Uma Viagem Intertextual Por Meio Do Gênero Fantástico: Caminhos E Perspectivas Para O Aprimoramento Do Letramento Literário
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Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA TURMA – PDE 2014 TÍTULO: Uma viagem intertextual por meio do gênero fantástico: caminhos e perspectivas para o aprimoramento do Letramento Literário. Autor: Rosemeyre Floriano Carvalho Duarte Disciplina/Área de Língua Portuguesa Ingresso no PDE Escola de Colégio Estadual Júlio Farah – Ensino Fundamental e Implementação do Médio Projeto e sua localização: Município da escola: Ibaiti Núcleo Regional de Ibaiti Educação: Professor Orientador: Nerynei Meira Carneiro Bellini Instituição de Ensino UENP: Universidade Estadual do Norte Pioneiro – Superior: Campus de Jacarezinho Relação Arte Interdisciplinar: Resumo: Este estudo busca trabalhar o “Letramento Literário” como forma de incentivo e aprimoramento da leitura na escola e o encantamento proporcionado pela literatura fantástica e outros gêneros voltados para a fantasia. Por meio da leitura de obras clássicas e contemporâneas, busca-se a percepção da influência do fenômeno da intertextualidade e da literatura comparatista presentes nos gêneros textuais, bem como a contextualização e enriquecimento da obra. Será utilizada como recurso pedagógico e dialético a intertextualidade, com o intuito de possibilitar uma análise crítica dos gêneros selecionados e o acesso a diferentes obras da esfera artística e literária, levando o leitor a comparar e relacionar as obras. Ele estabelecerá, assim, um diálogo coerente com os temas abordados, bem como inferirá os seus conhecimentos de mundo para atribuir sentido e completar as lacunas implícitas nos textos. Outro aspecto relevante a ser considerado é a escolarização da literatura, como aprimoramento e aperfeiçoamento do desempenho da leitura escolar, buscando, por meio da comunicação e interação social dos gêneros literários, a fruição da arte e da literatura como garantia de um bem e um direito inalienável em oposição à estratificação e massificação dos bens artísticos e culturais. Para um trabalho mais atrativo com a leitura, as obras foram articuladas em torno do gênero fantástico, na literatura, do Surrealismo, na pintura, e de uma prática cinematográfica mais voltada para a fantasia, uma vez que esses três gêneros possibilitam um afastamento do mundo pragmático e permitem uma efetiva exploração do subjetivo do leitor/espectador, por meio de abordagens analítico-interpretativas. Palavras-chave: Leitura; Intertextualidade; Conto Fantástico; Letramento Literário. Formato do material Unidade Didática didático: Público Alvo: Alunos do 1º ano do Ensino Médio UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ ROSEMEYRE FLORIANO CARVALHO DUARTE UMA VIAGEM INTERTEXTUAL POR MEIO DO GÊNERO FANTÁSTICO: CAMINHOS E PERSPECTIVAS PARA O APRIMORAMENTO DO LETRAMENTO LITERÁRIO JACAREZINHO 2014 ROSEMEYRE FLORIANO CARVALHO DUARTE UMA VIAGEM INTERTEXTUAL POR MEIO DO GÊNERO FANTÁSTICO: CAMINHOS E PERSPECTIVAS PARA O APRIMORAMENTO DO LETRAMENTO LITERÁRIO Projeto apresentado à Secretaria de Estado da Educação do Paraná, como requisito parcial para conclusão do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE). Orientadora IES: Profª Dra. Nerynei Meira Carneiro Bellini. Área de Concentração: Ensino e Aprendizagem de Leitura e Formação de Leitores. JACAREZINHO 2014 APRESENTAÇÃO Considerando a evolução humana e tecnológica na difusão da comunicação e na compreensão das diferentes linguagens veiculadas nas mídias e espaços sociais é que se torna cada vez mais imprescindível o trabalho com a formação de leitores. Apreende-se que a leitura é um direito social, sendo assim, é de responsabilidade coletiva e, portanto, torna-se inerente ao processo de ensino aprendizagem. O presente projeto visa o desenvolvimento do Ensino e Aprendizagem da Leitura presentes nos diversos gêneros literários e artísticos, tendo como o emprego do recurso pedagógico a intertextualidade, definida por Kristeva (1969 apud CARVALHAL, 1943) como: “todo texto é absorção e transformação de outro texto. Assim um texto é absorção e réplica de outros textos”, viabilizando o acesso às diferentes linguagens, bem como a interpretação de códigos linguísticos verbais e não verbais presentes nas mídias impressas e eletrônicas, uma vez que é função da escola proporcionar um trabalho dinâmico e interativo, onde as diferentes linguagens, tanto da comunicação oral e escrita, como de imagens e símbolos, sejam contempladas de forma interdisciplinar e contextualizadas no meio escolar, cultural e social dos educandos. A escola tem o compromisso de inserir a literatura em um plano de trabalho coerente, que articule leitura, análise e interpretação, de modo a reforçar seu caráter antagônico nas manifestações da ficção, evidenciando o seu fator transformador, humanizador e ideológico. Carvalhal (1943) defende que as temáticas sociais, presentes nos clássicos, trazem à tona a Literatura Comparada, vasto ramo da Teoria Literária, que busca por meio da investigação literária o confronto de duas ou mais literaturas, bem como examina a migração de temas, motivos, e mitos. Tal linhagem teórica permite uma abordagem multidisciplinar que consiste nos estudos comparativos de diferentes áreas linguísticas, diferentes mídias e tipos de arte. O desenvolvimento dar-se-á em consonância com as Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa do Estado do Paraná, com o Projeto Político Pedagógico e com a Proposta Pedagógica Curricular do Ensino Médio, ou seja, em conformidade com as características da escola e com o nível de complexidade adequado ao ano. O projeto será aplicado aos alunos do 1º ano do Ensino Médio, do Colégio Estadual Júlio Farah – EFM, município de Ibaiti, Estado do Paraná. Incentivar a leitura e interpretação de textos nas aulas de Língua Portuguesa, reconhecendo a importância dessa prática para o desenvolvimento integral do ser humano, transformou-se em uma grande tarefa para as escolas, tendo como aliada as diferentes mídias presentes nos contextos sociais. O grande desafio que se coloca no cotidiano escolar é como promover a leitura literária em sala de aula, tornando as aulas de leitura mais interessantes e criativas, utilizando os recursos didáticos e tecnológicos presentes nas escolas, de forma a incentivar o hábito da leitura, as diferentes interpretações de textos e hipertextos, ampliando o conhecimento cultural dos educandos. Essa é uma questão que aflige não apenas os professores de português e demais disciplinas, mas a comunidade escolar em geral, visto que, criando o hábito da leitura, o aluno pode ter um melhor desempenho em qualquer contexto e em qualquer disciplina. Todas as disciplinas trabalham a leitura no cotidiano escolar, muito embora não haja um trabalho específico de elaboração de estratégias para a compreensão explícita e implícita dos textos verbais e não verbais, em especial, dos textos da esfera literária que exigem uma análise mais profunda das linguagens e ideologias incutidas. Sob esta perspectiva, é função social da escola, em especial nas aulas de Língua Portuguesa, proporcionar aos alunos o acesso à leitura dos mais variados gêneros textuais presentes. As Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa do Estado do Paraná (2008), concebendo a leitura como um ato social entre dois sujeitos: leitor e autor, que interagem entre si na construção de sentido, defendem que a formação do leitor deverá ser uma constante interação para que essa ação se torne uma ferramenta imprescindível para o desenvolvimento intelectual e cultural dos educandos. Percebe-se que, muitas vezes, o ensino da Literatura na escola é uma prática meramente mecânica, que visa basicamente à leitura e à realização de atividades extraclasse, sem o acompanhamento do professor, e deixa de cumprir, assim, seu papel humanizador. Cândido (2000, p.174) define Literatura como um bem incompreensível, na medida em que é indispensável ao ser humano, que não consegue passar nem ao menos um dia sem dispor da fantasia, seja por meio das manifestações populares ou eruditas. Segundo o autor, pensar em direitos humanos tem um pressuposto: reconhecer que aquilo que consideramos indispensável para nós é indispensável para o próximo. Esta forma de pensar põe em evidência os bens sociais do cidadão. Entretanto será que a educação, um bem social, é pensada na sua forma mais peculiar, como o direito à leitura de clássicos universais como Dostoievski e Beethoven? Percebe-se que o conceito de direitos e bens sociais é pensado e efetivado integralmente a todas às classes sociais da mesma forma que foi constituído, perdendo-se, assim, o seu caráter transformador e humanizador. Para Cosson (2006, p.16-17) a literatura nos diz quem somos e nos incentiva a desejar e a expressar o mundo por nós mesmos. É no exercício da leitura e da escrita dos textos literários que se desvela a arbitrariedade das regras impostas pelos discursos padronizados da sociedade letrada e se constrói um modo próprio de se fazer dono da linguagem que sendo minha, é também de todos. Como formalização deste direito subjetivo, as Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa (PARANÁ, 2008, p. 56) compreendem a leitura, [...] como um ato dialógico, interlocutivo, que envolve demandas sociais, históricas, políticas, econômicas, pedagógicas e ideológicas de determinado momento. Ao ler, o indivíduo busca as suas experiências, os seus conhecimentos prévios, a sua formação familiar, religiosa, cultural, enfim, as várias vozes que o constituem. Sabendo que a leitura se efetiva no ato da recepção