GIOVANNI IMPROTTA É O Primeiro Longa-Metragem Dirigido Por José Wilker
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ASSESSORIA DE IMPRENSA Rio de Janeiro: Gilda Mattoso e Marcus Vinicius Tel: 21 2523-1553 [email protected] São Paulo: F&M ProCultura - Assessoria de Imprensa 2 Tel.: 11 3263-0197 Flavia Miranda: [email protected] Fernando Oriente: [email protected] SINOPSE CURTA GIOVANNI IMPROTTA conta a história de um contraventor que deseja ascender socialmente e se legalizar. Seu desejo em se tornar celebridade, acaba lhe botando em enrascadas com a policia, o jogo do bicho e com sua família. Acaba traído, na mira da mídia e da polícia, sob uma injusta acusação de assassinato, difícil de ser resolvida por vias legais. FICHA TÉCNICA Brasil, 2013, 100 min Elenco: José Wilker, Andrea Beltrão, Thelmo Fernandes, André Mattos, Gillray Coutinho, Julia Gorman, Yago Machado, Norival Rizzo, Roney Villela, Paulo Mathias Jr, Thogun Teixeira, Cristina Pereira, Gregório Duvivier , Alcemar Vieira, Eduardo Galvão Participações Especiais: Milton Gonçalves, Othon Bastos, Hugo Carvana, Guida Vianna, Paulo Goulart , Jô Soares INSPIRADO NO LIVRO PRENDAM GIOVANNI IMPROTTA DE AGUINALDO SILVA Roteiro: Mariana Vielmond e Rafael Dragaud Roteiro final: Mariana Vielmond Pesquisa: Claudia Maximino Fotografia: Lauro Escorel, ABC Direção de Arte: Cláudio Amaral Peixoto Maquiagem: Marlene Moura Figurino: Beth Filipecki e Renaldo Machado Som Direto: Jorge Saldanha Desenho de Som: Francois Wolf Trilha Sonora: Gui Amabis Mixagem: André Tadeu Montagem: Quito Ribeiro, edt Diretor Assistente: Tomás Portella Produtor Executivo: Fernando Zagallo Produtores Associados: Guel Arraes e Patrick Siaretta Co-produção: Sony Pictures, Globofilmes, RioFilme, MI, Teleimage Produzido por Renata de Almeida Magalhães e Carlos Diegues 3 Direção: José Wilker GIOVANNI IMPROTTA é o primeiro longa-metragem dirigido por José Wilker. O personagem, criado pelo escritor Aguinaldo Silva, sai finalmente das páginas impressas e da tela da TV para ganhar a tela grande do cinema. Improtta surgiu como um bicheiro nos anos 70, no livro O Homem que Comprou o Rio. Em 2005 reapareceu em outro livro do autor, Prendam Giovanni Improtta. Mas foi na novela Senhora do Destino, exibida em 2004 na TV Globo, que fez sua aparição mais famosa e até hoje lembrada, com Wilker 4 interpretando o personagem, já transformado num empresário estabelecido no ramo da construção civil. Entre 28 de junho de 2004 e 12 de março de 2005 Senhora do Destino conseguiu uma das maiores audiências da TV Globo e Wilker recebeu diversos prêmios de melhor ator, como Troféu Imprensa, Prêmio Contigo, Prêmio TV Press e Prêmio Qualidade Brasil RJ e SP. Foi quando terminou de gravar a novela que o ator se deu conta que Giovanni era um personagem cuja vida era maior do que a que se mostrava na TV: “Era um tipo de personagem que na novela era horizontal e que merecia uma certa verticalidade”, explica Wilker. “Ao mesmo tempo, como o personagem na novela fez muito sucesso, muita gente quis se apropriar dele para cinema e teatro. Achei que era injusto comigo e resolvi pedir ao Aguinaldo os direitos para levá-lo ao cinema. Convidei o Cacá para dirigir. Tinha acabado de filmar com ele O Maior Amor do Mundo do Mundo. Depois de umas três semanas o Cacá me chamou para jantar e sugeriu que eu dirigisse. Dizia que eu conhecia muito mais o personagem e a história do que ele”. Para Cacá a sugestão veio naturalmente. Desde que começou a trabalhar com Wilker percebeu que o ator – e agora diretor - é uma pessoa com grande conhecimento de cinema, não só como cinéfilo mas também tecnicamente: “É um dos raros atores que sabe o que está fazendo, que sabe onde está o olhar da câmera”, afirma. E depois de fazerem cinco filmes juntos, Wilker se tornou muito mais do que um ator: “É um amigo com quem converso sobre cinema, de quem ouço as opiniões, as sugestões. Não é somente uma relação profissional, mas uma relação de amizade, até com uma certa identidade cultural, os mesmos gostos e, se não os mesmos gostos, pelo menos os mesmos desgostos. Isso facilita muito a relação”, diz rindo. Wilker confirma que improvisou seus diálogos no filme. Pediu que a roteirista, sua filha Mariana Vielmond, não se preocupasse com a linguagem dos personagens porque no calor do acontecimentos algumas coisas iriam acontecer: “Isso porque o personagem veio da televisão e aconteceu com ele algo que na TV é muito importante: o telespectador apropriar-se do personagem. Quando estava gravando a novela, ele ia de sua casa até o Projac (onde ficam os estúdios da TV Globo), com a janela do carro aberta, ouvindo no trajeto os flanelinhas, vendedores de abacaxi, de biscoito, ou o que fosse, sugestões sobre o que dizer, diálogos inteiros e como dizer: “Achei que valia a pena usar este mesmo tipo de sistema durante o trabalho do filme. Com os outros atores houve muita liberdade para que eles lessem a personagem do jeito que lhes parecia melhor. Mas isso também foi um exercício que começou durante o processo de ensaio”. 5 O linguajar excêntrico de Giovanni Improtta, a maioria levada para a TV pelo próprio Wilker, caiu na boca do povo, como “felomenal” (fenomenal), “há malas que vêm de trem”, “a vaca vai voar”, “como diria o açougueiro...vamos por partes”, “vou me pirulitar” e tantas outras. A intenção de Wilker foi contar também, na forma de comédia, a história do Rio de Janeiro, um Rio onde, aparentemente, todos são absolutamente livres para ascender na vida mas, na realidade, são prisioneiros de certos preconceitos que os condenam a permanecer sempre no mesmo grupo social. Como explica Wilker: “A gente é o favelado de ouro, o aristocrata de ouro, o intelectual de ouro, mas não transita de um grupo para outro. Herdamos, talvez do império, este comportamento, de certo modo aristocrático, que perdura até hoje. Queria contar na forma de comédia a tentativa de uma pessoa humilde, importante para sua comunidade e para o Rio de Janeiro, de conseguir um lugar ao sol difícil de alcançar”. BATE PAPO DE JOSÉ WILKER E CACÁ DIEGUES Cacá Diegues - José, desde que eu te conheço sei que você é um super cinéfilo. Por que nunca tinha dirigido um filme? José Wilker - Pânico. Eu achava que dirigir implicava em conhecimento de pessoas, em conhecimento técnico, de som, luz... Não sabia até que ponto o que eu conhecia era útil e se era o suficiente para dirigir. Muitas vezes aconteceu de estar num set de filmagens e ter a ideia de como deveria ser filmada uma sequencia. O 6 diretor sempre encontrava outra melhor do que a minha. Eu descobri que me faltava uma coisa que é essencial para o diretor: senso comum. Muitas vezes tinha que entrar por uma porta e minha tendência era fazer muitos gestos até abrir a porta pura e simplesmente. Era a ausência total de senso comum. C. Que filmes fizeram a sua cabeça na juventude? De onde você partiu para gostar de cinema? Z. Três filmes fizeram a minha cabeça na juventude. O primeiro se chama “Arroz Amargo” e me deu um tesão monumental. As pernas dela (Silvana Mangano) eram absolutamente encantadoras. O segundo, que me assustou muito, chamava-se Os Cinco Mil Dedos do Dr.T, um musical maluco que sempre me fazia chorar quando cortavam a barba dos bailarinos. Eles tinham uma barba em comum. O terceiro foi o que me despertou para um sentimento que acho que é o que faz a gente querer fazer cinema, ou seja, a ânsia na eternidade: Amanhã será Tarde Demais, com Pier Angelli. C. O que você acha do cinema brasileiro hoje? Como você se vê dentro do cinema brasileiro hoje? Z. Eu me vejo como mais um grão de areia no caos que foi instalado. O cinema nosso hoje é caótico, ainda que tenha evoluído bastante. Mas ainda é uma sucessão de filmes e não cinema. Acho que a gente viveu os últimos 100 anos na expectativa de criar um cinema e ainda hoje a gente faz filmes. Eu me sinto, mais do que qualquer coisa, parte desse grupo que faz filmes e que tenta desesperadamente contribuir para a existência e a criação do cinema. C. Você não gosta dessa diversidade do cinema brasileiro de hoje? Você pode fazer comédia, filme na Amazônia, no Nordeste... Z. Eu gosto dessa diversidade sim. Mas essa é uma diversidade que hoje está na moda. Você fala a respeito dela e divulga. Mas ela já existiu. Na mesma época que a gente fazia Chanchada a gente fazia Cinema Novo, ainda que se tente dizer que um sucedeu ao outro. Na mesma época que a gente fazia pornochanchada, a gente fazia Dona Flor, Bye-Bye Brasil, O Bravo guerreiro, os filmes do Neville de Almeida, do Gláuber Rocha e assim por diante. Então, nós convivemos com a diversidade desde que a gente surgiu. Nós fizemos O Descobrimento do Brasil (Humberto Mauro 1937) junto com filmes que registravam a existência de grandes circos brasileiros, palhaçadas, etc. Esta diversidade é antiga. C. Você não acha que Giovanni Improtta é uma coisa muito original dentro desse quadro do cinema brasileiro? Z. Acho que ele é original porque é absolutamente diferente, como você me disse uma vez. Não conseguimos qualificá-lo: se é uma comédia de costumes, um drama ou, digamos, uma comédia de gangsters. Se ele está inspirado, por exemplo, na temática usada pelos irmãos Coen ou se está muito mais próximo de Humberto Mauro, ou ainda mais próximo de Teixeirinha e assim por diante. Ele é um filme que a gente não conseguiu ainda definir. Esta indefinição formal, não técnica - acho que tecnicamente ele é impecável - mas sem definição de conteúdo, de forma, é uma coisa absolutamente nova no cinema e acho que é a única e parca contribuição que posso dar.