1 Universidade Federal Do Rio De Janeiro
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS SOCIAIS NOVAS IMAGENS, VELHOS CONCEITOS: A PRODUÇÃO DE IMAGENS DE MODA NO BRASIL E A VISIBILIDADES DOS MODELOS NEGROS ANA CAROLINA DELGADO DE OLIVEIRA 2007 1 Livros Grátis http://www.livrosgratis.com.br Milhares de livros grátis para download. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS SOCIAIS NOVAS IMAGENS, VELHOS CONCEITOS: A PRODUÇÃO DE IMAGENS DE MODA NO BRASIL E A VISIBILIDADES DOS MODELOS NEGROS ANA CAROLINA DELGADO DE OLIVEIRA Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós- graduação em Sociologia e Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Sociologia (com concentração em Antropologia). Orientadora: Mirian Goldenberg Rio de Janeiro Fevereiro / 2007 2 FICHA CATALOGRÁFICA OLIVEIRA, Ana Carolina Delgado de Novas imagens, velhos conceitos: a produção de imagens de moda no Brasil e a visibilidade dos modelos negros. / Ana Carolina Delgado de Oliveira. – Rio de Janeiro: UFRJ / PPGSA – IFCS, 2007. xi, 217f. Orientadora: Mirian Goldenberg Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro / Instituto de Filosofia e Ciências Sociais – IFCS / Programa de Pós- graduação em Sociologia e Antropologia – PPGSA, 2007. Referências Bibliográficas: f. 179-1186 1. Modelos Negros 2. Moda e Racismo 3. Corpo e Sexualidade 4. Consumo 5. Mercado Étnico. I. Goldenberg, Mirian. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Ciências Sociais, Programa de Pós-graduação em Sociologia e Antropologia. 3 Aos meus pais Sérgio Vidal de Oliveira e Mª do Socorro Delgado de Oliveira Às minhas fontes de inspiração Kevin da Silva Gomes e Tet Mendes 4 AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar a minha orientadora Mirian Goldenberg, por toda paciência e dedicação durante todos os momentos da pesquisa. Por me acompanhar desde os primeiros anos da graduação e me ajudar a lançar novos olhares sobre meus campos de ação. E principalmente, por acreditar na relevância acadêmica do meu trabalho. Aos professores Peter Fry e Yvonne Maggie pelas valiosas discussões durante as aulas de Relações Raciais e Étnicas, pelas sugestões feitas durante o processo de qualificação do projeto e por todo estímulo à concretização deste trabalho. À toda a equipe da Central Única das Favelas (CUFA), em especial ao Celso Athayde e a Nega Gizza, por tudo que me foi permitido vivenciar durante os anos em que trabalhamos juntos, principalmente na realização das diversas edições do Prêmio Hutúz. Aos jornalistas e “mestres” Iesa Rodrigues e Lula Rodrigues, por me ajudarem a entrar pela porta da frente na vivência prática das teorias efêmeras do campo da moda brasileira. Aos meus amigos queridos que se disponibilizaram a ceder seus depoimentos e me deixaram seguir seus passos durante a elaboração deste trabalho. Aos eternos companheiros e companheiras Renata Moutinho, Simone Oliveira, Michelle Andrade, Pedro 5 Lacaille, Rodrigo Felha, Flávia Chaves, Marjorie Bastos, Anderson Quak, Patrícia Lanes, Nino Brown, Carolina Figueiredo e Rafaela Maia, com a certeza de que aprendemos muito durante nossas experiências envolvendo raça, estética e hip hop. Aos meus amigos do grupo Racionais Mc´s, com imensa admiração, por tudo que aprendi, e continuo aprendendo a cada novo encontro, com vocês, sobre respeito auto-estima e indignação. A todos aqueles que fazem do rap a trilha sonora dos guetos. Aqueles e àquelas que, com todas as dores e delícias, lutam para quebrar os preconceitos no campo da moda. Aos modelos negros e negras que teimam em manter acesa a chama do “black is beautiful”. Aos meus pais, pelo apoio e carinho incondicional sempre, ao meu afilhado Kevin por iluminar a minha vida e ao Tet Mendes pelo amor, pelo apoio e pela participação efetiva na realização deste trabalho. Por fim, a todos que contribuíram, direta ou indiretamente para a realização deste trabalho, meus sinceros agradecimentos. 6 RESUMO NOVAS IMAGENS, VELHOS CONCEITOS: A PRODUÇÃO DE IMAGENS DE MODA NO BRASIL E A VISIBILIDADE DOS MODELOS NEGROS Ana Carolina Delgado de Oliveira Orientador: Mirian Goldenberg Resumo da Dissertação de Mestrado submetida ao programa de Pós-graduação em Sociologia e Antropologia, Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Sociologia (com concentração em Antropologia). Essa dissertação tem por objetivo analisar a não-presença de modelos negros na atual produção de imagens de moda no Brasil, apesar de a constituição miscigenada do povo brasileiro, fato que levaria à uma criatividade única, ser um dos principais argumentos para a divulgação e valorização da moda brasileira no exterior. Palavras-chaves: modelos negros, black style, influências da estética negra na moda, mercado étnico, moda consciente, corpo e sexualidade. Rio de Janeiro 2007 7 ABSTRACT NEW IMAGES, OLD CONCEPTS: THE FASHION IMAGES IN BRAZIL AND THE VISIBILITY OF THE BLACK MODELS Ana Carolina Delgado de Oliveira Advisor: Mirian Goldenberg The main goal of this dissertation is to discuss the invisibility of the black models in the brazilian fashion images despite the fact that the mix between black, white and indians in the origins of brazilian people, which may is used to promote brazilian fashion worldwide. Key words: black models, black style, ethnic market, ethical fashion, body and sexuality . Rio de Janeiro 2007 8 LISTA DE ANEXOS Anexo I ....................................................................... Glossário Anexo II ...................................................................Etnografia do desfile da grife Manifesto 33 1/3 Anexo III...................................................................Etnografia de um editorial para a Revista GQ Alemã Anexo IV................................................................Etnografia da temporada brasileira de moda Primavera/Verão 2006/2007 9 SUMÁRIO Introdução..................................................................... 12 Capítulo I – Metodologia....................................................... 30 Capítulo II – “Você é o que você consome”......................39 2.1 – Ser negro está na moda...............................................52 Capítulo III – “Sobre os negros: breve perfil da população negra no Brasil e nos EUA. Quem são os consumidores negros?......................................56 3.1 - Black is beautiful. Pelo menos nos Estados Unidos...............70 Capítulo IV – “Negros no consumo. A busca da auto-estima”.......81 4.1 – Cabelos. Qual é o pente que te penteia?........................99 Capítulo V – “Ser modelo”.........................................113 5.1 – Sexualidade e relações de gênero................................128 5.2 – O corpo é o valor máximo. Imagem é tudo..................134 5.2.1 – Diferenças entre os corpos femininos e masculinos........... 137 5.2.2 – Diferenças entre os corpos negros e brancos.........143 5.3 – Ser modelo negro...................................................147 Capítulo VI – “Estudo de caso. Afinal de contas, quem é o sexo frágil na moda?”..................................................152 Capítulo VII – “Considerações finais”.....................172 Bibliografia...............................................................179 10 Anexos........................................................................187 11 Introdução Negro Drama (Racionais Mc's) Negro drama. Entre o sucesso e a lama, dinheiro, problemas,inveja, luxo, fama. Negro drama. Cabelo crespo e a pele escura. A ferida a chaga, a procura da cura. Negro drama Tenta ver e não vê nada. A não ser uma estrela longe meio ofuscada. Sente o drama, o preço, a cobrança, o amor, no ódio,a insana vingança. Negro drama. Eu sei quem trama, e quem tá comigo, o drama que eu carrego pra não ser mais um preto fudido. O drama da cadeia e favela, túmulo, sangue,sirene, choros e velas Passageiro do Brasil, São Paulo. Agonia dos que sobrevivem, em meio a zorra e a covardias. Periferias,vielas e cortiços. Você deve tá pensando o que você tem a ver com isso? Desde o início, por ouro e prata, olha quem morre, então veja você quem mata. Recebe o mérito a farda que pratica o mal Me vê pobre, preso ou morto, já é cultural. Histórias, registros,escritos, Não é conto nem fabula, 12 Lenda ou mito. Não foi sempre dito que preto não tem vez? Então olha o castelo e não foi você quem fez cuzão, Eu sou irmão dos meus truta de batalha. Eu era a carne, agora sou a própria navalha. Tim..Tim.. Um brinde pra mim! Sou exemplo, de vitórias, trajetos e glórias! O dinheiro tira um homem da miséria, mas não pode arrancar de dentro dele a favela. São poucos que entram em campo pra vencer. A alma guarda o que a mente tenta esquecer. Olho pra trás e vejo a estrada que eu trilhei, mó corre. Quem teve lado a lado, e quem só fico na bota. Entre as frases, fases e varias etapas, Do quem é quem, dos Manos e das Minas fraca. Negro drama de estilo. Pra ser, e se for, tem que ser, se temer é milho. Entre o gatilho e a tempestade, sempre a provar, que sou homem e não um covarde. Que Deus me guarde,pois eu sei que ele não é neutro, Vigia os rico,mas ama os que vem do gueto. Eu visto preto, por dentro e por fora. Guerreiro, poeta entre o tempo e a memória. Ora, nessa história vejo o dólar e vários quilates. Falo pro mano que não morra, e também não mate. O Tic Tac não espera, veja o ponteiro. Essa estrada é venenosa