TEATRO 2 – UM TELETEATRO DE EXPERIMENTAÇÃO, DIFUSÃO E RESISTÊNCIA

THEATER 2 - A TELETEATRO TESTING, DISSEMINATION AND RESISTANCE

Antonio de Andrade, Cicilia K. Peruzzo e Sandra Reimão

Antonio de Andrade possui mestrado em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo (1982). Atualmente é professor Adjunto da Universidade Metodista de São Paulo e Coordena o Curso de Radialismo na Faculdade de Comunicação da UMESP.

Cicília K. Peruzzo possui graduação em Comunicação Social pela Faculdade de Comunicação Social Anhembi, mestrado em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo e doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo. Atualmente é professora do Progra- ma de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo.

Sandra Reimão é professora do Programa de Pós Graduação em Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo e bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq. Diretora adjunta da Cátedra Unesco de Comunicação para o Desenvolvimento Regional / Metodista. Graduada em Filosofia pela Universidade de São Paulo - USP. Mestre e Doutora em Comunicação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP.

Resumo

O artigo retoma uma época importante da história da televisão brasile- ira, o início das transmissões televisivas em 1950, e em especial, a trans- missão dos teleteatros, pois estes programas foram os mais prestigiados pela televisão daquela época, tornando-se mesmo a própria definição da televisão na década de 1950. Através de pesquisa bibliográfica, foi iden- tificado que o declínio do teleteatro aconteceu a partir de 1962, com a chegada do videotape e, com ele, o surgimento das telenovelas diárias que cada vez mais ganharam espaço entre os telespectadores. Sob a perspectiva da importância dos teleteatros para a televisão brasileira, surge em 1974 o projeto Teatro 2 na Televisão Cultura, sob a criação de Nydia Lycia. Esse projeto se tornou um dos mais bem sucedidos na bus- ca da reintegração dos teleteatros na programação televisiva, trazendo adaptações de textos literários importantes para a TV. Contribuindo para o aumento e incentivo do interesse do público para a cultura teatral e a literária, além de proporcionar abertura da televisão para vários outros segmentos culturais e estéticos.

Palavras-chave: Teleteatro, Teatro 2, Televisão Brasileira

Teatro 2 – Um teleteatro de experimentação, difusão e resistência 78 Antonio de Andrade, Cicilia K. Peruzzo e Sandra Reimão Abstract

The article takes an important time in the history of Brazilian televi- sion, the start of television broadcasting in 1950, and in particular the transmission of teleteatros, since they were the most prestigious television at that time, even becoming the very definition television in the 50’s. Through literature review, it was reported that the decline of teleteatro happened since 1962, with the advent of videotape and with it the emergence of daily telenovelas that increasingly became more popular with viewers. From the perspective of the importance of teleteatros for Brazilian television, appeared in 1974 the project The- ater 2 TV Cultura, in the creation of Nydia Lycia. This project became one of the most successful in the pursuit of the reintegration of telete- atros in television programming, bringing adaptations of literary texts relevant to the TV. Contributing to the increase and encouragement of public interest for the theatrical and literary culture, and provide open television to other segments of various cultural and aesthetic.

Keywords: Teleteatro, Theater 2, TV Brasileira

Teleteatro – um panorama sagrar como o programa de maior prestígio produzido pela televisão brasileira” (ORTIZ, 1991, p. 43). O início das transmissões Dentre os programas de tele- televisivas regulares no Brasil se teatro do início da televisão brasile- deu em 18 de setembro de 1950, ira os mais marcantes foram: TV de com a inauguração da emissora TV Vanguarda, na TV Tupi, e o Grande Tupi em São Paulo. Poucos meses Teatro Tupi, também na mesma depois, em 29 de novembro, tem- emissora. se a exibição do primeiro teleteatro O programa TV de Vanguarda - A vida por um fio, na realidade a permaneceu no ar entre 1952 e tradução e adaptação de um filme 1967 (BRANDÃO FARIA, 2005) da Paramount de 1948, dirigido por e como explica Inimá Simões, ini- Anatole Litvak, Sorry, wrong num- cialmente denominava-se Teatro ber. Esse filme, por sua vez, era de Vanguarda e concedeu “[...] baseado em um programa de rádio prestígio à emissora e se tornará da CBS (PORTO E SILVA, 1981). para muitos a própria definição da Durante toda primeira década televisão dos anos 50, assim como de sua existência, a televisão brasi- a novela será sem dúvida a sua ex- leira, assim como em outros países pressão mais completa nas déca- (BRANDÃO FARIA, 2005), teve das seguintes (SIMÕES, 1986, p. no teleteatro seu ponto máximo de 29).” Em seguida, Inimá Simões prestígio cultural: “Criado em 1950, detalha que em geral a postura mais o teleteatro se firma nos primeiros freqüente diante da TV de Vanguar- anos de sua existência para se con- da é considerar “o programa como

Comunicação & Informação v. 12, n.1: p. 79-90 - jan./jun. 2009 79 algo irretocável e vê com nostal- de Teatro e o Teatro de Arte, vin- gia o alto nível conseguido nas en- ham se apresentando de forma cenações que levavam ao ar autores esporádica na emissora. A SPT, como Brecht, Goethe, Dostoievsky, fundada e dirigida pela atriz Pirandello, Steinbeck, Maughan, Madalena Nicol, foi uma socie- dade patrocinada pelo Governo Shakespeare, Lorca” (SIMÕES, de São Paulo e reunia nomes 1986, p. 29). como Ruggero Jaccobi, Jaime O Grande Teatro Tupi foi trans- Barcelos, Armando Couto, Car- mitido pela TV Tupi de São Paulo la Civelli, Sérgio Britto, Xandó entre novembro de 1951 e 1965 Batista e Sílvia Orthof. Em (PORTO E SILVA, 1981) e pela TV novembro daquele ano, a Tupi Tupi do Rio de Janeiro entre 1956 e começou a apresentar, regu- 19651 . larmente, um “grande teatro” No livro “Almanaque da TV”, às segundas-feiras. A idéia não Ricardo Xavier – Rixa descreve o era original, pois mais uma vez início do Grande Teatro Tupi em a televisão vai buscar no rádio elementos para se basear ao São Paulo assim: estruturar sua programação. O próprio nome não era novidade, Em 21/5/51, a Tupi paulista pois o Grande Teatro Tupi tinha anunciou uma programação sido um radioteatro famoso da de teleteatros, estreando com Rádio Tupi assim como o Ci- a montagem de “Professor de nema em Casa na Rádio Difu- Astúcia”, espetáculo que esta- sora, criados por Otávio Gabus va em cartaz na cidade. [...] O Mendes e que rivalizavam com o programa vingou [alguns me- tradicional Teatro Manuel Durães ses mais tarde] com o nome de (na Rádio Record), produzido por “Grande Teatro das Segundas- Manuel Durães (BRANDÃO Feiras”, transmitido no dia de FARIA, 2002). folga das companhias teatrais. Patrocinado pela construtora imobiliária Monções, a atra- O Teatro Tupi do Rio de Janeiro ção foi rebatizada de ‘Grande transmitiu, ao vivo, mais de 400 Teatro Monções’, título que mu- encenações baseadas em peças, ro- dava a cada novo anunciante mances e contos, de autores brasil- [...] o programa entrou para a eiros e estrangeiros, como Flaubert, história como o “Grande Teatro Goethe, Dostoievsky, Tennessee Tupi”. (RIXA, 2000, p. 111) Williams, Machado de Assis e José de Alencar. No elenco, atores como: O Grande Teatro Tupi no Rio de , Nathalia Janeiro é filho direto e explícito do Timberg, Ítalo Rossi, Sergio Britto, Grande Teatro Tupi de São Paulo e , Francisco Cuoco, 1 Brandão, Cristina. Obra só surgiu seis anos depois deste: Aldo de Maio, Berta Zemel, Milton citada pg. 14. Detalhando: Moraes e outros. Como diretores: “O Grande Teatro Tupi foi Para falarmos do Grande Tea- Fernando Torres, Flávio Rangel e exibido todas as segun- tro Tupi, no Rio de Janeiro, te- das- feiras de 1956 a 1962 mos que retomar suas origens, Sergio Brito. Manoel Carlos, que na TV Tupi, de 63 a 64, na na PRF-3 TV Tupi de São Pau- adaptou quase 100 textos para o TV Rio e alguns meses na lo, aonde, em 1951, algumas Grande Teatro Tupi explica: “Par- estreante TV Globo, em companhias e grupos teatrais, ticipar de nosso grupo era o mesmo 1965”. tais como a Sociedade Paulista que participar, por exemplo, do

Teatro 2 – Um teleteatro de experimentação, difusão e resistência 80 Antonio de Andrade, Cicilia K. Peruzzo e Sandra Reimão elenco do Teatro Brasileiro de Co- em uma única apresentação, média, o TBC, a companhia teatral uma história com princípio, mais importante e respeitável da meio e fim. Um espetáculo de época”.1 teleteatro pode variar entre a exibição de um texto teatral adaptado para a televisão (geralmente, a maioria), um Teleteatro e telenovela conto, uma obra literária ou também um filme.(BRANDÃO Com o advento das gravações FARIA, 2005, p. 53) em videotape, a partir de 1962, sur- gem as telenovelas diárias, a ficção O advento da telenovela diária televisiva seriada com capítulos (1963), o cerceamento da censura diários, e essas telenovelas vão se durante a Ditadura Militar (1964- consolidando na preferência do 1985), o sucesso do filme -es telespectador. “Na verdade, a tele- trangeiro, o constante crescimento novela torna-se o produto através dos custos de produção, estão en- do qual os canais concorrem entre tre os fatores que podem servir de si; todas as emissoras tentam uma chave explicativa para o declínio do incursão pelo gênero” (RAMOS; teleteatro. Muitos acreditam que o BORELLI, 1991, p. 63). Com a teleteatro não acabou e sim que foi consolidação da telenovela, os incorporado pela telenovela: teleteatros vão sendo desativados. Em 1963 a TV Excelsior encerra Alijado da programação pela as transmissões dos programas Te- telenovela e pelo filme -es atro 9 e Teatro 63; em 1964 a TV trangeiro, cerceado pela censu- Tupi encerra o Grande teatro Tupi ra, o teleteatro não desapareceu e em 1967 foi realizada a última de vez do vídeo. Algumas tenta- transmissão do TV de Vanguarda, tivas esparsas e sem continui- “encerrando definitivamente um dade foram ainda feitas após o termino dos grandes progra- ciclo de teleteatro, e iniciando a era mas do gênero. Para alguns, da hegemonia da telenovela” (RA- o teleteatro, na verdade, não MOS; BORELLI, 1991, p. 63). teria acabado; ele teria sido Renata Pallottini (1998, p. 25) absorvido pela novela diária, define os programas unitários, entre que para si desviou os recursos os quais, o teleteatro, como “uma de produção das emissoras, va- ficção para TV, levada ao ar de uma lendo-se inclusive dos mesmos só vez com duração de aproxima- produtores, autores, artistas e damente uma hora, programa que técnicos (PORTO E SILVA, se basta em si mesmo, que conta 1981, p. 89). uma história com começo, meio e fim, que esgota sua proposição na 2 Manoel Carlos. O O programa Teatro 2 Grande teatro. Livreto unidade e nela se encerra”. de apresentação da ex- Cristina Brandão Faria utiliza O programa Teatro 2, projetado posição O Grande Teatro termos análogos: Tupi. Caixa Econômica e criado por Nydia Lycia (PORTO Fedeal. Exposição de 31 Defino por teleteatro, uma re- E SILVA, 1981, p. 89) em 1974 de maio de 2005 a 31 de presentação dramática trans- na Televisão Cultura emissora da julho de 2005. Curadoria: Anna Vacchiano. mitida pela televisão, reunindo Fundação Padre Anchieta do Esta

Comunicação & Informação v. 12, n.1: p. 78-90 - jan./jun. 2009 81 do de São Paulo, foi uma das Flavio Porto e Silva (1981, p. 89), mais bem sucedidas iniciativas no “na tradição dos bons teleteatros sentido de retomar os teleteatros [...] esse programa serviu de labo- no interior da programação televi- ratório para alguns diretores, so- siva nacional. bretudo Antunes Filho e Adhemar O Teatro 2 teve início em junho Guerra [...]”. de 1974 com a gravação de maneira Antunes Filho relembra esse experimental da peça Chapetuba período como um momento de ex- Futebol Clube de Oduvaldo Vianna perimentações e, no seu caso, de Filho, dirigida por Antunes Filho. A ênfase no teatro nacional: peça foi exibida em 23 de novem- bro de 1974. Entretanto, não há Naquela época nós fazíamos documentação a respeito dessa exi- teleteatro na TV Cultura. (...) bição, e nem a gravação foi preser- Cada um fazia uma peça por vada. Assim, os registros históricos mês, pra ganhar um dinheir- acerca do Teatro 2 começam, de inho por mês. Cada semana era um que fazia um grande espe- fato, com a exibição do teleteatro táculo. E eu iniciei com os bra- O Enfermeiro baseado em conto de sileiros: Rubem Fonseca, Jorge Machado de Assis exibido em 10 de Andrade, Roberto Gomes... Eu junho de 1974 (FERRARA, 1981, fazia o que podia do Brasil. p. 88). Levantar o Brasil. E , evidentemente... A idéia inicial de se realizarem Vianinha, tudo que era brasilei- adaptações de peças de textos ro eu fazia. Mensalmente eu literários para a TV estava fun- fazia um brasileiro. Me inte- damentada em uma orientação ressava levar a dramaturgia do de cunho cultural, que de resto Brasil, na época e nós tínhamos já era a orientação geral da TV uma liberdade para fazer...Era Educativa. Pensava-se, assim, incrível! Hoje em dia não daria em levar ao conhecimento do mais pra fazer esse Vestido de público, obras literárias con- Noiva, porque a coisa agora sideradas culturalmente impor- é muito comercial e na época, tantes graças ao seu valor artís- pra conseguir até o Vestido de tico (FERRARA, 1981, p. 88). Noiva eu estourei o tempo. Eu teria uma semana e eu fiz em O objetivo no que diz respeito à quinze dias, estourando o tem- formação cultural do telespectador po. Foi uma calamidade, mas era despertar o gosto pela leitura, era permitido. Essas coisas, no caso das adaptações das obras esses deslizes eram permitidos. Coisas que hoje em dia não é literárias, despertando também o possível. A produção não deixa gosto pelo teatro, incentivando o mais...Tanto é que me gozavam... público a ver teatro. Quando me chamavam na TV O produtor Palma Travassos Cultura, na sala de produção, (1981, p. 93) esclarece também o produtor me dizia: “Não me que a escolha dos textos era basica- venha com idéias!” É incrível! mente do arbítrio do diretor, e que Hoje, a gente paga pras pes- “não existe nenhuma tentativa de soas terem idéias e lá...Nós qua- padronização e homogeneização tro: O Abujamra, o Cassiano e dos textos”. O Teatro 2, segundo o Ademar, nós brincávamos

Teatro 2 – Um teleteatro de experimentação, difusão e resistência 82 Antonio de Andrade, Cicilia K. Peruzzo e Sandra Reimão muito com a expressão...Com o ba, foi possível naquele tempo. que seria a TV... Nós queríamos Então foi uma TV que eu chamo brincar, estudar o que era TV. de TV amadora. Hoje em dia é E foi nesse rol de coisas, nesse muito profissional.(ANTUNES momento, que eu consegui fazer FILHO apud TRAVASSOS, o Vestido de Noiva, estourando 1981, p. 83) o tempo, estourando a verba de produção... Nós contávamos O programa Teatro 2 foi pro- com uma pessoa nos apoiando duzido e exibido pela Televisão muito que era a Nídia Lícia, que Cultura de São Paulo - Canal 2, tomava conta do departamento de 1974 e 1979, com incursões de teleteatro. Então, ela nos posteriores em 1985, e com re- dava muita força e foi possível realizar, fazer um pouquinho prises esporádicas durante toda mais... Hoje não é possível! Es- a década de 1990 e 2000. Foram tourando mais o tempo e a ver- 122 programas.

Te a t r o 2 d a t a /t í t u l o s /d i r e t o r e s – t o t a l 122

Tí t u l o , a u t o r (l o c a l e d a t a d e n a s c i m e n - Data Di r e t o r t o e m o r t e )

“O Ho m e m q u e Ga l o p a v a ”, d e Lu í s Ja r d i m 1974 Fe r n a n d o Fa r o (PE, 1901 – RJ, 1987)

“No Va l e d o Di a b o ”, d e J.W. Sy n g e (Ir- 1974 An t u n e s Fi l ho l a n d a , 1871-1909) “No i t e ”, d e Ér i c o Ve r í s s i m o 1974 Be n j a m i n Ca t t a n (RS, 1905 -1975) “As Ca d e i r a s ”, d e Eu g e n e Io n e s c o 1974 An t o n i o Ab u j a m r a (Ro m ê n i a , 1912 – Pa r i s , 1994) “O An ú n c i o Fe i t o a Ma r i a ”, d e 1974 An t o n i o Ab u j a m r a Pa u l Cl a u d e l (Fr a n ç a , 1868 – 1955) "Ye r m a ", d e F. Ga r c i a Lo r c a 1974 An t o n i o Ab u j a m r a (Es p a n h a , 1898 – 1936) "O q u e l e v a b of e t a d a s ", d e Le o n i d An d r e i e v 1974 An t o n i o Ab u j a m r a (Rú s s i a , 1871/ Fi n l â n d i a , 1919) “O c e go ”, d e D. H. La w r e n c e 1974 Fe r n a n d o Fa r o (In g l a t e r r a , 1885 – Fr a n ç a , 1930) "O e n f e r m e i r o ", d e Ma c h a d o d e As s i s (RJ, Ca s s i a n o Ga b u s 1974 1839 - 1908) Me n d e s "O c h á d a s 4", d e Ca s s i a n o Ga b u s Me n d e s Ca s s i a n o Ga b u s 1974 (SP, 1927 – 1993) Me n d e s "A c a s a d a r u a Tu r k ", d e 1974 Fe r n a n d o Fa r o Da s h i e l l Ha m m e t t (EUA, 1894 – 1961) "A l i ç ã o ", d e Eu g e n e Io n e s c o (Ro m ê n i a , 1974 An t o n i o Ab u j a m r a 1912 – Pa r i s , 1994) "Ve s t i d o d e No i v a ", d e Ne l s o n Ro d r i g u e s 1974 An t u n e s Fi l ho (RE, 1912 – RJ, 1980)

Comunicação & Informação v. 12, n.1: p. 78-90 - jan./jun. 2009 83 "O l a d r ã o ", d e Gr a c i l i a n o Ra m o s (AL, Ca s s i a n o Ga b u s 1974 1892 - RJ, 1953) Me n d e s "O b a n q u e t e ", d e Lu c i a Be n e d e t t i (SP, 1974 An t u n e s Fi l ho 1914 – RJ, 1998) "O m i l a g r e ", d e F. We r ff e l (Áu s t r i a , s e m 1974 Wa l t e r G. Du r s t i n f .) "On d e a c r u z e s t á m a r c a d a ", d e 1975 An t o n i o Ab u j a m r a Eu g e n e O´Ne i l l (EUA, 1888 – 1953) "A c a s a f e c h a d a ", d e Ro b e r t o Go m e s (SC, 1975 An t u n e s Fi l ho 1882 - (s e m i n f .)1922) "Os p e i x e s b a n a n a ", d e J.D. Sa l i n g e r 1975 Fe r n a n d o Fa r o (EUA, 1912 - ) "A c a r t a ", d e Wi l l i a m So m e r s e t Ma u g a h m 1975 An t o n i o Ab u j a m r a (In g l a t e r r a , 1874 – 1965) "Al ô , Al g u é m a i ?", d e Wi l l i a m Sa r o y a n 1975 An t u n e s Fi l ho (EUA, 1905 – 1981) “Ga t a e m t e t o d e z i n c o q u e n t e ”, d e 1975 Ki k o Ja e s s Te n e s s e Wi l l i a m s (EUA, 1911 – 1983) "Ve n h a v e r o p o r - d o - s o l ", d e Ca s s i a n o Ga b u s 1975 Ly g i a Fa g u n d e s Te l l e s (SP, 1923 - ) Me n d e s "Ac i d e n t e e m Su m a ú m a ", d e J.J. Ve i g a 1975 Fe r n a n d o Fa r o (GO, 1915 - 1999) "O An i v e r s a r i o d e u m Ba n c o ", d e 1975 An t o n Tc h e c o v (Rú s s i a /Uc r â n i a , 1860 - An t o n i o Ab u j a m r a Al e m a n h a , 1904) "Se m f a l a , c o m f a l a ", d e Wa l t e r Ge o r g e Wa l t e r Ge o r g e 1975 Du r s t (SP, 1922 - 1997) Du r s t “A Es p e r a n ç a ”, d e Pa d d y Ch a y e f s k y 1975 An t o n i o Ab u j a m r a (EUA, 1923 -1981) "O c a s o d e d e z n e g r i n ho s ", d e 1975 Ad e m a r Gu e r r a Ag a t h a Ch r i s t i e (In g l a t e r r a 1980 – 1976) "A c a m a ”, d e Ly g i a Boj u n g a Nu n e s ( RS, 1975 Be n j a m i n Ca t t a n 1932 - ) "Co r p o f e c h a d o ", d e Gu i m a r ã e s Ro s a 1975 Li m a Du a r t e (MG, 1908 – RJ, 1967) "Te r r a n a t a l ”, d e Od u v a l d o Vi a n n a (PR, 1975 Ad e m a r Gu e r r a 1892 – RJ, 1972) "A f e s t a Ac a b o u ", d e Ál v a r o Ma r t i n s (CE, 1975 A. C. As s u m p ç ã o 1868 – 1906) "A c e i a d o s c a r d e a i s ", d e Ju l i o Da n t a s 1975 Ny d i a Li c i a (Po r t u g a l , 1867 – 1962) "Am o r e s a n t i go s ", d e Ma c h a d o d e As s i s An t o n i o Gh i go - 1975 (RJ, 1839 -1908) n e t t o "Hu go , O b o n e c o ", d e Al b e r t o Ca v a l c a n t i 1975 Be n j a m i n Ca t t a n (RJ, 1897 – Fr a n ç a , 1982) "So r o c o , s u a m ã e , s u a f i l h a ", d e 1975 Ki k o Ja e s s Gu i m a r ã e s Ro s a (MG, 1908 – RJ, 1967)

Teatro 2 – Um teleteatro de experimentação, difusão e resistência 84 Antonio de Andrade, Cicilia K. Peruzzo e Sandra Reimão "Ge n t e c o m o a g e n t e ", d e Ro b e r t o Fr e i r e 1975 Ad e m a r Gu e r r a (SP, 1927 - 2008 ) "Fe l i s b e r t o d o c a fé ", d e Ga s t ã o Toj e i r o 1975 Be n e d i t o Co r s i (RJ, 1880/ (s e m i n f .)1921) "A e s c a d a ", d e Jo r g e d e An d r a d e 1975 An t u n e s Fi l ho (SP, 1922 - 1984) "As r o s a s r u b r a s d a m o r t e ", d e 1975 Jo r g e Ka r a m a p a r t i r d e l e n d a p o p u l a r He l o i s a Ca s t e l l a r r e c o l h i d a p o r Si m ã o Lo p e s Ne t o "Do t a m a n ho d e u m d e f u n t o ", d e Mi l l ô r An t o n i o 1975 Fe r n a n d e s (RJ, 1924 - ) C. As s u m p ç ã o "So n a t a ", d e Ér i c o Ve r í s s i m o (RS, 1905- 1975 Ki k o Ja e s s 1975) "Um c a s o e x t r a o r d i n á r i o ", d e Eu g e n i o 1975 An t u n e s Fi l ho He l t a i (Hu n g r i a , 1871 – (s e m i n f .), 1957) "Ve jo a l u a n o c é u ", d e Ma r q u e s Re b e l o 1975 Ki k o Ja e s s (RJ, 1907 – 1973) 1975 "El e c t r a ", d e Eu r i p e d e s (485 – 406 a. C.) Ad e m a r Gu e r r a "Pr o c e s s o Cr i s p i m ", d e Lu i s Gu t t e m b e r g 1975 Su z a n a Am a r a l (AL,1937 - ) "Da a r t e d e b e m go v e r n a r ", a u t o m e d i e v a l 1975 Ad e m a r Gu e r r a a n ô n i m o “Ca i x a fo r t e ”, d e Ar t h u r Ha i l e y (In g l a - Si lv i o d e Ab r e u e 1975 t e r r a , 1920- Ba h a m a s , 2004) El o y d e Ar a ú jo “O e s c r a v o ”, d e Lu c i o Ca r d o s o (MG,1913 1975 Ki k o Ja e s s – RJ, 1968) “So m o s t o d o s d o j a r d i m d a i n f â n c i a ”, d e 1975 An t u n e s Fi l ho Do m i n go s d e Ol i v e i r a (RJ, 1926 - ) “Ve r s o e r e v e r s o ", d e Jo s é d e Al e n c a r 1976 Ki k o Ja e s s (CE, 1829 - RJ, 1877) “A v i ú v a a z u l ”, d e Ma r c o s Re y (SP, 1925 Wa l t e r Ge o r g e 1976 – 1999) Du r s t "Lu a Am a r e l a ", d e Ly g i a Fa g u n d e s Te l l e s 1976 An t u n e s Fi l ho (MA, 1855 - RJ,1908) "Be a t a Ma r i a d o Eg i t o ", d e 1976 Ki k o Ja e s s Ra q u e l d e Qu e i r o z (CE, 1910 – RJ,2003) "De m o r a d o a d e u s ", d e Te n e s s e Wi l l i a m s 1976 An t u n e s Fi l ho (EUA, 1911 – 1983) "O desembestad o ", d e Ar i o v a l d o Ma t t o s 1976 An t u n e s Fi l ho (BA, 1926 - ) "A f r o n t e i r a ", d e Me n o t t i d e l Pi c c h i a (SP, 1976 Em í l i o Fo n t a n a 189 2- 1988) "O c i ú m e s d e u m p e d e s t r e ", d e 1976 Ad e m a r Gu e r r a Ma r t i n s Pe n a (RJ, 1815 – Li s b o a , 1848) "Vo l t e p a r a c a s a , Da n n y ”, d e Ma r c o s Re y 1976 Ki k o Ja e s s (SP, 1925 – 1999)

Comunicação & Informação v. 12, n.1: p. 78-90 - jan./jun. 2009 85 "O d e s c o n h e c i d o ", d e Oz u a l d o Ca n d e i a s 1976 Oz u a l d o Ca n d e i a s (SP, 1918 – 2007) "O v e l ho Nô", d e Jo s é Co n d e (PE, 1918 – 1976 Ro b e r t o Vi g n a t t i RJ, 1971) "Na p o l e ã o e El v i r a ... Ou a t r i s t e s o r t e d e 1976 Ad e m a r Gu e r r a u m a p e c a d o r a ", l i t e r a t u r a d e c o r d e l (Br.) "Co r p o a c o r p o ", d e Od u v a l d o Vi a n a Fi l ho 1976 An t u n e s Fi l ho (RJ, 1936 – 1974) "So l n e s s , o Co n s t r u t o r ”, d e He n r i k Ib s e n 1976 An t u n e s Fi l ho (No r u e g a , 1828-1906) "O p i a n o ", d e An í b a l Ma c h a d o (MG, 1894 1976 Ro b e r t o Vi g n a t t i – RJ, 1964) "Qu e c o i s a m a i s e s t r a n h a c a i u n o m e u b o l o 1976 p e r f e i t o ", d e Lu i z Ca r l o s Ca r d o s o (SP, An t u n e s Fi l ho 1939 - ) "A Da m a d e c o p a s e o Re i d e Cu b a ”, d e 1976 Si lv i o d e Ab r e u Ti m o c h e n c o We h b i (SP, 1943 - 1986 ) "No s f e r a t u ", d e Jo s é Vi c e n t e (MG, 1945 1976 Ad e m a r Gu e r r a -2007 ) "Co r d i a i s Sa u d a ç õ e s Mr. Ki s s i n g e r ", d e 1976 An t u n e s Fi l ho Le n i t a Pl o n c z y n s k i (Br., s e m i n f .) "Im p l o s ã o ", d e Co n s u e l o d e Ca s t r o (MG, 1976 An t u n e s Fi l ho 1946- ) "Ul t i m o c a p í t u l o ", d e Co n s u e l o d e Ca s t r o 1976 Ro b e r t o Vi g n a t t i (MG, 1946- ) "O g r a v a d o r ", d e Ru b e m Fo n s e c a . (MG, 1976 Ro b e r t o Vi g n a t t i 1925-) "Tu d o o u n a d a ", d e Be n e d i t o Co r s i (Br., 1976 An t u n e s Fi l ho s e m i n f .) "O m i s t é r i o d a s f i g u r a s d e b a r r o ”, d e 1976 Ki k o Ja e s s Os m a n Li n s (PE, 1924 – SP, 1978) "Hoj e é d i a d e r o c k ", d e Jo s é Vi c e n t e (MG, 1976 Si lv i o d e Ab r e u 1945 - ) "Re l a t ó r i o c o n f i d e n c i a l ", d e 1976 An t u n e s Fi l ho De o n í s i o d a Si l v a (SC, 1948 - ) "Ni n g u é m m o r r e d u a s v e z e s ”, d e 1976 Ro b e r t o Vi g n a t t i Lu i z Lo p e s Co e l ho (SP, 1911-1975) “O l i v r o d e Sã o Ci p r i a n o ”, d e a u t o r 1976 d e s c o n h e c i d o - Sí r i a / Ar á b i a , c e r c a d e 250 Ad e m a r Gu e r r a d. C. 1976 “O b i l h a r ”, d e Tá c i t o Ro c h a (Br., s e m i n f .) Em í l i o Fo n t a n a 1976 “Gu a r a n i a ”, d e Ch i c o d e As s i s (SP, 1933 - ) Ad e m a r Gu e r r a “Ch a p é u p r e t o , n o i v a b r a n c a ”, d e A. 1976 An t u n e s Fi l ho C.Ca r v a l ho (Br., s e m i n f .) “Fl o r e s p a r a o s m o r t o s ”, d e Te n e s s e 1976 Ki k o Ja e s s Wi l l i a m s (EUA, 1911 – 1983)

Teatro 2 – Um teleteatro de experimentação, difusão e resistência 86 Antonio de Andrade, Cicilia K. Peruzzo e Sandra Reimão “Ba b y d e v i l ” , d e Ca i o Fe r n a n d o Ab r e u 1976 Ad e m a r Gu e r r a (RS, 1948 – 1996) “Cr i m e e Ca s t i go ”, d e F. Do s t o i e v i s k i 1976 An t u n e s Fi l ho (Rú s s i a 1821 – 1881) 1976 “O o l ho ” d e J. Al v i m (s e m i n f .) An t u n e s Fi l ho “Pa r q u e Po s t Me r i d i u m ”, d e Ki k o Ja e s s 1976 Ki k o Ja e s s (Br., s e m i n f .) “Hi s t ó r i a d e Es m e r a l d i n a e Ot a c i a n o ”, d e 1976 Ad e m a r Gu e r r a J.S.Am o r i m (s e m i n f .) “Hoj e s o u u m e a m a n h ã o u t r o ”, d e Qo r p o 1976 An t u n e s Fi l ho Sa n t o (RS, 1829-1883) "No i t e n a t a v e r n a ", d e 1977 Ad e m a r Gu e r r a Ál v a r e s d e Az e v e d o (SP, 1831 – RJ, 1852) "Se n ho r i t a Ju l i a ", d e A. St r i n d b e r g 1977 An t u n e s Fi l ho (Su é c i a 1849 – 1912) "O An jo Ra f a e l ", d e Ma c h a d o d e As s i s 1977 Ki k o Ja e s s (RJ, 1839-1908) “Ca s o c l í n i c o ”, d e Jo s é d e Au i g u s t o (s e m 1977 An t u n e s Fi l ho i n f .) "Vi v a Ol e g á r i o ", d e Lu i s Ca r l o s Ca r d o s o 1977 An t u n e s Fi l ho (SP, 1939 - ) “Re v e i l l o n ”, d e Fl a v i o Má r c i o (MG, 1945 1977 An t u n e s Fi l ho – SP, 1979) “Te r r o r e m i s é r i a n o III Re i c h ”, d e B. Br e - 1977 Ad e m a r Gu e r r a c h t (Al e m a n h a , 1898 – 1956) “O a q u á r i o ”, d e Os w a l d o Ba r r e t o (s e m 1977 Ro b e r t o Vi g n a t t i i n f .) “Ra í z e s ”, d e Do m i n go s Pe l l e g r i n i Ju n i o r 1977 Ad e m a r Gu e r r a (PR, 1949 - ) 1977 “Di v i s a ”, d e Ch i c o d e As s i s (SP, 1933 - ) Ad e m a r Gu e r r a “O v i s i t a n t e ”, d e Hi l d a Hi l s t (SP,1930- 1977 Ki k o Ja e s s 2004) “Di a t o r t o ”, d e En i o Go n ç a l v e s (Br., s e m 1977 An t o n i o Ab u j a m r a i n f .) Wa l t e r Ge o r g e 1977 “A Ra i z d o Gr i t o ”, A. Cl á u d i o (s e m i n f .) Du r s t “Um p á s s a r o n o m e u o m b r o ”, d e Wa l t e r Ge o r g e 1977 A.C. Ca r v a l ho (Br., s e m i n f .) Du r s t “Am o r e s e Li c o r e s ”, d e El í s i o Al b u q u e r - 1977 An t o n i o Ab u j a m r a q u e ( Br, s e m i n f ., 1920-1983) Fe r n a n d o Pa c h e c o 1977 “Ha p p y e n d ”, d e A. d e Pá d u a (Br., s e m i n f .) Jo r d ã o "Na u c a t r i n e t a ", d e Ru b e m Fo n s e c a (MG, 1978 An t u n e s Fi l ho 1925-) "St r i n d b e r g - Du a s e s t ó r i a s : A m a i s fo r t e 1978 e Pa r i a ”, d e A. St r i n d b e r g (Su é c i a , 1849 – An t u n e s Fi l ho 1912)

Comunicação & Informação v. 12, n.1: p. 78-90 - jan./jun. 2009 87 “Qu e b r a n t o ”, d e Co e l ho Ne t o (MA,1864 1978 Ad e m a r Gu e r r a - RJ,1934) “Ra n c o r ”, d e Joh n Os b o r n e (In g l a t e r r a , 1978 Ad e m a r Gu e r r a 1929, 1994) “Re t r a t o d e u m a s o l t e i r o n a ”, d e Te n e s s e 1978 An t u n e s Fi l ho Wi l l i a m s (EUA, 1911 – 1983) “Ad ã o e Ev a e o u t r o s m e m b r o s d a f a m í - 1978 l i a ”, d e Ál v a r o Mo r e y r a (RS, 1888 – Ad e m a r Gu e r r a RJ.,1964) “A i l h a d a s c a b r a s ”, d e Ugo Be t t i (It á l i a , 1978 Ro b e r t o Vi g n a t t i 1892 – 1953) “O t o r n i q u e t e ”, d e Lu i g i Pi r a n d e l l o (It á - 1978 An t u n e s Fi l ho l i a , 1807 – 1936) “O b e s o u r o n e g r o ”, d e Br u n o Fr a n k (Al e - 1978 An t o n i o Ab u j a m r a m a n h a , 1878 – USA, 1945) “Th e s t a r ”, d e Ju a n Ca r l o s Ge n e (Ar g e n - 1978 An t o n i o Ab u j a m r a t i n a , s e m i n f ) "Os a n jo s ”, d e Be r t ho l d Br e c h t (Al e m a - 1979 I. Mo r e l l i n h a , 1898 – 1956) 1979 “Nó c e go ”, d e C. Ve r e z a (s e m i n f .) (s e m i n f .) “A m ã e e o f i l ho d a m ã e ”, d e Wa n d e r Pi r o - 1979 Ro b e r t o Vi g n a t t i l i (MG, 1933-) “Tu d o e m t u d o ”, c o m p i l a ç ã o d e v á r i o s 1979 a u t o r e s e s t r a n g e i r o s p o r M. Vi n í c i u s e O. Ít a l o Mo r e l l i Pe t t i “Um Ha m l e t ”, d e G. Te s t o r i (It á l i a , 1923 1985 An t o n i o Ab u j a m r a – 1993) “By e , b y e p o r o r o c a ”, d e Ma h Lu l l y (Br., 1985 s e m i n f .) e Ti m o c h e n k o We h b i (SP, 1943 - Ad e m a r Gu e r r a 1986 ) “Se n ho r a d o s a fog a d o s ”, d e Ne l s o n Ro- 1985 An t o n i o Ab u j a m r a d r i g u e s (RE, 1912 – RJ, 1980)

Observações finais 29 direções), Ademar Guerra (20), Antonio Abujamra (15) e Kiko A listagens dos 122 títulos que Jaess (13). É a esse núcleo de dire- cons-tituíram o total das exibições tores que se deve atribuir uma certa do programa Teatro 2 nos con- identidade caracterizadora do pro- duzem a cinco observações gerais: grama.

1) Embora tenha havido a partici- 2) Os anos de maior atividade, de pação de vários diretores no con- maior número de produções exi- junto dos teleteatros do Teatro 2, os bidas, no Teatro 2 foram os três diretores com maior número e com primeiros anos do programa: 1974, maior regularidade de participações 1975 e 1976. Uma possível explica- foram quatro: Antunes Filho (com ção para tal fato pode ser que o pro-

Teatro 2 – Um teleteatro de experimentação, difusão e resistência 88 Antonio de Andrade, Cicilia K. Peruzzo e Sandra Reimão cesso de distensão política, iniciado segmentos culturais e de propostas em 1975, aos poucos foi tornando estéticas passando pelos clássicos os palcos teatrais um lugar para o Machado de Assis e Guimarães qual teatrólogos, diretores e atores Rosa (aí incluindo também o hoje pudessem retornar em segurança clássico Nelson Rodrigues), pelo e inclusive levar suas experiências experimentalismo de J.J. Veiga, pela do ambiente televisivo. Destaca- literatura mais próxima da chamada se, quanto a esse último aspecto, paraliteratura de Millôr Fernandes e a antológica montagem teatral de Luiz Lopes Coelho e pela literatura Antunes Filho, de Macunaíma, de popular oral, os chamados cordéis. Mário de Andrade, em 1978. 5) Embora a grande maioria dos 3) Dos 122 teleteatros exibidos pelo teleteatros tenham tido sua origem Teatro 2 apenas 34 foram de autoria em textos teatrais, outros gêneros e de escritores estrangeiros. Destes, formatos literários também foram a grande maioria é composta por utilizadas como fonte para o Teatro contemporâneos, como, Tenesse 2. Nesse sentido notamos, entre Willians, Eugene O´Neill Piran- outros, a presença da adaptação de dello, Ionesco e Brecht, atestando contos, por exemplo, “Soroco, sua o quanto esse grupo de diretores mãe, sua filha”, de Guimarães Rosa, estava aberto para o que de melhor adaptado e dirigido por Kiko Jaess; qualidade e de maior grau de ques- de lendas, como no teleteatro “As tionamento e envolvimento inter- rosas rubras da morte”, de Jorge nacional havia no panorama teatral Karam, a partir de lenda popular mundial. recolhida por Simão Lopes Neto; de cordel, no teleteatro “Napoleão 4) Nos 88 teleteatros, baseados em e Elvira... Ou a triste sorte de uma textos de autores nacionais, nota-se pecadora”, dirigido por Ademar uma tendência maior para o contem- Guerra, o que demonstra também a porâneo e uma abertura para vários abertura estética do programa.

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Da t a d o recebimento : 06/04/2009 Da t a d o a c e i t e : 28/04/2009

Teatro 2 – Um teleteatro de experimentação, difusão e resistência 90 Antonio de Andrade, Cicilia K. Peruzzo e Sandra Reimão