Governança Metropolitana no Brasil

Relatório de Pesquisa

Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: análise comparativa das funções públicas de interesse comum (Componente 2)

Região Metropolitana de

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Governança Metropolitana no Brasil

Relatório de Pesquisa

Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: análise comparativa das funções públicas de interesse comum (Componente 2)

Região Metropolitana de São Paulo

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 1 04/12/2015 09:26:24 Governo Federal

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão Ministro Nelson Barbosa

Fundação pública vinculada ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, o Ipea fornece suporte técnico e institucional às ações governamentais – possibilitando a formulação de inúmeras políticas públicas e programas de desenvolvimento brasileiro – e disponibiliza, para a sociedade, pesquisas e estudos realizados por seus técnicos.

Presidente Jessé José Freire de Souza Diretor de Desenvolvimento Institucional Alexandre dos Santos Cunha Diretor de Estudos e Políticas do Estado, das Instituições e da Democracia Roberto Dutra Torres Junior Diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas Cláudio Hamilton Matos dos Santos Diretor de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais Marco Aurélio Costa Diretora de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação, Regulação e Infraestrutura Fernanda De Negri Diretor de Estudos e Políticas Sociais André Bojikian Calixtre Diretor de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais Brand Arenari Chefe de Gabinete José Eduardo Elias Romão Assessor-chefe de Imprensa e Comunicação João Cláudio Garcia Rodrigues Lima Ouvidoria: http://www.ipea.gov.br/ouvidoria URL: http://www.ipea.gov.br

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Relatório de Pesquisa

Caracterização e Quadros de Análise Comparativa da Governança Metropolitana no Brasil: análise comparativa das funções públicas de interesse comum (Componente 2)

Região Metropolitana de São Paulo

Rio de Janeiro, 2015

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 3 04/12/2015 09:26:24 © Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – ipea 2015

EQUIPE TÉCNICA

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa) Coordenação Nacional da Rede Ipea Marco Aurélio Costa – Ipea Coordenação Nacional do Projeto Marco Aurélio Costa – Ipea Coordenadora Estadual do Projeto Diana Meirelles da Motta – Diretora Equipe Estadual Andreina Nigriello Cláudia Helena Leite Eumenes Teixeira de Oliveira Filho Luiza Helena Fernandes de Araujo Miranda Márcia Rodrigues Maria de Fátima Araujo Maria Ligia Soares de Oliveira Wertheimer Michelin Ilyan Miguel Mônica de Azevedo Costa Nogara Rafael Henrique de Oliveira Sara Freitas Waldemar De Lucca Filho Zoraide Amarante Itapura de Miranda Revisão Técnica Bárbara Oliveira Marguti – Ipea Assistente Letícia do Vale Silva

As opiniões emitidas nesta publicação são de exclusiva e inteira responsabilidade dos autores, não exprimindo, necessariamente, o ponto de vista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ou do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

É permitida a reprodução deste texto e dos dados nele contidos, desde que citada a fonte. Reproduções para fins comerciais são proibidas

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 4 04/12/2015 09:26:24 SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO...... 7 1 INTRODUÇÃO...... 7 2 ANÁLISE DAS FPICs...... 30 3 A GOVERNANÇA METROPOLITANA NA BERLINDA: A INTEGRAÇÃO DA GESTÃO DAS FPICs...... 163 REFERÊNCIAS...... 176 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR...... 179 SITES CONSULTADOS...... 182 LISTA DE SIGLAS...... 184 ILUSTRAÇÕES...... 190

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 5 04/12/2015 09:26:24 Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 6 04/12/2015 09:26:24 APRESENTAÇÃO1 A Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano S. A. (Emplasa) coordena a pesquisa da Governança Metropolitana na Região Metropolitana de São Paulo (RM de São Paulo), no âmbito do Subprograma de Apoio a Redes de Pesquisas (Proredes) do Programa de Mobilização da Competência Nacional para Estudos sobre o Desenvolvimento (Promob) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O objetivo geral desta pesquisa consiste em: caracterizar e avaliar, numa perspectiva comparativa – e tendo como referência o marco das relações federativas no Brasil –, a governança metropolitana, seja como subsídio para o desenho, a implementação e avaliação das políticas públicas relacionadas à gestão das funções públicas de interesse comum [Fpics] no espaço metropolitano, seja como insumo para fortalecer a questão metropolitana na agenda política (Ipea, 2012). Os objetivos específicos consistem em: caracterizar e avaliar os diferentes desenhos/arranjos de gestão metropolitana, analisar a gestão de Fpics, mapear e fazer o registro de práticas, iniciativas e modelos de gestão e governança vigentes e qualificar as relações e conflitos decorrentes do arranjo federativo brasileiro e explorar as possibilidades abertas pelas experiências dos consórcios intermunicipais (op. cit.). Este relatório mostra a caracterização da dinâmica metropolitana e a análise das Fpics da região metropolitana (RM) de São Paulo – uso do solo, saneamento e transportes metropolitanos. A caracterização da dinâmica metropolitana da RM de São Paulo inclui aspectos populacionais, econômicos, e os fatores limitadores da expansão urbana. A análise das Fpics inclui um histórico e caracterização da gestão e a análise da efetividade da governança em cada uma dessas Fpics.

1 INTRODUÇÃO

1.1 Caracterização da dinâmica metropolitana

1.1.1 Aspectos populacionais (Nepo-Unicamp/Emplasa, 2013) Com mais de 19 milhões de habitantes (2010), 8.047 quilômetros quadrados (km2) de extensão territorial e 39 municípios, a RM de São Paulo é a mais complexa e diversificada do país, seja em termos sociais, econômicos ou demográficos. Exerce forte centralidade sobre uma vasta região da Macrometrópole Paulista (MMP) do Estado de São Paulo (ESP) e mesmo do país. Possui uma situação demográfica distinta de todas as demais RMs paulistas. Sua taxa de crescimento demográfico é a mais baixa em relação a todas as RMs do estado, refletindo, em grande medida, o comportamento do município de São Paulo, com mais de 11 milhões de habitantes.

A RM de São Paulo apresentou redução do crescimento populacional entre 2000 e 2010 em relação ao período anterior, fechando o período com 0,97% ao ano (a.a.). Apesar disso, o incremento demográfico mostrou volume relevante: 1,8 milhão de pessoas, contra 2,4 milhões entre 1991 e 2000. Dessa forma, a despeito da redução do crescimento demográfico, o volume do incremento populacional ainda se mostra expressivo, aumentando a população total em 10,3% entre 2000 e 2010.

1. Relatório elaborado com base nas informações disponíveis até 2013.

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No período entre 1991 e 2000, os municípios que mais cresceram foram os menores, como Vargem Grande Paulista (8,4% a.a.) e Santana do Parnaíba (8,1% a.a.). No período posterior, as taxas se reduziram para todos os municípios, sendo que Santana do Parnaíba apresentou a maior taxa de crescimento do período, com 3,9% a.a., seguido por Cotia e Mairiporã, com 3,0%, e outros com crescimento superior a 2% como Arujá e Vargem Grande Paulista. Como se nota, todos estes municípios estão mais distantes da capital, o que atesta a expansão territorial e demográfica da região. A mesma dinâmica do período anterior pôde ser observada com os municípios pequenos, mantendo as taxas mais altas de crescimento demográfico.

As mudanças verificadas entre os dois períodos acompanham e influenciam a dinâmica demográfica do ESP. Todos os municípios da RM de São Paulo, exceto São Caetano do Sul, apresentaram redução do crescimento demográfico associada à diminuição dos processos migratórios. Para a RM de São Paulo em seu conjunto, a migração representou apenas 9,7% do incremento demográfico entre 1991 e 2000 e foi negativa entre 2000 e 2010, ou seja, reflexo das perdas populacionais líquidas no período. Este comportamento apresentou-se distinto em relação aos municípios, sendo que em alguns, principalmente nos menores, a migração ainda teve importância para o crescimento demográfico.

A redução da migração líquida ou até mesmo sua mudança para valores negativos não significa perda de importância da RM de São Paulo no cenário migratório e demográfico paulista e nacional, pois esse componente já não atua tão decisivamente no crescimento regional e de seus municípios como no passado (tabela 1).

TABELA 1 RM de São Paulo: população, taxa de crescimento e participação relativa no crescimento populacional (1991, 2000 e 2010)

População residente Taxa de crescimento Participação relativa dos componentes (% a.a.) Município 1991-2000 2000-2010 1991 2000 2010 1991-2000 2000-2010 Vegetativo Migração Vegetativo Migração RM de São Paulo 15.369.305 17.852.637 19.683.975 1,68 0,97 90,3 9,7 118,3 -18,3 Arujá 37.143 58.933 74.905 5,3 2,4 41,7 58,3 58,1 41,9 Barueri 129.331 207.372 240.749 5,4 1,5 46,2 53,8 122,7 -22,7 Biritiba Mirim 17.751 24.579 28.575 3,7 1,5 40,5 59,5 70,6 29,4 Caieiras 38.778 70.825 86.529 6,9 2,0 22,5 77,5 59,4 40,6 Cajamar 33.495 50.568 64.114 4,7 2,4 46,7 53,3 62,6 37,4 Carapicuíba 281.901 343.962 369.584 2,2 0,7 78,8 21,2 204,9 -104,9 Cotia 105.721 148.519 201.150 3,8 3,1 51,8 48,2 45,8 54,2 Diadema 303.802 356.535 386.089 1,8 0,8 115,1 -15,1 177,7 -77,7 Embu das Artes 154.739 207.103 240.230 3,3 1,5 48,9 51,1 105,0 -5,0 Embu-Guaçu 35.592 56.671 62.769 5,3 1,0 26,1 73,9 104,7 -4,7 Ferraz de Vasconcelos 95.188 141.852 168.306 4,5 1,7 41,0 59,0 79,6 20,4 Francisco Morato 82.276 133.143 154.472 5,5 1,5 40,8 59,2 102,9 -2,9 Franco da Rocha 84.912 107.883 131.604 2,7 2,0 63,5 36,5 59,9 40,1 Guararema 17.934 21.864 25.844 2,2 1,7 64,4 35,6 66,0 34,0 781.895 1.069.609 1.221.979 3,5 1,3 49,7 50,3 101,1 -1,1 Itapecerica da Serra 92.273 129.180 152.614 3,8 1,7 42,5 57,5 101,7 -1,7 Itapevi 106.861 161.810 200.769 4,7 2,2 43,4 56,6 74,3 25,7 Itaquaquecetuba 162.684 271.649 321.770 5,9 1,7 29,1 70,9 86,2 13,8 Jandira 62.065 91.478 108.344 4,4 1,7 48,4 51,6 83,6 16,4 (Continua)

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(Continuação) População residente Taxa de crescimento Participação relativa dos componentes (% a.a.) Município 1991-2000 2000-2010 1991 2000 2010 1991-2000 2000-2010 Vegetativo Migração Vegetativo Migração Juquitiba 19.731 26.388 28.737 3,3 0,8 57,5 42,5 155,3 -55,3 Mairiporã 39.719 59.883 80.956 4,7 3,0 38,8 61,2 35,6 64,4 Mauá 293.094 362.676 417.064 2,4 1,4 79,8 20,2 86,3 13,7 Mogi das Cruzes 271.981 329.653 387.779 2,2 1,6 70,1 29,9 70,3 29,7 565.543 651.736 666.740 1,6 0,2 99,4 0,6 515,2 -415,2 Pirapora do Bom Jesus 7.907 12.344 15.733 5,1 2,4 33,4 66,6 51,6 48,4 Poá 75.911 95.597 106.013 2,6 1,0 75,5 24,5 120,4 -20,4 Ribeirão Pires 84.529 104.305 113.068 2,4 0,8 59,1 40,9 121,5 -21,5 R. Grande da Serra 29.676 37.015 43.974 2,5 1,7 68,5 31,5 70,5 29,5 Salesópolis 11.317 14.326 15.635 2,7 0,9 67,6 32,4 127,0 -27,0 Santa Isabel 37.808 43.682 50.453 1,6 1,4 106,5 -6,5 81,4 18,6 Santana de Parnaíba 36.848 74.343 108.813 8,1 3,9 20,0 80,0 33,7 66,3 Santo André 614.252 649.000 676.407 0,6 0,4 189,4 0,0 181,7 -81,7 S. B. do Campo 564.003 701.756 765.463 2,5 0,9 62,1 37,9 125,4 -25,4 São Caetano do Sul 149.436 140.241 149.263 -0,7 0,6 34,8 65,2 São L. da Serra1 12.145 13.973 1,4 70,8 29,2 São Paulo 9.610.659 10.426.384 11.253.503 0,9 0,8 155,1 -55,1 141,3 -41,3 Suzano 158.084 227.917 262.480 4,1 1,4 45,8 54,2 93,2 6,8 Taboão da Serra 158.738 197.247 244.528 2,4 2,2 74,5 25,5 73,8 26,2 Vargem G. Paulista 15.728 32.464 42.997 8,4 2,8 24,6 75,4 54,4 45,6

Fonte: Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010/Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), informações do registro civil. Elaboração: Nepo-Unicamp/Emplasa (2013). Nota: 1 O município foi criado em 1991.

Os expressivos dinamismos populacionais e econômicos aliados aos gargalos da infraestrutura de transporte e das políticas sociais refletem a existência de grande mobilidade da população da RM de São Paulo. O volume dos movimentos pendulares cresceu 73% entre 2000 e 2010, passando de 1,1 milhão para 1,9 milhão de pessoas, o que representa um aumento de importância e intensidade desses processos.

Para todos os municípios, o volume de pendulares cresceu, exceto São Paulo, Barueri e São Caetano do Sul (tabela 2). Destacaram-se, em relação ao crescimento dos movimentos pendulares no período 2000-2010, Jandira e Rio Grande da Serra (41%, e 40%, respectivamente). O município com menor percentual de movimento pendular em 2010 foi justamente São Paulo (3,5%). Este, com toda sua diversificação econômica, enorme mercado de trabalho e ofertas de serviços, mobiliza apenas pequena parcela de sua população, muito embora em termos absolutos o volume dos pendulares seja expressivo (135 mil pessoas).

O peso da mobilidade pendular pode ser observado a partir dos fluxos de movimentos pendulares daqueles que entram nos municípios para trabalhar. Seguindo a tendência de todas as RMs da macrometrópole, os movimentos intrametropolitanos na RM de São Paulo são seis vezes mais significativos que os externos, inclusive mais do que nas outras RMs. A dinâmica da mobilidade intrarregional da RM de São Paulo tem suas peculiaridades, com alguns municípios apresentando mais entradas que saídas (São Paulo, São Caetano do Sul, Guararema, Cajamar e Barueri); e todos os outros, mais saídas que entradas (tabela 2).

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TABELA 2 Municípios da RM de São Paulo: volume e peso relativo da mobilidade pendular de residentes sobre a população em idade ativa (PIA) (2000 e 2010)

Volume dos movimentos pendulares Percentual da PIA (%) Município 2000 2010 2000 2010 RM de São Paulo 1.189.942 1.942.001 9,1 12,6 Jandira 5.129 33.309 8,1 41,1 Rio Grande da Serra 829 13.334 3,2 40,5 Francisco Morato 1.364 42.927 1,6 38,6 Ferraz de Vasconcelos 4.344 45.911 4,5 36,9 Taboão da Serra 8.912 67.739 6,3 36,5 Carapicuíba 6.505 100.707 2,7 36,0 Embu das Artes 5.069 62.588 3,5 35,1 Itapevi 3.639 50.367 3,4 34,7 Poá 4.350 27.228 6,5 33,8 Caieiras 3.723 21.635 7,5 33,0 Itapecerica da Serra 3.111 36.369 3,5 32,0 Santana de Parnaíba 4.546 26.148 8,9 32,0 Franco da Rocha 4.471 31.478 5,8 31,5 São Caetano do Sul 39.171 36.846 34,0 29,2 Itaquaquecetuba 7.484 67.062 4,2 28,9 Diadema 28.858 83.792 11,3 28,4 Mauá 12.866 90.486 5,0 28,2 Pirapora do Bom Jesus 159 3.099 1,9 27,7 Ribeirão Pires 7.239 24.595 9,4 27,4 Santo André 52.994 140.844 10,7 25,7 Vargem Grande Paulista 1.203 8.161 5,3 25,2 Arujá 5.090 14.134 12,4 25,1 Osasco 37.303 129.984 7,8 25,0 Cotia 11.684 37.027 11,1 24,4 Barueri 44.176 41.795 30,6 22,9 São Lourenço da Serra 135 2.308 1,6 21,7 Suzano 12.717 42.851 8,1 21,7 São Bernardo do Campo 75.087 125.393 14,4 20,7 Embu-Guaçu 649 9.353 1,6 20,0 Biritiba Mirim 362 3.856 2,1 18,0 Cajamar 3.389 8.626 9,7 18,0 Mairiporã 1.046 11.018 2,5 17,7 Santa Isabel 917 6.578 3,0 17,0 Salesópolis 358 1.852 3,5 15,7 Guarulhos 35.225 138.554 4,7 15,0 Juquitiba 442 2.825 2,5 13,5 Guararema 599 2.453 3,9 12,4 Mogi das Cruzes 14.831 35.507 6,3 12,0 São Paulo 739.966 313.259 9,4 3,5

Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010/IBGE. Elaboração: Nepo-Unicamp/Emplasa (2013).

Na RM de São Paulo, a pendularidade apresenta importante relação com o processo de redistribuição espacial da população que não depende apenas da migração, mas também do crescimento vegetativo, mais intenso nos municípios periféricos. A grande defasagem existente entre os lugares onde são oferecidas oportunidades econômicas e serviços e aqueles

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onde vivem as pessoas faz da região um ambiente propício para a intensa mobilidade da população. Mais de 85% das pessoas que realizam movimentos pendulares da RM de São Paulo apresentam como destino um município da própria região, o que mostra a grande interação entre eles. Destes, a maior parte se dirige para São Paulo e os demais municípios de grande porte.

A relevância em relação à atratividade fica evidente a partir da análise do gráfico 1: 92% dos pendulares residentes na sede (São Paulo) se destinam a municípios da própria região, sendo que 51% se dirigem para os municípios grandes; 38%, para os médios; e apenas 3%, para os pequenos. Dos pendulares residentes nos municípios grandes, 63% se dirigem para a sede, número acima dos 57% dos municípios médios ou 50% dos municípios pequenos. Nos municípios pequenos, aumenta a importância dos municípios médios enquanto destino, representando 29%. Nos municípios pequenos mais distantes da capital, percebe-se que existem dinâmicas localizadas.

GRÁFICO 1 RM de São Paulo: distribuição percentual dos destinos da população residente que realiza movimento pendular, segundo o tipo de municípios (2010)

Fonte: Censo Demográfico de 2010/IBGE. Elaboração: Nepo-Unicamp/Emplasa (2013). Obs.: 1. Este gráfico apresenta os resultados agregando os municípios da região em sede, grandes (maiores de 500 mil), médios (menores de 500 mil) e pequenos (menores de 100 mil), segundo a população registrada pelo Censo Demográfico de 2010. 2. Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

Quando se observa a origem das pessoas (gráfico 2), que realizam os movimentos pendulares da RM de São Paulo, segundo os municípios de destino, 79% daqueles que se dirigem para a sede têm origem nos municípios grandes e médios e 9% em outras Unidades da Federação (UFs). Para os municípios grandes e médios, a origem RM de São Paulo é importante, representando 94% e 96%, respectivamente.

Para todos os destinos, os municípios médios aparecem como principal origem, tendo a sede como o mais importante, com 49% dos pendulares que esta recebe, e nos municípios pequenos perfazendo 55% do total de pendulares que estes recebem.

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GRÁFICO 2 RM de São Paulo: distribuição percentual das origens da população que realiza movimento pendular, segundo o tipo de municípios e o destino (2010)

Fonte: Censo Demográfico de 2010/IBGE. Elaboração: Nepo-Unicamp/Emplasa (2013). Obs.: 1. Este gráfico apresenta os resultados agregando os municípios da região em sede, grandes (maiores de 500 mil), médios (menores de 500 mil) e pequenos (menores de 100 mil), segundo a população registrada pelo Censo Demográfico de 2010. 2. Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

Desta forma, mesmo com um estoque de população menor em relação a outros municípios, os médios destacam-se com relação à mobilidade intrarregional. O mapa 1 apresenta estes fluxos espacializados, facilitando uma visão mais clara dos fluxos e dos movimentos pendulares na RM de São Paulo. Vale lembrar que, em função do grande volume de movimentos pendulares e da importância de São Paulo nesse processo, os deslocamentos para esse município não foram representados por seta e sim por pontos coloridos.

Desde 1991 observa-se uma redução de participação do município de São Paulo na população da RM de São Paulo, passando de 62% nesse ano para 57% em 2010. Esta redução proporcional, entretanto, não tem significado de redução da importância e da centralidade econômica exercida por este município. Tal hegemonia é que permite compreender a grande concentração de movimentos pendulares que se dirigem para esse município.

Os dados mostram que São Paulo mantém grande relevância econômica e sua dinâmica interfere diretamente na economia do entorno, considerando que 63% do valor adicionado (VA) da RM de São Paulo ainda provêm deste município. Cabe ainda destacar que o perfil econômico dos municípios da região é diverso, apesar de as características serem típicas de uma RM, ou seja, com maior participação dos setores de serviços e industrial. O gráfico 3 apresenta a distribuição do VA regional segundo os municípios, em que se destacam São Paulo, Guarulhos, Osasco e São Bernardo do Campo, que concentram, juntos, 78% do VA regional.

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MAPA 1 Municípios da RM de São Paulo: fluxos pendulares intrametropolitanos (2010)

Fonte: Censo Demográfico de 2010/IBGE. Elaboração: Nepo-Unicamp/Emplasa (2013). Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

GRÁFICO 3 Municípios da RM de São Paulo: participação do município no VA da região (2010)

Fonte: Fundação Seade. Elaboração: Nepo-Unicamp/Emplasa (2013). Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

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Em relação ao gráfico 4, percebe-se que não existe uma clara relação entre o crescimento populacional e o VA. O produto interno bruto (PIB) per capita, que recebe influência direta do volume de população, ficou abaixo do crescimento do VA para a maior parte dos municípios, mas principalmente para aqueles onde o crescimento demográfico foi maior. Tal situação revela a complementaridade existente entre os municípios da região e que o crescimento demográfico de um muitas vezes está associado à dinâmica de outros.

GRÁFICO 4 Municípios da RM de São Paulo: comparação entre o percentual de crescimento em dez anos do PIB per capita, VA (1999-2010) e do crescimento populacional (2000-2010)

Fonte: Fundação Seade; Censos Demográficos de 2000 e 2010/IBGE. Elaboração: Nepo-Unicamp/Emplasa (2013). Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

Em relação ao perfil da população que realiza movimentos pendulares, a prevalência é de homem, na faixa de 25 a 39 anos e com nível de escolaridade mais elevado que a média da PIA (enquanto praticamente metade da PIA regional apresenta o ensino fundamental, a maior parte dos pendulares dos municípios-sede grandes tem graduação e dos médios e pequenos, ensino médio).

1.1.2 Aspectos econômicos A RM de São Paulo é o maior polo de riqueza nacional. Trata-se da principal região que compõe a MMP. Em 2010, seu PIB – R$ 701,85 bilhões – equivalia a cerca de 56% do estado e 20% do Brasil, sendo responsável pelo recolhimento de um quarto dos impostos no país (Seade, 2012). Abriga a principal metrópole nacional, São Paulo – cidade global, principal centro de decisões políticas do estado, centro de serviços diversificado e especializado, com destaque para as áreas de telecomunicações, cultura, educação, saúde, transportes e gastronomia; polo de turismo de negócios da América Latina, com 74 mil eventos por ano, atraindo 4,2 milhões de pessoas; centro gerencial e administrativo, abrigando sedes de empresas transnacionais; complexo industrial – municípios de São Paulo, ABC, Guarulhos e Osasco; centro financeiro – Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

É a RM mais complexa e diversificada do país, seja em termos sociais, econômicos e demográficos. Conta com elevado grau de articulação entre os diversos ramos

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industriais, exibindo participação expressiva no VA estadual: 90% da indústria editorial estão concentrados na região; as indústrias de confecção de vestuário e a de máquinas e equipamentos de informática respondem por 73% e 72%, respectivamente.

O VA da indústria de máquinas para escritório e equipamentos para informática e de produtos alimentares diminuiu na RM de São Paulo e cresceu no ESP. A maior parte dos novos investimentos deslocou-se da RM de São Paulo para outras regiões, principalmente a Região Metropolitana de Campinas. Nos setores de máquinas e equipamentos e de metalurgia de ferrosos, o VA cresceu na RM de São Paulo e, mais intensamente, no estado (possivelmente para fora da RM de São Paulo). Sofreram esvaziamento tanto na RM de São Paulo quanto no ESP os ramos de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, material eletrônico e equipamentos de telecomunicações, eletrodomésticos, combustíveis, papel e celulose, produtos farmacêuticos e têxtil. No ramo de material de transportes, de mais expressivo aumento na década, de um acréscimo real de R$ 8,4 bilhões no VA estadual, cerca R$ 5,5 bilhões tiveram origem na RM de São Paulo (65%). Essa performance, alicerçada no tradicional conjunto de montadoras e indústrias de autopeças instaladas sobretudo no ABC e na capital, foi responsável por uma queda menos acentuada da ponderação industrial da RM de São Paulo no total do estado. O ramo de equipamentos médicos, óticos, de automação e precisão envolve indústrias de maior conteúdo tecnológico, pesa relativamente pouco no total e cresceu no estado majoritariamente fora da RM de São Paulo.

O peso relativo da capital na atração de novos investimentos é muito grande. Seus principais investimentos neste período estão relacionados a comércio, serviços e atividades imobiliárias. No Grande ABC, além da manutenção dos investimentos no setor industrial diversificado, ganharam destaque investimentos nas atividades imobiliárias e no setor logístico, reforçando o processo de reorganização dos setores industrial e logístico na RM de São Paulo. Em Guarulhos, destacaram-se os investimentos nas atividades imobiliárias e logísticas.

Os projetos de implantação do Rodoanel e de complementação de capacidade dos grandes sistemas de circulação rodoviária no entorno da metrópole têm contribuído para a formação de novos distritos de negócios junto aos eixos rodoviários e seus principais entroncamentos, notadamente relacionados ao setor logístico. Este setor representa uma oportunidade de relocalização de atividades e de conformação de novos polos de negócios relacionados ao desenvolvimento da logística na RM de São Paulo e na MMP. O provimento de infraestrutura e o desenvolvimento de serviços relacionados à logística devem estimular a implantação de plataformas logísticas – relacionadas ao processamento final de produtos, estocagem e transbordo, além de serviços financeiros, aduaneiros, fiscais e administrativos.

A operação dos trechos oeste e sul do Rodoanel está associada à ocupação de glebas situadas junto às rodovias troncais localizadas nas proximidades dos trevos de interligação ao Rodoanel, próximas aos principais eixos de movimentação de cargas, no corredor de transporte formado pelos sistemas Anhanguera/Bandeirantes, Rodoanel e Anchieta/ Imigrantes. A figura 1 mostra os empreendimentos logísticos privados marcados por pontos amarelos, em pontos azuis estão os locais prioritários definidos pelo planejamento estadual e locais prioritários do Plano Diretor de Desenvolvimento dos Transportes (PDDT) e Plano Integrado de Transportes Urbanos (Pitu), enquanto as linhas referem-se aos principais corredores de exportação, sendo em vermelho os corredores ferroviários e em branco os corredores rodoviários.

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FIGURA 1 MMP: empreendimentos logísticos, principais corredores de exportações e locais prioritários (2010)

Fonte: Governo do ESP, 2010 (Google Earth).

Nos últimos dez anos, é notável a transformação do uso do solo em Cajamar, Barueri, Jandira, Embu e São Bernardo do Campo, principalmente com a implantação de empreendimentos como centros de distribuição e galpões logísticos (figuras 2, 3, 4, 5 e 6).

FIGURA 2 Cajamar (distrito de Jordanésia) entre as rodovias Anhanguera e Bandeirantes 2A – Imagens de 2003

Fonte: Governo do ESP, 2010 (Google Earth). Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

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2B – Imagens de 2009

Fonte: Governo do ESP, 2010 (Google Earth). Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

FIGURA 3 Barueri e Jandira, junto à Rodovia Castelo Branco 3A – Imagens de 2003

Fonte: Governo do ESP, 2010 (Google Earth). Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

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3B – Imagens de 2009

Fonte: Governo do ESP, 2010 (Google Earth). Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

FIGURA 4 Embu, próximo ao entroncamento da Rodovia Régis Bittencourt e o Rodoanel 4A – Imagens de 2003

Fonte: Governo do ESP, 2010 (Google Earth). Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

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4B – Imagens de 2009

Fonte: Governo do ESP, 2010 (Google Earth). Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

FIGURA 5 São Bernardo do Campo, centro logístico junto ao entroncamento da Rodovia dos Imigrantes com o Rodoanel 5A – Imagens de 2003

Fonte: Governo do ESP, 2010 (Google Earth). Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

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5B – Imagens de 2009

Fonte: Governo do ESP, 2010 (Google Earth). Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

FIGURA 6 Itaquaquecetuba, centro logístico intermodal em implantação junto à linha ferroviária, às margens da Rodovia Ayrton Senna 6A – Imagens de 2004

Fonte: Governo do ESP, 2010 (Google Earth). Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

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6B – Imagens de 2009

Fonte: Governo do ESP, 2010 (Google Earth). Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

A alteração mais significativa na estrutura industrial da região (tabela 3) deve-se ao aumento da produção de bens de capital e consumo durável (BCCD), que passa a representar 37,8% de sua produção industrial e 53% na produção da MMP. Ao mesmo tempo, a presença da categoria de bens de consumo não duráveis (BCND) reduz-se de 24,4% para 14,4%, enquanto a produção de bens de consumo intermediários (BCI) permanece a mais importante da região, em torno de 46%. Embora conte com a estrutura industrial muito diversificada, apenas seis divisões da indústria de transformação são responsáveis por cerca de 70% do Valor de Transformação Industrial (VTI) da RM de São Paulo – cinco destas são as principais divisões da indústria da MMP.

A indústria química (incluindo a fabricação de produtos farmacêuticos, que representa cerca de 20% do VTI no período) e a indústria de veículos automotores (que salta de 10,8% em 2000 para 22,6% em 2010) seguem como as principais divisões da estrutura industrial da RM de São Paulo. Em ambas, o grau de concentração é de mais de 60% da produção da MMP – no caso da farmacêutica chega a 75%. O complexo automobilístico da RM de São Paulo, localizado no aglomerado urbano do ABC, concentra plantas industriais com alta intensidade tecnológica. Lá estão unidades da Ford, Volkswagen, Mercedez-Benz, Scania e Toyota. Para essas montadoras, existem previsões de inúmeros investimentos2 tais como: ampliação de estruturas físicas, aquisição de equipamentos, modernização de plantas, novos produtos, novos processos de engenharia, ampliação da capacidade produtiva e também do sistema de logística.

2. Universidade Federal do Rio de Janeiro/Universidade Estadual de Campinas (UFRJ/Unicamp). PIB – perspectiva do investimento no Brasil, dinâmica dos investimentos no complexo automotivo (dados do BNDES, 2008). Disponível em: . Acesso em: mar. 2014.

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69,2 22,6 19,9 6,0 7,6 6,5 6,5 estru. (%) estru. 60,6 58,3 64,7 25,8 56,4 43,4 2010 e equipamentos e material plástico Fabricação de máquinas Fabricação Fabricação de produtos químicos Fabricação Fabricação de produtos de metal, de produtos metal, Fabricação exceto máquinas e equipamentos Fabricação de artigos de borracha de artigos borracha Fabricação Fabricação e montagem de veículos Fabricação Fabricação de produtos alimentícios Fabricação automotores, reboques e carrocerias automotores,

1

2 3 4 5 6 Cnae 2.0

estru. (%) estru. 50,8 18,4 12,6 7,2 6,6 6,0 5,4 29 56,6 34,8 48,8 55,7 66,6 2007 equipamentos e material plástico Fabricação de máquinas e Fabricação Fabricação de produtos químicos Fabricação Fabricação de produtos de metal, de produtos metal, Fabricação exceto máquinas e equipamentos Fabricação de artigos de borracha de artigos borracha Fabricação Fabricação e montagem de veículos Fabricação Fabricação de produtos alimentícios Fabricação automotores, reboques e carrocerias automotores,

1

2 3 4

5 6

21,5 66,8 16,5 7,9 7,9 6,9 6,2 estru. (%) estru. 63,3 58,4 63,3 48,3 93,2 39,0 2007 e bebidas gravações RM de São Paulo e equipamentos e material plástico Fabricação de máquinas Fabricação Fabricação de produtos químicos Fabricação Fabricação de artigos de borracha de artigos borracha Fabricação Edição, impressão e reprodução de Edição, Fabricação e montagem de veículos Fabricação Fabricação de produtos alimentícios Fabricação automotores, reboques e carrocerias automotores, 1 2 3 4

5 6

19,9 14,1 8,4 8,1 64,2 7,0 6,6 estru. (%) estru. Distribuição do VTI das seis principais divisões da indústria de transformação da RM de São Paulo VTI das seis principais divisões da indústria de transformação Distribuição do 59,4 52,8 37,2 53,9 93,4 54,2 2005 de gravações e equipamentos e material plástico alimentícios e bebidas Fabricação de produtos Fabricação Fabricação de máquinas Fabricação Edição, impressão e reprodução Edição, Fabricação de produtos químicos Fabricação Fabricação de artigos de borracha de artigos borracha Fabricação Fabricação e montagem de veículos Fabricação automotores, reboques e carrocerias automotores,

1 3 4 2 5

6

20,9 10,8 6,7 10,9 6,6 62,4 6,5 Classificação Nacional de Atividades Econômicas (Cnae) 1.0 Classificação Nacional de estru. (%) estru. 51 60,0 94,4 63,3 40,5 53,9 2000 gravações e equipamentos e material plástico alimentícios e bebidas Fabricação de produtos Fabricação Fabricação de máquinas Fabricação Fabricação de produtos químicos Fabricação Fabricação de artigos de borracha de artigos borracha Fabricação fabricação de produtos alimentícios somou-se a bebidas. Edição, impressão e reprodução de Edição, Fabricação e montagem de veículos Fabricação automotores, reboques e carrocerias automotores, TABELA 3 TABELA 2007 e 2010) 2005, VTI da MMP (2000, industrial e participação no evolução da estrutura RM de São Paulo: Fonte: PIA/IBGE, tabulações especiais. PIA/IBGE, Fonte: na divisão na divisão a fabricação de produtos químicos somou-se farmacêuticos, optou-se por adotar o seguinte procedimento no caso da Cnae 2.0: os anos da série, comparar na Cnae no período e para Devido às alterações Obs.: 2013. Emplasa, Elaboração:

1 2 3 MMP (%) MMP (%) 4 5 6 MMP (%) MMP (%) MMP (%) MMP (%)

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Essas informações, mesmo com a redução posterior dos anúncios de investimentos, em face do aprofundamento da crise econômica e do consequente comportamento cauteloso dos empresários do setor, sinalizam desdobramentos futuros positivos para o período pós- crise e confirmam a importância desse parque automotivo na região. Permanece central a contribuição da fabricação de alimentos e bebidas, ocupando a terceira posição, e de máquinas e equipamentos, a quinta, na estrutura industrial da RM de São Paulo. Entretanto, alguns segmentos perdem importância no período, como a indústria de edição e reprodução de gravações, que, de terceira posição em 2000, cai para a 15a em 2010. Essa indústria sofre o impacto das grandes transformações ocorridas com a difusão da tecnologia da informação e da internet nos processos de comunicação em geral, praticamente eliminando a demanda desses produtos, e também devido à concorrência da produção gráfica realizada fora do país.3 Na década de 2000, a RM de São Paulo apresentou muitas dificuldades, retratadas na estagnação de sua indústria e em um quadro de redução de produtividade com a consequente perda de competitividade, conforme indica a evolução dos principais dados. Como consequência desse desempenho, ocorreu a redução, em alguns pontos, da participação do VTI na indústria de transformação da MMP, passando de 49,2% em 2000 para 47,3% em 2010. Em 2010, tanto a indústria de transformação como um todo quanto as principais divisões da estrutura produtiva – a química, máquinas e equipamentos e borracha e plástico – retornaram praticamente ao mesmo patamar de 2000, no que diz respeito à produção de VA.

A produção de alimentos e o refino de petróleo reduziram significativamente o VTI. Apenas a indústria de veículos automotores cresceu, dobrando de tamanho na década. Nesse caso, vale destacar o crescimento do grupo produtor de caminhões e ônibus, que nos últimos anos apresentou importante mudança no perfil dos produtos dessa indústria na RM de São Paulo. O desempenho positivo da produção automobilística tem gerado, talvez, a maior contradição dessa década para a RM de São Paulo: os investimentos em transporte de passageiros sobre trilhos (metrô e trens urbanos) não têm conseguido fazer frente ao crescente volume de produção de automóveis, incentivado por inúmeras medidas de caráter setorial, inclusive de crédito facilitado para aquisição de automóvel a grandes parcelas da população. E com um agravante para o meio ambiente, derivado da política de preços dos combustíveis dos últimos anos, que induz a utilização da gasolina em detrimento do etanol – muito embora os motores flex estejam disponíveis nos carros de passeio –, dificultando o controle da poluição na metrópole.

Esse problema tem gerado um dos maiores estrangulamentos na mobilidade interna da região, demandando medidas urgentes no sentido da fluidez do trânsito e da melhoria da competitividade sistêmica da produção, em geral, e da produção industrial, em particular, com impacto na MMP como um todo. Mesmo com fraco desempenho industrial, a RM de São Paulo permanece como o maior complexo produtivo do Brasil, e também como lócus prioritário da produção industrial e de serviços na MMP.

Um balanço do PIB municipal, entre 2000 e 2010, mostra mudanças importantes com a RM de São Paulo, perdendo participação no VA da indústria paulista de 52,4% para 46,8%. Vale destacar que São Paulo, Guarulhos e Osasco seguem concentrando 74% do PIB regional, sendo que São Paulo concentrou 63% em 2010 e Osasco elevou sua participação no PIB da região de 3,6%, em 2000, para 5,2%, em 2010 (tabela 4).

3. Cabe mencionar, porém com importância secundária, que essa divisão sofreu alterações na classificação de atividades quando da passagem para a Cnae 2.0, influenciando o resultado para 2010.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 23 04/12/2015 09:26:26 24 Relatório de Pesquisa 53,4 80,0 71,1 59,8 60,2 76,3 65,3 53,3 64,5 72,4 61,7 83,5 51,5 57,4 67,9 84,4 80,2 61,2 60,9 80,1 65,2 58,9 75,5 (Continua) 69,05 Serviços 46,4 20,0 15,0 39,3 39,8 23,7 34,6 46,7 35,5 27,6 38,3 16,5 48,0 31,9 32,1 15,4 19,8 38,7 39,1 19,7 34,8 41,0 24,5 29,08 Indústria - - - Distribuição do VA – 2010 (%) VA Distribuição do 0,2 14,0 0,8 0,0 0,0 0,1 0,0 0,1 0,1 0,0 0,0 0,4 10,7 0,0 0,1 0,1 0,2 0,0 0,0 0,1 1,87 Agropecuária 54,7 72,8 69,1 51,7 43,8 77,6 65,4 52,9 64,0 65,0 65,7 80,1 55,5 49,4 64,8 75,2 64,7 66,3 63,5 76,7 76,3 52,0 67,1 70,5 Serviços 44,5 27,2 14,5 48,2 56,2 22,4 34,4 47,1 35,8 34,8 34,2 19,9 43,3 44,2 35,2 24,4 35,3 33,4 36,5 23,2 23,6 48,0 29,4 31,53 Indústria - - - Distribuição do VA – 2000 (%) VA Distribuição do 0,8 16,4 0,2 0,0 0,0 0,2 0,0 0,1 0,2 0,0 0,0 1,2 6,4 0,0 0,4 0,3 0,1 0,1 0,0 0,1 1,37 Agropecuária

0,3 4,0 0,0 0,3 0,8 0,5 0,9 1,6 0,6 0,1 0,2 0,1 0,3 0,1 5,3 0,5 0,7 0,5 0,2 0,0 0,2 1,0 100,0 RM de São Paulo (%) RM de São Paulo Participação no PIB da Participação 0,5 0,2 2,2 0,0 0,2 0,4 0,3 0,9 0,4 0,0 0,1 0,1 0,2 0,0 3,0 0,3 0,4 0,1 0,0 0,1 0,6 100,0 56,3 0,3 PIB do ESP (%) Participação no Participação PIB – 2010 (R$) 27.341,84 115.319,91 10.080,26 21.854,95 85.810,87 9.270,98 30.904,90 29.153,85 18.527,39 9.503,99 9.527,71 6.274,90 14.901,02 17.688,52 30.383,43 22.975,76 25.617,71 10.118,18 15.219,19 8.936,13 14.660,98 17.619,04 30.264,06 35.685,60 PIB per capita PIB total (R$ milhões) 2.045,66 27.752,43 288,02 1.893,14 5.501,59 3.429,41 6.212,60 11.254,52 4.446,70 597,29 1.603,42 969,71 1.961,02 457,44 37.139,40 3.501,05 5.145,93 3.256,58 1.650,31 256,75 1.186,37 7.352,09 1.247.595,93 701.848,59

0,2 4,1 0,0 0,2 0,4 0,5 0,7 1,6 0,4 0,1 0,2 0,1 0,2 0,1 5,5 0,3 0,4 0,4 0,2 0,1 0,1 1,4 100,0 RM de São Paulo (%) RM de São Paulo Participação no PIB da Participação 0,1 2,4 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,9 0,2 0,1 0,1 0,1 0,1 0,0 3,1 0,2 0,2 0,2 0,1 0,0 0,1 0,8 100,0 57,3 PIB do ESP (%) Participação no Participação PIB – 2000 (R$) 7.320,53 47.192,54 3.828,77 7.481,63 17.796,28 3.529,90 10.546,02 10.861,41 4.923,50 4.421,17 3.412,47 2.160,85 5.090,33 8.601,49 12.183,39 6.339,41 5.542,33 3.549,66 5.694,62 5.686,38 5.385,53 9.078,67 11.345,91 13.483,47 PIB per capita PIB total 443,48 10.065,84 96,08 922,95 1.230,30 1.599,56 3.914,59 1.038,88 257,54 496,06 295,96 557,81 190,60 13.293,81 840,19 919,78 993,64 533,53 152,84 330,76 3.339,28 (R$ milhões) 548,41 424.161,30 243.189,61 TABELA 4 TABELA por setor de atividade (2000-2010) VA, e distribuição do correntes PIB a preços e municípios: RM de São Paulo ESP, ESP RMSP Arujá Barueri Biritiba Mirim Caieiras Cajamar Carapicuíba Cotia Diadema Embu Embu-Guaçu Ferraz Francisco Franco Guararema Guarulhos Itapecerica da Serra Itapevi Itaquaquecetuba Jandira Juquitiba Mairiporã Mauá RM de São Paulo e RM de São Paulo municípios

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 24 04/12/2015 09:26:27 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 25 66,7 89,6 75,5 65,1 59,6 53,9 73,1 76,0 74,4 68,4 54,5 55,8 81,3 79,6 47,8 67,9 66,8 Serviços 90 32,1 10,4 24,5 34,8 40,3 45,9 23,3 25,6 31,6 45,5 44,2 17,4 20,4 52,0 32,0 33,1 Indústria - - Distribuição do VA – 2010 (%) VA Distribuição do 1,2 0,0 0,0 0,0 0,1 17,9 0,7 0,0 0,0 0,0 1,3 0,0 0,2 0,0 0,1 Agropecuária 62,7 82,5 61,2 68,0 68,1 65,3 73,1 67,6 72,2 63,6 55,6 65,4 85,5 73,5 42,2 62,4 80,0 Serviços 35,5 17,5 38,8 31,9 31,8 34,5 15,0 31,7 27,8 36,4 44,4 34,6 12,5 26,5 57,6 37,6 19,9 Indústria - - Distribuição do VA – 2000 (%) VA Distribuição do 1,8 0,0 0,0 0,1 0,2 11,8 0,7 0,0 0,0 0,0 2,0 0,0 0,2 0,0 0,1 Agropecuária 1,3 5,2 0,0 0,4 0,3 0,1 0,0 0,1 0,5 2,5 5,1 1,6 0,0 63,2 0,8 0,7 0,1 RM de São Paulo (%) RM de São Paulo Participação no PIB da Participação 0,7 2,9 0,0 0,2 0,2 0,0 0,0 0,1 0,3 1,4 2,9 0,9 0,0 35,6 0,5 0,4 0,1 PIB do ESP (%) Participação no Participação PIB – 2010 (R$) 22.751,54 54.599,81 8.088,95 25.909,35 16.709,84 11.053,79 11.179,48 15.027,08 33.444,02 25.609,30 46.495,62 73.605,89 11.324,94 39.450,87 21.936,27 19.643,78 17.483,99 PIB per capita PIB total (R$ milhões) 487,3 8.810,33 36.389,08 127,21 2.747,25 1.888,93 174,84 758,33 3.641,22 17.258,47 35.578,59 11.009,31 158,38 443.600,10 5.759,76 4.807,21 750,87 1,0 3,6 0,0 0,3 0,3 0,1 0,0 0,1 0,4 3,1 4,5 1,4 0,0 65,9 1,1 0,7 0,2 RM de São Paulo (%) RM de São Paulo Participação no PIB da Participação 0,6 2,0 0,0 0,2 0,2 0,0 0,0 0,1 0,2 1,8 2,6 0,8 0,0 37,8 0,7 0,4 0,1 PIB do ESP (%) Participação no Participação PIB – 2000 (R$) 7.542,97 13.187,90 4.962,43 7.448,49 6.249,09 3.782,27 4.204,87 5.275,28 11.040,85 11.422,80 15.534,56 24.923,12 5.291,18 15.286,80 11.830,86 8.587,59 11.446,62 PIB per capita PIB total 2.518,84 8.678,30 62,93 722,97 660,93 142,05 61,19 232,71 852,64 7.441,07 11.060,48 3.478,12 66,16 160.285,57 2.759,05 1.718,15 386,56 (R$ milhões) Fonte: PIB dos municípios paulistas, Seade, dezembro de 2012. Seade, PIB dos municípios paulistas, Fonte: Mogi das Cruzes Osasco Pirapora do Bom Jesus Pirapora Poá Ribeirão Pires Ribeirão Rio Grande da Serra Rio Grande Salesópolis Santa Isabel Santana de Parnaíba Santo André São Bernardo do Campo São Caetano do Sul São Lourenço da Serra São Paulo Suzano Taboão da Serra Taboão Vargem Grande Paulista Grande Vargem RM de São Paulo e RM de São Paulo municípios (Continuação)

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 25 04/12/2015 09:26:27 26 Relatório de Pesquisa

1.1.3 Evolução da mancha urbana A expansão da mancha urbana da RM de São Paulo ocorreu com o crescimento de seu núcleo principal – a cidade de São Paulo – e posterior espraiamento pelos eixos de maior acessibilidade regional, incorporando os territórios vizinhos.

A estrutura primária do núcleo era apoiada especialmente nos acessos fluviais por meio dos rios Tietê e Tamanduateí. Depois disso, passou a se apoiar na rede ferroviária, que se constituiu no principal eixo indutor da evolução urbana desse período. São Paulo foi o ponto de origem desta estrutura ferroviária que se iniciou a partir da década de 1860, composta por cinco principais companhias: São Paulo Railway Company (Santos-Jundiaí), Companhia Paulista, Estrada de Ferro Sorocabana, Companhia Mogiana e Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB). As ferrovias marcaram profundamente o território da RM de São Paulo e deram o necessário apoio e suporte aos primeiros movimentos de expansão urbana, voltada ao apoio das atividades industriais com o surgimento de vilas operárias e pequenos núcleos de atividades diversificadas de alcance local, especialmente nos arredores das estações.

Essa dinâmica de crescimento provocou a incorporação sucessiva de novas áreas ao tecido urbano, propiciando o surgimento de uma faixa continuamente urbanizada envolvendo parcelas de São Paulo, Osasco, São Caetano do Sul e Santo André. A partir de 1930 começa a se desenhar o primeiro setor significativo de expansão da mancha urbana, no sentido leste-oeste.

A partir da década de 1950, a RM de São Paulo passa a contar com uma nova estruturação da expansão urbana, mediante a indução promovida pelos melhoramentos das rodovias existentes e pela construção de outras, mais modernas, que dividem com as ferrovias o papel de eixos polarizadores da urbanização e da implantação industrial. Em função disso, a mancha prossegue seu deslocamento para leste, seguindo as direções da Rodovia Presidente Dutra e da EFCB; para sudeste, acompanhando a Estrada de Ferro Santos-Jundiaí; para o sul, ao longo da Rodovia Anchieta. Vale observar que as rodovias Dutra e Anchieta facilitaram a ligação a São Bernardo do Campo e Guarulhos, então incluídos no processo de expansão industrial. Nas direções oeste e sudoeste, a ocupação inicial ocorreu de forma dispersa e desordenada, tendo como seus principais vetores, respectivamente, a Estrada de Ferro Sorocabana e a Rodovia Régis Bittencourt.

Essas novas estruturas viárias permitiram uma mobilidade maior da população por meio do transporte público e individual motorizados. Novas avenidas e estradas são construídas e novos espaços são ocupados para fins urbanos. A expansão consolida-se e se espalha sem um planejamento adequado. Uma das poucas tentativas de ordenamento foi feita ainda na década de 1930 com o Plano de Avenidas, projetado pelo engenheiro Francisco Prestes Maia, que assumia uma estrutura radiocêntrica já existente e um sistema de avenidas diametrais e perimetrais. Tal plano serviu de base à estruturação das áreas mais centrais de São Paulo até a década de 1960.

Na década de 1970, o processo de desenvolvimento metropolitano intensificou-se na direção oeste devido à oferta de terras para o assentamento residencial das classes média-alta e alta, com a implantação de loteamentos que se situaram inicialmente nos eixos das rodovias Raposo Tavares e Régis Bittencourt e, posteriormente, no da Rodovia Castelo Branco. Na porção norte, a mesma situação se repete na Serra da Cantareira.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 26 04/12/2015 09:26:27 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 27

A área urbana encontrou barreiras no processo de expansão – ao norte, a Serra da Cantareira; ao sul, as represas Billings e Guarapiranga; a sudeste, o relevo de Mares de Morros do rebordo da Serra do Mar. No entanto, tais limitantes não foram intransponíveis. A Serra da Cantareira e o entorno das represas foram objeto de intenso processo de ocupação irregular. Desse modo, o eixo leste-oeste se organizou como um vetor de expansão preferencial, abrindo-se “corredores” que atravessam as áreas de topografia mais acidentadas.

A dinâmica da expansão e consolidação do meio urbano na RM de São Paulo baseou-se, principalmente após a metade do século XX, em um padrão que apresentava uma área central e um centro expandido adensados, com infraestrutura urbana adequada, onde se concentrava e ainda se concentram a maior parte das ofertas de trabalho, o comércio e os serviços especializados. Além deste centro expandido, uma imensa área de urbanização periférica com pouca ou nenhuma infraestrutura, poucos equipamentos de apoio e sustentabilidade social e pouca oferta de empregos, onde a exclusão social reflete-se em um padrão de exclusão territorial, representado pelas grandes extensões de maciça ocupação territorial marcada por padrões habitacionais precários.

O mapa da expansão da área urbanizada da RM de São Paulo é continuamente atualizado, visando monitorar o crescimento da metrópole. Estão representados doze períodos: 1881, 1914, 1929, 1949, 1962, 1974, 1980, 1985, 1992, 1997, 2002 e 2010 (mapa 2). Até 1949, as informações foram coletadas de mapas antigos que não abrangiam a totalidade da região. A partir de 1962, as informações foram extraídas de fotos aéreas ou de imagens de satélites recobrindo toda a área da região.

Os grandes fatores limitadores da expansão urbana da RM de São Paulo de origem topográfica localizam-se ao norte – Serra da Cantareira – e ao sul – represas Billings e Guarapiranga e a borda da Serra do Mar. A despeito de serem áreas protegidas por legislação ambiental, muitas destas encontram-se sob processo intenso de ocupação irregular, sendo que, nas áreas ao sul, a ocupação irregular se fez tão intensa que abriga, atualmente, cerca de 2 milhões de pessoas.

A conformação topográfica da RM de São Paulo demonstra, portanto, situações mais favoráveis à ocupação no sentido leste-oeste, onde, de fato, ocorreu seu maior espraiamento, que ultrapassa a extensão de 90 km entre Amador Bueno, em Itapevi, e César de Souza, em Mogi das Cruzes. No sentido norte-sul, a conurbação ultrapassa a distância de 70 km.

As áreas centrais, também favoráveis à ocupação, são aquelas onde a conformação topográfica, embora apresente ondulações e morros, caracteriza-se por grandes áreas consideradas adequadas ao assentamento urbano. Estas áreas, de relevo mais suave, encontram-se, principalmente, nas planícies aluviais dos rios Tietê, Tamanduateí, Pinheiros, Aricanduva e outros cursos d’água menores.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 27 04/12/2015 09:26:27 28 Relatório de Pesquisa MAPA 2 MAPA Evolução da mancha urbana (1881-2010) 2012. Emplasa, e elaboração: Fonte publicação (nota do Editorial). ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para Imagem cujos leiaute e textos não puderam Obs.:

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 28 04/12/2015 09:26:27 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 29 MAPA 3 MAPA (2002-2010) Mancha urbana e assentamentos precários 2009. (SMA), Administração Secretaria Municipal de 2003 e 2007; 2002, Emplasa (2010), 2000; (IGC), e Cartográfico Instituto Geográfico 2002; Agência Metropolitana da Baixada Santista (Agem/BS), 2000 e 2007; IBGE, Fonte: 2012. Emplasa, Elaboração: publicação (nota do Editorial). ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para Imagem cujos leiaute e textos não puderam Obs.:

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 29 04/12/2015 09:26:27 30 Relatório de Pesquisa

MAPA 4 Aptidão física para urbanização

Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), 1986. Elaboração: Emplasa, 2010. Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

2 ANÁLISE DAS FPICs

2.1 Uso do solo

2.1.1 Histórico e caracterização da gestão da Fpic A Lei Complementar no 14, de 8 de julho de 1973, criou a RM de São Paulo e estabeleceu, em seu Artigo 5o, o uso do solo metropolitano dentre os serviços comuns de interesse metropolitano, abrindo ao estado a possibilidade de disciplinamento do uso e ocupação do solo, um dos pontos centrais do planejamento urbano.

Desde esse momento inicial da RM de São Paulo, os levantamentos e pesquisas da época apontam para a grande heterogeneidade, não só quanto ao tipo de instrumento utilizado para o controle do uso do solo (leis de zoneamento, códigos de obras e edificações, planos diretores e leis regulamentadoras de usos), como também quanto aos tipos e mapeamentos de zonas definidas e nível de precisão de cada instrumento. Conclui-se, pois, que o controle exercido pelos municípios estava bem distante do que seria necessário, considerando o extremo dinamismo urbano da RM de São Paulo.

O município de São Paulo, o de maior relevância urbana e territorial da RM de São Paulo, permaneceu por mais de quarenta anos aplicando as normas de uso e ocupação do solo definidas no Código de Obras Arthur Saboya, de 1929, consolidadas em 1934, com inúmeras complementações, constituindo um emaranhado de normas específicas e casuísticas, que não acompanharam o expressivo crescimento urbano do período.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 30 04/12/2015 09:26:28 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 31

Em 1955 foi instituída a Lei no 4.615, que fez alterações, revogou dispositivos e aprovou três capítulos de novo Código de Obras. A primeira lei do município de São Paulo, que tratou do parcelamento, uso e ocupação do solo separados dos aspectos da edificação, foi a de on 7.805, de 1972, que instituiu normas baseadas nas diretrizes do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI).

Alguns municípios da região tiveram legislações de controle do uso do solo no período após 1960, mas a maior parte deles apoiou-se ou em leis isoladas disciplinando aspectos específicos do uso e ocupação ou em normas de seus códigos de obras, desvinculadas de um planejamento global.

É importante considerar que as normas estaduais da legislação sanitária estadual – Lei Estadual no 1.596 – foram incorporadas no Código Saboya, sendo também utilizadas nos instrumentos legais de vários municípios, de forma complementar ou substitutivamente às leis municipais de uso do solo e edificação.4

Outro aspecto da vinculação do controle do uso do solo ao estado diz respeito às normas instituídas para a preservação do meio ambiente que se sobrepõem às normas municipais, como é o caso da Legislação de Proteção aos Mananciais, que estabelece restrições não contempladas pelos municípios.

No plano tributário, em função da legislação federal, é possível identificar os maiores efeitos sobre os instrumentos de controle do uso do solo locais devido à definição de zonas industriais (arrecadação de Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS) e de perímetros urbanos e de expansão urbana (arrecadação de impostos/Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU).

As primeiras diretrizes metropolitanas relativas ao uso e ocupação do solo na RM de São Paulo foram aprovadas pela Resolução no 6/1976 do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Grande São Paulo (Codegran), com base no Plano Metropolitano de Desenvolvimento Integrado (PMDI). Em 1981, as diretrizes foram aperfeiçoadas com base em estudos elaborados pela Emplasa através da Resolução no 1/1983.

Em 1985, a Emplasa elaborou o estudo Políticas e Diretrizes para o Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo na RMSP – Projeto 7.410/002 Uso do Solo na RMSP – 1984, parte integrante do Plano Metropolitano de Desenvolvimento (PMD). Nesse trabalho foi apresentado um conjunto de políticas e diretrizes para o ordenamento do uso e ocupação do solo, resultantes da sistematização dos principais estudos/informações disponíveis e dos problemas do uso e ocupação do solo na região, vislumbrando as possíveis ações estruturadoras da RM de São Paulo e de modo a propiciar seu efetivo controle nos aspectos de interesse metropolitano e em áreas específicas onde tal interesse é relevante. O trabalho avança em relação aos anteriores por localizar em cada parcela do território as repercussões de cada diretriz.

O Plano Metropolitano da Grande São Paulo – 1994-2010 foi elaborado pela Emplasa para ser um instrumento estratégico, formado por um conjunto de princípios, objetivos e diretrizes articuladas entre si, normatizando e orientando as ações de natureza metropolitana do estado, dos municípios, dos agentes econômicos e dos cidadãos com foco no desenvolvimento desejável.

4. O Código Sanitário do Estado foi, para vários municípios da RM de São Paulo, o único instrumento legal de apoio no controle do uso do solo.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 31 04/12/2015 09:26:28 32 Relatório de Pesquisa

Em 2004, a Emplasa iniciou a elaboração da Agenda Metropolitana de Ações Estratégicas para a RM de São Paulo. Na formulação desta agenda, foram desenvolvidos novos procedimentos metodológicos, em vista do tratamento das questões técnicas, de forma participativa, envolvendo os órgãos públicos federais, estaduais e municipais, institutos de pesquisa, universidades e segmentos da sociedade civil organizada (organizações patronais e de trabalhadores, associações de classe, movimentos sociais e organizações não governamentais – ONGs). Esta agenda foi criada para funcionar como um guia orientador das ações públicas e privadas necessárias para o equacionamento dos problemas e para o desenvolvimento das potencialidades da RM de São Paulo, identificando parcerias, definindo prioridades e origem dos recursos para a sua execução. A sua implementação resultaria na articulação e na integração de visões e ações setoriais, incluindo o governo e a sociedade civil, de forma a minimizar conflitos e otimizar recursos.

Estrutura institucional e normativa

1) Órgão de gestão Historicamente, é possível identificar o início do processo de planejamento e gestão do uso do solo metropolitano da RM de São Paulo nas décadas de 1950 e 1960,5 sendo um importante marco desse processo o seminário organizado pela seção paulista do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), em 1964, denominado O Homem e a Paisagem Paulistana – Critérios de Encaminhamento do Planejamento Territorial da Região da Cidade de São Paulo. O documento resultante desse evento defendia a “necessidade de atribuir função eminentemente técnica à entidade metropolitana, com o objetivo de excluir a natureza política da questão”. Obviamente era uma visão um tanto ingênua sobre a gestão urbana da capital, talvez podendo ser ampliada no âmbito metropolitano.

Em 1967, foi criado o Grupo Executivo da Grande São Paulo (Gegran), vinculado à Secretaria de Economia e Planejamento do Governo do Estado de São Paulo (SEP/GESP), passando a RM de São Paulo assim a contar com uma entidade de gestão do seu processo de desenvolvimento.

Em 1970, foi concluída a elaboração do PMDI-I, documento contendo diretrizes e proposições para o desenvolvimento urbano, circulação e transportes e saneamento básico da região. Cabe destacar que no PMDI-I foi feito o primeiro levantamento sistemático sobre a questão da urbanização da área metropolitana, considerando as diferentes funções regionais. Nessa década, foram criadas as empresas de planejamento e de transportes metropolitanos (Emplasa e Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos – EMTU), a Secretaria dos Negócios Metropolitanos (SNM), o Sistema de Planejamento e Administração Metropolitana (Spam), o Codegran, o Conselho Consultivo Metropolitano de Desenvolvimento Integrado (Consulti) e o Fundo Metropolitano de Financiamento e Investimento (Fumefi).

Logo no seu início, a Emplasa desenvolveu projetos baseados no PMDI-I, de adequação e classificação de aptidões do sítio metropolitano para o desenvolvimento urbano e uso do solo urbano e não urbano. Desta forma, elaborou o Estudo de Implementos Legais de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo que deu origem à Lei Estadual de Proteção aos Mananciais (LPM) no 898/1975) e à Lei de Zoneamento Industrial (LZI) no 1.817/1978.

5. Esse período foi explorado no Relatório 1.1 dos Arranjos Institucionais.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 32 04/12/2015 09:26:28 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 33

Na revisão do PMDI-II, foi dada ênfase ao conhecimento sobre o meio ambiente da região, com suas funções diferenciadas, bem como sobre a compreensão dos sistemas de funcionamento setorial do estado. A revisão do plano foi feita em quatro anos e concluída em 1982, sendo que sua versão preliminar foi aprovada pelo Codegran, sem, no entanto, ter sido apreciada.

A Constituição Federal de 1988 (CF/1988) passou aos estados a atribuição para criar unidades regionais – RMs, aglomerações urbanas e microrregiões – e definir políticas territoriais e novos procedimentos jurídicos e normativos, alterando o formato institucional anterior.

Em 1994, a Emplasa concluiu a elaboração de um novo plano metropolitano de desenvolvimento para a RM de São Paulo – 1994-2010. Em 2011, a Emplasa deu início à elaboração do Plano de Ação da Macrometrópole Paulista (PAM) e ao Plano Metropolitano de Desenvolvimento Habitacional (PMDH).

A época atual caracteriza-se por uma expressiva articulação político-institucional entre a entidade metropolitana e os municípios da Região Macrometropolitana, por meio da atuação da Emplasa como Agência de Desenvolvimento da RM de São Paulo e de assessoramento à Casa Civil, notadamente com a atividade construindo a governança metropolitana, e da elaboração de planos e projetos no âmbito da MMP.

2) Controle metropolitano

Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais (Graprohab) Desde sua criação, a Emplasa participa da gestão do processo de parcelamento do solo na RM de São Paulo. Em 1991, o governo do estado criou o Graprohab, através do Decreto Estadual no 33.499/1991, e reformulado pelo Decreto Estadual no 52.053/2007, constituído por representantes da Secretaria de Estado da Habitação (SH), Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Emplasa e Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee).

O principal objetivo do Graprohab é aglutinar todos os órgãos estaduais envolvidos com o parcelamento do solo urbano em um mesmo grupo, como Balcão Único, para centralizar e agilizar os procedimentos técnicos e administrativos de aprovação, pelo estado, dos seguintes projetos de parcelamento do solo e de núcleos habitacionais urbanos a serem implantados:

• Loteamentos para fins habitacionais; • Conjuntos habitacionais com abertura ou prolongamento de vias públicas existentes; • Desmembramentos que resultem em mais de dez lotes não servidos por infraestrutura;6

6. Redes de água e de coleta de esgotos, guias e sarjetas, energia elétrica e iluminação pública.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 33 04/12/2015 09:26:28 34 Relatório de Pesquisa

• Condomínios residenciais que se enquadrem nas seguintes situações: ÆÆ condomínios horizontais e mistos (horizontais e verticais), com mais de duzentas unidades ou área de terreno superior a 50 mil m2; ÆÆ condomínios verticais com mais de duzentas unidades ou área superior a 50 mil m2, que não sejam servidos por infraestrutura; e ÆÆ condomínios horizontais, verticais ou mistos (horizontais e verticais) localizados em áreas especialmente protegidas pela legislação ambiental com terreno igual ou superior a 10 mil m2. A criação do Graprohab foi um enorme avanço em relação ao licenciamento do parcelamento do solo para fins habitacionais, racionalizando procedimentos do estado, agilizando e tornando transparente o processo de anuência prévia, e, principalmente, estabelecendo prazos para a manifestação dos órgãos que compõem o colegiado na análise dos projetos.

A Emplasa sempre participou do Graprohab, inclusive colaborando ativamente para sua criação através de apoio técnico (ela era o suporte técnico da SNM, depois Secretaria da Habitação e Desenvolvimento Urbano – SHDU, onde analisava os processos de parcelamento do solo, zoneamento industrial e proteção dos mananciais).

A atuação da Emplasa no Graprohab se dá nas RMs do estado de São Paulo. Embora atualmente não aplique nenhuma lei, analisa a adequação do parcelamento do solo ou de grandes empreendimentos habitacionais às legislações federal e estadual, frente aos aspectos de localização, acessibilidade, conformidade com os mapeamentos do Sistema Cartográfico Metropolitano (SCM)/IGC e a caracterização dos empreendimentos conforme a Lei Federal no 6.766/1979 e suas alterações pela Lei Federal no 9.785/1999.

Também realiza o mapeamento georreferenciado dos empreendimentos de parcelamento do solo para fins habitacionais que são analisados, utilizado para subsidiar as análises territoriais sobre a ocupação do solo e a expansão urbana.

Nos últimos quatro anos, foram analisados pela Emplasa na RM de São Paulo cerca de 328 empreendimentos habitacionais, entre parcelamentos do solo, condomínios e conjuntos, sendo 45 empreendimentos do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) (tabelas 5, 6 e 7).

TABELA 5 RM de São Paulo: empreendimentos habitacionais protocolados no Graprohab (2009-2012)

RM de São Paulo Ano Empreendimentos PMCMV 2009 80 2 2010 93 19 2011 97 14 2012 58 10 Total 328 45

Fonte: Diretoria de Gestão de Projetos (DGP)/Emplasa, 2012.

Para os anos de 2010 e 2011, a tabela de empreendimentos habitacionais mapeados pela Emplasa conforme mapa 5, considerando condomínios e parcelamentos do solo (loteamentos) por município, mostra um aumento significativo tanto em relação à área produzida (m2) quanto ao número de unidades habitacionais ou lotes.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 34 04/12/2015 09:26:28 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 35

MAPA 5 Empreendimentos habitacionais (Graprohab) mapeados pela Emplasa (2010-2011)

Fonte: Emplasa, 2011. Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

No caso dos condomínios aprovados, observamos que houve um aumento de 27,52% em relação à área ocupada pelos empreendimentos, ao mesmo tempo em que o número de unidades habitacionais produzidas cresceu 46,76%. Em 2010, os municípios de São Bernardo do Campo, Itaquaquecetuba e Mauá foram, nessa ordem, os de maior número de condomínios aprovados. Em 2011, foram Guarulhos, Mogi das Cruzes e, mais uma vez, São Bernardo do Campo.

Em relação aos parcelamentos de solo para fins habitacionais, o aumento das áreas loteadas entre 2010 e 2011 foi de 50,55%, pouco mais do que o dobro, assim como quanto ao número de lotes, que passou de 4.405 para 9.053 no período. Os municípios de Mogi das Cruzes, São Bernardo do Campo e Vargem Grande Paulista foram os que apresentaram os maiores percentuais de área loteada em 2010. No ano de 2011, foram Cotia, Guarulhos e Santana de Parnaíba que, juntos, produziram mais de 6 mil lotes (6.194).

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 35 04/12/2015 09:26:28 36 Relatório de Pesquisa

TABELA 6 RM de São Paulo: condomínios e loteamentos aprovados pelo Graprohab (2010)

RM de São Paulo – 2010 Município Condomínio Loteamento Área (m2) % Unidades habitacionais (UHs) % Área (m2) % UHs % Barueri 24.944,97 2,47 911 8,67 84.371,93 3,02 350 7,95 Caieiras - - - - 331.910,73 11,87 862 19,57 Cajamar - - - - 15.138,00 0,54 52 1,18 Carapicuíba - - - - 140.821,68 5,04 871 19,77 Cotia 27.864,13 2,75 308 2,93 - - - - Diadema 16.676,01 1,65 342 3,26 25.146,62 0,90 248 5,63 Guararema - - - - 246.198,48 8,80 332 7,54 Itaquaquecetuba 199.642,36 19,73 1.217 11,59 - - - - Mauá 107.270,46 10,60 420 4,00 - - - - Mogi das Cruzes 36.581,61 3,62 636 6,06 581.553,58 20,80 759 17,23 Osasco 52.916,20 5,23 882 8,40 230.233,22 8,23 23 0,52 Pirapora do Bom Jesus 40.339,05 3,99 400 8,81 - - - - Santana de Parnaíba 61.571,68 6,08 212 2,02 - - - - São Bernardo do Campo 336.428,46 33,25 3.434 32,70 494.341,00 17,68 50 1,14 São Paulo 80.146,42 7,92 1.606 15,29 251.381,00 8,99 31 0,70 Suzano - - - - 40.139,43 1,44 378 8,58 Vargem Grande Paulista 27.500,00 2,72 135 1,29 355.125,76 12,70 449 10,19 Total 1.011.881,35 100,00 10.503 100,00 2.796.361,85 100,00 4.405 100,00

Fonte: DGP/Emplasa, 2013.

TABELA 7 RM de São Paulo: condomínios e loteamentos aprovados pelo Graprohab (2011)

RM de São Paulo – 2011 Município Condomínio Loteamento Área (m2) % UHs % Área (m2) % UHs % Arujá - - - - 357.457,88 6,32 415 4,58 Barueri 104.242,96 7,47 3.150 15,96 - - - - Cotia 49.677,90 3,56 586 2,97 1.430.639,95 25,30 3.034 33,51 Diadema 42.801,36 3,07 823 4,17 - - - - Embu-Guaçu 51.230,00 3,67 658 3,33 350.121,66 6,19 152 1,68 Francisco Morato 27.338,00 1,96 308 1,56 - - - - Guararema - - - - 227.779,00 4,03 161 1,78 Guarulhos 284.161,43 20,35 3.496 17,72 1.027.173,00 18,16 1.885 20,82 Itapevi 103.718,95 7,43 1.200 6,08 - - - - Itaquaquecetuba 25.019,35 1,79 336 1,70 - - - - Mairiporã 25.564,00 1,83 12 0,06 - - - - Mogi das Cruzes 215.412,55 15,43 3.048 15,45 497.551,98 8,80 728 8,04 Osasco 94.054,52 6,74 1.842 9,34 - - - - São Bernardo do Campo 190.552,52 13,65 1.264 6,41 - - - - Santana de Parnaíba - - - - 970.088,05 17,15 1.275 14,08 São Paulo 128.128,89 9,18 2.324 11,78 155.139,00 2,74 628 6,94 Suzano 47.364,81 3,39 378 1,92 423.828,00 7,49 547 6,04 Taboão da Serra 6.888,31 0,49 306 1,55 122.047,00 2,16 111 1,23 Vargem Grande Paulista - - - - 93.326,00 1,65 117 Total 1.011.881,35 100,0 10.503 100 2.796.361,85 100,00 4.405 100,00

Fonte: DGP/Emplasa, 2013.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 36 04/12/2015 09:26:28 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 37

MAPA 6 RM de São Paulo: empreendimentos habitacionais do Graprohab

Fonte e elaboração: Emplasa, 2012. Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

Legislação de proteção aos mananciais (LPM) – Lei no 898/1975, Lei no 1.172/1976 e Decreto no 9.714/1977 A proteção aos mananciais é definida atualmente pela Lei Estadual no 9.866/1997, que estabelece diretrizes e normas para a proteção e recuperação dos mananciais de interesse regional para o estado de São Paulo e cria mecanismos para compatibilizar as ações voltadas à preservação dos mananciais de abastecimento público e à proteção do meio ambiente. A Lei Estadual no 1.172/1976 delimita as áreas de proteção relativa aos mananciais, cursos e reservatórios de água a que se refere o Artigo 2o da Lei no 898/1975 e estabelece normas de restrição de uso do solo em tais áreas. O Decreto no 9.714/1977 aprova o Regulamento das Leis no 898/1975 e no 1.172/1976 e dispõe sobre o disciplinamento do uso do solo para a proteção aos mananciais da RM da Grande São Paulo.

Esta proteção deverá estar aliada ao desenvolvimento socioeconômico através da implementação da gestão integrada que envolve, além dos setores e instâncias governamentais, os agentes da sociedade civil e setor produtivo. Existem mecanismos de compensação financeira para os municípios mais atingidos pelas restrições.

A Emplasa está elaborando, juntamente com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o estudo Critérios para a Distribuição dos Recursos do Fundo de Desenvolvimento da RMSP para a proposição de mecanismo de compensação socioambiental, adaptado para o Fumefi.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 37 04/12/2015 09:26:28 38 Relatório de Pesquisa

A LPM disciplina e estabelece parâmetros de controle do uso e ocupação do solo objetivando garantir o abastecimento e a melhor qualidade da água, além de conter a poluição na fonte e de ampliar a oferta de água, como função estruturadora da metrópole.

No final da década de 1990, o governo federal instituiu o Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SIGRH) (Lei Federal no 9.433/1997 e Lei Estadual paulista no 7.663/1991) que possibilitou:

1) Criar os Comitês de Bacias Hidrográficas por Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHIs). 2) Elaborar os Planos de Bacia como instrumento de planejamento e controle da qualidade dos recursos hídricos – sistema de gestão descentralizado. 3) Criar as Áreas de Proteção e Recuperação dos Mananciais (APRMs) (para o estado), que são formadas por uma ou mais sub-bacias – manejo das águas. 4) Elaborar leis específicas – conjunto de diretrizes e normas que devem instituir orientações de uso e ocupação do solo pelas características socioambientais. 5) Elaborar Planos de Desenvolvimento e Proteção Ambiental (PDPAs). O PDPA da Bacia determina as políticas públicas e programas ambientais a serem implementados em cada uma. Estabelece as seguintes áreas de intervenção: ocupação dirigida/restrição à ocupação/recuperação ambiental. 6) Definir a bacia hidrográfica como unidade de planejamento. Principais pontos da Lei Estadual no 7.663/1991:

• Bacia hidrográfica como unidade de gestão e planejamento. • Integração com política de recursos hídricos (comitês de bacia, gestão tripartite). • Abrangência para todos os mananciais do ESP (APRMs). • Licenciamento e fiscalização (sistemas integrados) – SMA. Em 1997, foi instituída a Nova Lei dos Mananciais – que definiu diretrizes, critérios e procedimentos para a proteção e recuperação dos mananciais para todas as áreas de mananciais por meio de leis específicas – não mais somente para a RM de São Paulo, mas para todo o ESP. A revisão da LPM estabeleceu uma relação direta com o sistema de gestão de recursos hídricos (Comitês de Bacia) – Lei no 9.866, de 28 de novembro de 1997.

Com a ausência de uma política metropolitana, o sistema de gestão de cada APRM articula suas estratégias de uso e ocupação do solo diretamente com os poderes públicos municipais.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 38 04/12/2015 09:26:28 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 39

TABELA 8 Classificação das áreas dos municípios, segundo a LPM

Municípios Área total (km2) APRM (%) APRM (km2) Franco da Rocha 133,33 5,02 6,70 Poá 17,48 5,72 1,00 Caieiras 96,85 19,52 18,90 Mauá 61,95 20,02 12,40 Diadema 30,76 23,41 7,20 Guarulhos 317,85 29,07 92,40 São Paulo 1.523,20 36,14 550,50 Cotia 324,71 39,70 128,60 Ferraz de Vasconcelos 29,57 41,59 12,30 Mogi das Cruzes 713,3 48,86 348,50 Arujá 96,27 50,59 48,70 São Bernardo do Campo 408,92 52,06 212,90 Santo André 174,39 54,93 95,80 Embu das Artes 70,35 57,85 40,70 Suzano 205,28 64,55 132,50 Mairiporã 321,02 80,56 258,60 Santa Isabel 363,26 81,71 296,80 Biritiba Mirim 318,22 89,25 284,00 Salesópolis 423,55 98,48 417,10 Embu-Guaçu 154,98 100,00 154,98 Itapecerica da Serra 150,74 100,00 150,74 Juquitiba 522,27 100,00 522,27 Ribeirão Pires 99,65 100,00 99,65 Rio Grande da Serra 36,24 100,00 36,24 São Lourenço da Serra 186,97 100,00 186,97

Fonte e elaboração: Emplasa, 2013.

Localização dos municípios em Relação aos Limites da APRM

Até 50% do território em APRM

50% a 99% em APRM

100% em APRM

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 39 04/12/2015 09:26:28 40 Relatório de Pesquisa Mancha urbana aos mananciais de proteção Área de conservaçãoÁrea mancha urbana

versus

MAPA 7 MAPA aos mananciais proteção RM de São Paulo: 2012. Emplasa, e elaboração: Fonte publicação (nota do Editorial). ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para Imagem cujos leiaute e textos não puderam Obs.:

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 40 04/12/2015 09:26:29 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 41 proteção aos mananciais proteção

versus MAPA 8 MAPA favelas RM de São Paulo: 2012. Emplasa, e elaboração: Fonte publicação (nota do Editorial). ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para Imagem cujos leiaute e textos não puderam Obs.:

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 41 04/12/2015 09:26:29 42 Relatório de Pesquisa

Legislação de Desenvolvimento e Zoneamento Industrial (Lei no 1.817/1978 e Decreto no 13.095/1979) A Legislação de Desenvolvimento e Zoneamento Industrial (1978) estabelece objetivos e diretrizes para a implantação industrial na RM de São Paulo e consolida os perímetros definidos pelos municípios para este uso. Principais pontos:

• Estimula o desenvolvimento industrial metropolitano por meio de política seletiva de implantação, com provisão de infraestrutura e reserva de áreas adequadas – preservação do meio ambiente (PMDI). • Estimula a descentralização de estabelecimentos industriais que não tenham especialização ou de vocação metropolitana para outras regiões – Campinas, Vale do Paraíba, Sorocaba e Baixada Santista. • Busca melhor distribuição espacial dos empregos industriais – garantir a oferta de empregos com o crescimento da população. • Compensação financeira aos municípios da RM de São Paulo com base na população e na participação do município na arrecadação do ICMS. Zoneamento: critérios de porte, tipo, poluição – atendendo a LPM/restrições de cada zona (zona de uso estritamente industrial – ZEI, zona de uso diversificado – ZUD, zonas de uso predominantemente industrial – Zupi 1 e Zupi 2) por meio de índices urbanísticos (taxa de ocupação e coeficiente de aproveitamento), áreas construídas máximas e faixa de proteção.

Licenciamento: licença metropolitana de localização industrial (SNM). Atualmente as atribuições do estado são quanto ao licenciamento e à fiscalização do funcionamento do uso industrial e estão a cargo da SMA.

Conflitos: as zonas industriais são definidas por zoneamento urbano municipal.

Plano Diretor de Mineração (1970-1980) O Plano Diretor de Mineração foi elaborado em 1982, tendo por objetivo ordenar as atividades de extração mineral praticada na RM de São Paulo. Foi proposto um conjunto de diretrizes e instruções normativas que visavam ampliar o conhecimento existente e disciplinar a execução dessas atividades em relação aos demais usos do solo. Foram definidas diretrizes para minimizar os impactos ambientais e promover a recuperação de áreas degradadas por meio de projetos-piloto que visavam mitigar o passivo ambiental gerado por essa atividade. Foi pioneiro no Brasil.

Na década de 1990, após dez anos da sua elaboração, foi atualizado em relação ao uso e ocupação do solo da RM de São Paulo e, em particular, das áreas consideradas de potencialidade mineral, apontando-se possíveis alterações das diretrizes para mineração.

Gerou informações de base sobre as ocorrências minerais na Grande São Paulo (Mapa Geológico 1:50.000 e Mapa de Ocorrências Minerais que são conhecimentos válidos sobre a matéria). No momento, as diretrizes para a atividade mineral poderão ser utilizadas, uma vez que haverá uma reaplicação de recursos no estado de São Paulo em razão da criação da Subsecretaria de Mineração na Secretaria Estadual de Saneamento e Energia.

O Plano Diretor de Mineração elaborado pela Emplasa não foi autoaplicável – não foi regulamentado –, não foi implementado. Resultou em diversos planos para orientação dos

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 42 04/12/2015 09:26:29 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 43

municípios da RM de São Paulo (planos municipais de mineração para subsidiar os planos diretores dos municípios):

• Zoneamento Mineral: mapeamento de diretrizes para a atividade mineral por meio de normativa que integrou a mineração ao planejamento metropolitano – LPM e Lei de Zoneamento Industrial. A matriz normativa – definiu quatro situações em que se enquadram os conflitos de ordem mineral com o uso e a ocupação do solo. • Convênio Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e Secretaria de Estado dos Negócios Metropolitanos (SNM) e Emplasa – carência de informações sobre a atividade extrativa. • Identificar o universo da mineração na região e os diversos aspectos relativos ao planejamento territorial metropolitano; as informações determinarão prevalência dos usos do solo e os diversos níveis de restrição.

Instrumentos de planejamento e gestão

Plano de ordenamento territorial metropolitano O Gegran foi criado em 1967 para preparar o plano da GSP e estabelecer bases permanentes para seu planejamento. Foi sucedido em 1975 pelo Sistema de Spam, criado pela Lei Complementar no 94 de 29/05/1974.

O entendimento do uso do solo na Grande São Paulo (GSP) e a procura por explicações para os processos regionais levaram à elaboração de diversos estudos setoriais e planos integrados que contemplaram os aspectos dos impactos no território de investimentos em infraestrutura de transportes e saneamento, a exemplo de:

• Análise da Estrutura da Aglomeração Paulistana (Sociedade para a Análise Gráfica e Mecanográfica Aplicada aos Complexos Sociais – Sagmacs –, 1957-1958). Este trabalho abrange as estruturas espaciais, econômicas e sociológicas propondo uma divisão administrativa racional do espaço urbanizado do município de São Paulo. • Desenvolvimento Global dos Recursos Hídricos das Bacias do Alto Tietê e Cubatão (Secretaria de Serviços e Obras Públicas, Consórcio Hidroservice-Brasconsult-Cesa (Hibrace) – Daee – Coplat, 1966-1967). Trabalho contratado pelo Daee com o objetivo de elaborar um plano diretor de obras abrangendo 37 municípios da GSP e da Baixada Santista (limites não coincidentes com as atuais RMs). Plano de longo prazo, com a análise da situação e avaliação da sua evolução até o ano 2000; inclui inúmeras investigações socioeconômicas e territoriais – demografia, urbanismo, industrialização, agricultura, níveis de vida etc. • Estudo de Viabilidade e Pré-Projeto de Engenharia do Metrô de São Paulo (Prefeitura do Município de São Paulo – PMSP – H/M/D, Associação Hochtief/Montreal/ Deconsult, 1967-1968). Foi feita pesquisa origem-destino dos deslocamentos dos habitantes de toda RM para determinar o traçado final das linhas do metrô. • Plano Urbanístico Básico (PUB) do Município de São Paulo (PMSP – Assessoria de Planejamento S.A. (Asplan)/Daly/Montreal/Wilbu Smith, 1968-1969). Concebido como plano diretor, constitui-se em levantamento sistematizado de dados no município, estabelecendo diretrizes quanto ao uso e ocupação do solo através de zoneamento e densidades. Propõe intervenção do poder público no mercado fundiário urbano com a compra de terrenos; a descentralização de serviços e equipamentos; transporte coletivo em detrimento do individual; criação de um sistema de planejamento e participação da população na elaboração do plano.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 43 04/12/2015 09:26:29 44 Relatório de Pesquisa

• PMDI (Secretaria de Estado dos Negócios da Economia e Planejamento, Gegran, Asplan/Grupo de Planejamento Integrado – GPI/Neves e Paoliello, 1970-1971). • PDDI do município de São Paulo (Prefeitura do município de São Paulo, 1971). As normas instituídas na Lei no 7.805, promulgada em 1972, que definiu o uso, a ocupação e o parcelamento do solo no município de São Paulo, baseiam-se nas diretrizes desse PDDI. • Remodelação de serviço de subúrbios: Ferrovia Paulista S.A. (Fepasa) – Engevix/ Sfrerail, 1972-1974. • Estudo de Implementos Legais de Ordenação do Uso e Ocupação do Solo na Grande São Paulo (Engeconsult/Planasa, 1974). • Estudos para a elaboração de lei estabelecendo as bases do controle do uso do solo metropolitano na Grande São Paulo sob a orientação da SNM e coordenação da Emplasa (1974-1975). • Região Metropolitana de São Paulo – Diagnóstico 75 (Luiz Carlos Costa, São Paulo, 1975). Principais diretrizes do PMDI:

a) Intervenções prioritárias no transporte coletivo de massa, saneamento básico e desenvolvimento urbano; b) Promover um sistema metropolitano de grandes espaços abertos para proteger os recursos hídricos e garantir o abastecimento público de água (norte, sul e sudeste) – restringir crescimento urbano (norte, sul e sudeste); c) Orientar a expansão da mancha urbana na direção leste (Mogi das Cruzes) e nordeste (Guarulhos) – terrenos mais adequados à ocupação urbana (eixo leste-oeste). Restringir o crescimento na direção norte, sul e sudeste; d) Descentralização da atividade industrial pesada e distribuição de população – Campinas, Vale do Paraíba, Sorocaba e Baixada Santista; e) Integração macrorregional – Campinas, Vale do Paraíba, Sorocaba e Baixada Santista; f) Restringir o crescimento na direção norte, sul e sudeste – a fim de proteger os recursos hídricos; g) Estimular a criação de atividades de hortifrutigranjeiros em áreas inadequadas a urbanização – abastecimento e espaços abertos; h) Distribuir habitação, emprego e transporte com a criação de centros terciários e áreas industriais descentralizadas e um sistema efetivo de transporte coletivo de massa; i) Descentralizar a atividade industrial pesada e distribuição de população – Campinas, Vale do Paraíba, Sorocaba e Baixada Santista; j) Estimular o desenvolvimento industrial na RM de São Paulo segundo política seletiva de implantação com provisão de infraestrutura e reserva de áreas adequadas; k) Integrar os planos municipais locais; l) Consolidar a posição de centro metropolitano de São Paulo favorecendo as atividades econômicas e culturais e aumentar a provisão de infraestrutura e com estímulo à renovação de áreas deterioradas; m) Criação de órgão metropolitano para implementar planejamento metropolitano: • sem ferir a autonomia municipal; • atualizando o processo de planejamento metropolitano; • criando um sistema cartográfico metropolitano;

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• criando um sistema de informações metropolitano; e • coordenando recursos dos diversos órgãos na GSP. Legislação de uso do solo elaborada pela Emplasa de acordo com as diretrizes recomendadas pelo PMDI: I) Legislação de Proteção aos Mananciais (Lei no 898/1975 e Lei no 1.172/1976 e Decreto no 9.714/1977). II) Legislação de Desenvolvimento e Zoneamento Industrial (Lei no 1.817/1978 e Decreto no 13.095/1979). III) Plano Diretor de Mineração (1970-1980). IV) Legislação de Uso do Solo Metropolitano (desenvolvimento de estudos contemplando áreas de preservação ambiental, preservação para garantia da produção rural, preservação do acervo cultural e paisagístico regional e expansão urbana metropolitana). a) Áreas ambientalmente protegidas Para proteger os ecossistemas, preservar a biodiversidade e promover o desenvolvimento de pesquisas que garantam o aproveitamento dos recursos naturais, foi promulgado o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, instituído pela Lei Federal no 9.985/2000, que estabelece critérios e normas para criação, implantação e gestão dessas unidades. A lei define duas categorias de Unidades de Conservação (UCs), com características específicas.

• Unidades de proteção integral – Devem, obrigatoriamente, ser áreas públicas e têm por objetivo básico preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais. • Unidades de uso sustentável – Destinam-se a compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela de seus recursos naturais. Elas podem permanecer sob domínio particular, desde que obedecidas as regras para a proteção ambiental da área. UCs existentes na RM de São Paulo: Área de proteção ambiental (APA) – unidade de uso sustentável: • Cajamar: 13.400 ha; • Haras São Bernardo: 35,30 ha; • Mata do Iguatemi: 3 ha; • Parque e Fazenda do Carmo: 867,60 ha; • Serra do Mar (parcial): 489.000 ha; • Sistema Cantareira: 249.200 ha; e • Várzea do Rio Tietê: 7.400 ha. Estação ecológica (EE) – unidade de proteção integral: • Itapeti: 89,47 ha. Reserva biológica (Rebio) – unidade de proteção integral: • Alto da Serra de Paranapiacaba: 336 ha. Parque estadual (PE) – unidade de proteção integral: • Alberto Loefgren: 174 ha; • Cantareira: 7.900 ha;

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• Fontes do Ipiranga: 543 ha; • Jaraguá: 492,68 ha; • Juquery: 1.927,70 ha; e • Serra do Mar: 315.390 ha. Além das áreas definidas como UCs, há um conjunto de espaços territoriais que são objeto de proteção especial, em função de suas características:

Parque ecológico (PEC) – espaço territorial especialmente protegido:

• Guarapiranga: 263,80 ha; • Nascentes do Rio Tietê: 134,75 ha; • Tietê: 1 450 ha; e • Várzea do Embu-Guaçu: 128,03 ha. Área sob proteção especial (Aspe): espaço territorial especialmente protegido:

• Chácara da Baronesa: 34 ha. Reserva estadual (RE) – espaço territorial especialmente protegido:

• Morro Grande: 10 700 ha. Áreas naturais tombadas (ANTs) – espaço territorial especialmente protegido:

• Caminho do Mar: área indefinida; • Chácara Tangará: área indefinida; • Haras São Bernardo: área indefinida; • Jardim da Luz; • Nascentes do Tietê: área indefinida; • Parque da Aclimação; • Parque da Água Branca; • Parque Estadual do Jaraguá: área indefinida; • Parque do Ibirapuera; • Parque Siqueira Campos (Parque Trianon); • RE da Cantareira e Parque Estadual da Cidade (PE Alberto Loefgren); • RE Morro Grande: 10.700 ha; • Serra do Boturuna: área indefinida; • Serras do Japi, Guaxinduva e Jaguacoara: área indefinida; e • Serras do Mar e Paranapiacaba: 1.300.000 ha. Terra indígena (TI):

• Barragem; • Jaraguá; e • Krukutu.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 46 04/12/2015 09:26:29 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 47 MAPA 9 MAPA UCs RM de São Paulo: 2012. Emplasa, e elaboração: Fonte publicação (nota do Editorial). ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para Imagem cujos leiaute e textos não puderam Obs.:

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Planos diretores municipais O mapeamento e a análise das diretrizes relativas ao ordenamento territorial estipuladas nos municípios são de suma importância para apreender no território metropolitano os possíveis reflexos dos seus planos diretores municipais quanto ao ordenamento do uso do solo, ao planejamento regional e às políticas setoriais.

Finalidades:

I) Monitoramento dos processos de regulação do uso e ocupação do solo metropolitano voltado sobretudo para habitação, requalificação urbana e meio ambiente. II) Contribuir na elaboração de diagnósticos consistentes e realistas dos limites e possibilidades na formulação de programas e projetos com impacto metropolitano dentro da regulação imposta pelos instrumentos urbanísticos previstos nos planos diretores. III) Fornecer insumos para formulação e implementação de políticas metropolitanas a partir do foco e da visão regionais, identificando e aproveitando potencialidades bem como os dinamismos locais e regionais. O levantamento e a análise dos planos diretores municipais realizados pela Emplasa possibilitaram o agrupamento e mapeamento das zonas de uso do solo, enfocando basicamente as macrozonas e suas subdivisões, procurando sintetizar a leitura territorial numa leitura única com as seguintes macrozonas:

• urbana de adensamento; • urbana de requalificação; • urbana de desenvolvimento; • rururbana; • ambiental; e • rural. Para o mapeamento dessas seis macrozonas, o estudo elaborado pela Emplasa considerou os registros normativos e espacializados das leis dos planos diretores aprovados pelos municípios (quadro 1) considerando:

• Macrozoneamento municipal e subdivisões. • Zonas especiais de interesse social (Zeis). • Zonas especiais de interesse ambiental (Zeias). • Operações urbanas. • Zonas de uso específico: institucional, comercial, industrial e outras.

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MAPA 10 Macrozonas da RM de São Paulo

Fonte: Planos Diretores Municipais. Elaboração: Emplasa, 2010. Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

QUADRO 1 RM de São Paulo: municípios por código e número – IBGE e sub-região (instrumento legal do plano diretor com alterações/substituições respectivas)

Sub-região Município Instrumento legal Centro São Paulo Lei Complementar no 16.050 de 13/7/2014 Barueri Lei Complementar no 204 de 25/4/2008 Carapicuíba Lei Complementar no 3.074 de 28/4/2011 Cotia Lei Complementar no 72 de 2/1/2007 Itapevi Lei Complementar no 44 de 26/2/2008 Oeste Jandira Lei Complementar no 1.603 de 31/10/2006 Osasco Lei Complementar no 152 de 9/10/2006 Pirapora do Bom Jesus Santana de Parnaíba Lei Complementar no 1.687 de 21/7/2007 Vargem Grande Paulista Lei Complementar no 14 de 12/12/2003 Embu Lei Complementar no 186 de 20/4/2012 Embu-Guaçu Lei Complementar no 33 de 2007 Itapecerica da Serra Lei Complementar no 1.771 de 26/12/2006 Sudoeste Juquitiba Lei Complementar no 1.507 de 12/12/2007 São Lourenço da Serra Lei Complementar no 738 de 26/6/2008 Taboão da Serra Lei Complementar no 132 de 26/12/2006 (Continua)

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(Continuação) Sub-região Município Instrumento legal Biritiba Mirim Lei Complementar no 05 de 26/11/2004 Guararema Lei Complementar no 2.385 de 16/10/2006 Ferraz de Vasconcelos Lei Complementar no 175 de 18/10/2006 Itaquaquecetuba Lei Complementar no 131 de 1/11/2006 Leste Mogi das Cruzes Lei Complementar no 46 de 17/11/2006 Poá Lei Complementar no 3.201 de 5/12/2006 Salesópolis Lei Complementar no 03 de 2/7/2007 Suzano Lei Complementar no 15 de 2008 Diadema Lei Complementar no 273 de 8/7/2008 Mauá Lei Complementar no 4.153 de 26/3/2007 Ribeirão Pires Lei Complementar no 4.791 de 14/9/2004 Sudeste Rio Grande da Serra Lei Complementar no 1.635 de 5/10/2006 Santo André Lei Complementar no 8.969 de 2/11/2004 São Bernardo do Campo Lei Complementar no 6.184 de 21/12/2011 São Caetano do Sul Lei Complementar no 4.438 de 9/10/2006 Arujá Lei Complementar no 06 de 2/1/2007 Nordeste Guarulhos Lei Complementar no 6.055 de 30/12/2004 Santa Isabel Lei Complementar no 106 de 9/4/2007 Caieiras Lei Complementar no 3.896 de 10/10/2006 Cajamar Lei Complementar no 95 de 19/12/2007 Norte Francisco Morato Lei Complementar no 160 de 23/11/2006 Franco da Rocha Lei Complementar nº 618 de 11/4/2007 Mairiporã Lei Complementar nº 297 de 6/11/2006

Fonte: Emplasa (2009).

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 50 04/12/2015 09:26:30 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 51 MAPA 11 MAPA municipais especial definidas nos planos diretores zonas de interesse RM de São Paulo: 2012. Emplasa, Fonte: publicação (nota do Editorial). ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para Imagem cujos leiaute e textos não puderam Obs.:

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 51 04/12/2015 09:26:30 52 Relatório de Pesquisa

Projetos de investimento e recursos para o financiamento Os investimentos federais para o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) na RM de São Paulo em 2012 totalizaram 615 empreendimentos distribuídos em 16 tipos, conforme a tabela 9.

TABELA 9 RM de São Paulo: empreendimentos por tipo – PAC 2012

Tipo Total Aeroporto 5 Água em áreas urbanas 39 Creches e pré-escolas 67 Ferrovia 1 Mobilidade urbana 3 Pavimentação 7 Petróleo e gás natural 3 Praça dos esportes e da cultura 24 Prevenção em áreas de risco 64 Quadras esportivas nas escolas 44 Rodovias 1 Saneamento 117 Transmissão de energia elétrica 1 Unidades básicas de saúde (UBS) 103 Unidade de pronto atendimento (UPA) 11 Urbanização de assentamentos precários 125 Total geral 615

Fonte: PAC, governo federal. Disponível em: . Elaboração: Emplasa, 2013.

A maior parte dos empreendimentos na RM de São Paulo, cerca de 56%, concentrou em três tipos: urbanização de assentamentos precários, saneamento e saúde (Unidade básica de saúde – UBS).

A distribuição desses empreendimentos na RM de São Paulo abrangeu a quase totalidade dos 39 municípios, ficando de fora apenas quatro: Embu das Artes, Rio Grande da Serra, Santa Isabel e Pirapora do Bom Jesus.

Os municípios mais beneficiados pelos recursos foram São Paulo, com 82 empreendimentos, seguido por Guarulhos e São Bernardo do Campo.

TABELA 10 RM de São Paulo: número de empreendimentos por município – PAC 2012

Municípios São Paulo Total geral Arujá 3 3 Barueri 4 4 Biritiba Mirim 4 4 Caieiras 5 5 Cajamar 3 3 Carapicuíba 21 21 Cotia 16 16 Diadema 39 39 Embu-Guaçu 4 4 (Continua)

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(Continuação) Municípios São Paulo Total geral Ferraz de Vasconcelos 15 15 Francisco Morato 18 18 Franco da Rocha 3 3 Guararema 2 2 Guarulhos 54 54 Itapecerica da Serra 8 8 Itapevi 18 18 Itaquaquecetuba 22 22 Jandira 15 15 Juquitiba 9 9 Mairiporã 1 1 Mauá 19 19 Mogi das Cruzes 34 34 Osasco 32 32 Poá 3 3 Ribeirão Pires 8 8 Salesópolis 1 1 Santana de Parnaíba 14 14 Santo André 33 33 São Bernardo do Campo 59 59 São Caetano do Sul 1 1 São Lourenço da Serra 5 5 São Paulo 82 82 Suzano 23 23 Taboão da Serra 32 32 Vargem Grande Paulista 5 5 Total geral 615 615

Fonte: PAC, governo federal. Disponível em: . Elaboração: Emplasa, 2013.

Controle social Um dos maiores desafios a serem enfrentados pela política urbana é o controle do uso e ocupação do solo na RM de São Paulo. A mancha urbana avança em direção à periferia, comprometendo áreas de preservação e de proteção aos mananciais sujeitas a restrições ditadas por ampla legislação ambiental de âmbitos federal, estadual e municipal.

Os municípios que compõem a RM de São Paulo, em sua quase totalidade, possuem planos diretores aprovados recentemente, conforme as determinações do Estatuto da Cidade. Porém, eles carecem de um entendimento comum e critérios homogêneos para o estabelecimento do zoneamento municipal, o que leva a conflitos de uso nos limites entre eles.

Outro aspecto a ser destacado diz respeito às tendências de transformação da ocupação decorrentes de investimentos estaduais e federais em curso e às restrições de ocupação vindas da regulação urbanística e da existência de UC ambiental.

Como detalhado no Relatório 1.1 (Ipea/Emplasa, 2013), a Lei Complementar Estadual no 1.139/2011, que reorganiza a RM de São Paulo, define a composição do Conselho de Desenvolvimento Metropolitano da Região Metropolitana de São Paulo

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(CDM-RMSP), onde a Secretaria dos Transportes Metropolitanos (STM) tem assento. Além do CDM-RMSP, a STM também tem assento na Câmara de Desenvolvimento Metropolitano, criada em 2011 como colegiado de estado para discutir as Fpics em todo o território da MMP (Decreto Estadual no 56.887/2011).

A Lei Complementar Estadual no 1.139/2011 define também a possibilidade de criação de conselhos consultivos para cada sub-região, com participação social. O conselho de desenvolvimento e os conselhos consultivos poderão constituir câmaras temáticas, para as Fpics e câmaras temáticas especiais, voltadas a um programa, projeto ou atividade específica.

Na RM de São Paulo, além dessas organizações descritas anteriormente, existem os consórcios intermunicipais que ocupam um espaço importante de gestão regional de problemas comuns.

2.1.2 Análise da efetividade do arranjo de gestão e da governança metropolitana do uso do solo (Azevedo Neto, 2012) Quanto às estruturas de governança da Fpic do uso do solo metropolitano, a RM de São Paulo possui um CDM-RMSP, uma Câmara de Desenvolvimento Metropolitano, como colegiado de estado e os conselhos consultivos para cada sub-região, com participação social, para subsidiar a definição dos temas comuns à região. O conselho de desenvolvimento e os conselhos consultivos poderão constituir câmaras temáticas, para as Fpics e câmaras temáticas especiais, voltadas a um programa, projeto ou atividade específica. Além dessas organizações, existem os consórcios intermunicipais que ocupam um espaço importante de gestão regional de problemas comuns. Trata-se de iniciativa que vem sendo adotada por diversos municípios para lidar com problemas comuns, amparada na Lei Federal no 11.107/2005 regulamentada pelo Decreto Federal no 6.017/2007. No âmbito do trabalho realizado pela Emplasa quando da reorganização da RM de São Paulo em 2011, foram identificados e mapeados onze consórcios atuantes nesse território.

Também foi elaborada pela Emplasa em 2013 proposta de criação de um Fundo de Compensação Socioambiental para os municípios integrantes da macrometrópole com menor dinamismo econômico e mais vulneráveis do ponto de vista ambiental. Esse projeto também constitui um instrumento de gestão e articulação da política metropolitana visando conciliar preservação ambiental e desenvolvimento metropolitano nos municípios que integram as áreas de proteção dos mananciais na RM de São Paulo. O projeto está em fase de análise das fontes de financiamento.

Gestão do uso do solo e precariedade habitacional A insuficiência e a inadequação dos instrumentos de planejamento e gestão do uso do solo resultam, muitas vezes, na favelização e na ocupação de novas áreas nas periferias metropolitanas. Assim, no âmbito dos instrumentos de gestão do uso do solo urbano, observam-se, ainda, na legislação vigente, restrições de natureza institucional, técnica e burocrática que vêm se constituindo em obstáculos à gestão eficaz do uso do solo metropolitano. Tais restrições têm contribuído, também, para o aumento dos preços dos terrenos e para a elevação dos custos dos investimentos públicos e privados.

Sistemas de planejamento de gestão do uso do solo devem ser dinâmicos e assimilar processos sociais e econômicos urbanos, permitindo o atendimento das demandas habitacionais e do desenvolvimento urbano, visando evitar graves disfunções nas cidades.

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Tais disfunções manifestam-se negativamente na cidadania, nos aspectos econômicos, socioambientais e físico-territoriais, tornando ineficazes os instrumentos de gestão do uso do solo como orientadores do desenvolvimento urbano e penalizando a população pobre que vive em assentamentos precários, à margem das normas, nas favelas, nos loteamentos clandestinos e nas moradias precárias de aluguel.

Assim, propor políticas públicas no âmbito do planejamento urbano e da gestão do uso do solo; avaliar o papel do planejamento e da gestão do uso do solo no equacionamento dos problemas urbanos; propor a adoção de novos parâmetros para as práticas de planejamento e gestão do uso do solo; e desenvolver estratégias urbanas com vistas ao atendimento e à solução das áreas urbanas informais são atividades necessárias para o avanço da política de desenvolvimento urbano em âmbito metropolitano. Portanto, o aperfeiçoamento de instrumentos de planejamento e a definição de estratégias para formulação e a execução de política de uso do solo inclusiva são necessários à superação desses problemas.

A ineficácia e a inadequação dos instrumentos de planejamento e gestão urbana podem contribuir para o estabelecimento de padrões irregulares e informais de ocupação e urbanização, em especial dos segmentos mais pobres da população, em alguns casos, ao induzir supervalorização de imóveis em algumas áreas e a forçar – por omissão ou inadequação – que grande contingente de população pobre tenha apenas acesso a formas irregulares de ocupação e habitação.

O acesso à habitação é, nesses termos, afetado pelo ambiente regulador, institucional e normativo. A habitação resultante desse processo é, em geral, não autorizada, de baixos custos e padrão de qualidade, e situa-se em áreas restritivas à ocupação, que geralmente não são atendidas por serviços e infraestrutura urbana.

Nesse entendimento destaca-se a expressiva população em situação de informalidade – em favelas e loteamentos clandestinos – e em desconformidade com a regulação urbana vigente na RM de São Paulo.

Na RM de São Paulo a necessidade de preservação de mananciais de água e outros recursos naturais em áreas densamente urbanizadas tem levado à delimitação de grandes áreas onde a ocupação e o uso do solo são alvos de restrições. No uso residencial, essas restrições atingem principalmente os assentamentos populares, pelas suas características de densidade. No entanto, em alguns casos, a impossibilidade de aproveitamento rentável desvaloriza as áreas protegidas, tornando-as propícias à ocupação pela população mais pobre, processo também viabilizado pela necessidade de políticas habitacionais dirigidas e falta de fiscalização (Ipea e Infurb, 2001).

Políticas públicas voltadas aos assentamentos precários – incluindo loteamentos clandestinos e favelas – constituem grande desafio da política metropolitana, sendo prioridade do PMDH – em fase de elaboração pela Emplasa e objeto de contrato com a Secretaria da Habitação. Esse plano prevê ações dirigidas aos assentamentos precários em suas diferentes tipologias, recomendando áreas e eixos estratégicos para a atuação da política metropolitana de habitação.

As estimativas das necessidades habitacionais no âmbito do Plano Estadual de Habitação (PEH) – baseadas na Pesquisa de Condições de Vida da Fundação Seade, 2006 – mostram que a RM de São Paulo reúne cerca da metade dos domicílios do ESP (47,8%). A RM de São Paulo concentra 52,7% do total do deficit habitacional do estado e 53,9% do total de domicílios inadequados, conforme tabelas 11 e 12.

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TABELA 11 ESP e RMs: distribuição dos domicílios segundo as necessidades habitacionais – números absolutos (2011)

Total RMs Necessidades habitacionais São Paulo Baixada Santista Campinas Vale do Paraíba e Litoral Norte Total de domicílios 13.546.131 6.477.788 554.553 918.058 690.691 Deficit 1.159.435 610.613 61.644 79.048 32.471 Inadequado 3.190.543 1.719.431 159.177 131.375 113.706 Fonte: PEH-SP/Secretaria da Habitação, 2011.

TABELA 12 ESP e RMs: distribuição dos domicílios segundo as necessidades habitacionais (2011) (Em percentual)

Total RMs Necessidades habitacionais São Paulo Baixada Santista Campinas Vale do Paraíba e Litoral Norte Total de domicílios 100 47,8 4,1 6,8 5,1 Deficit 100 52,7 5,3 6,8 2,8 Inadequado 100 53,9 5,0 4,0 3,6 Fonte: PEH-SP/Secretaria da Habitação, 2011.

Para a elaboração do PAM e do Plano de Desenvolvimento Habitacional Metropolitano, foi realizado pelo Centro de Estudos da Metrópole (CEM, 2013), estudo sobre os assentamentos precários na RM de São Paulo. Esse trabalho foi desenvolvido a partir dos dados dos Censos de 2000 e 2010/IBGE. Os setores censitários não especiais em condições similares àqueles classificados pelo IBGE como subnormais foram somados aos setores subnormais do IBGE com os setores precários identificados no trabalho do CEM, resultando naquilo que se denominou “assentamento precário”.

Esses estudos indicam que, na RM de São Paulo, o número de pessoas residentes em assentamentos precários passou de 2.616.178 em 2000 para 2.821.820 em 2010, um aumento de 205.642, equivalente a 7,8%. Os maiores números em termos absolutos estão nas cidades de São Paulo com 468.023 domicílios em assentamentos precários; Guarulhos com 62.678; Sao Bernardo do Campo com 45.846; e Santo André com 29.990. Os maiores números em termos relativos estão nas cidades de Diadema com 22,3% de seus domicílios em assentamentos precários; Sao Bernardo do Campo com 19,5%; Embu das Artes com 19,1%; e Mauá com 18,9% (tabela 13 e gráfico 5).

TABELA 13 Número de pessoas residentes em domicílios particulares permanentes por tipo de setor censitário e região

Tipo de setor censitário Região Setores subnormais Setores precários Assentamentos precários Total de setores % (assentamentos precários/ (A) (B) (A + B) censitários total de setores) RM de São Paulo 2.169.502 652.318 2.821.820 19.456.367 14,5 RM da Baixada Santista 297.091 41.753 338.844 1.653.543 20,5 RM de Campinas 160.825 234.273 395.098 2.735.378 14,4 RM do Vale do Paraíba e Litoral Norte 18.522 123.947 142.469 2.131.448 6,7 Aglomeração urbana (AU) de Jundiaí 22.949 79.917 102.866 664.361 15,5 Total da MMP 2.668.889 1.132.208 3.801.097 26.641.097 14,3 Fonte: Censo Demográfico de 2010/IBGE. Elaboração: CEM (2013), a partir do Censo Demográfico de 2010/IBGE.

Como pode ser observado no mapa 12, que ilustra a localização dos setores urbanos censitários subnormais e precários, a precariedade habitacional ocorre de forma mais concentrada próxima aos limites municipais.

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GRÁFICO 5 RM de São Paulo: distribuição dos domicílios em setores subnormais e precários por município (2010)

Fonte: CEM (2013). Elaboração: Emplasa, 2013. Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

MAPA 12 RM de São Paulo: setores censitarios agrupados conforme a precariedade habitacional (2010)

Fonte: CEM (2013). Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 57 04/12/2015 09:26:31 58 Relatório de Pesquisa

Monitoramento do uso do solo Para subsidiar as atividades de monitoramento do uso do solo metropolitano, em 2002 a Emplasa iniciou a estruturação do banco de dados corporativo, denominado SIGEmplasa, com a validação de uma base cartográfica com precisão de representação na escala de 1:25.000. Isso viabilizou a introdução de uma nova forma de mapear o uso e ocupação do solo urbano. Nesse sistema, o mapeamento do uso e ocupação do solo urbano identifica a predominância do uso na quadra nas áreas urbanizadas e registra, nos usos isolados, o limite da área ocupada. Com isso, foi possível introduzir um elevado nível de detalhes e a quantificação dos diferentes tipos de uso. Esse sistema foi desenvolvido para favorecer associações de dados espaciais, econômicos e sociais, proporcionando múltiplas análises e várias escalas de abordagem que, certamente, contribuem para o planejamento e a gestão mais qualificada do território.7 O monitoramento do uso do solo tem como foco principal o uso urbano existente, as áreas comprometidas com a urbanização, que incluem as áreas com arruamentos e loteamentos em início de ocupação ou desocupados e as áreas destinadas a atividades econômicas isoladas com presença de indústrias, comércio e serviços. As áreas definidas como Em ocupação, Vertical, Misto (usos residencial horizontal e vertical) e Sem ocupação identificam as possíveis áreas de expansão urbana. O uso Comércio e serviço, com identificação dos shopping centers, hipermercados e atacadistas, centro de distribuição, depósitos e transportadoras, assim como o uso Industrial, com identificação do tipo de indústria e os Equipamentos de Infraestrutura indicam as áreas de maior dinamismo da atividade econômica na RM de São Paulo. O crescimento e a alteração de uso são quantificados no banco de dados e permitem demonstrar as tendências de transformação de cada município e da própria RM. O resultado desse trabalho, apresentado no mapa 13, é um retrato qualificado da ocupação na RM de São Paulo – porém com mais intensidade nos eixos das rodovias Raposo Tavares – SP-270 e Presidente Castello Branco – SP-280 a oeste e da Presidente Dutra – BR-116 e Ayrton Senna da Silva – SP-070 a leste. Cabe ressaltar a elevada concentração dos usos industrial, comercial e serviço nas áreas lindeiras aos eixos das principais rodovias. Destaca-se especialmente a localização do uso Comercial e serviço nas proximidades do trevo de conexão da Rodovia Castello Branco com o trecho oeste do Rodoanel, particularmente em Barueri e no trecho inicial da Rodovia Anhanguera, em São Paulo. Essas concentrações são exemplos expressivos da modificação do uso do solo urbano, decorrente da implantação de via do porte do Rodoanel, que tem a importante função de interligar as dez principais rodovias da RM de São Paulo. Outros eixos importantes de concentração desses usos são as marginais dos rios Tietê e Pinheiros, a avenida do Estado nos municípios de São Paulo e sua sequência no município de Santo André, além da ferrovia, especialmente nos municípios de Suzano e Mogi das Cruzes. O mapa 13 mostra ainda que, em termos de crescimento urbano, a parte leste da RMSP é a que oferece as melhores condições de expansão, porque, além de possuir mais áreas disponíveis, não está sujeita às fortes restrições ambientais que as partes norte e sul apresentam, a despeito de ainda ser carente de infraestrutura urbana e apresentar forte presença de uso precário. A análise por sub-região mostra alguns aspectos interessantes do território. Na cidade de São Paulo é possível identificar os seguintes aspectos: exiguidade de áreas livres disponíveis para a expansão da cidade, o que aumenta a pressão por ocupação em áreas precárias; fragilidade das áreas destinadas à preservação ambiental (proteção aos mananciais) localizadas ao norte e ao

7. O mapeamento para a RM de São Paulo foi realizado com detalhe na escala 1:10.000, a partir de imagens de 2002-2003 obtidas pelo satélite Ikonos e de ortofotos para o ano de 2007, complementado com intenso trabalho de campo. Esse mapeamento vem sendo atualizado a partir das ortofotos do Projeto Mapeia São Paulo, do governo do ESP, 2010-2011, sediado na Emplasa.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 58 04/12/2015 09:26:31 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 59

sul do município, que continuam sendo ocupadas de forma desordenada e com adensamento indesejado; expansão dos usos Assentamento precário e Favela na periferia da cidade, especialmente ao sul, nas proximidades das represas Billings e Guarapiranga, e ao norte, no limite da reserva da Serra da Cantareira. Na área de confluência dos rios Tietê e Tamanduateí é possível identificar edificações, quadras de esportes, piscinas, campos de futebol etc., cadastrados no banco de dados, o que permite quantificar esses usos e produzir mapas temáticos. A sub-região sudeste apresenta seu território dividido em dois compartimentos bem diferenciados: uma área de urbanização total e uma área destinada à proteção ambiental que abrange mais de 50% de seu espaço territorial. Os sistemas rodoviário e ferroviário para transporte de passageiros e de carga que a servem, além da proximidade do porto de Santos, colocam-na como uma das mais privilegiadas do estado em termos de infraestrutura logística, fator que favoreceu, desde a década de 1950, o seu forte desenvolvimento econômico. Na área urbanizada há o predomínio do uso Residencial horizontal, que sofre um acentuado processo de verticalização, especialmente nos municípios de Santo André e São Bernardo do Campo. Nota-se a expressiva presença de Favelas e Assentamentos precários em Diadema, nas proximidades da rodovia dos Imigrantes, em São Bernardo do Campo entre a Via Anchieta e o limite de Santo André e em Mauá, nos arredores da Refinaria de Capuava. Observa-se também a forte concentração dos usos industrial e comércio e serviço, particularmente nas áreas limítrofes dos eixos da Via Anchieta (indústria automobilística) e avenida Estado (indústrias químicas e petroquímicas pela proximidade da refinaria), históricos vetores de localização das indústrias ao longo do processo de implantação desse importante parque industrial da RMSP. No outro compartimento, localizam-se a Represa Billings e um dos principais fragmentos de Mata Atlântica do estado. A necessidade de preservação coloca essa sub-região sob severas restrições da legislação ambiental que passa a exercer papel fundamental na gestão municipal uma vez que os fatores de desenvolvimento estão intimamente ligados ao uso e à ocupação do solo. A sub-região oeste tem seu espaço territorial organizado inicialmente pela ferrovia (núcleos centrais de Osasco, Carapicuíba, Jandira, Barueri e Itapevi) e nas décadas mais recentes pelas rodovias Presidente Castello Branco e Raposo Tavares que induziram novas áreas de ocupação. A dispersão do uso Residencial nos tipos Horizontal, Condomínio fechado horizontal, Condomínio fechado em ocupação, Loteamento de chácara e Loteamento de chácara em ocupação é a característica marcante da expansão urbana nesta sub-região, particularmente nos municípios de Cotia e Vargem Grande Paulista. Os usos Industrial e Comércio e serviço estão concentrados no município de Osasco nos eixos das rodovias Anhanguera no limite com São Paulo e no trecho inicial da Castello Branco; no município de Barueri nos eixos das rodovias dos Romeiros e Castello Branco e no município de Cotia no eixo da Raposo Tavares. A atividade industrial de extração mineral também é expressiva e está localizada nos municípios de Santana de Parnaíba e Pirapora de Bom Jesus. A sub-região nordeste tem na Rodovia Presidente Dutra um importante eixo organizador dessa porção do território metropolitano, com a instalação de plantas industriais em terrenos às suas margens ao longo da década de 1960. Mais recentemente, embora seja marcante a atividade industrial, há intenso crescimento da classe Comercial e serviço pela presença de grandes depósitos e empresas de logística. Na área urbanizada, aparece intensamente o uso Misto (Residencial, Comercial e serviço), no município de Guarulhos, onde também se encontra a maior concentração dos usos Assentamento precário e de Favela ao norte do Aeroporto Internacional André Franco Montoro. Outra característica dessa sub-região é a expansão dos usos Loteamento de chácara e Loteamento de chácara em ocupação especialmente nos municípios de Arujá e Santa Isabel. Nota-se também intensa atividade industrial de extração mineral particularmente concentrada em Guarulhos e Santa Isabel. A seguir, apresenta-se uma representação espacial desse processo através do mapa 13.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 59 04/12/2015 09:26:31 60 Relatório de Pesquisa MAPA 13 MAPA uso do solo RM de São Paulo: Emplasa (2013). Fonte: publicação (nota do Editorial). ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para Imagem cujos leiaute e textos não puderam Obs.:

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 60 04/12/2015 09:26:31 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 61

Uso do solo dos municípios metropolitanos Os municípios que compõem a RM de São Paulo possuem planos diretores e leis de uso e ocupação do solo aprovados, sendo boa parte em período recente e, portanto, contemplando a participação social na sua concepção e aprovação. No âmbito dos processos de monitoramento do uso do solo metropolitano e de elaboração do PMDH, em 2014 a Emplasa georreferenciou as informações sobre macrozonas e zonas da legislação municipal e de mananciais e agrupou em quatro macrozonas – urbana, rural, interesse ambiental e proteção integral, destacando as Zeis e as áreas de proteção de mananciais da legislação estadual (mapa 14).

No âmbito do monitoramento do uso do solo, a Emplasa georreferencia as informações dos investimentos estruturadores do território metropolitano presentes nos planos plurianuais (PPAs) e orçamentos estaduais, incluindo também os grandes investimentos federais, que subsidiam a análise das tendências de transformação da ocupação, decorrentes desses investimentos previstos e em curso cotejando com as restrições de ocupação vindas da regulação urbanística e ambiental (mapa 15).

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 61 04/12/2015 09:26:31 62 Relatório de Pesquisa MAPA 14 MAPA dos municípios metropolitanos macrozoneamento RM de São Paulo: leis de proteção aos mananciais da RM São Paulo. leis de uso e ocupação do solo dos municípios; Planos diretores; Fonte: Emplasa (2014). Elaboração: publicação (nota do Editorial). ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para Imagem cujos leiaute e textos não puderam Obs.:

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 62 04/12/2015 09:26:31 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 63 MAPA 15 MAPA investimentos estruturadores RM de São Paulo: 2012-2014. Grupo de Estudos em Saúde Pública (Gesp)/PPA Fonte: Emplasa (2013). Elaboração: publicação (nota do Editorial). ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para Imagem cujos leiaute e textos não puderam Obs.:

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 63 04/12/2015 09:26:31 64 Relatório de Pesquisa

A governança metropolitana do uso do solo A escala da RM de São Paulo exige, especialmente no âmbito do planejamento e da gestão do uso do solo, ações articuladas aos desafios de ordem social, econômica e institucional metropolitanos. Os desafios sociais incluem, especialmente, a pobreza. O econômico reside em aumentar a competitividade das cidades, melhorando a infraestrutura e o transporte. O desafio institucional é a adequação de políticas e instrumentos de planejamento e gestão urbana às necessidades urbanas e da população.

Assim, os principais desafios metropolitanos a serem enfrentados são articular desenvolvimento territorial e urbanização inclusiva para:

• melhorar as condições de vida da população pobre, promovendo o combate à pobreza com foco nas áreas urbanas informais (favelas, loteamentos clandestinos e outras formas), promover melhorias habitacionais e provisão de habitação, promover urbanização progressiva; dotar de infraestrutura, equipamentos e serviços públicos comunitários; e • promover ações e programas urbanos integrados – habitação, saneamento, transporte urbano, meio ambiente, saúde, educação, cultura, e segurança pública – com vistas a promover o desenvolvimento sustentável da RM de São Paulo. Também devem ser considerados os desafios de ordem financeira e institucional, mobilizando recursos compatíveis com a escala dos investimentos necessários, e adotar mecanismos e instrumentos de planejamento e gestão garantidores da eficiência da atuação metropolitana.

Portanto, para o melhor desempenho do planejamento do uso do solo metropolitano são necessários:

• aperfeiçoar e fortalecer o planejamento e a gestão urbana – promover o fortalecimento municipal visando a uma nova governança urbana inclusiva – contemplando uma abordagem holística de desenvolvimento urbano para superar deficiências legais, técnicas e burocráticas; aperfeiçoar a regulação urbana para refletir a realidade e as condições socioeconômicas da população; melhorar os sistemas de informação municipal; aumentar a agilidade na gestão urbana; e promover programas de capacitação das prefeituras e da gestão municipal. • instituir política fundiária para promover a titulação e a regularização de terras urbanas e rurais; e • aumentar a capacidade de investimento dos municípios metropolitanos e a participação do setor privado no desenvolvimento urbano – com consórcios, parcerias e outros instrumentos. Todos esses desafios integram o PAM 2013-2040. Como instrumento de planejamento de médio e longo prazo, o plano constitui uma referência básica da formulação e implementação de políticas públicas e ações metropolitanas do governo do ESP no território da MMP, possibilitando o desenvolvimento das principais potencialidades desse território e apontando diretrizes, metas e ações para superação dos principais gargalos ao desenvolvimento regional, de maneira a atingir o futuro desejado em 2040, com metas intermediárias para 2020.

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O PAM destaca, ainda, a necessidade de articulação dos três níveis de governo, contemplando os seguintes princípios:

• Consenso social – envolvendo a adoção de mecanismos que garantam a participação na formulação e formação de consensos sobre propostas de ação definidas; • Articulação política – envolvendo a instituição de processos de consulta e de validação política permanente das metas e propostas do PAM e da carteira de projetos da MMP; e • Envolvimento de agentes do desenvolvimento regional, já organizados institucionalmente, e formalizado por meio de consulta e participação dos conselhos regionais de desenvolvimento. Assim, o enfrentamento de tais desafios exige não só ação colaborativa nas três esferas de governo, mas também a existência de política metropolitana com capacidade de coordenar o planejamento, a execução e o financiamento das Fpics.

2.2 Saneamento ambiental

2.2.1 Dinâmica metropolitana da RM de São Paulo e a Fpic Saneamento No âmbito da Fpic Saneamento Metropolitano destacam-se, como importante elemento inovador de caráter regional e intersetorial, as análises constantes do recém-elaborado Plano Diretor de Aproveitamento de Recursos Hídricos da Macrometrópole Paulista (PDARH/MMP, 2013) pela Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos (SSRH) do governo do ESP, como importante subsídio à governança metropolitana (Emplasa/Fundap, 2013b). Esse documento reúne as análises de viabilidade econômica dos arranjos estudados e as diretrizes gerais para ações de gestão de demanda e medidas não estruturais de controle. Constituem também conteúdos do PDARH/MMP os processos de gestão conjunta de investimentos prioritários para a ampliação de vazões regularizadas. Estes componentes foram incorporados ao PAM 2013-2040/Emplasa uma vez que, por sua natureza, exigem integração territorial e setorial típica do planejamento metropolitano.

Os vetores de desenvolvimento dessa região, muito antes de seu reconhecimento formal, organizavam-se ao longo da porção leste da bacia do rio Tietê, a partir dos principais centros urbanos, hoje polos metropolitanos – São Paulo, Campinas, Baixada Santista, São José dos Campos e Sorocaba. Embora nucleada por esses polos e organizada segundo os vetores que os interligam, a abrangência de interesses específicos para a integração das Fpics varia segundo as necessidades de integração de cada uma delas. Na gestão dos recursos hídricos, esses limites correspondem aos vínculos que condicionam reciprocamente seu aproveitamento em benefício das áreas de desenvolvimento econômico.

Desde a vigência da Lei no 7.663/1991, que criou o Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SGRH) no ESP, a gestão das águas foi organizada segundo uma lógica de planejamento por bacias. O principal vetor de desenvolvimento do estado, que corta sua porção central de leste a oeste, organiza-se ao longo da bacia do rio Tietê. A Lei no 7.663/1991 prevê que o estado deve ser organizado em unidades hidrográficas para fins de gerenciamento, o que foi feito nos termos da Lei on 9.034/1994, que definiu a repartição do estado em 22 UGRHIs.

O Plano da Bacia da UGRHI Alto Tietê (AT), a principal da RM de São Paulo, acolheu e enfatizou as diretrizes estratégicas de uso parcimonioso dos recursos hídricos e de

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melhoria institucional e operacional dos respectivos setores usuários. Os principais serviços de abastecimento de água mostram ganho de desempenho em controle de perdas e uso racional da água. Tem sido empreendido esforço importante na melhoria de qualidade da água, mediante ampliação das coberturas de esgotamento sanitário e controle das fontes difusas. Há um entendimento de que é necessário regularizar e ampliar a oferta de água na UGRHI Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que abrange a RM de Campinas e as AUs de Jundiaí e Piracicaba, no interesse de toda a região da MMP.

O PDARH/MMP reconhece a interdependência do desenvolvimento econômico e social das RMs paulistas e respectivos parques de produção industrial e agrícola e, portanto, dos recursos hídricos no território da MMP, que concentram 83% do PIB e 75% da população do estado. A gestão da água, essencial para o abastecimento urbano, a segurança da população e o desenvolvimento das atividades econômicas da região, é estratégica para a região. Nessa perspectiva, é fundamental promover seu uso racional, bem como definir parâmetros de ampliação da oferta compatíveis com as necessidades de desenvolvimento do complexo macrometropolitano.

No complexo da MMP, a continuidade urbana não se verifica e nem é desejável que evolua para isso, e sim o planejamento e a gestão integrada de múltiplos núcleos regionais e urbanos. O PDARH/MMP desenhou um cenário tendencial que não leva em conta possíveis ganhos com o aprofundamento de medidas voltadas à gestão da demanda, incluindo controle de perdas, uso racional da água e reuso, em combinação com medidas não estruturais e controle de uso e ocupação do solo para proteção dos mananciais. Nesse cenário, a maior parte das falhas no atendimento projetadas para 2035 diz respeito à demanda urbana. Essas tendências apontam para a necessidade de um aporte significativo de água para o seu abastecimento. São áreas críticas em seu conjunto pertencentes à bacia hidrográfica do rio Tietê, que ultrapassam os territórios de atuação das UGRHIs e respectivos comitês que se organizam na bacia.

As projeções do PDARH/MMP indicam que a população deverá chegar a 37 milhões em 2035, elevando a densidade demográfica dos atuais 579 hab./km2 para 696 hab./km2. Das oito UGRHIs que fazem parte da macrometrópole, as que mais devem contribuir com esse crescimento são Alto Tietê (3,4 milhões de pessoas) e Piracicaba/Jundiaí/Capivari (1,2 milhão de pessoas), totalizando 75% do acréscimo populacional previsto.

No cenário tendencial, o crescimento da população e dos usos industrial e de irrigação incrementaria as demandas de água em cerca de 60 m3/s. Esse incremento tenderia a acentuar o estresse hídrico da região, além de gerar reflexos importantes no ordenamento territorial, na expansão das cidades e no equilíbrio ambiental.

O PDARH/MMP desenhou um cenário de “pleno desenvolvimento da gestão da demanda e controles associados”, que corresponde a aplicação e medidas de controle operacional e de inibição do consumo, de acordo com projetos e ações já parcialmente em curso ou previstos. Nesse cenário, o incremento diminui de 60 m3/s para 32 m3/s, o que permite eliminar, no horizonte de planejamento considerado, os aproveitamentos de maior custo marginal.

Papel fundamental exerce a tarefa de atualização e aperfeiçoamento contínuos dos planos de bacias e do Plano Estadual de Recursos Hídricos (PERH) 2015-2018, dotados de instrumental para monitoramento da eficácia da gestão de demanda de água.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 66 04/12/2015 09:26:32 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 67

As soluções alternativas identificadas pelo PDARH/MMP mostraram que a questão hídrica exige investimentos elevados a médio e longo prazos e negociações complexas sob o ponto de vista ambiental, social, político, institucional e de equacionamento de conflitos.

Desde as versões 2004 e 2009, o Plano da bacia do Alto Tietê (PAT) tem se caracterizado por uma ênfase nos componentes de desenvolvimento institucional, planejamento e gestão como elementos de integração entre usos dos recursos hídricos e entre o conjunto destes e os processos de desenvolvimento metropolitano, inclusive uso e ocupação do solo. Esta visão estratégica traz subjacente o reconhecimento da grande complexidade da gestão de recursos hídricos em um complexo densamente urbanizado como a bacia do Alto Tietê, sujeita simultaneamente à escassez de água para uso urbano e a desafios crescentes no controle de inundações, associados a questões-chave de qualidade das águas e de interações com resíduos sólidos.

A orientação estratégica do PAT reconhece a complexidade da relação entre a UGRHI AT e unidades hidrográficas vizinhas e, por isso, enfatiza o uso racional dos recursos hídricos como elemento-chave de sua sustentabilidade. Com caráter de plano predominantemente indicativo, uma vez que em si mesmo maneja recursos financeiros muito inferiores aos que são objeto das ações-fim nos setores usuários, o PAT estabelece diretrizes estratégicas de harmonização entre os diferentes setores usuários. No que respeita às necessidades de uso dos recursos para fins de abastecimento urbano, articula-se com o Plano Diretor de Abastecimento de Água da Sabesp, que opera o Sistema Adutor Metropolitano (SAM). Este beneficia não só os municípios operados pela Sabesp, mas a quase totalidade dos sistemas de abastecimento metropolitano, inclusive os serviços autônomos.

Ao definir diretrizes estratégicas e linhas de desenvolvimento institucional voltadas ao uso racional dos recursos hídricos, o PAT dá consistência e torna tangíveis os benefícios advindos de ações de controle de perdas, uso racional da água e reuso de efluentes tratados nesse contexto de escassez. O mesmo se aplica em relação a ações integradas com controle de inundações, qualidade da água (dos pontos de vista de poluição concentrada e difusa) e uso e ocupação do solo, ao buscar múltiplas medidas de alívio sobre os escassos recursos hídricos disponibilizados à UGRHI AT, articulando qualidade, quantidade e prevenção. Nessa perspectiva, o PAT articula suas metas de desenvolvimento com o Plano Diretor de Esgotos da Sabesp, com a Política Estadual de Resíduos Sólidos (PERS), com o Plano de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê e com vários planos e programas setoriais e dos municípios da bacia, com interação com o uso racional dos recursos.

As diretrizes estratégicas formuladas nas conclusões do PAT são claras quanto a seu compromisso com a gestão pelo lado da demanda, em sintonia com uma visão de uso parcimonioso dos recursos hídricos:

• integração entre os sistemas de gestão de recursos hídricos e a gestão territorial, responsável pelo controle de uso e ocupação do solo; • integração da gestão dos sistemas urbanos: recursos hídricos, compreendendo todos os usos da água, inclusive o controle da drenagem urbana, habitação, viário e de transporte público; • atuação do sistema de recursos hídricos junto a todos os usuários da água, com vistas à gestão da demanda de água para seu controle e racionalização; e

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• funcionamento integrado de todos os setores governamentais e privados que atuam na gestão do sistema, para que as ações preventivas e corretivas a serem adotadas sejam eficientes e eficazes. 2.2.2 Caracterização da situação atual Abastecimento de água O sistema de abastecimento de água da RM de São Paulo é composto por um sistema integrado, operado pela Sabesp, que fornece água tratada a 29 municípios da região, e por sistemas isolados, que atendem aos demais municípios. Dos 29 municípios servidos pelo sistema integrado, 23 têm atendimento direto pela Sabesp e 6 compram-lhe água por atacado – Diadema, Guarulhos, Mauá, Mogi das Cruzes, São Caetano do Sul e Santo André –, mas têm seus sistemas de abastecimento operados pela municipalidade. Dos demais 10 municípios da RM de São Paulo, atendidos por sistemas isolados de abastecimento de água, 9 são operados pela Sabesp e 1, diretamente pelo município (Santa Isabel) (mapa 16).

O sistema integrado, responsável pelo atendimento de mais de 90% da demanda de água potável da região, é composto por oito grandes sistemas produtores, destacando-se os sistemas Cantareira, Guarapiranga e Alto Tietê, com capacidades nominais de produção de água tratada de 33 m³/s, 14 m³/s e 10 m³/s, respectivamente, e um complexo de grandes adutoras e conjuntos de elevatórias que, integrados aos reservatórios setoriais, formam o SAM.

O SAM é formado por 1.270 km de adutoras, 137 centros de reservação, 98 estações elevatórias, 24 boosters; abrangendo a área metropolitana conurbada e interligando os principais sistemas produtores da Sabesp na região. As redes de distribuição de água totalizam uma extensão de 31.278 km. As ligações de água em 2010, segundo o Plano Integrado Regional (PIR) – Sabesp, 2001 –, totalizavam 3.895.773 unidades.

A figura 7 ilustra a localização dos sistemas produtores que compõem o sistema integrado.

Conforme dados do último Censo Demográfico (2010), dos 39 municípios da RM de São Paulo, 28 tem mais de 90% dos seus domicílios conectados à rede de distribuição de água. Os municípios com menor cobertura do serviço de abastecimento de água são Juquitiba e São Lourenço da Serra, na sub-região sudoeste, e Biritiba Mirim e Salesópolis, na sub-região leste da RM de São Paulo. Os dados de domicílios atendidos por rede de água estão apresentados tabela 14 e no mapa 17.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 68 04/12/2015 09:26:32 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 69 MAPA 16 MAPA dos sistemas de abastecimento água situação administrativa RM de São Paulo: (2006). São Paulo Fonte: publicação (nota do Editorial). ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para Imagem cujos leiaute e textos não puderam Obs.:

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 69 04/12/2015 09:26:32 70 Relatório de Pesquisa

FIGURA 7 RM de São Paulo: sistemas produtores de água

1. Cantareira 2. Alto Tietê

3. Rio Claro 1 4. Rio Grand e 5. Guarapiranga 6. Alto Cotia

7. Baixo Cotia 8. Rib. Estiva

2 3 7 4 8 6 5

Fonte: Emplasa, 2012. Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

TABELA 14 Domicílios conectados à rede geral de distribuição de água

Domicílios permanentes – 2010 Municípios Total de domicílios Conectados à rede de água (%) Arujá 21.436 93,00 Barueri 71.790 99,30 Biritiba Mirim 8.400 65,60 Cairiras 25.411 96,40 Cajamar 19.269 90,80 Carapicuíba 108.592 98,10 Cotia 59.038 91,00 Diadema 117.344 99,40 Embu das Artes 68.225 98,00 Embu Guaçu 18.117 77,30 Ferraz de Vasconcelos 48.383 98,40 Francisco Morato 43.941 95,80 Franco da Rocha 36.267 94,90 Guararema 7.759 68,60 Guarulhos 360.540 97,60 Itapecerica da Serra 42.789 89,70 Itapevi 57.604 95,10 Itaquaquecetuba 89.670 96,70 Jandira 32.536 99,40 Juquitiba 8.803 58,60 Mairiporã 23.211 70,70 (Continua)

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 70 04/12/2015 09:26:32 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 71

(Continuação) Domicílios permanentes – 2010 Municípios Total de domicílios Conectados à rede de água (%) Mauá 125.348 99,30 Mogi das Cruzes 116.418 89,70 Osasco 201.894 99,10 Pirapora do Bom Jesus 4.384 100,00 Poá 30.570 98,90 Ribeirão Pires 33.844 95,20 Rio Grande da Serra 13.191 95,20 Salesópolis 4.680 62,90 Santa Isabel 15.299 72,00 Santana de Parnaíba 31.610 90,90 Santo André 215.617 97,60 São Bernardo do Campo 239.174 98,10 São Caetano do Sul 50.492 100,00 São Lourenço da Serra 4.296 57,60 São Paulo 3.574.286 99,10 Suzano 74.764 92,30 Taboão da Serra 72.314 99,60 Vargem Grande Paulista 12.541 87,40 Total RM de São Paulo 6.089.847 95,20

Fonte: Censo Demográfico de 2010/IBGE.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 71 04/12/2015 09:26:32 72 Relatório de Pesquisa MAPA 17 MAPA de água (2010) de domicílio atendido por rede porcentagem RM de São Paulo: Fonte: Agem/BS, 2002; Emplasa, 2002; IBGE (2010), 2000, 2007; IGC, 2000. IGC, 2007; 2000, IBGE (2010), 2002; Emplasa, 2002; Agem/BS, Fonte: 2012. Emplasa, Elaboração: publicação (nota do Editorial). ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para Imagem cujos leiaute e textos não puderam Obs.:

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 72 04/12/2015 09:26:33 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 73

Esgotamento sanitário O sistema de esgotamento sanitário da RM de São Paulo é constituído por um sistema principal, operado pela Sabesp, na porção mais central e densamente ocupada do território, e diversos sistemas isolados nas porções mais periféricas, operados pela Sabesp ou pelos próprios municípios. Estes possuem características bastante distintas quanto ao seu porte e complexidade.

A figura 8 apresenta os municípios integrantes da RM de São Paulo, com a indicação do sistema principal e sistemas isolados, e dos não operados pela Sabesp.

O sistema principal de esgotamento sanitário é constituído por cinco sistemas de esgotamento sanitário definidos em função de cinco grandes estações de tratamento de esgoto (ETEs): ABC, Barueri, Parque Novo Mundo, São Miguel e Suzano. Essas ETEs foram concebidas como lodos ativados convencionais, processo esse que oferece boa flexibilidade operacional, além de ser considerado bastante eficiente para estações de tratamento de grande porte. Atualmente a capacidade nominal das ETEs do sistema principal é de 18,0 m³/s, conforme mostra a tabela 15.

Na RM de São Paulo, de acordo com dados de 2010 da Sabesp, as redes coletoras contavam com 21.082 km de extensão e os coletores-tronco perfaziam 1.050 km de extensão. Quanto aos interceptores/emissários, em 2010 existiam 179 km em operação no sistema principal, distribuídos pelos sistemas de esgotamento.

Os sistemas isolados contam com a implantação de sistema completo, com coleta, afastamento e tratamento localizado, sem integração física com o sistema principal (Sabesp, 2010b). Dos 39 municípios que compõem a RM de São Paulo, 26 deles, além do município de São Paulo, contam, integral ou parcialmente, com bacias de esgotamento que compõem os sistemas isolados; nestes, diferentemente do sistema principal, ainda existem áreas atendidas com rede coletora, mas que não possuem estações de tratamento de esgoto (Sabesp 2010b).

Além dos sistemas operados pela Sabesp, a RM de São Paulo conta com os sistemas autônomos nos municípios de Diadema, Guarulhos, Mauá, Mogi das Cruzes, Santa Isabel, Santo André e São Caetano do Sul. Desses municípios, São Caetano do Sul é o único no qual o índice de esgoto tratado é 100% do esgoto coletado; os demais municípios apresentam índices de tratamento inferiores a 50%.

Na tabela 16, são apresentados os percentuais de domicílios atendidos por rede de esgotos, segundo os dados do último Censo Demográfico de 2010.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 73 04/12/2015 09:26:33 74 Relatório de Pesquisa FIGURA 8 mapa dos sistemas de esgoto RM de São Paulo: Fonte: Plano Diretor de Esgotos (PDE) 2010 da RM São Paulo. Fonte: publicação (nota do Editorial). ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para Imagem cujos leiaute e textos não puderam Obs.:

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 74 04/12/2015 09:26:33 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 75

TABELA 15 Sistema principal de tratamento de esgoto (2010)

ETE Ano de implantação Capacidade nominal (m3/s) Vazão média tratada (m3/s) ABC 1998 3,0 1,896 Barueri 1988 9,5 9,644 Parque Novo Mundo 1998 2,5 2,481 São Miguel 1998 1,5 0,805 Suzano 1982 1,5 0,848 Total - 18,0 15,674 Fonte: PIR (Sabesp, 2010b).

TABELA 16 Domicílios conectados à rede geral de esgotamento sanitário

Domicílios permanentes – 2010 Municípios Total de domicílios Conectados à rede de esgotos (%) Arujá 21.436 56,30 Barueri 71.790 91,00 Biritiba Mirim 8.400 60,40 Cairiras 25.411 85,50 Cajamar 19.269 70,30 Carapicuíba 108.592 81,20 Cotia 59.038 52,90 Diadema 117.344 96,50 Embu das Artes 68.225 72,80 Embu Guaçu 18.117 40,70 Ferraz de Vasconcelos 48.383 83,30 Francisco Morato 43.941 49,90 Franco da Rocha 36.267 67,70 Guararema 7.759 44,10 Guarulhos 360.540 86,90 Itapecerica da Serra 42.789 35,50 Itapevi 57.604 74,40 Itaquaquecetuba 89.670 71,30 Jandira 32.536 83,50 Juquitiba 8.803 22,10 Mairiporã 23.211 35,40 Mauá 125.348 90,40 Mogi das Cruzes 116.418 77,00 Osasco 201.894 83,80 Pirapora do Bom Jesus 4.384 63,80 Poá 30.570 93,60 Ribeirão Pires 33.844 80,70 Rio Grande da Serra 13.191 61,25 Salesópolis 4.680 54,50 Santa Isabel 15.299 54,90 Santana de Parnaíba 31.610 42,60 Santo André 215.617 94,50 São Bernardo do Campo 239.174 89,10 São Caetano do Sul 50.492 99,80 São Lourenço da Serra 4.296 41,00 São Paulo 3.574.286 91,90 Suzano 74.764 82,20 Taboão da Serra 72.314 90,80 Vargem Grande Paulista 12.541 46,80 Total RM de São Paulo 6.089.847 72,80 Fonte: Censo Demográfico de 2010/IBGE.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 75 04/12/2015 09:26:33 76 Relatório de Pesquisa

Ao analisar os dados do Censo Demográfico de 2010, por municípios, verifica-se que dos 39 municípios da RM de São Paulo apenas 7 contam com mais de 90% dos domicílios conectados à rede geral de esgotamento: São Caetano do Sul (99,8%), Diadema (96,5%), Santo André (94,5%), São Paulo (91,9%), Barueri (91,0%), Taboão da Serra (90,8%) e Mauá (90,4%). Os municípios com índices abaixo de 50% são: Juquitiba, Mairiporã, Itapecerica da Serra, Mogi das Cruzes, Embu-Guaçu, São Lourenço da Serra, Santana de Parnaíba, Guararema, Vargem Grande Paulista e Francisco Morato.

Segundo relatório do PAT, ano-base 2011, a partir das análises dos dados dos Censos de 2000 e 2010/IBGE para os domicílios da RM de São Paulo, a prestação do serviço de esgotamento sanitário não está universalizada nessa RM.

O mapa 18 ilustra o atendimento, no território, pela rede coletora de esgotos.

A Cetesb, através do Relatório de Qualidade das Águas Superficiais no Estado de São Paulo, calcula os índices de atendimento de coleta e tratamento de esgoto. Os resultados publicados nesse estudo mostram que os municípios com melhor índice de atendimento de esgoto tratado, ou seja, que alcançam 100%, são: Arujá, Biritiba Mirim, Embu das Artes, Embu-Guaçu, Salesópolis e São Caetano do Sul. Entretanto, em apenas metade desses municípios o atendimento com coleta de esgoto supera os 90%.

O baixo índice de esgotos tratados (inferior a 50%) pode ser verificado em grande parte dos municípios que compõem a RM de São Paulo. Esse fato mostra a necessidade do investimento em obras para ampliar tanto a coleta como o tratamento dos esgotos gerados nos municípios.

O relatório-síntese dos PIRs (Sabesp/2011) apresenta dados do balanço de massa (vazão e cargas) das bacias que compõem o sistema principal realizado para o ano de 2010. Verifica- se pelo estudo que 87% do esgoto são coletados, sendo que 43% são conduzidos até as ETEs.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 76 04/12/2015 09:26:33 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 77 MAPA 18 MAPA de esgoto (2010) de domicílio atendido por rede porcentagem RM de São Paulo: 2000. IGC, 2000 e 2007; IBGE (2010), 2002; Emplasa, 2002; Agem/BS, Fonte: 2012. Emplasa, Elaboração: publicação (nota do Editorial). ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para Imagem cujos leiaute e textos não puderam Obs.:

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 77 04/12/2015 09:26:33 78 Relatório de Pesquisa

Resíduos sólidos Nos 39 municípios da RM de São Paulo predomina a administração pública direta do serviço de manejo e gestão dos resíduos sólidos. Em Santo André e São Paulo, a prestação é realizada por autarquias, o Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André (Semasa) e a Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), respectivamente.

Com relação à situação da coleta dos resíduos sólidos nos municípios da RM de São Paulo, segundo o IBGE (2010), o destino do lixo foi classificado como coletado quando o lixo do domicílio é:

• coletado diretamente por serviço de empresa pública ou privada; e • depositado em uma caçamba, tanque ou depósito, fora do domicílio, para ser coletado por serviço de empresa pública ou privada. Ao analisar os dados do censo, verifica-se que o município com menor atendimento foi Juquitiba com 86,7% em 2010. Os municípios com os maiores índices em 2010 foram: São Caetano do Sul, 100%, e Barueri, Jandira e Santo André, 99,9%. De maneira geral, verifica-se que o atendimento com coleta de resíduos sólidos nos municípios apresenta bons índices de cobertura, mais da metade está acima de 99% (tabela 17).

TABELA 17 Domicílios permanentes atendidos com coleta de lixo

Domicílios particulares permanentes Municípios Total Com coleta de lixo Domicílios atendidos (%) Arujá 21.436 21.285 99,3 Barueri 71.790 71.734 99,9 Biritiba Mirim 8.400 7.937 94,5 Caieiras 25.411 25.350 99,8 Cajamar 19.269 19.078 99,0 Carapicuíba 108.592 108.022 99,5 Cotia 59.038 58.621 99,3 Diadema 117.344 116.888 99,6 Embu das Artes 68.225 67.758 99,3 Embu Guaçu 18.117 17.732 97,9 Ferraz de Vasconcelos 48.383 47.956 99,1 Francisco Morato 43.941 43.012 97,9 Franco da Rocha 36.267 35.620 98,2 Guararema 7.759 7.583 97,7 Guarulhos 360.540 359.271 99,6 Itapecerica da Serra 42.789 42.303 98,9 Itapevi 57.604 57.156 99,2 Itaquaquecetuba 89.670 88.604 98,8 Jandira 32.536 32.512 99,9 Juquitiba 8.803 7.628 86,7 Mairiporã 23.211 22.183 95,6 Mauá 125.348 125.103 99,8 Mogi das Cruzes 116.418 114.388 98,3 (Continua)

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 78 04/12/2015 09:26:33 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 79

(Continuação) Domicílios particulares permanentes Municípios Total Com coleta de lixo Domicílios atendidos (%) Osasco 201.894 200.461 99,3 Pirapora do Bom Jesus 4.384 4.255 97,1 Poá 30.570 30.443 99,6 Ribeirão Pires 33.844 33.682 99,5 Rio Grande da Serra 13.191 13.018 98,7 Salesópolis 4.680 4.520 96,6 Santa Isabel 15.299 14.699 96,1 Santana de Parnaíba 31.610 31.444 99,5 Santo André 215.617 215.422 99,9 São Bernardo do Campo 239.174 238.777 99,8 São Caetano do Sul 50.492 50.490 100,00 São Lourenço da Serra 4.296 4.062 94,6 São Paulo 3.574.286 3.566.625 99,8 Suzano 74.764 73.866 98,8 Taboão da Serra 72.314 72.274 99,9 Vargem Grande Paulista 12.541 12.475 99,5 Total RM de São Paulo 6.089.847 6.064.237 99,3

Fonte: Censo Demográfico de 2010/IBGE.

O mapa 19 apresenta o atendimento por coleta dos resíduos sólidos, na RM de São Paulo.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 79 04/12/2015 09:26:33 80 Relatório de Pesquisa MAPA 19 MAPA de domicílio atendido por coleta lixo (2010) Porcentagem 2000. IGC, 2000 e 2007; IBGE (2010), 2002; Emplasa, 2002; Agem/BS, Fonte: 2012. Emplasa, Elaboração: publicação (nota do Editorial). ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para Imagem cujos leiaute e textos não puderam Obs.:

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 80 04/12/2015 09:26:34 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 81

Coleta e situação da disposição final de resíduos sólidos na RM de São Paulo Na tabela 18 são apresentados volume e enquadramento dos municípios da RM de São Paulo quanto às condições de tratamento e disposição dos resíduos sólidos domiciliares.

TABELA 18 Enquadramento dos municípios da RM de São Paulo quanto às condições de tratamento e disposição dos resíduos sólidos domiciliares

Município Lixo (t/dia) 1IQR1 Enquadramento2 Disposição Arujá 29,2 7,8 A Santa Isabel – AP3 Barueri 145,9 9,1 A Santana de Parnaíba – AP Biritiba Mirim 9,9 7,8 A Santa Isabel – AP Caieiras 34,2 9,4 A Caieiras – AP Cajamar 25,5 9,4 A Caieiras – AP Carapicuíba 229,9 9,1 A Santana de Parnaíba – AP Cotia 123,1 9,6 A Itapevi – AP Diadema 233,1 5,6 I Mauá – AP Embu das Artes 145,6 4,3 I Embu-Guaçu 24,6 9,4 A Caieiras – AP Ferraz de Vasconcelos 81,3 9,6 A São Paulo – AP F Francisco Morato 77,9 9,4 A Caieiras – AP Franco da Rocha 61,5 9,4 A Caieiras – AP Guararema 9,0 7,9 A Guarulhos 863,4 9,8 A Itapecerica da Serra 76,5 9,4 A Caieiras – AP Itapevi 122,2 9,6 A Itapevi – AP Itaquaquecetuba 195,3 7,8 A Santa Isabel – AP Jandira 54,8 9,6 A Itapevi – AP Juquitiba 8,9 9,4 A Caieiras – AP Mairiporã 28,9 9,4 A Caieiras – AP Mauá 252,7 5,6 I Mauá – AP Mogi das Cruzes 216,8 7,8 A Santa Isabel – AP Osasco 467,5 4,6 I Pirapora do Bom Jesus 6,4 9,1 A Santana de Parnaíba – AP Poá 52,6 7,8 A Santa Isabel – AP Ribeirão Pires 56,9 5,6 I Mauá – AP Rio Grande da Serra 17,8 5,6 I Mauá – AP Salesópolis 4,0 7,8 A Santa Isabel – AP Santa Isabel 16,0 7,8 A Santa Isabel – AP Santana de Parnaíba 55,7 9,1 A Santana de Parnaíba – AP Santo André 374,9 5,6 I Mauá – AP São Bernardo do Campo 530,2 5,6 I Mauá – AP São Caetano do Sul 75,0 5,6 I Mauá – AP São Lourenço da Serra 5,1 9,4 A Caieiras – AP São Paulo 4.850,0 9,4 A Caieiras – AP Suzano 153,4 9,6 A São Paulo – AP Taboão da Serra 148,9 9,4 A Caieiras – AP Vargem Grande Paulista 17,5 9,6 A Itapevi – AP

Fonte: Cetesb (2010). Notas: 1 Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos. 2 Enquadramento: A - condição adequada; C - condição controlada; e I - condição inadequada. 3 AP: aterro particular.

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Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe, 2009), na RM de São Paulo operam oito aterros sanitários privados que recebem cerca de 13.500 t./dia de resíduos sólidos urbanos, correspondendo a 57,5% do total destinado aos aterros privados do Brasil.

Com relação à coleta seletiva, em 2010, 29 municípios da RM de São Paulo (74,4%) contavam com este serviço, e, em apenas sete, o sistema atendia a 100% da área urbana. O mapa 20 ilustra essa situação.

MAPA 20 RM de São Paulo: mapa da coleta seletiva

Fonte: Besen (2011). Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

Em 28 deles, a coleta seletiva era realizada em parceria com organizações de catadores; e a formal envolvia 2.206 catadores nesses 28 municípios, dos quais 1.045 atuavam em São Paulo e 1.161 nas outras 27 cidades. Embora o percentual de materiais recicláveis encaminhados às empresas recicladoras pelas organizações de catadores tenha aumentado, a maior parte ainda provém da catação informal feita em condições críticas nas ruas das cidades (Besen, 2011).

Em 2010, 29 municípios da RM de São Paulo contavam com coleta seletiva, mas, em apenas sete, o sistema atendia 100% da área urbana. Em 28 deles, a coleta era realizada em parceria com organizações de catadores. A maior parte realizada em condições precárias nas ruas das cidades.

Macrodrenagem urbana A RM de São Paulo em sua maior parte situa-se na bacia hidrográfica do Alto Tietê (conforme mostra o mapa 21). Além dessa bacia, a região é formada por parte das bacias

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dos rios Paraíba, Juquiá, Sorocaba, Jundiaí, Médio Tietê e parte das bacias que compõem a vertente atlântica.

MAPA 21 A RM de São Paulo e a Bacia do Alto Tietê

Fonte: Daee. Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

O sistema principal de macrodrenagem da RM de São Paulo é constituído pelos rios Tietê, Pinheiros e Tamanduateí. O rio Tietê encontra-se retificado e canalizado no trecho entre a Barragem da Penha e o Reservatório Edgard de Souza. Recentemente, com base no Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê (PDMAT), este trecho do rio Tietê foi objeto de uma obra do governo do estado, executada pelo Daee, de aprofundamento e ampliação de sua calha para aumentar a sua capacidade de escoamento das vazões de cheia da região.

O rio Pinheiros, totalmente retificado e canalizado, possui diversas estruturas hidráulicas – barragens, comportas e estações elevatórias – que permitem a inversão do fluxo das águas em direção ao Reservatório Billings. Este sistema, operado pela Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), implantado originalmente para geração de energia elétrica na Usina de Henry Borden, no município de Cubatão, é atualmente utilizado para o controle de cheias em ocasiões de chuvas excessivas.

O rio Tamanduateí encontra-se canalizado desde a sua foz no rio Tietê até a foz do Ribeirão dos Meninos, na divisa dos municípios de São Paulo e São Caetano do Sul.

Desde 1998, o Daee, com base no PDMAT, implantou trinta reservatórios de retenção de cheias, distribuídos em três sub-bacias da bacia hidrográfica do Alto Tietê – Alto Tamanduateí, Pirajuçara e Ribeirão Vermelho – na RM de São Paulo. Os reservatórios de retenção de cheias, conhecidos como “piscinões”, têm a função de acumular águas durante os eventos chuvosos, regularizando a vazão dos cursos d’água em níveis seguros, prevenindo a ocorrência de cheias a jusante desses reservatórios.

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A PMSP também implantou quinze reservatórios, a maioria na sub-bacia do rio Aricanduva, na zona leste da cidade. Outros cinco municípios da RM de São Paulo – Santo André, São Bernardo do Campo, Mogi das Cruzes, Francisco Morato e Ferraz de Vasconcelos – implantaram mais nove reservatórios.

O monitoramento, limpeza e segurança dos “piscinões” são de responsabilidade das prefeituras onde se localizam, sendo que o maior número deles é administrado pela PMSP.

2.2.3 Histórico e caracterização da gestão pública Abastecimento de água Em 1971, diante da situação institucional precária do saneamento básico na maioria dos municípios brasileiros, o Banco Nacional de Habitação (BNH) criou o Plano Nacional de Saneamento (Planasa). Além de ter a missão de financiamento, o banco assumiu a posição de órgão normativo e superior dos programas de saneamento básico em todos os municípios brasileiros, apoiando a ação executiva de uma companhia de saneamento básico em cada estado. Assim, em 1973 foi criada a Sabesp que passaria a ser a empresa responsável pelo saneamento básico do ESP e, em especial, da RM de São Paulo.

Com a criação da Sabesp, o saneamento na RM de São Paulo passou a ser gerenciado de forma integrada e pautado nas premissas básicas de manutenção e otimização dos mananciais já explorados e na utilização plena dos recursos hídricos da Bacia do Alto Tietê, adotando soluções de menor impacto no meio ambiente.

Dentro dessa visão foram desenvolvidos vários planos e projetos na RM de São Paulo voltados ao aproveitamento dos recursos hídricos para abastecimento público, a saber:

• SAM – Sabesp, 1975. • Programa de Abastecimento de Água para a Região Metropolitana de São Paulo, 1975-1978. • Plano Integrado de Aproveitamento e Controle dos Recursos Hídricos das Bacias do Alto Tietê, Piracicaba e Baixada Santista – Hidroplan, 1995. • Revisão e Atualização do Sistema Adutor Metropolitano – SAM 75, 1995. • Plano Metropolitano de Água (PMA) – Sabesp, 1996 a 1999. • Plano da Bacia do Alto Tietê, 2001. Esgotamento sanitário A RM de São Paulo teve o seu primeiro exercício de planejamento do sistema de esgotamento sanitário entre os anos de 1952 e 1953 pela empresa norte-americana Greeley & Hansen, que determinou a construção de duas estações de tratamento de esgotos, na cidade de São Paulo. Em 1968, o Consórcio Hibrace desenvolveria estudos para o Saneamento da RM de São Paulo. Quando da construção dessas estações o antigo Departamento de Água e Esgotos (DAE) de São Paulo contratou a empresa americana Hazen & Sawyer para desenvolver o Plano Diretor de Esgotos da Área Metropolitana de São Paulo, que avançou nas análises e alternativas, em relação ao Plano Hibrace.

Em 1975 foi elaborado o Programa de Obras de Saneamento e Controle de Poluições das Águas na Região Metropolitana de São Paulo, denominado Plano Diretor Sanegran.

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Este plano concebia uma nova estrutura para o sistema de esgotamento sanitário na RM de São Paulo, propondo três estações de tratamento de esgotos de grande porte: Barueri, ABC e Suzano. O plano foi adotado como a nova política de saneamento do governo do estado.

No período de 1985 a 1988, realizou-se a primeira Revisão do Plano Diretor de Esgotos da RM de São Paulo pelo Consórcio Coplades, incluindo mais duas outras ETEs – Parque Novo Mundo e São Miguel. A implementação do plano começou a apresentar resultados e, em 1989, a RM de São Paulo contava com 66% de seus esgotos coletados, sendo 24% destes tratados.

Com a crescente conscientização da população sobre as questões ambientais, em 1993, a poluição das águas do Rio Tietê passou a fazer parte da agenda de governo que, por meio da Sabesp, começou a empreender a 1a Etapa do Projeto Tietê.

No período de 1997 a 1999, foi feita a Revisão do PDE da RM de São Paulo – PDE-2000. Destacam-se, como principais resultados desse estudo, a consolidação do Sistema Principal de Esgotos da RM de São Paulo, ou seja, a manutenção da configuração das cinco ETEs existentes, e a reversão de vazões de alguns sistemas isolados para o sistema principal.

Com a implantação da 1a Etapa, em 2001, nas áreas atendidas pela Sabesp na RM de São Paulo, 79% dos esgotos gerados eram coletados e, destes, 63% eram tratados.

Em 2002, teve início a 2a Etapa do Projeto Tietê, com a implantação de outros 1.400 km de redes coletoras, 160 km de coletores tronco, 38 km de interceptores e a realização de 570 mil novas ligações domiciliares de esgotos.

Em 2008, a Sabesp era responsável por 84% dos esgotos coletados e 69% destes eram tratados no território da RM de São Paulo.

Macrodrenagem urbana De uma forma geral, o processo de urbanização não considerou o aspecto ambiental, com consequências para a população, especialmente no que se refere a enchentes. As medidas exigidas para o equacionamento desses problemas deparam sempre com os altos custos das obras corretivas, o que faz com que as soluções sejam adiadas com o consequente agravamento das inundações.

Para melhor compreensão da problemática das enchentes na RM de São Paulo, estas podem ser classificadas em dois tipos, não totalmente independentes, quais sejam:

• aquelas que ocorrem ao longo dos Rios Tietê, Pinheiros e baixo Tamanduateí, ocupando extensas áreas e que trazem grandes transtornos à metrópole pela interdição das avenidas marginais desses rios, que se constituem das mais importantes do sistema viário metropolitano; e • aquelas que ocorrem ao longo dos córregos e ribeirões e que estão distribuídas em diversos pontos da malha urbana do território metropolitano. Em virtude do agravamento dos problemas de inundações nas áreas urbanizadas da região, em 1983, o governo do estado, por intermédio do Codegran, aprovou as diretrizes básicas do Plano Imediato para Combate às Enchentes na RM de São Paulo.

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Nesta época, a Emplasa – órgão de planejamento da RM de São Paulo – formulou as Diretrizes Metropolitanas de Drenagem de Águas Pluviais, de 1981, e executou diversos planos e projetos de drenagem de águas pluviais para os municípios da RM de São Paulo, que procuravam integrar o planejamento amplo da bacia com a realidade socioeconômica da época.

Em 1984, a Emplasa elaborou o Programa Emergencial de Controle de Enchentes na Região Metropolitana de São Paulo, que buscou enfocar os problemas de inundações, propondo estruturas mais simples e baratas, juntamente com serviços de limpeza, desobstrução e desassoreamento que, se efetivados, reduziriam significativamente o porte e as ocorrências de inundações na RM de São Paulo.

Esse programa orientou uma série de medidas executadas pelo governo do estado e pelos municípios, mas as ações implementadas se mostravam muito aquém das necessidades e deparavam-se com a ausência de uma articulação mais efetiva entre os entes envolvidos e com a precariedade da logística disponível.

Enquanto, por um lado, existiam iniciativas buscando tratar a questão da macrodrenagem de forma mais ampla e integrada, considerando os diversos aspectos que interferem substancialmente na dinâmica dos cursos d’água, por outro, persistia uma cultura de resolver pontualmente os problemas, com ações de combate às enchentes que se baseavam na simples ampliação dos canais e galerias, transferindo os pontos de inundação para outros locais, muitas vezes para municípios a jusante.

A partir de 1993 iniciou-se uma mudança de paradigma na adoção de soluções para o problema da macrodrenagem urbana, com ações centradas na retenção e amortecimento dos picos. As bacias deveriam controlar suas próprias enchentes, aliviando os pontos mais baixos e/ou bacias de jusante, ou ainda, trechos já canalizados que não poderiam ser ampliados. Entre 1993 e 1998, a PMSP projetou os seguintes piscinões: Pacaembu (75 mil m3), Águas Espraiadas (300 mil m3), Guaraú e Bananal (bacia do rio Cabuçu de Baixo, com 250 mil m3 cada), rio das Pedras (40 mil m3), além de cinco piscinões (1,2 milhão de m3) no Aricanduva: Caguaçu, Aricanduva I, II e III e Limoeiro. O governo do estado, através do Daee, projetou 54 piscinões, sendo 17 no Pirajuçara e 37 no Alto Tamanduateí.

Em 2008, em virtude da dinâmica do processo de urbanização e da morosidade na adoção de medidas eficazes, o Daee deu início à primeira revisão e atualização do plano – PDMAT-2 –, incorporando outras medidas recomendadas, tais como os parques lineares nas áreas junto às várzeas de cursos d’água e, também, a uniformização dos procedimentos de análise hidráulica e hidrológica, a fim de possibilitar uma harmonização entre as ações dos vários órgãos das administrações estadual e municipal e das concessionárias responsáveis pelo gerenciamento da drenagem urbana nos vários municípios. Além disso, o plano deu um maior enfoque nas medidas não estruturais, no tocante à implantação de programas de educação ambiental e de sistemas de monitoramento e de alerta contra inundações e à apresentação de propostas e recomendações relativas à legislação sobre uso e ocupação do solo.

Em 2011, o Daee iniciou a segunda revisão do Plano Diretor de Macrodrenagem, ou seja, sua terceira versão – PDMAT 3 –, ainda em andamento.

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Resíduos sólidos A RM de São Paulo, com seus 19,7 milhões de habitantes, dos quais 11 milhões moram no município de São Paulo, um dos maiores aglomerados urbanos do mundo, formado por 39 municípios, é responsável pela produção estimada de 16.233 t/dia ou quase 6 milhões de t/ano de resíduos sólidos domiciliares. Essa quantidade corresponde a cerca de 10% do que é coletado no país, sendo o município de São Paulo responsável pela geração de mais de 62,5% dos resíduos da RM de São Paulo (Besen, 2011).

A ausência de uma estrutura de planejamento e gestão metropolitana dos resíduos é um dos fatores que dificultam uma ação integrada e coordenada entre os municípios e que poderia reduzir custos ambientais e financeiros.

Na RM de São Paulo os resíduos sólidos urbanos (RSUs) são encaminhados a aterros sanitários que, em sua maioria, têm as áreas destinadas à disposição e ao tratamento praticamente esgotadas ou previsão de esgotamento em curto prazo. Além disso, está cada vez mais difícil viabilizar a ampliação destas áreas e encontrar outras adequadas à implantação de novos aterros sanitários. A legislação está cada vez mais restritiva para localização, licenciamento e operação de novos aterros.

Outro fator que agrava a situação é a disposição inadequada desses resíduos ao longo das últimas décadas, legando, para muitos municípios, expressivos passivos ambientais, os quais comprometem significativamente a qualidade ambiental da região.

Enfrentar este problema envolve alternativas e soluções cada vez mais complexas para todas as etapas – integradas e compartilhadas –, desde a geração dos resíduos, os tipos de coleta e tratamento, as áreas de transbordo, a reabilitação das áreas degradadas e recuperação daquelas contaminadas até a adequação dos recursos humanos, técnicos e financeiros às diferentes realidades municipais. Isto requer articulação de ações conjuntas entre os municípios, adotando-se como premissa a óptica regional, em face das características atuais e da dinâmica do processo de desenvolvimento regional.

Em uma hipótese muito conservadora, considerando que a média de resíduos gerados por município permaneça a mesma, a problemática quanto à disposição e tratamento dos resíduos tende a se agravar, trazendo reflexos danosos ao meio ambiente.

Nesse sentido, a gestão metropolitana de resíduos sólidos na RM de São Paulo deverá considerar a necessidade de implantação de um processo permanente de planejamento integrado da gestão regional dos RSUs, de forma articulada com os demais planos estadual e regionais de resíduos sólidos e estes com os planos de recursos hídricos, desenvolvimento metropolitano e saneamento básico, dentre outros. Isto se dá como condição essencial para potencializar o impacto dos investimentos a serem realizados com vista a melhoria significativa e crescente das condições ambientais.

Além disso, as restrições ambientais em vigor que incidem em 54% do território metropolitano, em especial para as áreas de proteção aos mananciais, dificultam a instalação de equipamentos de tratamento ou de disposição final de resíduos e acarretam o transporte dos resíduos para áreas cada vez mais distantes, implicando custos maiores para as municipalidades. Dos 39 municípios da RM de São Paulo, 10 possuem mais de 75% de sua área territorial inserida em área de proteção aos mananciais e 6 com mais de 50% (Jacobi e Besen, 2006).

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Outro aspecto a ser considerado, e que necessita de análise para o seu equacionamento, é a sustentabilidade financeira dos serviços prestados, já que mais de 50% dos municípios não cobram pela limpeza urbana e, quando o serviço é cobrado, os valores são insuficientes. Para que esse quadro seja mudado é importante a conscientização e educação dos cidadãos para reduzir as quantidades de lixo gerado e o desperdício.

Estrutura institucional e normativa A RM de São Paulo conta com os seguintes órgãos de gestão e regulação no setor de saneamento ambiental:

ˏˏ Secretaria Estadual do Meio Ambiente A SMA foi criada em 1986, pelo Decreto no 24.932, para promover a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental, coordenando e integrando atividades ligadas à defesa do meio ambiente. Em 1989, novas atribuições foram conferidas à pasta, que foi a responsável pela elaboração da Política Estadual de Meio Ambiente e pela sua implantação em 1997, que estabeleceu o Sistema Estadual de Administração da Qualidade Ambiental, Proteção, Controle e Desenvolvimento do Meio Ambiente e Uso Adequado dos Recursos Naturais (Seaqua), do qual a SMA é o órgão central.

Em 2008, a SMA teve a sua estrutura reorganizada, conforme decreto estadual. Desde então, além de coordenar a formulação, aprovação, execução, avaliação e atualização da Política Estadual de Meio Ambiente, a secretaria também ficou responsável por analisar e acompanhar as políticas públicas setoriais que tenham impacto no meio ambiente, bem como articular e coordenar os planos e ações relacionados à área ambiental. Dessa maneira, as questões ambientais deixaram de integrar apenas a pasta de Meio Ambiente para estarem presentes em diferentes órgãos e esferas públicas do ESP, que trabalham de maneira integrada com a SMA.

A secretaria também é responsável por executar as atividades relacionadas ao licenciamento e à fiscalização ambiental, além de promover ações de educação ambiental, normatização, controle, regularização, proteção, conservação e recuperação dos recursos naturais. Para isto, departamentos, coordenadorias e fundações atuam vinculadas à SMA para exercer as atividades competentes à pasta.

Para agilizar a gestão ambiental no estado, foram criados dez eixos temáticos que trabalham agendas ambientais em diferentes áreas, como água, solo, resíduos sólidos, economia verde e planejamento ambiental, biodiversidade e UCs, fiscalização ambiental, cuidado animal, ar, licença ambiental. Tais eixos resultaram em 65 projetos/programas com variadas ações. A SMA trabalha integrada a outros órgãos do governo do estado, além de firmar parcerias com prefeituras, setor privado, organizações não governamentais (ONGs) e instituições de ensino e pesquisa.

A principal função do Sistema Integrado de Gestão Ambiental (Sigam) é registrar, controlar e fornecer informações (operacionais e gerenciais) sobre processos e documentos relacionados às atividades da SMA e seus órgãos vinculados.

ˏˏ Companhia Ambiental do Estado de São Paulo Criada pelo Decreto no 50.079/1968, a Cetesb, com a denominação inicial de Centro Tecnológico de Saneamento Básico, incorporou a Superintendência de Saneamento

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Ambiental (Susam), vinculada à Secretaria da Saúde, que, por sua vez, absorvera a Comissão Intermunicipal de Controle da Poluição das Águas e do Ar (Cicpaa) que, desde agosto de 1960, atuava nos municípios de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Mauá.

Atualmente, com a denominação Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, a Cetesb é a agência do governo do estado responsável pelo controle, fiscalização, monitoramento e licenciamento de atividades geradoras de poluição, com a orientação de preservar e recuperar a qualidade das águas, do ar e do solo.

A Cetesb é um dos dezesseis centros de referência da ONU para questões ambientais, atuando em estreita colaboração com os 184 países que integram esse organismo internacional. É uma das cinco instituições mundiais da Organização Mundial de Saúde (OMS) para questões de abastecimento de água e saneamento, além de órgão de referência e consultoria do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), para questões ligadas a resíduos perigosos na América Latina.

Em 2009 entrou em vigor a Lei no 13.542, que conferiu novas atribuições à Cetesb principalmente relacionadas ao processo de licenciamento ambiental no estado, com o propósito de superar o antigo modelo de comando e controle a partir da ótica da sustentabilidade.

Foi criada uma “porta única de entrada” para os pedidos de licenciamento ambiental, antes dispersas em quatro setores: Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais (DEPRN), Departamento de Uso do Solo Metropolitano (DUSM), Departamento de Avaliação de Impacto Ambiental (Daia) e a própria Cetesb. A unificação do licenciamento pretendeu tornar mais ágil a expedição do documento, reduzir tempo e baratear custos, atendendo reivindicação do setor produtivo e do sistema ambiental.

Além das funções fiscalizadoras e licenciadoras de atividades consideradas potencialmente poluidoras, a Cetesb centraliza as atividades de licenciamento que impliquem o corte de vegetação e intervenções em áreas consideradas de preservação permanente e ambientalmente protegida. Essas atividades estão sendo desenvolvidas em 56 agências distribuídas pelo estado, que passaram a agregar em um único espaço as equipes da Cetesb, do DEPRN e do DUSM. Além disso, a Cetesb vem celebrando convênios com prefeituras, ampliando o processo de descentralização do licenciamento de atividades e empreendimentos de pequeno impacto local.

ˏˏ Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do ESP O Decreto Estadual no 56.635/2011 transformou a antiga Secretaria de Saneamento e Energia em SSRH e transferiu para a nova pasta importantes instrumentos para a gestão dos recursos hídricos: o PERH, o Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro), o SIGRH e seus colegiados decisórios: Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CRH) e os Comitês de Bacias Hidrográficas (CBHs).

Conforme definidos pela Lei Estadual no 11.364/2003 e decretos nos 47.906/2003 e 51.460/2007, os campos funcionais e áreas de atuação da SSRH dizem respeito ao planejamento e à execução das políticas estaduais de recursos hídricos e de saneamento básico em todo o território do ESP, compreendendo as seguintes ações: elaboração de estudos, projetos e execução de serviços e obras destinados ao aproveitamento integral

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de recursos hídricos; desenvolvimento, controle, regularização, proteção, conservação e recuperação dos recursos hídricos, superficiais e subterrâneos; captação, adução, tratamento e distribuição de água; coleta, afastamento, tratamento e disposição final de esgoto; coleta, transporte e disposição final de resíduos sólidos; elaborar, desenvolver e implementar planos e programas de apoio aos municípios do estado nas áreas de sua atuação.

O Artigo 62 da Lei Complementar no 1.025/2007 autoriza a SSRH a atuar em conjunto com os titulares das demais pastas do governo do ESP, com a finalidade de integrar as políticas de saneamento básico com outras correlatas, em especial as de energia, meio ambiente, recursos hídricos, saúde pública, desenvolvimento urbano e defesa do consumidor.

A SSRH apresenta a seguinte estrutura básica:

FIGURA 9 Diagrama

SSRH

Conselho Estadual de Sabesp Saneamento (Conesan)

Daee CRH

CBHs

Coordenadoria de Coordenadoria de Recursos Hídricos Saneamento (CRH)

Administração direta Administração indireta Órgãos colegiados - direta

Fonte: SSRH do ESP. Elaboração: Emplasa, 2013.

ˏˏ Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo A Sabesp foi criada em 1973, a partir da fusão da Companhia Metropolitana de Água (Comasp), empresa de economia mista responsável pela captação, tratamento e adução de água potável para os municípios da GSP, da Superintendência de Água e Esgotos da Capital (Saec) e da Companhia Metropolitana de Saneamento (Sanesp), responsável pelo sistema de esgoto da GSP.

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Vinculada à SSRH, a Sabesp é uma empresa estadual de economia mista, responsável por planejar, executar e operar serviços de saneamento básico em todo o território do ESP, compreendendo a captação, tratamento e distribuição de água e a coleta, afastamento, tratamento e disposição final de esgotos. Atualmente, a Sabesp é a empresa responsável pelo fornecimento de água, coleta e tratamento de esgotos de 363 municípios do ESP.

Além dos serviços de saneamento básico no ESP, a Sabesp está habilitada a exercer atividades em outros estados e países e atuar nos mercados de drenagem, serviços de limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e energia.

Nos municípios onde a Sabesp não atua, os serviços de saneamento básico são operados pelas seguintes entidades:

• Diadema: Companhia de Saneamento de Diadema (Saned, 2012) (empresa de economia mista); • Guarulhos: Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae, 2012) (autarquia municipal); • Mauá: Saneamento Básico do Município de Mauá (Sama, 2011) (autarquia municipal); • Mogi das Cruzes: Serviço Municipal de Águas e Esgotos (Semae, 2011) (autarquia municipal); • Santa Isabel: DAE (administração municipal); • São Caetano do Sul: DAE (autarquia municipal); e • Santo André: Semasa (autarquia municipal).

ˏˏ Departamento de Águas e Energia Elétrica Criado pela Lei no 1.350/1951, o Daee é uma autarquia estadual com o objetivo de promover o desenvolvimento regional mediante o aproveitamento múltiplo dos recursos hídricos no ESP. O arranjo organizacional inicial passou por uma primeira modificação em 1970 (Decreto no 52.543), com a introdução do Centro Tecnológico de Hidráulica (CTH) em sua estrutura organizacional para o desenvolvimento de trabalhos relacionados com a engenharia hidráulica. Em 1986, o Daee foi novamente reorganizado, através do Decreto no 26.479, descentralizando suas atividades pelas principais bacias hidrográficas do estado.

O Daee, como órgão gestor dos recursos hídricos do ESP, executa a Política de Recursos Hídricos do Estado e coordena o SIGRH, nos termos da Lei no 7.663/1991, adotando as bacias hidrográficas como unidade físico-territorial de planejamento e gerenciamento. Além destas atribuições, o Daee é responsável pela outorga da utilização de recursos hídricos na prestação de serviços públicos de saneamento básico, inclusive para disposição ou diluição de esgotos e outros resíduos líquidos e deve basear a concessão da outorga às metas progressivas de qualidade de água.

No município de São Paulo encontram-se, além da sede central do Daee, suas diretorias de apoio – Diretoria de Engenharia e Obras, Diretoria de Recursos Hídricos, Centro Tecnológico de Hidráulica, Diretoria de Administração e Sistema e Diretoria Financeira –, bem como outras unidades de apoio, à disposição do usuário.

O Daee conta também com oito diretorias regionais, descentralizadas, chamadas Diretorias de Bacias do Daee, que têm em seu organograma funcional unidades técnicas que desenvolvem várias atividades relativas aos recursos hídricos, resumidas a seguir:

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• Centro de Gerenciamento de Recursos Hídricos – Outorga e fiscalização; planejamento; cadastramento; atuação, participação e suporte técnico-administrativo aos CBHs e suas Câmaras Técnicas; atendimento aos usuários de recursos hídricos. • Centro Técnico – Assessoria técnica; elaboração de estudos e projetos; acompanhamento e fiscalização de obras; análise e acompanhamento dos projetos do Fehidro; coordenação de convênios com prefeituras. • Unidades de Serviços e Obras – Coordenação dos serviços de máquinas do Daee, no campo dos recursos hídricos, realizados em parceria com as prefeituras. ˏˏ Conselho e Fundo Estadual de Saneamento A Lei Complementar no 1.025/2007 criou o Conesan, enquanto órgão consultivo e deliberativo, e o Fundo Estadual de Saneamento (Fesan), com o objetivo de coletar e administrar recursos para custear os programas aprovados pelo estado, promover o desenvolvimento tecnológico, gerencial, institucional, de recursos humanos, do sistema de informações em saneamento e dos demais programas caracterizados como apoio, tudo a ser regulamentado por decreto.

ˏˏ Agência Reguladora de Saneamento e Energia Devido à forte presença do estado na companhia prestadora dos serviços de saneamento (Sabesp) e a existência de serviços prestados diretamente por municípios, foi criada a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp), entidade autárquica, pela Lei Complementar no 1.025/2007, e regulamentada pelo Decreto no 52.455/2007, para regular, controlar e fiscalizar, no âmbito do estado, os serviços de gás canalizado e, preservadas as competências e prerrogativas municipais, de saneamento básico de titularidade estadual.

A sua criação está inserida no contexto de modernização da política estadual para o setor, bem como na sua adequação às leis federais nos 11.107/2005 e 11.445/2007, que estabelecem, respectivamente, as normas gerais de contratação de consórcios públicos e as diretrizes nacionais para o saneamento básico.

As principais atribuições da Arsesp na área de saneamento são: regular e fiscalizar os serviços de saneamento de titularidade estadual, assim como aqueles, de titularidade municipal, que venham a ser delegados à Arsesp pelos municípios paulistas que manifestarem tal interesse.

A nova legislação federal trouxe mudanças significativas na relação entre os entes federados para a prestação de serviços de saneamento. Foi estabelecida uma nova regulamentação para o trabalho conjunto de dois ou mais entes públicos, denominado na CF “gestão associada”. Para o caso da prestação conjunta de serviços públicos, criou-se uma nova figura jurídica para oficializar esta parceria, os chamados “contratos de programa”.

Nesta mesma lei foi expressamente vedado que estes contratos possam atribuir competências de regulação dos serviços aos responsáveis diretos por sua prestação. Ao contrário do que acontece com grande parte dos contratos de concessão vigentes, firmados na década de 1970, que delegam à companhia estadual todas as funções relativas aos serviços, entre elas, a de planejamento e de regulação técnica e tarifária.

Estas novas diretrizes, no entanto, exigem uma dinâmica diferente para a prestação dos serviços de saneamento básico em São Paulo, especialmente no caso dos serviços prestados pela Sabesp, concessionária estadual. Deste modo, não cabe mais ao prestador

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esta diversidade de funções, as quais deverão ser desempenhadas, de forma segregada, por atores distintos, estaduais ou municipais.

De acordo com a nova lei, a regulação e a fiscalização deverão ser executadas por entidade independente, com autonomia administrativa, financeira e decisória, e com forte capacitação técnica para esta finalidade. A criação da Arsesp vem atender a esta necessidade, para a função de regulação e fiscalização dos serviços de saneamento de titularidade estadual, assim como aqueles de titularidade municipal, que venham a ser a ela delegados pelos municípios paulistas que manifestarem este interesse.

Legislação vigente ˏˏ Lei Federal no 11.455, de 5 de janeiro de 2007 Em 2007, houve o novo marco legal do saneamento com a promulgação da Lei do Saneamento – Lei Federal no 11.455/2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico. Essa lei define os princípios, conceitos e a titularidade do serviço em relação a sua implantação, regulação, participação e controle social, já previstas na Lei Estadual de Saneamento no 7.750/1992. A inovação deste novo marco se deu no sentido de garantir a independência de quem presta o serviço e de quem planeja, fiscaliza e controla a prestação desse serviço.

Pelo Artigo 44 da Lei Federal no 11.445/2007, Lei Federal no 9.433/1997 e Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) no 357/2005, é necessária a definição de metas para a qualidade dos efluentes de unidade de tratamento de esgotos sanitários. As Resoluções do Conama nos 357/2007 e 237/1997 vinculam e licenciam a implantação do saneamento com metas progressivas.

A Lei Federal no 11.445/2007 estabelece que os titulares dos serviços públicos de saneamento básico poderão delegar a organização, a regulação, a fiscalização e a prestação desses serviços. A prestação regionalizada de serviços públicos de saneamento básico e as atividades de regulação e fiscalização podem ser exercidas por órgão ou entidade de ente da Federação a que o titular tenha delegado o exercício dessas competências por meio de convênio de cooperação entre entes da Federação e por consórcio público de direito público integrado pelos titulares dos serviços. A prestação regionalizada de serviços públicos de saneamento básico pode ser realizada por órgão, autarquia, fundação de direito público, consórcio público, empresa pública ou sociedade de economia mista estadual, do Distrito Federal, ou municipal.

Ainda que a Lei Federal no 11.445/2007 exija a garantia de acesso à informação, atualmente não existe informação disponível sobre parâmetros mínimos de qualidade de água que devem ser monitorados pelas prestadoras de serviço e agentes fiscalizadores, bem como informações sobre a rede de coleta e tratamento de esgoto e seus custos. O Artigo 19 da lei prevê o Plano de Saneamento, que deve ser revisto no máximo a cada quatro anos e deve conter conteúdo mínimo:

• Diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida, utilizando sistema de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos e apontando as causas das deficiências detectadas;

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• Objetivos e metas de curto, médio e longo prazos para a universalização, admitidas soluções graduais e progressivas, observando a compatibilidade com os demais planos setoriais; • Programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e as metas, de modo compatível com os respectivos PPAs e com outros planos governamentais correlatos, identificando possíveis fontes de financiamento; • Ações para emergências e contingências; e • Mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações programadas. ˏˏ Legislação de proteção aos mananciais – LPM A aprovação das leis estaduais nos 898/1975 e 1.172/1976, para a proteção e recuperação de mananciais da RM de São Paulo, não conseguiu conter o rápido e intenso crescimento populacional da região. Com o agravamento dessa situação, foi aprovada a Lei Estadual no 9.866/1997, com o objetivo não só de proteger, mas de recuperar a qualidade ambiental dos mananciais para abastecimento público. Essa lei prevê tarifas, fundos e outros incentivos, para garantir o retorno necessário para a prestação do serviço e também que a população de baixa renda tenha acesso ao saneamento.

ˏˏ Legislação de resíduos sólidos A Política Nacional de Saneamento Básico, instituída pela Lei Federal no 11.445/2007, considera saneamento básico um conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais relacionados aos sistemas de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Assim, a gestão de resíduos sólidos é parte integrante dos planos de saneamento. No entanto, devido às suas especificidades, este tema mereceu uma legislação específica, sobre a qual trataremos a seguir.

A Lei no 11.107/2005, que dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos, permitiu a articulação de todos os entes federados, estados, Distrito Federal, municípios e a União. Essa lei possibilitou, sobretudo aos municípios, a união de seus muitas vezes parcos recursos para o enfrentamento de problemas complexos, ao mesmo tempo que abriu possibilidades de articulações administrativas e políticas entre os entes federados. Esta possibilidade é vital num setor como o de gestão de resíduos sólidos, onde soluções regionalizadas, compartilhadas e integradas entre vários municípios são essenciais.

A PERS, instituída pela Lei Estadual no 12.300/2006 e regulamentada pelo Decreto Estadual no 54.645/2009, tem como foco estratégico que a gestão dos RSUs seja integrada e compartilhada; para tal, poderá ser realizada mediante a cooperação intermunicipal, buscando soluções consorciadas e conjuntas dos municípios acerca dos problemas comuns. Assim, busca-se um formato de gestão institucional regional que respeite a responsabilidade sobre o gerenciamento e manejo de resíduos urbanos pelos municípios, mas que encontre um novo marco de regulação integrado e regionalizado, com a cooperação do estado e a participação de organismos da sociedade civil. Este novo marco institucional e de regulação pressupõe a regulação pública sobre a gestão dos resíduos urbanos e a possibilidade de concessão de serviços à iniciativa privada, mas de forma a garantir a condução para a sustentabilidade ambiental, econômica e social no manejo e gestão de resíduos.

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ˏˏ Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) Em 1988, com a promulgação da nova CF, o município passou a ser um ente federativo autônomo, dotado de competências próprias, independência administrativa, legislativa e financeira e, sobretudo, com a prerrogativa de legislar sobre assuntos de interesse local, de forma a suplementar as legislações estaduais e federais. Cabem ainda ao município a organização e a prestação de serviços públicos de interesse local de caráter essencial; portanto, o município é o detentor da titularidade dos serviços de limpeza urbana e gestão e manejo dos resíduos sólidos.

O ano de 2010 foi importante para a gestão de resíduos sólidos, pois, após 21 anos de tramitação no Congresso Nacional, foi sancionada a Lei no 12.305/2010, que instituiu a PNRS, regulamentada pelo Decreto no 7.404/2010. Embora já existissem normas para o setor, como resoluções do Conama e, no caso de São Paulo, a PERS, ainda não havia uma política nacional instituída.

A aprovação da PNRS marcou o início da articulação institucional entre os três entes federados – União, estados e municípios, o setor privado e a sociedade civil na busca de soluções para o setor. A PNRS resultou de uma ampla discussão com os órgãos de governo, instituições privadas, ONGs e sociedade civil, possibilitando-se que a política reunisse princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes para a gestão dos resíduos sólidos de forma ampla, não atendendo somente a alguns setores envolvidos no processo de transformação, uso ou até recepção de resíduos.

Para o setor de resíduos sólidos, a aprovação da PNRS resultou num marco regulatório completo trazendo como inovação a distinção entre resíduo (o que pode ser reaproveitado ou reciclado) e rejeito (o que não é possível de reaproveitamento). Além disso, a lei aborda todo tipo de resíduo, seja ele doméstico, industrial, da construção civil, eletroeletrônico, lâmpadas de vapores mercuriais, agrossilvopastoril, da área de saúde e perigosos.

Uma das principais metas estipuladas pela nova política é permitir a disposição final em aterros apenas dos rejeitos, isto é, os resíduos sem possibilidade de reutilização ou reciclagem, a partir de 2014. Entretanto, devido às enormes dificuldades para atingir esta meta, sobretudo nos estados mais pobres da Federação, o governo federal trabalha com a meta de erradicação dos lixões em todo o território nacional até o ano de 2014, que deve constar nos planos estaduais. Isso significa substituir os depósitos a céu aberto por aterros sanitários com sistemas adequados de manejo. As vantagens ambientais e para a saúde são enormes: o depósito de lixo em terrenos não preparados causa poluição do solo, contamina os lençóis freáticos e propicia a proliferação de vetores de transmissão de doenças.

A PNRS tem como objetivos principais a proteção da saúde pública e da qualidade ambiental; a não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos; o estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços; a adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de minimizar impactos ambientais; a redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos; o incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados; a gestão integrada de resíduos sólidos; a articulação entre as diferentes esferas do poder público e destas com o setor empresarial, com vistas a cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de resíduos sólidos; a capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos; a regularidade, continuidade, funcionalidade

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e universalização da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com adoção de mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação dos custos dos serviços prestados, como forma de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira; a prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para produtos reciclados e recicláveis e bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões de consumo social e ambientalmente sustentáveis.

O objetivo central da PNRS é agir na raiz do problema, ou seja, reduzir a produção e o consumo intensivos característicos do estilo de vida contemporâneo. Neste sentido, incorpora conceitos modernos de gestão de resíduos sólidos e traz novas ferramentas à legislação ambiental brasileira, dentre as quais se destacam, conforme demonstrado no quadro 2.

QUADRO 2 Ferramentas da Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010 (PNRS)

Temas Conceito Ato de natureza contratual firmado entre o poder público e fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto. Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: conjunto de atribuições dos fabricantes, importadores, Acordo setorial distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos pela minimização do volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como pela redução dos impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta lei. Instrumento de desenvolvimento econômico e social, caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu Logística reversa ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada. Coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição ou composição. Série de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a obtenção de matérias-primas e insumos, o processo Ciclo de vida do produto produtivo, o consumo e a disposição final. Tem como objetivo armazenar, tratar e fornecer informações que apoiem as funções ou processos de uma organização. Sistema de Informações Essencialmente é composto de dois subsistemas, um formado por pessoas, processos, informações e documentos, e outro sobre a Gestão dos composto por equipamentos e seus meios de comunicação. Resíduos Sólidos (Sinir) Catadores de materiais recicláveis: diversos artigos abordam o tema, com o incentivo a mecanismos que fortaleçam a atuação de associações ou cooperativas, o que é fundamental na gestão dos resíduos sólidos.

Fonte: Lei no 12.305/2012.

Instrumentos de planejamento e gestão ˏˏ Plano Diretor de Abastecimento de Água da RM de São Paulo Em 2002, a Sabesp contratou a Revisão e Atualização do Plano de Abastecimento de Água da Região Metropolitana de São Paulo – PDAA, elaborado pelo consórcio PDA 2025, Encibra-Hidroconsult. Este estudo teve como objetivo propor alternativas para o atendimento das demandas de água na RM de São Paulo, até 2025. Nesse estudo o que se evidenciou como a questão mais relevante e de maior impacto para o abastecimento da metrópole eram as condições de renovação da outorga de uso das águas do Sistema Produtor Cantareira por parte da Sabesp, que venceria em agosto de 2004. Assim, em 2004, o Daee publicou a Portaria de no 1.213, onde estão definidas as novas condições de utilização compartilhada dos recursos hídricos do Sistema Cantareira.

O PDAA foi desenvolvido dentro do conceito de visão global do sistema de abastecimento de água, ou seja, cada alternativa de aumento de água tratada para a RM foi constituída por manancial, tratamento e adução, caracterizada por seus custos de investimentos, operação e manutenção, considerando sua capacidade de incremento de produção e transporte de água potável.

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À época, o PDAA previu um conjunto de intervenções nos mananciais, captação e tratamento, sistema adutor e reservação, tanto para o sistema integrado quanto para os sistemas isolados da RM de São Paulo, totalizando investimentos de R$ 3,3 bilhões até 2025, sendo R$ 3,1 bilhões para o sistema integrado e R$ 200 milhões para os sistemas isolados.

Atualmente, a Sabesp está procedendo à licitação para a revisão e atualização do PDA da RM de São Paulo, prevendo para agosto de 2015 a sua conclusão.

ˏˏ Plano Diretor de Esgotos da RM de São Paulo (PDE 2010) Em 2006, a Sabesp contratou a revisão e atualização do Plano Diretor de Esgotos da RM de São Paulo. Esse estudo não teve como objetivo a rediscussão da concepção dos elementos do sistema principal, estruturado conforme orientado pelo Comitês de Planejamento para o Desenvolvimento Estadual (Coplades) em 1988 e validado pelo PDE-2000; mas sim a consolidação do sistema existente, mediante sua ampliação, definindo prioridades de ações a serem implantadas e estimando os custos para a universalização dos serviços, com horizonte de planejamento até 2030.

Esse estudo considerou dois cenários de universalização dos serviços: cenário 1 – universalização em 2018; e cenário 2 – universalização em 2023.

Ambos os cenários consideram a necessidade de investimentos contínuos nos sistemas, para atender o crescimento vegetativo que ocorrerá entre a universalização e o horizonte final do plano, que é 2030.

O conceito de universalização, definido pela Sabesp, adota como valores: atender com rede coletora, no mínimo, 90% dos domicílios de cada município e tratar 100% das vazões coletadas.

Para tanto, o plano enfatiza a necessidade de adoção de ações integradas que otimizem a operação e manutenção dos ativos existentes, incluindo efetivação de ligações que aumentem a vazão encaminhada às ETEs.

Outro condicionante importante considerado, para que as metas sejam atingidas, é a implantação de programas estruturantes, definidos pela Sabesp até 2015. Neste sentido, a Sabesp já contava com recursos ou com seu equacionamento financeiro encaminhado para uma série de programas. Dentre eles destacam-se: Projeto Tietê – 3ª Etapa, Programa Billings; Programa Mananciais e Programa Córrego Limpo.

ˏˏ Projeto Tietê O Projeto Tietê foi concebido em 1992, em decorrência de um movimento da sociedade a favor da despoluição do rio Tietê. Seu objetivo é coletar e tratar os esgotos de cerca de 18 milhões de pessoas da RM de São Paulo, melhorando as condições ambientais e de saúde pública. O projeto consiste, basicamente, de um conjunto de obras destinadas a ampliar a capacidade de coleta, interceptação e tratamento dos esgotos desta região. A Sabesp ficou responsável pela coordenação e execução das principais obras deste projeto.

1a Etapa do Projeto Tietê

A primeira fase do Projeto Tietê foi executada entre 1992 e 1998, totalizando investimentos da ordem de US$ 1,1 bilhão, aplicados principalmente na construção de três grandes ETEs: São Miguel, ABC e Parque Novo Mundo. Além disso, a Sabesp

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ampliou a capacidade de tratamento da Estação de Barueri de 7 mil para 9,5 mil litros de esgotos tratados por segundo e implantou 1.500 km de redes coletoras, 315 km de coletores-tronco, 37 km de interceptores e mais 250 mil ligações domiciliares.

Como resultado desses investimentos, os índices de coleta passaram de 63% em 1992 para 80% em 1998, e o tratamento, no mesmo período, saltou de 20% para 62%. A ampliação do serviço de coleta de esgotos atendeu a 250 mil famílias, com benefícios diretos para cerca de 1 milhão de pessoas na RM de São Paulo. Os benefícios do projeto também foram notados no interior do estado, a partir do recuo de 120 km da mancha de poluição no curso médio do rio Tietê e do retorno da pesca nestas regiões, indicando a importância das obras de saneamento ao desenvolvimento econômico e social.

Em janeiro de 2000, a Sabesp colocou em operação o Emissário Pinheiros-Leopoldina, uma tubulação com quase três metros de diâmetro e 7,5 km de extensão que receberá os esgotos de quase toda a bacia do rio Pinheiros para serem tratados na Estação de Barueri.

2a Etapa do Projeto Tietê

A segunda etapa do projeto, com investimentos de cerca de US$ 500 milhões, foi executada no período de 2002 a 2008 e compreendeu a construção de 198 km de interceptores e coletores tronco, 1.400 km de redes coletoras, 290 mil ligações domiciliares.

Essas obras possibilitaram a estruturação do sistema de interceptação da Bacia do Rio Pinheiros, permitindo, inclusive, que os esgotos coletados e revertidos das bacias Guarapiranga e Billings fossem encaminhados para tratamento na ETE Barueri.

Na segunda etapa, foram investidos US$ 500 milhões, sendo US$ 300 milhões financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e US$ 200 milhões com recursos da Sabesp.

Com a conclusão dos empreendimentos dessa etapa tornou-se possível coletar e tratar o esgoto de cerca de 3,5 milhões de pessoas da RM de São Paulo. Com isso, os índices de coleta passaram de 80% para 84% e os índices de tratamento aumentaram de 62% para 70%do esgoto coletado na RM de São Paulo.

Assim, em 2008, quando foram concluídas a primeira e a segunda etapa, passou a ser enviado para tratamento o esgoto de 8,5 milhões de pessoas – o equivalente à população de Londres.

3a Etapa do Projeto Tietê

A terceira etapa do projeto, prevista para o período de 2009 a 2016, teve seu início em outubro de 2009, através do anúncio do empréstimo de US$ 600 milhões do BID para que a Sabesp dê continuidade às obras do Projeto Tietê. Ela entrará com US$ 200 milhões de contrapartida ao financiamento do BID. Ao todo, nesta etapa, será investido no projeto US$ 1,05 bilhão e os investimentos previstos para esta etapa são de cerca de US$ 2 bilhões com financiamentos concedidos pelo BID, pela Caixa Econômica Federal (Caixa), pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de recursos próprios.

Os investimentos previstos serão aplicados na construção de 580 km de coletores-tronco e interceptores, na implantação de 1.250 km de redes coletoras e na efetivação de 200 mil ligações domiciliares. Serão também investidos recursos nas ETEs do sistema principal, que

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terão suas capacidades de tratamento ampliadas, num total de 10,5 m3/s, correspondendo a um aumento de quase 66% da capacidade atual de tratamento.

No período de 2009 a 2016, o Projeto Tietê prevê ampliar os índices de coleta de esgoto da RM de São Paulo de 84% para 87%, e os de tratamento desse esgoto coletado, dos atuais 70% para 84%.

Com a terceira etapa, o aumento da coleta de esgoto beneficiará diretamente mais 1,5 milhão de pessoas na RM, enquanto a ampliação do tratamento beneficiará diretamente mais 3 milhões de habitantes, contribuindo para a melhora da qualidade de vida dos habitantes da GSP.

Todavia, para que haja diminuição na poluição do rio Tietê, serão necessários investimentos contínuos e ininterruptos na expansão dos serviços de coleta e tratamento de esgotos, sempre com o objetivo de complementar o sistema de esgotamento sanitário, acompanhar o crescimento populacional e melhorar as condições ambientais e sanitárias da região.

Para tanto, a Sabesp já está estruturando a 4a Etapa do Projeto Tietê, visando à universalização dos serviços de coleta e de tratamento de esgotos na sua área de concessão na RM de São Paulo. São previstos investimentos de cerca de US$ 2 bilhões nessa etapa.

ˏˏ Programa de Saneamento Ambiental dos Mananciais do Alto Tietê (Programa Mananciais)8 Nas áreas de mananciais da RM de São Paulo, residem precariamente cerca de 2,4 milhões de habitantes, com efeitos negativos sobre a saúde dessa população e a qualidade dessas águas. No período 1995-2000, o governo do estado desenvolveu o Programa Guarapiranga com a finalidade de recuperar o controle sobre a qualidade das águas dessa represa, que incluiu: urbanização de favelas, construção de conjuntos habitacionais, implantação de sistemas de esgotos e infraestrutura urbana em diversos bairros. O dinamismo da metrópole determina a necessidade de um conjunto contínuo de medidas para a preservação das represas.

O Programa Guarapiranga foi sucedido pelo Programa Mananciais com o objetivo de dar continuidade a recuperação e proteção das represas, rios e córregos utilizados para o abastecimento de água da RM de São Paulo e melhorar a qualidade de vida da população residente em áreas de mananciais. Participam deste programa pelo governo do estado: SSRH, SMA, Sabesp e Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e as prefeituras de São Paulo, São Bernardo do Campo e Guarulhos. A ênfase se dá em ações integradas que reduzam impactos de poluição e promovam a inclusão social, melhorando a relação hoje difícil entre a ocupação urbana e a manutenção dos mananciais para o objetivo do abastecimento público em grau compatível com as necessidades da região e da própria sustentabilidade econômica e ambiental da RM de São Paulo. O Programa Mananciais, com prazo de execução de 2008 a 2015, foi concebido para atender as seguintes metas:

• 43 favelas e loteamentos precários urbanizados nas bacias Guarapiranga e Billings, com obras de drenagem; sistemas de água e de esgotos; contenção de encostas; canalização de córregos; sistema viário; remoções de áreas de risco ou de preservação ambiental; criação de parques e áreas de lazer; • 50 mil famílias beneficiadas com obras de urbanização;

8. Fonte: Programa Mananciais-Síntese. Disponível em: .

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• novas unidades habitacionais; • implantação de 62 ha de parques na orla da Represa Guarapiranga; • implantação de sistemas de esgotos sanitários em Itapecerica da Serra, Cotia, Embu-Guaçu, São Bernardo do Campo, Bragança Paulista, Mairiporã, Suzano e São Paulo (Grajaú); e • implantação da Adutora Grajaú – Parelheiros. ˏˏ Programa Córrego Limpo Com início em 2007, o Programa Córrego Limpo constitui uma parceria entre o governo do estado de São Paulo e a prefeitura do município de São Paulo, com o objetivo de reverter a degradação de alguns córregos afluentes dos grandes rios metropolitanos. São áreas estratégicas, cuja contaminação afeta outros cursos d’água, além da bacia hidrográfica como um todo. A sujeira acumulada compromete diretamente a saúde da população e ainda causa inundações na época das chuvas.

O programa prevê o aprimoramento dos sistemas de esgotamento sanitário da bacia dos córregos. Para isso, a Sabesp irá executar obras para ampliar as redes existentes, eliminar os lançamentos clandestinos de esgotos nos córregos e galerias de águas pluviais e também melhorar os sistemas de envio de esgoto às estações de tratamento. Quando necessário, haverá a expansão das redes da Sabesp, aumentando o volume de esgotos coletados e tratados.

A Sabesp é responsável pela execução das obras de prolongamento de redes, coletores e interceptores, aumentar o número de ligações domiciliares de esgotos e realizar o monitoramento e a manutenção das ligações já existentes.

A prefeitura deve criar condições para que a Sabesp execute os serviços de despoluição dos córregos, fazendo a manutenção de sua margem e dos seus leitos, como limpeza mecânica e manual, contenção e manutenção nas margens e verificação de eventuais interferências com a rede de microdrenagem (bocas-de-lobo e galerias). Deve ainda viabilizar a remoção de imóveis nos fundos de vale que impeçam a passagem da infraestrutura de esgotamento sanitário. Neste trabalho conjunto, as subprefeituras também devem fiscalizar as ligações de esgotos, notificando e multando os imóveis que, de acordo com o resultado de inspeção feita pela Sabesp, não estiverem ligados à rede coletora, intimando o responsável a regularizar sua ligação.

Além do trabalho da prefeitura e do governo do estado, a participação da comunidade é primordial para o sucesso do programa. Nesse sentido, este prevê ainda um projeto de educação ambiental junto às comunidades das bacias dos córregos e a transformação das áreas lindeiras dos córregos, quando possível, em parques lineares, criando uma opção de lazer para a população que mora próximo destes córregos.

Até 2013, realizaram-se trabalhos em 152 córregos, dos quais 140 já foram concluídos, em uma área total de bacias igual a 175 km2, beneficiando 1,8 milhão de pessoas. A vazão total removida dos córregos atingiu 1,3 m3/s. Para isso foram investidos cerca de R$ 100 milhões pela Sabesp e R$ 340 milhões pela PMSP. Estes recursos são provenientes dos Programas Mananciais (Governo do Estado de São Paulo – Gesp) e de Urbanização de Favelas (PMSP), sendo este último com financiamento do Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e Infraestrutura (FMSAI).

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Em 2013, o Programa Córrego Limpo agregou mais córregos para serem despoluídos até 2014: Ipiranga, Mandaqui, Tiquatira, Traição, Verde (Estádio da Copa) e Pirituba, entre outros.

ˏˏ Programa Se Liga na Rede O programa tem como objetivos:

• incentivar as famílias de baixa renda (até três salários mínimos, morador/responsável pelo imóvel) a assinar termo de adesão; • enviar diariamente para o devido tratamento cerca de 10 t de matéria orgânica até o final do programa; e • atender imóveis que já tenham a rede coletora instalada na rua. Quando não existe a ligação domiciliar, o esgoto doméstico acaba sendo lançado in natura nos corpos d’água. A população, ao ligar seus imóveis à rede de esgoto, aumenta a eficiência dos programas de saneamento e ajuda a despoluir rios e córregos. O custo médio da ligação é de R$ 1.820,00, o que se torna um impeditivo para quem tem baixo poder aquisitivo. O programa prevê executar 192 mil novas conexões em todo estado, beneficiando cerca de 800 mil pessoas e 76,8 mil novas conexões na RM de São Paulo.

TABEIA 19 RM de São Paulo: metas anuais de ligação

Ano Região 1 2 3 4 5 6 7 8 RM de São Paulo 8.292 8.573 9.358 9.964 11.331 11.299 11.583 6.448

Fonte: Sabesp, 2013. Obs.: Recursos: R$ 349,5 milhões ao longo de oito anos, 80% custeados pelo governo do estado e 20% restantes pela Sabesp.

ˏˏ O Programa de Recuperação das Várzeas da Bacia do Alto Tietê (Projeto Parque Várzeas do Tietê) O programa propõe tratar o problema das inundações no rio Tietê de forma integrada, executando ações que garantam a utilização das obras já implantadas, em seu trecho de jusante, evitando ou minimizando gastos futuros. Consiste na melhoria de infraestrutura urbana, com objetivo de recuperar e preservar as várzeas para o amortecimento natural de cheias, promovendo a sua ocupação com edificações compatíveis com as áreas recuperadas. O Projeto Parque Várzeas do Tietê faz parte do Programa de Recuperação das Várzeas da Bacia do Alto Tietê.

O Parque Várzeas do Tietê teve origem na assinatura de um protocolo de intenções, em 2009, firmado entre o governador do estado e os prefeitos dos municípios de São Paulo, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Poá, Suzano, Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim e Salesópolis.

Com 75 km de extensão e 107 km2 de área, quando totalmente implantado, o Parque Várzeas do Tietê será o maior parque linear do mundo. O projeto apresentado pelo Daee, em 2010, teve início em 2011. O Parque Várzeas será implantado ao longo do rio Tietê e unirá o Parque Ecológico do Tietê (localizado na Penha) e o Parque Nascentes do Tietê (localizado no município de Salesópolis), conforme mostra a figura 10, beneficiando diretamente os oito municípios da Bacia do Alto Tietê acima referidos.

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FIGURA 10 Localização do Parque Várzeas do Tietê

Fonte: Disponível em: . Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

O projeto do parque inclui a recuperação de 3,8 milhões de m² de matas ciliares – área equivalente à ocupada por 380 campos de futebol – que servirão como proteção ao rio, evitando-se assoreamento e destruição de suas margens. Nele, serão construídos 33 núcleos distintos, os quais contarão com equipamentos de esporte, cultura e lazer, com 230 km de ciclovia, 77 campos de futebol e 129 quadras poliesportivas. Além da estrutura para esporte e lazer, esses núcleos também oferecerão atividades ligadas à educação ambiental.

O investimento previsto é de R$ 1,70 bilhão, para um prazo de onze anos, entre 2009 e 2020. Além de gerar empregos diretos e indiretos, beneficiará diretamente 3 milhões de pessoas da zona leste da capital e, indiretamente, toda a população da RM de São Paulo, levando também mais qualidade de vida à população.

O parque será implantado em três etapas.

Na primeira, de 2011 a 2016, o investimento previsto é de US$ 200 milhões, sendo 42% do ESP e 58% financiados pelo BID. As obras dessa primeira etapa serão realizadas em 25 km de extensão, às margens do rio Tietê, da Barragem da Penha até a divisa com Itaquaquecetuba.

A segunda, com 11,3 km de extensão, e com previsão de término em 2018, abrange a várzea do rio Tietê nas cidades de Itaquaquecetuba, Poá e Suzano.

A terceira etapa, de 38,7 km de extensão, abrange de Suzano até a nascente do Tietê, no município de Salesópolis, e deverá ser concluída até 2020. Nessa fase estão incluídos os municípios de Mogi das Cruzes e Biritiba Mirim.

Serão criadas UCs, e desenvolvidas ações educativas voltadas à importância da recuperação e preservação da função das várzeas do rio e da redução dos riscos de enchente na RM de São Paulo.

Além desses projetos, os planos diretores com administração municipal dos serviços de saneamento constituem-se em importante instrumento para a gestão do saneamento ambiental, na RM de São Paulo.

ˏˏ Planos municipais de saneamento • Diadema O Plano Municipal de Saneamento foi elaborado em agosto de 2012, definindo metas a serem atingidas nos próximos trinta anos para o sistema de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos, drenagem urbana e manejo de águas pluviais.

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Atualmente a cobertura de atendimento do sistema de abastecimento de água é de 100% e as metas para redução de perdas são de 37% para o ano de 2020 e 25% para 2025.

A cobertura dos serviços de esgotamento sanitário é de 95% para a coleta de esgotos e 13% para o tratamento. As metas de universalização para a coleta e tratamento do esgotamento sanitário são de 100% para o ano de 2018.

Referente ao serviço de drenagem urbana e manejo de águas pluviais o município de Diadema está contemplado pelo PDMAT, desenvolvido em 1998, com um horizonte de vinte anos. Entretanto, está sendo programado pelo município um plano diretor de drenagem que contemple a concepção de soluções para áreas do município, prevendo medidas de controle na fonte e parques lineares com um horizonte de vinte anos.

Em relação à limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, as metas a serem perseguidas no presente plano são aquelas estabelecidas no Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), isto é: 100% de coleta domiciliar em 2020, sendo 37% de coleta seletiva em 2020 e 50% em 2030.

• Guarulhos O plano elaborado em 2011 definiu metas até 2042 para os sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos, drenagem urbana e manejo de águas pluviais.

Atualmente o sistema de abastecimento de água atende 100% da população, e as metas para redução de perdas são de 35% no período de 2013 a 2023 e 25% para 2023-2035.

O sistema de esgotamento sanitário coleta cerca de 75% dos esgotos gerados. As metas de universalização para a coleta e tratamento do esgotamento sanitário são de 100% para o ano de 2036.

O plano estabelece como meta para os resíduos sólidos domésticos úmidos redução em mais 40% na geração até 2014; e, como meta de longo prazo (2020), reduzir em 80% a massa de resíduos úmidos de responsabilidade do gerador público em aterro.

Em relação a limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, o plano estabelece como meta ampliar a coleta para 100% dos resíduos secos gerados, em conjunto com a coleta do restante dos resíduos domiciliares.

Para os resíduos secos, o plano define como metas a redução de 25% do volume destes resíduos dispostos em aterro para o período de 2013 a 2014 e redução de 70% a ser atingida no período de 2019 a 2020.

• Mauá O município de Mauá possui uma população de 417.458 habitantes e densidade demográfica de 6.463,7 hab/km2. Seu plano de saneamento foi elaborado em 2012, estabelecendo metas para o horizonte de 2040 para os sistemas de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana e resíduos sólidos.

O sistema de abastecimento de água atende 97,3% da população e a rede coletora de esgotos, 76,7%. A meta é atingir a universalização de 100% para água e 99% para esgoto em 2040.

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Em relação a limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, as metas a serem atingidas são de 100% de coleta domiciliar em 2018.

• São Caetano do Sul O município de São Caetano do Sul já atingiu a universalização no atendimento relativo a abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto.

Assim, o plano de saneamento preconiza a manutenção dos níveis de atendimento, com introdução de melhorias, referentes principalmente a manutenção dos sistemas, redução de perdas, automação, substituição de equipamentos, substituição de tubulações e ligações prediais, além da substituição dos hidrômetros em prazos adequados.

• Mogi das Cruzes O Plano Integrado de Saneamento Básico do município de Mogi das Cruzes, concluído no final de 2010, foi elaborado com o objetivo de fornecer elementos para o planejamento integrado dos sistemas de saneamento básico do município no período de 2010 a 2040.

Atualmente a cobertura de atendimento do sistema de abastecimento de água é de 100% da área urbana. Porém, conforme dados analisados, o sistema de água de Mogi das Cruzes apresenta um deficit significativo em relação ao que se considera como adequado para o abastecimento da cidade, necessitando do fornecimento de água potável da Sabesp.

O índice de perda de água atual é de 55%. O plano estabeleceu como meta o índice de 20% para 2040.

Quanto ao sistema de esgotamento sanitário, o plano prevê as seguintes metas, visando à universalização do atendimento:

ÆÆ coletar 90% de todo o esgoto gerado em Mogi das Cruzes até o ano de 2015; ÆÆ tratar 80% de todo o esgoto gerado em Mogi das Cruzes até o ano de 2015; e ÆÆ coletar e tratar 100% de todo o esgoto gerado em Mogi das Cruzes até o ano de 2030.

• Santo André Com o objetivo de otimizar a distribuição de água potável em função da expansão populacional e ainda da expansão industrial e comercial no município, foi elaborado o PDAA, em 1990. O diagnóstico apontava para uma série de planejamentos e obras a serem realizadas na distribuição de água.

Com base no plano foram realizadas melhorias no sistema de abastecimento, como a construção de novos reservatórios, ampliando o volume de reservação de 76 milhões de litros para 102,4 milhões de litros, reduzindo risco de falta de água no município. Também foram executadas as seguintes obras: sobreposição do rio Tamanduateí, para atender a demanda de grandes consumidores, como indústrias e comércios na avenida do estado; remanejamento de rede primária e rede de distribuição que visavam à distribuição de água mais eficiente; reativação dos reservatórios elevados; modernização e instalação de boosters (bombas que recalcam a água distribuída) para atender locais com topografia elevada; eliminação de algumas derivações de adutoras e ressetorização das zonas de abastecimento, melhorando a eficácia do atendimento. Além das propostas contidas no PDAA, a prefeitura vem atuando

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na automatização dos reservatórios com a implantação da telemetria e telecomando, detecção de vazamentos não visíveis e no controle de perdas de água.

Atualmente, o sistema de abastecimento de água atende 98% da população. O município tem seu abastecimento de água realizado através de duas fontes: a produção própria do Semasa, por meio de captação do Sistema Pedroso, que fornece 5% da água consumida na cidade, e pela compra de 95% de água tratada da Sabesp. Por sua vez, o sistema de rede coletora de esgotos atende 96% dos esgotos gerados no município, sendo que apenas 40% desses são tratados.

Com relação às perdas no sistema de abastecimento, o município possui índice de 22%, que pode ser comparado aos níveis dos países mais desenvolvidos. Em fase final de elaboração do novo Plano Municipal de Saneamento, o município deverá concluir o projeto até final de 2013.

• Santa Isabel O município de Santa Isabel está localizado na parte nordeste da RM de São Paulo e possui cerca de 50.500 habitantes, distribuídos numa área de 361,49 km2, com densidade de 139,60 hab./km2.

O Plano Integrado de Saneamento Básico do Município de Santa Isabel foi concluído no ano de 2012, com foco na universalização dos quatro serviços de saneamento básico referentes aos sistemas de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos urbanos e, por fim, aos serviços de drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. A programação de investimentos para o alcance das metas estabelecidas foi dividida em curto prazo (2011-2014), médio prazo (2015-2018) e longo prazo (2019-2040).

Atualmente a cobertura de atendimento do sistema de abastecimento de água é de 80%, com meta de 100% de atendimento final para 2014, e o índice de perda atual é de 53,9%, com meta de 25% para 2040.

A cobertura dos serviços de esgotamento sanitário é de 65% para a coleta de esgotos, com projeção de 100% de atendimento de coleta para 2014. Atualmente não há o tratamento do esgotamento sanitário no município. O plano estabeleceu a meta de 100% de esgotos tratados para o ano 2017.

A coleta dos resíduos sólidos domiciliares se estende a todo o território municipal e é encaminhada para o aterro sanitário da empresa Anaconda Ambiental Empreendimentos Ltda., localizada na Estrada Velha Santa Isabel-Mogi das Cruzes, km 03-município de Santa Isabel/SP.

A drenagem urbana do município apresenta sérios problemas de inundações, principalmente nas regiões próximas ao Ribeirão Araraquara e Córrego Indaco, onde não existem reservatórios de retenção. Esses problemas são possivelmente oriundos do estrangulamento da calha desses rios devido a construções irregulares situadas em suas margens.

ˏˏ Plano de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê A RM de São Paulo é uma região densamente ocupada. Esta ocupação se deu ao longo do tempo de forma desordenada e sem planejamento. Na década de 1960, o processo

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de aceleração de áreas urbanas trouxe como consequência a impermeabilização do solo. Os espaços, antes destinados ao armazenamento natural das águas de cheias – as várzeas dos cursos d’água –, ficaram comprometidos, dando lugar às áreas urbanizadas e inundáveis.

Em função do agravamento dos problemas de inundações na RM de São Paulo, em 1998, o Daee elaborou o primeiro PDMAT, adotando uma abordagem integrada dos problemas em todas as principais sub-bacias da bacia hidrográfica do Alto Tietê. O primeiro PDMAT buscou complementar as obras e ações de melhoria hidráulica dos rios Tietê e Tamanduateí, necessárias a um conjunto de soluções modulares, por sub-bacias, que permitiriam sua execução por etapas.

A dinâmica da RM de São Paulo, com seu crescimento desordenado e o surgimento de novas demandas na área de drenagem urbana, determinou que o horizonte de vinte anos, definido pelo primeiro PDMAT, fosse abreviado. Assim, em 2008 o Daee realizou a primeira revisão do plano.

O PDMAT 2 – também sob a coordenação do Daee e nos mesmos moldes do anterior, com o mesmo objetivo de minimizar as inundações e, numa fase final, solucionar o problema – ouviu as prefeituras e as principais entidades e órgãos ligados ao segmento de recursos hídricos, protagonistas da RM de São Paulo. Assim, além da revisão/atualização propriamente dita, constaram entre as medidas recomendadas os chamados parques lineares nas áreas junto às várzeas de cursos d’água e introduziu-se a solução em pôlder, estrutura constituída de muro em concreto ou dique em solo, implantada ao longo das margens do rio, que atua como barreira contra o seu transbordamento. Foi sugerida, também, a uniformização dos procedimentos de análise hidráulica e hidrológica, a fim de possibilitar uma harmonização entre as ações dos vários órgãos das administrações estadual e municipal e das concessionárias responsáveis pelo gerenciamento da drenagem urbana nos vários municípios. Fora isso, foi dado um maior enfoque às medidas não estruturais, no tocante à implantação de programas de educação ambiental e de sistemas de monitoramento e de alerta contra inundações, e à apresentação de propostas e recomendações relativas à legislação sobre uso e ocupação do solo.

Em 2011, iniciou-se a segunda revisão do Plano Diretor de Macrodrenagem, ou seja, sua terceira versão, o PDMAT 3, ainda em andamento. Essa versão, além da revisão e atualização dos planos anteriores, ampliou o seu escopo, abrangendo toda a bacia do Alto Tietê.

O plano montou uma consistente base de dados pertinentes às áreas de drenagem urbana e de recursos hídricos da bacia do Alto Tietê, abrangendo os aspectos físicos, hidrológicos, hidráulicos, econômicos, sociais e institucionais. Adotou um modelo matemático consistente, associando a sua calibração a dados observados de precipitações, vazões e níveis d’água, disponíveis nos bancos de dados do radar meteorológico do Daee e da rede telemétrica da bacia do Alto Tietê. Com todos esses dados, praticamente contínuos no tempo, será possível a obtenção de resultados confiáveis nas simulações.

Como será aplicada modelação para bacia em geral, será possível avaliar a repercussão de uma intervenção num trecho de um determinado curso d’água, sobre todo o sistema de drenagem da bacia, ou seja, o modelo calibrado será uma eficiente ferramenta de avaliação de alternativas de solução. A partir dos resultados das simulações e os correspondentes diagnósticos da bacia, o plano indicará as ações propostas, envolvendo medidas estruturais e não estruturais.

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Especial destaque é atribuído aos aspectos institucionais e de gestão da drenagem urbana, sendo propostos os chamados “distritos de drenagem” que comporão as bases do sistema de gestão a ser implantado. No contexto da importância das relações institucionais, foram mobilizados, além das entidades e dos órgãos estaduais e municipais ligados à gestão de recursos hídricos, todos os municípios da Bacia do Alto Tietê, em especial o município de São Paulo, por meio de reuniões e workshops.

ˏˏ Plano Diretor de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais do Município de São Paulo (PMAPSP)9 O PMAPSP é um instrumento fundamental para a redução dos riscos de inundação e a melhoria da qualidade das águas no município de São Paulo.

Com o objetivo de buscar soluções inovadoras e sustentáveis, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano da Prefeitura de São Paulo (SMDU), com a assessoria da Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica (FCTH) – entidade de apoio ao Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) – decidiu elaborar o PMAPSP.

Iniciado em dezembro de 2010, o PMAPSP é composto por três módulos integrados:

• Módulo 1 – Plano Municipal de Gestão do Sistema de Águas Pluviais e Acompanhamento Técnico dos Programas de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais para Bacias Prioritárias. • Módulo 2 – Programa de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais para bacias prioritárias. • Módulo 3 – Programa de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais para as demais bacias. O Módulo 1, em elaboração pelo FCTH, apresenta as diretrizes técnicas e gerenciais a serem aplicadas ao sistema de águas pluviais de todo o município de São Paulo, incluindo as medidas não estruturais que darão sustentabilidade aos Programas de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais de cada bacia hidrográfica.

Os Módulos 2 e 3 (Programas de Drenagem) têm como objetivo a proposição de soluções estruturais (obras) e não estruturais específicas para cada bacia hidrográfica. O Módulo 2 abrange as bacias do rio Aricanduva, rio Cabuçu de Baixo, Córrego do Cordeiro, Córrego Morro do S, Córrego Verde, Córrego do Ipiranga, que equivalem a cerca de um quarto da área urbana atual da cidade.

O Módulo 3 será desenvolvido após a conclusão do Módulo 2, empregando a metodologia desenvolvida nos módulos anteriores.

ˏˏ Plano da Bacia do Alto Tietê O plano tem como foco principal o recurso hídrico, razão pela qual foram consideradas todas as ações, estruturais e não estruturais, que afetem a disponibilidade e a demanda de água associadas à qualidade.

O Plano do Alto Tietê tem um alcance que extrapola as fronteiras da bacia, uma vez que abriga o maior contingente populacional e o maior polo de geração de renda e emprego do Brasil, e, consequentemente, é palco de importantes conflitos pelo uso da água.

9. Disponível em: .

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O Alto Tietê é visto por todo o Brasil como uma referência para o sistema de gerenciamento dos recursos hídricos e fonte de experiência dos tipos de conflito que podem acontecer numa bacia e de soluções que podem ser adotadas para resolvê-los.

A Bacia do Alto Tietê, a montante da Barragem de Pirapora, abrange uma área de drenagem de 5.720 km2, incluída a bacia integral do rio Pinheiros com as sub-bacias dos reservatórios Billings e Guarapiranga.

ˏˏ Planos de Gestão de Resíduos Sólidos A PNRS prevê a elaboração dos seguintes planos de resíduos sólidos:

• Planos nacional e estadual de resíduos sólidos a serem elaborados com ampla participação social, contendo metas e estratégias nacionais sobre o tema; • Planos microrregionais, de RMs, planos intermunicipais; • Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS); • Planos de gerenciamento de resíduos sólidos para geradores; e • Plano de Gerenciamento de Resíduos Perigosos pelos geradores e operadores. Assim, com a promulgação da Política Nacional de Saneamento Básico (Lei no 11.445/2007) e da PNRS (Lei no 12.305/2010), os municípios passaram a contar com um conjunto de diretrizes para auxiliar na construção do gerenciamento integrado na elaboração dos seus Planos Municipais de Saneamento, incluindo os Planos Municipais de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

Os Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos são importantes ferramentas de gestão para os municípios, além de condição necessária para se ter acesso aos recursos da União destinados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos. Visando incentivar a aplicação da PNRS, o governo federal abriu linhas de financiamento para a elaboração dos planos municipais de resíduos sólidos, priorizando a liberação de recursos para aqueles municípios que se unam a outros, buscando soluções regionalizadas, integradas e compartilhadas.

ˏˏ Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) O PNRS contempla todos os tipos de resíduos gerados, apresentando alternativas de gestão e gerenciamento, bem como metas para diferentes cenários, programas, projetos e ações correspondentes. Em setembro de 2011, o governo federal apresentou sua versão preliminar para consulta pública através da internet e em audiências públicas – o plano foi debatido em cinco audiências públicas regionais e uma audiência pública nacional. O plano mantém estreita relação com: o Plano Nacional de Mudanças do Clima (PNMC), o Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), o Plansab e o Plano de Produção e Consumo Sustentável (PPCS). O PNRS apresenta as seguintes diretrizes: disposição final ambientalmente adequada de rejeitos; redução da geração de resíduos sólidos urbanos; redução dos resíduos sólidos urbanos secos dispostos em aterros sanitários e inclusão de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis; redução de resíduos sólidos urbanos úmidos dispostos em aterros sanitários, tratamento e recuperação de gases em aterros sanitários e qualificação e gestão dos diferentes resíduos sólidos.

A Lei no 12.305/2010, que instituiu a PNRS, estabelece a possibilidade de elaboração, além deste, dos planos estaduais, regionais e municipais de resíduos sólidos, de gestão

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integrada e de gerenciamento de resíduos sólidos. O Decreto no 7.404/2010 orienta a elaboração dos planos regionais, entre eles os metropolitanos, com participação do estado e de todos os municípios da RM na definição do conteúdo. Esse mesmo decreto faculta aos municípios a adoção de soluções consorciadas intermunicipais para gestão dos resíduos sólidos no lugar da elaboração de PGIRS, desde que esse plano regional obedeça a um conteúdo mínimo definido no decreto, que inclui: diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gerados no respectivo território, contendo a origem, o volume, a caracterização dos resíduos e as formas de destinação e disposição final adotadas; identificação de áreas favoráveis para disposição final ambientalmente adequada de rejeitos, observado o plano diretor e o zoneamento ambiental; identificação das possibilidades de implantação de soluções consorciadas ou compartilhadas com outros municípios; identificação dos resíduos sólidos e dos geradores sujeitos a plano de gerenciamento específico ou a sistema de logística reversa; procedimentos operacionais e especificações mínimas a serem adotados nos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, incluída a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos; indicadores de desempenho operacional e ambiental dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos; regras para o transporte e outras etapas do gerenciamento de resíduos sólidos; definição das responsabilidades quanto a sua implementação e operacionalização, incluídas as etapas do plano de gerenciamento de resíduos sólidos a que se refere o Artigo 20 a cargo do poder público; programas e ações de capacitação técnica voltados para sua implementação e operacionalização; programas e ações de educação ambiental que promovam a não geração, a redução, a reutilização e a reciclagem de resíduos sólidos; programas e ações para a participação dos grupos interessados, em especial das cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda, se houver; mecanismos para a criação de fontes de negócios, emprego e renda, mediante a valorização dos resíduos sólidos; sistema de cálculo dos custos da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, bem como a forma de cobrança desses serviços; metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de rejeitos encaminhados para disposição final ambientalmente adequada; descrição das formas e dos limites da participação do poder público local na coleta seletiva e na logística reversa, considerando o ciclo de vida dos produtos; meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização, no âmbito local, da implementação e operacionalização dos planos de gerenciamento de resíduos sólidos; ações preventivas e corretivas a serem praticadas, incluindo programa de monitoramento; identificação dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos, incluindo áreas contaminadas, e respectivas medidas saneadoras; periodicidade de sua revisão.

O PNRS está em fase final de elaboração. Sua versão preliminar já foi discutida em audiências públicas por todo o país, restando incorporar eventuais propostas aprovadas.

ˏˏ Plano Estadual de Resíduos Sólidos A elaboração do PERS do ESP está sob a responsabilidade da SMA e encontra-se na fase de elaboração do diagnóstico. Uma primeira versão do plano deverá estar concluída no final de 2013. O ERSP deverá estar finalizado em julho de 2014.

ˏˏ Plano Metropolitano de Resíduos Sólidos Atualmente a RM de São Paulo é responsável pela geração de 6 milhões de t/ano de resíduos sólidos domiciliares. Essa quantidade corresponde a cerca de 10% do coletado no país, sendo o município de São Paulo responsável pela geração de mais de 60% desses resíduos.

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O Plano Metropolitano de Resíduos Sólidos da RM de São Paulo está na fase de elaboração de Termos de Referência, sob responsabilidade da Emplasa, e contempla as questões que devem ser enfrentadas regionalmente, envolvendo programas, projetos e ações de curto, médio e longo prazo, buscando um cenário futuro de gestão ambiental e financeiramente sustentável para a gestão e manejo de resíduos sólidos para os municípios da RM de São Paulo. Na elaboração do plano, devem ser considerados, além da legislação pertinente, os consórcios intermunicipais em vigor e em tratativas de institucionalização, bem como outras formas de organização para a gestão dos resíduos sólidos. O plano metropolitano, em sintonia com os planos nacional e estadual, será elaborado com vigência de prazo indeterminado, horizonte de atuação de vinte anos e atualização ou revisão a cada quatro anos.

ˏˏ Planos Municipais de Resíduos Sólidos Segundo informações da SMA do ESP, dos 39 municípios da RM de São Paulo, apenas sete municípios, inscritos no Programa Município Verde e Azul, entregaram Planos Municipais de Resíduos Sólidos – São Paulo, Santo André, São Bernardo do Campo, Guarulhos, Suzano, Ribeirão Pires e Mauá – descritos, a seguir.

Guarulhos tem uma área de 318 km2, população de 1.221.979 habitantes (IBGE, 2010), perdendo apenas para a capital, e densidade demográfica de 3.828,36 hab./km2. É a maior cidade brasileira não capital de estado. Encontra-se estrategicamente localizado entre duas das principais rodovias nacionais: a Via Dutra, eixo de ligação São Paulo-Rio de Janeiro e Rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo a Belo Horizonte. Conta ainda com a Rodovia Ayrton Senna, uma das mais modernas do país, que facilita a ligação de São Paulo diretamente ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, e está a 108 km do Porto de Santos. Guarulhos tem o segundo maior PIB do ESP, ficando atrás apenas da capital.

O Plano Diretor Integrado de Resíduos Sólidos de Guarulhos foi concluído em julho de 2011 em atendimento à PNRS, contendo as seguintes metas e prazos:

• Reduzir em 80% o volume de resíduos sólidos domiciliares (RSDs) úmidos dispostos em aterro até 2020. • 2011-2013: Redução em 10% do volume de RSDs úmidos dispostos em aterro. • 2014-2016: Redução em 20% do volume de RSDs úmidos dispostos em aterro. • 2017-2018: Redução em 30% do volume de RSDs úmidos dispostos em aterro. • 2019-2020: Redução em 40% do volume de RSDs úmidos dispostos em aterro. • Reduzir em 70% o volume de RSDs secos dispostos em aterro até 2020. • 2011-2012: Redução em 10% do volume de RSDs secos dispostos em aterro. • 2013-2014: Redução em 25% do volume de RSDs secos dispostos em aterro. • 2015-2016: Redução em 40% do volume de RSDs secos dispostos em aterro. • 2017-2018: Redução em 55% do volume de RSDs secos dispostos em aterro. • 2019-2020: Redução em 70% do volume de RSDs secos dispostos em aterro. Mauá localiza-se na região do grande ABC, parte integrante da RM da Grande São Paulo, possui um território de 62,22 km2, dos quais 12,44 km2 encontram-se em APRMs da sub-bacia do rio Guaió, da bacia hidrográfica Billings-Tamanduateí. A cidade apresentou um grande crescimento populacional nas últimas três décadas, dobrando nos

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últimos trinta anos, passando de 205.740 habitantes em 1980 para 417.064 habitantes em 2010, apresentando uma taxa de densidade demográfica de aproximadamente 6.703,05 hab./km2.

Em Mauá, a responsabilidade pelos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos é da Secretaria de Serviços Urbanos, órgão da administração direta centralizada do poder público municipal, cabendo à SMA a implantação e gestão do Programa de Coleta Seletiva. Na década de 1990, Mauá teve oficialmente instituído o Programa de Coleta Seletiva de Lixo (Lei Municipal no 2.502/1993) e o Programa de Coleta Seletiva Mauá Reciclando (Decreto Municipal no 5.972/99).

O plano projetou a quantidade de resíduos sólidos (domiciliares e de serviços de limpeza urbana) que serão gerados entre 2012 e 2042 para subsidiar a previsão de instalações e equipamentos necessários para o manejo desses resíduos e seus respectivos custos de implantação e operação. A quantidade de resíduos sólidos a ser gerada nos próximos trinta anos foi feita a partir de estimativas sobre a evolução do crescimento da população e da geração per capita, entre outros. O plano definiu metas de curto, médio e longo prazo, respectivamente para quatro, oito e de oito a trinta anos, abrangendo o período de 2012 até 2042. Com base nas diretrizes e metas para o sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, foram projetados os custos operacionais e de investimentos para a prestação dos serviços de limpeza urbana, incluindo custos para a reformulação dos serviços atualmente ofertados e dos novos a serem implantados, incluindo os programas de minimização e aproveitamento de resíduos.

Santo André é um dos municípios que compõem a região do ABC. Possui uma população total de 676.407 habitantes, área de 175 km2 e densidade demográfica de 3.866 hab./km2 (IBGE, 2010). Mais da metade da área do município encontra-se em áreas de proteção ambiental, integrantes da Área de Proteção aos Mananciais na bacia hidrográfica da Represa Billings (96 km2) e da vertente da Serra do Mar (12 km2), área tombada pelo Parque Estadual da Serra do Mar. As demais áreas localizam-se na bacia hidrográfica do rio Tamanduateí, onde se concentram as principais atividades urbanas e industriais do município (Picarelli, 2011).

O PGIRS de Santo André foi desenvolvido pela equipe do Semasa, seguindo as diretrizes do PNRS 2011 e está em fase de revisão.

São Bernardo do Campo é um dos municípios que compõe a região do ABC. Possui uma população total de 765.463 habitantes, área de 409,47 km2 e densidade demográfica de 1.872,59hab./km2 (IBGE, 2010).

O Plano Diretor Integrado de Resíduos Sólidos de São Bernardo do Campo foi concluído em dezembro de 2010 e atende à Política Nacional de Saneamento Básico (2007). Para atingir as diretrizes impostas pela Lei no 11.445/2007, o Plano Municipal de Resíduos Sólidos apresenta as metas de curto, médio e longo prazo (quatro, oito e trinta anos, respectivamente) para a minimização de resíduos, considerando os programas de recuperação de materiais e o tratamento da fração orgânica dos resíduos.

São Paulo possui uma população total de 11.253.503 habitantes, área de 1.521 km2 e densidade demográfica de 7.387,69 hab./km2 (IBGE, 2010).

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O Plano Diretor Integrado de Resíduos Sólidos de São Paulo foi concluído em 2012 visando atender a exigência da PNRS. O plano adota as metas previstas pelo PNRS.

Suzano possui uma população total de 262.480 habitantes, área de 206 km2 e densidade demográfica de 1.270,37 hab./km2 (IBGE, 2010).

O Plano Diretor Integrado de Resíduos Sólidos de Suzano atende à Política Nacional de Saneamento Básico (2007), definindo metas para cinco, dez e vinte anos, abrangendo os períodos 2009-2014, 2014-2019 e 2019-2029.

Ribeirão Pires possui uma população total de 113.902 habitantes, área de 99,18 km2 e densidade demográfica de 1.148,44 hab./km2 (Seade, 2011).

O PGIRS do município de Ribeirão Pires, concluído em maio de 2012, foi elaborado em conformidade com o estabelecido na Lei Federal no 12.305/2010. O plano propôs, para o período de 2012 a 2016, programas, metas e ações objetivando a melhoria da gestão dos resíduos sólidos no município. O plano será revisto a cada quatro anos, sendo que a revisão deverá seguir diretrizes, metas e objetivos das políticas federais e estaduais de resíduos sólidos, de saneamento básico, de saúde pública e de meio ambiente e dos planos federais e estaduais de saneamento básico. A implantação e a revisão do plano deverão ser acompanhadas por uma comissão integrada de resíduos composta por funcionários públicos e sociedade civil, a ser criada.

Projetos de investimentos e recursos para o financiamento Os investimentos, por parte da SSRH, na RM de São Paulo, são muito significativos, uma vez que se trata da principal região do estado em termos de urbanização e concentração de atividades econômicas. Dentre os projetos em andamento, destacam-se:

PDAA O PDAA da RM de São Paulo previu, à época, investimentos da ordem de R$ 3,1 bilhões, no período de 2005 a 2025 para o Sistema Integrado de Abastecimento, incluindo produção, adução e reservação. Para os sistemas isolados, o plano prevê investimentos de R$ 200 milhões.

Estes recursos serão financiados pela Caixa, BNDES, Bird, recursos próprios, e ainda parte das obras serão feitas por meio de parceria público-privada (PPP).

Projeto Tietê O Projeto Tietê, um dos maiores programas de saneamento já realizado no Brasil, está na sua terceira etapa, devendo chegar em 2016 a US$ 2 bilhões, aplicados no aumento do saneamento básico na RM de São Paulo.

Até 2018, serão US$ 4 bilhões de investimentos, no projeto que atende as cidades operadas pela Sabesp, incluindo a quarta etapa do programa.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 112 04/12/2015 09:26:35 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 113

ˏˏ Programa de Saneamento Ambiental dos Mananciais do Alto Tietê (Programa Mananciais)10 O programa contará com investimento de US$ 238,63 milhões, que estarão distribuídos entre os tomadores do governo do estado e municípios, conforme mostra a tabela 20.

TABELA 20 Programa Mananciais: financiamento

Total Financiamento Contrapartida Tomador US$ % US$ % US$ % Estado 60,45 25,5 4,00 6,6 56,45 93,4 SSRH 19,77 - 3,00 - 16,77 - SMA 10,13 - 1,00 - 9,13 - CDHU 30,60 - 0,00 - 30,60 - Sabesp 123,73 52,1 100,00 80,0 23,73 20,0 PMSBC1 41,40 17,5 20,82 50,3 20,58 49,7 PMG2 11,73 4,9 6,06 51,7 5,67 48,3 Subtotal 237,31 100,0 130,88 55,2 106,43 44,8 Recursos não alocados 1,32 0,5 - - 1,32 100,0 Total 238,63 100,0 130,88 54,8 107,75 45,2

Fonte: Programa Mananciais-Manual Operacional/Volume I. Disponível em: . Acesso em: jul. 2013. Notas: 1 Prefeitura do Município de São Bernardo do Campo. 2 Prefeitura do Município de Guarulhos.

O Programa Mananciais é composto por dois grandes contratos de aporte de recursos financeiros:

a) Guarapiranga e Billings (Programa de Recuperação Ambiental de Mananciais, Urbanização de Favelas e Melhorias Urbanas – Guarapiranga e Billings) – Contrato de Repasse Ouvidoria-Geral da União (OGU) no 0227.535-53/2007 firmado entre a União e o governo do estado com valor total de R$ 869,31 milhões, aplicados em urbanizações nas bacias Guarapiranga e Billings, no município de São Paulo, com participação da prefeitura de São Paulo. b) Mananciais Bird (Programa de Saneamento Ambiental dos Mananciais da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê), com valor total de US$ 235 milhões, dos quais US$ 130 milhões financiados pelo Banco Mundial/Bird pelo empréstimo do governo do estado já assinado e em execução e pelo empréstimo das prefeituras de Guarulhos e de São Bernardo do Campo em fase de negociação com o Banco Mundial. O programa contempla investimentos em estruturação e recuperação urbana, preservação e recuperação ambiental, saneamento ambiental, bem como no aperfeiçoamento de instrumentos de gestão.

A Sabesp assinou seu Acordo de Empréstimo em 27/09/2009, efetivado em 24/03/2010, no valor de US$ 125 milhões, sendo US$ 100 milhões financiados.

O acordo com o governo do estado, com valor total de US$ 60,5 milhões, dos quais US$ 4 milhões financiados, foi assinado em 27/09/2010 com efetividade declarada em 21/12/2010. São executores a SSRH, a SMA e a CDHU.11

10. Fonte: Programa Mananciais-Síntese. Disponível em: . Acesso em: jun. 2013. 11. Disponível em: .

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 113 04/12/2015 09:26:35 114 Relatório de Pesquisa

ˏˏ Programa Córrego Limpo No Programa Córrego Limpo, estima-se que, até 2012, foram investidos mais de R$ 900 milhões, mas não existe informação oficial sobre esses investimentos.

ˏˏ Programa se Liga na Rede O programa prevê executar 192 mil novas conexões em todo estado, beneficiando cerca de 800 mil pessoas. Na RM de São Paulo serão 76,8 mil novas conexões. Serão investidos cerca de R$ 349,5 milhões ao longo de oito anos: 80% dos recursos custeados pelo governo do estado e os 20% restantes pela Sabesp.

A seguir, são apresentadas tabelas, destacando as ações previstas no PPA 2008-2011 para a SSRH. As quatro primeiras (21, 22, 23 e 24) contêm o detalhamento da execução orçamentária, que incide, direta ou indiretamente, no território da RM de São Paulo e, em seguida, a tabela 25 mostra o resumo dos investimentos do PPA 2008-2011, no âmbito da SSRH.

TABELA 21 39000: SSRH (2008)

Código Programa Execução – física1 (%) Dotação atual Liquidado % execução2 3904 Saneamento para todos 110,00 49.265,05 22.567,51 45,81 3906 Saneamento ambiental em mananciais de interesse regional 20,00 99.224,77 97.212,94 97,97 3907 Infraestrutura hídrica de saneamento e combate às enchentes 82,00 288.143,14 157.609,20 54,70 3913 Planejamento e administração dos recursos hídricos 800,00 7.247,36 3.663,02 50,54 3921 Programa estadual de energia e mineração 50,00 1.078,02 43,31 4,02 3925 Sistema de geração de energia elétrica 83,00 208.650,00 207.831,00 99,61 3929 Execução e gerenciamento de obras e gestão do patrimônio imobiliário 0,00 0,00 0,00 0,00 3930 Fortalecimento das competências reguladoras do estado em saneamento e energia 69,00 36.129,00 9.848,05 27,26 3931 Gestão administrativa em saneamento e energia 87,00 290.529,67 266.941,45 91,88 3932 Implantação da política estadual de saneamento 26,00 12.033,37 3.054,24 25,38 3933 Universalização do abastecimento de água e esgotamento sanitário urbano 110,00 2.133.683,00 1.645.209,00 77,11

Fonte: Secretaria de Planejamento e Gestão, 2013. Elaboração: Emplasa, 2013. Notas: 1 Média de execução das metas das ações do programa. 2 Percentual baseado na relação valores liquidados/dotação atual das ações dos programas.

TABELA 22 39000: SSRH (2009)

Código Programa Execução – física1 (%) Dotação atual Liquidado % execução2 3904 Saneamento para todos 0 26.000,01 5.831,64 20,70 3906 Saneamento ambiental em mananciais de interesse regional 70 170.640,41 52.447,50 30,74 3907 Infraestrutura hídrica de saneamento e combate às enchentes 64 120.528,33 107.448,57 89,15 3913 Planejamento e administração dos recursos hídricos 250 6.451,19 4.298,44 66,63 3921 Programa estadual de energia e mineração 483 482,09 193,62 40,16 3925 Sistema de geração de energia elétrica 65 144.504,86 222.888,85 154,24 3929 Execução e gerenciamento de obras e gestão do patrimônio imobiliário 65 200,01 0,00 0,00 3930 Fortalecimento das competências reguladoras do estado em saneamento e energia 128 21.669,67 7.360,16 33,97 3931 Gestão administrativa em saneamento e energia 100 255.462,00 231.529,77 90,63 3932 Implantação da política estadual de saneamento 22 18.420,25 5.688,48 30,88 3933 Universalização do abastecimento de água e esgotamento sanitário urbano 86 1.574.201,00 1.277.200,00 81,13

Fonte: Secretaria de Planejamento e Gestão, 2013. Elaboração: Emplasa, 2013. Notas: 1 Média de execução das metas das ações do programa. 2 Percentual baseado na relação valores liquidados/dotação atual das ações dos programas.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 114 04/12/2015 09:26:35 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 115

TABELA 23 39000: SSRH (2010)

Código Programa Execução – física1 (%) Dotação atual Liquidado % execução2 3904 Saneamento para todos 110,00 39.626,30 19.496,73 49,20 3906 Saneamento ambiental em mananciais de interesse regional 36,00 107.230,50 102.273,72 95,38 3907 Infraestrutura hídrica de saneamento e combate às enchentes 182,00 388.146,34 282.518,76 72,79 3913 Planejamento e administração dos recursos hídricos 300,00 4.210,05 1.631,74 38,76 3921 Programa estadual de energia e mineração 38,00 5.058,92 2.824,18 55,83 3925 Sistema de geração de energia elétrica 79,00 206.743,01 188.673,00 91,26 3929 Execução e gerenciamento de obras e gestão do patrimônio imobiliário 0,00 0,00 0,00 0,00 3930 Fortalecimento das competências reguladoras do estado em saneamento e energia 90,00 46.032,94 10.533,43 22,88 3931 Gestão administrativa em saneamento e energia 90,00 325.587,47 295.272,16 90,69 3932 Implantação da política estadual de saneamento 121,00 32.423,36 11.323,38 34,92 3933 Universalização do abastecimento de água e esgotamento sanitário urbano 107,00 1.860.909,00 1.513.605,00 81,34 Fonte: Secretaria de Planejamento e Gestão. Elaboração: Emplasa, 2013. Notas: 1 Média de execução das metas das ações do programa. 2 Percentual baseado na relação valores liquidados/dotação atual das ações dos programas.

TABELA 24 39000: SSRH (2011)

Código Programa Execução – física1 (%) Dotação atual Liquidado % execução2 2611 Gestão dos recursos hídricos 0,00 101.143,95 80.432,52 79,52 3904 Saneamento para todos 48,00 77.493,33 49.082,91 63,34 3906 Saneamento ambiental em mananciais de interesse regional 10,00 91.784,79 80.015,67 87,18 3907 Infraestrutura hídrica de saneamento e combate às enchentes 82,00 681.388,73 392.283,59 57,57 3913 Planejamento e administração dos recursos hídricos 100,00 8.800,02 1.942,62 22,08 3921 Programa estadual de energia e mineração 0,00 0,00 0,00 0,00 3925 Sistema de geração de energia elétrica 50,00 446.043,20 0,00 0,00 3929 Execução e gerenciamento de obras e gestão do patrimônio imobiliário 0,00 0,00 0,00 0,00 3930 Fortalecimento das competências reguladoras do estado em saneamento e energia 0,00 2.346,57 2.346,56 100,00 3931 Gestão administrativa em saneamento e energia 50,00 323.112,73 316.612,56 97,99 3932 Implantação da política estadual de saneamento 19,00 34.309,57 8.320,18 24,25 3933 Universalização do abastecimento de água e esgotamento sanitário urbano 97,00 1.978.007,00 1.534.137,00 77,56 Fonte: Secretaria de Planejamento e Gestão. Elaboração: Emplasa, 2013. Notas: 1 Média de execução das metas das ações do programa. 2 Percentual baseado na relação valores liquidados/dotação atual das ações dos programas.

TABELA 25 Resumo dos investimentos em saneamento ambiental (PPA 2008-2011)

Código Programa Valor (R$) 2008-2011 Valor investido (R$) 3906 Saneamento ambiental em mananciais de interesse regional 319.906.174,00 331.949,83 3907 Infraestrutura hídrica de saneamento e combate às enchentes 656.640.843,00 939.860,12 3913 Planejamento e administração dos recursos hídricos 44.782.900,00 11.535,82 3921 Programa estadual de energia e mineração 17.394.224,00 3.061,11 3925 Sistema de geração de energia elétrica 538.958.927,00 619.392,85 3929 Execução e gerenciamento de obras e gestão do patrimônio imobiliário 156.052.388,00 0,00 3930 Fortalecimento das competências reguladoras do estado em saneamento e energia 92.462.128,00 30.088,20 3931 Gestão administrativa em saneamento e energia 909.315.218,00 1.110.355,94 3932 Implantação da política estadual de saneamento 648.414.941,00 28.386,28 3933 Universalização do abastecimento de água e esgotamento sanitário urbano 22.605.004.344,00 5.920.151,00 Fonte: Secretaria de Planejamento e Gestão – PPA 2008-2011. Elaboração: Emplasa, 2013.

A seguir, a tabela 26 apresenta os programas prioritários da SSRH para o PPA 2012-2015.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 115 04/12/2015 09:26:35 116 Relatório de Pesquisa

TABELA 26 SSRH (PPA 2012-2015)

Código Programa Recursos orçamentários Demais recursos Total 3904 Saneamento para todos 222.358.983,00 222.358.983,00 3906 Saneamento ambiental em mananciais de interesse regional 4.051.187.617,00 4.051.187.617,00 3907 Infraestrutura hídrica de saneamento e combate às enchentes 1.482.855.668,00 1.000.000.000,00 2.982.855.668,00 3913 Planejamento e administração dos recursos hídricos 39.530.576,00 0,00 39.530.576,00 3931 Gestão administrativa em saneamento e recursos hídricos 1.338.417.895,00 0,00 1.338.417.895,00 3932 Planejamento e promoção do saneamento no estado 124.000.082,00 0,00 124.000.082,00 3933 Universalização do abastecimento de água e esgotamento sanitário urbano 4.492,00 44.740.987.767,00 44.740.992.259,00 3934 Gestão dos recursos hídricos 451.827.732,00 600.000,00 452.427.732,00

Fonte: Secretaria de Planejamento e Gestão – PPA 2012-2015. Elaboração: Emplasa, 2013.

Na tabela 27, são apresentados os investimentos do PAC para os municípios da RM de São Paulo, que totalizam cerca de R$ 8 bilhões.

TABELA 27 RM de São Paulo: investimento em saneamento ambiental – PAC

Órgão de Valor total dos Município Tipo de empreendimento Executor Estágio acompanhamento investimentos Ministério das Água em áreas urbanas Município Em obras 10.120.737,21 Cidades (MCidades) Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em obras 3.463.074,00 Saneamento Município MCidades Em obras 2.661.629,56 Saneamento Município MCidades Em obras 422.345,94 Cooperativa de Reciclagem Saneamento Funasa Ação preparatória Cidade Limpa Água em áreas urbanas Município MCidades Em obras 5.066.639,85 Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em obras 13.109.709,58 Saneamento Município MCidades Em obras 34.674.035,83 Água em áreas urbanas Município MCidades Em obras 3.062.951,76 Saneamento Município MCidades Em obras 1.100.091,76 Água em áreas urbanas Município MCidades Em licitação de obra Cooperativa Central de Catadores de Materiais Saneamento Funasa Ação preparatória Recicláveis do Grande ABC Diadema (Coopcent) Água em áreas urbanas Município MCidades Em licitação de projeto Água em áreas urbanas Município MCidades Em obras 5.800.835,46 Saneamento Município MCidades Em licitação de projeto Saneamento Município MCidades Concluído 4.520.129,27 Em execução (plano, Prevenção em áreas de risco Município MCidades projeto, estudo, assist. 250.000,00 técnica, desv. institucional) Saneamento Município MCidades Em obras 5.080.727,84 Água em áreas urbanas Município MCidades Em obras 6.218.281,42 Saneamento Município MCidades Em licitação de projeto Saneamento Município MCidades Em obras 4.900.000,00 Saneamento Município MCidades Em obras 5.506.090,61 Em execução (plano, Saneamento Município MCidades projeto, estudo, assist. 6.397.862,55 técnica, desv. institucional) (Continua)

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 116 04/12/2015 09:26:35 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 117

(Continuação) Órgão de Valor total dos Município Tipo de empreendimento Executor Estágio acompanhamento investimentos Ferraz Vasconcelos Saneamento Município MCidades Em obras 30.274.400,00 Prevenção em áreas de risco Município MCidades Ação preparatória Prevenção em áreas de risco Município MCidades Ação preparatória Saneamento Município MCidades Em obras 419.947,52 Francisco Morato Água em áreas urbanas Sabesp MCidades Ação preparatória Saneamento Sabesp MCidades Em obras 55.323.910,41 Água em áreas urbanas Sabesp MCidades Em obras 7.917.294,60 Saneamento Sabesp MCidades Em obras 45.990.943,50 Franco da Rocha Saneamento Município MCidades Em obras 250.268,99 Água em áreas urbanas Sabesp MCidades Ação preparatória Saneamento Município Funasa Em obras 2.739.051,24 Guararema Prevenção em áreas de risco Município MCidades Concluído 23.432.074,04 Em execução (plano, Saneamento Município MCidades projeto, estudo, assist. 13.045.973,10 técnica, desv. institucional) Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em obras 22.587.408,26 Prevenção em áreas de risco Município MCidades Ação preparatória Saneamento Município MCidades Em obras 32.913.960,28 Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em licitação de obra Prevenção em áreas de risco Município MCidades Ação preparatória Saneamento Município MCidades Em obras 46.088.145,13 Saneamento Município MCidades Em obras 72.072.093,76 Saneamento Município MCidades Em obras 94.440.863,02 Em execução (plano, Saneamento Município MCidades projeto, estudo, assist. 45.417.986,14 Guarulhos técnica, desv. institucional) Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em obras 132.505.861,87 Saneamento Município MCidades Ação preparatória Saneamento Município MCidades Em obras 84.636.803,66 Saneamento Estado MCidades Em obras 67.628.892,78 Saneamento Município MCidades Em obras 143.207.577,55 Saneamento Município MCidades Em obras 126.476.166,34 Saneamento Município MCidades Em obras 12.601.400,00 Prevenção em áreas de risco Município MCidades Ação preparatória Prevenção em áreas de risco Município MCidades Ação preparatória Saneamento Município MCidades Em obras 31.334.676,76 Pavimentação Município MCidades Ação preparatória Em execução (plano, Prevenção em áreas de risco Município MCidades projeto, estudo, assist. 330.000,00 técnica, desv. institucional) Em execução (plano, Prevenção em áreas de risco Município MCidades projeto, estudo, assist. 110.000,00 Itapecerica da técnica, desv. institucional) Serra Saneamento Município MCidades Em obras 732.084,13 Saneamento Município Funasa Ação preparatória Cooperativa de Trabalho Saneamento dos Recicladores de Funasa Ação preparatória Itapecerica da Serra (Cris) (Continua)

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 117 04/12/2015 09:26:36 118 Relatório de Pesquisa

(Continuação) Órgão de Valor total dos Município Tipo de empreendimento Executor Estágio acompanhamento investimentos Saneamento Sabesp MCidades Ação preparatória Pavimentação Município MCidades Em obras 10.055.780,28 Água em áreas urbanas Sabesp MCidades Concluído 1.618.211,36 Itapevi Pavimentação Município MCidades Em obras 11.453.753,43 Água em áreas urbanas Sabesp MCidades Em obras 5.600.000,00 Água em áreas urbanas Sabesp MCidades Em obras 5.600.000,00 Em execução (plano, Saneamento Município MCidades projeto, estudo, assist. 347.826,10 técnica, desv. institucional) Itaquaquecetuba Prevenção em áreas de risco Município MCidades Ação preparatória Saneamento Sabesp MCidades Em obras 27.132.000,00 Água em áreas urbanas Sabesp MCidades Em obras 2.400.000,00 Prevenção em áreas de risco Município MCidades Ação preparatória Jandira Prevenção em áreas de risco Município MCidades Ação preparatória Saneamento Sabesp MCidades Ação preparatória Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em licitação de obra Saneamento Foz de Mauá S/A MCidades Em obras 150.253.379,00 Em execução (plano, Prevenção em áreas de risco Município MCidades projeto, estudo, assist. 300.000,00 técnica, desv. institucional) Mauá Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em obras 22.504.859,94 Água em áreas urbanas Município MCidades Em licitação de projeto Prevenção em áreas de risco Estado MCidades Ação preparatória Água em áreas urbanas Município MCidades Em obras 7.062.948,33 Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em obras 44.348.248,02 Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em obras 39.230.000,00 Saneamento Município MCidades Em obras 15.784.417,88 Pavimentação Município MCidades Em obras 5.819.240,53 Em execução (plano, Saneamento Município MCidades projeto, estudo, assist. 380.000,00 técnica, desv. institucional) Água em áreas urbanas Município MCidades Em obras 3.410.000,00 Urbanização de assentamentos Município MCidades Ação preparatória precários Mogi das Cruzes Urbanização de assentamentos Município MCidades Em obras 1.175.473,41 precários Pavimentação Município MCidades Em obras 6.913.249,66 Em execução (plano, Saneamento Município MCidades projeto, estudo, assist. 120.000,00 técnica, desv. institucional) Urbanização de assentamentos Município MCidades Ação preparatória precários Saneamento Município MCidades Em obras 21.363.087,31 Em execução (plano, Urbanização de assentamentos Município MCidades projeto, estudo, assist. 47.759,46 precários técnica, desv. institucional) Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em licitação de obra Saneamento Sabesp MCidades Em obras 4.690.514,24 Água em áreas urbanas Sabesp MCidades Em obras 2.900.000,00 Osasco Urbanização de assentamentos Município MCidades Em obras 22.827.976,60 precários Urbanização de assentamentos Município MCidades Em obras 12.576.307,79 precários (Continua)

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 118 04/12/2015 09:26:36 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 119

(Continuação) Órgão de Valor total dos Município Tipo de empreendimento Executor Estágio acompanhamento investimentos Água em áreas urbanas Sabesp MCidades Em obras 8.915.964,99 Prevenção em áreas de risco Município MCidades Ação preparatória Saneamento Município MCidades Em obras 45.746.382,17 Urbanização de assentamentos Município MCidades Em licitação de projeto precários Saneamento Sabesp MCidades Em obras 1.450.402,63 Urbanização de assentamentos Sabesp MCidades Em licitação de obra precários Osasco Saneamento Município MCidades Em obras 70.947.843,85 Saneamento Sabesp MCidades Em obras 3.353.965,61 Saneamento Município MCidades Em obras 28.310.806,17 Urbanização de assentamentos Município MCidades Em licitação de obra precários Cooperativa de Catadores Saneamento Cooperando com a Funasa Ação preparatória Natureza (Coopernatuz) Em execução (plano, Urbanização de assentamentos Município MCidades projeto, estudo, assist. 99.587,62 precários técnica, desv. institucional) Pavimentação Município MCidades Em obras 6.370.000,00 Cooperativa de Trabalho Ribeirão Pires dos Catadores de Materiais Saneamento Funasa Ação preparatória Recicláveis de Ribeirão Pires (Cooperpires) Saneamento Município MCidades Concluído 327.891,27 Saneamento Sabesp MCidades Em obras 8.923.566,74 Saneamento Sabesp MCidades Ação preparatória Prevenção em áreas de risco Sabesp MCidades Ação preparatória Em execução (plano, Prevenção em áreas de risco Município MCidades projeto, estudo, assist. 150.000,00 técnica, desv. institucional) Urbanização de assentamentos Município MCidades Concluído 79.945,04 Santana de precários Parnaíba Em execução (plano, Saneamento Município MCidades projeto, estudo, assist. 326.086,96 técnica, desv. institucional) Água em áreas urbanas Sabesp MCidades Em obras 5.180.000,00 Associação dos Catadores Saneamento Autônomos de Materiais Funasa Ação preparatória Recicláveis da Vila Esperança Urbanização de assentamentos Município MCidades Ação preparatória precários Urbanização de assentamentos Estado MCidades Ação preparatória precários Urbanização de assentamentos Estado MCidades Em obras 126.552.000,00 precários Saneamento Município Funasa Em obras 24.094,17 Saneamento Sabesp MCidades Em obras 10.000.000,00 Santo André Urbanização de assentamentos Estado MCidades Em obras precários Urbanização de assentamentos Município MCidades Ação preparatória precários Urbanização de assentamentos Município MCidades Em obras 38.823.381,65 precários Urbanização de assentamentos Município MCidades Em obras 6.553.972,56 precários (Continua)

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 119 04/12/2015 09:26:36 120 Relatório de Pesquisa

(Continuação) Órgão de Valor total dos Município Tipo de empreendimento Executor Estágio acompanhamento investimentos Urbanização de assentamentos Município MCidades Em obras 2.469.729,24 precários Saneamento Município MCidades Em obras 979.953,62 Em execução (plano, Saneamento Município MCidades projeto, estudo, assist. 8.683.186,55 técnica, desv. institucional) Urbanização de assentamentos Município MCidades Em obras 4.195.577,80 precários Saneamento Município MCidades Em obras 52.414.695,94 Urbanização de assentamentos Município MCidades Ação preparatória precários Urbanização de assentamentos Estado MCidades Em obras 36.209.200,00 precários Saneamento Município MCidades Em obras 13.124.570,13 Prevenção em áreas de risco Município MCidades Concluído 4.389.644,47 Santo André Em execução (plano, Saneamento Município MCidades projeto, estudo, assist. 7.630.000,00 técnica, desv. institucional) Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em licitação de obra Prevenção em áreas de risco Estado MCidades Em obras 21.716.666,87 Saneamento Município MCidades Em obras 68.222.445,73 Urbanização de assentamentos Município MCidades Em obras 50.477.544,92 precários Prevenção em áreas de risco Município MCidades Concluído 7.777.944,63 Urbanização de assentamentos Município MCidades Em licitação de projeto precários Saneamento Município MCidades Em obras 9.771.310,58 Saneamento Município MCidades Em obras 16.005.097,50 Saneamento Município MCidades Em obras 5.632.559,73 Água em áreas urbanas Sabesp MCidades Concluído 13.379.135,84 Urbanização de assentamentos Município MCidades Em obras 59.748.328,51 precários Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em obras 15.596.031,33 Urbanização de assentamentos Município MCidades Em obras 81.153.829,90 precários Saneamento Município MCidades Em obras 95.000.000,00 Prevenção em áreas de risco Estado MCidades Em licitação de obra Urbanização de assentamentos Município MCidades Em obras 59.814.437,97 precários Associação de Catadores de Papel, Papelão e São Bernardo do Saneamento Material Reciclável Funasa Ação preparatória Campo do Bairro Assunção e Adjacências – Refazendo Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em obras 10.068.212,08 Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em obras 33.579.180,46 Saneamento Sabesp MCidades Em obras 14.452.921,24 Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em obras 35.553.478,09 Urbanização de assentamentos Município MCidades Ação preparatória precários Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em licitação de obra Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em obras 27.017.347,30 Urbanização de assentamentos Município MCidades Em obras 25.367.612,53 precários (Continua)

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 120 04/12/2015 09:26:36 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 121

(Continuação) Órgão de Valor total dos Município Tipo de empreendimento Executor Estágio acompanhamento investimentos Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em obras 30.822.070,41 Urbanização de assentamentos Município MCidades Em obras 14.803.523,81 precários Prevenção em áreas de risco Município MCidades Ação preparatória Urbanização de assentamentos Município MCidades Ação preparatória precários Em execução (plano, Urbanização de assentamentos Município MCidades projeto, estudo, assist. 673.140,00 precários técnica, desv. institucional) Urbanização de assentamentos Município MCidades Em obras 53.424.711,81 precários Urbanização de assentamentos Estado MCidades Em obras 26.750.000,00 precários São Bernardo do Urbanização de assentamentos Município MCidades Ação preparatória Campo precários Prevenção em áreas de risco Município MCidades Ação preparatória Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em obras 22.557.470,87 Urbanização de assentamentos Município MCidades Em obras 34.194.712,94 precários Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em obras 98.385.549,85 Urbanização de assentamentos Município MCidades Concluído 81.245,04 precários Saneamento Município MCidades Em obras 68.374.586,02 Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em obras 18.374.398,75 Prevenção em áreas de risco Município MCidades Concluído 16.249.278,10 Urbanização de assentamentos Município MCidades Em obras 44.820.687,40 precários São Caetano Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em obras 12.000.000,00 do Sul Em execução (plano, Urbanização de assentamentos Município MCidades projeto, estudo, assist. 30.857,77 precários São Lourenço da técnica, desv. institucional) Serra Em execução (plano, Água em áreas urbanas Município MCidades projeto, estudo, assist. 943.200,00 técnica, desv. institucional) Saneamento Sabesp MCidades Em obras 17.349.000,00 Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em licitação de obra Urbanização de assentamentos Município MCidades Em obras 105.996.063,97 precários Agência Nacional de Ministério dos Ferrovia Transportes Terrestres Concluído 4.000.000,00 Transportes (ANTT) Mobilidade urbana MCidades Ação preparatória Saneamento Sabesp MCidades Em obras 14.157.000,00 Logística Ambiental de São Saneamento MCidades Concluído 28.697.542,11 Paulo S.A. (Loga) São Paulo Água em áreas urbanas Sabesp MCidades Em obras 27.800.000,00 Água em áreas urbanas Sabesp MCidades Ação preparatória Água em áreas urbanas Sabesp MCidades Ação preparatória Urbanização de assentamentos Estado MCidades Em obras 951.374.198,86 precários Saneamento Estado MCidades Em obras 94.130.644,61 Água em áreas urbanas Sabesp MCidades Em obras 25.000.000,00 Urbanização de assentamentos Estado MCidades Concluído 2.126.223,35 precários Água em áreas urbanas Sabesp MCidades Ação preparatória (Continua)

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 121 04/12/2015 09:26:36 122 Relatório de Pesquisa

(Continuação) Órgão de Valor total dos Município Tipo de empreendimento Executor Estágio acompanhamento investimentos Saneamento Município MCidades Em obras 6.920.666,58 Urbanização de assentamentos Estado MCidades Em licitação de obra precários Cooperativa Regional de Coleta Seletiva e Saneamento Funasa Ação preparatória Reciclagem da Região Oeste – Cooperação Em execução (plano, Urbanização de assentamentos Estado MCidades projeto, estudo, assist. 1.004.104,35 precários técnica, desv. institucional) Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em licitação de obra Saneamento Município MCidades Em obras 23.086.000,00 Saneamento Sabesp MCidades Em obras 1.032.641.864,00 Água em áreas urbanas Sabesp MCidades Ação preparatória Urbanização de assentamentos Município MCidades Em obras 238.276.403,81 precários Urbanização de assentamentos Estado MCidades Em obras 80.561.400,00 precários Saneamento Município MCidades Em obras 80.000.000,00 Saneamento Sabesp MCidades Em obras 15.937.369,51 Saneamento Funasa Funasa Concluído 44.125,19 Saneamento Funasa Funasa Concluído 44.125,19 Cooperativa de Produção, Coleta, Triagem e Beneficiamento de Saneamento Funasa Ação preparatória Materiais Recicláveis Nova Esperança – Projeto Pantanal Urbanização de assentamentos São Paulo Estado MCidades Em licitação de obra precários Saneamento Sabesp MCidades Ação preparatória Urbanização de assentamentos Estado MCidades Em obras 15.477.447,15 precários Cooperativa de Trabalhadores Saneamento Funasa Ação preparatória de Reciclagem e Beneficiamento – Crescer Urbanização de assentamentos Estado MCidades Em obras 93.958.467,81 precários Prevenção em áreas de risco Estado MCidades Ação preparatória Urbanização de assentamentos Estado MCidades Em obras 22.305.191,60 precários Mobilidade urbana MCidades Ação preparatória Ministério dos Rodovias Governo do ESP Em licitação de obra Transportes Urbanização de assentamentos Estado MCidades Em obras 15.846.710,64 precários Urbanização de assentamentos Estado MCidades Em obras 15.846.710,64 precários Saneamento Município MCidades Concluído 41.263.356,66 Urbanização de assentamentos Município MCidades Concluído 188.685.665,42 precários Saneamento Ecourbis MCidades Em obras 113.528.051,91 Água em áreas urbanas Sabesp MCidades Em licitação de obra Saneamento Sabesp MCidades Concluído 48.000.000,00 Água em áreas urbanas Sabesp MCidades Em obras 69.044.084,52 Água em áreas urbanas Sabesp MCidades Em obras 3.500.000,00 (Continua)

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 122 04/12/2015 09:26:36 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 123

(Continuação) Órgão de Valor total dos Município Tipo de empreendimento Executor Estágio acompanhamento investimentos Água em áreas urbanas Sabesp MCidades Em obras 21.903.975,35 Urbanização de assentamentos Estado MCidades Em licitação de obra precários Saneamento Município MCidades Em obras 28.043.867,16 Urbanização de assentamentos Município MCidades Em obras 89.750.892,00 precários Urbanização de assentamentos Município MCidades Em obras 223.641.299,92 precários Saneamento Município MCidades Em obras 26.636.813,44 Saneamento Município MCidades Em obras 93.853.408,17 Urbanização de assentamentos Município MCidades Em licitação de obra precários Água em áreas urbanas Sabesp MCidades Em licitação de obra Urbanização de assentamentos São Paulo Estado MCidades Em obras 130.600.000,00 precários Água em áreas urbanas Funasa Funasa Concluído 38.496,71 Urbanização de assentamentos Estado MCidades Ação preparatória precários Saneamento Município MCidades Em obras 29.537.201,79 Saneamento Sabesp MCidades Ação preparatória Urbanização de assentamentos Município MCidades Em obras 10.182.344,39 precários Saneamento Sabesp MCidades Em obras 28.000.000,00 Saneamento Sabesp MCidades Em licitação de obra Cooperativa de Produção dos Trabalhadores em Saneamento Funasa Ação preparatória Materiais Recicláveis de São Paulo Em execução (plano, Urbanização de assentamentos Município MCidades projeto, estudo, assist. 74.985,04 precários técnica, desv. institucional) Em execução (plano, Urbanização de assentamentos Central Pró Moradia MCidades projeto, estudo, assist. 45.132,90 precários Suzanense técnica, desv. institucional) Saneamento Município MCidades Em obras 10.571.495,52 Centro de Trabalhos para Urbanização de assentamentos o Ambiente Habitado – MCidades Concluído 45.486,86 Suzano precários Usina Água em áreas urbanas CAB spat MCidades Concluído 396.579.628,00 Urbanização de assentamentos Município MCidades Ação preparatória precários Urbanização de assentamentos Usina MCidades Concluído 27.289,03 precários Urbanização de assentamentos Município MCidades Em obras 18.822.440,00 precários Em execução (plano, Urbanização de assentamentos Município MCidades projeto, estudo, assist. 51.127,46 precários técnica, desv. institucional) Em execução (plano, Urbanização de assentamentos Taboão da Serra Município MCidades projeto, estudo, assist. 51.127,46 precários técnica, desv. institucional) Saneamento Município MCidades Em obras 1.260.000,00 Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em obras 27.244.791,79 (Continua)

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 123 04/12/2015 09:26:36 124 Relatório de Pesquisa

(Continuação) Órgão de Valor total dos Município Tipo de empreendimento Executor Estágio acompanhamento investimentos Urbanização de assentamentos Município MCidades Em obras 8.417.451,49 precários Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em obras 5.931.173,35 Saneamento Município MCidades Em obras 35.319.900,00 Em execução (plano, Urbanização de assentamentos Município MCidades projeto, estudo, assist. 51.127,46 precários técnica, desv. institucional) Saneamento Sabesp MCidades Ação preparatória Em execução (plano, Urbanização de assentamentos Município MCidades projeto, estudo, assist. 39.988,67 precários técnica, desv. institucional) Saneamento Sabesp MCidades Em licitação de obra Prevenção em áreas de risco Município MCidades Concluído 10.195.100,40 Em execução (plano, Urbanização de assentamentos Município MCidades projeto, estudo, assist. 96.798,67 precários técnica, desv. institucional) Prevenção em áreas de risco Município MCidades Ação preparatória Em execução (plano, Urbanização de assentamentos Município MCidades projeto, estudo, assist. 35.988,67 Taboão da Serra precários técnica, desv. institucional) Em execução (plano, Urbanização de assentamentos Município MCidades projeto, estudo, assist. 38.518,67 precários técnica, desv. institucional) Saneamento Município MCidades Concluído 456.579,95 Urbanização de assentamentos Município MCidades Ação preparatória precários Em execução (plano, Urbanização de assentamentos Município MCidades projeto, estudo, assist. 23.989,88 precários técnica, desv. Inst Saneamento Município MCidades Concluído 950.500,00 Prevenção em áreas de risco Município MCidades Em obras 67.767.351,09 Em execução (plano, Urbanização de assentamentos Município MCidades projeto, estudo, assist. 38.518,67 precários técnica, desv. institucional) Saneamento Sabesp MCidades Em obras 15.960.000,00 Prevenção em áreas de risco Município MCidades Ação preparatória Urbanização de assentamentos Município MCidades Em licitação de obra precários Saneamento Sabesp MCidades Em obras 13.162.486,39 Em execução (plano, Vargem Paulista Urbanização de assentamentos Município MCidades projeto, estudo, assist. 67.985,04 precários técnica, desv. institucional) Total RM de 7.887.917.605,49 São Paulo

Fonte: MCidades – PAC 2012.

Controle social A gestão do saneamento e dos recursos hídricos no ESP conta com três estruturas colegiadas principais: o Conesan, o CRH e os CBHs, que desempenham o papel de controle social destas políticas.

O Conesan (Lei Complementar no 1.025/2007) é um órgão consultivo e deliberativo. Sua composição é paritária e possui 33 cadeiras, divididas entre o estado, os municípios e a sociedade civil, todos com direito a voto. Do estado participam a SSRH, cujo titular preside o colegiado, e as secretaria da Saúde, da Habitação, de Economia e Planejamento,

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do Meio Ambiente e de Desenvolvimento, a Procuradoria Geral do Estado, a Sabesp, a Emplasa, a Agência Metropolitana de Campinas – AgemCamp e a Agem. Além destes, mais onze representantes das prefeituras, eleitos em conformidade com o agrupamento territorial estabelecido para a composição do segmento municipal do CRH. Da sociedade civil, onze representantes: um de consumidores residenciais de serviços públicos de saneamento básico; dois de ONGs sem fins lucrativos, dedicadas direta ou indiretamente à promoção do desenvolvimento urbano, do saneamento básico e da saúde pública ou a proteção, recuperação e preservação do meio ambiente; um de sindicatos de trabalhadores do setor de saneamento básico; um de entidades federativas comerciais ou industriais; dois de entidades associativas de operadores de serviços públicos de saneamento básico; dois de entidades associativas de profissionais do setor de saneamento básico; um de entidades associativas de empresas de consultoria de meio ambiente e de construção de obras de saneamento básico; e um de entidades associativas de empresas de fabricação e comercialização de produtos industriais utilizados em saneamento básico.

As principais atribuições do Conesan, definidas no Decreto Estadual on 54.644/2009, são as seguintes: discutir e aprovar as propostas do PPA de Saneamento e do Plano Executivo Estadual de Saneamento; discutir e enviar ao governador do estado subsídios para a formulação de diretrizes gerais tarifárias para regulação dos serviços de saneamento básico de titularidade estadual; avaliar o relatório sobre a situação da salubridade ambiental no estado; e acompanhar a aplicação dos recursos financeiros do Fesan.

O CRH é o colegiado central do SIGRH, cujo objetivo é promover a gestão descentralizada, integrada e participativa dos recursos hídricos. Órgão de coordenação e de integração participativa, instituído pelo Decreto Estadual no 27.576/1987, tem como incumbências dar suporte à Política Estadual de Recursos Hídricos, à estruturação do SIGRH e à elaboração do PERH.

O CRH é composto por 33 conselheiros, sendo 11 representantes de cada segmento – estado, municípios e sociedade civil. Do estado: Saneamento e Recursos Hídricos, que o preside; Meio Ambiente, que ocupa a vice-presidência; Educação; Planejamento e Desenvolvimento Regional; Agricultura e Abastecimento; Saúde; Logística e Transportes; Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia; Esportes, Lazer e Turismo; Fazenda; Energia. Dos municípios: representantes de grupos de bacias hidrográficas. Da sociedade civil: usuários industriais de recursos hídricos; usuários agroindustriais de recursos hídricos; usuários agrícolas de recursos hídricos; usuários de recursos hídricos do setor de geração de energia; usuários de recursos hídricos para abastecimento público; associações especializadas em recursos hídricos, sindicatos ou organizações de trabalhadores em recursos hídricos, entidades associativas de profissionais de nível superior relacionadas com recursos hídricos; entidades ambientalistas ou de defesa de interesses difusos. Outras entidades da sociedade civil e do próprio estado também podem ser convidadas a integrar o CRH, mas sem direito a voto.

As principais atribuições do CRH, definidas na Deliberação on 01/1993 que estabeleceu o Regimento Interno, são as seguintes: discutir e aprovar propostas de projetos de lei referentes ao PERH, assim como as que devam ser incluídas nos projetos de lei sobre PPA, as diretrizes orçamentárias e orçamento anual do estado; aprovar o relatório sobre a situação dos recursos hídricos no ESP; exercer funções normativas e deliberativas relativas a formulação, implantação e acompanhamento da Política Estadual de Recursos Hídricos; estabelecer critérios e normas relativos ao rateio, entre os beneficiados, dos custos das obras

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de uso múltiplo dos recursos hídricos ou de interesse comum ou coletivo; estabelecer diretrizes para formulação de programas anuais e plurianuais de aplicação de recursos do Fehidro; efetuar o enquadramento dos corpos d’água em classes de uso preponderante, com base nas propostas dos CBHs, compatibilizando-as em relação às repercussões interbacias e arbitrando os eventuais conflitos decorrentes; decidir, originariamente, os conflitos entre os CBHs, com recurso, em último grau, ao chefe do Poder Executivo, no prazo de trinta dias contados da data de publicação da decisão no Diário Oficial do Estado de São Paulo.

O SIGRH também possui colegiados regionais, denominados CBHs, que também são tripartites. Esses fóruns deliberativos estabelecem prioridades de ações e investimentos, promovem a recuperação ambiental das bacias e o uso equilibrado dos recursos hídricos. A gestão dos recursos hídricos é realizada de forma descentralizada e adota a bacia hidrográfica como unidade de planejamento e gerenciamento, também denominada UGRHI.

O ESP possui 22 UGRHIs, sendo que a unidade de gerenciamento da bacia do Alto Tietê coincide quase integralmente com o território da RM de São Paulo. O Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê (CBH-AT) é composto por 34 municípios, todos localizados na RM de São Paulo. São eles: Arujá, Barueri, Biritiba Mirim, Caieiras, Cajamar, Carapicuíba, Cotia, Diadema, Embu das Artes, Embu-Guaçu, Ferraz de Vasconcelos, Francisco Morato, Franco da Rocha, Guarulhos, Itapecerica da Serra, Itapevi, Itaquaquecetuba, Jandira, Mairiporã, Mauá, Mogi das Cruzes, Osasco, Pirapora do Bom Jesus, Poá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Salesópolis, Santana do Parnaíba, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Paulo, Suzano e Taboão da Serra.

Na RM de São Paulo a gestão dos recursos hídricos é feita pelo CBH-AT, que tem sua estrutura composta pelo Plenário, Secretaria Executiva, Subcomitês e Câmaras Técnicas. Os subcomitês existentes no CBH-AT são: Cotia-Guarapiranga; Billings-Tamanduateí; Tietê-Cabeceiras; Juqueri-Cantareira; Pinheiros-Pirapora.

Além disso, o CBH-AT possui as seguintes Câmaras Técnicas para discussões temáticas: Planejamento e Gestão (CTPG); Saneamento Ambiental (CTSA); Drenagem, Aproveitamentos Hidráulicos e Regras Operativas (CTDR); Águas Subterrâneas (CTAS); Educação Ambiental (CTEA). De acordo com o estatuto do CBH-AT, suas atribuições são, entre outras:

• aprovar o plano da bacia hidrográfica e os PDPAs; • aprovar as propostas de delimitação das APRMs; • propor critérios e aprovar a proposta de programas anuais e plurianuais de aplicação de recursos financeiros quando relacionados com recursos hídricos; • propor critérios e valores a serem cobrados pela utilização dos recursos hídricos contidos na bacia hidrográfica do Alto Tietê; • aprovar os planos e programas a serem executados com recursos obtidos da cobrança pela utilização dos recursos hídricos da bacia hidrográfica; • aprovar a proposta de plano de utilização, conservação, proteção e recuperação dos recursos hídricos da bacia hidrográfica, • deliberar sobre a proposta para o enquadramento dos corpos d’água em classes de uso preponderantes;

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• manifestar-se sobre as propostas de criação de áreas de intervenção e respectivas diretrizes e normas ambientais e urbanísticas de interesse regional; • recomendar diretrizes para as políticas setoriais dos organismos e entidades que atuam nas APRMs, promovendo a integração e a otimização das ações, bem como alterações em políticas, ações, planos e projetos setoriais a serem implantados nas APRMs;. • acompanhar a execução da Política Estadual de Recursos Hídricos, na área de atuação do CBH-AT, formulando sugestões e oferecendo subsídios aos órgãos que compõem o SIGRH; • propor a elaboração e implementação de plano emergencial de controle de qualidade e quantidade dos recursos hídricos da unidade hidrográfica, para garantir a qualidade dos recursos hídricos em sua área de atuação, se necessário; • apreciar e manifestar-se, junto ao CRH, sobre a aplicação de recursos arrecadados em outras bacias, na bacia hidrográfica do Alto Tietê, ou em ações e obras que possam afetar a mesma; e • acompanhar e participar da gestão das APRMs – de acordo com o estabelecido na Lei Estadual no 9.866/1997. Além da bacia do Alto Tietê, fazem parte da RM de São Paulo as bacias dos rios Paraíba, Juquiá, Sorocaba, Jundiaí e Médio Tietê e, por parte das que compõem a Vertente Atlântica. Essas bacias compõem as UGRHIs do Paraíba do Sul, Ribeira do Iguape-Litoral Sul,Tietê- Sorocaba e Baixada Santista, respectivamente.

Os municípios de Juquitiba e São Lourenço da Serra integram a UGRHI 11 – Ribeira de Iguape e Litoral Sul. Os municípios de Guararema e Santa Isabel integram a UGRHI 2 – Paraíba do Sul. O município de Vargem Grande Paulista integra a UGRHI 10 – Tietê/ Sorocaba. Todas essas unidades de gerenciamento têm o seu comitê estruturado a exemplo do CBH-AT. Os municípios que estão na RM de São Paulo, mas no sistema de recursos hídricos pertencem a outras bacias, têm sua gestão no âmbito do CBH-AT.

2.2.4 Análise da efetividade do arranjo de gestão e da governança metropolitana relativa à Fpic Saneamento Ambiental Análise da dinâmica socioeconômica e suas interfaces com o saneamento ambiental A RM de São Paulo, por seu crescimento desordenado e concentrar importante parque industrial e de serviços do estado, vem, ao longo dos anos, enfrentando grandes desafios na adequação da infraestrutura de saneamento ao seu dinamismo socioeconômico.

Com o objetivo de suprir as deficiências dos sistemas das infraestruturas de saneamento, foram desenvolvidos planos diretores de saneamento pela companhia (Sabesp) e autarquias responsáveis pelos serviços de água e esgotos.

A seguir, serão apresentadas as metas preconizadas nos planos diretores de saneamento para a RM de São Paulo.

ˏˏ PDAA para a RM de São Paulo – para os municípios operados pela Sabesp A Sabesp opera 29 municípios da RM de São Paulo, mas é responsável pela produção de água potável para atender, parcial e integralmente, 38 dos 39 municípios da região.

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Os principais objetivos do PDAA são:

• preparar e divulgar diagnóstico da situação atual dos sistemas produtores de água potável para a RM de São Paulo, considerando os planos e estudos anteriores para o setor, as últimas intervenções relativas à melhoria destes sistemas e ao aumento da oferta de água potável; • projetar a evolução da demanda de água nos sistemas de abastecimento para identificação da equação oferta versus demanda; • propor ações de curto, médio e longo prazos de captação, tratamento, adução e reservação, tendo em vista garantir a oferta de água potável para o atendimento das demandas da RM de São Paulo, projetadas até o ano 2025; • reconhecer e recomendar ações complementares para a preservação de mananciais existentes e para recuperação da qualidade de suas águas; e • identificar novas intervenções previstas para os sistemas existentes, de forma a promover a adequação e melhoria das estruturas e instalações. O PDAA elaborou o seu estudo demográfico para a RM de São Paulo, para horizonte de projeto o ano de 2025, adotando o Método dos Componentes Demográficos. Esse método utiliza, em separado, as tendências de evolução das três variáveis básicas (mortalidade, fecundidade e migração) para compor a projeção de população. O estudo considerou dois tipos de projeção: a projeção do número de domicílios e a projeção do número de empregos na RM de São Paulo. Essa última foi realizada buscando orientar o crescimento do número de economias e consumos não residenciais, especificamente nos setores industrial e de comércio/serviços.

Para o estudo de demanda, utilizou-se como parâmetro básico para o cálculo do consumo medido o “consumo por economia”, discriminado segundo as seguintes categorias de consumo: residencial, comercial, público e industrial. Esse estudo adotou o índice de atendimento dos sistemas de abastecimento de água da RM de São Paulo igual a 100% e considerou para o cálculo de projeção das demandas dois cenários: tendencial e dirigido. No tendencial, onde as novas demandas se incorporam às condições atuais e recentes de uso, perdas reais e reúso, a demanda média total da RM de São Paulo é de 84,4 m3/s, e no dirigido, onde as novas demandas de racionalização de uso, reúso e tarifa são admitidas, além de investimentos mais significativos destinados ao controle de perdas físicas, a demanda é de 78,4m3/s, sendo que a projeção das demandas máximas para 2025, no cenário tendencial, chega a 94,1 m3/s e, no dirigido, a 88,0 m3/s.

O plano propõe ações para os sistemas produtores, adutor e de reservação, de forma a atender as demandas projetadas para o horizonte do ano 2025, mas não apresenta análise e propostas de ações para o sistema de distribuição.

ˏˏ Planos diretores de saneamento para os municípios não operados pela Sabesp Diadema • Abastecimento de água Diadema já atingiu a meta de universalização do sistema de abastecimento de água. Entretanto, o sistema ainda apresenta um índice alto de perdas de água. O Plano Municipal de Saneamento de Diadema (PMSD) apresenta as seguintes metas de redução de perdas de água a serem atingidas (tabela 28).

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TABELA 28 Índice de redução de perdas (Em %)

Ano 2010 2020 2030 2035 Índice 41 37 30 25

Fonte: PMSD, 2012. Elaboração: Emplasa, 2013.

• Esgotamento sanitário A tabela 29 apresenta as metas para a universalização dos serviços de coleta e tratamento dos esgotos sanitários no município de Diadema.

TABELA 29 Índice de cobertura dos serviços de esgotamento sanitário (2010 e 2018) (Em %)

Ano Tipo de serviço 2010 2018 Coleta de esgotos 95 100 Tratamento de esgotos 13 100

Fonte: PMSD, 2012. Elaboração: Emplasa, 2013.

• Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos Com relação à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, as metas estabelecidas no plano são aquelas estabelecidas no Plansab, isto é:

a) 100% de coleta domiciliar em 2020; e b) 37% de coleta seletiva em 2020 e 50% em 2030. Guarulhos • Abastecimento de água O sistema de abastecimento público do município de Guarulhos apresenta irregularidades no seu atendimento. Isso ocorre em função do desequilíbrio entre oferta e demanda motivado pela deficiência dos sistemas de produção, adução, reservação e distribuição, e o índice de perdas de água elevado.

Para que o município atinja a universalização, os problemas relativos a disponibilidade hídrica, infraestrutura hidráulica inadequada e a alto índice de perdas de água verificado no sistema de abastecimento devem ser saneados.

Assim, o Plano Diretor, para atender as demandas projetadas, estabeleceu as seguintes metas de atendimento até o ano 2042 (tabela 30):

TABELA 30 Índice de atendimento de abastecimento de água (Em %)

Ano 2013 2022 2032 2042 Índice 92 96 100 100

Fonte: Plano Municipal de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário (PMAE), de Guarulhos 2012. Elaboração: Emplasa, 2013.

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As ações estabelecidas para que sejam atingidas as metas são:

a) aumentar a produção própria em 500 l/s em curto e a médio prazo (até 2021); b) aumentar para 100% a cobertura do abastecimento de água em longo prazo; e c) reduzir o índice de perdas global para 35% no curto prazo (2013-2023) e para 25% no médio prazo (2023-2035), mantendo-se esse valor até o final de plano (2042). As ações e intervenções propostas no plano buscam reduzir significativamente, no curto e médio prazo, as interrupções no abastecimento.

O plano não faz menção, em suas análises, às demandas dos grandes consumidores ou grandes empreendimentos.

ˏˏ Esgotamento sanitário Até 2010, Guarulhos apresentava índice de 73% de coleta de esgotos e não contava com nenhum tipo de tratamento para seus esgotos. Soma-se a isso o elevado número de ligações clandestinas e de interferências com a rede de águas pluviais.

O plano tem como principal balizador o Termo de Acordo firmado entre o Ministério Público Estadual (MPE), o Saae e o município de Guarulhos, em 25 de outubro de 2006, posteriormente aditado em 13 de abril de 2009.

Esses documentos constituíram a base para o estabelecimento de um cronograma de intervenções para o desenvolvimento do sistema de esgotamento sanitário e a diminuição do passivo ambiental existente.

O plano estabeleceu os seguintes índices de atendimento para os sistemas de coleta e tratamento de esgoto para o município de Guarulhos (tabela 31):

TABELA 31 Índice de atendimento de esgotamento sanitário (Em %)

Ano 2013 2017 2032 2036 2042 Índice 75 80 80 100 100

Fonte: PMAE, 2012. Elaboração: Emplasa, 2013.

Para que os índices preconizados sejam atingidos, o Plano Diretor de Água e Esgoto (PDAE) estabeleceu as seguintes metas:

a) coletar e tratar 80% de todo o esgoto produzido em Guarulhos até 25 de dezembro 2017; b) tratar 100% de todo o esgoto produzido em Guarulhos até 25 de outubro de 2036; e c) adequar a rede coletora para eliminar ligações clandestinas e interferências com a rede de águas pluviais. Como forma de garantir a redução do passivo ambiental, é proposto, também, um padrão de serviço para acompanhamento da qualidade do tratamento de esgotos efetuado, relacionado à eficiência do processo de tratamento de esgotos, que no curto prazo (2019) deve garantir 90%; no médio prazo (2029), 95%; e no longo prazo (2042), 97%.

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São Caetano do Sul As projeções das demandas de água foram estabelecidas com base na análise do histograma de consumo fornecido pelo DAE, nos dados relativos aos grandes consumidores de água e parâmetros indicados a seguir.

O município de São Caetano do Sul já atingiu a universalização no atendimento relativo a abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto.

Assim, o plano de saneamento preconiza a manutenção dos níveis de atendimento, com introdução de melhorias, referentes principalmente a manutenção dos sistemas, redução de perdas, automação, substituição de equipamentos, substituição de tubulações e ligações prediais, além da substituição dos hidrômetros em prazos adequados.

O plano estabeleceu as projeções das demandas de água com base na análise do histograma de consumo fornecido pela autarquia municipal DAE, nos dados relativos aos grandes consumidores de água e parâmetros de Índice de Perda e Coeficientes de Variação de Consumo, Retorno e Vazão de Infiltração.

Objetivos e metas de curto, médio e longo prazo para o sistema de distribuição de água Em relação ao sistema de distribuição de água, objetiva-se principalmente a manutenção do nível de atendimento em 100% da população do município, com melhoria contínua da qualidade dos serviços prestados, abrangendo, entre outros aspectos: manutenção preventiva, ações para redução de perdas; automação das operações; substituição de tubulações, ramais prediais e cavaletes; substituição de hidrômetros, aprimoramento do atendimento ao usuário etc.

Objetivos e metas de curto, médio e longo prazo para o sistema de coleta de esgoto Em relação ao sistema de coleta de esgoto sanitário, objetiva-se manter a universalização do atendimento da coleta, o qual, para efeito do plano de saneamento, considerou-se o equivalente a 98,5% da população. Soma-se a isso a constante melhora dos serviços, incluindo, entre outros aspectos: manutenção preventiva; substituição de tubulações; substituição de equipamentos; operação remota das estações elevatórias de esgotos; agilização do atendimento às demandas de desobstruções na rede etc.

Programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e as metas A seguir, é apresentado um resumo de principais intervenções, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e as metas estabelecidas no plano de saneamento.

Plano de obras de ampliação do sistema de distribuição de água a) implantação/remanejamento de 153 km de rede e execução/substituição de 16.650 ligações de água; b) remanejamento/recuperação de 50 km de redes primárias; c) substituição ao longo de trinta anos de 18.500 cavaletes e 178.200 hidrômetros (vida útil de cinco anos); d) implantação de sistema de supervisão e controle; e e) programa de controle de perdas.

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Plano de obras de ampliação do sistema de coleta de esgoto a) implantação/remanejamento de 81 km de rede coletora; b) implantação/substituição de 9.090 ramais de esgoto; c) reabilitação das instalações elétricas das estações elevatórias de esgoto; e d) implantação de sistema de supervisão e controle. Ações relativas à gestão a) aprimoramento do atendimento ao público; b) desenvolvimento de ferramentas Geographic Information System (GIS) para a área operacional; e c) aprimoramento da política de recursos humanos. Ações para emergências e contingências Destacam-se como ações de emergências e contingências preconizadas no plano:

a) sistema de monitoramento e controle da qualidade da água com análise on-line (turbidez, cloro residual livre e fluoretos); b) implementação em acordo com a Sabesp de um plano de manutenção e inspeção periódica dos reservatórios e booster; c) plano de emergência com mapeamento das ruas onde estejam instaladas de grande diâmetro e pressão elevada; d) implantação de um programa de inspeção e manutenção das válvulas de modo a garantir sua atuação quando acionadas; e) plano de manutenção preventiva dos equipamentos instalados nas estações elevatórias de esgoto – plano de inspeção de pontos críticos de tubulações de recalque; f) programa de limpeza periódica das redes coletoras que priorize as áreas de maior incidência de obstruções; g) ações relacionadas à educação ambiental para eliminação das contribuições indevidas e manutenção das instalações sanitárias; e h) treinamento do pessoal e adequação dos equipamentos para fazer frente a ações emergenciais. Mecanismos e procedimentos de avaliação das ações programadas De acordo com o plano de saneamento, serão utilizados os seguintes indicadores para avaliação da eficiência e eficácia das ações programadas:

a) qualidade da água distribuída (índice de qualidade da água distribuída – IQAD); b) cobertura do sistema de abastecimento de água (CBA); c) continuidade do abastecimento de água (índice de continuidade de abastecimento – ICA); d) índice de perdas no sistema de distribuição (índice de perdas na rede de água – IPD) e) cobertura do sistema de esgotamento sanitário (CBE); f) eficiência da prestação de serviços e atendimento ao usuário (índice de eficiência na prestação de serviço e atendimento público – Iesap);

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g) índice de adequação do sistema de comercialização dos serviços (índice de adequação da comercialização dos serviços –Iacs); e h) nível de cortesia e de qualidade percebida pelos usuários na prestação dos serviços. Mauá • Abastecimento de água O Plano Municipal de Abastecimento de Água (PMAA) – Versão 2010 estabeleceu metas e ações para o horizonte até 2040.

As metas de prestação de serviços adequado do PMAA de Mauá estão mostradas na tabela 32.

TABELA 32 Índice de cobertura do sistema de abastecimento da água (2011-2040) (Em %)

Ano 2011 2012 2013 2014-2040 Índice 97,50 99,00 100,00 100,00

Fonte: PMAA, 2010. Elaboração: Emplasa, 2013.

As ações estabelecidas para que sejam atingidas essas metas são:

a) IQA maior que 90% no ano de 2011 e maior que 95% a partir de 2013; e b) ICA maior que 98% a partir de 2013. Em relação aos índices de perdas na rede, o plano definiu as metas apresentadas na tabela 33.

TABELA 33 IPD (Em %)

Ano 2010 2015 2020 2040 Índice 46 40 32 25

Fonte: PMAA, 2010.

Investimentos no sistema de abastecimento de água:

a) produção de água potável: R$ 84.739.822,88; b) distribuição de água potável em Mauá: R$ 10.975.000; c) na operação, período 2011-2040: R$ 28.036.413,95; d) em novas ligações de água: R$ 4.303.061,80; e) em novas redes de água: R$ 13.729.565,50; e f) na renovação de ligações e redes de água: R$ 53.285.758,54. O total de investimentos no sistema de abastecimento de água, no período de 2011 a 2040, será de R$ 195.069.622,67.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 133 04/12/2015 09:26:37 134 Relatório de Pesquisa

• Esgotamento sanitário O Plano Municipal de Esgotamento Sanitário (PMES), concluído em agosto de 2011, definiu as metas para os sistemas de coleta e tratamento de esgoto.

A tabela 34 mostra a proposição das metas de prestação de serviço adequado ao PMES de Mauá.

TABELA 34 Índice de cobertura dos serviços de esgotamento sanitário (2011-2040) (Em %)

Ano Atendimento de coleta de esgoto Esgoto tratado Cobertura do serviço de esgoto 2011 87,79 3,75 3,29 2012 88,56 4,00 3,54 2013 89,32 4,25 3,80 2014 89,66 4,50 4,03 2015 90,00 100,00 90,00 2016 90,71 100,00 90,71 2017 91,42 100,00 91,42 2018 92,14 100,00 92,14 2019 92,85 100,00 92,85 2020 93,57 100,00 93,57 2021 94,28 100,00 94,28 2022-2032 95,00 100,00 95,00 2033 95,50 100,00 95,50 2034 96,00 100,00 96,00 2035 96,50 100,00 96,50 2036 97,00 100,00 97,00 2037 97,50 100,00 97,50 2038 98,00 100,00 98,00 2039 98,50 100,00 98,50 2040 99,00 100,00 99,00

Fonte: PMES, 2011. Elaboração: Emplasa, 2013.

As ações estabelecidas no plano, para atingir essas metas, são:

a) Índice de Qualidade do Esgoto (IQE) maior que 90% em 2015 e maior que 95% de 2017 em diante; e b) Iesap e Iacs devem ser ótimos a partir de 2011. Investimentos no sistema de esgotamento sanitário:

a) plano de obras de esgoto: R$ 162.445.195,18, no período 2012-2015; b) em novas ligações de esgoto: R$ 9.130.472,20, no período 2011-2040; c) em novas redes de esgoto: R$ 39.826.574,43, no período 2011-2040; e d) na renovação de redes e ligações: R$ 12.738.420,00, no período 2011-2040; O total de investimento no sistema de esgotamento sanitário será de R$ 224.140.661,81, no período de 2011 a 2040.

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Governança do saneamento ambiental metropolitano: a questão do saneamento ambiental e da expansão da infraestrutura urbana A rápida expansão urbana causada pela forte imigração para a RM de São Paulo levou à implantação de um sistema de abastecimento de água que mal conseguia atender a todas as demandas. A oferta equilibrada com a demanda é um ganho recente. O sistema foi implantado muito rapidamente, de forma que apenas mais recentemente foram sendo tomadas medidas e ações próprias de gestão dos sistemas, visando reduzir perdas, aumentar a oferta de água potável e garantir sua qualidade.

Apesar dos esforços para universalizar o atendimento de água, o crescente aumento da população em áreas periféricas, além da existência de favelas e ocupação de áreas protegidas ambientalmente por moradias precárias e informais, dificulta a ampliação e a adequação do sistema de abastecimento com a celeridade necessária para atingir um padrão adequado de saneamento e de qualidade de vida para a população da RM de São Paulo.

Na RM de São Paulo, os sistemas de abastecimento de água, apesar de registrarem alto índice de atendimento, ainda apresentam graves deficiências. Algumas zonas são bem atendidas e outras ainda ocorre falta d’água, com presença constante de “rodízio”. É o caso da sub-região oeste da RM de São Paulo. Além disso, os sistemas de abastecimento dos municípios têm níveis discrepantes de eficiência, ou seja, as áreas centrais são bem dotadas e as periféricas ainda sofrem com a falta d’água.

Para que o sistema possa responder ao aumento de demanda, as concessionárias da RM de São Paulo, notadamente a Sabesp, vêm implementado o programa de controle de perdas e desenvolvendo esforços quanto ao reúso de água para fins industriais, deixando a água potável para fim mais nobre, como o abastecimento dos usuários. Entretanto, essas ações não têm sido implementadas no ritmo e abrangência que a realidade demanda.

Assim, para garantir a demanda atual e as demandas futuras da RM de São Paulo, a Sabesp realizou a Revisão e Atualização do Plano de Abastecimento Público da RMSP (Sabesp, 2006).

A seguir são destacadas algumas das intervenções propostas pelo plano para suprir as demandas da RM de São Paulo:

1) “previu intervenções para ampliação do sistema do Alto Tietê, que foram divididas em duas etapas: a primeira com elevação da captação de água de 10 m3/s para 15 m3/s e a segunda para 20 m3/s. As intervenções para ampliação da primeira etapa tiveram início em 2009 e foram divididas em dois momentos. O primeiro com obras que resultaram no acréscimo de 2 m3/s, concluídas em novembro de 2010; e, por fim, aumento de 3 m3/s concluído em maio de 2011”. 2) “propôs a implantação de um novo sistema, o Sistema São Lourenço. Foi então desenvolvido estudo para sua concepção intitulado Relatório Síntese do Estudo de Concepção do Sistema Produtor São Lourenço (Encibra/Prime, 2011). A alternativa selecionada pelo estudo para abastecer a RM de São Paulo é através da reversão da bacia do Alto Juquiá, mas não definiu o cronograma para sua implantação. Este sistema busca suprir as falhas de atendimento da região oeste da RM de São Paulo que hoje são atendidos pelos sistemas Cantareira, Alto Cotia e Baixo Cotia”. Além dessas ações e propostas de intervenções até o ano de 2025, o plano reforça a necessidade de programas de gestão de demanda, reúso da água e controle de perdas

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no abastecimento público como forma de postergar, o máximo possível, a necessidade de novas reversões.

Quanto aos sistemas de esgotamento sanitário, a área atendida pela rede coletora é significativamente menor que aquela coberta pela rede de distribuição de água, correspondendo às áreas de urbanização mais consolidadas e sua expansão é muito lenta.

Com relação à melhoria da qualidade da água dos principais rios e afluentes da bacia do Alto Tietê, será necessário ainda muito investimento em coleta e tratamento de esgotos e em outros sistemas de recuperação da qualidade das águas superficiais. Apesar dos vultosos investimentos realizados pelo governo do estado neste sentido, a exemplo do Projeto de Despoluição do Rio Tietê – Projeto Tietê, a melhora efetiva da qualidade das águas é pouco perceptível, encontrando-se o rio Tietê ainda bastante poluído.

Além da implantação do Projeto Tietê, é necessário adotar soluções localizadas que atendam comunidades que estão fora da região de cobertura do Tietê ou se encontram em áreas difíceis de serem interligadas ao sistema principal de esgoto. A plena recuperação da qualidade da água dos corpos d’água superficiais necessita também de outras ações, em razão da baixa capacidade de assimilação de cargas pelos cursos d’água que atravessam a região, devido às baixas vazões e velocidades que estes apresentam quando comparados com a carga poluidora remanescente do tratamento e as cargas difusas de poluição arrastadas nos episódios de chuva. Serão necessárias soluções que deem conta do tratamento destas cargas difusas de poluição, como rever o projeto dos atuais “piscinões” para incrementá-los com medidas de redução dessas cargas.

A Sabesp, quando da revisão do PDE da RM de São Paulo, estabeleceu ações e metas até o ano 2030. O plano busca discutir a ampliação dos sistemas já inseridos, definindo prioridades de ações a implantar e apresentando os custos envolvidos com a universalização dos serviços. O plano define, como meta de atendimento até 2030, atender, no mínimo, 90% dos domicílios com coleta de esgotos e tratar 100% das vazões coletadas. As ações nele preconizadas estão em andamento e já apresentam uma melhora nas condições de qualidades dos recursos hídricos na RM de São Paulo, mas esta RM ainda está longe de atingir o nível de universalização para os sistemas de esgotamento sanitário.

Quanto à questão dos resíduos sólidos, cerca de 70% dos municípios da RM de São Paulo ainda não elaboraram seu Plano Diretor de Resíduos Sólidos. O problema maior está na disposição e tratamento dos resíduos, em função da dificuldade de se ter áreas em locais adequados que atendam à legislação ambiental. Mais de 54% do território metropolitano encontram-se em área de proteção ambiental, impossibilitando que os resíduos sejam dispostos nessas áreas para serem tratados. Outro fator que dificulta a eficácia e abrangência dos serviços é sua sustentabilidade financeira, já que mais de 50% dos municípios não cobram pela limpeza urbana e, quando o serviço é cobrado, os valores são insuficientes. Outro aspecto importante diz respeito à necessidade de implementação de programas de educação ambiental para que seja reduzida a geração de lixo.

A RM de São Paulo é extremamente populosa e se configura como um dos maiores centros econômicos, financeiros e tecnológicos do país. O grande crescimento populacional da região, especialmente ao longo da segunda metade do século XX, ampliou o uso do solo de forma desordenada e irregular, que conduziram a uma situação de estresse hídrico na RM de São Paulo.

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A urbanização desordenada contribui substancialmente para o agravamento da poluição dos reservatórios de água bruta, da escassez das fontes hídricas e da vulnerabilidade ante as inundações. Estes aspectos são mais destacados onde há insuficiência ou inadequação de serviços urbanos e uso ineficiente da água, configurando-se como uma situação de forte desafio para as instituições que atuam na gestão da água (Banco Mundial, 2012).

Dentro desse contexto, a gestão do saneamento e dos recursos hídricos em áreas altamente urbanizadas como a RM de São Paulo é um grande desafio que exige intensa integração e articulação entre os sistemas de infraestrutura e as diferentes jurisdições territoriais que compõem a região e colocam em xeque os tradicionais instrumentos setoriais e locais de gestão (Silva, Nucci e Costa, 2012).

Há, atualmente, um movimento de expansão da cobertura de abastecimento de água e de esgotamento sanitário na RM de São Paulo, mas a escassez da água, o aumento da degradação ambiental e as constantes inundações nesta região ainda predominam. A causa destes problemas, no entanto, não está necessariamente nas falhas de cada um dos sistemas setoriais de gestão, mas sim nos problemas de articulação entre eles (Silva, Nucci e Costa, 2012). Maior do que o imperativo para a realização de diagnósticos setoriais centrados em metas e objetivos para cada sistema de forma individual é a necessidade de sistematizar e enfrentar as falhas das interfaces entre os sistemas setoriais de gestão dos recursos hídricos, do saneamento e dos resíduos sólidos. Esta problemática só pode ser resolvida através da ação conjunta e regional entre os atores políticos, técnicos, acadêmicos e da sociedade civil.

Experiências recentes de planejamento e gestão integrada na RM de São Paulo se configuram como tentativas de integração da gestão setorial, como a revisão da lei de proteção aos mananciais (Lei Estadual no 9.866/1997), o Projeto Guarapiranga, o PDMAT 3, que buscam uma visão mais conjunta dos diversos problemas que se relacionam direta ou indiretamente com os recursos hídricos e com o saneamento na maior RM do país (Silva, Nucci e Costa, 2012).

A legislação que incide sobre o tema do saneamento não contribui para a necessária integração com as demais políticas urbanas (Banco Mundial, 2012). A lei estadual de proteção aos mananciais (Lei no 898/1975) surtiu pouco efeito na contenção da ocupação dessas áreas, sendo muitas objeto de invasão por favelas, até por conta da carência de políticas de habitação de interesse social.

A RM de São Paulo carece ainda de regulamentação para reúso da água para fins não potáveis e de intensificação de programas de redução de perdas de água no sistema de distribuição, especialmente por parte de municípios com estruturas autônomas muitas vezes pouco eficientes (Banco Mundial, 2012).

Estes exemplos ilustram problemas a serem superados nas interfaces entre os entes e atores que compõem o sistema de gestão da água e de saneamento.

O Programa Guarapiranga busca articular os principais atores institucionais, atribuindo à Sabesp a responsabilidade pelas ações de saneamento, aos municípios as suas interfaces com o zoneamento, a fiscalização do uso do solo e a gestão de resíduos sólidos, e à Cetesb a regulação dos efluentes industriais. Além disso, o CBH-AT agregou estes atores para a elaboração do Plano de Bacia, além de vincular a cobrança pelo uso da água à aprovação das leis específicas nas sub-bacias.

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Para Silva, Nucci e Costa (2012), os principais elementos a serem contemplados na formulação de propostas voltadas ao aproveitamento conjunto das externalidades geradas pelos diferentes sistemas setoriais na RM de São Paulo são os seguintes: relação entre quantidade e qualidade da água, abrangendo as questões de disponibilidade, de demanda e dos processos de degradação na RM de São Paulo; relação entre os setores usuários (abastecimento, esgotos, inundações, energia, irrigação, navegação) e setores que não sejam diretamente usuários (uso do solo, urbanização, habitação, transporte urbano e sistema viário); relação entre bacias vizinhas, considerando as transferências de água (reversão/transposição), a descarga de poluentes e as inundações.

Além do planejamento conjunto, o desenvolvimento de soluções integradas e articuladas para enfrentamento das dificuldades relacionadas à gestão das águas e da infraestrutura hídrica na RM de São Paulo necessita de novas tecnologias e práticas gerenciais que viabilizem o aproveitamento de economias de escala e de escopo entre os diferentes sistemas setoriais, com enfoque sobre o desenvolvimento do uso eficiente da água e da energia em ambiente de elevada escassez; a atualização de critérios e padrões de projeto das estruturas hidráulicas (em face dos fenômenos climáticos fora de estação e com persistência crescente); e o desenvolvimento e operação de sistemas multiobjetivos (caso do complexo hidroenergético Pinheiros-Billings) (Silva, Nucci e Costa, 2012).

Mecanismos de financiamento nacionais e internacionais também podem se configurar como peças-chave para o desenvolvimento de ações multissetoriais. Segundo o Banco Mundial (2012), os recursos do PAC têm sido indutores de uma colaboração ativa entre as diversas entidades protagonistas na gestão das águas na RM de São Paulo, na medida em que as solicitações de recursos são realizadas de forma conjugada pela SSRH, pela prefeitura de São Paulo e dos demais municípios e pela CDHU, para ações conjuntas nas áreas de saneamento, urbanização de favelas e construção de moradias, resíduos sólidos e melhorias urbanas. Os financiadores internacionais também promovem este tipo de articulação, como o Banco Mundial, a Agência de Cooperação Internacional do Japão, o BID, dentre outros.

O maior desafio para o desenvolvimento e aplicação de iniciativas articuladas, integradas e conjuntas na gestão da água ocorre no âmbito institucional, já que as dimensões regionais da RM de São Paulo extrapolam a forma tradicional de organização, planejamento e execução destas funções por cada setor. Para Silva, Nucci e Costa (2012), a coordenação e a articulação da gestão da água exigem hoje, além de uma concepção territorial mais flexível, um arcabouço institucional que promova essa flexibilidade territorial e a necessária articulação regulatória e gerencial entre os diversos setores, a União e os municípios. Neste sentido, a recente reorganização da RM de São Paulo e do Sistema Estadual de Desenvolvimento Metropolitano pelo governo do ESP é parte importante deste processo, fomentando a articulação dos diversos entes e atores da gestão da água e de seus usos na região, extrapolando papéis individuais de municípios e de órgãos setoriais, integrando os temas do saneamento ambiental.

2.3 TRANSPORTES

2.3.1 Dinâmica metropolitana da RM de São Paulo e a Fpic Transporte Metropolitano No âmbito da Fpic Transporte Metropolitano, destaca-se a importância do tema da mobilidade de pessoas e cargas pelo território da RM de São Paulo e da MMP, como

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elementos tanto de conectividade e competitividade quanto de coesão territorial.12 Os sistemas de infraestrutura rodoviária, enquanto eixos de desenvolvimento econômico e urbano do ESP e da MMP, articulam metrópoles e aglomerações urbanas, categorias superiores da rede urbana paulista. Os eixos de expansão econômica organizadores do território coincidem com o traçado axial da infraestrutura viária regional.

O território da RM de São Paulo foi fortemente definido pela implantação dos eixos ferroviários e rodoviários que convergiam para o município de São Paulo. As atividades agrícolas, o escoamento do café do interior paulista, as rotas por trilhos e, posteriormente, a industrialização, que acompanhou a consolidação do sistema rodoviário, a partir de meados do século XX, intensificaram e ampliaram as conexões metropolitanas.

As rodovias que ligam a RM de São Paulo interna e externamente resultaram na configuração de um feixe de eixos regionais radiais que, em grande medida, estruturam o espaço metropolitano. Ao se conectarem com os sistemas viários locais, nas distintas RMs, esses eixos articularam-se às infraestruturas viárias locais, que têm distintos estágios de desenvolvimento, estruturando diferentes condições de conectividade e alguns gargalos expressivos para a fluidez do sistema de transporte e reduzindo a eficiência sistêmica do território.

Se no passado as rodovias conectavam os estados e os municípios onde predominava a circulação de mercadorias, ao longo das últimas décadas passaram a atender a novas funções ligadas ao deslocamento cotidiano da população. A construção de vias marginais, trevos de acesso e novas faixas de tráfego em trechos específicos são obras públicas que complementam e adaptam o sistema aos usos derivados da intensa urbanização, especialmente nas RMs, promovendo a ligação de núcleos urbanos e possibilitando o deslocamento da população.

A dispersão urbana traz em seu bojo a intensificação da mobilidade pendular da população, que se desloca entre pontos do território para as atividades de trabalho, educação, lazer e consumo. O aumento das viagens entre diferentes municípios de uma mesma RM, ou de RMs distintas, revela um incremento da mobilidade da população e uma grande articulação produtiva em escala regional. No caso da RM de São Paulo, comparando-se os dados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010, houve uma variação de 1.108.691 para 1.942.001 pessoas que realizam esses movimentos cotidianamente, representando um aumento de 75%, sendo que em 2010 corresponde a 13% da PIA.13

Os dados evidenciam que o principal desafio da RM de São Paulo e da MMP é o desenvolvimento de um sistema de transporte intermunicipal de passageiros de maior abrangência e qualidade, no sentido de reverter a tendência de utilização do transporte individual, que cresce a taxas sempre mais elevadas que as do transporte coletivo. A elevação do deslocamento por transporte individual ocorre principalmente com a elevação da taxa de motorização, tendo como consequência o aumento da poluição e dos índices de congestionamentos. Por outro lado, o grande número de linhas de ônibus que cobrem o território metropolitano utiliza praticamente todo o sistema rodoviário pavimentado.

12. Texto extraído de Emplasa/Fundap (2013a). 13. PAM 2013-2014: movimentos pendulares na Macrometrópole Paulista (Emplasa, 2014). O dado censitário capta parte do fenômeno denominado na literatura internacional commuting. Nesse trabalho, a pessoa que realiza o “movimento pendular” é maior de 15 anos de idade que estuda ou trabalha (na semana anterior ao Censo) em município distinto ao de residência. Essa definição exclui todos aqueles que se movimentam dentro dos municípios muitas vezes cumprindo grandes distâncias e consumindo muito de seu tempo, o que implica que o dado aqui utilizado revela apenas parte de um fenômeno muito mais volumoso e intenso. Não foram considerados os movimentos desde e para outros países em função de sua ínfima importância numérica.

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As linhas formam um sistema interligado por terminais, que são pontos de acesso ao sistema nas cidades da RM de São Paulo.

Com a implantação completa do Rodoanel e a execução do elo sul do Ferroanel, a RM de São Paulo será a área mais bem servida de transporte de todo o território nacional, apresentando condições de conectividade que se equiparam às existentes nas maiores concentrações urbanas do mundo. Porém, essa porção do território da MMP ainda enfrenta grandes dificuldades no que diz respeito ao escoamento de pessoas e riqueza, tanto aquelas produzidas no ESP como as geradas em outras partes do país, desde aquelas que fazem a travessia do território da MMP em direção aos portos de Santos e São Sebastião, até a circulação de pessoas pelos aeroportos.

As ligações entre os polos portuário e produtivos sempre foi palco de grandes problemas para os empreendimentos tanto rodoviários, como ferroviários. Com a implantação da Rodovia dos Imigrantes, especialmente com a sua segunda pista – a descendente –, inaugurada em fins de 2002, e com o avanço das possibilidades derivadas da evolução da engenharia, foram superados desafios técnicos importantes nesse sentido. Foi esse avanço que embasou a decisão de não interferência nas encostas da Serra do Mar, privilegiando a utilização de túneis e viadutos na implantação dessa pista. Quanto aos principais aeroportos da RM de São Paulo – Congonhas e Guarulhos –, o acesso ainda é objeto de projeto de articulação com o sistema de transporte de passageiros por ferrovias.

A fluidez na RM de São Paulo também tem relação com o adensamento e a expansão da mancha urbana, fenômenos que transformaram a natureza das relações entre os centros urbanos e passaram a exigir maior integração dos sistemas e modais de transporte. A RM de São Paulo, que se configurou a partir das ligações viárias, viu essas ligações serem cada vez mais ocupadas pelos usos das cidades, que tiveram sua expansão impulsionada por investimentos imobiliários derivados dos melhores níveis de acessibilidade aos seus principais polos. Assim, as escalas regional e local de urbanização passaram a se comunicar de maneira quase direta, especialmente nos centros urbanos.

Nas últimas décadas, foram realizados expressivos investimentos públicos que alteraram os padrões de mobilidade e acessibilidade no espaço metropolitano e regional, com impactos também nas periferias metropolitanas. Foram geradas novas acessibilidades, na escala intraurbana, como é o caso do interior da RM de São Paulo, dotado de avenidas que, do centro expandido, se estendem para a periferia. O mesmo ocorreu na escala regional, com a implantação de rodovias de nova geração, que estabelecem conexões mais eficientes entre importantes polos regionais, criando novas condições de acessibilidade e mobilidade e viabilizando a atuação do mercado imobiliário formal, tanto pela produção de edifícios, quanto pela instalação de grandes equipamentos de consumo de âmbito regional. Os processos de verticalização residencial, a construção de grandes equipamentos de consumo – shopping centers, grandes supermercados ou superlojas de materiais de construção e mobiliário –, e a multiplicação de condomínios e loteamentos residenciais fechados são indicadores da dinâmica urbana na direção das periferias.

Os investimentos públicos em infraestruturas de grande porte, como é o caso das rodovias regionais, se caracterizam pelo grande potencial articulador do território e, também, de abertura de novas fronteiras para a urbanização. Articulam-se ainda no seu bojo novos interesses em relação às periferias metropolitanas, especialmente aquelas derivadas da ação do mercado imobiliário que é voltado para a produção de tipologias residenciais para

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faixas de renda médias, na forma de condomínios e loteamentos fechados, dispersos no território regional, bem como de equipamentos regionais de consumo e serviços. Atendem a programas urbanos e padrões de ocupação distintos daqueles gerados pelos assentamentos populares e respondem a diferentes modos de vida, atendendo grupos sociais distintos.

A característica mais evidente dessa dinâmica é a produção de áreas urbanizadas dispersas conectadas aos principais centros de produção e de consumo localizados no território expandido, viabilizada pelos investimentos públicos em acessibilidade regional, onde o automóvel tem papel essencial. Se até os anos 1980 a periferia era o lugar dos pobres nas metrópoles, as evidências apontam que, hoje, se verifica um novo ciclo da urbanização. No contexto da urbanização contemporânea dispersa, as periferias metropolitanas respondem a um padrão urbano-regional periférico, do qual se destacam três características: i) é qualificado, isto é, dele resulta um território fragmentado e conectado; ii) é regular e legal, e produzido com participação ativa do mercado imobiliário e do capital financeiro; e iii) é destinado a grupos sociais de maior renda.

As condições de competitividade da MMP, como principal polo de inserção da economia paulista na economia continental e mundial, dependem da disponibilidade, integração e eficiência das infraestruturas de logística e transporte.

2.3.2 Histórico e caracterização da gestão da Fpic Estrutura institucional e normativa A questão do transporte metropolitano na RM de São Paulo está na origem de sua criação, desde os anos 1970.

Antes disso, o município de São Paulo aprovou a Lei Municipal no 6.988 em 1966 que autorizou a constituição da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), empresa responsável pelo planejamento, projeto, construção e operação do sistema de transporte metropolitano na RM de São Paulo. O metrô paulistano está em operação desde 14 de setembro de 1974 e a maior parte de seu controle acionário está associada ao governo do estado.

Conforme detalhado no Relatório 1.1, a RM de São Paulo foi criada pela Lei Complementar Federal no 14/1973, institucionalizada pela Lei Complementar Estadual no 94/1974 e regulamentada pelo Decreto Estadual no 6.111/1975. Esse decreto criou e institucionalizou o Spam (reorganizado pelo Decreto Estadual no 10.951/1977), estabeleceu o Consulti e o Codegran. A Lei Complementar Estadual no 144/1976 estabeleceu o Sistema Metropolitano de Transportes Urbanos e autorizou a criação da EMTU, vinculado à Secretaria dos Negócios Metropolitanos, também criada nessa época.

A Lei Estadual no 7.450/1991 criou a STM e vinculou a esta pasta o Metrô e a EMTU/ SP. O Decreto Estadual no 34.184/1991 estabeleceu os campos funcionais da STM para a execução da política de transportes na RM de São Paulo, seu sistema viário metropolitano e os assuntos correlatos. A Lei Estadual no 7.861/1992 criou a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), vinculada à STM.

O Decreto Estadual no 39.895/1995 transferiu a Empresa de Planejamento da Grande São Paulo S.A. (Emplasa – atual Empresa Paulista de Planejamento S.A.) e o Fumefi à STM até 2003.

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Em 2011, a Estrada de Ferro Campos do Jordão (EFCJ) foi integrada à STM, através do Decreto Estadual no 56.635.

Atualmente, a STM é responsável por uma das áreas de infraestrutura do governo do estado – o transporte urbano metropolitano de passageiros nas RMs de São Paulo, da Baixada Santista, de Campinas e do Vale do Paraíba.

Permanecem vinculadas à STM quatro empresas: CPTM, EMTU/SP, Metrô e EFCJ (RMs do Vale do Paraíba e Litoral Norte).

A rede de transporte coletivo metropolitano sobre pneus é gerenciada pela EMTU/ SP e operada por empresas privadas. A EMTU/SP é responsável pelos serviços comum, seletivo, fretamentos metropolitano e metropolitano escolar.

As linhas da CPTM foram estruturadas sobre as antigas linhas da Fepasa e da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), superpostas ao transporte de cargas e passageiros de longo percurso que serviam a RM de São Paulo. As atuais linhas 8 e 9 são provenientes da Estrada de Ferro Sorocabana, depois incorporada à Fepasa. As linhas 7, 10, 11 e 12 são originárias da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), posteriormente CBTU, através da Superintendência de Trens Urbanos (STU)/SP.

Com a criação da CPTM e a estadualização das linhas da CBTU, foi possível a implantação de um único sistema de trem metropolitano, centralizando o planejamento e a operação em uma só entidade.

Instrumentos de planejamento e gestão • Pesquisa Origem e Destino (OD) A primeira OD foi realizada na RM de São Paulo em 1967, visando inicialmente à obtenção de dados para os estudos e projetos da rede básica do Metrô. A partir de então, tornou-se instrumento essencial de planejamento urbano na coleta de dados sobre o padrão de mobilidade da população, sendo realizada na RM de São Paulo a cada dez anos. As pesquisas ODs realizadas permitiram atualizar as redes de transporte e ajudaram a elaborar os planos metropolitanos de transporte para a região.

Síntese:

1967 – OD RM de São Paulo, realizada pelo Consórcio HMD – 18 mil domicílios em quinze municípios da RM de São Paulo.

1977 – OD RM de São Paulo, realizada pela Emplasa – 29 mil domicílios em 27 municípios da RM de São Paulo.

1987 – OD RM de São Paulo, realizada pelo Metrô – 30 mil domicílios em toda RM de São Paulo.

1997 – OD RM de São Paulo, realizada pelo Metrô – 30 mil domicílios em toda RM de São Paulo.

2002 – OD RM de São Paulo, realizada pelo Metrô – aferição da O/D 1997.

2007 – OD RM de São Paulo, realizada pelo Metrô – 30 mil domicílios em toda RM de São Paulo.

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• I Plano Diretor de Transportes 1978 (I PDT) O início do planejamento das infraestruturas de transportes no ESP e de sua normatização, organizado de forma mais geral e sistemática, ocorreu com a implantação do I PDT, em 1978 – Sistema de Planejamento de Transportes do Estado de São Paulo (SPT).

• Plano Diretor de Desenvolvimento dos Transportes do (PDDT) Estado de São Paulo – 1986 O PDDT, elaborado em 1986, fez um estudo dos antecedentes da evolução do papel do setor dos transportes no Brasil e do ESP. A estratégia fundamental deste PDDT se baseava na integração dos transportes por corredores, havendo diretrizes e programas setoriais de investimentos por modais de transporte, apontando como seriam efetuados, quais seriam os padrões de financiamento, bem como a proposta de usos e as fontes do plano diretor.

• PDDT-Vivo 2000-2020 O PDDT-Vivo visa a um conjunto de estratégias capazes de buscar um sistema de transporte mais eficiente, reduzindo os chamados gargalos e os pontos críticos do sistema atual, capacitando-o a atender uma demanda futura de transportes. Para a Secretaria de Transportes, a principal prioridade é estabelecer uma política de transportes que contribua para o desenvolvimento da economia, promovendo a competitividade entre os modos de transportes, melhorando a qualidade e orientando ações no campo político, institucional e financeiro.

Algumas das ações planejadas (ou já executadas) para o PDDT-Vivo 2000-2020 são:

1) Implantação do Rodoanel Mário Covas, com 170 km de extensão, ligando dez rodovias; 2) Implantação do Ferroanel, interligando ferrovias que chegam à RM de São Paulo; 3) Expansão da capacidade da malha rodoviária e recuperação do pavimento de rodovias existentes; 4) Implantação dos Centros Logísticos Integrados (CLIs). • Plano Integrado de Transportes Urbanos O Pitu é um processo permanente de planejamento, cujas propostas devem ser revisadas periodicamente, para ajustá-lo a mudanças de conjuntura, mantidos seus objetivos básicos.

Elaborado a partir de 1997, o Pitu 2020 analisou os diversos cenários futuros da RM de São Paulo, com objetivos que atendiam a visão de uma metrópole competitiva, saudável, equilibrada, responsável e cidadã. As recomendações do Pitu 2020 fazem parte das prioridades do governo do estado e sua metodologia e propostas se tornaram referência no planejamento dos transportes em RMs.

O Pitu 2025 – RM de São Paulo é a atualização do Pitu 2020. Após a edição do relatório do Pitu 2020, foram publicados os resultados do Censo de 2000, que trouxe novas luzes para a compreensão da dinâmica de desenvolvimento da RM de São Paulo. Além disso, importantes mudanças ocorreram no marco jurídico da política urbana com a promulgação do Estatuto da Cidade, em julho de 2001, que traz nova diretriz e instrumentos para a gestão das cidades e seu financiamento.

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TABELA 35 RM de São Paulo: resumo das proposições do Pitu 2020

Investimento Investimentos Infraestrutura Intervenção Característica total Anos-meta (R$ milhões) (R$ milhões) 2015 Implantação de linhas metroviárias (metrô, Rede metroviária 284 km em metrô 21.820 5.748 metrô em nível e metrô leve) Trilhos Trem especial Ligação dos aeroportos de Congonhas, 44 km em trem especial 880 560 dos aeroportos Guarulhos e Campo de Marte Sistema Implantação de corredores de ônibus e 300 km de corredores Pneus 223 12 metropolitano troncalização – EMTU exclusivos Construção integral, complementando o Viário Rodoanel 121 km em pista dupla 2.562 682 trecho oeste já considerado no viário essencial Estacionamentos Implantação de garagens subterrâneas na 30 locais com aproximadamente 223 51 Gestão centrais área do centro expandido 11.440 vagas do Estacionamentos Implantação de estacionamentos junto ao 40 locais com aproximadamente trânsito 91 21 periféricos sistema de trilhos previsto na rede proposta 26.300 vagas

Fonte: STM – Pitu 2020.

TABELA 36 Pitu 2025: infraestrutura básica

Projeto Unidade Pitu 2025 Total RM de São Paulo Metrô km 110 168 Trem metropolitano Rede convencional km Global 260 Rede metroviária urbana Expressos km 112 136 Trem-aeroporto km 28 28 Trem de Guarulhos km 18 18 EMTU - troncalização Global Global Global Corredores - Via Livre km 100 178 Corredores - Passa Rápido km 110 220 Corredores convencionais Expresso Tucuruvi-Guarulhos km 21 21 e especiais Expresso ABD/Cecap km 24 24 km 32 32 Corredores urbanísticos km 110 110 Terminais SPTRans Global Global Global

Terminais e Terminais EMTU Unidade 25 36 estacionamentos Pró-polos/terminais-chave Global Global Global Estacionamentos Global Global Global Sivim1/SVE2 Global Global Global Infraestrutura para o pedágio urbano Global Global Global Sistema viário Outras melhorias viárias Global Global Global Suporte ao transporte não motorizado Global Global Global

Fonte: STM – Pitu 2025. Notas: 1 Sistema Viário de Interesse Metropolitano. 2 Sistema Viário Estratégico. Obs.: Não constam da tabela os projetos associados ao Pitu, como Rodoanel, Ferroanel e os Centros Logísticos, que pertencem a outras jurisdições.

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TABELA 37 Pitu 2025: fontes de investimentos (Em R$ milhões)

Fonte 2006-2012 2013-2015 GESP - aportes do Tesouro 7.700 13.200 GESP - financiamentos 600 2.800 Governo federal - retorno de impostos 1.000 2.000 Governo federal - Cide1 600 1.200 PMSP - retorno do IPTU2 300 1.000 PMSP - financiamentos 300 0 PMSP - pedágio urbano 0 3.000 Privado (PMSP e outras) - concessões urbanísticas 500 4.500 Privado - PPPs mistas estaduais/municipais 5.400 4.000 Privado - margem operacional dos operadores 200 400 Total 16.600 32.100

Fonte: STM – Pitu 2025. Notas: 1 Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico. 2 Imposto Predial e Territorial Urbano.

TABELA 38 Pitu 2025: participações por agentes (Em R$ milhões)

Fonte Importância % Gesp 26.650 54,7 Governo federal 4.800 9,9 PMSP 6.950 14,3 Setor privado 5.300 10,9 Concessões urbanísticas 5.000 10,3 Total 48.700 100,0%

Fonte: STM – Pitu 2025.

Projetos de investimento e recursos para o financiamento

PPA Os investimentos na RM de São Paulo contemplam a expansão e modernização do transporte metropolitano de alta e média capacidades – Metrô, trem e corredores de ônibus – tendo como premissa a adoção de soluções conjuntas entre o uso do solo, transportes e meio ambiente. Nesta expansão está incluída a aquisição e renovação de grande parte do material rodante – trens, monotrilhos e ônibus – e um moderno sistema de sinalização metroferroviária.

A ênfase dos investimentos no Metrô se dá na ampliação da conectividade da malha e na compatibilidade entre a oferta que propicia e a demanda que se propõe a atender. Além dos recursos do governo do estado, estão sendo mobilizadas fontes federal, municipais e da iniciativa privada, com apoio de agentes financiadores nacionais e estrangeiros. Em 2015, a rede de metrô planejada será de 91 km com oitenta estações e a de monotrilho será de 45 km com 41 estações. Essa malha de transportes será articulada em 31 pontos de integração (metrô x monotrilho x trem metropolitano) e abrangerá todos os quadrantes da capital paulista, apontando ainda para a extensão de seus benefícios para importantes subpolos regionais, até então desatendidos, como o ABC, Guarulhos e Taboão da Serra.

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O projeto de expansão e modernização da malha da CPTM tem o objetivo de conduzir a infraestrutura instalada ao limite de seu desempenho, a fim de tornar a oferta compatível com o potencial de demanda e atingir um padrão de excelência de serviço.

A proposta da EMTU-SP prevê a construção, complementação e melhoramento de vários corredores metropolitanos de ônibus integrados ao sistema sobre trilhos.

QUADRO 3 PPA 2008-2011

Secretaria de Logística e Transporte (antiga Secretaria dos Transportes do ESP) Programa 1601: Planejamento Estratégico de Transporte do Estado de São Paulo Ações: Implantação de CLIs Estudo de viabilidade de implantação do corredor de exportação e de novas concessões (estudos realizados) Programa 1606: Ampliação, Recuperação e Modernização da Malha Rodoviária Ações: Estradas vicinais: pavimentação e recuperação Duplicação da BR 381 - Fernão Dias (BID) Duplicação e implantação de rodovias estaduais Implantação e transposição de rodovias (convênio DER/Dersa) Programa 1611: Transposição Rodoferroviária da RM de São Paulo Ações: Execução da obra do Ferroanel - Tramo Sul STM - EMTU Programa 3706: Expansão e Gestão do Transporte de Baixa e Média Capacidade Ações: Sivim Programa de Revitalização dos Polos de Articulação Metropolitana - Pró-Polos Corredor São Mateus-Jabaquara-Morumbi: eletrificação Novos: Corredor Metropolitano Guarulhos-Tucuruvi STM - CPTM Programa 3707: Expansão, Modernização e Operação do Transporte Ferroviário - Pitu em marcha (CPTM) Ações: Estudos e projetos para expansão e novos serviços sobre trilhos - integração centro Julio Prestes - Amador Bueno (Linha B): modernização Osasco - Jurubatuba (Linha C): modernização e expansão Luz - Rio Grande da Serra (Linha D): modernização e implantação do Expresso ABC Luz - Estudantes (Linha E): modernização e expansão do Expresso Leste Brás - Calmon Viana (Linha F): modernização e expansão da oferta STM - Metrô Programa 3708: Expansão, Modernização e Operação do Transporte Ferroviário Ações: Recapacitação e modernização das linhas Azul, Verde, Vermelha e Lilás Extensões: Linha 4 - Amarela. Fase 1: Butantã, Pinheiros, Faria Lima, Paulista, República, Luz (em operação) Fase II: Vila Sônia, São Paulo-Morumbi, Fradique Coutinho, Oscar Freire, Higienópolis Linha 5 - Lilás: Largo 13 - Chácara Klabin (implantação operacional)

Fonte: Secretaria de Planejamento e Gestão – PPA 2008-2011.

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QUADRO 4 PPA 2012-2015

Secretaria de Logística e Transporte (antiga Secretaria dos Transportes do ESP) Programa 1607: Modernização da Infraestrutura Aeroportuária Ação: Ampliação e modernização de aeroportos (aeroportos reformados) Programa 1611: Transposição Rodoferroviária da RM de São Paulo (convênio DER/Dersa) Ações: Execução da obra do Ferroanel - Tramo Sul Execução da obra do Ferroanel - Tramo Norte Execução das obras do Rodoanel - Trecho Norte STM - EMTU Programa 3706: Expansão e Gestão do Transporte de Baixa e Média Capacidade Expansão e Gestão do Transporte de Baixa e Média Capacidade: Sivim Pró-Polos: melhoria e/ou construção de equipamentos urbanos de baixo custo terminais modulares, estações de embarque, calçadas, calçadões, bicicletários e passarelas Corredor São Mateus-Jabaquara-Morumbi: complementação da eletrificação, modernização dos terminais metropolitanos e substituição da frota diesel por trólebus Novos: Corredor Metropolitano Guarulhos-Tucuruvi: execução das obras do trecho Taboão-Vila Galvão Corredor Metropolitano Itapevi-São Paulo/Butantã Corredor Metropolitano Itapevi-Cotia Corredor metropolitano Alphaville (Carapicuíba-Cajamar) ligando os municípios de Carapicuíba, Barueri, Santana do Parnaíba e Cajamar Corredor Metropolitano Arujá-Itaquaquecetuba Corredor Metropolitano Perimetral Leste: vai ligar o Corredor Metropolitano Guarulhos-Tucuruvi (Terminal Cecap) ao Corredor São Mateus-Jabaquara (Terminal São Mateus), passando pela Av. Jacu-Pêssego STM - CPTM Programa 3707 - Expansão, Modernização e Operação do Transporte sobre Trilhos - Pitu em Marcha Ações: Estudos para expansão e novos serviços sobre trilhos nas RMs e AUs (R$ 2 milhões) Integração Centro (R$ 8 milhões) Luz - Jundiaí (Linha 7 - Rubi): modernização e expansão da oferta (R$ 101 milhões) Julio Prestes - Amador Bueno (Linha 8 - Diamante): modernização (R$ 243 milhões) STM - Metrô Programa 3708 - Expansão, Modernização e Operação do Transporte Metroviário Ações: Recapacitação e modernização das linhas existentes Linhas novas/extensões: Linha 4 - Amarela Vila Sônia - Taboão Vila Sônia - Luz: previsão para implantar 23% Linha 2 - Verde Vila Prudente - Tiradentes (monotrilho) Linha 5 - Lilás Capão Redondo - Jd. Ângela Linha 6 - Laranja: Brasilândia - São Joaquim São Joaquim - Cidade Líder Bandeirantes - Brasilândia Linha 15 - Branca Vila Prudente - Dutra Linha 17 - Ouro Jabaquara - São Paulo-Morumbi (monotrilho) Linha 18 - Bronze Tamanduateí (SP) - Alvarenga (SBC) (monotrilho) Fonte: Secretaria de Planejamento e Gestão – PPA 2012-2015.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 147 04/12/2015 09:26:37 148 Relatório de Pesquisa 2 84,78 657,72 99,66 70,95 61,48 69,48 98,84 69,43 71,42 171,99 98,78 44,41 70,54 46,67 93,80 30,62 79,44 % execução Liquidado 541.833,79 88.003,00 1.523.935,81 1.543.236,50 715.385,72 54.426,00 1.786.768,94 2.612.759,80 1.854.986,53 97.376,00 2.393.707,54 1.839.658,50 882.448,88 52.658,00 2.365.719,19 1.504.956,00 12.962,55 639.114,65 13.380,00 1.529.150,31 2.175.038,50 1.163.701,73 78.335,00 1.807.734,06 3.762.961,00 2.597.435,11 56.616,00 2.423.305,63 4.142.518,00 1.250.986,42 112.831,47 2.522.017,28 4.915.370,00 16.318,14 Dotação atual 1 77,00 100,00 85,00 251,00 92,00 84,00 70,00 325,00 27,00 84,00 77,00 103,00 53,00 55,00 160,00 52,00 0,00 Execução física (%) Média de execução das metas ações do programa. Percentual baseado na relação valores liquidados/dotação atual das ações dos programas. baseado na relação valores Percentual 1 2 Programa Gestão Estratégia de Transportes Metropolitano - Pitu-Vivo Transportes de Gestão Estratégia Expansão e Gestão do Transporte de Baixa e Média Capacidade - Pitu em Marcha Transporte Expansão e Gestão do Expansão, Modernização e Operação do Transporte Ferroviário - Pitu em Marcha Ferroviário Transporte do Modernização e Operação Expansão, Expansão, Modernização e Operação do Transporte Metroviário - Pitu em Marcha Transporte do Modernização e Operação Expansão, Gestão Estratégia de Transportes Metropolitano - Pitu-Vivo Transportes de Gestão Estratégia Expansão e Gestão do Transporte de Baixa e Média Capacidade - Pitu em Marcha Transporte Expansão e Gestão do Expansão, Modernização e Operação do Transporte Ferroviário - Pitu em Marcha Ferroviário Transporte do Modernização e Operação Expansão, Expansão, Modernização e Operação do Transporte Metroviário - Pitu em Marcha Transporte do Modernização e Operação Expansão, Gestão Estratégia de Transportes Metropolitano - Pitu-Vivo Transportes de Gestão Estratégia Expansão e Gestão do Transporte de Baixa e Média Capacidade - Pitu em Marcha Transporte Expansão e Gestão do Expansão, Modernização e Operação do Transporte Ferroviário - Pitu em Marcha Ferroviário Transporte do Modernização e Operação Expansão, Expansão, Modernização e Operação do Transporte Metroviário - Pitu em Marcha Transporte do Modernização e Operação Expansão, Gestão Estratégia de Transportes Metropolitano - Pitu-Vivo Transportes de Gestão Estratégia Expansão e Gestão do Transporte de Baixa e Média Capacidade - Pitu em Marcha Transporte Expansão e Gestão do Expansão, Modernização e Operação do Transporte Ferroviário - Pitu em Marcha Ferroviário Transporte do Modernização e Operação Expansão, Expansão, Modernização e Operação do Transporte Metroviário - Pitu em Marcha Transporte do Modernização e Operação Expansão, Novos Rumos Trilhos nos Velhos TABELA 39 TABELA da STM Programas Fonte: Secretaria de Planejamento e Gestão, 2013. Secretaria de Planejamento e Gestão, Fonte: 2013. Emplasa, Elaboração: Notas: Código 3703 3706 3707 3708 3703 3706 3707 3708 3703 3706 3707 3708 3703 3706 3707 3708 4108

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 148 04/12/2015 09:26:37 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 149

TABELA 40 RM de São Paulo: investimento em transporte – PAC

Tipo de Valor dos investimentos Valor total dos Município Executor Órgão de acompanhamento Estágio empreendimento (2011-2014) (R$) investimentos (R$) Mobilidade Ação MCidades urbana preparatória Aeroporto Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária Concluído 86.000.000,00 86.000.000,00

Guarulhos Aeroporto Infraero Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária Concluído 2.860.000,00 2.860.000,00 Aeroporto Invepar Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária Concluído 4.700.000.000,00 4.700.000.000,00 Aeroporto Infraero Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária Concluído 45.370.000,00 45.370.000,00 Aeroporto Infraero Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária Concluído 269.400.000,00 269.400.000,00 Ferrovia ANTT Ministério dos Transportes Concluído 4.000.000,00 4.000.000,00 Mobilidade Ação MCidades urbana preparatória São Paulo Mobilidade Ação MCidades urbana preparatória Governo Em licitação Rodovias Ministério dos Transportes do ESP de obra Investimentos totais em transporte do PAC 5.107.630.000,00

Fonte: MCidades – PAC 2012.

QUADRO 5 RM de São Paulo: programa de investimentos do ESP – principais projetos (maio 2012)

STM Projeto Metrô Linha 4 Amarela - Fase 2 Investimentos R$ milhâo: 1.500,00 Escopo Implantação da Fase II (5 estações), com aquisição de 15 novos trens, passando a atender 970 mil passageiros/dia. Extensão 12,8 km Estágio atual Obras contratadas Projeto Metrô Linha 5 Lilás - Fase 2: Largo Treze - Chácara Klabin Investimentos R$ milhões: 6.982,40 Interligação com as Linhas 9 - Esmeralda, da CPTM, e 1 - Azul e 2 - Verde e 17 - Ouro, do Metrô, com acréscimo de 11 estações e Escopo aquisição de 26 novos trens, passando a atender 700 mil passageiros/dia. Extensão 11,7 km Estágio atual Obra civil e material rodante contratados. Sistemas em processo de licitação Projeto Metrô Linha 2 Verde - Trecho Vila Prudente - Cidade Tiradentes Investimentos R$ milhões: 5.587,50 Implantação do prolongamento da Linha 2 - Verde no trecho Cila Prudente - Hospital Cidade Tiradentes, em sistema monotrilho, com Escopo extensão de 24,5 km, contando com 17 estações, 2 pátios de manutenção e estacionamento e 54 trens Estágio atual Obra civil e material rodante contratados. Estações e sistemas em processo de licitação Projeto Metrô Linha 15 Branca - Trecho Vila Prudente - Dutra Investimentos R$ milhões: 8.312,40 Implantação dos trechos Vila Prudente - Anália Franco e Anália Franco - Dutra, com extensão total de 13,6 km, 12 estações, 1 pátio Escopo de manutenção e 33 trens Estágio atual Projeto Básico em elaboração Projeto Metrô Linha 17 Ouro - Trecho Jabaquara - Morumbi Investimentos R$ milhões: 3.623,50 Implantação de linha de metrô, sistema monotrilho, ligando a Estação Jabaquara da Linha 1 Azul até a Estação São Paulo/Morumbi Escopo da Linha 4 Amarela, numa extensão de 17,7 km, 18 estações, 1 pátio de manutenção e 24 trens Estágio atual Obras civis e material rodante contratados. Estações e sistemas em processo de licitação Projeto Modernização das linhas do trem metropolitano da CPTM Investimentos R$ milhões: 21.055,60 Modernização de estações, material rodante e sistemas, investimentos em aquisição de trens, expansão da oferta e acessibilidade, em Escopo todas as linhas atualmente operadas. Extensão 260,8 km Estágio atual Parte em execução e parte em licitação. Conclusão: de 2014 a 2017 (Continua)

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 149 04/12/2015 09:26:37 150 Relatório de Pesquisa

(Continuação) STM Expresso Aeroporto (STM) Linha 14 Ônix - Expresso Aeroporto - Transporte ferroviário rápido que ligará o centro de São Paulo ao Projeto Aeroporto de Guarulhos por via expressa (28,3 km em 20 minutos) Investimento R$ milhão: 1.560,00 privado Modelo de Concessão comum negócio Licitação Maior outorga Prazo 35 anos Estágio atual Edital suspenso para ajuste no projeto e na modelagem em função do TAV Transporte Público de Passageiros por Ônibus Área 5 (SMT/EMTU) - Serviços de transporte metropolitano de passageiros, por ônibus, Projeto com operação e manutenção da infraestrutura, na Área 5 da RM de São Paulo - lote único que reúne 8 municípios Investimento R$ milhões: 98 Modelo de Concessão comum negócio Licitação Maior oferta de outorga Prazo 10 anos Estágio atual Em desenvolvimento uma nova modelagem para licitação Projeto Sistema de Arrecadação Centralizada do Bilhete Integrado (STM) - Gestão da cobrança/tarifa Cartões Inteligentes Investimento R$ milhões: 522 Modelo de Concessão administrativa negócio Licitação Menor contraprestação Prazo 30 anos Estágio atual Em fase de revisão da modelagem Expresso ABC - Linha 10 Turquesa (STM/ CPTM) - Extensão de 25,2 km, ligação expressa, com intervalos entre trens de 6 minutos, da Projeto Estação Mauá, região do ABC, com a Estação da Luz, em via paralela à linha 10 - Turquesa, da CPTM e paradas intermediárias nas estações Santo André, São Caetano, Tamanduateí e Brás Investimento R$ bilhão: 1,50 Modelo de Concessão patrocinada negócio Licitação Menor tarifa de remuneração Prazo 30 anos Estágio atual Proposta preliminar aprovada em junho/2011. Estudos técnicos de viabilidade em desenvolvimento para aprovação da modelagem final Metrô - linha 6 Laranja (STM/ Metrô) - Extensão de 12,8 km, 14 estações e 24 trens (6 carros). Atendimento de 600 mil passageiros/ Projeto dia. Ligando o bairro da Brasilândia ao Centro (Estação São Joaquim) Investimento R$ bilhões: 10,4 Modelo de Concessão patrocinada negócio Licitação Em estudo Prazo 35 anos Manifestação de Interesse Privado (MIP) e proposta preliminar aprovada em agosto/2011 Três estudos do setor privado em fase final Estágio atual de análise. Modelagem em preparação para apreciação do conselho em junho/2012 Metrô - Linha 18 Bronze VLT São Paulo - SBC (STM/Metrô) Extensão de 18km, 19 estações e 28 trens. Atendimento 400 mil Projeto passageiros/dia. Investimento R$ milhões: 3.793,00 privado Modelo de Concessão patrocinada negócio Licitação Em estudo Prazo 35 anos Proposta preliminar aprovada em dezembro/2011. Chamamento publicado em fevereiro/2012, prazo de entrega dos estudos até Estágio atual junho/2012 (Continua)

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 150 04/12/2015 09:26:37 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 151

(Continuação) STM Metrô - Linha 20 Rosa Lapa-Moema (STM/Metrô) - Ligação dos bairros da Lapa e de Moema com integração à Linha 5 Lilás, com Projeto 12,6 km de extensão e 13 estações Investimento R$ milhões: 7.500,00 privado Modelo de Concessão patrocinada negócio Licitação Em estudo Prazo 30 anos Estágio atual MIP e proposta preliminar aprovada em março/2012. Chamamento público a ser publicado em junho/2012 Secretaria de Logística e Transporte Projeto Rodoanel - Trecho Norte Investimentos R$ milhões: 6.515,00 Interligação das Rodovias Pres. Dutra e Ayrton Senna, pelo lado oeste e das rodovias Bandeirantes, Castello Branco, Raposo Tavares e Escopo Régis Bittencourt, pelo lado oeste, com as rodovias Anchieta e Imigrantes Trecho com 44,2 km Licitação internacional. Fase de pré-qualificação para obras civis (25 consórcios, 46 empresas com 18 estrangeiras). Fase final de Estágio atual julgamento para projetos de engenharia e supervisão. Financiamento do BID aprovado em 22/5/2012 Projeto Viário da Zona Leste Investimentos R$ milhões: 478,00 Intervenções na região de Itaquera dentro do plano de investimentos paulistas para a copa do Mundo de 2014, compreendendo Escopo redesenho e mudança no viário e acessos, melhorias para a movimentação de pedestres e ciclistas e tráfego de veículos em geral Estágio atual Início do estudo funcional e de demanda. Em avaliação o modelo de negócio Projeto Ferroanel - Tramo Sul e Norte Investimentos R$ milhões: 3.200,00 A implantação do Ferroanel, juntamente com as segregações na rede da CPTM a leste e a sudeste, permitirá uma melhora significativa Escopo na logística de transposição da carga nos diversos sentidos da Macrometrópole, principalmente no acesso ao Porto de Santos, na distribuição de carga na RM de São Paulo e na solução do conflito carga x passageiros Estágio atual Início do estudo funcional e de demanda. Em avaliação o modelo de negócio

Fonte: Site do governo do estado. Programa de investimentos do ESP: portfólio dos principais projetos do estado – maio/2012.

Controle social Como detalhado no Relatório 1.1, a Lei Complementar Estadual no 1.139/2011, que reorganiza a RM de São Paulo, define a composição do CDM-RMSP, onde a STM tem assento. Além do CDM-RMSP, a STM também tem assento na Câmara de Desenvolvimento Metropolitano, criada em 2011 como colegiado de estado para discutir as Fpics em todo o território da MMP (Decreto Estadual no 56.887/2011).

A Lei Complementar Estadual no 1.139/2011 define também a possibilidade de criação de Conselhos Consultivos para cada sub-região, com participação social. O Conselho de Desenvolvimento e os conselhos consultivos poderão constituir câmaras temáticas, para as Fpics e Câmaras Temáticas Especiais, voltadas a um programa, projeto ou atividade específica.

Na RM de São Paulo, além dessas organizações descritas anteriormente, existem os consórcios intermunicipais que ocupam um espaço importante de gestão regional de problemas comuns. Trata-se de iniciativa que vem sendo adotada por diversos municípios para lidar com problemas comuns, amparadas na Lei Federal no 11.107/2005, regulamentada pelo Decreto Federal no 6.017/2007. No âmbito do trabalho realizado pela Emplasa, quando da reorganização da RM de São Paulo em 2011, foram identificados e mapeados onze consórcios atuantes nesse território.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 151 04/12/2015 09:26:37 152 Relatório de Pesquisa

2.3.3 Análise da efetividade do arranjo de gestão e da governança metropolitana dos transportes ˏˏ Metrô O Metrô de São Paulo possui quatro linhas em operação, 65,3 km de rede, 58 estações e 150 trens.

Em 2010, foi inaugurado o primeiro trecho da Linha 4-Amarela, a primeira operada em regime de concessão pelo Consórcio Via Quatro através de uma PPP. Essa linha possui seis estações, 8,9 km de extensão e quatorze trens.

Com isso, a malha metroviária chega a 74,2 km de extensão e 64 estações.

Passageiros transportados O Metrô transportou, no ano de 2012, 1.098 milhão de passageiros, sendo 3,75 milhões de passageiros em média nos dias úteis (tabela 41).

TABELA 41 Metrô: demanda de passageiros por linha (2012)

Demanda Linha 1 - Azul Linha 2 - Verde Linha 3 - Vermelha Linha 5 - Lilás Rede Total (milhares) 304.469 144.504 353.509 74.690 877.171 Médias dos dias úteis 1.039 515 1.191 254 2.999 Média dos sábados 564 215 675 146 1.600 Média dos domingos 321 116 406 71 913 Máxima diária 1.149 560 1.295 306 3.261

Fonte: GOP/OPC/CTE.

TABELA 42 Metrô: entradas e passageiros transportados – média dos dias úteis (2012)

MDU Mês/2012 Entrada de passageiros Passageiros transportados Janeiro 2.592.874 3.339.568 Fevereiro 2.993.347 3.736.825 Março 3.114.962 3.889.740 Abril 3.131.589 3.909.716 Maio 3.089.721 3.856.900 Junho 2.994.769 3.739.560 Julho 2.792.883 3.488.055 Agosto 3.046.345 3.797.680 Setembro 3.080.713 3.841.127 Outubro 3.076.330 3.834.274 Novembro 3.153.602 3.929.421 Dezembro 2.920.155 3.634.465 Média de 2012 2.998.941 3.749.778

Fonte: Metrô. Obs.: Não inclui a Linha 4 - Amarela, operada em regime de concessão pelo Consórcio Via Quatro.

Integração tarifária O sistema está integrado à CPTM nas estações Luz, Pinheiros, Tamanduateí, Brás, Palmeiras-Barra Funda, Tatuapé, Corinthians-Itaquera e Santo Amaro, e aos outros modais de transporte na cidade de São Paulo.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 152 04/12/2015 09:26:37 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 153

O Bilhete Único Comum Integrado foi utilizado por 115 milhões de usuários e sua participação sobre o total de entradas foi de 13% (tabela 43).

TABELA 43 Metrô: participação dos bilhetes integrados no total de passageiros

Tipos de integração Em 1 mil passageiros % de participação Integração com Corredor ABD 1.779 0,7 Integração Linha 5 - Lilás com ônibus intermunicipal 13.342 5,1 Integração ônibus São Paulo (Bilhete Único) 114.764 43,6 Integração ônibus São Paulo (Bilhete Único) Vale Transporte 126.244 48,0 Tarifa do Madrugador Integrado 6.803 2,6 Integração com ônibus intermunicipal em Tamanduateí 28 0,0 Total 262.932 100,0

Fonte: Metrô, 2012.

Como um sistema ambientalmente sustentável e altamente eficiente, o Metrô contribui para reduzir a poluição e diminuir o trânsito. O Metrô também está engajado na promoção do transporte não motorizado, implementando ciclovias, bicicletários e paraciclos nas estações.

ˏˏ CPTM A CPTM opera seis linhas (tabela 44), com 89 estações, 258,6 km de extensão e atende a 19 dos 39 municípios da RM de São Paulo, além de mais três municípios a noroeste, transportando cerca de 2,7 milhões de passageiros/dia (setembro/2012).

Passageiros transportados

TABELA 44 CPTM: passageiros transportados por linha – média dos dias úteis (2011)

Linhas Usuários 7 - Luz - Jundiaí 391.272 8 - Júlio Prestes - Itapevi 430.564 9 - Osasco - Grajaú 364.486 10 - Luz - Rio Grande da Serra 366.155 11 - Luz 0 Estudantes 558.771 12 - Brás - Calmon Viana 208.717

Fonte: CPTM, 2011.

Integração tarifária Das 89 estações, oito são integradas com o metrô e sete interligam as próprias linhas do trem metropolitano. Todas as linhas da CPTM possuem conexões físicas com as linhas do Metrô.

Em 2012, 49 milhões de usuários fizeram uso do Bilhete Único Comum Integrado e sua participação sobre o total de entradas atingiu 8% (tabela 45).

Em vinte anos de operação, a empresa modernizou a frota, investiu em capacitação técnica, construiu novas estações e remodelou antigas dentro de padrões de construção sustentável. O programa de investimentos e a integração com o metrô diminuíram os tempos de deslocamento.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 153 04/12/2015 09:26:37 154 Relatório de Pesquisa

TABELA 45 CPTM: participação dos bilhetes integrados no total de passageiros (2012)

Tipos de integração % de participação Integração com Corredor ABD 0,42 Integração com ônibus municipal de Itapevi e Barueri 1,55 Integração com ônibus intermunicipal em Rio Grande da Serra 0,10 Integração com ônibus São Paulo (Bilhete Único) 41,87 Integração com ônibus intermunicipal em Tamanduateí 0,0 Integração com ônibus São Paulo (Bilhete Único) Vale Transporte 53,61

Fonte: CPTM, 2012.

Ao todo o Sistema Metroferroviário da RM de São Paulo (Metrô e CPTM) transportou 2.032,2 milhões de passageiros, sendo 6,9 milhões em média nos dias úteis (tabela 46).

TABELA 46 Metrô e CPTM: passageiros transportados – totais e média dos dias úteis (Em milhares de passageiros)

Sistema metroviário Data Metrô CPTM Total Passageiros transportados Média dia útil Passageiros transportados Média dia útil Passageiros transportados Média dia útil Janeiro 95,78 3,80 58,7 2,25 154,5 6,1 Fevereiro 96,12 4,28 58,6 2,45 154,7 6,7 Março 115,20 4,48 68,3 2,63 183,5 7,1 Abril 104,14 4,52 61,6 2,6 165,7 7,1 Maio 111,98 4,46 67,0 2,57 179,0 7,0 Junho 103,29 4,34 62,0 2,54 165,2 6,9 Julho 102,57 4,06 62,3 2,46 164,9 6,5 Agosto 116,53 4,42 70,3 2,65 186,8 7,1 Setembro 104,86 4,47 62,9 2,68 167,8 7,2 Outubro 114,36 4,47 68,7 2,68 183,1 7,1 Novembro 103,55 4,47 62,0 2,56 165,5 7,1 Dezembro1 99,78 4,59 61,9 2,34 161,7 6,6 2012 1.268,16 4,24 764,1 2,53 2.032,3 6,88

Fonte: Cia. do Metropolitano de São Paulo – intranet; Cia. Paulista de Trens Metropolitanos – intranet. Nota: 1 Dados sujeitos à modificação (9/1/2013).

ˏˏ EMTU/RM de São Paulo A EMTU gerencia, na RM de São Paulo, 570 linhas metropolitanas operadas por 4.933 veículos, que transportam em média 1.950.000 usuários por dia útil, envolvendo todos os tipos de serviço do sistema regular.

Passageiros transportados Mensalmente, são transportados cerca de 50.800.000 passageiros pela rede da EMTU na RM de São Paulo, sendo que os serviços são executados por dezoito empresas permissionárias e cinco concessionárias (tabela 47).

O Corredor Metropolitano São Mateus-Jabaquara (ABD) liga os bairros de São Mateus e Jabaquara, da cidade de São Paulo, passando pelos municípios de Santo André, Mauá, São Bernardo do Campo e Diadema. Possui uma frota de 282 ônibus e opera, em viário segregado, em praticamente toda a sua extensão de 45 km.

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TABELA 47 RM de São Paulo: passageiros transportados no sistema sobre pneus – total e média dos dias úteis (Em milhares de passageiros)

Sistema sobre pneus Data RM de São Paulo Passageiros transportados Média dia útil Janeiro 44,6 1,70 Fevereiro 45,6 1,89 Março 51,9 1,98 Abril 46,4 1,93 Maio 50,8 1,93 Junho 46,2 1,95 Julho 45,7 1,87 Agosto 52,2 1,79 Setembro 47,0 1,95 Outubro 51,2 1,96 Novembro 46,6 1,97 Dezembro1 - - 2012 528,2 1,90

Fonte: Cia. do Metropolitano de São Paulo – intranet; Cia. Paulista de Trens Metropolitanos – intranet. Nota: 1 Dados sujeitos à modificação (9/1/2013).

Em julho de 2010 entrou em operação a extensão Diadema-Morumbi do Corredor ABD, com 12 km de extensão.

A empresa também gerencia serviços especiais como o Airport Service, que liga os aeroportos Congonhas e Cumbica a diversos destinos.

Integração tarifária Os Bilhetes Integrados (Plataforma Edmonson) são utilizados nas integrações com o Metrô na Estação Jabaquara (Linha 1 – Azul), com a CPTM (Linha 10 – Turquesa, na Estação Santo André e Linha 9 – Esmeralda, nas estações Morumbi e Berrini) e com linhas de ônibus intermunicipais da RM de São Paulo (tabela 48).

TABELA 48 EMTU/SP: Corredor Metropolitano ABD – participação dos bilhetes integrados no total de passageiros (2012)

Tipos de bilhete % de participação Integração com Metrô 79,02

Integração com CPTM 20,95

Integração com ônibus intermunicipal 0,03

Total 100,00

Fonte: EMTU, 2012.

ˏˏ São Paulo Transportes (SPTrans) No total do transporte coletivo da RM de São Paulo, o município de São Paulo responde por 53% da demanda de passageiros (tabela 49).

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TABELA 49 Competência do transporte coletivo por ente federativo (Em %)

Competência do município de São Paulo Competência do estado 53 47 Ônibus Metrô Trem metropolitano Ônibus metropolitano 53 23 14 10

Fonte: CTC/STM, Monitoramento da demanda 2009-2012.

O sistema municipal de São Paulo (SPTtrans) transportou 2.917 milhões de passageiros em 2012, sendo 9,6 milhões de passageiros em média nos dias úteis.

ˏˏ Pesquisa origem e destino (OD) As pesquisas OD realizadas permitiram atualizar as redes de transporte e ajudaram a elaborar os planos metropolitanos de transporte para a região (tabelas 50, 51 e mapa 22).

Tempo de deslocamento casa-trabalho

TABELA 50 RM de São Paulo: tempo médio de deslocamento casa-trabalho

Modo Número de viagens Tempo médio (minutos) Coletivo 7.393.206 79 Individual 4.994.726 38 A pé 3.097.319 17 Bicicleta 208.654 28 Total 15.693.904

Fonte: São Paulo (2008).

TABELA 51 Tempo médio de viagem por modo de transporte (1997 e 2007)

Tempo médio (minutos) Modo de transporte Município São Paulo RM de São Paulo 1997 2007 1997 2007 Coletivo 63 71 61 67 Individual 28 33 27 31

Fonte: Metrô/SP, Pesquisas OD 1997 e 2007.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 156 04/12/2015 09:26:38 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 157

MAPA 22 RM de São Paulo: tempos médios – coletivo (2007)

Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

Comprometimento da renda com transporte

TABELA 52 Tempo médio das viagens diárias por tipo e renda familiar mensal (2007)

Tempo médio (em minutos) das viagens por renda familiar1 Modo Até 760 760 a 1.520 1.520 a 3.040 3.040 a 5700 Mais de 5.700 Total Coletivo 68 70 66 62 58 67 Individual 29 32 31 32 31 31 A pé 18 17 16 15 14 16 Bicicleta 28 27 24 20 22 26 Tempo médio 38 41 41 38 34 39 Fonte: Metrô, Pesquisas OD 1997 e 2007. Nota: 1 Em reais de outubro de 2007.

TABELA 53 Viagens diárias (em milhares) por modo principal e renda familiar mensal

Viagens por renda familiar1 Modo Até 760 760 a 1.520 1.520 a 3.040 3.040 a 5700 Mais de 5.700 Total Metrô 145 559 842 482 195 2.223 Trem 83 317 290 85 41 816 Ônibus 1.080 2.908 3.618 1.168 283 9.057 Fretado 38 106 216 116 24 500 Escolar 126 390 504 212 95 1.327 Auto 393 1.319 3.382 2.968 2.352 10.414 Táxi 5 14 23 21 28 91 Moto 44 216 290 130 31 711 Bicicleta 50 137 88 24 6 305 A pé 2.071 4.697 4.217 1.237 450 12.672 Outros 11 39 37 25 7 119 Total 4.046 10.702 13.507 6.468 3.512 38.235 Fonte: Metrô, Pesquisas OD 1997 e 2007. Nota: 1 Em reais de outubro de 2007.

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 157 04/12/2015 09:26:38 158 Relatório de Pesquisa

MAPA 23 RM de São Paulo: carência por transporte coletivo (2007)

Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

Estudo estatístico recente, desenvolvido na Emplasa, sobre o potencial de atração de empregos na RM de São Paulo, mostrou que a distribuição espacial das atividades tem forte associação à oferta de transporte coletivo. Esta hipótese fundamenta-se nos resultados do estudo da correlação entre a densidade dos empregos (mapa 24) e a média dos custos generalizados de viagem, por zona de destino, utilizando o transporte coletivo (mapa 25), elaborado com informações da Pesquisa OD 2007 (gráfico 6). A curva de regressão, correspondente a esta correlação, estabelece que a densidade de empregos varia inversamente a uma potência da média dos custos generalizados de viagem, por zona de destino, por transporte coletivo. Esta equação é compatível com as teorias econômicas que afirmam que as atividades se localizam em função dos custos de transporte que incidem na produção e na distribuição das mercadorias.

As redes de circulação consideradas nesta análise compreendem o conjunto de linhas de transporte de alta capacidade (metrô, ferrovia), de média capacidade (VLT, corredores de ônibus e bus rapid transit and system – BRTs), as linhas de ônibus intermunicipais e o sistema viário metropolitano.

A análise da inserção das redes de circulação objetiva evidenciar as áreas com maior acessibilidade em escala metropolitana. Em função do padrão de acessibilidade, as áreas envoltórias às linhas que compõem as redes estruturais de transporte coletivo – compostas pelas redes de alta e média capacidade – são as que apresentam maior potencial para garantir a mobilidade da população e a atração de empregos. Em particular, as estações e terminais de integração comuns a duas ou mais linhas de transporte de alta e média capacidade apresentam um potencial maior de acessibilidade, e, portanto, suas áreas envoltórias têm maior propensão à atração de atividades econômicas e à formação de polos terciários.

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MAPA 24 RM de São Paulo: densidade dos empregos (2007)

Fonte: Emplasa (2013). Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

MAPA 25 RM de São Paulo: média dos custos generalizados de viagem, por zona de destino – transporte coletivo (2007)

Fonte: Emplasa (2013). Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

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GRÁFICO 6 RM de São Paulo: variação da densidade de empregos em função da média dos custos generalizados de viagem, por zona de destino – transporte coletivo (2007)

Fonte: Emplasa (2013). Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

São consideradas na análise as redes estruturais de circulação atuais e futuras. Nela, foi adotado inicialmente um raio de 2 quilômetros para a delimitação das áreas envoltórias às redes estruturais de circulação.

A análise da inserção espacial das redes de circulação objetiva delimitar, com tais envoltórias, as áreas de maior acessibilidade atuais e futuras, em escala metropolitana, nelas apontando a presença de polos existentes ou potenciais.

Assim, associam-se essas áreas envoltórias das vias estruturais de circulação aos estudos de uso e ocupação do solo, como importante ferramental que subsidia tomadas de decisão no âmbito da governança metropolitana.

Redes de circulação atuais a) Envoltória de 2 km a partir da rede do Metrô, da CPTM, do Corredor ABD da EMTU e dos corredores da SPTrans Essa envoltória abrange vinte polos consolidados ou em formação cuja dinâmica está associada à acessibilidade. Ocupa todo o centro expandido e a região sudoeste do município de São Paulo. Nelas se destacam as seguintes estações de integração: Sé, Brás,

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Luz, República, Barra Funda, Lapa, Consolação, Pinheiros, Paraíso e Ana Rosa. Demarca o território da RM de São Paulo fora do centro expandido:

• a norte, perpassando os municípios de São Paulo, Caieiras, Franco da Rocha, Francisco Morato; • a leste, percorrendo a várzea do rio Tietê entre os municípios de São Paulo, Poá, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Suzano e Mogi das Cruzes, com destaque para as estações de integração Tatuapé e Itaquera, ambas se constituindo como cerne de novos polos, e Calmon Viana, em Poá, onde se integram duas linhas da CPTM; • a oeste, passando pelos municípios de São Paulo, Osasco, Carapicuíba, Barueri, Jandira e Itapevi, com destaque para as estações de integração em Presidente Altino e Osasco, este último constituindo um antigo polo regional já consolidado; • a sudeste, ao longo do rio Tamanduateí, unindo o município de São Paulo com São Caetano do Sul, Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, com destaque para as estações de integração Tamanduateí e Santo André, esta localizada na sede do município, tradicional polo regional já consolidado; e • a sul, no município de São Paulo, na área envoltória ao longo de linha de metrô destaca-se o Jabaquara, onde se integra o Corredor ABD, de média capacidade, que por sua vez cruza com os corredores da SPTrans, no Brooklin. A área envoltória ao transporte de massa ainda se prolonga ao logo do rio Pinheiros, tendo como eixo uma linha da CPTM, que cruza a linha de Metrô em Santo Amaro, importante polo consolidado de caráter regional. b) Envoltória de 2 km a partir dos eixos das linhas de ônibus intermunicipais gerenciados pela EMTU de São Paulo S.A. Essa envoltória se superpõe à área envoltória da rede de alta e média capacidade, como também a ultrapassa em todas as direções, atingindo os limites regionais em diversos pontos. Alguns polos de atividades consolidados ou em processo de consolidação encontram-se nesta área envoltória, com destaque para Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Taboão da Serra, Cotia e Barueri.

c) Envoltória de 2 km a partir do eixo do sistema viário principal definido no Sivim Essa envoltória superpõe à área envoltória da rede de alta e média capacidade e das linhas de ônibus intermunicipais gerenciadas pela EMTU, e as ultrapassa em todas as direções, recobrindo quase toda a RM. A área envoltória decorrente apenas dos eixos do Sivim não apresenta polaridades.

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MAPA 26 RM de São Paulo: rede de transporte e rede viária estruturais atuais

Fonte: Agem/BS, 2002; Emplasa, 2002; IBGE, 2000 e 2007; IGC, 2000; STM (2013); EMTU, 2009 e 2013. Elaboração: DGP/UAS/Emplasa, 2013. Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

Redes de circulação futuras a) Envoltória de 2 km a partir da rede do Metrô, da CPTM e de corredores de ônibus de 2030 Essa envoltória abrange sessenta novas estações de integração, aumentando consideravelmente a possibilidade da constituição de novos polos na região. No centro expandido, haverá possibilidade de integração em: Sé, Brás, Luz, República, Barra Funda, Lapa, Consolação, Pinheiros, Paraíso, Ana Rosa, Imperatriz Leopoldina, Domingos de Moraes, Água Branca, Campos Elíseos, Pari, Cerro Corá, Correios, Pedro II, Higienópolis, São Joaquim, Bela Vista, Largo do Cambuci, São Carlos, Ipiranga, Jaguaré, Faria Lima, Brigadeiro, Chácara Klabin, Santa Cruz, São Judas, Moema e Hélio Pellegrino. Essa envoltória abrange o território da RM de São Paulo fora do centro expandido:

• a norte, perpassando os municípios de São Paulo, Caieiras, Franco da Rocha, Francisco Morato, com destaque para as estações de integração: Casa Verde, Dutra, Piqueri, Santana, Caieiras, Franco da Rocha e Francisco Morato; • a leste, percorrendo a várzea do rio Tietê entre os municípios de São Paulo, Poá, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Suzano e Mogi das Cruzes, com destaque para as estações de integração: Tatuapé, Itaquera, Calmon Viana, Anália Franco, Engenheiro Goulart, Guaiaúna, Imperador, Penha, Penha de França, Sapopemba, Tiquatira, União de Vila Nova, Vila Prudente e Suzano; • a oeste, passando pelos municípios de São Paulo, Osasco, Carapicuíba, Barueri, Jandira e Itapevi, com destaque para as estações de integração em Presidente Altino, Osasco, Antonio João, Barueri, Carapicuíba, Granja Viana, Monte Belo;

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• a sudeste, ao longo do rio Tamanduateí, unindo o município de São Paulo com São Caetano do Sul, Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, com destaque para as estações de integração: Tamanduateí, Santo André, Afonsina, Mauá, Paço Municipal (São Bernardo), Pirelli, São Caetano do Sul; e • a sul, na área envoltória ao longo das linhas do Metrô, da CPTM e dos corredores da EMTU e SPTrans, destacam-se: Jabaquara, Brooklin, Santo Amaro, Campo Belo, Campo Limpo, Jurubatuba, Morumbi, São Paulo-Morumbi e Taboão da Serra.

MAPA 27 RM de São Paulo: rede de transporte e rede viária estruturais futuras

Fonte: Agem/BS, 2002; Emplasa, 2002; IBGE, 2000 e 2007; IGC, 2000; STM (2013); EMTU, 2009 e 2013. Elaboração: DGP/UAS/Emplasa, 2013. Obs.: Imagem cujos leiaute e textos não puderam ser padronizados e revisados em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

3 A GOVERNANÇA METROPOLITANA NA BERLINDA: A INTEGRAÇÃO DA GESTÃO DAS FPICs

3.1 As Fpics na RM de São Paulo A governança metropolitana, como sistema que abrange formulação, gestão e financiamento de políticas, planos, projetos e ações destinados ao desenvolvimento de um território metropolitano, envolve não apenas a ação do setor público, mas, também, a participação do setor privado e da sociedade.14 Governança inclui a análise da formulação, implementação e gestão das políticas e projetos prioritários para o desenvolvimento territorial, ordenamentos, ferramentas e instrumentos adequados para sua gestão – mecanismos e instrumentos de

14. Emplasa (2013). A MMP abrange as cinco RMs paulistas (São Paulo, Campinas, Baixada Santista, Sorocaba e Vale do Paraíba e Litoral Norte), duas AUs (Jundiaí e Piracicaba) e a microrregião Bragantina, num território de 50 mil km2 (6% do ESP), com 30,5 milhões habitantes (74% do ESP e 15% do país) e que produz 83% do PIB do ESP e 28% do país.

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financiamento das políticas e projetos; discussão das possibilidades e limites de maior participação do setor privado; e o desenvolvimento dos processos de discussão pública e de validação política de propostas e projetos. A complexidade da metropolização do território impõe a governança dos problemas urbanos mediante solução articulada e integrada de diferentes setores dos serviços urbanos e de infraestrutura, e também pelo fato de que as políticas metropolitanas têm caráter transversal exigindo a integração das políticas públicas setoriais. Uso do solo, saneamento e transportes metropolitanos ultrapassam fronteiras municipais, devendo ser enfrentados por meio de cooperação entre os diferentes entes da Federação que atuam nesse território – estado, municípios, União com a participação da sociedade. O saneamento ambiental metropolitano está relacionado com o tema do uso do solo, pois a urbanização precária – constituída especialmente de favelas e loteamentos clandestinos – contribui para o agravamento da poluição dos reservatórios de água bruta, da escassez das fontes hídricas e da vulnerabilidade ante as inundações. Estes aspectos são mais destacados onde há insuficiência ou inadequação de serviços urbanos e uso ineficiente da água, configurando-se como uma situação de forte desafio para as instituições que atuam na gestão da água (Banco Mundial, 2012). A gestão do saneamento e dos recursos hídricos em áreas altamente urbanizadas como a RM de São Paulo é um grande desafio que exige intensa integração e articulação entre os sistemas de infraestrutura e as diferentes jurisdições territoriais que compõem a região e colocam em xeque os tradicionais instrumentos setoriais e locais de gestão. Uma importante causa destes problemas não está nas falhas de cada um dos sistemas setoriais de gestão, mas principalmente nos problemas de articulação entre eles (Silva, Nucci e Costa, 2012). Experiências recentes de planejamento e gestão integrada desses temas no território da RM de São Paulo se encontram no bojo de um conjunto de ações em curso, realizadas ao longo da última década, tais como: revisão da Lei de Proteção aos Mananciais (LPM), Projeto Guarapiranga, Plano de Bacia do Alto Tietê, PDMAT 3, Plano de Ação de Recursos Hídricos (PARH) da Macrometrópole, 2009, que buscam uma visão mais conjunta dos diversos problemas que se relacionam direta ou indiretamente com os recursos hídricos e com o saneamento na maior RM do país. Além do planejamento conjunto, o desenvolvimento de soluções integradas e articuladas para enfrentamento das dificuldades relacionadas à gestão das águas e da infraestrutura hídrica na RM de São Paulo necessita de novas tecnologias e práticas gerenciais que viabilizem o aproveitamento de economias de escala e de escopo entre os diferentes sistemas setoriais, com enfoque sobre: o desenvolvimento do uso eficiente da água e da energia em ambiente de elevada escassez; a atualização de critérios e padrões de projeto das estruturas hidráulicas (em face dos fenômenos climáticos fora de estação e com persistência crescente); e o desenvolvimento e operação de sistemas multiobjetivos (caso do complexo hidroenergético Pinheiros-Billings) (Silva, Nucci e Costa, 2012). Mecanismos de financiamento nacionais e internacionais também podem se configurar como peça-chave para o desenvolvimento de ações multissetoriais. Segundo o Banco Mundial (2012), os recursos do PAC têm sido indutores de uma colaboração ativa entre as diversas entidades protagonistas na gestão das águas na RM de São Paulo, na medida em que as solicitações de recursos são realizadas de forma conjugada pela SSRH, pela prefeitura de São Paulo, e dos demais municípios, e pela CDHU, para ações conjuntas nas áreas de saneamento, urbanização de favelas e construção de moradias, resíduos sólidos e melhorias urbanas. Os financiadores internacionais também promovem este tipo de

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articulação, como o Banco Mundial, a Agência de Cooperação Internacional do Japão, o BID, dentre outros.

O maior desafio para o desenvolvimento e aplicação de iniciativas articuladas, integradas e conjuntas na gestão da água ocorre no âmbito institucional, já que as dimensões regionais da RM de São Paulo extrapolam a forma tradicional de organização, do planejamento e da execução destas funções por cada setorial. Para Silva, Nucci e Costa (2012), a coordenação e articulação da gestão da água exigem hoje, além de uma concepção territorial mais flexível, um arcabouço institucional que promova essa flexibilidade territorial e a necessária articulação regulatória e gerencial entre os diversos setores, a União e os municípios. Neste sentido, a recente reorganização da RM de São Paulo e do Sistema Estadual de Desenvolvimento Metropolitano pelo governo do ESP é parte importante deste processo, fomentando a articulação dos diversos entes e atores da gestão da água e de seus usos na região, extrapolando papéis individuais de municípios e de órgãos setoriais, integrando os temas do saneamento ambiental.

O planejamento e gestão metropolitanos dos transportes na RM de São Paulo tem como importantes ações os investimentos na ampliação da rede de metrô, trens, ônibus e o processo de integração tarifária. As pesquisas OD são importantes instrumentos de planejamento das redes de transporte e subsidiam a elaboração dos planos metropolitanos de transporte para a região.

3.2 Governança metropolitana (Emplasa, 2013) As RMs são lócus de dinamismo econômico e de concentração de população e atividades econômicas, reunindo funções com alto grau de complexidade e diversidade geradoras de riqueza, emprego e produtividade.15 São também territórios em que o intenso processo de urbanização, a diversidade econômica prevalente e a heterogeneidade dos níveis de desenvolvimento urbano ou regional interpõem grandes desafios a serem enfrentados pelas políticas públicas; desafios esses que se expressam, por exemplo, na crescente pressão pela provisão de serviços básicos e equipamentos sociais ou por novas e melhores infraestruturas urbanas.

A cooperação entre agentes do desenvolvimento em âmbito metropolitano enfrenta dificuldades de ordem político-institucional, que estão relacionadas à autonomia dos governos locais, ou à repartição formal de atribuições entre os entes da Federação, no que respeita à solução de problemas que se estruturam como de interesse comum ou ainda à dificuldade de implementação de mecanismos e instrumentos que ensejem a participação do setor privado ou da sociedade.

Além das dificuldades político-institucionais, estão aquelas relacionadas ao financiamento de projetos metropolitanos que não contam com fontes de recursos específicos. Com a CF/1988 houve um fortalecimento relativo da posição financeira dos municípios na repartição de tributos, mas ocorreu, em contrapartida, também um aumento de suas competências em função do processo de descentralização das políticas públicas. Em face dessa realidade, a capacidade de investimento dos municípios (Emplasa, 2011) é, em geral, baixa.

15. As chamadas economias de aglomeração, oportunidades que se abrem para cidades e regiões e que contribuem para a interconexão das metrópoles com outras aglomerações urbanas, não só no próprio país, mas também no âmbito internacional, formando uma rede internacional de interdependências funcionais entre cidades e RMs (Soja, 2000).

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Ademais, a decisão de situar no nível dos estados a criação das RMs não foi acompanhada das condições para o exercício dessa competência e nem mesmo de normatização acerca do financiamento dos projetos metropolitanos. Os estados, em geral, não preveem fontes de financiamento específicas para projetos metropolitanos, limitando-se a operar com mecanismos de financiamento frágeis, ao que se alia o fato de que o governo nacional passou, cada vez mais, a manter relações diretas com os municípios, o que dificulta ainda mais a coordenação do financiamento de ações metropolitanas.

A CF/1988, aprovada num contexto de descentralização política, teve como um dos seus desdobramentos importantes a transferência da atribuição de criação e gestão de unidades regionais – RMs, aglomerações urbanas e microrregiões – para os níveis estaduais de governo. Com isso, ocorreu um afastamento relativo do governo federal da discussão sobre a gestão das metrópoles no país (Ipea, 2011), ainda que se continuem priorizando os territórios metropolitanos na destinação de investimentos em infraestrutura urbana e social.16

De modo geral, a capacidade institucional dos municípios e de instituições estaduais tem se mostrado insuficiente para implementar e gerir a infraestrutura e os serviços em âmbito metropolitano. Por outro lado, o financiamento dos investimentos em projetos metropolitanos exige arranjos institucionais com maior capacidade de coordenação do que aquela que dispõem as estruturas de estado criadas nos últimos anos. Dessa forma, as RMs têm enfrentado dificuldades para formular e implementar políticas e projetos eficientes para promover o desenvolvimento regional sustentável – incluindo-se o financiamento de projetos.

A reduzida capacidade de investimento dos municípios, a necessidade dos estados de cumprirem a disciplina fiscal, o volume de recursos exigidos para projetos de infraestrutura – como os de saneamento, transporte, logística, drenagem e habitação, e outros –, aliado ao fato de que investimentos dessa natureza ultrapassam mandatos governamentais, são fatores que demandam soluções inovadoras e eficientes visando ao envolvimento do setor privado no financiamento do desenvolvimento metropolitano.

Nesse entendimento, destaca-se a diferença na capacidade de investimento dos municípios metropolitanos (Emplasa, 2012) e entre esses e a do estado e da União. Há que se considerar também os distintos níveis de capacidade de endividamento, particularmente dos municípios com menor dinamismo econômico, os quais, frequentemente, restringem as possibilidades de levantamento de empréstimo, para fazer face às eventuais cotizações para financiamento de projetos metropolitanos. Cabe, assim, a implementação de modelos de financiamento que considerem essa condição de desigualdade, bem como que leve em conta, ainda, a importância de incorporar os três níveis de governo no esforço de financiamento, com o sentido de equalizar as contribuições para os grandes projetos e/ ou obras. Na prática, soluções para problemas dessa natureza envolvem, necessariamente, diferentes níveis de governo, o que significa a exigência de acomodação de interesses e demandas, nem sempre consensuais, ou passíveis de composição política. De qualquer forma, é importante registrar que o consenso e a conciliação de interesses devem sempre pautar-se pela clareza de objetivos e metas a serem alcançadas, bem como pela escolha das formas de financiamento a serem adotadas.

16. Uma iniciativa tomada pelo governo federal foi a proposição do Estatuto da Metrópole (Projeto de Lei no 3.460/2004), em tramitação no Congresso Nacional, que estabelece uma regulação para organizar a ação dos entes federados, no que respeita ao compartilhamento de Fpics.

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As estruturas de governança incorporam tradicionalmente mecanismos de financiamento via fundos financeiros, que têm se revelado insuficientes para dar conta de investimentos que assegurem a competitividade econômica e garantam o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida das metrópoles.

Diante disso, a governança metropolitana deve ser orientada pela proposição e implementação de instrumentos inovadores de governança, pautados pela colaboração entre atores públicos, privados, bem como de formas de financiamento que incorporem não só o financiamento público, mas, também, alternativas de inclusão de recursos privados. Ademais, considerou também a exigência de participação de representantes do setor público, do mercado e da sociedade na discussão pública e validação política das metas e propostas por ele abrangidas.

3.3 Governança metropolitana no ESP As estruturas institucionais, assim como as práticas de governança metropolitana, são elementos centrais de gestão da economia e da sociedade das áreas urbanas. “O urbanismo suplantou a indústria como motor de desenvolvimento capitalista, como cimento da sua expansão. O processo de urbanização é o novo indutor de industrialização, invertendo a relação clássica dominante nos séculos XIX e XX”.17

As cidades – e, sobretudo, as grandes metrópoles – são os polos que estruturam e conferem dinamismo aos processos de desenvolvimento socioeconômico e urbano de uma região, de um estado ou, às vezes, mesmo de um país.18

As transformações observadas a partir dos anos 1980 nas organizações física, funcional e espacial das metrópoles expressam as transformações nas condições de produção e consumo movidas pelas inovações tecnológicas e de acumulação de capital de âmbito global. As metrópoles atuais são os nós de uma economia em rede, centrada na inovação em que a metropolização se define pela dinâmica de concentração de funções econômicas ditas superiores, quais sejam, aquelas ligadas, principalmente, a pesquisa e inovação, ao setor financeiro, ao comércio e às atividades de cultura, lazer e grandes eventos de escalas nacional e internacional (Sassen, 1998).

Essa é uma característica marcante do território da RM de São Paulo que responde por 56% do PIB do ESP, bem como pela concentração de quase a metade de sua população (2010).

Desde os anos 1960, o ESP tem buscado estruturar e implementar formas de gestão de suas áreas metropolitanas. A etapa mais recente desse processo data de 2011, com a criação do Sistema Estadual de Desenvolvimento Municipal (SEDM),19 além de articular a execução das Fpics que se estruturam no território da MMP.

O objetivo principal do funcionamento do SEDM é promover o desenvolvimento sustentável e fomentar a cooperação dos órgãos estaduais que respondem por políticas e ações de interesse metropolitano, que têm em vista, sobretudo, otimizar a utilização dos recursos públicos e orientar e gerir a implantação de projetos e/ou ações de impacto metropolitano.

17. Ver estudo sobre governança metropolitana na Europa, realizado pelo Observatório das Metrópoles (apud Varcácel, 2004). 18. Essa posição é resultado de um processo que ganha corpo desde os anos 1960, e que é analisado por autores como Lefébvre, Jacobs, Harvey e Castells. 19. Decreto Estadual no 56.887/2011.

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Como uma instância central do SEDM foi instituída a CDM, colegiado presidido pelo governador do estado, e integrado por onze secretarias, que têm a atribuição de decidir sobre a solução de questões de caráter metropolitano.20

A função de órgão técnico do sistema é atribuída à Emplasa, criada em 1975, para incumbir-se, originalmente, do planejamento da Grande São Paulo. Atualmente, seu foco de atuação é o território da MMP e sua função básica é apoiar a formulação e implementação de políticas, projetos e ações que visam à integração de políticas públicas e ações de governo, com prioridade para os projetos metropolitanos voltados para equacionar questões de transporte e logística, mobilidade urbana, saneamento ambiental, habitação etc.

O SEDM é integrado, ainda, por unidades político-institucionais que realizam a gestão das RMs e aglomerações urbanas institucionalizadas do ESP. Essas abrangem as RMs de São Paulo, Baixada Santista, Campinas, Vale do Paraíba e Litoral Norte e AUs de Jundiaí e Piracicaba. Os aparatos de gestão dessas unidades regionais apresentam um relativo paralelismo, incluindo:

• CDMs – conselhos deliberativos compostos por representantes dos municípios das RMs, por representantes do estado nas áreas que correspondem à gestão das chamadas Fpics, e por representantes da Assembleia Legislativa Estadual; • Agências de Desenvolvimento Metropolitano – entidades autárquicas de caráter territorial, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução das Fpics; • Fundos de Desenvolvimento Metropolitano – destinados a dar suporte financeiro às ações de interesse comum entre o estado e os municípios metropolitanos, para a melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento socioeconômico das regiões; e • Conselhos consultivos – que preveem a participação de representantes da sociedade civil, do Poder Legislativo Estadual, das Câmaras dos Municípios que integram a região e dos Executivos estadual e municipais. Além dessas estruturas institucionais, outras formas de organização que atuam nos territórios metropolitanos são os consórcios intermunicipais, forma de cooperação intermunicipal voltada à gestão regional de problemas comuns, principalmente em campos como gestão de saúde, bacias hidrográficas e resíduos sólidos.21

No nível estadual, os principais agentes articuladores são a CDM, a Casa Civil e a Emplasa, que é o órgão técnico do sistema.

Os principais desafios metropolitanos são de ordem econômica, social, urbana e institucional:

• Na área econômica, é necessário garantir a atratividade da RM de São Paulo e da MMP, e a competitividade dos seus centros urbanos, melhorando a infraestrutura em geral e, particularmente, as condições de transporte e logística e a mobilidade urbana. • Do ponto de vista social, devem ser promovidas ações voltadas para habitação, saneamento, infraestrutura, equipamentos e serviços públicos, além da geração de empregos.

20. Além do governador e do secretário da Casa Civil, na condição de secretário-executivo do órgão, integram a Câmara os secretários de Fazenda, Meio Ambiente, Planejamento e Desenvolvimento Regional, Saneamento e Recursos Hídricos, Energia, Transportes Metropolitanos, Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Logística e Transportes e Habitação. 21. Os consórcios intermunicipais são instrumentos que vêm sendo adotados pelos municípios para lidar com problemas comuns. Sua constituição e funcionamento são amparados pela Lei Federal no 11.107/2005, regulamentada pelo Decreto Federal no 6.017/2007.

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• No âmbito institucional, recomenda-se a adequação dos instrumentos de planejamento e gestão, superando deficiências legais, institucionais e técnicas para o atendimento das necessidades da população. Enfrentar tais desafios requer:

• Estratégias integradas de desenvolvimento metropolitano focadas nas dimensões econômica, urbana e social, e ancoradas na integração das políticas e investimentos públicos e privados. • Foco em número restrito e direcionado de projetos e ações integradas, que articulem diferentes agentes do desenvolvimento regional, contribuindo para a efetividade das políticas públicas, e evitando a pulverização de recursos e a intervenção com enfoque exclusivamente setorial. • Definição e implementação de projetos estruturantes, que estabeleçam sinergias entre os centros urbanos, compondo novas linhas de atuação com foco no território. • Ações articuladas entre secretarias de estado, municípios, iniciativa privada e setores da sociedade, segmentos que deverão validar politicamente e apoiar a execução de projetos metropolitanos de forma integrada, incluindo uso do solo, saneamento e transporte. Todos esses desafios integram o PAM 2013-2040. Como instrumento de planejamento de médio e longo prazo, o mesmo constitui uma referência básica da formulação e implementação de políticas públicas e ações metropolitanas do governo do estado de São Paulo no território da MMP, possibilitando o desenvolvimento das principais potencialidades desse território e apontando diretrizes, metas e ações para superação dos principais gargalos ao desenvolvimento regional, de maneira a atingir o futuro desejado em 2040, com metas intermediárias para 2020.

O PAM destaca, ainda, a necessidade de articulação dos três níveis de governo, contemplando os seguintes princípios:

• Consenso social – envolvendo a adoção de mecanismos que garantam a participação na formulação e formação de consensos sobre propostas de ação definidas. • Articulação política – envolvendo a instituição de processos de consulta e de validação política permanente das metas e propostas do PAM e da Carteira de Projetos da MMP. • Envolvimento de agentes do desenvolvimento regional, já organizados institucionalmente, e formalizado por meio de consulta e participação dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento. Assim, o enfrentamento de tais desafios exige não só ação colaborativa nas três esferas de governo, mas também a existência de política metropolitana com capacidade de coordenar o planejamento, a execução e o financiamento das Fpics.

3.4 Desafios financeiros O intenso processo de urbanização, a heterogeneidade do espaço territorial e a diversidade de status econômico vêm gerando enormes desafios urbanos. Há uma pressão crescente para a provisão de serviços básicos, pela necessidade de novas e melhores infraestruturas e pela necessidade de solucionar grandes problemas sociais que estão concentrados nas RMs, como a carência de habitação, e elevados níveis de pobreza e degradação ambiental.

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A complexidade das políticas urbanas exige, para seu enfrentamento, recursos de capital em volumes elevados e normalmente distribuídos de forma desigual no tempo. Em sua grande maioria, os municípios que integram as RMs não têm condições de arcar com tais volumes de capital exigidos, sendo que a execução das ações normalmente ultrapassa os mandatos políticos dos prefeitos.

Os arranjos institucionais metropolitanos assumem feições e estruturas variadas em distintos locais, dependendo da formação histórica, social e política do país. No Brasil, o modelo de federalismo fiscal adotado reservou para os municípios uma parcela da renda pública, que, no conceito de receita disponível, confere-lhes uma fatia de 18%, sendo que os demais 82% permanecem com a União e os estados.22 É fato, por outro lado, que esse ganho relativo em favor dos municípios veio acompanhado da atribuição de maiores responsabilidades na prestação de serviços públicos à população, em particular nas áreas de saúde, educação, transporte urbano e habitação.

Além do aumento das atribuições, outras questões emergem como limitadoras do financiamento metropolitano. Em primeiro lugar, cumpre ressaltar a grande diferença de portes econômicos e populacionais dos municípios de uma mesma RM, que resulta em grandes assimetrias na base fiscal e, por consequência, diferenças marcantes na capacidade fiscal, administrativa e de planejamento do município-sede e de suas periferias.23

Outra questão refere-se às normas constitucionais legais vigentes, que impõem uma forte rigidez na composição dos gastos, o que dificulta o manejo dos orçamentos locais. Essa rigidez é representada pela necessidade de destinação de recursos para pagamento de despesas obrigatórias ou compulsórias, como gastos com pessoal e encargos sociais, manutenção da iluminação pública, coleta e destinação final do lixo, limpeza e manutenção de logradouros públicos, manutenção de parques, centros esportivos etc. Existe, ainda, a questão da vinculação constitucional ou legal de recursos, que consiste na separação de parte importante das receitas municipais para ser empregada em determinadas áreas, programas e ações.

Do lado do estado, também cabe lembrar a crise fiscal dos anos 1990, que resultou em elevada rigidez fiscal, em função da necessidade de destinar parte da receita para pagamento da dívida decorrente do acordo com a União. Com isso, dificultou-se ainda mais o estabelecimento de instrumentos e mecanismos de financiamento metropolitano.

Também devem ser considerados os desafios de ordem financeira e institucional, mobilizando recursos compatíveis com a escala dos investimentos necessários, e adotar mecanismos e instrumentos de planejamento e gestão garantidores da eficiência da atuação metropolitana.

De acordo com Rojas (2008):

(...) as dificuldades de gestão metropolitana têm origem, em grande parte, em estruturas obsoletas e ineficientes de relações intergovernamentais que definem a atribuição de responsabilidades e o acesso aos recursos correspondentes entre diferentes níveis de governo. Em muitos casos, as responsabilidades atribuídas aos níveis subnacionais de governo não são apoiadas por recursos suficientes (ou os incentivos para que governos locais gerem renda adequada são insuficientes),

22. A CF/1988 e alguns atos legislativos posteriores proporcionaram aos municípios uma elevação significativa nessa participação, pois em 1960 esse porcentual era de 6%. 23. Furtado, Mation e Monastério (2013, p. 291-311) mostram as marcantes distorções que ocorrem entre município-sede e periferia nas RMs brasileiras.

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nem pelo desenvolvimento de capacidade e responsabilização institucionais efetivas na gestão da coisa pública.

É nesse contexto que a governança metropolitana, sob o ponto de vista do financiamento, se insere, uma vez que é cada vez mais visível que a estrutura fiscal, da qual decorrem as alternativas de financiamento das ações em território metropolitano, é parte essencial do desenho de soluções para os problemas metropolitanos.

Em função da importância de buscar alternativas viáveis ao financiamento metropolitano e da necessidade de que as regiões e as aglomerações urbanas possam, com a participação do estado, promover o desenvolvimento regional, a Emplasa e a Fipe desenvolveram em 2011 uma metodologia que viesse a auxiliar na avaliação da situação fiscal dos municípios integrantes das RMs e aglomerados urbanos da MMP. O intuito principal é avaliar a capacidade de investimento dos municípios, com o objetivo de evidenciar as potencialidades para o desenvolvimento e a execução de projetos regionais.

Com essa intenção, foram construídos dois indicadores, a saber: capacidade de investimento com recursos próprios e capacidade de investimento com recursos de terceiros. Com isso, foi possível ordenar as RMs, as aglomerações urbanas e seus municípios, baseado na poupança efetiva de recursos que eles podem destinar para investimentos. Assim, pretende-se ter uma medida sintética, que seja capaz de identificar clara e rapidamente o potencial de contribuição de cada município, região ou aglomeração na execução de projetos comuns.

3.5 Índice de capacidade de investimento O Índice Paulista de Capacidade de Investimento com Recursos Próprios (IPCI-RP) é definido a partir do princípio de orçamento equilibrado e corresponde à poupança efetiva de recursos do município que pode ser destinada aos investimentos, deduzidos os recursos líquidos necessários para amortizar a dívida fundada.

Além de utilizar os recursos próprios para tornar viáveis seus investimentos, os municípios podem recorrer às operações de crédito. É importante observar que a capacidade de investimento com recursos de terceiros tem limites bem claros. Uma vez que constituem simples antecipações de capacidade de investimento com recursos próprios futuros, implicam uma capacidade de investimento menor no futuro, uma vez que aumentam os gastos correntes mediante pagamentos de juros e elevam o valor das amortizações. Assim, um município que depende excessivamente de recursos de terceiros compromete fortemente sua capacidade de investir com recursos próprios no futuro.24

Foi utilizada, para medir a capacidade com recursos de terceiros, a diferença entre o limite de 120% de receita corrente líquida e o estoque da dívida consolidada atual (IPCI-RT).

Para que o ordenamento não fosse afetado pelo tamanho do município, com municípios maiores obtendo melhores classificações devido apenas à dimensão de suas economias, os indicadores são calculados a partir da padronização dos valores calculados em reais per capita.

24. Uma operação de crédito só ocorrerá: i) se o município tiver recursos próprios que sirvam como“contrapartida”; ii) apresentar um grau de endividamento razoável; e iii) estiver pagando corretamente suas dívidas, obrigações sociais e trabalhistas e destinando, para as áreas de educação e saúde, o montante estabelecido legalmente.

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A primeira análise dos indicadores foi divulgada na publicação Finanças Públicas e Capacidade de Investimento da Macrometrópole Paulista (Emplasa, 2012), na qual se encontra a metodologia para a apuração do indicador e a divulgação de um ranking por regiões e por municípios, para o período 2007-2009. Esse indicador é atualizado anualmente. A estrutura básica de análise envolveu os três pilares da capacidade de investimento, quais sejam, as receitas e as despesas, em particular as receitas e as despesas correntes, que determinam a capacidade de investir com recursos próprios, e o endividamento, que estabelece a capacidade de investir com recursos de terceiros.25

Os resultados para o ano de 2011 do IPCI-RP mostram que a AU de Jundiaí continua ocupando o primeiro lugar no ranking. Em seguida, encontra-se a RM do Vale do Paraíba e Litoral Norte que passou da 5a posição em 2010 para a 2a em 2011. A RM de Campinas também revela recuperação, subindo da 7a para a 4a posição. Por outro lado, a RM de São Paulo, com a exclusão da capital, caiu de 3o para 6o lugar (tabela 54).

TABELA 54 IPCI-RP: ranking das RMs e AUs (2010 e 2011)

Região/AU 2010 2011 AU de Jundiaí 1 1 RM do Vale do Paraíba e Litoral Norte 5 2 AU de Piracicaba 2 3 RM de Campinas 7 4 AU de Sorocaba 4 5 RM de São Paulo - exclui São Paulo capital1 3 6 RM de São Paulo 6 7 RM da Baixada Santista 8 8

Fonte e elaboração: Emplasa, 2012. Nota: 1 A exclusão do município de São Paulo do total da região tem por intuito demonstrar a influência da capital nos resultados agregados para a RM de São Paulo. Obs.: O ranking tem como base os 157 municípios que compõem as RMs e AUs da MMA.

A boa posição da AU de Jundiaí deve-se à elevação das receitas tributárias de alguns municípios da região, em boa parte explicada pelo crescimento do parque industrial e de importantes atividades de serviços nos últimos anos. Municípios como Louveira e Itupeva encontram-se entre as primeiras posições do índice no cômputo geral dos 157 municípios. Certamente, o incremento das receitas contribuiu para a poupança elevada e é o que elucida o primeiro lugar no ranking por dois anos seguidos.

No caso da RM do Vale do Paraíba e Litoral Norte, verificou-se importante aumento de receitas derivadas de royalties do petróleo para alguns municípios da região, o que explica em grande medida o avanço no ranking.

A variação nas posições relativas intermediárias no ranking ao longo dos anos, constatada na ordenação da capacidade de investimento com recursos próprios, não se repete quando se analisa a capacidade de investimento com recursos de terceiros (Índice Paulista de Capacidade de Investimento com Recursos de Terceiros – IPCI-RT). A tabela 55 mostra pouca alteração no período 2010-2011, cabendo apenas ressaltar a troca de posições entre a RM de Campinas e a AU de Sorocaba. É importante destacar que o interesse é simplesmente

25. Vale ressaltar que endividar-se não é um mal, ao contrário, se realizado de forma responsável, pode significar a rápida solução de problemas que, eventualmente, estejam afligindo a população; isto ainda que represente encurtar um pouco a margem para investimentos nos exercícios seguintes. A legislação, representada por resoluções do Senado Federal, coíbe o endividamento exagerado, que possa comprometer o futuro das finanças municipais.

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ordenar os municípios e regiões e não aconselhá-los a aumentar o seu endividamento pela distância entre o limite e o estoque efetivo da dívida. Como a análise é relativa, importa menos se o limite está estritamente correto, e mais como cada município ou região está em relação a esse limite, qualquer que seja ele.

TABELA 55 IPCI-RT: ranking das RMs e AUs (2010 e 2011)

Região/AU 2010 2011 RM da Baixada Santista 1 1 AU de Jundiaí 2 2 RM do Vale do Paraíba e Litoral Norte 3 3 AU de Piracicaba 4 4 RM de Campinas 6 5 AU de Sorocaba 5 6 RM de São Paulo - exclui São Paulo capital1 7 7 RM de São Paulo 8 8

Fonte e elaboração: Emplasa, 2012. Nota: 1 A exclusão do município de São Paulo do total da região tem por intuito demonstrar a influência da capital nos resultados agregados para a RM de São Paulo. Obs.: O ranking tem como base os 157 municípios que compõem as RMs e AUs da MMA.

Os dados demonstram que a dívida dos municípios paulistas está em níveis muito confortáveis, com exceção do município de São Paulo, sendo que a relação dívida consolidada/receita corrente líquida situou-se em 30% para o agregado dos 156 municípios. Isso permite dizer que há espaço para a contratação de empréstimos para financiar projetos de desenvolvimento.

Os municípios de pequeno porte são os que apresentam os indicadores mais baixos, aquém da média. Provavelmente, isso se deve aos rigores impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), ao difícil acesso às fontes de financiamento e à complexidade que caracteriza a preparação de projetos (tabela 55).

Do lado das receitas, os principais resultados encontrados para o ano de 2011 confirmam os fatos já conhecidos sobre as finanças municipais (tabela 56).

• É expressiva a participação das transferências no total das receitas correntes. Para mais de 90% dos municípios, essa participação situa-se em porcentuais superiores a 50%. Para 30%, as transferências representam mais de 80% das receitas. Nesse caso, são municípios de baixa atividade econômica e diminuta população. • As receitas próprias têm participação mais significativa nos grandes municípios, em municípios litorâneos e num pequeno número de municípios com forte e desenvolvido setor de serviços. • A receita tributária per capita teve crescimento nominal de 14% para o conjunto dos municípios da macrometrópole, bem acima da inflação de 6,5% medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)/IBGE. Conforme se verifica na tabela 56, exceto para a RM do Vale do Paraíba e Litoral Norte, todas as regiões apresentaram crescimento acima de 10%. Ressalta-se que tal evolução ocorreu a despeito do aumento de apenas 2,7% do PIB do país no período. Acima da média da MMP (R$ 891) situam-se apenas a RM de São Paulo e RM da Baixada Santista.

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TABELA 56 Evolução da receita tributária per capita (2010 e 2011) (Em R$)

Região 2010 2011 Variação % nominal RM de São Paulo 884,5 1.007,8 13,9 RM da Baixada Santista 971,5 1.135,6 16,9 RM de Campinas 626,5 714,0 14,0 RM do Vale do Paraíba e Litoral Norte 479,0 520,1 8,6 AU Jundiaí 582,5 669,3 14,9 AU Sorocaba 410,8 483,2 17,6 AU Piracicaba 380,9 439,3 15,3 MMP 782,3 891,5 13,9

Fonte e elaboração: Emplasa, 2012.

As receitas de transferências correntes cresceram 9,7% para a MMP, notando-se maior variação apenas para a RM do Vale do Paraíba e Litoral Norte. Isso se explica pelo maior número de municípios de pequeno porte populacional e reduzida base de atividade econômica existentes nessa região (tabela 57).

TABELA 57 Evolução das transferências correntes líquidas per capita (2010 e 2011) (Em R$)

Região 2010 2011 Variação % nominal RM de São Paulo 953,6 1.041,4 9,2 RM da Baixada Santista 1.211,1 1.324,3 9,4 RM de Campinas 1.362,5 1.474,3 8,2 RM do Vale do Paraíba e Litoral Norte 1.310,1 1.485,6 13,4 AU Jundiaí 1.453,2 1.585,8 9,1 AU Sorocaba 1.162,5 1.291,5 11,1 AU Piracicaba 1.247,2 1.381,3 10,8 MMP 1.068,0 1.171,5 9,7

Fonte e elaboração: Emplasa, 2012.

O IPTU per capita aumentou 11,5% nominais na comparação 2010-2011. Verifica-se que municípios com pequeno número de habitantes enfrentam mais dificuldades para cobrar o IPTU, com exceção de alguns situados no litoral, em que a existência de boas praias atrai investimentos imobiliários. É o caso da RM da Baixada Santista, particularmente do município de Bertioga (tabela 58).

TABELA 58 Evolução do IPTU per capita (2010 e 2011) (Em R$)

Região 2010 2011 Variação % nominal RM de São Paulo 270,6 301,4 11,4 RM da Baixada Santista 428,5 491,6 14,7 RM de Campinas 190,1 208,1 9,5 RM do Vale do Paraíba e Litoral Norte 149,3 172,3 15,4 AU Jundiaí 161,4 175,0 8,4 AU Sorocaba 120,7 127,0 5,2 AU Piracicaba 135,3 151,3 11,8 MMP 246,9 275,4 11,5

Fonte e elaboração: Emplasa, 2012.

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As receitas com a arrecadação de Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) representaram cerca de 50% do total da receita tributária dos 157 municípios em 2011, com média de 43%. Para a MMP, o crescimento no período foi de 14% nominais, cabendo ressaltar o avanço entre 19% e 22% para três regiões, conforme tabela 59. É importante salientar a queda de 0,6% verificada para a RM do Vale do Paraíba e Litoral Norte, fruto de recuos expressivos na arrecadação de ISS para vários municípios, incluindo crescimento nulo para o município-sede.

TABELA 59 Evolução do ISS per capita (2010 e 2011) (Em R$)

Região 2010 2011 Variação % nominal RM de São Paulo 466,5 532,5 14,1 RM da Baixada Santista 300,1 357,1 19,0 RM de Campinas 284,3 324,8 14,3 RM do Vale do Paraíba e Litoral Norte 219,5 218,1 -0,6 AU Jundiaí 253,1 301,0 19,0 AU Sorocaba 171,7 209,1 21,8 AU Piracicaba 156,5 184,4 17,9 MMP 388,6 442,9 14,0

Fonte e elaboração: Emplasa, 2012.

O resultado do estudo mostra que há uma grande disparidade fiscal e financeira entre os municípios. A análise desagregada revela uma posição privilegiada de algumas cidades, normalmente municípios-sede da RM ou com atividade econômica intensa. Mais do que isso, depreende-se que o federalismo fiscal do país não está pronto para lidar com as questões metropolitanas.26

Entretanto, os fundos metropolitanos necessitam de maior volume de recursos para fazer frente à complexidade dos problemas urbanos de infraestrutura.

Dessa forma, um dos desafios que se encontra no Eixo 3 do PAM significa a ação de apoiar o governo na identificação e desenvolvimento de mecanismos de financiamento que permitam a expansão dos investimentos nas RMs.

A participação do setor privado mostra-se fundamental nesse processo de planejamento das ações para um horizonte de 26 anos ao qual o PAM se propõe. Não por acaso, a experiência recente do ESP tem conferido alto grau de relevância ao formato de parceria caracterizado pelas PPPs e pelas concessões. O aspecto mais visível do novo arranjo institucional reside na ampliação das condições de obtenção de recursos financeiros para o investimento. Há vários projetos no portfólio de investimentos do estado, que preveem sua viabilização por meio de PPPs, grande parte situados na MMP.

Também é fundamental a exploração de outras estruturas institucionais, tais como os consórcios intergovernamentais (estados e municípios) ou autarquias municipais consorciadas, baseadas na Lei dos Consórcios e regulada pelo regime de direito público, e que sejam reconhecidos como entes federativos, recebendo transferências governamentais, e eventualmente com acesso a financiamento (interno e externo). A alternativa de consórcios públicos, com a participação do estado, ainda se mostra pouco explorada, e poderá ser um

26. Outro interessante estudo de análise fiscal no âmbito metropolitano encontra-se em Ipea (2013).

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importante instrumento para viabilizar algumas ações da carteira de projetos do PAM. Os consórcios podem representar o compartilhamento das soluções e dos custos associados, dentro de um quadro de segurança jurídica.

Também há possibilidades de promoção de ações compartilhadas intermunicipais por meio da utilização de instrumentos de uso, concessão e transferência de direitos urbanísticos dos municípios para o financiamento de projetos urbanos, incluindo aspectos da questão habitacional e, particularmente, para a viabilização de projetos de urbanização em áreas públicas e/ou privadas predefinidas, localizadas em mais de um município.

O PAM poderá auxiliar na construção de um arranjo institucional que permita sustentar e operacionalizar uma agenda para 2040, articulada de forma transversal e contendo ações em vários horizontes temporais, de médio e longo prazo.

REFERÊNCIAS

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SITES CONSULTADOS

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LISTA DE SIGLAS

Abrelpe – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais Agem – Agência Metropolitana da Baixada Santista AgemCamp – Agência Metropolitana de Campinas Amlurb – Autoridade Municipal de Limpeza Urbana ANT – Áreas Naturais Tombadas ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres APA – Área de Proteção Ambiental APRM – Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais Arsesp – Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo Aspe – Área sob Proteção Ambiental Asplan – Assessoria de Planejamento S.A. AU – Aglomeração Urbana BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNH – Banco Nacional de Habitação CBA – Cobertura do sistema de abastecimento de água CBE – Cobertura do sistema de esgoto CBH – Comitê de Bacias Hidrográficas CBH–AT – Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê CBTU – Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) CDHU – Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano CDM–RM de São Paulo – Conselho de Desenvolvimento Metropolitano da Região Metropolitana de São Paulo CEF – Caixa Econômica Federal CEM – Centro de Estudos da Metrópole Cetesb – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental CICPAA – Comissão Intermunicipal de Controle da Poluição das Águas e do Ar CLI – Centro Logístico Integrado Codegran – Conselho Deliberativo de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Grande São Paulo Comasp – Companhia Metropolitana de Água Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente Conesan – Conselho Estadual de Saneamento Consulti – Conselho Consultivo Metropolitano de Desenvolvimento Integrado Coopcent – Cooperativa Central de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis do Grande ABC

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Cooperação – Cooperativa Regional de Coleta Seletiva e Reciclagem da Região Oeste Coopernatuz – Cooperativa de Catadores Cooperando com a Natureza Cooperpires – Cooperativa de Trabalho dos Catadores de Materiais Recicláveis de Ribeirão Pires Coplades – Comitês de Planejamento para o Desenvolvimento Estadual CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos Crescer – Cooperativa de Trabalhadores de Reciclagem e Beneficiamento CRH – Conselho Estadual de Recursos Hídricos Cris – Cooperativa de Trabalho dos Recicladores de Itapecerica da Serra CTAS – Câmara Temática de Águas Subterrâneas CTDR – Câmara Temática de Drenagem, Aproveitamentos Hidráulicos e Regras Operativas CTEA – Câmara Temática de Educação Ambiental CTH – Centro Tecnológico de Hidráulica CTPG – Câmara Temática de Planejamento e Gestão CTSA – Câmara Temática de Saneamento Ambiental DAE – Departamento de Água e Esgoto Daee – Departamento de Águas e Energia Elétrica Daia – Avaliação de Impacto Ambiental DEPRN – Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais DUSM – Departamento de Uso do Solo Metropolitano EE – Estação Ecológica EFCB – Estrada de Ferro Central do Brasil EFCJ – Estrada de Ferro Campos do Jordão Emae – Empresa Metropolitana de Água e Energia Emplasa – Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano S.A. EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos ESP – Estado de São Paulo ETE – Estação de Tratamento de Esgoto FCTH – Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica Fehidro – Fundo Estadual de Recursos Hídricos Fepasa – Ferrovia Paulista S.A. Fesan – Fundo Estadual de Saneamento Fipe – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas FMSAI – Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e Infraestrutura Fumefi – Fundo Metropolitano de Financiamento e Investimento Funasa – Fundação Nacional da Saúde Fpic – Funções Públicas de Interesse Comum da Região Metropolitana de São Paulo

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Gegran – Grupo Executivo da Grande São Paulo Gesp – Grupo de Estudos em Saúde Pública GIS – Geographic Information System GPI – Grupo de Planejamento Integrado Graprohab – Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais GSP – Grande São Paulo IAB – Instituto de Arquitetos do Brasil IACS – Índice de Adequação da Comercialização dos Serviços IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICA – Índice de Continuidade de Abastecimento ICM – Imposto de Circulação de Mercadorias Iesap – Índice de Eficiência na Prestação de Serviço e Atendimento Público IGC – Instituto Geográfico e Cartográfico IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo IPCI-RP – Índice Paulista de Capacidade de Investimento com Recursos Próprios IPCI-RT – Índice Paulista de Capacidade de Investimento com Recursos de Terceiros IPD – Índice de Perdas na Rede de Água Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano IQA – Índice de Qualidade da Água IQE – Índice de Qualidade do Esgoto IQR – Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos ISS – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza LPM – Lei de Proteção aos Mananciais LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal LZI – Lei de Zoneamento Industrial Metrô – Companhia do Metropolitano de São Paulo MPE – Ministério Público Estadual MMP – Macrometrópole Paulista OMS – Organização Mundial de Saúde ONG – Organização Não Governamental ONU – Organização das Nações Unidas PAC – Programa de Aceleração de Crescimento PAM – Plano de Ação da Macrometrópole Paulista PAT – Plano da Bacia do Alto Tietê

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PDAA – Plano Diretor de Abastecimento de Água PDAE – Plano Diretor de Água e Esgoto PDARH – Plano Diretor de Aproveitamento de Recursos Hídricos PDDA – Plano Diretor de Abastecimento de Água PDDI – Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado PDDT – Plano Diretor de Desenvolvimento dos Transportes do Estado de São Paulo PDE – Plano Diretor de Esgotos PDMAT– Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê PDPA – Plano de Desenvolvimento e Proteção Ambiental PDT – Plano Diretor de Transportes PE – Parque Estadual PEC – Parque Ecológico PEH-SP – Plano Estadual de Habitação de São Paulo PERH – Plano Estadual de Recursos Hídricos PERS – Política Estadual de Resíduos Sólidos PGIRS – Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos PIA – População em Idade Ativa PIB – Produto Interno Bruto PIR – Plano Integrado Regional Pitu – Plano Integrado de Transportes Urbanos Planasa – Plano Nacional de Saneamento Plansab – Plano Nacional de Saneamento Básico PMA – Plano Metropolitano de Água PMAA – Plano Municipal de Abastecimento de Água PMAPSP – Plano Diretor de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais do Município de São Paulo PMCMV – Programa Minha Casa Minha Vida PMD – Plano Metropolitano de Desenvolvimento PMDH – Plano Metropolitano de Desenvolvimento Habitacional PMDI – Plano Metropolitano de Desenvolvimento Integrado PMES – Plano Municipal de Esgotamento Sanitário PMG – Prefeitura do Município de Guarulhos PMSBC – Prefeitura do Município de São Bernardo do Campo PMSP – Prefeitura do Município de São Paulo PMSD – Plano Municipal de Saneamento de Diadema PNMC – Plano Nacional de Mudanças do Clima PNRH – Plano Nacional de Recursos Hídricos

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 187 04/12/2015 09:26:39 188 Relatório de Pesquisa

PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos Pnud – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PPA – Plano Plurianual PPCS – Plano de Produção e Consumo Sustentável PPP – Parceria Público-Privada Promob – Programa de Mobilização da Competência Nacional para Estudos sobre o Desenvolvimento Proredes – Subprograma de Apoio a Redes de Pesquisas PUB – Plano Urbanístico Básico RE – Reserva Estadual Rebio – Reserva Biológica RFFSA – Rede Ferroviária Federal RM – Região Metropolitana RSD – Resíduos Sólidos Domiciliares RSDU – Resíduo Sólido Doméstico Úmido RSDS – Resíduo Sólido Doméstico Seco RSU – Resíduos Sólidos Urbanos Saae – Serviço Autônomo de Água e Esgoto Sabesp – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Saec – Superintendência de Água e Esgotos da Capital Sagmacs – Sociedade para a Análise Gráfica e Mecanográfica Aplicada aos Complexos Sociais SAM – Sistema Adutor Metropolitano Sama – Saneamento Básico do Município de Mauá Saned – Companhia de Saneamento de Diadema Sanesp – Companhia Metropolitana de Saneamento SCM – Sistema Cartográfico Metropolitano Seade – Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados Seaqua – Sistema Estadual de Administração da Qualidade Ambiental, Proteção, Controle e Desenvolvimento do Meio Ambiente e Uso Adequado dos Recursos Naturais Semae – Serviço Municipal de Águas e Esgotos Semasa – Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André SH – Secretaria de Estado da Habitação SHDU – Secretaria da Habitação e Desenvolvimento Urbano Sigam – Sistema Integrado de Gestão Ambiental SIGRH – Sistema Integrado de Gerenciamento dos Recursos Hídricos Sinir – Sistema de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos SMA – Secretaria do Meio Ambiente

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 188 04/12/2015 09:26:39 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 189

SMDU – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano da Prefeitura de São Paulo SNM – Secretaria dos Negócios Metropolitanos Spam – Sistema de Planejamento e Administração Metropolitana SPT – Sistema de Planejamento de Transportes do Estado de São Paulo SSRH – Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos STM – Secretaria dos Transportes Metropolitanos STU – Superintendência de Trens Urbanos Susam – Superintendência de Saneamento Ambiental TI – Terra Indígena UBS – Unidade Básica de Saúde UCs – Unidades de Conservação UGRHI – Unidade de Gerenciamento dos Recursos Hídricos USP – Universidade de São Paulo VLP – Veículo Leve sobre Pneus ZEI – Zona de uso estritamente industrial Zeias – Zonas especiais de interesse ambiental Zeis – Zonas especiais de interesse social ZUD – Zona de uso diversificado Zupis – Zonas de uso predominantemente industrial

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 189 04/12/2015 09:26:39 190 Relatório de Pesquisa

ILUSTRAÇÕES

Figuras Figura 1 – MMP: empreendimentos logísticos, principais corredores de exportações e locais prioritários (2010)

Figura 2 – Cajamar (distrito de Jordanésia) entre as rodovias Anhanguera e Bandeirantes

Figura 3 – Barueri e Jandira, junto à Rodovia Castelo Branco

Figura 4 – Embu, próximo ao entroncamento da Rodovia Régis Bittencourt e o Rodoanel

Figura 5 – São Bernardo do Campo, centro logístico junto ao entroncamento da Rodovia dos Imigrantes com o Rodoanel

Figura 6 – Itaquaquecetuba, centro logístico intermodal em implantação junto à linha ferroviária, às margens da Rodovia Ayrton Senna

Figura 7 – RM de São Paulo: sistemas produtores de água

Figura 8 – RM de São Paulo: mapa dos sistemas de esgoto

Figura 9 – Diagrama

Figura 10 – Localização do Parque Várzeas do Tietê

Gráficos Gráfico 1 – RM de São Paulo: distribuição percentual dos destinos da população residente que realiza movimento pendular, segundo o tipo de municípios (2010)

Gráfico 2 – RM de São Paulo: distribuição percentual das origens da população que realiza movimento pendular, segundo o tipo de municípios e o destino (2010)

Gráfico 3 – Municípios da RM de São Paulo: participação do município no VA da região (2010)

Gráfico 4 – Municípios da RM de São Paulo: comparação entre o percentual de crescimento em dez anos do PIB per capita, VA (1999-2010) e do crescimento populacional (2000-2010)

Gráfico 5 – RM de São Paulo: distribuição dos domicílios em setores subnormais e precários por município (2010)

Gráfico 6 – RM de São Paulo: variação da densidade de empregos em função da média dos custos generalizados de viagem, por zona de destino – transporte coletivo (2007)

Mapas Mapa 1 – Municípios da RM de São Paulo: fluxos pendulares intrametropolitanos (2010)

Mapa 2 – Evolução da mancha urbana (1881-2010)

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 190 04/12/2015 09:26:39 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 191

Mapa 3 – Mancha urbana e assentamentos precários (2002-2010)

Mapa 4 – Aptidão física para urbanização

Mapa 5 – Empreendimentos habitacionais (Graprohab) mapeados pela Emplasa (2010-2011)

Mapa 6 – RM de São Paulo: empreendimentos habitacionais do Graprohab

Mapa 7 – RM de São Paulo: proteção aos mananciais versus mancha urbana

Mapa 8 – RM de São Paulo: favelas versus proteção aos mananciais

Mapa 9 – RM de São Paulo: UCs

Mapa 10 – Macrozonas da RM de São Paulo

Mapa 11 – RM de São Paulo: zonas de interesse especial definidas nos planos diretores municipais

Mapa 12 – RM de São Paulo: setores censitarios agrupados conforme a precariedade habitacional (2010)

Mapa 13 – RM de São Paulo: uso do solo

Mapa 14 – RM de São Paulo: macrozoneamento dos municípios metropolitanos

Mapa 15 – RM de São Paulo: investimentos estruturadores

Mapa 16 – RM de São Paulo: situação administrativa dos sistemas de abastecimento de água

Mapa 17 – RM de São Paulo: porcentagem de domicílio atendido por rede de água (2010)

Mapa 18 – RM de São Paulo: porcentagem de domicílio atendido por rede de esgoto (2010)

Mapa 19 – Porcentagem de domicílio atendido por coleta de lixo (2010)

Mapa 20 – RM de São Paulo: mapa da coleta seletiva

Mapa 21 – A RM de São Paulo e a Bacia do Alto Tietê

Mapa 22 – RM de São Paulo: tempos médios – coletivo (2007)

Mapa 23 – RM de São Paulo: carência por transporte coletivo (2007)

Mapa 24 – RM de São Paulo: densidade dos empregos (2007)

Mapa 25 – RM de São Paulo: média dos custos generalizados de viagem, por zona de destino – transporte coletivo (2007)

Mapa 26 – RM de São Paulo: rede de transporte e rede viária estruturais atuais

Mapa 27 – RM de São Paulo: rede de transporte e rede viária estruturais futuras

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 191 04/12/2015 09:26:39 192 Relatório de Pesquisa

Quadros Quadro 1 – RM de São Paulo: municípios por código e número – IBGE e sub-região (instrumento legal do plano diretor com alterações/substituições respectivas)

Quadro 2 – Ferramentas da Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010 (PNRS)

Quadro 3 – PPA 2008-2011

Quadro 4 – PPA 2012-2015

Quadro 5 – RM de São Paulo: programa de investimentos do ESP – principais projetos (maio 2012)

Tabelas Tabela 1 – RM de São Paulo: população, taxa de crescimento e participação relativa no crescimento populacional (1991, 2000 e 2010)

Tabela 2 – Municípios da RM de São Paulo: volume e peso relativo da mobilidade pendular de residentes sobre a população em idade ativa (PIA) (2000 e 2010)

Tabela 3 – RM de São Paulo: evolução da estrutura industrial e participação no VTI da MMP (2000, 2005, 2007 e 2010)

Tabela 4 – ESP, RM de São Paulo e municípios: PIB a preços correntes e distribuição do VA, por setor de atividade (2000-2010)

Tabela 5 – RM de São Paulo: empreendimentos habitacionais protocolados no Graprohab (2009-2012)

Tabela 6 – RM de São Paulo: condomínios e loteamentos aprovados pelo Graprohab (2010)

Tabela 7 – RM de São Paulo: condomínios e loteamentos aprovados pelo Graprohab (2011)

Tabela 8 – Classificação das áreas dos municípios, segundo a LPM

Tabela 9 – RM de São Paulo: empreendimentos por tipo – PAC 2012

Tabela 10 – RM de São Paulo: número de empreendimentos por município – PAC 2012

Tabela 11 – ESP e RMs: distribuição dos domicílios segundo as necessidades habitacionais – números absolutos (2011)

Tabela 12 – ESP e RMs: distribuição dos domicílios segundo as necessidades habitacionais (2011)

Tabela 13 – Número de pessoas residentes em domicílios particulares permanentes por tipo de setor censitário e região

Tabela 14 – Domicílios conectados à rede geral de distribuição de água

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 192 04/12/2015 09:26:39 Análise Comparativa das Funções Públicas de Interesse Comum da RM de São Paulo 193

Tabela 15 – Sistema principal de tratamento de esgoto (2010)

Tabela 16 – Domicílios conectados à rede geral de esgotamento sanitário

Tabela 17 – Domicílios permanentes atendidos com coleta de lixo

Tabela 18 – Enquadramento dos municípios da RM de São Paulo quanto às condições de tratamento e disposição dos resíduos sólidos domiciliares

Tabela 19 – RM de São Paulo: metas anuais de ligação

Tabela 20 – Programa Mananciais: financiamento

Tabela 21 – 39000: SSRH (2008)

Tabela 22 – 39000: SSRH (2009)

Tabela 23 – 39000: SSRH (2010)

Tabela 24 – 39000: SSRH (2011)

Tabela 25 – Resumo dos investimentos em saneamento ambiental (PPA 2008-2011)

Tabela 26 – SSRH (PPA 2012-2015)

Tabela 27 – RM de São Paulo: investimento em saneamento ambiental – PAC

Tabela 28 – Índice de redução de perdas

Tabela 29 – Índice de cobertura dos serviços de esgotamento sanitário (2010 e 2018)

Tabela 30 – Índice de atendimento de abastecimento de água

Tabela 31 – Índice de atendimento de esgotamento sanitário

Tabela 32 – Índice de cobertura do sistema de abastecimento da água (2011-2040)

Tabela 33 – IPD

Tabela 34 – Índice de cobertura dos serviços de esgotamento sanitário (2011-2040)

Tabela 35 – RM de São Paulo: resumo de proposições do Pitu 2020

Tabela 36 – Pitu 2025: infraestrutura básica

Tabela 37 – Pitu 2025: fontes de investimentos

Tabela 38 – Pitu 2025: participações por agentes

Tabela 39 – Programas da STM

Tabela 40 – RM de São Paulo: investimento em transporte – PAC

Tabela 41 – Metrô: demanda de passageiros por linha (2012)

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 193 04/12/2015 09:26:39 194 Relatório de Pesquisa

Tabela 42 – Metrô: entradas e passageiros transportados – média dos dias úteis (2012)

Tabela 43 – Metrô: participação dos bilhetes integrados no total de passageiros

Tabela 44 – CPTM: passageiros transportados por linha – média dos dias úteis (2011)

Tabela 45 – CPTM: participação dos bilhetes integrados no total de passageiros (2012)

Tabela 46 – Metrô e CPTM: passageiros transportados – totais e média dos dias úteis

Tabela 47 – RM de São Paulo: passageiros transportados no sistema sobre pneus – total e média dos dias úteis

Tabela 48 – EMTU/SP: Corredor Metropolitano ABD – participação dos bilhetes integrados no total de passageiros (2012)

Tabela 49 – Competência do transporte coletivo por ente federativo

Tabela 50 – RM de São Paulo: tempo médio de deslocamento casa-trabalho

Tabela 51 – Tempo médio de viagem por modo de transporte (1997 e 2007)

Tabela 52 – Tempo médio das viagens diárias por tipo e renda familiar mensal (2007)

Tabela 53 – Viagens diárias (em milhares) por modo principal e renda familiar mensal

Tabela 54 – IPCI-RP: ranking das RMs e AUs (2010 e 2011)

Tabela 55 – IPCI-RP: ranking das RMs e AUs (2010 e 2011)

Tabela 56 – Evolução da receita tributária per capita (2010 e 2011)

Tabela 57 – Evolução das transferências correntes líquidas per capita (2010 e 2011)

Tabela 58 – Evolução do IPTU per capita (2010 e 2011)

Tabela 59 – Evolução do ISS per capita (2010 e 2011)

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 194 04/12/2015 09:26:39 Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 195 04/12/2015 09:26:39 Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

EDITORIAL

Coordenação Cláudio Passos de Oliveira

Supervisão Andrea Bossle de Abreu

Revisão Camilla de Miranda Mariath Gomes Carlos Eduardo Gonçalves de Melo Elaine Oliveira Couto Elisabete de Carvalho Soares Laura Vianna Vasconcellos Luciana Bastos Dias Luciana Nogueira Duarte Thais da Conceição Santos (estagiária) Vivian Barros Volotão Santos (estagiária)

Editoração eletrônica Roberto das Chagas Campos Aeromilson Mesquita Aline Cristine Torres da Silva Martins Carlos Henrique Santos Vianna Glaucia Soares Nascimento (estagiária) Vânia Guimarães Maciel (estagiária)

Capa Andrey Tomimatsu

Livraria Ipea SBS – Quadra 1 − Bloco J − Ed. BNDES, Térreo 70076-900 − Brasília – DF Tel.: (61) 2026-5336 Correio eletrônico: [email protected]

Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 196 04/12/2015 09:26:39 Relatorio_Analise_Sao_Paulo.indb 197 04/12/2015 09:26:39 Composto em adobe garamond pro 11,5/13,8 (texto) Frutiger 67 bold condensed (títulos, gráficos e tabelas) Rio de Janeiro-RJ

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Missão do Ipea Aprimorar as políticas públicas essenciais ao desenvolvimento brasileiro por meio da produção e disseminação de conhecimentos e da assessoria ao Estado nas suas decisões estratégicas.

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