RAUL SEIXAS: a MOSCA NA SOPA DA DITADURA MILITAR Ílio (1973 Censura, Tortura E Ex -1974)
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id6595296 pdfMachine by Broadgun Software - a great PDF writer! - a great PDF creator! - http://www.pdfmachine.com http://www.broadgun.com PAULO DOS SANTOS RAUL SEIXAS: A MOSCA NA SOPA DA DITADURA MILITAR ílio (1973 Censura, tortura e ex -1974) ção apresentada à Banca Disserta ícia Universidade Examinadora da Pontif ólica de São Paulo, como exigência Cat ção do tít parcial para obten ulo de ória ção MESTRE em Hist , sob a orienta da Profa. Dra. Maria Izilda Santos de Matos. São Paulo 2007 2 BANCA EXAMINADORA _____________________________ _____________________________ _____________________________ 3 Esta pesquisa é dedicada: À Paulinha, minha filha e também à memória de: Maria Eugênia Seixas Raul Santos Seixas Raul Varella Seixas e Rosália Venância dos Santos, minha mãe. 4 “Sabemos, através da experiência dolorosa, que a liberdade jamais é dada voluntariamente pelos opressores, ela deve ser exigida pelo oprimido.” Martin Luther King 5 AGRADECIMENTOS á anos me A todos aqueles que me incentivaram e que h élio Fraga acompanham. Aos colegas da PUC/SP, em especial ao amigo H únior, me ouvindo por horas com enorme atenção e paciência, à amiga J Leanira da Silva, uma linda pessoa com excelentes virtudes e um grande exemplo de vida. À CAPES (Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal ível Superior), pela bolsa que incentivou e possibilitou as diversas de N às cidades de Salvador e Rio de Janeiro, que muito leituras e viagens íram para o desenvolvimento estrutural desta pesquisa. contribu Às contribuições de Amailton Magno Azevedo e Frederi co ção, Alexandre de Moraes Hecker, enquanto membros da banca de qualifica me direcionando nos melhores caminhos a seguir. às minhas orientadoras Profª Drª. Maria Com enorme carinho, ª Drª. Maria Angélica Victória Miguela Izilda Santos de Matos e Prof Careaga Soler, pelas mais sinceras palavras que elucidaram o caminho Às professoras Vera Lúcia Vieira, Olga desta pesquisa. Brites, Denise ’anna, Márcia Barbosa Mansor D’ éssio e Bernuzzi de Sant Al , em especial, ño, por suas aos mestres Antonio Rago Filho e Fernando Torres Londo preciosas horas prestadas ao meu trabalho e, principalmente, pelas úmeras citações desta pesquisa em suas aulas, que tanto me deram forças in para continuar. órias da Ao grande amigo Sylvio Passos, pelas maravilhosas hist amizade com Raul Seixas, que, com certeza, colaboraram muito na ção deste ofício. Aos amigos e parentes de Raul Seixas pelas elabora úmeras e generosas correspondências e entrevistas, na esperança de in ória de seu inesquecível Raulzito preservar sempre viva a mem , em especial úmeras caminhadas pelas ruas aos amigos Delma e Thildo Gama, nas in 6 ância e adolescência, soteropolitanas percorridas por Raul Seixas em sua inf ém das mais brilhantes histórias narradas através do imaginário do artista, al ões, pela capital baiana. desde seus ensaios, shows, passeios e divers À Kika Seixas, Sônia Castro e Johenir Jannotti (Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro), Sandra (Arquivo Nacional), Alice (Academia Brasileira de Letras), Celeste e Penha (Biblioteca Nacional), Carlos Marx ção Regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal em (Coordena ília) e Rosana da Câmara Teixeira (Universidade Federal do Rio de Bras Janeiro). érgio Gabeloni, pela companhia nas viagens, Tadeu Aos amigos S áficas, Sena, pelas dicas ortogr e Emerson Matos, pelas horas ouvindo e úsicas, à discutindo as m e Carol, um verdadeiro amor, tornando doces muitas palavras aqui entoadas. Aos meus alunos e, em especial, aos meus familiares, que sempre me apoiaram de verdade em todos os momentos da ça édito neste homem com tantos minha vida, depositando confian e cr ósitos, tantos sonhos e inquietudes, a minha mais profunda e ideais e prop ão. sincera gratid 7 RESUMO ção busca resgatar a importância do cantor e compositor Raul Esta disserta íodo ent ção da Seixas (1945-1989) no per re a ditadura militar e a promulga ção de 1988. Procura, ainda, verificar sua inserção no cenário Constitui ístico brasileiro e em outros segmentos durante a década de 1970, como art ão e a tortura a todos os consid a contracultura, a censura, a repress erados subversivos. Reconhecido como compositor de muitos talentos, o cantor figurou entre os últimos anos na Música Popular Brasileira mais renomados artistas dos . Sociedade Alternativa Divulgador da , que em pleno regime militar tinha “faz o que tu queres, pois é tudo da lei” úsicas como lema , fez de suas m írito inovador para dizer coisas velhas com discursos dotados de um esp ísticas novas, misturando diferenciados ritmos que, segundo o caracter “tinham as mesmas malícias” ão, e, artista, , como o rock and roll e o bai ências. assim, constituindo tend á dividido em três capítulos: no primeiro – “Se hoje eu O presente estudo est sou estrela, amanhã já se apagou... de Raulzito a Raul Seixas” – narram-se ória do artista desde o início de sua carreira, o suc últimos a trajet esso e os – “O monstro SIST é retado e tá doido pra anos de vida. No segundo transar comigo... Raul Seixas e a Censura” – ão estudados a censura, o s órico para a implantação da gibi-manifesto, principal instrumento te Sociedade Alternativa álogo entre a censura e as músicas no Brasil, e o di – “Porque só tem verdades pra dizer, pra censuradas. Por fim, no terceiro declarar... Raul Seixas e a Polícia Federal” – apresenta-se como ção, a prisão, a tortura e o exílio ao artista. ocorreram a persegui 8 ABSTRACT This dissertation aims to rescue the importance of the singer and composer Raul Seixas (1945-1989) in the period between the military dictatorship and the promulgation of 1988 Constitution. It seeks, still, to verify his insertion into the Brazilian artistic scenario and in other segments during the 1970 decade, as the counterculture, the censorship, the repression and the torture of all considered subversive. Recognized as composer of many talents, the singer figures among the Brazilian popular music most renowned artists of the last years in the . Discloser of Alternative Society, that in full military regime had as slogan do what you want, because it is everything within the law " ", he did of his music speeches having an innovative spirit to say old things with new characteristics, mixing differentiated rhythms that, according to the artist, had the same malices “baião” Brazilian " ", such as rock and roll and the ( folk music and dance ), and, thus, constituting trends. If today I am a star, This study is divided in three chapters: in the first - " tomorrow it has already faded... of Raulzito to Raul Seixas " - they narrate the artist's path since the beginning of his career, the success and the last – The monster SIST is gargantuan and crazy to years of life. In the second " have sex with me Raul Seixas and the Censorship" - the censorship, the ... manifest comic book, main theoretical instrument for the implementing the Alternative Society in Brazil, and the dialogue between the censorship and – Because there the censured music, are studied. Finally, in the third party " are just truths to say, to declare Raul Seixas and the Federal Police" – it ... presents how the persecution, the artist’s prison, torture and exile took place. 9 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ........................................................................................................12 CAPÍTULO I – SE HOJE EU SOU ESTRELA AMANHÃ JÁ SE PAGOU... DE RAULZITO A RAUL SEIXAS ...................................................16 – Á E GRITE A Ê ESTÁ CERTO... ÍCIO... 1.1 V O MUNDO QUE VOC O IN ..............18 – 1.2 EU SOU A LUZ DAS ESTRELAS... O MEIO......................................................37 – Í. 1.3 ENQUANTO EU SEI QUE TEM TANTA ESTRELA POR A E O FIM..........52 CAPÍTULO II – O MONSTRO SIST É RETADO E TÁ DOIDO PRA TRANSAR COMIGO... RAUL SEIXAS E A CENSURA .............73 – É UM CÉU CARREGADO E RAJADO SUSPENSO NO AR... 2.1 O ESTADO E A CENSURA..................................................................................75 – ÇA O QUE TU QUERES, POIS É TUDO DA LEI... 2.2 FA O GIBI-MANIFESTO............................................................................................87 – É NA NOSSA FRENTE ÃO SABE COMO ANDAR... 2.3 TANTO P QUE N ÚSICAS CENSURADAS.......................................... AS M ..................................102 CAPÍTULO III – PORQUE SÓ TEM VERDADES PRA DIZER, PRA DECLARAR... RAUL SEIXAS E A POLÍCIA FEDERAL ......117 – Ê... 3.1 MARAVILHOSO APRENDI QUE SOU MAIS FORTE QUE VOC ÇÃO........................................................................ A PERSEGUI .......................119 – Ê MATA UMA E VEM OUTRA EM MEU LUGAR... 3.2 PORQUE VOC ÃO E A TORTURA.......................................................... A PRIS .......................127 – Á EM NOVA YORK, TODO MUNDO É FELIZ... 3.3 L ÍLIO.................................................................. O EX ...........................................136 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................149 FONTES E BIBLIOGRAFIA ......................................................................................151 ANEXOS .......................................................................................................................172 10 LISTA DE FIGURAS Figura 01 – “Charanga do Urubu” ..........................................................36 Figura 02 – Capa do gibi-manifesto .........................................................87 Figura 03 – Como construir um badogue ................................................88 Figura 04 – Artigo