Metamorfoses 14.1
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METAMORFOSES 14.1 Cátedra Jorge de Sena para Estudos Luso-Afro-Brasileiros Metamorfoses__14-1.indd 1 14/04/2017 13:28:10 A Revista Metamorfoses é editada pela Cátedra Jorge de Sena para Estudos Literários Luso-Afro-Brasileiros, criada em 1999, no Departamento de Letras Vernáculas da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro e dirigida por um Conselho de Adminis- tração assim constituído, na gestão 2014-2017: Regente: Luci Ruas Pereira Substituto eventual: Carmen Lúcia Tindó Secco Representantes de Literatura Portuguesa: Luci Ruas Pereira, Teresa Cristina Cerdeira, Sofia de Sousa Silva e Mônica Genelhu Fagundes Representantes de Literatura Brasileira: Anélia Pietrani, Maria Lucia Guimarães de Faria e Gilberto Representantes de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa: Carmen Lúcia Tindó Ribeiro Secco e Teresa Salgado Eméritas: Cleonice Berardinelli, Marlene de Castro Correia e Gilda Santos Endereço para correspondência: Revista Metamorfoses/Cátedra Jorge de Sena Faculdade de Letras/UFRJ Cidade Universitária – Ilha do Fundão CEP: 21941-590 – Rio de janeiro – RJ – Brasil E-mail: [email protected] Metamorfoses__14-1.indd 2 14/04/2017 13:28:10 METAMORFOSES 14.1 Comissão Editorial Anélia Pietrani, Carmen Lúcia Tindó Ribeiro Secco, Cleonice Berardinelli, Gilberto Araújo, Gilda Santos, Luci Ruas Pereira, Maria Lúcia Guimarães de Faria, Marlene de Castro Correia, Mônica Genelhu Fagundes, Sofia de Sousa Silva, Teresa Cristina Cerdeira, Teresa Salgado. Conselho Editorial Alfredo Bosi, Ana Mafalda Leite, Benjamin Abdala Júnior, Davi Arrigucci Jr., Eduardo Lourenço, Ettore Finazzi-Agrò, Flávio Loureiro Chaves, Francisco Cota Fagundes, Godofredo de Oliveira Neto, Helder Macedo, Helena Buescu, Inocência Mata, Isabel Pires de Lima, Laura Cavalcante Padilha, Leyla Perrone-Moisés, Maria Alzira Seixo, Maria Irene Ramalho, Vilma Arêas Edição deste número Luci Ruas Pereira Metamorfoses__14-1.indd 3 14/04/2017 13:28:11 Revista patrocinada pela Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa Capa: M. C. Escher’s Metamorfosis © 2003 Cordon Art B. V. – Holland. All rights reserved. © 2016, Oficina Raquel e Cátedra Jorge de Sena Layout da capa: Mauricio Matos Impressão: Multitipo Data de impressão: _____________ de 2017 ISSN 0875-019 ISBN 978-972-21-2673-1 Editora Oficina Raquel Av. Presidente Vargas, 542 / 1610 Centro – Rio de Janeiro – RJ CEP: 20071-091 [email protected] www.oficinaraquel.com.br Metamorfoses__14-1.indd 4 14/04/2017 13:28:11 Sumário Nota Editorial 7 por Luci Ruas Literatura portuguesa 13 Luis Maffei Camões e o Real 29 Maria Theresa Abelha Alves A morte em retrato: Gémeos de Mário Cláudio 55 Victor Azevedo As instâncias do(s) narrador(es) na Trilogia da Mão de Mário Cláudio 66 Isabel Cristina Rodrigues E a noite roda, de Alexandra Lucas Coelho: o problema da habitação 79 Roberto Nunes Bittencourt António Patrício: um simbolista entre a ortodoxia e a heterodoxia Literatura brasileira 93 Ronaldes de Melo e Souza A doutrina orteguiana do perspectivismo 109 Anélia Montechiari Pietrani A poetisa Ana C., tradutora de K. M. Literaturas africanas de língua portuguesa 119 Carmen Lucia Tindó Secco Outros modos de dizer o corpo da mulher e da história: Odete Semedo, Conceição Lima e Tânia Tomé Metamorfoses__14-1.indd 5 14/04/2017 13:28:11 129 Edvaldo A. Bergamo O romance histórico da colonização portuguesa do Atlântico Sul: O Retrato do Rei, de Ana Miranda, e Nação Crioula, de José Eduardo Agualusa 141 Mário César Lugarinho Paradigmas confrontados: algumas masculinidades nas literaturas africanas de língua portuguesa Entrevista 155 Jorge Valentim Entrevista com Albano Martins Ler e depois 167 Vinícius Carvalho Pereira A mão de Teresa 171 Jorge Marques Amalgamado de desterritorializações 174 Rodrigo Jorge Reerguendo Penhas e rios 177 Viviane Mendes de Moraes A rainha Ginga 180 Letícia Villela Lima da Costa Paulina Chiziane. Vozes e rostos femininos de Moçambique Metamorfoses__14-1.indd 6 14/04/2017 13:28:11 NOTA EDITORIAL Mantendo a proposta que a definiu desde a publicação de seu primeiro número, a revista Metamorfoses 14.1 dedica suas páginas a estudos das literaturas de língua por- tuguesa. Sempre foi seu propósito divulgar estudos críticos de pesquisadores brasileiros e estrangeiros que se dedicam à pesquisa nas Literaturas Portuguesa, Brasileira e Afri- canas de Língua Portuguesa, cumprindo, de forma bem-sucedida, os objetivos da Cá- tedra Jorge de Sena para estudos luso-afro-brasileiros. Luiz Maffei inaugura a seção dedicada aos ensaios críticos de Literatura Portu- guesa, com um instigante estudo sobre a poesia camoniana, ao trazer ao público ideias que apontam para a relação da obra do maior poeta português com a realidade, ressal- tando que essa relação, em seus múltiplos aspectos, se dá “em estado de abertura”. A partir dessa perspectiva, é possível entender-se como o poeta torce “noções unânimes do seu tempo” para adequar-se à experiência, frente à necessidade de rever “verdades culturais”. Maria Theresa Abelha Alves e Victor Azevedo trazem ao leitor a obra de Mário Cláudio, escritor contemporâneo, ganhador de prêmios que tornam visível uma obra de qualidade inconteste. Maria Theresa aborda questões fundamentais da obra do escritor português no romance Gémeos (2004), que integra a “Trilogia das Constela- ções”. Victor Azevedo dedica seu ensaio à “Trilogia da Mão”. Em Gémeos, a estudiosa dá destaque à relação entre literatura e pintura, ressaltando que, no romance, há uma intrínseca relação de cumplicidade entre o texto e as telas de Goya. As figuras saem das telas para transformarem-se em personagens na ficção criada. Questões de natureza histórica, etnográfica e cultural, no contexto em que a obra se insere, dão ao Pesquisa- dor a possibilidade de comprovar que “cada apreciador de um quadro cria o artista que o pintou”. Victor Azevedo não foge ao que afirma o Pesquisador da ficção. Como pesquisador e ensaísta, analisa com olhos de leitor atento ao fenômeno literário, os procedimentos narrativos que definem a trilogia de Mário Cláudio. Constata que re- cursos intersemióticos singularizam os narradores marioclaudianos em Amadeo, Gui- lhermina e Rosa, o pintor, a musicista e a artista plástica recriados nos três romances que compõem a Trilogia. Ainda na senda da contemporaneidade, Isabel Cristina Ro- drigues dá à leitura um dos primeiros, senão o primeiro estudo crítico sobre o roman- ce de Alexandra Lucas Coelho – E a noite roda –, jovem escritora e jornalista, ganha- dora com esse romance, em 2013, do Grande Prêmio de Romance da APE (Associação Portuguesa de Escritores). Ao longo do ensaio, demonstra que a memória é repositório das velhas lembranças “das pequenas pátrias”, que não mais se volta a habitar senão Metamorfoses__14-1.indd 7 14/04/2017 13:28:11 8 NOTA EDITORIAL pela escrita. Entre “a escrita do mundo, a palavra do romance e o lirismo arcaico dos cantares de amigo” se constrói uma narrativa em que a casa por habitar, mesmo perdi- da, é lugar sagrado, ainda que “sem país onde fincar o prumo da alegria”. Finaliza a seção o estudo de Roberto Bittencourt sobre o dramaturgo António Patrício. Situan- do-o com propriedade no contexto finissecular, assinala o que caracteriza esse período: as múltiplas tendências, simbolistas e decadentistas. Faz questão de sublinhar que, de seu ponto de vista, Patrício é um escritor heterodoxo cuja obra se inscreve na conver- gência do Simbolismo e do Saudosismo, sem, todavia, deixar de acompanhar o proces- so estético que ali se desenvolvia, compondo, por isso mesmo (mas não só), uma obra original. Inaugura a seção dedicada à Literatura Brasileira o ensaio de Ronaldes de Melo e Souza, que trata do perspectivismo na obra do filósofo espanhol Ortega Y Gasset. Pode causar certo estranhamento a inclusão, numa revista que trata especificamente do fe- nômeno literário, de um ensaio eminentemente filosófico. Mas aqui está, tento em vista a sua importância para o estudo da modernidade, já que a obra do filósofo pro- move uma revolução no pensamento ocidental, ao estabelecer o princípio de que é o perspectivismo “a forma legítima de conhecimento compatível com a realidade da vida humana”. Destaca que o pensamento do filósofo supera os impasses criados por ten- dências imobilistas, ensinando que a vida requer um pensamento que não se pode imobilizar na abstração dos conceitos, “mas que se dinamize na fluidez do corpo mo- vente das imagens”. Nesta perspectiva, o ensaísta ainda torna visível o diálogo entre o pensador espanhol e as ideias de Einstein. Anélia Pietrani toma por objeto de leitura o trabalho crítico sobre tradução, de autoria da poetisa Ana Cristina Cesar para refletir sobre esse processo, fazendo dialogarem as vozes de Walter Benjamin e Haroldo de Campos, para discutir o conceito de tradução, de acordo com o primeiro, e o de trans- criação, conforme o poeta, tradutor e ensaísta brasileiro. Considera, no trabalho de Ana Cristina Cesar, as notas críticas da poetisa para a tradução de um conto de Kathe- rine Mansfield, objetivando verificar como podem corresponder-se o ato poético e o da tradução. A seção dedicada às Literaturas Africanas de Língua Portuguesa registra o traba- lho crítico e ensaístico de Carmen Lúcia Tindó, Edvaldo Bergamo e Mário César Lu- garinho. Carmen Lúcia discorre sobre três vozes representativas da poesia feminina nos dias de hoje. São vozes de São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau e Moçambique. Discute questões relevantes, como o pequeno número de mulheres com obras publicadas nes- ses países, embora sejam obras bastantes relevantes em que a poesia é problematizada nas suas relações tensas com a tradição. A escrita transgressora dessas mulheres, as rela- ções entre poesia, afeto e história e a memória são objetos de reflexão da ensaísta. Ed- valdo Bergamo analisa, em perspectiva comparatista, o romance O retrato do rei (1991), da brasileira Ana Miranda, e Nação crioula (1998), do angolano José Eduardo Agualu- sa, pondo em discussão a relação entre literatura e história. A colonização lusitana é refletida “numa perspectiva que enfatiza o olhar feminino acerca desse complexo his- Metamorfoses__14-1.indd 8 14/04/2017 13:28:11 NOTA EDITORIAL 9 tórico e cultural em ebulição, especialmente entre dois espaços privilegiados: Angola e Brasil”.