O Programa a Fábrica Do Som Na Difusão Da Música Jovem, 1983-1984

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O Programa a Fábrica Do Som Na Difusão Da Música Jovem, 1983-1984 RAFAEL PAIVA ALVES O SOM LIVRE NA TV CULTURA: o programa A Fábrica do Som na difusão da música jovem, 1983-1984 Assis 2017 RAFAEL PAIVA ALVES O SOM LIVRE NA TV CULTURA: o programa A Fábrica do Som na difusão da música jovem, 1983-1984 Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências e Letras de Assis – UNESP – Universidade Estadual Paulista para a obtenção do título de Mestre em História (Área de Conhecimento: História e Sociedade). Orientador: Dr. Áureo Busetto Bolsista CAPES D/S Assis 2017 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca da F.C.L. – Assis – UNESP Alves, Rafael Paiva A474s O som livre na TV Cultura: o programa A Fábrica do Som na difusão da música jovem, 1983-1984 / Rafael Paiva Alves. Assis, 2017 243 f.: il. Dissertação de Mestrado – Faculdade de Ciências e Letras de Assis – Universidade Estadual Paulista. Orientador: Dr. Áureo Busetto 1. Televisão -- Programas musicais. 2. TV Cultura de São Paulo. 3. Ditadura militar -- 1964-1985. I. Título. CDD 791.45 Rafael Paiva Alves O SOM LIVRE NA TV CULTURA: o programa A Fábrica do Som na difusão da música underground, 1983-1984 Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências e Letras - UNESP/Assis para a obtenção do título de Mestrado Acadêmico em HISTÓRIA (Área de Conhecimento: HISTÓRIA E SOCIEDADE) Data da Aprovação: 27/03/2017 COMISSÃO EXAMINADORA Presidente: Prof. Dr. Áureo Busetto - UNESP/ASSIS Membros: Prof. Dr. José Adriano Fenerick - UNESP/FRANCA Prof. Dr. Ricardo Gião Bortolotti - UNESP/ASSIS Para meus pais, minha irmã Jaque e vó Rosa, pelo amor incondicional. À minha companheira Brunna, por acreditar em mim. Para Luna, por musicar minha vida. AGRADECIMENTOS Primeiramente, ao professor Dr. Áureo Busetto, orientador desta dissertação, meu respeito por sua envergadura intelectual, e meu agradecimento pela oportunidade, ainda na graduação, de conhecer um pouco mais sobre o universo da TV e da música, bem como no trato e dedicação com a formação dos historiadores. Meu sincero reconhecimento de admiração, competência e gratidão pela paciência e dedicação com este trabalho. A todos os professores da Universidade Estadual Paulista, câmpus Assis, por me ensinarem a pensar e trabalhar na área da Educação. À banca de qualificação composta pelos professores Carlos Aberto Sampaio Barbosa e José Adriano Fenerick, que em muito enriqueceram este trabalho com suas críticas e sugestões. Ao professor Ricardo Gião Bortolotti, por fazer parte da banda de defesa juntamente com José Adriano Fenerick, que muito acrescentaram com suas considerações. À Universidade Estadual Paulista de Assis e à bolsa BAAE, que durante a graduação me ajudaram a sobreviver, e à CAPES, na pós-graduação, pelo financiamento de dois anos de desenvolvimento desta pesquisa. Aos profissionais de A Fábrica do Som: Tadeu Jungle, Pedro Vieira e Wagner Matrone que me receberam tão generosamente, dando um pouco de suas vidas em narrativas. Aos profissionais do CEDOC, da TV Cultura, da Associação Videobrasil, do SESC Memórias, do Museu de Arte Contemporânea da USP e do Acervo Edgard Leuenroth (UNICAMP), o meu obrigado pela paciência e disponibilidade. Aos meus familiares, em especial meus pais, Maria Ângela Paiva e Clóvis Alves, pelo cuidar. À minha amada irmã Jaqueline Alves pela conexão, mesmo estando longe, à minha avó Rosa e a todos da família Paiva, Malafaia, Alves e Gameiro, pelo amor e respeito. À Elaine Silva e Kaká Werá Jecupé por auxiliarem no despertar de minha conscientização para vida e por abrir o lar e o coração de vocês. À esposa e melhor amiga Brunna Silva Malafaia de Carvalho por encostar sua bicicleta no lual no bosque do campus de Assis, e a partir daí, ter tornado minha vida melhor, além da recíproca de meu amor, serei eternamente grato. À Luna Carvalho Paiva minha filha amada, por tirar o peso do mundo desigual de minhas costas e me mostrar que a mudança do mundo vem de dentro. Por me tornar feliz, simplesmente, por fazer parte de sua vida e saber que minha coleção de discos estará segura. Aos meus companheiros que compartilharam comigo vários momentos felizes na graduação e que seria impossível nomeá-los. À cena underground musical de Assis, principalmente ao Quem não tem colírio, Vamô Vovó Big Band, Shandala, Guido, Ganjalab, Vinícius Dias Zurlo, Clodô Bananeira, Boga Fire, Isso e as biscates, banda do Zap e Trio Defumados que tornam o campus um lugar bem mais sonoro. À polêmica banda caipira underground Sarau Militante, com quem tive o prazer de subir diversas vezes ao palco e que me ajudou a pensar a poesia de uma maneira especial. A Rodrigo Bottari, parceiro de composições e ao poeta Vinícius Dias Zurlo pela nova formação. Às repúblicas “Os Lunáticos”, que fui visitar por cinco dias e acabei ficando seis anos, em especial, ao Tucks, Lico, Léo Afonso e Ladislau, e finado poeta Giorge, bem como a “Maloca”, berço dos saraus psicodélicos. Àqueles que direta ou indiretamente se fizeram presentes com o apoio necessário ao fomento deste tipo de jornada, em especial, aos amigos de Araçatuba que sempre irei carregar com carinho no peito. A toda cena underground do mundo, sempre. “A Fábrica do Som não fecha, a RTC e o Conselho curador é que devem abrir fábricas de cinema, teatro, de rádio”. (José Celso Martinez Correa).1 “Roberto Marinho, João Saad, Adolfo Block, Silvio Santos e outros donos de emissoras de televisão estão rindo da atitude tomada pela direção da RTC ao tirar do ar um dos programas de maior audiência de sua programação: A Fábrica do Som”. (Marcelo Rubens Paiva) “A Fábrica do Som deu voz e vez a criatividade, encorajando a produção do novo em nossa arte, o que já é raro fora da televisão, quanto mais dentro dela”. (Augusto de Campos) “A inteligência paulista está em luto com a paralisação das maquinas de A Fábrica do Som. No epitáfio, apenas uma frase O bom é menos provável”. (Paulo Leminski) 1 Todas as frases da epígrafe foram tiradas da publicação da mídia impressa na última edição de A Fábrica do Som após o anúncio durante a semana do fim do programa. A sessão cartas da Folha de S. Paulo foi exclusivamente destinada a este assunto e no alto do jornal o título: “Fábrica do Som já”. Fonte: Folha de S. Paulo, Ilustrada, 30 de jun. de 1984, p. 39. ALVES, Rafael Paiva. O som livre na TV Cultura: o programa A Fábrica do Som na difusão da música jovem, 1983-1984. 2017. 243 f. Dissertação (Mestrado em História) – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual “Júlio de Mesquita Filho”, Assis – SP. RESUMO Essa dissertação tem por objetivo central analisar historicamente as interseções entre as indústrias fonográfica e televisiva, bem como, as possibilidades de abertura e manutenção de espaços na TV para a música mais alternativa as lógicas do mercado, tendo como eixo-central as relações sociais que tornaram possível a criação do programa musical televisivo A Fábrica do Som. Esta pesquisa buscou comprovar a hipótese de que A Fábrica do Som foi uma experiência televisiva contracultural e experimental que contribuiu para a difusão da música fora do mainstream, que só foi possível, devido ao contexto político cultural da época, bem como, por ter sido um projeto realizado entre duas instituições culturais sem interferências do mercado: a TV Cultura e o SESC. Contracultural, no sentido em deu espaço na TV Cultura às manifestações contra culturais, sejam elas através dos músicos, do público nas gravações ou mesmo da produção por levarem o produto ao ar, bem como se posicionarem, em diversas vezes, através de seu apresentador Tadeu Jungle, de maneira crítica frente à cultura dominante e aos valores de mercado nas artes e mídia predominantes do período. Experimental, na medida em que o musical iria romper com os valores de ordem estética na televisão propondo uma linguagem altamente criativa. O contexto político contribuiu ao musical uma vez que o processo de abertura trouxe esperanças democráticas às manifestações artísticas e midiáticas, e no âmbito cultural, conseguiu captar parte da produção musical alternativa e efetivar o projeto, via emissora pública com expertise nas produções musicais, sem incorrer às pressões comerciais de índices de audiência, e de formato televisivo, além do apoio da unidade do SESC Fábrica da Pompéia, que buscava legitimar-se, neste período, em São Paulo, enquanto instituição fomentadora de projetos alternativos. Nesta direção, esta pesquisa reflete sobre o campo televisivo brasileiro no início dos anos 80. Historia o gênero musical na história da televisão, quer em emissora pública, quer privada. Analisa as relações da TV Cultura tanto com o SESC Fábrica da Pompéia, com a Fundação Padre Anchieta, bem como com as gestões estaduais, enfatizando as continuidades e diferenças durante os governos escolhidos por eleição indireta segundo normas da ditadura militar, e o governo de Franco Montoro, eleito pelo voto direto em decorrência de medidas oficiais consonantes ao processo de abertura do regime militar. Aborda aspectos tanto da produção como do contexto social da recepção do musical. E por fim, objetiva analisar o material audiovisual propriamente dito do musical. Palavras chave: Televisão; programas musicais; TV Cultura de São Paulo; ditadura militar. ALVES, Rafael Paiva. The free sound in TV Cultura: the program A Fábrica do Som in the diffusion of the young music, 1983-1984. 2017. 243 f. Dissertation (History Master’s degree) – Faculdade de Ciências e Letras – Universidade Estadual “Júlio de Mesquita Filho”, Assis – SP. ABSTRACT This dissertation aims to analyze historically the intersections between the phonographic and television industries, as well as the possibilities of opening and maintaining spaces in the TV for music more alternative to the logics of the market, having as central axis the social relations that have made possible to create the television program A Fábrica do Som.
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