja problema. responsabilizado, ele apenas, por estas dívidas de condomínio. Quero frisar aqui uma limitação: o que estamos a falar no artigo 6.º, O Sr. Deputado Ho Ion Sang voltou a pedir explicações sobre a n.º 4, não é de todas as dívidas, é sobre dívidas por encargos de forma das actas das reuniões da assembleia geral de condomínio. condomínio. Encargos de condomínio esses que vêm previstos no Numa perspectiva jurídica, enquanto escrito particular, desde que artigo 7.º. Ou seja, só relativamente a estas dívidas é que nós temos seja elaborado nos termos da lei produz efeito, independentemente duas pessoas a responder. Em relação à temporalidade, o Dr. Leonel da sua forma. Durante a aplicação da lei, no futuro, será possível o Alves... como muito bem sabe, e todas as pessoas aqui, estamos a Governo orientar melhor os proprietários? Não sei se os colegas do falar de dívidas de cinco anos, que é o prazo normal das dívidas de Instituto de Habitação querem complementar. Numa perspectiva condomínio. Portanto, durante este prazo, nós entendemos que o jurídica, é difícil uniformizar o escrito particular. Naturalmente, se o proprietário não pode ser responsabilizado, ele unicamente. Por isso, Instituto de Habitação tiver um entendimento diferente, ou se o pomos as pessoas que estão a usufruir das partes comuns. Ou seja, Juízo de Pequenas Causas adoptar padrões diferentes, é possível que, juntamos ao proprietário o promitente adquirente e o usufrutuário, no futuro, seja necessário proceder a uma uniformização, aquando porque na nossa opinião isto é que é justo, porque, realmente, quem da aplicação da lei pelos tribunais. Em termos jurídicos, é certa a usufrui destas partes comuns não é chamado a pagar estas dívidas, o necessidade de definir requisitos, para que seja válido. Então, é esse que, nós entendemos, não é justo. Em relação a porque é que nós o critério legal, não é? Vamos ver se conseguimos recorrer à entendemos que deve haver justiça? É que a solidariedade social execução da lei… ou poderão os colegas do Instituto de Habitação também tem tradução jurídica. Ou seja, o bem da colectividade que dar uma resposta. habita numa fracção autónoma de mil condóminos não pode ser afectado porque dois ou três não pagam os seus encargos. E a vida

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 27

Chefe do Departamento de Estudos do Instituto de É sempre também um prazer, quer em Plenário, quer em Habitação, Iam Lei Leng: Sr. Presidente, Comissões ou quer em outras sedes, dialogarmos com o Sr. Dr. Filipe em matérias jurídicas e sobretudo de política legislativa. Srs. Deputados: Agradeço a sua resposta, respeito o seu depoimento, mas, perdoe-me, também com ele não concordo. Pelo menos... a redacção aqui é tão Tal como todos sabem, as actas das reuniões da assembleia geral dúbia, a redacção está aqui tão confusa, que não dá para perceber. do condomínio são escritos particulares. A lei não apresenta, em Primeiro, o n.º 4 fala em encargos, em dívidas... deixemos de lado o relação aos escritos particulares, exigências em termos da forma, só usufrutuário. O usufrutuário é só para confundir. Há pouquíssimos há normas sobre o conteúdo. O Instituto de Habitação vai preparar casos de usufruto em Macau. O que temos visto todos os dias, na folhetos com orientações, para apoiar os pequenos proprietários praça, são os promitentes-compradores. Portanto, os encargos em quando necessário. dívida do promitente-adquirente, do promitente-comprador, quais são? São os enumerados no artigo 7.º, e que inclui a contribuição Director dos Serviços dos Assuntos de Justiça, Liu Dexue: A para o Fundo de Reserva do Condomínio; que inclui despesas opinião do Sr. Deputado Fong Chi Keong, sobre o pagamento das imprevistas emergentes do pagamento de obras de reparação...inclui despesas de condomínio, é algo semelhante à opinião do Sr. tudo. O n.º 4 não faz excepção de coisa nenhuma. Segundo, se Deputado Leonel Alberto Alves. Enquanto não se ocupar a seguirmos a lógica do seu pensamento, então, a redacção deveria ser habitação, é evidente que não é necessário pagar despesas de ao contrário. O condómino de facto é responsável solidariamente condomínio. Então, a premissa básica aqui é que as despesas de pelas dívidas do proprietário. Não é o que está aqui escrito. Aqui condomínio já foram geradas, então, como é que vão ser suportadas? está escrito que o proprietário responde solidariamente pela dívida Na análise desta questão, podemos pôr de lado os casos em que não de terceiro. Quem é o devedor dessa dívida? É um terceiro! sejam cobradas despesas de condomínio, focalizando a nossa atenção nos casos em que há necessidade de as pagar. O Sr. A sua explicação... que deu, era que a dívida é do proprietário. O Deputado Leonel Alberto Alves perguntou se é o proprietário ou o condómino é bom rapaz, paga por ele! Não! Toda a filosofia usufrutuário que deve pagá-las. Tal como afirmei há pouco, há dois subjacente, todo o pensamento legislativo subjacente, com a figura critérios para a atribuição da respectiva responsabilidade: primeiro, do condómino de facto, é a responsabilidade ser do condómino de se o grande proprietário recorreu à celebração de contrato-promessa facto. E, para proteger os interesses do condomínio, se ele não pagar de compra e venda para vender a fracção e se a chave foi já entregue e desaparecer, então, o legislador diz, pode-se bater à porta do ao promitente-adquirente, então, quem deve suportar as despesas de vendedor, do proprietário, para pagar aquilo que o outro não pagou. condomínio? O grande proprietário ou o promitente-adquirente? Isto Esta é a lógica que está aqui expressa. O devedor principal é o depende de quem beneficiou dos serviços de administração do condómino de facto. E chama aqui o tei chu para pagar aquilo que o condomínio. Se o promitente-adquirente não beneficiou desses condómino não pagou. Quais são as situações em concreto? Não são serviços nem ocupou a fracção, então, segundo o critério definido, um mês ou dois meses de contribuições, são anos e anos de até que a propriedade seja finalizada, quem possui, nos termos da lei, contribuições de condomínio em falta. É um encargo extremamente a fracção, é que deve assumir a responsabilidade de suportar os grande. Se for um tei chu com trezentas ou quatrocentas fracções encargos de administração. É esta a intenção legislativa subjacente à autónomas, e se para aí cinquenta ou cem não pagarem, vai ser um norma em causa. problema grave para o proprietário. O Sr. Dr. disse, e bem, que não é justo que seja o proprietário a pagar, daí que chame à colação o No que concerne às taxas de reboque de veículos, isto pode condómino de facto, para suportar esta dívida. Raciocínio com o envolver operações concretas, mas é claro que uma das questões a qual não concordo, premissa que não concordo. Reconhece o colocar é: como é que a administração e a autoridade administrativa Governo que esta solução de ser o proprietário responsável pela interagem? Na realidade, pode encarregar-se uma empresa privada dívida não é uma solução justa. Pergunto, o que é que nós, a do reboque de veículos. Se o Governo intervier neste assunto, em Assembleia e o Governo, andamos a fazer todos os dias? À procura que qualidade é que o fará? Portanto, como se tratará esta matéria no de soluções justas para a nossa sociedade. Se reconhece que isto não futuro? Na minha opinião, o factor fundamental é como é que a é justo, então, temos que acabar com esta injustiça. E o princípio, a administração ou a empresa de administração pode tomar medidas solução, para acabar com esta injustiça, já está aqui neste projecto, e eficazes para lidar com este caso específico, ou seja, quem é é a consagração da figura do condómino de facto. O que falta aqui é responsável pelo reboque? Quem vai proceder ao reboque? As tirar todas as ilações dessa mesma figura. Todas as implicações autoridades responsáveis pela execução da lei ou a empresa privada jurídicas, práticas, económicas e políticas. encarregada de o fazer? Pode também ser a administração do condomínio. Isto não é problema nenhum, mas há uma premissa Muito obrigado, Sr. Presidente. básica de que há que verificar, isto é, se se trata de veículos inúteis e abandonados. Temos de avaliar caso a caso. É muito difícil para Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Tong Io Cheng. mim dar uma resposta à questão da prática… do ponto de vista desta proposta de lei. Tong Io Cheng: Obrigado, Sr. Presidente.

Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Leonel Alberto Alves. Tendo eu participado nas discussões realizadas no âmbito da Comissão Permanente, nomeadamente na discussão sobre o n.º 4 do Leonel Alberto Alves: Sr. Presidente, artigo 6.º e sobre as actas das reuniões, gostaria de partilhar aqui o conteúdo da discussão com os colegas. No que concerne à Srs. Deputados, responsabilidade solidária assumida pelo promotor comercial de construção civil que tenha assinado o respectivo contrato-promessa Srs. Membros do Governo: de compra e venda (conteúdo esse que consta do n.º 4 do artigo 6.º, o promitente-adquirente em causa deve devolver o dinheiro ao

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 28 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 promotor comercial de construção civil que tenha pago os em dívida, são situações mais do que certas. É extremamente injusto respectivos encargos em dívida. Merece a nossa atenção a intenção exigir ao proprietário do edifício, isto é, ao promotor comercial de do proponente na definição da norma prevista no n.º 4 do artigo 6.º, construção civil, o pagamento dos encargos de condomínio em a qual é precisamente garantir o pagamento atempado das despesas dívida. Isso é impossível. O facto é que não se pode encontrar de condomínio à respectiva empresa, de modo que os serviços de justiça nesta norma. Concordo perfeitamente com as opiniões e administração de condomínios sejam recompensados devidamente, análises de há pouco, do Sr. Deputado Leonel Alberto Alves, que é o que, como é evidente, é importante para assegurar a qualidade da um advogado com dezenas de anos de experiência. Segundo o Sr. prestação desses serviços. Advogado Alves, há, na realidade, muitos conflitos relacionados com o pagamento de despesas de condomínio, não havendo razão O Sr. Deputado Leonel Alberto Alves pediu, há pouco, o para os promotores comerciais de construção civil responderem ajustamento da redacção do n.º 4 do artigo 6.º, com vista a exprimir solidariamente perante o condomínio pelos encargos em dívida por esta ideia com mais clareza. Não contrario o ajustamento da parte dos usufrutuários ou dos promitentes-adquirentes. Queria redacção desta disposição, se os colegas concordarem. De facto, perguntar: se a empresa de desenvolvimento predial encerrar, depois quanto mais claras forem as normas, melhor. Apesar disso, a ideia é de terem sido celebradas as escrituras públicas de compra e venda que a responsabilidade não é atribuída apenas aos promotores com todos os promitentes-adquirentes, quem é que assume a comerciais de construção civil, mas também aos promitentes- responsabilidade do pagamento das despesas de condomínio? É o adquirentes e aos pequenos proprietários, o que também já se Governo que assume essa responsabilidade? Queria dizer com isto verifica na legislação em vigor. A intenção legislativa subjacente à que esta proposta de lei é problemática. Os colegas não têm a elaboração desta norma é garantir o pagamento atempado das mesma sensação? A meu ver, podemos aprender com a experiência despesas de condomínio, evitando que as empresas de administração da RAEHK, proibindo a transmissão da titularidade ou a de condomínios não recebam a recompensa pelos serviços prestados. constituição da hipoteca da fracção autónoma cujo proprietário ou Estou plenamente de acordo com esta intenção legislativa. usufrutuário não tenha pago as despesas de condomínio durante muito tempo, por exemplo, durante vários anos, ou proibindo a sua Em segundo lugar, é necessária a intervenção do Governo, saída do território. Em Hong Kong, os residentes que não pagam os designadamente do Instituto de Habitação, não só no que respeita às impostos são proibidos de sair da RAEHK. Depois de se moverem actas das reuniões da assembleia geral do condomínio, mas também acções judiciais contra os pequenos proprietários ou usufrutuários em outras matérias, para maior conveniência dos residentes. que não pagam as despesas de condomínio, é proibida a transmissão Contudo, gostaria de chamar a atenção para o facto de que a grande da titularidade ou a constituição da hipoteca dos respectivos quantidade de trabalhos atribuídos aos serviços públicos resultará na apartamentos. Como se pode verificar, estas são medidas que impossibilidade de concretizar o objectivo de racionalização de contribuem para promover a justiça. Quanto à presente proposta de quadros e simplificação administrativa. Sendo assim, é necessário lei elaborada pelo Governo, não podemos, de modo algum, aceitar a manter um certo equilíbrio entre a quantidade de trabalho e o norma em causa. Tanto o Sr. Advogado Alves, como os membros da número do pessoal dos organismos governamentais. Nas discussões Comissão Permanente responsável pela apreciação da proposta de na Comissão Permanente, houve deputados que pediram a lei (não vou aqui revelar os seus nomes) constataram muitos intervenção do Instituto de Habitação na matéria relativa ao problemas nesta norma. Na minha opinião, a proposta de lei deve reconhecimento das actas das reuniões, por forma a prevenir ser inutilizada, uma sugestão com a qual, porém, o Presidente da eventuais disputas. Porém, devemos ponderar sobre os trabalhos que Comissão Permanente não concorda. O facto é que muitos o Instituto de Habitação tem de assegurar. Assim, após muita deputados disseram que esta norma é um disparate. Gostaria de discussão, chegámos a esta conclusão: se for possível e se houver referir o nome desses deputados, mas tenho receio que eles não me mais recursos, o trabalho será mais bem feito. Estas são as autorizem. Peço que não nos obriguem a fazer uma coisa que não é informações sobre a discussão destes assuntos, que queria aqui possível fazer em circunstância alguma! Reparem que a aprovação partilhar com os colegas. Obrigado. desta norma vai levar a muitos conflitos e disputas. É inaceitável a responsabilidade não ser atribuída aos promitentes-adquirentes e aos Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Fong Chi Keong. usufrutuários, e se garanta sempre o lucro às empresas de administração de condomínios. Os trinta e tal deputados à Fong Chi Keong: Obrigado. Assembleia Legislativa partilham filosofias e valores diferentes, e os mil e tal condóminos podem também ter ideias diferentes, Na discussão da proposta de lei intitulada “Regime jurídico da nomeadamente a ideia de não pagar as despesas de condomínio administração das partes comuns do condomínio”, gostava de porque estão insatisfeitos com os serviços prestados por alguns apontar para o facto de que se regista, na norma prevista no n.º 4 do porteiros. Os pequenos proprietários podem apresentar muitos artigo 6.º, uma nítida tentativa de favorecer as empresas de pretextos quando não querem pagar esses encargos. Penso que estes administração de condomínios, cujos interesses são superprotegidos. devem assumir a responsabilidade de organizar a assembleia geral Na minha opinião, qualquer que seja o negócio a que nos dedicamos, de condomínio, não havendo razão para exigir aos promotores não há garantia de lucrar sempre. Normalmente, as empresas de comerciais de construção civil que o façam. Eu sou uma vítima administração de condomínios não conseguem receber as despesas desta exigência e sei como é difícil fazer esse trabalho. Sugiro que de condomínio de todos os proprietários ou usufrutuários, o que é se abandone a discussão desta proposta de lei na presente natural, pois existem sempre conflitos entre o comprador de serviços Legislatura, e que a mesma passe para a próxima Legislatura. e o prestador de serviços, e o desejo do comprador é ter serviços da melhor qualidade possível e pagar o menos possível. Não há razão Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Leonel Alberto Alves. para as empresas de administração predial terem a vantagem de receber as despesas de condomínio de todos os apartamentos, sem Leonel Alberto Alves: Sr. Presidente: terem necessidade de grandes esforços. Na realidade, essas empresas estão preparadas para as dívidas incobráveis e para os pagamentos Por causa do tempo, só queria fazer uma pergunta. Se o

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Governo... se lhes é possível informar, qual é o tempo que imóveis vão certamente prestar mais atenção à questão, pedindo aos normalmente se demora nos tribunais até a administração de um respectivos vendedores para cumprirem a sua responsabilidade de condomínio obter a cobrança coerciva do seu crédito? Qual é o pagamento dos encargos de condomínio em dívida. Acho aceitável a tempo que o tribunal leva para que o pedido do órgão de intenção legislativa subjacente à elaboração do n.º 4 do artigo 6.º. O administração, o pedido da cobrança do crédito, seja satisfeito? facto é que fui convencido pelo Governo e penso que o regime é Muito já nós fizemos para que os procedimentos judiciais sejam viável. Visto que se eu comprar uma fracção e souber que tenho de céleres. Daí que se consagre a figura do título executivo. Daí que eu suportar os encargos relativos a dois anos de despesas de pergunte, depois dessas soluções legislativas que fizemos ao longo condomínio… claro que vou verificar a situação. É assim, não é? O dos anos, incluindo esta do título executivo, pergunto: quanto tempo regime vigente não exige que se faça a devida verificação, nem ao leva hoje o tribunal para dirimir um caso desses? vendedor nem ao comprador, o que resulta na impossibilidade de garantir o pagamento das despesas de condomínio. Não vale a pena Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Chan Chak Mo. falar da empresa de administração de condomínios, da assembleia de condóminos, da administração, nem sobre os fenómenos caóticos. Chan Chak Mo: Obrigado, Sr. Presidente. Com a falta de um regime, os edifícios vão envelhecer cada vez mais, e como é que se procede à renovação urbana, se a situação não Queria também expor as minhas ideias sobre o n.º 4 do artigo 6.º, pode ser resolvida, isto é, se o pagamento das despesas de as quais não sei se estão correctas. Como se sabe, a nossa Comissão condomínio não é garantido? Por isso, o Governo apresentou esta Permanente realizou, durante quase dois anos, muitas reuniões para proposta de lei, e entendo que a mesma é viável. Francamente, com a discussão e análise da presente proposta de lei. Nessas reuniões (e a criação do mencionado regime de responsabilidade solidária, os também há pouco), os representantes do Governo explicaram a compradores dos imóveis verificam certamente a situação de intenção legislativa subjacente à definição da norma em destaque. pagamento das despesas de condomínio antes da transacção. Vou expor, em seguida, o meu ponto de vista relativamente à Segundo o mecanismo existente, no caso de disputas, pode pedir-se questão da responsabilidade solidária. A meu ver, a norma prevista ao alienante da fracção autónoma que pague, antes da conclusão da no n.º 4 do artigo 6.º não beneficia apenas as empresas de transacção, uma caução, a qual lhe é restituída se se vier a verificar administração de condomínios (portanto, não concordo com as (nomeadamente nos processos judiciais) que a responsabilidade não opiniões apresentadas há pouco por alguns colegas), visto que é dele. De acordo com a proposta de lei em discussão, as respectivas muitos dos pequenos proprietários de Macau não contratam esse responsabilidades são atribuídas ao comprador e vendedor do tipo de empresas, é a administração dos edifícios (composta por uma imóvel, ao notário envolvido na respectiva transacção, bem como à ou duas pessoas) que é responsável pelo tratamento dos assuntos empresa de administração de condomínios ou à administração do relativos ao condomínio. O não pagamento das despesas de edifício, tendo estas últimas a responsabilidade de fornecer condomínio pelos promitentes-adquirentes ou usufrutuários leva à informações relativas à situação de pagamento das despesas de insuficiência de verbas para a manutenção e reparação dos edifícios, condomínio. Acho adequado o regime sugerido pelo Governo, pois razão pela qual o Governo teve a necessidade de optar pelo regime penso que pode contribuir para resolver o problema da demora no de responsabilidade solidária. Segundo o Sr. Deputado Fong, no pagamento das despesas de condomínio. Estas são as minhas caso de Hong Kong, depois de se moverem acções judiciais contra opiniões pessoais. os pequenos proprietários que não pagam as despesas de condomínio, é proibida a transmissão da titularidade ou a Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Vong Hin Fai. constituição da hipoteca dos respectivos apartamentos. Em Macau não existe esse regime. O proponente sugeriu que se procedesse ao Vong Hin Fai: Obrigado, Sr. Presidente. registo na Conservatória do Registo Predial dos casos dos pequenos proprietários que não pagam as despesas de condomínio, discutiu-se, Agradeço a explicação do proponente relativamente à dúvida durante muito tempo, sobre a respectiva viabilidade, mas isso foi que manifestei há pouco. Tendo em consideração a possível posto de lado, porque a sua concretização exige demasiado trabalho, revogação da alínea f) do artigo 1330.º do Código Civil em vigor (na para além do problema da diferença temporal… da actualização dos qual está estipulado que sejam direitos dos condóminos todos os dados. Foi neste contexto que se sugeriu a criação do regime de demais direitos que lhes sejam atribuídos pela lei), decorrente da responsabilidade solidária, o qual tinha uma outra designação na aprovação da presente proposta de lei... a lei é a lei no sentido mais fase inicial da sua concepção. Segundo a minha interpretação, a amplo da palavra, que inclui o Código Civil, bem como outras leis. criação deste regime tem por objectivo alertar… uma vez que é Espero sinceramente que o proponente adopte as disposições do difícil assegurar o pagamento das despesas de condomínio, não Código Civil a este respeito, que penso serem mais amplas e vamos falar sobre a empresa de administração do condomínio, mas abrangentes em termos dos direitos dos condóminos. Se se utilizar a sobre as despesas de condomínio. Para os edifícios mais antigos, redacção desta lei, o sentido é demasiado estreito… pois é apenas cuja administração não é assegurada por empresas de administração esta lei, ou a presente proposta de lei. Nos termos da alínea f) do de condomínios, é mais difícil assegurar tanto a administração como artigo 1330.º do Código Civil, “[s]ão direitos dos condóminos todos a manutenção dos edifícios, basta as despesas de condomínio não os demais direitos que lhes sejam atribuídos pela Lei”, isto é, serem pagas apenas pelos proprietários de dois fogos. Com a falta de mesmo que seja uma norma do Código Civil, não se prevê que mecanismos, de recursos e de conhecimentos… é que é preciso ter “todos os demais direitos que lhes sejam atribuídos pelo Código dinheiro para intentar acções judiciais para reclamar o pagamento Civil”, mas sim, “todos os demais direitos que lhes sejam atribuídos das despesas de condomínio. Agora, esta norma serve para alertar o pela Lei”. Supõe-se que noutras leis, por exemplo, no Código do comprador do imóvel para a necessidade de prestar atenção à Registo Predial há normas que atribuem direitos aos condóminos. situação do pagamento das despesas de condomínio antes da Espero que as autoridades prestem atenção a esta minha concretização da transacção. Se todos pensarem que não é da sua preocupação. responsabilidade pagar as despesas de condomínio, o problema não terá solução. Com a definição desta norma, os compradores de

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No que concerne ao n.º 4 do artigo 6.º da proposta de lei em de que a presente proposta de lei pretende regular sobretudo os discussão, penso que os colegas já ouviram a explicação dada há assuntos relativos à administração das partes comuns dos edifícios pouco pelo Governo, nomeadamente pelos assessores jurídicos do altos, equipados com elevadores, ar condicionado e aparelhos de proponente. Tal como os dirigentes governamentais mencionaram, a extracção de fumo. Os proprietários das fracções autónomas devem norma prevista no n.º 4 do artigo 1343.º do Código Civil é muito responsabilizar-se pelo pagamento das despesas de condomínio. semelhante à norma do n.º 4 do artigo 6.º da presente proposta de lei, Contudo, não é razoável exigir ao promotor comercial de construção constituindo a diferença entre a expressão “o dono da fracção”, civil que responda solidariamente pelos encargos de condomínio em registada no n.º 4 do artigo 1343.º do Código Civil, e a expressão “o dívida por parte do promitente-adquirente. Se a empresa de proprietário da fracção autónoma”, registada no n.º 4 do artigo 6.º da desenvolvimento predial tiver fechado, quem é que assume a presente proposta de lei, a principal diferença entre as mencionadas responsabilidade? Na minha opinião, o Governo deve definir duas disposições. Vou ler, em seguida, a segunda parte do n.º 4 do normas para obrigar os pequenos proprietários a pagar as despesas artigo 1343.º do Código Civil: “(…) mas, no caso do contrato- de condomínio, em vez de atribuir responsabilidades aos promotores promessa, o dono da fracção responde solidariamente perante o comerciais de construção civil. Como se sabe, foram realizadas condomínio pelos encargos em dívida por parte do promitente- dezenas de reuniões no âmbito da Comissão Permanente adquirente, ainda que com o direito de haver deste o reembolso total responsável pela apreciação da proposta de lei, a apreciação na do que assim houver despendido”. Tal como se pode verificar, a especialidade demorou quase dois anos. Não acho adequado discutir norma prevista no n.º 4 do artigo 6.º da presente lei não constitui e votar na especialidade esta proposta de lei neste momento, quase nenhuma novidade, pois é semelhante à mencionada norma definida em cima do encerramento da Legislatura. O facto é que houve no Código Civil vigente. Penso que merece a nossa consideração a deputados que pediram, há quinze dias, para se discutir e votar na explicação dada há pouco pelo proponente, pelo Director e pelos especialidade esta proposta de lei na próxima Legislatura, mas este assessores jurídicos do Governo, relativamente à mencionada norma pedido não foi aceite. Não quero dizer aqui o nome dos colegas. do Código Civil. É claro que as duas normas não são cem por cento Para falar com franqueza, esta lei é defeituosa, mas não consigo idênticas. Talvez o Sr. Deputado Leonel Alberto Alves esteja identificar os defeitos. Entretanto, estão cá tantos advogados, eles é preocupado com a expressão “encargos em dívida por parte do que deveriam conseguir perceber os problemas, pois já se realizaram promitente-adquirente”, da versão portuguesa da proposta de lei, não dezenas de reuniões. obstante a mesma expressão tenha a forma de “分層建築物負擔 - encargos de condomínio” na versão chinesa. Será que é a expressão Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Leonel Alberto Alves. utilizada que preocupa o Sr. Deputado Leonel Alberto Alves? Pois, o sentido da expressão “encargos” é abrangente. Quais encargos? Leonel Alberto Alves: Muito obrigado, Sr. Presidente. Todos os encargos serão incluídos. Mas na versão chinesa, o âmbito do sentido do n.º 4 do artigo 6.º da proposta de lei é mais estreito, Tenho pouco tempo, de maneira que vou ser muito sintético. isto é, “encargos de condomínio”. Estou a fazer uma comparação Muito obrigado pela leitura do artigo do Código Civil, pelo meu entre o n.º 4 do artigo 6.º da proposta de lei e o n.º 4 do artigo 1343.º colega Vong Hin Fai. Muito obrigado três vezes. Uma coisa, Sr. do Código Civil em vigor. São estas as minhas opiniões pessoais. Deputado, uma coisa é o código Civil, outra coisa é a Lei Básica. A Lei Básica não podemos alterar. O Código Civil, podemos e Obrigado, Sr. Presidente. devemos alterar, quando as soluções nele contidas não são as mais justas. Ok? Entendemos? O Código Civil é uma coisa e a Lei Básica Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Fong Chi Keong. é outra. E o Código Civil, aprovado no tempo da administração portuguesa, não tem a força vinculativa de uma Lei Básica. Segundo, Fong Chi Keong: Sr. Presidente: como disse muito bem, recentemente, o Presidente da Associação dos Advogados, o Código Civil, na véspera da transição, consagrou, Gostava de chamar a atenção para o facto de que esta lei em aliás, o Governo consagrou, através do Código Civil, soluções para discussão se aplica sobretudo aos edifícios altos com elevadores. No o arrendamento que não são as mais apropriadas. Foi uma afirmação caso dos edifícios baixos com cinco pisos (nesses prédios há proferida publicamente pelo Presidente da Associação dos normalmente oito fracções autónomas, além da loja no rés-do-chão), Advogados. Logo, uma das soluções menos apropriadas é, não há necessidade de criar comissão de condóminos, nem é preciso efectivamente, o que está aqui, no n.º 4, do artigo 6.º. E contra esta encarregar uma empresa de administração de condomínios de solução muita gente já se manifestou… contra. Não só hoje, mas já prestar os respectivos serviços. E nunca se registaram problemas, há muitos anos. E a própria redacção jurídica nem sequer é a mais são os proprietários das fracções, que variam entre oito e dez, que apropriada, como há bocado demonstrei, quando fala em asseguram, eles próprios, a administração. Esta proposta de lei responsabilidade solidária de uma dívida de terceiro. Devia ser ao destina-se, principalmente, aos edifícios altos. Nos edifícios baixos contrário, esse tal terceiro é que devia ser o responsável solidário da não existem problemas de administração. Analisando o conteúdo do dívida do proprietário. Portanto, não quero perder muito tempo com artigo 7.º, intitulado “Encargos de condomínio” (que estipula que os isto. Só quero dizer: o Código Civil não é a Lei Básica. As soluções encargos de condomínio a suportar pelos condóminos englobam as consagradas no Código Civil, sobre o arrendamento, não são as despesas certas e fixas com os prémios de seguro das partes comuns melhores. Daí que, ou aproveitamos este momento para o alterar, e e com a manutenção e gestão das instalações colectivas, tornarmos as coisas mais justas, ou, pura e simplesmente, estamos designadamente elevadores, instalações de abastecimento de água, aqui a gastar tempo. electricidade, prevenção contra incêndios, ar condicionado, etc.), percebe-se que as normas da presente proposta de lei são definidas Muito obrigado. sobretudo para os edifícios altos com elevadores. Reparem que os edifícios baixos com cinco pisos construídos nos anos oitenta do Presidente: Sr.ª Secretária Chan, faça o favor de responder às século passado não têm elevadores nem instalações colectivas de perguntas. prevenção contra incêndios. Portanto, podemos chegar à conclusão

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 31

Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: Obrigada, Sr. Presidente. Sr.ª Secretária,

Agradeço as perguntas dos Srs. Deputados sobre a Srs. Membros do Governo, responsabilidade solidária. Tal como afirmaram os Srs. Deputados Tong, Vong Hin Fai e Chan Chak Mo, a intenção legislativa Caros Colegas: subjacente à definição do artigo 6.º e do artigo 9.º é proporcionar um instrumento eficaz para a regulamentação dos assuntos relativos à Boa noite. administração das partes comuns dos edifícios de Macau, garantindo a recepção das despesas de condomínio, e assegurando a realização Há pouco, alguns colegas sugeriram a votação separada do n.º 4 dos trabalhos de limpeza e de segurança das partes comuns, bem do artigo 6.º, e fiquei preocupado. Como de costume, focalizo a como, o funcionamento dos elevadores e o abastecimento da minha atenção nas possíveis consequências da reprovação desta electricidade, protegendo, enfim, os interesses de todos os pequenos disposição. Se o n.º 4 do artigo 6.º for reprovado na votação proprietários. As empresas de administração de condomínios são separada, quais serão as consequências para toda a proposta de lei, e apenas um meio ao qual os pequenos proprietários recorrem para também para o artigo 6.º? É simples: o promitente-adquirente alcançar tudo isto. De qualquer forma, como é evidente, são sempre compra a fracção em construção, e apesar de não ter feito ainda a necessárias verbas suficientes para a manutenção e reparação escritura, recebe a chave, entregue pelo grande proprietário, e ocupa regulares e urgentes. O facto é que a presente proposta de lei foi a habitação. Porém, não pagou as despesas de condomínio e, elaborada tendo em consideração as necessidades que referi. entretanto, desapareceu. Neste caso, o grande proprietário deverá assumir a responsabilidade solidária. Depois de prolongadas O Sr. Deputado Vong Hin Fai explicou há pouco que a norma discussões sobre este artigo, este acaba por ser reprovado, então, a prevista no n.º 4 do artigo 6.º não é nenhuma novidade, e que a quem deve a empresa de administração de condomínio exigir o mesma responsabilidade solidária já consta do Código Civil em pagamento das despesas de condomínio? Não há dúvida que deve vigor. Fizemos um ligeiro ajustamento, na preparação da presente exigi-lo ao promitente-adquirente da respectiva fracção autónoma. proposta de lei, à correspondente estipulação do Código Civil, com Se, um dia, o mesmo aparecer e se dirigir ao Sr. Vong para proceder o desejo de ter mais um meio para assegurar o funcionamento sem à transferência da propriedade da fracção em questão, depois de sobressaltos da administração de condomínios. Há pouco, houve concluída a transferência de propriedade, não deve esse promitente- deputados que falaram da renovação urbana, da qual faz parte a adquirente assumir a responsabilidade do pagamento? Neste artigo, renovação e reparação dos edifícios antigos, trabalhos estes que são há alguns aspectos parecidos com os do artigo 9.º, que diz respeito importantes para garantir a segurança de todos os condóminos e… ao verdadeiro proprietário, e neste artigo, regulamenta-se apenas o dos outros moradores. É nosso desejo que o novo instrumento promitente-adquirente que ainda não fez a escritura. Será possível previsto nesta lei contribua para garantir o pagamento das despesas aditar ao n.º 4 do artigo 6.º a responsabilidade do grande proprietário? de condomínio, quando tal for impossível utilizando os instrumentos E qual responsabilidade? A responsabilidade de o grande actualmente existentes. Sublinho que as normas em causa não foram proprietário verificar, antes da celebração das respectivas escrituras definidas para salvaguardar os interesses das empresas de públicas, se os promitentes-adquirentes já pagaram as despesas de administração predial, mas sim para proteger os interesses de todos condomínio. Como esta norma diz respeito aos interesses do os pequenos proprietários. promitente-adquirente e usufrutuário, não será adequado regulamentar a matéria neste articulado? Será que isto contribui para Obrigada, Sr. Presidente. eliminar as preocupações dos colegas? Pois, porque é que se exige ao grande proprietário a assunção da responsabilidade? Será viável Esperem, a Sr.ª Subdirectora dos Serviços dos Assuntos de ajustar um pouco a redacção do n.º 4 do artigo 6.º? Com o devido Justiça quer dar mais explicações. ajustamento, caberá, então, ao grande proprietário, a responsabilidade de verificar, através da prova emitida pela empresa Subdirectora dos Serviços dos Assuntos de Justiça, Carmen de administração de condomínio, se o promitente-adquirente pagou Maria Chung: Na opinião do Sr. Deputado Vong Hin Fai, a todas as despesas de condomínio antes de se proceder à expressão a constar da alínea 6) do artigo 4.º da proposta de lei deve transferência da propriedade a favor do promitente-adquirente. É ser “pela lei” e não “pela presente lei”, e justifica esta sua ideia possível que isto melhore a situação. É verdade que o grande apontando para a utilização da expressão “pela lei” numa norma proprietário tem a responsabilidade de proceder à transferência da semelhante do Código Civil vigente. O facto é que escolhemos propriedade a favor do promitente-adquirente, porém, este último utilizar a expressão “pela presente lei” (e não “pela lei”) nos artigos deve apresentar a prova do pagamento de todas as despesas de 4.º e 5.º tendo em consideração a norma prevista no artigo 6.º, de condomínio. Quem sabe se essas despesas foram já pagas? Será isto que o usufrutuário e o promitente-adquirente da fracção autónoma uma solução? exerçam em exclusivo os direitos do condómino previstos no artigo 4.º e assumam as obrigações previstas no artigo 5.º, quando forem Obrigado. satisfeitas as condições definidas. Como os direitos exercidos e as obrigações assumidas pelo usufrutuário e pelo promitente- Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Vong Hin Fai. adquirente da fracção autónoma se limitam aos direitos e obrigações previstos na presente proposta de lei, pensamos que não é Vong Hin Fai: Obrigado, Sr. Presidente. conveniente utilizar, nos artigos 4.º e 5.º, a expressão “pela lei”. Agradeço a explicação do proponente. Gostaria, porém, de Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Cheang Chi Keong. continuar a focalizar a minha atenção no artigo 4.º, no qual estão previstos os direitos dos condóminos. A expressão “outros direitos Cheang Chi Keong: Obrigado, Sr. Presidente. atribuídos pela presente lei”, na alínea 6) do artigo 4.º, deixa-me

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 32 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 preocupado com a exclusão de outros direitos dos condóminos proprietários o cumprimento da obrigação de pagamento das previstos em outras leis e diplomas legais. Segundo a Sr.ª despesas de condomínio, obrigação esta que é atribuída por lei. Subdirectora, a opção tem a ver com a norma prevista no artigo 6.º, de que o usufrutuário e o promitente-adquirente da fracção No que concerne à responsabilidade solidária, esta autónoma exerçam em exclusivo os direitos do condómino e responsabilidade decorre da situação, isto é, o promitente-adquirente assumam as obrigações. Analisando a questão numa perspectiva gozou efectivamente dos serviços de condomínio, mas não pagou as legislativa, será que os direitos e as obrigações previstas no artigo despesas de condomínio. Nesta situação, o promotor comercial de 6.º, a usufruir e assumir pelos condóminos, não podem afectar os construção civil assume a respectiva responsabilidade solidária, direitos dos promotores comerciais da construção civil, incluindo os ainda que o mesmo promitente-adquirente tenha a obrigação de direitos conferidos por outras leis? Porém, a actual redacção pagar as despesas de condomínio. Há ainda casos em que o enfraquece, de facto, esta norma, a não ser que, na minha opinião… promitente-adquirente não gozou dos serviços de condomínio, não a expressão “pela presente lei” utilizada na alínea 6) do artigo 4.º lhe tendo sido entregue a chave da respectiva fracção autónoma. O queira significar “pela lei”. Porém, a comparação que fiz há pouco Sr. Deputado Leonel Alberto Alves falou da lentidão do andamento entre a alínea 6) do artigo 4.º da presente proposta de lei e a alínea f) do processo judicial para reclamação do pagamento das despesas de do artigo 1334.º do Código Civil, permite-nos verificar a diferença condomínio. A propósito disso, afirmo que a mediação e a entre a expressão “pela presente lei” e a expressão “pela lei”. Este é arbitragem podem servir também como mecanismo de resolução dos o ponto de vista que quero aqui deixar. litígios referentes a assuntos relativos à administração de condomínios. Reparem que a obrigação prevista no n.º 4 do artigo Obrigado. 6.º constitui uma obrigação atribuída pelo direito substantivo, ou seja, o verdadeiro proprietário da fracção autónoma responde Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Leonel Alberto Alves. solidariamente perante o condomínio pelos encargos em dívida por parte do promitente-adquirente. A questão da lentidão do andamento Leonel Alberto Alves: Sr. Presidente: da justiça tem a ver com o direito processual. Na tentativa de resolver o problema em causa, que existe na realidade, pode Muito rápido.... Parece-me que o Governo não respondeu à verificar-se se é possível recorrer ao Juízo de Pequenas Causas pergunta que eu coloquei. Qual é o tempo médio que um tribunal Cíveis, para conferir mais celeridade ao andamento dos respectivos leva para decidir um litígio de cobrança de condomínio? Temos processos judiciais. O que se deve deixar ficar claro é que a intenção título executivo, temos várias coisas em curso, são mecanismos legislativa subjacente à definição desta norma é garantir o alternativos, jurídicos e legislativos, que nós andámos à procura pagamento das despesas de condomínio em benefício de todos os durante décadas. Eu gostaria de saber se hoje em dia é tão difícil ao pequenos proprietários, não tendo sido fixado qualquer objectivo de órgão de administração obter a cobrança coerciva, junto do Tribunal proteger os interesses das administrações e das empresas de de Pequenas Causas, junto do Tribunal Judicial de Base e obter a administração de condomínios. penhora do direito – para responder à pergunta do Sr. Deputado Cheang Chi Keong – ele pode, o órgão de administração pode pedir Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: Sr. a penhora do direito de aquisição resultante do contrato-promessa, e Presidente: fica devidamente salvaguardado. E se o não faz, por que razão é? O Governo já fez esta análise, este estudo? Há tantos estudos que estão O Sr. Deputado Cheang Chi Keong focou a atenção nas em curso. Não é? Se fez este estudo, porque é que estes órgãos de possíveis consequências da reprovação do n.º 4 do artigo 6.º). A administração não pedem a penhora do direito de aquisição? E os propósito disto, afirmo que o n.º 4 do artigo 6.º é um articulado tribunais levam realmente muito dinheiro para satisfazer os pedidos independente, e queríamos recorrer ao regime de responsabilidade de cobrança coerciva? solidária para proteger os interesses dos pequenos proprietários. Se este articulado for reprovado, não haverá este regime, isto é, não Presidente: Faça o favor de responder. haverá responsabilidade solidária.

Director dos Serviços dos Assuntos de Justiça, Liu Dexue: Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Mak Soi Kun. Queria prestar esclarecimentos sobre o n.º 4 do artigo 6.º. Queria prestar os seguintes esclarecimentos: numa perspectiva do direito de Mak Soi Kun: Obrigado, Sr. Presidente. propriedade, o promotor comercial de construção civil é o proprietário da fracção autónoma, independentemente da proporção Sr.ª Secretária, ocupada, ao passo que o promitente-adquirente não pode ser considerado como o verdadeiro proprietário. Este é o primeiro Caros Colegas: aspecto que deve ficar claro. Em segundo lugar, sublinho que a definição da norma prevista no n.º 4 do artigo 6.º não tem por Há pouco, ao responder às perguntas do Sr. Advogado Alves objectivo proteger os interesses da administração e da empresa de (que focou a sua atenção em assuntos que considero fundamentais), administração de condomínios, e que o que pretendemos é proteger o Sr. Director tocou num ponto que tem igualmente importância os interesses de todos os pequenos proprietários, como aliás já foi primordial, o qual tem a ver com o Juízo de Pequenas Causas Cíveis. explicado detalhadamente há pouco pela Sr.ª Secretária Chan e pelo Reivindico, desde há muitos anos, através nomeadamente das Sr. Deputado Chan Chak Mo, Presidente da Comissão Permanente interpelações escritas e orais, a definição de um limite superior mais responsável pela apreciação da presente proposta de lei. Reitero que elevado para o Juízo de Pequenas Causas Cíveis (limite superior às a definição desta norma não se destina a favorecer as empresas de actuais cinquenta mil patacas), bem como, a simplificação dos administração predial, nem a obrigar os promotores comerciais da procedimentos, de modo a ser possível aproveitar esse meio para construção civil a assumir a responsabilidade em causa. O único resolver os problemas do atraso no pagamento das despesas de objectivo subjacente à definição desta regra é exigir a todos os condomínio e dos arrendatários trapaceiros, para além do problema

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 33 das infiltrações de água. Se se puder recorrer ao Juízo de Pequenas Presidente: Tem a palavra o Sr. Vice-Presidente Lam Heong Causas Cíveis para solucionar estes problemas, diminui-se em Sang. grande medida os respectivos custos sociais, pois, de facto, é grande a lentidão do andamento da justiça. O Sr. Director apontou, há Lam Heong Sang: Obrigado, Sr. Presidente. pouco, para a possibilidade de se recorrer à arbitragem para resolver o problema do atraso no pagamento dos encargos de condomínio. Sr.ª Secretária, Ora, o recurso a este meio implica o acordo das duas partes, e isso é impossível, porque não podemos estabelecer contacto com o Srs. Membros do Governo, promitente-adquirente, o qual desapareceu sem deixar rasto. Abordei, repetidamente, este assunto durante a discussão em sede de Caros Colegas: Comissão Permanente, e vou falar, mais tarde, sobre esta matéria durante a discussão do artigo 9.º… visto que agora não se está a Fiquei de certo modo surpreendido com a demora registada na discutir o artigo 9.º. Quem pede empréstimos deve pagá-los. Se eu discussão do n.º 4 do artigo 6.º. Em relação a esta norma, quem é sou comerciante e se alguém me deve dinheiro, e como o meu que deve dinheiro? Agora, exige-se que o promotor comercial da negócio não é grande e é difícil manter a sobrevivência, o Governo construção civil assuma, solidariamente, a responsabilidade. Será vai definir uma lei para me ajudar a exigir que me paguem? Existem que não há alternativa? Então, como a escritura ainda está por muitos meios para resolver os problemas das PME. As pessoas têm celebrar, o promitente-adquirente precisa de pedir ao promotor sempre este pensamento: se não pagarem, o Governo paga. Existem, comercial da construção civil para acabar com as formalidades da de facto, muitos meios aos quais se pode recorrer para reaver o celebração de escritura. No fim, o promitente-adquirente precisa de dinheiro. Se for o Governo a mover acções judiciais, a situação será fazer a transferência da propriedade, mesmo que a fracção se destine igual. Por isso é que tenho proposto a definição de um limite a especulação. Então, a quem é que este se deve dirigir para acabar superior mais elevado para o Juízo de Pequenas Causas Cíveis, e com as formalidades? Se o promotor comercial da construção civil com a simplificação dos procedimentos, haverá mais pessoas a não assinar, como é que pode ser feita a escritura? Este é o primeiro recorrer ao Juízo de Pequenas Causas Cíveis para tratar dos assuntos. aspecto para o qual gostava de chamar a atenção. Desta forma, deixar-se-á de empurrar responsabilidades para os outros, não é assim? Depois da bola chutada, já não é da minha Segundo, a realidade é que a demora para efectuar a celebração conta. Evoco, neste momento, uma história: era uma vez um da escritura pública pode ultrapassar os dez anos. Nos termos do indivíduo que foi ferido por alguém que disparou uma seta contra regime vigente, com a emissão da licença de ocupação, os ele. No consultório do cirurgião, este cortou-lhe a parte da seta que compradores podem viver nas fracções autónomas adquiridas. estava de fora do corpo, e disse-lhe que a parte que estava dentro do Porém, como algumas instalações complementares ainda não estão corpo devia ser tratada pelo médico de clínica geral. Com a bola a concretizadas, por exemplo, as passagens aéreas para peões, não ser chutada de um lado para o outro, são os residentes que sofrem. pode haver lugar à celebração da escritura. Nestes últimos anos, Gostaria de saber qual é o ponto de situação dos trabalhos registaram-se muitas actividades de especulação. Por que razão se desenvolvidos pelo Governo. Há intenção de aumentar o limite registaram tantas situações de despesas de condomínio em dívida? máximo e de simplificar os procedimentos? Se o problema das Será que não é possível reivindicar as despesas em dívida? Os despesas de condomínio em dívida puder ser resolvido recorrendo promotores comerciais de construção civil têm todo o controlo sobre ao Juízo de Pequenas Causas Cíveis, não há necessidade de criar os promitentes-adquirentes, o controlo é ainda maior do que a uma nova lei. Porque é que não se procede à simplificação dos situação prevista no artigo 9.º. Não percebo… será que os procedimentos? Veja-se o seguinte exemplo: se um caminho está promotores comerciais da construção civil não têm meios para bloqueado por uma pedra, em vez de nos apressarmos a abrir um reivindicar as despesas em dívida? Há que saber quem está a dever outro caminho, devemos antes retirar a pedra do meio do caminho, dinheiro, e a quem se deve dinheiro, e quem deve assumir a de modo a permitir o trânsito. É preciso dinheiro para a abertura de responsabilidade solidária. Não se pode entender que está em causa um novo caminho, não é? Exprimi esta opinião repetidamente nas algo muito venenoso, e que todos vão morrer por causa disto. A reuniões da Comissão Permanente, porém, é necessário respeitar a situação não é assim. Não percebo. Até agora ainda não percebi decisão do Governo, seguindo o princípio da predominância do nada. Quanto a este articulado, como é que vai ser aplicado? Olhe, poder executivo, e afinal é necessário proceder à votação. Perante o os pequenos proprietários vivem nas fracções autónomas, mas não caminho bloqueado, não significa que vamos deixar de procurar pagam as despesas, então, conseguem exigir aos grandes uma solução. Quanto ao Juízo de Pequenas Causas Cíveis, basta proprietários que se acabem as formalidades de escritura? Podem ou aumentar o limite máximo do valor exigido e simplificar os não? Não podem. Se a escritura não é feita, os pequenos procedimentos. Apesar de se abrir um novo caminho, não significa proprietários não têm direito de propriedade. Será que os pequenos que se abandona o caminho existente. Quando não conseguem proprietários não têm medo que os grandes proprietários procedem a escalar a montanha, viram-se para o Governo, para exigir a abertura uma segunda hipoteca? É melhor não brincar com isto. de um novo caminho. Gostaria de ouvir os esclarecimentos do Governo. Isto é, o caminho existente é acessível, depois de se Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Leonel Alberto Alves. fazerem obras ligeiras, mas vocês resolveram abrir um novo caminho. Penso que muitos colegas vão apresentar as suas opiniões Leonel Alberto Alves: Sr. Presidente: sobre a norma prevista no artigo 9.º. Termino, por enquanto, a minha intervenção, na esperança de obter uma explicação das Eu não resisto a deixar de responder ao seguinte: primeiro, ao Sr. autoridades. Vice-Presidente. Se é assim tão simples, temos de arranjar aqui mais uns artigos, nesta proposta, a consagrar o direito ao promitente Obrigado. vendedor de excepção ao não cumprimento do contrato. Isto é, se ele pagar a tal dívida do promitente-comprador, ele pode ter o argumento jurídico de recusar celebrar a escritura pública. Não está

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 34 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 aqui consagrado. E se ele se recusar a assinar a escritura pública responsabilidade aos promotores comerciais de construção civil, incorrerá no incumprimento do contrato e terá de pagar o dobro do assumindo uma atitude irresponsável, em vez de concentrar a dinheiro que recebeu do promitente-comprador. Portanto, nessa atenção nos promitentes-adquirentes que não cumprem a sua lógica, tem que acrescentar aqui mais uns quantos artigos. Primeiro, obrigação de pagar as despesas de condomínio. A Administração consagrar que ele tem o direito de não assinar a escritura pública; Pública dá uma grande importância ao conforto dos pequenos segundo, tem o direito à compensação, ele pagou x, tem direito a proprietários. Gostaria de perguntar: por que é que o Governo não compensar... porque isto vai contra as regras do Código Civil. Se são assume a responsabilidade perante o condomínio pelos encargos em dívidas pecuniárias... a compensação tem de ser dada por dívidas dívida por parte do promitente-adquirente, de modo a proporcionar pecuniárias. Aqui, há uma dívida pecuniária, que é o dinheiro que mais um instrumento para garantir o pagamento das despesas de ele adiantou. E outra coisa é o dever de ele assinar a escritura de condomínio? O dinheiro do erário público vem dos impostos pagos venda. São duas coisas não confundíveis. E, relativamente aos 3 pelos cidadãos. É natural ser a Administração Pública a pagar os minutos que me faltam, Sr. Director, mais uma vez constato que respectivos encargos, por forma a garantir o bem-estar dos pequenos vocês não tiram as ilações totais daquilo que já existe. Disse que o proprietários. É ridículo exigir ao promotor comercial de construção promitente-comprador não é proprietário. É errado. É e não é! O civil a assunção da respectiva responsabilidade solidária, isto é, Senhor esqueceu-se do mai lao, a partir da Lei da venda de bens sacrificar-se para que os pequenos proprietários possam viver futuros é obrigatório o registo da promessa de compra e venda. E o confortáveis. Quem viola as regras é que deve assumir as que é que sai do registo? O promitente-comprador, registalmente, já responsabilidades respectivas, esta é que é a verdade em qualquer é proprietário! A inscrição da aquisição é que é provisória, por parte do mundo. O empresário que monta uma empresa de natureza, e só depende de uma coisa, da conversão, que é a escritura administração de condomínios conta sempre com a possibilidade de pública, ou de uma sentença de execução forçada. Portanto, em não conseguir receber todas as despesas de condomínio. Muitos termos de legislação, em termos de ordenamento jurídico, não se negociantes perdem dinheiro no comércio. Se fosse possível lucrar esqueçam que há já uma grande alteração no nosso ordenamento, sempre nos negócios, ninguém queria ser empregado. É preciso ter que é o mai lao, que é a Lei da venda de bens futuros. Ele já é muita sorte para se poder encontrar bons pequenos proprietários que proprietário registalmente. E, se o legislador diz que ele paguem sempre as despesas de condomínio, tal como é preciso ter registalmente já é proprietário, temos de tirar todas as consequências muita sorte para ter filhos competentes, amorosos e obedientes. É jurídicas, práticas, financeiras, económicas e políticas desse facto. problemático o raciocínio de que o promotor comercial de Ele é um proprietário, daí que, na sequência disto, se consagre aqui construção civil deve sacrificar-se para os pequenos proprietários a figura do condómino de facto. Negar isto é negar a evidência. viverem satisfeitos e confortáveis. Se assim for, ninguém precisa de Muito obrigado. trabalhar. É assim? Como não é competente, tem de trabalhar como operário da construção civil, que trabalha debaixo de sol e calor, Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Fong Chi Keong. com temperaturas de quarenta graus. Cada pessoa tem uma vida diferente. Se for necessário garantir que todos os pequenos Fong Chi Keong: Obrigado, Sr. Presidente. proprietários vivam confortáveis e satisfeitos, todos podem… então, os promitentes-adquirentes que gozam dos serviços podem não A Sr.ª Secretária disse há pouco que a intenção legislativa pagar as despesas de condomínio, e são os promotores comerciais de subjacente à definição da norma é proporcionar um instrumento construção civil que têm de assumir essa responsabilidade. Isto é eficaz para a regulamentação dos assuntos relativos à administração ridículo! das partes comuns dos edifícios de Macau, garantindo o pagamento das despesas de condomínio e protegendo os interesses de todos os Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Cheang Chi Keong. pequenos proprietários. A propósito disto, gostaria de chamar a atenção para o princípio do utilizador-pagador. Não há razão para os Cheang Chi Keong: Depois de ouvir a resposta do Governo, promotores comerciais de construção civil assumirem a respectiva queria focar a minha atenção em dois assuntos. responsabilidade solidária, quando os promitentes-adquirentes que gozam efectivamente dos serviços de condomínio não quiserem O primeiro assunto tem a ver com o pedido apresentado pelo Sr. pagar as despesas de condomínio. Esta é a primeira vez que ouço a Deputado Vong Hin Fai, de substituir a expressão “outros direitos lógica e o raciocínio de sacrificar os interesses de inocentes, para atribuídos pela presente lei”, no n.º 6 do artigo 4.º, pela expressão proteger os interesses de um grupo de pessoas. Há um nítido erro de “outros direitos atribuídos pela lei”. O mesmo problema também se raciocínio ao obrigar o promotor comercial de construção civil a verifica no n.º 5 do artigo 5.º. Sendo assim, talvez haja necessidade responder solidariamente perante o condomínio pelos encargos em de substituir a expressão “outras obrigações impostas pela presente dívida por parte do promitente-adquirente. Isto contradiz o princípio lei”, registada no n.º 5 do artigo 5.º, pela expressão “outras do utilizador-pagador. Queria perguntar ao Governo: por que razão é obrigações impostas pela lei”. Não será necessário uniformizar? que não promove o levantamento de acção judicial contra o Este é o primeiro aspecto para o qual queria chamar a atenção. promitente-adquirente, recorrendo ao Juízo de Pequenas Causas Cíveis? Não é razoável pedir ao promotor comercial de construção Em segundo lugar, gostaria de me debruçar sobre a possível civil para assumir a respectiva responsabilidade, pois não? O reprovação da norma prevista no n.º 4 do artigo 6.º, uma disposição Governo deve retirar a norma prevista no n.º 4 do artigo 6.º. Acho que suscitou acesa discussão no plenário de hoje. Queria saber se é o inaceitável a explicação que as autoridades deram há pouco sobre novo promitente-adquirente que é responsável pelo pagamento das esta questão, sobretudo a do Sr. Director. Na realidade, não há despesas de condomínio, se a referida disposição legal for reprovada garantias de sucesso nos negócios. As empresas de administração de na votação separada. Se a resposta para esta minha pergunta for condomínios deparam-se sempre com encargos de condomínio positiva, talvez haja necessidade de introduzir um aditamento ao vencidos e não pagos. Que eu saiba, normalmente, 10% a 20% dos artigo 9.º. Devemos estar preparados para o caso de o n.º 4 do artigo pequenos proprietários não pagam as despesas de condomínio. Não 6.º ser reprovado na respectiva votação separada. Será necessário percebo por que é que o Governo atribui a respectiva introduzir um aditamento ao artigo 9.º, de modo a explicitar que,

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 35 além do proprietário da fracção autónoma, o novo promitente- promitente-adquirente tem de pagar os encargos de condomínio em adquirente também é responsável pelos encargos de condomínio dívida antes da celebração da escritura pública de transmissão do vencidos e não pagos dessa mesma fracção autónoma? Apresento direito de propriedade sobre a fracção autónoma. No escritório do esta sugestão para referência do proponente. Pode entender-se desta advogado responsável pela celebração da respectiva escritura forma? pública, exige-se sempre o pagamento de todas as dívidas relativas aos encargos de condomínio. O contrário é impossível. Penso que Obrigado. não há nenhum promotor comercial de construção civil que tenha a estupidez de proceder à transmissão do respectivo direito de Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Cheung Lup Kwan. propriedade antes do reembolso total do dinheiro gasto para cumprir a respectiva responsabilidade solidária. Peço desculpa, estava a Vitor Cheung Lup Kwan: Sr. Presidente, brincar.

Sr.ª Secretária, Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Zheng Anting.

Caros Colegas: Zheng Anting: Obrigado, Sr. Presidente.

Não sendo eu da área do direito, aprendi um pouco com a O Sr. Deputado Leonel Alberto Alves apresentou muitas discussão no plenário de hoje. Penso que o Sr. Director deu opiniões sobre a operação em concreto e sobre a justiça da explicações claras sobre a norma prevista no n.º 4 do artigo 6.º. Na responsabilidade solidária prevista no n.º 4 do artigo 6.º. Na realidade, o promotor comercial de construção civil desempenha o operação em concreto, os promitentes-adquirentes e os usufrutuários papel de grande proprietário durante um espaço de tempo são as pessoas que verdadeiramente beneficiam dos serviços de relativamente curto. Depois de terem sido vendidas todas as fracções condomínio. Sendo assim, acho que não é justo atribuir a autónomas, e depois da transmissão do direito de propriedade sobre responsabilidade de pagar as despesas de condomínio aos todas as fracções autónomas, o promotor comercial de construção promotores comerciais de construção civil, os quais são civil deixa de ser o grande proprietário do edifício. Se o promotor considerados como comerciantes desonestos. O Sr. Deputado comercial de construção civil não vender as fracções autónomas de Leonel Alberto Alves tem razão ao apontar para a injustiça desta um edifício, situação que é rara, é sempre o grande proprietário do norma. Os representantes do Governo esclareceram, há pouco, que, edifício, e é responsável pelo pagamento das respectivas despesas de antes da celebração da escritura pública de transmissão de direito de condomínio. Caso contrário, os pequenos proprietários propriedade sobre a fracção autónoma, o promitente-adquirente tem responsabilizam-se pelo pagamento dessas despesas, e quando se de pagar os encargos de condomínio em dívida. Este argumento, exige bons serviços, paga-se caro. As associações de proprietários e para se atribuir a respectiva responsabilidade solidária ao promotor as empresas de administração de condomínios precisam de comercial de construção civil, não tem fundamento, embora este instrumentos para resolver o problema, isto é, quando se deparam seja normalmente um indivíduo com dinheiro. Há uma grande com encargos de condomínio vencidos e não pagos. O facto é que os injustiça no n.º 4 do artigo 6.º. Trata-se duma disposição legal pequenos proprietários que não pagam as despesas de condomínio diabólica. Depois da aprovação do n.º 4 do artigo 6.º, o promotor são uma pequena percentagem, caso contrário, ninguém criaria comercial de construção civil tem de assumir a respectiva empresas de administração predial. Há razões para estas empresas responsabilidade solidária. É possível que seja necessário ouvir as existirem em Macau há várias dezenas de anos, apesar das gravações da reunião, se não se conseguir concretizar a intenção dificuldades existentes, nomeadamente a dificuldade decorrente da legislativa subjacente à definição desta norma, a qual será executada exigência de credenciação dos porteiros, e as dificuldades em mesmo que se constate que a sua execução vai causar problemas, tal manter a qualidade dos serviços de condomínio. Não acho que a como no caso da Lei de terras. Segundo esta lei, a caducidade da criação do regime da responsabilidade solidária vá trazer problemas. concessão de terrenos para a construção de edifícios acontece Reparem que, depois da celebração do contrato-promessa de quando termina o respectivo prazo de aproveitamento, sem se transmissão do direito de propriedade sobre fracção autónoma, o considerar os elementos que conduziram à demora na realização das respectivo promotor comercial de construção civil continua a ser o obras de construção civil, nem as graves consequências dessa proprietário do edifício. Até o promitente-adquirente da fracção caducidade. Esperamos que o Governo repondere a matéria em autónoma ter pago todos os encargos do condomínio em dívida, não causa com precaução, e não avance com normas diabólicas que só é possível a celebração da escritura pública de transmissão do direito vão trazer graves consequências. Quando se prevê explicitamente na de propriedade sobre a fracção autónoma. No respectivo registo lei, defende-se sempre a governação de acordo com a Lei; quando predial arquivado na Conservatória, há referências sobre os não se prevê explicitamente na lei, defende-se que não se trata da empréstimos contraídos através da hipoteca do direito de intenção original, e que a mesma se limita a garantir o pagamento propriedade sobre a fracção autónoma, não sendo possível registar das despesas de condomínio. Obrigado. no mesmo documento outro tipo de dívidas. Não percebo o porquê de tanta discussão sobre esta matéria. É natural que as empresas de Presidente: Tem a palavra o Sr. Vice-Presidente Lam Heong administração de condomínios cobrem despesas de condomínio, e Sang. que estas devam ser pagas pelos pequenos proprietários. Na legislação em vigor proporcionam-se instrumentos para resolver o Lam Heong Sang: Sr. Presidente, problema do não pagamento das despesas de condomínio, e a definição desta norma destinou-se, simplesmente, a fornecer mais Sr.ª Secretária, um instrumento para resolver o problema. Em Hong Kong há normas jurídicas para resolução deste problema. Na RAEM Srs. Membros do Governo, podemos recorrer ao Juízo de Pequenas Causas Cíveis. Não acho que se trate de um problema muito grave, visto que o respectivo Caros Colegas:

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 36 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日

título constitutivo do edifício em regime de propriedade horizontal, Tenho mais uma dúvida. Desaparece ou não o sujeito da os pequenos proprietários podem pedir a celebração de escritura responsabilidade solidária? O respectivo sujeito deve assumir a pública de transmissão de direito de propriedade sobre fracções responsabilidade. Em duas situações… o indivíduo que se autónomas. Segundo a Lei do regime jurídico da promessa de responsabiliza solidariamente deve efectuar o pagamento, quando o transmissão de edifícios em construção, estão sujeitos a registo os referido sujeito morreu ou desapareceu. Ora, o dinheiro gasto para negócios jurídicos relativos à promessa de transmissão ou de cumprir a respectiva responsabilidade solidária será certamente oneração de edifícios em construção, registo esse que não é devolvido, uma vez que está lá um bem. A definição de equivalente à transmissão de direito de propriedade sobre fracções responsabilidade solidária não implica o desaparecimento do autónomas, o que também é claro para todos. Quando trabalhava na referido sujeito. Para dizer com franqueza, não percebo o porquê dos Assembleia Legislativa, acompanhei os trabalhos de apreciação da protestos. Não sei se os especialistas jurídicos podem explicar o que proposta de lei sobre o Regime jurídico da promessa de transmissão é responsabilidade solidária. de edifícios em construção, e percebo muito bem que o contrato- promessa de compra e venda também pode ser celebrado no caso de Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Cheung Lup Kwan. o edifício já estar construído, como se pode ver no Código Civil, nas normas destinadas à regulação dos últimos actos. É de saber que não Vitor Cheung Lup Kwan: Queria pedir ao Governo para se exige, no Código Civil, o registo dos negócios jurídicos relativos esclarecer o seguinte: depois de todas as fracções autónomas de um à promessa de transmissão ou de oneração de edifícios construídos. edifício terem sido vendidas, nada mais têm a ver com o grande Esta é a resposta à pergunta do Sr. Deputado Leonel Alberto Alves. proprietário? Sim, resta apenas a responsabilidade solidária. Os problemas com os pequenos proprietários nada têm a ver com o Em seguida, vamos então ver quem assume a responsabilidade grande proprietário. Depois de vendidas todas as fracções de pagar as despesas de condomínio das fracções autónomas autónomas, deixa de existir o grande proprietário. Houve lugar à vendidas mediante a celebração do contrato-promessa de compra e devida transmissão do direito de propriedade. Porque é que se prevê venda, caso seja reprovado o n.º 4 do artigo 6.º. A adopção de na norma a responsabilidade do grande proprietário? Quero ficar critérios diferentes pode levar a conclusões diversificadas na análise esclarecido sobre isto. desta matéria. Se atribuirmos a respectiva responsabilidade ao proprietário da fracção autónoma, é ao grande proprietário, ou seja, Obrigado. é o promotor comercial de construção civil que é responsável pelo pagamento das despesas de condomínio, visto que ainda não foi Presidente: Srs. Membros do Governo, façam o favor de celebrada a respectiva escritura pública de transmissão de direito de responder às perguntas. propriedade sobre fracção autónoma. Se for este o critério e se o n.º 4 do artigo 6.º for reprovado, a situação será desfavorável para o Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: promotor comercial de construção civil, que é o responsável pelo Obrigada, Sr. Presidente. Agradeço as opiniões apresentadas pelos pagamento dos encargos de condomínio. A definição da Srs. Deputados. responsabilidade solidária assumida pelo promotor comercial de construção civil implica que é o promitente-adquirente ou o Quando dei explicações sobre a intenção legislativa subjacente à usufrutuário o «responsável pelo pagamento das despesas de definição da norma em discussão, falei da importância de garantir o condomínio, porque ele é aquele que verdadeiramente beneficia dos pagamento das despesas de condomínio para a manutenção e respectivos serviços, pese embora o facto de ainda não ter sido reparação dos edifícios… além de assegurar uma vida agradável aos celebrada a respectiva escritura pública de transmissão de direito de condóminos. Peço ao Sr. Deputado Fong Chi Keong para prestar propriedade sobre fracção autónoma. Tal como se pode verificar, o atenção à minha explicação. critério segundo o qual se define esta norma é claro, quer em termos da orientação legislativa, quer em termos do instrumento legal Quanto à opinião do Sr. Deputado Vong Hin Fai sobre o n.º 6 do destinado à resolução do problema. artigo 4.º, afirmo que aceitamos a sugestão da substituição da expressão “pela presente lei” pela expressão “pela Lei”. Contudo, Há pouco, falei da existência de dois critérios, um é o direito de como já entregámos a proposta de lei em causa à Assembleia propriedade, e o outro tem a ver com a questão do usufruto. Durante Legislativa para discussão, não temos agora competência para o período de transição no qual foi celebrado o respectivo contrato- introduzir alterações às disposições. promessa de compra e venda de fracção autónoma, mas não foi celebrada a escritura pública de transmissão de direito de Presidente: Alguém dos outros representantes do Governo quer propriedade sobre fracção autónoma (situação que pode durar muito dar alguma explicação? tempo, e da qual são exemplos a Urbanização da Nova Taipa, perto do Parque Central da Taipa, e o edifício Fung King, pois segundo a Director dos Serviços dos Assuntos de Justiça, Liu Dexue: legislação de Macau, não se pode proceder ao registo definitivo do Queria dar mais explicações sobre o n.º 4 do artigo 6.º, uma título constitutivo do edifício em regime de propriedade horizontal, disposição que suscitou acesa discussão. Concordo perfeitamente se o respectivo promotor comercial de construção civil não tiver com a análise do Sr. Vice-Presidente Lam Heong Sang. Vou cumprido todas as obrigações indicadas no respectivo contrato de concentrar a minha atenção sobretudo nas várias situações que concessão do terreno, como por exemplo, a obrigação de construir podem ocorrer caso seja reprovado o n.º 4 do artigo 6.º. Nos casos uma estrada), o proprietário ou o usufrutuário que beneficie de celebração de contrato-promessa de compra e venda de fracções verdadeiramente dos serviços de condomínio assume a autónomas de edifícios em construção, não existe o problema das responsabilidade de pagar os encargos respectivos. Portanto, chamo despesas de condomínio, uma vez que os edifícios ainda não estão a atenção aos Srs. Deputados para o facto de que a reprovação do n.º construídos. Nos casos em que tenha sido emitida a respectiva 4 do artigo 6.º é desfavorável para os promotores comerciais de licença de ocupação e seja possível proceder ao registo definitivo do construção civil, a não ser que se insira, no respectivo contrato-

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 37 promessa de compra e venda de fracção autónoma, a cláusula de que é o devedor deste encargo é o condómino de facto. É o condómino, cabe ao promitente-adquirente pagar as despesas de condomínio, o aquele que está a usar. Está aqui, no n.º4, se não estiver, então os que, porém, não parece justo, visto que a situação pode ser a senhores redactores da Comissão de Redacção que clarifiquem este seguinte: o promitente-adquirente não é o proprietário da fracção conceito. Eu, pela leitura que faço... quem tiver o estatuto de autónoma e não usufrui dos serviços de condomínio. Tal como o Sr. condómino, quer de direito ou de facto, quem tiver esse estatuto de Vice-Presidente disse há pouco, segundo a teoria de base relativa à condómino, é que tem a obrigação de pagar. Quem não tiver este transmissão do direito de propriedade, só depois da celebração da estatuto de condómino, paga, nos termos da vossa proposta, a título escritura pública de transmissão de direito de propriedade sobre a solidário, a título de garante. Nem sequer é fiador. É garante respectiva fracção autónoma (independentemente do registo do principal. Tem a mesma posição de um devedor principal. Logo, não mesmo direito de propriedade na Conservatória do Registo Predial), tem o chamado benefício da excussão prévia dos bens do outro é que o promotor comercial de construção civil se livra da respectiva devedor. Portanto, este argumentum ad terrorem não funciona, responsabilidade. Reparem que a norma é semelhante ao porque a responsabilidade é sempre do condómino. Muito obrigado. correspondente estipulado do Código Civil, bem como, corresponde às sentenças emitidas pelos tribunais de Portugal. Posteriormente, Presidente: A discussão aprofundada sobre esta disposição já podemos ainda procurar jurisprudência portuguesa relevante sobre dura há muito tempo… esta disposição, para saber como é que esta contribui para a resolução da questão. Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: Sr. Presidente. Presidente: Mais alguém dos representantes do Governo quer dar alguma explicação? Peço desculpa, o nosso assessor jurídico quer dar mais explicações. Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: Sr. Presidente: Chefia Funcional da DSAJ, Filipe Pereira: Tenho que dizer que é uma discussão extremamente interessante. Em relação à O Governo aceita a sugestão do Sr. Deputado Vong Hin Fai, e solidariedade, se é certo que a solidariedade implica para o vai introduzir a respectiva alteração na alínea 6) do artigo 4.º, na proprietário estar ao mesmo nível do devedor, também é certo que o alínea 6) do artigo 5.º, e no n.º 1 do artigo 6.º. regime jurídico permite ao credor ir só contra o promitente- adquirente ou o usufrutuário, porque a responsabilidade solidária dá Presidente: Os colegas focaram a atenção nesta mesma questão ao credor o poder de ir sobre um, sobre o outro, ou sobre os dois. durante muito tempo, o Sr. Fong ainda quer repetir as opiniões que Em relação ao que se está aqui a discutir, eu tenho sérias dúvidas, apresentou há pouco? Tem novas ideias? Está bem, faça o favor. em termos técnicos, que uma promessa possa constituir um título definitivo. Porque nós estamos aqui a falar em promessas. A Fong Chi Keong: Depois de ter ouvido a análise do Sr. Director promessa, até ao último instante, pode não ser cumprida. Claro que, Liu sobre o pagamento das despesas de condomínio e a assunção da aqui, o promitente incorrerá em sanções, sejam elas pecuniárias, responsabilidade… em que situação é que se precisa de pagar as sejam elas de incumprimento, e provavelmente terá de pagar. Mas, despesas de condomínio? Ora, são cobradas despesas de condomínio até ao momento em que é assinada a escritura pública, não existe só depois de as fracções autónomas terem sido entregues aos uma vinculação definitiva. E isto tem que ser dito, ou seja, a respectivos promitentes-adquirentes, os quais são sempre os promessa não deixa de ser promessa. A questão... se não aprovarmos verdadeiros beneficiários dos serviços de condomínio. Antes da o n.º 4, o que é que acontecerá? Eu agora vou fazer a psicologia venda das fracções autónomas, o promotor comercial de construção inversa. Então repare-se: se o n.º4 não for aprovado, temos o civil é responsável pelo pagamento das despesas de condomínio. promitente-adquirente que desaparece... desaparece, e este caso foi Contudo, depois da venda, essa responsabilidade é dos pequenos citado, e nunca ninguém vai conseguir cobrar aquela dívida. Fica proprietários. Não há razão para pedir ao promotor comercial de incobrável. Ora bem, não é isto um incentivo a que todos eles construção civil para assumir a respectiva responsabilidade solidária. desapareçam momentaneamente daquele condomínio? O que nós É impossível pedir ao promotor comercial de construção civil que estamos aqui a dizer é que respondem dois. Mas, se só responder um, pague as despesas de condomínio em dívida em vez de ser o e se ele desaparecer, a dívida fica... portanto, não fica colectável. A promitente-adquirente. Penso que o Sr. Director não sabe tão bem última questão que eu gostava de colocar é a seguinte: estamos como eu… no que respeita à compra e venda de imóveis, à sempre a falar do grande proprietário... o grande proprietário existe ocupação dos edifícios construídos e aos assuntos relativos ao numa fase inicial, em que o prédio ainda não foi... as fracções ainda pagamento das despesas de condomínio. não foram vendidas. Certo? Mas, graças a Deus, e desculpem a terminologia, em Macau, a actividade comercial… a maior parte dos Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Leonel Alberto Alves. edifícios, devido à restrição territorial, já tem proprietários. Portanto, nós estamos a falar de questões com pequenos proprietários. Os Leonel Alberto Alves: Sr. Presidente: grandes proprietários, é evidente, os promotores imobiliários, poderão fazer inúmeros prédios, mas a maioria destes prédios é Muito rápido... só para responder, salvo o devido respeito, ao detida por proprietários. E, mais uma vez, gostava de dizer... é que... argumentum ad terrorem do Sr. Director. Ad terrorem significa um o interesse da comunidade não é relevante? Estamos sempre a falar argumento para assustar, para aterrorizar, aqui, os meus colegas: se no grande proprietário. É verdade, o grande proprietário deve ser não aprovarmos, aqui, o n.º4, vai haver desgraça. Não é bem assim, defendido. Mas, o Sr. Presidente falou, no início da sua intervenção, salvo o devido respeito. Se não aprovarmos o n.º4, e se aprovarmos quando esteve a apresentar a proposta de lei, que nós tentámos um o conceito de condómino de facto, que vem também no artigo 6.º, equilíbrio. E esta norma não deixa de ser um equilíbrio entre os significa que esse… pelo artigo 5.º, alínea 4), este… é obrigado a interesses aqui em questão. pagar os encargos de condomínio. Portanto não há um vazio. Quem

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 38 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日

Leonel Alberto Alves: Sr. Presidente: faltam-me alguns forte. Vamos continuar a reunião amanhã à tarde, na expectativa de segundos. o Governo nos entregar o texto de substituição amanhã de manhã. Vamos proceder à votação amanhã, está bem? Algum deputado tem Primeiro, é óbvio que este quadro só se refere e só atinge, opinião contrária? Se ninguém tem, declaro… não vamos prolongar fundamentalmente, o chamado grande proprietário, o developer, o plenário de hoje, visto que não é possível concluir, no plenário de porque os outros proprietários, chamemos-lhe assim, das hoje, a discussão e a votação na especialidade da proposta de lei, transmissões... das segundas transmissões, portanto, o que já que tem mais de setenta artigos, mesmo que se prolongue a sessão. comprou há dez anos, mas agora quer vender... a prática diz-nos que Temos, no plenário de amanhã, cinco horas para discutir e votar as só no acto da escritura pública de compra e venda é que se faz a restantes disposições. Há colegas que usaram hoje todo o seu tempo transacção do imóvel. Esta é a prática de Macau. Quando legislamos, na discussão de apenas um artigo. Como é que podem pronunciar-se? temos de ter em conta a realidade existente e não a realidade Tem a palavra o Sr. Deputado Tong Io Cheng. ficcionada. E quanto à outra questão, da promessa, temos de ter em conta o regime actual em vigor: feito o registo, e se houver Tong Io Cheng: Queria chamar a atenção para o seguinte: hoje incumprimento de devedor, o devedor neste caso é o promitente concluímos a discussão e votação na especialidade de apenas quatro vendedor, ele pode sempre exigir a execução específica. Nós artigos. Queria saber o que vamos fazer se, no plenário de amanhã, alterámos muitas coisas ao longo destas três décadas, quanto a esta não conseguirmos concluir a discussão e a votação na especialidade matéria. Muito obrigado. da proposta de lei, mesmo prolongando a sessão?

Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Zheng Anting. Presidente: Amanhã podemos prolongar a reunião até à meia- noite, se for necessário, não é? Temos de proceder à discussão Zheng Anting: Obrigado Sr. Presidente. aprofundada desta matéria até esclarecermos todas as dúvidas.

Obrigado, Sr.ª Secretária. Tong Io Cheng: Claro. Não sei se é melhor prolongarmos o plenário de hoje e também o de amanhã. No respeitante ao n.º 4 do artigo 6.º, queria perguntar se o promotor comercial de construção civil tem de pagar as despesas de Presidente: Prolongamos o plenário de hoje? condomínio em dívida, se o respectivo pequeno proprietário (o qual pode ter a designação de promitente-adquirente ou de usufrutuário) Tong Io Cheng: Se é melhor prolongarmos os plenários de hoje não as pagar. Este é o primeiro aspecto sobre o qual queria pedir e de amanhã. esclarecimentos. Presidente: Penso que não. Porque agora precisamos de um Em segundo lugar, gostaria de apontar para a inexistência de um texto de substituição para votar. Caso contrário, vai ser uma mecanismo que vise a protecção dos interesses do promotor confusão, está bem? Porque o artigo 4.º ainda não foi aprovado. comercial de construção civil, e que obrigue ao reembolso total do Hoje aprovámos apenas três artigos. No plenário de hoje gastámos dinheiro gasto por este para cumprir a respectiva responsabilidade três horas com a aprovação de três artigos. Fazendo as contas, a este solidária. Ainda que eu não contrarie a atribuição dessa ritmo, vamos precisar de setenta e tal horas para aprovar todo o responsabilidade... está bem. articulado. Se ninguém tiver opinião em contrário, vamos terminar a sessão de hoje mais cedo, está bem? Presidente: Srs. Deputados: (Interrupção) Já estamos a discutir sobre esta disposição há várias horas. A (Sessão de 8 de Agosto) Sr.ª Secretária disse há pouco que ia introduzir alterações em vários números do artigo 4.º, não disse? Presidente: Srs. Deputados:

Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: Vamos agora continuar a reunião. Apresento aqui, em nome da Concordamos com a introdução de alterações no artigo 4.º… Assembleia Legislativa, as boas-vindas à Sr.ª Secretária Chan e aos demais governantes, agradecendo-lhes desde já a presença no Presidente: Como não há um texto de substituição, não é plenário de hoje. A matéria agendada para a sessão de hoje é a possível procedermos agora à respectiva votação na especialidade. continuação da discussão e votação na especialidade da proposta de Sugiro, portanto… o Sr. Deputado Leonel Alberto Alves já não tem lei intitulada “Regime jurídico da administração das partes comuns mais tempo para usar da palavra, mesmo que queira pronunciar-se. do condomínio”, que era o terceiro ponto da agenda do plenário de Temos de respeitar o Regimento da Assembleia Legislativa. Vamos ontem. Quando terminámos a reunião de ontem, estávamos a terminar a sessão de hoje mais cedo. Está bem? Vamos fazer uma discutir os artigos 4.º a 8.º da Secção I do Capítulo II. O Governo pausa, de modo que todos possam reflectir, aprofundadamente, apresentou hoje o texto de substituição, já com a aceitação das sobre o assunto. Se o Governo tiver um texto para substituição ainda sugestões apresentadas pelos deputados, texto este que foi já esta noite, pode dá-lo a tempo, está bem? Tal como se pode verificar, distribuído a todos os deputados. As alterações introduzidas têm a não é possível concluir, no plenário de hoje, a discussão e a votação ver com o mesmo aspecto registado nos artigos 4.º, 5.º, 7.º e 43.º. na especialidade da proposta de lei, que tem mais de setenta artigos, Dou então a palavra à Sr.ª Secretária Chan, para as respectivas e tem grandes implicações para a vida da população, por isso, há explicações. necessidade de esclarecer todas as dúvidas, e de discutir aprofundadamente. Perante esta situação, vamos abrir um Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: precedente terminando a sessão de hoje mais cedo, visto que, na Obrigada, Sr. Presidente. sessão plenária, a realizar daqui a dois dias, a discussão será mais

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 39

Sr. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Ng Kuok Cheong.

Ontem, introduzimos ajustamentos, com base na sugestão do Sr. Ng Kuok Cheong: O artigo 9.º é também uma disposição Deputado Vong Hin Fai, na redacção do artigo 4.º. Substituímos a polémica, que suscitou acesa discussão na sociedade de Macau. O expressão “outros direitos atribuídos pela presente lei”, constante da caso do conteúdo artigo 9.º é diferente do caso do conteúdo do n.º 4 alínea 6) do artigo 4.º, pela expressão “outros direitos atribuídos do artigo 6.º, este está previsto no Código Civil em vigor, procedeu- pela Lei”. Baseando-nos na mesma razão, introduzimos também se ao aditamento da respectiva estipulação na presente lei, que é alterações na alínea 5) do artigo 5.º, no n.º 1 do artigo 7.º (do qual uma lei avulsa. Por isso, não está em causa um novo regime. consta a expressão “outras despesas previstas na presente lei”) e no Contrariamente, o regime que finalmente se propõe no artigo 9.º (em n.º 1 do artigo 43.º. Nestas disposições substituímos também a substituição de um outro novo regime que se sugeriu criar no expressão “pela presente lei” pela expressão “pela Lei”. Procedemos mesmo artigo na versão inicial da proposta de lei) é um regime a estes ajustamentos tendo em consideração a possibilidade da completamente novo, razão pela qual pedimos ao proponente para, definição dos respectivos direitos e obrigações em leis e diplomas com seriedade e clareza, prestar os devidos esclarecimentos sobre a legais futuros. Com este texto de substituição permite-se que intenção legislativa subjacente à definição deste regime no artigo 9.º. algumas disposições de outras leis se apliquem igualmente à regulamentação dos direitos… das partes relevantes. Como se sabe, o regime que se sugere criar no artigo 9.º sofreu várias alterações durante a apreciação da proposta de lei. Pretendeu- Presidente: Srs. Deputados: se recorrer à criação de um regime de registo, destinado a obrigar os pequenos proprietários que pretendam vender a sua fracção Quando votarmos os artigos mencionados, há pouco, pela Sr.ª autónoma a pagar os encargos de condomínio em dívida antes da Secretária, ou seja, os artigos 4.º, 5.º e 7.º da Secção I do Capítulo II, transmissão do respectivo direito de propriedade. Depois da vamos utilizar o texto de substituição em vez do texto original. discussão, o proponente retirou o regime de registo e sugeriu a Queria primeiro dar esta explicação. definição da norma da ambulatoriedade dos encargos de condomínio, segundo a qual o proprietário da fracção autónoma é responsável Vamos então passar à discussão na especialidade dos artigos 4.º pela dívida dos encargos de condomínio anteriores à aquisição da a 8.º. fracção. Depois de acesas discussões, o proponente retirou também a norma da ambulatoriedade (pelo menos, abandonou-se esta Tem a palavra o Sr. Deputado Leonel Alberto Alves. designação), e em substituição, propõe a introdução do regime da responsabilidade solidária com o prazo máximo de dois anos, Leonel Alberto Alves: Sr. Presidente, regime este que está previsto no artigo 9.º da presente proposta de lei. Este novo regime também se transformou no foco da atenção Sr.ª Secretária: dos cidadãos. Foi perante esta situação que o proponente sugeriu a criação de mecanismos acessórios, tal como o mecanismo dos Vejo aqui, na minha mesa, um escrito que contém uma pequena notários, segundo o qual pode prever-se explicitamente que, durante alteração ao n.º 4 do artigo 6.º, que na substância… em nada altera. o processo notarial, cabe aos notários chamar a atenção dos novos É uma mera forma, uma mera redacção. É uma poeirada, digamos adquirentes para a eventual necessidade de terem de assumir a assim. De maneira que mantenho a minha proposta, de votação em responsabilidade do pagamento de despesas de condomínio em separado do n.º 4, do artigo 6.º. Muito obrigado. dívida, porém, estes notários não têm a responsabilidade de fornecer todas as informações sobre a dívida. Presidente: Os Srs. Membros do Governo querem dar mais explicações? Se não quiserem, e se não houver mais deputados que O outro mecanismo acessório previsto no artigo 9.º tem a ver queiram exprimir opiniões, vamos proceder à votação separada do com o direito do adquirente da fracção autónoma, de obter n.º 4 do artigo 6.º da Secção I do Capítulo II, a pedido do Sr. informações junto da administração. Além disso, quando exista Deputado Leonel Alberto Alves. qualquer divergência quanto ao montante dos respectivos encargos, o adquirente pode exigir ao proprietário a prestação de caução em Vamos então votar. quantia adequada e suficiente. É de saber que a definição e o aperfeiçoamento dos mecanismos servem para satisfazer os pedidos (Votação) apresentados pelos deputados, com o intuito de manter o equilíbrio entre os interesses do alienante e os interesses do adquirente. Presidente: Aprovado. Apontei, com toda a franqueza, nas reuniões realizadas no âmbito da Comissão Permanente, para o facto de que a Administração Pública Passamos, agora, à votação dos artigos 4.º a 8.º da Secção I do fez jogo político no tratamento deste assunto. Reparem que os Capítulo II, com a excepção do n.º 4 do artigo 6.º. Vamos proceder à encargos de condomínio vencidos e não pagos podem ser votação. acumulados num intervalo de tempo com duração superior a dois anos, sendo possível que, durante o processo de tratamento do (Votação) assunto, se perca o respectivo direito de reclamação por ter chegado ao fim o prazo de prescrição para o efeito retroactivo. No que Presidente: Aprovados. respeita às despesas de condomínio em dívida, dever-se-ia recorrer à melhoria do sistema judicial vigente, quer em termos de Passamos agora à discussão na especialidade dos artigos 9.º e procedimentos quer em termos de afectação de recursos, para 10.º da Secção I do Capítulo II da proposta de lei. Srs. Deputados, permitir que a administração e os pequenos proprietários, sempre façam o favor de apresentar as vossas opiniões. que necessário, resolvam efectivamente a questão através dos meios judiciais, de forma mais suave e conveniente… em caso de disputas

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 40 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 e diferenças de opinião. Isto é legítimo. Expus repetidamente esta condomínio anteriores à aquisição da fracção, mesmo com a minha ideia nas reuniões destinadas à apreciação na especialidade definição de normas detalhadas que visam prevenir a situação de o da proposta de lei no âmbito da Comissão Permanente. Contudo, respectivo direito de propriedade ser transmitido sem que o parece que o Governo não se mostrou confiante nesta forma de alienante tenha pago todos os encargos de condomínio em dívida. resolver o problema… o mais rápido possível. O que se verifica na Reparem que está estipulado, nas disposições anteriores, que cabe realidade é que a Administração Pública elaborou estratagemas ao alienante pagar os encargos de condomínio vencidos e não pagos políticos diferentes para obrigar o alienante da fracção autónoma a antes da transmissão do direito de propriedade da fracção autónoma. pagar os encargos de condomínio em dívida, em vez de se recorrer à Na região vizinha, compete ao escritório de advogados verificar, via judicial para reclamar o pagamento das respectivas dívidas, e nomeadamente junto da respectiva empresa de administração predial, isto torna o assunto bastante complicado. se o alienante já pagou todos os encargos de condomínio em dívida, e se este já pagou ao Governo todos os impostos e contribuições Na minha opinião, todos os mecanismos foram criados no meio relativos à fracção em transmissão. Trata-se de uma questão de de controvérsia, e destinam-se sempre a equilibrar os interesses das execução das normas definidas nas estipulações anteriores já várias partes. Recorreu-se a estratagemas políticos para manter este aprovadas pelo hemiciclo. Acho que não é justo atribuir a equilíbrio, assim, o regime não foi criado com base num ratio legis responsabilidade solidária ao adquirente, que, por causa de um fundamentado. Segundo esta norma, ao adquirente da fracção pequeno descuido, pode sofrer prejuízos económicos equivalentes autónoma deve ser obrigatoriamente facultada, por parte da ao montante dos encargos de condomínio vencidos e não pagos da administração, informação sobre a existência e o montante dos fracção nos últimos dois anos. Já uma vez recebi uma queixa de um encargos de condomínio vencidos e não pagos nos últimos dois anos. cidadão de Macau que comprou todos os escritórios de um piso, Porém, como se sabe, a administração varia de edifício para edifício, cujo alienante não pagou os encargos de condomínio nos oito anos para uns é fácil encontrar uma administração e para outros não. Há imediatamente anteriores à transmissão das fracções, e o respectivo ainda situações em que, por razões que se desconhecem, não existe montante ultrapassava um milhão de patacas… as despesas de administração. Isto é complicado. É preciso ir até ao edifício para condomínio eram dezasseis mil patacas por mês. É uma quantia saber o que é que está em causa. A verdade é que os casos variam, e bastante elevada. Portanto, acho que não se deve estipular isto. O as pessoas deparam-se com situações diferentes. O interessado escritório de advogados deve ser capaz de o fazer… em termos de precisa de empregar esforços para encontrar uma administração que execução. Porque é que o novo comprador tem de assumir esta lhe consiga fornecer as respectivas informações… o alienante e o responsabilidade? Oponho-me, então, a esta norma. Obrigada. adquirente devem estar a par dos respectivos direitos e obrigações, havendo talvez necessidade de perceber o conteúdo da discussão Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Mak Soi Kun. entre o alienante e a administração, de modo a saber se é preciso exigir ao proprietário a prestação de caução em quantia adequada e Mak Soi Kun: Obrigado, Sr. Presidente. suficiente. Tudo isto é de grande complexidade… no tratamento do assunto, embora não seja meu desejo ver em Macau muitos casos de Sr.ª Secretária, dívida de encargos de condomínio. O interessado precisa de tratar do assunto com precaução, para não sofrer grandes prejuízos Caros Colegas: económicos. Não obstante as alterações introduzidas no artigo 9.º, continuo a achar que os mecanismos que se encontram neste artigo Enquanto membro da Comissão Permanente responsável pela foram definidos com o recurso a estratagemas políticos. Espero que apreciação da presente proposta de lei, assumi, com firmeza, nas o proponente explique, perante o público, a intenção legislativa respectivas reuniões, uma atitude de discordância em relação à subjacente ao regime previsto no artigo 9.º, regime este que é norma do artigo 9.º, de que o adquirente do direito de propriedade completamente novo, e diferente do caso do n.º 4 do artigo 6.º, no sobre fracção autónoma seja responsável pela dívida dos encargos qual foi aditada uma estipulação constante do Código Civil em vigor. de condomínio dessa mesma fracção autónoma sempre que o registo Tal como acabei de explicar, o regime constante do artigo 9.º é um da dívida seja anterior à sua aquisição. Na discussão do artigo 6.º, no regime novo criado pelo Governo depois de muitas alterações. plenário de ontem, o Sr. Director Liu afirmou, com ênfase e Vamos ver se a justificação do proponente nos consegue convencer. repetidamente, a importância do princípio de “quem paga os Por fim, queria pedir a votação separada do artigo 9.º. encargos de condomínio deve ser a pessoa que goza dos respectivos serviços”. No caso em análise, o alienante da fracção autónoma em Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Chan Mei Yi. causa é o verdadeiro beneficiário dos serviços de administração de condomínios, não estando as respectivas dívidas relacionadas com o Chan Melinda Mei Yi: Obrigada, Sr. Presidente. direito de propriedade do apartamento. Não há razão para exigir ao adquirente a assunção desta responsabilidade. Portanto, há aqui Sr.ª Secretária, nesta norma uma grande contradição, não é?

Srs. Membros do Governo, O facto é que o Governo não aceitou a opinião que apresentámos repetidamente nas reuniões da Comissão Permanente. Caros Colegas: No plenário de ontem, falou-se da existência de muitas vias para a reclamação do pagamento das despesas de condomínio. Contudo, Tendo em consideração a aprovação do n.º 4 do artigo 6.º, no quando constatou o impedimento de uma das vias, em vez de tentar qual se esclarecem os direitos e obrigações do promotor comercial remover os obstáculos que a bloqueiam, o Governo apressou-se a de construção civil e dos pequenos proprietários, sendo atribuída a abrir uma outra via, prejudicando os interesses de um terceiro, o que respectiva responsabilidade solidária ao primeiro, acho que o artigo não é justo, como é evidente. Analisando a norma, constata-se o 9.º não deve regulamentar sobre esta matéria. Não acho que o seguinte problema: como se sabe, o não pagamento dos encargos de adquirente deva ser responsável pela dívida dos encargos de condomínio pode ultrapassar dez anos, contudo, segundo a

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 41 legislação em vigor, o prazo de prescrição é de apenas cinco anos. definição de um limite máximo mais elevado para o Juízo de Sendo assim, há necessidade de acelerar o andamento da justiça. Pequenas Causas Cíveis, e a resposta do Governo ao mesmo pedido, Caso contrário, não se pode garantir a qualidade dos serviços de apresentado durante muitos anos pela sociedade civil de Macau, é administração de condomínios, e não se pode evitar a falência das que o assunto está a ser estudado e analisado. Não percebo a razão empresas de administração predial. A intenção legislativa do de a Administração Pública não ajustar o referido limite e de não proponente é assegurar o funcionamento das empresas de simplificar os procedimentos, de modo que os casos de não administração de condomínios, e garantir a qualidade dos serviços pagamento das despesas de condomínio possam ser resolvidos num de administração de condomínios. Se, durante cinco anos, a ano ou em seis meses, em vez de criar novas vias para solucionar o administração não moveu acções judiciais para reivindicação das problema. Se se instaurar processo judicial logo no início, já não é despesas de condomínio em dívida, nem foi à falência por razões preciso aguardar tantos anos até vencer. Queria que o proponente económicas, então, isto significa que não há problema. Ora bem, esclarecesse por que razão é que se definiu, na proposta de lei, um depois da introdução de várias alterações, a norma acaba por não prazo de dois anos para a responsabilidade solidária. Chamei, já, a favorecer ninguém. Ora bem, como a norma prevê apenas atenção, nas reuniões da Comissão Permanente... é frequente os responsabilidade solidária durante o prazo de dois anos, então, alienantes deixarem logo Macau depois da venda das fracções. O quando as despesas de condomínio não forem pagas durante três Governo defendeu que, de modo a assegurar o funcionamento das anos, a administração vai acabar por avançar com acções judiciais empresas de administração predial e a qualidade dos respectivos para reivindicação do montante em dívida. Se não o fizer, significa serviços, era necessário adoptar medidas para assegurar a cobrança que consegue manter o funcionamento da empresa de administração das despesas de condomínio em dívida. Porém, também reconheceu com a reivindicação do montante em dívida de dois anos, e não que é bastante frequente os alienantes deixarem logo Macau após a precisa de reivindicar o montante em dívida do terceiro ano? Se for venda das fracções, ou então emigram ou mudam-se para o Interior necessário mover acções judiciais, é melhor que essa da China. Então, esta definição, na proposta de lei, da responsabilidade recaia sobre a administração. Afinal, quem deve responsabilidade solidária para os novos adquirentes, para assumir a responsabilidade é o usufrutuário, não é assim? Esta pagamento das despesas de condomínio em dívida, não será prática implica apenas a instauração de uma acção. O problema é contraditória? Reconhece-se que, por um lado, os alienantes que se tiver de assumir a responsabilidade solidária… agora, o novo deixaram Macau, e diz-se, por outro lado, que os alienantes podem comprador tem de assumir a responsabilidade durante dois anos, mover acções judiciais contra os outros alienantes para reivindicar o mas este pode processar o antigo comprador, portanto, isto é um montante em dívida e para não serem prejudicados. problema, visto que assim estão em causa três processos. Originalmente, o autor foi apenas a empresa de administração. Diz-se que é preciso avaliar a situação… ora bem, agora estamos Agora, prevê-se na proposta de lei a responsabilidade solidária. É a falar sobre a criação da cidade inteligente… veja-se o nosso possível que o novo adquirente, por causa da necessidade urgente de território vizinho, a Região Administrativa Especial de Hong Kong. alojamento, não se oponha, no início, à assunção dessa Nessa cidade, basta carregar num botão do computador para ter responsabilidade solidária e compre a fracção autónoma. Depois, acesso a todas as informações respeitantes aos edifícios, incluindo a não vai ficar muito contente com a assunção dessa responsabilidade altura permitida, os tipos de dívida, as buscas e plantas, etc. Pode solidária e move uma acção judicial contra o alienante. Não é assim? saber-se, através de buscas e plantas, se há ou não edificações Como consequência disso, em vez de se propor uma acção judicial, ilegais. Se na planta original a fracção era T2, porque é que se propõem-se agora três acções judiciais. Isto resulta, desta forma, no transformou em T3? É possível que a mudança estrutural da fracção aumento dos custos sociais, e o tribunal fica ainda mais resulte no cancelamento da aquisição. Porém, o sistema de registo sobrecarregado. O proponente não agrada a ninguém. em Macau não inclui as plantas apresentadas para a recepção das obras e a emissão da licença de ocupação. De facto, há muitos Desde muito cedo que reivindico a resolução do problema logo aspectos desactualizados. Em vez de resolver o problema a partir da na raiz, definindo-se um limite máximo mais elevado para o Juízo fonte, o Governo optou por “tratar as dores de cabeça quando esta de Pequenas Causas Cíveis. Tal como se pode verificar, o limite dói, e os pés quanto estes se queixam”. De facto, a assunção da máximo de cinquenta mil patacas não se adequa à realidade de responsabilidade solidária por parte dos adquirentes e o pagamento Macau, visto que as despesas de condomínio são altas, sobretudo das despesas de condomínio em dívida pelos alienantes violam o nos edifícios luxuosos, nas lojas localizadas no rés-do-chão e princípio da liberdade. Porquê? Francamente, é natural exigir o grandes centros comerciais. Portanto, nestes casos, não é possível reembolso de dívidas, porém, por que razão não são os devedores – recorrer ao Juízo de Pequenas Causas Cíveis para resolver o alienantes e usufrutuários dos serviços – a reivindicar o montante problema dos encargos de condomínio em dívida. Perante a lentidão em dívida, mas sim os novos adquirentes das fracções? Isto implica da justiça (que pode demorar 3, 5, ou 7 anos), o Governo definiu a a instauração de vários processos judiciais, em vez de um só. norma no artigo 9.º, atribuindo a respectiva responsabilidade Defende-se que os adquirentes podem mover acções judiciais contra solidária ao adquirente da fracção autónoma, fazendo aumentar, os alienantes para reivindicação do montante em dívida. Então, desta forma, o número das acções judiciais. A intenção paradoxal porque é que as empresas de administração de condomínios não desta norma é que a empresa de administração de condomínios pode, movem acções judiciais contra os alienantes? Ora bem, uma pessoa então, ter mais dois anos para lutar pela sua sobrevivência. Contudo, fica feliz porque comprou uma fracção, mas depois fica com uma se acabar por falir, ainda tem de mover acção judicial contra o grande dor de cabeça, pois tem de verificar muitas coisas, e se não o alienante para reivindicação das despesas de condomínio em dívida. fizer devidamente, tem de pagar as despesas de condomínio em Isto é como chutar a bola para outra pessoa. Diz-se que se pretende dívida relativas a dois anos. E se não se sentir satisfeita com a abrir mais caminhos, mas, basta olhar para o caminho existente em situação, move uma acção judicial contra o alienante. Isto não será vez de se abrir mais um novo, pois só assim é que se pode cumprir a uma grande dor de cabeça? Gostaria, primeiro, de ouvir as política de “racionalização dos quadros e simplificação explicações do Governo. Queria saber se o Governo tem ou não uma administrativa”. É, ou, não é? Reivindico, desde há muitos anos e solução efectiva. Transmitimos aqui as opiniões de muitos cidadãos através, nomeadamente, das interpelações escritas e orais, a de Macau, os quais acham a norma injusta. Muitos amigos do sector

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 42 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 jurídico têm a opinião de que, perante a impossibilidade de criar o necessidade de chamar a atenção para a existência de dívidas, para regime da ambulatoriedade dos encargos de condomínio, se deve que os vendedores decidam se vão suportar, de forma voluntária, os definir um limite máximo mais elevado para o Juízo de Pequenas encargos decorrentes das despesas de condomínio em dívida. Por Causas Cíveis. Defende-se a disponibilização de mais meios para que é que agora são os adquirentes que têm de pagar essas despesas tratamento do assunto. No fim, há que mover acções judiciais. Não é? em dívida? De acordo com o Parecer, o adquirente tem o direito de Qual é a razão da instauração de tantos processos judiciais? Pensa-se regresso contra o alienante, relativamente a tudo o que tenha pago. que assim é possível resolver o assunto, mas pode não se resolver e, Apesar disso, tal como o Sr. Deputado Mak disse há pouco, são entretanto, houve muitos processos judiciais instaurados. Como é poucas as possibilidades de conseguir o reembolso do dinheiro gasto, que esta questão vai ser resolvida? Queria ouvir as explicações do devido, nomeadamente, à grande lentidão da justiça. Nessa situação, Governo. Caso contrário, vou pedir a votação separada de alguns os compradores que são obrigados a assegurar as despesas em dívida números desta norma. Porém, gostaria de ouvir, primeiro, as do ex-proprietário são as verdadeiras vítimas inocentes, não é assim? explicações do Governo. Por causa desta norma, a empresa de administração predial ou a assembleia geral de condomínio têm de exigir, ao adquirente e ao Obrigado. alienante, o reembolso do montante em dívida. Mas, como a fracção foi já vendida, a dívida foi também transmitida ao novo adquirente, Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Leong On Kei. e nos termos da Lei, a empresa de administração predial pode exigir a este novo adquirente o reembolso de dívidas relativas a dois anos, Leong On Kei: Obrigada, Sr. Presidente. e tem de exigir ao alienante o reembolso das restantes dívidas. Mas conseguirá a empresa de administração predial reivindicar o Sr.ª Secretária, montante em dívida? Ninguém consegue fazer estimativas sobre o tempo, dinheiro, recursos humanos e materiais, energia, etc., Caros Colegas: necessários para essa reivindicação. Ora, o não pagamento das despesas de condomínio tem a ver com uma questão de moralidade Há pouco, muitos colegas, sobretudo os membros da Comissão pessoal. Será legal e apropriado proceder à reivindicação à força? Permanente responsável pela apreciação da proposta de lei, Muitas pessoas questionam se isto não encorajará os proprietários a manifestaram-se contra esta norma. De facto, esta norma da não pagar as despesas de condomínio. Não obstante a intenção ambulatoriedade tem atraído a atenção da população e tem suscitado legislativa subjacente à introdução do regime em destaque, de discussões acesas na sociedade de Macau. No almoço de hoje, ouvi impulsionar a administração e a empresa de administração predial a muitos amigos dizer que os residentes de Macau em geral entendem cumprir a sua obrigação de verificar a situação de pagamento das que esta norma é polémica, por isso, não a apoiam, na sua opinião, despesas de condomínio, e de adoptar atempadamente medidas os encargos de condomínio vencidos e não pagos pelo alienante não adequadas para conseguir receber essas despesas, os cidadãos de devem ser da responsabilidade do adquirente. O comprador da Macau entendem que as normas definidas só complicam ainda mais fracção autónoma deve ser responsável pelo pagamento das o assunto. É realmente possível abordar esta questão, da forma como despesas de condomínio só depois da transmissão do direito de esta lei foi originalmente definida? Esta abordagem não será propriedade da fracção. Não tenho dúvidas da boa-fé tida do contrária à intenção original da proposta de lei? Este regime Governo quando definiu esta norma, que visa resolver o problema contribuirá para o desenvolvimento saudável do sector imobiliário das despesas de condomínio em dívida, contudo, é injusto atribuir da RAEM? Perante isto, espero que o Governo preste os devidos esta responsabilidade a inocentes. Espero que o Governo estude esta esclarecimentos, com as suas explicações, por forma a eliminar as matéria. preocupações da população. Obrigada.

Não obstante esta norma da ambulatoriedade existir em países Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado José Maria Pereira estrangeiros, nomeadamente em Singapura e na Itália, é preciso ver Coutinho. se é adequada à realidade de Macau. Terras diferentes têm hábitos diferentes. Como se sabe, em Macau os temas relacionados com a José Maria Pereira Coutinho: Obrigado, Sr. Presidente. habitação são sensíveis, e há defeitos nas leis relacionadas com a habitação e os terrenos. Perante os preços dos imóveis tão altos, os Sr.ª Secretária, residentes ficam ansiosos por celebrar os contratos-promessa de compra e venda quando encontram apartamentos de que gostam. É Srs. Membros do Governo, possível que se registem lacunas no processo de aquisição, apesar de se definir, nesta proposta de lei, mecanismos para proteger os Caros Colegas: interesses do adquirente, nomeadamente o mecanismo sobre a obrigação do proprietário, do mediador ou agente imobiliário, da Eu também tinha algumas dúvidas sobre a lógica do artigo 9.º, administração ou pessoa singular ou colectiva designada para esse porque, concordando com o n.º 4, do artigo 6.º, o qual acabámos de efeito pela assembleia geral do condomínio, facultar ao interessado votar, aqui percebo que a lógica subjacente da norma jurídica tem a informação sobre a existência e o montante dos encargos de ver com o facto de que a responsabilidade é sempre... cabe, em condomínio vencidos e não pagos da fracção nos últimos dois anos. primeiro lugar, ao proprietário de uma fracção. Por outro, também Gostaria de pedir ao proponente para explicar quais são as não se percebe muito bem porque é que um comprador, ou um consequências do não cumprimento desta obrigação por parte das promitente-comprador, tem de assumir dívidas anteriores de uma entidades indicadas, isto é, a obrigação de facultar a respectiva outra pessoa. Corrija-me, se eu estiver a dizer mal o seguinte: informação e a cópia dos respectivos documentos comprovativos, daquilo que eu percebi na jurisprudência portuguesa, a maioria da quando o adquirente tiver sofrido, por causa disso, prejuízos jurisprudência portuguesa tem entendido que as dívidas do anterior económicos. Gostaria de saber se está previsto, na proposta de lei, o proprietário nunca devam ser da responsabilidade do novo respectivo mecanismo de penalização. Refere-se no parecer a comprador. E isto tem uma lógica. Se nós queremos, de facto, ter o

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 43 mínimo cuidado de proteger o consumidor, que não deixa de ser um administração de condomínios. O que se regista na realidade é que a consumidor, de um bem essencial, que é uma moradia, nós temos de referida sugestão suscitou discussões acesas na sociedade de Macau, ter o cuidado, de facto, de zelar por isso, porque no futuro, se com os cidadãos a entender que a norma não é justa para os tivermos uma nova lei sobre a protecção dos consumidores... e passa adquirentes dos imóveis, os quais são obrigados a pagar as dívidas também pela protecção da aquisição de um bem imóvel... como é dos outros, contrariando o princípio do utilizador-pagador. que vamos ficar nessa situação? Então, um consumidor não tem o mínimo direito de ser protegido? Porque é que não se pode, por Na minha opinião, acho que a norma actualizada constante do exemplo, atribuir uma competência ao conselho de administração ou artigo 9.º é ainda menos viável do que na sua versão inicial, na qual ao Instituto de Habitação, de uma declaração de “não-dívida” de o proponente sugeria o registo, na Conservatória do Registo Predial, condomínio, daquela fracção que está a ser objecto de venda? dos casos em que os pequenos proprietários não tivessem pago as Porque, assim, protegia-se a pessoa que vai comprar a casa... sabe despesas de condomínio. Esta é uma condição cuja satisfação é que ela está livre de qualquer dívida. Portanto, eu queria saber, em indispensável para a execução da norma da ambulatoriedade dos toda esta lógica, e já que começámos... Eu percebo qual é a encargos de condomínio. A definição desta condição permite aos dificuldade que nós temos cá em Macau, de facto, os lados e os potenciais compradores dos imóveis verificar, antes da celebração interesses: de um lado, há os grandes proprietários, as empresas de do contrato-promessa de compra e venda, se há encargos de construção e do outro lado, os arrendatários; e por outro lado são os condomínio em dívida relativamente à fracção autónoma que proprietários das pequenas fracções. Porque, no fundo, se nós não pretendem adquirir. Isto servirá como referência para decidir delimitarmos os direitos de cada um deles, e aquilo que nós avançar ou não com a compra. Porém, na versão final da proposta de queremos proteger para o futuro... no fundo, o que está em causa lei eliminou-se o mecanismo de registo, que já referi, passando a num edifício habitacional... Quem terá mais interesse de ter uma caber aos notários, no momento da celebração de contrato, a habitação, e as partes comuns, em bom estado de conservação e de responsabilidade de chamar a atenção dos adquirentes sobre a uso? São os pequenos proprietários das fracções. São os pequenos eventual existência de dívidas por parte dos alienantes. A par disso, proprietários! São eles que vão garantir que a sociedade tenha cabe aos alienantes a responsabilidade de declarar a eventual edifícios em dia, em ordem, em bom estado de conservação e com existência de dívidas, e os adquirentes podem exigir as respectivas bom aspecto. Portanto, é preciso clarificar tudo. Portanto... é normal informações às entidades de administração de condomínio. O que exista conflito de interesses, entre os grandes construtores, as Governo deve prestar as devidas explicações sobre isto. Com esta empresas de fomento predial, entre os proprietários e os prática, os direitos e interesses do adquirente da fracção autónoma arrendatários, e todos os outros. Mas nós temos de ver que, de facto, são suficientemente protegidos? Vai suscitar-se algum problema? tem os limites... há núcleos centrais de interesses que nós iremos No momento do pagamento do sinal, o adquirente não conseguiu ter proteger, que têm de ser restringidos, para dar lugar a outros acesso a informações sobre as despesas de condomínio em dívida interesses que são muito mais importantes, que nós temos interesse por parte do alienante, só descobriu esse facto no momento da no futuro. Por isso é que eu tenho uma grande reserva em, de facto, celebração do contrato. Como já pagou o sinal, a desistência da passar parte dessa responsabilidade para o promitente-adquirente da celebração do contrato pode suscitar problemas. Como é que se fracção. Esta pessoa deve ser protegida, porque não tem culpa de ter resolve esta situação? de assumir uma dívida – como os nossos colegas, há pouco, estiveram a dizer – daquilo que foi o trapaceiro que não pagou as Há pouco, alguns dos membros da Comissão Permanente rendas, não pagou os condomínios. E tem de arcar com tudo isto, ao responsável pela apreciação da proposta de lei contaram-nos que cabo de dois anos. Acho que esta lógica tem de ser bem esclarecida. tinham apresentado opiniões sobre esta norma nas reuniões da Comissão Permanente, mas a redacção desta norma manteve-se na Muito obrigado. versão actualizada da proposta de lei. Segundo esta norma, o adquirente de fracção autónoma responde solidariamente com o Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Ho Ion Sang. alienante pelos encargos de condomínio vencidos e não pagos dessa mesma fracção autónoma, num prazo máximo de dois anos, Ho Ion Sang: Obrigado, Sr. Presidente. devendo ser obrigatoriamente facultada ao interessado, na aquisição de determinada fracção autónoma, informação sobre a existência e o Sr.ª Secretária, montante dos encargos de condomínio vencidos e não pagos dessa fracção nos últimos dois anos, bem como cópia dos respectivos Srs. Membros do Governo, documentos comprovativos, sendo a respectiva responsabilidade atribuída ao vendedor, ao mediador ou agente imobiliário, à Caros Colegas: administração, tendo o adquirente o direito de regresso contra o alienante relativamente a tudo o que tenha pago, e sendo possível Muitos colegas manifestaram a sua preocupação com o artigo 9.º, exigir ao proprietário a prestação de caução em quantia adequada e e pediram explicações ao Governo sobre as razões que levaram à suficiente. Na realidade, tal prática não contribuirá para resolver o sua definição. Tal como se pode verificar, no referido artigo sugere- problema do não pagamento das despesas de condomínio. Em se a atribuição, ao adquirente de fracção autónoma, da primeiro lugar, quanto à obrigação de fornecimento de documentos responsabilidade solidária que tem a ver com a ambulatoriedade dos comprovativos por parte dos vendedor, mediador e administração, se encargos de condomínio, não obstante o abandono dessa designação, esta obrigação não for devidamente cumprida ou for cumprida, mas com a fixação de um limite máximo correspondente ao valor em de forma defeituosa, o que é que acontece? Isto é, será que por causa dívida relativo ao ano de transmissão do direto de propriedade e ao disto o adquirente deixa de ser responsável pelo pagamento, na ano imediatamente anterior. Na ideia do proponente, a definição totalidade ou parte, das despesas de condomínio em dívida? Em desta norma pode contribuir para a liquidação das despesas de segundo lugar, depois do pagamento da dívida, o adquirente tem condomínio a favor da administração e da empresa de administração direito de regresso contra o alienante relativamente ao montante predial, bem como, para assegurar a prestação dos serviços de pago. Não será isto demasiadamente ideal? Isto não vai resultar na

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 44 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 transferência de algumas responsabilidades da administração para os condomínio. Não são dois anos. Isto também fará com que a novos proprietários? O proponente refere, na Nota Justificativa, a administração possa apenas reivindicar, no máximo, treze a quinze dificuldade de cobrança, pela administração, de tais dívidas. Então, meses de despesas em dívida. Claro que pode instaurar processos os novos adquirentes são capazes de as reivindicar? Quanto à judiciais contra o anterior proprietário que não pagou os encargos de prestação de uma caução por parte do proprietário original, ou feita condomínio, contudo, a experiência mostra que há mais voluntariamente ou para responder à exigência do adquirente… na possibilidade de reivindicar as despesas de condomínio em dívida realidade, se o proprietário original atrasou, intencionalmente, o quando o devedor é ainda o proprietário da fracção autónoma, visto pagamento de tais taxas, é pouco provável que tome realmente a que se pode utilizar o instrumento de proibição da transmissão da iniciativa de prestar esta caução. Pelo exposto, não concordo com a titularidade para o obrigar a pagar as despesas… mediante a atribuição, ao adquirente de fracção autónoma, da responsabilidade sentença do tribunal. No caso de o devedor das despesas de solidária que tem a ver com a ambulatoriedade dos encargos de condomínio ter vendido a fracção autónoma, muito provavelmente a condomínio, com a fixação de um limite máximo de dois anos. Na empresa de administração predial só pode receber o dinheiro do minha opinião, esta norma levará a mal-entendidos por parte dos novo proprietário da fracção, o qual assume a respectiva proprietários dos imóveis, de que, segundo a lei em análise, é responsabilidade solidária com o limite máximo de dois anos. É por possível não pagar as despesas de condomínio durante dois anos. esta razão que esta norma não agrada a ninguém. Como consequência disso, grande quantidade de pequenos proprietários passará a não pagar as despesas de condomínio, Analisando o conteúdo do artigo 9.º com atenção, constata-se pagando os adquirentes das respectivas fracções autónomas os que o proponente não está confiante nos efeitos que este articulado respectivos encargos de condomínio em dívida com o limite pode produzir. Por exemplo, no seu n.º 2 prevê-se a obrigação de máximo correspondente ao valor em dívida relativo ao ano de facultar informações sobre a existência de dívidas; no n.º 5 prevê-se transmissão do direito de propriedade e ao ano imediatamente a responsabilidade do notário, de advertir sobre a existência de anterior. Segundo os membros do sector respectivo, o que se regista encargos de condomínio vencidos e não pagos da fracção autónoma. na prática é que, antes da celebração de escritura pública de Teoricamente, se o proponente tivesse confiança nos regimes transmissão de direito de propriedade sobre fracção autónoma, o estabelecidos, não haveria necessidade de definir a regra do n.º 3. alienante precisa de liquidar os encargos de condomínio e as Porquê? Porque, se no momento da aquisição da fracção, tivesse despesas da água e da electricidade vencidos e não pagos. Prefiro conhecimento da existência da dívida, o normal seria pedir sempre que se mantenha a mesma prática, pois, na minha opinião, a nova ao alienante para pagar os encargos de condomínio antes da norma prevista no artigo 9.º vai causar muitas confusões, esta norma transmissão do respectivo direito de propriedade. Caso contrário, prevê a responsabilidade solidária assumida pelo adquirente de não haveria lugar à transacção. Se o adquirente avançar com a fracção autónoma com o alienante pelos encargos de condomínio transacção, apesar de ter conhecimento da existência de dívidas, isto vencidos e não pagos dessa mesma fracção autónoma, com a fixação implica que aceita a responsabilidade de pagar as respectivas do limite máximo de dois anos, e a possibilidade de exigir ao despesas. Há pouco, muitos colegas exprimiram a opinião de que a proprietário da fracção autónoma em causa a prestação de caução norma da ambulatoriedade é injusta para o novo proprietário. A em quantia adequada e suficiente. Acho que o estipulado no artigo propósito disto, chamo a atenção dos colegas para o facto de que, na 9.º viola o princípio do utilizador-pagador, e, por essa razão, peço a actualidade, estamos sujeitos à norma da ambulatoriedade. Por votação separada deste artigo. exemplo, depois de ter adquirido uma fracção, descubro a existência de edificações ilegais, construídas há dez anos. Então, agora, quem é Obrigado, Sr. Presidente. que deve assumir a responsabilidade? A quem é que a DSSOPT vai exigir responsabilidades? Segundo a legislação em vigor, é ao novo Sr. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Au Kam San. proprietário que se exige tal responsabilidade. Esta situação ainda é pior, pois, quando comprei a fracção, não sabia da existência de Au Kam San: Obrigado, Sr. Presidente. edificações ilegais. Foi demolida uma parede, sobre a qual eu não sabia nada. Agora, no caso das despesas vencidas e não pagas, pode Sr.ª Secretária, verificar-se a quantia em dívida. A definição desta norma deveria resultar do convencimento do proponente acerca da viabilidade do Srs. Membros do Governo, regime estabelecido. A não ser que, no entendimento do proponente, todos os regimes estabelecidos sejam inviáveis, e, portanto, teve de Caros Colegas: avançar com a definição de mais uma norma para remediar, para se poder reivindicar, pelo menos, as dívidas relativas a mais de um ano. Antes de a presente proposta de lei ter sido entregue à Com uma lei rigorosa, não é necessário definir normas destinadas à Assembleia Legislativa, o n.º 3 do artigo 9.º já tinha começado a reivindicação de parte das dívidas. Será que o proponente desconfia, suscitar grandes discussões na sociedade de Macau. A realidade é completamente, dos efeitos dos regimes estabelecidos pelos n.º 2 e que a norma prevista nesta disposição não agrada a ninguém. Por n.º 5, por isso, avançou com a definição do n.º 3? Queria que o um lado, os residentes acham que não é justa para o adquirente e, proponente explicasse isto, com toda a clareza. por outro lado, quanto à fixação do limite máximo de reivindicação… não me refiro aos dois anos… ao limite máximo É ridícula a norma sobre a prestação de caução, prevista no n.º 4, correspondente ao valor em dívida relativo ao ano de transmissão do sendo difícil imaginar a situação de o adquirente pedir ao alienante a direito de propriedade e ao ano imediatamente anterior, e neste caso, prestação de caução, bem como, imaginar os critérios segundo os não são dois anos. Portanto, se a transacção acontecer em Janeiro quais se fixa a quantia considerada adequada e suficiente. Talvez deste ano, o adquirente de fracção autónoma, que precisa de assumir esta disposição seja aplicada na seguinte situação: o alienante diz ao a respectiva responsabilidade solidária, paga, no máximo, treze adquirente que, ainda que haja trinta e seis meses de despesas de meses de despesas de condomínio, e se a transacção for em Março, condomínio em dívida, ele só vai pagar ao adquirente um montante precisa de pagar, no máximo, quinze meses de despesas de correspondente ao valor em dívida relativo aos treze meses de

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 45 despesas de condomínio, visto que, segundo a presente proposta de não precisa de se responsabilizar pelos encargos de condomínio em lei, o adquirente só precisa de assumir a responsabilidade solidária dívida anteriores à aquisição da fracção? A questão é que os pelo pagamento dessa quantia. É possível que seja essa a finalidade encargos de condomínio em dívida não se extinguem com a da definição do n.º 4, isto é, para efeitos de negociação. Queria mudança de proprietário. Caso contrário, não teria acontecido a perguntar ao proponente se espera que essa situação aconteça, e que situação mencionada há pouco pela Sr.ª Deputada Chan Mei Yi, em o alienante utilize a referida estratégia para se esquivar da que um cidadão de Macau comprou todos os escritórios de um responsabilidade de pagar as despesas de condomínio em dívida. mesmo piso e teve de pagar os encargos em dívida desses escritórios, Penso que não se pode entender assim. Na minha opinião, esta ou seja, mais de um milhão de patacas. Em segundo lugar, não será norma não vai produzir os efeitos desejados. Se esta norma não se possível aprender com a experiência de Hong Kong? Isto é, proibir a destina à negociação, como é que o adquirente vai receber a caução transmissão da titularidade ou a hipoteca de fracção autónoma cujo prestada pelo alienante? proprietário não tenha pago os respectivos encargos de condomínio? Trata-se de um regime que se sugeriu criar, na versão inicial da Por fim, sobre o n.º 5. Será que este vai produzir efeito? Prevê- proposta de lei, e sobre o qual se discutiu aprofundadamente nas se nesta norma que “compete ao notário fazer a advertência de que a reuniões da Comissão Permanente. Podemos definir no n.º 5 do transmissão do direito de propriedade implica para o adquirente a artigo 9.º uma norma que permita ao notário recusar-se a intervir na responsabilidade prevista no n.º 3.” Que eu saiba, em alguns países e celebração da escritura pública de transmissão do direito de regiões do mundo, nomeadamente em Hong Kong e na Inglaterra, o propriedade sobre fracção autónoma, enquanto o alienante não pagar adquirente tem sempre um advogado que o representa no processo todos os encargos de condomínio em dívida. Existem na legislação de aquisição do imóvel. Este advogado tem a obrigação de chamar a em vigor normas semelhantes: antes do pagamento de todas as atenção ao adquirente para todas as dívidas relativas ao imóvel que multas, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego não este pretende adquirir, nomeadamente as despesas de condomínio permite o pagamento do imposto de circulação do veículo, o que em dívida. Só com o acesso a todas as informações necessárias é significa que é proibida a circulação desse veículo… no ano a seguir. que o adquirente vai decidir se compra ou não o imóvel. Ora, nesta Não percebo a razão do grande protesto contra a norma… de o norma prevê-se a responsabilidade dos notários. Ainda que, em adquirente responder solidariamente com o alienante pelos encargos Macau, alguns advogados sejam também notários, de facto, o que é de condomínio vencidos e não pagos da fracção autónoma, até ao que fazem? Na realidade, o que se passa é que, nas acções notariais, limite máximo correspondente ao valor em dívida relativo ao ano de o notário se limita a ser testemunha do acto da celebração do transmissão do direito de propriedade e ao ano imediatamente respectivo contrato pelo alienante e adquirente, não sendo da sua anterior, até ao ponto de dizerem que esta norma encoraja o anterior responsabilidade prestar atenção ao conteúdo do respectivo contrato, proprietário a não pagar os encargos de condomínio em dívida. A muito menos às informações relativas à fracção ou às relações entre realidade é que se recorreu a estratagemas, como disse há pouco o as duas partes, alienante e adquirente. No caso dos notários privados, Sr. Deputado Ng Kuok Cheong, na análise desta norma. será possível pagar mais para alargar o âmbito dos serviços? Talvez sim. Não sei se o notário referido nesta norma inclui também o De facto, é necessário esclarecer estas duas questões. Será que, notário público. Penso que sim. Nessa situação, será que os notários com a eliminação desta norma, o adquirente não precisa de assumir públicos têm capacidade para isto? Há apenas 3 notários nos 3 a responsabilidade solidária pela dívida dos encargos de condomínio cartórios notariais. Será que esses 3 notários têm capacidade para anteriores à aquisição da fracção… no caso de o ex-proprietário lhe verificar da eventual existência de encargos de condomínio em ter vendido a fracção? Segundo, será possível pôr em prática um dívida em cada acção notarial? Não sei se têm essa capacidade. regime de proibição da transmissão da titularidade e de constituição Mesmo que a resposta seja sim, isso leva muito tempo. Não sei se é de hipoteca relativa a fracção autónoma cujo proprietário não tenha assim. Por isso, queria saber mais sobre isto. Se o Governo entende pago os respectivos encargos de condomínio? Parece que o regime que o notário tem essa capacidade, então, antes da aquisição, o vigente não o permite. É assim, ou, não é? É claro que a pertinência adquirente deve saber quais são os encargos de condomínio em de qualquer novo regime precisa de ser avaliada na prática. São dívida. Nessa situação, se o adquirente não exigir ao alienante que estas as opiniões que queria exprimir. pague todos os encargos em dívida, deve ser o próprio adquirente a assumir a responsabilidade. Então, penso que este n.º 3 deixa de ter Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Song Pek Kei. significado. Foi pior a emenda do que o soneto. Obrigado. Song Pek Kei: Obrigada, Sr. Presidente. Presidente: Tem a palavra o Sr. Vice-Presidente Lam Heong Sang. Sr.ª Secretária:

Lam Heong Sang: Obrigado, Sr. Presidente. De facto, tem-se discutido muito sobre o artigo 9.º. Reconheço a boa-fé do Governo quando o definiu. A intenção legislativa Sr.ª Secretária, subjacente ao artigo 9.º, de proteger os interesses de todos os pequenos proprietários, e de garantir a liquidação das despesas de Srs. Membros do Governo, condomínio, é semelhante à intenção legislativa subjacente ao artigo 8.º. Na realidade, não há nenhuma medida que possa garantir, a cem Caros Colegas: por cento, o pagamento dessas despesas, pois haverá sempre quem não as queira pagar, e a consequência disso é, inevitavelmente, o Foi depois de se terem abandonado muitas versões alteradas que recurso à via judicial para resolver o problema. Com efeito, não se definiu esta norma do artigo 9.º, em relação à qual já verifiquei obstante a definição da norma da ambulatoriedade, com a fixação de que não é possível chegar a consenso. Gostava de fazer duas um prazo máximo de dois anos, se o adquirente não quiser assumir a perguntas, uma das quais é a seguinte: com a eliminação da norma respectiva responsabilidade solidária, é preciso recorrer à acção prevista no artigo 9.º, será que o adquirente de fracção autónoma judicial para reclamar a liquidação dos encargos de condomínio em

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 46 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 dívida. Acho que é necessário estudar o assunto, para ver se o compraram e venderam imóveis, sabem muito bem que esta situação problema do não pagamento das despesas de condomínio tem a ver ocorre na realidade. Ambas as partes, alienante e adquirente, têm o com falhas do respectivo regime ou com defeitos dos procedimentos seu representante legal, o qual é responsável por verificar as dívidas judiciais. relativas à fracção autónoma, nomeadamente os empréstimos constantes do registo arquivado na Conservatória do Registo Predial, No plenário de ontem, houve colegas que prestaram atenção ao e os encargos de condomínio em dívida, e neste último caso, basta Juízo de Pequenas Causas Cíveis, onde os procedimentos são pedir a respectiva informação à empresa de administração de simplificados, permitindo acelerar o processo de reclamação da condomínios. Ora, o sinal pago pelo adquirente é depositado na liquidação dos encargos de condomínio. Segundo os membros do conta bancária do advogado do alienante, e esse dinheiro não pode sector, o resultado da análise da qualidade dos serviços de ser utilizado por qualquer pessoa. Em Macau, exige-se apenas a administração de condomínio prestados pode influenciar a sentença intervenção do notário, mas este profissional não é responsável por do tribunal. Já ocorreu uma situação de opiniões contrárias em averiguar os assuntos que referi, e sendo assim, deve atribuir-se essa sentenças emitidas por juízes diferentes em relação a duas fracções responsabilidade ao advogado. O notário só pode ser responsável autónomas localizadas no mesmo edifício. Independentemente dos pela acção notarial. Não deve ser o notário o responsável pela regimes criados na legislação em vigor, as sentenças são emitidas execução desta lei. O sinal deve ser depositado na conta bancária do sempre pelos juízes, e as opiniões podem ser diferentes. Acredito advogado responsável. Cabe, então, ao advogado, verificar se o que o Governo definiu a norma do artigo 9.º de boa-fé. O problema alienante da fracção tem encargos de condomínio em dívida. Em é que essa norma vai conduzir ao aumento do trabalho. Numa caso afirmativo, o valor dos encargos em dívida deve ser descontado situação em que nem o ex-proprietário nem o novo proprietário do sinal na fase final da transacção. Porque é que acontece uma querem pagar os encargos do condomínio em dívida, a situação de 2 anos de encargos em dívida? Ninguém vai imaginar administração precisa de avançar com duas, ou até três, segundo o que o novo adquirente da fracção é que deve ser responsável pelos Sr. Deputado Tong, acções judiciais, em vez de apenas uma. As encargos de condomínio em dívida registados dois anos antes da associações de proprietários terão também mais trabalho, mesmo aquisição. Ninguém vai imaginar que isto possa acontecer. O que tenham encarregado empresas de administração de condomínios processo de compra e venda duma fracção autónoma dura pouco de prestar os respectivos serviços. Os senhores não acham que é tempo, normalmente só 6 meses. Basta, então, descontar do sinal os necessário analisar cuidadosamente as razões que conduzem a este encargos de condomínio em dívida correspondentes a 6 meses. problema? Penso que o problema não tem a ver com o regime Porque é que acontece esta situação de o alienante desaparecer e existente, mas sim com o procedimento judicial. O não pagamento ninguém pagar os encargos em dívida? Não há razão para obrigar o das despesas de condomínio pode ter a ver com razões históricas, novo proprietário a pagar as dívidas contraídas pelo ex-proprietário. nomeadamente com a gestão dos negócios… não foi assinado o É estranha a definição desta regra. Concordo com a opinião de contrato entre a assembleia geral do condomínio e a empresa de alguns colegas, de que o Governo não deve proteger a empresas de administração predial. Portanto, isto é bastante complexo ao nível administração de condomínios desta maneira. Aparentemente, está a operacional. proteger estas empresas, mas, de facto, tal medida serve para demonstrar a sua incompetência. Há muitas razões para o não Muitos colegas entendem que a norma não é justa para o novo pagamento das despesas de condomínio, designadamente a proprietário. É realmente injusto exigir ao adquirente que não gozou insatisfação com a qualidade dos serviços de administração de dos respectivos serviços que pague os encargos de condomínio em condomínio prestados, nomeadamente os trabalhos de limpeza. Em dívida anteriores à aquisição da fracção, sendo irrazoável a sugestão caso de conflitos, compete à assembleia geral do condomínio apresentada pelo proponente, logo na versão inicial da proposta de proceder à arbitragem, ou procurar uma solução por via judicial. lei, de atribuição da responsabilidade solidária ao adquirente. Esta é Assim, não se coloca a questão do prazo de dois anos para a a razão que conduziu ao grande protesto contra esta norma por parte assunção da responsabilidade solidária. No caso do não pagamento da população de Macau. Segundo esta norma, o adquirente pode dos encargos de condomínio durante dois anos, pode instaurar-se pedir ao alienante a prestação de caução, mas o valor dessa caução logo uma acção judicial para a devida reivindicação. Então, porque é pode não cobrir as dívidas. Então, quais são as consequências? Não que se estabeleceu um prazo máximo de dois anos… porque é que sei exactamente. Alguém propôs um valor equivalente a 6 meses de se exige ao novo proprietário que assuma a responsabilidade encargos de condomínio. Mas, se os encargos de condomínio em solidária? Na última fase da transacção, porque é que o valor em dívida ultrapassarem a caução, cujo valor é equivalente a 6 meses de dívida, decorrente do não pagamento das despesas de condomínio, encargos de condomínio, como é que se exige o pagamento da não foi devidamente descontado do sinal depositado na conta diferença? Muitos cidadãos não estão a par das operações em bancária do escritório de advogados? No caso de o alienante recusar concreto. Não é suficiente ter boas intenções… para resolver o pagar as dívidas, pode suspender-se a transacção. É muito simples. problema. Espero que o Governo reflicta aprofundadamente sobre as Define-se na proposta de lei a prestação de uma caução. O que é isto? operações em concreto, procurando uma solução para os problemas O sinal pago pelo adquirente e depositado na conta bancária do que existem na realidade. Obrigada. advogado destina-se à aquisição da fracção, não serve de caução. Se a fracção entregue ao adquirente não se encontrar em bom estado, o Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Cheung Lup Kwan. adquirente pode recusar aceitá-la, e o advogado não procede ao pagamento. Por isso, os advogados são também… não se riam, os Vitor Cheung Lup Kwan: Sr. Presidente, escritórios de advogados são muito responsáveis O facto é que os advogados são preciosos. No território vizinho, o sinal depositado Caros Colegas: na conta bancária dos escritórios de advogados prestigiados pode atingir cinquenta milhões ou até cem milhões, duzentos milhões, No que respeita ao pagamento, pelo novo proprietário, dos trezentos milhões, mil milhões, situação que não acontece com os encargos de condomínio vencidos e não pagos anteriores à aquisição advogados pouco conhecidos, mesmo que estejam em questão da fracção autónoma… penso que os senhores aqui presentes, que já apenas dez milhões, por causa da falta de credibilidade. O público

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 47 tem receio de que esses advogados pouco conhecidos fujam com o nomeadamente, sobre as relações entre o advogado e o notário. Se dinheiro. Já aconteceu com um advogado de Hong Kong, que veio os advogados de ambas as partes, alienante e adquirente, não jogar nos casinos de Macau com dinheiro dos clientes, várias precisarem de assumir responsabilidades, e se o notário avançar com centenas de milhões de dólares de Hong Kong, e perdeu o dinheiro a acção notarial sem avisar o adquirente sobre a existência de todo no jogo. Foi o respectivo escritório de advogados que acabou encargos de condomínio em dívida, será irrazoável ser o adquirente por pagar ao cliente todos os prejuízos. Não percebo por que razão é a responsabilizar-se pelo pagamento dos encargos de condomínio que o Governo não atribui a referida responsabilidade aos em dívida. Não vale a pena, então, manter o papel do notário. advogados, aprendendo com a experiência do exterior… não se deve atribuir essa responsabilidade aos notários, estes servem meramente Obrigado. como testemunhas na acção de celebração do respectivo contrato entre o alienante e o adquirente, não sendo responsabilidade sua Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Chui Sai Peng. prestar atenção ao conteúdo do contrato. No contrato-promessa de compra e venda devem estar registados dados e informações sobre a Chui Sai Peng Jose: Obrigado, Sr. Presidente. fracção autónoma, nomeadamente o seu preço, a sua dimensão, os empréstimos contraídos e as dívidas existentes. Não é possível Depois de ter ouvido as opiniões de muitos colegas, tenho a exigir ao adquirente que pague as dívidas contraídas pelo alienante. sensação de que com a discussão se esclarecem muitas questões. Com a criação do regime mencionado, só depois do pagamento de São indubitáveis a boa-fé e o grande esforço do Governo para todas as dívidas, com o dinheiro depositado na conta bancária do garantir o pagamento das despesas de condomínio (de dois anos, no escritório de advogados, é que é possível a celebração da escritura máximo) às empresas de administração de condomínios. Tem razão pública de transmissão de direito de propriedade sobre a fracção o Sr. Deputado Lam Heong Sang, ao apontar para o facto de que, autónoma. mesmo com a eliminação desta norma, o adquirente de fracção autónoma não fica isento de assumir a respectiva responsabilidade. Para falar com franqueza, não percebo a ideia do Governo. Sr. Com a reprovação desta norma, o adquirente terá de pagar, na Director, não se importa de explicar detalhadamente as razões que totalidade, os encargos de condomínio em dívida anteriores à conduziram à definição destas regras? Penso que, se o Sr. Director aquisição da fracção. Apesar disso, temos de reconhecer que as comprar um imóvel, não vai querer assumir a responsabilidade garantias oferecidas pelo Governo são incompletas, e se se solidária com o alienante pelos encargos de condomínio vencidos e registarem problemas ao nível da execução, o espaço para a escolha não pagos, com a fixação de um prazo máximo de dois anos, e vai dos deputados é limitado. Pela minha parte, foco a atenção achar a regra irrazoável. Tal como referi há pouco, deve haver sobretudo nos jovens, que estão ansiosos por ter casa, pedindo dinheiro depositado na conta bancária do escritório de advogados, e constantemente ao Governo a definição de políticas habitacionais esse dinheiro deve servir para pagar as dívidas relacionadas com a favoráveis, pois, sendo assim, estes indivíduos são parte fracção autónoma em transmissão, designadamente os encargos de desfavorecida na relação de compra e venda de imóveis. Os condomínio em dívida. Esta disposição legal exige ao adquirente a alienantes aproveitam-se psicologicamente dos jovens para assunção da responsabilidade solidária pelos encargos de conseguirem mais vantagens. Perante esta situação, com a norma condomínio vencidos e não pagos anteriores à aquisição da fracção prevista no artigo 9.º, os adquirentes jovens responsabilizam-se pelo autónoma, com a fixação de um limite máximo de dois anos, pagamento de parte das despesas de condomínio dos alienantes, e as encargos esses que podem ser pagos o sinal depositado na conta empresas de administração de condomínios não conseguem receber bancária do escritório de advogado é suficiente para pagar. Não a totalidade das despesas de condomínio em dívida. percebo por que é que o Governo não cria esse regime, bem como, não aproveita, tal como sugerido pelo Sr. Deputado Mak Soi Kun, Tal como disse há pouco a Sr.ª Deputada Song Pek Kei, a esta oportunidade para estabelecer um limite superior mais elevado aprovação e execução do artigo 9.º não eliminam a necessidade de para o Juízo de Pequenas Causas Cíveis, de modo que o tal limite reclamar o pagamento dos encargos de condomínio em dívida por passe de cinquenta mil patacas para cem mil ou duzentas mil patacas, via judicial, e vão resultar no triplo das respectivas acções judiciais. por forma a facilitar o processo de reclamação da liquidação das Espero que o Governo volte a ponderar aprofundadamente sobre despesas de condomínio em dívida. Há dezenas de anos, cinquenta esta questão, e introduza as devidas alterações, de modo a fornecer mil patacas era muito dinheiro. Hoje em dia, é normal passear com garantias mais completas e adequadas. São várias as opiniões cinquenta milhões de patacas. Se esse limite máximo for elevado, apresentadas nesta Câmara. Sugeri, em diferentes ocasiões, que se pode recorrer-se, simplesmente, ao Juízo de Pequenas Causas Cíveis aprendesse com as experiências de outros países e regiões, para resolver a questão do não pagamento dos encargos de nomeadamente dos EUA, encarregando-se as empresas de averiguar condomínio em dívida. Não percebo o porquê da definição da norma do direito de propriedade (ou seja, as title companies, as quais relativa à prestação de caução pelo alienante. Como é que assegura a representam tanto o alienante, como o adquirente), de investigar garantia? Como o sinal foi já depositado na conta bancária do sobre os direitos e deveres dos proprietários, nomeadamente sobre escritório de advogados, porque é que ainda é precisa a prestação de as dívidas relativas ao imóvel em transmissão. Depois da criação caução? Se se registarem encargos de condomínio em dívida, pode desse regime, só com o parecer favorável emitido por essa empresa descontar-se o valor em dívida do sinal depositado. Se o alienante é que é possível a celebração da escritura pública. Em Hong Kong recusar fazê-lo, o adquirente pode cancelar a transacção. A medida também há empresas semelhantes. A eficácia deste regime já foi adoptada pelo Governo de Hong Kong, a qual proíbe a transmissão comprovada ao longo de muitos anos de execução. Com a criação e da titularidade e a constituição da hipoteca relativa à fracção implementação deste regime é possível garantir a liquidação de autónoma cujo proprietário não tenha pago os encargos de todas as dívidas antes da transmissão do direito de propriedade da condomínio, tem o efeito de garantia. Ora, com a impossibilidade de fracção. Espero que o Governo considere e aceite esta minha vender a fracção, esta deixa de produzir efeito económico. Apoio, sugestão, introduzindo o regime em causa na RAEM, para garantir a em princípio, a presente proposta de lei, nutrindo, porém, o desejo justiça na compra e venda de imóveis. É nosso desejo que ambas as de que o proponente proceda a reflexões aprofundadas, partes envolvidas na transmissão de imóveis sejam protegidas por

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Lei, e fiquem livres dos problemas que surgem depois da transacção. pagamento das despesas de condomínio. Basta olhar para o exemplo Peço ao Governo para reflectir de forma mais aprofundada sobre que acabei de apresentar: o proprietário de um veículo motorizado esta matéria. foi autuado durante a manhã, e na tarde do mesmo dia, vende o seu veículo. Quem deve, então, assumir a responsabilidade de pagar a Sr. Presidente: multa? Espero que a Sr.ª Secretária ouça atentamente as opiniões Provavelmente, é preciso fazer um intervalo, para o proponente dos deputados. Obrigado. ter tempo de analisar as opiniões e sugestões apresentadas pelos deputados, e para aperfeiçoar o conteúdo do artigo 9.º, por forma a Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Chan Chak Mo. garantir a produção dos efeitos desejados. Caso contrário, é possível que não se consiga alcançar o efeito pretendido durante a votação. Chan Chak Mo: Obrigado, Sr. Presidente. Espero que o Governo pondere cuidadosamente sobre este assunto. Obrigado. Srs. Membros do Governo,

Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Zheng Anting. Caros Colegas:

Zheng Anting: Obrigado, Sr. Presidente. Obrigado, Sr.ª Fiquei inspirado depois de ouvir as intervenções de muitos Secretária e Sr. Director. colegas. Analisei aprofundadamente o conteúdo do artigo 9.º e… apoio. Vou expor o meu ponto de vista sobre o assunto. Há pouco, Tal como se pode verificar, a intenção legislativa subjacente ao alguns deputados perguntaram se, nos termos da legislação em vigor, n.º 4 do artigo 6.º e ao artigo 9.º é garantir a recepção das despesas o adquirente tem de pagar os encargos de condomínio em dívida de condomínio pelas empresas de administração de condomínios, e pelo alienante. Penso que a resposta é não. Caso contrário, o assegurar o funcionamento normal dos edifícios de Macau. Gostaria, Governo não precisava de definir a norma destinada à atribuição, ao porém, de chamar a atenção para o facto de que a aprovação e adquirente de fracção autónoma, da responsabilidade solidária com execução das referidas disposições legais não contribuem para o alienante pelos encargos de condomínio vencidos e não pagos da garantir a liquidação de todos os encargos de condomínio em dívida, fracção, até ao limite máximo correspondente ao valor em dívida pois o adquirente de fracção autónoma assume a responsabilidade relativo ao ano de transmissão do direito de propriedade e ao ano solidária com o alienante pelos encargos de condomínio vencidos e imediatamente anterior. Nos termos da lei vigente, o novo não pagos da fracção em causa, até ao limite máximo adquirente é dispensado de assumir responsabilidades, mesmo correspondente ao valor em dívida relativo ao ano de transmissão do depois da ocupação da fracção… de pagar os encargos de direito de propriedade e ao ano imediatamente anterior. Tomando condomínio em dívida por parte do alienante, independentemente do como exemplo um caso em que o ex-proprietário não pagou as tempo, nem que sejam 10 anos. Assim sendo, é difícil para a despesas de condomínio durante dez anos, mesmo com a atribuição empresa de administração de condomínios conseguir a liquidação da responsabilidade solidária ao novo proprietário, pagam-se apenas dos encargos de condomínio vencidos e não pagos de uma fracção dois anos de despesas de condomínio, no máximo, e a respectiva autónoma, depois da transmissão do seu direito de propriedade. empresa de administração predial terá de intentar acção judicial para Houve colegas que criticaram o Governo, são de opinião que o reclamar o pagamento das despesas de condomínio dos restantes proponente tende a favorecer as empresas de administração predial. oito anos. Neste caso, é impossível assegurar o funcionamento A meu ver, o facto é que o Governo quer ajudar todos os pequenos normal do edifício, não se concretizando, portanto, o objectivo proprietários das fracções autónomas de Macau, pois a empresa de legislativo subjacente às mencionadas disposições, de garantir a administração predial é apenas uma entidade encarregada pela qualidade dos serviços de administração de condomínios, e de que assembleia geral do condomínio de prestar os respectivos serviços, todos os habitantes vivam felizes na sua habitação. Vou dar um recebendo por isso a devida recompensa. Este é o segundo aspecto exemplo. O proprietário de um veículo motorizado foi autuado na que gostava de esclarecer. parte de manhã, e na tarde do mesmo dia, vendeu o seu veículo. Então, é o ex-proprietário ou é o novo proprietário do veículo Como se sabe, diferente do direito comum, no qual se baseia o motorizado que deve assumir a responsabilidade de pagar as multas? sistema jurídico da RAEHK, no sistema continental, que é o caso do Se a Lei exigir ao novo proprietário o pagamento das multas, os sistema jurídico de Macau, que é de raiz continental, não existe o cidadãos que vendem o seu veículo motorizado vão deixar de pagar regime de proibição da transmissão da titularidade e da constituição as multas anteriores à transacção. Na matéria em discussão da hipoteca relativa à fracção autónoma cujo proprietário não tenha deparamo-nos com uma situação semelhante. Se a Administração pago os respectivos encargos de condomínio. Caso contrário, Pública atribuir a respectiva responsabilidade solidária ao adquirente resolvia-se o problema com facilidade. O Sr. Deputado Mak Soi de fracção autónoma, o alienante deixará de pagar os encargos de Kun pede a definição de um limite superior mais elevado para o condomínio em dívida. Peço ao Governo para elaborar uma lista Juízo de Pequenas Causas Cíveis, pedido esse que o Governo da negra, com os nomes dos indivíduos que não pagam os encargos de RAEM não pode satisfazer neste momento por razões várias. Então, condomínio em dívida, de modo a alertar os potenciais adquirentes. perante esta situação, a Administração Pública propõe a definição da Estivemos toda a tarde a discutir sobre esta questão. O Governo norma em causa. criou uma outra via para resolver o problema do não pagamento das despesas de condomínio. É neste contexto que o proponente pede ao Uma outra questão crucial é a seguinte: por que razão o adquirente da fracção autónoma que verifique se o alienante pagou adquirente tem de pagar os encargos de condomínio em dívida por as despesas de condomínio e pede ao alienante para liquidar os parte de alienante? Na minha opinião, esta situação não vai encargos de condomínio em dívida antes da celebração da respectiva acontecer na prática. O Sr. Deputado Vitor Cheung Lup Kwan escritura pública. Contudo, tal como muitos colegas afirmaram há manifestou muitas opiniões, e concordei com uma delas: o pouco, a execução das normas em causa pode causar novos adquirente pode desistir da transacção. É um aspecto que considero problemas, e surgirão mais acções judiciais para reclamar o crucial. Reparem, de novo, na norma. No n.º 1 prevê-se, claramente,

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 49 que o proprietário de uma fracção autónoma é responsável pelos emitida pelo tribunal lhe for favorável, isto é, se o juiz tiver a encargos de condomínio vencidos e não pagos dessa mesma fracção opinião de que o alienante não precisa de pagar, ou não precisa de autónoma até à transmissão do respectivo direito de propriedade. pagar as despesas de condomínio na totalidade, podendo uma parte Mesmo que o novo adquirente pague uma parte dos encargos em da caução (por exemplo, descontar de 50 mil das 100 mil da caução) dívida, até dois anos no máximo, o alienante ainda tem de pagar as ser dada à empresa de administração de condomínio para liquidação restantes dívidas. Nos termos do n.º 2, ao interessado na aquisição dos encargos de condomínio em dívida. Segundo a minha de determinada fracção autónoma deve ser obrigatoriamente interpretação, o regime previsto no artigo 9.º pode contribuir para facultada informação sobre a existência e o montante dos encargos resolver este problema. de condomínio vencidos e não pagos dessa fracção nos últimos dois anos, bem como cópia dos respectivos documentos comprovativos, Alguns colegas disseram que era possível as pessoas sofrerem por qualquer um dos seguintes indivíduos ou entidades: 1) prejuízos económicos por não conhecerem as normas previstas na Proprietário. Claro que a recusa em fornecer informações presente lei. Reconheço que isto é possível. Todavia, é inegável que verdadeiras por parte do alienante pode resultar na assunção da estas normas podem contribuir para resolver, pelo menos responsabilidade solidária por parte do adquirente, com um prazo parcialmente, o problema do não pagamento das despesas de máximo de dois anos. Porém, o acto de prestar falsas declarações condomínio. Pois, se os encargos de condomínio em dívida não terá consequências muito graves. Está estipulada claramente a foram devidamente pagos, o adquirente pode desistir da transacção. obrigação de facultar essas informações. Se o alienante não o fizer, Acho que isto contribuirá para reduzir os casos de não pagamento há ou não há consequências? 2) Mediador ou agente imobiliário, nos das despesas de condomínio e as respectivas acções judiciais. São casos em que, por virtude da celebração de contrato de mediação estas as minhas opiniões sobre esta norma. imobiliária com o proprietário, promova a transmissão do direito de propriedade sobre essa fracção autónoma. 3) Administração ou Obrigado. pessoa singular ou colectiva designada para esse efeito pela assembleia geral do condomínio, sempre que o interessado o solicite. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Fong Chi Keong. Além disso, o n.º 5 do mesmo artigo dispõe que compete ao notário fazer a advertência de que a transmissão do direito de propriedade Fong Chi Keong: Srs. Membros do Governo: implica para o adquirente a responsabilidade solidária com o alienante pelos encargos de condomínio vencidos e não pagos da O plenário de hoje destina-se à discussão e votação na fracção em causa, até ao limite máximo correspondente ao valor em especialidade da proposta de lei intitulada “Regime jurídico da dívida relativo ao ano de transmissão do direito de propriedade e ao administração das partes comuns do condomínio”, proposta de lei ano imediatamente anterior. Já ontem disse que o adquirente deve esta que é a primeira lei avulsa sobre a matéria, apesar de haver, no ter cuidado e prestar atenção a estas normas, pois facilmente se pode Código Civil, normas sobre a administração das partes comuns do verificar se o alienante tem ou não encargos em dívida. Se o condomínio. Para falar com franqueza, não percebo o porquê deste indivíduo que compra um apartamento que custa vários milhões ou artigo 9.º intitulado “Ambulatoriedade dos encargos de condomínio”, dezenas de milhões de dólares de Hong Kong insistir em celebrar a no qual está estipulado que o adquirente do direito de propriedade respectiva escritura pública com o alienante, mesmo que saiba que sobre fracção autónoma é responsável pela dívida dos encargos de este não liquidou os encargos de condomínio em dívida, então, ele condomínio dessa mesma fracção autónoma sempre que o registo da assume a respectiva responsabilidade solidária voluntariamente. A dívida seja anterior à sua aquisição. O proponente acha razoável esta elaboração desta lei tem por objectivo permitir ao adquirente ficar a norma, expressa, preto no branco, no artigo 9.º? É justo atribuir ao par e tratar da situação. Se, no fim, surgirem disputas, o adquirente adquirente a responsabilidade de pagar os serviços que outros pode sempre pedir ao alienante a redução do preço da fracção usufruíram? O Governo tem a função de garantir a justiça. Esta é autónoma para compensar os encargos de condomínio em dívida, condição indispensável para a população acreditar no Governo e por exemplo, um montante de 30 mil. Se o alienante não aceitar o obedecer à ordem do Poder Executivo. Agora, o Governo tomou a pedido, o adquirente pode desistir da transacção, tal como disse há iniciativa de ser irracional, percebe isso? Gozo dos serviços, não pouco o Sr. Cheung Lup Kwan. Então, qual é a razão desta norma? pago as despesas, e é o novo adquirente da minha fracção que paga É que nem todas as transacções passam pelo mediador ou pelo os encargos de condomínio em dívida. Isto é uma grande piada! agente imobiliário licenciado, o qual procede sempre à respectiva investigação, e pede sempre a liquidação de todas as dívidas O Governo está, de facto, a levar a legislação tão levianamente? relativas à fracção autónoma em causa antes da celebração da Não está a tratar o assunto a sério, não é? Não vou ter a mesma respectiva escritura pública. Com vista a evitar o problema de a delicadeza para com a Administração Pública que alguns colegas empresa de administração predial não receber os encargos de têm. O Governo deve ter muito rigor na preparação das leis e condomínio em dívida, depois da transmissão do respectivo direito diplomas legais, estes devem ser pertinentes em qualquer parte do de propriedade, o proponente atribui, na disposição em discussão, a mundo e aceitáveis para todos. Há pouco, mais de dez deputados respectiva responsabilidade solidária ao adquirente da fracção exprimiram opiniões contra esta norma, portanto, a norma deve ser autónoma, o qual tem oportunidade de procurar saber se existem eliminada. Na minha opinião, o Governo da RAEM cometeu vários encargos de condomínio em dívida relativamente ao apartamento erros, designadamente a falta de rigor na elaboração da proposta de que quer adquirir, e as respectivas entidades têm a obrigação de lei, que foi preparada com uma grande subjectividade e sem se facultar a respectiva informação e cópia dos respectivos documentos basear na realidade objectiva, a inflexibilidade e a obstinação em comprovativos. No caso da prestação de serviços de administração considerar-se correcto. Quando falo de obstinação, não me refiro à de condomínio de má qualidade, razão pela qual o proprietário não insistência naquilo que é correcto, e que favorece o público. A quer pagar as despesas de condomínio, o alienante deve prestar uma inflexibilidade e a obstinação do proponente têm a ver com a caução em quantia adequada e suficiente, tal como está previsto no insistência na manutenção de normas definidas com falta de rigor e n.º 4 do artigo em análise. Essa caução pode ser devolvida com subjectividade. Sou deputado à Assembleia Legislativa há totalmente ou parcialmente ao alienante se a respectiva sentença muito tempo, e nunca tinha criticado tão fortemente o Governo

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 50 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 como nos plenários de ontem e de hoje. É uma grande vergonha a Vong Hin Fai: Obrigado, Sr. Presidente. definição destas normas, cuja aprovação leva os alienantes a não pagar as despesas de condomínio, pois o adquirente vai assumir a Sr.ª Secretária, respectiva responsabilidade solidária. O Sr. Deputado Chan Chak Mo expôs há pouco muitas das suas ideias, na tentativa de nos Srs. Membros do Governo, convencer. O facto é que, com a execução desta norma, muitos novos proprietários de Macau vão pagar os encargos de condomínio Caros Colegas: em dívida registados anteriormente à aquisição da respectiva fracção autónoma, o que é irrazoável. Na RAEM, na celebração da escritura Queria pedir ao proponente explicações sobre a norma da alínea pública, os escritórios de advogados, os quais recebem centenas de 1) do n.º 5 do artigo 9.º, que prevê que, sempre que o notário patacas, por exemplo, seiscentas patacas, servem apenas como intervenha na celebração de contrato-promessa de transmissão de testemunhas, não procedem à investigação das dívidas relativas à direito de propriedade sobre fracção autónoma, lhe compete fazer a fracção autónoma em transmissão, como fazem os escritórios de advertência de que a transmissão do direito de propriedade implica advogados de Hong Kong, os quais cobram despesas muito elevadas. para o adquirente a responsabilidade prevista no n.º 3, isto é, a responsabilidade solidária com o alienante. Gostaria de pedir Volto a apontar o facto de que o Governo elaborou esta proposta esclarecimentos sobre as formas de intervenção do notário na de lei para proteger os interesses das empresas de administração de celebração do contrato-promessa de transmissão do direito de condomínios. Podem dizer que é um preconceito meu, contudo, não propriedade sobre fracção autónoma. Como se sabe, a forma de vou deixar de apresentar a mesma opinião. Qualquer que seja o intervenção mais séria que se pode adoptar é testemunhar a negócio ao qual nos dedicamos, não há garantia de lucrar sempre. O celebração da escritura pública - na alínea 2) do n.º 5 do artigo 9.º há desaparecimento de clientes que pediram muito dinheiro emprestado referências sobre esta forma de intervenção. Segundo o n.º 2 do para jogar levou à falência de muitas salas VIP de casinos de artigo 407.º do Código Civil, a promessa a que as partes atribuem Macau... bem, não vou avançar com este assunto. Ora, não percebo eficácia deve constar de documento autenticado. Neste caso, queria a atitude do Governo, designadamente dos serviços da área da saber se a advertência deve ser feita pelo notário no termo da justiça, os quais definiram normas jurídicas ridículas. O Sr. autenticação, ou no anexo ao termo de autenticação. Trata-se de uma Advogado ainda não exprimiu a sua opinião sobre esta norma. pergunta sobre a operação em concreto. Penso que vai fazer uma análise geral do conteúdo da disposição. Vou ficar por aqui, aguardando, primeiro, a resposta do proponente. Além disso, a Lei n.º 7/2013, intitulada “Lei do regime jurídico da promessa de transmissão de edifícios em construção”, aprovada Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado José Maria Pereira em 2013, exige a intervenção do notário na celebração dos contratos Coutinho. de promessa de transmissão de edifícios em construção, mas só é necessário reconhecer, notarialmente, as assinaturas dos contratantes. José Maria Pereira Coutinho: Obrigado, Sr. Presidente. Trata-se de um reconhecimento mais simples, só é preciso comparar as assinaturas. Neste caso, como é que o notário faz a advertência? Eu decidi falar pela segunda vez, porque queria esclarecer O notário faz essa advertência no acto de reconhecimento notarial? melhor o raciocínio... deste artigo 9.º. Eu acho que falta aqui alguma Ou a advertência deve constar do respectivo contrato-promessa de coisa. Para obrigar o novo adquirente a pagar o condomínio, falta compra e venda de fracções autónomas de edifícios em construção? uma coisa: que é uma declaração obrigatória da existência, ou não existência, de dívidas de condomínio. Porque, se formos ver no Nos termos da Lei n.º 15/2001, intitulada “Lei de promessas de Direito Comparado, incluindo na Espanha, há também uma norma alienação e oneração hipotecária de imóveis”, aprovada em 2001, a que obriga o novo adquirente a assumir as dívidas do condomínio, intervenção do notário limita-se ao reconhecimento das assinaturas se ele não pedir essa declaração de não-dívida… pelos últimos três do alienante, do adquirente e do representante do banco no qual se anos. Portanto, é uma espécie de equilibrar os pratos da balança, contraiu o empréstimo. Queria pedir esclarecimentos ao proponente pelo facto... De facto, é um problema que existe na sociedade. Mas sobre a forma que o notário deve adoptar, neste caso, para fazer a os tribunais portugueses acham, de uma maneira geral, que as respectiva advertência. dívidas do condomínio devem ser sempre do proprietário. Essa é a regra geral. Portanto, é uma sugestão que eu estava a fazer. Não é? Gostaria, em seguida, de chamar a atenção para uma Há ou não há a possibilidade de incluir essa declaração de não- ambiguidade existente na alínea 3) do n.º 2 do artigo 9.º, na versão dívida dos condomínios, emanada pela administração do bloco chinesa, na qual se lê o seguinte: “管理機關或分層建築物所有人 habitacional… ou por qualquer caso… em que o Governo entenda 大會為此目的而指定的自然人或法人”. Reparem que esta que seja o Instituto da Habitação? Mas, isto seria, de facto, uma expressão pode ter os seguintes dois significados: “a administração forma de tentar ultrapassar... e passando sempre aquilo que eu ou a pessoa singular ou colectiva designada para esse efeito pela defendo: eu defendo muito o direito do consumidor. Eu acho que a assembleia geral do condomínio” e “a pessoa singular ou colectiva pessoa que vai comprar, qualquer coisa que seja, qualquer bem ou designada para esse efeito pela administração ou pela assembleia qualquer serviço, deve estar protegida. Portanto, o artigo 9.º é, de geral do condomínio”. Na versão portuguesa não existe esta facto, complicado para por em prática. Eu acho que a solução seria ambiguidade. Sugiro a inserção de uma vírgula entre a sequência essa declaração... Gostaria de ouvir: se o Governo ponderou essa “管理機關 - a administração” e a sequência “或分層建築物所有人 solução; ou tem outra alternativa; e o que é que pensa disto tudo. 大會為此目的而指定的自然人或法人 – ou a pessoa singular ou colectiva designada para esse efeito pela assembleia geral do Muito obrigado. condomínio”, de modo a evitar a referida ambiguidade. As entidades com a obrigação de facultar a respectiva informação e a cópia dos Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Vong Hin Fai. respectivos documentos comprovativos são a administração, e não a pessoa singular ou colectiva designada para esse efeito pela

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 51 administração. É esta a pequena chamada de atenção que queria fazer relativamente à redacção. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Cheang Chi Keong.

Obrigado, Sr. Presidente. Cheang Chi Keong: Obrigado, Sr. Presidente.

Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Chan Iek Lap. Sr.ª Secretária Chan,

Chan Iek Lap: Obrigado, Sr. Presidente. Srs. Membros do Governo,

Sr.ª Secretária, Caros Colegas:

Srs. Membros do Governo, Boa tarde!

Caros Colegas: Há pouco, o Sr. Vice-Presidente Lam Heong Sang perguntou, repetidamente, qual é a razão que levou ao grande protesto contra a Estamos quase há uma hora e meia a discutir sobre o não definição desta norma que visa atribuir responsabilidade solidária ao pagamento das despesas de condomínio, um comportamento que é adquirente de fracção autónoma. Também tenho a mesma dúvida. Li nitidamente errado. Não percebo por que é que há necessidade de com atenção o Parecer da Comissão Permanente, e descobri que há, adoptar medidas para remediar os erros cometidos pelos pequenos no mesmo documento, referências muito claras sobre o processo de proprietários que não assumem a responsabilidade de pagar os definição desta norma. É de saber que, na versão inicial da proposta encargos de condomínio, e de proceder à legitimação desse de lei, que já foi discutida e votada na generalidade, sugere-se, no comportamento. Há quem justifique o não pagamento das despesas artigo 9.º, a criação do regime de ambulatoriedade dos encargos de de condomínio alegando o pretexto da má qualidade dos serviços de condomínio. Porém, este regime foi eliminado pelo proponente administração de condomínios. Isto é como se não pagasse o wan aceitando as opiniões dos membros do respectivo sector e dos tan min (sopa de fitas com raviólis), porque os raviólis não são deputados apresentadas nas reuniões da Comissão Permanente. E saborosos. Na minha opinião, quando os serviços de administração em sua substituição, sugere-se, no mesmo artigo, a atribuição da de condomínios são de má qualidade, os pequenos proprietários responsabilidade solidária ao adquirente, uma norma que originou podem mudar de empresa de administração, mas não podem fugir da discussão acesa no plenário de hoje. O Sr. Deputado Leonel Alberto responsabilidade de pagar as despesas de condomínio. Fui Alves disse que só agora é que teve conhecimento desta nova norma. presidente da associação de proprietários do edifício onde moro, e Representa uma mudança muito grande, passa-se do regime de sei muito bem porque, no nosso edifício, cerca de 5% dos moradores ambulatoriedade dos encargos de condomínio para a atribuição de não pagam os encargos de condomínio, uma percentagem menor do responsabilidade solidária ao adquirente de fracção autónoma. A que os 20% mencionados pelo Sr. Deputado Fong. Trata-se de um ambulatoriedade dos encargos de condomínio equivale à proibição comportamento errado de um grupo de moradores, de um número da transmissão da titularidade e da constituição da hipoteca relativa reduzido de moradores. Penso que devemos definir estratégias para a fracção autónoma cujo proprietário não tenha pago os respectivos corrigir esse comportamento, para obrigar os proprietários a pagar as encargos de condomínio, mencionada há pouco por vários colegas, despesas de condomínio em dívida. Não concordo com a definição que disseram que a experiência tinha tido grande sucesso na destas normas que visam remediar os erros cometidos pelos RAEHK. No regime de ambulatoriedade dos encargos de pequenos proprietários, atribuindo responsabilidade solidária a condomínio, cria-se necessariamente uma ligação entre a fracção entidades inocentes, protegendo-se, de certa forma, os interesses das autónoma e os encargos em dívida do proprietário da fracção, e a empresas de administração predial. Alguns colegas disseram que concretização dessa ligação é o registo predial, ou seja, através do não é possível criar na RAEM, à semelhança de RAEHK, um acto de registo, os eventuais encargos em dívida do proprietário da regime de proibição da transmissão da titularidade e da constituição fracção autónoma ficam anexados aos encargos da fracção da hipoteca relativa à fracção autónoma cujo proprietário não tenha autónoma. Gostaria de chamar a atenção para este conteúdo do pago os respectivos encargos de condomínio. O facto é que há, na Parecer, em relação ao qual não sei se os colegas prestaram atenção. legislação em vigor no Território, normas jurídicas que castigam os Tenho trinta minutos para intervir, portanto, posso analisar isto com indivíduos que não paguem o “wan tan min” que consumiram. calma. No terceiro parágrafo da página 59 do Parecer em língua Assim sendo, por que é que é possível que a pessoa que gozou dos chinesa, lê-se o seguinte: “Quanto a esta proposta, a Comissão serviços de administração de condomínio não pague as respectivas reconheceu que o proponente a apresentou de boa-fé. Seja qual for a despesas? Ainda me lembro muito bem dos anos setenta do século razão, os encargos em dívida dos condóminos impedem, passado, em que os residentes não costumavam comprar imóveis objectivamente, os respectivos trabalhos de administração, causando com elevadores, com receio de terem de pagar despesas de prejuízos à qualidade das fracções autónomas dos condomínios e condomínio elevadas, de dezenas ou até centenas de patacas. Pela aos interesses de todos os proprietários.” Esta é a razão pela qual se mesma razão… o indivíduo que compra uma fracção autónoma define a ambulatoriedade dos encargos de condomínio. No mesmo localizada num prédio com elevadores, deve saber que tem a parágrafo ainda se lê o seguinte: “No sentido de reforçar esta obrigação de pagar despesas de condomínio relativamente elevadas, obrigação, o n.º 2 do artigo 1323.º do Código Civil até define que responsabilidade esta da qual não pode esquivar-se. É estanho serem (…) nem é lícito renunciar à parte comum como meio de o tantos os casos de proprietários que não pagam as despesas de condómino se desonerar das despesas necessárias à sua conservação condomínio durante vários meses ou até vários anos. Parece que há ou fruição”. Além disso, nas últimas duas linhas da página 60, uma legitimação gradual desse comportamento, ou seja, o não refere-se o seguinte: “Quanto à razoabilidade do artigo 9.º, ao longo pagamento dos encargos de condomínio, o que é incompreensível. da discussão, alguns Deputados indicaram que, quanto às situações Espero que o Governo reflicta aprofundadamente sobre este assunto. das despesas de condomínio em dívida, o reembolso deve ser pedido Obrigado. aos proprietários das fracções ou às pessoas que contraíram

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 52 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 verdadeiramente as despesas de condomínio em dívida. Quem propriedade e ao ano imediatamente anterior.”. Isto é, no prazo recebe o dinheiro é a administração e não a empresa de máximo de dois anos. Lendo o Parecer, percebemos que a decisão administração. Mesmo que a assembleia de condomínio encarregue de introduzir na proposta de lei a responsabilidade solidária do a empresa de receber as despesas de condomínio, se esta não as alienante e adquirente foi tomada pelo Governo aceitando a conseguir receber, de facto, isto nada tem a ver com a empresa.”. Sr. respectiva sugestão apresentada pelos deputados. No último Deputado Fong, repare neste parágrafo que acabei de ler. Vamos parágrafo da página 66 lê-se o seguinte: “Sugeriu-se a introdução prestar atenção também ao seguinte conteúdo dos primeiros dois deste regime de responsabilidade solidária por haver precedentes ao parágrafos da página n.º 61, da versão chinesa: “Na verdade, se o nível do direito comparado (Singapura e Itália). O proponente comprador pretende saber se há ou não despesas de condomínio em entende que este regime é necessário e razoável, contribuindo para dívida, basta-lhe ir ao rés-do-chão do prédio para verificar se tal está resolver o problema dos encargos em dívida das fracções autónomas afixado e, assim, resolve-se o problema. A norma da e, ao mesmo tempo, equilibra-se o risco assegurado pelo ambulatoriedade, para além de tornar o problema mais complicado, adquirente.”. Acabei de apresentar todo o processo da mudança do será que o consegue resolver, verdadeiramente?” Esta é uma dúvida regime de ambulatoriedade dos encargos de condomínio para a manifestada pelos deputados e registada no Parecer, no respeitante à atribuição da responsabilidade solidária ao adquirente de fracção norma da ambulatoriedade definida pelo Governo de boa-fé. Se o autónoma. Não sei se já contei tudo. Se a resposta for não, peço aos comprador da fracção aceitar a conta, então, tudo bem. É claro que membros da Comissão Permanente que forneçam as respectivas assim não há problema. Reparem nas seguintes frases no quarto informações. parágrafo da mesma página: “Os Deputados não concordaram com o registo feito junto da Conservatória, uma vez que os procedimentos Tal como muitos colegas afirmaram, na sociedade chinesa há a são inconvenientes e é árdua esta tarefa. Aliás, a diferença temporal prática de que “tomamos conta das nossas crianças, e quem contrai na actualização dos dados pode causar incertezas quanto às despesas dívidas é responsável pelo seu pagamento”. Esta é a razão que em dívida. Assim sendo, entendem que se deve assegurar bem os conduziu à grande reacção contra a norma prevista no artigo 9.º, em trabalhos notariais, permitindo ao proprietário declarar se há que o adquirente de fracção autónoma responde solidariamente com encargos em dívida. Se o novo comprador assume voluntariamente o alienante pelos encargos de condomínio vencidos e não pagos da as despesas, então, estas podem ser transferidas para ele.”. Tal como fracção autónoma, até ao limite máximo correspondente ao valor em se pode verificar, a frase “entendem que se deve assegurar bem os dívida relativo ao ano de transmissão do direito de propriedade e ao trabalhos notariais” tem grande importância, visto que revela que ano imediatamente anterior. A concordância dos deputados à não foi o Governo que tomou a iniciativa de atribuir a respectiva Assembleia Legislativa com os princípios e políticas subjacentes à responsabilidade aos notários, tendo o proponente sugerido a norma elaboração da presente proposta de lei levou à sua aprovação na da ambulatoriedade, norma essa que, porém, foi negada pelos generalidade, contudo, é grande a mudança do conteúdo do artigo deputados. Não pretendo com isto defender o Governo. Estou 9.º, em que se passou do regime de ambulatoriedade dos encargos de simplesmente a descrever o que se passou na realidade e se encontra condomínio para a atribuição de responsabilidade solidária ao registado no Parecer elaborado pela Comissão Permanente. No adquirente de fracção autónoma. Esta é a razão pela qual sugiro ao mesmo parecer verificamos com clareza a razão que levou à proponente que dê explicações claras e detalhadas sobre a intenção passagem da norma da ambulatoriedade dos encargos de legislativa subjacente à definição desta nova regra do artigo 9.º. condomínio, prevista na versão inicial da proposta de lei, para o regime de responsabilidade solidária. O facto é que os Deputados Gostava de chamar a atenção para as possíveis consequências não concordaram com o regime de registo, uma vez que os negativas da reprovação do artigo 9.º na sua votação separada, pois procedimentos são inconvenientes e a tarefa é árdua. Se o alguns colegas pediram a votação separada deste artigo. Peço aos comprador da fracção autónoma aceitar a conta, não há problema e representantes do Governo para explicarem detalhadamente as não é preciso fazer muito mais trabalho. Isto é o que acontece na consequências da reprovação do artigo 9.º, consequências essas que realidade. Todavia, agora o Governo é o culpado. têm a ver com a administração dos prédios, com o adquirente e com o alienante. Se não me engano, no artigo 1323.º do Código Civil há Vamos observar também o penúltimo parágrafo da página 61 da normas que regulamentam este assunto e que continuam em vigor, versão chinesa: “Os Deputados entendem ainda que o n.º 1 do artigo caso o artigo 9.º seja reprovado. Se esta for a única consequência da 9.º não é a única solução, pois isto tem a ver ou com uma questão de reprovação do artigo 9.º, está tudo bem. Caso contrário, gostaria de moralidade pessoal ou com o facto de a pessoa estar, saber quais são as outras consequências se, na votação separada, este temporariamente, com dificuldades económicas, nada tendo a ver artigo 9.º for reprovado. É de saber que essas consequências podem com o imóvel.”. Merece ainda a nossa atenção o resumo feito no influenciar a atitude a assumir na respectiva votação. Obrigado. terceiro parágrafo da página 65 da versão chinesa: “Na verdade, após ter introduzido a responsabilidade solidária com prazo máximo Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Tong Io Cheng. de dois anos, este regime já não é de natureza ‘ambulatória’, mas, foca-se, sim, no tratamento das regras dos encargos de condomínio Tong Io Cheng: Obrigado, Sr. Presidente. em dívida, antes do alienamento das fracções autónomas.”. Portanto, a regra da brincadeira já mudou, o que se pode ler com clareza na Sr.ª Secretária, página 65 do Parecer na versão chinesa. Srs. Membros do Governo, Por fim, vamos focalizar a atenção nos últimos dois parágrafos da página 66 da versão chinesa: “… o proponente entende que se Caros Colegas: deve introduzir na proposta de lei a responsabilidade solidária do alienante e adquirente. Ao mesmo tempo, tendo em conta a natureza Tal como os colegas, que foram muitos, que apresentaram do crédito, sugere-se que esta responsabilidade solidária se limite ao opiniões sobre o artigo 9.º, também eu prestei muita atenção à valor em dívida relativo ao ano de transmissão do direito de norma jurídica prevista neste artigo, e expus publicamente o meu

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 53 ponto de vista em relação ao assunto. O Sr. Presidente Chan Chak judicial. Mesmo com a entrada em vigor da presente lei, também há Mo e o Sr. Presidente Cheang Chi Keong explicaram que recorrer ao tribunal. Por que razão é tão complicado? A resposta detalhadamente que a nova norma do artigo 9.º é fruto da introdução é que se trata, originalmente, dum assunto complicado, por isso, a das muitas alterações à sua versão inicial, depois de muito tempo de solução é complicada. Como o assunto já está complicado, não acesa discussão. Muitos colegas apontaram a razão que levou à valerá a pena, então, ponderar se a solução é razoável? Qual é a persistência do problema. De facto, se for possível criar em Macau essência da questão? Define-se na proposta de lei um aspecto novo, regimes como os que têm produzido efeitos satisfatórios em alguns o da responsabilidade solidária. Se o proprietário a quem cabe o países e regiões do mundo para tratamento desta matéria, pagamento das respectivas despesas de condomínio cumprir essa nomeadamente encarregar um advogado de averiguar se existem responsabilidade, está tudo bem, e ninguém precisa de assumir dívidas relativas à fracção autónoma sujeita a transmissão, responsabilidade solidária. Caso contrário… de facto, o problema é facilmente se resolve o problema. Tudo isto merece ponderação. que não se consegue encontrar o tal indivíduo que não toma conta da Temos de prestar atenção aos problemas com que nos podemos sua criança, isto é, não paga as despesas dos serviços de deparar. Que perguntas devemos colocar? Será que antes da administração de condomínio de que usufruiu. Nesta situação, é elaboração desta lei, não havia problemas? Será que tudo corria bem? necessário atribuir a responsabilidade solidária ao respectivo Ninguém recorreu ao tribunal, e todos os proprietários pagaram, adquirente, razão pela qual se definiu esta nova norma. alegremente, os encargos de condomínio? É assim, ou, não é? Não é. Se todos tivessem moral, e se todos tomassem a iniciativa de pagar Que outros novos regimes é que se sugere estabelecer? Define- os encargos de condomínio, esta lei não seria necessária. Quem não se na proposta de lei o que os notários devem fazer, e que quer pagar os encargos de condomínio, pode mudar-se para prédios informações é que devem ser fornecidas pelas partes. A par disso, com 5 andares, assim, não haverá mais problemas. Mas a realidade sugere-se o estabelecimento do regime de caução. Qual é o motivo não é assim. Antes da elaboração desta lei, já nos deparávamos com do estabelecimento destes regimes? Ora, com o estabelecimento muitos problemas. destes regimes, no processo de compra da fracção o adquirente pode exigir, e sabe a quem exigir, o fornecimento das devidas Como é que se pode resolver estes problemas? Há pouco, o Sr. informações. Quando ambas as partes envolvidas na transacção Deputado Cheang descreveu todo o processo da mudança do regime quiserem aceder a essas informações, há que fornecê-las. É assim, de ambulatoriedade dos encargos de condomínio (que foi sugerido ou, não é? Várias partes estão na posse de informações e têm de boa-fé pelo proponente na versão inicial da proposta de lei obrigação, nos termos da lei, de as facultar ao adquirente. Ora, aprovada na generalidade pelo hemiciclo, depois de ouvidas as mesmo segundo o princípio da boa-fé, as partes devem facultar ao opiniões dos cidadãos de Macau e dos membros do respectivo sector adquirente as referidas informações. Portanto, acho que esta nas auscultações públicas realizadas) para a norma da obrigação de facultar informações, prevista na proposta de lei, é algo responsabilidade solidária. É de saber que esta mudança aconteceu positivo. Se os Srs. Deputados quiserem proceder à votação depois da discussão acesa que teve lugar em inúmeras reuniões da separada de algumas normas do artigo 9.º, é melhor escolher só as Comissão Permanente, da qual o Sr. Deputado Chan é presidente. normas polémicas. O fornecimento de informações é uma obrigação, Nessas reuniões, apresentei as minhas opiniões contra o regime de é algo positivo, por isso, é melhor mantê-la. É bom é não é nada ambulatoriedade dos encargos de condomínio. Se esse regime se difícil. É só isto que tenho a dizer. mantiver, vou ser o primeiro a opor-se. Contudo, agora não vale a pena continuar a protestar sobre a definição da norma, porque ela já Segundo, é sobre o que devem os notários fazer. O Sr. Deputado foi eliminada pelo proponente depois de ouvida a opinião do público, Vong, enquanto notário com tanta experiência, sabe bem quais são e o artigo 9.º passou a ter outra epígrafe. Tal como o Sr. Deputado as operações em concreto. Penso que o Governo deve dar Cheang Chi Keong afirmou há pouco, o proponente já abandonou o explicações esclarecedoras sobre o assunto, podendo os notários regime de ambulatoriedade dos encargos de condomínio, sugerindo reunir-se e discutir sobre o método adoptado para cumprimento da em sua substituição a atribuição da responsabilidade solidária ao referida obrigação. Na minha opinião, o cumprimento desta adquirente de fracção autónoma. É neste conteúdo que devemos obrigação não é complicado, consiste apenas em chamar a atenção concentrar a nossa atenção. ao adquirente de fracção autónoma para a necessidade de assumir a responsabilidade solidária com o alienante pelos encargos de Se os Srs. Deputados estão contra a responsabilidade solidária, condomínio vencidos e não pagos da fracção em causa, o notário quero relembrar que o disposto no artigo 6.º, que foi aprovado há não tem de averiguar as dívidas relativas à respectiva fracção pouco pelo hemiciclo, também tem a ver com responsabilidade autónoma. Não pretendo dizer que a acção do notário não produz solidária. Quantas pessoas devem assumir, solidariamente, as nenhum efeito, é sempre melhor haver uma chamada de atenção. O responsabilidades? Deve ou não deve fazer-se isto? Podemos Sr. Deputado José Maria Pereira Coutinho sugeriu há pouco que se discutir sobre os fundamentos com base nos quais se sugere a atribua ao notário a responsabilidade de averiguar se existem dívidas atribuição da responsabilidade solidária ao adquirente de fracção dos encargos de condomínio relativas à fracção autónoma em autónoma, bem como, sobre a duração do prazo máximo de dois transmissão. Esta é uma possibilidade sobre a qual realizámos anos ou de um ano e vários meses, no qual o adquirente de fracção estudos e análises aprofundados. É de referir que só depois de autónoma responde solidariamente com o alienante pelos encargos discussão prolongada é que foi tomada a decisão de adoptar a de condomínio vencidos e não pagos da mesma fracção autónoma. medida sugerida agora na proposta de lei. Gostaria de chamar a atenção para vários aspectos nos quais há contradições. Primeiro, é claro que não há problema com as Terceiro, acho que a responsabilidade solidária atribuída ao associações de proprietários organizadas depois da entrada em vigor adquirente de fracção autónoma, o qual deve responder desta lei, mas tal já não acontece com as que foram estabelecidas solidariamente com o alienante pelos encargos de condomínio antes da entrada em vigor desta lei. Reparem que, antes da vencidos e não pagos da fracção autónoma em causa, até ao limite elaboração da proposta de lei, o problema do não pagamento das máximo correspondente ao valor em dívida relativo ao ano de despesas de condomínio já existia, e é preciso resolvê-lo pela via transmissão do direito de propriedade e ao ano imediatamente

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 54 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 anterior, ou seja, relativos a dois anos ou um ano e vários meses, valor em dívida relativo ao ano de transmissão do direito de tem consequências insignificantes. Porquê? Porque se for criado o propriedade e ao ano imediatamente anterior, caso o adquirente de regime de prestação de caução, não será grande a oportunidade de… fracção autónoma não tenha sabido pedir ao alienante a prestação de haver necessidade de assumir essa responsabilidade solidária. caução, nem tenha dado conta das chamadas de atenção e das Porquê? Ora, é uma situação muito simples. Por um lado, a lei exige informações fornecidas por um conjunto de entidades. O conteúdo a assunção da responsabilidade solidária por um período de um ano do artigo 9.º é rico e, na sua maioria, é útil. Penso que os colegas e tal, e por outro lado, o adquirente pode exigir ao alienante a estão, sobretudo, contra a definição da norma de atribuição de prestação de uma caução. Mas, a lei não define o limite máximo responsabilidade solidária ao adquirente de fracção autónoma. dessa caução, não define que essa caução deve ser equivalente ao Sendo assim, espero que se proceda à votação separada das valor de um mês de encargos de condomínio, ou ao valor de um ano diferentes alíneas e números do artigo 9.º, de modo a salvaguardar o de encargos de condomínio, ou ao valor de determinados meses de conteúdo útil deste artigo. encargos de condomínio. A criação desse regime de caução contribuirá para resolver as disputas entre o alienante e a São sempre bem-vindas as boas opiniões e sugestões dos administração sobre a eventual existência de encargos de colegas que visem a concretização do objectivo legislativo definido. condomínio em dívida. Se, no fim, se verificar que existem encargos Oponho-me à norma da ambulatoriedade dos encargos de de condomínio em dívida, o valor em dívida é descontado da caução. condomínio, pois considero-a injusta. Tenho a opinião de que as Há também um assunto que merece a nossa ponderação. Quando um normas previstas na proposta de lei podem contribuir para resolver o proprietário tem encargos de condomínio em dívida, não deverá ser problema, pelo menos parcialmente. Esta é a razão pela qual apoio a impedido de vender a sua fracção? É possível que este proprietário aprovação e execução desta norma. Obrigado. precise urgentemente de dinheiro, sob pena de ir à falência. É também provável que precise de dinheiro para tratar duma doença. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Chan Chak Mo.

Pela razão exposta, quando há disputas relativas aos encargos de Chan Chak Mo: Obrigado, Sr. Presidente. condomínio em dívida, o alienante deve prestar uma caução em quantia adequada e suficiente, participando no respectivo processo o Agradeço a grande atenção prestada ao Parecer da Comissão advogado, o agente imobiliário e a companhia de administração Permanente, o qual tem duzentas e tal páginas, pelo Sr. Deputado predial. Penso que é preciso tempo para conseguir uma boa e mútua Cheang Chi Keong, que é, com toda a certeza, um deputado adaptação neste processo, pois trata-se de um regime novo. Fazendo responsável. Porém, gostaria de colocar uma questão ao Sr. a comparação entre a necessidade da prestação de caução e o Deputado Cheang. Não é que não perceba, só que não sei se o meu impedimento da transacção, percebe-se que a criação do regime em entendimento está correcto. Há pouco, o Sr. Deputado Cheang falou causa é favorável tanto para o alienante, como para o adquirente. sobre o regime de registo, dizendo que este se aplica aos encargos Normalmente, só é possível resolver os litígios relativos aos de condomínio. Será que a aplicação deste regime equivale à encargos de condomínio em dívida através de acções judiciais. proibição da transmissão da titularidade e da constituição da Trata-se de conflitos entre a empresa de administração de hipoteca relativa à fracção autónoma cujo proprietário não tenha condomínio, a qual reclama a liquidação dos encargos de pago os respectivos encargos de condomínio? Acho que não. No condomínio vencidos e não pagos, e o pequeno proprietário da regime da ambulatoriedade dos encargos de condomínio, sugerido fracção autónoma, que acha que não tem a responsabilidade de na versão inicial da proposta de lei, cria-se uma ligação necessária pagar as despesas de condomínio. Estes conflitos são uma realidade, entre a fracção autónoma e os encargos em dívida do proprietário da independentemente da definição, ou não, da norma do artigo 9.º. Tal fracção, o registo predial é a forma concreta dessa ligação, ou seja, como acabei de afirmar, estes conflitos só conseguem resolver-se através do acto de registo, os eventuais encargos em dívida do pela via judicial. proprietário da fracção autónoma são anexados aos encargos da fracção autónoma. Contudo, a implementação do regime de registo Qual é o efeito da caução? Caso haja disputas respeitantes ao não significa a proibição da transmissão da titularidade e da pagamento das despesas de condomínio, deve permitir-se que o constituição da hipoteca relativa à fracção autónoma cujo proprietário venda a sua fracção? Em caso afirmativo, pode haver proprietário não tenha pago os respectivos encargos de condomínio. duas situações: primeiro, as disputas podem ser resolvidas pelo ex- Esta é exactamente a razão que levou ao abandono deste regime, proprietário ou pelo novo adquirente, mesmo depois da transmissão cuja implementação implica muito trabalho e não permite garantir, a do direito de propriedade da fracção. Segundo, procede-se à cem por cento, a liquidação dos encargos de condomínio vencidos e celebração da escritura pública de transmissão de direito de não pagos. Reparem que não é possível fazer a actualização das propriedade sobre a respectiva fracção autónoma, sob a condição de informações diariamente e, em consequência disso, surge o que o alienante preste uma caução em quantia adequada e suficiente problema da diferença temporal na actualização dos dados, assim, o para resolver o litígio decorrente dos encargos de condomínio em potencial adquirente de fracção autónoma tem de pedir informações dívida. Tal como é evidente, o alienante que vende o apartamento à empresa de administração de condomínios. Foi por causa disso pelo preço de doze milhões de patacas, por exemplo, não se importa que sugerimos a eliminação da norma do regime de registo, pois de prestar uma caução de cem mil patacas, quantia essa que será penso que este regime não equivale à proibição da transmissão da devolvida ao mesmo caso venha a constatar-se essa necessidade no titularidade e da constituição da hipoteca relativa à fracção final do processo judicial. Tal como se pode verificar, a criação do autónoma cujo proprietário não tenha pago os respectivos encargos regime de prestação de caução pode contribuir para garantir a justiça de condomínio. Se estou enganado, espero que a Sr.ª Secretária me no tratamento do assunto, além de permitir a compra e venda dos corrija. Não há dúvida que foi com boa-fé que o Governo sugeriu a respectivos imóveis. A responsabilidade solidária representa o criação do regime de registo, pois este permite aos cidadãos obter último mecanismo destinado a assegurar o pagamento à empresa de informações consultando a página electrónica dos serviços administração predial, pelo menos parcialmente, dos encargos de competentes. Todavia, não há articulação automática entre a não condomínio em dívida, até ao limite máximo correspondente ao liquidação dos encargos de condomínio vencidos e não pagos e a

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 55 proibição da transmissão da titularidade e da constituição da Há uma outra questão que é a seguinte: deve ou não deve hipoteca. Este é o aspecto que queria ver esclarecido. Obrigado. assumir-se a responsabilidade? Qual é o montante e quantos anos? Dois ou três anos? Tudo isto não importa. Há pouco, houve um Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Mak Soi Kun. colega que manifestou a preocupação com a possibilidade de o potencial alienante não conseguir vender a sua fracção autónoma Sr. Deputado Mak: faça o favor de ser conciso na sua por causa das disputas relativas aos encargos de condomínio em intervenção, e de evitar repetir as mesmas ideias. Repare que já dívida. Posso dizer a esse colega que esse problema não acontece na estamos há duas horas a discutir a mesma questão. realidade, e que muitos apartamentos envolvidos nessas disputas se venderam sem problemas. O novo regime, que obriga o potencial Mak Soi Kun: Não vou fazer repetições. Vou apresentar novas adquirente (o qual pode necessitar urgentemente da casa para casar, ideias. Obrigado, Sr. Presidente. Como é sábio o Sr. Presidente! eventualmente porque a noiva está grávida) a averiguar a situação do pagamento dos encargos de condomínio, é que vai impedir as Sr.ª Secretária: transacções. É mais simples o processo previsto na legislação em vigor, que respeita o princípio do utilizador-pagador. No caso de o Tal como o Sr. Deputado Cheang Chi Keong, também vou proprietário de uma fracção autónoma não pagar as despesas de prestar atenção ao Parecer da Comissão Permanente. Na página 67 condomínio, move-se uma acção judicial para reclamar a liquidação da versão chinesa, no penúltimo parágrafo lê-se o seguinte: “Por da respectiva dívida, o que não impede a transmissão do direito de outro lado, há quem entenda que a introdução da responsabilidade propriedade do apartamento. Com a introdução da responsabilidade solidária poderá tornar o processo de restituição mais complicado. O solidária, multiplica-se o número de acções judiciais, tal como proponente entende que o regime de responsabilidade solidária não expliquei há pouco. Além disso, volto a chamar a atenção, para uma vai trazer trabalho extra para o credor no processo da restituição de opinião que já apresentei repetidamente e para a qual ainda não crédito. (…) antes pelo contrário, vai aumentar a possibilidade de obtive uma resposta do Governo, para o facto de os alienantes não restituição do crédito”. Não acredito nesta previsão do proponente. terem de ser indivíduos que não pagam os encargos de Antes da introdução da responsabilidade solidária, a empresa de condomínio… administração de condomínio precisa de mover acção judicial contra o ex-proprietário que não liquidou os encargos de condomínio Presidente: Vamos pedir ao Governo para responder, está bem? vencidos e não pagos. Com a introdução da responsabilidade Muitos deputados apresentaram perguntas e ainda não demos solidária, o novo proprietário que pagou os encargos de condomínio oportunidade aos Srs. Membros do Governo para se explicarem. em dívida pelo ex-proprietário, por causa da necessidade urgente de casa, pode deixar de pagar as despesas de condomínio, ressentido Mak Soi Kun: Apresentei novas ideias sobre a venda de com a injustiça que o levou a sofrer prejuízos económicos. Nessa fracções autónomas. situação, a empresa de administração predial precisa de propor uma outra acção judicial para reclamar o pagamento das despesas de Presidente: Percebo. O Sr. Deputado Mak já expôs essas condomínio pelo novo proprietário. Segundo a norma da mesmas ideias anteriormente, de forma repetida. Sr.ª Secretária responsabilidade solidária, o adquirente da fracção autónoma Chan, faça o favor de responder às perguntas. responde solidariamente com o alienante pelos encargos de condomínio vencidos e não pagos da mesma fracção autónoma, até Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: Sr. ao limite máximo correspondente ao valor em dívida relativo ao ano Presidente: de transmissão do direito de propriedade e ao ano imediatamente anterior. Assim sendo, a empresa de administração de condomínio Queria pedir ao Sr. Director Liu para responder às perguntas. continua a ter necessidade de reclamar, por via judicial, o pagamento dos encargos de condomínio em dívida pelo ex- Director dos Serviços dos Assuntos de Justiça, Liu Dexue: proprietário. Se o novo proprietário não quiser assumir a respectiva Agradeço as preciosas opiniões dos Srs. Deputados. responsabilidade solidária, haverá então necessidade de propor uma terceira acção judicial para reclamar o pagamento. Esta é a razão Durou mais de duas horas a discussão sobre esta norma, e os Srs. pela qual afirmamos que a introdução da responsabilidade solidária Deputados exprimiram opiniões diferentes sobre a intenção pode tornar o processo de restituição mais complicado, levando ao legislativa e o conteúdo da proposta de lei. Houve deputados que aumento das acções judiciais de uma para três. Espero que o criticaram fortemente o artigo e o objectivo legislativo subjacente à Governo analise o assunto na perspectiva dos cidadãos, sua elaboração, e um ou dois deputados censuraram o meu trabalho. aproximando-se da realidade de Macau. Os residentes da RAEM Aceito as críticas com modéstia e sinceridade. Tanto nas reuniões da acham o novo regime muito complicado, e reivindicam que se Comissão Permanente, como no plenário de hoje, houve deputados respeite o princípio do utilizador-pagador. Não concordo com a que manifestaram preocupação com a possibilidade de a nova regra afirmação do proponente, constante do referido parágrafo do Parecer, prevista no artigo 9.º conduzir a grandes injustiças e complicar ainda de que a introdução da responsabilidade solidária não vai tornar o mais o assunto, levando a empresa de administração de condomínio processo mais complicado, antes pelo contrário, vai aumentar a a ter de reclamar o pagamento dos encargos de condomínio em possibilidade de restituição do crédito. Como é que se consegue dívida pelo ex-proprietário e pelo novo proprietário. Os Srs. reivindicar o dinheiro em dívida? Se o dinheiro tivesse sido Deputados, inclusivamente os membros da Comissão Permanente, reivindicado… isso teria sido feito. Há que definir um limite ainda são de opinião que esta nova norma vai encorajar o alienante a superior mais elevado para o Juízo de Pequenas Causas Cíveis, pois não pagar dois anos de despesas de condomínio, obrigando o esta é que é a estratégia efectiva que pode contribuir para resolver o adquirente a assumir a respectiva responsabilidade solidária. Ao problema. responder às perguntas dos Srs. Deputados, vou analisar, em primeiro lugar, a intenção legislativa subjacente à elaboração do artigo 9.º, para se ficar a saber qual a razão que levou à necessidade

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 56 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 de definir esta disposição legal. Penso que só percebendo muito bem fundamentos, a necessidade e os efeitos que podem ser produzidos o objectivo legislativo é que podemos saber se é indispensável e com a execução da norma da responsabilidade solidária. No que viável a norma prevista no artigo 9.º, bem como se a mesma se respeita aos fundamentos com base nos quais definimos a norma, os adequa à realidade de Macau. Julgo que só assim é que podemos encargos de condomínio são considerados como investimento para a emitir juízos objectivos sobre a política e a técnica legislativa manutenção e aperfeiçoamento das partes comuns do condomínio, respectivas. por exemplo, a substituição das peças dos elevadores, e o resultado é a valorização do edifício. Assim sendo, há razão para pedir ao É de saber que um dos objectivos principais do artigo 9.º é proprietário da fracção autónoma, que é o beneficiário do referido resolver um problema que existe na sociedade de Macau, a investimento, que pague os encargos do condomínio em dívida. No dificuldade em encontrar o indivíduo responsável pelo pagamento sistema continental, é vulgar a constituição deste tipo de obrigação dos encargos de condomínio em dívida, e esse objectivo foi aceite aditada ao objecto, isto é, o proprietário do objecto tem de assumir a pelo hemiciclo, quando aprovou na generalidade a versão inicial da responsabilidade relativa ao objecto. Esta é a chamada proposta de lei. É verdade que, na fase da apreciação na responsabilidade solidária, prevista no artigo 9.º em substituição do especialidade, foram introduzidos ajustamentos bastante grandes, e regime da ambulatoriedade dos encargos de condomínio, sendo este o regime da ambulatoriedade dos encargos de condomínio foi último parecido com a proibição da transmissão da titularidade e da substituído pela responsabilidade solidária. constituição da hipoteca relativa à fracção autónoma cujo proprietário não tenha pago os respectivos encargos de Em primeiro lugar, vou responder à primeira pergunta dos Srs. condomínio… claro que não são regimes iguais. É de saber que a Deputados. O regime da ambulatoriedade dos encargos de atribuição da responsabilidade solidária pode contribuir para condomínio, inicialmente proposto pelo Governo, é parecido, reforçar o respectivo direito creditório, e o devedor passa de uma embora não seja idêntico, com a medida adoptada pelo Governo de para duas pessoas. O novo proprietário da fracção autónoma Hong Kong, de proibição da transmissão da titularidade e da responde solidariamente com o alienante pelos encargos de constituição da hipoteca relativa à fracção autónoma cujo condomínio vencidos e não pagos da fracção autónoma, e tem o proprietário não tenha pago os respectivos encargos de condomínio. direito de reaver do ex-proprietário o reembolso total do que houver Qual foi a razão que levou o Governo a introduzir ajustamentos despendido. O Sr. Deputado Mak Soi Kun deu grande ênfase à significativos? A norma em causa tem por função fundamental importância do princípio do utilizador-pagador. Tal como expliquei facilitar a reivindicação dos encargos de condomínio em dívida. no plenário de ontem, é o usufrutuário que beneficia Então, qual é o objectivo dessa reivindicação? Os Srs. Deputados verdadeiramente dos serviços de administração de condomínio que devem prestar atenção ao facto de os encargos de condomínio terem assume a responsabilidade de pagar os respectivos encargos. implicações com os interesses de todos os proprietários do edifício, Reparem que se explicita, logo no n.º 1 do artigo 9.º, que o por isso, a norma não se limita a facilitar a vida à empresa de proprietário da fracção autónoma é responsável pelos encargos de administração de condomínio, a facilitar a reivindicação dos condomínio vencidos e não pagos dessa mesma fracção autónoma encargos de condomínio vencidos e não pagos, nem tolera o não até à transmissão do respectivo direito de propriedade. A atribuição pagamento dos encargos de condomínio pelos ex-proprietários da responsabilidade solidária ao adquirente de fracção autónoma através da atribuição de responsabilidade solidária ao novo serve apenas para reforçar o respectivo direito creditório, de modo adquirente. Está estipulado na versão inicial que o adquirente do que a empresa de administração do condomínio consiga receber os direito de propriedade sobre fracção autónoma é responsável pela encargos de condomínio em dívida. dívida dos encargos de condomínio dessa fracção autónoma sempre que o registo da dívida seja anterior à sua aquisição, Alguns deputados manifestaram a sua preocupação com a independentemente do facto de ter ou não conhecimento dessa possibilidade de a execução da nova regra do artigo 9.º conduzir a norma. Com a definição da norma da ambulatoriedade dos encargos grande injustiça para o adquirente de fracção autónoma e a de condomínio, depois da transmissão do respectivo direito de complicar ainda mais o assunto, levando a empresa de administração propriedade, a responsabilidade de liquidar as dívidas dos encargos de condomínio a ter de reclamar o pagamento, pelo ex-proprietário e de condomínio passa a ser do adquirente da fracção, não tendo este pelo novo proprietário, dos encargos de condomínio em dívida. No o direito ao reembolso do ex-proprietário, ao reembolso total do que respeitante à justiça, sugere-se, no artigo 9.º, a criação de um houver despendido. Este é o mecanismo jurídico da norma da conjunto de mecanismos para protecção do novo proprietário, ambulatoriedade dos encargos de condomínio. Tal como se pode nomeadamente a atribuição da obrigação, ao mediador ou agente verificar, o regime da ambulatoriedade dos encargos de condomínio imobiliário licenciado, à administração ou pessoa singular ou é diferente da medida adoptada pelo governo de Hong Kong, da colectiva designada para esse efeito pela assembleia geral do proibição da transmissão da titularidade e da constituição da condomínio, de facultar ao interessado, na aquisição de determinada hipoteca relativa à fracção autónoma cujo proprietário não tenha fracção autónoma, informação sobre a existência e o montante dos pago os respectivos encargos de condomínio. Neste último caso, os encargos de condomínio vencidos e não pagos dessa mesma fracção, advogados recusam-se a preparar a escritura necessária para a e a atribuição do dever profissional ao notário, público ou privado, transacção, caso constatem a existência de dívidas de encargos de de fazer a advertência de que a transmissão do direito de condomínio relativas à fracção autónoma sujeita a transmissão. Com propriedade implica para o adquirente a responsabilidade solidária a implementação do regime da ambulatoriedade dos encargos de com o alienante pelos encargos de condomínio vencidos e não pagos condomínio, o adquirente de fracção autónoma sofre prejuízos da fracção autónoma em causa, tendo o respectivo notário de económicos se não tiver tomado as devidas precauções. Com vista a assumir a responsabilidade civil pelo prejuízo económico causado aperfeiçoar o conteúdo do artigo 9.º, sugerimos a substituição da ao adquirente por causa do não cumprimento dessa obrigação norma da ambulatoriedade dos encargos de condomínio pela norma profissional. Quanto às regras destinadas a regulamentar esta da responsabilidade solidária, segundo a qual o alienante e o obrigação profissional dos notários, serão definidas nos diplomas adquirente assumem em conjunto a responsabilidade de pagar os legais a elaborar posteriormente. Além disso, a outra garantia encargos de condomínio em dívida. Vamos então analisar os constante do artigo em análise é a criação do regime de caução,

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 57 sobre a qual o Sr. Deputado Au Kam San debruçou a sua atenção há conteúdo, de modo a manter o equilíbrio dos interesses das várias pouco. Como se sabe, a criação deste regime não é uma grande partes. É nosso desejo que o regime que sugerimos criar seja um novidade. Segundo o artigo 9.º, quando exista qualquer divergência regime justo, viável, equilibrado e adequado à realidade de Macau. quanto ao montante dos encargos de condomínio vencidos e não Não preparámos esta proposta de lei à porta fechada e sem reflexão pagos relativos a fracção autónoma, o interessado na sua aquisição aprofundada. Antes pelo contrário, trocámos opiniões com os pode exigir ao proprietário a prestação de caução em quantia membros da Comissão Permanente, podendo encontrar-se no adequada e suficiente a acautelar o seu direito eventual contra o Parecer que a mesma elaborou uma descrição pormenorizada sobre proprietário, e a proposta de lei não estabelece limites quanto à a intenção legislativa subjacente à norma em causa, e sobre o respectiva quantia. conteúdo do regime em questão. Seja como for, é importante a adesão dos Srs. Deputados aos fundamentos que apresentámos. Na perspectiva dos efeitos que o regime em causa deve produzir, Esperamos que os Srs. Deputados apoiem este regime, votando a não acho que a introdução do regime de responsabilidade solidária favor da sua aprovação, de modo a resolver este problema que existe encoraje o ex-proprietário a não pagar as despesas de condomínio. no território. Pelo contrário, na inexistência deste regime, o alienante tem mais facilidade em vender o seu apartamento antes de pagar os encargos Há pouco, o Sr. Deputado Vong Hin Fai focou a atenção na de condomínio em dívida, sem o adquirente e a empresa de forma adoptada para o cumprimento, pelo advogado, da obrigação administração de condomínio terem conhecimento do facto. de fazer a respectiva advertência, na celebração do contrato- Reparem que esta situação ocorre frequentemente em Macau, pois promessa de compra e venda de fracções autónomas de edifícios em muitos proprietários compram imóveis para especulação, e alguns construção. Na minha interpretação, o advogado serve como deles são indivíduos do exterior, portanto, não moram nas fracções testemunha na celebração do contrato-promessa de compra e venda. adquiridas, nunca participam nas reuniões da comissão de Quando o advogado desempenha a função de notário privado, tem a condóminos e nunca pagam as despesas de condomínio. Com a obrigação de fazer a referida advertência na preparação da criação deste mecanismo jurídico, o alienante não terá a mesma respectiva escritura. É claro que não estão em conflito a obrigação facilidade em vender o seu apartamento sem pagar os encargos de de ser testemunha e a obrigação de fazer a advertência, nem as duas condomínio em dívida. Este é o efeito que se pretende produzir com obrigações se impedem uma à outra. Normalmente, os notários a criação do regime de responsabilidade solidária. Reparem que se privados são também advogados. Ao cumprir as funções de sugere criar no artigo 9.º muitos mecanismos para proteger os advogado na realização dos trabalhos preliminares relativos à interesses do adquirente de fracção autónoma, tendo o alienante transmissão da fracção autónoma, o advogado tem a obrigação de poucas oportunidades de se livrar da sua responsabilidade de informar a parte sobre a viabilidade da lei e dos factos… na liquidar as dívidas dos encargos de condomínio. Esta norma não realidade. Já gastámos muita energia na análise da execução desta visa encorajar o adquirente a aguardar mais de dois anos, atendendo norma, e trocámos muitas opiniões de natureza técnico-legislativa ao facto de o alienante poder ter encargos de condomínio em dívida, com a assessoria da Assembleia Legislativa. com um limite máximo até um ano e alguns meses. Alguns deputados manifestaram a sua preocupação com a possibilidade da O Sr. Deputado José Maria Pereira Coutinho sugeriu a multiplicação das acções judiciais, depois da introdução do regime atribuição, ao alienante, da obrigação de prestar uma declaração de responsabilidade solidária, mas julgo que não há razão para essa sobre a situação do pagamento dos encargos de condomínio da preocupação. fracção autónoma. Ora, dum modo geral, o adquirente procede, na fase inicial da transacção, à averiguação da eventual existência de A criação de um conjunto de mecanismos, nomeadamente o encargos em dívida. Não dependerá, apenas, duma declaração mecanismo que consiste na atribuição da obrigação profissional aos unilateral, não é? Normalmente, o adquirente pede informações à notários públicos e privados, de fazer a advertência de que a empresa de administração de condomínio através do agente transmissão do direito de propriedade implica para o adquirente a imobiliário ou do advogado… geralmente, recorre-se a esta forma responsabilidade solidária com o alienante pelos encargos de para apurar a situação. Em caso negativo, a proposta de lei exige condomínio vencidos e não pagos da fracção autónoma em causa, também ao alienante que faça uma declaração sobre a existência de sempre que intervenha na celebração de contrato-promessa de encargos em dívida, e as partes podem então iniciar as negociações. transmissão de direito de propriedade sobre fracção autónoma, e na Se o adquirente tiver dúvidas, pode exigir uma caução ao alienante. celebração de escritura pública de transmissão de direito de propriedade sobre fracção autónoma, fará com que o adquirente Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Tong Io Cheng. fique alerta em relação à existência de encargos de condomínio vencidos e não pagos relativos à fracção autónoma que quer Tong Io Cheng: Obrigado, Sr. Presidente. Agradeço as comprar. Estes mecanismos contribuirão para a empresa de explicações dos Srs. Membros do Governo. administração de condomínio conseguir receber as despesas de condomínio e para garantir o normal funcionamento dos edifícios de Reitero que apoio a proposta de lei, porém, estou contra a norma Macau. Elaborámos esta disposição com base na versão inicial, com da ambulatoriedade dos encargos de condomínio, isto é, do regime o intuito de dar resposta aos pedidos apresentados pela sociedade que consiste na criação de uma ligação entre a fracção autónoma e civil de Macau. Sublinho que não fechámos a porta para construir a os encargos em dívida do proprietário da fracção. Como se sabe, na carroça, ou seja, não definimos a norma afastando-nos da realidade versão actualizada em discussão foi substituída a norma da do território. Na família dos sistemas jurídicos de raiz continental, o ambulatoriedade pela norma da responsabilidade solidária, assumida sistema jurídico de Singapura é o mais próximo do da RAEM, além pela parte de forma voluntária, pois são-lhe dadas condições disso, Singapura é semelhante a Macau em termos de densidade suficientes para evitar os prejuízos económicos, nomeadamente demográfica, estrutura urbanística e habitação, por isso, as através da atribuição, a um conjunto de entidades, da obrigação de experiências de Singapura adequam-se à realidade da RAEM. Na facultar as respectivas informações. Esta é a razão pela qual entendo adopção do modelo de Singapura, procedemos a ajustamentos do

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 58 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 que o regime em análise merece o nosso apoio. Se for o regime da da RAEM chamaram a atenção para os problemas derivados da Lei ambulatoriedade, a natureza é tendencial. Não posso apoiar. de terras, e pediram ao Governo para não repetir os mesmos erros, e para dar importância à opinião da população. O público acha injusto Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Chan Mei Yi. obrigar o adquirente de fracção autónoma a assumir a responsabilidade pelas dívidas contraídas pelo alienante. Os Chan Melinda Mei Yi: Obrigada, Sr. Presidente. residentes recusam ficar com essa dívida, independentemente da designação dada a tal responsabilidade. Antes de terminar a minha Sr.ª Secretária, intervenção, volto a pedir a votação separada do n.º 3 do artigo 9.º. Obrigado. Srs. Membros do Governo: Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Au Kam San. Gostaria de dar seguimento à resposta de há pouco, do Sr. Director. Concordo com a implementação do princípio do Au Kam San: Obrigado, Sr. Presidente. Agradeço as utilizador-pagador no tratamento desta questão. Porém, gostaria de explicações dos Srs. Membros do Governo. pedir esclarecimentos sobre a responsabilidade assumida pelo advogado nos trabalhos preliminares relativos à transmissão da Não tenho dúvidas acerca da boa intenção do Governo ao fracção autónoma. Em Hong Kong, compete aos escritórios de sugerir a norma da responsabilidade solidária, boa intenção essa que advogados verificar, nomeadamente com a empresa de confirmámos depois de ouvir, há pouco, a resposta do proponente. administração predial, se o alienante já pagou todos os encargos de As explicações dos membros do Governo permitem-nos perceber condomínio em dívida, e se este já pagou ao Governo todos os todo o processo mental que conduziu à definição da norma, e quais impostos e contribuições relativos à fracção sujeita a transmissão. são os desejos dos dirigentes do Governo. Contudo, as estratégias Trata-se de uma questão da execução das normas previstas na para a concretização dos objectivos têm de produzir os efeitos proposta de lei, questão essa na qual foquei há pouco a minha desejados e a execução desta norma vai originar muitos problemas, atenção. Queria saber se os advogados de Macau também vão fazer por essa razão é que a discussão tem sido acesa no plenário de hoje. esse trabalho, tal como os advogados da RAEHK, para os cidadãos A meu ver, existe na proposta de lei um forte eclecticismo, que se de Macau poderem ficar descansados. É de referir que os residentes reflecte na atribuição de responsabilidade solidária a um conjunto de estão preocupados com a atribuição da responsabilidade solidária ao entidades. Estas regras não são razoáveis. O Sr. Deputado Tong Io adquirente de fracção autónoma e com o prazo máximo de dois anos. Cheng manifestou, há pouco, a sua oposição à norma da Com a execução desta norma, os cidadãos que compram imóveis ambulatoriedade dos encargos de condomínio. Pela minha parte, podem sofrer prejuízos económicos por razões inesperadas. Se o acho esta norma relativamente aceitável, visto que permite a Governo disser que o advogado tem a responsabilidade de verificar constatação clara das dívidas dos encargos de condomínio, e, assim, todas as dívidas referentes à fracção autónoma sujeita a transmissão, pode garantir-se a liquidação dos encargos de condomínio vencidos podemos ficar descansados. Obrigada. e não pagos relativos à fracção autónoma antes da transmissão do respectivo direito de propriedade. A nova norma prevista no artigo Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Mak Soi Kun. 9.º não permite a mesma clareza e conduz a confusões. Tenho tendência a apoiar o regime da ambulatoriedade dos encargos de Mak Soi Kun: Obrigado, Sr. Presidente. condomínio, pois, neste caso, as regras da brincadeira são claras. Se o potencial adquirente não desistir da decisão de comprar o imóvel, Os dirigentes do Governo da RAEM costumam visitar mesmo sabendo que há uma ligação entre essa fracção e os encargos Singapura. Será possível estabelecer uma comparação entre a de condomínio em dívida, então, assumirá toda a responsabilidade situação de Singapura e a de Macau? Em Singapura a política pelo pagamento desses encargos de condomínio vencidos e não habitacional é muito boa. Será possível implementá-la em Macau? pagos, e, sendo assim, fica completamente resolvido o problema do Gostaria de apontar que existem diferenças entre Macau e Singapura, não pagamento das despesas de condomínio. Não parece muito nomeadamente quanto ao contexto político, económico e cultural. difícil verificar a existência e o montante dos encargos de Em comparação com Macau, Singapura tem menos residentes a condomínio vencidos e não pagos das fracções autónomas, basta comprar habitação privada, uma vez que a política habitacional em pedir informações aos porteiros para ficarmos a perceber tudo. Singapura permite a concretização do objectivo “habitação para todos, bem-estar para todos”. Não sei se o Governo procedeu a uma Com a definição da norma da ambulatoriedade dos encargos de análise dos dados respectivos antes da elaboração da norma em condomínio, fornecem-se instrumentos ao potencial adquirente para discussão. Mesmo com a passagem do regime da ambulatoriedade este se proteger. Não concordo com o regime da responsabilidade dos encargos de condomínio para a atribuição da responsabilidade solidária, o qual pode encorajar o ex-proprietário a não pagar as solidária ao adquirente de fracção autónoma, não se altera a intenção despesas de condomínio. Percebe-se que esta minha afirmação tem do Governo, isto é, de reforçar o respectivo direito creditório, razão, imaginando uma cena em que o ex-proprietário diz ao novo atribuindo a responsabilidade de pagar as despesas de condomínio proprietário, sabendo este da existência de 3 anos de encargos de ao adquirente de fracção autónoma, criando a chamada nova via condomínio em dívida, que só precisa de assumir a responsabilidade para resolver o problema, ou seja, a resolução dos litígios por via solidária correspondente ao máximo de dois anos, e assim sendo, judicial. Esta é a razão pela qual peço ao Sr. Presidente a votação este paga-lhe a quantia correspondente à responsabilidade que separada do n.º 3 do artigo 9.º. precisa de assumir, de modo que o novo proprietário não sofra prejuízos económicos, uma medida que favorece o alienante, que O proponente sublinhou que a norma foi pensada com o intuito assim pode fugir ao pagamento das restantes dívidas. Esta norma de dar resposta aos pedidos da sociedade civil de Macau. Ora, o encoraja o não pagamento dos encargos de condomínio. facto é que apresentámos protestos a pedido dos cidadãos de Macau, que acham irrazoável o regime previsto no artigo 9.º. Os residentes

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 59

Todavia, durante a apreciação na especialidade na Comissão Também há problemas na execução da alínea 3) do n.º 2 do Permanente, o regime da ambulatoriedade dos encargos de artigo 9.º, que estipula que a administração ou pessoa singular ou condomínio não obteve o apoio dos deputados. Não percebo muito colectiva designada para esse efeito pela assembleia geral do bem como é que os colegas interpretaram este mecanismo. Reparem condomínio, tem a obrigação de facultar ao interessado a respectiva que a execução da norma da ambulatoriedade dos encargos de informação e as respectivas cópias. Reparem que não há, nesta condomínio não implica a proibição da transmissão da titularidade e disposição legal, referências sobre a empresa de administração de da constituição da hipoteca relativa à fracção autónoma cujo condomínio, o que conduzirá a problemas na execução da norma. proprietário não tenha pago os respectivos encargos de condomínio. Por razões históricas, algumas das empresas de administração Tal como disse há pouco o Sr. Vice-Presidente Lam Heong Sang, predial que prestam efectivamente serviços de administração de segundo a legislação em vigor, antes do pagamento de todas as condomínio nos edifícios de Macau não foram designadas para esse multas, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego não efeito pela assembleia geral do condomínio. O que se passa na permite o pagamento do imposto de circulação, o que significa que o realidade é que algumas dessas empresas foram contratadas pelos veículo fica proibido de circular. Da mesma forma, podemos exigir promotores comerciais de construção civil, há casos em que essas ao alienante a apresentação, ao notário público ou privado, de empresas transmitiram a responsabilidade de cumprimento do documentos comprovativos do pagamento dos encargos de contrato para outras empresas de administração predial, portanto, condomínio, no momento da celebração de escritura pública de não foram encarregadas de prestar os respectivos serviços pela transmissão de direito de propriedade sobre fracção autónoma. O assembleia geral do condomínio. Não sei se está previsto, no Governo pode definir uma norma jurídica, na proposta de lei ou contrato, a realização do trabalho mencionado na alínea 3) do n.º 2 noutras leis e diplomas legais, para isto, ou seja, definir a do artigo 9.º, por um lado, e por outro, se têm força jurídica a apresentação de documentos comprovativos do pagamento dos informação e as provas proporcionadas pelas empresas de encargos de condomínio como requisito a preencher para a administração de condomínios que não foram encarregadas da celebração da escritura pública de transmissão do direito de prestação dos serviços em causa pela assembleia geral do propriedade sobre fracção autónoma. Como se pode verificar, basta condomínio. Estas são as minhas perguntas sobre a alínea 3) do n.º 2 adoptar uma destas duas medidas (a criação do mecanismo da do artigo 9.º. ambulatoriedade dos encargos de condomínio ou a definição do requisito de apresentação de documentos comprovativos do A norma prevista na alínea 4) do n.º 2 do artigo 9.º prevê que, pagamento dos encargos de condomínio) para se poder resolver o quando exista qualquer divergência quanto ao montante dos problema. O Governo acha que há possibilidade de aceitar esta encargos de condomínio vencidos e não pagos relativos a fracção minha sugestão? autónoma, o interessado na sua aquisição pode exigir ao proprietário a prestação de caução em quantia adequada e suficiente a acautelar o Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Song Pek Kei. seu direito eventual contra o proprietário. Gostaria de saber quais são as consequências se a prova mostrada pelo adquirente para Song Pek Kei: Obrigada, Sr. Presidente. exigir a prestação de caução for passada por uma empresa de administração de condomínio que não tenha sido designada pela Sr. Director: assembleia geral do condomínio para prestar os respectivos serviços. Como na proposta de lei não há explicações claras sobre as Não tenho dúvidas acerca da boa-fé do Governo, ao definir esta situações relativas à operação em concreto, queria os respectivos norma. Estamos preocupados sobretudo com os problemas de esclarecimentos dos Srs. Membros do Governo. execução da norma, pois o conteúdo do artigo 9.º implica, de facto, muitas operações em concreto. Vou analisar, em seguida, os Ora, esta análise diz respeito aos artigos 9.º e 10.º. No que eventuais problemas no processo de implementação do regime. respeita ao artigo 10.º, intitulado “Fundo comum de reserva”, gostava de apontar para o facto de que o fundo comum de reserva O n.º 2 do artigo 9.º estipula claramente que o proprietário, o pode envolver uma quantia de valor bastante elevado, sobretudo no mediador ou agente imobiliário, a administração ou pessoa singular caso dos edifícios com mais de trinta anos. Contudo, o que acontece ou colectiva designada para esse efeito pela assembleia geral do em Macau é que, em muitos casos, nem a administração, nem a condomínio, têm a obrigação de facultar ao interessado, na empresa de administração de condomínio conhecem bem esse fundo, aquisição de determinada fracção autónoma, informação sobre a chega ao ponto de não saberem se existe. Porquê? Por causa da falta existência e o montante dos encargos de condomínio vencidos e não de intervenção do poder público. O ideal seria encontrar edifícios pagos dessa mesma fracção nos últimos dois anos, bem como, cópia dos órgãos administrativos… geridos por entidades de dos respectivos documentos comprovativos. Não percebo a razão administração. Lamentavelmente, o actual regime não obriga à pela qual o Governo atribui, na alínea 2) do n.º 2 do artigo 9.º, a constituição desses órgãos administrativos ou da assembleia geral do respectiva obrigação ao mediador ou agente imobiliário, o qual é condomínio. Quem se responsabiliza pela fiscalização das empresas responsável pelo tratamento dos assuntos relativos à compra e venda de administração fiscaliza também o montante do referido fundo de imóveis, e não pelos assuntos referentes à administração de comum de reserva. É de referir que o valor pode ultrapassar dez condomínios. A proposta de lei estipula que a administração tem a milhões de patacas, sobretudo nos casos em que existem várias fases obrigação de facultar a respectiva informação e as respectivas cópias e vários blocos. As disputas relativas ao fundo comum de reserva ao potencial adquirente de fracção autónoma, e não ao mediador ou implicam a necessidade de investigação criminal, nomeadamente, se agente imobiliário. Portanto, a administração pode não fornecer ao desaparecer dinheiro, pode alguém alegar que o montante não foi mediador ou agente imobiliário a respectiva informação e as cobrado, e quem defenda que foi, e há também situações em que se respectivas cópias, razão pela qual é difícil, para estes, cumprir essa pode justificar, de acordo com o contrato celebrado, que o montante obrigação. Queria saber quais são as consequências se o mediador foi cobrado. Mas no fim, onde é que está o dinheiro? Na altura da ou agente imobiliário não conseguir cumprir a referida obrigação. promulgação da Lei do salário mínimo para os trabalhadores de limpeza e de segurança na actividade de administração predial,

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 60 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 houve associações de proprietários que pediram à Polícia Judiciária negócios. Os negócios jurídicos. Não estou a falar de negócios para averiguar as respectivas contas, e a PJ recusou o pedido, especulativos. Ora, ontem cheguei a abordar este tema, e hoje repito. alegando que esse trabalho não lhe competia. Apelo ao Governo Isto, quanto ao n.º 3, do artigo 9.º, que impõe a responsabilidade ex para prestar maior atenção à necessidade de adoptar medidas nuovo, no nosso regime, ao comprador do imóvel. Porquê? Antes de eficazes que visem a prevenção de problemas com os fundos consagrar este regime, há uma questão prévia, pelo menos, para comuns de reserva, aprendendo com as experiências do Interior da mim. Eu coloco essa questão prévia: por que é que o órgão de China e de Hong Kong. As medidas tomadas no Interior da China administração do prédio não intentou uma acção judicial para cobrar são muito rigorosas, o adquirente de fracção autónoma precisa de o seu crédito? É assim tão difícil? Esta questão é muito importante, depositar uma quantia no banco indicado pelo Governo, e esse para termos uma ideia clara da opção legislativa que vamos tomar. dinheiro só pode ser aproveitado mediante a autorização das Já foi aqui repetidamente dito pelo Governo, ontem e hoje, que esta repartições administrativas para satisfazer objectivos… para evitar a lei não visa proteger as empresas de administração de prédios. Eu perda, a destruição ou a deterioração das partes comuns e para a aceito esta vossa afirmação, de boa-fé. Aceito de boa-fé. Não conservação e reparação dessas partes. Espero que o Governo estamos aqui a legislar para proteger essas empresas, esses considere a possibilidade de participar nos trabalhos de supervisão empresários comerciais - não é? – que se dedicam à administração dos fundos comuns de reserva dos edifícios privados da RAEM. dos prédios. Aceito isto de boa-fé. Mas, também gostaria de saber porque é que estas empresas, ou estes órgãos de administração, O n.º 5 do artigo 10.º estipula que a assembleia geral do conforme a situação concreta – se há, ou não há, um contrato de condomínio aprova as regras da gestão do fundo comum de reserva prestação de serviços – porque é que não intentaram uma acção e as despesas a efectuar pelo mesmo. A propósito desta norma, judicial, no Tribunal de Pequenas Causas, para cobrar um, dois ou tenho a seguinte dúvida: como se sabe, a conservação e reparação três meses do condomínio em falta? Porquê? Há algum estudo das partes comuns podem ser efectuadas regularmente ou com psicológico, sociológico, económico que foi feito para saber o urgência. Tomando como exemplo a situação de rebentamento de porquê desta situação tão absurda e tão caricata? E, agora, este órgão tubos de água, é urgente a realização das respectivas obras de que não foi diligente na cobrança do seu crédito, diligente devia de reparação, não se podendo esperar pela decisão da assembleia geral ser fai...choi, não quis meter uma acção no tribunal, que nem precisa do condomínio. Reparem que o incidente pode ocorrer durante a de advogado nas pequenas causas – não é? – e pede a um terceiro, madrugada, e é complicado se não forem aprovadas as respectivas que é o comprador, o pagamento de uma dívida de uma outra pessoa. despesas. Tendo em consideração o facto de que a norma prevista do Colegas, Deputado Fong Chi Keong, oiça, não só pede a dívida de n.º 5 do artigo 10.º pode ser inconveniente para as situações em que um ano, ou de um ano e poucos meses mais, como também os juros haja necessidade de realizar urgentemente obras de reparação, não de mora. E sabem V. Excelências qual é a sanção em caso de mora? sendo possível, nessas situações, esperar pela decisão da assembleia Se viesse aqui escrito “pedir em singelo”, aí, ainda sou capaz de geral do condomínio... é neste contexto que sugiro inserir, no comer. Agora, se o órgão de administração, nos termos da lei, exigir regulamento da gestão do fundo comum de reserva, a regra de que o dobro, se não me engano é o dobro, como sanção pela mora, acho as despesas destinadas à realização de obras urgentes para a isto aberrante. Aberrante porquê? Ele não exerceu o seu direito, que reparação das partes comuns possam ser efectuadas sem terem sido devia exercer, o seu direito de ir ao tribunal obter a cobrança do seu aprovadas, com antecedência, pela assembleia geral do condomínio. crédito. Ele foi negligente, sentou-se, cruzou os braços e as pernas, Depois da aprovação da referida regra pela assembleia geral do yam chá, comer, vinho tinto... muito bem. Não meteu a acção e pede condomínio, podem realizar-se imediatamente as obras de reparação ao… que comprou a fracção autónoma, o dobro... chuta para aqui o urgente, sempre que houver essa necessidade, não sendo preciso dobro. Quando se trata de opção legislativa, temos de ter ciente um esperar pela decisão da assembleia geral do condomínio. Será isto critério, que é a justiça, o que é equilibrado, o que é socialmente viável para dar resposta à realização de obras urgentes? Gostaria de exigível. Esta situação que eu coloquei, respondam-me se quiserem, ouvir a opinião das autoridades sobre esta sugestão que acabei de se não responderem também não há problema... O proprietário... o apresentar. Obrigada. órgão de administração foi negligente, não quis meter a acção no tribunal, no primeiro mês que faltou, no segundo mês que faltou, no Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Leonel Alberto Alves. terceiro mês que faltou... ao décimo segundo mês que faltou... tanto tempo! Não foi ao tribunal, e aqui em Macau nem é longe, é na San Leonel Alberto Alves: Sr. Presidente. Ma Lo, se não for no “Edifício Nam Tong”, será no Tribunal Judicial de Base, no antigo cinema “Nam Van”... aqui perto! Se Sr.ª Secretária e seus Colegas, tivesse que ir a Xangai, muito bem... mas é aqui perto! É este fenómeno sociológico que eu não percebo. Eu parto deste princípio E os meus Colegas, aqui da Assembleia: de boa-fé: isto não é para proteger os empresários da administração de prédios. Aceito isto como premissa. Se é assim, eu pergunto: Não tenciono fazer uma grande intervenção, porque já sei que o porque é que estes não meteram uma acção e… por exemplo, o que diploma vai passar e este artigo também. De qualquer maneira, comprou a fracção, paga também o dobro do condomínio em falta? gostaria de pedir alguns esclarecimentos para, no âmbito da Where is the justice? Questões de pormenor... Isto é para me facilitar, aplicação prática... porque eu sou operador do direito, vou usar esta depois… para aplicar a lei. Já sei que isto vai passar. O n.º 2 do lei futuramente e gostaria de ver algumas dúvidas esclarecidas. Mas, artigo 9.º refere que: ao interessado na aquisição... blá, blá, blá... antes disso, a passagem do regime, que foi aprovado na generalidade, Quem é este interessado? Parece-me que é importante clarificar... se o chamado “regime da ambulatoriedade”, para um outro regime, é não for na lei... se a lei não definir quem é este interessado... ao sem dúvida, uma opção legislativa. E, nessa opção legislativa, menos expliquem-me, a mim, no Plenário, para facilitar a minha pronto, cada um é dono da sua ideia, cada um tem as suas aplicação... a minha interpretação e aplicação deste diploma. Quem convicções e todos, em conjunto, queremos rumar para uma é o interessado? Interessado será aquele que nem sequer assinou o direcção que… é para o bem de Macau, para o bem da população de contrato-promessa? Fez um depósito de dez mil patacas, não assinou Macau, para a segurança dos negócios e para a estabilidade dos contrato nenhum... ele é interessado? Quem é o interessado? Ok?

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 61

Aqui não está clarificado e eu não sei... se basta ter pago dez mil Advogados, a impor essa obrigação aos advogados, de fazer esta patacas ou se é necessário que ele tenha assinado algum acordo diligência devida. E, se o não fizerem... civilmente responsáveis. preliminar ao contrato-promessa. Há três hipóteses: o interessado Logo, concordo com a opinião da Sr.ª Deputada Melinda Chan, que nem sequer pagou nada, ou pagou um bocadinho, dez mil quando diz que isto é matéria do foro particular. Isto é matéria do patacas; o interessado pode ser aquele que assinou um contrato- advogado com as partes. Se em Hong Kong se exige a intervenção promessa de contrato-promessa, ou um acordo preliminar; o de dois advogados, um a representar o comprador, outro a interessado poderá ser aquele que assinou já um contrato-promessa. representar o vendedor, em Macau isto não se exige. Então, a Quem é este interessado? Esta é a primeira questão. Segunda responsabilidade desse advogado é acrescida: de melhor proteger questão: este interessado tem direito à informação, está mais ou aquilo que o Sr. Deputado Pereira Coutinho disse, e bem, o menos aqui escrito que tem o direito à informação. O proprietário consumidor. Logo, tudo o que está aqui, com a excepção do n.º tem que a dar. E se não der? Quid iuris? Constituirá violação do 3...uma opção legislativa, tudo isto... advogado, notário... são contrato? Terá de pagar o dobro daquilo que houver recebido? Quid matérias em que o advogado deve intervir. iuris? Isto vai surgir na prática, convém sermos claros. Administração ou pessoa colectiva ou singular... e não sei o quê... Muito obrigado, Sr. Presidente. também têm de prestar esta informação. Pergunto: qual é o prazo para prestar esta informação? Aqui não diz. E se demorar seis meses, Presidente: Já estamos a discutir há três horas. Penso que um ano? Quid iuris? O proprietário pode não ter os comprovativos, precisamos de descansar trinta minutos, e comer uma sopa de fitas. os recibos, do pagamento do condomínio. É normal, a pessoa paga e É possível que o plenário de hoje só termine às duas ou três horas da o recibo deita fora, não arquiva. Tem, ou não tem, o direito de pedir madrugada, pois, até agora, ainda não votámos os artigos 9.º e 10.º. à administração do prédio para emitir uma declaração… aquilo que Depois do intervalo, vamos proceder à votação na especialidade o Deputado Pereira Coutinho disse, ao fim e ao cabo, é uma destes artigos, está bem? Os funcionários da AL já prepararam a declaração de quitação. Uma declaração de quitação: está tudo pago, sopa de fitas. Vamos comer na sala de descanso. Vamos fazer um nada em dívida. Tem, ou não tem, o proprietário, o direito de pedir à intervalo de trinta minutos. administração para emitir a declaração de quitação? Porque, eu... na terceira linha do n.º 2 deste artigo diz-se: sempre que o interessado o (Intervalo) solicite. Lá voltamos outra vez à questão: quem é o interessado? Este interessado inclui o próprio proprietário? Inclui o próprio Presidente: Srs. Deputados: mediador? E, sobretudo, não está clarificado qual o prazo legal para a administração prestar a informação. E se não prestar, quais são as Vamos continuar a reunião. Tem a palavra a Sr.ª Deputada Lei sanções? Que consequências em relação ao contrato-promessa já Cheng I. assinado, por exemplo? Haverá suspensão ou interrupção do prazo para o cumprimento do contrato definitivo? Isto é, haverá suspensão Lei Cheng I: Obrigada, Sr. Presidente. ou interrupção do prazo para a outorga da escritura pública do contrato de compra e venda? Que consequências podem advir? Esta norma é muito polémica, por isso, muitos colegas Caução... na resposta o Governo disse que a caução, o montante da expressaram as suas opiniões. Não tenho dúvidas de que foi boa a caução, tem de ser estabelecido mediante acordo entre as partes. intenção do Governo ao definir esta norma, com vista a resolver os Pergunto: e se não chegarem a acordo? Quid iuris? Tem de pagar o problemas. Tenho a sensação de que o regime não é suficientemente dobro daquilo que recebeu? Tem o direito à resolução do contrato? rigoroso ao nível operacional. Tendo muitos colegas feito a análise Qualquer opção legislativa é da responsabilidade do Governo. Mas dos problemas que podem ocorrer com a implementação do regime, digam, para, na aplicação prática, nós, operadores, termos uma visão não vou aqui repetir. Queria apresentar apenas a seguinte pergunta, clara e saber por onde caminhamos. Concordo com, salvo erro, a na esperança de obter uma resposta do Governo: há pouco, houve opinião da colega Chan Mei Yi e também de outros colegas. Acho colegas que pediram a votação separada do artigo 9.º, e houve que isto que está aqui, com excepção do n.º 3, que é uma aberração, colegas que pediram a votação separada do n.º 3 do artigo 9.º e também da norma para o notário... o resto que está aqui é uma Gostaria de saber qual é consequência da reprovação, na respectiva questão da responsabilidade do advogado. As pessoas quando vão votação separada, destas disposições legais. A meu ver, a ter com um advogado para fazer um contrato, que não é de compra e reprovação do n.º 3 do artigo 9.º, sobre a atribuição de venda de um par de sapatos, mas, para a compra e venda de um responsabilidade solidária ao alienante de fracção autónoma, implica imóvel... qual é a responsabilidade desse advogado? Não terá de necessariamente a eliminação do n.º 5 do artigo, que estipula que informar, esclarecer, fazer aquilo que se chama em inglês due compete ao notário fazer a advertência de que a transmissão do diligences? E se não fizer as due diligences, não será responsável? direito de propriedade implica para o adquirente a responsabilidade solidária com o alienante pelos encargos de condomínio vencidos e Srs. Deputados, não pagos da fracção autónoma em causa. A reprovação do artigo 9.º na votação separada, por sua vez, implica a eliminação da norma Membros do Governo: prevista no n.º 1 do artigo, de que o proprietário de uma fracção autónoma é responsável pelos encargos de condomínio vencidos e Eu lembro-me de... há muitos anos atrás, recebi, não sei se na não pagos dessa mesma fracção autónoma até à transmissão do qualidade de notário, se na qualidade de advogado, uma circular – respectivo direito de propriedade. Além disso, queria perguntar aos também já não me lembro, se da Associação dos Advogados, se da Srs. Membros do Governo se a reprovação do artigo 9.º conduz à DSAJ – a dizer aos advogados para terem cuidado com o seguinte: falta de clareza das normas correspondentes do Código Civil. Na quando vocês estão a tratar da compra e venda de um imóvel, peçam proposta de lei sugere-se a revogação de algumas disposições legais ao vendedor uma cópia dos recibos de água, luz, contribuição previstas no Código Civil, que dizem respeito às dívidas dos predial... nós temos esta obrigação! Façam o favor de emitir uma encargos de condomínio das fracções autónomas, bem como, aos circular, ou entrem em acordo, ou protocolo, com a Associação dos defeitos registados na estrutura da proposta de lei em discussão.

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 62 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日

Espero que as autoridades prestem os respectivos esclarecimentos… fracção a preço mais baixo, para compensar os encargos de em termos da técnica legislativa. Obrigada. condomínio em dívida. Como consequência disso, o Governo recebe um imposto do selo mais reduzido, ainda que a diferença possa ser Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Leong On Kei. apenas de mil patacas, como disse há pouco. Esta situação não pode acontecer em Hong Kong, onde os advogados de ambas as partes Leong On Kei: Obrigada, Sr. Presidente. verificam, antes da celebração da respectiva escritura pública, se Sr.ª Secretária, existem dívidas, nomeadamente dos encargos de condomínio. Os seres humanos são espertos. Penso que, depois da aprovação e da Caros Colegas: entrada em vigor da proposta de lei, a maior parte dos adquirentes escolherá colaborar com os alienantes na procura de mais interesses Os cidadãos de Macau em geral e os deputados à Assembleia económicos. Acabei de contar a minha experiência, que demonstra Legislativa em especial exprimiram muitas opiniões sobre esta que é difícil conseguir a liquidação dos encargos de condomínio norma. Penso que se devem esclarecer todas as dúvidas sobre esta vencidos e não pagos, por causa da grande lentidão da justiça. Não disposição legal, evitando futuras disputas, a necessidade de mais me atrevo a indicar qual é a disposição legal da proposta de lei que acções judiciais, e o desperdício de recursos públicos. Vou contar deve ser retirada. Peço simplesmente ao Governo para introduzir uma pequena história que se passou com a minha empresa de alterações, para aperfeiçoar a lei. Obrigada. administração de condomínio. Há dois anos, um proprietário vendeu a sua fracção autónoma localizada no edifício cuja assembleia geral Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Cheung Lup Kwan. do condomínio encarregou a minha empresa de administração predial de prestar serviços de administração de condomínio. Como Vitor Cheung Lup Kwan: Sr. Presidente, esse proprietário não tratou das formalidades relativas à transmissão da fracção autónoma através do nosso advogado, não tivemos Sr.ª Secretária, conhecimento da transacção, por isso, não pudemos aproveitar a oportunidade da transmissão do direito de propriedade da fracção Caros Colegas: autónoma para obrigar o proprietário a liquidar as dívidas dos encargos de condomínio e das despesas de água, de gás e de Apoiamos a proposta de lei elaborada pelo Governo, na electricidade. É de saber que esse indivíduo deve pagar o dobro das esperança de que a sua promulgação e execução possam contribuir despesas por causa da demora, estando sujeito a uma taxa de juro para resolver este problema que existe na sociedade de Macau. Nos anual de 9%, tal como o Sr. Deputado Alves disse há pouco. Só 7%? últimos dez ou vinte anos, algumas empresas de administração de Parece-me que é 9,75%. O que aconteceu foi que o referido senhor condomínios têm vivido com dificuldades, nomeadamente, por fugiu para o exterior, por estar envolvido em assuntos complicados, causa da fixação do salário mínimo para os trabalhadores de limpeza e eu não podia fazer outra coisa senão propor uma acção judicial e de segurança na actividade de administração predial. E é difícil contra esse tal ex-proprietário para reclamar o pagamento das recrutar porteiros. Os porteiros são normalmente idosos com poucas despesas em dívida… o que foi possível porque a quantia envolvida capacidades, que passam o tempo a tomar as suas refeições quando ultrapassa cem mil patacas. E foi isso que fiz há dois anos. Passados estão de serviço. É natural que haja necessidade de ajudar essas dois anos, até é possível que o tal ex-proprietário já tenha voltado empresas a resolver o problema do não pagamento das despesas de para Macau mais rico, mas o processo ainda não foi julgado pelo condomínio, de modo a garantir a sua sobrevivência. A razão que tribunal. Talvez eu ainda precise de esperar mais dois anos para leva os proprietários a não pagar os encargos de condomínio é poder ver a sentença emitida pelo tribunal. Nós temos o nosso normalmente a insatisfação com a qualidade dos serviços de escritório de advogados, que nos avisa quando sabe que os administração de condomínio, nomeadamente com os trabalhos de proprietários dos edifícios, cuja assembleia geral do condomínio limpeza e recolha de lixo. As pessoas das seitas também não encarregou a nossa empresa de administração predial de prestar costumam pagar os encargos de condomínio, o que conduziu à serviços de administração de condomínio, querem vender as suas falência de muitas empresas de administração predial. Observando fracções, o que não é nada mau. Mas nem todas as empresas de este contexto, percebe-se a razão que levou à definição das administração de condomínios dispõem deste mecanismo. Os respectivas normas. O facto é que nada tem a ver… as empresas de deputados à Assembleia Legislativa representam sectores diferentes. administração de condomínios não devem ser o alvo das críticas. Há Contei esta história para o Governo saber o que se passa na pouco, o Sr. Director disse que o notário tem de assumir a realidade. Seria bom se o novo proprietário me pagasse as dívidas responsabilidade civil pelo prejuízo económico causado ao dos encargos de condomínio, mesmo com o estabelecimento do adquirente por causa do não cumprimento da sua obrigação limite máximo de dois anos. É claro que esse novo proprietário pode profissional, de fazer a advertência de que a transmissão do direito sempre recusar cumprir a responsabilidade solidária. de propriedade implica para o adquirente a responsabilidade solidária com o alienante pelos encargos de condomínio vencidos e Passou-me há pouco uma ideia pela cabeça: se o alienante que não pagos da fracção autónoma. Se isto for verdade, o problema fica não pagou as despesas de condomínio baixar o preço da fracção resolvido. Ainda seria melhor se os advogados do alienante e do autónoma para compensar o prejuízo económico do adquirente que adquirente também assumissem a responsabilidade de averiguar se tem de assumir a respectiva responsabilidade solidária, as receitas existem dívidas de encargos de condomínio relativas à fracção que entram no erário público vão diminuir, pois quanto mais baixo é autónoma sujeita a transmissão. Espero que o Sr. Director nos diga o preço do imóvel em transmissão, mais reduzido é o valor do se os advogados têm a mesma responsabilidade civil. Se a resposta imposto do selo. Tal como o Sr. Deputado Chan Chak Mo disse há for sim, resolve-se o problema e já não é preciso discutir mais sobre pouco, ninguém pagará, certamente, as despesas de condomínio, as a proposta de lei, pois as empresas de administração de condomínios despesas de água, de gás e de electricidade, tendo conhecimento da poderão receber os encargos de condomínio em dívida quando o referida estratégia. Se o potencial adquirente gostar muito da fracção proprietário vender a sua fracção autónoma. O adquirente de fracção autónoma, facilmente se chega a um consenso para a venda da autónoma não sofrerá prejuízos económicos por causa de ter de

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 63 assumir a responsabilidade solidária. Com a criação do regime, ou pública de transmissão do direito de propriedade sobre a fracção seja, só depois do pagamento do sinal, correspondente a 10% do autónoma, os documentos comprovativos do pagamento dos preço do imóvel, depositado na conta bancária do escritório de encargos de condomínio. Nas reuniões destinadas à apreciação na advogados… de todas as dívidas relativas à fracção autónoma especialidade da proposta de lei, já explicámos que se trata de duas sujeita a transmissão… é que é possível a celebração de escritura situações distintas. No caso da aplicação de multa a um veículo pública de transmissão do direito de propriedade sobre a fracção motorizado, a existência da multa por pagar é provada pelo próprio autónoma, resolvem-se todos os problemas. Depois de depositado o poder público, ao passo que no caso de dívidas dos encargos de sinal na conta bancária do escritório de advogados, há um período condomínio, é preciso verificar se a cobrança desses encargos é de vinte ou trinta dias, no caso de Hong Kong é assim, no qual se legítima, questão que é foco de atenção no julgamento dos procede à avaliação da situação do pagamento dos encargos de respectivos processos no tribunal. Esta é a razão pela qual sugerimos, condomínio, e das outras despesas, da fracção autónoma. Só depois na versão inicial da proposta de lei, a criação do regime de registo. da liquidação de todas as dívidas relativas a essa fracção autónoma é Esta é a explicação que queria aqui deixar sobre este assunto. que é possível a celebração da escritura pública de transmissão do direito de propriedade. Gostaria de saber se é atribuída a mesma Concordo com a opinião apresentada há pouco por muitos responsabilidade aos advogados de Macau. Se a resposta for sim, colegas, de que o Governo não deve definir normas jurídicas que não percebo por que é que o Governo tem de avançar com esta impeçam a realização da transacção de imóveis. O que precisamos proposta de lei, transformando-se em alvo das críticas dos cidadãos de fazer é garantir o exercício do direito à informação em defesa dos de Macau em geral e dos deputados à Assembleia Legislativa em interesses do adquirente e do alienante de fracção autónoma. O especial. Se o notário ou o advogado deixar o alienante vender a sua Governo propõe a criação de um conjunto de mecanismos que visam fracção autónoma sem pagar os encargos de condomínio em dívida, o exercício do referido direito, cabendo ao adquirente e ao alienante assumirá a responsabilidade civil pelos prejuízos do adquirente e da fazer a escolha que entendam ser a mais correcta. Este é o princípio empresa de administração de condomínios. É de saber que os cumprido na proposta de lei. São preciosas as opiniões apresentadas advogados cobram muito dinheiro pelos seus serviços. Seja como há pouco pela Sr.ª Deputada Song Pek Kei, por exemplo, a quem é for, se estes profissionais tiverem essa responsabilidade, têm de a que as pessoas podem dirigir-se para aceder às informações cumprir rigorosamente. Com a criação deste mecanismo, o Sr. necessárias? De facto, acho que se devem esclarecer, ao pormenor, Director não precisa de pedir o apoio dos deputados. Tal como os aspectos relativos à execução da lei. Devemos, porém, contar afirmei há pouco, apoiamos esta proposta de lei elaborada pelo com os esforços dos operadores dos respectivos sectores para a Governo. Contudo, não podemos votar a favor das disposições resolução do problema. São estas as opiniões que queria apresentar. legais que nos suscitam preocupações e dúvidas. A criação do tal regime, segundo o qual o notário e os dois advogados têm de Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Fong Chi Keong. cumprir a referida responsabilidade, leva a que o alienante pague as dívidas dos encargos de condomínio antes de vender a fracção Fong Chi Keong: Obrigado, Sr. Presidente. autónoma. Neste momento, os notários não servem para nada. Não sei se os senhores já alguma vez foram à Santa Casa para um acto Srs. Membros do Governo: notarial: assinamos o documento perante dois idosos ali sentados, pagamos as despesas e acaba, desta forma, o acto notarial. Julgo que, A razão fundamental da discussão acesa sobre esta proposta de hoje em dia, é preciso uma maior solenidade do acto notarial, as lei é o problema da intenção legislativa subjacente à sua elaboração. testemunhas devem estar de fato e gravata. Na impossibilidade de se Acho ridícula a sugestão da criação do regime da ambulatoriedade criar o tal regime, no qual o notário e os dois advogados assumam a dos encargos de condomínio. Quem tem dívidas deve pagá-las. referida responsabilidade, o problema vai manter-se, mesmo que Pensam que é adequado e equilibrado passar a dívida a um terceiro sejam elaboradas muitas leis. Com a criação desse regime, não inocente? Acho que isto é polémico, não é? A norma da haverá grandes lacunas, visto que o sinal é depositado na conta ambulatoriedade dos encargos de condomínio… os chineses bancária do escritório de advogados e a transacção só terá lugar costumam ter a noção de que quem transgride as normas assume as depois das dívidas terem sido devidamente liquidadas. Não tenho respectivas responsabilidades, não é? Da mesma forma, quem goza nada mais a acrescentar. Espero que o Governo considere a minha dos serviços de administração de condomínio deve pagar os sugestão e defina normas razoáveis e mais convenientes para a respectivos encargos de condomínio, e, ao mesmo tempo, deve população, evitando as grandes complicações que se prevêem com responsabilizar-se pelos encargos previstos no artigo 7.º, não é assim? esta proposta de lei. Obrigado. Se eu contraí dívidas, não pode ser a Sr.ª Deputada Leong On Kei a pagá-las, ainda que ela tenha muito dinheiro. Dezenas de deputados Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Tong Io Cheng. apresentaram, no plenário de hoje, opiniões contra esta norma, o que revela a existência de problemas no respectivo objectivo legislativo. Tong Io Cheng: Obrigado, Sr. Presidente. A razão é simples: quem transgride as normas assume as respectivas responsabilidades, e quem contrai dívidas é responsável pelo seu Já duas vezes exprimi a minha opinião, não devo repetir-me, no pagamento. Não é justo que o proponente exija o pagamento das entanto, acho que há necessidade de esclarecer alguns aspectos. dívidas a entidades inocentes. Ao fazer isto, o Governo está a Tanto na discussão no seio da Comissão Permanente, como no encorajar os cidadãos a infringir a lei. Que proposta de lei é esta! A plenário de hoje, houve colegas que sugeriram a adopção da norma da responsabilidade solidária viola todos os princípios e é estratégia utilizada pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de extremamente injusta. Deve ficar envergonhado o proponente desta Tráfego, ou seja, não se permitir o pagamento do imposto de proposta de lei, a qual é problemática em qualquer parte do mundo. circulação do veículo motorizado antes da liquidação de todas as multas, o que significa que o veículo fica proibido de circular. Da Os vários Srs. advogados presentes entendem também que esta mesma forma, podemos exigir ao alienante a apresentação, ao previsão é irrazoável. Até eu, não sendo formado em direito, notário público ou privado, no momento da celebração da escritura constatei logo que esta lei tinha problemas. Não concordo com a

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 64 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 adopção do eclecticismo no tratamento do problema do não Já estamos a discutir há várias horas, e ainda não votámos pagamento das despesas de condomínio. Há muitas razões que nenhum dos artigos. Parece-me que muitos colegas exprimiram conduzem ao não pagamento dos encargos de condomínio. A opiniões sobre a norma da ambulatoriedade dos encargos de insatisfação com os serviços prestados é apenas uma das razões. condomínio, prevista na versão inicial da proposta de lei. Sendo Regista-se uma certa tolerância das empresas de administração de assim, penso que há necessidade de chamar a atenção desses condomínios, as quais permitem normalmente o atraso, de vários deputados para o facto de que a norma da ambulatoriedade dos meses, no pagamento das despesas de condomínio, e isto pode ser encargos de condomínio já foi substituída pela norma da negociado. Se só não foi pago um mês e o valor é pouco mais de mil responsabilidade solidária, tal como o Sr. Presidente Cheang patacas, a questão não é tão grave. De facto, também há essa afirmou há pouco. No Parecer elaborado pela Comissão Permanente tolerância nos restaurantes, quando alguns clientes não têm, no constam as razões que levaram a essa alteração. A questão é: já momento, por ser o fim do mês, dinheiro para pagar a conta. Há lemos o parecer? Eu não li as duzentas e tal páginas do Parecer, sempre situações inesperadas que levam à impossibilidade de se concentrei a minha atenção apenas na parte relativa ao artigo 9.º, proceder ao pagamento, não é? Reparem que os lucros das empresas que é a disposição mais polémica. Este parecer tem mais de não são reduzidos. Segundo o Sr. Deputado Chan Iek Lap, que foi duzentas páginas. Quem é que tem tempo para ler tudo? Não sei se o presidente da associação de proprietários do edifício onde mora, no Sr. Presidente Cheang chegou a ler todas as duzentas e tal páginas seu edifício há cerca de 5% de moradores que não pagam os do Parecer. De facto, dele constam explicações pormenorizadas encargos de condomínio, uma percentagem menor do que os 20% sobre a versão inicial e a versão actualizada do artigo 9.º. Contudo, que há pouco referi. O que se deve fazer é reclamar o pagamento das quem não tenha lido essas explicações, não conhece o respectivo despesas de condomínio da fracção autónoma pelo proprietário que conteúdo. Da mesma forma, quem não assume uma atitude aberta, goza efectivamente dos respectivos serviços, não se devendo atribuir tem dificuldade em aceitar as opiniões dos outros. Já desapareceu a a respectiva responsabilidade a um terceiro, não é assim? norma da ambulatoriedade dos encargos de condomínio. Não percebo por que é que há ainda colegas a focar a atenção nessa A compra e venda de imóveis é um outro assunto, é a mesma norma. Não concordo com a definição da norma da ambulatoriedade situação quanto ao cumprimento das respectivas responsabilidades dos encargos de condomínio. Esta norma encoraja o não pagamento pelo advogado. Devemos concentrar a nossa atenção no das despesas de condomínio, pois o adquirente de fracção autónoma comportamento de não pagar os encargos de condomínio, fica com a responsabilidade de pagar os encargos de condomínio comportamento este que não é correcto, pois os serviços de vencidos e não pagos da fracção autónoma registados antes da administração de condomínio foram prestados efectivamente… a respectiva transacção. De qualquer forma, na versão actualizada energia eléctrica e a água foram de facto consumidas. Trata-se de deixou de existir a norma da ambulatoriedade dos encargos de uma razão muito simples pela qual o proprietário deve assumir a condomínio. De facto, na sociedade de Macau existe esse problema, responsabilidade até ao fim. Estou contra a criação do regime da pois há muitos proprietários que não pagam as despesas de ambulatoriedade dos encargos de condomínio, que visa a atribuição, condomínio, e a equipa do Sr. Deputado Chan Meng Kam realizou a um terceiro, da responsabilidade de liquidar os encargos de muitos trabalhos destinados à resolução desse problema. Na minha condomínio vencidos e não pagos. A intenção legislativa subjacente opinião, foi com boa-fé que o Governo definiu a norma da à definição dessa norma é encorajar os proprietários a não pagar as responsabilidade solidária, o que se verifica com clareza lendo o despesas de condomínio. Não sei se o Governo sabe que há muitos Parecer. Penso que todos os colegas já exprimiram suficientemente inquilinos que começam a não pagar as despesas de condomínio as suas opiniões sobre este artigo, portanto, é altura de proceder à vários meses antes do termo do contrato de arrendamento, e a pessoa respectiva votação, caso contrário, vamos continuar a discutir sobre que sofre prejuízos económicos por causa disso não vai propor uma o artigo 9.º até à meia-noite. Os colegas que acham que a norma acção judicial, pois isso é complicado. O Governo da RAEM precisa prevista no artigo 9.º é a norma da ambulatoriedade dos encargos de de assumir as responsabilidades por este fenómeno, fenómeno este condomínio podem pedir a votação separada e podem votar como que não se regista em Hong Kong, onde, pouco tempo depois da quiserem. Obrigado. emissão do respectivo aviso pelo advogado, o executor aparece e expulsa o inquilino que não pagou a renda do imóvel arrendado. A Presidente: Srs. Deputados: mesma justiça não se regista em Macau, onde predomina o espírito de atacar os fortes e apoiar os fracos. Quais são as entidades Já estamos a discutir sobre o artigo 9.º há três horas e meia, consideradas fortes? O Governo, os comerciantes, os ricos, os aproximadamente, e todos os deputados já apresentaram, de forma grandes proprietários e os indivíduos aos quais foram concedidos suficiente, as suas opiniões. Não temos realmente muito tempo. Já terrenos, os quais são constantemente atacados, através da promoção não há novas ideias. Penso que devemos proceder à votação dos da caducidade dos contratos de concessão de terrenos. Em Hong artigos. Antes da votação, vou pedir à Sr.ª Secretária Chan para Kong há também muitos residentes que estão contra o Governo da responder às perguntas. Houve deputados que carregaram no botão? RAEHK. Volto a afirmar que esta norma é irrazoável. Se o Façam o favor de ser concisos nas intervenções. proponente ajudar os indivíduos que não cumprem a lei, definindo normas jurídicas injustas e assumindo uma atitude irresponsável, Cheang Chi Keong: Sr. Presidente: como é que podemos aceitar esse Governo? São estas as opiniões que queria exprimir. Pensava que o Sr. Presidente ia deixar os representantes do Governo responder primeiro. Queria chamar a atenção para um Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Tsui Wai Kwan. aspecto muito importante, que tem a ver precisamente com a sugestão apresentada há pouco por alguns colegas, de proceder à Tsui Wai Kwan: Obrigado, Sr. Presidente. votação separada do artigo 9.º. Tal como o Sr. Deputado Tong Io Cheng disse há pouco, a reprovação do artigo 9.º na respectiva Caros colegas: votação separada levará à reprovação de um conjunto de normas úteis. Não será melhor proceder à votação separada de todos os

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 65 cinco números do artigo 9.º? Se assim for, é muito provável que o Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: Sr. n.º 3 não seja aprovado, o que implica, porém, a necessidade de Presidente: introduzir alterações no n.º 5. Alguns Deputados propuseram a votação separada do artigo 9.º, mas não me lembro quem é que foi. Devido à limitação no tempo e no espaço, vou pedir ao nosso Ou se o Governo tem algumas sugestões, por exemplo, a votação assessor jurídico para responder às perguntas de uma forma concisa. separada de cada número do artigo 9.º, ou até de cada alínea. No Faça o favor. caso da reprovação do n.º 3 do artigo 9.º, deve considerar-se a reprovação simultânea do n.º 5, ou a necessidade de introduzir Chefia Funcional da DSAJ, Filipe Pereira: Quanto à primeira alterações nesse número. Esta é a chamada de atenção que queria questão, colocada pelo Dr. Leonel Alves, quem é o interessado? O fazer. interessado é o sujeito... que vai desde o simples interesse em adquirir... nós, aliás, falámos do interessado na aquisição… o que Presidente: Percebi a ideia do Sr. Deputado Cheang. O senhor tem um simples interesse na aquisição até ao adquirente. Portanto, disse o que queria dizer. em todas essas fases estamos a falar no interessado. Só quando existe um adquirente é que nós, então, fazemos uma diferenciação, Cheang Chi Keong: Se o Sr. Presidente tivesse dito isto mais nos termos do n.º 4. Porque o nosso artigo está cedo, não tinha eu a necessidade de gastar três minutos para fazer esquematizado… primeiro ao interessado. Esse interessado tem esta chamada de atenção. conhecimento das dívidas. O Dr. Gabriel Tong disse, quanto a nós, o fundamental. Após uma tomada de consciência de que existem Presidente: O Sr. Deputado Cheang não devia ter carregado no dívidas, ele faz uma opção: compra ou não compra. Então, no n.º 4 botão. Deixei-o falar por uma questão de respeito. O Sr. Deputado já aparece o adquirente. Portanto, esse interesse já se materializou. E, Ng Kuok Cheong foi o deputado que pediu a votação separada do portanto, nós defendemos sempre a vontade das partes. Quanto à artigo 9.º. Faça o favor de apresentar a sua opinião sobre a matéria prestação de informações, a nossa lei, no artigo 43.º, n.º 1, alíneas 18) em destaque. e 19), diz que estas pessoas têm: primeiro, a administração tem de disponibilizar a consulta e tem de, também, facultar cópia da Ng Kuok Cheong: Concordo com a votação separada de cada documentação. Portanto, o interessado ou o próprio proprietário ou número do artigo 9.º, de modo que possamos fazer a escolha de o agente podem pedir à administração a passagem destes forma sensata. documentos. Quanto à questão de não fazerem, senão... o que é que acontece se não cumprirem estes deveres de prestação de Presidente: Está bem. Antes da votação, todos os Deputados informação? Nós, neste âmbito, temos o artigo 219.º, do Código devem ter a noção de que o n.º 3 tem implicações com o n.º 5. Srs. Civil, que é a culpa na formação de contratos. E, segundo o artigo Deputados, façam o favor de pôr os óculos para ler bem o conteúdo 219.º, “Quem negoceia com outrem para conclusão de um contrato dos números 3 e 5 do artigo 9.º. Reparem que o conteúdo do n.º 5 deve, tanto nos preliminares como na formação dele, proceder tem a ver com a responsabilidade solidária do adquirente de fracção segundo as regras da boa-fé, sob pena de responder pelos danos autónoma prevista no n.º 3. Sendo assim, a reprovação do n.º 3 na (...)”. Portanto, o nosso Código Civil já responde a esta questão. respectiva votação separada levará à eliminação obrigatória do n.º 5. Quanto ao proprietário pedir um documento de quitação, que foi Espero que os Srs. Deputados percebam isto antes de procederem à também sugerido pelo Dr. Pereira Coutinho: sim, pode. Aliás o 43.º, votação. Já pedimos a opinião do Sr. Deputado Ng Kuok Cheong, e as alíneas que eu já citei, 18) e 19)... ele pode requerer à que foi o primeiro deputado a pedir a votação separada do artigo 9.º. administração que lhe seja passado um documento certificativo de Vou dar agora a palavra à Sr.a Secretária Chan, para as respectivas que não existe nenhuma dívida. Mas eu, quanto às dívidas, gostava explicações. de referir novamente: a opção é sempre do comprador, o comprador tem é que ter informação suficiente para tomar uma opção Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: equilibrada. Se ele tem todos os meios para tomar esta opção... Obrigada, Sr. Presidente. Agradeço as opiniões apresentadas pelos porque é que eu não posso adquirir uma fracção autónoma com Srs. Deputados. dívidas? Aliás, gostava também de referir, e sendo sucinto, que no nosso Código Civil já está prevista a transmissão de bens onerados Se se proceder à votação separada dos números 3 e 5 do artigo com dívidas e, se eu posso comprar um apartamento com uma 9.º, há que referir que mesmo que os números 1, 2, e 4 sejam hipoteca, e se tomo essa opção de livre e plena vontade, e consciente, aprovados, deixam de produzir efeito se os números 3 e 5 forem porque é que não posso comprar um apartamento com dívidas de reprovados. É só isto que queria dizer. condomínio? É que estão a acusar-nos de sermos inovadores. Nós... isto é apenas uma inovação em termos de lhe chamarmos Presidente: Está bem. Percebi. Vamos agora proceder à votação transmissão da dívida. O que existe aqui é uma transmissão de separada de cada número do artigo 9.º, de acordo com o pedido dívida. Transmissão de dívida essa assumida pelo comprador. actualizado dos Srs. Deputados. Vamos agrupar o n.º 3 e o n.º 5 na Quanto à questão de, se não chegarem a acordo, e às datas, nós, na votação separada, visto que a reprovação do n.º 3 leva à necessidade nossa proposta de lei... se não chegar a acordo quanto à prestação de de eliminar o n.º 5. Assim é mais simples. Houve mais deputados a caução e quanto à data... é a data que nós entendemos que deve ser carregar no botão? fixada pela parte. Portanto, a parte, quando se dirige à administração, deve dizer: eu preciso de um documento em um, dois, três dias. E, Leonel Alberto Alves: O Governo ainda não respondeu às portanto, é o interessado nessa informação que, perante a recusa de a minhas perguntas. prestar, também tem de tomar uma opção. Ou seja, vai agir ou não vai agir? Porque nós o que queremos sempre é que as partes Presidente: A quem colocou as perguntas? Ao Governo? O resolvam este conflito entre elas. Portanto, nós não fixamos nenhum Governo ainda não respondeu às suas perguntas? prazo legal. Entendemos que deve ser a parte interessada nesta informação que deve dar um prazo à administração para lha facultar.

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 66 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日

E, depois tem de tirar as devidas ilações, tanto ao nível da sua contratos, precisam de assumir a referida responsabilidade, cuja aquisição, como ao nível legal, da recusa de prestação de atribuição é feita tendo em consideração a situação em concreto e informação. E a questão da caução? A caução é exactamente o caso a caso. mesmo raciocínio. Ou seja, a prestação de caução pressupõe um acordo de vontades. Se um comprador não chega a acordo de Presidente: Muito bem. Srs. Deputados: vontades, para a prestação de caução, o que é que ele sabe? Sabe que se continuar a aquisição será, provavelmente, responsável Vamos, então, votar na especialidade o artigo 9.º da Secção I do solidário. Não principal.... responsável solidário por aquelas dívidas. Capítulo II. Vamos proceder à votação separada de cada número Muito obrigado. deste artigo, a pedido dos Srs. Deputados.

Presidente: Sr. Deputado Leonel Alberto Alves. Vamos agora votar o n.º 1 do artigo 9.º.

Leonel Alberto Alves: Eu não quero roubar tempo a ninguém. (Votação) Então, neste caso, se a administração... se o interessado fixa o prazo, não é? Então, convém estar escrito na lei. Por exemplo, na linha três, Presidente: Aprovado. do n.º 2: “A administração ou a pessoa singular... não sei o quê... sempre que o interessado o solicite, e que fixe o respectivo prazo Vamos agora proceder à votação do n.º 2 do artigo 9.º. para a prestação dessa informação...”. Senão, cai-se no vazio. Obrigado. (Votação)

Presidente: Sr.ª Deputada Song Pek Kei. Presidente: Aprovado.

Song Pek Kei: Sr. Presidente. Vamos agora votar os números 3 e 5 do artigo 9.º.

Obrigada, Sr. Presidente. (Votação)

Peço desculpa. Queria pedir às autoridades para explicarem, Presidente: Reprovados. Mesmo com o meu voto a favor da com mais clareza, a questão da responsabilidade de indemnizar aprovação desses números. pelos prejuízos económicos, mencionada há pouco pelo Sr. Assessor Jurídico. Trata-se de uma matéria de grande importância. Volto a Os números 3 e 5 do artigo 9.º foram reprovados. chamar a atenção para a possibilidade de o mediador ou agente imobiliário não conseguir cumprir a obrigação que lhe é atribuída na Vamos agora proceder à votação do n.º 4 do artigo 9.º. alínea 2) do n.º 2 do artigo 9.º, pela razão de que está disposto, na alínea 3) do n.º 2, que a administração tem a obrigação de facultar a (Votação) respectiva informação e as respectivas cópias ao potencial adquirente de fracção autónoma, não é o mediador ou o agente Presidente: Aprovado. imobiliário. Queria saber se o mediador ou agente imobiliário que não cometeu erros, mas que não conseguiu cumprir a sua obrigação Foram então reprovados dois números do artigo 9.º. por razões objectivamente existentes, tem de assumir a responsabilidade pela indemnização dos prejuízos económicos daí Vamos agora proceder à votação do artigo 10.º. decorrentes. Penso que há necessidade de esclarecer este aspecto. Caso contrário, ninguém quer ser membro da administração… e (Votação) também tem a ver com as numerosas funções da administração definidas no artigo 43.º. Sr.ª Secretária, se os referidos membros Presidente: Aprovado. tiverem de assumir a responsabilidade pela indemnização dos prejuízos económicos, por causa da impossibilidade de cumprir a Passamos, em seguida, à discussão na especialidade dos artigos respectiva obrigação, ninguém quer ser membro da administração. 11.º a 16.º da Secção I do Capítulo II da proposta de lei. Srs. Reparem que se esta for uma norma jurídica, a sua execução Deputados, façam o favor de apresentar as vossas opiniões. conduzirá a consequências muito graves. Sendo assim, acho que é necessário prestarem os devidos esclarecimentos. Tem a palavra o Sr. Deputado Mak Soi Kun.

Presidente: Srs. Membros do Governo, façam o favor de Mak Soi Kun: Obrigado, Sr. Presidente. responder às perguntas. Sr.ª Secretária: Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: Sr. Presidente: É claro que é permitida a afixação de tabuletas e reclamos na fachada das lojas localizadas no rés-do-chão dos edifícios, Vamos responder às perguntas de forma concisa. independentemente do tipo de actividade comercial à qual se dedicam. Contudo, segundo o artigo 11.º, a autorização para Director dos Serviços dos Assuntos de Justiça, Liu Dexue: afixação de tabuletas ou reclamos nas colunas que estão em frente às Em resposta às perguntas da Sr.ª Deputada Song Pek Kei, afirmo fachadas do rés-do-chão depende de deliberação da assembleia geral que só as entidades que não tenham cumprido, por razões do condomínio. Como se sabe, nos edifícios localizados nos NAPE subjectivas, a respectiva obrigação na celebração dos respectivos e na Rua da Praia do Manduco, as colunas em frente às fachadas do

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 67 rés-do-chão estão cheias de tabuletas e reclamos. A aprovação desta disposição legal vai levar à realização urgente de reuniões das Chan Melinda Mei Yi: Obrigada, Sr. Presidente. assembleias gerais de condomínio para tomarem decisões. Nos casos em que ainda não existe assembleia geral do condomínio, é Sr.ª Secretária, preciso pedir opinião aos proprietários, um por um. Seria bom haver um período de transição para a aplicação desta lei, para se demolir Srs. Membros do Governo: as tabuletas e reclamos ao fim desse período, que pode ser de um ou dois anos. A inexistência de um período de transição, com a duração Gostaria de pedir esclarecimentos sobre a execução da norma de um ou dois anos, para a aplicação das respectivas regras agrava prevista no artigo 11.º, intitulado “Afixação de tabuletas ou ainda mais a referida situação dramática, uma vez que é necessária reclamos”. Em primeiro lugar, queria saber se há necessidade de autorização da assembleia geral do condomínio antes da afixação de remover as tabuletas e reclamos que estão afixados nas colunas em tabuletas e reclamos nas colunas em frente às fachadas do rés-do- frente às fachadas do rés-do-chão, para voltar a afixá-las, uma vez chão. A propósito desta regra, gostaria de chamar a atenção para o obtida a autorização da assembleia geral do condomínio. Pois é fenómeno que se regista em Macau, para o facto de os residentes provável que, até à entrada em vigor desta lei, a afixação não seja não terem o costume de memorizar o nome das ruas. Por exemplo, autorizada pela assembleia geral do condomínio. Em segundo lugar, poucos cidadãos de Macau sabem que a San Ma Lou tem a gostava de pedir esclarecimento sobre os n.os 6 e 7 do artigo 14.º. designação de Avenida de Almeida Ribeiro. As pessoas só Está estipulado no n.º 6 que os condóminos que não tenham votado conhecem o Largo do Leal Senado, que é um dos símbolos mais favoravelmente a deliberação que aprovou a inovação - segundo a importantes de Macau. O Dr. Chan já uma vez disse que as ruas de proposta de lei, as deliberações são tomadas por votos que Macau eram reconhecidas pelos estabelecimentos comerciais nelas representem, pelo menos, dois terços do total do condomínio instalados, nomeadamente pelos consultórios dos médicos. Com a relativamente às obras nas partes comuns que constituam inovações proibição da afixação de tabuletas e reclamos nas colunas que estão - são obrigados a concorrer para as suas despesas, salvo se a recusa em frente às fachadas do rés-do-chão, os residentes vão sentir mais for tida judicialmente como fundada, ao passo que a norma prevista dificuldades quando quiserem encontrar as lojas, por exemplo, as no n.º 7 dita que se considere fundada a recusa quando as inovações lojas de sopa de fitas. Não tenho dúvidas acerca da boa-fé do tenham natureza voluptuária ou não sejam proporcionadas à Governo, de querer aperfeiçoar os respectivos regulamentos através importância do condomínio. Queria fazer duas perguntas sobre estas da definição desta norma. Gostaria, porém, de chamar a atenção normas: em primeiro lugar, queria saber quais são as inovações que para os impactos desta norma sobre as micro, pequenas e médias são consideradas inovações de natureza voluptuária, e, em segundo empresas. Não sei se a Administração Pública já procedeu a uma lugar, gostaria de perguntar qual é o processo que pode ser seguido avaliação disto. É esta a opinião que queria aqui exprimir. Obrigado. para as administrações reclamarem o pagamento das despesas para inovações. Pois, apesar de dois terços dos proprietários poderem Ho Ion Sang: Obrigado, Sr. Presidente. deliberar a favor, alguns podem ser contra, com a intenção de causar problemas. Espero que o Governo nos forneça informações sobre a Sr.ª Secretária, execução destas disposições legais. Obrigada.

Srs. Membros do Governo, Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Song Pek Kei.

Caros Colegas: Song Pek Kei: Obrigada, Sr. Presidente.

Queria pedir esclarecimentos ao Governo sobre as inovações Sr.ª Secretária: previstas no artigo 14.º da proposta de lei. O nosso gabinete recebeu bastantes queixas das administrações de edifícios, sobre as Queria apresentar algumas perguntas, no intuito de esclarecer disparidades nos pareceres da Direcção dos Serviços de Solos, alguns aspectos relativos à execução do artigo 11.º. Como se sabe, Obras Públicas e Transportes, a qual tem poder discricionário, sobre as fachadas dos edifícios e as colunas que estão em frente às o requerimento de mudança dos esgotos de PVC dos prédios. O que fachadas do rés-do-chão são consideradas como partes comuns dos acontece na realidade é que diferentes funcionários da DSSOPT têm edifícios, pertencendo a todos os proprietários das fracções interpretações diferentes sobre essas obras, alguns acham que se autónomas do edifício; e está também estipulado nesta norma que na trata de obras de reparação, ao passo que outros são de opinião de fachada da fracção autónoma situada no rés-do-chão podem ser que se trata de inovações, ora, isto perturba as administrações dos afixadas, nomeadamente pelos lojistas, tabuletas, reclamos ou edifícios, uma vez que a classificação dos funcionários da DSSOPT respectivos suportes e componentes, sem necessidade de autorização tem implicações no quórum, quer segundo a legislação em vigor, da assembleia geral do condomínio. Segundo a minha interpretação, quer segundo a proposta de lei. Trata-se de uma questão que tem a na definição desta norma teve-se em consideração a necessidade de ver com as operações em concreto. Gostava de perguntar ao apoiar as pequenas e médias empresas. Compreendo a intenção Governo se a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e legislativa subjacente à elaboração desta disposição legal. Contudo, Transportes vai elaborar orientações internas sobre a definição de tal como se pode verificar, a execução destas duas disposições legais obras de reparação e a definição de inovações, de modo a garantir a pode suscitar conflitos e disputas. Porquê? Porque pode convocar-se implementação efectiva do regime que se pretende criar mediante a uma assembleia geral do condomínio para autorizar a afixação de elaboração e promulgação da proposta de lei. Com a emissão dessas tabuletas e reclamos na fachada do edifício e, paralelamente, os orientações, as administrações dos edifícios ficarão a saber como é proprietários podem afixar tabuletas e reclamos na fachada e nas que o assunto deve ser tratado. Apresento esta pergunta na colunas de lojas situadas no rés-do-chão. Então, pode surgir uma expectativa de obter uma resposta do Governo. Obrigado. luta pelos locais para a referida afixação. Não sei se a regra é quem chega primeiro ou quem apresenta o requerimento mais cedo é que Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Chan Mei Yi. fica com o direito de afixar tabuletas e reclamos. Porque as colunas

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 68 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 em frente às lojas são também partes comuns do edifício. Esta é a lei, é sempre possível a assembleia geral do condomínio revogar primeira questão. autorizações concedidas para a afixação de tabuletas, reclamos ou respectivos suportes e componentes nas colunas em frente às A segunda questão diz respeito à remoção. Compete à fachadas do rés-do-chão e nas fachadas dos edifícios, por achar, por administração, mediante deliberação da assembleia geral do exemplo, que as tabuletas são demasiado brilhantes ou que as rendas condomínio, remover os reclamos afixados na fachada do edifício. são demasiado baratas. Reparem que existem sempre mecanismos Quanto aos reclamos afixados nas colunas em frente às lojas, a no Código Civil em vigor, e que a definição destas normas na administração tem ou não direito a removê-los? Trata-se duma proposta de lei se limita a ser uma tentativa de aperfeiçoamento dos deliberação da assembleia geral do condomínio. Ora, há duas formas mecanismos existentes, de simplificação dos procedimentos, e de de remoção: na primeira forma, a remoção tem lugar quando as lojas proporcionar um melhor ambiente de negócios aos comerciantes. ainda estão em funcionamento e isto pode provocar litígios. Pois, Portanto, não vale a pena grandes discussões sobre isto. A proposta como se pode remover os reclamos das lojas quando estas ainda de lei é muito rica em conteúdos, e é possível que eu não tenha dado estão a funcionar? Na segunda forma, a remoção tem lugar depois explicações, de forma detalhada, sobre todos os aspectos minuciosos, do encerramento das lojas, porque os lojistas não assumiram a na apresentação que fiz no plenário de ontem. A verdade é que há, responsabilidade de remover os reclamos afixados, deixando-os nesta lei, explicações sobre inovações de natureza voluptuária - a pendurados no ar e a cair. Neste caso, será possível a administração definição das inovações, a elaboração das instruções internas e a proceder, no âmbito dos procedimentos de emergência, à devida interpretação dos funcionários da DSSOPT são outra coisa – sobre remoção? Como as lojas já encerraram, a remoção dos reclamos não as regras referentes às reparações urgentes, nomeadamente sobre as prejudica ninguém. Nestas circunstâncias, é possível removê-los? entidades que têm o poder de mandar realizar reparações urgentes e Há necessidade de esclarecer estas questões, de modo a evitar as entidades responsáveis pelo pagamento das respectivas despesas. futuras disputas e acções judiciais. Como se sabe, as rendas dos Estes foram assuntos discutidos aprofundadamente nas reuniões da locais destinados à afixação de tabuletas e reclamos são caras, Comissão Permanente. Espero que os Srs. Deputados tenham tido muitos são alugados pelas administrações dos edifícios, e as conhecimento disso. respectivas receitas servem para pagar os encargos de condomínio. Na realidade, verificam-se muitos litígios relacionados com o direito Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Vong Hin Fai. de utilização dos espaços para a afixação de tabuletas e reclamos. Não sei se o Governo definiu mecanismos efectivos para prevenir e Vong Hin Fai: Obrigado, Sr. Presidente. resolver este problema. Se a resposta for sim, queria saber em que é que consistem esses mecanismos. Exma. Sr.ª Secretária,

Obrigada. Srs. Membros do Governo,

Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Chan Chak Mo. Caros Colegas:

Chan Chak Mo: Obrigado, Sr. Presidente. Queria pedir ao proponente explicações sobre o n.º 3 do artigo 11.º, no qual está disposto que as tabuletas ou reclamos referidos no Os colegas mostraram-se interessados no conteúdo e na número anterior apenas podem conter informações relativas à execução das normas referentes à afixação de tabuletas e reclamos actividade exercida na fracção autónoma, ao nome, firma ou marca, nas fachadas dos edifícios, incluindo as fachadas das fracções ao funcionamento e aos meios de contacto. Analisando os n.os 2 e 3 autónomas do rés-do-chão e as colunas em frente às fachadas do rés- do artigo 11.º em conjunto, percebe-se o seguinte: o proprietário, o do-chão, às inovações e às reparações urgentes. É claro que o usufrutuário ou promitente-adquirente, o detentor, com o Governo vai responder a estas perguntas. Que eu saiba, no Código consentimento do respectivo titular da fracção autónoma situada no Civil em vigor estão previstas normas que visam a regulamentação rés-do-chão, podem afixar, na fachada da fracção autónoma referida, destas matérias, com a excepção da norma de que na fachada de tabuletas ou reclamos com as informações indicadas no n.º 3 do lojas situadas no rés-do-chão podem ser afixados reclamos, sem artigo 11.º, sem necessidade de autorização da assembleia geral do necessidade de autorização da assembleia geral do condomínio. A condomínio. Queria perguntar ao proponente se as actividades intenção legislativa subjacente à definição, na presente proposta de mencionadas no n.º 3 do artigo 11.º se limitam às actividades lei, das normas sobre as matérias referidas, é precisamente a comerciais ou podem ser actividades de outra natureza, tais como… simplificação dos procedimentos, o aperfeiçoamento do ambiente de creches, serviços sociais, gabinetes de deputados à Assembleia negócios e a prevenção de disputas. Tal como se pode verificar, na Legislativa, ou associações privadas. Lendo o n.º 3 do artigo 11.º, proposta de lei são exigidos quóruns mais baixos para a aprovação fico com a sensação de que a regra diz respeito apenas às dos requerimentos pela assembleia geral do condomínio. O facto é actividades comerciais. Contudo, analisando o n.º 5 do mesmo que se exigem, na proposta de lei, quóruns mais baixos para a artigo, no qual está estipulado que o disposto no n.º 2 não é aplicável tomada das deliberações relativamente à autorização da afixação de aos casos em que a fracção autónoma é destinada a fins reclamos nas colunas em frente às fachadas do rés-do-chão e nas habitacionais ou a fins de estacionamento de veículos motorizados, fachadas dos edifícios. Espero que os colegas percebam isto. tenho dúvidas da minha primeira interpretação. Sendo assim, não sei Segundo a legislação vigente, a assembleia geral do condomínio tem se podemos chegar à conclusão que a norma prevista no n.º 3 do o direito de remover as tabuletas, reclamos e respectivos suportes e artigo 11.º diz respeito às fracções autónomas situadas no rés-do- componentes afixados nas referidas partes comuns dos edifícios sem chão que sejam aproveitadas para diferentes utilidades, ter sido obtida a respectiva autorização. A mesma regra permanecerá nomeadamente para a instalação de creches, asilos, complexos de no futuro. Espero que os colegas saibam que, no que diz respeito a apoio a toxicodependentes e outras instalações de serviços sociais, esta matéria, o Governo não pretende criar novas regras na proposta tal como mencionei há pouco, com a excepção de fins habitacionais de lei. Quer agora, quer depois da entrada em vigor da proposta de

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 69 e fins de estacionamento de veículos motorizados. Gostaria de ouvir de Macau, com as fachadas completamente cobertas de tabuletas e as explicações do proponente. reclamos, com ou sem autorização das assembleias gerais de condomínio. Em muitos casos, as tabuletas e reclamos afixados Obrigado, Sr. Presidente. ultrapassam o espaço das fachadas das fracções autónomas situadas no rés-do-chão… então, monta-se um banco ou um restaurante Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Leong On Kei. chinês. Há tabuletas e reclamos que ocupam dois ou três pisos. Penso que o Governo tem de supervisionar e acompanhar as Leong On Kei: Obrigada, Sr. Presidente. decisões tomadas pelas assembleias gerais de condomínio dos edifícios de Macau, muitas das quais são irrazoáveis. Há casos em Sr.ª Secretária, que a assembleia geral do condomínio cobra mensalmente duzentas e cinquenta mil patacas ao comerciante que afixa tabuletas e Srs. Membros do Governo: reclamos na fachada do seu edifício. Da mesma forma, os restaurantes precisam de pagar à assembleia geral do condomínio do A minha pergunta é simples. Queria saber se é preciso pedir edifício onde estão para conseguirem autorização para abrir, na autorização ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais para fachada do edifício, buracos para os exaustores. E todos os anos têm a afixação de publicidade nas colunas em frente às fachadas do rés- de pagar uma determinada quantia à assembleia geral do do-chão dos edifícios. Sei que quem quer instalar caixas luminosas condomínio, caso contrário, não se consegue a sua assinatura para a nas fachadas dos edifícios precisa de pedir a respectiva licença ao renovação anual da respectiva licença. Ao definir estas normas… o IACM. Como não se encontram, na proposta de lei, referências Governo deve prestar atenção ao facto de os responsáveis das sobre a necessidade de pedir autorização ao Instituto para os associações de proprietários estarem a agarrar-se a um poder Assuntos Cívicos e Municipais para a afixação de tabuletas e miudinho para mandar em tudo, actuando à toa. E nós não podemos reclamos, apenas há referências à necessidade de obter autorização fazer nada. A assembleia geral do condomínio actua a seu bel-prazer, da assembleia geral do condomínio, gostaria de pedir os respectivos e a sua deliberação tem toda a autoridade, mesmo que não respeite a esclarecimentos ao Governo. Como se sabe, quem passeia pelas ruas razão e desafie todas as normas e regras. Há, de facto, toda a de Macau depara-se certamente com cartazes colados nas colunas necessidade de o Governo reprimir este tipo de comportamento. A em frente às fachadas do rés-do-chão dos edifícios. Queria perguntar Sr.ª Deputada Song Pek Kei falou há pouco dos conflitos relativos à se, para isso, é preciso pedir a respectiva licença ao Instituto para os afixação de tabuletas e reclamos. Com efeito, em muitas disputas até Assuntos Cívicos e Municipais. se recorre à força. Não estou a mentir. No rés-do-chão do centro comercial onde está o Supermercado Parknshop, há muitas Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Fong Chi Keong. tendinhas a fazer negócio. Pedi ajuda aos serviços públicos competentes, e estes aconselharam-me a contratar advogado para Fong Chi Keong: Obrigado, Sr. Presidente. mover uma acção judicial. O facto é que os pequenos proprietários estão a actuar a seu bel prazer, sem respeitar as regras. E não há Srs. Membros do Governo: outra alternativa senão proceder à respectiva remoção.

No que respeita à instalação de tabuletas e reclamos, está Presidente: Srs. Membros do Governo, façam o favor de claramente estipulado, no n.º 2 do artigo 11.º, que na fachada da responder às perguntas. fracção autónoma situada no rés-do-chão podem ser afixadas tabuletas, sem necessidade de autorização da assembleia geral do Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: Sr. condomínio. Mas, podemos ver que em muitas fachadas dos Presidente: edifícios de Macau são afixados reclamos. Veja-se o exemplo do edifício construído por Lam Kam Seng, denominado Edifício Fu Passo a palavra à Sr.ª Subdirectora dos Serviços dos Assuntos de Chat Yuen, cujo parque de estacionamento é por cima do Justiça, Carmen Maria Chung, para responder às perguntas Restaurante Jin Yue Xuan… este está completamente fechado por colocadas pelos Srs. Deputados. Depois, os colegas da DSSOPT e tabuletas e reclamos. Não será isto uma violação da lei? O n.º 5 do do IACM vão fornecer mais informações. artigo 11.º não é aplicável aos casos em que a fracção autónoma é destinada a fins de estacionamento de veículos motorizados. Presidente: Façam o favor. Questiono o que se pode fazer em caso de incêndio. Os bombeiros terão muita dificuldade em apagar o fogo que se alastre num espaço Subdirectora dos Serviços dos Assuntos de Justiça, Carmen tão fechado. Talvez seja preciso remover primeiro as tabuletas e Maria Chung: Obrigada, Sr. Presidente. Obrigada, Sr.ª Secretária. reclamos que fecham este parque de estacionamento, para se poder tomar depois medidas para a extinção do incêndio. Esta forma de No que respeita à norma sobre “Afixação de tabuletas ou afixar tabuletas e reclamos é legal? Será que se pode actuar de reclamos”, estão previstos três tipos de situações: a afixação de qualquer maneira, sempre que se consegue a autorização da tabuletas ou reclamos na fachada da fracção autónoma, a afixação assembleia geral do condomínio? Esta é que permite a afixação de de tabuletas ou reclamos nas colunas que estão em frente à fachada tabuletas, reclamos e respectivos suportes e componentes na fachada do rés-do-chão, neste caso, as deliberações são tomadas por mais de do edifício para aumentar as receitas, para compensar o aumento das metade dos votos dos condóminos presentes e que represente pelo despesas decorrente da fixação do salário mínimo para os menos 25% do total do condomínio, e a afixação de tabuletas ou trabalhadores de limpeza e de segurança na actividade de reclamos na fachada do edifício, neste caso, as deliberações são administração predial. Como se sabe, as rendas dos locais tomadas por votos que representem mais de metade do total do destinados à afixação de tabuletas e reclamos são caras. Todavia, o condomínio. Tal como os Srs. Deputados afirmaram há pouco, a facto deste parque estar praticamente fechado causa muitos fachada do edifício é considerada como parte comum do edifício. problemas. E situações semelhantes registam-se em muitos edifícios Segundo o Código Civil em vigor, as deliberações são tomadas por

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 70 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 votos que representem dois terços do total do condomínio, No que respeita à afixação de tabuletas e reclamos…peço relativamente à autorização da afixação de tabuletas e reclamos na desculpa. De acordo com a Lei n.º 7/89/M, a afixação de mensagens fachada do edifício. Tendo em consideração a situação económica, publicitárias está sujeita a licenciamento prévio por parte do IACM, definimos a norma de que na fachada da fracção autónoma situada sendo as mensagens publicitárias definidas como mensagens que no rés-do-chão podem ser afixadas tabuletas e reclamos, sem visem dirigir a atenção do público para um determinado bem ou necessidade de autorização da assembleia geral do condomínio, serviço de natureza comercial, com o fim de promover a sua porém, o conteúdo destes reclamos e tabuletas está sujeito a aquisição. Se não for de natureza comercial, a licença emitida pelo regulamentação. Segundo o n.º 3 do artigo 11.º, no qual um IACM não é necessária. Sobre a necessidade da autorização da deputado focou a atenção há pouco, as respectivas tabuletas e assembleia geral do condomínio, com deliberações tomadas por reclamos apenas podem conter informações relativas à actividade votos que representem uma determinada percentagem do total do exercida na fracção autónoma, ao nome, firma ou marca, ao condomínio, de facto, mesmo com a autorização da assembleia geral funcionamento e aos meios de contacto. No n.º 5 do mesmo artigo do condomínio, e com as respectivas deliberações tomadas por votos há uma excepção, isto é, nos casos em que a fracção autónoma que representem uma determinada percentagem do total do situada no rés-do-chão não é destinada a fins habitacionais ou a fins condomínio… tal não significa que se pode afixar, de imediato, as de estacionamento de veículos motorizados, a afixação, na sua tabuletas e reclamos. Visto que há outra questão: por exemplo, se fachada, de tabuletas e reclamos não precisa da autorização da estiver em causa a fachada de um edifício próximo de um parque de assembleia geral do condomínio. Para além desses fins, quais são os estacionamento, há que, tal como referiu um Deputado, conseguir o outros? Por exemplo, referiu-se, há pouco, que um edifício pode consentimento da assembleia geral do condomínio, por votos que destinar-se a fins comerciais ou a fins industriais. Reparem que os representem mais de metade do total do condomínio. Na apreciação fins em questão não dizem respeito à natureza das actividades dos respectivos requerimentos, o IACM examina se as tabuletas e exercidas na fracção, mas sim à classificação da DSSOPT. reclamos que se pretendem instalar bloqueiam as passagens de emergência, se há necessidade de pedir licença à DSSOPT para a Em relação às tabuletas e reclamos já afixados, está prevista, de realização das respectivas obras, bem como, de pedir o parecer do facto, na proposta de lei, uma norma transitória, aliás, o artigo 68.º, Instituto Cultural nas zonas de protecção do património cultural. segundo a qual as tabuletas e reclamos já afixados e com licença Portanto, a autorização da assembleia geral do condomínio válida emitida pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais representa apenas um requisito fundamental. podem manter-se… a par de se poder obter a renovação da licença. As tabuletas e os reclamos que se encontram afixados nas partes O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais dispõe de um comuns de um edifício e que não têm licença válida emitida pelo mecanismo de fiscalização que visa a detecção das tabuletas e IACM são considerados ilegais. Além disso, devem respeitar as reclamos afixados nas fachadas dos edifícios sem licenciamento deliberações da assembleia geral do condomínio. prévio por parte do IACM. A observação dos dados relativos aos últimos cinco anos permite-nos constatar que, nesse período, foram Quanto à remoção das tabuletas e reclamos, afirmo que a emitidas em média, anualmente, oitocentas acusações contra a remoção de tabuletas e reclamos afixados nas partes comuns de um afixação ilegal de tabuletas e reclamos. É de saber que os casos de edifício deve ser realizada de acordo com a deliberação da transgressão são punidos com multa entre duas mil e doze mil assembleia geral do condomínio desse edifício. patacas. Se as tabuletas e reclamos ilegalmente afixados permanecerem durante um intervalo prolongado depois do São estas as explicações que tenho para dar. pagamento da respectiva multa, procedemos à sua remoção. Segundo os dados disponíveis, em 2015 e em 2016, registaram-se Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: noventa e sete casos e vinte e sete casos, respectivamente, de Agora, os colegas da DSSOPT vão fornecer mais informações. remoção, pelo IACM, de tabuletas e reclamos ilegalmente afixados. O que acontece na realidade é que a maioria das entidades Chefe do Departamento de Urbanização da Direcção dos responsáveis pela afixação ilegal das tabuletas e reclamos procura a Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, Lai Weng legitimação dos respectivos materiais publicitários, pedindo o Leong: Obrigado, Sr.ª Secretária. licenciamento ao IACM, e houve também entidades que mandaram remover as tabuletas e reclamos afixados sem licenciamento prévio Sr. Presidente: por parte do IACM.

Em resposta às perguntas apresentadas há pouco pelos Srs. São estas as informações que tenho para dar. Obrigado. Deputados sobre a distinção entre as obras de reparação e as inovações realizadas nas partes comuns dos edifícios, afirmo que a Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Chan Mei Yi. Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes não considera as obras de reparação como obras de inovação. É este o Chan Melinda Mei Yi: Obrigada, Sr. Presidente. esclarecimento que queria aqui deixar. Sr.ª Secretária, Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: Passo agora a palavra ao representante do IACM, para dar mais Srs. Membros do Governo: explicações sobre a necessidade de pedir autorização ao IACM para a afixação de tabuletas e reclamos. Nos termos da lei vigente, a afixação de tabuletas na fachada de edifícios exige o consentimento dos proprietários. Queria pedir Chefe dos Serviços de Ambiente e Licenciamento do IACM, esclarecimentos sobre a seguinte situação: se o lojista afixar uma Fong Vai Seng: Obrigado, Sr.ª Secretária. tabuleta na fachada da sua própria loja, é necessário o consentimento dos proprietários do edifício? Fui encarregada pelos

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 71 operadores do sector de perguntar o seguinte: o Governo pensou Subdirectora dos Serviços dos Assuntos de Justiça, Carmen nisto? Como existem em Macau muitas agências de mediação Maria Chung: Obrigada, Sr.ª Secretária. imobiliária que exercem as suas actividades em fracções autónomas não destinadas a fins comerciais, o Governo optou por adiar a data Tal como afirmei há pouco, segundo o Código Civil em vigor, da entrada em vigor da Lei da actividade de mediação imobiliária. as deliberações são tomadas por votos que representem dois terços Então, a entrada em vigor desta lei terá impacto para as tabuletas já do total do condomínio, relativamente à autorização da afixação de afixadas pelas agências de mediação imobiliária que mencionei? O tabuletas e reclamos na fachada do edifício. Esta norma jurídica Governo já ponderou sobre isto? Não sei. Porque não sei quais são continuará em vigor, caso o artigo 11.º seja reprovado. os fins das fracções autónomas onde se encontram essas agências de mediação imobiliária. No futuro, a execução desta lei terá impacto No que diz respeito às reparações urgentes, gostava de apontar para essas agências? O proponente deu conta desta situação aquando para o estipulado no artigo 15.º. Se forem situações urgentes e da definição da presente proposta de lei? É isto que queria dizer. indispensáveis, estas ficam isentas da autorização da assembleia Obrigada. geral do condomínio, mas devem ser situações especiais, que têm de satisfazer as condições definidas no artigo 15.º. Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Song Pek Kei. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Leonel Alberto Alves. Song Pek Kei: Obrigada, Sr. Presidente. Leonel Alberto Alves: Sr. Presidente: O Governo optou por recorrer a duas formas para tratar da afixação de tabuletas e reclamos nas fachadas do rés-do-chão e nas É só uma pequena achega. Em termos de redacção… se não terá fachadas dos edifícios, e isso vai ter impacto. Ora, de facto, há três alguma vantagem, no n.º 2 do artigo 11.º, dizer que na fachada da tipos de situações: na fachada do rés-do-chão, na fachada do edifício, fracção autónoma, situada no rés-do-chão, podem ser afixadas e na fachada dos centros comerciais que estão localizados entre as tabuletas, reclamos ou respectivos suportes e complementos... lojas do rés-do-chão e as fracções autónomas de pisos superiores depois diz, sem necessidade de autorização. Porém, o n.º 4 estipula destinadas a fins habitacionais. Tanto nas lojas localizadas no rés- uma situação que depende de autorização. Isto é, se o título do-chão, como nas lojas situadas nos centros comerciais entre o rés- constitutivo assim o disser. Ora, em termos de redacção e de leitura do-chão e os pisos superiores destinados a fins habitacionais, mais facilitada, se não devia fazer já uma referência no n.º 2, de que exercem-se actividades comerciais. Porque é que, no segundo caso, é sem prejuízo do disposto no n.º 4. Esta é a primeira achega. A a afixação de tabuletas exige o consentimento dos proprietários? segunda... n.º 2, alínea 3), detentor com o consentimento do Está em causa uma diferença de tratamento. Sr. Presidente, queria respectivo titular. Acho que teria vantagem dizer-se que é o pedir a votação separada do artigo 11.º. consentimento dado por escrito. Não sei se tem vantagem, ou não, mas, pelo menos, na aplicação do diploma, é sempre mais seguro ter Em segundo lugar, queria aproveitar a ocasião da discussão do um papel do que a prova oral deste consentimento. Muito obrigado. artigo 15.º, intitulado “Reparações indispensáveis e urgentes”, para voltar a pedir às autoridades uma resposta à pergunta sobre a Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: realização das obras de reparação indispensáveis e urgentes, Há pouco, o Sr. Deputado Leonel Alberto Alves sugeriu acrescentar pergunta essa que apresentei na discussão do artigo 10.º, intitulado no n.º 2 do artigo 11.º a seguinte expressão: “excepto na situação “Fundo comum de reserva”. O Governo ainda não respondeu à prevista no n.º 4 do mesmo artigo”. Como não terá impacto para o minha pergunta. Como se pode obter dinheiro para a realização de n.º 4, o Governo aceita a sugestão do Sr. Deputado Alves. reparações urgentes? Será possível recorrer à forma que se aplica à gestão do Fundo de Reserva Comum, para definir os procedimentos Presidente: Então, procede-se ao respectivo ajustamento na fase de requerimento de dinheiro para a realização de reparações da redacção final. urgentes… para lidar com o problema do financiamento? Espero que o Governo responda a esta questão. Obrigada. Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: Sim. É possível proceder ao ajustamento na fase da redação final. Presidente: Srs. Membros do Governo, façam o favor de responder às perguntas. Presidente: Há mais deputados que queiram exprimir opiniões? Se não há, vamos proceder à votação separada do artigo 11.º da Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: Secção I do Capítulo II, a pedido da Sr.a Deputada Song Pek Kei. Em resposta à pergunta da Sr.a Deputada Chan Mei Yi, afirmo que, Reparem que o Governo aceitou a sugestão do Sr. Deputado Leonel segundo o n.º 1 do artigo 68.º, as tabuletas, reclamos ou respectivos Alberto Alves, de inserir uma expressão no n.º 2 do artigo 11.º. suportes e componentes que se encontram afixados nas partes comuns de um edifício e têm, à data da entrada em vigor da presente Vamos agora proceder à votação do artigo 11.º. lei, licença válida emitida pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, podem continuar afixados e obter a renovação da (Votação) licença sem necessidade de cumprimento do disposto no n.º 1 do artigo 11.º. Isto quer dizer que tais tabuletas ou reclamos afixados Presidente: Aprovado. podem manter-se. A Sr.ª Deputada Song Pek Kei pediu há pouco a votação separada do artigo 11.º. Vou passar a palavra à Sr.ª Passamos agora à votação dos artigos 12.º a 16.º da Secção I do Subdirectora Chung, para explicar as consequências da reprovação Capítulo II. do artigo 11.º. (Votação)

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 72 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日

Presidente: Aprovados. especialmente aos pequenos proprietários, e ao tratamento dos riscos decorrentes da administração de edifícios. De facto, não é suficiente Passamos agora à discussão na especialidade dos artigos 17.º a obrigar, apenas, à aquisição de seguro de incêndio. Como se sabe, 21.º da Secção I do Capítulo II da proposta de lei. Srs. Deputados, existem, na RAEM, muitos edifícios velhos que não têm órgão de façam o favor de apresentar as vossas opiniões. administração ou cuja administração não funciona. E se houver lugar a quedas de cimento da fachada dos edifícios e houver feridos, Tem a palavra o Sr. Deputado Ho Ion Sang. é bastante complicado e difícil exigir indemnizações, quer aos proprietários, quer ao órgão de administração dos edifícios. Pelo Ho Ion Sang: Obrigado, Sr. Presidente. exposto, muitos órgãos de administração de edifícios de Macau desejam que o Governo tome como referência a experiência de Sr.ª Secretária, Hong Kong, criando um regime integrado de seguro do prédio contra vários tipos de riscos, de modo a garantir o pagamento de Srs. Membros do Governo, indemnizações às respectivas vítimas, em caso de acidentes. Para esses órgãos executivos, o ideal é as seguradoras acompanharem os Caros Colegas: assuntos em caso de acidentes.

Queria esclarecimentos do Governo sobre o disposto no artigo É verdade que está disposto no n.º 5 do artigo 17.º que a 17.º, intitulado “Seguros”. Esta norma prevê que é obrigatório o assembleia geral do condomínio pode determinar a contratação de seguro do prédio contra riscos de incêndio, mas não define o valor seguro contra outros riscos. O problema é que muitas vezes as mínimo do seguro. A par disso, não se prevê a obrigação das seguradoras não querem aceitar o pedido da administração dos seguradoras celebrarem, com o segurado, os contratos de seguro do edifícios, recusam-se a celebrar com estes órgãos executivos prédio contra riscos de incêndio, tal como acontece com a obrigação contratos de seguro contra outros riscos. Não sei se os Srs. Membros de celebração de contratos de seguro do veículo motorizado contra do Governo já trocaram opiniões com a Autoridade Monetária de terceiros. Assim, há associações de proprietários que não acreditam Macau sobre o tipo de seguro que as administrações dos edifícios muito nos efeitos que esta disposição pode produzir. Além disso, devem fazer. Não sei se isto já foi expressamente definido. Será que esta norma prevê que é obrigatório o seguro das fracções autónomas os pequenos proprietários podem, no futuro, comprar qualquer tipo e das partes comuns. Quais são as sanções no caso de violação desta de seguro? Esta é uma questão que tem a ver com a execução da norma? Espero que as autoridades dêem explicações norma em causa. Obrigada. pormenorizadas sobre estas matérias, de modo a esclarecer as dúvidas dos residentes. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado José Maria Pereira Coutinho. Como se sabe, as consequências dos incêndios nos prédios são graves, nomeadamente, as grandes despesas para as administrações José Maria Pereira Coutinho: Obrigado, Sr. Presidente. dos edifícios. Por isso é que, tanto na presente proposta de lei, como no Código Civil em vigor, há normas que ditam que é obrigatório o Sr.ª Secretária, seguro do prédio contra riscos de incêndio, normas que, na minha opinião, são indispensáveis. Acho que é importante a fixação do Srs. Membros do Governo: limite mínimo do capital seguro, de modo que as administrações dos edifícios recebam indemnização suficiente para a recuperação, Eu tenho uma dúvida sobre o artigo 18.º. Quanto ao título manutenção e reparação dos edifícios, depois dos incêndios. Espero executivo pelas dívidas. Ora, diz-se que contra o condómino ou que o Governo comente esta minha ideia. outra pessoa vinculada pela deliberação... eu queria saber o que é que se pretende atingir com “outra pessoa vinculada pela Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Leonel Alberto Alves. deliberação”? E porque não utilizar o termo constante do artigo... o n.º 4, do artigo 6.º, em que se fala do proprietário da fracção Leonel Alberto Alves: Sr. Presidente: autónoma? Porque é mais claro do que o condómino, isto pode ser mais abrangente. Seria muito melhor se estivesse assim redigido. É só uma pequena achega. O artigo 18.º, quando fala em cópia Esta é a minha primeira pergunta. A segunda tem a ver com o artigo das facturas vencidas, se... podem ser cópias simples ou pública- 19.º. Dá a entender que o Governo pretende que esse tipo de litígio forma? É que, hoje em dia, nos tribunais, é norma os juízes só seja resolvido de uma forma mais pacífica, mediante a mediação ou aceitarem públicas-formas. Na maioria dos casos, rejeitam as cópias arbitragem voluntária. Só que isto depende da vontade das partes e, simples, portanto, eu sugeria, em vez de cópia, talvez pública-forma também, da facilidade… em que o Governo se dispõe a fazer com das facturas vencidas. Isto vem, também, na linha daquilo que já que, de facto, existam mecanismos e instituições mais céleres... mais aprovámos na Lei da venda de bens futuros... exige-se também a baratos, porque contratar um advogado para ir aos tribunais é pública-forma dos contratos, das cartas de interpelação, etc. sempre mais oneroso e é muito mais complicado. Mas, acho que este artigo 19.º, meramente por lá dizer que é por mediação e Presidente: Tem a palavra o Sr.ª Deputada Song Pek Kei. arbitragem, é insuficiente. Manifestamente insuficiente. Acho que se devia fazer mais, no sentido de fomentar a mediação, fomentar a Song Pek Kei: Obrigada, Sr. Presidente. arbitragem voluntária para a resolução deste tipo de litígios. Gostaria de ouvir alguma coisa mais sobre esta matéria. Obrigado. Sr.ª Secretária: Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Ho Ion Sang. Quando se fala do regime de seguro, toda a gente presta atenção, porque é matéria que diz respeito aos proprietários de edifícios, Ho Ion Sang: Obrigado, Sr. Presidente.

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 73

de Macau têm partes comuns, tais como os elevadores e o lóbi. Sr.ª Secretária, Tanto para os pequenos proprietários, como para os inquilinos, é sempre bom ter mais garantias. Gostaria de partilhar aqui as minhas Srs. Membros do Governo: experiências desastrosas com os seguros, experiências que me deixaram com palpitações de terror, quando ouvi falar do seguro Queria também debruçar-me sobre o artigo 20.º, intitulado obrigatório. Não sei como é que isso vai ser aplicado! Os Srs. “Regulamento do condomínio”. No Parecer da Comissão Membros do Governo já trocaram opiniões com os dirigentes da Permanente pode ler-se o seguinte: depois da aprovação do Autoridade Monetária de Macau? É de saber que, na implementação regulamento do condomínio, no qual há cláusulas sobre as sanções do regime de seguro obrigatório, existem dificuldades em três pecuniárias para a inobservância das disposições do Código Civil planos: em primeiro lugar, como não existem regimes de seguro sobre propriedade horizontal, da presente lei, do regulamento do obrigatório noutros países e regiões do mundo, há poucas condomínio, das deliberações da assembleia geral do condomínio ou experiências para nossa referência. Em segundo lugar, muitas das decisões da administração, alguns membros da Comissão pessoas não gostam de ser obrigadas, isto é, a imposição leva à questionaram qual era a entidade responsável pela tomada da resistência. Penso que é melhor não impor essa obrigação, devendo decisão sobre a atribuição das respectivas sanções, como se ia antes explicar-se aos pequenos proprietários as possíveis assegurar a aplicabilidade das sanções, como é que se comprovavam consequências graves se não houver seguro do prédio contra riscos os actos de transgressão, e se era possível recorrer ao tribunal em de incêndio. Em terceiro lugar, as seguradoras cobram prémios caso de controvérsias. Para além disso, houve ainda membros da muito mais elevados quando os seguros são obrigatórios. Tentei Comissão que perguntaram quais eram os critérios para decidir negociar com as companhias de seguros, e estas aconselharam-me a sobre os comportamentos que deviam ser punidos e sobre a fixação contratar um actuário para analisar se o preço que ofereciam era de um limite superior para as sanções pecuniárias. Esses membros razoável. Afinal, os actuários estão vinculados às companhias de da Comissão Permanente chamaram a atenção para o facto de as seguros, portanto, defendem sempre os interesses das seguradoras. decisões tomadas no regulamento do condomínio relativamente à Isto é como jogar no casino. Qualquer que seja o tipo de jogo, quem atribuição das sanções podiam afectar a liberdade e a forma de ganha é sempre o dono do casino. Estou apenas a partilhar com os distribuição dos bens dos moradores do edifício, por isso, essas presentes as minhas experiências dolorosas. Ora, com a cláusulas têm de ser elaboradas com rigor e de forma detalhada. promulgação do Regulamento Administrativo intitulado “Seguro Caso contrário, depois de aprovado o regulamento do condomínio obrigatório de responsabilidade civil profissional dos prestadores de podem ocorrer duas situações: abuso de poder por parte da cuidados de saúde”, seis mil e tal profissionais de saúde de Macau administração, e o regulamento do condomínio apenas existir no tiveram de adquirir um seguro obrigatório, e, na altura, foram papel, pois a administração é impotente perante os pequenos grandes os esforços para se concretizar isso. Agora, trata-se de uma proprietários que infringem as normas e se recusam a pagar as obrigação a atribuir aos proprietários de todas as fracções sanções pecuniárias. Isto consta do Parecer da Comissão autónomas da RAEM, portanto, a questão é muito mais complicada. Permanente. Queria saber quais são as medidas concretas que o Governo vai adoptar para a implementação dessa política. Obrigado. A par disso, as associações de proprietários de muitos edifícios de Macau não aderem à ideia do regulamento do condomínio, pois Lam Heong Sang: Sr. Presidente: duvidam da sua aplicabilidade. Em que critérios se baseou a fixação de sanções e o montante das multas? Depois da elaboração do Faltam cinco minutos para as oito, ou seja, está quase na hora de regulamento do condomínio e da definição das sanções, como é que terminar o plenário de hoje. Penso que há necessidade de proceder à vai ser a execução? Os moradores questionam qual é a entidade votação sobre o prolongamento da reunião até à conclusão da responsável pela tomada das decisões sobre a atribuição das sanções, discussão e votação na especialidade da proposta de lei. quais as vias através das quais se podem apresentar reclamações contra essas decisões, e qual a entidade à qual os pequenos Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Leong On Kei. proprietários podem apresentar protesto contra o regulamento do condomínio quando o consideram irrazoável e contendo regras que Leong On Kei: Obrigada, Sr. Presidente. violam a lei. Espero que o Governo esclareça as minhas dúvidas, que têm a ver, em concreto, com a execução das normas jurídicas Sr.ª Secretária, em causa. Obrigado. Srs. Membros do Governo: Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Chan Iek Lap. Queria fazer uma pergunta modesta. O nosso objectivo é Chan Iek Lap: Obrigado, Sr. Presidente. transformarmo-nos numa cidade inteligente. A minha pergunta tem a ver com o número das fracções autónomas em relação às quais já Sr.ª Secretária, foi efectuado o seguro do prédio contra riscos de incêndio. Quantas fracções autónomas já adquiriram esse seguro? Por outro lado, Srs. Membros do Governo, gostaria de pedir esclarecimentos às autoridades sobre o n.º 5 do artigo 17.º, que estipula que a assembleia geral do condomínio pode Caros Colegas: determinar a contratação de seguro contra outros riscos… ao qual a Sr.ª Deputada prestou atenção há pouco. Queria pedir esclarecimentos sobre o artigo 17.º, intitulado “Seguros”, no qual está disposto que é obrigatório o seguro do Presidente: Srs. Membros do Governo, façam o favor de prédio contra riscos de incêndio, quer quanto às fracções autónomas, responder às perguntas. quer relativamente às partes comuns, pois quase todos os edifícios

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Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: Sr. Conservatória do Registo Predial, para consulta pelos potenciais Presidente: adquirentes das fracções autónomas. Se o Sr. Deputado Ho estiver interessado, posso entregar-lhe, depois da reunião, vários projectos Vou passar a palavra à Sr.ª Subdirectora Carmen Maria Chung, de regulamento do condomínio que trouxe para o plenário de hoje. para responder às perguntas sobre o seguro do prédio contra os O Sr. Deputado Ho pediu também informações sobre as vias através riscos de incêndio. Depois disso, o Sr. Director Liu e os assessores das quais se podem apresentar reclamações contra as decisões de jurídicos respondem às outras perguntas. aplicação de sanções. Tal como no caso da aplicação de penalizações pela Administração Pública, é sempre possível propor Subdirectora dos Serviços dos Assuntos de Justiça, Carmen acções judiciais para reclamar das decisões. Se os proprietários Maria Chung: Obrigada, Sr.ª Secretária. pagarem as multas aplicadas, obedecendo às decisões tomadas pela administração, está tudo bem. Caso contrário, podem mover acções Segundo o artigo 17.º, é obrigatório o seguro contra incêndios, judiciais contra essas decisões, cabendo ao tribunal tomar a decisão quer quanto às fracções autónomas, quer quanto às partes comuns; o final. Sublinho que as cláusulas sobre as sanções pecuniárias, seguro de cada fracção deve ser efectuado pelo respectivo constantes do regulamento do condomínio, devem ser elaboradas condómino e o seguro das partes comuns por quem a assembleia com respeito pelos princípios da indispensabilidade e da indicar. É de realçar que este seguro é obrigatório quer para as proporcionalidade, e essas cláusulas devem ser aplicadas com base fracções autónomas, quer para as partes comuns. Há pouco, alguns na realidade. Nos regulamentos do condomínio, existem Deputados focaram a atenção na obrigatoriedade que é atribuída aos normalmente cláusulas específicas sobre as sanções a aplicar ao proprietários das fracções autónomas e às assembleias gerais de incumprimento das normas previstas nesses regulamentos. condomínio de todos os edifícios de Macau. A propósito disto, gostaria de chamar a atenção para as normas jurídicas semelhantes Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Ho Ion Sang. que se podem encontrar no artigo 1338.º do Código Civil em vigor. Neste momento, não existe ainda, o Governo não definiu, uma Quer continuar…peço desculpa. apólice única para o seguro dos prédios contra os riscos de incêndio. Como se pode verificar, está estipulado que, se a autoridade Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: competente não determinar o respectivo limite mínimo do capital Sim, sim. Peço desculpa. seguro, a assembleia geral do condomínio pode tomar essa decisão, tendo em conta a situação concreta do seu edifício. Chefia Funcional da DSAJ, Filipe Pereira: Relativamente à opinião manifestada pelo Deputado Dr. Leonel Alves, nós vamos Houve deputados que pediram dados estatísticos sobre o número tomá-la em consideração. Mas, o que nós quisemos criar, no artigo das fracções autónomas relativamente às quais já foi efectuado o 18.º, foi um novo título executivo, ou seja, uma nova forma de seguro de incêndio. Em resposta às perguntas desses deputados, processo executivo, em que nós achamos que o documento essencial afirmo que, segundo os dados estatísticos publicados na página é a deliberação. E, portanto, esta cópia seria uma forma... do electrónica da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, e na duplicado que está na posse da administração, sendo por ela página electrónica da Autoridade Monetária de Macau, no período meramente facultado para prova do montante... mas tomaremos em compreendido entre 2011 e 2015, efectuaram seguro de incêndio consideração. Quanto à questão levantada pelo Sr. Deputado Dr. cerca de oitenta a cem mil imóveis, destinados a fins habitacionais e Pereira Coutinho: primeiro o condómino...porque é que está a fins industriais, e nesse mesmo período existiam na RAEM utilizada a expressão condómino? Porque o promitente-adquirente e duzentas mil e tal fracções autónomas. Portanto, ainda há espaço o usufrutuário também podem ser executados por dívidas de... por para melhorias. Vamos reforçar as acções de educação e falta de pagamento de encargos de condomínio. Ontem, discutimos sensibilização, por forma a incentivar os cidadãos a cumprirem a aqui, nos termos do n.º 6, que eles também tinham o dever de pagar obrigação em causa. Além disso, vamos cooperar activamente com a e, se têm o dever de pagar, se não pagarem, também podem ser Autoridade Monetária de Macau na definição dos respectivos executados, por isso... é por isso que é utilizada a expressão parâmetros, tal como alguns deputados pediram há pouco. Obrigada. condomínio... condómino. Quanto a outra pessoa vinculada pela deliberação, é o caso de um prestador de serviços que pede um Director dos Serviços dos Assuntos de Justiça, Liu Dexue: O adiantamento. Ou seja, eu vou fazer um serviço de mudança de n.º 5 estipula que a assembleia geral do condomínio pode determinar lâmpadas ao condomínio, peço um adiantamento, e não presto esse a contratação de seguro contra outros riscos. Em jeito de serviço. Então, a deliberação diz que devemos... portanto, há uma esclarecimento, afirmo que o seguro contra outros riscos, além do factura não paga... o serviço não foi prestado, mas foi passada a risco de incêndio, não é uma obrigação da assembleia geral de factura. Então, vai-se executar essa pessoa por falta de prestação condomínio dos edifícios de Macau, ao passo que o seguro de desse serviço. Quanto às questões levantadas relativamente ao artigo incêndio é obrigatório. Em resposta às perguntas do Sr. Deputado 19.º, concordo plenamente com a sua opinião. Só que, Ho Ion Sang, que têm a ver com o regulamento do condomínio dos presentemente, tanto o Instituto da Mediação, como da Arbitragem edifícios, afirmo que se trata de um documento regulador de carácter ainda estão numa fase bastante embrionária. Daí que… é apenas auto-disciplinador, elaborado pelos proprietários das fracções uma orientação para o que deve ser no futuro. Daqui a três anos, autónomas que fazem parte de um edifício, e ao qual os esperamos estar a pôr uma norma bastante mais clara. Mas, neste proprietários obedecem. A prática em Macau é a seguinte: ao pedir a momento, na apresentação desta proposta de lei, como ainda se está emissão da licença para as obras de construção civil, o promotor numa fase embrionária, nós damos apenas uma orientação. comercial de construção civil submete aos serviços de obras públicas as respectivas plantas e o projecto de regulamento do Ho Ion Sang: Obrigado Sr. Presidente. condomínio, que são requisitos indispensáveis para a apresentação do respectivo pedido. Depois da aprovação pela DSSOPT, o Sr.ª Secretária, regulamento do condomínio é registado e arquivado na

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 75

Srs. Membros do Governo, patacas, e todos os pequenos proprietários combinam logo que, se houver algum incidente e for necessário pagar indemnizações no Caros Colegas: valor de um milhão de patacas, todos pagarão as novecentas mil patacas em falta. Será que tal prática não viola a lei? Como a lei não Em relação à resposta sobre o artigo 17.º, afirmou-se que o define um limite mínimo do capital seguro, pode actuar-se assim? seguro de incêndio era obrigatório, e sei que existe no Código Civil Se assim for, então, eu vou apenas comprar um seguro com um em vigor uma regra idêntica. Contudo, não é satisfatória a situação prémio de cinquenta mil patacas, e caso haja algum incidente, pago da execução dessa regra, como aliás revelam os dados fornecidos há o valor em falta para a indemnização. Queria ficar esclarecido sobre pouco pelo Governo. Quais foram as razões que conduziram a esta isto. Obrigado. situação insatisfatória? É de referir que, ao longos dos tempos, se têm registado problemas com os trabalhos de divulgação e Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Song Pek Kei. sensibilização, e até mesmo com a execução da lei. Gostaria de aproveitar esta ocasião de discussão desta lei avulsa, na qual estão Song Pek Kei: Obrigada, Sr. Presidente. previstas normas destinadas a regular este assunto, para perguntar ao Governo quais são as medidas concretas que vai adoptar para Agradeço as respostas de há pouco, do Sr. Director e da Sr.ª melhorar a referida situação de execução. A taxa de compra de Subdirectora. Sei que a assembleia geral do condomínio pode seguros de incêndio é muito baixa. Quanto aos dados fornecidos há decidir comprar seguro contra outros riscos. Na realidade, os pouco, queria saber qual é proporção de partes comuns e qual é a proprietários dos edifícios antigos com trinta e tal ou quarenta e tal proporção de fracções autónomas. Acho que os dados sobre a anos querem seguros para vários riscos, nomeadamente para a queda proporção podem contribuir para esclarecer a situação… se não de cimento misto das paredes exteriores, para além do seguro de forem disponibilizados, não faz mal. Vi que os Srs. Membros do incêndio. O problema é que muitas vezes as seguradoras não Governo abanaram negativamente a cabeça. Não faz mal, espero aceitam os pedidos das administrações dos edifícios, não querem que nos possam fornecer, posteriormente e por escrito, essas celebrar contratos de seguro com estes órgãos. Assim, a norma em informações. Está aqui em causa uma norma obrigatória, então, se discussão deixa de ser executável. É neste contexto que peço às esta for violada, quais são as sanções? O Governo ainda não me autoridades para manterem uma boa comunicação com a Autoridade respondeu. Pode fornecer informações sobre a calendarização da Monetária de Macau e sobretudo com as companhias de seguros, implementação? Falou-se, apenas, na divulgação e na promoção. Na preparando uma lista com todos os riscos em relação aos quais as minha opinião, as sanções são mais importantes. Quais são as seguradoras podem celebrar contratos de seguro com as assembleias sanções? Conseguem produzir os devidos efeitos dissuasores? O gerais de condomínio. Caso contrário, as associações de público e as assembleias gerais de condomínio vão ter mais proprietários vão outra vez pedir ajuda ao Sr. Director. Nesta informações durante a implementação? Parece que todos sabem da situação, o Governo realizou muito trabalho, mas não agrada a existência deste seguro, então, por que razão é que a eficácia é baixa? ninguém. Esta é a preocupação que pretendemos manifestar. Penso que o Governo deve reflectir aprofundadamente sobre este assunto. Obrigado. Em segundo lugar, gostaria de concentrar a minha atenção no artigo 20.º, intitulado “Regulamento do condomínio”. Tenho Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Chan Iek Lap. conhecimento da prática de Macau, de o promotor comercial de construção civil, ao pedir a emissão da licença para as obras de Chan Iek Lap: Obrigado, Sr. Presidente. construção civil, submeter aos serviços de obras públicas as respectivas plantas e o projecto do regulamento do condomínio, que Sr.ª Secretária, são requisitos indispensáveis para a apresentação do respectivo requerimento. Gostaria de chamar a atenção para o facto de que, no Srs. Membros do Governo, primeiro requerimento, o projecto de regulamento do condomínio elaborado pelo promotor comercial de construção civil é Caros Colegas: relativamente simples, não estão previstas, por exemplo, normas pormenorizadas sobre as sanções aplicáveis ao pequeno proprietário Gostaria de colocar, também, uma pergunta sobre seguros. que tenha colocado um armário para sapatos no corredor, que é Aprendi muito no plenário de hoje. Sou proprietário duma fracção considerado como parte comum do edifício. Se o Sr. Director não autónoma há vinte e tal anos, e não conhecia esta obrigação dos acredita nas minhas palavras, pode verificar esses projectos de proprietários, de terem seguro de incêndio. Estou preocupado com a regulamento. É de notar que cabe à assembleia geral do condomínio possível retroactividade das consequências, em relação a esta decidir quais os conteúdos que devem ser incluídos no regulamento, infracção que cometi. Há pouco, o Sr. Deputado Ho Ion Sang falou que por sua vez deve ser aprovado pela assembleia geral. Tendo em sobre… segundo os dados do Governo, das duzentas mil e tal conta que a assembleia geral é composta por pequenos proprietários fracções autónomas para fins habitacionais e industriais existentes provenientes de diferentes estratos sociais, e nem todos são peritos no período indicado, apenas cerca de oitenta mil tinham seguro de em direito, é então muito difícil, se esta quiser, enriquecer o incêndio, ou seja, apenas um terço, aproximadamente. Isto significa regulamento do condomínio, introduzindo normas mais minuciosas, que dois terços das fracções autónomas não tinham esse seguro. ou elaborar um outro regulamento. Perante esta situação, as Como é que vai ser? As companhias de seguros vão enriquecer com assembleias gerais de condomínio querem saber se é possível o tantas oportunidades de negócio. Governo disponibilizar uma minuta, para poderem elaborar o regulamento do condomínio para os seus edifícios. O Sr. Director Vou focar a minha atenção no limite dos prémios de seguro. Por disse há pouco que podia entregar ao Sr. Deputado Ho Ion Sang exemplo, a assembleia geral do condomínio de um edifício, com vários projectos de regulamento do condomínio, que trouxe consigo duzentas fracções autónomas, toma a decisão de comprar, nos para o plenário de hoje. Gostaria de perguntar se as assembleias termos da lei, um seguro de incêndio, cujo prémio é de dez mil gerais de condomínio de Macau podem ter acesso a esses

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 76 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 exemplares. Isto é muito importante para os proprietários. É de saber Código Civil em vigor sem ter em conta os problemas com a sua que o Instituto de Habitação, que é o órgão governamental execução. Por fim, gostava de perguntar ao Governo se verificou responsável pela regulamentação dos assuntos relativos à quais são as leis e diplomas legais desactualizados em relação aos administração de condomínios, não pode fornecer esses exemplares. quais é preciso introduzir alterações. Obrigado.

Obrigada. Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Leong On Kei.

Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Mak Soi Kun. Leong On Kei: Obrigada, Sr. Presidente.

Mak Soi Kun: Obrigado, Sr. Presidente. Sr.ª Secretária,

Caros colegas: Srs. Membros do Governo:

O Governo está sempre a dizer que estas normas não são Estou preocupada com a situação de, no período indicado pelo nenhuma novidade, pois existem normas semelhantes ou idênticas Governo, só cerca de oitenta mil das duzentas mil e tal fracções no Código Civil em vigor. O que merece a reflexão da autónomas existentes em Macau terem seguro de incêndio. Gostava Administração é a razão da baixa taxa de execução das normas. É de prestar uma atenção especial aos residentes que moram nos possível que estejam desactualizadas e devam ser revogadas ou prédios antigos, os quais vão estar sujeitos à obrigação de efectuar alteradas… mencionadas pelos dirigentes do Governo Central. O seguro de incêndio, nos termos da norma em discussão. Há pouco, o Governo sublinhou, há pouco, que as normas já existiam, então, Sr. Deputado Fong Chi Keong apontou para o problema de muitos porque é que é impossível executá-las? A essência da questão é a proprietários não quererem pagar ou não terem capacidade para baixa taxa de eficácia. Não se pode dizer que a situação de pagar as despesas de condomínio, cujo valor mensal é de centenas impossibilidade de execução aconteceu também no passado. Não de patacas. No caso dos prédios muito antigos em perigo de ruir, podemos insistir em repetir os mesmos erros, pois não? Perante a cujas janelas caem a toda a hora, não é suficiente ter apenas seguro impossibilidade de execução, há que introduzir alterações e de incêndio. Nestes casos, é preciso celebrar, com as seguradoras, melhorias. Há pouco disse que o seguro de incêndio era obrigatório contratos de seguro contra terceiros. As companhias de seguros é e que se não for feito, comete-se uma infracção. Mas houve ou não que vão enriquecer. De facto, há que tomar medidas efectivas para comunicação interserviços? Nos termos do Regulamento geral da resolver os problemas dos moradores dos prédios antigos e melhorar construção urbana, há que assegurar a realização de obras de o seu ambiente habitacional. Isto merece a reflexão do Governo. Há manutenção e reparação nos prédios com cinco anos. Contudo, há que ter em conta o seguinte: quantos prédios novos há em Macau e situações em que esta norma não é rigorosamente cumprida, e quantos prédios antigos há em Macau? Não foi possível recorrer à mesmo que haja seguro, em caso de incêndio, as seguradoras definição duma lei para avançar com a reconstrução dos bairros verificam quais são as obras em falta, e na sequência disso, é que se antigos. Com a falta de leis, como é que se pode proceder às devidas decide se a indemnização é ou não é paga, ou se só se paga apenas reparação e reconstrução? Penso que há problemas quanto a estas parcialmente. É certa esta consequência, não é? Por isso, prevê-se matérias. Como é que o Governo vai implementar a lei? Como é que que é obrigatória a vistoria aos prédios com mais de trinta anos. Se o vai tratar o assunto? Como é que vai obrigar os cidadãos a cumprir incumprimento desta norma não resultar na aplicação de sanções, esta norma? Na minha opinião, o Governo precisa de ter cautela certamente ninguém vai observá-la. Se o proprietário comprou já o quanto ao impor desta obrigação aos cidadãos de Macau. A respectivo seguro, e em caso de incêndio… é claro que o pessoal da Administração Pública definiu a política de implementação contínua companhia de seguros vai inspeccionar o estado das instalações. Por das medidas em prol do bem-estar da população. Contudo, como exemplo, os fios de electricidade têm prazo, e se nunca foram não há uma nova zona para onde os moradores dos bairros antigos substituídos ao longo de vinte anos, podem facilmente provocar possam ir viver, é difícil resolver o problema. Como é que se obriga incêndios devido ao seu envelhecimento. É uma propriedade da os cidadãos a comprar o seguro? física, ou seja, os materiais tornam-se inúteis mesmo quando não são utilizados. Estão em vigor muitas leis relacionadas com várias Presidente: Srs. Membros do Governo, façam o favor de vertentes, mas se as instalações de água e electricidade não forem responder às perguntas. devidamente reparadas… claro que as seguradoras vão inspeccionar as instalações em caso de incêndio, para calcular o valor da Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: Sr. indemnização. Penso que estas matérias precisam de ser estudadas Presidente: através da cooperação interserviços. Por que razão é impossível implementar leis já definidas? Os Srs. Membros do Governo devem Vou passar a palavra ao Sr. Director Liu, para responder às proceder a estudos e análises aprofundados para aferir das razões perguntas colocadas. que levam os cidadãos de Macau a ignorar e até a ter reacções fortes contra as referidas normas jurídicas do Código Civil vigente e na Director dos Serviços dos Assuntos de Justiça, Liu Dexue: proposta de lei. Não sei se o Governo já realizou algum trabalho Foi com o objectivo de proteger os proprietários das fracções para detectar as causas. Consciente da impossibilidade de autónomas que se definiu, na proposta de lei, a norma de acompanhar estes assuntos, o Governo de Macau, no tempo da contratação obrigatória do seguro do prédio contra os riscos de Administração Portuguesa, não definiu sanções para o incêndio. Como se sabe, com o fogo não há possibilidade de incumprimento das referidas obrigações. Queria perguntar às negociar, os incêndios destroem tudo. Sendo assim, o seguro de autoridades se reflectiram aprofundadamente sobre as razões que incêndio pode contribuir para diminuir os prejuízos económicos conduziram à situação insatisfatória de execução destas normas, tanto dos segurados, como dos seus vizinhos. Concordo com a bem como, sobre as alterações que se devem introduzir para o seu opinião apresentada pelos Srs. Deputados, de que há necessidade de aperfeiçoamento. É uma irresponsabilidade copiar as normas do elaborar diplomas legais complementares para regular os assuntos

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 77 relativos à obrigatoriedade do seguro de incêndio, tais como a Queria voltar a pedir explicações sobre as sanções aplicáveis aos supervisão da situação de execução da respectiva norma, a indivíduos que não cumpram a obrigação de efectuar seguro de preparação duma apólice uniforme para o seguro de incêndio, e a incêndio, pois não obtive resposta do Governo a esta pergunta, que definição das sanções aplicáveis às seguradoras que não aceitem o já coloquei há pouco. Em segundo lugar, gostaria de pedir pedido de celebrar contrato do seguro em causa. Vamos continuar a esclarecimentos sobre o seguinte: há pouco, o Sr. Director disse que envidar esforços para levar a cabo os trabalhos de elaboração dos o seguro de incêndio podia contribuir para diminuir os prejuízos diplomas legais complementares destinados a aperfeiçoar a económicos dos segurados e dos seus vizinhos. Que eu saiba, parece execução das normas previstas na proposta de lei, e constantes do que os vizinhos não ficam protegidos por causa do seguro feito pelo Código Civil em vigor, adoptando medidas eficazes para resolver os segurado, este seguro normalmente não cobre terceiros. Em caso de problemas. Seja como for, é necessário definir primeiro normas incêndio, é impossível a seguradora pagar indemnizações também sobre a obrigação atribuída às entidades privadas, a obrigação de aos vizinhos que moram na fracção autónoma ao lado ou no piso em terem seguro de incêndio, normas essas que servirão de base à cima. No seguro de incêndio, escolhemos a cobertura sobre os definição das regras referentes à contratação obrigatória desse móveis, os artigos eléctricos, as paredes interiores, e o valor da seguro ao nível do direito público. Assim sendo, não concordo com indemnização pode atingir cem mil ou duzentas mil patacas. Penso a afirmação do Sr. Deputado Mak Soi Kun, de que as normas em que um seguro de incêndio para cobrir também os vizinhos implica causa estão desactualizadas. A execução insatisfatória de uma lei o pagamento de um prémio de valor avultado, pois as companhias pode ter a ver com múltiplas razões. O importante é distinguir se a de seguros têm de lucrar. Julgo que este aspecto tem de ficar lei é razoável e se está desactualizada, não é? esclarecido.

No que respeita aos exemplares de regulamentos do condomínio, Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Fong Chi Keong. pedidos pela Sr.ª Deputada Song Pek Kei, penso que os advogados sentados ao lado da Sr.ª Deputada Song podem disponibilizar muitos Fong Chi Keong: Sr. Presidente, exemplares desses. Contudo, como os assuntos relativos à administração de condomínios são muito variados, há sempre Srs. Membros do Governo: necessidade de fazer adaptações de acordo com a situação concreta do edifício. De facto, há muitos exemplares destes regulamentos. Se A Sr.ª Subdirectora afirmou há pouco que existia, no Código a Sr.ª Deputada Song Pek Kei quiser, posso dar-lhe dois exemplares Civil em vigor, uma norma idêntica à norma prevista no artigo 17.º de graça. da proposta de lei, norma essa que impõe a obrigação de ter seguro de incêndio. Só que esta norma não foi devidamente implementada, Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Tong Io Cheng. o que significa que não produziu nenhum efeito. Apesar de existir há muito tempo, só cerca de oitenta mil das duzentas mil e tal fracções Tong Io Cheng: Obrigado, Sr. Presidente. autónomas existentes em Macau é que têm seguro de incêndio. Penso que muitos dos proprietários fizeram esse seguro por causa do Gostaria de acompanhar o assunto dos seguros. Este assunto foi empréstimo bancário. Excluindo-se estes casos, julgo que são discutido em sede de Comissão. Tal como respondeu o Governo, poucos os proprietários de fracções habitacionais que têm seguro de não é só agora que o seguro de incêndio passa a obrigatório. Não é incêndio. Normalmente, os donos das fábricas de vestuário, onde há possível voltar atrás, eliminando uma norma que está prevista na muitas máquinas, é que têm este seguro. Estou curioso com as legislação de muitos países e regiões do mundo. O que se regista na medidas concretas que o Governo vai tomar para a execução desta sociedade de Macau é que alguns proprietários têm seguro de norma, que obriga os proprietários das fracções autónomas de incêndio, e outros não. Neste caso, é preciso encorajar os que não Macau a ter seguro de incêndio. Não sei se os Srs. Membros do cumprem a obrigação de o ter, devendo o Governo, nomeadamente a Governo sabem que o Governo da RAEM gastou mais de duzentos Autoridade Monetária de Macau, fazer o respectivo apelo, de modo milhões de patacas para subsidiar obras de manutenção e reparação que os proprietários fiquem devidamente protegidos dos prejuízos dos edifícios de Macau, nomeadamente, a reparação de esgotos, causados pelos incêndios. Esta é uma verdade muito simples. Se paredes e janelas. É irrealista pensar que os residentes vão pagar acontecer um acidente, como se protege as vítimas? Esta é que é várias centenas de patacas por mês para terem seguro de incêndio. uma questão realista. O facto é que não podemos voltar para trás… Reparem que nem as despesas de condomínio pagam, por falta de no caso do seguro de veículos motorizados, as legislações de quase capacidade económica. Os senhores sabem qual é a quantidade de todos os países e regiões do mundo prevêem normas semelhantes. residentes de Macau que está a receber a pensão para idosos? No que diz respeito à questão da obrigatoriedade, na minha opinião, Certamente, estas pessoas não vão comprar seguro de incêndio. convém impor essa obrigação, embora não estejam definidas Como é que se vão aplicar as sanções? Por outro lado, não é sanções para as pessoas que não a cumpram. Com a sua previsão na razoável que não se executem normas jurídicas já definidas. Penso lei, fica definida uma obrigação legal que tem de ser cumprida. Há que é possível adoptar a seguinte estratégia para a prevenção de uma diferença entre a violação de obrigações legais e o incêndios: os membros das associações privadas, nomeadamente das cumprimento de obrigações legais, e isto reflecte-se em muitos associações de moradores, que são umas dezenas no total… o outros aspectos. Claro que não vamos enumerar todos. Pelo exposto, Governo pode atribuir-lhes anualmente um subsídio elevado, para acho que a atribuição desta obrigação legal reflecte uma decisão estas poderem ajudar a sensibilizar os residentes para a necessidade tomada com sensatez. da prevenção contra incêndios e respectivos cuidados, batendo à porta de todas as fracções autónomas. Os habitantes de Macau, que Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Chan Iek Lap. não querem pagar nem as despesas de condomínio nem as despesas para a reparação e manutenção dos edifícios onde moram, não vão Chan Iek Lap: Obrigado, Sr. Presidente. comprar seguro de incêndio, pois o prémio não é barato, sobretudo no caso das vivendas.

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 78 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日

Presidente: Srs. Membros do Governo, façam o favor de modo preocupados com a inexistência, na proposta de lei, de responder às perguntas. quóruns concretos, por exemplo, 50% ou 25%, para a tomada das deliberações sobre a eleição da administração e o aumento das Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: Sr. despesas de condomínio, pois só se define quórum para a Presidente: exoneração da administração. Trata-se de assuntos de grande importância sobre os quais se tomam deliberações na assembleia Em jeito de esclarecimento, afirmo que não estão definidas geral do condómino. Como não há indicações sobre o quórum, sanções para os casos de incumprimento da obrigação de ter seguro entende-se que se deve aplicar a norma prevista no n.º 1 do artigo de incêndio, prevista no artigo 17.º. 29.º, que prevê que as deliberações são tomadas por mais de metade dos votos dos condóminos presentes e que represente pelo menos Presidente: Srs. Deputados: 15% do total do condomínio. Tal como se pode ver, este quórum previsto no n.º 1 do artigo 29.º é limitado. A propósito disto, gostaria Vamos agora proceder à votação dos artigos 17.º a 21.º da de chamar a atenção para um problema na execução do Código Civil, Secção I do Capítulo II. que é precisamente o problema da existência de dois órgãos executivos num mesmo edifício. A razão que levou a esta situação (Votação) tem a ver com a eleição da administração em diferentes assembleias gerais do condómino convocadas por diferentes pequenos Presidente: Aprovados. proprietários. É nosso desejo que este problema fique resolvido com a esta proposta de lei, e que a mesma contribua para colmatar as Srs. Deputados: respectivas lacunas.

Vamos, agora, votar a proposta de prolongamento da reunião até A eleição da administração com a aplicação da norma prevista à conclusão da discussão e votação na especialidade da presente no n.º 1 do artigo 29.º, que prevê que as deliberações são tomadas proposta de lei. Até agora, terminámos a discussão e votação de por mais de metade dos votos dos condóminos presentes e que vinte artigos, e há ainda cinquenta e três artigos por apreciar. represente pelo menos 15% do total do condomínio, não exige que os condóminos presentes devem representar pelo menos 30% do (Votação) total do condomínio. Tomando como exemplo um edifício com cem fracções autónomas, para simplificar, imaginemos que todas as Presidente: Aprovada. fracções autónomas têm o mesmo peso relativamente ao total do condomínio, basta a presença de condóminos que representem 15% Passamos agora à discussão na especialidade dos artigos 22.º a do total do condomínio para se tomar uma deliberação sobre a 25.º da Subsecção I da Secção II do Capítulo II da proposta de lei. eleição da administração pela assembleia, se todos os condóminos Srs. Deputados, façam o favor de apresentar as vossas opiniões. votarem a favor. Como se pode verificar, este caso satisfaz os Ninguém quer exprimir opiniões. requisitos definidos no n.º 1 do artigo 29.º, que prevê que as deliberações são tomadas por mais de metade dos votos dos Vamos então proceder à votação dos artigos 22.º a 25.º da condóminos presentes e que represente pelo menos 15% do total do Subsecção I da Secção II do Capítulo II. condomínio. Contudo, parece que o quórum é demasiado limitado para decidir assuntos tão importantes como a eleição da (Votação) administração e o aumento das despesas de condomínio. Não sei se é esta a situação prevista pelo proponente. Presidente: Aprovados. Segundo o Código Civil em vigor, a exigência mínima para a Passamos agora à discussão na especialidade dos artigos 26.º a tomada das deliberações é a seguinte: a assembleia delibera por 30.º da Subsecção I da Secção II do Capítulo II da proposta de lei. maioria dos votos dos condóminos presentes, desde que estes Srs. Deputados, façam o favor de apresentar as vossas opiniões. representem, pelo menos, um quarto do total do condomínio. Por seu turno, a norma em análise prevê que as deliberações são Tem a palavra o Sr. Deputado Au Kam San. tomadas por mais de metade dos votos dos condóminos presentes e que represente pelo menos 15% do total do condomínio. Reparem Au Kam San: Obrigado, Sr. Presidente. que não há um quórum fixo, e que o proponente definiu quóruns diferentes para a tomada das deliberações relativamente a assuntos Queria pedir esclarecimentos sobre o artigo 29.º, intitulado de diferentes importâncias. Quando se trata de assuntos muito “Quórum”. O Código Civil em vigor prevê, claramente, que na importantes, exige-se um quórum grande, e vice-versa, até ao ponto primeira reunião convocada pela assembleia geral do condomínio de não se definir o quórum mínimo, como se pode verificar no n.º 5 deve comparecer um número de condóminos que represente mais de do artigo 29.º, que estipula que, tratando-se de reunião convocada metade do total do condomínio. Se esta reunião for cancelada para aprovação das contas respeitantes ao último ano ou para devido à falta de quórum, pode convocar-se uma segunda reunião, aprovação do orçamento para o ano em curso, a assembleia geral do na qual se exige a comparência de condóminos que representem, condomínio pode deliberar por mais de metade dos votos dos pelo menos, um quarto do total do condomínio. A habitação condóminos presentes, desde que na convocatória esteja económica é uma história diferente. Define-se um quórum para a expressamente indicada esta possibilidade. No exemplo que realização da primeira reunião da assembleia geral do condómino da apresentei há pouco sobre o edifício com cem fracções autónomas, habitação económica, e, 30 minutos depois da hora marcada a numa reunião convocada para aprovação das contas respeitantes ao reunião pode ter lugar com qualquer número de condóminos. último ano ou para aprovação do orçamento para o ano em curso, Parece-me que há falta de rigor nesta disposição. Estamos de certo basta haver, de entre três condóminos presentes, dois condóminos

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 79 que votem a favor, para as contas e o orçamento serem aprovados. Tenho a mesma dúvida sobre o n.º 3 do artigo 29.º, que prevê Não sei se é esta a intenção legislativa subjacente à definição destas que as deliberações são tomadas por votos que representem mais de normas, corrijam-me, se estou enganado. Tal como mencionei há metade do total do condomínio, relativamente à autorização e pouco, com a execução do Código Civil, no qual o quórum é mais revogação da autorização da afixação de tabuletas, reclamos ou dos exigente do que na proposta de lei, verifica-se o problema de dois respectivos suportes e componentes nas fachadas dos edifícios, e órgãos executivos para um mesmo edifício. Com vista a evitar o relativamente às alterações ao regulamento do condomínio. Queria problema, o Instituto de Habitação adoptou uma estratégia: só com a fazer a mesma pergunta relativamente aos n.os 4 e 5 do artigo 29.º, a certidão por ele emitida é que se podem convocar reuniões da norma do n.º 4 refere que as deliberações são tomadas por votos que assembleia geral do condomínio com força jurídica. Todavia, esta representem, pelo menos, dois terços do total do condomínio estratégia não está prevista em nenhuma lei nem em nenhum relativamente às obras nas partes comuns que constituam inovações. diploma legal, sendo assim, há necessidade de introduzir na presente Estou a focar a minha atenção na questão das presenças. Espero que lei normas que constituam uma base legal para esta estratégia o Governo preste esclarecimentos mais detalhados. Obrigado. utilizada actualmente pelo Instituto de Habitação, para prevenir a eleição de dois órgãos executivos para o mesmo edifício. Espero que Presidente: Srs. Membros do Governo, façam o favor de as autoridades respondam às minhas perguntas. responder às perguntas.

Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Ho Ion Sang. Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: Sr. Presidente: Ho Ion Sang: Obrigado, Sr. Presidente. Vou passar a palavra ao Sr. Director Liu, para as respectivas Sr.ª Secretária, explicações.

Srs. Membros do Governo, Director dos Serviços dos Assuntos de Justiça, Liu Dexue: Foram, de facto, introduzidas bastantes alterações nas normas do Caros Colegas: Código Civil em vigor, relativas ao quórum. O Governo tomou as respectivas decisões tendo em consideração a situação concreta da Lendo o Parecer da Comissão Permanente, páginas 34 a 36 da sociedade de Macau, designadamente os problemas relativos à versão chinesa, percebe-se que as normas previstas nos n.os 1 a 5 do administração de condomínios acumulados ao longo dos tempos. É artigo 29.º, intitulado “Quórum”, são resultado da introdução de um de saber que, além do problema dos dois ou mais órgãos executivos conjunto de alterações na versão inicial da proposta de lei. Gostaria num mesmo edifício, mencionado há pouco por alguns deputados, de chamar a atenção para a importância do quórum para a realização há ainda na realidade muitos edifícios que não têm associação de da assembleia geral do condomínio. As experiências da realidade…é proprietários e órgão executivo. Esta foi a razão que nos levou a que, devido ao facto de os quóruns definidos no Código Civil reflectir, de forma aprofundada, sobre a definição de quóruns vigente serem altos, as deliberações são tomadas, em regra, por um adequados, de modo a facilitar o processo de criação da associação número de condóminos que represente mais de 50% do total do de proprietários, bem como, a tornar mais conveniente o condomínio, na primeira reunião e, na segunda reunião, por maioria funcionamento da assembleia geral do condomínio. Segundo o dos votos dos condóminos presentes, desde que estes representem, Código Civil em vigor, as deliberações são tomadas por um número pelo menos, 25% do total do condomínio, assim, as deliberações são de condóminos que represente mais de metade do total do difíceis, e podem ter a ver com reparações urgentes ou outros condomínio. O resultado da execução desta norma tem revelado que assuntos que precisam de ser tratados urgentemente pela se trata duma exigência demasiado rigorosa que, muitas vezes, administração, sobretudo no caso dos edifícios com muitas fracções conduz à impossibilidade de tomada das respectivas deliberações. autónomas. Lendo o Parecer, percebe-se que o Governo aceitou as Perante esta situação, definimos o princípio da conveniência para a opiniões apresentadas na apreciação na especialidade da proposta de realização da assembleia geral do condomínio, e de facilitar a lei, e introduziu, em várias ocasiões, alterações. Tal como se pode tomada das deliberações pela assembleia. A norma prevista no n.º 1 verificar, no n.º 1 do artigo 29.º está previsto o quórum mínimo: as do artigo 29.º é aplicável a todas as situações, salvo disposição legal deliberações são tomadas por mais de metade dos votos dos em contrário. Nesta disposição legal estão definidas duas condições condóminos presentes e que represente pelo menos 15% do total do para a tomada das deliberações: por um lado, mais de metade dos condomínio. A propósito disto, queria pedir ao proponente condóminos presentes ter votado a favor, e por outro lado, os esclarecimentos sobre a percentagem dos condóminos presentes em condóminos que votaram a favor representarem pelo menos 15% do relação ao total do condomínio. Na minha interpretação, a total do condomínio. Ora, de acordo com a legislação vigente, na deliberação pode ser tomada pelos condóminos presentes que devem segunda reunião, as deliberações são tomadas por maioria dos votos representar pelo menos 30% do total do condomínio. Espero que o dos condóminos presentes, desde que estes representem, pelo menos, Governo esclareça este aspecto. 25% do valor total do condomínio. Isto quer dizer que, conforme o Código Civil em vigor, para a tomada de deliberação pela O n.º 2 do artigo 29.º prevê que a deliberação sobre a assembleia, os condóminos presentes na segunda reunião e que exoneração de membros da administração é tomada por mais de votarem a favor devem representar pelo menos 12.5% do valor total metade dos votos dos condóminos presentes e que represente pelo do condomínio. Tal como se pode verificar, a percentagem de 15% menos 25% do total do condomínio. Da mesma forma, gostava de que definimos na presente proposta de lei é ligeiramente superior perguntar às autoridades qual é a percentagem dos condóminos aos 12,5% exigidos pelo Código Civil vigente para a segunda presentes relativamente ao total do condomínio, para a tomada desta reunião. É claro que podemos ter dúvidas se esta percentagem vai deliberação. originar os problemas referidos há pouco por alguns deputados.

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Tal como afirmei há pouco, há muito problemas na sociedade de suas funções, não sendo permitido, portanto, a exoneração de Macau, por exemplo, dois ou mais órgãos executivos e associações membros da administração para disputa de interesses. de proprietários para o mesmo edifício. Reparem que estes problemas derivam da não observância da lei, não são resultado das Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Au Kam San. respectivas normas jurídicas. É de realçar que a associação de proprietários criada depois da criação de uma outra associação de Au Kam San: Obrigado, Sr. Presidente. Agradeço a explicação proprietários do mesmo edifício é ilegítima, independentemente do do Sr. Director. respectivo quórum. Quando constatamos que há associações de proprietários ilegítimas, não devemos atribuir a razão às normas Todavia, continuo a ter dúvidas. Com efeito, existem dois tipos definidas. No caso de Macau, são semelhantes o método utilizado de problemas: o problema da disputa do poder e a existência de dois para a definição dos quóruns para a tomada das deliberações pela ou mais órgãos executivos para o mesmo edifício, por um lado, e assembleia geral do condomínio, e o método utilizado para a por outro, o problema da inexistência de assembleia geral do definição dos quóruns constante do Título I, intitulado “Das condomínio e de administração por causa do elevado quórum sociedades comerciais” e constante do Código Comercial, método exigido. Como é evidente, há necessidade de aproveitar a esse segundo o qual as deliberações são tomadas se, na assembleia oportunidade desta proposta de lei para definir normas jurídicas que que as tome, estiverem presentes accionistas que possuam acções possam resolver estes dois problemas. Não concordo com o correspondentes a uma determinada percentagem do capital presente estabelecimento de regras para resolver um problema ou representado, e isto deve-se ao facto de a sociedade de Macau ser negligenciando o outro. Reconheço a vantagem de definir quóruns uma sociedade capitalista. No n.º 1 e no n.º 2 do artigo 29.º, além de menos exigentes para a constituição da assembleia geral do exigirmos que as deliberações sejam tomadas por votos que condomínio e da administração dos edifícios, porém, sou de opinião representem, pelo menos, 25% do total do condomínio, pedimos de que não podemos pôr de lado, por causa disso, a necessidade de ainda que as deliberações sejam tomadas por mais de metade dos evitar o problema de dois ou mais órgãos executivos para o mesmo votos dos condóminos presentes. Isto é, de entre dez condóminos edifício. Tal como referi há pouco, o Instituto de Habitação adoptou presentes, seis concordam com a proposta. Trata-se, portanto, de uma estratégia: só com a certidão por ele emitida é que se podem uma norma jurídica na qual se apresentam dois tipos de exigências. convocar reuniões da assembleia geral do condomínio com força jurídica. Todavia, esta estratégia não está prevista em nenhuma lei e Como se exige, nos n.os 3 e 4 do artigo 29.º, uma percentagem em nenhum diploma legal. Sendo assim, não percebo por que é que bastante elevada do total do condomínio representada pelos votos o proponente não aproveita esta oportunidade para introduzir através dos quais as deliberações são tomadas, deixa de se exigir um normas que permitam fornecer uma base legal à referida estratégia limite mínimo de votos dos condóminos presentes. Ainda assim, a utilizada actualmente pelo Instituto de Habitação. alta percentagem do total do condomínio implica naturalmente que as deliberações sejam tomadas por uma grande percentagem dos Sei que não estamos a discutir sobre o artigo 33.º, estou apenas a votos dos condóminos presentes, por exemplo, prevê-se no n.º 4 que citar um exemplo… ora, cabe ao Instituto de Habitação as deliberações são tomadas por votos que representem, pelo menos, responsabilizar-se pelo depósito da acta da reunião da assembleia dois terços do valor total do condomínio. É claro que tudo depende geral do condomínio em que se proceda à eleição ou exoneração de da situação da venda das fracções autónomas do edifício e do tipo de membros da administração. Prevê-se no n.º 2 do artigo 33.º que, fracções autónomas existentes no edifício. Compreendo recebida a acta, o IH apenas verifica o conteúdo da deliberação perfeitamente as preocupações dos Srs. Deputados, nomeadamente relativa à eleição ou exoneração de membros da administração, do Sr. Deputado Au Kam San. Segundo a norma em causa, as sendo o pedido de depósito recusado se foi eleita uma nova deliberações são tomadas por mais de metade dos votos dos administração sem que os membros da administração em funções condóminos presentes e que represente pelo menos 15% do total do tenham sido exonerados. O Sr. Director Liu afirmou, há pouco, que condomínio. Fazendo as contas, chega-se à conclusão de que é era ilegítima a associação de proprietários criada posteriormente à possível criar seis órgãos executivos no mesmo edifício, sobrando criação de uma outra associação de proprietários do mesmo edifício. ainda condóminos que representam 10% do total do condomínio. Mas na realidade, que infracção é que está envolvida? Há alguma Penso que o Sr. Deputado Au pode ficar descansado, uma vez que, medida para a sua repressão? Se se trata, realmente, de uma na legislação em vigor, há uma norma que prevê que é ilegítima a infracção, não deverá estar previsto, claramente, na lei, que tal acto associação de proprietários criada posteriormente à criação de uma não é permitido? Mesmo com a fixação do artigo 33.º, não se pode outra associação de proprietários do mesmo edifício. Além da suprimir esse acto. De facto, está disposto na alínea 2) do n.º 2 do necessidade de evitar o problema de dois ou mais órgãos executivos artigo 33.º que, recebida a acta, o Instituto de Habitação apenas para o mesmo edifício, temos ainda de prestar atenção à situação de verifica o conteúdo da deliberação relativa à eleição ou exoneração inexistência de associação de proprietários e de administração, que é de membros da administração, sendo o pedido de depósito recusado o que acontece em muitos edifícios de Macau. É esta a intenção se a deliberação relativa à eleição ou exoneração de membros da legislativa subjacente às normas do artigo 29.º. administração não foi aprovada pelo número de votos exigido. Mas no caso da eleição ou exoneração ter sido aprovada pelo número de Além disso, fixámos requisitos mais rigorosos e necessários para votos exigido, pode o Instituto de Habitação recusar e indeferir? Se a exoneração de membros da administração, com o intuito de a deliberação relativa à eleição de membros da administração foi cumprir o princípio legislativo de facilitar a criação da associação de aprovada pelo número de votos exigido, não se pode impedi-la. Na proprietários, facilitar o seu funcionamento, e garantir a estabilidade minha opinião, quando se prepara uma lei, há que ter em da administração de edifícios. Estas foram as razões pelas quais consideração vários aspectos, sendo de evitar dar conta de um definimos, na presente proposta de lei, a norma que prevê que os problema negligenciando a existência de um outro. Espero que o membros da administração só podem ser exonerados se houver justa Governo seja mais cauteloso no processo legislativo. Peço às causa, nomeadamente por terem violado grave ou repetidamente os autoridades para verificarem quais são as outras medidas que podem seus deveres ou terem demonstrado inaptidão para o exercício das ser tomadas para resolver este problema.

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 81

dupla administração, efectivamente, nós fizemos uma análise Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Ho Ion Sang. cuidada sobre esta matéria. E, gostava de referir primeiro que, tal como o Director da DSAJ já afirmou, nós definimos para a eleição Ho Ion Sang: Obrigado, Sr. Presidente. 15%, mas, para a exoneração o quórum já é diferente, ou seja, é mais difícil exonerar uma administração do que elegê-la. Em Sr.ª Secretária, segundo lugar, gostava de referir que, de acordo com o artigo 34.º, n.º1, alínea 5), a eleição de uma administração, sem que os membros Srs. Membros do Governo, da administração em funções tenham sido exonerados, é agora, expressamente, ou melhor... acarreta, agora, expressamente, a Caros Colegas: nulidade. O que é que isto implica? É que todos os condóminos, a todo o tempo, podem dizer: esta deliberação é nula e, portanto, sem Queria chamar a atenção do Governo para um problema que tem qualquer efeito. Além disso, também está na nossa proposta de lei a ver com a aplicação em concreto do n.º 2 do artigo 29.º, referido que, para exonerar uma administração legitimamente eleita, é há pouco pelo Sr. Director, o qual estipula que as deliberações são preciso justa causa - o nosso Director já tinha falado disso. Ou seja, tomadas por mais de metade dos votos dos condóminos presentes e tem de haver uma causa que se justifique para o fazer. Portanto, com que represente pelo menos 25% do total do condomínio, em relação estas três medidas, estamos, efectivamente, a combater a dupla nomeadamente à aprovação das despesas a suportar pelo fundo administração. Mas, mais, caso tenha sido eleita uma administração, comum de reserva. Trata-se de uma alteração bastante grande uma dupla administração, o Instituto da Habitação, de acordo com a relativamente à regra correspondente prevista na legislação em vigor, norma referente ao depósito, vai recusar o depósito dessa acta. E segundo a qual, na segunda reunião pode a assembleia deliberar por porquê? Porque, segundo a nossa lei, só pode ser eleita uma nova maioria dos votos dos condóminos presentes, desde que estes administração quando a anterior administração tenha sido representem, pelo menos, um quarto do total do condomínio. Com legitimamente exonerada. Portanto, estas são as quatro medidas que efeito, segundo o Código Civil vigente, na segunda reunião, as vão permitir que a situação de dupla administração que, é bom deliberações são tomadas por votos que representem, no mínimo, referir é uma situação minoritária, não apareça. Em relação à 12,5% do total do condomínio, relativamente ao tratamento de questão do quórum, do artigo 29.º, n.º 2, o nosso Director já afirmou diversos assuntos, por exemplo, as reparações urgentes. Esta que o que nós fizemos no artigo 29.º é uma simplificação percentagem é bastante baixa, em comparação com os 25% procedimental. Porque, reparem, na versão anterior tínhamos duas previstos na presente proposta de lei. Penso que vão surgir reuniões, e o que é que acontece em Macau? Na primeira reunião, problemas ao nível da aplicação. Espero que o proponente preste ninguém ia! Ou seja, fazia-se uma convocatória completamente esclarecimentos sobre isto. Haverá também problemas práticos com inútil. Então, agora, deixou de fazer qualquer sentido haver quórum a implementação desta norma no futuro. constitutivo e quórum deliberativo. Ou seja, quantas pessoas são precisas para se deliberar e quantas pessoas são precisas para que Obrigado. essa deliberação seja... produza efeitos. Com esta lei, simplificamos. A partir de agora, só é preciso uma percentagem de pessoas para que Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Chan Mei Yi. a deliberação seja eficaz. Ou seja, isto... este quórum, este processo que nós temos no artigo 29.º, vai simplificar a vida às assembleias Chan Melinda Mei Yi: Obrigada, Sr. Presidente. gerais. E a questão dos 25%? Porque é que nós não dizemos quais são os membros que é necessário lá estarem, os membros presentes? Queria também acompanhar o assunto referido pelo Sr. Porque, na nossa opinião, se lá estivem 100%, melhor. Nós Deputado Au Kam San, e também queria pedir esclarecimentos incentivamos a participação massiva. O que nós queremos é um sobre um aspecto que tem a ver com a aplicação em concreto: a resultado mínimo, e esse resultado mínimo é que é necessário para a nova administração de um edifício exonera, nos termos dos deliberação ser eficaz. Quanto à questão levantada sobre se o procedimentos previstos, a administração existente, e ao fim de recurso ao tribunal é considerado... é, porque se há recurso ao quinze dias pode proceder ao respectivo registo no Governo. A tribunal a deliberação é suspensa, portanto, não produz efeitos até questão é que a antiga administração de um edifício pode interpor ser produzida uma nova sentença. Ou melhor, até ser produzida uma um recurso judicial contra a deliberação tomada pela nova nova sentença, não, até que a sentença seja produzida. administração. Pode ou não pode interpor um recurso judicial? Sim, a lei vigente permite. Tenho conhecimento de um caso desses, e a Chefe do Departamento de Estudos do Instituto de respectiva acção judicial durou dois anos. A definição desta norma Habitação, Iam Lei Leng: Obrigado, Sr.ª Secretária. pode ou não clarificar a situação? Obrigada. Sr. Presidente, Presidente: Srs. Membros do Governo, façam o favor de responder às perguntas. Srs. Deputados:

Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: Sr. Em primeiro lugar, queria esclarecer que o Instituto de Presidente: Habitação já deixou de emitir a certidão para a convocação das reuniões da assembleia geral do condomínio com força jurídica, a Vou primeiro passar a palavra ao nosso assessor jurídico, e em certidão que foi mencionada pelo Sr. Deputado Au Kam San há seguida, ao nosso colega do Instituto de Habitação, para pouco. O que o IH faz actualmente é proceder ao depósito das actas responderem às perguntas. das reuniões da assembleia geral do condomínio.

Chefia Funcional da DSAJ, Filipe Pereira: Em relação às Em jeito de esclarecimento, vou dar ao Sr. Deputado Au Kam questões colocadas sobre o quórum e, nomeadamente, à questão da San a seguinte explicação sobre as duas situações em que o Instituto

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 82 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 de Habitação recusa o pedido de depósito das actas das reuniões da assembleia geral do condomínio para aprovar o orçamento do ano. assembleia geral do condomínio: uma das situações tem a ver com a Queria perguntar às autoridades se isto é assim, se é assim na eleição de uma nova administração sem que os membros da realidade. Se a resposta for sim, fico de certo modo preocupado. Já administração em funções tenham sido exonerados, uma nova disse há pouco que, no caso de assuntos muito importantes, se exige norma introduzida no antigo regime em vigor, podendo-se, então, na proposta de lei um quórum grande, como por exemplo no n.º 4 do recusar o depósito nos termos do artigo 33.º, e a outra situação é artigo 29.º, em que o quórum é mais rigoroso, e o rigor vai precisamente a situação em que a deliberação relativa à eleição ou diminuindo gradualmente no n.º 3, no n.º 2 e no n.º 1. No exemplo exoneração de membros da administração não foi aprovada pelo que apresentei há pouco do prédio com cem fracções, numa reunião número de votos exigidos. convocada para aprovação das contas do último ano ou para aprovação do orçamento para o ano, basta que votem a favor dois de Em resposta à pergunta levantada pela Sr.ª Deputada Chan Mei entre os três condóminos presentes para as contas e o orçamento Yi, sobre o caso em que a antiga administração de um edifício serem aprovados. Se a mesma regra for aplicada no caso do aumento interpôs recurso judicial contra a deliberação tomada pela nova das despesas de condomínio, vão surgir muitos litígios, pois trata-se administração que a exonerou, afirmo que, neste caso, esperamos de uma decisão de grande importância tomada por um grupo de pela sentença do tribunal antes de se dar sequência ao pedido pessoas muito reduzido. Espero saber qual é ideia do Governo sobre recebido. isto. Obrigado.

Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Chan Mei Yi. Presidente: Srs. Membros do Governo, façam o favor de responder às perguntas. Chan Melinda Mei Yi: Obrigada, Sr. Presidente. Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: Sr. Queria pedir ao Sr. Assessor jurídico para dar explicações mais Presidente: esclarecedoras. A minha dúvida é a seguinte: a nova administração fez tudo o que é exigido pela lei, isto é, a realização da reunião em Vou passar a palavra ao nosso assessor jurídico, para responder que se procedeu à exoneração da antiga administração. Contudo, o às perguntas. processo de criação da nova administração fica suspenso se a antiga interpuser recurso judicial contra essa deliberação tomada pela nova Chefia Funcional da DSAJ, Filipe Pereira: Muito obrigado. administração que a exonerou. Reparem que se pode propor, repetidamente, acções judiciais, o que acaba por ser um bloqueio, Relativamente à questão, novamente levantada, da suspensão da impedindo a aplicação da norma em análise. É neste sentido que eficácia da deliberação... a suspensão da eficácia da deliberação acho que as normas previstas na proposta de lei não servem para produz um efeito, que é: a exoneração só se torna eficaz a partir do resolver os problemas existentes. Espero ouvir explicações do momento em que haja uma sentença do tribunal sobre essa questão. Governo sobre esta matéria. Obrigada. E, portanto, a exoneração efectivamente, não vai ser... não vai produzir efeitos, até que haja essa sentença. Portanto, a Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Ho Ion Sang. administração vai continuar em funções, e não pode ser uma nova administração eleita. Gostaria, também, de referir, que uma das Ho Ion Sang: Obrigado, Sr. Presidente. partes intervenientes vai ser a administração que foi exonerada, portanto, vai ter de ser notificada dessa acção. E, o que nós dizemos, Sr.ª Secretária, e o Instituto da Habitação também diz, é que o depósito vai ser suspendido, a aprovação do depósito, até que haja uma deliberação Srs. Membros do Governo, judicial. Ou seja, essa nova administração, cuja... ou melhor, a exoneração da antiga administração e o depósito da nova Caros Colegas: administração… vai ser tudo suspenso, até que o Tribunal decida. Quanto à questão levantada relativamente ao fundo comum de Como o proponente não chegou a responder à minha pergunta reserva, e indo ao encontro do que já nos foi perguntado, os 25%, é de há pouco, sobre o quórum definido na proposta de lei para a que nós entendemos que é preciso ter bastante cuidado, quando se tomada da deliberação sobre as despesas a suportar pelo fundo autorizam despesas deste fundo comum de reserva. Nós, agora, comum de reserva, volto a pedir explicações sobre a subida, de temos este fundo comum de reserva como uma norma específica, e 12,5% para 25%, da representatividade para as deliberações. temos, também, que este fundo comum de reserva deve constar de Obrigado. uma conta bancária específica. E isto são mecanismos que nos foram perguntados. Qual é o mecanismo que nós implementamos Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Au Kam San. para precaver o abuso deste fundo comum de reserva? Um deles foi o quórum de 25%, e o outro foi a questão de exigir uma conta Au Kam San: Obrigado, Sr. Presidente. específica. No entanto, das conversas que nós tivemos com várias associações, foi-nos dito que, para despesas correntes, pode ser Gostava de fazer mais uma pergunta. Reparei que no artigo 22.º, utilizada a conta-corrente. E a conta-corrente da administração, ou “Competências da assembleia geral do condomínio”, não há da empresa de administração, permitirá resolver grande parte das referências sobre a competência da assembleia geral do condomínio preocupações levantadas pelo Exmo. Sr. Deputado. Sim, sim... para a decisão sobre o aumento das despesas de condomínio. Ora, a prática na realidade é que só é possível aumentar as despesas de E em relação à pergunta do Exmo. Deputado Au Kam San. Eu condomínio se se tomar essa deliberação na reunião da assembleia peço desculpa, por eu… estou-me a explicar mal. O artigo 29.º tem geral do condomínio. Parece-me que esta competência deve ser uma regra geral, que é o n.º 1, ou seja, essa é que é a norma geral. explicitada no n.º 5 do artigo 22.º, que prevê a competência da Todas as deliberações que não constem do n.º 2, 3 e 4. caem no

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 83

âmbito do n.º 1, que é a regra geral do quórum. E, portanto, a essa também é indispensável prestar atenção à criação de instrumentos deliberação vai ser exigido 15%. Não nos termos do n.º 5, ou seja, a judiciais efectivos, designadamente a criação do juízo de actualização do valor dos encargos de condomínio, como não está administração de condomínios, pois acredito que assim se pode prevista no artigo 29.º, n.º 2.; 29.º, n.3; e 29.º, n.º 4; cai no âmbito do contribuir para o tratamento eficaz destes assuntos. 29.º, n.º 1. Tal como mencionei há pouco, na proposta de lei atribui-se à Presidente: Srs. Deputados: administração a competência de instaurar acção judicial destinada a Vamos agora proceder à votação dos artigos 26.º a 30.º da cobrar as quantias em dívida. Na discussão durante os plenários de Subsecção I da Secção II do Capítulo II da proposta de lei. ontem e de hoje, houve colegas que criticaram o Governo, acusando-o de definir as normas jurídicas em causa para proteger os (Votação) interesses das empresas de administração predial. Gostava de chamar a atenção para o facto de que, segundo a proposta de lei, não Presidente: Aprovados. é legítimo as companhias de administração predial instaurarem acção judicial contra os pequenos proprietários que não pagam os Passamos, agora, à discussão na especialidade dos artigos 31.º a encargos de condomínio. Estou preocupado com esta situação. 37.º da Subsecção I da Secção II do Capítulo II da proposta de lei. Porquê? Houve, num edifício localizado na Zona Norte, um caso de Srs. Deputados, façam o favor de apresentar as vossas opiniões. não pagamento das despesas de condomínio. Pelas razões que Ninguém quer apresentar opiniões. expliquei, a empresa de administração do condomínio perdeu a acção, pois o juiz entendeu que a entidade que tinha competência Vamos então votar os artigos 31.º a 37.º da Subsecção I da para instaurar a acção judicial destinada a cobrar as quantias em Secção II do Capítulo II da proposta de lei. dívida era a administração do edifício. Ora, o disposto nas disposições da presente proposta de lei implica que a empresa de (Votação) administração de condomínio não pode instaurar acção judicial para cobrança das quantias em dívida? Se não pode, é provável que Presidente: Aprovados. surjam muitos problemas no futuro. Pois, é possível que a assembleia geral do condomínio não tenha vontade de instaurar Vamos, então, passar à discussão na especialidade dos artigos acção judicial contra os proprietários para reivindicar os encargos 38.º a 43.º da Subsecção II da Secção II do Capítulo II da proposta em dívida, e neste caso, se a empresa de administração de de lei. Srs. Deputados, façam o favor de apresentar as vossas condomínios não pode instaurar acção judicial, vão surgir problemas opiniões. ao nível da reivindicação desses encargos. Queria perguntar ao Governo qual é a intenção legislativa subjacente a estas normas. Tem a palavra o Sr. Deputado Au Kam San. Espero ouvir uma explicação detalhada do proponente sobre este assunto. Au Kam San: Obrigado, Sr. Presidente. Presidente: Srs. Membros do Governo, façam o favor de Srs. Membros do Governo: responder às perguntas.

A alínea 12) do n.º 1 do artigo 43.º dispõe que são funções da Director dos Serviços dos Assuntos de Justiça, Liu Dexue: administração instaurar acção judicial destinada a cobrar as quantias Para esclarecer o assunto abordado há pouco pelo Sr. Deputado Au em dívida. Ao ler isto, lembro-me das palavras do Sr. Deputado Kam San, vamos examinar, à luz do Código Civil em vigor, a Leonel Alves no plenário de ontem, sobre a grande lentidão da relação existente entre a assembleia geral do condomínio, a justiça, que é um problema que todos conhecemos. Esta é a razão administração, e a empresa de administração do condomínio. Numa pela qual a regra prevista no artigo 19.º refere que os conflitos perspectiva jurídica, a administração é uma entidade subordinada à emergentes das relações de condomínio devem ser submetidos assembleia geral do condomínio, ao passo que a empresa de preferencialmente a meios extrajudiciais de resolução de litígios, administração do condomínio é a entidade encarregada por todos os designadamente à mediação e à arbitragem. Contudo, o facto é que proprietários do edifício de prestar os respectivos serviços. Com a poucas pessoas recorrem ao Centro de Arbitragem de Administração delegação, pela assembleia geral do condomínio, do respectivo Predial do Instituto de Habitação para resolver os litígios, pois a poder, na companhia de administração predial, esta pode reclamar o mediação e a arbitragem requerem o consentimento de ambas as pagamento das despesas de condomínio por via judicial. Isto é partes. Sendo assim, o instrumento mais efectivo para a solução das legítimo. disputas continua a ser as acções judiciais. Tal como a Sr.ª Deputada Song Pek Kei disse há pouco, já houve situações de opiniões Presidente: Srs. Deputados: contrárias em sentenças emitidas por juízes diferentes em relação a duas fracções autónomas localizadas no mesmo edifício. Na minha Vamos agora proceder à votação dos artigos 38.º a 43.º da opinião, para além da elaboração desta proposta de lei, há Subsecção II da Secção II do Capítulo II da proposta de lei. necessidade de o Governo promover a criação do juízo de Reparem que foi feito um ajustamento à redacção do artigo 43.º, administração de condomínios, para permitir que se julgue, ao relativamente a uma palavra, e que na votação será utilizada a mesmo tempo, diferentes litígios ocorridos com proprietários que respectiva versão actualizada. moram no mesmo edifício, por forma a garantir a coerência no tratamento dos assuntos. Com a criação deste juízo, acaba-se com a Vamos então votar. ilusão dos proprietários, de que se o juiz for outro, a sentença é mais favorável. Recapitulando, insisto, que, relativamente à (Votação) administração de condomínios, não é só preciso trabalho legislativo,

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 84 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日

Presidente: Aprovados. Presidente: Aprovados.

Vamos proceder à discussão na especialidade dos artigos 44.º a Passamos agora à discussão na especialidade dos artigos 66.º a 48.º da Subsecção II da Secção II do Capítulo II da proposta de lei. 69.º do Capítulo IV da proposta de lei. Srs. Deputados, façam o Srs. Deputados, façam o favor de apresentar as vossas opiniões. favor de apresentar as vossas opiniões. Ninguém quer apresentar opiniões. Ninguém quer exprimir opiniões. Então, vamos votar os artigos 44.º a 48.º da Subsecção II da Secção II do Capítulo II da proposta de lei. Vamos então votar os artigos 66.º a 69.º do Capítulo IV da proposta de lei. (Votação) (Votação) Presidente: Aprovados. Presidente: Aprovados. Passamos, agora, à discussão na especialidade dos artigos 49.º e 50.º da Subsecção III da Secção II do Capítulo II da proposta de lei. Passamos, de seguida, à discussão na especialidade dos artigos Srs. Deputados, façam o favor de apresentar as vossas opiniões. Não 1318.º, 1320.º e 1324.º, constantes do artigo 70.º da proposta de lei. há deputados a querer apresentar opiniões. Srs. Deputados, façam o favor de apresentar as vossas opiniões.

Vamos então proceder à votação dos artigos 49.º e 50.º da Ninguém quer exprimir opiniões. Subsecção III da Secção II do Capítulo II. Vamos então votar os artigos 1318.º, 1320.º e 1324.º, constantes (Votação) do artigo 70.º da proposta de lei.

Presidente: Aprovados. (Votação)

Vamos passar agora à discussão na especialidade dos artigos Presidente: Aprovados. 51.º a 55.º da Secção I do Capítulo III da proposta de lei. Srs. Deputados, façam o favor de apresentar as vossas opiniões. Vamos, de seguida, proceder à discussão na especialidade dos artigos 71.º a 74.º do Capítulo IV da proposta de lei. Srs. Deputados, Ninguém quer apresentar opiniões. façam o favor de exprimir as vossas opiniões.

Então, vamos proceder à votação dos artigos 51.º a 55.º da Não há deputados a querer apresentar opiniões. Secção I do Capítulo III da proposta de lei. Então, vamos proceder à votação dos artigos 71.º a 74.º do (Votação) Capítulo IV da proposta de lei.

Presidente: Aprovados. (Votação)

Passamos à discussão na especialidade dos artigos 56.º a 61.º da Presidente: Aprovados. Secção II do Capítulo III da proposta de lei. Srs. Deputados, façam o favor de apresentar as vossas opiniões. Srs. Deputados:

Nenhum deputado quer exprimir opiniões. Alguém quer apresentar alguma declaração de voto? Tem a palavra a Sr.ª Deputada Kwan Tsui Hang. Então, vamos proceder à votação dos artigos 56.º a 61.º da Secção II do Capítulo III da proposta de lei. Kwan Tsui Hang: Obrigada, Sr. Presidente.

(Votação) Sr.ª Secretária,

Presidente: Aprovados. Srs. Membros do Governo:

Vamos passar então à discussão na especialidade dos artigos Finalmente concluímos a discussão e a votação na especialidade 62.º a 65.º da Secção III do Capítulo III da proposta de lei. Srs. do Regime jurídico da administração das partes comuns do Deputados, façam o favor de apresentar as vossas opiniões. condomínio. As normas que têm implicações directas sobre os pequenos proprietários são polémicas. Compreendemos a intenção Nenhum deputado quer apresentar opiniões. legislativa subjacente à elaboração da presente proposta de lei, que é promover a administração efectiva dos edifícios pelos pequenos Vamos então votar os artigos 62.º a 65.º da Secção III do proprietários. Na proposta de lei são atribuídos muitos poderes à Capítulo III. assembleia geral do condomínio, e estão previstas, claramente, normas que dizem respeito à empresa de administração de (Votação) condomínio. Contudo, na realidade, há imensas dificuldades logo com a simples convocação das reuniões da assembleia geral do

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) N.º V-124 - 7 e 8-8-2017 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau - I Série 85 condomínio. Nesta situação, a administração sente-se impotente Mak Soi Kun: Obrigado, Sr. Presidente. perante os condóminos que não querem cumprir as respectivas obrigações, nomeadamente a obrigação de ter seguro de incêndio, Sr.ª Secretária, sobretudo quando não se definiram sanções para castigar os transgressores. Temos razão para acreditar que os efeitos produzidos Caros Colegas: pela norma em causa vão ficar aquém do desejado. Apesar disso, adiro ao objectivo legislativo definido pelo Governo. Espero que a Vou ler, em seguida, a declaração de voto, que apresento em administração pública reforce as respectivas acções de educação e meu nome e em nome do Sr. Deputado Zheng Anting. sensibilização, e preste apoio às assembleias gerais de condomínio, para que estas possam exercer as suas funções de modo satisfatório. Como é evidente, a intenção legislativa subjacente à elaboração Por fim, queria pedir ao Governo para assumir uma atitude séria na da proposta de lei que acabou de ser aprovada é o aperfeiçoamento avaliação dos efeitos produzidos por esta lei, aquando da revisão a das normas jurídicas destinadas à regulamentação dos assuntos ter lugar três anos após a sua entrada em vigor, de modo a ajudar os relativos à administração de condomínios. Durante a discussão da residentes a administrar bem o seu lar. Obrigada. proposta de lei, constatámos que os cidadãos de Macau não conhecem muito bem as respectivas normas do Código Civil em Presidente: Tem a palavra a Sr.ª Deputada Song Pek Kei. vigor. Sendo assim, é nosso desejo que, agora aprovada a lei, o Governo reforce as respectivas acções de educação e sensibilização, Song Pek Kei: Obrigada, Sr. Presidente. caso contrário, não se vai conseguir atingir a meta de todos os edifícios de Macau terem o seu órgão executivo, e ninguém vai Vou ler, em seguida, a minha declaração de voto. querer ser membro da administração dos edifícios. Esperamos que o Governo preste mais atenção a este aspecto. Obrigado. A aprovação na especialidade, nos plenários de ontem e de hoje, da Lei da actividade comercial de administração de condomínios e Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Ho Ion Sang. da Lei do Regime jurídico da administração das partes comuns do condomínio, respectivamente, contribuirá para o aperfeiçoamento do Ho Ion Sang: Obrigado, Sr. Presidente. regime de administração de condomínios dos edifícios de Macau, para a definição, com maior clareza, dos direitos, poderes e Vou ler, em seguida, a minha declaração de voto. responsabilidades dos pequenos proprietários, da administração e das companhias de administração de condomínios, o que só favorece Desejo que a aprovação, no plenário de hoje, da Lei do regime a melhoria da qualidade dos serviços de administração de jurídico da administração das partes comuns do condomínio, e a condomínios. Durante muitos anos, ajudei dezenas de edifícios a aprovação, no plenário de ontem, da Lei da actividade comercial de resolver o problema de dois ou mais órgãos executivos no mesmo administração de condomínios, contribuam para resolver os edifício, os problemas relativos à realização de obras nas partes problemas existentes, há muito tempo, nos trabalhos de comuns do edifício, os litígios referentes ao poder de administração, administração de condomínios. Quanto à Lei do regime jurídico da e as dificuldades no processo de criação da assembleia geral do administração das partes comuns do condomínio, gostava de apontar condomínio. Ao longo deste trabalho, constatei normas para o facto de que as normas previstas não permitem resolver os desactualizadas contidas no Código Civil em vigor e destinadas a problemas registados na execução das correspondentes normas do regular a administração das partes comuns do edifício, as quais Código Civil em vigor, designadamente na execução da norma que dificultavam de forma acentuada os trabalhos de administração de impõe a obrigação de seguro de incêndio aos proprietários de todas condomínio. Perante esta situação, os cidadãos de Macau em geral, as fracções autónomas e à administração dos edifícios de Macau. e os pequenos proprietários em especial, reivindicaram a revisão das Isto é, o proponente não aproveitou a oportunidade de elaboração leis em referência. Foi neste contexto que o Governo elaborou a desta lei avulsa, na qual foram aditados os estipulados relativos à presente lei avulsa, na qual foram aditados os respectivos administração de condomínios do Código Civil vigente, para estipulados constantes do Código Civil vigente, tendo-se procedido introduzir novos conteúdos de utilidade. Da mesma forma, as à simplificação do processo de convocação das reuniões da normas da proposta de lei não vão contribuir para solucionar o assembleia geral do condomínio, e afirmado a possibilidade de o problema do não pagamento das despesas de condomínio, aliás, poder público intervir nos assuntos referentes à administração de votei contra uma das normas sobre esta matéria. Espero que o condomínios, o que permitirá a execução efectiva desta lei. Pelas Governo continue a reflectir aprofundadamente sobre as medidas razões expostas, votei a favor da aprovação da proposta de lei, que se podem adoptar para melhorar a aplicação do regime definido, reconhecendo que isto representa um passo importante dado pelo além de reforçar as respectivas acções de educação e sensibilização, Governo na regulamentação da administração de condomínios. por forma a eliminar as preocupações da população. É minha Apesar disso, gostaria de apontar para a falta de apoios efectivos à expectativa que os diferentes funcionários da DSSOPT assumam administração dos edifícios por parte do poder público, sobretudo de uma interpretação única sobre o conceito de obras de reparação e o apoio à instauração de acções judiciais, e também para a atribuição conceito de inovações. de mais responsabilidades ao referido órgão executivo. É nosso desejo que o Governo continue a aperfeiçoar a lei nas ocasiões O regulamento do condomínio é outra matéria que requer propícias, tendo em conta o real desenvolvimento da sociedade, e ponderação séria e análise cuidadosa. O que acontece na realidade é tendo como base a lei que acabou de ser aprovada pelo hemiciclo, que esse regulamento apenas existe de nome, havendo, portanto, de modo a prestar apoio atempado e adequado aos membros da necessidade, de voltar a examinar o seu conteúdo e a sua execução, administração de condomínios. Obrigada. nomeadamente na revisão prevista na presente lei, a realizar três anos após a sua entrada em vigor. É de saber que a administração de Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Mak Soi Kun. condomínios tem implicações sobre dezenas de milhares de famílias de Macau. É importante que o Governo continue a aperfeiçoar as

(Versão editada, composta e revista pela Divisão de Redacção e Publicações dos SAAL) 86 澳門特別行政區立法會會刊-第一組 第 V – 124 期-2017 年8月7日及8日 respectivas normas jurídicas, tendo em consideração as opiniões e sugestões apresentadas pelos deputados, com vista a resolver os problemas reais. Espero que o Governo optimize os respectivos trabalhos.

Presidente: Sr.ª Secretária Chan, faça o favor.

Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: Obrigada, Sr. Presidente. Obrigada, Srs. Deputados.

Apresento, com sinceridade, os meus agradecimentos aos membros da Comissão Permanente, que envidaram grandes esforços e realizaram dezenas de reuniões para a apreciação desta proposta de lei. Os meus sinceros agradecimentos são também dirigidos à assessoria da Assembleia Legislativa, que trabalhou arduamente na análise e apreciação da proposta, tendo apresentado muitas opiniões preciosas. Embora haja disposições que não foram aprovadas na votação na especialidade, acho que o objectivo que levou à elaboração desta proposta de lei foi praticamente alcançado. Vamos reforçar as acções de divulgação, sensibilizando os cidadãos para a importância desta lei, aceitando as opiniões e sugestões dos Srs. Deputados.

Obrigada, Sr. Presidente.

Presidente: O Sr. Deputado Chan Chak Mo apontou, na apresentação que fez no plenário de ontem, para a necessidade de proceder a ajustamentos de redacção na proposta de lei. O Governo concorda com a opinião do Sr. Deputado Chan?

Secretária para a Administração e Justiça, Chan Hoi Fan: Concordo.

Presidente: O Governo concorda com a opinião do Sr. Deputado Chan. Vamos então pedir aos assessores do Governo e da Assembleia Legislativa para procederem aos respectivos ajustamentos.

Volto a agradecer, em nome da Assembleia Legislativa, a presença da Sr.ª Secretária Chan e das demais autoridades na reunião de hoje.

Declaro encerrada a sessão.

Intérpretes-Tradutores: Gabinete de Tradução Redactores: Divisão de Redacção e Publicações