Thiago Magri Benucci O Jeito Yanomami De Pendurar Redes Versão Corrigida Dissertação Apresentada À Faculdade De Filosofia, L
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Thiago Magri Benucci O jeito yanomami de pendurar redes Versão corrigida Dissertação apresentada à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Antropologia Social. Área de concentração: Antropologia Social Orientador: Prof. Dr. Pedro de Niemeyer Cesarino São Paulo, 2020 Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. Catalogação na Publicação Serviço de Biblioteca e Documentação Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo Benucci, Thiago Magri B456j O jeito yanomami de pendurar redes / Thiago Magri Benucci ; orientador Pedro de Niemeyer Cesarino. - São Paulo, 2020. 261 f. Dissertação (Mestrado)- Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Departamento de Antropologia. Área de concentração: Antropologia Social. 1. Yanomami. 2. Arquitetura. 3. Casa. 4. Xamanismo. I. Cesarino, Pedro de Niemeyer, orient. II. Título. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE F FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS ENTREGA DO EXEMPLAR CORRIGIDO DA DISSERTAÇÃO/TESE Termo de Ciência e Concordância do (a) orientador (a) Nome do (a) aluno (a): Thiago Magri Benucci Data da defesa: 27/11/2020 Nome do Prof. (a) orientador (a): Pedro de Niemeyer Cesarino Nos termos da legislação vigente, declaro ESTAR CIENTE do conteúdo deste EXEMPLAR CORRIGIDO elaborado em atenção às sugestões dos membros da comissão Julgadora na sessão de defesa do trabalho, manifestando-me plenamente favorável ao seu encaminhamento e publicação no Portal Digital de Teses da USP. São Paulo, 7 /01/2021 ___________________________________________________ (Assinatura do (a) orientador (a) Benucci, Thiago Magri. O jeito yanomami de pendurar redes. 2020. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social – Universidade de São Paulo, São Paulo. Aprovado em: 27/11/2020 Banca Examinadora Prof. Dr.: Pedro de Niemeyer Cesarino Instituição: Universidade de São Paulo Julgamento: Prof. Dr.: Beatriz Perrone-Moisés Instituição: Universidade de São Paulo Julgamento: Prof. Dr.: Guilherme Teixeira Wisnik Instituição: Universidade de São Paulo Julgamento: Prof. Dr.: José Antonio Kelly Luciani Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina Julgamento: À Italo Magri, meu avô, que não pôde ouvir o fim dessa história. Agradecimentos Nomear as alianças afetivas que juntas teceram esse texto, para mim, é como um “ritual de coexistência” que explicita que os nossos “limites se confundem” e sempre são, na verdade, formas de “ser muitos” e de “existir com”, como a linda imagem de uma “revoada de pássaros” invocada numa pequena nota de rodapé de Cafira Zoé (2019, p. 68-69). As palavras grafadas nesta “pele de papel” (papel sikɨ) são apenas um pedacinho de todo um mundo partilhado ao qual tive a alegria de viver junto. “Nossas palavras não acabam nunca”, é o que sempre me diz Adriano Pukimapɨwëteri, liderança do xapono (“casa-aldeia”) Pukima Cachoeira. A ele e a toda sua família, minha mais sincera gratidão por receber-me, nestas últimas viagens, como aliado e, mais do que isso, como parte da família. Por todo o cuidado e o aprendizado, agradeço e muito, pois, como dizem por lá, “não foi pouco não” tudo o que vivi e aprendi ao redor do fogo, no meio do xapono, embrenhado no mato, trabalhando na roça, balançando e sonhando na rede, andando pra lá e pra cá na cidade, sentado na sala de aula e navegando rio acima e rio abaixo. A todos os Yanomamɨ do Marauiá, meus tantos amigos, cunhados e parentes de pura afinidade potencial que sempre nos recebem com alegria e uma saudável desconfiança em suas casas, onde penduramos nossas redes, deixo aqui meu mais profundo agradecimento. Saibam que cada um e cada uma de vocês seguem vibrando nas entrelinhas desse texto e também em mim, com muito carinho, no interior da minha “morada do pensamento” (puhi; Lizot, 2004, p. 334). Os caminhos que me conduziram até aqui foram abertos em 2016, quando conheci os Yanomamɨ do Rio Marauiá (Amazonas, Brasil). Desde então, fiz quatro viagens para diferentes aldeias, ficando cerca de um mês em cada uma delas, e uma outra mais curta apenas para Santa Isabel do Rio Negro, como dizem, “para resolver problema” e “para fazer projeto”. Em todas essas viagens nunca estive sozinho. Daniel Jabra, amigo do peito e duplo arquiteto-antropólogo como eu, sempre esteve junto, de modo quase indiscernível, a ponto de sermos chamados pelos Yanomamɨ de ThiagoDaniel ou DanielThiago, mesmo quando separados, andando por aí, e até no telefone. Assim, imagine o leitor que nesse texto a primeira pessoa do singular não está sozinha, mas sempre junta e composta. Eu, aqui, somos nós. E ao Daniel, só tenho a agradecer pela partilha, pela paciência, pela parceria, pelo carinho e pelo cuidado. Um agradecimento especial a Anne Ballester, quem mediou os nossos primeiros contatos com os Yanomamɨ. Foi graças a seu apoio e sua confiança inicial que esse trabalho hoje existe. À ela, agradeço também pela ajuda com algumas traduções e pelas aulas à distância, valiosas para uma introdução à língua yanomamɨ e importantes para nos manter em rede, especialmente agora com seu retorno à França e maior distância do Marauiá, onde morou por muitos anos e desenvolveu importantes projetos de formação na língua portuguesa e de formação política, apoiando fortemente a criação da Associação Kurikama Yanomami. Espero que, de diferentes maneiras, possamos dar continuidade aos trabalhos com os Yanomamɨ com a mesma potência e seriedade. Atualmente, como forma de continuar apoiando as escolas diferenciadas do Marauiá, organizamos o “Projeto Marauiá – Escola Yanomami”, que dá apenas os primeiros passos e configura-se como um grupo de apoio aos projetos e demandas próprias dos Yanomamɨ da região. Nesse projeto, estou aliado ao Daniel, a Tamara Miranda e a Thamirez Lutaif. Obrigado pela parceria. E como diz Adriano, “nossa luta é muito forte, nossa luta não vai acabar nunca” e, no que nos for possível, seguiremos “lutando junto”. Agradeço também aos muitos colaboradores e colaboradoras, de distintas gerações e experiências, da recém formada Rede Pró-Yanomami e Ye’kwana, pelos aprendizados sobre os sentidos e potências do engajamento político e indigenista em tempos difíceis. Meus sinceros agradecimentos a Pedro de Niemeyer Cesarino pela orientação sempre estimulante, atenta e cuidadosa. Agradeço também a Renato Sztutman e José Antonio Kelly Luciani pela leitura e pelos comentários valiosos na banca de qualificação. E pelo diálogo instigante e em muito iluminador estabelecido na banca de defesa, agradeço profundamente a José A. Kelly Luciani, Guilherme Wisnik e Beatriz Perrone-Moisés (além do Pedro Cesarino pela mediação), cujas falas e comentários seguem e seguirão ressoando em meu pensamento. Agradeço a Karolin Obert, pela assessoria linguística e, mais do que isso, pela companhia vital, de perto e de longe; Helder Perri Ferreira, pelo apoio linguístico especializado e fundamental; Julia Thompson, pelo cuidado com as imagens que compõem esta dissertação; e Ismar Tirelli Neto, pelo cuidado com as palavras desse texto, mas também pelas oficinas de escrita, momentos e espaços vitais de aprendizado, debate, encontro e amizade. Aos professores, funcionários e amigos da FFLCH-USP e do PPGAS, deixo aqui a minha gratidão a todos e todas que cruzaram meu caminho sempre com com muito a me ensinar, dentro e fora da universidade, em especial Pedro Cesarino, Renato Sztutman, Beatriz Perrone-Moisés, Morgane Avery, Erick Vidal, Lucas da Costa Maciel, Fabiano Azola, Brett Buckingham, Maria Carolina Fernandes, Luisa Suriani, Julia Ferezin e Paula Berbert. Um agradecimento também aos muitos amigos e amigas, alunos e alunas, colegas, professores e professoras da Escola da Cidade pela escuta sempre atenta, pelo espaço tão generoso e pelo prazer de ensinar e de aprender. Ao Guilherme Paoliello e toda a equipe do escritório, agradeço o interesse constante, os estímulos e a paciência durante meus períodos de ausência, além da oportunidade que me é sempre tão cara de voltar os pés no chão para desenhar, construir e ver os espaços tomarem forma, corpo, espessura e densidade. À Marília Gallmeister, Cafira Zoé, Camila Mota e tantxs outrxs artistas do Teat(r)o Oficina e da Universidade Antropófaga, agradeço e celebro as partilhas, as confluências e as insurreições vitais, “importantes e miúdas”, passadas e por vir. Aos amigos e amigas, Pedro Correia, Vitor Pissaia, Bruno Buccalon, Bruna Keese, Rodrigo Messina, Wellington Cançado, Renata Marquez, Isabella Beneduci, Renee Nader e João Salaviza, obrigado pelos diálogos, pelas trocas e pelos encontros que provocaram, instigaram e alegraram esse caminho. Agradeço também Ederson Lopes, pelo equilíbrio e pelas pausas para respirar, cada vez mais necessárias; Maiara Moraes, pelos sons e pelos pios que fez nascer em mim, colorindo e musicando os caminhos; e Heloiza Abdalla, por ensinar-me a escutar a minha própria fala e também o meu próprio texto. À minha família, enfim, agradeço por fazerem com que tudo isso exista. Faltam as palavras para agradecer tamanho cuidado, estímulo, respeito, paciência e amor. À todos e todas que aqui invoco e celebro, mais uma vez, obrigado pela afinidade vital. O presente trabalho foi realizado