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Revista Brasileira

Fase VII Janeiro-Fevereiro-Março 2008 Ano XIV N. o 54

Esta a glória que fica, eleva, honra e consola. ACADEMIA BRASILEIRA REVISTA BRASILEIRA DE LETRAS 2008

Diretoria Diretor Presidente: Cícero Sandroni João de Scantimburgo Secretário-Geral: Ivan Junqueira Primeiro-Secretário: Comissão de Publicações Segundo-Secretário: Nelson Pereira dos Santos Antonio Carlos Secchin Diretor-Tesoureiro: Evanildo Cavalcante Bechara José Mindlin José Murilo de Carvalho Membros efetivos Produção editorial Affonso Arinos de Mello Franco, Alberto da Costa e Silva, Alberto Monique Cordeiro Figueiredo Mendes Venancio Filho, , Revisão , Antonio Carlos Luciano Rosa Secchin, Antonio Olinto, Ariano Igor Fagundes Suassuna, , Frederico Gomes Candido Mendes de Almeida, , , Projeto gráfico , Cícero Sandroni, Victor Burton Domício Proença Filho, , Evanildo Cavalcante Bechara, Evaristo de Editoração eletrônica Moraes Filho, Pe. Fernando Bastos de Estúdio Castellani Ávila, Helio Jaguaribe, Ivan Junqueira, , João de Scantimburgo, ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS João Ubaldo Ribeiro, José Murilo de Av. Presidente Wilson, 203 – 4.o andar Carvalho, José Mindlin, José Sarney, – RJ – CEP 20030-021 Lêdo Ivo, Lygia Fagundes Telles, Telefones: Geral: (0xx21) 3974-2500 , Marcos Vinicios Vilaça, Setor de Publicações: (0xx21) 3974-2525 , Murilo Melo Filho, Fax: (0xx21) 2220-6695 Nélida Piñon, Nelson Pereira dos Santos, E-mail: [email protected] , Sábato Magaldi, site: http://www.academia.org.br Sergio Paulo Rouanet, Tarcísio Padilha, Zélia Gattai. As colaborações são solicitadas.

Os artigos refletem exclusivamente a opinião dos autores, sendo eles também responsáveis pelas exatidão das citações e referências bibliográficas de seus textos. Sumário

EDITORIAL João de Scantimburgo A Família Real no Brasil ...... 5

CULTO DA IMORTALIDADE Helio Jaguaribe D. João VI ...... 7

PROSA Alberto da Costa e Silva O Império de D. João ...... 15 Domício Proença Filho Dom João e a língua portuguesa no Brasil ...... 23 Candido Mendes D. João VI – a Corte errante e a transfundação portuguesa . . . . 35 Luís A. de Oliveira Ramos Problemas da governação de D. João em Portugal e no Brasil ...... 47 José Luís Cardoso O papel de D. João VI na união de Portugal e Brasil...... 63 Miguel Telles Antunes Portugal e a Ciência na viragem dos séculos XVIII e XIX ...... 83 Mary Del Priori Um poeta no tempo de D. João VI ...... 125 Lucia Maria Paschoal Guimarães A historiografia e as dimensões do reinado americano de D. João VI...... 163 José Almino de Alencar D. João VI no Brasil, de Oliveira Lima ...... 185 Marcos Guimarães Sanches “Promover e dilatar a civilização”: a política de imigração do governo de D. João no Brasil ...... 199 Vasco Mariz A música no Rio de Janeiro no tempo de D. João VI...... 227 Cybelle de Ipanema A Real Coutada da Ilha do Governador ...... 245 Vera Lúcia Bottrel Tostes O Rio de Janeiro no tempo de D. João VI...... 263 Maria de Lourdes Viana Lyra 1808 – Marco de um novo tempo para o Brasil . . 277

POESIA Carlos Nejar D. João VI e a corte errante ...... 313

GUARDADOS DA MEMÓRIA Oliveira Lima Dom João VI no Brasil ...... 319

Editorial

A Família Real no Brasil

João de Scantimburgo

Família Real portuguesa namorou o Brasil durante muito A tempo. Sua decisão de vir para o Rio de Janeiro não foi to- mada às pressas, mas sim muito devagar, que era como D. João VI gostava de fazer as coisas. A vinda da Família Real portuguesa para o Rio de Janeiro foi de- cidida ao atropelo do General Junot. Napoleão queria tomar conta de Portugal para estender o seu domínio a toda a Península Ibérica. Não conseguiu por ter a Família Real a aprovação dos ingleses que a ajudaram a sair de Portugal com a maior porfia em livros, em leis e demais utilidades para um governo estável e reconhecido por toda a Europa, menos pela França de Napoleão. O namoro a que eu me referi acima teve um começo conflituoso que não se apagaria mais. Portugal ficou amigo da Inglaterra até mes- mo na ocasião dos memorandos que criaram a questão diplomática entre as duas nações que provocaram a onda de suicídios por todo Portugal. Hoje essas questões estão solucionadas diplomaticamente e a história revivendo acontecimentos passados, apenas cumprindo o seu dever, pondo ao alcance dos brasileiros por intermédio da sua grande instituição que é a Academia Brasileira de Letras.

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