Para Não Esquecer Vandré Música, Política, Repressão E Resistência (1964-1978)
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Marilu Santos Cardoso Para não esquecer Vandré Música, política, repressão e resistência (1964-1978) PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS MESTRADO EM HISTÓRIA São Paulo – SP 2013 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Marilu Santos Cardoso Para não esquecer Vandré Música, política, repressão e resistência (1964-1978) PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS MESTRADO EM HISTÓRIA Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para a obtenção do título de MESTRE em História Social, sob orientação da Professora Doutora Maria do Rosário da Cunha Peixoto. São Paulo – SP 2013 Banca Examinadora ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ Ao cantor e compositor Geraldo Pedrosa de Araújo Dias e a todas as pessoas que lutaram e lutam, das mais variadas formas e, nos mais diferentes espaços, contra o autoritarismo. Agradecimentos A Geraldo Vandré, por tudo que significa. Pelas canções que compôs e por sua luta no campo da resistência. Também por ter atendido meus telefonemas e me recebido, numa tarde num apartamento no Centro de São Paulo, com extrema atenção e generosidade. Especialmente à Professora Maria do Rosário da Cunha Peixoto, a quem admiro profundamente pela sua dignidade, força e coerência. Com suas orientações, me apontou caminhos e perspectivas que enriqueceram imensamente esta pesquisa. Pela ajuda ainda no Lato Sensu e por ter, no período posterior a esse, acreditado e insistido quando estive ausente, compreendendo que há o momento certo para a retomada, sem jamais expressar qualquer tipo de reprovação. À Professora Heloisa de Faria Cruz, que admiro por sua atuação na luta pelos Direitos Humanos, e ao Professor Marcos Silva. Ambos integraram a minha banca de qualificação, contribuindo com importantes orientações, observações e sugestões. Às Professoras da pós-graduação em história, Maria Antonieta Antonacci, Yvone Dias Avelino, Estefânia Knotz e Carla Longh, pelas contribuições e diálogos promovidos nas disciplinas que cursei. E a todos os docentes que atuam no Programa de Estudos Pós Graduados em História da PUC/SP. Às pessoas que, gentilmente me concederam entrevistas ou se dispuseram a conversar sobre o Vandré. Especialmente à Marta Meissner, com quem conversei diversas vezes pela internet. Agradeço a Celso Lungaretti e Walter Minari pelos relatos a respeito de suas experiências. Ao Professor Ival de Assis Cripa, que, na graduação, me orientou nos primeiros passos para a pesquisa científica e que sempre esteve disposto em me ajudar, seja pelas conversas via internet ou pelos encontros presenciais, mesmo após o término da graduação. Por ter lido meus textos e por ter me acompanhado em várias etapas deste caminho. A meu companheiro, Alexandre Durães de Sousa, pelo incondicional apoio. Por ter surgido em minha vida num momento de grandes adversidades e por ter me incentivado a levantar e a recomeçar a luta em todos os aspectos. Pela paciência e compreensão diante das infinitas horas que dediquei a este trabalho e por ter, atentamente me ouvido falar sobre cada etapa desta pesquisa. À minha mãe, Luzia Santos Nascimento (em memória), que dentro da sua simplicidade me ensinou a acreditar que seria possível trilhar o caminho para o alcance de todos os meus objetivos, por mais difíceis que fossem as circunstâncias. Por ter, em vida me ensinado a ser uma mulher forte e solidária. Ao meu pai, Alcino Joaquim Cardoso (em memória), por ter iniciado o meu caminho nos movimentos populares, por ter me permitido acompanhá-lo nas reuniões de associações de moradores de bairro desde a infância. Por me ensinar a lutar pela justiça e a ter coragem de enfrentar e questionar o que considerava errado. À “Dinha”, Rosa Moraes Alves de Oliveira, por ter sempre me apoiado de todas as formas possíveis, por ter acreditado em mim quando muitos desacreditaram. Por estar ao meu lado em todos os momentos da minha vida, pela certeza de que nunca estive só. Ao meu primo José Alves de Oliveira que me incentivou, desde cedo, a buscar o conhecimento. Ao meu irmão, Sebastião Santos Nascimento (em memória), que com seu violão me apresentou tantas canções. Que despertou em mim a sensibilidade para a arte e me fez perceber, bem cedo, o potencial destrutivo desta sociedade autoritária em que vivemos. Ao meu irmão, José Antonio Santos Nascimento (em memória), pelas lições de seriedade e por ter amparado toda família antes de partir. Às minhas irmãs, Dalva Santos Nascimento Pacheco e Marlene Santos Nascimento Silva, pelas palavras de incentivo e por demonstrarem imenso orgulho diante de cada uma de minhas conquistas. Da mesma forma, aos meus cunhados, Geraldo Tedeu Pacheco (em memória) e Antonio Wilson. Aos meus sobrinhos e sobrinhas, primos e primas, que, desde criança, aprenderam a ouvir música popular brasileira e que, inúmeras vezes, me acompanharam nas canções de Vandré, quando eu insistia em tocá-las no violão. A minha sogra Maria Eny Durães e à minha cunhada Maitê Durães de Sousa pelo apoio e compreensão. Aos meus amigos, poucos, mas sinceros, que, nas horas difíceis, me fizeram acreditar que ainda existe amizade sincera neste mundo. Especialmente à Maria José, companheira de “batalha acadêmica”, Jair, Paulinha e Silmara, companheiros das horas difíceis. Aos colegas da turma do Mestrado da PUC/SP pelas contribuições e diálogos. Especialmente à Paula Salles que me indicou um amigo, o maestro Teco Galati, por meio do qual consegui o telefone do Vandré. Agradeço profundamente ao Teco também. À CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível superior) e ao Programa de Estudos Pós-Graduados em História da PUC/SP pelo auxílio financeiro, sem os quais não seria possível desenvolver este trabalho. Muitos são os agradecimentos que devo prestar como também é grande o esforço em não esquecer nenhuma colaboração a este trabalho, desde o seu início. Portanto agradeço a todos que contribuíram direta ou indiretamente para o desenvolvimento desta pesquisa. (...) E nascerá de novo esta palavra, Talvez em outro tempo sem dores, Sem as impuras fibras que aderiram Negras vegetações em meu canto, E outra vez nas alturas estará ardendo Meu coração queimante e estrelado (...).” Pablo Neruda – Aqui termino (1949) / Canto Geral Imagem 1 CARDOSO, Marilu Santos. Para não esquecer Vandré: Música, Política, Repressão e Resistência (1964-1978). Dissertação (Mestrado em História), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2013. Resumo Esta dissertação tem como objetivo realizar análises a respeito da memória e da importância do cantor e compositor Geraldo Vandré no cenário cultural dos anos 1960 e 1970. Com vistas a problematizar sua atuação no campo da resistência por meio da música e as formas de repressão empregadas contra ele, assim como suas implicações. A relevância deste trabalho se dá pela sua inserção na luta contra o esquecimento e pela busca da compreensão acerca de uma realidade em que opiniões e projetos divergentes aos da sociedade autoritária brasileira foram combatidos com extrema violência. As práticas de Geraldo Vandré são aqui analisadas não somente por meio das letras e melodias de suas canções, mas também, e principalmente, pela forma como o cantor se apresentava e constituía sua força. Suas características marcantes, como a voz e os gestos, são elementos fundamentais para as análises a respeito da sua relação com o público e para a compreensão sobre o tipo de repressão empregada contra ele. Todas as análises aqui realizadas partem da perspectiva de que a cultura é dinâmica e que as relações sociais são permeadas por conflitos e tensões, estando em constante construção, assim como os conceitos. Esta pesquisa parte de questões colocadas pelo presente e assume, também, um caráter prospectivo. Palavras chaves: memória, Geraldo Vandré, música, política, ditadura civil militar, repressão e resistência. CARDOSO, Marilu Santos. To not forget Vandré: Music, Politics, Repression and Resistance (1964-1978). Dissertation (Master Degree in History), Pontifícia Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. Abstract This dissertation has the objective to make the analysis about the memory and importance of the singer Geraldo Vandré on the cultural scene in the decades of 1960 and 1970. With the perspective to problematize his role in the resistance by the music and the repression forms used against him and his implications. The relevance of this work is in the insertion on the fight against the oblivion and for the research of the comprehension by the reality that different opinions and projects of the Brazilian authoritarian society were combated with extremely violence. The practices of Geraldo Vandré are analyzed, more than just by his lyrics and melodies of his songs, but observing, mainly, by the way that the singer made his shows and edified his force. His principal characteristics, like the voice and the gestures, were fundamental elements for the analysis between the relation with the public and the comprehension about the repression made against him. All the analysis produced here observe the perspective that the culture is dynamic and the social relations are pervaded by conflicts and tensions, being in a constant construction, just like concepts. This research starts by questions imposed by the present and assumes a prospective character. Key words: memory, Geraldo Vandré, music, politics, civil military, dictatorship, repression, resistance.