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1 Presidente da República CENTRO DE ARTES CÊNICAS - Ceacen LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Diretor Antonio Gilberto Ministro de Estado da Cultura Coordenação de Circo GILBERTO GIL Antonio Gilberto (interino) FUNDAÇÃO NACIONAL DE ARTE Diretor da Escola Nacional de Circo José Clementino de Oliveira (Zezo Oliveira) Presidente Coordenação de Teatro ANTONIO GRASSI Marilia Maria Milanez de Lima Diretora Executiva Coordenação de Dança Marcos Lima de Moraes MYRIAM LEWIN Centro Técnico de Artes Cênicas Abílio da Silva Henriques PRESIDÊNCIA CENTRO DE ARTES VISUAIS - Ceav Procuradoria Jurídica Diretor Miguel Lobato Francisco de Assis Chaves Bastos (Xico Chaves) Auditoria Interna Coordenador de Artes Visuais Reinaldo Veríssimo Ivan Pascarelli Coordenação de Comunicação Coordenador da Rede Nacional Artes Visuais Marlene Niches Custódio Nelson Ricardo Martins Coordenação de Difusão Cultural - Brasília Coordenadora de Produção Myriam Lewin (interina) Eliane Longo Representante em São Paulo Coordenadora do Centro de Conservação e Preservação Fotográfica - CCPF Helvio Tamoyo Sandra Baruki Representante em Minas Gerais Mirian Lott CENTRO DA MÚSICA Assessoria Especial da Presidência Diretora Bia Gross Ana de Hollanda Claudia Amorim Júlio Mourão Coordenador de Música Erudita Morgana Eneile Flávio Silva Programa Arte sem Barreiras Coordenador de Música Popular Rita Maria Aguiar Pedro Paulo Malta Programa Nacional de Apoio à Cultura - Pronac Coordenadora - Projeto Bandas Andréa Paes Rosana Lemos Coordenação Geral de Planejamento e Administração CENTRO DE PROGRAMAS INTEGRADOS - Cepin Coordenador-Geral Diretor Paulo Grijó Gualberto Vitor Ortiz Coordenador Financeiro Coordenadora Operacional Abimael Corrêa Anagilsa Barbosa da Nóbrega Franco Coordenador Administrativo Coordenadora de Edições Cid Gonçalves Ferreira Maristela Rangel Coordenadora de Recursos Humanos Coordenador do Canal Virtual Célia André Feital Paulo César Soares Coordenadora do Centro de Documentação - Cedoc Helena Dodd Ferrez 2 3 Uma Funarte contemporânea Entre 2003 e 2006, a Funarte recuperou progressivamente a sua importância como instituição chave da vida cultural brasileira - um dos braços (e ouvidos) fundamentais do corpo do Ministério da Cultura na formulação de políticas culturais, cada vez mais amplas e democráticas. Hoje a Funarte é uma casa responsável pelo estímulo à produção, à circulação e à formação renovada das diversas linguagens que constituem e traduzem nossa contemporaneidade artística. Poderia nesta apresentação discorrer sobre as várias ações realizadas ao longo desses quatro anos pela Funarte, fazer um balanço com foco no que até agora realizamos. Mas como as próximas páginas fazem este balanço muito bem, faço desta uma oportunidade de olhar para o futuro, de focar o daqui para frente. Nossa produção contemporânea oxigena os mais variados modos de ver e interpretar o Brasil, assim como as novas formas de desordenar a tradição e refazer nossa atualidade. Temos uma produção alta- mente diversa e criativa que a cada dia faz e refaz a fotossíntese de imagens do que hoje chamamos Brasil, deste Brasil que nos forma e constitui, não como platéia, mas como atores e autores potenciais de nossa própria história. Nesses quatro anos em que estive à frente do MinC e no início de mais uma gestão, temos nos esforçado para dar contemporaneidade às ações e à estrutura da Funarte, temos procurado inspirar e respirar do oxigênio da produção cultural brasileira para nos renovarmos e oxige- narmos as nossas ações para todo o país e para todos aqueles que hoje produzem e procuram cultura. E é justamente este o Brasil que queremos e buscamos alcançar em nossas políticas: um Brasil que é de todos e, portanto, de cada um – não aquele Brasil de poucos, de apenas alguns. Nossa diversidade e nossa necessidade de produzir e acessar cultura, de respirar esse oxigênio cultural, hoje vital para o desenvolvimento humano, é o que nos guia para a constituição dessa nova Funarte, que começou a brotar nessa primeira gestão com a promessa frondosa de oxigenar o Estado e o país e, aos poucos, tornar-se uma árvore de grandes galhos, profundas raízes e muitos frutos. É justamente este Brasil o nosso maior horizonte e a nossa maior fonte. Esta ampla produção cultural brasileira – da qual temos tanto orgulho e apreço – que ganhou o Brasil e o mundo e vem estabelecen- do novas formas tecnológicas de inserção social, alterando maneiras clássicas da relação entre autoria e obra, entre técnica e corpo, entre a sociedade brasileira e o acesso a toda essa produção cultural. Nesses quatro anos, a Funarte revitalizou seu fomento a bandas em pequenos e grandes municípios e retomou o Pixinguinha, interrompido por sete anos, um programa que faz circular a música brasileira, que reconhece e projeta novos talentos de todas as regiões do Brasil. Olhando para o futuro, percebe- mos que, além do Pixinguinha, outros programas que deram certo no passado – e que preservam sua atualidade – podem e devem conviver com novos programas, novas linhas e diretrizes, como a relação com a TV Pública, agora incorporada nas políticas do Ministério. Hoje temos um Ministério da Cultura que é reconhecido em todo o país. A partir de 2007, queremos conectar ainda mais o Pixinguinha com meios de acesso e cooperação federativa que o tornem a cada dia um programa mais brasileiro, com maior escala e impacto em todas regiões do país. A música brasileira atravessa hoje uma transformação profunda – não apenas em seu talento vibrante – mas na tecnologia disponível para gravações baratas e eficientes, no acesso à música pela internet, na possi- bilidade de difusão de acervos que reúnam nosso patrimônio musical (como o que a Funarte começa a tornar disponível em seu site), na emergência de novos modelos negociais que solicitam uma presença 4 do Estado na promoção do equilíbrio entre o legítimo direito de autor e o legítimo direito de acesso de cada brasileiro. São os circuitos de festivais de música que se modernizam e merecem se tornar foco de uma política de apoio, são as feiras que surgem aqui – e lá fora – que se tornam enclaves e portos de transmissão e retransmissão de nossa moderna sonoridade. Com a ajuda das câmaras setoriais – agora finalmente instituídas e em plena atuação – são desafios que começamos a perseguir e que agora se aprofundam com o reconhecimento da contemporânea relação entre nossa produção estética e nossa circulação de valor econômico dela decorrente com a circulação de valor social e a consolidação de um amplo debate em nossa sociedade. A população brasileira quer mais acesso à cultura, o direito a uma cidadania plena e, nesse sentido, nossos progra- mas têm que se integrar às escolas brasileiras (o que iniciamos a fazer com a circulação de concertos em escolas) a partir de um programa claro e contundente que combine presença das artes com presen- ça da arte-educação. Buscando esta simbiose entre produção e circulação social, a Funarte desenvolveu linhas de atuação nas artes visuais (redes que articularam pelo Brasil um universo de atitudes estéticas) e artes cênicas (particularizando a atuação em teatro e dança – o que é uma novidade decisiva). Graças a uma parceria do Ministério da Cultura, Secom e o fundamental patrocínio cultural da Petrobras, a Funarte oferece ao Brasil hoje grandes editais anuais para o teatro e a dança. Já chegamos à segunda edição do Myriam Muniz e do Klauss Vianna, que vieram para ficar e crescer a cada ano. Em 2007, lançaremos um grande edital para projetos contemporâneos de artes visuais e sua circulação nacional. Também estão previs- tos novos editais para a área de circo, todos em parceria com a Petrobras. O lento processo de autonomização do campo cultural – e dentro dele em muitos segmentos - merece também ser foco da atenção de políticas que valorizem singularidades de cada setor (como viemos fazendo), de políticas que não percam de vista as interconexões vivas entre imagens, artes dramáticas, texto, palavra, proje- ção e som, entre circo, dança e as formas novas de produção visual, por exemplo. A Funarte que nos aguarda agora deverá aprofundar essas linhas e inovar em muitas outras. Retomar a sua ação de pensamento, de reflexão crítica, e articular-se com os muitos acervos e memórias disponí- veis para a contínua interação das expressões artísticas com seu meio cultural mais amplo, que é a própria sociedade brasileira. Gilberto Gil Ministro da Cultura 5 Funarte: de espectadora a protagonista A recente liberação da emenda que destina R$ 15 milhões para os prêmios de fomento Myriam Muniz, de teatro, e Klauss Vianna, de dança, marca o início de uma nova fase no relacionamento entre o Governo Federal e a produção artística no país. De um lado, está o governo, compreendendo a importância econômica – para além do valor simbólico – de contar com estes setores no novo ciclo de desenvolvimento do Brasil. E, de outro, os artistas e produtores, que vêem ressurgir a oportunidade de exercer sua criatividade num cenário de maior liberdade e de menor dependência do mercado. Para gerir esta relação, o governo conta com a Fundação Nacional de Arte, Funarte, criada em 1975 e reestruturada na atual gestão. Por um longo período, a Funarte foi a instituição responsável, no Governo Federal, pelas políticas e investimentos no campo das artes. Sua história, após a criação do Ministério da Cultura, em 1985, contudo, acabou marcada por inúmeros reveses. Em 1990, Collor a extinguiu, num primeiro sinal de que os governos neoliberais não tinham nos seus planos manter a atuação estatal no setor. Três anos depois, a Fundação foi recriada, mas acabou subsumida entre os parâmetros da política liberal dos anos 90 – caracterizada principalmente pela redução da participação do Estado – e a contra- ditória existência de suas mesmas prerrogativas e funções no âmbito das secretarias que estruturavam o Ministério da Cultura, em Brasília. A retomada efetiva teve início com o Governo Lula, a partir da reestruturação administrativa do MinC, promovida em 2003, que devolveu à Fundação a condição de órgão promotor das políticas, das ações e dos investimentos nas artes visuais, circo, dança, música e teatro, definindo com clareza o seu cam- po de atuação.