GUERRA DOS MASCATES José De Alencar

Total Page:16

File Type:pdf, Size:1020Kb

GUERRA DOS MASCATES José De Alencar BBiibblliiootteeccaa VViirrttuuaallbbooookkss GGUUEERRRRAA DDOOSS MMAASSCCAATTEESS JJOOSSÉÉ DDEE AALLEENNCCAARR 1 Edição especial para distribuição gratuita pela Internet, através da Virtualbooks. A VirtualBooks gostaria de receber suas críticas e sugestões sobre suas edições. Sua opinião é muito importante para o aprimoramento de nossas edições: [email protected] Estamos à espera do seu e-mail. Sobre os Direitos Autorais: Fazemos o possível para certificarmo-nos de que os materiais presentes no acervo são de domínio público (70 anos após a morte do autor) ou de autoria do titular. Caso contrário, só publicamos material após a obtenção de autorização dos proprietários dos direitos autorais. Se alguém suspeitar que algum material do acervo não obedeça a uma destas duas condições, pedimos: por favor, avise-nos pelo e-mail: [email protected] para que possamos providenciar a regularização ou a retirada imediata do material do site. www.virtualbooks.com.br/ Copyright© 2000/2003 Virtualbooks Virtual Books Online M&M Editores Ltda. Rua Benedito Valadares, 429 – centro 35660-000 Pará de Minas - MG Todos os direitos reservados. All rights reserved. GUERRA DOS MASCATES José de Alencar 2 GGUUEERRRRAA DDOOSS MMAASSCCAATTEESS ADVERTÊNCIA INDISPENSÁVEL CONTRA ENREDEIROS E MALDIZENTES Alinhavou-se esta crônica sobre uma papelada velha, descoberta de modo bem estúrdio. Ia proceder-se à eleição primária em uma paróquia dos subúrbios do Recife. Desde a véspera que o rábula político do lugar tinha arranjado a cousa a bico de pena e conforme a senha; mas era preciso dar representação e mostra oficial da farsa para embaçar uns escrúpulos ridículos do presidente calouro. Para esse fim um grupo de governistas, com o competente destacamento policial, acampou na Matriz, onde a oposição, que tivera o cuidado de meter-se nas encóspias, não apareceu. Na ocasião de começar a encamisada, deu-se por falta da urna de que ninguém se lembrara. Felizmente lá desencavaram no fundo do armário da sacristia um cofre ou arca de jacarandá, que devia ter servido, no tempo de El-Rei Nosso Senhor, para guardar os pelouros da vereança. Havia dentro da tal arca três antigualhas, dignas de uma memória do Instituto Histórico. Eram: uma cabeleira de rabicho que naturalmente pertenceu ao último juiz do povo; uma liga de belbute com atacadores de prata em forma de corações, adereço casquilho de alguma Egéria dos tempos coloniais; e finalmente um grosso rolo de escrita enleado com um cadarço de Lamego. Sem o menor respeito atiraram essas preciosas relíquias a um canto, onde as descobriu dois dias depois o sacristão da freguesia. Era este o Sr. Beltrão, que ao mister de enxota-cães da matriz acumulava o ofício de meirinho do subdelegado, combinação esta que dava boa suma das habilidades do nosso homem. Sentia ele também suas cócegas pela política, e desde certo tempo andava chocando de longe, como jacaré, o lugar de inspetor de quarteirão. Até já lhe 3 passara uma vez pela cachola a idéia de trocar a opa vermelha por uma farda azul de alferes da Guarda Nacional; e saindo-lhe a cousa certa, por que não havia de entrar na lista de eleitores, e pilhar a subdelegacia? Cometera o governo de então o erro gravíssimo de não prestar a consideração devida ao merecimento de um homem dessa marca e a seus relevantes serviços, como fósforo que era e da melhor fábrica. Justamente ofendido em seus brios, o Sr. Beltrão decidiu virar a jaqueta, pois ainda não se tinha metido em casaca; e desandou em oposicionista de quatro costados. Achando os objetos no canto, o gírio do sacrista contemplou-os um instante com um sorriso manhoso e deitou-se a passo de rafeiro para a casa do escrivão, que era ali o tombo e conselho do partido. Nesse mesmo dia partiu para a cidade um próprio, levando pesado embrulho e uma carta com endereço ao redator do órgão oposicionista. O tarelo escritor andava a tinir com o malogro de sua candidatura. Ainda garraio em política, tivera a ingenuidade de tomar ao sério a eleição e concebera a louca esperança de furar a chapa do governo, empresa mais difícil do que a de brocar o Pão de Açúcar. Foi receber a carta e pular o tarouco do publicista à mesa, onde cortadas as tiras de papel almaço, desandou um artigo em estilo de bomba, no qual trovejava deveras contra o despotismo que oprimia o país. No outro dia apareceu o presidente com cara de demissão, o que logo se conheceu pelas cerdas revoltas do bigodinho, que o excelentíssimo esmerava-se em trazer sempre com um torcido dos mais elegantes. Pudera não! Logo na cama tomara, à guisa de mingau ou chocolate, a siribanda da folha oposicionista num artigo furibundo, sob a epígrafe - Ubinam gentium sumus!... Era o tal sobre a eleição. Depois de uns rasgos eloqüentes acerca da depravação do sistema representativo, e da corrupção que lastra como uma lepra oficial (isso é lá do publicista pernambucano), descrevia o retumbante artigo os atentados inauditos praticados pelo partido dominante para tomar de assalto as urnas. Esse partido então dominante, confesso que não indaguei qual seria, mas cada um porá o que for mais de seu gosto; assim ficaremos todos contentes, e não haverá motivo de zanga entre conservadores e liberais. Aí vai a amostra do tal artigo: Chegou a ponto a ousadia, a impudência, dessa horda de vândalos que não respeitaram as cousas mais sagradas, a santidade do templo, as cãs de uma velhice honrada e a virtude do sexo frágil! - O honrado capitão-mor, o Sr. A***, esse benemérito ancião, acatado em todos os tempos como um tipo de sisudez e probidade, foi vitima dos insultos e apupadas dos energúmenos, que depois de 4 tentarem contra sua existência, tiveram a protérvia incrível de calcar aos pés a sua cabeleira, esse venerando símbolo da velhice gloriosa do grande patriota. Não escapou à sanha dos bandidos a ilustre Sr.a D. B***, essa ínclita matrona pernambucana, digna dos melhores tempos de Roma por sua virtude e austeridade. Talhada no molde de D. Maria de Sousa, a heroína brasileira, é adorada como uma providência daqueles lugares por sua caridade inexaurível. Estando na missa, foi ultrajada sem respeito à santidade do lugar e ao recato do sexo. E por quê... Pelo crime imperdoável de ser mãe de um nosso amigo, o Sr. C***, oposicionista importante. Para se avaliar quanto sofreu a ilustre matrona, bastará saber-se que no meio do tumulto caiu-lhe uma liga de preço, e esse penhor da castidade veio a servir - horresco!... de joguete à canalha. No dia seguinte o corpo da igreja onde se fez a eleição, apresentava aspecto igual ao teatro de uma bacanal. Rolavam pelo chão, de envolta com aqueles objetos respeitáveis, maços de cédulas arrancados à urna violada, e sobejos da opípara ceia com que banquetearam a seus janízaros. E o governo, depois de se debochar nessa orgia, ousará ainda com o maior cinismo falar em liberdade de voto e pureza de eleição! Infeliz país, governado por lacaios a quem servem outros lacaios, e outros, desde a antecâmara até a cocheira. Um esquisitão que havia em Pernambuco, republicano de 1817, convertido em comendador, ao ler aquele trecho saiu-se com estaque não era escrito de pena, mas de chuço. Tinha uma nota o artigo, e assim concebida: Ficam em nosso poder, onde podem ser examinados, os objetos a que nos referimos, verdadeiro corpo de delito da saturnal representada pelos esbirros do governo. Muitas pessoas foram ao escritório da folha ver a cabeleira, a liga e o maço a que aludia o artigo. Entanto era a toda pressa chamado a palácio o chefe do partido. A conferência esteve tempestuosa. O presidente engrilou-se, declarando que estava disposto a fazer tudo, mas guardadas as aparências. O chefe bateu-lhe o pé; deu-lhe três gritos, e acabou por dizer-lhe que não faltavam presidentes para Pernambuco. Da secretaria ouviu-se a altercação; e horas depois assoalhou-se que as duas potências estavam desavindas. Por este tempo o capitão-mor e a matrona, sabendo do artigo, quiseram protestar. O primeiro assegurava que sua cabeleira de rabicho há muitos anos fora roída pelos ratos, e lamentava esse desastre. A segunda, furiosa contra o escritor e disposta a não aturar desaforos, jurava que tivera sempre sua perna bem grossa e carnuda 5 para segurar a meia sem necessidade de ligas. Ambos declaravam que não tinham saído de casa no dia da eleição. Interpuseram-se, porém, os oráculos da oposição, e usaram de todos os meios de influência para obstar à declaração. Exigiam as conveniências do partido não se tirasse a força moral de um artigo, que produzira grande efeito e dera azo ao rompimento do chefe governista com o presidente. O subdelegado da freguesia, cabo da eleição, desmentiu em oficio e por cartas as acusações do jornal oposicionista; mas ninguém, nem os seus próprios amigos acreditaram nas asseverações do homem, que sabiam capaz de maiores façanhas, useiro e vezeiro nelas. Não obstante, a imprensa do governo desfez-se em elogios à imparcialidade e moderação do prestante cidadão a quem estava confiada a autoridade do lugar. Um mês depois, cá na corte, o ministro da Justiça voltava do despacho azoado com uma sabatina que sofrera a respeito da eleição da tal paróquia, cuja existência ele ignorava, pois era homem do Sul. O oficial de gabinete ouviu no meio de um solilóquio trágico estas palavras inauditas: - Não se pode ser ministro assim!... Tirando então da pasta um caderno de papel com o título de extrato dos jornais, o pimpolho do estadista procurou um lugar marcado à margem com uma cruz sinistra riscada a lápis. Era nada menos do que o trecho elo quentíssimo do publicista pernambucano.
Recommended publications
  • Alencar E Seu Projeto Literário De Construção Nacional
    Alencar e seu projeto literário de construção nacional EDUARDO DIATAHY B. DE MENEZES Resumo Partindo da ideia de que o Brasil não dispõe de um poema épico, um romance nacional ou uma obra literária aceita como grande referência para a construção da nacionalidade, este ensaio enfatiza a deliberada missão intelectual que José de Alencar se atribuiu, de realizar o projeto literário da nação brasileira. Palavras-chave: Literatura Brasileira; José de Alencar; Construção da Nacionalidade. Alencar and his literary project of nation building Abstract Starting from the idea that Brazil does not have an epic poem, a national novel or a literary piece accepted as a great reference for the construction of nationality, this essay emphasizes the deliberate intellectual mission that José de Alencar attributed to himself EDUARDO DIATAHY B. DE MENEZES to realize the literary project of the Professor Emérito da Brazilian nation. Universidade Federal do Keywords: Brazilian Literature; Ceará (UFC), membro do José de Alencar; Construction of Instituto do Ceará (Histórico, Nationality. Geográfico e Antropológico), da Academia Cearense de Letras e da Academia Cearense de Ciências. 176 | TENSÕES MUNDIAIS ALENCAR E SEU PROJETO LITERÁRIO DE CONSTRUÇÃO NACIONAL Não consta que alguém já vivesse nesta abençoada terra do produto de obras literárias. E nosso atraso provém disso mesmo, e não daquilo que se vai desacreditando de antemão. Quando as letras forem entre nós uma profissão, ta- lentos que hoje apenas aí buscam passatempo ao espí- rito, convergirão para tão nobre esfera suas poderosas faculdades. É nesse tempo que hão de aparecer os verdadeiros intui- tos literários; e não hoje em dia, quando o espírito, recla- mado pelas preocupações da vida positiva, mal pode, em horas minguadas, babujar na literatura.
    [Show full text]
  • JOSÉ DE ALENCAR a Viuvinha
    JOSÉ DE ALENCAR A viuvinha PROJETO DE LEITURA Douglas Tufano Maria José Nóbrega Literatura é aprendizado de humanidade DOUGLAS TUFANO A literatura não é matéria escolar, é ma- a reflexão sobre aspectos importantes do com- téria de vida. portamento humano e da vida em sociedade, e ainda permite o diálogo com outras áreas A boa literatura problematiza o mundo, do conhecimento. tornando-o opaco e incitando à reflexão. É um desafio à sensibilidade e inteligência do O professor é o intermediário entre o tex- leitor, que assim se enriquece a cada leitura. to e o aluno. Mas, como leitor maduro e ex- A literatura não tem a pretensão de oferecer periente, cabe e ele a tarefa delicada de in- modelos de comportamento nem receitas de tervir e esconder-se ao mesmo tempo, per- felicidade; ao contrário, provoca o leitor, esti- mitindo que o aluno e o texto dialoguem o mula-o a tomar posição diante de certas ques- mais livremente possível. tões vitais. A literatura propicia a percepção Porém, por circular na sala de aula jun- de diferentes aspectos da realidade. Ela dá to com os textos escolares, muitas vezes o forma a experiências e situações que, muitas texto literário acaba por sofrer um trata- vezes, são desconcertantes para o jovem lei- mento didático, que desconsidera a própria tor, ao ajudá-lo a situar-se no mundo e a re- natureza da literatura. O texto literário não fletir sobre seu próprio comportamento. é um texto didático. Ele não tem uma res- Mas essa característica estimuladora da li- posta, não tem um significado que possa teratura pode ser anulada se, ao entrar na ser considerado correto.
    [Show full text]
  • Book Club | José De Alencar | O Guarany |21 July, 6.30-9 Pm
    BOOK CLUB | JOSÉ DE ALENCAR | O GUARANY |21TH JULY, 6.30-9 PM · JOSÉ DE ALENCAR (1829-1877) O Guarany (Romance brasileiro) (1857) translated into English as The Guarany (1893) This summer escape to the idyllic Serra dos Orgãos* in the Atlantic Forest, evoking Shakespeare’s cavern in Macbeth or Byron’s dream, Dryden’s or Rousseau’s noble savage … in Rio de Janeiro some fifty years after its foundation! * one of the 71 fabulous national parks in Brazil & one of the oldest, created in 1939. 1820s Serra dos Orgãos by Johann M. Rugendas (1802-1858) | Serra dos Órgãos seen from Teresópolis, 1885 by Johann Georg Grimm (1846–1887) from Enciclopedia Itaú Cultural/public domain The most Brazilian soul, José de Alencar, conjured a delightful scenario for a four-part thriller including a lost treasure hoard, a lord of a manor, a super villain, tender love and vicious lust, a very Brazilian flood myth and much more! And what does the condottiere Loredano or Ângelo di Luca, a former Carmelite friar, perhaps an infamous spy, get up to in this gripping tale? Teenagers are said to have had many a crush on the main character(s)! A successful multi-media precursor before multi-media was even invented: opera, films, cartoons, TV series, games and more! A reminder for the Brazilian Bilingual Book Club members, who read Mário de Andrade’s Macunaíma(1928), last year: (i) M. de Andrade dedicated his novel to the ‘Pai de Mutum’ - José de Alencar & (ii) notice similarities in the magical fantastic ending of both novels.
    [Show full text]
  • No Vislumbre De Iracema E À Luz De Gênesis 2-3, a Sacralidade Da Vida
    i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO MAGNA REGINA DANTAS No vislumbre de Iracema e à luz de Gênesis 2-3, a sacralidade da vida. Diálogo entre mitos fundantes. MESTRADO EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO SÃO PAULO 2013 ii MAGNA REGINA DANTAS No vislumbre de Iracema e à luz de Gênesis 2-3, a sacralidade da vida. Diálogo entre mitos fundantes. MESTRADO EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de MESTRE em Ciências da Religião – Religião e Campo Simbólico - sob a orientação do Prof. Dr. Afonso Maria Ligorio Soares. iii BANCA EXAMINADORA ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ iv DEDICATÓRIA: Para David, em cujo olhar marulham serenos e verdes mares. v No bosque cercado de juremas, Experimento o verde licor E voejo ao lugar nunca visto, Onde o céu borda-se de estrelas E a airumã1 sinaliza a dança, Conforme a poesia do luar. Onde a humanidade tão-somente ama E, porque ama, jamais envelhece, Pois lá não existe dor. Iracema! Na areia prateada, cingindo o líquido amniótico Que fecunda a Mãe Terra, Onde a lua beija o mar, E o sol exuberante pinta de vermelho o solo embrião, Devaneio em sonhos remotos E à sombra do cajueiro ouço o vento Que Aedo canta a melodia, da jandaia, não mais ouvida. Iracema! Pássaro noturno velando-me os passos e a floresta; Ensejando meu corpo de confiante alegria Ao sair do útero da Mãe Terra. Da floresta, filha e guerreira; De Tupã, sacerdotisa e consagrada; De Martim, mulher e esposa; De mim, Moacir, genitora e mãe! Árvore da vida que dita a minha história, Árvore do conhecimento tornando-me um povo.
    [Show full text]
  • Special List 375: Fiction
    special list 375 1 RICHARD C.RAMER Special List 375 Fiction 2 RICHARDrichard c. C.RAMER ramer Old and Rare Books 225 east 70th street . suite 12f . new york, n.y. 10021-5217 Email [email protected] . Website www.livroraro.com Telephones (212) 737 0222 and 737 0223 Fax (212) 288 4169 June 1, 2020 Special List 375 Fiction Items marked with an asterisk (*) will be shipped from Lisbon. SATISFACTION GUARANTEED: All items are understood to be on approval, and may be returned within a reasonable time for any reason whatsoever. VISITORS BY APPOINTMENT special list 375 3 Special List 375 Fiction With the Author’s Signed Presentation Inscription 1. ABELHO, [Joaquim] Azinhal. Arraianos. Histórias de contrabandistas & malteses. [Lisbon]: [Edição do Autor at Tipografia Ideal], 1955. 8°, original illustrated wrappers (minor wear). Light browning. In good to very good condition. Author’s signed two-line presentation inscription on the half-title to Henrique Avelar. 208 pp., (2 ll.). $75.00 FIRST and ONLY EDITION of one of the most important works by [Joaquim] Azinhal Abelho (Nossa Senhora da Orada, Borba, 1916-Lisbon, 1979). Abelho also wrote plays, some in the manner of Gil Vicente and others in the post-Romantic mode. For the Teatro d’Arte de Lisboa, which he founded in 1955 with Orlando Vitorino, he and Vitorino translated plays by Graham Greene, Lorca and Chekhov. ❊ On Abelho, see Dicionário cronológico de autores portugueses IV, 446-7; this is listed as one of his major works. See also João Bigotte Chorão in Biblos, I, 10. NUC: DLC, NN, CLU, MH.
    [Show full text]
  • Projetobibliotecaindicach2 2021
    Biblioteca Professor João 4.edição /abril Baptista de Mello e Souza #PROJETOBIBLIOTECAINDICACH2 2021 A Biblioteca Professor João Baptista de Mello e Souza apresenta nesta 4ª edição do Projeto #BibliotecaIndica o Dia da Literatura Brasileira, comemorado em 1º de maio. A data foi escolhida para celebrar a literatura nacional em comemoração ao aniversário do escritor romancista José de Alencar, que nasceu em 1829. “No entanto, ainda que seja uma data que homenageia José Alencar, é também, e principalmente, uma data que presta homenagem à literatura brasileira como um todo. É o momento de refletir sobre a história da literatura brasileira, sua evolução, e divulgar seus autores clássicos, além de incentivar a leitura de obras de escritores e escritoras contemporâneos”. O presente trabalho pretende enaltecer as obras do escritor José de Alencar e indicar outros títulos de autores clássicos e contemporâneos tendo como objetivo incentivar os nossos leitores a leitura de obras nacionais. Aproveitem as dicas e boa leitura! Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/1-de-maio-dia-da-literatura- brasileira.htm#:~:text=1o%20de%20maio%20%E2%80%94%20Dia,do%20escritor%20Jos%C3%A9%20de%20Alencar. José de Alencar (José Martiniano de Alencar), advogado, jornalista, político, orador, romancista e teatrólogo, nasceu em Messejana (atual bairro de Fortaleza), CE, em 1º de maio de 1829, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 12 de dezembro de 1877, vítima de tuberculose. É o patrono da cadeira n. 23, por escolha de Machado de Assis. Foi um dos maiores representantes literários da corrente indianista. Ganhou esta posição de destaque graças a dois de seus grandes romances, Iracema, Ubirajara e O Guarani, ambos retratando índios como personagens principais.
    [Show full text]
  • José De Alencar: Por Uma Historicidade Em Mão Dupla1
    José de Alencar: por uma historicidade em mão dupla1 Marcelo Peloggio2 Universidade Federal do Ceará (UFC) Resumo: O artigo identifica o espaço romanesco como o elemento de mediação entre o fato e a ficção no romance histórico de José de Alencar, aproximando, desta maneira, o pensamento historiográfico da representação literária. Palavras-chave: José de Alencar; pensamento historiográfico; representação literária. Abstract:The article identifies the romantic space as a mediation element between the fact and the fiction in the historical romance of José de Alencar, approaching the historiografic thought to a literary representation. Keywords: José de Alencar; historiografic thought; literary representation. Résumé: L’article identifie l’espace romanesque comme l’élément médiateur entre le fact et la fiction dans le romance historique de José de Alencar, en train d’approcher, de cette manière, la pensé historiographique de la représentation littéraire. Mots-clés: José de Alencar; pensé historiographique; représentation littéraire. No diálogo demasiado frequente entre o pensamento historiográfico de tipo clássico3 e a expressão literária propriamente dita, isto é, como forma 1. Recebido em 27 de junho de 2011. Aprovado em 13 de julho de 2011. 2. Doutor em Letras (2006) pela Universidade Federal Fluminense (UFF), é professor adjunto do Departamento de Letras da Universidade Federal do Ceará (UFC). 3. Para o caso da distinção entre a história “tradicional” e a “científica”, ver FOGEL, R. W.; ELTON, G. R. (1989:117-118; 191). 11 Revista Investigações - Vol. 24, nº 1, Janeiro/2011 puramente estética, os espaços ao fortalecimento de infrutíferos pontos de discórdia encontram-se, atualmente, bastante arrefecidos e, por conseguinte, descontextualizados.
    [Show full text]
  • JOSÉ DE ALENCAR Iracema
    JOSÉ DE ALENCAR Iracema PROJETO DE LEITURA Douglas Tufano Maria José Nóbrega Literatura é aprendizado de humanidade DOUGLAS TUFANO A literatura não é matéria escolar, é ma- a reflexão sobre aspectos importantes do com- téria de vida. portamento humano e da vida em sociedade, e ainda permite o diálogo com outras áreas A boa literatura problematiza o mundo, do conhecimento. tornando-o opaco e incitando à reflexão. É um desafio à sensibilidade e inteligência do O professor é o intermediário entre o tex- leitor, que assim se enriquece a cada leitura. to e o aluno. Mas, como leitor maduro e ex- A literatura não tem a pretensão de oferecer periente, cabe e ele a tarefa delicada de in- modelos de comportamento nem receitas de tervir e esconder-se ao mesmo tempo, per- felicidade; ao contrário, provoca o leitor, esti- mitindo que o aluno e o texto dialoguem o mula-o a tomar posição diante de certas ques- mais livremente possível. tões vitais. A literatura propicia a percepção Porém, por circular na sala de aula jun- de diferentes aspectos da realidade. Ela dá to com os textos escolares, muitas vezes o forma a experiências e situações que, muitas texto literário acaba por sofrer um trata- vezes, são desconcertantes para o jovem lei- mento didático, que desconsidera a própria tor, ao ajudá-lo a situar-se no mundo e a re- natureza da literatura. O texto literário não fletir sobre seu próprio comportamento. é um texto didático. Ele não tem uma res- Mas essa característica estimuladora da li- posta, não tem um significado que possa teratura pode ser anulada se, ao entrar na ser considerado correto.
    [Show full text]
  • Universidade De Caxias Do Sul Pró-Reitoria De Pós-Graduação E Pesquisa Programa De Pós-Graduação Em Letras E Cultura Regional
    UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS E CULTURA REGIONAL ANTONIO EVARISTO ZANCHIN DE CAMPOS DE ANDARILHO A HERÓI DOS PAMPAS: HISTÓRIA E LITERATURA NA CRIAÇÃO DO GAÚCHO HERÓI Caxias do Sul 2008 ANTONIO EVARISTO ZANCHIN DE CAMPOS DE ANDARILHO A HERÓI DOS PAMPAS: HISTÓRIA E LITERATURA NA CRIAÇÃO DO GAÚCHO HERÓI Dissertação apresentada ao Programa de Pós- graduação em Letras e Cultura Regional da Universidade de Caxias do Sul, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Letras. Orientadora: Profa. Dra. Marília Conforto Caxias do Sul 2008 Aos meus pais: Mãe, pelo conhecimento, amor e dedicação; Pai, pelas oportunidades e pelo exemplo de perseverança. Gabriela, por tudo. Para sempre. AGRADECIMENTOS Esta dissertação foi uma caminhada que muitos participaram, aos quais agradeço: À minha orientadora Professora Dra. Marília Conforto, por ter me incentivado a ingressar neste mestrado e ter me acolhido como orientando. Pela confiança em mim depositada, durante toda a nossa caminhada. Ao corpo docente do mestrado de Letras e Cultura Regional; em especial ao Professor Dr. Flávio Loureiro Chaves, pelo incentivo. Às minhas queridas colegas de mestrado: Carina Fior Postingher Balzan, Cinara Fontana Triches, Demirse Marilva Ruffato, Karina de Castilhos Lucena, Lisiane Delay, Luciana Crestana dos Santos e Rosemari Sarmento, por todo o conhecimento partilhado nas conversas de copo e de cruz, fruto de uma amizade sincera e duradoura. À minha família, pelo companheirismo e amor. À família Mattana, pelo suporte. À empresa Camcam Comércio e Representações, pelo apoio e compreensão de minha ausência. E, principalmente, à Deus e sua criação.
    [Show full text]
  • Em Aproximadamente Vinte Anos De Carreira Literária, José De Alencar
    ALENCAR, O COMBATENTE DAS LETRAS Alcmeno Bastos 1 - Cartas sobre A Confederação dos Tamoios (1856) 2 – Sobre O guarani (1857) 2.1 - “Notas” (à primeira edição de 1857) 3 – A Comédia brasileira [“Como e porque sou dramaturgo”]1, datado de 13 de novembro, sem indicação de ano 4 – Sobre As asas de um anjo (1859) 4.1 - Advertência e prólogo da 1a edição (1859) 4.2 – Pós-escrito a A expiação, datado de 15 de outubro de 1865 5 – Sobre Iracema (1865) 5.1 - “Prólogo” (Da primeira edição, de 1865) 5.2 - “Argumento histórico” 5.3 - “Notas” 5.4 - “Carta ao Dr. Jaguaribe”, de agosto de 1865 5.5 - “Pós-Escrito” (à segunda edição, datado de outubro de 1870) 6 – Sobre Guerra dos Mascates (1870) 6.1 - “Advertência – Indispensável contra enredeiros e maldizentes” (Prólo- go à primeira parte de Guerra dos Mascates, datado de dezembro de 1870) 6.2 - “Nota” à primeira parte de Guerra dos Mascates, datada de 12 de maio de 1873. 6.3 - “Advertência” à segunda parte de Guerra dos Mascates, datada de 1 de junho de 1874 7 – Sobre O gaúcho (1870) 8 – Sobre As Minas de Prata (1870) 9 - Benção paterna (1872), Prefácio a Sonhos d’ouro 10 - Como e porque sou romancista (maio de 1873) 11 – Sobre Alfarrábios (1873) 1 Subtítulo atribuído por R. Magalhães Júnior, cf. Sucessos e insucessos de Alencar no teatro. In: ALENCAR, José de. Teatro. Volume IV da Obra completa de José de Alencar. Rio de Janeiro: José Agui- lar, 1965. p. 28-42. 11.1 - O Garatuja 11.2 - O Ermitão da Glória 11.3 - A alma do lázaro 12 - Questão filológica (Incompleto – 1874) 13 - O nosso cancioneiro - Cartas ao Sr.
    [Show full text]
  • Prosa Romântica No Brasil
    Prosa romântica no Brasil • A prosa romântica brasileira procurou agradar aos leitores da burguesia ascendente, mas não se restringiu a isso. Assim, ao mesmo tempo em que se tornou o espelho de um estilo de vida, a literatura da época também questionou valores e costumes da sociedade burguesa. • Os romances românticos foram divididos em quatro categorias: urbano, regionalista, indianista e histórico. • O principal autor do período foi, sem dúvida, José de Alencar, que atingiu excelência em todos os tipos de romance da época. José de Alencar (1829 – 1877) • Principais obras • Romances indianistas: • “O Guarani” (1857) • “Iracema” (1865) • “Ubirajara” (1874) • Romances urbanos: • “A Viuvinha” (1857) • “Lucíola” (1862) • “Senhora” (1875) José de Alencar • Romances regionalistas: • “O gaúcho” (1870) • “O tronco do ipê” (1871) • “Til” (1872) • “O sertanejo” (1875) • Romances históricos: • “As minas de prata” (1865) • “A guerra dos mascates” (1871) José de Alencar – dados biográficos • Nasceu em Messejana, Ceará, em 1º de maio de 1829 • Morreu em 12 de dezembro de 1877, no Rio de Janeiro, vítima de tuberculose • Filho de um padre que deixou o sacerdócio e mudou-se para o Rio de Janeiro, para seguir a carreira política como senador • Tinha apelido de Cazuza, entre seus familiares • Estudou Direito entre 1846 e 1850, na tradicionalíssima Faculdade do Largo de São Francisco, onde hoje funciona a faculdade de Direito da USP. - Publicou seu primeiro romance, “Cinco minutos”, em 1856. - Elege-se deputado em 1861. É reeleito para vários mandatos. - Torna-se Ministro da Justiça em 1868, mas abandona a carreira política em 1870, decepcionado com o imperador Dom Pedro II, que vetou seu nome como senador, e percebendo a própria decadência do império, que ele viria a explorar principalmente em uma de suas obras mais importantes: “Senhora”, de 1875.
    [Show full text]
  • O Gaúcho Resumo E Análise Professor Sinval Santana
    JOSÉ DE ALENCAR – O GAÚCHO RESUMO E ANÁLISE PROFESSOR SINVAL SANTANA CURSO DE REDAÇÃO ONLINE – GUIA DE REDAÇÃO Professores Grazi Castro e Sinval Santana https://www.guiadelinguagens.com.br/compra-cursos/interna- cursos.php?curso=223819 ATENÇÃO: ESPECÍFICA DE REDAÇÃO PROFESSORES SINVAL SANTANA E ZÉ LARANJA LOCAL: CURSO JURIS CONTATO PELO MESENGER FACEBOOK https://www.facebook.com/sinvass https://www.facebook.com/joseantonio.sanseveromartins?fref=ts ou pelo [email protected] - ROMANCE - CONCEITO O romance, como gênero discursivo, tem sua origem na Idade Média, quando era composto em versos, em línguas neolatinas, vulgares, chamadas de românicas, daí a origem da palavra romance, romans em provençal. O gênero romance evoluiu das produções em versos para a prosa, o primeiro romance significativo em prosa é Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, o primeiro importante publicado em prosa. O gênero narrativo substituiu o épico no século XIX, durante o Romantismo. O épico, elaborado, sofisticado, atendia ao gosto da Nobreza; o Narrativo, mais popular, atende ao gosto burguês e, principalmente devido a isso, era publicado em suplementos de jornais ou revistas, os chamados Folhetins, para leitura em família. O primeiro romance brasileiro foi O Filho do Pescador, 1843, de Teixeira Sousa, sem impacto; foi Joaquim Manuel de Macedo quem formatou o romance romântico e o folhetim no Brasil com A Moreninha, em 1844. - ROMANCE ROMÂNTICO No Romantismo, predominou o texto em prosa, de leitura linear, mais ao gosto burguês, que buscou na Leitura mais uma forma de entretenimento, tornando-a hábito do cotidiano de gosto médio. Os gêneros discursivos em prosa cultivados no Romantismo foram o romance, a novela e o conto.
    [Show full text]