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Informativo Cultural 23 Cultural| Setembro / Outubro 2012 Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região

A geleia geral da alegria, alegria Os 70 anos de Gil e Caetano lembram o início da carreira deles: a Tropicália, movimento artístico amplo que marcou profundamente o fim dos anos 60. Uma boa hora para refletir sobre o tropicalismo e suas expressões na música, artes plásticas, cinema, literatura e teatro. Veja os principais discos e saiba quem Vá ao cinema foi e quem é Tom Zé, dois ícones ver o filme do tropicalismo. Págs. 3 a 11 Tropicália

Comer e coçar Viajei & cliquei Em cartaz Comer, coçar e observar é só O TRT Cultural inaugura a seção No cinema destacamos Intocáveis, a começar. Veja o olhar obser- de fotos de quem viajou, clicou e imperdível história real de dois homens vador sobre o Centro de Inte- vai publicar aqui, dando dicas e que faz rir e chorar: um tetraplégico gração do TRT5 e o que tem enchendo os olhos de beleza. que precisa de um ajudante full time. a dizer da rotina e hábitos de Participem enviando fotos. No teatro, Homens que amam quem frequenta o lugar. Pág. 14 demais discorre sobre todas as fases Págs. 12 e 13 do amor, desde a sua descoberta, desenvolvimento, creise, término e retomada. Pág. 15 #23 - Setembro / Outubro 2012

Editorial Missivas Leu e devorou Esses jovens senhores setentões Caros colegas, tenho acompanhado o trabalho de vocês e vejo que a Voltamos nesta edição com a Tropi- do Banco do Brasil com Betânia cada dia está melhor. Parabens pela cália, movimento inspirado no mo- cantando Chico e Lulu Santos can- última edição, que li de fio a pavio. dernismo, cujo marco foi a Semana tando Roberto e Erasmo foram em Destaco a matéria sobre o centenário de Nelson Rodrigues, que disseca de Arte Moderna de 1922, e que pre- única apresentação. Para uma cida- a natureza provocativa, reacionária tendeu expressar e valorizar a iden- de de três milhões de habitantes, é e genial do polêmico jornalista/ tidade brasileira. A Tropicália é revi- um acinte: para comprar o ingresso, dramaturgo. Amigo Bomb, li sua vida nas próximas páginas por conta era preciso chegar às 5h da manhã matéria sobre o Peru e tive vontade de ir lá ver tudo aquilo de perto. A dos 70 anos de idade de com grande risco de não conseguir. matéria cumpriu sua tarefa. Carlo e Caetano, dois senhores revolucio- O mesmo para o show de Chico e sua paixão pelo cinema: me nários da nossa música, nascidos em Buarque, em abril. E claro, jamais lembrou que tenho dedicado pouco 1942. Muita gente brilhou no movi- chegarão aqui sessentão, setentão e tempo a esse prazer. Valorizar o passado, fortalecer o presente mento tropicalista, tenha quase 70 ou oitentão internacionais como Robert e repensar o futuro deveria ser mais, como Tom Zé e Jorge Mautner. Plant, Paul McCartney e BB King, também uma preocupação nossa, Todos parecem jovens e ainda são ído- que neste ano vieram ou vêm ao soteropolitanos, que vivemos em Brasil que não inclui a Bahia. uma cidade cheia de histórias e los, inclusive dos jovens de hoje com problemas. Bom exemplo o da seus 20 e poucos anos – e nós que já Já é hora de a Bahia deixar de ser mulher angolana. Por fim, o cabelo. cantamos “Não confio em ninguém província e virar metrópole cultural, Eu que tenho uma filha de 9 anos e com mais de 30 anos...”. E hoje, a gen- como fomos nas décadas eferves- com cabelos crespos, adorei. Até li a matéria com ela, pois já faço o te ouve quem com menos de 30? centes de 50 e 60, produzindo artis- mesmo trabalho de valorização da Pois bem, além de Gil e Caeteno, fa- tas como Tom Zé, Gil, Caetano, Gal, sua beleza, sem a necessidade de zem 70 também Paulinho da Viola e Betânia, Glauber Rocha e Torquato se “adequar” aos padrões que estão ai. Valeu, Solange. Mílton Nascimento. E cadê os filhos e Neto, que morou aqui por dois anos. Saiba mais nas próximas páginas. Valeu, galera, podem continuar, netos artísticos dessa galera que cami- pois o caminho é esse mesmo. Curta, divirta-se e participe mais do nha para a aposentadoria? Mas o mais Antonio José Góes importante é a gente se espelhar no TRT Cultural. 1ª Vara de Simões Filho vigor e produção deles: continuam a Envie seu comentário, crítica, compor, a fazer shows, turnês, gravam sugestão ou elogio [email protected] CD/DVD. Enquanto comemoramos os 70, choramos com a nossa condição de Jornal TRT Cultural Realização: estado esquecido das grandes tur- Serviço de Assessoramento em Projetos Coordenação Editorial: Especiais nês pelo Brasil, sejam atrações na- Vânia Fagundes - Projetos Especiais Projeto Gráfico: cionais ou internacionais. Gil, por Edição / Revisão: Luiz Alberto Gonçalves - Ascom sorte, fez sua comemoração no TCA Solange Galvão - Publicidade/Ascom Arte & Diagramação: com o brilhante show com a Orques- Participação: Marcelo Edington - Escola Judicial Ana Aragão, Carlo Borges, Glady Car- tra Sinfônica da Bahia que depois valho, Juca Pedreira, Solange Galvão e E-mail: percorreu outras capitais. Os shows Vânia Fagundes [email protected] 2 #23 - Setembro / Outubro2012 História

Após compor tão revolucionária can- “Resisti a pôr em minha música o foi reprimido pela ditadura e Caetano ção, veio dúvida na cabeça de Caeta- nome da obra de um cara que eu e Gil exilaram-se em Londres por três no Veloso, jovem compositor baiano nem conhecia”, lembra Caetano. E anos, depois de ficarem presos aqui no com apenas 26 anos de idade e que o que tinha a ver a obra de Oiticica Brasil por dois meses. no ano anterior tinha estourado com com a música de Caetano? Barreto Oiticica inaugurou a proposta van- Alegria alegria, no Festival de Mú- havia entendido isso rapidamente: guardista da Tropicália: nos jardins sica na TV Record – ficou em sexto eram similares porque inauguravam do museu, o público participava da lugar, mas era a música mais execu- uma nova linguagem nas artes brasi- obra transpondo um labirinto cons- tada nas rádios. Qual nome teria esta leiras, da revolução, da indignação, truído com uma arquitetura impro- composição? O cineasta Luís Carlos da transposição. Vivia-se no país os visada, semelhante às favelas, um Barreto, que tinha ouvido Caetano anos de chumbo: a ditadura militar, cenário tropical com plantas carac- cantá-la em São Paulo, sugeriu Tro- endurecendo com o AI5. Por outro terísticas e araras. “O público cami- picália, inspirado na obra de arte de lado, a cultura efervescia e a Tropi- nhava descalço, pisando em areia, Hélio Oiticica, que um ano antes ti- cália foi um caldeirão cultural que brita, água, experimentando sensa- nha mexido com a cabeça de muita conseguiu, em pouco tempo, se ma- ções; no fim do percurso se defron- gente, na exposição Nova Objetivi- nifestar nas artes, na música, no cine- tava com um aparelho de TV ligado, dade Brasileira, no Museu de Arte ma, na poesia, na literatura, no teatro. um símbolo moderno. A nova ima- Moderna do Rio de Janeiro. E durou apenas um ano. O movimento gem do Brasil, os meios de comuni-

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tudo vale, principalmen- Diabo na Terra do Sol e Idade da te o que violente nosso Terra, do diretor Glauber Rocha. bem-estar conformista”. E esses dois filmes e mais Terra em O movimento foi mui- Transe, também de Glauber, influen- to criticado por aque- ciaram o Tropicalismo. Terra em les que defendiam o Transe serviu de inspiração para Cae- engajamento político. tano ao compor Tropicália. O pesqui- Mas os tropicalistas sador Ricardo Janoário, da UFRJ, ava- não pretendiam se en- lia que a estética tropicalista assimilou cação de massa contrastando com a quadrar nessa catego- a linguagem de Glauber: “O corte, a miséria nacional”, escreveu o artista ria, pois eram revolucionários na justaposição, o uso de fragmentos e baiano Almandrade. estética, uma forma de subverter dos efeitos flashback, presentes na A Tropicália buscou a brasilidade. O os padrões vigentes. produção cinematográfica, pareciam tropicalismo foi inovador porque mis- Os novos padrões estéticos também atrair a atenção, não apenas do grupo turou aspectos tradicionais da cultu- ocorreram na poesia de Torquato Neto baiano, mas também dos expressivos ra nacional com inovações estéticas e Capinam (letristas do Tropicalis- setores da juventude interessados pela como a pop art, e se inspirou no con- mo), no cinema de Glauber Rocha e cultura”. Marcante também foi o fil- cretismo. E também bebeu na fonte no teatro de José Celso Martinez. E me Macunaíma, de Joaquim Pedro do Modernismo, no antropofagismo, influenciou muitas gerações. Também de Andrade, baseado no livro de Má- e misturou bossa com samba, guitarra fizeram parte desta corrente cultural o rio de Andrade, um dos mentores da com cuíca, sertão com Nova Iorque. maestro e arranjador Rogério Duprat; Semana de Arte Moderna, de 1922. Oiticica assim analisou: “O grande cantores e compositores como Tom Zé Influenciou também o movimento a erro é querer-se transformar a cultura, e Jorge Benjor, Jorge Mautner, Jards poesia concreta dos irmãos Augusto nas suas manifestações, em algo bem Macalé, e Nara Leão e o e Haroldo Campos e Décio Pignatari. comportado, bonito, digno dos lares grupo musical Os Mutantes (Arnaldo burgueses com seus preconceitos do e Sérgio Dias e ). que seja bom ou mau etc. Desde cedo Nas artes plásticas, também se des- aprendi uma coisa importantíssima: tacou Rogério Duarte, que partici- nas manifestações da criação humana pou do Tropicalismo como mentor intelectual, criador das capas dos principais discos do movimento e como co-autor de algumas músicas com Gil e Caetano. Produziu capas de álbuns de outros grandes artistas da MPB, como Gal, João Gilberto e Jorge Benjor. Mais tarde, como de- signer, criou – entre muitos outros – os cartazes dos filmes Deus e o 4 #23 - Setembro / Outubro2012

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No teatro, o movimento foi inaugu- ção de dramaturgia no Teatro Oficina, rado com a apresentação da peça O em São Paulo, que desde ao anos 50 rei da vela do modernista Oswald se destacava pela irreverência. de Andrade, dirigido por Zé Celso, Tropicalismo foi isso: rápido, irre- em 1967. “Essa nova forma de teatro verente, marcante. Deixou marcas tinha que ser capaz de despertar no registradas em várias manifestações espectador reações, provocando-os culturais e até em programas de TV, a pensar na sociedade em que esta- como Chacrinha, que misturava to- vam inseridos. Não era mais possível das as classes sociais e culturais e era que o teatro agisse como instrumento irreverente e inovador. E Chacrinha de educação, através de histórias de balançou a pança por muito tempo, o bons-meninos, mas sim através de Rio de Janeiro continua lindo, a Tro- uma arte brasileira e violenta”, ava- picália foi superbacana, vivemos até liou Zé Celso. A peça também mar- hoje esta geleia geral, só não chega- cou uma ruptura na própria concep- mos ainda no é proibido proibir.

Solange Galvão ASCOM Livros sobre o tropicalismo • Tropicaos, com toda a obra escrita de Rogério Duarte • Tropicália ou Panis et Circencis, o livro-objeto, Ana de Oliveira • Os últimos dias de paupéria – 1984, Waly Salomão e Ana Maria Duarte • Torquatália – do lado de dentro, Paulo Roberto Pires, 2005 • Torquatália - Geléia Geral, Paulo Roberto Pires, 2005 • A história de uma revolução musical, Carlos Calado • Tropicália: Um Caldeirão Cultural, Getúlio Mac Cord 5 #23 - Setembro / Outubro 2012 História UM ZÉ QUE DÁ O TOM DO BRASIL PROFUNDO

ral da Bahia. Isso no tempo em que os professores, lá, eram Ernst Widmer, Walter Smetak e Hans Koellreutter. Em 1963, foi natural que se juntasse a uns irmãos cabeludos vindos de San- to Amaro, que já faziam rodadas de música e poesia, e ao lado de Gilberto Gil, Gal Costa, Djalma Corrêa, Pitti, Alcivando Luz e Fernando Lona, decidiram montar o espetáculo Nós, por exemplo, na semana de inaugu- ração do Teatro Vila Velha, no ano seguinte. O elo estava formado. São Paulo era um caminho natural, como centro irradiador da cultura brasileira, e foi lá que Tom Zé des- a caatinga de Irará, ci- Síntese do movimento tropicalista pejou a sua regionalidade cabocla, dade pequena da mi- brasileiro, o miúdo Tom Zé alcan- no musical Arena Canta Bahia, crorregião de Feira de çou a grandeza do reconhecimento dirigida pelo saudoso Augusto Boal. Santana, poderia colher- mundial por sua música repleta de O tropicalismo como movimento -seD tudo: coco da baía, banana, cana informações, que germinavam em que viria marcar a década de 60 do de açúcar, fumo, mandioca, abacaxi, sua cabeça desde que os escritos de século passado – e influenciar intei- milho, soja, feijão, amendoim, algo- Guimarães Rosa lhe caíram às mãos, ras gerações daí por diante – teve em dão..., que movimentam a economia ainda na infância. Tom Zé um entusiasta participante, local. Mas há 76 anos, em 11 de outu- O homem que lançou ao mundo o LP desde o seu marco fundador, o disco bro, nasceu ali o melhor dos seus fru- Defeito de Fabricação, em 1998, Tropicália ou panis et circensis, em tos, um gabiru chamado Antônio José eleito pela crítica especializada um 1968, mesmo ano em que o baixinho Santana Martins. dos dez discos mais importantes do de Irará ganhou o primeiro lugar no ano, poderia não ter dado certo na IV Festival de Música Popular Bra- vida e sido mais um retirante, quan- sileira, da TV Record, com a canção do desembarcou na rodoviária de São Paulo, Meu Amor. Salvador para fazer o ensino médio. Mas além das tradições orais e do vívido interesse pelas coisas da terra Não há ninguém que trazia do seu Recôncavo, Tom Zé ainda achou de passar em primei- como Tom Zé ro lugar no vestibular e cursar a Esco- Bem Ratliff – The New York Times la de Música da Universidade Fede- 6 #23 - Setembro / Outubro2012 História

Arto Lindsay: “que país é esse, que tem um artista assim e que tão pou- cos conhecem?” Resultado: lançou sua obra nos Estados Unidos, com total sucesso de crítica, retornando o baiano vanguardista ao panteão dos músicos de qualidade no mundo, de onde jamais poderia ter saído. Tom Zé já foi tema de três documen- tários: Tom Zé, ou quem irá colo- car uma dinamite na cabeça do século? de Carla Gallo (2000); Fa- bricando Tom Zé (2006), por Décio Matos Júnior e Tom Zé – Astronau- O tom de ousadia, marca registra- ta Libertado, por Igor Iglesias, ci- deve ouvir se quiser entender o movi- da do baiano tropicalista, foi a capa neasta espanhol (2009). mento que sacudiu e revelou o Brasil do LP Todos os Olhos. Ideia de seu Para , que entende profundo, em 1967: Tropicália, lixo amigo poeta Décio Pignatari, a pro- das coisas, Tom Zé realizou as obras lógico é o melhor disco de Tom Zé dução artística, que prosaicamente mais ambiciosas que caracterizaram desde que ele renasceu artisticamen- somente precisou do corpo humano a Tropicália. E é o mano de Santo te, convidado a sair do esconderijo e de uma bola de gude, passou incó- Amaro quem se penitencia do aban- para onde nós o empurráramos nada lume pelas mãos dos censores, que dono no passado e sentencia sobre o menos do que por David Byrne, o não sacaram nada do que era aquele último disco do iraraense, que você mais elegante de todos os roqueiros”. fundo róseo com uma gema ao cen- tro. A sorte estava lançada. Enquanto seus amigos Gilberto Gil e Caetano Veloso lotavam teatros e surfavam no caminho popular que a Tropicália lhes proporcionou, Tom Zé, no entanto, via seu caminho fechar-se em copas. Semideus cult de universitários, talvez o excesso de informações e o respeito sagrado pela música de verdade paradoxal- mente findassem sua carreira, não fosse David Byrne, já em 1990, ter atentado para aquele som refinado de poesia concreta que fluía do LP Estudando o Samba, lançado em 1976. Dizem que o ex-membro da Juca Pedreira banda Talking Heads, perguntou a Gab. Des. Luiza Lomba 7 #23 - Setembro / Outubro 2012 História UMA PITADA DOS DISCOS TROPICALISTAS uando se pensa em Tropi- reira de Gil. Grava Domingo no cália, apesar de sua exten- parque, com a participação dos Qsão e influência em várias Mutantes, e que havia sido apre- manifestações artísticas, as músicas sentada no ano anterior no Festi- e os músicos vêm logo à cabeça. Ao val da Record. Trouxe ainda nesse mesmo tempo, pensar em discos álbum Frevo Rasgado, Marginá- do movimento tropicalista é tam- lia II e Procissão. O nosso baiano bém pensar no conjunto da obra. A entra, definitivamente, no circuito arte das suas capas, especialmente. da música popular brasileira. O fato é que a tropicália, apesar de Tropicália ou Panis Et Circencis, sua curta duração (a ebulição mais também de 1968, é uma espécie de conhecidas, além da arte de Rogério intensa ocorreu em 1967/1968), por álbum manifesto, encabeçado pelos Duarte responsável pela colorida capa, conta da repressão da ditadura, foi Mutantes, com participação de Gil- indispensável parceiro tropicalista e um movimento que não só marcou um dos mentores do movimento. época, mas influenciou gerações, ditando moda, padrão de compor- No ano de 1968, Gil gravou Gil- tamento, e, claro, um estilo musi- berto Gil, resultado de uma par- cal. Seus principais representantes ceria com Os Mutantes, contando se mostraram para o Brasil por meio com os arranjos do maestro Ro- de festivais de música popular, espe- gério Duprat. Assim como Caeta- cialmente do festival da TV Record, no, Gil traz nesse disco letras de de 1967. Ali Caetano Veloso mostrou protesto e se utiliza das guitar- Alegria, alegria e Gilberto Gil can- ras, imprimindo uma sonoridade tou Domingo no parque. nova nas músicas. Para alguns, o seu melhor disco, o certo é que Quatro discos são aqui destacados. berto Gil, Caetano Veloso, Gal Cos- representou uma alavanca na car- Discos notáveis, não só pelo traba- ta, Nara Leão, Tom Zé - além dos lho musical, inovador e vanguardis- poetas Capinam e Torquato Neto e ta, mesclando influências, incluindo do maestro Rogério Duprat, respon- guitarras, mas também pelas suas sável pelos arranjos. A importância capas, que também revelam a esté- do disco está, não só na qualidade tica do movimento. musical, mas na junção de grandes Em Caetano Veloso, de 1967, o artista talentos da nossa música, represen- de Santo Amaro, nos brinda com Soy tando as vertentes do movimento, e Loco por ti América, uma parceria em plena ditadura militar. Do pop com Capinam; Tropicália; Alegria, ao concretismo, passando pelo bre- alegria, só para mencionar as mais ga, nesse álbum estão canções como 8 #23 - Setembro / Outubro2012

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Baby, interpretado por Gal Costa; de 1968, é obra do maestro Duprat, Festival de 1967. Neste álbum, Du- Miserére Nóbis, por Gil, que, jun- que ingressou no movimento depois prat gravou canções internacionais, tamente com Caetano, Gal Costa de ter conhecido os Mutantes e se mesclando com músicas brasileiras e Os Mutantes, cantam o Hino do juntado ao grupo, fazendo arranjos de variados estilos, como Chiqui- Senhor do Bonfim. Mas é Panis et como o de Domingo no parque, ta bacana, com participação dos circenses, interpretada pelos Mutan- interpretado por Gilberto Gil no Mutantes, Chega de saudade, Bom tes, a mais marcante do disco: tempo, de Chico Buarque, Baby, “Eu quis cantar minha canção Frevo rasgado, músicas que ganha- iluminada de sol ram novas e inventivas versões pelo Soltei os panos sobre os maestro. O fato é que Duprat foi um dos maiores responsáveis pela as- mastros no ar censão do tropicalismo, dando uma Soltei os tigres e os leões nos roupagem mais elaborada à tropicá- quintais lia, fazendo uma junção criativa da Mas as pessoas na sala de jantar música brasileira com as tendências São ocupadas em nascer e morrer.” internacionais. Um dos discos menos conhecidos, Estava instaurado, nesses dois anos, A banda tropicalista de Duprat, um caleidoscópio musical.

Ana Aragão Escola Judicial 9 #23 - Setembro / Outubro 2012 História SOBRE TORQUATO – O ANJO TORTO gens de Barravento. Foi então para dos artistas rebeldes e duros, para o Rio de Janeiro cursar jornalismo, onde iam os grupos notívagos para que não concluiu, mas foi crítico conversas infindas, beberagens -per em diversos jornais, atuando como tinentes, em reuniões para fomentar agente cultural e polemista, defen- a própria criatividade e as liberdades sor das manifestações artísticas de sonhadas, em tempos de ditadura. vanguarda como a Tropicália, a poe- O Anjo Torto, que era desafinado, e, sia concreta e o cinema marginal. portanto não cantava, dizia: “pessoal- Foi ele quem escreveu o breviário mente, eu acredito em vampiros”. O O poeta nasceu em Teresina, Piauí, Tropicalismo para principiantes, autor de Geleia Geral, em parceria em 1944, mas mudou-se para Sal- que defendia a inserção do Brasil no com Gilberto Gil, e de tantos outros vador aos 16 anos para concluir os mundo da cultura pop, desenvolven- emblemas contestadores do conserva- estudos secundários, no Colégio do uma linguagem própria. Era algo dorismo, foi gravado por Elis, Nara e Maristas, onde foi contemporâneo como uma reedição do Movimento outras musas, além de Gal e Bethânia, de Gilberto Gil e testemunha de uma Antropofágico Brasileiro do começo claro. Ele não resistiu nem se adequou, fase culturalmente rica da cidade, do século XX, que originou a Sema- ele não resistiria e não, não se adequa- efervescente nas suas manifesta- na de Arte Moderna de 1922: uma ria. O moço que era triste e inquieto ções, fruto principalmente da ação arte universal com a valorização da disse: “Aqui é o fim do mundo, aqui é do professor Edgard Santos, funda- identidade brasileira, mantida como o fim do mundo, ou lá”, e também dis- dor da Universidade Federal da Ba- mote principal da criação artística. se: “minha terra tem palmeiras onde hia. Salvador nas décadas de 50 e 60 Além de crítico e polemista, ele foi sopra o vento forte da fome do medo se tornara uma referência cultural um importante compositor, autor de e muito principalmente da morte”. expressiva, com a presença na Ufba vários ícones musicais com parcei- Não suportou e quis ficar sossegado. de vários artistas e acadêmicos sig- ros como Gil, Caetano, Edu Lobo, nificativos, tanto na música, quanto Luiz Melodia, João Bosco e muitos na dança ou no teatro, e, apesar de outros. Teve a obra poética publicada na cidade não haver uma produção em três livros póstumos, organiza- cultural eficiente para o aproveita- dos por Waly Salomão e Ana Maria mento dos talentos surgidos, servia Duarte (Os últimos dias de paupé- como usina de ideias e de valores ria – 1984) e por Paulo Roberto Pires pessoais, que depois partiam para o (Torquatália – do lado de dentro; e “Sul Maravilha” em busca de suces- Torquatália – Geleia Geral, ambos so e concretização de uma carreira de 2005). Por ter trabalho nas revis- financeiramente viável. tas e jornais da época como crítico, Torquato viveu em Salvador por dois era dos poucos da turma que tinham anos. Chegou a trabalhar como as- dinheiro, seu apartamento em Copa- sistente de Glauber Rocha nas filma- cabana então funcionava como polo 10 #23 - Setembro / Outubro2012 História

Aos 28 anos, matou-se no banheiro ao encontrou as pessoas certas que, re- abrir o gás... Pediu que não sacudis- unidas, contestaram o stablishment sem demais o filho, com dois anos à e tentaram construir uma linguagem época, que ele podia “acordar”! própria. Apesar de na época ele não Falam que o tema suicídio era recor- ter tido tanta exposição quanto al- rente no seu dia a dia. Ele era intenso guns dos companheiros do Tropica- e dramático como cabe aos extrema- lismo, sua atuação foi vigorosa no mente sensíveis ser, e sempre amea- backstage, nas parcerias de compo- çava suicidar-se. Nana Caymmi relata sições marcantes até hoje. Da identi- em entrevista que sua morte não che- dade latino americana, ao romantis- gou a ser exatamente uma surpresa, mo delicado e triste, passando pela exilados em 1968, ele então passa da forma que foi, ela disse: “ele final- ideias do jovem rebelde e criativo, um período viajando pela Europa mente cumpriu o que sempre falava”. sua obra foi vasta em quantidade e Estados Unidos e mora em Lon- O mundo das artes é cheio de figu- e qualidade. Talvez canção a mais dres por um curto período, volta ao ras que passam rápido como come- gravada tenha sido Prá dizer adeus, Rio e torna-se um crítico ferrenho tas, mas cuja luz permanece intensa, que compôs com Edu Lobo e que das manifestações dos demais artis- viram referência daquilo que pode traduz a melancolia do ser eterna- tas da época. Se isola e passa a ter modificar o tempo, a cultura e a vida mente apaixonado: problemas com alcoolismo e outras das pessoas, que são tocadas por Adeus drogas, chegando a se internar para uma sensibilidade tão particular. Vou prá não voltar tentativas de desintoxicação. Final- Torquato teve essa chance, e a usou E onde quer que eu vá mente, um dia após completar 28 apesar da brevidade de sua vida. Es- Sei que vou sozinho anos, toma a atitude definitiva e se teve no momento e lugares certos, Tão sozinho amor junta à plêiade dos jovens gênios Nem é bom pensar que não alcançam os 30 anos. Que eu não volto mais Uma das mais inspiradas canções de Deste meu caminho Caetano Veloso, Cajuína, foi fei- Ah! Pena eu não saber ta após uma visita que o baiano fez Como te contar ao pai do poeta em Teresina, algum Que o amor foi tanto tempo depois da morte de Torqua- E no entanto, eu queria dizer to. Expressa a tristeza de ambos em Vem um lamento lírico e sertanejo, que se Eu só sei dizer traduz em beleza, no paladar doce- Vem -azedo da sina do menino infeliz que Nem que seja só não se nos ilumina. Prá dizer adeus O poeta matou-se após várias cri- ses em 1972. Os companheiros Gil Carlo Borges e Caetano haviam sido presos e 25ª VT de Salvador 11 #23 - Setembro / Outubro 2012 Opinião OBSERVATÓRIO GASTRONÔMICO

sol ainda não se colocou No pequeno recinto ao lado escuta-se Passados alguns minutos a porta naquela posição em que um som abafado. De repente a porta abre-se novamente. Agora várias O pisamos sobre a nossa de vidro da entrada principal se abre. pessoas entram. São os jovens que se própria sombra - lugar aonde rei- Alguém caminha com passos lentos, comunicam com sinais. Não fazem na absoluto no centro do céu - no porém firmes. É uma mulher. Ela é muito barulho, porém não são de entanto cá dentro não faz calor. O alta e tem porte de rainha. Não de uma todo silenciosos. Ocupam três me- salão, bastante iluminado, no mo- rainha altiva e imperiosa e sim doce e sas. Uma pequena fila se forma em mento encontra-se deserto. Ao fun- decidida. Dirige-se para uma mesa, re- frente aos aparelhos. A TV já está li- do vê-se, através de uma janela de pousa nela uma sacola e começa a re- gada. Lá fora já se pisa na sombra. A vidro, uma nesga do mar da baía de tirar de dentro algumas vasilhas. Pega moça solitária arruma as suas coisas Todos os Santos. A paisagem vista um prato vazio, põe nele o que trouxe, e sai. Aos poucos mais pessoas vão quase sempre é elogiada pelos fre- abre um dos aparelhos que estão dis- entrando e se acomodando. A menina quentadores do lugar. postos sobre uma bancada, digita al- do talher de ouro já chegou. Por que guns comandos, coloca o prato será que ela não come mais com o seu dentro e aguarda. O que será talher de ouro? Aquele que foi da sua que pensa essa moça? Ouve- avó. Era tão lindo ver o brilho doura- -se um apito. A moça com por- do entrando e saindo da sua boca... Ela te de rainha retira o seu prato nunca chega só, está sempre acompa- e senta-se. Silenciosamente nhada por mais duas ou três pessoas. começa a comer. Por que será O papo rola solto e risadas são ouvi- que algumas pessoas preferem das. A menina do talher de ouro gosta a solidão? O que será que a muito de rir, tem muito bom humor e moça solitária pensa? ao falar move a cabeça para o alto.

12 #23 - Setembro / Outubro2012 Opinião

O movimento agora é intenso. Os A turma do “Pessoal” já termi- clusive com os seus dotes culinários). silenciosos, não tão silenciosos, co- nou, mas ninguém parece ter Estuda gastronomia e seus pratos são meçam a se retirar. Despedem-se uns pressa. Estão atentos a um caso invejados. Oferece aos seus “mari- dos outros fazendo vários sinais com que a mais experiente conta de dos” o que trouxe de especial. Adora as mãos. Outras pessoas vão che- forma bem especial e espirituo- falar sobre filmes e livros. Seus ves- gando, agora em duplas ou grupos. sa. Agora todos riem. Fiquei tidos, como o seu astral, estão sempre Sacolinhas vão sendo colocadas nas curiosa! Os cheiros vão ficando lá no alto. Gosta muito de se comu- mesas e pratos sendo feitos e leva- cada vez mais fortes. Receitas nicar e antes de sair passa na minha dos para os aparelhos de esquentar. são prometidas e nem sempre mesa para um dedinho de prosa. Aos Os apitos tornam-se constantes. Tem as promessas serão cumpridas... poucos o salão vai ficando vazio no- aqueles que comem diretamente de minha culpa, minha culpa, mi- vamente. O último antes de sair desli- suas vasilhas... Tem a moça que ao nha tão máxima culpa. ga a TV e não apaga a luz. O silêncio sentar-se sempre dispõe sobre a mesa Os cardápios são variados e vão des- volta a habitar o lugar. Lá fora o sol um paninho trazido de casa... Tem de uma maniçoba, um sarapatel até já deixou o centro. Mas hoje é quarta alguns que comem a salada antes... um grelhadinho bem básico, acom- e amanhã é “quase sexta” e a alegria Tem quem só come bebendo suco... panhado de arroz integral. D. Flor vai voltar a frequentar esse lugar. Alguém acaba de me dizer que vai acaba de chegar com os seus “três “roubar” a pimenta do meu marido. maridos”. Ela é baixinha, esguia e Outro pergunta: quem tem farinha? possui um belo traseiro empinado Acaba de entrar o “antes só do que ( ficaria encantado, in- mal acompanhado”. Ele sempre diz Vânia Fagundes Projetos Especiais isso ao chegar, no entanto, muitas vezes senta-se à mesa em companhia de outras pessoas. Acho que no fundo ele gosta mesmo é de polemizar e de misturar macarrão com farinha. Tem aquele que se senta na entrada do sa- lão sempre sozinho. Por que será? Do seu lugar pode-se observar tudo e to- dos. Será que é disso que ele gosta? Diversos rituais são observados. Alguns se intrometem na conversa da mesa do lado... Outros apenas olham. Alguém chama a atenção para o que passa na TV e todos olham. Quem é do Bahia tira sarro do Vitória e vice e versa.

13 #23 - Setembro / Outubro 2012 Viajei & Cliquei Viajei & Cliquei

Canal de Amsterdan - Holanda Ana Aragão - Escola Judicial

Ponte do Brooklin , Nova York - EUA Marcelo Edington - Escola Judicial

El Colorado - Chile Solange Galvão - ASCOM

Envie suas fotos para o e-mail Cerro Otto, Bariloche - Argentina [email protected] Carlos Santiago - Escola Judicial PARTICIPE! 14 #23 - Setembro / Outubro2012 Cine & Teatro Filme em Cartaz ou não

Intocáveis Grande filme, que faz rir e chorar. Baseado em fatos reais, o personagem de François Cluzet sofreu um acidente que o deixou tetraplégico, e está em busca de um ajudante full time. O belo ator Omar Sy encarna Driss, nascido no Senegal, criado na periferia de Paris e recém-saído da prisão, ele é o exemplo do que não funcionaria para ser o enfermeiro para o aristocrata e milionário Philippe. Não é o que se verifica ao longo da trama. De modo despretensioso, a energia irresponsável do ex-presidiário inunda o outro com uma vitalidade esquecida na vida então amortecida pelo tempo em cadeiras de rodas e cuidados médicos. A amizade é o grande personagem. A cumplicidade e a alegria de viver se tornam o grande saldo desse encontro, que tem no contraste das vidas e personalidades o elo transformador de ambas. E “vive la diference”. Imperdível!! Carlo Borges 25ª VT de Salvador O eu poético masculino Homens que amam demais é uma peça que trata do sen- ras da trajetória amorosa, declarando ter tomado como timento do amor, em toda a sua inteireza e complexidade. marcos teóricos os trabalhos de Roland Barthes (Frag- Partindo de um “eu poético” masculino, que não tem pu- mentos de um discurso amoro- dor de revelar seu lado feminino com a sensibilidade e so) e Zygmunt Bauman (Amor entrega ao amor, apresenta um texto profundo que dis- líquido), o que, por si só, já per- corre sobre todas as fases do amor, desde a sua descober- mite uma boa reflexão de quem ta, desenvolvimento, crise, término e retomada. prestar atenção ao seu desdobrar, No palco, dois atores (Caíca Alves e Daniel Becker), vestidos com mente e espírito aberto. rigorosamente iguais, representando duas faces do mesmo O cenário é minimalista, mas sujeito, alternando-se entre ego e alter ego ou, com o perdão atende à proposta da peça, que, da metáfora, em um “diálogo consigo mesmo”, como uma quando não cai na tentação das espécie de jogo de espelhos do verso e do anverso. “caras e bocas” do besteirol (o que é raro e muitas vezes O espetáculo pretende ser um recital musicado sobre re- mais impulsionado pela plateia do que pela intenção dos lações afetivas, através de textos filosóficos e a produção artistas), merece, pelo menos, ser conferida. musical brega (de diversas décadas). Embora possa se questionar a qualidade musical dos in- térpretes, cujas vozes e dicção não encantam, o texto é Rodolfo Pamplona bem construído, apresentando situações caracterizado- 1ª VT de Salvador 15 #23 - Setembro / Outubro 2012 Agenda TEATRO

DRÁCULA PARTISTE Convergindo teatro, tecnologia e no- Ganhadora do Prêmio Braskem de vas mídias, Drácula - obra homôni- Teatro 2010 na categoria de Melhor ma de Bram Stoker (1897), o mais Texto, escrito por Paulo Henrique célebre romance de horror - será Alcântara – também diretor do espe- livremente adaptado, sob a direção táculo –, montagem retrata o dia-a- de Marcio Meirelles. dia de uma família após a partida de Onde: Teatro Vila Velha um membro muito querido. Quando: de 14 a 23/9 - sex a dom Onde: Teatro SESI Rio Vermelho Horário: 20h Quando: de 1 a 30/9 - sab e dom Ingressos: 30,00 e 15,00 Horário: 20h Ingressos: 20,00 e 10,00 TEATRO INFANTIL e A HISTÓRIA DE NÓS 2 INFANTO-JUVENIL Elogiada pela crítica e pelo público, A NOITE DO PIJAMA é uma comédia romântica que en- Dirigida por Fernanda Paquelet e volve, faz rir e chorar. O casal está Jarbas Oliver, também autor do tex- em processo de separação, e numa to, a peça narra aventuras de crian- última conversa tenta identificar os ças que se divertem ao descobrirem motivos que levaram ao fracasso do brincadeiras do passado. relacionamento. Não estragar as sur- Onde: Teatro Eva Hertz presas e o final, mas não existe quem Quando: de 1 a 30/9 - sab e dom não se identifique com pelo menos Horário: 15h uma das situações vividas por eles. Ingressos: 30,00 e 15,00 7 CONTO Onde: Teatro Casa do Comércio Quando: 6 e 7/10 - sab e dom O ator Luís Miranda em nova tem- ALICE NO PAÍS DAS Horário: 19h30 e 21h30 - sábado porada do espétáculo “7 Conto - A MARAVILHAS 20h - domingo Comédia” A história narra as dife- Montagem baseada na obra de Ingressos: 70,00 e 35,00 renças nacionais através de sete per- Lewis Carol narra as aventuras da sonagens bem humorados. menina Alice, que, ao mergulhar no Onde: Teatro Jorge Amado seu próprio universo, descobre um Quando: até 18/11 - sab e dom mundo fantástico que é só seu. Horário: 20h - sábado 19h - domingo Onde: Teatro Gil Santana Ingressos: 50,00 e 25,00 Quando: de 1 a 30/9 - sab e dom Horário: 18h Ingressos: 25,00 e 12,50

OS TRÊS PORQUINHOS Inspirada no clássico da literatura infantil, a peça conta as aventuras de três porquinhos que fazem de tudo para se livrar do Lobo Mau Onde: Teatro Gil Santana Quando: de 1 a 30/9 - sab e dom Horário: 15h Ingressos: 25,00 e 12,50 16 #23 - Setembro / Outubro2012 Agenda MÚSICA BANDA SPECTRO OS INGÊNUOS MALLU MAGALHÃES Grupo de cover apresenta repertório Principal responsável pelo movi- Pela primeira vez no Teatro Vila do mundialmente conhecido rock mento do choro em Salvador, o con- Velha, a cantora Mallu Magalhães progressivo da banda Pink Floyd. junto musical, formado em 1975 e apresenta a turnê de “Pitanga”, seu Onde: Varanda do Teatro SESI que tem como líderes Edson Sete mais novo álbum. O show faz par- Quando: 7 a 28/9 às sextas Cordas e Cacau do Pandeiro, apre- te do projeto Vila da Música e vai Horário: 20h senta o melhor do chorinho. contar com canções como “Velha e Ingressos: 30,00 e 15,00 Onde: Varanda do Teatro SESI Louca”, “Cena”, “Moreno do Ca- Quando: 3 a 24/9 às segundas belo Enroladinho”, entre outras. De Horário: 19h30 acordo com a crítica, este terceiro ál- CHORO DO UIRAPURU Ingressos: 15,00 bum é marcado pelo amadurecimen- A proposta é interpretar peças do to pessoal, profissional e musical de repertório em violão, sambas, choros Mallu, além de sua participação nos instrumentais e choros cantados de CONCERTO ORQUESTRA instrumentos, como bateria, piano grandes mestres da música, como AFRO SINFÔNICA e guitarra, nunca antes explorados Pixinguinha, Cartola e Baden Powell Com regência de Ubiratan Marques pela cantora. Onde: Varanda do Teatro SESI e execução de músicas sinfônico- Com composições próprias em por- Quando: 6 a 27/9 às quintas populares, a orquestra estreia em tuguês e inglês, o álbum foi produ- Horário: 22h Salvador projeto de circulação es- zido por Marcelo Camelo e contou Ingressos: 10,00 tadual, e realiza também workshop com a participação de músicos como de Harmonia. Kassin, André Lima (teclados), Onde: Cine-Teatro Solar Boa Vista François (trombone), Josué (flauta), Quando: 20/9 Daniel D’Alcantara (flugel horn) e Horário: 20h Maurício Takara em duas baterias. Ingressos: gratis Onde: Teatro Vila Velha Quando: 26/9 Horário: 20h Ingressos: 60,00 e 30,00

JAM NO MAM Com uma programação semanal na área externa do MAM – e com uma das vistas mais bonitas de Salvador – a JAM no MAM leva para os fi- nais de tarde dos sábados uma trilha sonora especial, baseada no melhor estilo das jam sessions. Onde: Área externa do Mam Av. Contorno Quando: todos os sábados Horário: Por do sol Ingressos: 6 e 3

17 #23 - Setembro / Outubro 2012 Agenda

ARTES VISUAIS AGENDA DO INTERIOR PANÁFRICA Exposição de longa duração com re- ARTES VISUAIS cortes de uma África plural e histo- ricamente reinventada, oferece a co- SALÕES DE ARTES VISUAIS leção completa do industrial italiano DA BAHIA Claudio Masella, doada ao Estado Mostra com 25 obras, seleciona- da Bahia em 2004. das através de edital público, de Onde: Centro Cultural Solar Ferrão 14 artistas de Salvador e outros Quando: sáb, dom e feriados JORGE AMADO 11 de diversos municípios baia- Ingressos: grátis E UNIVERSAL nos, integra projeto de difusão Jorge, Amado e Universal - Como da produção contemporânea em HUMANOS, parte das comemorações do cen- Artes Visuais na Bahia PONTO INTERIOR tenário de Jorge Amado, exposição Onde: Centro de Cultura ACM Exposição dos artistas Elvira Bono, reúne fotografias, objetos, folhetos (Jequié) Eduardo Silva, Diego J Cardoso, de cordel, filmes e imagens, cuja Quando: até 30/9 Janusberg e Thainan Tanajura, que maioria nunca foi vista pelo público. Ingresso: grátis buscam representar o ser humano, Onde: MAM suas necessidades e seus sonhos. Quando: até 21/10 Onde: Biblioteca Pública do Estado terça a domingo Quando: até 28/9 Horário: 14h às 19h Horário: 8h20s 21h Ingressos: grátis Ingressos: grátis FRAGMENTOS: SMETAK – O ALQUIMISTA DO ARTEFATOS POPULARES SOM O Olhar de Lina Bo Bardi Exposição de longa duração apresen- Mais de 800 peças coletadas pela ar- ta as “Plásticas Sonoras” criadas por tista em sua passagem por cidades e Walter Smetak, com peças do acervo zonas rurais do Nordeste do Brasil da família do músico suíço que viveu nas décadas de 1950 e 60. na Bahia entre 1937 e 1984. Onde: Solar Ferrão Onde: Centro Cultural Solar Ferrão Quando: sáb, dom e feriados Quando: sáb, dom e feriados Horário: 12h às 17h Ingressos: grátis Ingressos: grátis

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