<<

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SEED DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS – DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

Título: O protesto implícito da música de no período ditatorial no Brasil

Autor: Cláudio Roberto da Silva Faria

Disciplina/Área: História

Escola de Implementação do Colégio Estadual Professora Elzira Correia de Sá Projeto e sua localização: – Ensino Fundamental, Médio e Profissional Rua Castanheira, 1001 - Contorno, CEP: 84061-370 Município da escola: Ponta Grossa

Núcleo Regional de Educação: Ponta Grossa

Professor Orientador: Fabio Luciano Iachtechen

Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Ponta Grossa

Relação Interdisciplinar: História, Língua Portuguesa, Arte

Resumo: A utilização de músicas como fontes históricas é um instrumento que envolve a palavra escrita. Devemos utilizar a vivência do aluno e seu conhecimento prévio para incentivá-lo à leitura e compreensão de fatos históricos. Então é primordial que este ato seja a redescoberta de ideias. A música pode representar muito bem a realidade da época em que foi produzida, sendo assim fonte histórica e para que o aluno compreenda a importância da música em relação à história, é necessária a tomada de consciência de que a música é um recurso documental. Por isso propôs-se o projeto “O protesto implícito da música de Raul Seixas no período ditatorial no Brasil”, que apresentou como problema a seguinte questão: Como a compreensão das músicas de Raul Seixas implica no entendimento do período ditatorial, no Brasil, e consequentemente o sentimento da sociedade da época? E teve por objetivo geral propor um projeto voltado aos discentes do 9º ano, utilizando as músicas de Raul Seixas como fonte histórica e desenvolvimento de cidadania.

Palavras-chave: Raul Seixas. Período Ditatorial. Fontes Históricas.

Formato do Material Didático: Unidade didática Público: Alunos do 9º ano do Ensino Fundamental

APRESENTAÇÃO A utilização de músicas como fontes históricas é um instrumento que envolve a palavra escrita e é uma atividade realizada pelo homem. Por isso mesmo, devemos utilizar a vivência do aluno e seu conhecimento prévio para incentivá-lo à leitura e compreensão de fatos históricos. Então é primordial que este ato seja a redescoberta de ideias, sentindo prazer em cada texto que ler. A música pode representar muito bem a realidade da época em que foi produzida, sendo assim fonte histórica, e para que o aluno compreenda a importância da música em relação à história, é necessária a tomada de consciência de que a música é um recurso documental. O uso de músicas como fontes históricas, conforme afirma Marcos Napolitano, vem ganhando cada vez mais espaço na pesquisa histórica, até porque as fontes musicais “em suas estruturas internas de linguagem e seus mecanismos de representação da realidade, a partir de seus códigos internos” (NAPOLITANO, In: PINSKY, 2015), pode ser utilizada como fonte histórica, uma vez que é um retrato da realidade, e traz em si “impressão e testemunho, intervenção estética e registro documental[...]”. (NAPOLITANO, In: PINSKY, 2015) Conforme Napolitano, em muitos trabalhos de análise pela canção, a letra é um “simulacro de um documento escrito – crônica de época ou tentativa de crítica social feita por um autor” (NAPOLITANO, In: PINSKY, 2015), podemos entender, então, que só a letra não basta, precisamos nos aprofundar de maneira a contextualizar a produção musical. Para a historiadora Mariana Villaça, canção se define como um

“complexo conjunto composto pelos elementos musicais por excelência: harmonia, ritmo, melodia, arranjo, instrumentação – e por uma série de outros elementos que compõem sua forma: a interpretação e os signos visuais que formam a imagem do intérprete, a performance envolvida, os efeitos timbrísticos e os recursos sonoros utilizados na gravação [...] a estes elementos acrescenta-se à letra da canção e toda a sua complexidade estrutural, à medida que qualquer signo linguístico, associado a um determinado signo musical, ganha outra conotação semântica, que extrapola o universo da compreensão da linguagem literária..” (In: PINSKY, 2015, p. 258)

Segundo Arnaldo Contier, o sentido real da música está “cifrado”, e é objeto da

“crítica interna da fonte, começa a se desvelar na análise do contexto histórico no qual o compositor se insere, como agente social e personagem histórico. Nessa ótica, o caráter polissêmico do documento musical não é um obstáculo intransponível e as possibilidades de trabalho do historiador ancoram-se no mapeamento das “escutas” históricas (crítica, público e os próprios artistas, que são também ouvintes) que dão sentido histórico às obras musicais. Obviamente, esse sentido sociocultural não é nem extrínseco à obra, nem ilimitado em suas possibilidades, apoiando-se nos materiais e na linguagem musical que estruturam a peça musical. ” (In: PINSKY, 2015, p. 259)

Assim, há necessidade de se abordar a música de uma maneira sincrônica e diacrônica: “Sincrônica, pois uma obra erudita ou uma canção popular têm um tempo/espaço de nascimento e circulação original, caso contrário não seria uma fonte histórica. Diacrônica, pois como patrimônio cultural, ela será transmitida ao longo do tempo, sob o rótulo de obra-prima ou obra medíocre, e suas releituras poderão dar-lhe novos e inusitados sentidos ideológicos e significados socioculturais. ” (In: PINSKY, 2015, p. 259)

Desta forma compreende-se que os documentos audiovisuais, segundo Napolitano, precisam ser analisados de maneira que “dê conta de seu estabelecimento como fonte histórica (datação, autoria, condições de elaboração, coerência histórica de seu “testemunho”) e do seu conteúdo (potencial informativo sobre um evento ou um processo histórico) ”. (In: PINSKY, 2015) Nas fontes históricas musicais, “os “conteúdos”, as linguagens e as tecnologias de registro formam um tripé” (In: PINSKY, 2015) e este conjunto pode interferir na informação trazida pelo documento, assim, as fontes musicais são apenas o ponto de partida para o historiador. Para que a análise de uma fonte musical não seja prejudicada, não se pode cair no equívoco do anacronismo ou da perenidade, pois a obra pode não ter o sentido que hoje lhe é atribuído igual ao da época de sua produção. (NAPOLITANO. In: PINSKY, 2015) Música é arte e conhecimento sociocultural, por isso mesmo está presente no cotidiano do ser humano. Dessa maneira, não pode se dissociar do contexto histórico. Para Fischer “a experiência de um compositor nunca é puramente musical, mas pessoal e social, isto é, condicionada pelo período histórico em que ele vive e que o afeta de muitas maneiras” (1984, p. 207), desse modo música e homem estão intrinsecamente ligados. No que diz respeito à produção musical em determinado contexto, podemos considerá-la pelo fator político, onde a produção musical brasileira revelou “posturas que, alinhadas aos diversos contextos, manifesta posicionamentos ideológico- partidários: uns, nas canções de protesto e de denúncia; outros, fazendo ressoar os encadeamentos harmônicos do ufanismo engajado” (DAVID) Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino de História, se faz necessário o uso de diferentes linguagens para se ensinar história, pois a escola precisa ser espaço social, onde as práticas de ensino e aprendizagem de professores e alunos sejam “frutos das vivências de ambos e provenientes de diversas fontes de informação” (BRASIL, 1998). Neste sentido a linguagem musical pode ser fonte de pesquisa, onde “forma e conteúdo integram-se como força de expressão, como referencial de manifestação e comunicação”. (DAVID). Assim sendo, a utilização da música como fonte histórica contribui para a construção do conhecimento do aluno, que se percebe como agente do processo histórico e compreende a relação de conflito entre suas próprias ideias e a “[...] necessidade de revê-las, reorganizá-las e ajustá-las de novo” (MAURI, 1996, p. 99). Para desenvolver esta Produção Didático-Pedagógica, optamos por realizar uma abordagem metodológica de pesquisa-ação, por se tratar de uma linha de pesquisa onde há ação coletiva e transformadora. Como afirma THIOLLENT (1988):

“a pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. ” (THIOLLENT, 1988, p. 14)

Em se tratando de uma Unidade Didática, primeiramente os alunos leem sobre o que é fonte histórica e refletem sobre seu uso diário, depois assistem a uma animação, onde se expõe sobre o período ditatorial no Brasil. Para completar, fazem uma reflexão sobre o que assistiram no vídeo. Em seguida, os alunos conjecturam sobre fontes históricas e período ditatorial, através de atividades. Após estas reflexões, eles são levados a pensar especificamente sobre período ditatorial no Brasil, contando também com o auxílio de definições construídas por diversos autores, para complementar as conclusões a que os alunos chegaram. Logo após, os discentes são levados, mais uma vez, a refletirem sobre fontes históricas e o período ditatorial no Brasil, através de atividades, produções textuais e leituras sobre o tema. Em relação ao protesto implícito, são utilizadas seis músicas de Raul Seixas: Metrô Linha 743 e Mosca na sopa, usadas como fundo musical da animação com explicação sobre o período ditatorial no Brasil e a vida e obra de Raul Seixas, a fim de se oferecer subsídios aos alunos para contextualizarem o período abordado; Ouro de Tolo e Anos 80, que têm suas letras analisadas de maneira que os alunos percebam o protesto implícito; Aluga-se, que é utilizada para uma contextualização com a atualidade e Eu nasci há 10 mil anos atrás, que é usada para uma atividade de construção de linha do tempo. Com isso, buscamos intervir na compreensão de que as músicas são documentos de contextualização e, portanto, fontes históricas. Com o intuito de apoiar o domínio deste conteúdo, atividades são realizadas pelos alunos, fixando assim as reflexões feitas por eles. Em seguida, informações são oferecidas aos alunos sobre o período ditatorial no Brasil e fontes históricas. Ainda enfatizando o processo de ensino e aprendizagem, são realizadas análises de músicas de Raul Seixas, buscando atividades reflexivas para os alunos, sempre buscando a construção do conhecimento, através de atividades práticas. Concomitante às atividades descritas, os alunos produzem textos e material audiovisual de maneira interdisciplinar, buscando com outros professores orientações sobre o tema, para que percebam a aplicação da prática em sala de aula. Ao final do trabalho com a Produção Didático-Pedagógica, é realizada uma entrevista com os alunos participantes a fim de se coletar e analisar dados sobre as atividades desenvolvidas.

Fontes Históricas

Você sabe o que são fontes históricas? Então preste bem atenção que vamos aprender juntos!

Segundo o dicionário Aurélio: Fonte  Documento (ou pessoa) de que (m) se obtém informação. Histórica  Da, ou digno de figurar na história; real, verdadeiro; exposição cronológica de fatos.

Fontes Históricas: tudo aquilo que nos permite compreender e conhecer um pouco mais sobre a sociedade às quais elas pertencem.

Assim, podemos definir que todo tipo material pode ser considerado uma fonte histórica, ou seja, “uma estátua grega do século V a.C., uma máscara maia, uma carta do Marquês de Pombal, um concerto de Mozart, uma película cinematográfica, um artigo de jornal sobre os perigos do desmatamento, uma entrevista gravada de um trabalhador em greve, uma fotografia e uma telenovela” (JANOTTI. In: PINSKY, p. 10)... ufa! Enfim, toda forma de comunicação que utilizamos é uma fonte histórica. Então, você acha que são muitas ou poucas? Se você disse que as fontes históricas são variadas... acertou! Parabéns! Elas são várias mesmo, são tantas que não existe uma lista com todas as fontes, pois novas fontes são utilizadas, dependendo do interesse do historiador. Está entendendo tudo até aqui? Então vamos continuar...

Utilizamos fontes históricas em toda situação de comunicação de nossa vida, em casa, na rua, nas brincadeiras, na Internet... e na escola? Fazemos uso de fontes históricas na escola? Sim ou não? Sim! E como usamos! Tanto alunos como professores. E por falar em fontes históricas vamos aprender um pouco mais sobre elas.

Podemos, segundo alguns autores, como Carla Pinsky, em seu livro Fontes Históricas, dividir as fontes em grupos:

Fontes Documentais Fontes Arqueológicas Fontes Impressas Fontes Orais Fontes Biográficas Fontes Audiovisuais

Vamos ver se você consegue descobrir exemplos de cada uma delas! Numere a segunda coluna de acordo com a primeira:

(1) Fontes Documentais (2) Fontes Arqueológicas (3) Fontes Impressas (4) Fontes Orais (5) Fontes Biográficas (6) Fontes Audiovisuais

( ) escavações ( ) músicas ( ) histórias de vidas ( ) jornais ( ) arquivos ( ) entrevistas Período Ditatorial no Brasil

Você sabe o que é animação? É um tipo de desenho animado, só que feito com a ajuda de um computador, como o Shrek, por exemplo. E você gosta de assistir a animações? Então vamos assistir a uma animação sobre o Período Ditatorial no Brasil, preste bem atenção, certo?

Assista à animação que vai comentar sobre o

Período Ditatorial no Brasil, quando quiser revê-la, basta acessar o seguinte link:

https://www.youtube.com/watch?v=qhlvffb--I8&feature=youtu.be

Vamos refletir um pouco sobre o Período Ditatorial no Brasil:

1. Você já conhecia o Período Ditatorial no Brasil? ______

2. Comente sobre o que você assistiu a respeito do Período Ditatorial no Brasil. ______3. Qual momento exposto na animação chamou mais a sua atenção? Por quê? ______4. Com base no que você assistiu, escreva com suas palavras o que foi o Período Ditatorial no Brasil. ______

Período Ditatorial no Brasil

Vamos continuar nossos estudos sobre O Período Ditatorial no Brasil? Hoje vamos aprender um pouco mais sobre esse tema.

Quando da renúncia do presidente da República Federativa do Brasil, Jânio Quadros, em 1961, seu vice-presidente, João Goulart assume, sendo muito contestado pelos membros da política de direita, pois alegavam que ele possivelmente estivesse envolvido com o comunismo.

Segundo o Dicionário Aurélio, COMUNISMO é: Sistema político, econômico e social que João Goulart toma posse, em 1964, sob fortes tende para a supressão protestos. Muitos de seus atos durante o governo da luta de classes pela foram considerados esquerdistas, até culminarem no coletivização dos meios “Golpe”, que aconteceu no dia 31 de março, de produção. retirando-o do poder.

No contexto Conforme o site mundial, vivia-se plenamente a chamada www.sohistoria.com.br a Guerra Fria, onde se opunham os governos GUERRA FRIA é a designação americano e soviético, tentando cada qual atribuída ao período impor sua ideologia, ao redor do planeta. histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Devido à posição geográfica Unidos e a União Soviética, privilegiada do Brasil, por se tratar do disputando a hegemonia maior país da América Latina, americanos e política, econômica e militar soviéticos apresentavam-se muito no mundo. interessados pelo destino que o governo brasileiro teria, ambas as lideranças tentavam disseminar sua ideologia ao povo latino-americano. Neste cenário, deu-se o Golpe Militar, onde em 31 de março de 1964.

Tropas de e São Paulo saem às ruas. Para evitar uma guerra civil, Jango deixa o país refugiando-se no Uruguai. Os militares tomam o poder. Em 9 de abril, é decretado o Ato Institucional Número 1 (AI-1). Este cassa mandatos políticos de opositores ao regime militar e tira a estabilidade de funcionários públicos. (www.suapesquisa.com)

Podemos afirmar que a participação dos militares na política do Brasil é antiga. Alguns especialistas afirmam remeter ao século XIX, quando as tropas combatiam os movimentos populares. Já em 1889, militares lideraram o golpe que instituiu a República em nosso país. “Percebia-se, assim, uma posição ambígua nas atuações das Forças Armadas: ao mesmo tempo em que reprimiam as manifestações populares, assumiam um caráter progressista diante dos grupos de elite”. (SANTIAGO, 2006, p. 264)

A ditadura militar no Brasil foi um governo iniciado em abril de 1964, após um golpe articulado pelas Forças Armadas, em 31 de março do mesmo ano, contra o governo do presidente João Goulart. A principal razão, entre as que motivaram o golpe, foi o medo da implantação do conjunto de reformas, especialmente a reforma agrária, que traria como consequência imediata a divisão das grandes propriedades - os latifúndios.

A DITADURA é um regime autoritário, no qual o poder se concentra nas mãos de um indivíduo ou grupo de indivíduos. Caracteriza- se pela repressão aos que fazem oposição ao governo, pela censura à imprensa e pelo desrespeito às liberdades individuais e coletivas e aos direitos humanos. Durante o século XX, o Brasil passou por dois períodos de ditadura. O primeiro foi o do Estado Novo, regime político chefiado por Getúlio Vargas (1937-1945). O segundo foi o do regime militar

(1964-1985). No mundo moderno, ditadura é o contrário da democracia, regime no qual se respeitam a vontade do povo, as liberdades individuais e coletivas e as leis estabelecidas. (MOZER; NUNES, 2005, p. 332-333)

A democratização da propriedade da terra não era uma proposta nova, já vinha sendo defendida por políticos e intelectuais, como e André Rebouças, desde a época da abolição (1888). Além disso, outro fator foi o medo do comunismo, que acabou utilizado como desculpa pelos militares para a tomada de poder, chamada por eles de Revolução.

Logo após o golpe, foi criado pelos militares o Serviço Nacional de Informações – SNI – que tinha como função fichar e catalogar todos os cidadãos que por qualquer motivo fossem considerados inimigos da nação.

Além de todo o aparato legal, o regime militar construiu um extenso aparelho repressivo, com o objetivo de combater àqueles que considerava o inimigo: pessoas infiltradas em toda a sociedade, sobretudo comunistas, com disposição e capacidade para subverter a ordem social estabelecida. A estrutura repressiva correspondia a um verdadeiro aparato de guerra, voltado a prender, interrogar, investigar, torturar, produzir informações sobre as ações dos indivíduos e associações consideradas suspeitas, como sindicatos e grêmios estudantis. (SANTIAGO, 2006, p. 267)

Outra forma de controle do cidadão foi a utilização do Departamento de Ordem Política e Social – DOPS – que durante o Regime Militar, exercia função de órgão policial, que vigiava a população. Com isto, se deu início a repressão ditatorial no Brasil, onde estudantes, artistas, políticos e até mesmo cidadãos comuns foram perseguidos, presos, torturados sem haver acusação formal ou mesmo julgamentos.

O controle deste aparato repressivo ficou a cargo do Serviço Nacional de Informação (SNI), criado em 1964. A partir dele se ramificavam outros órgãos com a função de integrar a ação das forças armadas e das polícias federais e estaduais. A primeira experiência aconteceu em São Paulo, com o funcionamento da chamada OBAN (Operação Bandeirantes), que funcionava de forma clandestina e, segundo o livro Brasil: nunca mais, com verbas recebidas de multinacionais como o Grupo Ultra, Ford e General Motors. Com o sucesso dessa experiência, surgiram os DOI-CODIs (Destacamentos de Operações e Informações – Centro de Operações de Defesa Interna), espalhados por todo o país e sob o comando militar. (SANTIAGO, 2006, p. 267)

A principal arma utilizada pelos militares no controle do Estado foi o estabelecimento dos Atos Institucionais, que davam plenos poderes ao presidente de a qualquer momento criar leis e ainda a força de fechar o Congresso Nacional.

Dentre os dezessete Atos Institucionais decretados pelo governo, o mais importante foi o chamado AI-5, que ficou conhecido como “O golpe dentro do golpe” diferenciando-se dos outros Atos por não possuir tempo limite para vigorar. O AI-5 promovia a censura na sua forma mais acirrada tendo como disposto o seguinte: cassação dos direitos políticos, liberdade vigiada, fechamento do Congresso Nacional, censura dos meios de comunicação, da expressão intelectual e/ou artística, suspensão de habeas corpus, decreto de prisões sem ordem judicial, instituição do desacato à autoridade e a institucionalização da tortura, com a conivência do Estado.

Em dezembro de 1968, diante do aumento da oposição, os militares lançaram o Ato Institucional nº 5. Ao contrário dos anteriores, esse não tinha data limite e vigorou até 1979. Por ele, o presidente adquiria o poder de fechar o Congresso, intervir nos estados e municípios, cassar direitos e mandatos políticos. O habeas-corpus – um dos principais instrumentos democráticos – ficava suspenso. Com essa legislação, o regime militar lançou uma nova e pesada onda de repressão, com a cassação de mandatos, prisão de opositores e demissão de funcionários públicos. A tortura acabou institucionalizada, feita dentro da estrutura de Estado e com a conivência do governo. O regime se fechava de vez. Parte da oposição adotou então a luta armada como prática de resistência. (SANTIAGO, 2006, p. 267)

No livro ‘A Ditadura Envergonhada’, o jornalista Elio Gaspari narra detalhadamente as primeiras consequências da nova forma de governo: “Com o AI- 2, Castello transferiu os processos políticos para a Justiça Militar. Deu assim o primeiro grande passo no processo de militarização da ordem política nacional” (GASPARI, 2002, p. 255). Temendo uma derrota governista, Castello Branco edita mais dois AIs. Neste momento da Ditadura Militar foram presos intelectuais, políticos, artistas, jornalistas, estudantes e todo e qualquer cidadão que na visão dos militares colocasse em risco a soberania da nação e a integridade da chamada Revolução.

Por meio da suspensão das garantias constitucionais o Executivo valeu-se da prerrogativa de cassar mandatos eletivos, suspender os direitos políticos de cidadãos e anular o direito a estabilidade dos funcionários públicos civis e militares. Criou-se a figura do “cassado”, termo depreciativo pelo qual se designaram, por mais de uma década, as vítimas do governo. (GASPARI, 2002, p. 130)

1. Por que João Goulart foi retirado do poder?

______

2. Descreva o que foi o AI-1.

______

3. Por que aconteceu o “Golpe”, em 31 de março de 1964?

______4. Comente sobre o SNI e o DOPS.

______

5. Por que o Ato Institucional nº 5 é considerado o pior momento da Ditadura no Brasil? ______

6. Quem foram considerados os “cassados”?

______

Período Ditatorial no Brasil

Vamos continuar nossos estudos sobre o Período Ditatorial no Brasil? Hoje vamos verificar informações importantes a respeito da censura, implantada no país através da Ditadura Militar.

A grande maioria da população inicialmente via a instauração da Ditadura Militar como algo positivo que livraria o Brasil do “Perigo Comunista” e ainda acabaria com a crise econômica que assolava a nação, tendo em vista a vultuosa exaltação nacionalista que circulava em todos os meios de comunicação através de propagandas, jingles, músicas, cartazes... Assim sendo, houve uma massificação da visão militar sobre o momento político vivido no país.

Apesar da violência notável da ditadura, inicialmente o regime procurou manter-se como uma “normalidade democrática”, sendo essa a ideia dos militares mais moderados. Assim, partidos políticos e o Congresso continuaram a funcionar, tendo o poder Judiciário certa autonomia. O AI-1 deveria vigorar apenas até outubro de 1965, todavia, em julho deste mesmo ano, o mandato de Castello Branco foi prorrogado e a repressão aos opositores continuou com intensidade igual à do começo. (MOZER; NUNES, 2005)

Com o notável crescimento da repressão militar muitas foram as maneiras que alguns grupos encontraram para fazer oposição à ditadura: estudantes promoviam manifestações públicas e/ou privadas, que foram duramente reprimidas com violência e prisão de seus líderes e seguidores: “cerca de mil estudantes que participavam do XXX Congresso da UNE, iniciado clandestinamente num sítio em Ibiúna, sul do Estado, foram presos ontem pela manhã por soldados da força pública e policiais do DOPS” (FOLHA DE SÃO PAULO, 13 de outubro de 1968).

Durante o ano de 1966, os estudantes promoveram nas ruas manifestações contra a ditadura, seguidas de confrontos com a polícia. Estas atitudes eram apoiadas pela população, pois os jovens expressavam o sentimento coletivo da sociedade. Em 1968, a polícia militar “reprimiu duramente manifestação estudantil no . Uma das consequências da repressão foi o assassinato do estudante Édson Luís de Lima Souto” (MOZER; NUNES, 2005, p. 276). A morte de Édson no restaurante universitário Calabouço, provocou uma onda de indignação:

Com o assassinato de Édson Luís no Rio de Janeiro, as manifestações de rua contra a ditadura deixaram de ser integradas apenas por estudantes. Indignados com a repressão policial, pessoas de classe média, donas-de- casa, bancários, comerciários, padres e freiras católicos, intelectuais e artistas passaram a participar dos protestos de rua. Essa participação popular teve seu ponto culminante na passeata de 26 de junho de 1968, quando 100 mil pessoas desfilaram pelas ruas do Rio de Janeiro sob o comando de Luís Travassos, presidente da UNE, e Vladimir Palmeira, principal líder estudantil da cidade. Entre os manifestantes estavam de Holanda, , , e Nana Caymmi. (MOZER; NUNES, 2005, p. 276)

Desde 1960, os movimentos sociais faziam uso da produção cultural como organismo de mobilização, na chamada arte engajada. Com o golpe militar, essa produção foi reprimida pela censura ou pela perseguição aos artistas e intelectuais. A arte então passou a ser produzida de forma camuflada. O teatro, o cinema e a música sobreviveram desta forma aos militares. (SANTIAGO, 2006).

Arte engajada é aquela em que o artista usa sua aptidão, a partir de diferentes linguagens,

para comunicar seus pensamentos, sua atitude para clamar contra algo que considera injusto, ou então como denúncia.

O site http://censuramusical.zip.net, traz uma entrevista com a historiadora Maika Lóis, onde ela comenta que a legislação montada pelos militares a partir de 1964 foi adaptada, construída com base nas leis do Estado Novo: “Com o golpe, logo nos primeiros momentos se tem a visão de que era necessário centralizar essa censura. Em 1966 é promulgada uma lei que concentrava o departamento de censura em Brasília”. Com a necessidade de racionalização dos serviços, muitos funcionários são remanejados de outros departamentos governamentais, criando assim uma equipe improvisada e muitas vezes desqualificada.

O processo de aprovação das músicas tinha como passo inicial o envio da letra à Divisão de Censura de Diversões Públicas – DCDP – por parte da gravadora ou do próprio artista. Caso a música não fosse liberada, a gravadora poderia recorrer em grau de recurso que seria julgado pelos censores de Brasília, onde a divisão se concentrava inicialmente. Mais tarde, a demanda mudou, como explica a ex-técnica de censura Odette Lanziotti: “A censura no início ficou concentrada em Brasília, mas, depois, com o aumento do trabalho, houve a necessidade de criar um departamento também no Rio”. (http://censuramusical.zip.net/)

Embora na maioria das vezes influenciada por percepções particulares, as decisões seguiam uma ‘lógica’ interna. “Os censores tinham que tomar muito cuidado com as orientações dos chefes, que distribuíam as músicas. Às vezes a recomendação era para prestar mais atenção na política, no duplo sentido. Em outras era para ficar atento na preservação da moral e dos bons costumes”, relata a ex-técnica de censura.

Houve também no Brasil setores que partiram para a resistência armada, alguns seguiram para a guerrilha urbana, promovendo assaltos e sequestros, como exemplo o rapto do embaixador americano no Brasil, Charles Burke Elbrick, com o qual pretendiam a liberação de alguns presos políticos; outros se envolveram com a chamada guerrilha no campo, onde podemos citar a região do Araguaia, no estado do Pará, que foi a mais duradoura, culminando na morte de quase todos os seus integrantes.

Uma parcela da classe artística brasileira não ficou sem realizar as suas manifestações contrárias ao Regime Militar, utilizando-se de charges, apresentações teatrais, músicas, literatura, que denotavam um tom sarcástico e de protesto contra a ditadura. Com a censura imposta, muitos destes

artistas foram perseguidos, tiveram suas produções adulteradas, como no caso Raul Seixas.

Ainda em 1973, Raul Seixas teria 18 composições vetadas pela censura. , além de ter “Presente Cotidiano” proibida de ser executada nas rádios, teve várias palavras excluídas ou alteradas

das canções do seu disco de estréia, e várias músicas vetadas na íntegra. (http://www.vermelho.org.br/noticia/159935-11)

1. Vamos ao laboratório de informática saber um pouco mais sobre este importante período da história do Brasil. Em duplas, pesquisem sobre a exaltação nacionalista.

______

2. Qual acontecimento gerou a passeata de 26 de junho de 1968?

______

3. Defina com suas palavras o que você entende por “arte engajada”. Em sua opinião, atualmente há produção artística deste tipo? Por quê?

______4. Você sabe o que é censura? Veja a explicação abaixo e em seguida responda:

CENSURA: Ação de controlar

qualquer tipo de informação, geralmente através de repressão à imprensa. Restrição, alteração ou proibição imposta às obras que são submetidas a um exame oficial, sendo este definido por preceitos morais, religiosos ou políticos. Ação ou poder de recriminar, criticar ou

repreender. Exame avaliativo que se . faz com o propósito de conhecer as boas qualidades ou as imperfeições de algo ou de alguém, baseando-se numa teoria ou doutrina.

Quais as maneiras de censura utilizadas pela ditadura militar no Brasil?

______

Para finalizar nossos estudos sobre o Período Ditatorial no Brasil, vamos conhecer e estudar sobre um dos maiores compositores do rock nacional: Raul Seixas.

“Eu nasci há dez “Tá tudo pronto “Eu sou a mosca mil anos atrás...” aqui é só vir que perturba o pegar...” seu sono...”

“Três outros “Gente chegaram com afirmando pistolas na mão, um Não querendo gritou: Mão na afirmar nada cabeça malandro, se

Que o cantor não quiser levar cantou errado chumbo quente nos E que a censura cornos. Eu disse: concordou...” Claro, pois não, mas o que é que eu fiz? Se é documento eu tenho aqui...”

“Eu conheço a História do ♫♪♩♬ princípio ao fim!”

Raul Santos Seixas nasceu em 28 de junho de 1945, em Salvador, . Inventava histórias que eram transformadas em gibis, com desenhos do próprio Raul, que eram vendidos ao irmão caçula, Plininho (Plínio Santos Seixas, três anos mais novo). Melô era o personagem central de suas histórias, um cientista louco que viajava no tempo. Em 1954, Raul ganhou o primeiro violão de seus pais, ao qual não deu muita importância, foi dedilhando e, sozinho, aprendeu a tocar algumas músicas, acabando por se adorar a novidade. A família Seixas mudou-se para uma casa próxima ao Consulado Americano. Ali Raul conheceu os meninos do consulado, que lhe emprestaram alguns discos de , , Chuck Berry, entre outros. Foi o primeiro contato de Raul com o . Em 1962, fundou, ao lado dos irmãos Délcio e Thildo Gama, o grupo Os Relâmpagos do Rock. Em 1964, Os Relâmpagos do Rock, com nova formação, passa a se chamar The Panthers. Este é o ano da profissionalização definitiva e da descoberta dos Beatles. O grupo logo passou a se chamar Raulzito e Os Panteras. Depois de comprar uma aparelhagem nova e melhor, tocaram em boates e em shows em que, muitas vezes, brilhavam astros da como Roberto Carlos, Wanderléa, entre outros. Como namorava a americana Edith Wisner, Raul resolve parar tudo, retomar os estudos e prestar o vestibular para a faculdade de Direito. Em 1967, decide ao mesmo tempo casar com Edith e retomar a carreira com Os Panteras. Atendendo a um pedido de Jerry Adriani, Raul, Edith e Os Panteras viajaram para o Rio de Janeiro. Conseguiram gravar o LP Raulzito e Os Panteras. Com o fracasso do disco, ficam algum tempo como banda de apoio de Jerry Adriani, até a separação do grupo. Raul voltou para Salvador. Em 1970, conheceu Evandro Ribeiro, diretor da CBS, hoje Sony Music. E lá se foi Raul, com Edith, de volta para o Rio; desta vez para trabalhar como produtor de discos. Em novembro daquele ano, nasceu Simone, a primeira filha. Raul produziu e lançou, em julho de 1971, aproveitando a viagem do presidente da gravadora, o LP Sociedade da Grã- Ordem Kavernista – apresenta – Sessão das 10, com participações do próprio Raul, com Sérgio Sampaio, Miriam Batucada, Edy Star. Isso lhe valeu a expulsão da CBS quando o presidente voltou. Em setembro de 1972, no VII Festival Internacional da Canção, Raul, inscreveu no festival as canções “Eu sou eu, Nicuri é o Diabo”, e “Let me Sing, Let me Sing”, mistura de rock com baião, interpretada pelo próprio Raul. Ambas foram classificadas. A classificação de “Let me Sing, Let me Sing” entre as finalistas, além da repercussão que Raul Seixas provocou no público e na imprensa, garantiu a continuidade de sua carreira como cantor e compositor. Raul Seixas partiu então para o primeiro álbum solo, Krig-ha, Bandolo! O título refere-se ao grito de guerra de Tarzan – em inglês -, que quer dizer: “cuidado, aí vem o inimigo”. Lançado em 1973 é considerado pela crítica como um dos seus melhores trabalhos. Neste mesmo ano, um acontecimento muito importante, em agosto...

No Brasil, a música “Gita” tocava no país todo. E foi graças a esse sucesso que Raul e puderam retornar. Nessa época o casamento de Raul e Edith chega ao fim, ela volta para os Estados Unidos, levando consigo a filha do casal.

...Raul Seixas e Paulo Coelho lançam a Sociedade Alternativa Raul anunciava que era hora de mudar o mundo e distribuía nos shows um gibi/manifesto chamado “A Fundação de Krig-ha”, ilustrado por Adalgisa Rios (esposa de Paulo, na época). A Sociedade Alternativa, com sede alugada, papel timbrado e relatórios mensais, chegou a anunciar a aquisição de um terreno em Minas Gerais, para a construção da Cidade das Estrelas, uma comunidade onde a lei única era “Faze o que tu queres, há de ser tudo da lei. ” A ideia da Sociedade Alternativa não agradou a muitos e Raul foi preso e torturado pelo DOPS, tendo que deixar o país. Raul, Paulo, Edith e Adalgisa decidiram partir para os Estados Unidos, onde fizeram contato com algumas personalidades.

O sucesso de Gita ofereceu a Raul Seixas o primeiro Disco de Ouro, com mais de 600 mil cópias vendidas. Raul conheceu, Glória Vaquer, irmã de seu guitarrista. Casou-se com Glória e, desta união, nasceu a segunda filha de Raul, Scarlet, em junho de 1976. Nesse ano lançou o álbum Há 10 Mil Anos Atrás e chegou ao fim sua parceria com Paulo Coelho. Decidiu mudar de gravadora, tendo um novo parceiro, Cláudio Roberto. Juntos realizaram o LP O Dia em que a Terra Parou, em 1977. Os fãs se encantam com “Maluco Beleza”, “Sapato 36” e a faixa-título. Foi então que se separou de Glória, que também foi para os Estados Unidos com a filha Scarlet. As variações em sua vida pessoal e profissional adicionadas a problemas de saúde abalaram Raul, que foi passar alguns meses na fazenda dos pais no interior da Bahia. Voltou de lá com uma nova companheira, Tânia Menna Barreto. Com ela dividiu parceria em seu novo álbum, Mata Virgem (1978). Em 1979, faz o álbum Por Quem os Sinos Dobram, em parceria com o amigo Oscar Rasmussen. Raul saiu da gravadora levando sua secretária de imprensa, a carioca Ângela Costa, hoje mais conhecida como Kika Seixas. Raul assinou um novo contrato e, em 1980, lançou o álbum Abre-te, Sésamo. Raul e Kika vão morar em São Paulo. Iniciou, então, uma série de shows pela capital e interior do estado paulista. Em São Paulo nasceu, em 1981, a terceira e última filha de Raul, Vivian. Ainda em 81, Sylvio Passos, então com 18 anos, informou a Raul Seixas que havia fundado o Raul Rock Club. Ele ficou surpreso, e passou a participar ativamente do que denominaria de Raul Seixas Oficial Fã-Clube. Em abril de 1983, o músico lançou o álbum Raul Seixas. Em junho de 1984, lançou o álbum Metrô Linha 743. Seu casamento acaba e com a saúde abalada, mais uma vez ele decidiu voltar para Salvador, para se recuperar. Depois de curta permanência em Salvador, voltou para São Paulo com nova companheira, Lena Coutinho. Durante o ano de 1986, Raul e Lena procuram uma gravadora assinaram contrato para dois álbuns. Porém, o LP acabou sendo lançado só no início de 1987. O disco trazia como título o grito de guerra de rock and roll: Uah-Bap-Lu-Bap-Lah- Béin-Bum! O disco tocou de norte a sul do país e mais uma vez, Raul Seixas era notícia, ocupando lugares de destaque na mídia e com o público. A música “Cowboy Fora-da-Lei” estourou nas paradas de sucesso tendo um videoclipe no programa Fantástico e a sua inclusão na trilha sonora de uma novela. A convite do amigo Marcelo Nova, Raul Seixas participou da gravação do álbum que preparava para lançar, dividindo vocais e parceria com Marcelo Nova na música “Muita Estrela, Pouca Constelação”. No ano seguinte, 1988, lançou em setembro o álbum A Pedra do Gênesis. A música “Não Quero Mais Andar na Contramão” marcou a nova fase de Raul. Marcelo Nova, convidou-o para viajar para Salvador, Raul, que estava afastado dos palcos há três anos aceitou o convite. Na capital baiana, iniciaram juntos uma série de 50 shows, que passou por todo o Brasil, inclusive Ponta Grossa. Uma aventura que acabou resultando no disco A Panela do Diabo, lançado dois dias antes do falecimento de Raul. Desde seu falecimento em 21 de agosto de 1989, o número de pessoas interessadas em sua vida e obra vem aumentando consideravelmente. Pessoas de todas as faixas etárias e classes sociais se organizam nos inúmeros fã-clubes. Casas culturais, praças, ruas, parques e viadutos recebem seu nome.

Vamos agora passar à análise de algumas músicas de Raul Seixas que retratam a sociedade da época da Ditadura Militar no Brasil. Como vimos em encontros anteriores, a censura era vigilante e os censores analisavam quaisquer obras que pretendessem ser lançadas, fossem letras de música, livros, poemas, filmes... A preocupação com o mundo artístico acontecia exatamente por que a arte é formadora de opinião, e o medo dos defensores do Regime Ditatorial era que a população soubesse mais do que o governo queria. Porém, mesmo com a censura acirrada, artistas geniais como Raul Seixas, conseguiram driblar essa vigilância, com letras inteligentes e cheias de ambiguidade.

Segundo o Dicionário Aurélio, AMBIGUIDADE, é a qualidade do que é

ambíguo, ou seja, do que pode haver mais de um sentido. Aquilo que é duvidoso, incerto.

Assim, Raul foi um dos compositores que conseguiram iludir a censura, tendo músicas de muito protesto ao momento que a sociedade vivia sendo liberadas, simplesmente porque o censor não conseguiu compreender seu verdadeiro significado. Um exemplo, a música Metrô Linha 743, que você ouviu no DVD sobre o período ditatorial no Brasil. Vamos observar o seguinte trecho: “Eu disse: Claro, pois não, mas o que é que eu fiz? Se é documento eu tenho aqui... Outro disse: Não interessa, pouco importa, fique aí Eu quero é saber o que você estava pensando Eu avalio o preço me baseando no nível mental Que você anda por aí usando E aí eu lhe digo o preço que sua cabeça agora está custando”

Podemos claramente perceber uma alusão ao regime militar que a sociedade estava vivendo. A preocupação com a apresentação de documentos, para comprovar a sua identidade e provar que não estava sendo procurado pela polícia; a fala do outro homem sugerindo que o que importa para ele é o pensamento, que tanto pode ser valioso ou não, conforme o grau de intelectualidade da pessoa e as informações que poderia oferecer aos governantes. Esse verso da música almeja fazer com que o leitor conjecture sobre o quanto era menosprezado e maltratado pelo Regime Militar. Só que estas informações não estão claras na música, tendo, assim, passado pelo crivo da censura. É o que chamamos de protesto implícito.

Protesto é uma forma de manifestação democrática, pública ou reservada, que demonstra o descontentamento em relação a alguma coisa. As pessoas que protestam contra algo, normalmente não estão de acordo ou satisfeitas com determinada atitude ou ação.

Implícito, do latim implicĭtus, é algo que está incluído em outra coisa, sem que esta o indique ou manifeste de maneira direta. Ou seja, que se refere àquilo que não expressa clara e determinadamente algo.

Pela definição acima, você pode perceber que não era fácil driblar os censores. O compositor precisava ter um vasto conhecimento do momento histórico em que estava inserido e também conhecer os significados das palavras, para poder utilizá-las sem revelar realmente o que queria dizer. Outra música de Raul Seixas que você ouviu foi Mosca na Sopa, que chegou a ser considerada de mau gosto, como revela o Parecer de dois técnicos de censura, em 1973:

“Cenas: das inconveniências de uma mosca; personagem: o autor e uma mosca; mensagem: inexistente; Conclusão: em que pese a estupidez e o mau gosto, somos pela liberação, já que não atinamos a comprometimentos outros”. (Parecer nº 2056/73, datado de 09 de abril de 1973, Fundo Divisão de Censura de Diversões Públicas/Brasília)

Esta pode ser considerada uma de suas denúncias contra o regime militar da época, como podemos observar no seguinte trecho:

“E não adianta Vir me dedetizar Pois nem o DDT Pode assim me exterminar Porque você mata uma E vem outra em meu lugar”

Através do jogo de palavras, que driblou a censura, como vimos, Raul faz uma crítica à Ditadura, afirmando que nem mesmo empregando o artifício mais desumano, não conseguirá silenciar a voz das massas oprimidas, podiam matar um, dois ou mais, outros os substituiriam e incomodariam cada vez mais, ou seja, a mosca é a representação povo, o homem que tem seu sono perturbado é o Regime Militar.

Agora é com você! Resolva as atividades propostas a seguir.

1. Defina com suas palavras o que é o Protesto Implícito. ______

2. Qual a sua opinião sobre o parecer feito pelos censores para a música Mosca na Sopa? ______

3. Ouça com atenção a música Metrô Linha 743 e descreva em quais momentos podemos verificar a presença de um protesto contra a Ditadura Militar. ______

4. Após a leitura sobre a vida de Raul Seixas e o momento político pelo qual o país passava, comente sobre a música Mosca na Sopa e sua importância para demonstrar o sentimento da sociedade da época. ______

Neste momento de nossos estudos vamos colocar em prática o que vimos até aqui. Vamos analisar as letras das músicas Ouro de Tolo e Anos 80; contextualizar de maneira contemporânea a letra da música Aluga-se, procurando referências atuais; construir uma linha do tempo com a letra da música Eu nasci há 10 mil anos atrás, organizando de maneira linear os acontecimentos históricos.

Ouça com atenção a música , de Raul Seixas.

♬♬♬♬♬♬♬♬

Podemos perceber que nesta música, Raul critica veementemente o conformismo da pátria perante os benefícios superficiais oferecidos pela ditadura.

Você sabe o que significa Ouro de Tolo?

É uma definição da Idade Média para as promessas feitas por falsos alquimistas.

A partir desta ideia, Raul critica a euforia criada pela ditadura por uma pseudo estabilidade social do cidadão que era dito “respeitável”, ou seja que não criticava e apenas seguia vivendo...

1. Após a leitura da letra de Ouro de Tolo, comente sobre este trecho e a relação que você consegue perceber com a ditadura militar:

“É você olhar no espelho Se sentir um grandessíssimo idiota Saber que é humano, ridículo, limitado Que só usa dez por cento de sua Cabeça animal E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial Que está contribuindo com sua parte Para nosso belo quadro social” ______

2. Raul escreveu “Eu devia estar contente Porque eu tenho um emprego Sou um dito cidadão respeitável E ganho quatro mil cruzeiros por mês...”. Em sua opinião qual é o sentimento da época revelado já no início da música? ______

3. Vamos ao laboratório de informática pesquisar sobre Ouro de Tolo e os alquimistas. Escreva qual a relação que pode ser feita entre o título da música e o período ditatorial no Brasil. Alquimia, segundo o ______dicionário Michaelis, é a ______química da Idade Média ______que procurava descobrir a pedra filosofal, que 4. Agora ouça com atenção a explicação do transformaria metais comuns em ouro, e a professor, que vai expor sobre a importância da panaceia universal, música Ouro de Tolo como fonte histórica. Em remédio que curaria seguida escreva um parágrafo sobre o uso desta todos os males físicos e música como fonte histórica do período ditatorial. morais. E o alquimista era ______a pessoa que se dedicava ______à alquimia. ______Agora você vai ouvir a seguinte música:

Após a audição, observe a letra da música e preste atenção nos comentários que o professor vai fazer.

♬♬♬♬♬♬♬♬

Agora observe este trecho da música, onde podemos perceber claramente o protesto contra a ditadura:

“É o juiz das 12 varas De caniço e samburá Dando atestado Que o compositor errou”

Vamos analisar juntos as palavras selecionadas por Raul Seixas. É perceptível a utilização de termos que driblaram a censura, o que permitiu a gravação e veiculação da música. Caniço é a mesma coisa que vara, ou seja, faz alusão aos castigos impostos pelo sistema da época e samburá é o cesto feito para que os peixes sejam presos após a pescaria, numa clara abordagem ao povo preso, porém mantido vivo. Os dois outros versos abrangem o processo da censura, pois o culpado pelo “erro” era o compositor e não o sistema proibitivo vivido na época. Perceba que o protesto implícito está muito presente nesta música em particular. Vamos analisar o restante da música?

1. Analise o seguinte trecho: “Gente afirmando Não querendo afirmar nada Que o cantor cantou errado E que a censura concordou”. ______

2. Para você, quais seriam as melancolias vividas pela sociedade da época? ______

3. Raul caracteriza o Brasil como “Pobre país carregador dessa miséria dividida”. Neste trecho, qual a referência que ele faz com o período ditatorial no Brasil? ______

4. Um sentimento da sociedade contemporânea à música é refletido na última estrofe da música. Qual é o sentimento? Como você chegou a essa conclusão? ______

Agora vamos analisar uma das mais irreverentes músicas de Raul Seixas. Você poderá perceber a ironia presente na letra o que nos leva a pensar como a música foi liberada pela censura. Como já vimos anteriormente, muitas vezes os censores não eram pessoas devidamente habilitadas para o serviço, eram, muitas vezes, indicadas para o cargo, e a genialidade de Raul conseguia driblar facilmente a vigilância através de seu protesto implícito. Nesta música, Raul propõe uma solução para o país: alugá-lo. Vamos ouvir a música para podermos analisá-la:

♬♬♬♬♬♬♬♬

Agora que você já ouviu a música, observe que já no início Raul destaca:

“A solução pro nosso povo Eu vou dá Negócio bom assim Ninguém nunca viu Tá tudo pronto aqui É só vim pegar A solução é alugar o Brasil!...”

Pense que Raul lançou esta música em 1980, quando se iniciava a abertura política no Brasil. Naquela época Raul refletia em sua letra o sentimento de que o país passava por momentos delicados, onde a solução seria alugá-lo para os estrangeiros.

Vamos refletir agora sobre as seguintes questões:

* Qual a relação que a música Aluga-se tem com o Brasil da época atual? ______

* Podemos______classificá-la como fonte histórica? Por quê?

______

______

*______Podemos classificá-la como uma fonte histórica? * Identifique na letra da música passagens que podem ser transpostas para o momento atual.

* Identifique na letra da música passagens que podem ser relacionadas ao momento histórico que estamos vivendo. ______

Estamos finalizando nosso trabalho. Agora vamos ouvir uma música de Raul Seixas que relata fatos históricos que fazem referência à humanidade. Vamos ouvi- la.

♬♬♬♬♬♬♬♬

Esta música que você acabou de ouvir chama-se

Após você ouvir a música e ler a letra, vamos organizá-la em uma linha do tempo. Organize os fatos relatados na música pela ordem cronológica, de maneira linear, como no exemplo abaixo:

Reúna-se com mais três colegas e faça a linha do tempo em um cartaz para apresentação. Bom trabalho e boas reflexões!

Questionário 1) Você compreendeu o que é o Fonte Histórica? ( ) sim ( ) não

2) Você compreendeu o que foi o período ditatorial no Brasil? ( ) sim ( ) não

3) As músicas de Raul Seixas que foram apresentadas ajudaram você a compreender sentimento da sociedade da época? ( ) sim ( ) não

4) Você gostou da animação que você assistiu? ( ) sim ( ) não

5) Você gostou das músicas? ( ) sim ( ) não

6) Assinale seu gênero: ( ) masculino ( ) feminino

7) Quantas vezes você já cursou o 9º ano? ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ou mais

8) Marque com um X a sua faixa etária ( ) 13 a 14 anos ( ) mais de 15 anos

Obrigado pela sua participação em todos os nossos encontros!

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS  aserem tratadosde afimdúvidas. sanarcomos alunos, possíveis SãoUnesp.Paulo:  2006. militar  pode músicahistóricacomo fonte você leituras, estas Após Brasileiro. 1945  reimpressão  assuntospodeque dit históricas, prováveis às acesso ter e material respostasosquealunos poderãoproduzir. deste uso de possibilidade

Numere a segundaNumere aade primeira: acordo coluna com - (7) (6) (5) (4) (3) (2) (1)

1989. No quadrosugerem abaixo, revi uma faça você que importante muito É DAVID,M.C. CAROCHA,M. L. M. NAPOLITANO, (org.). S. ESSINGER, (org.) B. C. PINSKY, fontes respeito a leitura uma fazer poderá você iniciar, Para Caro

(1964 Fontes Audiovisuais Fontes Biográficas FontesOrais FontesImpressas Fontes Arqueológicas Fontes Documentais ( ( ( ( ( 6 (

4 1 3 5 2

) entrevistas ) arquivos ) ) jornais vidashistóriasde) ) músicas ) escavações )

1. ed,1. 3ª reimpressão. Paulo: São 2016.Contexto, RioJaneiro: Ediouro,de 2005. . São 2015 . Paulo:Contexto, - professor adura militar no Brasil e vida e obra de Raul Seixas, Seixas, Raul de obra e vida e Brasil no militar adura 1985). História:1985). debates.& Questões Curitiba: 44,n.

FONTES HISTÓRICAS

m

MANUSCRITOS DOCUMENTOS Orie

Música e ensino eensino História: de Música

ser encontrados nosseguintes serencontradoslivros:

, neste espaço você poderá observar a a observar poderá você espaço neste , JORNAIS

CINEMA FOTOS

A censura musical durante o regimeA o durante censuramusical ntações Metodológicasntações - Fontes HistóricasFontes se as seguintesseas respostas: , que é muique , é 1964: História do Regime Militar Militar Regime do História 1964:

O baú do Raul revirado/Raul Seix revirado/Raul Raul do baú O

ots históricas. Fontes

acessar

to

inspirador

se aeil sobre material este

são dos assuntos assuntos dos são

: umaproposta.

3. ed., 2ª 2ª ed., 3.

as,

a ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS 4. Censura fechamento musical, castigos. do prisões, Congresso, 3. Resposta pessoal do aluno. 2. truculencia http://vestibular.uol.com.br/resumo http://historiacompactada.blogspot.com.br/2011/08/ditadura 1. sitesSugestões dede pesquisa: vítimas6. as Eram do governo. tortura, a Estado. conivênciacom do de suspensão artística, sem prisões de decreto e/ou intelectual expressão da comunicação, de meios dos com Porque 5. DOPS das e armadas forças 4. propriedades grandes das divisão a latifúndios. imediata consequência como traria que agrária, reforma princip O 3. funcionários públicos 2 seu1. Pela alegaçãoenvolvimento de comunismo. como 4. Resposta pessoal do aluno. 3. Resposta pessoal do aluno. censuraedisto a Raul as relação com de Seixas. músicas Espera2. 1. Resposta pessoal do aluno. senhor usando aí por pensando estava você que sabero é cornos nos quente chumbo levar quiser não se malandro, pens pensa que gente arriscado! muito ser pode juntos 3. 2. Resposta pessoal do aluno. 1. Resposta pessoal do aluno. . O Ele ia andando pela rua meio meio rua pela andando ia Ele O C

período ditatorial no Brasil deve ser montado com antecedência. Se você, colega professor, não professor, colega você, Se antecedência. com montado ser deve Brasil no ditatorial período as com DVD O caso, encomendeumainformática. de alguém com gráficaligadoà ou em área último Em ajudar. lhe podem e animações fazer e desenhar sabem pessoas muitas pois animaçã uma fazer sabe a melhor parado; parado; melhor a estudanteassassinato do Luís Édson assa cassação dos direitos políticos, liberdade vigiada, fechamento do Congresso Nacional, censura censura Nacional, Congresso do fechamento vigiada, liberdade políticos, direitos dos cassação Servi ; – É um conselho vocêssérioÉ pra

exercia órgão funçãovigiavaquepopulação. de policial, a - a os va

ço Nacional de Informação (SNI) foi criado em 1964, c 1964, em criado foi (SNI) Informação de Nacional ço se que o aluno relate sobre o período ditatorial, sua implementação, suas consequências, a a consequências, suas implementação, sua ditatorial, período sobreo relate aluno o quese

- não policial al motivo para o golpe o para motivo al ;

tinha

á á uo rao o oo o cçdrs canibais caçadores dos jogo o armado, tudo tá Já adts oíio d ooioe a rgm mltr tira e militar regime ao opositores de políticos mandatos ; - o cnbi d cbç dsorm qee qe pensam que aqueles descobrem cabeça de canibais os E sao

. Vamos refletir um pouco sobreVamosum refletir pouco no o PeríodoBrasil Ditatorial tempo limite para vigorar. O O vigorar. para limite tempo músicas

- polícias federais e estaduais e o o e estaduais e federais polícias algumas

ordem judicial, instituição do desacato à autoridade e a institucionalização da da institucionalização a e autoridade à desacato do instituição judicial, ordem rs urs hgrm o psoa n mão, na pistolas com chegaram outros Três

Período Ditatorial Período no Bra Período Ditatorial Período no Brasil o, peça ajuda a um filho, sobrinho, amigo, ou até mesmo a um aluno, aluno, um a mesmo até ou amigo, sobrinho, filho, um a ajuda peça o, o sobre informações como assim Sopa, na Mosca e 743 Linha Metrô

- ; herancas apressado Músicas Raulde Seixas O prato mais caro do melhor banquete é banquete melhor do caro mais prato O -

Toca noColégio Raul

das o eod implantação da medo o foi

; Eu avalio o preço me baseando no nível no baseando me preço o avalio Eu . -

disciplinas/atualidades/ditadura - de Limade Souto do ; ATIVIDADES ATIVIDADES Ele sabia que tava sendo vigiado sendo tava que sabia Ele - Refletindo... regime.htm Ato Instit Ato

Departamento de Ordem Política e Social e Política Ordem de Departamento ;

Se é documento eu tenho aqui... tenho eu documento é Se - ucional nº 5 promoveu 5 nº ucional militar e um de

- o

1964 m a função de integrar a ação das das ação a integrar de função a m

;

sil Cuidado brother, cuidado sábio sábio cuidado brother, Cuidado -

militar - ojnod reformas, de conjunto

1985.html

Um gritou: Mão na cabeça cabeça na Mão gritou: Um

o

- que se come cabeça de de cabeça come se que grandes ;

; mental Dois homens fumando fumando homens Dois va : Porque

a censura acirrada acirrada censura a a estabilidade de de estabilidade a -

aes corpus, habeas obras Que você anda anda você Que quem pensa, pensa, quem ;

- Eu quero quero Eu e - como -

os

– a

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS 11 10 9. quando E a vi8. Eu a 7.ser Vi riscada do Babilônia 6. Vi Salomã 5. Vi 4. Eu v 3. Eu nasci2há .Eu dezatrás anos mil 1. vistatem oquintal; jardim do mar;Amazônia pro éA o E * Sim, pois* nãoatual,o ainda su país pois resolver conseguiu Espera * palavra conjuntoser aem afirmaçãosonhador. um de com Espera esperança. a é sentimento O 4. aceitar imposições feitas. as manifestar entre dividido está que e poder no militares pelos castigado ditato período ao referência A 3. 2. Resposta pessoal do aluno. seguida protestar censura,negamerrado. eseja parteda não odoou que é erro e compositor Espera 1. no ditatorial período do compreensão para Brasil. histórica fonte importante uma assim, sendo época, da Espera 4. http://www.suapesquisa.com/pesquisa/alquimia.htm http://brasilescola.uol.com.br/quimica/alquimia.htm http://www.infoescola.com/quimica/alquimia/ http://www.revistadehistoria.com.br/secao/retrato/ouro 3. sitesSugestões depara pesquisa: empregadosero cidadão “respeitável” para t Espera 2. semdia, buscarnasocial novivido “belo” efetivas mudanças quadro época. Espera 1. 4. Resposta pessoal do aluno. Et é pns m su entendimento do professor. uma apenas é Esta * 23 22 21 20 19 18 17. 16 15 14 13 12 É tudo free; vamo embora; Dar lugar pros gringo entrar; Esse imóvel tá pra alugar; Tem o Atlântico, Atlântico, o Tem alugar; pra tá imóvel Esse entrar; gringo pros lugar Dar embora; vamo free; tudo É . Eu vi Pedro negvi. Eu Pedro vi. Eu tavaEu na os com caverna junto macacos . E, . quandoE, to . quand . oVi vi. Eu as . fui Eu . fuiEu cr li. o Eu . v bebiEu novose. sugandosangueViescondendo e atrás oda conde Drácula capa vi. pegando Eu as bruxas .

Eu vinegros Eu Zumbi ospara floresta fugircom viser Eu Cristo crucificado

Maomé cair na cair terra joelho Maomé de vivermelho Moisés o mar cruzar

i ai mares de arca cruzar os Noé soldadosonhava que co - o sanguequedao montanha corria

se que o aluno perceba que a música apesar de ter sido lançada na década de 80 continua continua 80 de década na lançada sido ter de apesar música a que perceba aluno o que se - - - estrela de Davi brilhar no Davi brilharcéu estrela de o Hitler chamou toda a Alemanha chamouo Hitler todaa s testemunha do Rapunzel amortestemunha de - se que o aluno compreenda que a música Ouro de Tolo retrata o sentimento da sociedade da sentimento o retrata Tolo de Ouro música a que compreenda aluno o que se aut o que crítica a perceba aluno o que se e u o ln nt o rtso mlct, uno s esa aims as afirmas pessoas as quando implícito, protesto o note aluno o que se se que o aluno responda que o sentimento é de desânimo e de tristeza, ainda que que ainda tristeza, de e desânimo de é sentimento o que responda aluno o que se demonstra

símbolos iançapoder dançar para ciranda velas sevelas para o Papa acenderem o cantar seus salmosseuso ares pelos cantar inho com as mulheres nainho taverna as com mulheres

pedra despencouda e ribanceira pedra dos ar p Cristo praguejavam sagrados de Umbanda

o sentimentoporo da o anseiomudanças. época e eto e ih d tmo podend tempo, do linha de gestão

fogo para pagarem seuspagarem parapecados,fogo mapa or trêsvezes espelhoor diante do

EU NASCI DEZEU MIL HÁ ATRÁS ANOS m a amada numade campanha a cama amada m rial está presente na caracterização de pobre país, que sofre, que é é que sofre, que país, pobre de caracterização na presente está rial

contra o frio, s

- se que o aluno co aluno o que se OURO DE TOLOOURO DE

em que seguir questionamentos. que assem em regras

ALUGA

ANOS ANOS

eu fiz a cama na varanda na fiz aeu cama u também quebreiutambém a perna pro quilombo dos quilombo pro palmares as mazelaspolítico

- or faz à sociedade que se conforma com o dia a a dia o com conforma se que sociedade à faz or 80 - SE de

dólarnosso paga o deles mingau.

- tolo

nclua que o sentimento é este pelo uso da da uso pelo este é sentimento o que nclua

o sofrer alterações de acordo com com acordo de alterações sofrer o - sociais.

- se contrariamente ao regime e e regime ao contrariamente se

coisas,

mas em em mas o ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS 1996.80p. aula. os de sala aprendam na aluna a e aluno E. MARTÍN, o C.; COLL, In: que escolares? conteúdos com faz que O T. MAURI, 2003. ___. 2002. ___. dasLetras, 2003. E. GASPARI, Imprensa1984.Moeda,daCasaNacional, E. FISCHER, 1989. (org.). S. ESSINGER, Paulo:Unesp M. C. DAVID, (1 L. M. CAROCHA, Fundamental. Fundamental.MEC/SEF, Brasília: 1998) Nacionais: Educação de Curriculares Secretaria BRASIL. fundamental;Curitiba, 2008. PARANÁ, ed,3ª reimpressão.2016. Paulo:Contexto, São M. NAPOLITANO, São2005.Ática,Paulo: M OZER, S.; NUNES, V. V. NUNES, S.; OZER, 964 A ditadura escancarada ditadura A

dtdr de ditadura A - Rio de Janeiro: Ediouro,de 2005.Rio Janeiro:

1985). História: QuestõesHistória:1985). debates.Curitiba:& 44, n. 2006. - ierzs urclrs saui. História Estaduais. Curriculares Diretrizes 121.

Ane dtdr envergonhada ditadura A úia esn d História: de ensino e Música

Tradução de Cláudia Sclilling. São Paulo: Ática, Ática, Paulo: São Sclilling. Cláudia de Tradução cessidade da arte. da cessidade 1964: História do Regime Militar Brasileiro. Brasileiro. Militar Regime do História 1964: cnua uia drne rgm militar regime o durante musical censura A rrotada O baú do Raul revirado/Raul Seixas, 1945 Seixas, revirado/Raul Raul do baú O

Descobrindo ahistória: Descobrindo REFERÊNCIAS

. São Paulo: Companhia das Letras, Letras, das Companhia Paulo: São . história. Secretaria de Educação Educação de Secretaria história. . São Paulo: Companhia das Letras, Letras, das Companhia Paulo: São .

5. Ed. Rio de Janeiro: Zahar; Zahar; Janeiro: de Rio Ed. 5.

. São Paulo: Companhia Companhia Paulo: São .

uma proposta. São São proposta. uma O construtivismo O livro do professor. professor. do livro Parâmetros ens ,

ino ino 1. -

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS STEPH 2004. ___. 21,2004. ___. 2004. H. SILVA, 1ilustração, color. dos. R. C. A. SANTOS, dos. R. A.dos. R. C. SANTOS, C. A. cump SANTOS, dos. ilustração,color. R. C. A. SANTOS, ilustração,color. dos. R. C. A. SANTOS, ilustração,color. dos. R. C. A. SANTOS, dos. Ribeiro documentoiconográfico,color. Cristina Angelica SANTOS, dos. R. ilustração,color. C. A. SANTOS, SãoContexto,Paulo: 2015. (org.) B. C. PINSKY, Letras.1992 F. WEFFORT, Cortez,1988 M. THIOLLENT, PUC/RS,PortoAlegre,2000. artes das Os governos militares: governos Os O governo Geisel: governo O

rimentando menina rimentando

ANOU, A. A. A. ANOU,

. Histórica Histórica . O golpe de 64: 64: de golpe O

4ªed. ul democracia? Qual

eoooi d pesquisa da Metodologia

Censura no Regime Militar e militarização militarização e Militar Regime no Censura -

ots históricas. Fontes Revista de Pós de Revista

Raul SeixasRaul Raul Seixas em meio à multid à meio em Seixas Raul

iia cnuad a música a censurando Militar 1975 oen inrno povo o ignorando Governo

. 1964

iia co Militar 201 AI

1969 - - 1978. 3. ed. São Paulo: Brasil 21, 21, Brasil Paulo: São ed. 3. 1978. 6 - Animação comduração Animação de cnuad jornal censurando 5 1968. 3. ed. São Paulo: Brasil 21, 21, Brasil Paulo: São ed. 3. 1968. . 1ilustração, . color. -

Brasil Paulo: São ed. 3. 1974. . Sã 201 rno silêncio brando - Graduação em História na na História em Graduação rsdne Figueiredo Presidente o Paulo: Companhia das das Companhia Paulo: o 6

. 1 ilustração, color. 1ilustração, . . d, ª reimpressão. 2ª ed., 3. Ditadura - ação So Paulo: São .

. .

. . ão . 2016 201 201 201 201 3’44 . 201 6 6 6 6 . . 1 1 .

1 . . 1 1 . 1 . . 6

1 .

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS em07/05/2016 < militar. LEE 07/05/2016 < G. D. FRAZÃO, L.; CABRAL, G. < PELOSI, http://www.e http://censuramusical.zip.net/ - MEDDI, J. J. MEDDI, http://www.vermelho.org.br/no >

- biografias.net/raul_seixas/ >

A música brasileira e a censura da ditadura ditadura da censura a e brasileira música A Cala a boca já morreu. morreu. já boca a Cala

Raul Seixas Músico Brasileiro. Músico Seixas Raul acesso emacesso 07/05/2016 ticia/159935

acesso em em acesso - 11 >

acesso