POVOS INDÍGENAS: Prevenção De Genocídio E De Outras Atrocidades
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POVOS INDÍGENAS: prevenção de genocídio e de outras atrocidades POVOS INDÍGENAS: prevenção de genocídio e de outras atrocidades MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL Procurador-Geral da República Antônio Augusto Brandão de Aras Vice-Procurador-Geral da República Humberto Jacques de Medeiros Vice-Procurador-Geral Eleitoral Paulo Gonet Ouvidor-Geral Brasilino Pereira dos Santos Corregedora-Geral do Ministério Público Federal Elizeta Maria de Paiva Ramos Secretária-Geral Eliana Peres Torelly de Carvalho Ministério Público Federal 6ª Câmara de Coordenação e Revisão POVOS INDÍGENAS: prevenção de genocídio e de outras atrocidades Brasília/DF MPF 2021 © 2021 – Ministério Público Federal Todos os direitos reservados ao autor Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) B823p Brasil. Ministério Público Federal. Câmara de Coordenação e Revisão, 6. Povos indígenas : prevenção de genocídio e de outras atrocidades. – Brasília : MPF, 2021. 386 p. Disponível em: <www.mpf.mp.br>. ISBN 978-65-992597-5-3 1. Índios – proteção – Brasil. 2. Direitos do indígena – violação. 3. Crime contra o índio. 4. Genocídio. 5. Cultura indígena – proteção. 6. Línguas indígenas. 7. Terras indígenas . 8. Posse da terra. 9. Saúde indígena. 10. Covid-19. 11. Justiça de transição. I. Título. CDD 305.8 Elaborado por Juliana de Araújo Freitas Leão – CRB 1/2596 COORDENAÇÃO E ORGANIZAÇÃO 6ª Câmara de Coordenação e Revisão Eliana Péres Torelly de Carvalho Julio José Araujo Junior Márcia Brandão Zollinger Edmundo Antonio Dias Netto Grupo de Trabalho Prevenção de Atrocidades contra Povos Indígenas: Julio José Araujo Junior Edmundo Antonio Dias Netto Marco Antonio Delfino de Almeida Paula Bajer Fernandes Martins da Costa Marlon Alberto Weichert Felipe Augusto de Barros Carvalho Pinto Almir Teubl Sanches Thaís Santi Cardoso da Silva NORMALIZAÇÃO BIBLIOGRÁFICA Coordenadoria de Biblioteca e Pesquisa (Cobip) PLANEJAMENTO VISUAL E DIAGRAMAÇÃO Bianca Prado / Secom REVISÃO Ana Paula Rodrigues de Azevedo / Secom Fernanda Souza / Secom PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA SAF Sul, Quadra 4, Conjunto C CEP 70050-900 – Brasília, DF Tel.: (61) 3105-5100 www.mpf.mp.br Sumário Apresentação Parte I – A Justiça de Transição não concluída 1 Justiça de transição e povos indígenas: um assunto ainda não concluído ............. 10 Rebeca Campos Ferreira, Alexandre Ismail Miguel 2 O passado que persiste: o fracasso da justiça de transição na prevenção de atrocidades contra os povos indígenas ...............................................................39 Fernanda Frizzo Bragato, Bruno Boti Bernardi, Marco Antonio Delfino de Almeida 3 Justiça de transição e a violação de direitos humanos indígenas na dita- dura militar brasileira ................................................................................................63 Josicleyce Pinheiro Belo, Eliane Cristina Pinto Moreira 4 Violação de direitos do povo Xavante em razão da remoção forçada do grupo indígena, ocupante do território indígena Marãiwatsédé, em 1966, por agentes do governo militar brasileiro ................................................................98 Jacira Monteiro de Assis Bulhões Parte II – Genocídio indígena: passado, presente e futuro 5 Proteção cultural e idiomática indígena: mecanismos para barrar o etnocídio ... 136 Felipe Nicolau Pimentel Alamino, Maria Olívia Ferreira Silveira 6 Aspectos relacionais sobre o genocídio dos povos nativos – um olhar preventivo para o futuro ..........................................................................................153 Flávio de Leão Bastos Pereira, Talitha Camargo da Fonseca 7 Genocídio e população indígena: uma análise do contexto brasileiro sob o aporte da necropolítica ......................................................................................... 181 Jaqueline Galdino da Silva 8 Reflexões sobre a cultura indígena no Brasil e o fenômeno do genocídio cultural ....................................................................................................................204 Laura Dill, Paula Ongaratto Trentin 9 Genocídio cultural ou etnocídio: uma violação de direito não superada no Brasil ...........222 Diógenes V. Hassan Ribeiro, Rodrigo de Medeiros Silva 10 A responsabilização do Brasil perante a Corte Interamericana pela degra- dação da Amazônia: mineração e grilagem em terras indígenas .......................... 245 Gilvan de Barros Pinangé Neto 11 A inversão do ônus da prova em casos de megaprojetos econômicos em terra indígena .......................................................................................................... 275 Laura Fernanda Melo Nascimento, Daniel Reis e Silva, Igo Zany Nunes Correa Parte III – Pandemia e protagonismo indígena 12 O mal necessário da judicialização da política: o caso dos indígenas sob a pandemia ..............................................................................................................302 André Augusto Salvador Bezerra 13 Povos indígenas em tempos pandêmicos: diálogos entre o Supremo Tribunal Federal e o Sistema Interamericano de Direitos Humanos ..................... 314 André Luiz Pereira Spinieli 14 CIDH: O direito e a dignidade dos povos indígenas ..............................................334 Janicleide Marques Lima, Sergio Ricardo Ribeiro Lima 15 Interculturalidade em construção: o protagonismo indígena na interpre- tação constitucional............................................................................................... 360 Julio José Araujo Junior Apresentação A presente obra foi desenvolvida para atender aos objetivos do Grupo de Trabalho Prevenção de Atrocidades contra Povos Indígenas da 6ª Câmara de Coordenação do Ministério Público Federal. O referido grupo sucedeu o GT Po- vos Indígenas e Regime Militar, com vistas a ampliar o seu escopo. Além de discutir e identificar, ao longo da história, os padrões de violência, genocídios e atrocidades que se repetem ao longo da trajetória dos povos indígenas no Brasil, o objetivo do novo GT consiste em buscar formas de prevenir atrocidades mas- sivas e estabelecer garantias de não repetição de violações. Diante de um cenário de omissão na demarcação de territórios e na con- solidação de políticas públicas, a pandemia favorece o incremento de fatores de risco de genocídio e de outras atrocidades, seja por conta da invasão de territórios e disseminação da doença, seja em razão da sujeição de grupos a vulnerabilidades, sem respaldo estatal para suas demandas. Espera-se que a publicação contribua para o avanço desse debate e para que a prevenção de genocídios e de outras atrocidades seja mais um aspecto prioritário na agenda dos direitos dos povos indígenas, de forma a guiar a respon- sabilização do Estado brasileiro e garantir a efetividade do projeto constitucional. Julio José Araujo Junior Eliana Péres Torelly de Carvalho VOLTAR AO SUMÁRIO MPF – 6ª CCR | Povos Indígenas: prevenção de genocídio e de outras atrocidades 9 PARTE I – A JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO NÃO CONCLUÍDA VOLTAR AO SUMÁRIO 10 Justiça de transição e povos indígenas: um assunto ainda não concluído Justiça de transição e povos indígenas: um assunto ainda não concluído Rebeca Campos Ferreira1 Alexandre Ismail Miguel2 Resumo: Com base em casos empíricos vivenciados por comunidades indíge- nas de Rondônia, incluindo relatos de sobreviventes e de seus descendentes colhidos na atuação do Ministério Público Federal, identifica-se que o Estado brasileiro carece de atitudes que possam minimamente garantir o acesso dos povos indígenas aos mecanismos de justiça transicional. Em 2014, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) indicou inúmeras violações aos direitos humanos dos povos indígenas perpetradas ou incentivadas pelo Estado no período da ditadura militar, sobretudo no eixo vetorial da desterritorialização. Ainda hoje, o Estado brasileiro desrespeita, por ações e omissões, os direitos dos povos originários, tal como apontados pela Relatoria da ONU sobre Direitos de Povos Indígenas. Isso indica a persistência de práticas e discursos utilizados do regime ditatorial na atual condução de políticas indigenistas e a necessidade de que se- jam implementadas as recomendações da CNV no que diz respeito à efetividade da justiça de transição para os povos originários. Palavras-chave: justiça; transição; relatório; Figueiredo; verdade; índios; indí- genas; Rondônia. Abstract: Based on empirical cases experienced by indigenous communities in Rondônia, including reports of survivors and their descendants collected by the Federal Public Ministry, it is identified that the Brazilian State lacks attitudes that can minimally guarantee the access of indigenous peoples to mechanisms of transitional justice. In 2014, the National Truth Commission (CNV) indicated numerous violations of the human rights of indigenous peoples perpetrated or encouraged by the State during the military dictatorship, especially in the axis of deterritorialization. Even today, Brazilian State disrespects, through actions and omissions, the rights of indigenous peoples, as pointed out by the UN Rappor- 1 Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Mestre e doutoranda em Antropo- logia pela Universidade de São Paulo. Perita em Antropologia do Ministério Público Federal. 2 Bacharel em Direito pela Universidade de São Paulo. Especialista em Direito (pós-graduação lato sensu) pela Escola Superior do Ministério Público da União. Procurador da República do Ministério Público Federal. VOLTAR AO SUMÁRIO MPF – 6ª CCR | Povos Indígenas: prevenção de genocídio e de outras atrocidades 11 teurship on the Rights