A Fonte Subterranea"

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A Fonte Subterranea Eduardo Vieira Martins Este exemplar e a redação lil,}al_da tese defendida por MoJuJÚJ V.AUAc~ m~ e aprovada Jt'la Comissüo ,Ju!gadora cn·, os- og !? ~ -··- . .J r'~c:v-- A FONTE SUBTERRANEA" - O Pensamento Crítico de José de Alencar e a Retórica Oitocentista- Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas como requisito parcial para a obtenção do título de Doutor em Teoria e História Literária Orientador: Prof. Dr. Luiz Dantas Unicamp Instituto de Estudos da Linguagem 2003 UNICAMP UNICAMP BIBLIOTECA CENTRAL BIBLIOTECA CENTRAL SEÇÃO CiRCULANT; FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA IEL - UN1CAMP Martins, Eduardo Vieira M366f A fonte subterrânea : o pensamento crítico de José de Alencar e a retórica oitocentista I Eduardo Vieira Martins.-- Campinas, SP: [s.n.], 2003. Orientador: Luiz Carlos da Silva Dantas Tese (doutorado)- Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem. 1. Alencar, José, 1829-1877- Crítica e interpretação. 2. Literatura brasileira- História e crítica. 3. Romantismo. 4. Retórica. 5. Crítica. I. Dantas, Luiz Carlos da Silva. II. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Estudos da Linguagem. III. Título. ii Sumário Resumo/Résumé!Abstract .............. ................. ,.lll Epígrafes ..... .. .. Vl A Fonte Subterrânea~ Introdução .... ...... 1 1. A Educação Retórica.... .. ............... ......... 8 HughBlair .............................................................................. ....... 12 Francisco Freire de Carvalho ........... .......................... .23 Lopes Gama ................. .34 Junqueira Freire .................................................. .. ........... .45 O sublime ............ 57 Idéias sobre o romance ..... 68 2. O Monstro de Horácio .. ................. 78 3. A Epopéia do Novo Mundo ....................................................................................... 99 4. Tempo de Romance ......................... .. ............ 134 5. Experiência Teatral .......... .................................................................. 167 6. Lugares da Natureza ............................... ···························· ........................ 191 A Retórica de José de Alencar~ Palavras Finais ........................................................... 212 Bibliografia ............. ... .220 iii Resumo O objetivo deste trabalho é analisar o pensamento critico de José de Alencar no quadro histórico da sua produção, ressaltando os vínculos que o articulam com a retórica oitocentista. Num primeiro momento, verifica-se a permanência da eloqüência no sistema de ensino do século XIX e discutem-se as idéias apresentadas em cinco tratados amplamente diwlgados no período: as Lectures on rhetoric and be/les lettres, do escocês Hugh Blair; as Lições elementares de eloqüência nacional e as Lições elementares de poética nacional, do português Francisco Freire de Carvalho; e, dentre os reteres brasileiros, as Lições de eloqüência nacional, de Lopes Gama, e os Elementos de retórica nacional, de Junqueira Freire. A análise desses manuais possibilita perceber um processo de entrelaçamento entre a retórica e os novos paradigmas da cótica romântica, partindo de Blair, cujo tratado já aponta para um movimento em direção à psicologização da elocutio, até Junqueira Freire, que apresenta uma nova visão de antigos conceitos, como gênio e imaginação, definidos de perspectiva nitidamente romântica. Após a apresentação da retórica oitocentista, retomam-se os textos critico-teóricos produzidos por José de Alencar (prefácios, artigos jornalísticos e, principalmente, intervenções em polêmicas literárias), organizando-os a partir dos gêneros abordados: crônica, epopéia, poesia popular, romance e, no campo teatral, a comédia e o drama histórico. Na leitura desse material, procura-se destacar o uso de noções fundamentais da poética clássica, como os conceitos de decoro (que, apesar de não ser nomeado, orienta a análise de A confederação dos tamoios, poema censurado por não guardar as conveniências devidas ao gênero e ao objeto do canto) e de verossimilhança (usado tanto na análise de IV textos de terceiros, como para justificar sua própria produção). A par da utilização desses conceitos, Alencar evidencia clara consciência dos ornamentos aptos a produzir os efeitos desejados sobre o leitor, com destaque especial para a hipérbole e a amplificação, recursos valiosos para elevar a matéria ao nível de grandiosidade conveniente e que seriam utilizados pelo romancista ao longo da sua obra ficcional. Procura-se demonstrar que mais importante do que o uso de conceitos pontuais oriundos da retórica é o fato de Alencar conceber o texto como uma forma, uma realização particular de um gênero cujos traços distintivos podem ser conhecidos, codificados e estudados. Partindo dessa perspectiva, sua primeira atitude como crítico é tomar o objeto analisado e verificar o gênero no qual se insere. A recorrência desse procedimento faz com que, mesmo de maneira assistemática, o autor acabe constituindo um complexo sistema de gêneros, elaborado a partir de uma espécie de grade que define o texto por meio de traços distintivos como tema, estilo, finalidade, personagens ou outros aspectos formais relevantes. Na elaboração da teoria de cada gênero, ora lança mão de maior quantidade de conceitos retóricos, como na análise da epopéia, gênero clássico por excelência, ora se distancia um pouco dessa fonte, como ao discutir o romance ou a comédia. Em todo caso, entretanto, conserva a mirada retórica que permite definir os elementos estruturadores de cada gênero. Encerrando o trabalho, investigam-se alguns romances ambientados nas florestas e campos do interior do país, procurando-se demonstrar a existência de uma tópica, um conjunto de lugares-comuns empregados na descrição da natureza brasileira. Ao fim do percurso, o que se verifica é a profunda relação do pensamento critico alencariano com a retórica oitocentista, o que nos convida a repensar o lugar da eloqüência no século XIX e a rever a concepção do romantismo como ruptura definitiva com as ,,, ,. ·!'" ll i'• ,, p U Hl "' • ~ ,;1 , IBIIO'fct··,:, t'(i'... ,.,,, 1 B. - '"'"'"~ ··<"·····11!\1~- SEÇÃO CIEC:Ul..l\NTF v poéticas que o precederam, avançando, assim, o questionamento do psicologismo crítico, que concebe a obra como expressão dos sentimentos do autor. Rés um é L'objectif de ce travail est analyser les rapports entre les textes critiques écrits par José de Alencar et les traités de rhétorique que circulaient au Brésil au :xrxe siécle. Abstract The aim of this study is to analyse the relations between the articles on criticism written by José de Alencar and the treatises of rhetoric that circulated in Brazil during the 19"' century. vi Epígrafes "Destruamos as teorias, as poéticas e os sistemas. Derrubemos este velho gesso que mascara a fachada da arte! Não há regras nem modelos; ou antes, não há outras regras senão as leis gerais da natureza que plainam sobre toda a arte, e as leis especiais que, para cada composição, resultam das condições de existência próprias para cada assunto.'' (Victor Hugo, "Prefácio" de Cromwell, 1827) "Aliás, naquele tempo, uma nova retórica anunciava que se deve escrever como se fala, e que tudo depende da observação e do sentimento." (Gustave Flaubert, Bouvard e Pécuchet, 1880) "A eloqüência apresentava-se no Grêmio por uma porção de categorias. Cícero tragédia [... ]; Cícero modéstia [ ... ]; Cícero circunspecção [... ]; Cícero tempestade [ ... ]; Cícero franqueza[ ... ]; Cícero sacerdócio[ .. .]." (Raul Pompéia, O Ateneu, !888) "Tornei-me estudante de retórica,. meu amigo, e desci a noções rudimentares da poesia, porque a isto me obrigaram aqueles que, ou por cegueira da amizade ou por um mal entendido despeito, assentaram de cumprir à risca o preceito da escritura; Oculos habent et non videbunt. 11 (José de Alencar, Cartas sobre '~confederação dos tamoios", 1856) 1 A FONTE SUBTERRÂNEA- INTRODUÇÃO A ruptura com as preceptivas retóricas que orientaram a produção do discurso até o século XVIII é freqüentemente apontada pela historiografia literária como uma das principais linhas de demarcação entre o romantismo e as poéticas que o precederam: no lugar da arte compreendida como sistema codificado de regras e preceitos, os escritores do século XIX erigiram a subjetividade e a liberdade do gênio criador como ideais estéticos e fatores de valorização da literatura. Em The mirror and the lamp, M. H Abrams defende que a critica romântica representou uma inflexão no curso da tradição retórica, abandonando alguns problemas anteriormente considerados centrais (ou, pelo menos, atenuando sua importância) e erigindo como pólo privilegiado da investigação a relação entre a obra e a pessoa do poeta. Entretanto, como costuma ocorrer na transformação de estruturas mentais longamente arraigadas, a ruptura não se fez de forma absoluta, sendo possível perceber na nova estética um forte lastro de elementos herdados do passado: "Even though the characteristic pattems of romantic theory were new, many of its constituent parts are to be found, variously developed, in earlier writers. [... ] romantic aesthetics was no less an instance of continuity than of revolution in intellectual history". 1 Os aspectos das teorias românticas que mais atraíram a atenção dos escritores e críticos brasileiros do século XIX foram as vertentes que estabeleciam um vínculo entre a literatura e o ambiente em que ela florescia. Motivados pelo forte espírito nacionalista que a
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