Cinema Brasileiro Na Escola 1 2 Cinema Brasileiro Na Escola
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Cinema Brasileiro na Escola 1 2 Cinema Brasileiro na Escola Criação e Design de Capa | Janiclei A. Mendonça Planejamento Gráfico | Janiclei A. Mendonça Coordenação Editorial | Salete P. Machado Sirino Revisão | José Carlos Avellar Priscila Buse Ficha catalográfica | Mary Inoue Conselho Editorial UNESPAR / Campus de Curitiba II Dr. Armindo Bião (UFBA) Dr. Cássio da Silva Fernandes (UFJF) Dra. Cristina Capparelli Gerling (UFRGS) Dra. Cristina Grossi (UnB) Dr. Daniel Wolff (UFRGS) Dra. Dulce Barros de Almeida (UFG) Dra. Fabiana Dultra Britto (UFBA) Dra Helena Katz (PUC-SP) Dr. José Manuel Tedim (Portucalense-Pt) Dr. Key Imaguire Jr. (UFPR) Dr. Luiz Fernando Ramos (USP) Dr. Marco Antonio Carvalho Santos (UFF) Dr. Marcos Napolitano (USP) Dra. Margarida Gandara Rauen (UNICENTRO) Dr. Paulo Humberto Porto Borges (UNIOESTE) Dra. Regina Melim (UDESC) Dra. Selma Baptista (UFPR) Dra. Rosemyriam Ribeiro dos Santos Cunha (FAP) Dra. Sheila Diab Maluf (UFAL) Dr. Walter Lima Torres (UFPR) Dra. Zélia Chueke (UFPR) Cinema brasileiro na escola: pra começo de conversa. / org. por Salete Paulina Machado Sirino e Fabio Luciano Francener Pinheiro. Curitiba: UNESPAR, 2014. 248p. ISBN 978-85-68399-00-2 1. Cinema e Educação. 2. Cinema brasileiro. 3. Cinema, história e cultura. I. Sirino, Salete Paulina Machado, org. II. Pinheiro, Fabio Luciano Francener, org. CDD: 791.430981 Cinema Brasileiro na Escola 3 SUMÁRIO PREFÁCIO José Carlos Avellar 08 APRESENTAÇÃO Salete Paulina Machado Sirino CINEMA E EDUCAÇÃO CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE A ANÁLISE DE FILMES E SEU POTENCIAL PARA A ATIVIDADE DOCENTE Fabio Luciano Francener Pinheiro CINEMA BRASILEIRO: UMA RETROSPETIVA HISTÓRICA CINEMA BRASILEIRO: DO NASCIMENTO AOS 14 CICLOS REGIONAIS Agnes Cristine Souza Vilseki O FILME LIMITE COMO UM EXPOENTE DA 34 VANGUARDA NO BRASIL Bianca de Moura Pasetto ATLÂNTIDA CINEMATOGRÁFICA E COMPANHIA 42 CINEMATOGRÁFICA VERA CRUZ William Muneroli Manfroi CINEMA NOVO: UM CINEMA DE RUPTURAS 49 Érica Ignácio da Costa CINEMA MARGINAL BRASILEIRO: MUITAS IDEIAS, 58 POUCOS RECURSOS Fábio S. Thibes EMBRAFILME: ENTRE CINEMA E DITADURA 82 Carla Fonseca Abrão de Barros O CINEMA DA RETOMADA 92 Agnes Cristine Souza Vilseki Bianca de Moura Pasetto Willian Muneroli Manfroi CINEMA BRASILEIRO CONTEMPORÂNEO: 103 UMA BREVE VISITA Carla Fonseca Abrão de Barros Érica Ignácio da Costa Fábio Silvester Thibes 4 Cinema Brasileiro na Escola CINEMA BRASILEIRO: FORMA E CONTEÚDO O PALHAÇO: UMA ANÁLISE DO ROTEIRO FÍLMICO 117 Fábio S. Thibes O SOM AO REDOR E O CINEMA AUTORAL 129 William Muneroli Manfroi ABRIL DESPEDAÇADO, UMA ANÁLISE A PARTIR DA 138 DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA Agnes Cristine Souza Vilseki DURVAL DISCOS: A ARTE DE DENTRO PARA FORA 148 Carla Fonseca Abrão de Barros LISBELA E O PRISIONEIRO E A MONTAGEM FÍLMICA 159 Bianca de Moura Pasetto PRODUÇÃO FÍLMICA: O REALISMO EM S. BERNARDO, 171 DE LEON HIRSZMAN Salete Paulina Machado Sirino CINEMA BRASILEIRO: LINGUAGEM, ESTÉTICA E CULTURA A HORA DA ESTRELA: TESSITURAS ENTRE LITERATURA, 189 CINEMA E TELEVISÃO Acir Dias da Silva ARUANDA DE LINDUARTE NORONHA: DO RECONHECIMENTO 202 AO PENSAMENTO Eduardo Tulio Baggio BRICHOS: UMA EXPERIÊNCIA DE REALIZAÇÃO AUDIOVISUAL 210 E CONSTRUÇÃO DE FRANQUIA Paulo Munhoz CICLOS REGIONAIS NO PERÍODO MUDO 227 Solange Straube Stecz ENTRE O SOM E O SILÊNCIO: UM ENSAIO SOBRE O QUE 240 OUVIMOS E O QUE NÃO OUVIMOS Ulisses Quadros de Moraes (Ulisses Galetto) OS AUTORES Cinema Brasileiro na Escola 5 PREFÁCIO Antes de dizer alguma coisa sobre cinema, os textos reunidos nesse volume dizem que os autores leram alguma coisa sobre cinema. Dão conta desse outro instante do processo cinematográfico em que as imagens visuais se desdobram em imagens verbais. De certo modo, natural que seja assim. Um filme, todo e qualquer filme, se movimenta entre dois textos críticos – o roteiro, antes do filme propriamente dito, e, depois do filme, a crítica propriamente dita. O roteiro ainda não é o filme, a crítica não é mais o filme, mas como o cinema começa antes e vai além do instante da projeção, a análise do filme que vai ser feito e a análise do filme depois de feito são partes inseparáveis do processo cinematográfico. Natural ainda que seja assim porque a entrada do cinema na universidade provoca uma natural tensão entre a prática acadêmica – digamos assim: o espaço da palavra e dos livros – e o dia-a-dia do cinema – digamos assim: o espaço da imagem, do pensamento antes de gerar palavra. Uma tensão criativa, em que cada uma das metades tenta compreender e apreender as lições da outra. Assim, do ponto de vista da universidade, ler antes de ver. Resumir e indicar uma bibliografia básica – contando certamente com o fato de que os livros aqui indicados irão apontar outros, não diretamente mencionados, mas parte igualmente significativa de nossas fontes de estudo. Os que Alex Viany dedicou à uma sistematização da história até o Cinema Novo, Introdução ao cinema brasileiro, e depois a nossa história depois da década de 1960, O processo do Cinema Novo. Os que Helena Salem dedicou a Nelson Pereira dos Santos, O sonho possível do cinema brasileiro, e a Leon Hirszman, O navegador das estrelas. O que Eryk Rocha dedicou a seu pai, Glauber, Rocha que voa. O que Adauto Novaes dedicou aos Anos 70, ainda sobre a tempestade. O que Carlos Alberto Mattos dedicou a Walter Lima Jr, Viver cinema. O que Sérgio Augusto dedicou às chanchadas, Este mundo é um pandeiro. Preparar-se para o cinema nos livros – às vezes a partir da sensação de que uma palavra vale mais que mil imagens, outras a partir do reconhecimento de um certo quê de cinema na estrutura da escrita contemporânea – a partir de um sentimento próximo daquele apontado por Mário de Andrade ao definir a arte cinematográfica como “o Eureka! das artes puras”. Mário de Andrade, de certo modo, está mesmo por trás do gesto que, no final da década de 1960, levou um grupo de cineastas ao Nordeste para compor uma espécie de enciclopédia audiovisual da cultural popular, os pouco mais de vinte documentários da série A condição brasileira, realizados por Geraldo Sarno, Paulo Gil Soares, Thomaz Farkas, Eduardo Escorel e Sérgio Muniz, filmes em princípio destinados não 6 Cinema Brasileiro na Escola propriamente aos cinemas, mas às universidades. A experiência está certamente por trás de uma nova série em dvd, em um quase livro audiovisual, A linguagem do cinema, produzidos por Geraldo Sarno, conversas, entre outras, com Linduarte Noronha, sobre Aruanda, com Walter Salles sobre Terra estrangeira e Central do Brasil, com Júlio Bressane, com Ruy Guerra, com Carlos Reichenbach, com Ana Carolina. Conversas, um material didático para analisar o cinema que se propôs a conversar com o país. Cinema, pra começo de conversa. Não um direto bate papo com os filmes, mas uma conversa intermediada por leituras de textos sobre filmes, autores, estilos, dispositivos técnicos, modos de produção e sobre os ciclos, movimentos ou períodos em que a história do cinema brasileiro costuma ser dividida. Não uma consulta às fontes originais, mas uma leitura de propostas de leituras da experiência cinematográfica brasileira. Quase uma conversa antes da conversa, espécie de trailer, listagem de temas para futuras investigações, notas introdutórias. O título desse texto inicial pode ser tomado como uma característica dos outros que compõem esse volume. Significativa a presença de conversas inteiramente dedicadas a filmes que, digamos, surgiram para começo de conversa – Limite, de Peixoto, como lembrado aqui, “expoente máximo da vanguarda cinematográfica no final do cinema mudo na América Latina”, e Aruanda, de Linduarte, como lembrado aqui, “filme seminal, referência de uma geração, marcante tanto pelo que expressa quanto por sua proposta cinematográfica”. Significativa a advertência logo na primeira linha de um dos trabalhos: escrever, tirou algumas noites de sono, “me fez refletir sobre algo maior, acerca de meus conhecimentos do cinema brasileiro”. Um certo reconhecimento de que pouco se conhece do cinema brasileiro, de que é preciso partir de onde tudo começou, do ponto zero, dos recomeços depois do começo, se insinuam nas entrelinhas da retrospectiva histórica, da discussão da forma e do sentido e das discussões de procedimentos narrativos ou técnicos dispostas depois das considerações iniciais sobre a importância da análise crítica de filmes. Numa prática tão recente quanto a do ensino de cinema, analisar filmes é o que de verdade ensina como ensinar cinema. No começo do século passado a produção de filmes e a análise de filmes inventaram juntas a linguagem de cinema; a primeira, antes mesmo de organizar os processos produtivos; a segunda, antes mesmo de contar com uma base teórica já existente em todas outras artes. Até um tempo recente, para aprender a fazer cinema, era preciso infiltrar-se numa equipe, aprender pelo que, certa vez, Humberto Mauro chamou de “escola dos brasileiros“, o olhar: “olhou, viu, fez”. O cinema, que saltou direto da prática para a universidade, sem passar pela escola, tem agora o convite de retornar à escola, para começar lá a educar o olhar do espectador, do crítico, do realizador. Pra começo de conversa, cinema. Provocador onírico, segundo Glauber. De tirar o sono, diz-se aqui. Invenção inacabada, e por isso mesmo, convite para continuar inventado – filmes e tudo o mais. José Carlos Avellar Cinema Brasileiro na Escola 7 José Carlos Avellar É crítico de cinema. Representa o Internationale Fimfestspiele Berlin no Brasil. Programa a sala de cinema do Instituto Moreira Salles. Seis livros publicados: O chão a palavra – cinema