ANO VIII Nº 8 1 exemplar gratuito O G uia de teatro P

A Senhora MacBeth Releitura de clássico de Shakespeare chega ao Teatro Villa-Lobos com Marília Gabriela

Em cartaz Jornal do Teatro Eliane Giardini Guta Stresser Júlio Adrião Murilo Benício Reynaldo Gianecchini Walcyr Carrasco Imagine um espaço cênico, com todo o acervo do Teatro de Arena, onde você poderá assistir o melhor da produção artística das comunidades cariocas...... aguarde! bbastidores a s t i d o r e s Buraco da fechadura

Para os homens a maior surpresa é descobrir como as mu- “lheres falam deles na intimidade. Todo rapaz cresce admirando a mãe como exemplo feminino. E cresci ouvindo falar que mãe não tem sexo. Nem pensa nessas coisas. Só quando fui me tornando jovenzinho constatei que a mulher vai à luta. E que isso é muito bom. Fui repórter de revistas e jornais importantes, em meus tempos de jornalista. Durante meses usei toda minha experiência para bater papo, ouvir histórias, entender a forma de ver o mundo de muitas mulheres. Executivas, dondocas, garotas de programa, intelectuais. Os tipos humanos mais variados. Mulheres costu- mam bater papo em toaletes, emprestar maquiagem, falar de roupa, da vida e, é claro, de homens e sexo. No caso da peça Toalete, que acaba de estrear no Teatro dos Grandes Atores, no toalete de um hotel 5 Estrelas. Um espaço onde as personagens revelam intimidades, se conhecem, vivem situações hilariantes, mas todas elas, por mais incrível que pareça, verdadeiras. Minha maior satisfação foi ouvir a primeira leitura, com as atrizes e a diretora Cininha de Paula. Descobri que não dissera nenhum absurdo. Pelo contrário, uma atriz me encarou, surpre- sa: – “Como você sabe tantos detalhes sobre nós, mulheres?” – perguntou. Mais tarde, no processo de ensaios, todas acres- centaram muito. O resultado é um divertido painel da vida feminina hoje em dia, em um toalete onde personagens variadas revelam suas intimidades narradas através de pequenas histórias, short cuts. Cada vez que assisto à peça, eu me sinto exatamente como pretendia: de olho no buraco da fechadura! ” Walcyr Carrasco, janeiro de 2007 jornaldoteatrojornal do teatro Clássicos nacionais Pérolas mundiais Com uma montagem antológica Reeditando, pela terceira vez, a nos anos 70, a peça O Arquiteto e parceria nos palcos, Herson Capri e o Imperador da Assíria, do espanhol Edwin Luisi se unem para encenar a Fernando Arrabal, ganha uma nova comédia Um marido ideal, de Oscar versão no Centro Cultural Justiça Wilde, no Teatro Leblon. A falsidade Ferderal, com direção de Nelson nas relações também é o mote da Xavier, que está comemorando 40 peça Um inimigo do povo, do norue- anos de carreira. Um outro marco guês Henrik Ibsen, um dos maiores da mesma década, a peça Apareceu nomes da dramaturgia mundial. Sob a Margarida, de Roberto Athayde, a batuta de Marcus Vinícius Faustini, também volta aos palcos, com a atriz a CTI Cia. de Teatro toma conta do Marilia Medina no papel que coube a Espaço Cultural Sérgio Porto até o Marília Pêra na encenação original. dia 6 de fevereiro. Bruno Garcia assina a direção. No Teatro Cândido Mendes. Novos vôos Conhecida por sua dobradinha, nos Comediantes em cena palcos e na televisão com Miguel Fa- Numa mistura de teatro do ab- labella, Maria Carmem Barbosa alça surdo, besteirol, musical e stand up seu primeiro vôo solo no teatro com comedy, Alexandra Richter e Luis A mulher invisível, na qual também Salem contracenam no teatro, pela debuta como produtora. A atriz Zezeh primeira vez, na peça Salada, que Barbosa dá voz a uma mulher humil- abre os trabalhos de 2007 no Espaço de e invisível aos olhos alheios. Quem Rogério Cardoso, da Laura Alvim. também ensaia novos passos numa Contemporâneos da dupla no univer- seara desconhecida é Maria Zilda, so da comédia, Maria Clara Gueiros que mostra ao mundo sua faceta de e Aloísio de Abreu também estão autora, com o monólogo Isso era tudo com novidades: a estréia da comédia o que eu queria, interpretado por ela romântica Corações Encaixotados, sob a direção de Ítalo Rossi. No Teatro escrita por Bosco Brasil. Leblon/Sala .

Aplauso é uma publicação mensal da Sociedade Cultural Itaipava Ltda. Redação, administração, publicidade, informações sobre assinatura e correspondência: Rua Gal. Venâncio Flores, 620/101, CEP 22441-090, , RJ. Tels/fax: (21)2511-1390 e (21)2511-5344. E-mail: aplauso@ gbl.com.br. Diretora: Ivonette Albuquerque. Colaboradores: Walkyria Garotti (edição de arte); Simone Melamed (textos). Coordenadora de produção: Dani Albuquerque. Jornalista responsável: Catarina Arimatéia MTb.: 14135. Certificado de Registro de Direito Autoral nº 155.441. Impressão: Sol Gráfica. Capa: Miro / divulgação palavrapalavrapalavra de ator Júlio Adrião

Referências g a l oppido / div u lg ção e curvas

1980. Meu pai tinha razão: para ser veterinário não bastava gostar de bicho. Larguei a UFF. Mas foi lá que vi uns caras usando o teatro para falar o que pensavam. Acabei na primeira fila do Um convite irrecusável para Júlio: João Caetano. No palco, Cacá Carvalho era inaugurar a sala Tônia Carrero Macunaíma. Nunca mais fui o mesmo. 1985. A CAL e a Helena Varvaki, que me apresentou o treinamento do ator, o teatro dar certo. O resto é com quem ousa. Ousei do Barba. porque, apesar de solo, sempre estive bem 1987. Fara Sabina, na Itália, com o acompanhado. Com a estréia na Casa ‘Teatro Potlach. Seriam 8 meses. Depois de Mercado 45, em 2005, foram 6 semanas seis anos de grupo e rua, a questão era: ficar de público incerto: 15, 23, 12, 7, 1 espec- estrangeiro ou repatriar? Repatriei. tador. Fizemos todos. Na sexta semana, as 1994. Rio. Circo Voador. Dirigi o Teatro críticas. 80 pessoas na porta. Não paramos de Anônimo e a Ópera O Elixir do Amor, mais. Temporada prorrogada 2 vezes, SESC na UFRJ. Criamos a Cia do Público, que Pinheiros (São Paulo), o Projeto Teatro nas seguiu até 2002, quando fizemos oRuzante . Universidades e 14 Festivais em 2006. Em Nasceram aí os leões de circo, pequenos meio a tudo isso, a indicação e o prêmio empreendimentos: eu, Sidnei Cruz e Ales- Shell de melhor ator. sandra Vannucci. 2007. Abro mão do Circuito Sesi SP em 2004. A descoberta das Américas. O função de um convite irrecusável. Inaugurar texto do Dario Fo tem essa generosidade. a sala Tônia Carrero. Um dilema que é um Não é para ser decorado. É para ser apren- privilégio. Próximo passo? Adiante. Projeto? dido, devorado e regurgitado, junto com a Muitos. Por hora, continuar Descobrindo o historia do ator. Sua língua, sua cultura e Brasil. Parece que o espetáculo é bom. Eu seus jeitos de contar. Meio caminho para não sei. Não vi. Namoradinha fama proclamados por Andy Warhol, para A trama gira em torno das frustradas ten- os quais a mãe se dedica com devoção, tativas de Ragilda para que a filha se torne sonhando, à revelia da filha, em transformá- uma estrela, em investidas que vão ficando do Brasil la numa celebridade. cada vez mais enlouquecidas e assustado- “O texto permite uma reflexão sobre um ras. Enquanto a mãe abandona tudo para momento atual vivido pela humanidade que se dedicar a seu projeto insano, Viviane, a é a busca desenfreada e sem ética para ser filha, tenta ser uma garota normal, que quer uma celebridade. A Ragilda é uma mulher apenas brilhar no convívio com os amigos de classe média dominada pela falsa im- e o namorado, como outra jovem qualquer. pressão, que a mídia constrói, de que uma “Estamos vivendo um momento muito celebridade encontra mais rápido a tão so- crítico e pobre da humanidade, no qual a nhada baseada na superficialidade aparência suplanta o conteúdo e o talento, da fama instantânea e não na construção de a falta de respeito impera e a essência das uma vida rica de talento e conteúdo”, analisa coisas não mais importa. A melhor sugestão Susana, que divide a cena no Teatro das que eu daria para as “Ragildas” da vida é Artes com a atriz Bárbara Borges. que deixem de projetar suas frustrações nos filhos e permitam que eles tenham liberdade 15 minutos de fama de ser quem são e sonhar seus próprios A peça foi escrita por Fernando Ceylão sonhos”, conclui. há dez anos, que também responde pela direção da montagem, inspirado na relação entre uma antiga namorada e a mãe dela, que era obcecada pela idéia de ter uma Quem é ela? Desde que estrelou a novela Minha doce filha famosa. Na época, ele até sonhou namorada, na década de 70, Regina com a possibilidade de Susana interpretar o Duarte ganhou o apelido carinhoso de papel da mãe, mas não imaginava que isto “Namoradinha do Brasil”, pela doçura do vive a mãe que sonha com a fama... da filha pudesse, de fato, se concretizar um dia. A personagem. Muitas mocinhas depois, Por Simone Melamed virada do destino aconteceu quando a atriz e outros tantos papéis, a atriz continua avisou a seu produtor, Sandro Chaim, que ostentando o título e mantendo o seu matemática das relações familiares a ligação entre mãe e filha é o mote da peça queria fazer uma comédia e foi informada posto de um dos grandes ícones da é repleta de equações complexas, Namoradinha do Brasil, que marca a volta de da existência da peça. “Gostei do texto e do televisão brasileira. Não é à toa que A que há anos a humanidade tenta Susana Vieira aos palcos cariocas. E, para tema que trabalha a esdrúxula realidade do Ragilda sonha que a filha vire uma atriz desvendar, contando inclusive com o au- dar uma vestimenta mais contemporânea a ser humano atual, preocupado em buscar famosa, como . Ou a xílio luxuoso dos dramaturgos. Situada no este intrincado binômio doméstico, o pomo a fama como fórmula mágica de encontro própria Susana Vieira. os : d i v ulgaçã o t centro desta rede de conexões tão íntimas, da discórdia são os fatídicos minutos de com a felicidade”, diz a atriz. f o Fica comigo esta noite Comédia romântica marca encontro profissional inédito entre

Murilo Benício e Marisa Orth / d ivulgaçã o o ssatz : paula k o : paula t

erta vez, conversando com o diretor A peça trata de coisas muito próximas de f o Walter Lima Jr., Murilo Benício ouviu todos nós. Acho que este é o verdadeiro C uma frase que ecoa até hoje em teatro de antigamente, aquele que passava nenhuma novela, filme ou peça. Ele é um Dois mundos seus ouvidos. O cineasta dizia que um bom na praça e era de fácil entendimento para grande ator, tem aquele cinismo indispen- “A peça apresenta uma situação que não filme começa quando você sai da sala de qualquer pessoa”, comenta Benício, reedi- sável para a comédia”, diz Marisa. cabe na realidade. Ela é um sonho, uma projeção e passa a pensar e discutir sobre tando, mais uma vez, a parceria com Lima Neste primeiro encontro, a dupla dá vida a fantasia que está dento da cabeça de cada o que assistiu. Segundo o ator, a premissa Jr. no teatro. um casal de classe média em que o homem espectador. Através das falas percebemos, também vale para o teatro – e ele não tem morre, repentinamente, num momento em em vários momentos, essa brincadeira entre dúvidas de que, neste momento, tem um Roupa suja que a esposa não está em casa. Juntando o imaginário e o onírico”, observa Lima Jr., belo exemplo nas mãos: a peça Fica comigo Esta é a terceira montagem da peça, que sentimentos como perda e culpa, ela resolve mais conhecido pela sua faceta de cineasta, esta noite, de Flávio de Souza, que acaba de estreou em 1988 com Carlos Moreno e Mari- velar o marido no próprio quarto, com sérias mas que já se sente mais do que em casa chegar ao Teatro das Artes, depois de uma sa Orth, ainda uma desconhecida na época. intenções de fazer um acerto de contas neste mundo dos palcos. “Minha primeira bem-sucedida turnê pelo país. Ela volta nesta encenação interpretando a final. É aí que, sem nenhum aviso prévio, incursão no teatro foi com o Murilo, que “O texto é muito bom e, por isto, a peça mesma personagem. “Dialogamos com o o defunto se levanta da cama e começa também dirigi num longa-metragem. Nos já é um sucesso antes da gente. É rica na invisível e o público consegue ‘ver’ outros a lavar a roupa suja com a mulher, numa conhecemos há 15 anos e somos muito simplicidade e é inteligente sem pretensões. personagens. É um trabalho que exige muita conversa sobre desavenças, rancores e amigos, inclusive sou padrinho do filho dele. Estou muito satisfeito por ter encontrado um concentração e explora bem as possibilida- traições, na qual os desentendimentos vão E a Marisa é sensacional, uma atriz que vai texto que faz o público se divertir bastante e des que o teatro nos dá. É engraçado porque sendo clareados e os votos de amor acabam da tragédia à comédia sempre com muita também se emocionar, porque não é vazio. eu e o Murilo nunca nos encontramos em sendo renovados. verdade”, afirma o diretor. apostando não só na comédia como também mordomo travesti e um líder sindical dos numa proposta bem mais popular. hortifrutigranjeiros. “Minhas experiências anteriores em teatro “O Orlando é um personagem muito tinham sido muito densas. Eram textos que comum no Brasil e é um reflexo da menta- Sua excelência, adorei fazer e que me alimentavam, mas lidade corrupta do brasileiro de burlar leis, não eram de fácil comunicação. Muitas de dar jeitinho, de querer se beneficiar em vezes, percebia que a platéia aplaudia, mas detrimento do bem geral. Ele está bem repre- que não tinha entendido nada. Este texto, sentado na figura do político, mas poderia ser agora, foi uma escolha na hora certa. É en- qualquer um. A peça reflete o que acontece tretenimento, com uma carpintaria perfeita, no Brasil e a graça está aí: rir da própria brilhante. Já tinha começado neste caminho desgraça. Ela é um entretenimento, ninguém da comédia com a novela Belíssima. E no pretende discutir nada nem levantar bandeira teatro o resultado é na hora: as pessoas riem política. É para ir e rir”, diz Gianecchini. ou não. Você sabe o que funciona, é uma escola. As pessoas têm muito preconceito o candidato com comédia, mas por meio dela você pode Primeira montagem fazer críticas ferrenhas e falar brincando Escrita em 1984, a peça foi uma das sobre coisas seriíssimas”, pondera o ator, primeiras a falar abertamente sobre que contracena com mais seis pessoas, sob temas políticos, apostando no viés do Gianecchini a direção de Alexandre Reinecke. humor, num período em que o regime militar ainda estava em pleno vigor estréia Fauna completa no Brasil. Dois anos depois, ganhou o comédia que E os temas abordados, com muito humor, Prêmio Molière de melhor texto. Agora, no espetáculo são realmente bem sérios, na passadas mais de duas décadas, continua desvenda os medida em que infelizmente retratam uma inacreditavelmente atual. “Quando bastidores realidade bem próxima a nós: corrupção, escrevo coloco sempre o cidadão à escândalos políticos e muitas falcatruas. frente do autor. Isso dá contundência e – e os podres Na peça, Orlando é um candidato a um universalidade. Até hoje, infelizmente, – da política cargo público, para o qual não tem a menor não mexemos em uma vírgula do texto”, vocação, mas que faz seus olhos crescerem explica Marcos Caruso, um dos autores. Por Simone Melamed pelas benesses que a carreira política pode “O Giane tem uma inteligência cênica enorme. É um trabalho de muita coragem lhe oferecer. Como num bom vaudeville, e difícil de ser feito. Apesar de ser o u me divirto muito, parece que Caruso e Jandira Martini na década de em volta deste tema central acontecem mil protagonista, a graça maior não está estou indo brincar”. É assim, feliz 80, e que acaba de estrear na Sala Marília confusões, que refletem um cotidiano de nele. O Orlando serve como uma espécie da vida, que Reynaldo Gianecchini Pêra, do Teatro Leblon. Depois de algumas relações também corrompidas, com direito “E de escada para os outros personagens”, o r ma / di vul ga çã tem encarado a sua nova rotina profissional, investidas em espetáculos considerados a uma fauna de personagens que vão da elogia Caruso, que foi dono do mesmo ul o t que chegou com a remontagem da peça Sua mais intelectualizados e de difícil digestão, mãe solteira reivindicando os direitos do

papel na encenação original da peça. os : pa t

excelência, o candidato, escrita por Marcos o ator resolveu dar uma guinada na carreira, filho ao porta-voz bajulador, passando pelo fo cimento. Para onde vão as coisas esquecidas, Mania de Explicação os projetos que não tocamos? A peça fala, de Conheça outros verbetes do livro... forma mágica e poética, das responsabilidades de cada escolha, das possibilidades e dos 1. Lembrança é quando, mesmo sem caminhos”, explica Eliane. autorização, seu pensamento reapresenta Conto de um capítulo. Adriana Transcendência 2. Felicidade é um agora que não tem Em cena, o público pode acompanhar a pressa nenhuma. Falcão ganha história de Dolores, que se dedica integral- 3. Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que deveria mente ao trabalho e aos cuidados com a mãe adaptação querer outra coisa. doente. No campo afetivo, uma vez por ano 4. Desejo é uma boca com sede. teatral repleta ela tem um encontro marcado com o homem 5. Solidão é uma ilha com saudade de responsável pela roda gigante, que sempre de lirismo. barco. é montada no dia da padroeira da pequena No palco, 6. Muito é quando os dedos da mão não cidade onde mora. Apesar do cotidiano são suficientes. Eliane Giardini monótono, paralelamente a ele existe um 7. Raiva é quando o cachorro que mora mundo, a todo vapor, habitado por todos que Por Simone Melamed em você mostra os dentes passaram pela vida de Dolores e que caíram 8. Ainda é quando a vontade está no meio no esquecimento. É o caso de Luísa (Sílvia do caminho o s : g u ga melgar / di vu lga ção t

Buarque) e Antoine (Fernando Alves Pinto), f o respectivamente uma atriz um dia assistida por Dolores numa peça e um guia de turismo O mundo dos esquecidos da França, onde ela esteve no passado. “Este mundo dos esquecimentos é vivo e orgânico, não é um depósito de tralhas. Ele legria é um bloco de carnaval que não novo significado e muita vida são as re- se organiza e é um lugar das possibilidades, liga se não é fevereiro. Pelo menos é cordações de uma mulher, aparentemente na qual escolhas estão sendo feitas. Na peça, A assim que Adriana Falcão, poetica- adormecidas em sua memória. esses dois mundos não interagem diretamen- mente, define o verbete em seu livro Mania “Meu namoro com a Adriana é antigo, tenho te, mas têm uma comunicação não usual. A de Explicação. E é assim também que Eliane muita afinidade com a obra e o universo dela, Dolores é uma heroína romântica, que passa Giardini está se sentindo – bem antes da folia que tem uma coisa lúdica e romântica de viajar por um momento onde encontra lugar e de Momo começar – com a estréia, no Teatro no tempo. Gosto disto. E estamos vivendo forma possíveis para viver um grande amor. Laura Alvim, do espetáculo O mundo dos uma época em que a ciência está avalizando É um instante de transcendência, na qual a esquecidos, baseado num conto que Adriana o que a poesia já fazia. O boom da física pessoa se supera. E eu não saberia fazer escreveu com a filha Tatiana Maciel. Se no quântica está dando aval e reconhecimento uma coisa onde não achasse uma forma de livro a autora se aventura, delicadamente, na para um território em que a arte já navega transcendência”, revela Eliane, que, como significação de palavras quase inexplicáveis, há muito tempo. A peça é uma investigação produtora do espetáculo, convidou Flávio no conto, que virou peça, quem ganha um poética pelo universo da memória e do esque- Graff para fazer a sua estréia na direção. A senhora Macbeth Releitura original de clássico de Shakespeare chega ao Rio com Marília Gabriela Por Simone Melamed

la é daquelas pessoas que aboca- Depois de sentir o gostinho do novo ofício nham o mundo com vontade – e – em 2001, com a peça Esperando Beckett, E ainda pedem bis. Com uma sólida dirigida por Gerald Thomas – ela não parou carreira construída no jornalismo, de uns mais e volta, agora, com o espetáculo A se- tempos para cá Marília Gabriela decidiu nhora Macbeth, que acaba de encerrar uma passar para o outro lado do balcão, tes- aplaudida temporada em São Paulo. A peça tando também suas habilidades como atriz. está em cartaz no Teatro Villa-Lobos. m i r o / divul g ação foto:

>> >> Marília: a Atriz e a Cantora “Na minha opinião e no meu entendimen- protagonista, a personagem ganha contor- Ela já conta com um respeitável currículo to, é no palco que se dá a vida real. Ali se nos mais compassivos, vivendo um conflito no teatro, no cinema e na música. discute a vida e se ouve os outros. Ali se entre a paixão pelo marido e a culpa pelos Confira. pensa e se recompensa por pensar a vida. crimes que o induz a cometer. Isto me dá um imenso prazer e uma extrema “A Lady Macbeth é uma pessoa muito Teatro felicidade. Adoro mudanças e aventuras de determinada mas também frágil, quando • Esperando Beckett, dirigida por risco. Não gosto de viver mesmerizada”, o que está envolvido é sentimento, amor, Gerald Thomas, 2001 confessa Gabi, como costuma ser chamada paixão. O que a Griselda fez é precioso, • A peça sobre o bebê, com direção de pelos amigos. porque pensa com a cabeça de uma mulher Aderbal Freire-Filho, 2003 este personagem tão fantástico e humani- Deslumbrante za-o. É muito fácil se reconhecer em Lady Cinema Para a atual aventura, ela contou com Macbeth”, conta Gabi, acreditando que o • Ed Mort, de Alain Fresnot, 97 dois companheiros de peso: os diretores próprio dramaturgo veria com bons olhos • Gregório de Mattos, de Ana Carolina, 2002 Hugo Rodas e Antônio Abujamra – o último, esta nova versão de uma de suas obras • Avassaladoras, de Mara Mourão, 2002 além de ter traduzido e adaptado o texto mais famosas. “Acho que ele gostaria, • O diabo a quatro, de Alice de Andrade, da argentina Griselda Gambaro, ainda foi o porque perceberia que ali está a alma do 2004 responsável pela apresentadora ter topado personagem que ele criou, através da ca- participar da empreitada. “O Abu me pro- beça e da emoção de uma mulher.” Televisão curou no ano passado, só que eu já estava • Novela , de envolvida com a produção de um outro Aguinaldo Silva, 2004 espetáculo e disse que estava sem tempo. • Minissérie JK, de Maria Adelaide Mas ele acabou me mostrando o texto e, Amaral e Alcides Nogueira, 2006 duas horas depois, eu já estava enlouque- cida, com este texto deslumbrante, que Música qualquer atriz ficaria louca, tal a inteligência • Gravação de dois discos como cantora, e a sensibilidade dele. Me entreguei de na década de 80 corpo e alma ao projeto”, diz ela. • Gravação do CD Perdida de Amor, uma Inspirada livremente em Macbeth, a peça homenagem a Dick Farney, em 2003 faz uma releitura do clássico de William

Shakespeare a partir da visão de Lady s : divul g ação foto Macbeth. Se no original do bardo inglês, na condição de papel secundário, ela era a grande impulsionadora da ação trágica do texto – movida pela ambição pelo poder e o desejo de vingança – agora, no posto de em cartaz e m c apeças, horários, r teatros t e preços a z e m c a r t a z

A ALMA IMORAL A SENHORA MACBETH Pererê. Centro Cultural Banco do raí, 20, Centro). Fone: 3286-8620. De Adaptação do livro homônimo do ra- Numa versão livre, a peça recria o Brasil - Teatro III (Rua Primeiro de quinta a domingo, 19h. R$20,00. bino Nilton Bonder, que traz reflexões clássico MacBeth, de Shakespeare, Março, 66, Centro). Fone: 3808-2020. sobre o certo e o errado, a tradição e pela ótica de Lady Macbeth, que Quarta a domingo, 19h. R$ 10. Até COMÉDIA EM PÉ a traição. Texto: Nilton Bonder. Adap- vive um conflito entre o amor e a 28 de janeiro. Cláudio Torres Gonzaga, Fernando Ca- tação e interpretação: Clarice Niskier. ambição pelo poder. Texto: Griselda ruso, Fábio Porchat e Paulo Carvalho Supervisão: Amir Haddad. Teatro Gambaro. Direção geral, tradução e CARLOS MACHADO – O REI DA NOITE apostam no gênero stand up comedy Leblon/Sala Fernanda Montenegro adaptação: Antonio Abujamra. Com Com vinte atores em cena, o musical para falar sobre o cotidiano nosso de (Rua Conde Bernadotte, 26, Leblon). Marília Gabriela, Paula Sandroni, Ra- faz uma homenagem à vida e à obra cada dia. Teatro dos Grandes Atores Fone: 2294-0347. Terça e quarta, faela Amado. Teatro Villa-Lobos (Av. de Carlos Machado, precursor do / Sala Vermelha (Avenida das Améri- 21h. R$ 30. Princesa Isabel, 440, Copacabana). teatro musical feito no Brasil. Texto e cas, 3.555, Shopping Barra Square). Fone: 2275-6695. Quinta a sábado, direção: Paulo Afonso de Lima. Com Fone: 3325-1645. Sexta e sábado, A DESCOBERTA DAS AMÉRICAS 21h. Domingo, 20h. R$ 40. Elisabeth Gasper, Ângelo de Mattos. 23h. R$ 24. Performance, humor e canibalismo se Teatro Glória (Rua do Russel, 632, encontram neste espetáculo, que faz ARACY CORTES, A RAINHA DA PRAÇA Glória). Fone: 2555-7262. Quinta e CORAÇÕES ENCAIXOTADOS uma crítica mordaz ao processo de TIRADENTES sexta, 20h. Sábado e domingo, 19h. Questões cruciais da vida pessoal e colonização das Américas. Texto: Da- Musical faz homenagem à ousada e R$ 25. profissional de Dulce vêm à tona, no rio Fo. Direção: Alessandra Vannucci. irreverente Aracy Cortes, artista que confuso dia da sua mudança de casa. Com Júlio Adrião. Teatro Leblon/Sala marcou os anos de ouro do Teatro de CAUBY! CAUBY! Texto: Bosco Brasil. Direção: Ricardo Tônia Carrero (Rua Conde Bernadotte, Revista Brasileiro. Texto: Alexandre O musical faz homenagem a um dos Kosovski. Com Maria Clara Gueiros, 26, Leblon). Fone: 2274-3536. Quin- Guimarães. Direção: Rogério Fabiano ícones da música brasileira, recriando Aloísio de Abreu. Teatro dos Quatro ta a sábado, 21h. Domingo, 19h30. e Cláudio Lins. Com Marília Barbosa, a vida e a obra do artista. Texto: Flávio (Rua Marquês de São Vicente, 52, Sho- Quinta, R$ 35. Sexta e domingo, R$ Beth Lamas e José Mauro Brant. Te- Marinho. Direção: Diogo Vilela e Flávio pping da Gávea). Fone: 2274 9895. 40. Sábado, R$ 50. atro Vannucci (Rua Marquês de São Marinho. Com Diogo Vilela, Carlos Gre- Quinta a domingo, 20h. Quinta, sexta Vicente, 52, 3º piso, Shopping da gório, Sylvia Massari. Teatro João Cae- e domingo, R$ 40. Sábado, R$ 50. A GENTE SE AMA Gávea). Fone: 2274-7246. Quinta, tano (Praça Tiradentes, s/no., Centro). A vida a dois é dissecada em vários 17h. Sexta e sábado, 19h. Domingo, Fone: 2221-1223. Quinta a sábado, DA CHEGADA DO AMOR esquetes cômicos, que vão da dúvida 21h30. Quinta e sexta, R$ 40. Sába- 20h. Domingo, 19h. Quinta e sexta, R$ O amor é o tema desta peça, que no altar às brigas rotineiras, passando do, R$ 50. 40. Sábado e domingo, R$ 50. promove o casamento entre a arte pela relação com os sogros e a infide- literária e a arte cênica. Direção: Elisa lidade. Texto: Pierre Palmade e Muriel BESOURO CORDÃO-DE-OURO CHACRINHA Lucinda. Com Daniel Rolim e Geovana Robin. Direção: Flávio Marinho. Com Estréia do poeta da MPB no universo Musical relembra a trajetória de Abe- Pires. Teatro SESI (Av. Graça Aranha Alice Borges e Marcelo Saback. Tea- teatral, fazendo uma homenagem lardo Barbosa, o Velho Guerreiro, um 1, Centro). Fone: 2563 4163. Terça e tro Leblon/Sala Tônia Carrero (Rua musical ao maior capoeirista de todos dos maiores ícones da história da te- quarta, 19h. R$ 20. Conde Bernadotte, 26, Leblon). Fone: os tempos da Bahia. Texto, músicas e levisão brasileira. Texto e direção: Edu 2274-3536. Sexta e sábado, 23h. Do- letras: Paulo César Pinheiro. Direção: Mansur. Com Luciano Pullig, Andréia DÁ UM JEITINHO AÍ mingo, 22h. Sexta e domingo, R$ 35. João das Neves. Com Anna Paula Rossi, Pablo Áscoli. Centro Cultural A peça acompanha a história de Chi- Sábado, R$ 40. Black, Maurício Tizumba, Sérgio dos Correios (Rua Visconde de Itabo- co Brás, um cidadão que se recusa a em cartaz e m c apeças, horários, r teatros t e preços a z e m c a r t a z

praticar atos desonestos e embarcar Orth e Murilo Benício. Teatro das Jorge Takla. Com Marília Pêra. Tea- Falabella (Av. Dom Hélder Câmara, na prática do “jeitinho brasileiro” de Artes (Rua Marquês de São Vicente, tro Maison de France (Av. Presidente 5.332, Cachambi / Norte Shopping). resolver as coisas. Texto: Rogério Blat. 52, 2º. Andar, Shopping da Gávea). Antônio Carlos, 58, Centro). Fone: Fone: 2595-8245. Quinta a sábado, Direção: Ernesto Piccolo. Com 60 ato- Fone: 2540-6004. Quinta a domingo, 2544.2533. Quinta a sábado, 21h. 21h. Domingo, 20h. Quinta, sexta e res da Oficina de Interpretação da ONG 21h30. Quinta, R$ 40. Sexta e domin- Domingo, 18h.R$ 100. domingo, R$ 30. Sábado, R$ 35. Palco Social. Centro Cultural Banco go, R$ 45. Sábado, R$ 50. do Brasil - Teatro II (Rua Primeiro de MINHA MÃE É UMA PEÇA NÃO SOU FELIZ, MAS TENHO MARIDO Março, 66, Centro). Fone: 3808-2020. HEDDA GABLER Sozinha em cena, a personagem Dona As amarguras conjugais de uma Quinta a domingo, 20h. R$ 10. Considerada a última grande peça Hermínia sintetiza, com muito humor, mulher contemporânea são narradas experimental realista do dramaturgo a alma das mulheres de meia idade, com muito humor e vivacidade. Texto: DE PERTO ELA NÃO É NORMAL norueguês – e na qual a mulher as- aposentadas e sozinhas, cuja maior Viviana Gómez Thorpe. Direção: Victor Sozinha no palco, atriz vive Maria sume, pela primeira vez, o papel de preocupação é procurar o que fazer. Garcia Peralta. Com Zezé Polessa. Tea- Lúcia da Silva e as sete mulheres que sujeito. Texto: Henrik Ibsen. Direção: Texto e interpretação: Paulo Gustavo. tro Clara Nunes (Rua Marquês de S. Vi- atravessaram a sua vida. Texto e inter- Walter Lima Jr. Com Virgínia Caven- Direção: João Fonseca. Teatro Leblon cente, 52, Shopping da Gávea). Fone: pretação: Suzana Pires. Direção: Flávio dish, Charles Fricks, Ivone Hoffman. / Sala Fernanda Montenegro (Rua 2274-9696. Quinta a Sábado, 21h. Rocha. Teatro Cândido Mendes (Rua Centro Cultural Banco do Brasil - Conde Bernadotte, 26, Leblon). Fone: Domingo, 20h. Quinta, R$ 40. Sexta e Joana Angélica, 63, Ipanema). Fone: Teatro I (Rua Primeiro de Março, 66, 2294-0347. Quinta a sábado, 21h. domingo, R$ 45. Sábado, R$ 50. 2267-7295. Segunda, 21h. R$ 20. A Centro). Fone: 3808-2020. Quarta a Domingo, 20h. Quinta, R$ 35. Sexta e partir de 22 de janeiro. domingo, 19h30. R$ 10. domingo, R$ 40. Sábado, R$ 50. O MUNDO DOS ESQUECIDOS Todos que cruzaram com Dolores em FESTIVAL DO TEATRO BRASILEIRO – CENA IMPÉRIO NAMORADINHA DO BRASIL sua trajetória, mas nunca são lembra- MINEIRO NO RIO DE JANEIRO Comédia musical relembra um perío- Uma mãe obcecada em transformar a dos por ela, vão parar num universo Concessa – A falecida (Texto: Nelson do da história brasileira, de uma forma filha numa celebridade faz as maiores paralelo, em que suas histórias se Rodrigues. Direção: Carlos Gradim. que nunca foi contada nas escolas. loucuras para tentar atingir o seu obje- fundem, trazendo vida a este lugar Com a Companhia Odeon – 18 a Texto e direção: Miguel Falabella. Di- tivo. Texto e direção: Fernando Ceylão. imaginário. Texto: Adriana Falcão e 21/01) e Lusco Fusco ou Tudo Muito reção musical: Josimar Carneiro. Com Com Susana Vieira e Bárbara Borges. Tatiana Maciel. Direção: Flávio Graff. Romântico (Criação coletiva da Com- Stella Miranda, Sandro Christopher, Teatro das Artes (Rua Marquês de Com Eliane Giardini, Silvia Buarque, panhia Acômica – 25 a 28/01). Teatro Claudia Netto. Teatro Carlos Gomes São Vicente, 52, 2º. Andar, Shopping Fernando Alves Pinto. Casa de Cul- Glauce Rocha (Av. Rio Branco, 179, (Praça Tiradentes, s/no.). Fone: 2232- da Gávea). Fone: 2540-6004. Sexta tura Laura Alvim (Av. Vieira Souto, Centro). Fone: 2220-0259. Quinta a 8701. Quinta e sexta, 19h. Sábado, a domingo, 19h30. Sexta e domingo, 176, Ipanema). Fone: 2267-1647. domingo, 19h. R$ 10. 20h. Domingo, 18h. R$ 25. R$ 45. Sábado, R$ 50. Quinta a sábado, 21h30. Domingo, 20h. Quinta e sexta, R$ 30. Sábado FICA COMIGO ESTA NOITE MADEMOISELLE CHANEL NÓS NA FITA e domingo, R$ 40. O espetáculo transita entre o absurdo Marília Pêra personifica a estilista que Esquetes bem-humorados em cima e o fantástico para contar a história dá nome ao espetáculo, fazendo um de pequenas situações cotidianas. OS DOIS CAVALHEIROS DE VERONA de um casal e o acerto de contas final balanço da vida daquela que revolu- Texto: Marcius Melhem. Direção: Ale- O clássico de Shakespeare é levado entre eles. Texto: Flávio de Souza. cionou a moda do século 20. Texto: xandre Régis. Com Marcius Melhem para um universo jovem, aproximan- Direção: Walter Lima Jr. Com Marisa Maria Adelaide Amaral. Direção: e Leandro Hassum. Teatro Miguel do-se de uma linguagem popular e em cartaz e m c apeças, horários, r teatros t e preços a z e m c a r t a z

musical, bem brasileira. Texto: William Dois de Dezembro, 63, Flamengo). Fone: 2274-3536. Quinta a sábado, Teatro dos Grandes Atores (Avenida Shakespeare. Direção: Guti Fraga. Fone: 3131-1227. Sexta a domingo, 21h. Domingo, 20h. Sexta e domingo, das Américas, 3.555, Shopping Barra Com o grupo Nós do Morro. Teatro 19h30. R$ 10. R$ 40. Sábado, R$ 50. Square). Fone: 3325-1645. Quinta a Maria Clara Machado (Rua Padre sábado, 21h. Domingo, 20h. Quinta Leonel Franca, 240, Gávea). Fone: RI MELHOR QUEM RIR BEMVINDO SURTO e sexta, R$ 35. Sábado e domingo, 2274-7722. Sexta e sábado, 21h. O ator se desdobra em mais de 60 Esquetes cômicos que retratam a lou- R$ 40. Domingo, 20h. personagens, em situações que cura do cotidiano. Texto, concepção refletem, com muito humor, o coti- e atuação: Flávia Guedes, Rodrigo TUDO NO TIMING OS HOMENS SÃO DE MARTE ... E É PRA LÁ diano pós-moderno. Texto, direção Fagundes, Thaís Lopes, Wendell Cinco hilárias peças em uma só, com QUE EU VOU e interpretação: Bemvindo Sequeira. Bendelack (Os Surtados) e Renato direito a uma paródia ao teatro moder- Fernanda, jornalista solteira, relata Teatro Clara Nunes (Rua Marquês de Bavier. Direção: Cláudio Handrey e Os no e ao clássico primeiro encontro de seus conflitos na busca de um grande S. Vicente, 52, Shopping da Gávea). Surtados. Teatro dos Grandes Atores um casal. Texto: David Ives. Direção: amor. Texto e atuação: Mônica Mar- Fone: 2274-9696. Sexta e sábado, (Avenida das Américas, 3.555, Shop- João Fonseca e Terry O´Reilly. Com telli. Direção: Victor Garcia Peralta. 23h. Domingo, 22h. R$ 30. ping Barra Square). Fone: 3325-1645. a Cia. Fodidos Privilegiados. Teatro Teatro Vannucci (Rua Marquês de Quinta a sábado, 21h. Domingo, 20h. Leblon / Sala Marília Pêra (Rua Conde São Vicente, 52, 3º piso, Shopping RITA FORMIGA Quinta e sexta, R$ 35. Sábado e do- Bernadotte, 26, Leblon). Fone: 2274- da Gávea). Fone: 2274-7246. Quar- Sem telefone, atriz vive pendurada no mingo, R$ 40. 3536. Terça e quarta, 21h. R$ 30. ta, 21h30. Quinta a sábado, 21h30. aparelho de seu vizinho, em ligações Domingo, 20h. Quarta, R$ 40. Quinta intermináveis, que dão uma bela ba- TEMPO.DEPOIS UMA NOITE EM BRANCO e sexta, R$ 45. Sábado e domingo, gunçada na rotina do escritor. Texto: Dois desconhecidos conversam sobre O rapto de uma celebridade pelo seu R$ 50. Domingos de Oliveira e Maria Gladys. questões da contemporaneidade, sósia é o mote desta comédia, no es- Direção: Domingos Oliveira. Com numa sala de espera de um consultório tilo stand up comedy. Texto: Maurício PAREM DE FALAR MAL DA ROTINA Guta Stresser e Cláudio Tizo. Teatro psicanalítico. Texto: Rodrigo Nogueira. Branco e Yoya Wursch. Direção: Mau- Espetáculo interativo que leva a uma Leblon / Sala Fernanda Montenegro Direção: Alessandra Colasanti. Com rício Coutinho. Com Maurício Branco. divertida reflexão sobre o cotidiano e (Rua Conde Bernadotte, 26, Leblon). Fernanda Félix e Rodrigo Nogueira. Teatro Cândido Mendes (Rua Joana a rotina. Roteiro, direção e atuação: Fone: 2274-3536. Sexta e sábado, Espaço SESC / Sala Multiuso (Rua Angélica, 63, Ipanema). Fone: 2267- Elisa Lucinda. Teatro SESI (Av. Graça 22h30. Domingo, 21h30. Sexta a Domingos Ferreira, 160, Copacaba- 7295. Sexta e sábado, 23h. R$ 25. Aranha 1, Centro). Fone: 2563 4163. domingo, R$ 40. na). Fone: 2547-0156. Sexta e sába- Sexta a domingo, 19h. R$ 20. do, 20h. Domingo, 19h. R$ 6. VIRGÍNIAS SUA EXCELÊNCIA, O CANDIDATO Durante uma palestra, a escritora Vir- QUARTETT Comédia desvenda os bastidores cor- TOALETE gínia Woolf se fragmenta em diferentes Adaptação da famosa obra de Choder- ruptos da política nacional, expondo Num banheiro feminino de um hotel flashes de sua vida e obra. Texto e los de Laclos, As ligações perigosas. uma outra face do poder. Texto: Jan- de luxo passam diversos personagens, direção: Andréa Azevedo. Com An- Em cena, dois amantes participam dira Martini e Marcos Caruso. Direção: que o público acompanha como se neli Olljum e Andréa Azevedo. Teatro de um jogo de poder e sedução. Alexandre Reinecke. Com Reynaldo olhasse pelo buraco da fechadura. Villa-Lobos / Sala Arnaldo Niskier Texto: Heiner Müller. Direção: Victor Gianecchihi, Norival Rizzo, Tânia Cas- Texto: Walcyr Carrasco. Direção: Ci- (Av. Princesa Isabel, 440, Copacaba- Garcia Peralta. Com Beth Goulart tello. Teatro Leblon/Sala Marília Pêra ninha de Paula. Com Márcia Cabrita, na). Fone: 2275-6695. Sexta e sába- e Guilherme Leme. Oi Futuro (Rua (Rua Conde Bernadotte, 26, Leblon). Kiko Mascarenhas, Catarina Abdala. do, 21h. Domingo, 20h. R$ 20. depois do teatro depoisdoteatroA peça termina, as cortinas se fecham, mas o programa continua Cláudia E. Codorna com molho de Quiche de abóbora jabuticaba com alho poró Após assistir Sua Excelência, o Vá, depois de assistir Rita For- candidato, no Teatro Leblon, que miga, no Teatro Leblon, fazer uma tal se deliciar no restaurante OLYM- refeição despretensiosa mas com PE, do chef Claude Troisgros? muita qualidade no Ateliê Culiná- Pode começar por um foie gras rio, também no Leblon. inesquecível, acompanhado com Os pastéis de forno artesanais peras em compota – o que faz um feitos com creme de leite fresco casamento e tanto... e recheios fartos, assim como as Prove, ainda como entrada, o quiches, são maravilhosos. Expe- ravióli recheado com batata baroa. rimente a quiche de abóbora com Delicioso. Imperdível também é alho poró ou a de peito de peru a famosa codorna recheada com com ervas... Sempre tem suco do molho de jabuticaba e o cherne, dia, sanduíches maravilhosos e sa- que está sempre maravilhoso. A ladas fresquinhas e variadas. Vale carta de vinhos é excelente, com a pena e você ainda pode seguir um bom custo/benefício. sua dieta... isso se conseguir re- Olympe: Rua Cus- sistir aos doces: o brownie quente tódio Serrão, 62, com sorvete é de comer rezando. Jardim Botânico, Ateliê Culinário: Rua Dias Ferreira, fone: 2539-4542 45, Leblon, fone: 2239-2825 Expresso com broa de milho Agora uma dica diferente: um café da manhã de sábado ou domingo, depois de ter ido ao teatro na noite anterior assistir, por exemplo, O arqui- teto e o imperador da Assíria, com o excelente ator Nelson Xavier. Local: Café Severino, na livraria Argumento. Peça o café light, com café, chá ou chocolate, fruta, suco, pão light, queijo minas e cottage, peito de peru, mel e iogurte com granola. Mas antes de ir embora, não se esqueça do expresso com a famosa broinha de milho quente... Não se arrependerá, eu garanto. Café Severino: Rua Dias Ferreira, 417, Leblon, fone: 2259-9398 fotos: divulg a ção fotos: não perca n ã o pO espectador e assistiu, r gostou e indica c a Tudo no timing “Assisti a primeira versão de Tudo no timing e gostei muito. Acho que é um dos melhores espetáculos dos F... Privilegiados, uma das principais companhias do país. A peça é muito engraçada e, ao mesmo tempo, inteligente. É um trabalho interessante e imperdível, o s: T V Gl b /di v ul g açã

t como tudo o que eles fazem.” f o Eriberto Leão, ator Minha mãe é uma peça “Eu já fui ver três vezes Minha mãe é uma peça: quando gosto, fico repetindo. O texto e o ator, Paulo Gustavo, são ótimos. Ele está perfeito, a peça é redondinha. O Paulo faz exatamente a minha mãe misturada com a minha avó! Eu me identifiquei muito.” Daniele Suzuki, atriz Quartett “Indico Quartett pela atuação fantástica do Guilherme Leme e da Beth Goulart, assim como pela direção do Victor Garcia Peralta, que é muito precisa. É difícil levar ao palco o universo do Heiner Müller - e ele chega de uma forma muito bonita para nós.” Jandir Ferrari, ator

Surto “O Surto é uma comédia que não é vendida, sem conteúdo. Indico, também, pela qualidade dos atores, que são maravilhosos. Eles estavam escondidos, mas foram sendo descobertos e conquistando o espaço deles.” Roberta Rodrigues, atriz radeira saída de cena, o Velho Guerreiro volta taque para a perseguição da censura e a luta como personagem e o grande homenageado pela audiência a qualquer custo. do musical Chacrinha, que acaba de estrear no Centro Cultural dos Correios. Antena ligada “O Chacrinha falava que nada se cria, “O Chacrinha gostava de ser chamado de tudo se copia. Mas, na verdade, é ele quem louco. Para isso, ele tinha que chocar e agra- é muito copiado até hoje. Todos os apresen- dar ao mesmo tempo. Ou era com o seu jeito tadores que vieram depois copiam aquele original e genial ou exercendo sua loucura,

c ri n ha estilo irreverente, com as meninas dançando com as atrações que trazia ao programa. no palco. Isso sem falar na parte musical, Queria ser o mais popular possível e, para porque ele lançou muita gente. Todo mundo isto, vivia antenado. Ele dizia que, num dia que se apresentava no programa dele virava normal, ia pra rua e passava pela padaria sucesso, inclusive o Roberto Carlos, que e pelos prédios para ver o que os porteiros primeiro se apresentou como um cantor estavam ouvindo. E aí ia incorporando ao Cha mascarado e depois acabou sendo coroado programa. Ele foi o precursor do ibope e da como o ´Rei da Juventude´ ”, comenta Edu interatividade no ar. Sabia quando o ritmo Mansur, autor e diretor da peça, relembrando do programa caía e sabia o que fazer para que costumava passar as tardes de sábado levantar o auditório”, ressalta Mansur. assistindo ao Cassino do Chacrinha, na Para balançar a pança, buzinar a moça e companhia da avó polonesa. “Ela adorava. comandar a massa, à frente de um elenco Nunca tinha visto aquilo na vida, mas achava de dez atores, músicos e dançarinas, o o máximo. A peça é dedicada a ela”. diretor escalou o ator Luciano Pullig, que

foto: di v ul g ação foto: E tudo o que a avó do diretor nunca tinha tem mais de 15 espetáculos no currículo, visto na vida, mas achava o máximo, está re- como Grande Othelo, Aracy de Almeida e presentado no espetáculo, como as fantasias A vida como ela era. “Tivemos o cuidado de de Chacrinha e seus bordões impagáveis, não cair na pura imitação. O Chacrinha era passando pelas chacretes, os números um vulcão de emoções e isso está presente musicais, os jurados e os calouros que se no espetáculo”, diz Luciano, que interpreta Musical revisita o mundo exótico e anárquico apresentam ao vivo, na companhia de uma Abelardo Barbosa em várias fases da vida e do Velho Guerreiro banda. A reconsti- ainda faz a narração Por Simone Melamed tuição de momentos Bordões inesquecíveis da peça, interligando o início de sua carreira como locutor idos anos 40 demandava um certo glamour. domésticos, como a * Vai para o trono ou não vai? as diferentes cenas, de rádio, no Rio de Janeiro, Abelar- Mas, como ele mesmo costumava dizer, ele relação com a esposa * Eu vim pra confundir, não pra explicar. como se o próprio N do Barbosa levou muita buzinada veio para confundir, não para explicar. Tanto Florinda, e passa- * Quem não se comunica, se trumbica Chacrinha emitisse na cara e colecionou inúmeros abacaxis, é que não só deu a volta por cima, como do gens memoráveis de * Terezinha, uuuuhhhhhhh!! opiniões sobre o que sempre ouvindo que sua voz era terrível e topo nunca mais saiu, consagrando-se até sua vida profissional * Roda, roda, roda e avisa: um minuto de está acontecendo. com um sotaque nordestino absolutamente hoje como o maior comunicador do Brasil. também não foram comercial Será que ele vai para * Vocês querem bacalhau?!! inadequado para aquela profissão, que nos Depois de quase dez anos desde a sua der- esquecidos, com des- o trono ou não vai? de 60, numa Ipanema boêmia e efervescente – chega aos palcos do Teatro do Leblon, com Maria Gladys Ao lado da atriz Helena Ignez, Maria o espetáculo Rita Formiga, que traz Guta Gladys é considerada uma das musas Stresser no papel principal. do Cinema Marginal, braço vanguardista “Quando o Domingos me chamou para Rita Formiga do cinema brasileiro que surgiu no final fazer a leitura do texto, gostei de cara. Foi dos anos 60 e tem em Júlio Bressane amor à primeira leitura! Ele e a Maria Gladys e Rogério Sganzerla seus grandes escreveram o texto juntos, inspirado na representantes. Com mais de 30 filmes relação de amizade deles, e este foi um dos no currículo, ela começou a carreira no pontos que eu me identifiquei, porque a ami- teatro, com Gianni Ratto e Kleber Santos, zade é um assunto bom de se falar. Também e seu primeiro papel mais marcante foi me identifiquei com a Rita, e muita gente vai na peça O Mambembe, no Teatro dos se identificar. Apesar da época ser diferente, Sete. Na televisão, sua atuação mais os anseios, as dúvidas e os questionamentos recente foi na novela , da dela são os mesmos das jovens mulheres de Rede Globo, na qual interpretava Naíde, a hoje”, diz Guta. “Criei a minha Rita Formiga melhor amiga da personagem de Arlete em homenagem à Maria Gladys, mas não Salles. “A Guta é a versão moderna da é uma tentativa de ser ela. Usei e abusei Maria Gladys: sensível, direta e intensa”, da liberdade poética, tirando de dentro de decreta Domingos Oliveira, que costuma mim a minha própria Rita”, observa a atriz, comparar as duas com a atriz Giulietta que divide o palco com Cláudio Tizo, sob a Masina, a primeira-dama do cineasta direção do co-autor. Federico Fellini. : lenise p inheiro / di vu lga çã o fotos

Elos antigos enfiada numa máquina de escrever, com “O Domingos pediu para eu não me óculos fundo de garrafa, fumando muito inspirar nele, mas na composição de um cigarro e bebericando doses de uísque”, A amizade entre Domingos de Oliveira e a atriz escritor dos anos 60: uma figura que ficava relembra Tizo, que já havia contracenado Maria Gladys, nos anos 60, transforma-se em com Guta quando ambos faziam parte da companhia Os F.... Privilegiados. Que, coin- fábula no Teatro do Leblon cidentemente, estará em temporada com a peça Tudo no timing, na sala ao lado de Rita a antiga fábula de La Fontaine, gem – enquanto o próprio, na companhia Formiga. “Minha relação com o grupo ainda enquanto a formiga trabalhava, a ci- de muitos cigarros, contabiliza frustradas existe e eu sinto saudades. Além do Cláudio, N garra não queria saber de outra coisa tentativas para se concentrar no trabalho. que é meu parceiro e um ator que adoro, o a não ser cantar. Já numa outra história, Mais com cara de fábula do que propriamen- cenário da peça é do Nello Marrese, que é mais contemporânea e à brasileira, o lance te de história real, as lembranças da hilária da companhia, e a luz é da Dani Sanchez, mesmo da formiga é ficar horas pendurada convivência entre a atriz Maria Gladys e o que começou ali. Tudo que tenho hoje veio ao telefone – do vizinho, diga-se de passa- diretor Domingos Oliveira – vivida na década através de Os F.... ”, avalia Guta. ccena e n aberta a a b e r t a e o c ed oc - F un art v e r : Al air G o mes/ ac f oto José Wilker e Rubens Corrêa em “O arquiteto e o imperador da Assíria”, Teatro Ipanema, 1970 Colecione os últimos 8 anos de teatro

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