Processos De Organização Na Economia Informal Em Cabo Verde: Estudo De Caso Sobre a Associação De Artesãos De Mindelo CAMIN
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Departamento de Ciência Política e Políticas Públicas Processos de organização na economia informal em Cabo Verde: estudo de caso sobre a Associação de Artesãos de Mindelo CAMIN Magdalena Anna Bialoborska Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Estudos Africanos Orientador: Doutor Carlos Manuel Mira Godinho Fernando Lopes, Investigador Associado, Centro de Estudos Africanos – ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa Junho, 2013 Agradecimentos Ao meu orientador, Professor Carlos M. Lopes, pelas indicações sempre concretas, sucintas e exactas. Pela confiança que me deu desde o inicio, tanto na escolha da direcção do estudo, como durante a escrita deste texto. Pela oportunidade que me proporcionou, incluindo na equipa de investigação do projecto por si coordenado – um grande obrigado. Aos professores que durante o mestrado despertaram o meu interesse pelas várias áreas, alargando as possibilidades de descrição e de interpretação dos factos e fenómenos. Um obrigado especial ao Professor Eduardo Costa Dias pelos diversos incentivos. À Professora Cristina Rodrigues, obrigada pela conversa na fase em que a quantidade de dados parecia inordenável. Ao César Alves pela disponibilidade que tinha para ler este trabalho e corrigir o português. À Ana Filipa Oliveira pela escrupulosa revisão da versão definitiva. Ao Suzano Costa pelas dicas muito úteis, vários materiais e contactos. Em Cabo Verde, a todos os artesãos de São Vicente que me dedicaram o seu tempo, responderam a questões, partilharam as suas experiências, os seus medos, os seus planos, os seus sonhos. Principalmente à Maria Filomena Lima Ramos, Presidente da Associação CAMIN, pelo seu acolhimento e todas as informações que partilhou comigo. Ao Ilidio Lopes pela companhia, que facilitou a pesquisa de terreno, e pelas conversas que me ajudaram a criar uma imagem mais completa da vida e dos problemas dos artesãos. Ao Manuel Fortes, director do Centro Nacional de Artesanato e Design, por disponibilizar o espaço para trabalhar no CNAD, pelas conversas importantes no Mindelo e em Lisboa. Ao Luís Baptista pela apresentação da visão mais crítica da realidade e pela inspiração para um novo projecto. Ao Leão Lopes pelo tempo que dedicou a responder às minhas questões. À Mami Estrela pela conversa importante, convite que nunca mais irei esquecer, e disponibilidade em responder a todos os meus mails. À ADEI São Vicente, especialmente à Carina Pires por todas as informações e pelas respostas imediatas às questões que surgiram depois do regresso a Lisboa. À “minha família” no Mindelo: D. Augusta Lima Ramos, Sr. Juvêncio Lopes Moreira e também ao Hugo e Ricardo, por me receberem com tanto carinho e por tolerarem as minhas ausências prolongadas e a minha correria constante. Quero também agradecer aos meus amigos, para os quais não tive tempo suficiente nos últimos meses, pela compreensão e apoio: Isabel Amaro, Helena Palma, Susana Silva, Liliana Azevedo, Waty Barbosa, Ângelo Torres, Paula Loureiro, Calú Moreira. Á Cátia Bessa, Graça Guerra e Lígio Vale obrigada por me proporcionarem as condições para escrever algumas das partes deste trabalho. Um obrigado especial à minha Mãe e ao Tymek, por tudo. E, finalmente, o obrigado mais importante: à Lua, esta menina incrível, tão madura e independente, que aceita com humor a mãe que tantas vezes, perdida nos seus pensamentos, não ouve as coisas importantes. i Dla mojej Kochanej Mamy ii Resumo A economia informal, inicialmente considerada como um fenómeno transitório, ao longo das últimas décadas tornou-se um elemento importante da realidade contemporânea. Com um peso especial nos países em desenvolvimento, envolve um número significante de pessoas, proporcionando diversas consequências, tanto para os Estados como para os milhares de trabalhadores que fazem parte deste sector. Os processos de organização na economia informal têm como objectivo, entre outros, ampliar a voz dos representantes do sector, levando à procura mais eficaz de soluções para a situação prejudicada em que se encontram, na maioria dos casos não por sua escolha, mas por falta de outra opção. A dissertação, composta por duas partes, analisa, na base da investigação documental e pesquisa de terreno, os processos de organização, relativamente recentes e em progresso contínuo, entre os trabalhadores informais em Cabo Verde. Esta primeira tentativa de sistematização dos materiais recolhidos faz parte do enquadramento alargado, que serve como pano de fundo para o estudo de caso de uma organização constituída no meio artístico da cidade do Mindelo, considerada como capital cultural de Cabo Verde. A Associação de Artesãos de Mindelo CAMIN foi criada, em Julho de 2012, para responder à necessidade de melhorar as condições de trabalho, e de vida, das pessoas que fizeram da criação de artesanato a sua profissão e daí obtêm os rendimentos que garantem a sua subsistência e a das suas famílias. Especialmente vulneráveis, pela dupla dimensão dos problemas com os quais têm que lidar, esperam que como grupo organizado, consigam resolvê-los. Palavras chave: economia informal, organizações na economia informal, Cabo Verde, São Vicente, artesãos. iii Abstract The informal economy, initially considered as a temporal phenomenon, became an important element of contemporary reality during the last decades. It has an especial weight in developing countries, evolving a significant number of people and causing different consequences for the State and also for thousands of workers who are part of this sector. The processes of organization in the informal economy pretend, among many other aims, to amplify the voice of the representatives of the sector, leading to searching solutions for the difficult situation in which they are, normally not by choice, but because of the lack of other options. This dissertation, composed of two parts, analyses on the basis of the documental investigation and field research, the processes of organization, relatively recent and in constant progress, among informal workers in Cape Verde. This first attempt to systematize the materials collected constitutes a part of the vast background which serves as a framework for the case study of an organization constituted in the artistic world of Mindelo City, considered as the capital cultural of Cape Verde. The Association of the Artisans of Mindelo CAMIN, was created in July of 2012, to attempt to resolve the problems of the conditions of work and, automatically, of life of people who chose the arts and crafts creation as their profession and their livelihood, as well as that of their families, depending on the means they get from that. Especially vulnerable, because of the dual dimension of the problems which they have to deal with, they hope to be able to resolve them as an organized group. Key words: informal economy, organizations in the informal economy, Cape Verde, São Vicente, artisans. iv ÍNDICE INTRODUÇÃO .......................................................................................................................1 1. Estrutura ......................................................................................................................... 5 2. Opções metodológicas ................................................................................................... 6 2.1. Trabalho de campo.................................................................................................10 I ENQUADRAMENTO ..........................................................................................................15 1. Teoria ........................................................................................................................... 15 1.1. Economia informal ..................................................................................................15 1.2. Organizações e representação na economia informal ............................................19 2. Espaço.......................................................................................................................... 23 2.1. Cabo Verde ............................................................................................................24 2.2. Ilha de São Vicente e Cidade de Mindelo ...............................................................30 3. Teoria no espaço .......................................................................................................... 35 3.1. Economia informal em Cabo Verde ........................................................................35 3.1.1. Mudanças no Sistema Nacional de Protecção Social ..........................................40 3.1.2. Sistema de microfinanças e o Novo Banco..........................................................41 3.2. Processos de organização na economia informal em Cabo Verde .........................42 3.2.1. Iniciativas do Estado ............................................................................................44 3.2.2. Propostas dos sindicatos dos trabalhadores do sector formal .............................47 3.2.3. As iniciativas dos trabalhadores informais ...........................................................49 4. Completando o pano de fundo: artesanato. Reflexões soltas ....................................... 50 4.1. Artesanato em Cabo Verde ....................................................................................50 4.2. Artesanato e artesãos no Mindelo ..........................................................................55 II ESTUDO DE CASO. ASSOCIAÇÃO DE ARTESÃOS DE MINDELO