Iracema José De Alencar

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Iracema José De Alencar edições câmara Iracema José de Alencar 3ª edição Prefácio de Diana Navas Câmara dos Deputados Academia Brasileira de Letras 56ª Legislatura | 2019-2023 Diretoria Presidente Presidente Rodrigo Maia Marco Lucchesi 1º Vice-Presidente Secretário-Geral Marcos Pereira Merval Pereira 2º Vice-Presidente Primeira-Secretária Luciano Bivar Ana Maria Machado 1ª Secretária Segundo-Secretário Soraya Santos Edmar Bacha 2º Secretário Tesoureiro Mário Heringer José Murilo de Carvalho 3º Secretário Fábio Faria 4º Secretário André Fufuca Suplentes de secretários 1º Suplente Rafael Motta 2ª Suplente Geovania de Sá 3º Suplente Isnaldo Bulhões Jr. 4º Suplente Assis Carvalho Secretário-Geral da Mesa Leonardo Augusto de Andrade Barbosa Diretor-Geral Sergio Sampaio Contreiras de Almeida Câmara dos Deputados Série Prazer de Ler Iracema José de Alencar Prefácio de Diana Navas 3ª edição edições câmara Câmara dos Deputados Diretoria Legislativa: Afrísio de Souza Vieira Lima Filho Centro de Documentação e Informação: André Freire da Silva Coordenação Edições Câmara dos Deputados: Ana Lígia Mendes Editor: Wellington Brandão Projeto gráfico: Giselle Sousa e Thiago de Lima Gualberto Ilustrações: Fabrizia Posada, Giselle Sousa, Diego Moscardini e Thiago Gualberto Diagramação: Fabrizia Posada 2013, 1ª edição; 2017, 2ª edição; 2018, 2ª ed. 1ª reimpressão; 2019, 3ª edição. SÉRIE Prazer de Ler n. 8 papel Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP) Coordenação de Biblioteca. Seção de Catalogação. Débora Machado de Toledo – CRB: 1303 Alencar, José de, 1829-1877. Iracema [recurso eletrônico] / José de Alencar. – 3. ed. – Brasília : Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2019. – (Série prazer de ler ; n. 8 e-book) 107 p. – (Série prazer de ler ; n. 8 papel) Versão e-book. Modo de acesso: livraria.camara.leg.br Disponível, também, em formato impresso. ISBN 978-85-402-0799-8 1. Literatura, Brasil. I. Título. II. Série. CDU 869.0(81) ISBN 978-85-402-0798-1 (papel) | ISBN 978-85-402-0799-8 (e-book) Direitos reservados e protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/2/1998. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização da Edições Câmara. Venda exclusiva pela Edições Câmara. Câmara dos Deputados Centro de Documentação e Informação – Cedi Coordenação Edições Câmara – Coedi Palácio do Congresso Nacional – Anexo 2 – Térreo Praça dos Três Poderes – Brasília (DF) – CEP 70160-900 Telefone: (61) 3216-5833 livraria.camara.leg.br Apresentação O clássico é inevitável, algo que não podemos conhecer apenas de ou- vir falar. Mesmo quando não nos identificamos com ele, a experiência de conhecê-lo é válida e serve como referencial até mesmo para o posiciona- mento contrário. Quando se trata de livros, nada pode esgotar ou substituir os clássicos. Eles são indispensáveis para a construção da identidade nacional: por meio de- les é possível conhecer a herança cultural e a alma coletiva de uma sociedade. Segundo Monteiro Lobato, “um país se faz com homens e livros”. Podemos extrapolar e dizer que os sonhos de uma nação se tecem em sua literatura. A cada nova leitura dessas obras, os sentidos ali registrados se renovam, iluminando o passado, contrastando-se com o presente e enrique- cendo as aspirações para o futuro. Assim, mais que a história, a literatura é o testemunho palpitante de um povo. É por esta razão que a Série Prazer de Ler traz os grandes clássicos dis- poníveis em domínio público. Nela, são contemplados os principais títulos dos maiores autores brasileiros. A Edições Câmara busca, dessa forma, con- tribuir com o desenvolvimento da cultura nacional, compartilhando o nosso patrimônio literário com uma roupagem moderna para leitores de todas as faixas etárias. Os títulos da Série Prazer de Ler estão disponíveis na Livraria da Câmara (livraria.camara.leg.br), onde é possível comprar a obra impressa ou fazer download gratuito do seu formato digital. Além disso, essas publicações po- dem ser baixadas nas lojas dos aplicativos Google Play Livros, iBooks e Kobo. Boa leitura! Edições Câmara JOSÉ DE ALENCAR • 5 • José de Alencar: o desbravador da literatura brasileira Nascido em 1829, em Messejana, Ceará, José Martiniano de Alencar constitui- -se em um dos grandes nomes do romance brasileiro. Filho de um ex-padre, presidente da província do Ceará e senador do Império, Alencar mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro aos 9 anos de idade. Aos 15, quando se matricula nos cursos preparatórios para a Faculdade de Direito de São Paulo, toma contato com o recém-publicado romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, obra que muito o influenciaria na decisão de tornar-se romancista. Apesar de ter iniciado o curso de direito na Faculdade de Direito de São Paulo, o jovem Alencar transfere-se em 1848 para a Faculdade de Direito de Olinda, em Pernambuco, onde, na velha biblioteca do Mosteiro de São Bento, encontra a literatura de Gabriel Soares de Sousa e Pero Magalhães Gandavo, antigos cronistas coloniais. O contato com tais textos, que trans- mitiam as primeiras impressões dos europeus ao encontrarem a natureza e o índio brasileiro, serviria para a temática que, posteriormente, José de Alencar viria a desenvolver em sua própria literatura. A formação em direito ocorreu em São Paulo, para onde retornou em razão de ter contraído tuberculose. Em 1850, muda-se para o Rio de Janeiro e lá começa a advogar. Sua inserção no universo da literatura – paixão que não fora esquecida – ocorre no mesmo período em que inicia sua carreira no direito. Se, em 1854, escreve pequenos textos, nos quais comentava assun- tos variados do cotidiano do Rio de Janeiro e do país para o jornal Correio Mercantil – e que podem ser considerados precursores da crônica moderna –, é no ano seguinte que se torna conhecido em todo o país pelos textos de sua autoria publicados enquanto editor-chefe do jornal Diário do Rio de Janeiro. Sua carreira de romancista inicia-se com a publicação do romance Cinco minutos, em folhetim, obra recebida com simpatia pelos leitores, e à qual se seguiriam outras como A viuvinha e O guarani. Além de dedicar-se à publicação de romances, José de Alencar, entre 1857 e 1870, elegeu-se várias vezes deputado, tornando-se, entre 1868 e 1870, ministro da Justiça. Em 1870, ressentido por ter sido preterido para uma vaga de senador, abandonou a política e iniciou um período de recolhimento, JOSÉ DE ALENCAR • 7 • o qual foi muito profícuo para sua produção novelística. Seu falecimento ocorre em 1877, quando já era então reconhecido como o maior escritor brasileiro, inclusive por Machado de Assis, que era seu amigo e admirador. Alencar está inserido em um importante período da história brasileira. A vinda da família real para o Brasil, em 1808, havia promovido grandes trans- formações no país. A inauguração da Biblioteca Nacional e outras mudanças artísticas e culturais possibilitaram o desenvolvimento do ensino, atenden- do à nova configuração urbana nacional. Em 1822, com a Independência do Brasil, assistiu-se à criação de nossa primeira tipografia, o que permitiu, ainda que lentamente, a formação de um público leitor e a abertura de ca- minhos para a escrita de uma literatura brasileira. O sentimento nacionalista que cresceu entre os intelectuais após a Independência fez surgir a necessidade de construção de uma literatura que retratasse as origens históricas da nação e do povo brasileiros e, nessa tare- fa, José de Alencar desempenhou importante papel. O autor inclui-se no que, nos estudos literários, denominamos estética ro- mântica. O Romantismo, que teve início no Brasil em 1836, apresenta-se como movimento literário constituído por três gerações, as quais desenvolveram te- mas e características bastante distintos. A primeira geração, denominada india- nista, caracteriza-se, de forma geral, pelo forte sentimento de nacionalismo, pelo ufanismo, pela exaltação da natureza e valorização do índio como herói nacional. A segunda, conhecida como “mal do século”, tem como principais tra- ços o culto à evasão, à solidão, à morte e a um profundo pessimismo. A terceira geração, intitulada condoreira, caracteriza-se pela valorização da liberdade, por uma literatura engajada, marcada fortemente pela reivindicação. A produção de Alencar faz parte da primeira geração romântica, consti- tuindo-se O guarani (1857) e Iracema (1865) duas das mais representativas obras do indianismo brasileiro, não se limitando o autor, entretanto, a criar apenas romances dentro dessa temática. Considerado o fundador do romance nacional, destacam-se, em sua pro- dução, obras como Lucíola (1862), Diva (1864), Ubirajara (1874), Senhora (1875), dentre outras que constituem obras-primas de nossa literatura. A obra de Alencar compõe-se de romances indianistas, romances urbanos, romances regionais, romances históricos, obras teatrais, poesias, crônicas, ensaios, escritos políticos e estudos filológicos. • 8 • IRACEMA No que se refere aos seus romances indianistas, Alencar investirá na afirmação da identidade nacional e, para isso, valorizará nossos traços au- tóctones. O índio – homem da terra brasileira em estado puro – ocupará na obra de José de Alencar o papel de herói, tornando-se símbolo de nossa raça, do bom selvagem brasileiro. Nesses romances, o cenário é a natureza de nosso país, cuja representação é repleta de poeticidade e serve como pano de fundo para um enredo que gira em torno do amor e da aventura. Na linha dos romances urbanos, Alencar dedicou-se a traçar um painel da vida do Rio de Janeiro da época, sede da monarquia brasileira, desvelando algu- mas críticas sociais. Em obras como Cinco minutos, Lucíola, A pata da gazela e outras, o autor tece enredos que, de forma geral, abordam aventuras amorosas e traçam os perfis das personagens femininas que os protagonizam. Ainda que, efetivamente, nessas obras, Alencar não tematize as grandes mazelas da socie- dade brasileira, limitando-se a questões mais superficiais, propiciou um avanço importante ao gênero romance: a observação psicológica das personagens. No tocante às críticas sociais que tece, abriu ainda caminhos para o surgimento de uma obra como a de Machado de Assis.
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    OBRA ANALISADA O Sertanejo GÊNERO Prosa - romance AUTOR José de Alencar DADOS BIOGRÁFICOS Nome completo: José Martiniano de Alencar Nascimento: 1.º de maio de 1829, Mecejana, Ceará Morte: 12 de dezembro de 1877, no Rio de Janeiro. BIBLIOGRAFIA Alencar foi jornalista, político, orador, romancista, crítico, cronista, polemista e teatrólogo brasileiro. Podemos classificar seus romances em 3 grandes grupos: I - Romances urbanos: Cinco minutos (1857); A viuvinha (1860); Lucíola (1862); Diva (1864); A pata da gazela (1870); Sonhos d’ouro (1872); Senhora (1875); Encarnação (1893, póstumo). II - Romances históricos e/ou indianistas: O Guarani (1857); Iracema (1865); As minas de prata (1865); Alfarrábios (1873); Ubirajara (1874); Guerra dos mascates (1873). III - Romances regionalistas: O gaúcho (1870); O tronco do ipê (1871); Til (1872); O sertanejo (1875). Além de romancista, Alencar foi teatrólogo, merecendo destaque as comédias Verso e reverso, O demônio familiar, As asas de um anjo, Noite de João além dos dramas Mãe e O jesuíta. Como poeta, deixa-nos o poema indianista Os filhos de Tupã. RESENHA É a obra-prima e de síntese do sertão romântico e tranqüilo, onde a paz e a felicidade se dão as mãos para que tanto o senhor como o servo se sintam felizes. Nesta obra, o sertão se revelou em todo o seu esplendor paradisíaco. A fazenda Oitícia tornou-se o símbolo do lugar edênico dos trópicos onde, no quadro tradicionalista da família do capitão-mor, seus agregados e servos, florescem os amores de D. Flor e Arnaldo. Tudo ali é formosura, pureza de intenções, susto e rubores de gente ingênua e simples.
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