Universidade Federal De Pernambuco Centro De Filosofia E Ciências Humanas Programa De Pós-Graduação Em História
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA Maria do Rosário da Silva HISTÓRIAS ESCRITAS NA MADEIRA: J. Borges entre folhetos e xilogravuras na década de 1970 RECIFE 2015 Maria do Rosário da Silva HISTÓRIAS ESCRITAS NA MADEIRA: J. Borges entre folhetos e xilogravuras na década de 1970 Tese apresentada ao Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós- Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco como requisito parcial à obtenção de título de Doutora em História. Orientador: Prof. Dr. Antônio Jorge de Siqueira. RECIFE 2015 Catalogação na fonte Bibliotecária Maria do Carmo de Paiva, CRB4-1291 S586h Silva, Maria do Rosário da. Histórias escritas na madeira: J. Borges entre folhetos e xilogravuras na década de 1970 / Maria do Rosário da Silva. – Recife: O autor, 2015. 254 f. : il. ; 30 cm. Orientador: Prof. Dr. Antonio Jorge de Siqueira. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Pernambuco, CFCH. Programa de Pós Graduação em História, 2015. Inclui referências. 1. História. 2. Literatura de cordel. 3. Folhetos. 4. Xilogravura. 5. Borges, José Francisco, 1935. I. Siqueira, Antônio Jorge de (Orientador). II. Titulo. 981 CDD (22. ed.) UFPE (CFCH2015-24) Maria do Rosário da Silva HISTÓRIAS ESCRITAS NA MADEIRA: J. Borges entre folhetos e xilogravuras na década de 1970 Dissertação ou Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco como requisito parcial à obtenção de título de Doutora em História. Aprovada em: 09/02/2015 BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. Antonio Jorge de Siqueira Orientador (Universidade Federal de Pernambuco) Profa. Dra. Regina Beatriz Guimarães Neto Membro Titular interno (Universidade Federal de Pernambuco) Prof. Dr. Antonio Paulo de Morais Rezende Membro Titular interno (Universidade Federal de Pernambuco) Profa. Dra. Maria Ângela de Faria Grillo Membro Titular Externo (Universidade Federal Rural de Pernambuco) Prof. Dr. Jailson Pereira da Silva Membro Titular Externo (Universidade Federal do Ceará) A Janny poesia, prosa, música, história na vida cotidiana. A Isabel, minha mãe, a José, meu pai, pelo amor de uma vida toda, pelas letras vermelhas. A J. Borges pela disponibilidade em contar histórias. AGRADECIMENTOS Ao professor Antônio Jorge de Siqueira, a orientação, confiança e amizade. À professora Regina Beatriz Guimarães Neto, a leitura atenta em várias fases da escrita, a amizade e companhia em todos estes anos de estudo. Ao professor Antonio Torres Montenegro, a amizade e tantas conversas. Ao professor Antonio Paulo, a amizade e as trocas literárias. À professora Ângela Grillo, a leitura e acolhida. Ao professor Francisco Santiago, a amizade e a acolhida. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o apoio financeiro, fundamental para minha dedicação exclusiva aos trabalhos de pesquisa e escrita. A Sandra e Patrícia, secretárias do programa de Pós-Graduação em História da UFPE, o apoio, a disponibilidade, o cuidado e a paciência no âmbito da burocracia. A dona Isabel, o café de todos os dias. Aos amigos queridos: Airton Pereira, Ana Maria de Souza, Elson Rabelo, Erinaldo Cavalcanti, Inácio Araújo, Mário Ribeiro, Márcio Vilela, Isabel Cristina, Geovenni Cabral, Marcelo Góes, Helder Remigio, Bianca Nogueira, Patrícia Alcântara, José Brito, discentes do Programa de Pós-Graduação em História da UFPE, que, de maneira singular, dividiram comigo trocas intelectuais e poéticas. Os encontros foram tantos e a sintonia tão intensa que acabamos por ser um “bando”. Aos amigos historiadores Joana d’Arc e Pablo Porfirio, a escuta, leitura e contribuição em tantos momentos da pesquisa e escrita. Aos professores de outros tempos: Jailson Pereira, José Adilson Filho, Josué Euzebio, Alder Júlio, Ana Maria Barros, Lucineia Scremim Martins, Alexandre Aguiar, incentivadores de sonhos e pesquisas. Meu agradecimento afetuoso aos professores do Programa de Pós-Graduação em História da UFPE, que muito contribuíram para minha formação: Jorge Siqueira, Regina Beatriz, Antonio Montenegro, Antonio Paulo, Durval Muniz e Flávio Weinstein. Ao professor Carlos Newton de Souza Júnior, chefe do Departamento de Teoria da Arte e Expressão Artística do Centro de Artes e Comunicação da UFPE, a generosa partilha das cópias da coluna Almanaque Armorial publicada no Jornal da Semana. Meus sinceros agradecimentos a Borges, que se mostrou acessível, disponível, alegre, conversador; sem seus testemunhos, este trabalho não seria possível. A Janny, o amor, abraço, escuta, leituras e companheirismo dos dias todos. Aos meus pais, Isabel e José, e aos meus irmãos, Rejane e Paulo, as tantas histórias construídas e partilhadas. A Gabriel, Laura, Paula, Paloma, Pâmela e Rianne, a sonoridade da infância nos meus dias de estudo. A Nara Noblat, Ciani Sueli, Lucas Ryman, Alessandra Rios, Rosana Aires, Eliane Soares, Micheline Américo, Celma Tavares, Luciana Queiroz, Doriane Queiroz, Juliana Cunha, Cícera Nascimento, Juliane Mary, Dóris Cavalcanti, a amizade. A Maria Alves, a dedicação e paciência no trabalho de revisão do texto. Dificílimo acto é o de escrever, responsabilidade das maiores, basta pensar no extenuante trabalho que será dispor por ordem temporal os acontecimentos, primeiro este, depois aquele, ou se tal mais convém as necessidades do efeito, o sucesso de hoje posto antes do episódio de ontem, e outras não menos arriscadas acrobacias como se tivesse sido o presente como um contínuo sem princípio nem fim, mas por muito que se esforcem os autores, uma habilidade não podem cometer, pôr por escrito, no mesmo tempo, dois casos no mesmo tempo acontecidos. (José Saramago) RESUMO Esta tese tem o objetivo de investigar as condições históricas que permitiram a emergência de José Francisco Borges, J. Borges, como autor de folhetos e xilogravuras na década de 1970, período em que a chamada literatura de cordel passa a ser tomada, sistematicamente, por alguns intelectuais como objeto de dissertações e teses; mas principalmente, por ser esse o momento em que o autor Borges transita entre a escrita de folhetos, a ilustração de capas e a criação de composições xilográficas independentes. Durante vinte anos, ele percorreu feiras e mercados na condição de folheteiro, vendeu e leu inúmeras histórias. No entanto, em meados da década de 1970, a produção de Borges ultrapassou as práticas da circulação ambulante para se fixar no espaço do ateliê e transitar por galerias de arte, exposições nacionais e internacionais. A prática de pesquisa da história oral, por meio da gravação, transcrição e análise crítica de testemunhos orais, folhetos, xilogravuras, antologias e textos jornalísticos constituiu o corpus documental desta tese. Esta tese encontra-se dividida em quatro capítulos. O primeiro capítulo, A literatura de folhetos e xilogravuras na composição das narrativas históricas, procurou compreender como os folhetos transitaram do campo do uso cotidiano à condição de fontes de pesquisa no campo das ciências humanas. O segundo capítulo, Escrita da vida: articular o passado, buscou estabelecer correlações entre Borges, sua produção e sua rede de relações sociais por meio da análise de publicações de cunho biográfico e autobiográfico, como de entrevistas orais e artigos publicados na imprensa brasileira. O terceiro capítulo, O mercador de histórias, privilegiou a produção, comercialização e circulação dos folhetos publicados e ilustrados por Borges nos anos 1970. Por fim, o quarto capítulo, Histórias desenhadas, abarcou a produção xilográfica exposta em suportes diversos e independentes da função de ilustrar capa de folhetos. Em linhas gerais, a pesquisa indicou que, focados no texto, os estudos sobre folhetos raramente se detiveram sobre a visualidade das capas; que para Borges contar a própria história significava transmitir experiências, recordar o tempo vivido e garantir que sua passagem pelo mundo ficaria registrada; que a estrutura dos versos, os episódios e o número de páginas dos folhetos ligam-se ao tempo de produção, às formas de leitura e aos custos materiais; ou seja, em sua materialidade, eles exibem vestígios do mundo social compartilhado pelo autor, leitores e ouvintes; e que entre a xilogravura estampada na capa dos folhetos e a xilogravura emoldurada, encontra-se uma continuidade narrativa, possível, porque remete Borges e seus expectadores ao mundo visível e experimentado. Palavras-chave: História. Literatura de folhetos. Práticas e trajetórias. Xilogravuras. ABSTRACT This thesis had as objective to investigate the historical circumstances, which permitted the rising of José Francisco Borges, J. Borges as author of literary booklets and xylographs in the 70’s. During which the so called cordel literature, starts to be taken, systematically, by some intellectuals as object of dissertations and thesis, but mainly because that is the moment in which the author moves between the written of literary booklets and the illustration of covers and the creation of independent xylographic writings. For twenty years, he travelled through street markets and marketplaces as a pamphleteer, sold and read numberless stories. Nevertheless, in the mid-70’s the production of Borges exceeded the practices of itinerant movement to settle down in a studio and assume to transit through art galleries, national and international expositions. The research practice of oral history through recording, transcription and critical analysis of oral testimonies, literatures, xylographs, anthologies and press releases constituted