1 Presidente da República CENTRO DE ARTES CÊNICAS - Ceacen LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Diretor Antonio Gilberto Ministro de Estado da Cultura Coordenação de Circo Antonio Gilberto (interino) FUNDAÇÃO NACIONAL DE ARTE Diretor da Escola Nacional de Circo José Clementino de Oliveira (Zezo Oliveira) Presidente Coordenação de Teatro ANTONIO GRASSI Marilia Maria Milanez de Lima

Diretora Executiva Coordenação de Dança Marcos Lima de Moraes MYRIAM LEWIN Centro Técnico de Artes Cênicas Abílio da Silva Henriques

PRESIDÊNCIA CENTRO DE ARTES VISUAIS - Ceav Procuradoria Jurídica Diretor Miguel Lobato Francisco de Assis Chaves Bastos (Xico Chaves) Auditoria Interna Coordenador de Artes Visuais Reinaldo Veríssimo Ivan Pascarelli Coordenação de Comunicação Coordenador da Rede Nacional Artes Visuais Marlene Niches Custódio Nelson Ricardo Martins Coordenação de Difusão Cultural - Brasília Coordenadora de Produção Myriam Lewin (interina) Eliane Longo Representante em São Paulo Coordenadora do Centro de Conservação e Preservação Fotográfica - CCPF Helvio Tamoyo Sandra Baruki Representante em Minas Gerais Mirian Lott CENTRO DA MÚSICA Assessoria Especial da Presidência Diretora Bia Gross Ana de Hollanda Claudia Amorim Júlio Mourão Coordenador de Música Erudita Morgana Eneile Flávio Silva Programa Arte sem Barreiras Coordenador de Música Popular Rita Maria Aguiar Pedro Paulo Malta Programa Nacional de Apoio à Cultura - Pronac Coordenadora - Projeto Bandas Andréa Paes Rosana Lemos Coordenação Geral de Planejamento e Administração CENTRO DE PROGRAMAS INTEGRADOS - Cepin Coordenador-Geral Diretor Paulo Grijó Gualberto Vitor Ortiz Coordenador Financeiro Coordenadora Operacional Abimael Corrêa Anagilsa Barbosa da Nóbrega Franco Coordenador Administrativo Coordenadora de Edições Cid Gonçalves Ferreira Maristela Rangel Coordenadora de Recursos Humanos Coordenador do Canal Virtual Célia André Feital Paulo César Soares Coordenadora do Centro de Documentação - Cedoc Helena Dodd Ferrez

2 3 Uma Funarte contemporânea

Entre 2003 e 2006, a Funarte recuperou progressivamente a sua importância como instituição chave da vida cultural brasileira - um dos braços (e ouvidos) fundamentais do corpo do Ministério da Cultura na formulação de políticas culturais, cada vez mais amplas e democráticas. Hoje a Funarte é uma casa responsável pelo estímulo à produção, à circulação e à formação renovada das diversas linguagens que constituem e traduzem nossa contemporaneidade artística. Poderia nesta apresentação discorrer sobre as várias ações realizadas ao longo desses quatro anos pela Funarte, fazer um balanço com foco no que até agora realizamos. Mas como as próximas páginas fazem este balanço muito bem, faço desta uma oportunidade de olhar para o futuro, de focar o daqui para frente.

Nossa produção contemporânea oxigena os mais variados modos de ver e interpretar o Brasil, assim como as novas formas de desordenar a tradição e refazer nossa atualidade. Temos uma produção alta- mente diversa e criativa que a cada dia faz e refaz a fotossíntese de imagens do que hoje chamamos Brasil, deste Brasil que nos forma e constitui, não como platéia, mas como atores e autores potenciais de nossa própria história. Nesses quatro anos em que estive à frente do MinC e no início de mais uma gestão, temos nos esforçado para dar contemporaneidade às ações e à estrutura da Funarte, temos procurado inspirar e respirar do oxigênio da produção cultural brasileira para nos renovarmos e oxige- narmos as nossas ações para todo o país e para todos aqueles que hoje produzem e procuram cultura.

E é justamente este o Brasil que queremos e buscamos alcançar em nossas políticas: um Brasil que é de todos e, portanto, de cada um – não aquele Brasil de poucos, de apenas alguns. Nossa diversidade e nossa necessidade de produzir e acessar cultura, de respirar esse oxigênio cultural, hoje vital para o desenvolvimento humano, é o que nos guia para a constituição dessa nova Funarte, que começou a brotar nessa primeira gestão com a promessa frondosa de oxigenar o Estado e o país e, aos poucos, tornar-se uma árvore de grandes galhos, profundas raízes e muitos frutos.

É justamente este Brasil o nosso maior horizonte e a nossa maior fonte. Esta ampla produção cultural brasileira – da qual temos tanto orgulho e apreço – que ganhou o Brasil e o mundo e vem estabelecen- do novas formas tecnológicas de inserção social, alterando maneiras clássicas da relação entre autoria e obra, entre técnica e corpo, entre a sociedade brasileira e o acesso a toda essa produção cultural.

Nesses quatro anos, a Funarte revitalizou seu fomento a bandas em pequenos e grandes municípios e retomou o Pixinguinha, interrompido por sete anos, um programa que faz circular a música brasileira, que reconhece e projeta novos talentos de todas as regiões do Brasil. Olhando para o futuro, percebe- mos que, além do Pixinguinha, outros programas que deram certo no passado – e que preservam sua atualidade – podem e devem conviver com novos programas, novas linhas e diretrizes, como a relação com a TV Pública, agora incorporada nas políticas do Ministério.

Hoje temos um Ministério da Cultura que é reconhecido em todo o país. A partir de 2007, queremos conectar ainda mais o Pixinguinha com meios de acesso e cooperação federativa que o tornem a cada dia um programa mais brasileiro, com maior escala e impacto em todas regiões do país. A música brasileira atravessa hoje uma transformação profunda – não apenas em seu talento vibrante – mas na tecnologia disponível para gravações baratas e eficientes, no acesso à música pela internet, na possi- bilidade de difusão de acervos que reúnam nosso patrimônio musical (como o que a Funarte começa a tornar disponível em seu site), na emergência de novos modelos negociais que solicitam uma presença

4 do Estado na promoção do equilíbrio entre o legítimo direito de autor e o legítimo direito de acesso de cada brasileiro. São os circuitos de festivais de música que se modernizam e merecem se tornar foco de uma política de apoio, são as feiras que surgem aqui – e lá fora – que se tornam enclaves e portos de transmissão e retransmissão de nossa moderna sonoridade.

Com a ajuda das câmaras setoriais – agora finalmente instituídas e em plena atuação – são desafios que começamos a perseguir e que agora se aprofundam com o reconhecimento da contemporânea relação entre nossa produção estética e nossa circulação de valor econômico dela decorrente com a circulação de valor social e a consolidação de um amplo debate em nossa sociedade. A população brasileira quer mais acesso à cultura, o direito a uma cidadania plena e, nesse sentido, nossos progra- mas têm que se integrar às escolas brasileiras (o que iniciamos a fazer com a circulação de concertos em escolas) a partir de um programa claro e contundente que combine presença das artes com presen- ça da arte-educação.

Buscando esta simbiose entre produção e circulação social, a Funarte desenvolveu linhas de atuação nas artes visuais (redes que articularam pelo Brasil um universo de atitudes estéticas) e artes cênicas (particularizando a atuação em teatro e dança – o que é uma novidade decisiva). Graças a uma parceria do Ministério da Cultura, Secom e o fundamental patrocínio cultural da Petrobras, a Funarte oferece ao Brasil hoje grandes editais anuais para o teatro e a dança. Já chegamos à segunda edição do Myriam Muniz e do Klauss Vianna, que vieram para ficar e crescer a cada ano. Em 2007, lançaremos um grande edital para projetos contemporâneos de artes visuais e sua circulação nacional. Também estão previs- tos novos editais para a área de circo, todos em parceria com a Petrobras. O lento processo de autonomização do campo cultural – e dentro dele em muitos segmentos - merece também ser foco da atenção de políticas que valorizem singularidades de cada setor (como viemos fazendo), de políticas que não percam de vista as interconexões vivas entre imagens, artes dramáticas, texto, palavra, proje- ção e som, entre circo, dança e as formas novas de produção visual, por exemplo.

A Funarte que nos aguarda agora deverá aprofundar essas linhas e inovar em muitas outras. Retomar a sua ação de pensamento, de reflexão crítica, e articular-se com os muitos acervos e memórias disponí- veis para a contínua interação das expressões artísticas com seu meio cultural mais amplo, que é a própria sociedade brasileira.

Gilberto Gil Ministro da Cultura

5 Funarte: de espectadora a protagonista

A recente liberação da emenda que destina R$ 15 milhões para os prêmios de fomento Myriam Muniz, de teatro, e Klauss Vianna, de dança, marca o início de uma nova fase no relacionamento entre o Governo Federal e a produção artística no país. De um lado, está o governo, compreendendo a importância econômica – para além do valor simbólico – de contar com estes setores no novo ciclo de desenvolvimento do Brasil. E, de outro, os artistas e produtores, que vêem ressurgir a oportunidade de exercer sua criatividade num cenário de maior liberdade e de menor dependência do mercado. Para gerir esta relação, o governo conta com a Fundação Nacional de Arte, Funarte, criada em 1975 e reestruturada na atual gestão.

Por um longo período, a Funarte foi a instituição responsável, no Governo Federal, pelas políticas e investimentos no campo das artes. Sua história, após a criação do Ministério da Cultura, em 1985, contudo, acabou marcada por inúmeros reveses. Em 1990, Collor a extinguiu, num primeiro sinal de que os governos neoliberais não tinham nos seus planos manter a atuação estatal no setor.

Três anos depois, a Fundação foi recriada, mas acabou subsumida entre os parâmetros da política liberal dos anos 90 – caracterizada principalmente pela redução da participação do Estado – e a contra- ditória existência de suas mesmas prerrogativas e funções no âmbito das secretarias que estruturavam o Ministério da Cultura, em Brasília.

A retomada efetiva teve início com o Governo Lula, a partir da reestruturação administrativa do MinC, promovida em 2003, que devolveu à Fundação a condição de órgão promotor das políticas, das ações e dos investimentos nas artes visuais, circo, dança, música e teatro, definindo com clareza o seu cam- po de atuação.

No final destes primeiros quatro anos, a Funarte assumiu um papel insubstituível na promoção da econo- mia, na organização dos setores e no fomento às atividades de sua competência. Papel este que se tem baseado numa relação direta de diálogo e formulação com os segmentos, representados oficialmente através das Câmaras Setoriais. Cada área possui sua Câmara, na forma de órgão consultivo, que se reúne com freqüência, e que é constituído por representantes dos diversos segmentos das cadeias produtivas – artistas, produtores, empresários, associações – das diferentes regiões do país.

Entre dezenas de projetos que realiza hoje, a Funarte não só resgatou importantes símbolos da cultura brasileira, como o Projeto Pixinguinha, que estava paralisado desde 1997, como vem promovendo uma abertura inédita a segmentos até então excluídos das políticas governamentais ou não incluídos pelo mercado. Nesse universo estão centenas de músicos de todo o país que ganham uma nova oportunida- de de projeção em suas carreiras com programas como o Pauta Funarte/Petrobras e com as ações em favor da música de concerto.

Oportunidades semelhantes estão tendo os artistas com deficiência que sofrem também restrições no mercado de trabalho. O problema vem sendo diminuído com o projeto Arte Além dos Limites – parte do Programa Arte Sem Barreiras – que neste ano lançou um edital inédito de fomento para novas produções artísticas de grupos, companhias e criadores de vários estados. O sucesso do pro- jeto motivou a Caixa Econômica Federal, principal parceira, a anunciar a ampliação dos recursos de patrocínio para 2007.

6 O mesmo acontece com o Circo, um setor que emprega cerca de dez mil profissionais, especialmente no interior brasileiro. Neste caso, a luz vermelha havia sido acesa pelos balanços dos recursos capta- dos com os projetos culturais que buscam amparo na Lei Federal de Incentivo, onde se constatou que a atividade é a menos beneficiada. Essa percepção levou a Funarte a se decidir pela ampliação dos recursos destinados ao Prêmio de Estímulo ao Circo, que saltaram de R$ 100 mil para R$ 3 milhões nos últimos dois anos.

De volta ao teatro e à dança, cabe salientar que estes setores enfrentam uma crise de desequilíbrio entre a capacidade produtiva dos artistas brasileiros – a oferta de mão-de-obra, companhias organizadas e talen- tos, com o natural crescimento do número de profissionais no mercado – e a ausência de canais estáveis de financiamento. Além disso, embora estes sejam os setores que mais se beneficiam com as verbas de patro- cínio, através da Lei Rouanet, os resultados não apresentam o necessário alcance nacional.

Um dos méritos mais importantes do governo, através do Ministério da Cultura e da Funarte, foi exata- mente atuar sobre estas distorções, buscando uma alternativa por meio do diálogo aberto. Desse diálo- go surgiram os formatos de execução dos prêmios Myriam Muniz e Klauss Vianna, cuja principal caracte- rística foi uma distribuição mais justa do investimento entre as várias regiões do país.

Os prêmios foram entregues, em 2005, com patrocínio da Petrobras, e, agora, em 2006, com recursos do Tesouro, de forma direta, através de editais públicos, marcados pela transparência e pela superação defini- tiva das políticas de balcão. A soma dos montantes chega a R$ 28 milhões, representando o maior investi- mento já realizado nos setores de teatro e dança. Investimento cujo resultado já está sendo colhido numa profusão de espetáculos e oportunidades de trabalho em todo o território nacional e conseqüente amplia- ção do mercado internacional para a cultura brasileira, tendo em vista a qualidade da oferta.

O mesmo ímpeto, a Funarte tem aplicado também na política das Artes Visuais, cujo projeto Rede Nacional tem promovido uma articulação inédita e um intercâmbio efetivo entre artistas dos mais dife- rentes matizes de todo o Brasil. E, da mesma forma, em diversos outros campos de sua atuação, como na retomada do Programa de Edições e na criação do Canal Funarte (www.funarte.gov.br/canalfunarte), que já registra mais de vinte mil acessos via internet em pouco mais de dois meses de funcionamento.

Por fim, a Funarte vem demonstrando um reencontro com os melhores momentos de sua história no desem- penho de um papel estratégico. Sua consolidação como órgão moderno e atuante, com metas atualizadas de amplo alcance nacional, fortalece a sociedade, superando um longo período em que esteve na condição de espectadora para se tornar protagonista na cena do desenvolvimento cultural brasileiro.

Antonio Grassi Presidente da Funarte

7 Centro de Artes Cênicas Ceacen

Democracia em palcos e picadeiros

A transformação na prática da política de estímulo às artes cênicas da Funarte, na gestão 2003-2006, trouxe mais do que realização de progra- mas. Atendendo às necessidades dos artistas de teatro, dança e circo, a Funarte inovou na democratização. O investimento em artes cênicas nesse período, com apoio da Petrobras, foi o maior na recente história do Ministé- rio da Cultura: R$ 58,28 milhões.

Mais de 30 grandes ações, em quatro anos, estimularam a produção de es- petáculos, a formação profissional e a pesquisa. Houve mudanças nos dois eixos de atuação: circulação e fomento. Todos os programas foram realiza- dos por editais públicos, para as cinco regiões do Brasil, com transparência e publicidade. As comissões que escolhem os vencedores são compostas por membros da classe artística, de notório saber, a maioria indicada por entidades representativas.

A ocupação dos espaços culturais baseou-se em critérios previamente defi- nidos em edital, que privilegiaram a qualidade artística. "Tivemos uma di- versidade muito grande no que se refere aos estilos dos espetáculos, e a Intrépida Trupe no Teatro Plínio Marcos, presença de grupos, muitos estreando no teatro profissional", afirma Anto- em Brasília nio Gilberto, diretor do Centro de Artes Cênicas (Ceacen).

8 Na área da comunicação, a Funarte obteve o apoio da TV Globo para veiculação de chamadas gratuitas, com divulgação de espetáculos de tea- tro, dança e circo.

Equilibrando bilheteria e acesso do público

A política do Ceacen tem sido a de tentar atender às demandas do público e dos produtores de arte. O que caracterizou a ação da Funarte nas artes cêni- cas foi o eixo fomento-circulação, com a meta de alcançar um equilíbrio en- tre as necessidades do produtor e as condições do público. O artista ga- nhou meios de desenvolver o trabalho, o que facilitou o comparecimento do público graças ao baixo preço dos ingressos. Outra inovação trazida pelos editais foi o apoio à pesquisa e a realização de oficinas gratuitas ou projetos que beneficiem a comunidade.

O Ceacen apostou na diversidade, na riqueza da arte regional, valorizando o caráter nacional e o intercâmbio geográfico, no método de custeio e difusão. Um dos critérios adotados pelas comissões que avaliaram os projetos foi a relevância cultural para a região. Para isso, houve cuidado na determinação de quantias específicas para cada região e na proporção do número de inscri- tos, conforme determina a política da democratização cultural do MinC.

Em 2003, os investimentos em artes cênicas tiveram um valor aproximado de R$ 2 milhões. Em 2004, chegou-se, porém, a quase R$ 9 milhões e, em 2005 aproximadamente R$ 13 milhões, atingindo em 2006 o recorde de cerca de R$ 35 milhões. O total corresponde 58% do orçamento da Funarte, aproximadamente.

Os programas de maior abrangência nacional foram os prêmios Myriam Muniz, de teatro, e Klauss Vianna, de dança, ambos criados em 2004, como resposta à demanda dos produtores. A primeira edição dos prêmios, reali- zada em 2006, distribuiu inicialmente R$ 13 milhões, a 232 grupos. O total chegou a R$ 26,32 milhões, com a concessão de mais R$ 13,32 milhões para os candidatos em segunda chamada.

Teatros recuperados

No início da gestão, seis espaços para espetáculos da Funarte encontra- vam-se em estado precário: os teatros Duse, Glauce Rocha e Cacilda Becker, no ; o teatro Plínio Marcos e a Sala Cássia Eller, em Brasília; e a Sala Guiomar Novaes, em São Paulo. A primeira providência foi executar obras emergenciais, terminadas até o fim de 2006. O montante investido em reforma e compra de equipamentos chegou a cerca de R$ 1 milhão.

A Casa Paschoal Carlos Magno, um centro cultural localizado no bairro de Santa Tereza no Rio de Janeiro, que possui uma hospedaria com 29 leitos para grupos artísticos em temporada nesta cidade e um teatro de câmara (Teatro Duse) para 60 pessoas, foi reinaugurado em dezembro de 2005, abrin- do as comemorações do centenário de nascimento do seu fundador, em 2006. Outra importante obra realizou-se na Aldeia de Arcozelo, em Paty do Alfe- res, RJ, antiga fazenda transformada em centro cultural por Paschoal Carlos Magno, com o objetivo de abrigar a realização de festivais, congressos, e seminários de artes cênicas.

9 Qualificação em arte e técnica

No aperfeiçoamento de artistas e técnicos, destacou-se o programa nacio- nal Laboratório do Ator, criado pela Coordenação de Teatro em 2004, para reciclar atores profissionais em atividade, ou não, através de oficinas práti- cas gratuitas. Foram selecionados professores de todas as regiões para in- tercâmbio de conhecimento. O Laboratório emitiu, de 2004 a 2006, cerca de 1.800 certificados.

Também foram realizadas oficinas de Circo, na Escola Nacional de Circo (RJ), e de dança, com oito edições em sete estados, em 2005 e 2006, capacitan- do cerca de 250 alunos.

A Funarte apoiou, ainda, grandes festivais de artes cênicas, que contribuem para a formação de platéias e a troca de técnicas e conhecimento entre os profissionais da área. A prioridade foi atender aos festivais internacionais, Mana, tão perto tão longe com várias edições realizadas, garantindo a circulação de espetáculos naci- Cia Eu com Ela onais dentro desses Festivais. Propritetários à moda antiga Estação do Teatro Russo As caravanas de circulação de teatro e dança, em 2004, movimentaram o Brasil, apoiando temporadas de grupos em suas próprias regiões de ori- gem. Premiaram-se grupos de várias categorias e tamanhos, em quatro modalidades: Adulto, Infância e Juventude, Bonecos e Teatro de Rua. A op- ção foi regional, porque havia mais comunicação dos estados com o eixo RJ- SP do que com estados vizinhos.

Em 2006, investiu-se na circulação nacional, com as Caravanas Funarte Petrobras de Circulação Nacional de Teatro e Dança. A de teatro distribuiu um prêmio de R$ 3,08 milhões, por 42 grupos, de 677 inscritos; a de dança

10 apoiou 30 companhias, de 193 inscri- tas, com um total de R$ 1,6 milhão.

"O teatro tem esse poder: quando um município, recebe espetáculos ou artis- tas para uma Oficina, pela primeira vez, formam-se logo grupos, e o interesse do público é é despertado", diz Antonio Gil- berto. "Isso acontece principalmente nas regiões mais distantes, no interior do nosso país, onde há carência de qua- lificação", completa o diretor do Ceacen.

Espetáculos e festivais: valor comunitário

Em 2005, no Ano do Brasil na França, o teatro e da dança brasileiros marcaram presença no Espaço Brasil, em Paris. No

Sob Medida mesmo ano, celebrou-se a parceria teatral Brasil-Rússia, pela qual cada país Cia. de Arte Contemporânea da UFRJ apresenta cinco das melhores peças contemporâneas, numa troca de turnês. no Teatro Cacilda Becker Em convênio com o 6º Festival Internacional de Teatro Tchekhov, a Estação Brasileira na Rússia durou dez dias, com enorme repercussão na mídia rus- sa. "O Brasil é respeitado no exterior pelo talento de nossos artistas. O en- tusiasmo com que os russos nos receberam mostrou isso", afirma, Antonio Gilberto. Foram apresentados em Moscou, após uma seleção feita pela equi- pe da Rússia, os espetáculos: Lunário perpétuo (Antônio Nóbrega), Boca de ouro (Direção José Celso Martinez Correa), Fausto Zero (direção de Gabriel Vilela), Ensaio. Hamlet (direção de Enrique Diaz), e Caixa de imagens (teatro de bonecos).

A Estação de Teatro Russo no Brasil 2006, com apoio do Sesc, MinC e Agên- Apresentação do grupo de teatro russo no Teatro Cacilda Becker cia Federal de Cultura e Cinematografia da Rússia, fez parte dos mais impor- tantes festivais nacionais de teatro des- te ano. Cinco montagens russas foram encenadas: a "quintessência do teatro russo contemporâneo", segundo Valéri Chadrin, coordenador do Festival Tchekhov. Foram escolhidos pela curadoria brasileira os espetáculos: Noi- te de Reis e Boris Godonov (ambos com a direção de Declan Donellan com ato- res de diversas companhias da Rússia); Proprietários à moda antiga (direção Mindáugas Kàrbauskis); O capote (dire- ção Valéri Fókin), e K.I. do crime e casti- go (direção Kamas Ginkas).

11 Estímulo aos novos dramaturgos

Após quase dois anos de suspensão, o Prêmio Funarte de Dramaturgia foi retomado em 2003. Com premiações que valorizam os autores de todas as regiões e a nova categoria Infância e Juventude, foram realizadas três edi- ções do programa, com um total de 84 premiados e R$ 980 mil em prêmios, para os três melhores trabalhos nas duas categorias. Em 2005, 732 autores inscreveram-se no concurso. Os vencedores, além de prêmio em dinhei- ro, tiveram a obra publicada pela Funarte.

O Instituto Camões, o Instituto das Artes e o Teatro Naci- onal Dona Maria II, de Portugal, assinaram com a Funarte, em 2006, o convênio que criou o Prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia António José da Silva. O concurso seleci- Assinatura do convênio para criação ona, anualmente, dois autores: um brasileiro e outro português. Cada um do Prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia Antônio José da Silva recebe 15 mil euros e tem garantidas a edição dos textos e a montagem dos espetáculos nos dois países. Cada país propõe quatro finalistas, apreciados por um júri binacional, designado pelo Instituto Camões e pela Funarte. Em 2006, os brasileiros foram escolhidos entre os primeiros colocados do Prê- mio Funarte de Dramaturgia, realizado de 2003 a 2005.

Nas edições, a história do teatro

Nestes quatro anos, também foi reformulada a produção editorial sobre te- atro. Como exemplos, o Programa de Arquitetura Cênica e os Cadernos de Títulos lançados pela coleção técnica teatral, do CTAC. O programa Resgate e Desenvolvimento de Técni- de obras críticas cas Cênicas republicou os cinco livros da coleção, sobre administração tea- tral, cenotécnica, arquitetura cênica e iluminação, reeditados em 2005.

Teve destaque, ainda, o lançamento da coleção de obras críticas. Em 2004, Reflexões do teatro brasileiro século XX, de Yan Michalski, organizado por Fernando Peixoto e, em 2006, Paschoal Carlos Magno - Crítica teatral e outras histórias, organizado por Martinho de Carvalho e Norma Dumar. O lançamento comemorou o centenário de Paschoal Carlos Magno, numa ho- menagem do Festival de Teatro do Rio, da Universidade Veiga de Almeida e da Funarte.

Destacam-se também o relançamento de Ator e Método, de Eugenio Küsnet e a reimpressão de Bailarino - pesquisador - intérprete - processo de forma- ção, de Graziela Rodrigues, além das coletâneas anuais dos vencedores do Prêmio Funarte de Dramaturgia.

12 Valorização da dança

Com a recriação da Coordenação de dança, em 2004, pela primeira vez a dança conquistou programas exclusivos e orçamento próprio, em atendi- mento a pedidos da categoria. "A dança atingiu esta conquista a partir da valorização de sua especificidade, com espaço para cada área cultural, e da escolha de um especialista, Marcos Moraes como coordenador", afirma Antonio Gilberto.

A atual gestão da Funarte fez o maior investimento público em dança na história do país: quase R$ 12 milhões. O Prêmio Funarte Klauss Vianna de Fomento à Dança, 2006, foi o maior do gênero já oferecido no Brasil: cerca de R$ 7,85 milhões, para 210 grupos. No ano anterior, o Prêmio Funarte Petrobras de Fomento à Dança já havia contemplado 31 montagens, com R$ 1,25 milhão.

As Caravanas Funarte de Circulação Regional de Dança, em 2004, atingiram comunidades que nunca haviam tido contato com esta forma de arte. Foram 31 espetáculos em quase 90 cidades de todas as regiões, nas capitais e no interior.

A exemplo do que aconteceu no teatro, a Caravana Funarte Petrobras de Circulação Nacional de Dança, de 2006, também estimulou a formação de platéias e a comunicação da dança com a sociedade, especialmente na cir- culação das produções independentes ou regionais.

O Teatro Cacilda Becker, no Rio de Janeiro, ficou marcado pela programação diversificada, trazendo companhias de vários estados, e eventos que utili- zam a dança para a construção da cidadania e da estética, como o

13 Cacildadania. Com duas edições em 2005, a mostra trouxe projetos de dan- ça criados pelas comunidades de diversos bairros do Rio e arredores, ampli- ando o acesso ao bem cultural. No programa Arte sem Barreiras, que pro- move a inclusão no panorama artístico-cultural de pessoas com deficiência, o Cacilda Becker acolhe três companhias residentes, que participaram do Festival Arte sem Limites, em 2006.

Vários outros Fóruns e festivais de dança aconteceram no Teatro neste ano, como o Fórum Nacional de Dança de Salão e o Festival Panorama de Dan- ça. Este evento integra, juntamente com o Festival de Dança do Recife PE, e o Fórum Internacional de Dança (FID), em Minas Gerais, o Circuito Brasi- leiro de Festivais Internacionais de Dança, apoiado pela Funarte. A insti- tuição colaborou também com diversos festivais de artes cênicas que abran- gem a dança.

Mais circo do que nunca

Os quatro anos da atual gestão foram marcados pela cri- ação do Prêmio Funarte de Estímulo ao Circo, que distri- buiu recursos a 239 trupes, com o recorde de R$ 2 mi- lhões em 2005. O concurso é aberto a grupos de qual- quer tamanho ou tipo, atendendo à demanda de diversi- ficação. Batizado de Carequinha em sua versão 2006, o Prêmio concedeu pouco mais de R$ 1,53 milhão, em seis módulos diferentes. No total, o investimento da Coorde- nação de Circo foi de R$ 6 milhões, aproximadamente.

A Funarte também investiu na formação do Cadastro de Profissionais e Grupos Circenses, que tenta mapear a dis- tribuição da classe no Brasil, apesar das dificuldades de- correntes da natureza da atividade.

O Ceacen criou duas ações para orientar os municípios sobre o circo. A primeira é a informação às prefeituras sobre como acolher o circo. Com uma cartilha de infor- Receba o Circo de mações técnicas, a campanha Receba o Circo de Braços Abertos divulga in- Braços Abertos formações para simplificar a burocracia nos diferentes municípios. Ela veio Campanha Nacional de Valorização do Circo ajudar a acabar com a insegurança dos circenses, em sua vida nômade, de- em parceria com a Rede vido às variações de exigências. "Pedimos às prefeituras que destinem um Globo terreno exclusivo para os circos, com água e corrente elétrica", informa o Edital do Prêmio Funarte Carequinha de diretor do Ceacen. Estímulo ao Circo Já a campanha institucional publicitária Receba o Circo de Braços Abertos, que contou com o apoio da Rede Globo de Televisão e do jornal O Globo, é uma forma de preparar e motivar a comunidade para a presença do circo.

A Escola Nacional de Circo, que preserva suas especialidades, em cursos técnicos e artísticos, tem capacitado profissionais para a qualidade tanto da montagem de equipamentos quanto da organização do espaço cênico. Muitos ex-alunos da Escola estão empregados em circos famosos, nacio- nais e estrangeiros, a exemplo do Cirque du Soleil, Ringling Bros e Circo Arcaos, assim como em grupos cênicos renomados. A ENC tem 132 alunos

14 matriculados - 112 no curso regular e 20 profissionais em reciclagem - e, nestes quatro anos, formou 38 novos artistas. O Ceacen conseguiu, ainda, iniciar o necessário processo de reconhecimento da Escola pelo Ministério da Educação.

Formação e informação técnica

O Centro Técnico de Artes Cênicas (CTAC), voltado para a área de infra-estru- tura teatral, também recebeu mais investimentos da Funarte. O Programa de Serviços de Consultoria Técnica em Construção ou Restauração de Espa- ços Teatrais oferece consultoria a espaços cênicos em vários estados. No Programa de Equipamento de Teatros, em 2005-2006, do CTAC, foram ad- quiridos e doados a 40 teatros kits de iluminação cênica completos.

Entre 2003 e 2006, o Programa Formação de Recursos Humanos promoveu cursos de todos os serviços teatrais para nível médio e de especialização para nível superior, certificando 692 pessoas de diversos pontos do Brasil. Como parte do Programa de Documentação e Informação, o Centro criou, em 2003, em cooperação com a Unesco e o Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura (IBECC), o site Teatros do Centro Histórico do Rio de Janei- ro - séculos XVIII a XXI, disponível em http://www.ctac.gov.br/ centrohistorico/index.asp. Já a home page Teatros do Brasil inclui uma base de dados sobre casas de espetáculo do país, com todas as especificações técnicas (http://www.funarte.gov.br/ctac/Funarte/index.php).

Teatro Cacilda Becker

15 Centro de Artes Visuais Ceav

As artes visuais, desde meados do século 20, vêm ampliando seu campo de atuação graças ao desenvolvimento natural das vanguardas artísticas que tomaram a cena desde o fim do século 19, e a avanços tecnológicos que possibilitaram o surgimento de uma série de outras formas de expressão. As linguagens que costumavam se enquadrar sob o conceito artes plásticas – gravura, pintura, escultura, desenho e objeto – se desdobraram em diver- sas outras, e tudo passou a ser suporte para o fazer artístico.

O conceito artes visuais, mais apropriado à produção contemporânea, abran- ge instalações, videoinstalações, performances, intervenções urbanas e uma série de outras linguagens fronteiriças.

“Por conta dessa ampliação, talvez as artes visuais sejam o setor que abriga hoje o maior número de artistas no planeta. As artes visuais estão no rótulo do pacote do café, no design do computador, nos outdoors, nos cenários das pe- ças teatrais, nas galerias, em toda parte”, explica o diretor do Centro de Artes Visuais da Funarte (Ceav), Francisco de Assis Chaves Bastos (Xico Chaves).

Para compreender essas transformações, a Funarte convidou todos os seg- mentos do setor, de todo o território nacional, para um intenso debate. Numa iniciativa inédita, a sociedade foi estimulada a refletir sobre artes visuais e sugerir políticas públicas que dessem conta de sua complexidade. A partir desse diálogo, a Funarte elaborou projetos de difusão da produção nacio- nal, ocupação de espaços públicos e revitalização de centros operacionais sob sua direção ou subordinados a governos estaduais e municipais, par- ceiros, pouco utilizados. Nesse período de 2003 a 2006, os investimentos Rede Nacional da Funarte para o setor somaram R$ 3,813 milhões. João Pessoa, PB Alice Vinagre Rede Nacional Artes Visuais

A primeira iniciativa da gestão 2003-2006 da Funarte, no que concerne às artes visuais, foi o se- minário Arte e estado, uma radiografia informal do setor que teve seus debates publicados em livro. O Arte e estado foi um dos suportes da Rede Nacio- nal Artes Visuais, que percorreu o Brasil com ofici- nas, palestras, exposições, documentação digital e mapeamento informal da produção artística contem- porânea, com objetivo de promover o intercâmbio de conhecimentos e informações. A Rede visitou cerca de 500 cidades de todo o país, atuando em convênio com secretarias de Cultura de estados e municípios, museus, universidades e fundações cul- turais, com participação de aproximadamente 200 artistas (visitantes e locais), críticos de arte,

16 documentaristas e produtores culturais. Eles circularam pelo país apresen- tando projetos, debatendo idéias, conceitos e ensinando técnicas artísticas.

O CD-ROM Cronologia da arte brasileira – século XX foi lançado em 2004, e reeditado em 2005, para ser distribuído gratuitamente a órgãos públicos, estudantes e outros participantes da Rede, como suporte ao debate e à for- mação de conhecimento. Em 2005, o projeto Conexão Contemporânea am- pliou as atividades da Rede, valorizando também trabalhos autorais. Atra- vés do Conexão, artistas levavam uma proposta estética determinada às co- munidades visitadas, que contavam com o apoio técnico de uma equipe es- pecializada.

As ações da Rede foram documentadas por fotógrafos profissionais, regis- tro disponível na internet. Além disso, foram produzidos dez documentários audiovisuais, com depoimentos de alunos e professores, que serão distri- Vazio transitório José Tannuri buídos aos participantes da Rede, instituições parceiras, emissoras de tele- Prêmio Projéteis visão e outras mídias. de Arte Contemporânea Projéteis de Arte Contemporânea

Com base em propostas apresentadas por representantes da classe, a Funarte ampliou seu campo de ação para além da política institucional, com a abertura de oportunidades para artistas experimentarem linguagens e apresentarem trabalhos em espaços específicos. Assim, o Projéteis de Arte Contemporânea ocupou as galerias do Palácio Capanema com obras selecionadas a partir de editais nacionais. Para que os espaços fossem ocu- pados de maneira democrática, optou-se por contratar uma comissão Abaixo, julgadora dos trabalhos, em substituição a um único curador. Tapumes, de Henrique Oliveira

17 2003 Na primeira edição do Projéteis, a comissão foi formada por Franz Manata, artista plástico e mestre em artes visuais da UFRJ; Guilherme Bueno, mestre 1ª exposição: Silvio Tavares Fernandes Júnior, em crítica e história da arte da UFRJ e curador do Museu de Arte Contempo- Bruno Pacheco de Carvalho, Márcio Zardo, Sandra Schechtman, Bernardo Pinheiro Mota, Amalia rânea de Niterói; e Lula Wanderley, artista multimídia e pesquisador. A co- Giacomini, Bernardo Damasceno e Gustavo Nasci- missão julgadora da segunda edição foi formada por Cristiana Santiago Tejo, mento Junqueira Ferraz. curadora do Instituto de Cultura da Fundação ; Eduardo 2ª exposição: Marcelo Lins de Magalhães, Bruno Augusto Kalif de Souza, coordenador de Audiovisual da Fundação Curro Velho, Monteiro, Adalgisa Maria Cavezzale de Campos, Diego Belda, Adriana Maciel, Gisele Camargo, Belém, PA; Jailton Marenco Moreira, artista plástico, crítico de arte, coordena- Maria Elisa Mendez Miranda e Gustavo Prado. dor do Espaço Torreão, Porto Alegre, RS e curador do Projeto Rumos Visuais Itaú 3ª exposição: Ana Angélica Costa, Valéria Var, Cultural (2001/2003); Marisa Flórido Cesar, mestre em História e Crítica de Arte Valérie Dantas Mota, Rachel Korman, Solange Venturi, Ana Lana Gastelois, David Cury e Edna da UFRJ; e Wagner Pacheco Barja, mestre em Arte Tecnologia da Unb, artista Lucia Gomes e Silva. plástico, curador independente e coordenador das galerias do Conjunto Cultu- ral da Caixa-Brasília. 2004/2005 Em toda a gestão, cerca de 100 artistas participaram de 4 exposições coletivas 1ª exposição: Adriane Lacerda Vasquez, André que foram documentadas em 3 catálogos com registro das obras. Em 2005, Moura Bethlem, Carolina Lopes, Chico Fernandes, Denise Gadelha, Felipe Barbosa, Henrique Olivei- uma comissão julgadora selecionou, entre os participantes de todos os Projé- ra, Júlio Rodrigues, Leonardo Videla, Lucia Lagu- teis, obras para exposição na França, por ocasião do Ano do Brasil na França. na, Pedro Engel e Ricardo Peixoto. 2ª exposição: Ana Holck, Andréa Lanna, Bianca Em 2006, graças ao sucesso das edições anteriores do Projéteis, o Ceav con- Tomaselli, Elisa Noronha, Juliana Kase, Lu Renata, seguiu ampliar os investimentos. Os artistas e grupos selecionados passa- Luana Veiga, Luiz Preza, Marcos Abreu, Mariana Manhães, Maurício José, Roselane Pessoa, Suely ram então a receber o Prêmio Projéteis de Arte Contemporânea, no valor de Farhi e Tatiana Blass. R$ 6 mil. A comissão foi formada por Afonso Henrique Martins Luz, Marcus 3ª exposição: Alex Villar, Alexandre Monteiro, Ana de Lontra Costa e Ceça Guimaraens. Torres, Armando Mattos, Bruno Vieira, Carlo Sansolo, Christina Meirelles, Fábio Carvalho, Marcos Sari, Marilice Corona, Milena Travassos, Simone Rebelo e William Toledo. 4ª exposição: Alberto Saraiva, Cassiano, Carlos Melo, Heleno Bernardi, Marcela Rangel, Rodrigo Braga, Rosana Ricalde, Sérgio Torres, Vera Lago, Grupo de BH: Benjamin Abras, Denílson Rugsvann, Isabela Goulart, Marcos Palmeira e Sebastião Miguel. 2006 Artistas e grupos selecionados | Projéteis de Arte Contemporânea de Artistas e grupos selecionados | Projéteis 1ª exposição: Diogo de Moraes, Gustavo Prado, Henrique Oliveira, José Tannuri e Marcos André. 2ª exposição: Bernardo Pinheiro, Dália Rosenthal, Domingos Guimaraens, Nadan Guer- ra, Gisele Camargo e Paulo Vivacqua. 3ª exposição: Amália Giacomini, Bruno Vieira, Fábio Okamoto e Tatiana Grinberg. Estela Sokol, Guilherme Machado, Hugo Houayek, Suzana Queiroga, Ana Holk Arjan, Chico Fernandes, Claudia Vieira, Milena Travassos e Wagner Malta Tavares, também selecionados, têm mostras já agendadas para Exposição EAV 30 Anos 2007. A Escola de Artes Visuais do Parque Lage completou 30 anos em 2005. Cele- brando a data, a Funarte convidou a Escola para reunir obras de mais de 40 professores de seu corpo docente, formado por artistas renomados, na ex- posição coletiva EAV 30 Anos. Os trabalhos selecionados cobriram um uni- verso múltiplo e bastante representativo da produção contemporânea: pin- Oficina de Rubens Pileggi Sá, turas, desenhos, fotos, instalações, objetos e vídeos. em Antonina, PR

18 Premiados Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça

Categoria Fomento/Pesquisa: Ao receber do Ministério da Cultura a determinação de regulamentar e reali- Bené Fonteles (PA/DF), Frederico Câmara zar o prêmio anual de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça, a Funarte se sen- (MG), Mariana Manhães (RJ), Milton Marques (DF), Ronald Duarte (RJ) tiu prestigiada pelo reconhecimento de seu trabalho no campo das artes visuais. Em sua primeira edição, a Funarte distribuiu R$ 220 mil em prêmi- Categoria Monografia: Fernanda Cardoso Lopes (RJ) os, acrescentando aos programas de fomento e difusão cultural do governo Categoria Conjunto da Obra: mais um estímulo à produção e à difusão de arte brasileira, considerada Nelson Felix (RJ) estratégica para o desenvolvimento socioeconômico do país.

Comissões julgadoras O Prêmio homenageia de forma permanente o galerista que mais se empe- nhou em dar projeção nacional e internacional à arte contemporânea brasi- Comissão de Pré-seleção: leira, a partir dos anos 90, o recifense Marcantonio Vilaça, que morreu aos Adolfo Montejo Navas, artista, curador; Alberto Saraiva, artista, curador de artes visuais do Centro 37 anos no dia 1º de janeiro de 2000. Na primeira edição, os prêmios foram Cultural Telemar, Rio de Janeiro, RJ; Maria do distribuídos em cinco bolsas de estudo de fomento e pesquisa, no valor de Carmo de Siqueira Nino, Professora Adjunta da R$ 30 mil cada uma; um prêmio de R$ 35 mil pelo Conjunto da Obra; e um Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE. prêmio de R$ 35 mil para publicação de monografia. Comissão de Seleção: Jailton Moreira, artista e professor de arte e criador Convênio com o Museu Imperial de Petrópolis do espaço Torreão, Porto Alegre, RS; Lídia de Souza, Em 2003, a exposição coletiva Conexão Petrópolis inaugurou o convênio fir- curadora, produtora, Belém, PA; Wagner Barja, mado entre a Funarte e o Museu Imperial de Petrópolis para desenvolver o artista visual, curador e coordenador Pedagógico da Programa de Artes Visuais do museu. O objetivo é difundir e documentar a Casa de Cultura da América Latina – CAL – DEx / UnB, Brasília, DF. arte contemporânea, por meio de exposições e ações educativas, visando formar novas platéias. Grande parte das mostras era acompanhada por de- Comissão de Monografia: bates com os artistas participantes. Glória Ferreira, crítica de arte, curadora independente e professora da Escola de Entre 2003 e 2004, o projeto Via BR 040 deu seqüência às atividades do Belas Artes/UFRJ; Marisa Flórido, crítica e convênio com as mostras Longo trecho em aclive e SerraCerrado. Em 2005, curadora, RJ; Paulo Sérgio Duarte, a mostra Expresso Abstrato contou com o talento de artistas de renome como professor de História da Arte (UCAM), crítico e curador, RJ. , Antonio Bandeira, Fayga Ostrower, Ivan Serpa,

Selecionados | Pêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça Artes Marcantonio Plásticas | Pêmio de Selecionados e Lygia Pape. Em suas criações, eles se inspiraram na Primeira Exposição Na- cional de Arte Abstrata, realizada no Quitandinha, em Petrópolis, RJ, em 20 de Acima, Prêmio Marcantonio Vilaça | Bené Fonteles fevereiro de 1953, fato pioneiro na história da arte brasileira. Ainda em 2005, Projeto S/ Título, 2003/2006 o programa Arte no Ventilador promoveu uma série de ações educacionais e Foto: Isabella Matheus

19 práticas com participações de Aline Castela, Sigrid Haack, Guilherme Bueno e Fernando Gerheim. Em 2006, a exposição Sinais na Pista reuniu poesia e ar- tes visuais com trabalhos de Aimberê Cesar, Eliane Prolik, , Lula Wanderley, Paulo Bruscky, Waltércio Caldas e outros artistas.

Centro de Conservação e Preservação Fotográfica

O Centro de Conservação e Preservação Fotográfica (CCPF), que funciona em prédio histórico em Santa Teresa, foi criado em 1984 com o objetivo de preservar a memória fotográfica brasileira. Seus trabalhos de conservação e reprodução fotográfica estão sempre voltados à produção do conhecimento técnico na área. Nesta gestão, o CCPF passou por ampla reforma de recupe- ração da fachada, revisão das instalações e modernização dos equipamen- tos. Em julho de 2004, a I Semana Funarte de Conservação Fotográfica mar- cou o retorno das atividades, com visitas guiadas aos laboratórios do Cen- tro, palestras e mesas-redondas.

A partir de 2004, o CCPF passou a atuar em parceria com diversas institui- ções em projetos de preservação da memória fotográfica brasileira. Foram Coleção Fernanda restaurados negativos panorâmicos da coleção Augusto Malta, com 118 ima- Montenegro gens do início do século 20, pertencentes ao Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro; cerca de 800 imagens em 9 álbuns fotográficos do Centro de Documentação da Nestlé; 2.000 imagens do Projeto Escola de Enfermagem Anna Nery; e 260.000 imagens contemporâneas do Museu da Imagem e do Som de São Paulo. O CCPF implantou também projeto de duplicação de ne- gativos da Fiocruz. Também foram realizados projetos de tratamento de ima- gens no Arquivo Histórico do Iphan, no Museu Casa de Benjamin Constant (Iphan), no Centro de Cidadania Barbosa Lima Sobrinho, na empresa Norberto Odebrecht, no Mosteiro de São Bento, no Museu da Imagem e no Som de Goiânia e o do Paraná. Tratamento de imagens do Museu Nacional Foram instalados o projeto de conservação e acondicionamento das foto- grafias da Coleção Walter Pinto e outros itens do Acervo do Centro de Documentação da Funarte, destacando-se as coleções Nossa Gente, , e imagens de Sebastião Salgado; e o projeto de conservação do acervo fotográfico do Laboratório de Estudos sobre Urbanização, Arqui- tetura e Preservação (LAP), da Faculdade de Arqui- tetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP).

O CCPF prestou também consultoria técnica a diver- sos projetos de conservação de imagens, contem- plando, entre outros, os seguintes acervos: fotogra- fias de Marc Ferrez, Projeto Portinari, Fundação DER- RJ, Furnas Centrais Elétricas, Cruz Vermelha Brasi- leira, Casa de Cora Coralina, Espaço Cultural do Ban- co Santos, SP, Museu do Índio, Museu da Repúbli- ca, Museu da Imagem e do Som de São Paulo, Mu- seu Antropológico Diretor Pestana, RS, Museu Im-

20 perial de Petrópolis, Museu Histórico da Universidade de Viçosa, Escola de Enfermagem da Uerj, e Correio Brasiliense e Prefeitura de Teresina, PI.

Os Cadernos Técnicos de Conservação Fotográfica, que divulgam textos pro- duzidos pela equipe do CCPF e seus colaboradores, voltaram a ser editados, com seis edições publicadas ao longo da atual gestão.

Em 2003, a Funarte participou do I FotoRio, evento bienal que ocupou 100 galerias na cidade com duas exposições importantes, Sebastião Salgado e Nossa Gente, que fazem parte do acervo da instituição.

Artes Visuais em Brasília e São Paulo

O Prima Obra, projeto criado em 1995 para apresentar o panorama da pro- dução artística contemporânea e divulgar novos talentos, apresentou, em 2003, mostras individuais de Lucia Gomes, Juliana Notari e Patrícia Gládis, além de coletivas, na Galeria Fayga Ostrower.

No mesmo ano o Ceav restaurou a marquise de no Espaço Capa de partitura resutaurada Cultural da Funarte de Brasília. Em 2004, o projeto Atos Visuais foi lançado em substituição ao Prima Obra, com objetivo de estender os limites expositivos, antes restritos à galeria Fayga Ostrower, para a marquise recém-restaurada e

Projeto Atos Visuais da para os jardins do entorno da sede da Funarte. Foi inaugurada então a galeria Funarte Brasília 2006 Marquise. Naquele ano, mostras de Raquel Mascarenhas, Sandro Gomide, Invasões, Maria Beatriz de Medeiros e outros ocuparam as duas galerias. de Bruno Vieira Em 2005, foi a vez da carioca Ana Angélica Costa, com a exposição Brasília, capital da fotografia, e do brasiliense Antonio Carlos Elias, entre outros. Em 2006, a galeria Fayga Ostrower abrigou obras individuais de Rodrigo Corrêa Rosa e Bruno Vieira de Britto, além de outras coletivas. Na galeria Marquise expuseram André Venzon e João Angelini Mota Campos.

21 Croma, de Júlio Leite, As galerias da Funarte, em São Paulo, abrigaram, em 2003, 15 exposições de Projeto Atos Visuais, Brasília pintura, escultura, objeto, instalação e fotografia instaladas no Espaço Almeida Salles, Galeria Mário Schemberg, Espaço e sala . Em 2004, cinco mostras ocuparam as salas. O projeto Espaços de Artes Visu- ais, de 2004, selecionou artistas das regiões Sul e Sudeste, entre eles o paulista Adams Teixeira de Carvalho, a carioca Ana Lana Gastelois, o catarinense Antô- nio Vargas e o mineiro Luiz Flávio. Em 2005, a exposição Adolphe Appia 1862- 1928 foi apresentada no Teatro de Arena Eugênio Kusnet. Carbono-14, de Marina Camargo, Em 2006, foram iniciadas as obras de reformulação da sala Jorge Mautner e Projeto Atos Visuais, Brasília da Galeria Mário Schenberg.

22 Projeto Editorial

O Ceav retomou, em parceria com o Centro de Programas Integrados (Cepin) da Funarte, a edição de livros, com projeto editorial coordenado pela pro- fessora e crítica de arte Glória Ferreira. Os títulos editados foram seleciona- dos por comissão editorial.

Duas coleções foram lançadas em 2004: Pensamento crítico, com os volumes Paulo Sergio Duarte – A Trilha da Trama e Outros Textos, Sobre Arte e Frederico Morais; e Coleção Fala do Artista, com os volumes Núcleo de Arte Contempo- rânea da Paraíba, Espaço N.O. Nervo Óptico, e Ivan Serpa. Em 2005, foi reeditado o livro Abstracionismo Geométrico e Informal – A Vanguarda Brasi- leira nos Anos Cinqüenta, de Fernando Cocchiarale e Anna Bella Geiger.

O Ceav lançou, em 2006, o livro Crítica de Arte no Brasil: Temáticas Contem- porâneas, organizado por Glória Ferreira, uma coletânea de críticas publicadas na imprensa do país, que permite aos estudiosos do tema uma visão mais ampla dos debates que permeiam a arte brasileira contemporâ- Edições Funarte, nea das últimas décadas. parceria Ceav / Cepin Câmaras Setoriais

Em parceria com o Centro de Programas Integra- dos, as Câmaras Setoriais de Artes Visuais foram criadas por determinação do Ministério da Cultu- ra para reunir artistas, críticos de arte, produto- res, setores da cadeia produtiva, representantes de associações, cooperativas e sindicatos de 23 estados brasileiros. Se na Rede Nacional Artes Vi- suais o debate girou em torno das questões es- téticas e de linguagem, aqui a discussão e os questionamentos focalizaram as políticas públi- cas para o setor. Os temas discutidos no seminá- rio compõem uma publicação documental em fase de edição, que será distribuída a todos os parti- cipantes, fóruns nacionais de artes visuais e en- tidades correlacionadas.

Câmara Setorial de Artes Plásticas e fachada da Funarte de São Paulo após as obras de restauração

23 Centro da Música Cemus

Retomada e popularização. Estas foram as duas principais tarefas do Centro da Música (Cemus) de 2003 a 2006. E os resultados não foram poucos. O destaque, sem dúvida, foi o retorno do Projeto Pixinguinha em 2004, depois de sete anos, voltando a levar a música de artistas importantes a todos os cantos do país. Mas diversas outras iniciativas, preexistentes ou idealiza- das durante a gestão, garantiram o cumprimento da missão do Cemus de apoiar, divulgar e preservar a produção musical brasileira. A música erudita, por exemplo, viveu um momento especial com as XV e XVI Bienais da Músi- ca Contemporânea e os projetos Circulação de Música de Concerto, Concer- tos Didáticos na Escola e Programa de Apoio a Orquestras. As bandas tradi- cionais também receberam apoio com a promoção de cursos e a distribui- ção de instrumentos e partituras. Os investimentos no segmento de música nestes quatro anos totalizaram R$ 23,23 milhões.

“Estes quatro anos foram basicamente de reorganização e reconstrução. En- contramos quase todos os projetos parados. Mas, aos poucos, conseguimos fazer nosso trabalho. Retomamos projetos tradicionais, como o Pixinguinha e o Circulação de Música de Concerto, e realizamos alguns outros, sempre pre- ocupados em permitir o acesso do público à melhor música e o intercâmbio entre todas as regiões do país”, diz Ana de Hollanda, diretora do Cemus.

Para um plano de retomada, nada melhor do que o retorno de um dos proje- tos musicais mais conhecidos da história do país. Criado em 1977 para di- fundir e formar platéias através da circulação nacional de artistas consagra- dos e novos talentos, o Pixinguinha realizou de 2004 a 2006 nada menos que 344 apresentações num total de 73 cidades de todos os Estados do País. A soma de música de qualidade, direção cuidadosa e preços reduzidos – com entrada franca ou ingresso de, no máximo, R$ 5 – atraiu 185.800 es- pectadores às apresentações.

A nova fase do Pixinguinha, patrocinado pela Petrobras desde 1983, levou ao Brasil inteiro nomes como os compositores Francis Hime e Vitor Ramil, as canto- ras Mônica Salmaso e Teresa Cristina, a cirandeira Lia de Itamaracá, a dupla caipira Zé Mulato & Cassiano e o grupo Bangalafumenga. A seleção dos candi- datos, inscritos por edital ou indicação de secretarias e fundações de Cultura, ficou a cargo de um júri formado por críticos musicais que tiveram como único critério a qualidade artística dos trabalhos. Do total de 1.557 inscrições de artis- tas de todas as regiões do Brasil, foram selecionadas 131 atrações.

Um aspecto essencial da atuação do Cemus, presente no Pixinguinha, é a parceria com secretarias e fundações locais. “Precisamos de uma logística local, e é nisso que entra a parceria. É um exemplo muito claro de que o Sistema Nacional de Cultura, uma meta do Ministério da Cultura, não é con-

24 Celso Fonseca, to da carochinha”, diz o coordenador de música popular, Pedro Paulo Malta. Martinália e Rogéria Segundo ele, a Funarte, uma fundação ligada ao Governo Federal, consegue Holtz no Projeto Pixinguinha apoio de todos os partidos. Nenhuma secretaria municipal ou estadual quer deixar seu povo sem o Pixinguinha.

Shows de qualidade com preços populares

A divulgação da música popular brasileira também foi reforçada com um novo projeto em 2006, o Pauta Funarte de Música Brasileira, que visa à ocu- pação dos tradicionais espaços de música da Funarte. No primeiro ano, a Pauta Funarte aconteceu paralelamente nas salas Sidney Miller (Rio) e Cássia Eller (Brasília), recebendo 228 apresentações de 114 artistas. A Sala Funarte Guiomar Novaes, em São Paulo, deverá entrar no circuito em 2007, ao fim da reforma que vem sofrendo. Monarco no Projeto Pauta Funarte de Com patrocínio da Petrobras, as Salas Funarte passaram a ter preço fixo de Música Brasileira R$ 5 na bilheteria (R$ 2 com desconto), incentivando a presença do público. Os artistas, selecionados entre 874 inscritos, também foram valorizados e passaram a receber cachê, além da habitual participação na bilheteria. “O público ainda está aquém do que queremos, mas melhorou em relação ao passado”, admite Pedro Paulo. “Mas essa retomada da efervescência das Salas Funarte é um trabalho de longo prazo”, explica.

O Cemus também atuou em diversas frentes no tocante à divulgação e apoio à música erudita. Nestes quatro anos, foram duas Bienais de Música Brasi- leira Contemporânea (2003 e 2005), a retomada do projeto de Circulação de Música de Concerto (conhecido anteriormente como Rede Nacional da Mú- sica) e uma novidade: os Concertos Didáticos nas Escolas.

25 Considerado o mais conceituado programa dedicado à música clássica no país, a Bienal da Música Brasileira Contemporânea selecionou para sua 15ª edição (2003) 90 composições de autores de todo o País, que foram apre- sentadas em concertos na Sala Cecília Meireles e na Sala Baden Powell. Além dos espetáculos, foram realizadas exibições de documentários e um curso especial de Introdução à Musicografia em Braille, ministrado pela flau- tista Dolores Tomé.

Recorde de público na XVI Bienal

Em 2005, quando comemorou os 30 anos de sua primeira edição, o evento alcançou sucesso maior ainda. Para a XVI Bienal, foram selecionadas 98 obras, novamente apresentadas em concertos na Sala Cecília Meireles e na Sala Baden Powell, que atraíram uma média de 600 espectadores por espe- táculo – um recorde de público. O evento homenageou o compositor alemão Hans-Joachim Koellreuter, morto em novembro de 2005.

O Cemus também deu apoio à manutenção e circulação das orquestras brasi- leiras. Em 2004, foi lançado o edital do Programa de Apoio a Orquestras, com objetivo de apoiar orquestras sinfônicas de cordas e de câmara na aquisição de instrumentos, estantes para partitura, peças de reposição e materiais de consumo, além da reparação de instrumentos. Concorreram orquestras cons- Quarteto SP no projeto Circulação de Música de tituídas sob forma de instituições públicas ou privadas sem fins lucrativos. Concerto, em Recife Depois de análise feita por uma comissão de músicos, foram selecionadas 12 das 43 propostas enviadas. O valor total dos prêmios foi de R$ 320 mil.

Em 2004, a Funarte também lançou o edital do projeto Circulação de Música de Concerto, que sucedeu a antiga Rede Nacional da Música. O objetivo é patrocinar excursões com recitais de música clássica por duos, trios e quar- tetos vocais e/ou instrumentais de músicos brasileiros ou radicados no país. Foram aprovados 10 dos 84 projetos inscritos, de acordo com critérios artís- ticos, de diversidade das regiões atingidas, presença de música brasileira e representatividade das procedências e repertório. O prêmio total foi de R$ 1,32 milhão. As apresentações ocorreram em 2004 e 2005. Antonio Grassi entrega instrumentos às Na edição de 2006, foram selecionadas 15 propostas, que receberam R$ 130 bandas de música mil cada, para levar a música clássica às cinco regiões do país. O valor total, proveniente de patrocínio da Petrobras, foi de R$ 2,35 mi- lhões. De abril a novembro, os grupos realizaram 152 apresen- tações, com média de público de 300 pessoas. Uma novidade na área de música erudita foi o pro- jeto Concertos Didáticos nas Es- colas. Criado para romper com o preconceito de que a música eru- dita só pode ser apreciada por classes privilegiadas, o projeto levou duos, trios e grupos vocais e/ou instrumentais a escolas pú-

26 blicas de suas regiões, para apresentações gratui- tas. Os primeiros concertos – viabilizados por pa- trocínio de R$ 650 mil da Petrobras – aconteceram em 2006, com 15 grupos: no Rio de Janeiro (7), São Paulo (3), Minas Gerais (1), Paraná (1), Pernambuco (1), Piauí (1) e Rio Grande do Sul (1).

Os grupos fizeram 129 apresentações para um total de 14.750 estudantes da rede pública. “Nos concer- tos, os músicos mostram os instrumentos e falam dos compositores. O próprio programa é mais voltado ao público jovem. Queremos formar uma platéia de cri- anças e adolescentes que não iriam ao teatro assistir Instrumentos doados a um concerto de música erudita. Mas eles só não vão porque não conhecem, pela Funarte não têm acesso”, explica Maria José Queiroz, subgerente de música erudita.

Preservação da tradição das bandas

Na gestão 2003-2006, também ganhou novo fôlego o Projeto Bandas, criado em 1976 para preservar a tradição brasileira das bandas de música por meio da distribuição de instrumentos de sopro, edição de partituras e realização de cursos de reciclagem para músicos. Mais do que uma mera iniciativa de apoio, no entanto, o projeto tornou-se uma verdadeira ação de inclusão social, con- tribuindo para a retirada das ruas de crianças em situação de alto risco.

“O projeto passou a ser também uma ação de inclusão social. Uma das fun- ções da banda de música é tirar das ruas as crianças ameaçadas pela prosti- tuição, pelas drogas”, explica Rosana Lemos, coordenadora do Projeto Ban- das. “Ela passou a ter uma ação social muito grande. Quando a Funarte faz a distribuição dos instrumentos de sopro, dá uma chance de inclusão de mais integrantes, e com isso beneficia as crianças”, conclui a coordenadora.

Depois de reassumir o programa de distribuição de instrumentos em 2003, a Funarte sofreu com a falta de recursos até 2005, quando, graças ao apoio do Fundo Nacional de Cultura (FNC), foram distribuídos 936 instrumentos Cartaz do Painel Funarte Bandas de Música 2004 para 81 bandas de 68 municípios. Em 2006, o número de instrumentos doa- dos cresceu, totalizando 1.477, destinados a 171 municípios.

A Funarte também realizou, em 2003 e 2004, os Painéis Funarte de Bandas de Música, com cursos de técnica de instrumentos de sopro; percussão; reparo e manutenção de instrumentos; técnicas de ensaio; percepção musical e harmo- nia. Realizados em três cidades, em cada ano, os Painéis reuniram cerca de 1.700 participantes. Em 2004, também foram editadas partituras do Hino Naci- onal Brasileiro e do Hino à Bandeira, com tiragem de 3.000 exemplares cada.

Em suas ações nestes quatro anos, o Cemus teve a preocupação de levar a música brasileira a todas as classes sociais, bem como às diferentes regi- ões do país. “A orientação é no sentido de sermos plurais e fazer os projetos acontecerem no Brasil inteiro. Para a Funarte, Boa Vista tem o mesmo peso do Rio de Janeiro e São Paulo; Rio Branco tem o mesmo peso de Salvador. É uma nova postura e, para botar isso em prática, é preciso acreditar nesta nova política cultural”, diz Pedro Paulo Malta.

27 Centro de Programas Integrados Cepin

A necessidade de existência, na Funarte, de um centro que agisse de forma transversal fez com que a nova gestão da Instituição criasse, em 2003, o Centro de Programas Integrados, Cepin. Responsável pela integração das áreas de atuação da Funarte, abrange o Centro de Documentação e Informa- ção, Cedoc, a Gerência de Edições e o Canal Funarte. Até 2004, o Cepin era responsável pelo Programa Arte sem Barreiras, hoje ligado à Assessoria Es- pecial da Presidência da Funarte.

“O Cepin se responsabiliza por todos os programas e projetos que são transver- sais aos demais centros da Funarte, como a música, artes cênicas – teatro, dan- ça, circo – e artes visuais. Essa idéia surgiu da tentativa de se criar uma gestão estratégica dentro da fundação. O Centro também ficou responsável pelo funci- onamento das Câmaras Setoriais”, explica Vitor Ortiz, diretor do Cepin.

Sobre as ações do Cepin nesta gestão, Vitor Ortiz destaca a entrada do Cen- tro em temas complexos e de profundidade como a elaboração de estratégi- as, metas e políticas, para a circulação internacional de espetáculos; a en- trada do Cepin no debate sobre a estruturação das cadeias produtivas das áreas de atuação da Funarte (música, dança, teatro, circo e câmaras setoriais); e a criação do Canal Funarte, como elemento de difusão do acer- Coleção de postais antigos vo que a Instituição já possuía. do acervo do Cedoc “A Funarte buscava a retomada do seu papel no ce- nário nacional. De um modo geral, em todos os pro- gramas que executa hoje, é mais aberta, tanto às necessidades que são apontadas pelos nossos téc- nicos, quanto pelos governantes, artistas e produ- tores culturais. Prova disso é a política de editais que a Funarte adota”, afirma.

Restauração de arquivo e digitalização de acervo

O Centro de Documentação e Informação da Funarte (Cedoc) é um dos mais completos acervos de arte do país e abriga o material de instituições que fo- ram criadas desde a década de 1930. Tem como fi- nalidade reunir, organizar e disseminar documen- tos e informações que apóiem e incentivem a pro- dução artística e cultural e as pesquisas em arte. Além disso, também envolve todas as atividades desenvolvidas pela Funarte, como a guarda e a or- ganização da documentação administrativa produ- zida pela instituição.

28 Helena Ferrez, coordenadora do Cedoc, afirma que, a partir de 2003, houve um imenso salto qualitativo. “Temos um acervo de um milhão de itens so- bre artes plásticas, música, fotografia, teatro, dança, ópera, circo, cinema e vídeo. São documentos, partituras, fitas, desenhos originais de cenários e figurinos, recortes de jornais, fitas de vídeo, CD-ROMs e CDs. Foi nesta ges- tão que o acervo começou a ser digitalizado. Hoje, o internauta consegue acessar em nossa base de dados 49.435 registros e são 600 atendimentos mensais”, informa Helena.

Em 2003, o Cedoc recebeu R$ 106 mil do governo, o que possibilitou uma pequena reforma na sala de consulta, aquisição de livros, estantes e outros materiais especiais para a conservação. Neste mesmo ano, a Fundação Vitae ofereceu um recurso de R$ 142 mil que possibilitou a migração da base de dados e a renovação do equipamento de informática.

Em 2004, o Cedoc contou com recursos do governo federal, R$ 142 mil, e mais uma vez investiu em equipamentos e materiais para o setor.

Em 2005, as verbas do governo foram aplicadas em: R$ 6 mil para a compra de livros na Bienal do Livro, realizada em maio no Rio de Janeiro; e R$ 121 mil de custeio, liberados em outubro/novembro, dos quais R$ 30 mil foram repassados para o Canal Virtual, setor da mesma diretoria que o Cedoc. O saldo de R$ 91 mil foi investido na aquisição de materiais próprios para a higienização, restauração e acondicionamento dos documentos do acervo, na encadernação de obras, na compra de material fotográfico e manutenção de equipamentos do Centro de Preservação e Conservação Fotográfica, na compra de mais livros, na contratação de serviço de digitalização de recor- tes de jornais e na reforma de arquivos e armários de aço.

Com os recursos da Fundação Vitae, instituição que apoiou projeto de pre- Cartaz do Programa de servação do acervo do Cedoc num total de R$ 75 mil, investiu-se na Doação de Livros da Funarte contratação de serviço de conservação e restauração de desenhos originais e gravuras da coleção de cenários e figurinos, na compra de material para o acondicionamento do acervo do Arquivo Família Oduvaldo Vianna, na enca- dernação de obras raras e na ampliação do sistema de circuito interno de segurança, implantado em 2004. O Cedoc pôde, ainda, com recursos de ou- tros setores da Instituição, ter seu acervo sonoro gradativamente digitalizado.

Democratização da leitura

As edições Funarte têm o objetivo de promover e incentivar, em todo o terri- tório nacional, a produção, o desenvolvimento e a difusão das manifesta- ções artísticas e culturais brasileiras. Com as novas publicações, a Funarte retoma um espaço nobre que sempre ocupou no campo das edições em arte, em apoio aos projetos e políticas desenvolvidas por seus diversos Centros.

Em 2006, lançou o Programa de Doação das Edições Funarte, que em sua pri- meira fase distribuiu cerca de 50.000 livros a 1.000 bibliotecas, em 800 municí- pios de todas as regiões do País. O Programa fez parte das ações comemorati- vas dos 30 anos da Fundação. O objetivo foi ampliar o acesso do público às Edições Funarte, que reúnem em seu acervo milhares de obras editadas ao lon- go de sua história. Com este programa, a Funarte realizou a maior doação de livros da sua história a um custo muito baixo, cerca de R$ 80 mil.

29 Vítor Ortiz, afirma: “É a democratização da informação. Doamos material de qua- lidade e vamos fazer isso de novo no pró- ximo ano”.

Além das obras mencionadas nos relató- rios dos Centros da Funarte, as Edições também lançaram: Arte/Estado – pales- tras e debates, transcrição editada de dez palestras e debates que ocorreram entre julho e setembro de 2003; Orquestra Sin- fônica Brasileira, de Sérgio Nepomuceno Alvin Corrêa; Orlando Silva, o cantor das multidões, reedição ampliada e atualiza- da; De Godard a Zé do Caixão, de Ivan Cardoso – Livro de fotos do autor retra- tando figuras do meio artístico num enfoque original e bem-humorado; Fora do Sério – um panorama do teatro de re- Conjunto de livros doados pela Funarte vista no Brasil, de Delson Antunes; Fotografia no Brasil: um olhar das ori- gens ao contemporâneo, de Ângela Magalhães e Nadja Figueiredo; Educa- ção, arte, inclusão – Quarto número do Caderno de Textos, editado pelo Pro- grama Arte sem Barreiras; Coleção Revista da Música Popular – Edição fac- símile dos 14 números da revista editada por Lúcio Rangel; Crítica de Arte no Brasil: Temáticas contemporâneas – Coletânea organizada por Glória Ferreira; e Paschoal Carlos Magno: Crítica e outras histórias – Coletânea de 300 textos do autor, diretor, poeta e diplomata, selecionados por Martinho de Carvalho e Norma Dumar.

Canal Funarte

O Canal Funarte, primeiro veículo da Fundação na web, possibilita o cumpri- mento de uma das missões prioritárias da instituição: a difusão de mú- sica, de artes cênicas e de artes visuais, por meio de programas à base de som, texto e imagens, especialmente produzidos para a rede mundial de computadores.

Na estréia, em 7 de agosto de 2006, foi lançada a galeria de fotografias e biografias de 18 atores e atrizes que con- tinuam em palcos e estúdios aos 80 anos de idade. Em seguida, a coleção iconográfica, com criações originais de figurinistas e cenógrafos. E, na área de entrevistas, a série de depoimentos de criadores das áreas de artes visuais, dança, circo, teatro e música.

Na Rádio Funarte, três estações divulgam programações especialmente elaboradas para os repertórios popular, eru- dito e folclórico. Estão disponíveis todos os 65 CDs produzi- dos pela Funarte e a totalidade de espetáculos realizados nas Salas do Rio e de Brasília, em 2006. É mais uma mostra da diver-

30 sidade da cultura nacional, disponível para audiência de alcance mundial em ação formadora de platéia para a arte brasileira. Neste período inicial, 1.500 músicas estão no ar, com um potencial de 20.000 obras já digitalizadas e em fase de autorização.

O coordenador do Canal Funarte, Paulo César Soares, explica que a multimídia do Canal Funarte, com a conjugação de vídeo, foto- grafias, áudios e textos, mostra-se o meio ideal para homenagens a grandes nomes como Oscarito, Dulcina, Carlos Gomes e Radamés Gnattali. O centenário do maestro gaúcho inaugura, com o espe- táculo Grande Gala – Radamés 80, gravado na Sala Funarte Sidney Miller em 1985, a exibição dos documentos sonoros do projeto de digitalização patrocinado pela Petrobras.

No ícone de Serviços, dedicado a instrumentalizar produtores de todo o território nacional, destacam-se o acesso direto às Leis de Incentivo à Cultura de todo o país, às Secretarias Municipais e Es- Home page do taduais de Cultura e às Câmaras Setoriais. Até o momento, o canal recebeu Canal Funarte 35 mil visitas, o que comprova o sucesso da iniciativa.

Câmaras Setoriais de Cultura

As Câmaras Setoriais de Cultura são órgãos consultivos vinculados ao Con- selho Nacional de Política Cultural (CNPC) e sua principal finalidade é a con- solidação de um canal organizado para o diálogo, a elaboração e a pactuação permanentes entre os segmentos das artes e o Ministério da Cultura.

A experiência concreta do projeto tem acrescentado outras finalidades não menos importantes, como a transformação das Câmaras Setoriais em ins- trumentos de conquista para as metas econômicas dos setores em pauta.

O projeto vem sendo desenvolvido desde o final de 2003, com especial im- pulso nos anos de 2004 e 2005. Seus principais objetivos são: dialogar, for- mular e pactuar diretrizes políticas a superação dos entraves do desenvolvi- mento cultural brasileiro.

Vitor Ortiz afirma: “Coube à Funarte, coordenar o processo de implantação, coordenação e funcionamento das Câmaras Setoriais de teatro, dança, mú- sica, artes visuais, edições, circo. Esse projeto foi feito no âmbito do Minis- tério da Cultura por meio das Secretarias de Políticas Culturais”.

No primeiro ano, as Câmaras fizeram um levantamento dos problemas da cadeia produtiva de cada setor. Na segunda etapa, trabalharam na elabora- ção do Plano Nacional de Cultura e no aprofundamento do debate em torno de temas específicos.

O primeiro grande resultado, ao final de 2005, foi a elaboração de um diag- nóstico atualizado com os principais problemas dos setores. O mais impor- tante das Câmaras Setoriais é o fato de que agora existe um canal de comu- nicação entre o governo e os setores. Em 2006, foram criados grupos para trabalharem cinco temas transversais: direito autoral, educação, memória e preservação, economia da cultura e temas trabalhistas e tributários.

31 Projeto Cadeirantes Quebra de barreiras e inclusão Foto: Aquilino Bouzan O Programa Arte sem Barreiras atua na difusão das políticas públicas do Minis- tério da Cultura para a inclusão através da arte e acessibilidade cultural. Uma caminhada de mais de 15 anos, em parceria com os núcleos voluntários estabe- lecidos em todo o país, permitiu o intercâmbio de informações entre pessoas e instituições que trabalham na quebra de preconceitos.

Em 2005, com o patrocínio das Loterias da Caixa Econômica Federal, realizou o Projeto Além dos Limites com mostras em diversos municípios brasileiros. Os seminários, oficinas, espetáculos artísticos e exposições de artes plásticas re- fletiram a evolução do comportamento do brasileiro frente às questões da defi- Projeto Tamtam ciência, reforçando o quanto é oportuno que ela se faça através da arte. Foto: Monique Cabral O programa ampliou, em 2006, o atendimento dire- to aos artistas, no Projeto Além dos Limites e na Rede de Mostras Regionais, onde é apresentado o trabalho desses artistas. A proposta é incentivar a produção e a circulação de conhecimentos nos cam- po da arte e promover apresentações de experiên- cias e processos estéticos para a valorização da per- cepção e da expressão individual.

Por edital, foi realizada a seleção de projetos de companhias e grupos que trabalharam pela inclu- são através da arte. O resultado do trabalho foi apresentado em Mostras Regionais e fechou com o Festival Brasileiro Além dos Limites, no Rio de

32 Janeiro e em Brasília. O programa investiu na ampla divulgação dos artistas e na formação do público para esse segmento cultural em parceria com as se- cretarias municipais e estaduais de Cultura e Educação.

Em 2006, com o patrocínio das Loterias da Caixa Econômica Federal, tradici- onal parceira do Programa Arte sem Barreiras, realizou o Projeto Além dos Limites, com apoio a companhias estáveis e artistas que atuam nas diver- sas áreas de atuação da Fundação – dança, música, teatro e artes visuais–, com subvenção para montagem de espetáculos e exposições. Os 20 proje- tos escolhidos por edital tiveram a supervisão de um especialista para cada área, durante os meses de sua duração. Esses espetáculos foram apresen- tados ao longo de 2006 nas Mostras Regionais e no Festival Brasileiro. O objetivo foi apoiar a pesquisa da linguagem dos vários campos das artes, com orientação de curadores de reconhecida capacidade e atuação, a fim de criar espetáculos com qualidade técnica que os credencie à ocupação de qualquer espaço profissional de exibição. Cia Ímpar de Teatro Foto: Aquilino Bouzan As Mostras do Arte sem Barreiras, que aconteceram de julho a setembro de 2006, contaram com apresentações artísticas, exposição de artes plásticas, grupos de dança, teatro, música, oficinas, palestras e debates sobre pesso- as com deficiência e sua inclusão pela atividade artística nas várias lingua- gens e políticas públicas inclusivas. O programa contou com a parceria das secretarias do estado e do município nas áreas de educação, saúde, comu- nicação, assistência social, fundações culturais, universidades e entidades Limites Cia. de Dança Foto: Aquilino Bouzan que tiveram esse perfil de trabalho com o deficiente.

O programa também realizou o Festival Brasileiro Além dos Limites, com apresentações artísticas dos grupos selecionados no edital. Espetáculos de dança, música, teatro e exposição de artes plásticas. O festival ocupou os espaços da Funarte e da Caixa Econômica Federal, no Rio de Janeiro, de 9 a 11 de outubro, e em Brasília, de 6 a 10 de novembro.

Cia Ímpar de Teatro Foto: Aquilino Bouzan

33 Programa Nacional de Apoio à Cultura - Pronac

O Programa Nacional de Apoio à Cultura - Pronac/Funarte, analisou no período de 2003 a 2006, o total de 14.707 projetos nas suas diversas áreas de com- petência. Todas as análises foram realizadas por técnicos especializados, tanto nos mecanismos de apoio do mecenato e Fundo Nacional de Cultura/ FNC, ambos subordinados às normas da Lei 8.313/91 – Lei de Incentivo à Cultura.

PROJETOS ANALISADOS PELO PRONAC/FUNARTE de janeiro de 2003 a 5 de dezembro de 2006

ANO MÚSICA ARTES CÊNICAS ARTESVISUAIS AUDIOVISUAL HUMANIDADES RELATÓRIO FINAL DE PREST. DE CONTAS TOTAL ANUAL 2003 1.306 1.112 720 73 18 365 3.594

2004 605 1.042 548 396 - 470 3.061

2005 795 1.523 968 - - 194 3.480

2006 1.484 1.908 1.029 - - 151 4.570000000 Total geral de projetos analisados no período 14.707

34 Edição e Coordenação Geral Marlene Niches Custódio Texto Ana Bárbara Elias Marcelo Mavignier Oswaldo Carvalho Rodrigo Chia Revisão Márcia Cotrin Alexandra Bertolla Produção Suzana Cardoso Gladys Coimbra Adriano França (estagiário) Fotos Acervo Funarte/Cedoc Divulgação Sebastião Castellano Peças gráficas Eliane Moreira Fernanda Lemos Gilvan Francisco Paula Nogueira Projeto Gráfico Fernanda Lemos

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