1 Entre a Sociedade E a Política: a Produção Intelectual De Arthur

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1 Entre a Sociedade E a Política: a Produção Intelectual De Arthur Entre a sociedade e a política: a produção intelectual de Arthur Azevedo (1873-1897) Giselle Pereira Nicolau* Arthur Azevedo viveu uma época de mudanças. Nascido em São Luís do Maranhão, em 14 de julho de 1855, este deixou a terra natal aos 18 anos, em busca de oportunidades na Corte.1 No Rio de Janeiro, foi jornalista, cronista e funcionário público, mas destacou-se como autor de teatro. Arthur testemunhou a passagem do Império à República, fazendo desse conjunto de acontecimentos, matéria e cenário para suas crônicas, contos e peças teatrais, em especial, em suas Revistas de Ano. Quando chegou ao Rio de Janeiro em 1873, com o objetivo de trabalhar no jornalismo e no teatro, o jovem de apenas 18 anos, iniciou suas atividades na folha A Reforma, dirigido por Joaquim Serra,2 um dos precursores da moderna imprensa política brasileira. Periódico de cunho liberal tinha, entre os colaboradores, nomes como os de Joaquim Nabuco, Rodrigo Otávio e Cesário Alvim. A redação do semanário era ponto de encontro de políticos, como Francisco Otaviano, Afonso Celso, que posteriormente veio a se tornar o Visconde Ouro Preto, e Tavares Bastos, além de outras figuras ligadas ao Partido Liberal. Não obstante a baixa remuneração, o trabalho jornalístico abria as portas para jovens que desejavam seguir carreira literária. Algo muito comum nessa época, o apadrinhamento ou mecenato, para usar a expressão de Machado Neto, dava oportunidades na imprensa para jovens que desejavam ganhar a vida com as letras (NETO, 1973: 11). Com Arthur Azevedo não ocorreu de outra maneira. Recém-chegado do Maranhão, onde havia desempenhado funções de jornalista, encontrou espaço no periodismo carioca, por intermédio de seu conterrâneo, Joaquim Serra. Sobre este assunto, Azevedo relatou: * Doutoranda em História Social pela Universidade Federal Fluminense. 1 Optou-se por manter a grafia utilizada por Azevedo em seus documentos pessoais. 2 Joaquim Maria Serra Sobrinho foi jornalista, professor, político e teatrólogo. Ao lado de Arthur Azevedo e Moreira Sampaio, é conhecido como um dos precursores do Teatro de Revista no Brasil. Nasceu em São Luís do Maranhão, em 20 de julho de 1838, e faleceu no Rio de Janeiro em 29 de outubro de 1888. 1 Atravessei, escreve ele, a rua do Ouvidor muito disposto a conquistar o futuro naquele mesmo dia. Quando cheguei ao largo de São Francisco, tinha efetivamente conquistado alguma coisa: o lugar de revisor e tradutor de folhetins d´A Reforma que se imprimia no prédio em que hoje está a Gazeta da Tarde. A minha fortuna foi encontrar Joaquim Serra á porta do edifício. A esse ilustre maranhense, que escondia um coração de ouro sob um aspecto rebarbativo, dava o pão que primeiro ganhei no Rio. (JÚNIOR, 1966: 21) Arthur Azevedo recebeu n` A Reforma as lições de seu mestre, Joaquim Serra. Através da folha, inseriu-se na sociabilidade intelectual e literária da época, e passou a frequentar a famosa Rua do Ouvidor, (...) cujos jornais empregavam muitos dos literatos e tornavam possível a existência de um pequeno grupo de escritores que viviam exclusivamente para a literatura e para a reforma política. Estes boêmios, vivendo timidamente as fantasias do muito folheado Scènes de la vie Bohème, moravam juntos, trabalhavam nos jornais de grande circulação e davam um novo impulso à vida dos cafés e confeitarias. (NEEDELL, 1993: 22) Esses jovens boêmios, pertencentes à mesma geração, aspiravam à glória literária. Em comum muitos desses, como o próprio Needell aponta, haviam “trocado o conforto prometido pelo direito e pela medicina”. Abraçavam a literatura como estilo de vida e profissão de fé. Muitos desses eram provincianos, oriundos de famílias abastadas, como é o caso dos irmãos Arthur e Aluísio de Azevedo. O grupo liderado por José do Patrocínio3, mulato de origem humilde, teve apoio familiar para estudar, além da ajuda financeira do sogro que patrocinava seu jornal. Entre os debates políticos despertados com o desenrolar da Guerra do Paraguai o projeto de lei de caráter emancipacionista, aprovado em 28 de setembro de 1871, a Lei Rio Branco – conhecida como Lei do Ventre Livre, potencializou as já apaixonadas discussões, demarcando ainda mais as posições liberais e conservadoras na arena pública. O movimento abolicionista, portanto, não teve como ponto de corte a decretação de 1871: 3 José Carlos do Patrocínio nasceu em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, em 9 de outubro de 1853. Farmacêutico, destacou-se nas atividades que desempenhou na imprensa e na política, atuando nos movimentos abolicionista e republicano. Morreu em 29 de janeiro de 1905, no Rio de Janeiro. 2 o próprio abolicionismo cresceria e se fortaleceria face às divergências da aplicação da lei. Além da defesa do fim do trabalho escravo, postulava-se também a mudança do regime político, associando-se à Monarquia ao atraso nacional. Arthur Azevedo partilhou desses ideais, a saber: abolicionistas e republicanos. Revestiu-se das armas de seu intelecto, fazendo-se “escravo de sua pena” e propagandista da causa abolicionista (JÚNIOR, 1966: 129-148). Por meio da imprensa, do teatro e de sua participação em festas populares, percebe-se que Arthur esteve presente nas diversas manifestações em favor da causa antiescravagista. Aliás, em seu ensaio, A morte da escravidão, Humberto Machado aponta para importância da imprensa e do teatro na campanha abolicionista. Além disso, Machado ressalta o valor das festas, quermesses e meetings para arrecadar fundos para compra de cartas de alforria, bem como a popularização do movimento, com vistas a angariar simpatizantes à causa da libertação dos cativos (MACHADO, 1999: 374). Os teatros abriam suas portas para comitês e campanhas contra a escravatura. Era comum, nessas reuniões a presença de homens como Joaquim Nabuco, José do Patrocínio e André Rebouças. A campanha nos teatros não se restringia apenas às discussões políticas, mas convertia-se na efetiva adesão de artistas e empresários. O historiador Eduardo Silva relata a adesão destes após o espetáculo da Companhia Fênix Dramática, no Teatro Lírico, em 21 de junho de 1870, em benefício de Ernesto Rossi4, ator italiano que estava em temporada no Rio de Janeiro (MARZANO, 2008: 74-75). Ao fim da encenação, atores e atrizes da companhia levaram ao palco uma menina negra de dois anos para ser alforriada em cena, prestando homenagem a Rossi. Este, emocionado, fez um discurso em favor da libertação dos cativos para uma plateia que contava com mais de cinco mil espectadores, dentre os quais, o próprio Imperador Dom Pedro II. Dessa data em diante, observa Silva, André Rebouças veria no teatro um meio eficaz para a propaganda abolicionista. A partir da década de 1880, as conferências viriam a dar lugar às matinées abolicionistas. Realizadas nos teatros, tinham por objetivo divulgar a campanha em favor da libertação dos escravos, incluindo as camadas mais diversificadas da sociedade, em 4 Ernesto Rossi nasceu em 29 de abril de 1827, em Livorno, na Itália. Ator de grande prestígio, ficou conhecido por introduzir Shakespeare no teatro italiano. Esteve no Brasil em temporada, tendo representado no teatro Provisório. Morreu em 1896. 3 especial as menos favorecidas, com destaque para negros e mestiços. No tocante à programação, sabe-se que “além de uma conferência em defesa da abolição, tais eventos incluíam a encenação de uma peça alegre, números musicais e recitação de poesias, entre outras atrações” (MARZANO, 2008: 75). Sobre a atuação desses artistas em favor da abolição, Magalhães Junior salienta os esforços empreendidos pela gente de teatro para arrecadar fundos para compra de cartas de alforria. O autor destaca os nomes de Rose Villiot, atriz francesa naturalizada brasileira, que participou de muitas peças de Arthur Azevedo, Ismênia dos Santos, Apolônia Pinto, Delmary, Suzanna Castera, Delorme, Correia Vasques, o ator mais festejado dos oitocentos, Xisto Baía, um dos maiores intérpretes do teatro de revista de Azevedo, e muitos outros que faziam sucesso nos palcos. Contudo, o maior destaque do movimento abolicionista popular, foi Luiza Regadas, cantora de igreja, que se engajou na causa antiescravista de forma ativa, participando de sociedades abolicionistas, como a Confederação Abolicionista e Sociedade Brasileira Contra Escravidão e outras congêneres, merecendo o título de Rouxinol da Abolição.5 Igual contribuição, tiveram ainda, segundo Magalhães Junior, os maestros Carlos Gomes, Arthur Napoleão, Henrique Mesquita, Bassi e Cernichiari. Desde a década de 1830 e durante os oitocentos, o teatro foi um local de manifestação pública, onde “todas as iniciativas e decisões no campo artístico, que viessem por parte de literatos, estariam legitimados a priori e passariam a ser expressão mais pura daquilo que se queria atingir” (SOUZA, 2002: 35). O engajamento dos homens das letras pela via do teatro era condição sine qua non da campanha abolicionista. Assim foi com Arthur Azevedo. Engajado nos debates e campanhas de seu tempo, escreveu obras teatrais voltadas para este fim. Um exemplo está na peça O Liberato, redigida a pedido de Joaquim Nabuco. Encenada no Teatro Lucinda em 1881, rendeu bons frutos, repetida em inúmeros festivais em prol da campanha emancipacionista. No ano seguinte, em 1882, Arthur Azevedo escreveu com Urbano Duarte o drama A família Salazar, censurado pelo Conservatório Dramático, teve seus originais apreendidos, os autores recuperaram o manuscrito da peça em 1884. Porém, vendo que a campanha abolicionista 5 Ver Raimundo Magalhães Júnior. Arthur Azevedo e sua época. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira S.A., 1966/ Andréa Marzano. Cidade em cena: o ator Vasques, o teatro e Rio de Janeiro (1839- 1892). Rio de Janeiro: Folha seca: FAPERJ, 2008. 4 caminhava a largos passos, eles decidiram publicá-la sob o título, O Escravocrata. Logo no “Pródromo”, Duarte e Azevedo fariam a sua “profissão de fé”: Tanto mais que nos achamos plenamente convencidos de que, à força de empenhos e de argumentos, alcançaríamos a felicidade de ver o nosso drama à luz da ribalta.
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