Autorizo a Reprodução Parcial Ou Total Desta Obra, Para Fins Acadêmicos

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Autorizo a Reprodução Parcial Ou Total Desta Obra, Para Fins Acadêmicos UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS CULTURAIS ELIANE WEINFURTER DOS SANTOS A presença da atriz negra na cena teatral paulistana: quatro trajetórias São Paulo 2019 ELIANE WEINFURTER DOS SANTOS A presença da atriz negra na cena teatral paulistana: quatro trajetórias Versão corrigida Dissertação apresentada à Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestra em Filosofia pelo Programa de Pós-graduação em Estudos Culturais Versão corrigida contendo as alterações solicitadas pela comissão julgadora em 28 de junho de 2019. A versão original encontra-se em acervo reservado na Biblioteca da EACH/USP e na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP (BDTD), de acordo com a Resolução CoPGr 6018, de 13 de outubro de 2011. Área de Concentração: Estudos Culturais Orientador: Prof. Dr. Carlos Henrique Barbosa Gonçalves São Paulo 2019 Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. CATALOGAÇÃO-NA-PUBLICAÇÃO (Universidade de São Paulo. Escola de Artes, Ciências e Humanidades. Biblioteca) CRB 8 - 4936 Santos, Eliane Weinfurter dos A presença da atriz negra na cena teatral paulistana: quatro trajetórias / Eliane Weinfurter dos Santos ; orientador, Carlos Henrique Barbosa Gonçalves. – 2019 176 p.: il. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Programa de Pós- Graduação em Estudos Culturais, Escola de Artes, Ciências e Humanidades, Universidade de São Paulo, São Paulo. Versão corrigida 1. Teatro - São Paulo (SP). 2. Atrizes. 3. Negros - Aspectos sociais. I. Gonçalves, Carlos Henrique Barbosa, orient. II. Título CDD 22.ed.- 792.0981611 Nome: SANTOS, Eliane Weinfurter dos Título: A presença da atriz negra na cena teatral paulistana: quatro trajetórias Dissertação apresentada à Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestra em Filosofia do Programa de Pós-Graduação em Estudos Culturais Área de Concentração: Estudos Culturais Aprovada em: 28 / 06 / 2019 Banca Examinadora Prof. Dra. Rosemary Segurado Instituição: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Julgamento: Aprovada Assinatura: __________________ Prof. Dra. Gislene Aparecida dos Instituição: Universidade de São Paulo Santos Julgamento: Aprovada Assinatura: __________________ Prof. Dr. Rogério Monteiro de Instituição: Universidade de São Paulo Siqueira Julgamento: Aprovada Assinatura: __________________ Dedico este trabalho a todas as atrizes negras brasileiras que me precederam no ofício e eternizaram suas histórias de vida e arte no teatro e também para aquelas que, por questões adversas, tiveram que se afastar dos palcos. AGRADECIMENTOS Agradeço ao professor Luiz Fernando Soares e à querida amiga Joice Rodrigues de Lima, tanto pelo incentivo quanto por terem lido e colaborado nos primeiros manuscritos. Agradeço à Carmen Soares que leu o projeto, linha a linha, com afeto e sorrisos. Agradeço à amiga Milena Mateuzi Carmo que compartilhou das angústias, aulas, textos e alegrias desta trajetória. Agradeço a Luciana Ponce e a Erik Mureno por existirem em minha vida. Agradeço a Ildo Silva, Ivair dos Santos, Verônica Silva, Emerson Grotti, Fabiana Chiotolli de Assumpção, Carolina Nagayoshi, Bárbara Blue, Gabriela de Macedo, Iara Castro, Luiz Carlos de Melo (aKa Luiz Calvvo), Marcos Vinícius Rios Barreto, Tania Viana, Douglas Germano, Val Lima, Dandara Gomes e Vitor Silva que me ajudaram em diferentes etapas deste trabalho com sugestões, indicações de textos, livros, autoras(es) e cursos, além da troca de experiências e conversas potentes. Agradeço à minha querida mãe Maria Weinfurter e ao meu querido irmão Dalton Weinfurter dos Santos. Agradeço ao meu pai Enevaldo Pereira dos Santos que, de onde estiver está me olhando com alegria e amor. Agradeço às minhas avós Maria Eugênia e Tecla Weinfurter. Agradeço à banca examinadora e à Professora Dra. Evani Tavares Lima pela leitura, comentários e contribuições valiosas na conclusão deste trabalho. E por fim agradeço ao meu filho amado Augusto Weinfurter Pereira que me impulsiona a ser uma pessoa melhor, que torce pela minha felicidade, que acredita em mim quando muitas vezes eu mesma duvido. Axé, meu amor! Sou uma Carolina Sou uma Carolina Trabalhei desde menina Na infância lavei, passei, engraxei… Filhos dos outros embalei Sou negra escritora que virou notícias nos jornais Foi do Quarto de Despejo aos programas de TV Sou uma Carolina Escrevo desde menina Meus textos foram rasgados, amassados, pisoteados Foram tantos beliscões Pelas bandas lá de Minas Eu sou de Minas Gerais Fugi da casa da patroa Vassoura não quero ver mais A caneta é meu troféu Borda as palavras no papel É tudo o que quero dizer Sou uma Carolina Feminino e poesia A negra escritora que foi do Quarto de Despejo aos programas na TV Hoje uso salto alto Vestido decotado, meio curto e com babados Estou na sala de estar No meu sofá aveludado Porque… Sou uma Carolina Feminino e poesia Pobreza não quero mais A caneta é meu troféu Borda as palavras no papel É tudo o que quero dizer… Carolina… (PILAR, 2015) RESUMO SANTOS, Eliane Weinfurter dos. A presença da atriz negra na cena teatral paulistana: quatro trajetórias. 2019. 176 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) – Escola de Artes, Ciências e Humanidades, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019. Versão corrigida. A partir de um primeiro questionamento sobre onde estavam as atrizes negras de teatro na cidade de São Paulo, desenvolveu-se esta pesquisa que buscou observar e salientar a trajetória, a partir de entrevistas e falas em diferentes momentos de suas carreiras, das atrizes Dirce Thomaz, Cleide Queiroz, Lizette Negreiros e Roberta Nunes que trabalham, vivem nesta cidade e que têm idade acima dos 40 anos. Antes porém, de focar em suas trajetórias, foi necessário uma contextualização de como o teatro brasileiro se fundou e a partir de quais narrativas a presença negra nos palcos aconteceu durante os anos. Muitas vezes, permitidos nos palcos desde que seus rostos e mãos estivessem pintados de branco ou quando atuavam como “objeto falante” e ou como “paisagem” que compunha o cenário. Durante muito tempo também, as personagens desempenhadas por negras e negros eram as estereotipadas, como o moleque de recados, a “mulata” faceira, o Pai João, entre outras. Além dessas formas, havia o blackface que consistia em uma técnica utilizada por atores brancos para interpretar personagens negros. Ao se deparar com essa técnica, Abdias Nascimento teve a ideia de pensar um teatro negro feito por negras e negros. Dessa forma, surge o TEN Teatro Experimental do Negro que rompe com a tradição de se colocar artistas negros sempre em papéis subalternos ou figurativos. No TEN, passam a atuar como protagonistas das histórias. Desde a criação do TEN até os dias de hoje podemos observar que muito foi alcançado no sentido de mudar as perspectivas da atuação negra no teatro, mas há, por outro lado, a insistência ainda em promover a presença negra em papéis estereotipados em que atrizes interpretam empregadas domésticas e babás, e atores negros interpretam seguranças, malandros, motoristas, ladrões. Em contraponto e como exemplo de resistência a essas estereotipias, há também a potência de vida e a beleza da trajetória de artistas negras representadas neste trabalho, por estas quatro mulheres. Palavras-chave: Teatro. Mulheres. Atrizes negras. Resistência. Trajetórias. ABSTRACT SANTOS, Eliane Weinfurter dos. The presence of the black actress in the theatrical scene in São Paulo: four trajectories. 2019. 176 f. Dissertation (Master in Philosophy) - School of Arts, Sciences and Humanities, University of São Paulo, São Paulo, 2019. Corrected version. From a first questioning about where the black theater actresses were in the city of São Paulo, this research was developed that sought to observe and highlight the trajectory, from interviews and speeches at different moments of their careers, actresses Dirce Thomaz, Cleide Queiroz, Lizette Negreiros and Roberta Nunes who work, live in this city and are over 40 years old. Before, however, to focus on its trajectories, it was necessary to contextualize how the Brazilian theater was founded and from which narratives the black presence on the stage happened during the years. Often allowed on stage since their faces and hands were painted white or when they acted as a 'talking object' or as 'landscape' that made up the scenery. For a long time too, the characters played by blacks and blacks were stereotyped, such as the messenger boy, the cheeky mulatto, Father John, among others. In addition to these forms, there was the blackface that consisted of a technique used by white actors to interpret black characters. When faced with this technique, Abdias Nascimento had the idea of thinking a black theater made by blacks and blacks. In this way, the TEN Black Experimental Theater emerges that breaks with the tradition of placing black artists always in subaltern or figurative roles. In TEN, they began to act as protagonists of the stories. From the creation of the TEN to the present day we can observe that much has been achieved to change the perspectives of black acting in the theater, but there is, on the other hand, the insistence still to promote the black presence in stereotyped roles in which actresses interpret housemaids and nannies, and black actors play security guards, rogues, drivers, thieves. In counterpoint and
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