Cinema Marginal Brasileiro E Suas Fronteiras, Perspectiva Histórica
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CINEMA MARGINALBRASILEIRO FILMES PRODUZIDOS NOS ANOS 1960 E 1970 Esta não é apenas uma reedição do livro Cinema Marginal Brasileiro, é uma nova edição, com treze novos fi lmes em relação às duas primeiras, lançadas em 2001 e 2004. Entre longas, médias e curtas-metragens, são cinquenta obras catalogadas e analisadas, fi lmes produzidos em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais, apontando a amplitude desse vigoroso movimento. Um sem-número de artigos críticos e de refl exão sobre o nosso cinema, bibliografi a comentada e fi lmografi a completa dos diretores participantes das cinco edições da mostra “Cinema Marginal e suas fronteiras”, duas delas realizadas em São Paulo (2001 e 2009), uma no Rio de Janeiro (2002) e outra em Brasília (2004), além do vasto material iconográfi co. Pela profundidade e abrangência, trata-se, indiscutivelmente, da mais completa publicação sobre o Cinema Marginal (experimental) dos anos 1960 e 1970. Viva Jairo Ferreira, viva Rogério Sganzerla, viva Sylvio Renoldi viva Carlos Reichenbach, viva todos os cineastas participantes desta mostra! 1 Concepção editorial Eugenio Puppo Vera Haddad Heloisa Cavalcanti de Albuquerque Pesquisa de imagens Alexandre Britto FILMES PRODUZIDOS NOS ANOS 1960 E 1970 Eugenio Puppo Marina Leme Produção editorial Eugenio Puppo Matheus Sundfeld Direção de arte e ilustrações Pedro Di Pietro Revisão de textos Lila Rodriguez Zanetti Edição e organização Thyago Nogueira EUGÊNIO PUPPO Coordenação e produção gráfica GFK Comunicação Impressão Stilgraf Heco Produções Ltda., 2012. Todos os direitos reservados www.portalbrasileirodecinema.com.br [email protected] 2 3 CINEMA MARGINAL BRASILEIRO NA CINEMATECA PORTUGUESA Temos grande satisfação em apresentar, no âmbito do Ano Brasil O cinema brasileiro permanece pouco visto em Portugal, sobretudo se pensarmos em uma Portugal, a mostra Cinema Marginal Brasileiro e suas Fronteiras, perspectiva histórica. Ao longo dos anos, a Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema que congrega os esforços das cinematecas Brasileira e Portuguesa, organizou ciclos genéricos de autores consagrados do cinema brasileiro, mas os anos da Heco Produções e do Ministério das Relações Exteriores para passam depressa. Se excetuarmos a retrospectiva de Glauber Rocha, organizada já neste levar ao público português uma parcela bastante representativa de ano de 2012 com a colaboração da Cinemateca Brasileira, os mais recentes ciclos de filmes marcantes da cinematografia brasileira, produzidos nos anos cineastas brasileiros consagrados que organizamos foram em 2007 e 2011, dedicados 1960 e 1970. respectivamente a Joaquim Pedro de Andrade e Júlio Bressane. Para esta programação, que dialoga com a mostra produzida pela O último ciclo genérico dedicado ao cinema brasileiro organizado pela Cinemateca Heco Produções em 2004, serão apresentadas desde obras mais Portuguesa data de 2000, ano do quinto centenário do descobrimento (ou achamento) do conhecidas, como Matou a família e foi ao cinema, de Júlio Bressane, Brasil. O ciclo intitulou-se precisamente “Cinema brasileiro: descobertas e achamentos”. até filmes que não tiveram muita circulação e foram restaurados Foi um ciclo “autorista”, que deixou de lado gêneros e características de produção, como a no âmbito das duas edições do Programa de Restauro de Filmes chanchada e a Vera Cruz, e incluiu apenas obras exigentes e pessoais, como Limite, Ganga Cinemateca Brasileira – Petrobras, como O homem e sua jaula, de bruta, Sangue mineiro, Brasa dormida, Triste trópico, Menino de engenho, Uirá, além de Fernando Coni Campos e Paulo Gil Soares, ou os curtas Lacrimosa três obras emblemáticas do Cinema Marginal: Matou a família e foi ao cinema, Jardim de e Porto de Santos, de Aloysio Raulino. guerra (na versão retalhada pela censura) e O Bandido da Luz Vermelha. Também está aqui representada a diversidade de ações de Já se passaram doze anos. É, por conseguinte, indispensável que os espectadores restauração, preservação e difusão da Cinemateca Brasileira: além portugueses possam ter contato com um aspecto importantíssimo do cinema brasileiro, que dos trabalhos cotidianos e do Programa de Restauro, há cópias foi ignorado e ocultado durante muito tempo: o Cinema Marginal, underground, cosmopolita produzidas pelo Programa de Preservação e Difusão de Acervos e experimental, uma das facetas mais ricas e originais da cultura brasileira. O ciclo “Cinema Audiovisuais, o Programa Curtas Paulistas e o projeto Clássicos & Marginal brasileiro e suas fronteiras” vem finalmente cobrir essa lacuna e revelar um Raros do Nosso Cinema. surpreendente arquipélago cinematográfico. Este é, para nós, um momento especial principalmente pela Na origem do projeto, que conta mais uma vez com a inestimável colaboração da Cinemateca perspectiva de fortalecer o intercâmbio entre as duas cinematecas Brasileira – que cedeu as cópias e contribuiu para viabilizar o ciclo através de vários e possibilitar a divulgação de um movimento controverso, mas sem apoios logísticos – esteve, acima de tudo, a iniciativa de Eugênio Puppo, a quem se deve a dúvida riquíssimo de nossa produção cinematográfica. concepção da grelha de programação e a organização deste catálogo. Surgido na sequência do ciclo dedicado a Glauber Rocha, foi pensado como etapa de um percurso que deverá Cinemateca Brasileira ainda prosseguir com outra vertente, ao mesmo tempo próxima e autonomizável desta: o ciclo dedicado ao “cinema da Boca do Lixo”, que procuraremos concretizar no próximo ano. A Cinemateca Portuguesa agradece a Eugênio Puppo e a equipa da Heco Produções, assim como a Carlos Magalhães, diretor da Cinemateca Brasileira, e a sua equipa todo o empenho que colocaram nesta iniciativa e todo o apoio organizativo que tornou a mostra viável. A exploração de territórios ainda desconhecidos do cinema brasileiro deverá, portanto, prosseguir no próximo ano, a par de novas iniciativas de divulgação da história do cinema português no Brasil. A direção da Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema Maria João Seixas José Manuel Costa 4 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO - Eugênio Puppo ______________________________________________________________________________10 CINEMA BRASILEIRO CINEMA MARGINAL? – Jean-Claude Bernardet ____________________________________________________________________12 PASSOS E DESCOMPASSOS À MARGEM – Rubens Machado Jr. ____________________________________________________18 O CINEMA MARGINAL REVISITADO, OU O AVESSO DOS ANOS 1990 – Ismail Xavier __________________________________23 NO MEIO DA TEMPESTADE – Inácio Araújo ________________________________________________________________________27 PAI CONTRA FILHO (E VICE-VERSA) – João Carlos Rodrigues _______________________________________________________29 TRIUNFO NA DERROTA – Paulo Sacramento ______________________________________________________________________30 CINEMA MARGINAL LONGAS-METRAGENS À MEIA-NOITE LEVAREI SUA ALMA (José Mojica Marins) – André Barcinski ___________________________________________34 A MARGEM (Ozualdo R. Candeias) – Inácio Araújo _________________________________________________________________36 VIAGEM AO FIM DO MUNDO (Fernando Coni Campos) – Hernani Heffner ____________________________________________38 CÂNCER (Glauber Rocha) – Pedro Paulo Rocha ____________________________________________________________________40 HITLER 3º MUNDO (José Agrippino de Paula) – Vitor Angelo ________________________________________________________42 JARDIM DE GUERRA (Neville d’Almeida) – Remier Lion _____________________________________________________________44 O BANDIDO DA LUZ VERMELHA (Rogério Sganzerla) – João Carlos Rodrigues________________________________________46 DESESPERATO (Sérgio Bernardes Filho) – Ruy Gardnier ____________________________________________________________48 RITUAL DOS SÁDICOS (O DESPERTAR DA BESTA) (José Mojica Marins) – Ruy Gardnier _______________________________50 METEORANGO KID, O HERÓI INTERGALÁTICO (André Luiz Oliveira) – Luiz Otávio dos Santos __________________________52 MATOU A FAMÍLIA E FOI AO CINEMA (Júlio Bressane) – Alcino Leite Neto ____________________________________________54 UM HOMEM E SUA JAULA (Paulo Gil Soares e Fernando Coni Campos) – João Carlos Rodrigues _______________________56 O ANJO NASCEU (Júlio Bressane) – João Carlos Rodrigues _________________________________________________________58 O PROFETA DA FOME (Maurice Capovilla) – Juliano Tosi ____________________________________________________________60 CAVEIRA MY FRIEND (Alvaro Guimarães) – André Setaro ___________________________________________________________61 O HOMEM DO CORPO FECHADO (Schubert Magalhães) – Victor Hugo ______________________________________________62 SAGRADA FAMÍLIA (Sylvio Lanna) – Remier Lion ___________________________________________________________________63 REPÚBLICA DA TRAIÇÃO (Carlos Alberto Ebert) – Arthur Autran _____________________________________________________64 OS MONSTROS DE BABALOO (Elyseu Visconti) – João Carlos Rodrigues _____________________________________________66 ORGIA OU O HOMEM QUE DEU CRIA (João Silvério Trevisan) – Guiomar Ramos ______________________________________68 PERDIDOS E MALDITOS (Geraldo Veloso) – Ruy Gardnier ___________________________________________________________70 SEM ESSA, ARANHA (Rogério Sganzerla) – Remier Lion ____________________________________________________________72 A HERANÇA (Ozualdo R. Candeias) – Vitor Angelo _________________________________________________________________74 BANG BANG (Andrea Tonacci) – Alcino Leite Neto _________________________________________________________________76