1. Literatura De Angola
1. Literatura de Angola 1. Literatura de Angola Se excetuarmos as obras historiográficas e factográficas que abordam os temas angola- nos (p.ex. História Geral das Guerras Angolanas de António Oliveira de Cadórnega), o início da literatura angolana pode ser ligado à introdução da imprensa (1845): Boletim (1845) que passou a ser Boletim Oficial de Angola, Jornal de Loanda (1878), A Civilização da África Portuguesa (1886), Luz e Crença (1902–1903), a coletânea Voz de Angola Cla- mando no Deserto (1901) etc., sem deixar de mencionar o importantíssimo Almanach de Lembranças (1851–1900). Como a primeira obra literária angolana é considerado o livro de poemas de José da Silva Maia Ferreira (Espontaneidades da Minha Alma, 1849). Mais tarde, aparece uma noveleta de influência queirosiana, Nga Mutúri (1882) de Alfredo Troni, bem como a obra de Cordeiro da Matta. Na primeira metade do século XX, dado o contexto histórico-político (o Estado Novo com o seu nacionalismo e colonialismo imperial), aparecem alguns textos de caráter ambíguo, de temas angolanos mas com uma propensão ao exotismo e celebração do colono português. Dentro desta linha “luso-tropicalista” insere-se a obra de Tomás Vieira da Cruz e de Geraldo Bessa Víctor. Por outro lado, começam a aparecer autores, intelectuais assimilados, que tra- zem novos temas à literatura (os costumes angolanos), de certo sabor etnográfico mas com uma perspetiva interior, bem longe da literatura africanista portuguesa. É o caso de António Assis Júnior (O Segredo da Morta, 1929, publicado em folhetim) e de Óscar Ribas (Uanga, 1951). Um caso à parte é Castro Soromenho que, a partir de 1949 envereda pelo caminho da ficção neorrealista (Terra Morta, 1949, Viragem, 1957, A Chaga, 1970) Em 1948 surge o Movimento dos Novos Intelectuais de Angola (MNIA) com o lema “Vamos descobrir Angola”, que dá impulso ao aparecimento da revista Mensagem em 1951, em cujo redor se encontram autores como António Jacinto (Poemas, 1961), Viriato da Cruz (Poemas, 1961), Agostinho Neto (autor da posterior Sagrada Espe- rança, 1974) .
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