2020 Nº 37 Dossiê: Juventudes, Decolonialidades E Estéticas

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2020 Nº 37 Dossiê: Juventudes, Decolonialidades E Estéticas ISSN: 1517-4549 Dossiê: jul. a dez. | 2020 Juventudes, Decolonialidades e Estéticas Insurgentes Nº 37 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE REITOR Angelo Roberto Antoniolli PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA Lucindo José Quintans Junior EDITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE COORDENADOR DO PROGRAMA EDITORIAL Péricles Morais de Andrade Júnior COORDENADORA GRÁFICA Germana Gonçalves de Araujo PROJETO GRÁFICO E CAPA Débora Santos Santana EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Adilma Menezes Cidade Universitária “Prof. José Aloísio de Campos” CEP 49.100-000 – São Cristóvão – SE. Telefone: 3194–6922/6544. e-mail: [email protected] www.editora.ufs.br São Cristóvão | 2020 CONSELHO EDITORIAL Irlys Alencar Firmo Barreira, Universidade Federal Do José Ricardo Ramalho, Universidade Federal do Rio Ceará, Brasil de Janeiro, Brasil Roberto Grün, Universidade Federal Dde São Carlos, Brasil Miguel Pablo Serna Forchari, Universidad de La Clarissa Eckert Baeta Neves, Universidade Federal do Rio República, Uruguai Grande do Sul, Brasil Miguel Vale De Almeida, Instituto Universitário de Adriano Nervo Codato, Universidade Federal do Paraná, Brasil Lisboa, Portugal Ana Maria F. Almeida, Universidade Estadual de Nádia Araújo Guimarães, Universidade de São Paulo, Campinas, Brasil Brasil Antônio Sérgio Guimarães, Universidade de São Paulo, Brasil Paulo Sérgio Da C. Neves, Universidade Federal de Benjamin Junge, State University Of New York, Estados Sergipe, Brasil Unidos da América do Norte Renato Monseff Perissinotto, Universidade Federal Carlos Fortuna, Universidade de Coimbra, Portugal do Paraná, Brasil Celi Scalon, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil Rogerio Proença Leite, Universidade Federal de Claudino Ferreira, Universidade de Coimbra, Portugal Sergipe, Brasil Franz J. Brüseke, Universidade Federal de Sergipe, Brasil Sadi Dal Rosso, Universidade de Brasília, Brasil Joanildo Burity, Universidade Federal de Pernambuco, Sílvia Helena Borelli, Pontíficia Universidade Católica Brasil de São Paulo, Brasil COORDENADOR DO PPGS Marcelo Alario Ennes EDITOR EDITORES ASSOCIADOS Frank Nilton Marcon Julio Cesar Cossio Rodriguez Marcelo Alario Ennes EDITORES ASSISTENTES Marina de Souza Sartore Marco Aurélio Dias de Souza Paulo Sérgio da Costa Neves Tânia Elias Magno Silva Carles Feixa Pàmpols ORGANIZADO Otávio Raposo Livia Jiménez Sedado Redy Lima. REVISÃO Danielle de Noronha Ficha Catalográfica Tomo: Revista do Programa de Pós-Graduação em Sociologia / Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Universidade Federal de Sergipe. – n. 37 (jul./dez. 2020)- . – São Cristóvão : Editora UFS, 1998- Semestral ISSN 1517-4549 1. Ciências sociais – Periódicos. I. Universidade Federal de Sergipe. Progra- ma de Pós-Graduação em Sociologia CDU 316 As informações e análises contidas nos artigos são de inteira responsabilidade dos autores, não exprimindo, portanto, o endosso do Conselho Editorial do PPGS. Esta revista integra a Plataforma dos Periódicos Eletrônicos da UFS (:https://seer.ufs.br/index.php/ tomo/index) e conta com apoio institucional da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da Uni- versidade Federal de Sergipe. Sumário Dossiê Introdução ao Dossiê 9 Juventudes, Decolonialidades e Estéticas Insurgentes Otávio Raposo Livia Jiménez Sedano Redy Wilson Lima Juventude, Criatividade e Agência Política 17 Ricardo Campos Alix Sarrouy Di kamaradas a Irmons: o Rap Cabo-Verdiano e a 47 (Re)construção de uma Identidade de Resistência Redy Wilson Lima El Mahragan como espacio fronterizo: 89 Colonialidades Estéticas, Emancipación Cultural y Clasificación Social en El Cairo José Sánchez García Imaginários Anticoloniais e Pós-coloniais 119 o Cinema de Libertação na Guiné-Bissau Catarina Laranjeiro A Arte Performativa do Passinho Foda: 2008-2018 145 Tatiana Bacal Emílio Domingos Trajetórias Musicais: das Sonoridades de Rua aos 177 Circuitos Transculturais de Lisboa Ricardo Bento Prosopografias Clubbers em São Paulo e 215 Londres: Moda, Estilo, Estética e Cenas Musicais Contemporâneas Paula Guerra Henrique Grimaldi Figueredo Luta pela Terra, Performance e Protagonismo 253 Infantil no I Encontro Nacional das Crianças Sem Terrinha (Brasília – 2018) Luciana Hartmann Jonielson Ribeiro de Sousa Ana Carolina de Sousa Castro Artigos Turismo Penitenciário e Arranjos Institucionais de 289 Mercado Thamires Luz Chikadze Marcia da Silva Mazon Casamento por Troca de Status de Professoras do 323 Ensino Médio e Fundamental de Nobres-MT Fernanda Ferreira Pinho André Luís Ribeiro Lacerda O Controle das Plataformas Digitais: Nomear a 349 Economia, Gerenciar o Trabalho e (Des)Regular os Direitos Karen Artur Ana Claudia Moreira Cardoso Delimitando Espaços e Definindo Papéis: 391 “Estabelecidos” e Outsiders no Trabalho Bancário Reestruturado Ricardo Gonçalves de Oliveira Dossiê 8 JUVENTUDES, DECOLONIALIDADES E ESTÉTICAS INSURGENTES TOMO. N. 37 JUL./DEZ. | 2020 Introdução ao Dossiê Juventudes, Decolonialidades e Estéticas Insurgentes Otávio Raposo*1 Livia Jiménez Sedano**2 Redy Wilson Lima***3 Os diálogos culturais gerados entre África, Américas e Europa têm sido férteis na difusão de novas narrativas sonoras, corpo- rais e plásticas, globalizadas em ritmo acelerado através das migrações internacionais e de plataformas comunicacionais na era/geração digital (Feixa, 2014). Do funk carioca ao rap criou- lo, da arte performativa às linguagens audiovisuais, as interven- ções estéticas protagonizadas por jovens de áreas socialmente periféricas – seja nas margens do sistema-mundo capitalista, seja nas margens dos países imperiais – têm conquistado espaço na Internet, televisão e rádio, bem como em exposições de arte e pistas de dança de ambos os lados do Atlântico (Kabir, 2014; Aderaldo e Raposo, 2016; Marcon et al., 2018). Esses proces- sos de globalização têm seguido uma lógica contra-hegemônica, Jiménez, 2019 para o caso da kizomba). Muitas dessas inter- vençõesconstituindo estéticas, o que porThussu outro (2007) lado, denomina têm a capacidade “contrafluxos” de inserir (ver pautas incômodas ao poder público, dando visibilidade a uma política de representação que busca cidadania social e cultural entre aqueles que ocupam posições marginais e periféricas na atual ordem neoliberal (Raposo, 2016). * Professor auxiliar convidado do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) e pesqui- sador integrado do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-IUL). Este dossiê por fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P **inscreve-se Professora também e pesquisadora no projeto no ArtCitizenship Departamento (PTDC/SOC-SOC/28655/2017), de Antropologia Social e Cultural financiado da Uni- versidad Nacional de Educación a Distancia (UNED, Madrid). *** Sociólogo, doutorando em Estudos Urbanos na FCSH-UNL e no ISCTE-IUL, pesquisador e professor assistente no Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais de Cabo Verde. TOMO. N. 37 JUL./DEZ. | 2020 10 JUVENTUDES, DECOLONIALIDADES E ESTÉTICAS INSURGENTES Essas formas de expressão cultural espalhadas a nível global incorporam-se a novos contextos nos quais adquirem novos - vezes,significados se contraporem políticos e àssociais, dinâmicas promotores de segregação de sociabilidades urbana, dos al racismosternativas e edas estilos violências de vida (Marcon “contraculturais”, et al., 2018). passíveis Nesses trânsitos de, por de pessoas, saberes e experimentações também emergem es- téticas relacionadas às questões de poder, implicadas por diás- poras e memórias relacionadas ao colonialismo, produtoras de política dos jovens. Neste sentido, tornam-se também práticas dereflexões intervenção identitárias e oposição que nãoàs injustiças raras vezes e ao potenciam olhar eurocêntrico a agência hegemônico, ao representar a realidade a partir da perspectiva de como o subalternizado vê o mundo. A ênfase na produção de conhecimentos, experiências e imaginários feita desde a posição de grupos sociais situados fora dos centros produtores dos dis- cursos amplamente legitimados ao nível global pelo atual siste- ma neoliberal encontra eco no pensamento decolonial (Mignolo, 2007; Quijano, 2000), cujo quadro teórico-epistemológico os or- ganizadores e autores deste dossiê se apoiam. O objetivo deste dossiê foi problematizar, desde uma perspec- tiva interdisciplinar das Ciências Sociais, expressividades es- téticas e estilos de vida, estratégias de disseminação da arte e performances entre jovens de contextos desfavorecidos e/ou marginalizados, decorrentes das relações entre colonialidade e conjunto de pesquisadores de diferentes países (Portugal, Bra- decolonialidade de poderes e saberes. Ao lançar o desafio a um que enfocassem e problematizassem as expressividades estéti- cassil, Caboprotagonizadas Verde e Espanha) por jovens em detorno áreas de socialmente pesquisas etnográficas periféricas, quisemos amadurecer uma discussão realizada em diferentes painéis organizadas por nós em Congressos da Associação Por- tuguesa de Antropologia (2016 e 2019) e da Rede Afroeurope- ans (2019). O resultado que obtivemos foi bastante estimulante, TOMO. N. 37 JUL./DEZ. | 2020 11 Otávio Raposo; Livia Jiménez Sedano; Redy Wilson Lima pois dos artigos aceites foi possível oferecer um panóptico de perspetivas das juventudes em análise (e também das infâncias) teóricoa partir decolonialda articulação e as de estéticas diferentes de resistênciareflexões e conceitos-chave:com suas poten- cialidadesos termos “periférico”,de transformação os modos social. de criatividadeOs/as autores/as digital, aqui o marco reu- e as trajetórias de alguns dos seus participantes;
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