MÁRIO DE ANDRADE LÊ OS PARNASIANOS Brasileiros
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LITERATURA BRASILEIRA LIGIA RIVELLO BARANDA KIMORI OS MESTRES NO PASSADO: MÁRIO DE ANDRADE LÊ OS PARNASIANOS brasileiros São Paulo 2014 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LITERATURA BRASILEIRA OS MESTRES NO PASSADO: MÁRIO DE ANDRADE LÊ OS PARNASIANOS Brasileiros Ligia Rivello Baranda Kimori Bolsista FAPESP Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Literatura Brasileira, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, para a obtenção do título de Mestre em Letras. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Therezinha A. Porto Ancona Lopez São Paulo 2014 AGRADECIMENTOS ―E aprendi que se depende sempre De tanta, muita, diferente gente Toda pessoa sempre é as marcas Das lições diárias de outras tantas pessoas ―E é tão bonito quando a gente entende Que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá E é tão bonito quando a gente sente Que nunca está sozinho por mais que pense estar‖ (Gonzaguinha) À minha querida ‗mestre do presente‘, Prof.ª Telê Ancona Lopez, pela cumplicidade, o incentivo à pesquisa e a orientação tão dedicada. Obrigada por me fazer descobrir os parnasianos, os manuscritos e a poesia junto de Mário. Apropriei-me de cada lição... À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pela bolsa de mestrado, que viabilizou minha dedicação à pesquisa. Aos colegas da Equipe Mário de Andrade, pela acolhida tão atenta e por estarem sempre dispostos a ajudar; trocar informações: Ângela, Marina, Leandro, Aline, Prof. Marcos Moraes, Prof.ª Flávia Toni – Obrigada! À amiga Prof.ª Ligia Ferreira, responsável por despertar meu interesse pela pesquisa e apontar – sempre! – bons caminhos. Seu estímulo e acolhida me inspiram. À Prof.ª Maria Aparecida Bento, pela longa tarde embalada por Mário e a música. Agradeço as sugestões e indicações tão valiosas. Aos funcionários da Biblioteca e dos Setores de Arquivos, Informática e Digitalização do Instituto de Estudos Brasileiros pela colaboração em cada uma das etapas do trabalho. Às bibliotecárias Fátima Zampiero Ramos e Célia Regina Longobardo pelo auxílio em minha visita à Biblioteca Municipal Mário de Andrade, em Araraquara. Agradeço pelos materiais fornecidos, as histórias contadas e a disponibilidade no acompanhamento da pesquisa. Aos meus pais que, desde a época de gibis e Reinações de Narizinho, instigam a leitura, o estudo e, sobretudo, a curiosidade. Obrigada pela confiança de todas as horas e o amor inestimável que me impulsiona! Ao Willian, verdadeiro companheiro nessa ‗fase de mestrado‘. Sua paciência e seu amor acalmaram meu trajeto. Ter você ao meu lado torna a vida mais acolhedora e, com certeza, bem mais feliz. Obrigada! Aos maninhos Lú e Mauro, pelo carinho e disponibilidade em todos os momentos, tentando resolver cada obstáculo junto comigo. Obrigada por estarem ao meu lado, sempre. À minha querida e divertida família, tão doces no afeto, tão preocupados com meu percurso: Valéria, Nelson, Victor, Gracinda, Ivo, Neusa, Marisa, Luis, Helena, Carlos... sou grata a cada um de vocês! Aos amigos que acompanharam a longa caminhada da pesquisa e ouviram, pacientemente, tudo o que eu precisava dividir sobre o trabalho: Andressa, Felipe, Ricardo (pelos encontros que me alegram, dão força e divertem demais!... e os socorros de última hora!), Paulo (pela poesia e as angústias partilhadas desde o início do percurso: dúvidas trocadas, anseios divididos!), Isabela, Stella, Zaine (por estarem perto a cada passo dessa pesquisa... pelas dicas, leituras... pela preocupação de vocês!), Marcelo, Michelle (pelo companheirismo de sempre, sempre!), Lúcia, Luiz Antonio, Mary Rose e Pe. Celso (pelas orações!). Muito obrigada! ―Por muitos anos procurei-me a mim mesmo. Achei. Agora não me digam que ando à procura da originalidade, porque já descobri onde ela estava, pertence-me, é minha.‖ Mário de Andrade, ―Prefácio Interessantíssimo‖ RESUMO A dissertação focaliza Mário de Andrade leitor dos parnasianos brasileiros a partir de sua marginália nos autores e obras com os quais ele dialoga, em sua biblioteca particular, na segunda metade do decênio de 1910 e antes de 1921, quando o Jornal do Comércio estampa a série de sete artigos, ―Mestres do passado‖, em que ele se posiciona como modernista. Aos doze títulos vinculados à abordagem dos poetas parnasianos Francisca Júlia, Raimundo Corrêa, Alberto de Oliveira, Olavo Bilac e Vicente de Carvalho, nos artigos referidos, circunscreve-se a exploração das anotações autógrafas que preservam instâncias do processo criativo do crítico e de Mário de Andrade poeta em formação, na primeira parte deste mestrado. A recuperação integral dessa marginália, mediante transcrição e classificação acompanhada de notas da pesquisa esclarecendo determinados aspectos e traçando correlações com obras do escritor, compõe a segunda parte da dissertação, parte que constitui também um rigoroso instrumento de trabalho para os estudos sobre o escritor e sobre o parnasianismo no Brasil. Palavras-chave: Mário de Andrade crítico e poeta; parnasianismo no Brasil; marginália e bibliotecas de escritores. ABSTRACT The dissertation focuses on Mario de Andrade reader of brazilian parnassians from his margin notes in the authors and works with whom he dialogues, in his private library in the second half of the decennary of 1910 and before 1921, when the Jornal do Comércio stamp a series of seven articles, "Mestres do passado", in wich he stands as modernist. To the twelve titles linked to the approach of the parnassian poets Francisca Julia, Raimundo Corrêa, Alberto de Oliveira, Olavo Bilac and Vicente de Carvalho, in the articles referred, is limited to exploitation of handwritten notes that preserve instances of the creative process and critical of Mário de Andrade poet in training, in the first part of this master‘s degree. The full recovery of his margin notes, by transcription and classification accompanied by notes explaining certain aspects of the research and plotting correlations with works of the writer composes the second part of the dissertation, which is also part of a rigorous working tool for studies on the writer and on the parnassianism in Brazil. Keywords: Mário de Andrade critic and poet; parnassianism in Brazil; margin notes and writers libraries. SUMÁRIO Preâmbulo ................................................................................................ p. 8 PARTE I Gota a gota: os parnasianos na formação de um poeta............................. p. 10 Mestres na biblioteca ............................................................................... p. 28 O crítico e o poeta nas páginas parnasianas.............................................. p. 55 PARTE II Os ―Mestres do passado‖ na marginália de Mário de Andrade: transcrição, classificação e notas da pesquisa.............................................................. p. 85 Imagens facsimiladas da marginália de Mário de Andrade nos livros dos parnasianos brasileiros ............................................................................. p. 420 COMPLEMENTO Mestres doados......................................................................................... p. 425 Relação de livros doados por Mário de Andrade a Araraquara................. p. 428 BIBLIOGRAFIA..............................................................................................p. 444 PREÂMBULO Considerando a existência de importante marginália nos volumes parnasianos pertencentes a Mário de Andrade, parcela de sua biblioteca particular, hoje no IEB- USP, o projeto para esta dissertação de mestrado teve como objetivo primeiro recuperar e estudar as anotações presentes nos autores e obras que fundamentam a série ―Mestres do passado‖, composta de sete artigos publicados no Jornal do Comércio, em São Paulo, nos dias 2, 12, 15, 16, 20, 23 de agosto e 1º de setembro, 1921. Esse conjunto que perfaz, em verdade, um ensaio, conforme outras séries da lavra do escritor, antes e depois de 19211, posiciona as ideias do novel modernista a respeito da poesia de representantes brasileiros da estética nascida na França em meados do século XIX, e ainda vigente no início do século XX, no Brasil. Esse objetivo foi todavia ampliado, no intuito de compreender aspectos da ligação das referidas leituras com a formação do poeta modernista e com os primórdios de um lúcido crítico da nossa literatura. As notas que espelham, em seu conjunto, o movimento dialético de valorizar e refutar, ou seja, aderir e censurar, não se restringem, pois, às análises que o leitor e crítico materializa no correr do seu lápis nas páginas de Francisca Júlia, Raimundo Corrêa, Alberto de Oliveira, Olavo Bilac e Vicente de Carvalho, mas exibem, nesse mesmo espaço, marcas do poeta leitor. O propósito de captar, organizar, analisar e divulgar essa marginália, em ambas as vertentes observadas, norteou, portanto, esta dissertação nomeada Os mestres no passado: Mário de Andrade lê os parnasianos brasileiros, dividida em duas partes. A primeira dedica-se à exploração das ligações de Mário de Andrade com o parnasianismo brasileiro em sua biblioteca, ao focalizar a leitura realizada pelo jovem culto provavelmente na segunda metade da década de 1910 e no momento que antecedeu a redação de sua série de artigos, conhecida no Jornal