Esquecimento E Lembrança Em Lygia Fagundes Telles

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Esquecimento E Lembrança Em Lygia Fagundes Telles UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE TEORIA LITERÁRIA E LITERATURA COMPARADA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TEORIA LITERÁRIA SUÊNIO CAMPOS DE LUCENA ESQUECIMENTO E LEMBRANÇA EM LYGIA FAGUNDES TELLES SÃO PAULO 2007 SUÊNIO CAMPOS DE LUCENA Esquecimento e lembrança em Lygia Fagundes Telles Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Teoria Literária e Literatura Comparada do Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada, da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Letras. Orientadora: Profa. Dra. Cleusa Rios Pinheiro Passos São Paulo 2007 2 A Lygia Fagundes Telles 3 AGRADECIMENTOS A primeira vez que vi um livro de Lygia Fagundes Telles foi quando tinha 20 anos. Estava folheando velhas edições num sebo. O livro era o romance As meninas . Vi a orelha repleta de elogios, como a escrita pelo poeta Carlos Drummond de Andrade, e acabei levando. Li e fiquei fascinado com a história daquelas três jovens dividindo um pensionato administrado por freiras e vivendo as angústias do regime militar. Em Salvador, retomei a leitura, dessa vez de todos os livros da autora: Antes do baile verde, Ciranda de pedra, Seminário dos ratos, A disciplina do amor, As horas nuas, A noite escura e mais eu ... Em 1997, idealizei com amigos universitários um grupo chamado Labirintos Literários. Eram encontros quinzenais em que discutíamos autores e líamos nossos próprios textos. No ano seguinte, decidimos (e conseguimos) levar a autora à capital baiana. Após trabalharmos durante meses, realizamos uma grande homenagem para ela, o Ciclo Lygia Fagundes Telles, uma semana de eventos com debates, leitura de contos, mostra de vídeos e noite de autógrafos na Fundação Casa de Jorge Amado. Após esse período, continuei divulgando seu trabalho em oficinas literárias ministradas em escolas e centros culturais. Com isso, fui reunindo material bibliográfico sobre sua obra a fim de me submeter a um curso de pós-graduação. Nesse processo, descobri textos não apenas sobre , mas muitos escritos pela autora. Reuni, selecionei e digitei, tentando lhes dar unidade. Após revisá-los, mostrei à escritora, que me incumbiu de organizá-lo e transformá-lo em livro. Durante aquele estranho chá foi lançado em 2002. Cinco anos depois, em 2007, voltei a trabalhar com ela em seu novo livro, Conspiração de Nuvens, que veio fechar uma trilogia iniciada pelo livro Invenção e memória em torno de lembranças entremeadas de ficção. 4 Por tudo isso, como leitor, amigo, resenhista, organizador de livros e eventos, conviver com a literatura de Lygia Fagundes Telles sempre foi algo muito próximo para mim. Contudo, nenhuma atividade foi mais desafiadora que escrever esse trabalho. Certamente, o mais complexo, aquele que mais me exigiu. Penso agora que esse trabalho vem concluir um ciclo – e possivelmente abrir outro –, de longa dedicação pessoal e profissional à obra e a essa autora. Neste percurso, algumas pessoas foram fundamentais e não posso omiti-las (memória e esquecimento!). Quero agradecer, sobretudo, a minha orientadora, a Profa. Dra. Cleusa Rios Pinheiro Passos, com quem aprendi muito nesse processo de análise e cujo diálogo (e rigor) foram imprescindíveis. A Cleusa devo ainda o prazer de ler textos de Sigmund Freud, aporte teórico do meu trabalho, e no qual deverá ser estendido a atividades futuras. À banca de qualificação, que me ajudou no caminho da tese – os Profs. Drs. Marcos Moraes e Yudith Rosenbaum. Ao Prof. Dr. Joaquim Alves de Aguiar por ter realizado algumas leituras no início. À UNEB, pela concessão de uma bolsa de estudos. E, em especial, aos colegas Iraci Rocha e Carlos Augusto Magalhães e a colaboração constante de Marta Mesquita. Muitos amigos me auxiliaram com leituras, sugestões e indicações de livros, teses, artigos e periódicos. Em Sampa, quero agradecer a Cleuza Bettoni, Ésio Macedo Ribeiro, Gil Veloso e Marta Cavalcanti; da Bahia de todos os santos, Állex Leilla, Marcus Vinícius Rodrigues, Marielson Carvalho, Marisa Protásio e Raymundo Alves Machado. De João Pessoa, Rinaldo de Fernandes e Sandra Moura. Além, claro, do apoio vindo dos Lucena. A todos, muito obrigado. 5 RESUMO Este trabalho aborda questões relacionadas ao esquecimento e à lembrança em narrativas de ficção e de testemunho da escritora Lygia Fagundes Telles. Tendo como base teórica pressupostos de Sigmund Freud, a intenção é discutir elementos preponderantes em torno do esquecimento associado à culpa, nos contos “Helga” e “Natal na barca”; ao “estranho” e “inexplicável” nos contos “A caçada” e “O noivo”, e, finalmente, a lembrança nostálgica verificada tanto no romance As horas nuas quanto no testemunho “Nada de novo na frente ocidental”. Com isso, se enfatiza que a autora expõe em sua obra uma problemática em torno da memória, do esquecer e do lembrar. Palavras-chaves: Lygia Fagundes Telles, memória, esquecimento, lembrança. 6 ABSTRACT This work approaches questions related to forgetfulness and memory in fictional and memoir narratives by writer Lygia Fagundes Telles. Using as theoretical base Sigmund Freud’s assumptions, the intention is to argue about preponderant elements around the forgetfulness associated with guilty, in the short stories "Helga" and "Natal na barca"; to the "strange" and the “inexplicable” in short stories "A caçada" and "O noivo", and, finally, the remembering nostalgic verified in the novel As horas nuas and in the memoir "Nada de novo na frente ocidental." So, it is emphasized that the author displays in her work an issue of memory, forgetting and remembering. Keywords: Lygia Fagundes Telles, memory, forgetfulness, remembering 7 LISTA DE ABREVIATURAS A disciplina do amor – DA A estrutura da bolha de sabão – EBS A noite escura e mais eu – NEM Antes do baile verde – ABV As horas nuas – HN As meninas – AM Ciranda de pedra – CP Conspiração de Nuvens - CN Durante aquele estranho chá – DAC Invenção e memória – IM Meus contos preferidos – MCP Mistérios – M Seminário dos ratos – SR Verão no aquário – VA NOTA: Como os livros de Lygia Fagundes Telles foram publicados por diversas editoras e, ao longo dos anos, a autora efetuou diversas alterações neles, optamos por desenvolver nossas análises utilizando as seguintes edições: 16ª. de Antes do baile verde (2000); 9ª. edição de Mistérios (2000); 3ª. edição de As horas nuas (2000) e 2ª. edição de Invenção e memória (2002), todas publicadas pela editora Rocco (RJ). 8 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO .................................................................................................... 10 1. MEMÓRIA E CULPA EM “HELGA” .................................................................... 18 1. 1. Apagamento da memória em “Natal na barca” ................................................. 51 1. 2. Paul e a narradora de “Natal na barca” ............................................................. 64 2. ESQUECIMENTO E MORTE EM “A CAÇADA” .................................................. 69 2. 1. O estranho em LFT e o livro Mistérios ............................................................... 69 2. 2. Esquecimento e busca de identidade em “A caçada” ........................................ 73 2. 3. Esquecimento e morte em “O noivo” ................................................................. 95 2. 4. Aproximações entre “A caçada” e “O noivo” .................................................... 101 3. EM BUSCA DO PARAÍSO PERDIDO: MATURIDADE E JUVENTUDE NA FICÇÃO E CONFISSÃO DE LYGIA FAGUNDES TELLES ................................... 112 3. 1. As horas nuas: Nostalgia e lamento pela praça ocupada ............................... 112 3. 2. Ficção e testemunho em “Nada de novo na frente ocidental” ......................... 142 3. 3. Rosa Ambrósio e LFT no centro paulistano: “Onde estavam todos?!” ............ 159 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 166 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 171 9 APRESENTAÇÃO Com mais de seis décadas de produção literária, Lygia Fagundes Telles [LFT, São Paulo, SP, 19/04/1923 – ] firmou-se como expressiva ficcionista brasileira, cuja obra até o momento já foi traduzida para cerca de quinze países, tendo diversos contos e romances premiados, além de adaptados para a televisão, cinema e teatro. Mas, a despeito de certa popularidade junto ao público-leitor que garante a alguns de seus livros tiragens sucessivas, impressiona a pouca quantidade de estudos acadêmicos sobre eles 1. Como a crítica literária, até o momento, não formulou propriamente uma interpretação sobre o conjunto de sua obra (talvez por ela estar em pleno processo), restrita no mais das vezes a perfis e resenhas jornalísticos, é importante reconhecer que ainda há muito a se discutir sobre a sua ficção e testemunho, lacuna que pode ser preenchida com trabalhos que consigam ampliar sua representatividade na literatura brasileira. De seus livros, apenas os mais recentes, Invenção e memória (2000), Durante aquele estranho chá (2002) e Conspiração de Nuvens (2007) têm caráter confessional. Neles há contos com flagrante inspiração memorialista ou autobiográfica. E, embora declaradamente não-ficcionais, em todos a autora faz um testemunho permeado por elementos ficcionais. A esses livros devemos acrescentar ainda um anterior, A disciplina do amor (1980), escrito em forma de fragmentos, que mescla ficção e testemunho. Em princípio, esses quatro títulos podem parecer exceções em sua produção, mas uma análise
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