Letícia Leonardi Vianna
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UNESP – UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA ―JÚLIO DE MESQUITA FILHO‖ INSTITUTO DE ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES DRAMATURGIAS EM EDUCAÇÃO: POÉTICAS PERFORMATIVAS NO COTIDIANO ESCOLAR LETÍCIA LEONARDI VIANNA SÃO PAULO 2019 LETÍCIA LEONARDI VIANNA DRAMATURGIAS EM EDUCAÇÃO: POÉTICAS PERFORMATIVAS NO COTIDIANO ESCOLAR TESE APRESENTADA AO INSTITUTO DE ARTES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA ―JÚLIO DE MESQUITA FILHO‖, PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE DOUTORA EM ARTES CÊNICAS. Linha de Pesquisa: Estéticas e Poéticas Cênicas Orientadora: Profa. Dra. Marianna F. Martins Monteiro Bolsa Capes - Demanda Social. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Campus de São Paulo Instituto de Artes São Paulo - 2019 BANCA EXAMINADORA __________________________________________________ Profa. Dra. Marianna Francisca Martins Monteiro (Orientadora) __________________________________________________ Profa. Dra. Carminda Mendes André __________________________________________________ Prof. Dr. Silvio Donizetti de Oliveira Gallo __________________________________________________ Profa. Dra. Naira Neide Ciotti __________________________________________________ Prof. Dr. Cassiano Sydow Quilici Ficha catalográfica preparada pelo Serviço de Biblioteca e Documentação do Instituto de Artes da UNESP L581d Leonardi, Letícia (Letícia Leonardi Vianna), 1984- Dramaturgias em educação: poéticas performativas no cotidiano escolar / Letícia Leonardi. - São Paulo, 2019. 241f. : il. Orientadora: Profa. Dra. Marianna Francisca Martins Monteiro Tese (Doutorado em Artes) – Universidade Estadual Paulista ―Júlio de Mesquita Filho‖, Instituto de Artes 1. Teatro na educação. 2. Performance (Arte). 3. Teatro - Aspectos políticos. 4. Teatro e sociedade. I. Monteiro, Marianna Francisca Martins. II. Universidade Estadual Paulista, Instituto de Artes. III. Título. CDD 792.01 (Laura Mariane de Andrade - CRB 8/8666) Para todos os professores que passaram em minha vida, especialmente aqueles que não cessaram em reinventar-se. Aos meus antigos e novos alunos, sobretudo as crianças que colocam todo o saber acadêmico em xeque. Ao meu filho (a) que aí vem, um mistério que não posso calcular. AGRADECIMENTOS À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela bolsa cedida ao longo de três anos, que viabilizou a realização deste projeto. À profa. Marianna Monteiro, minha orientadora, que admiro tanto. Obrigada pelo conhecimento compartilhado, por me introduzir referências que eu desconhecia, pela curiosidade, pela franqueza, pela alegria vibrante e pelo seu olhar cirúrgico. Sobretudo, agradeço pela orientação intuitiva e generosa que me permitiu encontrar caminhos significativos. À Denise Getúlio que de outra maneira também me orientou ao longo desses mesmos anos me ajudando a descobrir o olhar amoroso que faltava para mim mesma. Ao Joel Katz que de maneira muito precisa me ajudou a compreender a necessidade de ingressar neste doutorado. À Carminda Mendes André e sua presença na minha história como estudante, pesquisadora e artista, por suas contribuições permanentes e também durante a qualificação. Por seu olhar atento, generoso e provocador que me inspira no ofício de professora e me despertou para caminhos que eu não poderia jamais supor. Ao Silvio Gallo por compartilhar os seus conhecimentos e por ter participado da banca de qualificação trazendo contribuições valiosas. Ao meu companheiro Alexandre Vianna que é o meu grande amor, o meu grande parceiro de vida e de arte, amor que acolhe e incentiva. À toda a minha família, mas sobretudo a minha mãe Maria Helena e a meu pai Léo, que nos momentos mais críticos da pesquisa me ofereceram sua casa como retiro acadêmico, com amor, afeto e comidas gostosas. Pelas leituras que minha mãe, como grande professora que é, fez de partes da pesquisa. Às minhas avós Zaira e Norma que sempre mostraram amorosa curiosidade por entender porque tanto eu escrevia e ao meu avô poeta Zé Leonardi que tanto me moveu naquilo que sou. À Alice, que desanuvia qualquer mente cansada, ao Rafa, a Marli, ao Bera e também à Juliana, que é a irmã mais amorosa, objetiva e sensata que eu poderia ter. À Cristina Angiolucci, Clarissa Moser, Andrea Fonseca, Élder Sereni, Camila Andrade, Beatriz Marsiglia, Juliana Mado, Jorge Peloso, Deise de Brito, Milene Valentir Ugliara e Kanzelu, amigos imprescindíveis, companheiros de arte e de pesquisa com os quais teci conversas e ouvi comentários acerca do trabalho. À Letícia Nunes de Moraes pelo olhar cuidadoso com a revisão do exemplar final. A todos os integrantes do Grupo Terreiro de Investigações Cênicas: teatro, brincadeiras, rituais e vadiagens, ao Coletivo Cênico Joanas Incendeiam, às crianças, aos professores e a todo corpo escolar que partilham comigo um cotidiano na escola. A minha gratidão a todos os professores que passaram pelo Laboratório Dramaturgias Contemporâneas em Educação e àqueles que permanecem, o meu reconhecimento mais profundo, especialmente: Carolina Cortinove e a sua dedicação incansável, a Alexandre Marques pelo seu filosofar desviante, a Alice Pamplona sempre alegre e disponível, a Fernanda Gois pelo enfrentamento e coragem consigo mesma, a Osmar Guerra por ter deixando marcas, a Luciana Amaral, presença leve e dançante, a Giovanna Ghiurghi e a Wagner Menegare por compartilharem suas narrativas. Obrigada a todos os professores ainda não citados até aqui que concederam suas histórias, fotografias e saberes: Denise Pinto, Mário Filhou José, Cynthia Aragão, Pedra Homem, Marília Amorim, Denise Pereira Rachel (Coletivo Parabelo), Renata Lima, Mariana Souto Mayor e Elodia Honse Lebourg. À minha professora Telma, da educação básica, que eu não sei por onde anda, mas que deixou marcas profundas naquilo que sou com pequenos gestos cotidianos em direção à curiosidade, à poesia e à arte. No início do mundo, A Verdade andava de vila em vila, de cidade em cidade, espalhando a verdade. Da mesma forma procedia A Mentira, passava de cidade em cidade, de vila em vila, contando a mentira. Às vezes, quem chegava primeiro era a Mentira, outras vezes, era a Verdade. Quem chegava depois desdizia aquilo que a primeira havia dito, narrando a sua versão. Sem se conhecerem, ambas aprenderam a se odiar... então, um dia, num vilarejo não muito distante, a Verdade cruzou com a Mentira e a Mentira cruzou com a Verdade, olharam-se fixamente em silêncio, e então duelaram. Em meio ao duelo, a Verdade cortou a cabeça da Mentira e, antes que a Mentira caísse, cortou também a cabeça da Verdade. As cabeças rolaram pelo chão de terra batida. Cega, a Mentira pegou a cabeça da Verdade e a Verdade colocou a cabeça da Mentira e ambas continuam a vagar de vila em vila, de cidade em cidade... (Conto de tradição oral ioruba). RESUMO Esta tese realiza uma pesquisa bibliográfica acerca de conceitos como teatralidade, performatividade, espaço performático, e o lugar do ritual para pensar processos artístico-pedagógicos na interface com uma metodologia de natureza cartográfica, onde o pesquisador se insere no contexto da pesquisa. Para tanto, utilizo-me de minha experiência na educação, do trabalho de campo realizado com educadores de contextos diversos, bem como da experiência no Laboratório Dramaturgias Contemporâneo em Educação, por mim desenvolvido ao longo da pesquisa. Problematizo assim, a experiência do jogo teatral enquanto repertório e as (re)escrituras da experiência vivida como práticas de arquivo. Proponho pensar práticas corporificadas na educação a partir dos conceitos de arquivo e repertório, de modo a propor uma dramaturgia (roteiro) da sala de aula que revele relações e tensões entre ética, estética e política. Busco demonstrar o potencial de se ler a escola, de projetá-la como entre-lugar, espaço liminar ou performático prenhe de imagens por meio da utilização da ferramenta de análise conceitual ―como se fosse performance‖. Para tanto, apresento e desenvolvo o conceito de microimagens, uma técnica de montagem tecida pelo olhar, que pode ser uma forma de registro a serviço do professor que deseja poetizar a escola, e como uma forma poética de transformação de si. Palavras-chave: teatro; educação; performance; arquivo; poética. RESUMEN Esta tesis realiza una investigación bibliográfica sobre los conceptos teatralidad, performatividad, espacio performativo y discute también el lugar del ritual con la intención de pensar procesos artístico-pedagógicos en interfaz con una metodología de naturaleza cartográfica en la que el investigador se inserta en el contexto de la investigación. Para la realización del trabajo de campo con educadores de diferentes contextos fue fundamental mi propia experiencia en el ámbito de la educación, sobre todo para la creación del Laboratorio Dramaturgias Contemporáneas en Educación, por mí desarrollado a lo largo de la investigación y donde se dieron las experiencias analizadas. Para repensar la experiencia del juego teatral como repertorio, propongo las (re) escrituras de la experiencia vivida como prácticas de archivo, recurso para pensar prácticas encarnadas en el cotidiano escolar a partir de los conceptos de archivo y repertorio. Com ello se propone la construcción de una dramaturgia (guión) de aula que revele las relaciones y tensiones entre ética, estética y política. Busco demostrar el potencial de leer la escuela tomándola como un espacio liminar o performativo, fértil de imágenes que se pueden capturar a través de la herramienta de análisis conceptual "como si fuera performance". Para ello, presento y desarrollo el concepto de ―microimágenes‖, que consiste en una técnica de montaje tejida