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Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

TURMA – PDE 2014

TÍTULO: Uma viagem intertextual por meio do gênero fantástico: caminhos e perspectivas para o aprimoramento do Letramento Literário.

Autor: Rosemeyre Floriano Carvalho Duarte Disciplina/Área de Língua Portuguesa Ingresso no PDE Escola de Colégio Estadual Júlio Farah – Ensino Fundamental e Implementação do Médio Projeto e sua localização: Município da escola: Ibaiti Núcleo Regional de Ibaiti Educação: Professor Orientador: Nerynei Meira Carneiro Bellini Instituição de Ensino UENP: Universidade Estadual do Norte Pioneiro – Superior: Campus de Jacarezinho Relação Arte Interdisciplinar: Resumo: Este estudo busca trabalhar o “Letramento Literário” como forma de incentivo e aprimoramento da leitura na escola e o encantamento proporcionado pela literatura fantástica e outros gêneros voltados para a fantasia. Por meio da leitura de obras clássicas e contemporâneas, busca-se a percepção da influência do fenômeno da intertextualidade e da literatura comparatista presentes nos gêneros textuais, bem como a contextualização e enriquecimento da obra. Será utilizada como recurso pedagógico e dialético a intertextualidade, com o intuito de possibilitar uma análise crítica dos gêneros selecionados e o acesso a diferentes obras da esfera artística e literária, levando o leitor a comparar e relacionar as obras. Ele estabelecerá, assim, um diálogo coerente com os temas abordados, bem como inferirá os seus conhecimentos de mundo para atribuir sentido e completar as lacunas implícitas nos textos. Outro aspecto relevante a ser considerado é a escolarização da literatura, como aprimoramento e aperfeiçoamento do desempenho da leitura escolar, buscando, por meio da comunicação e interação social dos gêneros literários, a fruição da arte e da literatura como garantia de um bem e um direito inalienável em oposição à estratificação e massificação dos bens artísticos e culturais. Para um trabalho mais atrativo com a leitura, as obras foram articuladas em torno do gênero fantástico, na literatura, do Surrealismo, na pintura, e de uma prática cinematográfica mais voltada para a fantasia, uma vez que esses três gêneros possibilitam um afastamento do mundo pragmático e permitem uma efetiva exploração do subjetivo do leitor/espectador, por meio de abordagens analítico-interpretativas.

Palavras-chave: Leitura; Intertextualidade; Conto Fantástico; Letramento Literário.

Formato do material Unidade Didática didático: Público Alvo: Alunos do 1º ano do Ensino Médio

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ

ROSEMEYRE FLORIANO CARVALHO DUARTE

UMA VIAGEM INTERTEXTUAL POR MEIO DO GÊNERO FANTÁSTICO: CAMINHOS E PERSPECTIVAS PARA O APRIMORAMENTO DO LETRAMENTO LITERÁRIO

JACAREZINHO 2014 ROSEMEYRE FLORIANO CARVALHO DUARTE

UMA VIAGEM INTERTEXTUAL POR MEIO DO GÊNERO FANTÁSTICO: CAMINHOS E PERSPECTIVAS PARA O APRIMORAMENTO DO LETRAMENTO LITERÁRIO

Projeto apresentado à Secretaria de Estado da Educação do Paraná, como requisito parcial para conclusão do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE). Orientadora IES: Profª Dra. Nerynei Meira Carneiro Bellini. Área de Concentração: Ensino e Aprendizagem de Leitura e Formação de Leitores.

JACAREZINHO 2014 APRESENTAÇÃO

Considerando a evolução humana e tecnológica na difusão da comunicação e na compreensão das diferentes linguagens veiculadas nas mídias e espaços sociais é que se torna cada vez mais imprescindível o trabalho com a formação de leitores. Apreende-se que a leitura é um direito social, sendo assim, é de responsabilidade coletiva e, portanto, torna-se inerente ao processo de ensino aprendizagem. O presente projeto visa o desenvolvimento do Ensino e Aprendizagem da Leitura presentes nos diversos gêneros literários e artísticos, tendo como o emprego do recurso pedagógico a intertextualidade, definida por Kristeva (1969 apud CARVALHAL, 1943) como: “todo texto é absorção e transformação de outro texto. Assim um texto é absorção e réplica de outros textos”, viabilizando o acesso às diferentes linguagens, bem como a interpretação de códigos linguísticos verbais e não verbais presentes nas mídias impressas e eletrônicas, uma vez que é função da escola proporcionar um trabalho dinâmico e interativo, onde as diferentes linguagens, tanto da comunicação oral e escrita, como de imagens e símbolos, sejam contempladas de forma interdisciplinar e contextualizadas no meio escolar, cultural e social dos educandos. A escola tem o compromisso de inserir a literatura em um plano de trabalho coerente, que articule leitura, análise e interpretação, de modo a reforçar seu caráter antagônico nas manifestações da ficção, evidenciando o seu fator transformador, humanizador e ideológico. Carvalhal (1943) defende que as temáticas sociais, presentes nos clássicos, trazem à tona a Literatura Comparada, vasto ramo da Teoria Literária, que busca por meio da investigação literária o confronto de duas ou mais literaturas, bem como examina a migração de temas, motivos, e mitos. Tal linhagem teórica permite uma abordagem multidisciplinar que consiste nos estudos comparativos de diferentes áreas linguísticas, diferentes mídias e tipos de arte. O desenvolvimento dar-se-á em consonância com as Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa do Estado do Paraná, com o Projeto Político Pedagógico e com a Proposta Pedagógica Curricular do Ensino Médio, ou seja, em conformidade com as características da escola e com o nível de complexidade adequado ao ano. O projeto será aplicado aos alunos do 1º ano do Ensino Médio, do Colégio Estadual Júlio Farah – EFM, município de Ibaiti, Estado do Paraná. Incentivar a leitura e interpretação de textos nas aulas de Língua Portuguesa, reconhecendo a importância dessa prática para o desenvolvimento integral do ser humano, transformou-se em uma grande tarefa para as escolas, tendo como aliada as diferentes mídias presentes nos contextos sociais. O grande desafio que se coloca no cotidiano escolar é como promover a leitura literária em sala de aula, tornando as aulas de leitura mais interessantes e criativas, utilizando os recursos didáticos e tecnológicos presentes nas escolas, de forma a incentivar o hábito da leitura, as diferentes interpretações de textos e hipertextos, ampliando o conhecimento cultural dos educandos. Essa é uma questão que aflige não apenas os professores de português e demais disciplinas, mas a comunidade escolar em geral, visto que, criando o hábito da leitura, o aluno pode ter um melhor desempenho em qualquer contexto e em qualquer disciplina. Todas as disciplinas trabalham a leitura no cotidiano escolar, muito embora não haja um trabalho específico de elaboração de estratégias para a compreensão explícita e implícita dos textos verbais e não verbais, em especial, dos textos da esfera literária que exigem uma análise mais profunda das linguagens e ideologias incutidas. Sob esta perspectiva, é função social da escola, em especial nas aulas de Língua Portuguesa, proporcionar aos alunos o acesso à leitura dos mais variados gêneros textuais presentes. As Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa do Estado do Paraná (2008), concebendo a leitura como um ato social entre dois sujeitos: leitor e autor, que interagem entre si na construção de sentido, defendem que a formação do leitor deverá ser uma constante interação para que essa ação se torne uma ferramenta imprescindível para o desenvolvimento intelectual e cultural dos educandos. Percebe-se que, muitas vezes, o ensino da Literatura na escola é uma prática meramente mecânica, que visa basicamente à leitura e à realização de atividades extraclasse, sem o acompanhamento do professor, e deixa de cumprir, assim, seu papel humanizador. Cândido (2000, p.174) define Literatura como um bem incompreensível, na medida em que é indispensável ao ser humano, que não consegue passar nem ao menos um dia sem dispor da fantasia, seja por meio das manifestações populares ou eruditas. Segundo o autor, pensar em direitos humanos tem um pressuposto: reconhecer que aquilo que consideramos indispensável para nós é indispensável para o próximo. Esta forma de pensar põe em evidência os bens sociais do cidadão. Entretanto será que a educação, um bem social, é pensada na sua forma mais peculiar, como o direito à leitura de clássicos universais como Dostoievski e Beethoven? Percebe-se que o conceito de direitos e bens sociais é pensado e efetivado integralmente a todas às classes sociais da mesma forma que foi constituído, perdendo-se, assim, o seu caráter transformador e humanizador. Para Cosson (2006, p.16-17) a literatura nos diz quem somos e nos incentiva a desejar e a expressar o mundo por nós mesmos. É no exercício da leitura e da escrita dos textos literários que se desvela a arbitrariedade das regras impostas pelos discursos padronizados da sociedade letrada e se constrói um modo próprio de se fazer dono da linguagem que sendo minha, é também de todos. Como formalização deste direito subjetivo, as Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa (PARANÁ, 2008, p. 56) compreendem a leitura,

[...] como um ato dialógico, interlocutivo, que envolve demandas sociais, históricas, políticas, econômicas, pedagógicas e ideológicas de determinado momento. Ao ler, o indivíduo busca as suas experiências, os seus conhecimentos prévios, a sua formação familiar, religiosa, cultural, enfim, as várias vozes que o constituem.

Sabendo que a leitura se efetiva no ato da recepção e que a linguagem é essencial ao processo de comunicação humana, é que se propõe o trabalho com a intertextualidade como recurso pedagógico e dialético na implementação do Letramento Literário, objetivando, assim, a escolarização da literatura, no aprimoramento e aperfeiçoamento do desempenho escolar, planejado e assessorado sistematicamente pelo professor. Portanto, objetiva-se, com a implementação do projeto de intervenção pedagógica na escola, a promoção do ensino e aprendizagem da leitura de gêneros literários diversificados; o desenvolvimento nos alunos, a consciência crítica sobre a importância da leitura como fator primordial para a promoção da cidadania, da emancipação pessoal e social; bem como o trabalho com o Letramento Literário como forma de incentivo e aprimoramento da leitura na escola, buscando por meio da leitura de obras clássicas e contemporâneas, a percepção da influência do fenômeno da intertextualidade e da literatura comparatista presentes nos gêneros textuais. Outros aspectos que se pretendem alcançar com este trabalho de promoção e aprendizagem sobre a leitura, destacam-se: a promoção e a compreensão da literatura como arte que transforma e humaniza o homem e a sociedade; o diálogo em sala de aula visando possibilitar aos alunos a identificação das múltiplas interpretações do texto literário/artístico e o posicionamento de forma coerente de acordo com as pistas e lacunas implícitas a serem completadas; a ampliação do horizonte de expectativa do aluno por meio da reflexão e tomada de decisão da realidade do contexto social, histórico e cultural; o aprofundamento, por meio da leitura de romances e contos do gênero fantástico, a capacidade de pensamento crítico e a sensibilidade estética do aluno, permitida a expansão lúdica da oralidade, da leitura e da escrita. Partindo do pressuposto que, no trabalho com a Literatura, o leitor é visto como sujeito ativo no processo de leitura (PARANÁ, 2006), é que se optou pelo encaminhamento metodológico, o uso do Método Recepcional como norteador do processo de compreensão da leitura literária na escola, por esse partilhar de ideias ideológicas e interacionistas. Essa proposta de trabalho, de acordo com Glória Bordini e Teixeira Aguiar (1993), com base na Estética da Recepção, de Hans Robert Jauss (1994), que trouxe uma importante contribuição na ênfase da participação efetiva do leitor na interação com a leitura, objetiva: a relação dialógica na prática da leitura, tendo como ponto de partida o conhecimento de mundo, social e ideológico do leitor na concepção da tríade obra/autor/leitor; tornar o aluno receptivo a novos textos e a leitura de outrem (ruptura do horizonte de expectativas); questionar as leituras em relação ao seu próprio horizonte cultural; efetuar leituras compreensivas e críticas (ampliar os horizontes de expectativas); transformar os seus próprios horizontes de expectativas, do professor, da escola e da comunidade familiar e social (caráter emancipatório). O Método Recepcional funda-se na atitude do leitor como elemento atuante no processo da leitura em contato com diferentes textos, enfatizando a comparação entre o familiar e o novo, entre próximo e o distante no tempo e no espaço, abordando temáticas variadas no debate constante com o professor e com os membros da comunidade. Para um trabalho mais dinâmico e um acompanhamento sistematizado com a leitura serão utilizadas as etapas do Letramento Literário como forma de aprimoramento, mediação e expansão da aprendizagem sobre a leitura literária na escola. O Letramento Literário pode ser definido “[...] como o processo de apropriação da literatura enquanto construção literária de sentidos” (PAULINO; COSSON, 2009, p. 67). Desta forma, ficará a cargo do professor a escolarização da literatura por meio do Letramento Literário como possibilidade de uma prática de leitura significativa para si e para os seus alunos. Pretende-se contemplar neste projeto sobre o ensino e aprendizagem da leitura os objetivos acima elencados e, para isso, optou-se pela estrutura e formato da Unidade Didática, que terá como foco o desenvolvimento de um tema, buscando por meio do aprofundamento teórico e metodológico a prática do Método Recepcional e o Letramento Literário, evidenciados nos diferentes contextos sociais de produção e nas experiências de vida dos educandos.

MATERIAL DIDÁTICO

Primeiramente, o Letramento Literário dar-se-á por meio da leitura das obras do gênero fantástico e artísticos, possibilitando o desenvolvimento de um trabalho com a literatura comparatista. A intertextualidade permeará os diálogos e temas explícitos e implícitos nos gêneros estudados. Acredita-se que o mergulho na literatura fantástica permitirá aos alunos a confrontação do real com o sobrenatural, abrindo espaço para várias interpretações, haja vista que, no momento da leitura, o leitor resgata saberes e conhecimentos de mundo por ele internalizados, faz inferências, levanta hipóteses para extrapolar os limites textuais, possibilitando uma leitura plurissignificativa. Na obra A máscara e o enigma, de Bella Josef, no capítulo sobre o “Fantástico e o Misterioso”, o discurso fantástico é definido como:

a percepção particular de acontecimentos estranhos. O real e o imaginário ocupam-se do tempo da incerteza. A narrativa fantástica é assim, alcançada através da ambiguidade, e o leitor é obrigado a considerar o mundo dos personagens como o mundo das pessoas, identificando-se como caráter hesitante de um dos personagens. A percepção desse leitor implícito está quase sempre inscrita no texto pela identificação do leitor aos personagens. A hesitação se institui como tema da obra e situa-se entre real e ilusório, entre real e imaginário (TODOROV, apud JOSEF,1974, p.198).

Por meio da interpretação e análise dos gêneros literários, objetiva-se mostrar que o fantástico literário torna-se uma modalidade reiteradora do processo de leitura, tendo em vista promover a primazia da leitura e incorrer na liberação do imaginário do leitor no ato receptivo. Portanto, a relevância desse trabalho será a de possibilitar aos alunos a incursão a um mundo mágico da literatura fantástica que, na manifestação do insólito, tematiza o sobrenatural, o nefasto, a imortalidade, as forças ocultas, enfim, os mistérios da vida e da morte. As pinturas Surrealistas e as produções cinematográficas voltadas para a fantasia também permitem ao aluno, além do conhecimento histórico sobre o movimento artístico, o desenvolvimento da criatividade, da imaginação. A título de motivação e enriquecimento do repertório de leitura dos alunos, pretende-se utilizar diferentes contos do gênero fantástico, de vários escritores renomados, entre eles, Ignácio de Loyola Brandão (2001), (1984), Gabriel García Márquez (2003), Julio Cortázar, (1998), e João Guimarães Rosa (1995), e o romance de Ítalo Calvino, O barão nas árvores (2001). Pretende-se também apresentar o curta metragem, Le Ballon Rouge (1956), o filme Robin Hood (2010). Na pintura, as obras selecionadas fazem parte dos seguintes movimentos artísticos: expressionismo de Paul Klee (1922), surrealismo de Salvador Dalí e romantismo de Eugène Delacroix (1830). As metodologias utilizadas serão O Método Recepcional de Bordini e Aguiar (1993) e o Letramento Literário, proposto por Rildo Cosson (com primeira publicação em 2006), constituindo-se, assim, um trabalho articulado e indissociável no aprimoramento da aprendizagem da leitura na escola. Para melhor organização e apresentação dos encontros propostos nesta Unidade Didática será utilizado, inicialmente, como recurso metodológico, o Método Recepcional, com o objetivo de especificar os gêneros textuais e os conteúdos curriculares a serem trabalhadas em cada encontro. O Letramento Literário permeará todos os momentos do trabalho com a leitura, especificamente nas etapas da sequência básica de leitura para compreensão dos contos, filmes, pinturas, músicas e, posteriormente, a sequência expandida para mediação da leitura de um romance. O Letramento Literário é uma proposta metodologia prática e possível para um trabalho de incentivo à leitura de textos literários na escola, como forma de escolarização da literatura, aprimoramento e aperfeiçoamento do desempenho escolar, planejado e assessorado sistematicamente pelo professor. Observa-se que o letramento literário não se realiza nas escolas, tendo em vista a necessidade do aprimoramento, engajamento e democratização da condução da leitura, que está atrelada desde a seleção de textos significativos à seleção dos textos canônicos e de textos contemporâneos. Desta forma, é necessário um direcionamento que esclareça como se dá o processamento da leitura, tornando-a uma atividade prazerosa de conhecimentos singulares. Portanto, o letramento literário é uma proposta que vem ao encontro das necessidades da escola, pois utiliza estratégias de leitura que conduzem o leitor passivo a uma prática de leitura mais dinâmica e significativa. Para compreendermos como o processo da leitura se consolida, Cosson ressalta que:

A leitura é o resultado de uma série de convenções que uma comunidade estabelece para a comunicação entre seus membros e fora dela. Aprender a ler é mais do que adquirir habilidade, e ser leitor vai além de possuir um hábito ou atividade regular. Aprender a ler e ser leitor são práticas sociais que medeiam e transformam as relações humanas (COSSON, 2011, p. 40).

Partindo deste princípio, o letramento literário necessita de um tratamento diferenciado na escola, enfatizando a leitura por meio de oficinas dirigidas, buscando desenvolver as competências leitoras dos alunos utilizando estratégias específicas. Para a implementação do projeto serão escolhidos alguns contos fantásticos com o objetivo de provocar previamente a atenção dos alunos para um universo diferenciado, proporcionando experiências intensas que vão além das experimentadas na realidade trivial. O planejamento do trabalho será organizado em cinco momentos específicos, que vão ao encontro das etapas do Método Recepcional aqui elegido, ou seja, determinação, atendimento, ruptura, questionamento e ampliação dos horizontes de expectativas do leitor: No primeiro momento (determinação e atendimento do horizonte de expectativas), haverá a seleção dos gêneros literários, tais como: poemas, contos fantásticos, música, filmes e obras de arte que têm como objetivo estabelecer um diálogo entre os textos. A intertextualidade será mediadora dos diálogos e temas explícitos e implícitos nos gêneros trabalhados, assim como os elementos que estruturam a narrativa: o enredo, a personagem, o tempo, o espaço e o narrador. Nesse trabalho de leitura serão abordados alguns conteúdos básicos da Língua Portuguesa como: conteúdo temático, interlocutor, contexto de produção, finalidade, intertextualidade, informatividade, ideologias, vozes sociais presentes no texto, semântica, elementos composicionais do gênero, figuras de linguagem. Segundo momento (ruptura do horizonte de expectativas): com o propósito de romper/abalar os horizontes de expectativa dos alunos em relação aos contos fantásticos será apresentada uma dinâmica com vídeos sobre a importância e perspectivas sobre o universo mágico da leitura: vídeos Zea (1991) e Ler devia ser proibido (2007). Logo após será apresentado o curta metragem Le Ballon Rouge (1956) e o quadro Balão Vermelho (1922), de Paul Klee, para um possível diálogo intertextual. Terceiro momento (questionamento do horizonte de expectativas): para um diálogo mais complexo e um mergulho mais profundo na literatura fantástica será apresentada uma sequência de gêneros selecionados: o conto, “A casa tomada”, do autor Julio Cortázar (2005), que dialogará com o filme “Os Outros”, do diretor Alejandro Amenábar (2001) e a música “Paranóia”, de (1975). Para um trabalho mais detalhado, será apresentada na primeira aula a definição de conto, em especial o conto fantástico e suas características como forma de motivação. Na abordagem de compreensão e interpretação do filme será analisado o tema em comparação com o conto e todos os elementos da narrativa, concomitante as etapas do Letramento Literário. O trabalho com a música visa possibilitar uma interpretação mais poética, subjetiva do tema e da linguagem procurando, encontrar elementos que dialoguem com o conto, o filme e tudo aquilo que o aluno possa perceber de análogo com sua vida. Os componentes dos textos serão explorados individualmente, como propõe o Letramento Literário, assim, o título e todos os elementos que constituem a narrativa, bem como os quatro passos que constituem a sequência básica do Letramento Literário (motivação, introdução, leitura e interpretação). Embora esses passos sejam focalizados separadamente neste trabalho, com fins a uma formatação mais didático- metodológica, na aplicação ocorrerão concomitantes às etapas do Método Recepcional. Para melhor compreensão da Metodologia do Letramento Literário, elencaremos, a seguir, os quatro passos que constituem esse método:

 Primeiro passo do Letramento Literário: Motivação, concomitante à etapa de Determinação do horizonte de expectativa (Método Recepcional). A motivação que consiste na preparação do aluno para que ele “entre” no texto, ou seja, se familiarize e se aproxime do texto.

 Segundo passo do Letramento Literário: Introdução, concomitante à etapa de Atendimento do horizonte de expectativa (Método Recepcional). A introdução que é a apresentação do autor e da obra, momento em que o professor deve explorar aspectos físicos da obra, como a leitura da capa, da orelha, contracapa, sumários, previsões sobre o título, não devendo se estender muito na apresentação.

 Terceiro passo do Letramento Literário: Leitura, concomitante à etapa de Ruptura do horizonte de expectativa (Método Recepcional). A leitura do texto em si, que deve ter um acompanhamento do professor. O autor chama esse acompanhamento de “intervalos” no qual há a possibilidade de aferição da leitura, assim como solução de algumas dificuldades relacionadas à compreensão de vocabulário ou mesmo de partes do texto, bem como a leitura de outros textos com temáticas relacionadas. Cosson considera que a leitura escolar precisa de acompanhamento porque tem uma direção, um objetivo a cumprir, e esse objetivo não pode ser perdido de vista. Tal sugestão é de fundamental importância para que o aluno não perca o interesse ao longo da leitura.

 Quarto passo do Letramento Literário: Interpretação, concomitante às etapas de Questionamento e Ampliação do horizonte de expectativas do leitor (Método Recepcional). A interpretação acontece em duas instâncias de leitura, uma interior e outra exterior. A interior compreende a decifração, é chamada de “encontro do leitor com a obra” e não pode ser de forma alguma substituída por algum tipo de intermediação como resumo do conto, livro, filmes, minisséries. É neste instante que o leitor realiza as inferências para chegar à construção de sentido do texto em um diálogo que envolve a tríade do processo do letramento literário: autor, leitor e comunidade. Já a instância exterior é a “materialização da interpretação como ato de construção de sentido em uma determinada comunidade” (Cosson, 2011, p. 64). Para tanto, o professor deverá realizar algumas intervenções e reflexões como tentativa de ampliar os conhecimentos dos alunos relativos aos diferentes contextos presentes nos textos. Segundo Cosson (2011), “interpretar é dialogar com o texto tendo como limite o contexto”, ou seja, dependerá da compreensão do leitor e daquele contexto que é posto pelo autor para que a interpretação se efetive.

Dando sequência ao Método Recepcional, retomamos, agora, a teoria no quarto momento, quando será desenvolvido, especificamente, um trabalho de leitura e interpretação intertextual entre o conto “A terceira margem do rio”, de Guimarães Rosa (1962) com o conto “Nas águas do tempo”, de (1996). Em seguida, será apresentada a música “A terceira margem do rio”, de e e a pintura “Barco das Mariposas”, de Salvador Dali. Nesse momento, será utilizada a sequência básica do Letramento Literário como recurso de leitura e interpretação dos textos, e também os elementos da narrativa, como forma de fixação e comparação textual. No quinto momento (ampliação do horizonte de expectativa), após a preparação dos alunos para uma leitura mais abrangente, pretende-se utilizar a sequência expandida da metodologia do Letramento Literário, tendo em vista a necessidade primeira de um trabalho de aproximação dos alunos com narrativas diversificadas e dialogadas com outros gêneros textuais. Para a utilização da sequência expandida, propõe-se a leitura de um romance canônico, da trilogia “Os nossos Antepassados”, de Ítalo Calvino, O Barão nas árvores (2009). Esse romance pertence ao gênero fantástico e, como todo texto literário, recria a realidade, instaurando nova significação. O trabalho de leitura com o gênero fantástico despertará no leitor experiências fantasiosas, proporcionando-lhe situações inusitadas, intrigantes, prazerosas, viagens a outros contextos, gerando sentimentos incômodos e reflexões inquietantes confrontadas com o seu universo interno e externo. Para o desenvolvimento de um trabalho mais direcionado, serão trabalhados alguns aspectos do Letramento Literário que se fazem importantes no processo de aprendizagem presentes no gênero literário selecionado, bem como os demais gêneros trabalhados anteriormente, por meio dos chamados “intervalos”, que visa o diálogo com a obra em diferentes enfoques, tais como: a contextualização crítica (recepção do texto literário redimensionadas no tempo e no espaço, possibilitando a identificação de diferentes contextos para a interpretação de uma obra); a presentificadora (atualização da obra no momento da leitura); a temática (temas tratados na obra) e o processo de intertextualidade, explorando os diálogos possíveis com outras obras, tanto as que a precedem quanto as que lhe são posteriores nos diferentes contextos. As atividades de “intervalos” fazem parte das estratégias de leitura da sequência expandida e constituem momentos de contextualização e intertextualidade, tornando a leitura mais atraente e significativa. Para que este trabalho de motivação ao longo da leitura do romance torne-se motivador e enriquecedor serão utilizados músicas, poemas, filmes, textos informativos, júri simulado, debate, análise de pinturas e fotografias, pesquisa em dicionários, biografia, produções escritas entre outros gêneros textuais que se fizerem necessários ao longo da leitura do romance. O trabalho com o letramento literário na escola deve ser de condução organizada, mas sem imposições, podendo ser propostas atividades coerentes com as interpretações aferidas, buscando possibilitar momentos específicos para a reflexão e exteriorização da obra lida de forma explícitas, por meio de exposições, teatros e entrevistas, estabelecendo, assim um diálogo entre os alunos e a comunidade escolar. A avaliação será realizada de forma diagnóstica e processual nas atividades de decodificação, compreensão e interpretação, em atividades de exposição dialogada, debates e produção textual, tendo em vista que o letramento literário é um processo contínuo que deve prosseguir no decorrer do ensino médio e, posteriormente, ao longo da vida. Cosson aborda formas apropriadas e atuais para a avaliação do processo de leitura do texto literário e propõe:

O professor deve tomar a literatura como uma experiência e não com um conteúdo a ser avaliado. Desse modo é a leitura literária feita pelo aluno que está no centro do processo de ensino e aprendizagem, devendo a avaliação buscar registrar seus avanços para ampliá-los e suas dificuldades para superá-los (COSSON, 2011, p. 113).

O Método Recepcional de ensino de literatura tem como critério de avaliação a dinâmica do processo de cada leitura realizada pelo aluno, no decorrer dos trabalhos. Deve-se evidenciar a capacidade de comparar e contrastar todas as atividades realizadas, questionando sua própria atuação e a do seu grupo. O resultado final deve ser uma leitura mais exigente que a inicial em termos estéticos e ideológicos (Bordini/Aguiar, p. 86).

O Método Recepcional e o Letramento Literário são, enfim, possibilidades de trabalho prático para instigar e incentivar a leitura como uma proposta concreta e aplicável em contribuição ao ensino da leitura de qualidade na escola, uma vez que os dois possuem etapas similares e intrínsecas, mas, sobretudo, se complementam, tendo em vista que o Letramento Literário amplia os procedimentos do Método Recepcional no trabalho com a sequência expandida.

Título: Uma viagem intertextual por meio do gênero fantástico: caminhos e perspectivas para o aprimoramento do Letramento Literário.

A Literatura corresponde a uma necessidade universal que deve ser

satisfeita sob pena de mutilar a personalidade, porque pelo fato de dar forma

aos sentimentos e a visão do mundo ela nos organiza, nos liberta do caos e,

portanto, nos humaniza. Negar a fruição da literatura é mutilar a nossa

humanidade.

Antonio Candido. O direito à literatura (1995).

Professor (a),

Este material didático é norteado pelas Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná de Língua Portuguesa (2008), as quais ressaltam que, ao se considerar o conceito de letramento, também é necessário ampliar o conceito de texto, que envolve não apenas a formalização do discurso verbal ou não-verbal, mas o evento que abrange o antes, isto é, as condições de produção e elaboração, mas um depois, ou seja, a leitura ou a resposta ativa. Todo texto é, assim, articulação de discursos, vozes que se materializam, ato humano, é linguagem em uso efetivo. O texto ocorre em interação e, por isso mesmo, não é compreendido apenas em seus limites formais (BAKHTIN, 1999). Outros autores cujos pressupostos teóricos e críticos fundamentam esta pesquisa são: CARVALHAL - Literatura Comparada, 1979; CÂNDIDO - O direito à Literatura, 2000; BOSI - Literatura e Resistência, 2002; ADORNO - A Indústria Cultural: o esclarecimento como mistificação das massas”, 1947; CESARINI - O Fantástico, 2006; JOSEF - A máscara e o enigma, 1974; AURÉLIO, termo fantástico e COSSON - Letramento Literário, 2006. As Metodologias utilizadas serão o Método Recepcional de Bordini e Aguiar (1993) e o Letramento Literário: teoria e prática, de Rildo Cosson (2006) como estratégias metodológicas de aprimoramento e incentivo à leitura e escolarização da literatura na escola. PRIMEIRO ENCONTRO

Caro (a) aluno (a):

Convido você a uma viagem mágica e misteriosa por meio da leitura dos contos do Realismo Fantástico. Espero que as atividades de leitura, compreensão e interpretação de textos: música, poema, contos, romance, filmes e pintura, selecionadas para este trabalho, contribuam significativamente para ampliação do seu horizonte de expectativa em relaçãoPrimeiro à leitura encontro: literária. Motivação. Neste projeto intertextual, composto por obras do gênero literário/artístico, pretendo oferecer-lhe instrumentos que o auxiliem em sua caminhada pelo universo da literatura, tornando-o mais crítico e autônomo nas escolhas futuras.

1- Determinação do Horizonte de Expectativa:

Literário Tendo como base que na leitura e interpretação de textos há uma relação dialógica entre autor e leitor os quais interagem entre si no momento da

leitura para atribuição de sentidos, é que se faz necessário possibilitar aos alunos, atividades de previsão e inferências. Para chamar a atenção dos alunos para o mundo mágico da leitura e os possíveis diálogos estabelecidos,

propõe-se a interpretação do vídeo Zea (1991), que tem como objetivo a ativação de sentidos para a descoberta da “personagem misteriosa”. O vídeo

será apresentado lentamente, com pausas para que os alunos possam aferir suas possíveis descobertas e significados sobre a definição do objeto não

identificado. O professor poderá anotar na lousa as possíveis sugestões dos alunos para que ao final possa identificar o possível vencedor/acertador. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=C2NDrCYGYH8. Acesso em: 25 de agosto

de 2014. torne um leitorNesta dinâmico, atividade ativo inicial, e autônomo o professor na poderásua vida ressaltar futura. a importância da ativação dos conhecimentos de mundo existentes no repertório cognitivo de

cada aluno e a necessidade de se estabelecer relações com outros

conhecimentos armazenados em sua memória para atribuir sentido e significado aos gêneros textuais estudados na escola, bem como em outras situações de leitura do seu cotidiano. Outro aspecto relevante, é que o aluno

horizoteperceba o que os textos não são tão inocentes ou previsíveis. Para tanto, a leitura e interpretação de um texto, um filme, uma música ou uma pintura, merecem atenção redobradas para que sejam compreendidos efetivamente de forma explícita e implícita. Dando continuidade a esta atividade de motivação, será apresentado o vídeo: “Ler devia ser proibido” (2007), elaborado para uma campanha de incentivo à leitura. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=iRDoRN8wJ_w. Acesso em 25 de agosto de 2014. Esta atividade tem como finalidade desafiar os alunos à valorização da leitura como fonte de conhecimento, ampliação dos horizontes e visões de mundo e como fator de humanização. Para uma atividade de mediação, propõe-se a identificação e história de vida das personalidades que aparecem no vídeo e a compreensão do antagonismo presente no título da campanha “Ler devia ser proibido”.

Aluno (a), agora é a sua vez!

Para este trabalho sobre o tema Leitura propõe-se uma dinâmica: o professor distribui aos alunos papeis sulfites coloridos e solicita aos mesmos que escrevam sobre a importância da leitura na vida das pessoas. Logo após recolher os papeis, o professor deve solicitar a alguns alunos que leiam as palavras ou frase escrita pelo colega. Outros questionamentos sobre a importância da leitura na vida das pessoas merecem ser abordados junto aos alunos, tais como: a aquisição e ampliação do conhecimento, resoluções de conflitos, ascensão social, convívio em sociedade, criatividade e criticidade diante das dificuldades da vida e entretenimento. Na sequência, será gravado um vídeo com depoimento dos alunos sobre a importância da leitura. Primeiramente, eles poderão dar um nome para o vídeo, relatar seu gosto pela leitura ou não, dizer qual o primeiro livro que leu, qual foi o mais interessante, quem o incentivou, qual gênero de leitura preferido, entre outros aspectos. Ao final do projeto será retomado este vídeo para avaliar as opiniões dos alunos sobre a leitura. Para Candido (2000), a leitura revela-se como instrumento de instrução e educação, entrando nos currículos, como ferramenta intelectual e afetiva, reforçando o seu aspecto antagônico nas manifestações da ficção, da poesia e da ação dramática, haja vista que ao mesmo tempo em que confirma e nega, propõe e denuncia, apoia e combate. A literatura, assim proscrita ou sancionada, evidencia o fator transformador, humanizador e ideológico a que está submetida. O livro torna-se, portanto, um instrumento considerado perigoso para algumas culturas, já que o mesmo ameaça convenções, gera conflitos e transcende normas estabelecidas na vida em sociedade.

Percebe-se que as atividades apresentadas até o momento são de interação e de desafio aos alunos, pretendendo assim retirá-los do lugar comum e transportá-los para um mundo a ser desvendado: o mundo mágico da leitura.

HORA DO CONTO

Tendo como objetivo aproximar o aluno da leitura propriamente dita, ou seja, do texto escrito, será apresentado um texto do gênero fantástico “A anã pré-fabricada e seu pai, o ambicioso marretador”, do autor contemporâneo Ignácio de Loyola Brandão. Após a leitura do texto, realizada de forma individual, será trabalhado a compreensão e interpretação, de modo coletivo. Para essa atividade de leitura serão utilizadas as etapas do letramento literário: motivação, introdução, leitura e interpretação, bem como alguns conteúdos básicos, tais como: finalidade, interlocutor, marcas linguísticas, contexto de produção, vozes sociais, intencionalidade do texto e semântica.

Dados sobre o autor (a):

Ignácio de Loyola Lopes Brandão (Araraquara, 31 de julho de 1936) é um contista, romancista e jornalista brasileira.

Filho de um ferroviário, seu primeiro trabalho informal de jornalismo foi em uma crítica de cinema no jornal A

Folha Ferroviária, em 19521, mas, desde pequeno, Loyola sonhava conquistar o mundo com sua literatura; se não, pelo menos voltar vitorioso para sua cidade natal. Sua carreira começou em 1966 com o lançamento de Depois do Solo, livro de contos no qual o autor já se mostrava um observador curioso da vida na cidade grande, bem como de seus personagens. Trabalhou como editor da Revista Planeta entre 1972 e 19762.

Dono de um "realismo feroz", segundo , seu romance Zero foi publicado inicialmente em tradução italiana. Quando saiu no Brasil, em 1975, foi proibido pela censura, que só o liberou em 1979. Em 2005, virou cronista do jornal "O Estado de São Paulo" e em 2008, o romance O Menino que Vendia Palavras, publicado pela editora Objetiva, ganhou o Prêmio Jabuti de melhor livro de ficção do ano.

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ign%C3%A1cio_de_Loyola_Brand%C3%A3o. Acesso em 25 de agosto de 2014.

Professor (a) Como forma de adentrar ao mundo da narrativa fantástica e compreender a finalidade do texto serão apresentados alguns conceitos que se fazem necessários antes da análise de um gênero literário. Para elucidar algumas possíveis definições do que vem a ser o gênero fantástico ou conto fantástico será solicitado aos alunos para que façam algumas deduções sobre o assunto.

Deve -se instigá-los sobre a existência de contos populares do folclore brasileiro, lendas, mitos, causos, lendas infantis, lendas urbanas, entre outras histórias do imaginário popular.

Para aperfeiçoar o trabalho, será entregue aos alunos uma apostila elaborada com alguns textos informativos que tratará da definição literária, do termo fantástico, encontrada no dicionário e em outros artigos científicos, a definição do gênero conto, a diferença entre conto fantástico e conto maravilhoso, bem como os elementos que compõem a narrativa.

Conto: uma narrativa rápida que surpreende o leitor.

O conto é uma forma de narrativa literária que chama o leitor a interpretar os silêncios, as entrelinhas do texto. Tal narrativa se dá de forma rápida e com um ritmo intenso, para ser lido sem interrupções, de uma vez só. No conto o autor não se apega a detalhes dos personagens, desenvolvendo seu texto de forma concisa e direta produzindo uma só impressão no seu receptor. Não há uma fórmula estanque para se escrever um conto, cada autor tem seu modo peculiar de chegar ao seu objetivo, que é prender o espectador e surpreendê-lo ao final da narrativa.

Cortázar afirma em seu livro Valise de Cronópio (1974) que o conto deve “nocautear” o receptor, de modo a ser impactado pela leitura, assumindo um papel dinâmico e criador diante do narrado.

Aluno (a), agora é a sua vez!

Professor, ativando o conhecimento prévio dos alunos sobre o gênero conto fantástico, pergunte:

1) Você sabe o que é um conto? 2) O que quer dizer a palavra: “fantástico”?

3) O que será que caracteriza um conto como fantástico? (Pode-se lembrar de filmes com elementos fantásticos).

4) Com que propósito comunicativo/objetivo um autor escreve um conto fantástico?

5) Por que será que as pessoas gostam de ler contos fantásticos?

6) Quais os temas possíveis abordados pelo conto fantástico?

(Nível de compreensão esperado: conhecimentos básicos sobre o gênero).

HORA DO CONTO

Apresentação do conto “Natal da Barca”, de Lygia Fagundes Telles, narrado pela atriz Beatriz Segall. A história se passa na véspera de Natal, em um barco dentro de um rio, quatro passageiros fazem a travessia: um velho bêbado, a narradora e a moça das redondezas que traz o filhinho no colo. Neste conto é possível evidenciar a presença do realismo fantástico nas histórias cotidianas do povo brasileiro. Podemos apreender nesta narrativa, o milagre da fé, a ilusão e a descrença como ingredientes do desfecho.

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=8rWsAY1JxQ4. Acesso em: 02 de setembro de 2014.

Após assistirem ao vídeo que narra o conto, o professor poderá questionar sobre alguns conceitos e conteúdos básicos desta Unidade Didática.

Dados sobre o autor (a):

Lygia Fagundes Telles escritora, contista e advogada nasceu em São Paulo, em 19 de abril de 1923, filha de Durval de Azevedo Fagundes e Maria do Rosário Silva Jardim de Moura. Sua infância foi marcada por um nomadismo incessante, uma vez que seu pai, delegado e promotor, estavam sempre peregrinando pelo interior paulista. A menina cresce ouvindo histórias narradas por pajens e outras crianças. Seu primeiro contato com a literatura é através das histórias de terror, povoadas de personagens folclóricos, como mulas-sem-cabeça, lobisomens e outros. De retorno a capital ela passa a estudar no Instituto de Educação Caetano de Campos, e lá trava conhecimento com o professor Silveira Bueno, que estimula sua vocação literária. Em 1938, a autora lança seu primeiro volume de contos, Porão e Sobrado, com o auxílio do pai, que paga esta edição, na qual ela utiliza o nome Lygia Fagundes. Mais tarde, já sabendo ler e escrever, Lygia passa a criar suas próprias narrativas e, aos oito anos, já anota no caderno os contos que irá transmitir para sua pequena plateia nos círculos caseiros. Atendendo a um pedido do cineasta Paulo César Sarraceni, ela adapta para as telas do cinema a obra de Machado de Assis, D. Casmurro, em parceria com Paulo Emílio, roteiro batizado como Capitu. Sua obra é hoje internacionalmente reconhecida.

Disponível em:http://www.infoescola.com/escritores/lygia-fagundes-telles/. Acesso em 25 de agosto de 2014.

Aluno (a), agora é a sua vez!

O quadro abaixo indica os elementos da estrutura do conto fantástico. Pode haver alguma variação nessa estrutura e nas características do conto. Complete-o.

ELEMENTO DO CONTO Anote as informações do texto em FANTÁSTICO forma de tópicos:

Situação inicial: Personagens:

• Personagens humanos, pessoas O que fazem? comuns fazendo alguma coisa normal – narrador do conto Onde vivem? participa da história.

Interferência de algo perturbador O que acontece de perturbador:

• Elemento estranho, fantástico, Qual a dúvida do narrador ou fora do comum, aparentemente personagens: sobrenatural. Características que propiciam o mistério: • Narrador e/ou outros personagens manifestam dúvidas sobre se esse elemento é real ou imaginação, sonho, algum tipo de alucinação.

Será possível? Será verdade? Não será...?

+ características do lugar e/ou das pessoas que propiciam o mistério

Evolução da narrativa Que acontecimentos se sucedem:

• Certos acontecimentos vão criando um conflito no conto (a história vai evoluindo em função daquele elemento perturbador – fantástico, mas ainda não bem compreendido – citado inicialmente).

+ características do lugar e/ou das pessoas que propiciam o mistério

• O leitor sente que algo grave, trágico, fantástico está para acontecer.

Momento de maior tensão da Momento de maior tensão da história história (clímax) (clímax):

•Acontecimento final antes do desfecho que trará esse algo grave, trágico, fantástico. Momento de maior tensão da história (clímax):

Desfecho da história Que acontece de fantástico e ao mesmo tempo duvidoso: • Algo fantástico acontece e confirma o elemento fantástico inicial. Ao mesmo tempo deixa a dúvida no leitor: será possível? Explica? Fonte: Projeto Observatório/UNITAU – CAPES - 2011-2014.

Obs.: O conto fantástico se define de várias maneiras: conto fantástico por si só, conto fantástico por ironia (para criticar aspectos do comportamento humano) e conto fantástico como metáfora de desafios, proibições, medos, descrenças, situações de humilhação ou repressão por forças e valores instituídos pela sociedade. Esse que você leu, qual é?

Resposta:

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=8rWsAY1JxQ4. Acesso em 02 de setembro de 2014.

SEGUNDO ENCONTRO

Professor (a)

Dando continuidade a apresentação da narrativa fantástica, neste segundo encontro, propõe-se a apresentação do filme “O Balão Vermelho”, com o objetivo de introduzir, por meio do cinema, outras maneiras de representar as temáticas do insólito, do fantástico e/ou do sobrenatural.

A presença do realismo fantástico se tornou comum nos filmes, novelas e minisséries, porém, muitas vezes, passa despercebida pelos alunos, necessitando ativar o subconsciente para interpretá-lo.

2- Atendimento do Horizonte de Expectativa:

PROPOSTA DE ATIVIDADE:

 Como forma de ilustrar a concepção do gênero fantástico em diferentes suportes, será apresentado o curta metragem Le Ballon Rouge (1956) e o quadro Balão Vermelho (1922), de Paul Klee, para um possível diálogo intertextual. Como estratégia de motivação, será entregue, anteriormente, aos alunos uma sinopse do filme e pirulitos vermelhos para instigá-los acerca do enredo do filme.

INFORMAÇÃO TÉCNICA:

Título no Brasil: O balão vermelho Título original: Le Ballon Rouge Ano de lançamento: 1956 Gênero: Aventura País de origem: França Duração: 34 minutos Direção: Albert Lamorisse

Sinopse do filme em: http://www.cineplayers.com/filme/o-balao-vermelho/6084. Acesso em 03 de setembro de 2014.

Assista ao filme em: http://www.youtube.com/watch?v=2ndR0oBdlaY. Acesso em 03 de setembro de 2014.

SINOPSE: O filme conta a história de um menino pobre do subúrbio de Paris, chamado Pascal, que no caminho para escola encontra um balão vermelho, preso num poste. Após ser liberto, o brinquedo se torna o melhor amigo do menino, passando a segui-lo por toda a cidade. Ao levar o balão para passear, encontra dificuldades na rua, pois não é em todos os lugares que o balão é bem-vindo, como, por exemplo, na escola, onde tem que ficar para fora para não causar alvoroço entre os alunos. Entretanto, o balão é um brinquedo diferente dos outros, possui cérebro e vontade própria. A amizade dos dois causa admiração de todos na vizinhança, mas ao ser visto pelos meninos do bairro torna-se objeto de desejo e

começa a ser perseguido.

Atividade de leitura e interpretação do filme: “O balão vermelho”.

1- Em sua opinião, a ausência de cores, luz e som compromete a compreensão do filme?Justifique. 2- Justifique o título do filme. A cor vermelha é simbólica, o que ela representa? 3- Qual a personagem principal da história? Como ela se denomina, conforme os elementos da narrativa? 4- Faça um levantamento dos conflitos vividos pelas personagens da história. Tais problemas são verossímeis?Justifique.

5- De acordo com os elementos da narrativa caracterize: - personagens: - ambiente: - conflitos: - componente inverossímil: - desfecho:

6- Identifique os elementos fantásticos apresentados no filme. Podemos elencar três acontecimentos nos quais esses elementos se apresentam. Quais são eles? R: 1º- O aparecimento do balão vermelho com sua vontade própria, 2º- o surgimento repentino de vários balões e o 3º- a viagem ou passeio do menino com um feixe de balões no final do filme. (ações sobrenaturais).

7- Qual a relação existente entre o menino e o balão? E entre o menino e os colegas da escola?

8- Elenque duas características do menino e do balão. PERSONAGEM CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS PSICOLÓGICAS MENINO

BALÃO CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS PSICOLÓGICAS

9- Que trecho do filme contribui para o clima ou momentos de tensão na história? Clímax: é o momento de maior emoção ou conflito em uma narrativa. Descreva-o.

10- Explique por que o balão se tornou objeto de desejo dos meninos?

11- Podemos afirmar que quando o menino deixa o balão de lado e tem outro objeto de desejo (o doce), apresenta-se um conflito na narrativa?Justifique.

12- O que chamou mais sua atenção no filme?

13- Em sua opinião, o final do filme é coerente com a narrativa?Justifique.

1-Sugestão de atividade extraclasse

O filme “O Balão Vermelho” produzido a mais de 50 anos é considerado um clássico atemporal. Você sabe o que é um clássico? Quando uma obra pode ser considerada clássica? Elabore ou produza um comentário crítico sobre o filme, analisando o tema retratado e o realismo fantástico presente na narrativa.

2- Atividade para um debate:

A xenofobia se caracteriza não apenas pelo medo, aversão ou a profunda antipatia em relação aos estrangeiros, a desconfiança em relação a pessoas estranhas ao meio daquele que as julga, mas de outras culturas, subculturas, sistemas de crenças ou características físicas. O medo do desconhecido pode ser mascarado no indivíduo como aversão ou ódio, gerando preconceitos. Percebe-se que a personagem do filme tem um nível socioeconômico inferior aos demais alunos da classe. Em sua opinião, este fato impedia o menino de se relacionar com os demais, tornando-se uma criança solitária, procurando a amizade e fidelidade de um brinquedo? Escreva um parágrafo argumentativo sobre este assunto.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Xenofobia. Acesso em 04 de setembro de 2014.

Saiba mais: O que é uma obra clássica?

Livros ou filmes clássicos são obras que não perdem seu valor artístico e estético através dos tempos. Geralmente sua história é capaz de tocar pessoas de diferentes culturas e contextos, na maioria das vezes porque trata de temas que podem ser entendidos por leitores de diversas idades, como: amor, ódio, morte, entre outros temas universais. Uma obra clássica serve de modelo e inspiração para velhos e novos autores. Um clássico apresenta três características: não perder seu valor com o tempo, possuir apelo universal e exercer influência em outros textos e contextos. Vale lembrar que uma “obra nova”, pode ser considerada um clássico no momento do seu lançamento, considerando seu valor estético, sua abordagem a temas universais e pelo seu estilo literário que atrai os leitores.

http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2014/02/25/1084259/e-um-livro-classico.html. Acesso em 07 de setembro de 2014.

O escritor Ítalo Calvino, em sua obra “Por que ler os clássicos” (2007), apresenta algumas definições para os clássicos: Os clássicos são aqueles dos quais, em geral, se ouve dizer. “Estou relendo...” e nunca “Estou lendo...”. Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer. Os clássicos são aqueles livros que chegam até nós trazendo consigo as marcas das leituras que precederam a nossa e atrás de si os traços que deixaram na cultura ou nas culturas que atravessaram (ou mais simples na linguagem ou nos costumes).

TERCEIRO ENCONTRO

Professor (a)

Como já se pode perceber, são riquíssimos os diálogos entre os textos na Literatura e na Arte. Entretanto, para perceber as relações intertextuais, as referências de um texto a outro dependerá do repertório do leitor, do seu acervo de conhecimentos literários e de outras manifestações culturais. Nesta atividade, pretende-se explorar a leitura e análise da pintura “O balão vermelho”, de Paul Klee, realizada apenas na oralidade e de forma coletiva. A análise intertextual terá como parâmetro o diálogo com o filme “Balão Vermelho”. Pretende-se, assim, estabelecer uma relação implícita de similaridade entre as obras.

ATIVIDADES DE INTERTEXTUALIDADE

Balão Vermelho Paul Klee Ficha Técnica - Balão Vermelho:

Autor: Paul Klee Onde ver: Guggenheim Museum, Nova York, Estados Unidos Ano: 1922 Técnica: Óleo sobre gaze com base de gesso, montada em madeira Tamanho: 31,7cm x 31,5cm Movimento: Expressionismo Alemão

Curiosidade: O "Balão Vermelho" encontra-se no Museu Guggenheim em Nova Iorque.

Disponível em: http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2012/05/16/931300/conheca- balo-vermelho-paul-klee.html. Acesso em 04 de setembro de 2014.

Atividade de leitura e interpretação da pintura: “Balão vermelho”, de Paul Klee.

Possível roteiro ou análise para a “Roda da Conversa”:

1- Analisando a pintura de “Balão Vermelho”, de Paul Klee, responda as seguintes questões: a- Há coerência entre o título e a obra? Que elemento simbólico se destaca na obra? b- Qual o tema enfocado na pintura? c- Que sentimento esta obra despertou em você? d- Esta obra é abstrata ou figurativa (representa a realidade)? e- Em sua opinião, esta obra é destinada a um tipo de público específico?Justifique.

2- É possível estabelecer um diálogo (intertextual) entre a pintura de Paul Klee e o filme O Balão Vermelho? Em quais aspectos se assemelham ou se distanciam?

3- Caso você não soubesse o título desta pintura, que outro título você daria a esta obra?

4- Que elementos simbólicos são comuns nos dois textos? O que eles representam?

6- O que há de comum, em relação ao espaço, nas duas obras?

7- O que há de inverossímil nas duas obras?

8- As duas obras possuem valor artístico e cultural. Em sua opinião, qual delas expressa mais sentimentos ou sensibilidade ao ser assistida ou analisada? Explique.

9- Tendo como suporte os meios de comunicação de massa, como: a televisão, a internet, o livro, a biblioteca, o museu, o cinema entre outros, quais deles são mais acessíveis aos alunos da nossa comunidade para que possam contemplar a Arte e a Literatura? Quais desses meios você mais se utiliza para leitura e informação?

Cândido (2000) no ensaio: “O direito à literatura”, enfatiza que se torna cada vez mais preocupante a estratificação dos bens incompreensíveis (subjetivos e supérfluos), haja vista que são tratados como compreensíveis (indispensáveis: alimento/educação/cultura), resultando no acesso restrito do homem do povo aos clássicos da literatura, às obras eruditas, ficando apenas a literatura de massa acessível aos alunos que, na maioria das vezes, é apresentada na escola de forma fragmentada.

Nos estudos sobre “A Indústria Cultural: o esclarecimento como mistificação das massas”, Adorno (1947) enfatiza que a imposição da cultura de massa pela mídia determina os valores de comportamento e, até mesmo, as ideologias, seguidas e almejadas pela sociedade, inibindo a capacidade de imaginação, criatividade e pensamento do ser humano, que passa a aceitar passivamente os fins previamente estabelecidos pelos detentores do poder. O autor alerta que a indústria cultural impede a formação de indivíduos autônomos, independentes, capazes de julgar e decidir conscientemente sobre os bens de consumo aos quais tem acesso e que são determinados pelos meios de comunicação. Nessa trama até mesmo os gostos, as escolhas e a felicidade são condicionadas e influenciadas por esta indústria que, além de massificar a cultura, dita regras e ideais a sociedade.

Na obra, Literatura e Resistência, no capítulo: “Os Estudos Literários na Era dos Extremos” (BOSI, 2002), ressalta que o mundo das imagens, projetado pela cultura de massa, por meio das artes e meios de comunicação contemporâneos, como o cinema, a televisão e os meios eletrônicos, dispensa a mediação literária tradicional, já que atende a um imaginário estereotipado, ou seja, a um público massa atrelado à cultura de massa.

QUARTO ENCONTRO

Professor (a)

Neste quarto encontro iniciamos um trabalho mais efetivo com o Letramento Literário, haja vista que esta metodologia trabalha com obras literárias. Apreende-se que, no momento da leitura, o leitor estabelece relação de interação com o texto, construindo e reconstruindo sentidos. Por meio da leitura do conto fantástico “Casa tomada”, de Julio Cortázar, objetiva-se proporcionar aos alunos um contato mais efetivo com o texto narrativo, especificamente, o gênero conto.

A intertextualidade pode-se dar entre diferentes tipos de textos de uma mesma linguagem ou temática. Neste trabalho, esse recurso pedagógico permeará todos os gêneros literários e artísticos selecionados para dialogarem entre si. Para melhor compreensão dessa interação intertextual, esse recurso se fará presente na compreensão e diálogo com o filme “Os outros”, de Alejandro Amenábar e a música “Paranóia”, de Raul Seixas.

3-Ruptura do Horizonte de Expectativa

Saiba mais sobre o “Letramento Literário” na escola.

O livro Letramento Literário: teoria e prática, de Rildo Cosson é uma proposta metodológica prática e possível para um trabalho de incentivo à leitura de textos literários na escola, como forma de escolarização da literatura, no aprimoramento e aperfeiçoamento do desempenho escolar, planejado e assessorado sistematicamente pelo professor. Para compreendermos como o processo da leitura se consolida, Cosson (2011) ressalta:

A leitura é o resultado de uma série de convenções que uma comunidade estabelece para a comunicação entre seus membros e fora dela. Aprender a ler é mais do que adquirir habilidade, e ser leitor vai além de possuir um hábito ou atividade regular. Aprender a ler e ser leitor são práticas sociais que medeiam e transformam as relações humanas (COSSON, 2011, p.40).

Partindo deste princípio, o letramento literário necessita de um tratamento diferenciado na escola, enfatizando a leitura por meio de oficinas dirigidas, buscando desenvolver a competência leitora dos alunos utilizando estratégias específicas. Desta forma, faz-se necessário conhecer as etapas do Letramento Literário. Antes de iniciar a leitura do conto, há a necessidade de compreender como se dará a sequência básica do Letramento Literário: a motivação, a introdução, a leitura e a interpretação. Embora essas quatro etapas do letramento literário se realizarão concomitante ao trabalho de mediação de leitura do professor junto aos alunos, faz- se necessário, neste momento, esclarecer algumas questões. Nas etapas de motivação e introdução, aproveitaremos o trabalho com os vídeos, textos e filmes anteriores, que se referem à atividade de inferência e previsão sobre o título, ou seja, a relação entre os personagens e o ambiente (a casa), o elemento sobrenatural ou fantástico no conto, os supostos personagens secundários. Na segunda etapa, que é a leitura propriamente dita, o professor após uma primeira leitura realizada pelos alunos, mediará algumas partes do texto, como a semântica e a sintaxe, bem como, os elementos que compõem a narrativa: tipo de narrador e de personagens, enredo, com clímax e desfecho, tempo e espaço da narrativa para que a interpretação se efetive.

Professor (a): Antes da leitura do conto “Casa Tomada”, de Julio Cortázar, o professor poderá trabalhar com a primeira etapa do Letramento Literário que é a motivação, questionando e instigando sobre o que sugere o título do texto.

Dados sobre o autor:

Julio Cortázar, romancista e contista argentino nascido na Bélgica (26/8/1914-12/2/1984). Explorando a realidade e a irrealidade, renova a literatura latino-americana de língua espanhola. Sua obra questiona o convencional, procurando um conhecimento que dispense o auxílio da lógica.

Em seus romances, o fantástico tem origem no cotidiano. Embora nascido em Bruxelas, Cortázar é filho de argentinos e é educado na Argentina. Começa a trabalhar em Buenos Aires, como tradutor e professor secundário. Recusa uma cátedra universitária por divergir da política de Juan Domingo Perón.

Julio Cortázar, em 1951, exila-se na França, onde mora até a morte, tendo adotado a cidadania francesa em 1982. Estreia na literatura com o poema dramático Los Reyes (1949), já prenunciando a abordagem de temas fantásticos. Publica, entre outros, os livros Bestiário (1951), História de Cronopios e Famas (1962), O Jogo da Amarelinha (1966) e Livro de Manuel (1973).

Sua última obra é Os Autonautas da Cosmopista (1982), escrita em colaboração com sua companheira, Carol Dunlo.

Disponível em: https://www.algosobre.com.br/biografias/julio-cortazar.html. Acesso em 04 de setembro de 2014.

HORA DO CONTO

Leia o conto “Casa tomada”, de Julio Cortázar.

Disponível em: https://www.algosobre.com.br/biografias/julio-cortazar.html. Acesso em: 05 de setembro de 2014.

Casa tomada

Gostávamos da casa porque, além de ser espaçosa e antiga (as casas antigas de hoje sucumbem às mais vantajosas liquidações dos seus materiais), guardava as lembranças de nossos bisavós, do avô paterno, de nossos pais e de toda a nossa infância. (...)

Acesse o link para ler na íntegra.

Disponível em: http://releituras.com/jcortazar_casa.asp. Acesso em 09 de setembro de 2014.

Aluno (a), agora é a sua vez!

Atividade de leitura e interpretação do conto “Casa tomada”, de Júlio Cortázar.

A leitura de contos fantásticos por seu caráter surreal potencializa o imaginário do leitor, permitindo várias significações e possibilita-lhe a criação de um mundo mágico e simbólico como metáfora do mundo real.

1- Em sua opinião, o que sugere o título? 2- Qual a temática apresentada na narrativa? 3- Em qual parte da narrativa podemos perceber a presença do fantástico (sobrenatural)? Exemplifique com trechos do texto. 4- O que representa o fantástico no conto? 5- Você acha que a casa, nesse conto, tem atributos humanos? Nesse sentido, ela pode ser considerada uma personagem? Exemplifique com partes do texto. 6- Como você descreveria as personagens do conto:

Personagens Características físicas Características psicológicas Irene Primos Casa Narrador

7- Marque um (X) na alternativa correta: a)- Foco narrativo: O texto foi narrado : ( ) na 1ª pessoa do singular ( ) na 3ª pessoa do plural Comprove com trechos do texto:......

b)- A história é narrada a partir de um ponto de vista. O narrador do conto é: ( ) narrador-personagem ( ) narrador- observador

c)- O tempo da narrativa é: ( ) cronológico ( ) psicológico

8- Que tipo de relacionamento há entre as personagens, o narrador e Irene?

9- As personagens anulam suas vidas para dedicarem-se a casa. No entanto, sua convivência diária os aproxima cada vez mais, porém, eles “se recusavam a pensar”, “recusavam o real”. Este fato pode ser interpretado como um desejo oculto de um pelo outro? Explique.

10- Em sua opinião, a obsessão pela limpeza e cuidado com a casa mantêm os irmãos cada vez mais unidos às recordações da família. Essa atitude pode significar uma conexão forte com seus antepassados, a ponto de “os espíritos” permanecerem “vivos” na casa? Analise.

11- É possível afirmar que por ser a casa uma herança familiar, repleta de recordações e memórias, ela se torna um templo sagrado, intocável, repressor da liberdade, autonomia e decisões da vida das personagens principais? Justifique.

12- Conforme a casa ia sendo “tomada”, as personagens se “acomodavam” cada vez mais e não reagiam simplesmente se limitavam a um espaço cada vez menor. Podemos afirmar que este era o desejo oculto das personagens, que preferiam continuar com as ações rotineiras sem enfrentar mudanças e desafios? Explique.

13- Pode-se afirmar que, pelos medos paranoicos dos irmãos, os ruídos podem ser simbólicos e imaginários, consequentes da forma de suas vidas, oprimidas e cerceadas pelas lembranças repressoras do passado? Justifique.

14- Em sua opinião, em que aspectos a casa foi “tomada”? Por espíritos sobrenaturais, pela própria casa, pelos parentes mortos, pelo vínculo excessivo com a tradição a ponto de limitar suas ações, pelos desejos das personagens em serem expulsos de um espaço opressor (prisão dos sentimentos) e poderem viver um romance proibido?

15- Qual o momento de maior clímax da narrativa? Descreva-o.

16- Em que trechos do texto há quebra da expectativa dos personagens? Identifique com trechos do texto.

17- Como se apresenta o desfecho da história?

18- O final do conto cumpre a expectativa inicial? Explique.

19- Em sua opinião, o final poderia ser diferente?Justifique.

20- O conto fantástico se define de várias maneiras: conto fantástico por si só, conto fantástico por ironia (para criticar aspectos do comportamento humano) e conto fantástico como metáfora de desafios, proibições, medos, descrenças, situações de humilhação ou repressão por forças e valores instituídos pela sociedade. Esse que você leu, qual é?Justifique.

20- Desafio: Atividade de interação. Em dupla, elabore um desfecho diferente para o conto.

Sugestão: Assista ao filme “A casa tomada” no youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=7WCkhLhR2xk

http://www.youtube.com/watch?v=bmQ4rNogW5g

Após a exploração do conto fantástico, apresentaremos o filme “Os outros”, de Alejandro Amenábar, para um possível diálogo intertextual.

Julia Kristeva (1969) chegou à noção de intertextualidade tendo como base os estudos de Tynianov e Bakhtin, termo esse utilizado para designar o processo de produtividade do texto literário. Segundo a autora a produtividade existe porque é inerente ao processo de criação, pois todo texto é absorção e transformação de outro texto. Assim, um texto é absorção e réplica de uns ou mais textos.

QUINTO ENCONTRO

Para esta atividade será entregue um “marca texto” contendo a capa ilustrativa e a sinopse do filme. Embora seja possível que alguns alunos já tenham assistido ao filme, sugere-se, na etapa da motivação, uma possível previsão do enredo. Será servida pipoca aos alunos nesta atividade. Informação técnica:

Título original: The Others

Título no Brasil: Os Outros

Lançamento: 27 de outubro de 2001(1h45min)

Dirigido por: Alejandro Amenábar

Elenco: Nicole Kidman, Elaine Cassidy, Christopher Eccleston

Gênero: fantasia, drama e terror

Nacionalidade: França, EUA, Itália e Espanha

Assista ao filme em: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-26832/. Acesso em 09 de setembro de 2014.

Sinopse do filme em: http://www.interfilmes.com/filme_14100_Os.Outros- %28The.Others%29.html. Acesso em 10 de setembro de 2014.

SINOPSE: Grace (Nicole Kidman) durante a 2ª Guerra Mundial muda-se, juntamente com seus dois filhos, para uma velha mansão isolada na ilha de Jersey, a fim de esperar o retorno do marido da guerra. Seus filhos possuem uma rara e estranha doença, não podem receber luz solar, pois são fotossensíveis. A casa onde vivem está sempre em total escuridão. A família vive sozinha seguindo religiosamente certas regras, como nunca abrir uma porta sem fechar à anterior, mas quando eles recebem novos empregados para a casa, estas regras são desobedecidas, fazendo com que coisas imprevisíveis ocorram, trazendo à tona um passado assustador e surpreendente.

Aluno (a), agora é a sua vez!

Atividade de leitura e interpretação do filme “Os Outros”.

Após assistirem ao filme “Os Outros” respondam as seguintes questões:

1- Pelo título é possível saber qual é o assunto do filme?

2- Justifique o título do filme?

3- O que acontece de estranho, inusitado, fora do comum, aparentemente sobrenatural, que perturba a normalidade da “vida” dos personagens?

4- Por que este filme pode ser considerado um gênero fantástico?

5- Responda com trechos do filme: - O clímax da narrativa (momento de maior tensão): -Quais os conflitos vividos pelas personagens? São situações verossímeis ou inverossímeis? Explique.

4-Quais as características das personagens? - mãe: - filho: - filha: - empregados:

5- Fazendo uma comparação ou análise literária entre o filme “Os Outros” e “A Casa Tomada”, o que há de semelhante e diferente entre essas obras? Complete o quadro.

Filme/Conto Os outros A casa diferenças semelhanças tomada Personagem(s) A mãe Grace: Os irmãos: principal(s)

ambiente

conflito

Componente inverossímil desfecho

5 – Que fato levou a mãe a viver em um universo paralelo, retornando a sua casa e continuando a sua vida anterior?Justifique.

6- Justifique quem era “Os outros” no filme?

7- Qual a sua opinião sobre o desfecho do filme?

8- O conto fantástico se define de várias maneiras: conto fantástico por si só, conto fantástico por ironia (para criticar aspectos do comportamento humano) e conto fantástico como metáfora de desafios, proibições, medos, descrenças, situações de humilhação ou repressão por forças e valores instituídos pela sociedade. Esse que você leu, qual é?

Resposta:

SEXTO ENCONTRO

Professor (a):

O terceiro gênero escolhido para dialogar com o conto “Casa Tomada” e o filme “Os Outros” é uma música do cantor e compositor Raul Seixas, intitulada “Paranóia”. Nesta etapa, o trabalho com a música visa possibilitar uma interpretação mais poética, subjetiva do tema e da linguagem, procurando encontrar elementos que dialoguem com o conto, o filme e tudo aquilo que o aluno possa perceber de análogo em sua vida.

Outra sugestão de filme seria “Amnésia”, de Christopler Nolan, lançado em 2001, 1h56min. Conta a história de um homem que perde sua memória após o trauma do assassinato de sua esposa e volta ao local do crime para tentar encontrar o assassino de sua esposa e poder vingá-la.

MÚSICA

Letra da Música: Paranóia de Raul Seixas

Quando esqueço a hora de dormir E de repente chega o amanhecer Sinto a culpa que eu não sei de que Pergunto o que eu fiz? Meu coração não diz e eu... Eu sinto medo! Eu sinto medo!

Se eu vejo um papel qualquer no chão Tremo, corro e apanho pra esconder Com medo de ter sido uma anotação que eu fiz Que não se possa ler E eu gosto de escrever, mas... Mas eu sinto medo! Eu sinto medo!

Tinha tanto medo de sair da cama à noite pro banheiro Medo de saber que não estava ali sozinho porque sempre... Sempre... sempre... Eu estava com Deus! (...) Acesse a letra da música na íntegra e assista ao vídeo de Raul Seixas. Disponível em:http://letras.mus.br/raul-seixas/103212/. Acesso em 11 de setembro de 2014.

Atividade de leitura e interpretação da música: “Paranóia”, de Raul Seixas.

1-O que sugere o título da música?

2- Você conhece pessoas que sentem medo de tudo?

3- Quais são as possíveis temáticas apresentadas na música?

4-Em sua opinião, pessoas paranoicas são: ( ) inseguras ( ) possuem baixa autoestima ( ) não acreditam em Deus ( ) têm pouca fé ( ) têm dificuldade de lidar com os problemas do cotidiano ( ) Outros...

5-Quais são as preocupações (conflitos) vividas pelo “eu lírico” do poema? Em sua opinião, esses conflitos são comuns a todas as pessoas ou são sentimentos subjetivos do “eu lírico” do texto?

6-Qual a relação existente entre as personagens do conto “A casa tomada”, o filme “Os Outros” e a música “Paranóia”?

7- É possível estabelecer uma intertextualidade entre os conflitos vividos pelas personagens? Exemplifique com partes do texto.

8-Podemos aferir que o “eu lírico” da música é do gênero masculino ou feminino? Comprove com versos do texto.

9- O que sugere as supressões (reticências) utilizadas no texto?

10-A música é narrada em qual pessoa do discurso? Como você comprova?

11- Que recursos permitem perceber a sonoridade na música? Explique.

Sugestão Conheça a música Paranóia II de Raul Seixas. http://musica.com.br/artistas/raul-seixas/m/paranoia-ii/letra.html. Acesso em 11 de setembro de 2014. Biografia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Raul_Seixas. Acesso em 11 de setembro de 2014.

Como atividade de aperfeiçoamento e incentivo à leitura serão entregues aos alunos textos variados do gênero fantástico de autores como: Jorge Luiz Borges, Gabriel Garcia Marquez, J. J. Veiga, Murilo Rubião, Machado de Assis, Lygia Fagundes Telles, Ignácio de Loyola Brandão, Moacir Sclyar, entre outros, para tarefa de casa. O objetivo dessa atividade é que cada grupo de três alunos receba o mesmo texto para expor e dialogar junto à sala, coletivamente.

SÉTIMO ENCONTRO

Professor (a):

A literatura comparada é uma forma específica de interrogar os textos literários na sua interação com outros textos, literários ou não, e outras formas de expressão cultural e artística. Alguns escritores da literatura brasileira utilizaram-se da intertextualidade para evidenciar a apropriação das diferentes vozes presentes nos textos, tais como: Castro Alves, Gonçalves Dias, Carlos Drummond, Cassiano Ricardo, Machado de Assis, entre outros. Assim, ao lermos um texto estamos lendo, por meio dele, o gênero a que pertence, e, sobretudo, os textos que o autor leu, independente de serem literários. Neste quinto encontro faremos um estudo intertextual, entre os contos “A terceira Margem do rio”, de Guimarães Rosa, “Nas águas do tempo”, de Mia Couto e a música “A terceira margem do rio”, de Milton Nascimento e Caetano Veloso, com a finalidade de se reconhecer a intertextualidade existente entre os três textos.

Dados sobre o autor:

João Guimarães Rosa (Cordisburgo, 27 de junho de 1908 — , 19 de novembro de

1967) foi um dos mais importantes escritores brasileiros de todos os tempos. Foi também médico e diplomata.

Os contos e romances escritos por Guimarães Rosa ambientam-se quase todos no chamado sertão brasileiro. A sua obra destaca-se, sobretudo, pelas inovações de linguagem, sendo marcada pela influência de falares populares e regionais, que, somados à erudição do autor, permitiu a criação de inúmeros vocábulos a partir de arcaísmos e palavras populares, invenções e intervenções semânticas e sintáticas. Sua obra mais marcante foi Grande Sertão: Veredas, romance qualificado por Rosa como uma "autobiografia irracional". No contexto literário inclui-se no realismo mágico e no regionalismo. As liberdades e as invenções linguísticas e os neologismos são algumas das características fundamentais da literatura de Guimarães Rosa.

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Guimar%C3%A3es_Rosa. Acesso em 11 de setembro de 2014 .

4- Questionamento do Horizonte de Expectativa:

Leitura do conto “A terceira margem do rio” de Guimarães Rosa

A Terceira Margem do Rio

Guimarães Rosa

Nosso pai era homem cumpridor, ordeiro, positivo; e sido assim desde mocinho e menino, pelo que testemunharam as diversas sensatas pessoas, quando indaguei a informação. Do que eu mesmo me alembro, ele não figurava mais estúrdio nem mais triste do que os outros, conhecidos nossos. Só quieto. Nossa mãe era quem regia, e que ralhava no diário com a gente — minha irmã, meu irmão e eu. Mas se deu que, certo dia, nosso pai mandou fazer para si uma canoa.

(...)

Disponível em: http://releituras.com/guimarosa_margem.asp. Acesso em 12 de setembro de 2014.

Aluno (a), agora é a sua vez!

Atividade de leitura e interpretação do conto: “A terceira margem do rio”, de Guimarães Rosa.

A terceira margem do rio

1- Os contos do Realismo Fantástico mesclam elementos da realidade e fatos absurdos ou inexplicáveis no mundo real. O que, nesse conto, faz parte da realidade que conhecemos? O que pode ser considerado absurdo, inusitado, aparentemente sobrenatural que perturba a normalidade da vida dos personagens?

2- Observe que o conto é bastante visual, é possível imaginar, por exemplo, toda a cena do rio. a)- Que técnica permite que a imagem do pai, construindo a canoa e vivendo no rio se forme para o leitor?

b)- Que impressão causa a decisão do pai?

3- É possível que o conto fantástico constitua uma alegoria? Ao falar do pai que constrói uma canoa para viver no rio, pode–se estar dizendo outra coisa, defendendo uma ideia do mundo real. Que ideia pode ser essa? Levante algumas hipóteses.

4-Que acontecimento cria um conflito na história?

5-Ao entrar na canoa, interrompendo sua rotina, o “pai” chama atenção das pessoas, qual foi a reação:

- da mãe:

- dos conhecidos:

- do filho (narrador):

6- A pedido da mãe várias pessoas foram chamadas. Identifique a finalidade:

- do irmão (da mãe):

- do mestre:

- do soldado:

- do padre:

7- A partir do momento em que a filha mostra o neto para o pai e esse não se manifesta em relação ao bebê, a família se afasta do rio e do pai. Simbolicamente, o que significa essa decisão? Que elemento, usado pelo pai, reforça essa simbologia? (canoa=caixão; abandono da família= enterro simbólico do pai). A partir deste momento a família se afasta do rio e do pai (enterro simbólico do pai pela família). 9- Sabendo-se que a morte é uma certeza absoluta e o desaparecimento (de uma pessoa) é uma incerteza absoluta, comente a decisão da família.

9-Podemos afirmar que tanto um desaparecimento como uma morte remete ao luto? Obs: O desaparecimento é uma incerteza absoluta, a morte é uma certeza absoluta, ambas remetem ao luto. 10-Todos vão embora, menos um filho (o narrador do texto), no entanto, no final do conto, como ele reage? O que sugere o desfecho?

11-Sobre o conto “A Terceira Margem do Rio” responda: a)- Foco narrativo: Terceira pessoa do singular b)- Exposição (enredo): A história é narrada por um homem, cujo pai ficou louco e permanece no rio remando uma canoa. c)- tema: O desconhecido dentro de si mesmo, o isolamento é a maneira encontrada para procurar entender os mistérios da alma, o incompreensível da vida. d)-Complicação (nó da intriga): A família tenta, em vão, dissuadir o pai do seu destino, sem resultado. Assim, resta apenas o abandono. Todos vão embora, menos o narrador. e)-Espaço: Ausência de referências geográficas e espaciais. f)-Tempo: Cronológico g)-Momento de maior emoção: Momento em que a filha mostra o neto ao pai. h) Clímax: Proposta do filho em trocar de lugar com o pai i- Desfecho: O pai vai embora para sempre.

12- Em sua opinião, este conto poderia mesmo acontecer na realidade?

14- Você conhece histórias (contos, filmes, fatos relatados por conhecidos) que têm alguma semelhança com essa?

12- O conto fantástico se define de várias maneiras: conto fantástico por si só, conto fantástico por ironia (para criticar aspectos do comportamento humano) e conto fantástico como metáfora/alegorias de desafios, proibições, medos, descrenças, situações de humilhação ou repressão por forças e valores instituídos pela sociedade. Esse que você leu, qual é?

Resposta:

Dados sobre o autor:

Mia Couto, pseudônimo de António Emílio Leite Couto (Beira, 5 de Julho de 1955), é um biólogo e escritor moçambicano. Mia Couto nasceu e foi escolarizado na Beira, cidade capital da província de Sofala, em Moçambique - África. Adotou o nome porque tinha uma paixão por gatos e porque o seu irmão não sabia pronunciar o nome dele. Com catorze anos de idade, teve alguns poemas publicados no jornal "Notícias da Beira" e três anos depois, em 1971. Além de considerado um dos escritores mais importantes de Moçambique, é o escritor moçambicano mais traduzido. Em muitas das suas obras, Mia Couto tenta recriar a língua portuguesa com uma influência moçambicana, utilizando o léxico de várias regiões do país e produzindo um novo modelo de narrativa africana. Mia Couto tem uma obra literária extensa e diversificada, incluindo poesia, contos, romance e crônica. Muitos dos livros de Mia Couto são publicados em mais de 22 países e traduzidos em alemão, francês, castelhano, catalão, inglês e italiano. http://pt.wikipedia.org/wiki/Mia_Couto. Acesso em 12 de setembro de 2014.

OITAVO ENCONTRO

Leia o conto “Nas águas do tempo”, de Mia Couto

Nas águas do tempo

Meu avô, nesses dias, me levava rio abaixo, enfilado em seu pequeno concho. Ele remava, devagaroso, somente raspando o remo na correnteza. O barquito cabecinhava, onda cá, onda lá, parecendo ir mais sozinho que um tronco desabandonado.

- Mas vocês vão aonde?

Era a aflição de minha mãe. O velho sorria. Os dentes, nele, eram um artigo indefinido. Vovô era dos que se calam por saber e conversam mesmo sem nada falarem.

- Voltamos antes de um agorinha, respondia.

(...)

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mia_Couto. Acesso em 13 de setembro de 2014.

Atividade de leitura e interpretação do conto: “Nas águas do tempo”, de Mia Couto.

1-Assim como Guimarães Rosa, Mia Couto é um escritor inventivo, que cria e recria a linguagem, obtendo sentidos diferentes (inusitados). a)- Identifique no texto alguns neologismos, ou seja, palavras inventadas pelo autor: b)- Você teve dificuldades para compreender os sentidos desses neologismos? Por que você acha que isso acontece?

2- Qual era o objetivo do avô quando navegava com o menino próximo às margens do rio. a)- O que ele pretende com isso? b)- Qual a explicação dada ao neto à capacidade de ver “os panos” ? (tradição familiar) 3-Qual(is) elemento(s) estranho, fantástico, fora do comum, aparentemente sobrenatural perturba(m) a situação inicial?Justifique.

3- No conto, as ações das personagens, somadas ao uso de expressões como “receáveis aléns”, “olhos que se abrem para dentro”, “solidão dos pântanos” e “interditos territórios”, entre outras, criam certa atmosfera no conto. Como é essa atmosfera? É uma atmosfera mágica, misteriosa e sobrenatural.

4- Quais os principais acontecimentos que criam um conflito na história?

5- Ao final do conto, o avô desce do barco e pisa ”os interditos territórios”. A partir deste momento, o neto consegue ver os panos na margem inclusive o pano vermelho de seu avô, que começa a mudar de cor. a)- Como você interpreta a mudança de cor do pano do avô? b)- O avô conseguiu atingir seu objetivo? Por quê? 4)- O conto tem por título ”Nas águas do tempo”. Segundo o avô, “a água e o tempo são irmãos gêmeos, nascidos do mesmo ventre”. a)- Considerando o desfecho do conto, de uma explicação coerente à frase do avô. b)- No último parágrafo do texto, o que representa o rio que o narrador diz ter dentro de si? c)- Qual a metáfora existente entre o rio e o ensinamento que o narrador transmite ao seu filho?

5- Podemos dizer que este conto apresenta um fundo filosófico? Por quê?

6-Sobre os contos “A terceira margem do rio” e nas “Águas do tempo”:

a) – O que pode ser considerado real e o que é fantástico?

10-Sabendo-se que os textos do Realismo Fantástico constituem uma alegoria, como você interpreta, trazendo para o mundo real, a atitude do “pai” de “A Terceira margem do rio” e do “avô” de “Nas águas do tempo”? - Qual a principal diferença no desfecho entre os dois textos?

NONO ENCONTRO

MÚSICA

Letra da música: A Terceira Margem do Rio

Milton Nascimento

Oco de pau que diz: eu sou madeira, beira Boa, dá vau, triztriz, risca certeira Meio a meio o rio ri, silencioso, sério Nosso pai não diz, diz: risca terceira Água da palavra, água calada, pura Água da palavra,água de rosa dura Proa da palavra, duro silêncio, nosso pai, Margem da palavra entre as escuras duas (...)

Disponível em: http://letras.mus.br/milton-nascimento/808210/. Acesso em 15 de setembro de 2014. Biografia de Milton Nascimento. Disponível em: http://www.miltonnascimento.com.br/site/vida.php. Acesso em 15 de setembro de 2014.

Caro (a) Professor (a): Para a realização das atividades a seguir será elaborada uma apostila de apoio ao aluno com conteúdos sobre linguagem literária e suas funções nos textos desse gênero: linguagem conotativa, função poética e emotiva, presença de figuras de linguagem e musicalidade. O objetivo desta atividade é assegurar que o aluno compreenda o conceito da função poética da linguagem, na qual as palavras e frases são combinadas de forma artística, não convencional, explorando os recursos sonoros, sintáticos e semânticos (mensagens subtendidas, elementos nas entrelinhas), buscando alcançar determinados efeitos de sentido especiais no texto.

1-Na letra da música é possível perceber que a assimilação das características da personalidade conferidas ao pai e as características do rio se mesclam. Elenque algumas características apresentadas no texto: PAI RIO-ÁGUA Calado calmo Seriedade, rijo fundo silencioso Calado, água de Rosa dura

Milton Nascimento e Caetano Veloso deixam marcas de intertextualidade na música, enfatizando a referência do diálogo estabelecido entre o conto original. Identifique os versos que contêm essas referências.

2- Identifique na música a simbologia que representam os seguintes elementos: OBS: Foram elencadas algumas possibilidades. Oco de pau canoa silêncio Pai, rio Água de rosa dura Trajetória, caminho, palavras, silêncio, subjetivo (refere-se ao autor GR). Proa da palavra Calmaria, âncora, segurança meio a meio rio ri Passagem da canoa, separação das águas, abre-se o rio. Por entre as árvores da vida Margem, limite, fronteira, solidão. Asa parada, casa da palavra, brasa da Comodismo, refúgio, silêncio, palavra por do sol, o chamado do filho (a própria canoa). Tora da palavra O próprio pai: silêncio, duro, firme, intransponível. Rio, pau enorme, nosso pai rio, canoa e o pai (as 3 margens).

4- Identifique o “eu lírico” na música: A voz do eu-lírico observador de terceira pessoa (meio a meio o rio ri) é também da personagem participante de primeira pessoa (por entre a risca da canoa / o rio viu, vi) que se funde na primeira pessoa do pretérito perfeito e/ou a segunda do plural do imperativo (ouvi, ouvi, ouvi / a voz das águas). http://cronopios.com.br/site/colunistas.asp?id=3432. Acesso em 15 de setembro de 2014.

3-Figuras de linguagem são certos recursos não convencionais que o falante ou escritor cria para dar maior expressividade à sua mensagem. Na primeira estrofe, identifique as figuras (palavras) de linguagem que representam: assonância: paranomásia: personificação: onomatopeia: b)- Na segunda e terceira estrofes, identifique as figuras (palavras) que representam: paralelismo: paronomásia: metáfora: metomínia: reiteração: 4- Represente com uma ilustração (desenho) a música apresentada.

Professor (a): Sugiro o filme “A terceira margem do rio”, com texto original de Guimarães Rosa, adaptado por Charles Douglas, com direção de Nelson Pereira dos Santos.

Disponível em: http://nossocinemanacional.blogspot.com.br/2009/10/terceira -margem- do-rio-1994.html. Acesso em 15 de setembro de 2014.

Ficha técnica: Título original: A terceira margem do rio Gênero: Drama Ano de lançamento (Brasil): 1994 País: France / Brasil Duração: 98 min / cor Direção: Nelson Pereira dos Santos Roteiro: Nelson Pereira dos Santos e Marcela Tamm

DÉCIMO ENCONTRO

Professor (a): Para um trabalho mais atrativo com a leitura, as obras foram articuladas em torno do gênero fantástico; na literatura do Surrealismo, na pintura; e de uma prática cinematográfica mais voltada para a fantasia, uma vez que esses três gêneros possibilitam um afastamento do mundo pragmático e permitem uma efetiva exploração do subjetivo do leitor/espectador, por meio de abordagens analítico-interpretativas. Pretende-se, com esta atividade, estabelecer relações de proximidade entre um conto do realismo fantástico e imagens similares às quais transcendem o real. OBS: Para ampliar os conhecimentos dos alunos sobre o Movimento Artístico do Surrealismo será elaborado um texto (apostila) informativo de apoio.

Disponível em: http://www.pinterest.com/pin/463659724106864390/. Acesso em 16 de setembro de 2014.

Dados sobre o autor: Salvador Domingo Felipe Jacinto Dali i Domènech, 1º Marquês de Dalí de Púbol (Figueres, 11 de maio de 1904— Figueres, 23 de Janeiro de 1989), conhecido apenas como Salvador Dalí, foi um importante pintor catalão, conhecido pelo seu trabalho surrealista. O trabalho de Dalí chama a atenção pela incrível combinação de imagens bizarras, oníricas, com excelente qualidade plástica.

Dalí foi influenciado pelos mestres do Renascimento. O seu trabalho mais conhecido, A Persistência da Memória, foi concluído em 1931. Salvador Dalí teve também trabalhos artísticos no cinema, escultura, e fotografia. Ele colaborou com a Walt Disney no curta de animação Destino, que foi lançado postumamente em 2003 e, ao lado de Alfred Hitchcock, no filme Spellbound. Também, foi autor de poemas dentro da mesma linha surrealista. “Estou pintando quadros que me fazem morrer de alegria, estou criando com absoluta naturalidade, sem a menor preocupação estética, estou fazendo coisas que me inspiram com uma profunda emoção e estou tentando pintá-los com honestidade.” (frase de Dalí sobre o Surrealismo). Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Salvador_Dal%C3%AD. Acesso em: 15 de setembro de 2014.

Disponível em: https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chromeinstant&rlz=1C1SAVU_enBR566B R567&ion=1&espv=2&ie=UTF-8#q=salvador+dali++o+barco+das+mariposas. Acesso em 16 de setembro de 2014.

Leitura e interpretação da pintura “O barco das Mariposas”, de Salvador Dalí.

1-Você conhece outras pinturas de Salvador Dalí? Quais são as temáticas utilizadas por ele em suas obras? (consulte a apostila).

2-Salvador Dalí pertence a um movimento artístico chamado Surrealismo. Descreva algumas características deste movimento.

3-O que há de surreal neste quadro?

4-Observe que há mariposas espalhadas pela obra toda. Onde a maioria delas está afixada? .

5-Qual a relação existente entre as mariposas e as velas do barco?

6-Justifique as cores predominantes na imagem.

7-Observe a posição das nuvens. O que ela nos faz lembrar?

8-O que se pode interpretar da função dos homens despidos nas rochas, segurando redes. O que eles pretendem fazer?

9-Analise: homens despidos, borboletas coloridas dispostas no mastro do navio como se fossem velas. O que essas figuras significam? Que tema pode-se interpretar deste quadro?

10- Analisando as obras de Salvador Dalí, como você descreveria este autor?

11-Que tipo de intertextualidade pode se estabelecer entre os contos “A terceira margem do rio”, “Nas águas do tempo”, a música “Paranoia” e “O barco das mariposas”. Comente. 12-Sugestão de atividade: Pesquisar a biografia de Salvador Dalí.

DÉCIMO PRIMEIRO

ENCONTRO

Professor (a):

A escola tem a função de proporcionar a formação literária do aluno, em especial na disciplina de Língua Portuguesa, favorecendo o contato com a obra, o autor e a construção de sentido, possibilitando a formação de um leitor crítico das obras literárias e o confronto com outros textos e contextos. Para COSSON (p.27, 2011) “a leitura é um ato solitário, mas a interpretação é um ato solidário”, daí a importância de um acompanhamento direcionado das leituras realizadas na escola tendo como objetivo, a mediação, o confronto, a troca de ideias, o compartilhamento e a formação de opiniões diversas sobre a obra lida.

5- Ampliação do horizonte de expectativa:

Neste encontro será trabalhada a leitura do romance O barão nas árvores, de Ítalo Calvino com as estratégias de leitura do Letramento Literário. Esta obra atemporal é considerada um clássico da literatura e nos remete a temáticas contemporâneas. O trabalho com um texto mais extenso tem como objetivo a mediação e o assessoramento efetivo e afetivo da leitura por parte do professor junto aos alunos. Nesta atividade, que será primeiramente desenvolvida em sala de aula, oportunizará o trabalho com as etapas da sequência básica já explorada nos contos e, também, a sequência expandida do Letramento Literário que correspondem consecutivamente às fases:

- contextualização crítica (recepção do texto literário redimensionadas no tempo e o espaço) que possibilita identificar diferentes contextos para interpretação de uma obra;

- presentificadora (atualização da obra no momento da leitura);

- temática (temas tratados na obra);

- processo de intertextualidade, explorando os diálogos possíveis com outras obras, tanto as que a precedem quanto as que lhe são posteriores nos diferentes contextos.

Para o trabalho inicial será utilizada a sequência básica do Letramento Literária que retomaremos aqui: motivação, introdução, leitura e interpretação.

ETAPA DE MOTIVAÇÃO

Como estratégia de motivação (momento da preparação do aluno para que ele “entre” no texto, ou seja, familiarize e aproxime-se do texto), serão trabalhados os aspectos físicos da obra: como a capa, a ilustração, o título, o resumo na contracapa e as possíveis previsões e inferências sobre o enredo. Para ilustrar, serão apresentadas aos alunos algumas fotos e figuras de pessoas da nobreza francesa como barões, duques, imperadores, assim como, suas moradias, palácios e casarões imperiais para análise e observação das vestimentas e costumes da época.

 Para instigar e motivar os alunos à leitura do romance será apresentada a resenha musical feita pelo grupo “Cordel de Fogo Encantado” – a música “Sobre as folhas” (ou O barão nas árvores), disco Transfiguração.

“Contarei a história do barão

Que comia na mesa com seu pai

Era herdeiro primeiro dos currais

Mas gritou num jantar: “Não quero nada!”

Nesse dia subiu num grande galho

Nunca mais o barão pisou na terra”.(...)

http://www.youtube.com/watch?v=_DaVdO69rrQ. Acesso em 17 de setembro de 2014.

Professor (a):

Para conhecer um pouco mais sobre a obra O barão nas árvores, de Ítalo Calvino, assista ao vídeo do programa Direito e Literatura, transmitido pela UNISSINOS.

Publicado em 31 de outubro de 2013.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-xsNXykp-4k . Acesso em: 17 de setembro de 2014.

ETAPA DE INTRODUÇÃO

Nesta segunda etapa, de introdução, será proposta a leitura das duas primeiras páginas com a ajuda do professor. Depois será solicitado aos alunos que continuem a leitura do primeiro capítulo do livro, na sala de aula, correspondente às páginas 8 a 17. O professor combinará com os alunos a leitura dos próximos capítulos que, primeiramente, será de três em três capítulos, para cada pausa e, após a metade do livro, será de cinco em cinco capítulos para cada atividade de intervalo. Desta forma, após cada atividade de intervalo, o professor lançará um desafio sobre algum questionamento curioso sobre as personagens, relacionado aos capítulos sugeridos para a próxima leitura.

ETAPA DE LEITURA E INTERPRETAÇÃO

Nas etapas que compreende a leitura e interpretação da obra, serão propostas algumas atividades de intervalo para que a contextualização e a intertextualidade se efetivem na leitura do texto. É neste momento que o leitor realiza as inferências para chegar à construção de sentido do texto em um diálogo que envolve a tríade do processo do letramento literário: obra, autor e o leitor. No início da leitura da obra propriamente dita, é que se deve ter um acompanhamento efetivo do professor para que o aluno se sinta motivado e desafiado a ler. Cosson (2011) chama esse acompanhamento de “intervalos” no qual há a possibilidade de aferição da leitura, assim como a solução de algumas dificuldades relacionadas à compreensão de vocabulário ou mesmo de partes do texto, bem como a leitura de outros textos com temáticas relacionadas. Para o trabalho de intervalos, durante a leitura, será anexado na cópia do romance um glossário com alguns vocábulos e diálogos da Língua Francesa, presentes na obra, para que o “aluno não perca tempo e a leitura não perca o sabor”.

PRIMEIRA ATIVIDADE DE INTERVALO

Professor (a), a cada atividade de intervalo será proposto o trabalho com um gênero textual específico. As atividades e trabalhos realizados pelos alunos ficarão arquivados em pastas individuais, chamadas “portfólios”. Neste primeiro intervalo será trabalhada a música “Caviar“, de e a dinâmica proposta será a composição de uma “Rap paródia” da música que será realizada em dupla. Esta proposta tem como origem o alimento servido ao personagem Cosme, do romance Barão nas árvores, o molusco invertebrado escargot. Este alimento foi o “estopim” para a rebeldia e destino da personagem na história.

SAIBA MAIS MORFOLOGIA

O escargot é um molusco invertebrado. Possui um esqueleto externo que é a sua concha. Seu corpo se divide em três partes: cabeça, pé e massa visceral. Na cabeça há uma boca, quatro tentáculos (chifres ou antenas) e um orifício genital. Nos tentáculos maiores estão os olhos; os dois tentáculos pequenos têm função tátil. O orifício genital fica atrás da cabeça, do lado direito do animal. Como o escargot é hermafrodito (possui aparelhos reprodutores dos dois sexos), há uma vagina, um pênis e um dardo calcáreo no interior do orifício. O pé é a massa muscular que se espalha à frente e atrás da concha. A massa visceral fica no interior da concha. Lá estão o fígado, rim, coração e parte do intestino. A concha é o esqueleto externo do escargot. Sua forma e coloração são variáveis conforme a espécie. Ela é também o abrigo natural do escargot contra predadores, luz, frio e calor. Essa concha é constituída de carbonato de cálcio, daí a importância do cálcio na alimentação do animal.

Disponível em: http://www.escargots.com.br/escargot.html. Acesso em: 18 de setembro.

SEGUNDA ATIVIDADE DE INTERVALO

Uma das características do personagem Cosme na narrativa é ser “rebelde”, não aceitar as regras de etiquetas e comportamentos sociais impostas pela família de nobres barões. Para tanto, podemos identificá-lo com um personagem singular, corajoso, protagonista das suas ações e destino e que está além do seu tempo, já que desafia padrões sociais tradicionais em razão de sua independência e liberdade. No entanto, até que ponto a “rebeldia” pode ser considerada uma característica saudável a um jovem? Leia o artigo de opinião e a música sobre o tema rebeldia para um possível diálogo intertextual sobre o assunto.

Rebeldia jovem para desacomodar o mundo

A rebeldia nos jovens não é um crime. Pelo contrário: é o fogo da alma que se recusa a conformar-se, que está insatisfeito com o status quo, que proclama querer mudar o mundo e está frustrado por não saber como.

Controlar ou emancipar a juventude: eis o dilema de nossos tempos. O inconformismo, que caracteriza os jovens, é a força renovadora que move o mundo, mas também algo que incomoda os já acomodados. Acomodados, despreparados ou desconhecendo a realidade do universo juvenil, muitos de nós desqualificamos a juventude, vendo-a como um incômodo ou como uma fase de passageira rebeldia. Ao invés de emancipar, desejamos controlar, dominar, moralizar.

Provocando mudanças. Bravamente, ao longo dos tempos, os jovens resistiram e mantém acesa a ideia de mudar o mundo. Desejam, profundamente, que ideais e mundo sejam uma nota só. Seus sonhos são suas ideias em teimosia. Os jovens têm consciência de que precisam controlar o seu “fogo ardente”. Mas desejariam que este controle fosse deles, não daqueles que representam qualquer autoridade (pais, professores, psicólogos, legisladores, juízes, polícia). Rejeitam serem pensados pelos outros.

A rebeldia é o sinal de que a juventude continua sadia, cumprindo com o seu papel de provocadora de mudanças. A rebeldia, aos olhos da Filosofia, é atitude de quem quer ser sujeito de sua história, não seu coadjuvante. Sim, porque a Filosofia, como o inconformismo, motiva a cada um de nós na busca de seus próprios caminhos. (...)

Disponível em: http://www.mundojovem.com.br/artigos/rebeldia-jovem-para- desacomodar-o-mundo. Acesso em: 19 de setembro de 2014.

Artigo publicado na edição nº 405, jornal Mundo Jovem, abril de 2010, página 11. Nei Alberto Pies Professor e ativista de direitos humanos, Passo Fundo, RS. [email protected]

Música: Ilustre rebeldia - Composição: Luciana Costa

Vou, vou te contar o meu segredo

Não, não pense que sou um brinquedo

Sou filha de uma mocidade

Não faço nada contra minha vontade

Já passei, passei daquela idade

Dispenso hipocrisias, não aceito caridade

O que eu quero é a minha liberdade

Não faço nada contra minha vontade

(...)

Disponível em: http://www.vagalume.com.br/luciana-costa/ilustre-rebeldia.html. Acesso em: 19 de setembro de 2014.

Professor (a), antes de iniciar as atividades de interpretação poderão ser entregues aos alunos outros textos de apoio sobre a juventude no Brasil, com o intuito de ampliar os conhecimentos sobre o assunto em foco. Como sugestão, foram elencados, abaixo, alguns textos pertinentes: entrevista, artigo de opinião, Estatuto da Juventude Lei nº 12.852 de 05 de agosto de 2013, Declaração dos Direitos Humanos direcionados para jovem, Pesquisa Nacional sobre o perfil e opinião do jovem brasileiro 2013.

http://www.mundojovem.com.br/entrevistas/edicao-315-entrevista-sem-juventude-nao- ha-futuro

http://www.folhadaregiao.com.br/Materia.php?id=64939

http://www.juventude.gov.br/estatuto/estatuto-de-bolso/estatuto-web http://www.parceirosvoluntarios.org.br/Componentes/textos/TextosVJ.asp?txTx=24&iR nd=0,844%D8

http://www.juventude.gov.br/noticias/arquivos/pesquisa-atualizada-16-01.2013

Propomos, nesta atividade, um debate sobre o protagonismo do jovem em nossa sociedade. Após a discussão de cada questão, será solicitado que o aluno faça anotações em seu caderno. Algumas questões são pertinentes, tais como:

a)- O artigo que você leu tem como título “Rebeldia jovem para desacomodar o mundo”, em sua opinião o jovem tem voz em nossa sociedade? Justifique.

AMPLIANDO O VOCABULÁRIO

A palavra protagonismo é formada por duas raízes gregas: proto, que significa o primeiro, o principal; agon, que significa luta. Agonistes, por sua vez, significa lutador. Protagonista quer dizer, então, lutador principal, personagem principal, ator principal. Uma ação é dita protagônica quando, na sua execução, o educando é o ator principal no processo de seu desenvolvimento. Por meio desse tipo de ação, o adolescente adquire e amplia seu repertório interativo, aumentando assim sua capacidade de interferir de forma ativa e construtiva em seu contexto escolar e sociocomunitário (COSTA, 2004: 1).

“status quo”: ("no estado em que as coisas estavam antes da guerra"). Significam "no mesmo estado que antes"2 , "o estado atual das coisas, seja em que momento for".3

Disponível em: http://www.dicionarioinformal.com.br/protagonismo/. Acesso em: 19 de setembro de 2014.

b)- Qual a maior dificuldade do jovem atualmente para ser protagonista de suas ações e ideais? Comente. c)- O que os jovens têm em comum em seus sonhos e projetos, independente da época na qual vivem ou viveram? Enumere. d)- De acordo com o articulista “a rebeldia do jovem não é crime”, explique como você interpretou esta frase. e)- Como você define a frase: “A busca pelo conceito de juventude deve ser superior aos nossos preconceitos”. f)- Em sua opinião, o que os jovens devem fazer para construir um protagonismo juvenil em nossa sociedade? Argumente. g)- De que forma os jovens de nossa comunidade podem construir um futuro tendo como princípios “as causas pelas quais vale uma vida”. Converse com o seu grupo e elabore uma lista contendo dez itens de ideias e causas que são imprescindíveis para melhorar e mudar o mundo em que vivemos. h)- Na música “Ilustre rebeldia”, de Luciana Costa, como você interpreta os versos: “Não pense que sou um brinquedo, sou filha de uma mocidade, não faço nada contra a minha vontade”. i)- Quais os possíveis temas retratados na música? Enumere-os.

2- Desafio: Contextualizando com a obra: a)- No livro O barão nas árvores, no capítulo 12, a partir do personagem “ladrão” João do Mato, reflita:

- A que se deve a mudança de comportamento do personagem em não querer mais praticar o hábito de roubar?Justifique.

- Em sua opinião, a leitura contribui para a mudança de pensamentos, atitudes e comportamento do jovem em nossa sociedade? Explique.

Aluno (a), agora é a sua vez!

Atividade 1: Elabore uma poesia engajada (reivindicação de direitos sociais por meio do gênero poema) sobre o protagonismo jovem em nossa sociedade (objetivos, causas, consequências). Caso deseje, o poema poderá ser ritmado e transformado em música. b)-Atividade 2: Produza um texto dissertativo/argumentativo sobre o tema “Protagonismo jovem na sociedade”, que, após ser corrigido e reestruturado com o auxílio do professor, será exposto aos demais alunos da sala.

TERCEIRA ATIVIDADE DE INTERVALO

Atividade 1- Para fazer um paralelo intertextual será apresentado o filme Robin Hood. Na obra o protagonista “Cosme Barão de Rondó” é comparado ao lendário “Robin Hood” por seu modo peculiar de viver, vestir-se e de defender a sua comunidade. A sociedade feudal e os problemas sociais se assemelham tais como: diferença de classes, injustiças, dificuldade de acesso aos bens sociais e culturais e a cobrança de tributos indevidos e desiguais. Para a realização desta atividade será efetuada uma “roda da conversa” sobre os temas percebidos nas duas obras.

Robin Hood é um herói mítico inglês, um fora da lei que roubava da nobreza para dar aos pobres, nos tempos do Rei Ricardo Coração de Leão. Era hábil no arco e flecha e vivia na floresta de Sherwood.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Robin_Hood. Acesso em 21 de setembro de 2014.

Atividade 2- Após a apresentação do filme será realizado um debate sobre as principais características do protagonista do filme e do enredo propriamente dito. Logo após, será proposto um trabalho escrito, em duplas, com o objetivo de realizarem um paralelo entre o livro O barão nas árvores e o filme Robin Hood, elencando as semelhanças e diferenças entre as duas obras.

Atividade 3- No livro O barão nas árvores, o personagem Cosme adquire o hábito de ler, após o convívio com João do Mato. A partir deste momento, muita coisa muda em sua vida como o comportamento altruísta, ao desejar ser útil e ajudar as pessoas de sua comunidade. Uma das funções que ele adquire é o ofício da arte de podar árvores. Para ilustrar essa atividade serão apresentadas algumas cenas do filme Edward mãos de tesoura, cujo personagem principal utilizou-se de seus limites físicos para sentir-se e útil e ajudar a sua comunidade.

Sugestão de atividades:

-Reflexão oral (debate) sobre a importância do jovem em se esforçar para superar limites, obstáculos e atingir seus objetivos e sonhos. Mensurar sobre o título do livro O barão nas árvores e a que metáfora pode sugerir?

-O nome do personagem “Cosme”, também nos remete a um novo modo de viver, a um novo “cidadão do mundo”, ou seja, a um cidadão cosmopolita. Pesquise sobre Cosmopolitismo e reflita sobre a intenção do autor Ítalo Calvino em dar este nome ao personagem.

-“Subir às árvores pode ser considerada uma metáfora a uma nova visão de mundo, ao surgimento de uma nova sociedade”. Solicitar aos alunos uma pesquisa sobre o contexto histórico do Trovadorismo e o Humanismo e traga para a sala para uma discussão coletiva. Chamar a atenção para os “estilos literários” de cada movimento.

-Atividade de interação: escolher uma turma da escola, relatar e/ou dramatizar o capítulo do livro O barão nas árvores sobre o episódio dos personagens “João do Mato” e “Cosme de Rondó”, enfatizando as mudanças e contribuições que a leitura proporcionou em suas vidas. Levar até a sala de aula uma coletânea de livros do gênero fantástico, selecionados antecipadamente com a ajuda do professor, existentes na biblioteca da escola, para motivar e incentivar os alunos à leitura de diferentes gêneros literários.

QUARTA ATIVIDADE DE INTERVALO

Atividade 1: No capítulo 19 do livro O barão nas árvores, o personagem Cosme se torna um namorador/amante em potencial, desejado e perseguido pelas mulheres solteiras e casadas de Penúmbria (comunidade a qual Cosme pertence), provocando o ciúmes dos maridos que não gostavam que suas mulheres sequer olhassem para as árvores. Devido a muitos casos amorosos, os filhos que nasciam sem pai, diziam que eram de Cosme o “Barão de Rondó”. Os boatos e lendas relatados na história são de muitos herdeiros espalhados pelos jardins de Rodamargem.

- Solicitar uma pesquisa aos alunos sobre a definição do gênero lenda para realizar uma analogia com o gênero fantástico, logo após, pesquisar, especificamente, a lenda do Boto e compará-la às atitudes do protagonista. O que é Lenda? Lendas são narrativas transmitidas oralmente pelas pessoas, visando explicar acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais, misturando fatos reais, com imaginários ou fantasiosos, e que vão se modificando através do imaginário popular. No que se tornam conhecidas vão sendo registradas na linguagem escrita.

http://www.significados.com.br/lenda/. Acesso em 22 de setembro de 2014.

Atividade 2- Do capítulo 21 a 23, Cosme encontra-se com a sua antiga paixão de infância “Viola” e vive uma intensa história de amor, porém passageira, considerando os hábitos de vida escolhido pelos personagens, a instabilidade emocional e insatisfação de sua companheira.

-Tendo como referência o romance vivido pelos dois personagens, pesquise um poema de amor de autores/poetas da Literatura Brasileira ou música que em sua opinião, retrata essa história de amor.

-Na atualidade, ser um namorador incondicional pode trazer sérios problemas a uma pessoa. Reflita sobre a conduta e o comportamento da personagem nos seguintes aspectos: filhos abandonados, problemas emocionais, doenças, pensão alimentícia, entre outros.

- Proponha um debate sobre o tema “traição”. Na opinião dos alunos “Viola” traía ou não traía Cosme em suas viagens pela Europa ou com os tenentes franceses que permaneceram aportados em Penúmbria para cortejá-la?

OBS: Mencionar a dúvida sobre traição estabelecida no romance “Dom Casmurro”, de Machado de Assis.

PRIMEIRA INTERPRETAÇÃO

Atividade 1- No capítulo 25, o personagem Cosme é retratado como membro especial da “Maçonaria de Penúmbria”, pois participava de reuniões no meio da floresta e até entrava em luta armada com membros da “Companhia de Jesus”, que eram contrários às novas ideias de liberdade e ao ateísmo. Pesquisar junto ao professor de História ou em outros espaços o significado da sociedade Maçonaria: mitos e verdades sobre esta comunidade secreta e também sobre os movimentos da “Reforma e Contra Reforma”.

OBS: Nesta atividade poderão ser exibidos trechos do filme de Calvino presente no Portal dia a dia educação:

Lutero: vendas de indulgências.

Lutero: Abusos de Roma.

Disponível em: http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/video/arquivoVideos.php?menu=308&pag =6#barra_tit. Acesso em: 22 de setembro de 2014.

Atividade 2- Retomada do enredo. Propor uma retomada das principais aventuras do personagem Cosme: atitudes, consequências, encontros e desencontros, ganhos e perdas, inventos e descobertas, dificuldades de adaptação, decepções e alegrias, amizades, reconhecimento e libertação. Fazer uma comparação com os finais de todos os gêneros textuais estudados nesta Unidade Didática: contos fantásticos, filmes, vídeos, músicas, poemas, pintura e romance. Para esta atividade será preparado um roteiro para anotações.

SEGUNDA INTERPRETAÇÃO

Segunda Interpretação: Contextualização histórica

1ª atividade:

Pesquisar vídeo e/ou texto Informativo sobre a Revolução Francesa: seu lema, objetivos, causas, consequências e sobre os principais autores do movimento do Iluminismo.

2ª Atividade: analisar e contextualizar a pintura “A liberdade guiando o povo”, de Eugêne Delacroix, com o contexto histórico da Revolução Francesa.

Artista: Eugène Delacroix A Liberdade Guiando o Povo (em francês: La Liberté guidant le peuple) é uma pintura de

Material: Tinta a óleo Eugène Delacroix em comemoração à Revolução de Julho de 1830, com a queda de Carlos X.

Período: Romantismo Uma mulher representando a Liberdade guia o povo por cima dos corpos dos derrotados, Dimensões: 2,60 m x 3,2 m levando a bandeira tricolor da Revolução francesa em uma mão e brandindo um mosquete Assunto: Marianne, Revolução de Julho com baioneta na outra. A pintura é talvez a obra mais conhecida de Delacroix.

Localização: Louvre-Lens (desde 2012), Museu do Louvre (1874–2012)

Conheça um pouco mais sobre o artista Eugène Delacroix e a Pintura do romantismo:

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Eug%C3%A8ne_Delacroix. Acesso em: 22 de setembro de 2014.

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pintura_do_romantismo. Acesso em: 22 de setembro de 2014.

3ª Atividade - Movidos pelos ideais iluministas da Revolução Francesa, o povo de Penúmbria começa a reclamar da exploração da nobreza e do clero, sobre os dízimos cobrados nos vinhedos e a exigir justiça e direitos de cidadãos. Em defesa da comunidade, o personagem Cosme, o mais culto e preparado para a missão, elabora conjuntamente um “Livro de Registro de Queixas” que depois, transforma-se em um livro de “Dores e Alegrias”. No entanto, o livro cai no esquecimento, haja vista que o poder político não permitia tais ideias revolucionárias em prol da comunidade.

- Elaborar junto aos alunos um livro que tenha o propósito de reivindicar direitos e também de apontar deveres que devem ser cumpridos em prol da comunidade escolar. Para essa atividade pode ser feita uma reunião com os membros do Grêmio Estudantil, realizar a leitura coletiva do Regimento Escolar com o objetivo de compartilhar ideias e possíveis soluções para algumas necessidades da escola.

3ª Atividade: Palestra com um(a) vereador(a) do município sobre a Constituição Brasileira: direitos e deveres dos cidadãos e/ou sobre projetos previstos direcionados aos jovens ibaitienses, existentes no Plano Plurianual do Município. Na oportunidade, poderão ser apresentadas algumas sugestões de projetos culturais, educativos e de jovem aprendiz para serem levadas à Câmara Municipal.

EXPANSÃO

Expansão: A expansão busca destacar as possibilidades de diálogo de toda obra que se articula com os textos que a precederam ou que lhes são contemporâneos ou posteriores (COSSON, p. 94).

Para esta etapa será organizado um “Chá Literário” com exposição e amostra dos trabalhos, ou seja, dos portfólios, realizados pelos alunos durante o projeto e de obras do realismo fantástico existente na Biblioteca da escola.

Obras sugeridas:

- O homem do furo na mão e outras histórias – Ignácio de Loyola Brandão

- Ouro, fogo e megabytes – Felipe Castilho

- Chove sobre minha infância – Miguel Sanches Neto

- Cem anos de solidão – Gabriel García Márquez

- Crônica de uma morte anunciada – Gabriel García Márquez

- Histórias Extraordinárias – Edgar Allan Poe

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