Abre-Alas Segunda
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ÍNDICE Agremiação Página G.R.E.S. MOCIDADE INDEPENDENTE DE PADRE MIGUEL 03 G.R.E.S. UNIDOS DO PORTO DA PEDRA 61 G.R.E.S. PORTELA 117 G.R.E.S. ACADÊMICOS DO GRANDE RIO 195 G.R.E.S. UNIDOS DE VILA ISABEL 253 G.R.E.S. ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA 299 1 GG..RR..EE..SS.. MMOOCCIIDDAADDEE IINNDDEEPPEENNDDEENNTTEE DDEE PPAADDRREE MMIIGGUUEELL PRESIDENTE PAULO VIANNA 3 ““DDoo PPaarraaííssoo ddee DDeeuuss aaoo PPaarraaííssoo ddaa LLoouuccuurraa,, ccaaddaa uumm ssaabbee oo qquuee pprrooccuurraa”” Carnavalesco CID CARVALHO 5 Abre-Alas – G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel – Carnaval/2010 FICHA TÉCNICA Enredo Enredo “Do Paraíso de Deus ao Paraíso da Loucura cada um sabe o que procura” Carnavalesco Cid Carvalho Autor(es) do Enredo Cid Carvalho Autor(es) da Sinopse do Enredo Cid Carvalho Elaborador(es) do Roteiro do Desfile Cid Carvalho, Alexandre França e Handerson Big Ano da Páginas Livro Autor Editora Edição Consultadas 01 Visão do Paraíso Sérgio Buarque de José Olympio 1959 Todas Holanda 02 América em Tempo Ronaldo Vainfas Jorge Zahar 1992 Todas de Conquista 03 A Conquista da Tzvetan Todorov Martins Fontes 1990 Todas América 04 A Invenção da Edmundo Unesp 1992 Todas América O‟Gormam 05 História da América Jayme Pinsk Contexto 2001 Todas Através de Textos 06 Cultura Consumo e Lívia Barbosa Fundação Getúlio 2000 Todas Identidade Vargas 07 Carnavais Roberto da Matta Jorge Zahar 1979 Todas Malandros e Heróis: Para uma Sociologia do Dilema Brasileiro 7 Abre-Alas – G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel – Carnaval/2010 FICHA TÉCNICA Enredo Outras informações julgadas necessárias Artigos e textos consultados: BAUMANN, Thereza B. “Imagens do “outro mundo”: o problema da auteridade na iconografia cristã ocidental”. LESTRINGANT, Frank. “1492 e o conhecimento”. In: Cadernos de História Social, nº 2, Campinas, 1955, pp. 3-13. COSTA. Sandro da Silveira. América portuguesa: o paraíso terreal Revistas: Leituras da História – ano I nº 4 – “Utopias: A ilha de Thomas Morus e os mundos ideais propostos ao longo dos séculos. Os reflexos e previsões sobre o progresso humano”. Sites e afins: www.google.com.br www.wikipedia.com.br http://oglobo.globo.com/blogs/fisco/posts/2009/09/16/contas-em-paraisos-fiscais-podem-perder- sigilo-223883.asp http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1408926-5602,00- LULA+RECLAMA+DE+IMPUNIDADE+PARA+BANQUEIROS+E+PARAISOS+FISCAIS.html http://www.infoescola.com/economia/paraiso-fiscal/ http://www.cosif.com.br/mostra.asp?arquivo=parafiscal 8 Abre-Alas – G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel – Carnaval/2010 HISTÓRICO DO ENREDO “DO PARAÍSO DE DEUS AO PARAÍSO DA LOUCURA, CADA UM SABE O QUE PROCURA” O Paraíso é a imagem primeira. Uma imagem da fartura e da felicidade; um sagrado jardim onde Deus semeou a fecundidade numa divina evocação da vida; um abençoado recanto sem doenças, sem inverno e sem envelhecimento, transmitindo uma mensagem simbólica e alegórica de paz e harmonia. A nostalgia deste estado de graça, arrancado em conseqüência de uma grave desobediência às leis do Criador, faz despertar no homem, desde tempos imemoriais, o desejo de encontrar o Paraíso perdido. Na Idade Média, alimentada por uma cruel realidade de fomes, epidemias e guerras devastadoras, essa nostalgia fez do Paraíso a própria antítese daquela realidade decadente e sombria; um “novo” começo onde a pobreza e a fome acabariam diante de uma terra “sem males”. Enquanto profetas e visionários desejavam “ver” o paraìso, cavaleiros e aventureiros se juntavam em fantásticas caravanas e partiam por terra em busca da “Fonte da Juventude Eterna e da Árvore da Vida”. Porém, novos ventos sopravam em direção ao “Velho Continente”. O pavor que o “inferno” e a crença na proximidade do “Fim dos tempos” provocavam ia ficando para trás diante de uma Europa entusiasmada com os renovados horizontes renascentistas. Os oceanos já não causavam tanto temor e, navegando rumo ao Oriente, poder-se-ia chegar às Índias, com seus mistérios e magia. Ainda, quem sabe, desembarcar nas fabulosas terras de Ofir, guardiãs das Minas do Rei Salomão, ou até mesmo encontrar o suntuoso Reino Africano de Preste João e, assim, localizar os “Portais do Paraìso”. Foi navegando em direção às Índias que, em 1500, treze naus portuguesas “esbarraram” no Brasil. 9 Abre-Alas – G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel – Carnaval/2010 Nas areias da praia, o nativo dançava em alegre ritual. Guiados pelos Xamãs, os donos da terra migraram do interior para o litoral em busca de “Yvy Mara Ey”, a “Terra dos Sem Males”, o paraìso Tupi-guarani, e que, na visão dos pajés, estaria do outro lado da imensidão das águas. Em sua pureza e ingenuidade, o índio viu naquela gente que saía do mar verdadeiros Deuses que, finalmente, o conduziriam aos “Jardins Purificados”. Já os navegadores, deslumbrados com a nudez e a aparente inocência dos nativos, viram neles a própria imagem do homem antes de ser expulso do Paraíso, materializando na América a visão renascentista do Éden terrestre. Afinal, as sugestões edênicas estavam por toda parte e faziam uma mágica ligação entre o “Velho” e o “Novo” Mundo. Dessa maneira, o maracujá se transforma em pomo edênico, assim como as bananas cortadas exibiam aquele sinal à maneira de crucifixo por elas manifesto. A Fênix é o Guainumbi ou Guaraciaba; outros acreditavam mesmo tê-la visto na figura do beija-flor, enquanto os papagaios, para muitos, eram, na verdade, anjos castigados que ganharam a forma de pássaros. Mas os boatos sobre cidades bordadas de ouro e pedras preciosas, as notícias de montanhas resplandecentes e lagoas douradas, comuns entre os indígenas, rapidamente levaram o invasor europeu a embrenhar-se pelos sertões desconhecidos, maculando o “Paraìso Brasil”. E, assim, os índios dançaram e o Brasil sambou! O que de bom encontrava-se aqui foi parar na Europa. Animais, plantas e até mesmo “exemplares” do nosso “bom selvagem” foram “exportados”, causando enorme rebuliço do outro lado do Atlântico. Enquanto, do lado de cá, o povo sofria com a “Derrama” – um verdadeiro “Quinto” dos infernos – no lado de lá, as farras das Cortes de Portugal e Inglaterra eram bancadas com o ouro do Brasil. O jeito era rezar uma novena para o “santo do pau oco”! O tempo passou, mas continuamos cortando o pau, matando os bichos, vendendo as plantas, envenenando as águas, queimando os índios e mandando pra longe nossas riquezas! 10 Abre-Alas – G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel – Carnaval/2010 Calculistas e mercenários, criamos o nosso próprio Paraíso terrestre e batizamos com o nome de “Paraìso Fiscal”. Ali, abençoados pela generosidade financeira, protegemos nossas “verdinhas” em “espécie”. Mas não se enganem pensando que se trata da flora tropical bem preservada. Neste caso, nos referimos às cédulas de dólar depositadas em contas pra lá de suspeitas. Já os exemplares da nossa fauna contrabandeada desde sempre, agora, são enviados do “Paraìso Brasil” diretamente ao “Paraìso Fiscal”, sem taxação, estampadas nas notas do nosso Real. No fundo, queremos mesmo é preservar as “araras” que valem “dez reais”. Defendemos, bravamente, os “micos-leões-dourados” que estão cotados a “vinte”. Brigamos como loucos pelas “onças pintadas”, ou seria por “cinquenta reais”? Tira a mão que ninguém vai “pescar” minha “garoupa” de cem reais, não! Ora, quem sabe se numa sombrinha agradável lá nas Ilhas Caymãs elas não se reproduzam rapidamente? Diante desse “Capitalismo selvagem”, até mesmo um “pedacinho do Paraìso” é possível se comprar. Um carrão novinho também dá direito a chegar lá. E o que falar da ida ao shopping com dinheiro pra gastar? E se faltar din din, há cartões de crédito, cheque especial e crediário, todas as facilidades do mundo no “Paraìso do Consumo”! Mas nós somos a Mocidade e, independentes, podemos ir a qualquer lugar. Vamos fazer a nossa parte! Querer é poder, e o amor constrói. É possível descobrir o nosso próprio paraíso, afinal, ele está perto de nós, dentro de nós mesmos, em nosso interior. Vamos jogar fora as amarguras do dia-a-dia e nos vestir com a fantasia que sempre sonhamos: milionário ou plebeu, rainha ou camelô, desempregado ou doutor, um nobre ou apenas um sonhador. Afinal, hoje é carnaval, e se você sabe o que procura, tudo é possìvel no “Paraìso da Loucura”! Está esperando o que pra ser feliz? Cid Carvalho 11 Abre-Alas – G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel – Carnaval/2010 JUSTIFICATIVA DO ENREDO No carnaval de 2010 a Mocidade vai em busca do seu paraíso perdido, motivada principalmente pela alegria de poder comemorar neste ano, os 20 anos de sua segunda vitória na Marquês de Sapucaí. A Mocidade ao buscar seu paraíso pretende fazer uma viagem pelos diversos paraísos que a humanidade almejou ou pretende conquistar. Entende-se como Paraíso como um lugar utópico, onde não há conflitos, e aqueles que nele habitam, vivem em plena harmonia. Segundo as referências cristãs, acredita- se que Deus tenha criado um lugar assim e nele colocado sua mais sublime criação; o homem. Porém motivado pela curiosidade, fomentada pela serpente, o homem e sua companheira desobedeceram às ordens divinas e acabaram sendo expulsos deste maravilhoso lugar. Desde da sua expulsão até os dias atuais o homem busca incessantemente por esse Paraíso Perdido, e essa busca é reforçada ainda mais devido aos grandes períodos de crises, guerras e males que a humanidade atravessou durante os séculos. Portanto entendemos que almejar o Paraíso é uma tarefa constante da humanidade. Porém há de ressaltar que a idéia paradisíaca ganhou inúmeras versões ao longo da história. Nos tempos medievais, para alcançar o Paraíso era preciso encontrar os seus portais; e estes supostamente estavam nas terras orientais. Já no período moderno o ideal de paraíso fundiu-se à exuberância natural da América recém descoberta e fez com que muitos acreditassem, ser nessas terras, que o primeiro homem tivesse sido deixado.