Simpósio Nacional De História - 2007

Total Page:16

File Type:pdf, Size:1020Kb

Simpósio Nacional De História - 2007 Associação Nacional de História – ANPUH XXIV SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA - 2007 As relações entre a música popular e o ensino de história na Argentina e no Brasil: o período ditatorial Alexandre Felipe Fiuza∗ Resumo: Esta comunicação estabelece comparações entre as trajetórias dos músicos brasileiros e argentinos, suas militâncias políticas e suas canções durante as ditaduras argentina (1976-1983) e brasileira (1964-1984). Portanto, por meio da atuação dos músicos, nas intersecções do campo artístico e político, igualmente pela produção musical daí advinda, propõe-se reflexões no ensino de história sobre os dois países. Tal perspectiva busca analisar a importância da preservação da memória do período ditatorial a partir de canções, a exemplo das compostas e/ou interpretadas pelos argentinos Maria Elena Walsh, Mercedes Sosa, Charly García e León Gieco, e pelos brasileiros Raul Ellwanger, José Rogério Licks e Manduka. Palavras-chave: Ensino de história, canções, ditaduras. Abstract: This communication aims at establishing comparisons between the personal histories of Brazilian and Argentinian musicians, their political militancy and their songs composed during the Argentinian (1976-1983) and Brazilian (1964-1984) dictatorships. Therefore, by means of the musicians’ activities in the intersections of the artistic and political fields, as well as by the musical production originated from that, this study proposes some reflections on the teaching of the history of both countries. Such perspective highlights the importance of preserving the memory of the dictatorial period by means of songs, like the ones composed and/or interpreted by the Argentinian Maria Elena Walsh, Mercedes Sosa, Charly García and León Gieco, and by the Brazilian Raul Ellwanger, José Rogério Licks and Manduka. Key-words: History teaching, songs, dictatorships. Com o Golpe Militar1 em 1964, o Brasil passou a viver uma experiência não tão comum, a do exílio. Imediatamente ao início desta ditadura uma primeira leva de exilados afastou do país brasileiros de já destacada atuação, como profissionais liberais, políticos e professores. Já conhecidos em suas atividades no Brasil e mesmo no exterior, foram contratados por Universidades e diferentes órgãos não-governamentais de diferentes países. No exterior, realizaram atividades de denúncia contra a ditadura e criaram redes de informação para abastecer de notícias sobre as ações da ditadura brasileira, particularmente sobre a repressão política e a censura. Professor do Colegiado de Pedagogia e do Mestrado em Educação da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Doutor em História – UNESP/ Assis. 1 Inúmeras pesquisas apontam para a necessidade de uma revisão da caracterização do regime mediante a incorporação do termo “civil-militar”. Por esta perspectiva, o Golpe e a manutenção da ditadura se constituiriam da conjugação de interesses civis e militares. Ao nosso ver, tal preocupação procede desde que não maximize este apoio civil e atenue o decisivo protagonismo dos militares nestes vinte anos de ditadura no Brasil. ANPUH – XXIV SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – São Leopoldo, 2007. 2 Contudo, em relação aos músicos, poucos se exilaram no início da ditadura. Uma significativa parcela destes fugiu do país a partir de 1968, quando da decretação do Ato Institucional nº 5 (AI-5). Este ato manteve a Constituição imposta pelos militares em 1967, mas acresceu a possibilidade de fechar as assembléias legislativas estaduais e federal, decretar a intervenção nos Estados e Municípios, suspender os direitos políticos de quaisquer cidadãos pelo prazo de 10 anos, cercear ainda mais a liberdade, decretar o estado de sítio e prorrogá-lo, suspender a garantia de habeas corpus, entre outras. Tal endurecimento do regime não se deu unicamente nesta legislação, afinal, esta política possibilitou também um maior controle sobre os sindicatos, o movimento estudantil, a oposição política como um todo. A Censura já era exercida antes mesmo do Golpe, mas, a partir de 1964 e em maior grau a partir de 1968, o veto aos temas políticos e morais acentuou-se significativamente. Portanto, estavam banidos do cenário político não apenas os movimentos políticos, mas também qualquer atividade jornalística ou manifestação artística contrárias aos interesses do regime militar. Em meio a esse clima repressivo, alguns dos músicos da chamada música popular brasileira, que encontraram nos festivais da canção a partir de 1966 uma vitrine decisiva, foram atingidos duplamente na medida em que conjugavam a militância política nas universidades com a atividade artística cada vez mais cerceada. Portanto, para aqueles músicos que tiveram relação direta ou indireta com os movimentos armados de oposição ao regime e para aqueles que tiveram um controle acentuado de sua produção artística através da censura e das freqüentes intimações para prestar depoimentos nas delegacias, o exílio foi a saída escolhida. Em Paris, no Quartier Latin quase tudo era possível para estes exilados: as revoluções, os contratos com as gravadoras, os movimentos políticos, sindicais e de luta contra as ditaduras e pela anistia. Não foi diferente em Santiago do Chile, em Buenos Aires, ou em alguns bairros londrinos. Nessas pequenas “ilhas”, entre as décadas de 1960 e 1970, se encontravam músicos advindos das ditaduras da América Latina, da Península Ibérica, da Grécia, como náufragos de mares agitados por golpes militares. Contudo, houve também um movimento inverso com a vinda de músicos chilenos e argentinos para o Brasil, apesar da ditadura em comum. Foi também em razão da existência da ditadura, no caso da Argentina, que levou o violonista argentino Juan Falú, natural de Tucumán, a exilar-se no Brasil. Juan é sobrinho do também renomado violonista argentino Eduardo Falú. A militância política de Juan Falú começou nos tempos de Universidade, como aluno de Psicologia Clínica e teve continuidade mediante sua participação em grupos revolucionários. Em seu exílio, entre os anos de 1978 e 1980, integrou-se ao grupo Tarancón ANPUH – XXIV SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – São Leopoldo, 2007. 3 e também acompanhou Abílio Manoel em suas apresentações. O grupo musical, a exemplo do grupo Raíces de América, foi fundamental para a divulgação de canções folclóricas latino- americanas, além de serem responsáveis pelo êxito das canções de protesto argentinas e chilenas no Brasil. Nos arquivos dos DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) também se encontram prontuários de inúmeros músicos estrangeiros. Por exemplo, no DEOPS estão dezesseis documentos em que o nome da cantora argentina Mercedes Sosa foi citado primária ou secundariamente entre 1977 e 1982. Esta documentação se refere a espetáculos no Brasil; participação em eventos, como no Festival Nacional Mulheres nas Artes, em 1982; por ter sido aludida em um manifesto: “Ref. Citada no panfleto ref. 30.000 desaparecidos na Argentina”2; ou ainda por ser “cantora conhecida como intérprete de canções de protesto”3; entre outros. No Brasil, também não foi diferente a repressão aos estrangeiros considerados inimigos da Segurança Nacional, constam entre os “desaparecidos” três argentinos: Noberto Armando Habeger, o padre Jorge Oscar Adur e Ernesto Ruggia (TELES, 2001: 179). O músico gaúcho Raul Ellwanger é um dos músicos advindos do movimento estudantil e que entrou na luta armada. Ele é muito citado nos documentos dos DOPS. Novamente a causa principal não se deve diretamente às suas composições. Sua ficha foi encontrada no DEOPS/SP e a dois mil quilômetros de distância no arquivo do DOPS do Estado da Paraíba, cujo prontuário de nº. 230, trazia apenas seu local de nascimento e filiação, além da informação de que era “militante foragido da VAR [Vanguarda Armada Revolucionária] – Palmares, Rio Grande do Sul”. No mesmo arquivo aparece numa lista de procurados, sob o pseudônimo de “Gaspar”. No arquivo paulista, aparece na relação dos elementos envolvidos em subversão, “implicados com a VAR – Palmares e procurados pela SSP/RS”.4 Ainda em São Paulo, a ficha de Ellwanger remete a outros 120 documentos, trazendo num deles um outro pseudônimo, “Juca”. Num outro documento do DEOPS está anexa sua ficha originada na 2a Seção do II Exército: “Comunista fanático. Elemento ligado à ex-UNE [União Nacional dos Estudantes]. Considerado um dos mais violentos esquerdistas dentro da PUC. Orador com temas esquerdistas (festivais de canção)”. 5 Sua ficha é adensada 2 Arquivo do Estado de São Paulo. Arquivo DEOPS, Divisão de Informações do DOPS, nº. 20-C-44-9505, datado de 13 abr. 1980. 3 Idem, nº. 21-Z-14-3836 rm, datado de out. 1977. 4 Pasta 30-Z-10-7113, Arquivo do DEOPS, Arquivo Público do Estado de São Paulo. 5 Pasta 50-Z-9-181728, idem. ANPUH – XXIV SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – São Leopoldo, 2007. 4 com: “Agitador. Orador de alguns recursos. Participa de concursos de música com temas esquerdistas (Festivais de Canção).” 6 Raul Ellwanger teve uma significativa inserção no meio musical do Cone Sul. Gravou em 1984 um disco intitulado Gaudério que contou com a participação de dois argentinos: o músico León Gieco e a cantora Mercedes Sosa, além da participação do cubano Pablo Milanés. Este disco teve duas de suas dez faixas gravadas em Buenos Aires e as demais no Rio de Janeiro. Em Pialo de Sangue, contou com a produção de León Gieco, autor da outra faixa Eu só peço a Deus, numa versão de Raul, mais tarde gravada por Beth Carvalho. Estes contatos foram iniciados ainda durante seu exílio na Argentina entre 1973 e 1977. Em seu disco Raul Ellwanger, de 1980, grava
Recommended publications
  • Qt2wn8v8p6.Pdf
    UCLA UCLA Electronic Theses and Dissertations Title Reciprocity in Literary Translation: Gift Exchange Theory and Translation Praxis in Brazil and Mexico (1968-2015) Permalink https://escholarship.org/uc/item/2wn8v8p6 Author Gomez, Isabel Cherise Publication Date 2016 Peer reviewed|Thesis/dissertation eScholarship.org Powered by the California Digital Library University of California UNIVERSITY OF CALIFORNIA Los Angeles Reciprocity in Literary Translation: Gift Exchange Theory and Translation Praxis in Brazil and Mexico (1968-2015) A dissertation submitted in partial satisfaction of the requirements for the degree Doctor of Philosophy in Hispanic Languages and Literatures by Isabel Cherise Gomez 2016 © Copyright by Isabel Cherise Gomez 2016 ABSTRACT OF THE DISSERTATION Reciprocity in Literary Translation: Gift Exchange Theory and Translation Praxis in Brazil and Mexico (1968-2015) by Isabel Cherise Gomez Doctor of Philosophy in Hispanic Languages and Literatures University of California, Los Angeles, 2016 Professor Efraín Kristal, Co-Chair Professor José Luiz Passos, Co-Chair What becomes visible when we read literary translations as gifts exchanged in a reciprocal symbolic economy? Figuring translations as gifts positions both source and target cultures as givers and recipients and supplements over-used translation metaphors of betrayal, plundering, submission, or fidelity. As Marcel Mauss articulates, the gift itself desires to be returned and reciprocated. My project maps out the Hemispheric Americas as an independent translation zone and highlights non-European translation norms. Portuguese and Spanish have been sidelined even from European translation studies: only in Mexico and Brazil do we see autochthonous translation theories in Spanish and Portuguese. Focusing on translation strategies that value ii taboo-breaking, I identify poet-translators in Mexico and Brazil who develop their own translation manuals.
    [Show full text]
  • The Critical Impact of Transgressive Theatrical Practices Christopher J
    Louisiana State University LSU Digital Commons LSU Doctoral Dissertations Graduate School 2011 (Im)possibilities of Theatre and Transgression: the critical impact of transgressive theatrical practices Christopher J. Krejci Louisiana State University and Agricultural and Mechanical College, [email protected] Follow this and additional works at: https://digitalcommons.lsu.edu/gradschool_dissertations Part of the Theatre and Performance Studies Commons Recommended Citation Krejci, Christopher J., "(Im)possibilities of Theatre and Transgression: the critical impact of transgressive theatrical practices" (2011). LSU Doctoral Dissertations. 3510. https://digitalcommons.lsu.edu/gradschool_dissertations/3510 This Dissertation is brought to you for free and open access by the Graduate School at LSU Digital Commons. It has been accepted for inclusion in LSU Doctoral Dissertations by an authorized graduate school editor of LSU Digital Commons. For more information, please [email protected]. (IM)POSSIBILITIES OF THEATRE AND TRANSGRESSION: THE CRITICAL IMPACT OF TRANSGRESSIVE THEATRICAL PRACTICES A Dissertation Submitted to the Graduate Faculty of the Louisiana State University and Agricultural and Mechanical College in partial fulfillment of the requirements for the degree of Doctor of Philosophy in The Department of Theatre by Christopher J. Krejci B.A., St. Edward’s University, 1999 M.L.A, St. Edward’s University, 2004 August 2011 For my family (blood and otherwise), for fueling my imagination with stories and songs (especially on those nights I couldn’t sleep). ii Acknowledgements I would like to thank my advisor, John Fletcher, for his expert guidance. I would also like to thank the members of my committee, Ruth Bowman, Femi Euba, and Les Wade, for their insight and support.
    [Show full text]
  • University Microfilms, a XEROX Company, Ann Arbor, Michigan
    ARTISTIC EXPLOITATION OF UNIFYING THEMES IN THE CONTEMPORARY BRAZILIAN PROTEST THEATER Item Type text; Dissertation-Reproduction (electronic) Authors Butler, Ross Erin, 1939- Publisher The University of Arizona. Rights Copyright © is held by the author. Digital access to this material is made possible by the University Libraries, University of Arizona. Further transmission, reproduction or presentation (such as public display or performance) of protected items is prohibited except with permission of the author. Download date 03/10/2021 21:16:52 Link to Item http://hdl.handle.net/10150/287830 72-11,973 BUTLER, Jr., Ross Erin, 1939- ARTISTIC EXPLOITATION OF UNIFYING THEMES IN THE CONTEMPORARY BRAZILIAN PROTEST THEATER. The University of Arizona, Ph.D., 1972 Language and Literature, modern University Microfilms, A XEROX Company, Ann Arbor, Michigan (g) COPYRIGHTED BY ROSS ERIN BUTLER, JR. 1972 iii TfflS DISSERTATION HAS BEEN MICROFILMED EXACTLY AS RECEIVED ARTISTIC EXPLOITATION OF UNIFYING THEMES IN THE CONTEMPORARY BRAZILIAN PROTEST THEATER Ross Erin Butler, Jr. A Dissertation Submitted to the Faculty of the DEPARTMENT OF ROMANCE LANGUAGES In Partial Fulfillment of the Requirements For the Degree of DOCTOR OF PHILOSOPHY WITH A MAJOR IN SPANISH In the Graduate College THE UNIVERSITY OF ARIZONA 19 7 2 THE UNIVERSITY OF ARIZONA GRADUATE COLLEGE I hereby recommend that this dissertation prepared under my direction by Ross Erin Butler, Jr. entitled ARTISTIC EXPLOITATION OF UNIFYING THEMES IN THE CONTEMPORARY BRAZILIAN PROTEST THEATER be accepted as fulfilling the dissertation requirement of the degree of Doctor of Philosophy —- (&tf. P-7) t I# Dissertation Director Date J '/ After inspection of the final copy of the dissertation, the following members of the Final Examination Committee concur in its approval and recommend its acceptance:"" Lf/6 Lj / o— -i *7 - 7 ( _ / — /o " ^ " 7/ -</juo ^ > - p / "This approval and acceptance is contingent on the candidate's adequate performance and defense of this dissertation at the final oral examination.
    [Show full text]
  • Counter-Narratives and Social Transformation: Insights from an Experience of Legislative Theatre Inspired by Augusto Boal
    Decimoprimera Conferencia Regional de América Latina y El Caribe Sociedad Internacional para la Investigación del Tercer Sector Quito, Ecuador, 18 al 20 de octubre de 2017 Thematic axe 4: Emerging research-action issues in Latin America and the Caribbean Counter-narratives and social transformation: insights from an experience of legislative theatre inspired by Augusto Boal Chantale Mailhot1, Marlei Pozzebon2 and Fabio Prado Saldanha3 Introduction The purpose of this paper is to reflect and discuss about the potential of social transformation of an experience of forum theatre – more particularly the Boal’s legislative theatre form – using a counter-narrative perspective. At the one hand, Augusto Boal – theatre director, dramatist, theorist, writer and teacher – was the founder of the movement “theatre of the oppressed”, a repertory of techniques and tactics that seeks to motivate people, restore true dialogue, and create space for participants to rehearse taking action. The underlying vision is that everyone has the capacity to act in the theatre of their own lives, everybody is at once an actor and a spectator. People are “spect-actors!”. Among the different types of interventions conceived by Boal, one that is prominent is the forum theatre, a short play or scene that dramatizes a situation, with an oppressive ending, to provoke spect-actors to react. In its turn, the legislative theatre is essentially a forum theatre performance, but that leads the audience to further discuss policies or laws that could help bring about some of the solutions the engaged audience - “spect-actors” - had offered during the performance. At the other hand, we have Mise au Jeu, an organization of theatre-intervention.
    [Show full text]
  • TEATRO NEGRO: a REALIDADE DE UM SONHO SEM SONO Christine Douxami
    TEATRO NEGRO: A REALIDADE DE UM SONHO SEM SONO Christine Douxami To cite this version: Christine Douxami. TEATRO NEGRO: A REALIDADE DE UM SONHO SEM SONO. Revista Afro-Ásia , Universidade Federal da Bahia, 2001, pp. 313-363. hal-02421628 HAL Id: hal-02421628 https://hal.archives-ouvertes.fr/hal-02421628 Submitted on 22 Mar 2021 HAL is a multi-disciplinary open access L’archive ouverte pluridisciplinaire HAL, est archive for the deposit and dissemination of sci- destinée au dépôt et à la diffusion de documents entific research documents, whether they are pub- scientifiques de niveau recherche, publiés ou non, lished or not. The documents may come from émanant des établissements d’enseignement et de teaching and research institutions in France or recherche français ou étrangers, des laboratoires abroad, or from public or private research centers. publics ou privés. TEATRO NEGRO: A REALIDADE DE UM SONHO SEM SONO Christine Douxami* A denominação de teatro negro pode tanto ser aplicada a um teatro que tenha a presença de atores negros, quanto aquele caracterizado pela participação de um diretor negro, ou, ainda, de uma produção negra. Uma outra definição possível seria a partir do tema tratado nas peças. Levando em conta a sobreposição dessas várias definições é que iremos problematizar as visões que têm como referência o que é teatro negro no Brasil. Neste artigo, buscamos revelar ao grande público a existência, dos anos 1940 até hoje, de numerosos grupos de teatro negro no Brasil. Através de um trabalho etnográfico nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, resgatamos as diferentes experiências desse ato ar- tístico-militante.
    [Show full text]
  • Dulcinéia Catadora: Cardboard Corporeality and Collective Art in Brazil
    Vol. 15, Num. 3 (Spring 2018): 240-268 Dulcinéia Catadora: Cardboard Corporeality and Collective Art in Brazil Elizabeth Gray Brown University Eloísa Cartonera and Cardboard Networks From a long history of alternative publishing in Latin America, Eloísa Cartonera emerged in Argentina in 2003, and sparked a movement that has spread throughout South and Central America and on to Africa and Europe. The first cartonera emerged as a response to the debt crisis in Argentina in 2001 when the country defaulted causing the Argentine peso to plummet to a third of its value. Seemingly overnight, half of the country fell into living conditions below the poverty line, and many turned to informal work in order to survive. The cartoneros, people who make their living salvaging and reselling recyclable materials, became increasingly present in the streets of Buenos Aires. With the onset of neoliberal policies, people mistrusted and rejected everything tied to the government and economic powers and saw the need to build new societal, political, and cultural models. Two such people were the Argentine poet, Washington Cucurto, and artist Javier Barilaro. Distressed by the rising number of cartoneros and the impossible conditions of the publishing market, Cucurto and Barilaro founded Eloísa Cartonera. Thirteen years later, Eloísa is still printing poetry and prose on Xeroxed paper and binding it in cardboard bought from cartoneros at five times the rate of the recycling Gray 241 centers. The cardboard covers are hand-painted in tempera by community members, including cartoneros, and then sold on the streets for a minimal price, just enough to cover production costs.
    [Show full text]
  • 008-Axiologia-Ana-Lucero.Pdf
    1 ÍNDICE Pág. Introducción 4 1. Generalidades de la Estética del Oprimido 1.1 Analfabetismo estético: estética anestésica 10 1.2 La concepción estética de Boal 12 1.3 Opresiones estéticas: la colonialidad del crear 19 1.4 El arte según Augusto Boal 23 1.4.1 El ejercicio artístico liberador 27 2. Influencias axiológicas de la Pedagogía del Oprimido 2.1 Naturaleza política de la pedagogía y el arte: Freire y Boal 28 2.2 Aproximaciones axiológicas a la Pedagogía del Oprimido 32 2.2.1 Valores instituidos en las pedagogías autoritarias 33 2.2.2 La valoración de la autopoiesis en la Pedagogía del Oprimido 35 2.2.3 Axiología de la concientização y la mudanza 38 2.3 Primer estudio axiológico de la Estética del Oprimido 43 2.3.1 Valores instituidos en las estéticas opresoras 44 2.4 Conciencia política como eje axiológico de la Pedagogía y la Estética del Oprimido 53 2.4.1 La cuestión del poder 57 2.4.2 El miedo a la libertad 62 3. Influencias axiológicas de la Teología de la Liberación 3.1 Coincidencia histórica: Teatro del Oprimido y Teología de la Liberación 65 3.2 Aproximaciones axiológicas a la Teología de la Liberación 66 3.2.1 Gustavo Gutiérrez y la Teología de la Liberación 66 3.2.1.1 La labor teológica según la Teología de la Liberación 69 2 3.2.1.2 ¿Qué significa conocer/amar a Dios? Según la Teología de la Liberación 71 3.2.1.3 Valores de la opción preferencial por los pobres 73 3.2.2 Leonardo Boff y la perspectiva de los oprimidos 81 3.2.2.1 Axiología de un estudio pneumatológico de Boff 84 3.2.3 Ignacio Ellacuría: la ortopraxis 88 3.2.3.1 La preocupación axiológica de Ellacuría: los valores de la Iglesia 88 3.2.3.2 La ortopraxis 91 3.3 Segundo estudio axiológico de la Estética del Oprimido 92 3.3.1 Los valores de la raíz del árbol del TO: Ética y solidaridad 93 3.4 Conciencia moral como eje axiológico de la Teología de la Liberación y de la Estética del Oprimido 101 4.
    [Show full text]
  • I CURATING PUBLICS in BRAZIL: EXPERIMENT, CONSTRUCT, CARE
    CURATING PUBLICS IN BRAZIL: EXPERIMENT, CONSTRUCT, CARE by Jessica Gogan BA. in French and Philosophy, Trinity College Dublin, 1989 MPhil. in Textual and Visual Studies, Trinity College Dublin, 1991 Submitted to the Graduate Faculty of the Kenneth P. Dietrich School of Arts and Sciences in partial fulfillment of the requirements for the degree of Doctor of Philosophy University of Pittsburgh 2016 i UNIVERSITY OF PITTSBURGH DIETRICH SCHOOL OF ARTS AND SCIENCES This dissertation was presented by Jessica Gogan It was defended on April 13th, 2016 and approved by John Beverley, Distinguished Professor, Hispanic Languages and Literatures Jennifer Josten, Assistant Professor, Art History Barbara McCloskey, Department Chair and Professor, Art History Kirk Savage, Professor, Art History Dissertation Advisor: Terence Smith, Andrew W.Mellon Professor, Art History ii Copyright © by Jessica Gogan 2016 iii CURATING PUBLICS IN BRAZIL: EXPERIMENT, CONSTRUCT, CARE Jessica Gogan, MPhil/PhD University of Pittsburgh, 2016 Grounded in case studies at the nexus of socially engaged art, curatorship and education, each anchored in a Brazilian art institution and framework/practice pairing – lab/experiment, school/construct, clinic/care – this dissertation explores the artist-work-public relation as a complex and generative site requiring multifaceted and complicit curatorial approaches. Lab/experiment explores the mythic participatory happenings Domingos da Criação (Creation Sundays) organized by Frederico Morais at the Museum of Modern Art, Rio de Janeiro in 1971 at the height of the military dictatorship and their legacy via the minor work of the Experimental Nucleus of Education and Art (2010 – 2013). School/construct examines modalities of social learning via the 8th Mercosul Biennial Ensaios de Geopoetica (Geopoetic Essays), 2011.
    [Show full text]
  • Augusto Boal 1931–2009
    Augusto Boal 1931–2009 I came to know of Augusto Boal’s theory of theatre long before I came to know Augusto Boal. It was in 1979 and I was teaching my first class in the theatre department of Mexico’s National University (UNAM) as I worked on my dissertation. I had been assigned three classes a semester—each with about 80 students. The first day of class, a student asked me how theatre could bring about the revolution. My doctoral work at the University of Washington had not prepared me for this. Still, I ventured a response: theatre does not bring about revolutions. Theatre does other things—it can change the ways in which people envision social conflict; Augusto Boal at the Celebration of the it can help spectators identify issues that had World Theatre Day, 27 March 2009, Paris. not seemed apparent before; it can energize (Photo © Antoine Veteau 2009) populations around problems, and so on. But it doesn’t bring about revolutions. The next day, I had 20 students in each of my classes. If theatre could not bring about the revolution, of what possible use could it be? What could theatre do? My entire life as a theatre and performance scholar has been an attempt to answer that question. Boal’s work was never the “answer” to my question, but he became one of my most important guides and mentors. My earmarked copy of Teatro del oprimido had a pirated Susan Meiselas Nicaragua photograph as its cover. The Sandinista fighters were photographed as puregestus in the Brechtian understanding of powerful, recognizable, and quotable social gestures that performed the revolutionary hope of the late 1950s, ’60s, and ’70s throughout Latin America.
    [Show full text]
  • Na Usp, Teatro Foi Palco De Resistência À Ditadura Militar
    Outubro 2013 Arte & Cultura Revista Adusp NA USP, T E ATRO F OI PALCO de R E SISTÊNCIA À DITA D URA MILITAR Eduardo Campos Lima Jornalista Victor Knoll/Acervo Flávio Império/Sociedade Cultural Flávio Império TUSP encena Os Fuzis de Dona Tereza Juntos, estudantes e artistas construíram no Brasil, até o fim dos anos 1960, uma forte cultura de esquerda. No teatro, destacaram-se coletivos como Teatro de Arena e Grupo Opinião. A USP tornou-se espaço de resistência cultural: surgiram o TUSP (1966), dedicado às peças de Brecht; o Teatro Novo (1968), que optou pelo “Teatro do Absurdo” de Arrabal; os coletivos de “Teatro-Jornal” (1970), inspirados em Boal e apoiados no Arena; grupos na Medicina, Poli, EESC, Direito. Entre os participantes, Heleny Guariba, Cláudia Alencar, Antonio Petrin (todos da EAD), Paulo José... 50 Revista Adusp Outubro 2013 Victor Knoll/Acervo Flávio Império/SCFI Knoll/Acervo Victor André Gouveia, Sérgio Mindlin, Bety Chachamovitz e Cida Previatti em Os Fuzis de Dona Tereza, no Teatro Ruth Escobar, em 1968 O golpe militar de 1964 dispa- a diferentes frentes de atuação na tura integravam o TUSP, mas havia rou um processo de dura repressão sociedade. O grande divisor de águas também alunos de outros cursos, aos movimentos operário e campo- no movimento teatral da universida- como Iara Iavelberg, do Instituto de nês, com intervenção em sindicatos, de foi o Ato Institucional número 5, Psicologia (vide p.61). Desde o prin- prisão de líderes dos trabalhado- imposto em dezembro de 1968. Até cípio, animou o coletivo a possibili- res e desarticulação política geral.
    [Show full text]
  • Keynote Address by Augusto Boal Thursday, July 31 6:00 Pm – 7:00 Pm (Immediately Following the Awards Ceremony) Imperial Ballroom – 2Nd Floor
    ATHE’s 22nd Conference: Difficult Dialogues: Theatre and the Art of Engagement Keynote Address by Augusto Boal Thursday, July 31 6:00 pm – 7:00 pm (immediately following the awards ceremony) Imperial Ballroom – 2nd Floor ATHE opens its 22nd conference with a Keynote presentation by Augusto Boal, one of the most influential contemporary forces in the world of theatre. With our conference theme centered on the idea of “Difficult Dialogues,” Boal was the logical choice to deliver this important address to the ATHE community. Having spent the vast majority of his career discovering, developing and executing theatrical forms designed to confront personal, social and political oppression, the active pursuit of “difficult dialogues” has been at the very heart of his work. Boal’s “Theatre of the Oppressed” techniques are practiced in over 70 countries, and his books, such as Games for Actors and Non-Actors, can be counted among some of the most influential theatre-related texts in the world. Director, writer, politician and innovator, Augusto Boal embodies the essence of “difficult dialogues” in what may be one of his last appearances in North America. Brazilian Dr. Augusto Boal was raised in Rio de Janeiro. He was formally trained in chemical engi- neering and attended Columbia University in the late 1940’s and early 1950’s. Although his inter- est and participation in theatre began at an early age, it was just after he finished his degree at Columbia that he was asked to return to Brazil to work with the Arena Theatre in São Paulo. His work at the Arena Theatre led to his experimentation with new forms of theatre that would have an extraordinary impact on traditional practice.
    [Show full text]
  • LITERATURA CHILENA Creación Y Crítica
    LITERATURA CHILENA creación y crítica GUSTAVO BECERRA SCHMIDT / EDUARDO CARRASCO JUAN ARMANDO EPPLE / NAOM1 LINDSTROM PATRICIO MANNS / NANCY MORRIS JUAN ORREGO SALAS / ALFONSO PADILLA OSVALDO RODRIGUEZ / RODRIGO TORRES / DAVID VALJALO JcTUBULIO / SEPTIEMBRE J VERANO / 19185 -------RE / DICIEMBRE / OTONO í 19L.85 EDICIONES DE LA FRONTERA MADRID / ESPAÑA // LOS ANGELES / CALIFORNIA 33/34 INDICE Vol 9 - Nos. 3 y 4 Año 9 - Nos. 33 y 34 LITERATURA CHILENA, creación y crítica Número Doble Especial — Nueva Canción / Canto Nuevo Julio / Diciembre de 1985 Editorial I Tercera Etapa _____ ±_____ David Valjalo 2 Nuestro Canto Juan Orrego-Salas C Espíritu y contenido formal de su música en la Nueva Canción Chilena Gustavo Becerra-Schmidt 14 La música culta y la Nueva Canción Chilena Patricio Manns 22 Problemas del texto en la Nueva Canción Rodrigo Torres 2 5 La urbanización de la canción folklórica Nancy M o r r is ^ O Observaciones acerca del Canto Nuevo Chileno Eduardo Carrasco 32 Quilapayún, la revolución y las estrellas 40 O rografía de Quilapayún Juan Armando Epple'42 Reflexiones sobre un canto en movimiento Alfonso Padilla 47 Inti-lllimani o el cosmopolitismo en la Nueva Canción Osvaldo Rodríguez 50 Con el grupo Los Jaivas a través de Eduardo Parra Alfonso Padilla 54 El grupo lllapu Naomi Lindstrom 56 Construcción folklórica y desconstrucción individual en un texto de Violeta Parra Osvaldo Rodríguez 61 Acercamiento a la canción popular latinoamericana David Valjalo 65 Cantores que reflexionan Juan Armando Epple 66^ Libro Mayor de Violeta Parra 67Catálogo de Alerce Juan Armando Epple *7ZABibliografía Básica sobre la Nueva Canción Chilena y ■ vz el Canto Nuevo LITERATURA CHILENA, creación y critica Directores Invitados Eduardo Carrasco / Patricio Manns Número Especial Nueva Canción / Canto Nuevo DIRECCION: David Valjalo J Guillermo Araya (1931 / 1983) Escriben en este número: TERCERA ETAPA He aquí la iniciación de una nueva etapa en nuestra Gustavo Becerra Schmidr publicación.
    [Show full text]