récorde de desemPreGo 9 iniciativas comunitÁrias 14 Galiza triplicou no passado mês de Ativistas do movimento popular com- “Penso que a novembro a percentagem estatal de parecêrom em Ponte Vedra para po- incremento do desemprego. Som já rem em comum as suas experiências Federaçom me 253.416 as pessoas sem trabalho e reptos. O primeiro encontro, organi- utilizou como numha Galiza em que por volta de zado pola Escola Popular Galega, terá 375 pessoas ficam sem emprego. continuidade na primavera. cabeça de turco para salvar nÚmero 109 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012 1,20 € Alberto Contador”

EZEqUIEL MOSqUERA foi líder da equipa galega de ciclismo Novas da Gali a Pág. 25

periódico galego de informaçom crí tica

75.000 GaleGas sofrem assédio sexual Feminismo exige fim da violência machista

O dia 25 de novembro, dia ameaçadas pola violência ma- Mundial Contra a Violência chista, e por volta de 75.000 Machista, voltou a ser reivindi- mulheres sofrem assédio se- cado em dúzias de atos do fe- xual. Uns dias antes do fecho minismo galego em diversas desta ediçom, foi assassinada comarcas, que denunciárom a umha mulher de 38 anos no hipocrisia institucional face a seu posto de trabalho de Tabe- este conflito social. Ao longo aio (Carral) às maos do ex- do ano, ditárom-se já 1.100 or- companheiro. É a terceira víti- dens de proteçom a mulheres ma mortal deste ano. / PÁG. 8

Criminalizam soberanismo por detençom de ativistas

telmo martín subcontrata PortuGueses As detençons de seis pessoas sob acusaçons de “te- mina o tratamento informativo dos meios de comu- rrorismo” e o posterior encarceramento de quatro nicaçom de massas e oferece um informe pormeno- Trabalho escravo no delas gerou umha intensa campanha mediática de rizado sobre os ataques desenvolvidos polo movi- desacreditaçom do independentismo e linchamento mento da resistência galega desde a publicaçom do público dos e das ativistas detidas, umha das quais seu primeiro manifesto. Um dos detidos, Antom San- novo hospital de Vigo foi posta em liberdade sem acusaçons. NOVAS dA GA- tos, é membro do Conselho de Redaçom deste jornal lizA realiza umha crónica dos acontecimentos, exa- e responsável da secçom de desportos. / PÁGs. 4,18 e 21 O deputado do PP e ex-candida- Santa Cruz, subcontratou fir- to à alcaldia de Ponte Vedra, Tel- mas portuguesas que pagam sa- mo Martín, está involucrado no lários de 2,86 euros por hora e emprego de mao de obra portu- cotizam no país vizinho. Aliás, Okupaçons em Vigo e Compostela guesa em regime de trabalho es- já foi alvo dum expediente san- cravo, em grandes obras públi- cionador com umha multa de A breve experiência de denúncia pola situaçom da compostelana cas galegas como o novo hospi- três milhons de euros e a obri- Sala Yago e a okupaçom de um prédio no bairro viguês do Cura tal de Vigo. A empresa familiar gaçom de demolir um prédio ile- da qual é proprietário, Hierros gal em Sam Genjo. / PÁG. 19 estendem o movimento de tomada de espaços em desuso / PÁG.17

suPlemento central a revista oPiniom

VISITA AO APALPADOR NO COUREL OS NOVOS hERóIS O gigante anuncia numha entrevista que volta polo Natal, por Xurxo Borrazás / 3 depois de um ano fabricando brinquedos e apanhando castanhas NEM qUE fOSSE ATAPUERCA! CONCURSO DE CRIAÇOM LITERÁRIA por Beatriz Bieites e Paulo Rico / 3 NOVAS dA GAlizA convoca um certame em que aceita todo o tipo de textos literários e sorteia lotes de livros de Edicións Positivas NOVA ESPANhA DE SEMPRE por C. Santiago / 28 02 oPiniom Novas da GaliZa 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012

o Pelourinho do novas

Se tés algumha crítica a fazer, algum facto a denunciar, ou desejas transmitir-nos algumha in- GALIZA reserva-se o direito de publicar estas colaboraçons, como também de resumi-las ou ex- quietaçom ou mesmo algumha opiniom sobre qualquer artigo aparecido no NGZ, este é o teu tratá-las quando se considerar oportuno. Também poderám ser descartadas aquelas cartas lugar. As cartas enviadas deverám ser originais e nom poderám exceder as 30 linhas digitadas que ostentarem algum género de desrespeito pessoal ou promoverem condutas antisociais in- a computador. É imprescindível que os textos estejam assinados. Em caso contrário, NOVAS DA toleráveis. Endereço: [email protected]

isso que tu dis propriedade de nheiro às maos cheias para que (...) Os altos ex-diretivos aprovei- fabulosos ganhos. E em época de aquelas mulheres poucos fai com que agradeçamos logo a seguir os diretivos se atri- tam o processo de integraçom para crise os lucros sempre som maio- o teu olhar sobre aquele tam gran- buam salários e reformas milio- se autoimporem indemnizaçons res. Aqui está o capitalismo em es- Com a voz mui delgada e os olhos de sacrifício. E mais, nom quigera nárias. Após umha injeçom de multimilionárias. José luís Pego, 8 tado puro. Falam de austeridade mui abertos pola emoçom, venho que os meus tataranetos olhassem mais de 1.160 milhons para a fu- milhons de euros; Óscar Rodríguez enquanto eles roubam às maos de ler a outras mulheres o artigo para a sua avó cansada, mal ali- som das duas grandes caixas, a já Estrada, 7; Gregorio Gorriarán, 5, e cheias com o beneplácito do regi- de Beatriz Peres publicado no nú- mentada, socialmente silenciada; bancarizada NCG novamente foi Javier García de Paredes, 3,5. me e o silêncio da partitocracia. mero 95 do NOVAS dA GAlizA. rapando, cardando e fiando a lá, recapitalizada com mais 2.465 mi- Nom tem sentido ‘atirar’ dessa E para manterem este ritmo de Sinto que nos recarregou a to- para fazer as peúgas e as camisas lhons de euros extraídos dos afor- maneira o dinheiro do sacrificado assaltos, à plena luz do dia, e sem das a autoestima, pois todas tive- que, polo artesanal da obra, à se- ros da classe operária. contrubuinte. Para que sanear a empregar carapuças nem armas, mos de passar por essa escola de mana já tinham um buraco. Eu Nengum dos políticos, nem um banca se voltam a estar nas mes- venhem-nos com mais cortes em entrega à e para a família e para vim a minha avó materna a coser só empresário, fala nunca da ne- mas? Aonde vam parar os milha- serviços básicos como a saúde, a todo o que lhe andasse por perto. vestidos sem ter ido nunca apren- cessidade de investir em emprego res de milhons de euros de lucro? educaçom ou as prestaçons por de- isso que Beatriz Peres chama cul- der; tecendo, bordando... Todo isto de qualidade, com salários dignos. A banca, ano após ano, sempre tem semprego. Há que ser mais sérios tura e valoriza tam polo alto fai era trabalho de horas perdidas. Se e nom deixar que se riam de nós. com que aqueles trabalhos sem re- de verdade há mártires, que fôrom A soluçom nom está em injetar- muneraçom nom caíssem em sa- estas mulheres? Trabalhando humor PePe carreiro lhe dinheiro, senom em expro- co roto e poda aflorar o nosso or- numhas horas sem valor e que tan- priá-la, expulsar dela um monte gulho e vaidade. Foi pura sobrevi- to contribuírom para o nosso esta- de ladrons e nacionalizá-la. desta vencia, com o engadido da arte. do atual? Um grande abraço para maneira os ganhos investiriam-se Nom se tratava só de abrigar-se e elas, apesar de que talvez nunca o em serviços sociais, e quando fos- alimentar-se, senom de que todas recebam. Aquela vida eu nom a se preciso colaborar, faria-se. as tarefas tinham que ter graça, es- quigera para ninguém. digamos já chegou! Nom permi- tética e funcionalidade... Todo den- tamos mais cortes, porque enquan- tro de umha competitividade que Eilo Parapar to nos reduzem serviços essen- a mesma sociedade se encarrega- ciais, eles comem lagostas, bebem va de suster com exigentes pautas Vega Sicília e fumam Cohíbas an- para que ninguém relaxasse. a soluçom à banca: tes de saírem nos seus flamantes isso que caiu no lombo de nos- nacionalizaçom Mercedes. E nom fazemos nada. sas avos, sempre depois de umha Mijam por nós e aceitamo-lo. longa jornada de trabalho, já fosse Nós, o povo trabalhador, devería- no campo ou nas fábricas, compu- mos indignar-nos e responder ca- Telmo Varela Fernández nha-se de mais de 5 ou 6 horas de da vez que só nos falassem de sa- Preso político galego tarefas, à luz do candil, ou elétrica. near os bancos e de entregar di- (Cárcere de Dueñas)

editorial

dem. Nos últimos meses intensifi- teresses dos que julga inimigos da Poderes e dissidências cou-se o assédio contra militantes sua comunidade. Ciclicamente, independentistas e dissidentes de com maior ou menor intensidade, todo o tipo, acompanhado por um- mas de maneira persistente. Um agudizaçom da crise evi- vel quando quem di representar se alguém tivesse dúvidas, os par- ha longa campanha mediática cal- setor cuja vontade de quebrar o denciou que os capitais di- os de baixo se esforça em proteger tidos que detentam o poder estatal culada que culminou com a deten- monópólio do exercício da violên- Atam as pautas que os esta- os interesses dos de cima. voltam a advertir-nos que som eles çom precipitada de seis pessoas, cia que ostenta o Estado desata es- dos devem acatar. Ora bem, som O Governo zapatero aprovou os que tenhem a chave para abrir sentenciadas à partida pola unani- soutra violência que acarreta pe- os governos que devem executar com nota máxima os exames aos a sua sacralizada Constituiçom a midade dos meios do regime, em nas de prisom e todo o tipo de ma- os seus mandatos, os mesmos que que o submetêrom os poderes es- qualquer tipo de reforma. paralelo à condenaçom pública de nobras repressivas, legais e ile- disponhem das ferramentas para panhóis e o capitalismo de hoje. Na última fase desta legislatura, centros sociais e entidades políti- gais, que tenhem sido objeto de desenvolverem o exercício do po- Receitas ultraliberais contra a fiscais e polícias sob obediência cas que os altofalantes do poder se denúncia por parte de organismos der. O sistema político espanhol - maioria social, saqueio da autono- governamental, avalizados polo encarregam de criminalizar. internacionais e entidades huma- auxiliado polos poderes económi- mia financeira de naçons como a poder judicial, figérom todo o pos- Entretanto, continua a desenvol- nitárias. Contra os focos que cos, mediáticos e coercitivos- ofe- nossa, injeçons de capital sem li- sível por demonstrar que também ver-se umha das dinámicas que te- ameaçam com alterar o seu orde- rece aos seus súbditos duas caras mite para resgatar a banca, recom- na repressom podem ser tam con- nhem acompanhado a política na- namento constitucional, para o Es- de umha mesma moeda como hi- pensas e indultos para os seus ges- tundentes como os seus competi- cional das últimas décadas. A exis- tado vale todo. Tanto para quem pótese para a governança do Esta- tores e castigos para as vítimas da dores de jogo. Especialmente con- tência de um pequeno setor do po- atuar dentro da legalidade como do, facto que se torna mais tangí- situaçom que eles criárom. E, por tra aqueles que desafiam a sua or- vo que utiliza a violência contra in- para quem o figer fora dela.

EDITORA Sampedro e Gustavo Luca / A Terra Treme: DESENhO GRÁfICO E MAqUETAÇOM hUMOR GRÁfICO MINhO MEDIA S.L. Daniel R. Cao / Além Minho: Eduardo S. Manuel Pintor, helena Irímia, Carlos Barros Suso Sanmartin, Pestinho, Xosé Lois hermo, Maragoto / Povos: José Antom Muros, fer- franxo Padín, Ruth Caramés, Pepe Carreiro DIRETOR nando Arrizado / Dito e feito: Olga Roma- fOTOGRAfIA Carlos Barros Gonçales santa / A Denúncia: Iván García / Cultura: Arquivo NGZ, Sole Rei, Galiza Independente CORREÇOM LINGÜÍSTICA Antia Rodríguez / Desportos: Antom Santos, (GZI-foto), Natália Gonçalves, Zélia Garcia Eduardo S. Maragoto, fernando V. Corredoira, CONSELhO DE REDAÇOM Xermán Viluba e Ismael Saborido / Sexuali- Vanessa Vila Verde, Mário herrero (A Revista) Carlos Calvo Varela, Iván García Riobó, dade: Beatriz Santos / Consumir Menos, Vi- ADMINISTRAÇOM Aarón López Rivas, Antia Rodríguez García, ver Melhor: Toni Lodeiro / A Criança Natural: Irene Cancelas Sánchez COLABORAM NESTE NÚMERO Xoán Rodríguez Sampedro, Olga Romasanta, Maria Álvares Rei / Agenda: Irene Cancelas / X. Borrazás, B. Bieites, P. Rico, J. Teixeiro, Mª Antom Santos, Alonso Vidal, Paulo Vilasenin A foto: Sole Rei / Tempos Modernos - Em LOGÍSTICA Rúa, André Rodrigues, Raul Ríos, I. Pavón, Tempos: Carlos Calvo / A Galiza Natural: Suso Diz, José Viana e Daniel R. Cao Paz Romai, M. Vilas, Zélia Gª, Mª Álvares, X. SECÇONS João Aveledo / Gastronomia: Luzia Rgues., Miquel, A.R.J., M.B., f.R., A. Rua Nova, Mar- Cronologia: Iván Cuevas / Economia: Aarón Sino Seco / Língua Nacional: Valentim R. fa- AUDIOVISUAL: Galiza Contrainfo tín Wu, C. Santiago, Dadinho, Julio Vilariño López Rivas / Agro: Paulo Vilasenin e Jéssica gim / Criaçom: Patricia Janeiro / Cinema: Rei / Mar: Afonso Dieste / Media: Xoán R. francesco Traficante, Xurxo Chirro IMAGEM CORPORATIVA: Miguel García fEChO DE EDIÇOM: 14/12/2011

D. LEGAL: C-1250-02 / As opinions expressas nos artigos nom representam necessariamente a posiçom do periódico. Os artigos som de livre reproduçom respeitando a ortografia e citando procedência. Novas da GaliZa 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012 oPiniom 03

oPiniom

mentarem o lucro com base no Com as classes despedimento de trabalhadores. Os novos heróis Em suma, que tam certo como trabalhadoras que os empresários som os que Xurxo Borrazás valendo-se do controlo da massa gastos, e essa frecha aponta sem- criam o emprego é que som os nom compensa o de capital, dos meios de produ- pre para o alvo do proletariado: que exploram os trabalhadores e estes tempos de desem- çom, da informaçom privilegia- com os trabalhadores nom com- os que destroem o emprego. To- acordo porque este prego, repete a direita da, da maior força relativa frente pensa o acordo porque este legi- do depende da perspetiva. legitimaria-as como Nque cumpre apoiar os à competência e da exploraçom timaria-os como parte decisiva O diretor da Citroën em Vigo, empresários porque som os que dos trabalhadores e trabalhado- da atividade económica e anima- Pierre ianni, volta para a França, parte decisiva da criam postos de trabalho. Para ras por meio do salário, as condi- ria-os a tentar melhorar as suas e vai-se da Galiza com um andel adoçar o desvio de fundos públi- çons laborais e a chantagem do condiçons de vida, o que afetaria cheio de prémios e reconheci- atividade económica cos para o setor privado, a poe- estado de bem-estar que atua co- negativamente as mais-valias. mentos institucionais. Como re- sia neoliberal enfeita a figura he- mo dique para conter a rebeliom Nesse caminho de pacto dos sumo da sua gestom alguns e animaria-as a roica do businessman com a ver- contra a injustiça e o atropelo. de riba e pressom contra os de meios dim que o homem incre- tentar melhorar as borreia do pequeno empresário, A crise ensinou-nos que a ri- baixo, a desregulaçom laboral e mentou a produtividade da fábri- o empregador ou o empreende- queza, mais do que criar-se ou o ataque contra convénios e con- ca viguesa em 34 por cento. Para suas condiçons de dor. A consideraçom retórica destruir-se, circula: as possibili- tratos dá origem à discricionari- a multinacional francesa isso é que lhes é outorgada equivale à dades de negócio e de criaçom dade para que os contratadores um êxito, nom se discute. Mas vida, o que afetaria de mártires benfeitores que re- de emprego som limitadas. daí fagam o que lhes petar quando falta que os meios galegos enga- nunciam ao sono para dignificar que a competência entre empre- lhes petar, ou falando em prata... dam outro dado: que o fijo com negativamente as condiçons de vida dos mais sários por levar a água à sua lei- para au- base na reduçom de mais de três as mais-valias humildes. ra seja dura. Mas a guerra contra mil postos de trabalho. Citroën A ideia de que som eles os que a competência, entre iguais, con- tinha êxito quando contratava e criam o emprego, mensagem que duziria ao desastre; é preferível tem êxito quando despede. Ci- so nas grandes empresas é es- a propaganda se esforça por na- um acordo de reparto. Para que troën, o capital, tem êxito. sencial ter um bom liquidador. turalizar como ponto de partida este pacto seja viável sem preju- Quando a fase de desenvolvi- Contratar é fácil, qualquer um para implementar as políticas la- dicar as margens há que mento tecnológico e as ajudas pode fazê-lo, a mera necessida- borais, é umha falácia inte- reduzir os públicas recomendam contra- de, e o que os empresários enten- resseira. Os empregos tar, contrata. Quando reco- dem por triunfo coincide mais do cria-os a dinámica econó- mendam despedir, que difere com o que os traba- mica onde som necessá- despede, por is- lhadores entendem por fracasso. rios, nom saem de nengum- Se o reparto da riqueza for ha cartola e se nom os cria o justo e houver bons salários, a empresário A criará-os o B. Se atividade económica será os criasse a vontade dos empre- maior e criarám-se empregos. sários nom haveria problema em Se o reparto for injusto os es- criá-los agora. peculadores acumularám a O emprego cria-se onde sur- riqueza e guardarám-na em ge umha oportunidade de ne- paraísos fiscais: o triunfo gócio e o negócio é a ocasiom dos empreendedores é o de obter umha mais-valia fracasso dos cidadaos.

casas das crianças galegas por- Plantar eucaliptos, que todas e todos nós, lá em bai- Nem que fosse Atapuerca! maltratar o território, xo, começamos a puxar dele para cima. Com (precárias) visitas et- Beatriz Bieites e Paulo Rico à direita um carreiro, e 200 me- até sete conjuntos circulares, de abandonar o galego nográficas, com tentativas de es- tros mais para diante já a vedes. diferentes tamanhos. Ninguém as tudos teóricos, com humildes des- Paróquia de Corregins, Compostela. Mas nom levades ferramentas? conhece. Muita gente que vive no ou desprezar a files polas ruas das nossas cida- –Ferramentas? lugar sabe (ou nom) que estám des. E conseguimos começar a re- m par de pessoas da Gen- –É grande! Assim sem nada ali, mas nom tem consciência de cultura som lados vitalizar um mito quase esmoreci- talha tentam dar com a si- nom a ides poder levar... que Existam. do mesmo poliedro do que estava a ser suplantado Utuaçom exata de um pe- –Nom queremos levá-la, só O nosso vizinho nom despreza por reis magos e pais natais. tróglifo situado nessa ladeira do queremos vê-la; é algo importan- o património, nem a cultura, nem Missom cumprida! monte do Pedroso. Os dous mili- te, mui antigo! sequer a história; sabe que deve senom nas páginas da imprensa A reconstruçom da nossa histó- tantes entram no único bar que –Bueno home bueno! Nem que ser conhecida, estudada, admira- local. Toda a gente sabe isto. ria comum, dos nossos mitos, das há na zona. Umha mulher atende fosse Atapuerca... da e difundida. Mas nom qualquer Colocar umha lixeira sobre um- nossas festas tradicionais, da nos- o balcom. Atapuerca é um importantíssi- história. Só a História dos livros e ha rocha com petróglifos, reutili- sa simbologia nacional também –Buenos dias. mo jazigo onde fôrom encontra- dos jornais. Só o património dos zar as pedras dos castros para lin- virá da nossa mao. Os petróglifos –Bom dia, andávamos à procu- dos fósseis humanos de 780.000 rótulos oficiais e visitas guiadas. O dar leiras, plantar eucaliptos, mal- unem-nos, diferenciam-nos, lem- ra de uns petróglifos que cremos anos de antiguidade. “Ali nasceu nosso vizinho sabe, porque o na- tratar o território, abandonar o bram-nos que a terra que hoje pi- que há por aqui. o primeiro espanhol”, chegou-se cionalismo espanhol desenhou in- galego ou desprezar a importán- samos foi pisada durante milha- –Uns que? a dizer. Atapuerca é fundacional, tensivamente um curriculo vital cia cultural dos magustos e fo- res de anos. Um pequeno rótulo –Uns desenhos gravados num- é a história de todas e todos nós, é oculto, que em Atapuerca as admi- gueiras som lados do mesmo po- que indique a sua localizaçom po- ha rocha ao ar livre. Contárom-nos a jóia da coroa. Milhons de entra- nistraçons investem e investigam. liedro; e por isso o trabalho de re- de fazê-los existir de repente, po- que estavam mui perto de aqui. das no google som boa prova da Sabe que há umha história presti- cuperaçom de cada umha dessas de ajudar a pensar. –Ah, pois nom sei, um segundo. sua importáncia, toda a gente sa- giada que situa Espanha no eixo áreas deverá ser sentido por nós Sabemos que estas deputaçons, Um velho via televisom num pri- be disso. É umha das verdades in- de rotaçom e outra, nossa, galega, como parte do mesmo movimen- cámaras municipais e conselha- vilegiado sofá rodeado de talhos. questionáveis. Os nossos vizinhos que nem tem indicador. to de regeneraçom. Já pouca gen- rias nom vam colocar placas nem A mulher berra: de Corregins podem nom saber No coraçom da Europa, queri- te tem dúvidas de que, se a situa- decidir orçamentos para a inves- –Manuel, tu sabes de umha pe- onde fica Atapuerca nem o que ali do Galeano, também há ninguéns çom da língua ainda é reversível, tigaçom antropológica. Teremos dra com desenhos gravados que há, mas sabem que é o paradig- que nom som, embora sejam. a mudança só poderá vir da mao que ser nós, as de baixo, nova- há por aqui perto? ma com o qual deve ser contras- Que nom falam idiomas, falam do tecido associativo mais cons- mente. E nisso andamos. –O Cu da Rainha? tada a nossa própria realidade. dialetos. Que nom tenhem cultu- ciente e nunca de secretarias ou –Poderia ser... As gravuras de Corregins som ra, tenhem folclore. E que nom serviços normalizadores. Beatriz Bieites e Paulo Rico som –Subindo esta mesma rua corta da idade do Bronze e constam de aparecem na história universal O Apalpador voltou a visitar as ativistas da Gentalha do Pichel 04 acontece Novas da GaliZa 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012

acontece Pola soberania alimentar em luGo denunciam emPresas aGroquímicas

A assembleia comarcal de O Tribunal Permanente dos Povos con- em lugo empreenderá umha campanha, cluiu que a Monsanto, dow, Basf, Bayer, em colaboraçom com o SlG, ligando a rei- Syngenta e duPont som responsáveis vindicaçom da soberania nacional à ali- por “crimes contra a humanidade”. A mentar com a legenda “Governa a tua ca- condenaçom simbólica parte da Rede de sa, mantém a tua terra”. Açom internacional contra Praguicidas.

oPerativo diriGido Pola audiência nacional ordena Prisom Preventiva Para quatro ativistas Detençons de independentistas provocam espetáculo mediático e geram solidariedade

NGZ / A operaçom dirigida pola substáncias por determinar. Se operador de cámara, que fôrom Audiência Nacional contra in- bem que inicialmente os meios alu- posteriormente exibidos pola emi- dependentistas foi contestada dissem à presença de dinamite, sora pública. O mesmo canal des- em Compostela no passado pólvora e cloratita nas bombas contextualizou declaraçons de dia 11 de dezembro através de confiscadas, o comunicado policial umha militante de Ceivar atri- umha manifestaçom em que apenas referencia o genérico “ex- buindo-lhe a afirmaçom de que os 250 pessoas secundárom a plosivos” no parte divulgado. militantes detidos pretendiam co- convocatória de Ceivar. Denun- Entre a documentaçom que a Po- meter um atentado. ciavam a violaçom de direitos lícia teria localizado nos registos Em relaçom aos registos dos individuais e coletivos e mos- de Vigo estariam quatro cartas de dous centros sociais, em nengum travam a sua solidariedade conduçom falsas, duas delas com caso foi requerida a presença de com as seis pessoas detidas, fotografias dos varons detidos e ou- pessoas titulares dos imóveis ou quatro das quais permanecem tras duas que estariam vinculadas responsáveis dos locais, requeri- em prisom preventiva em dife- a Maria Osório e Antom Santos, mento necessário legalmente para rentes cárceres de Madrid. militantes que fôrom detidos em a realizaçom de umha intervençom lugo na noite de 2 de dezembro. deste tipo. Os centros sociais vigue- A detençom de Eduardo Vigo num- ses Bou Eva e Faísca tivérom ao CONCENTRAÇOM ha portagem da AP-9 em Padrom Liberdade para duas das perante A Revolta longo da tarde carros policiais pe- dava origem na manhá do dia 30 detidas e prisom preventiva durante o seu registo rante as suas portas, assim como de novembro a um amplo operati- No dia 3 de dezembro, depois de também o ponte-vedrês da Revira. vo da Polícia espanhola contra in- ter sido incomunicada ao longo de lasco nom teria logrado as provas Espetáculo mediático tegrantes da suposta “organiza- três dias, Catalina Alonso era pos- que procurava depois dos registos A operaçom policial incluiu regis- Solidariedade çom terrorista” Resistência Gale- ta em liberdade sem acusaçons, já e os interrogatórios, polo que teria tos nas casas das pessoas detidas As mostras de apoio às pessoas de- ga. O viguês Roberto R. Fialhega, em Madrid. Por sua vez, Jéssica optado por prolongar a incomuni- e nos centros sociais Arredista de tidas começárom nos mesmos dias conhecido como ‘Teto’, foi detido Rodrigues era libertada sem fian- caçom com o objetivo de conseguir Compostela e A Revolta de Vigo. das detençons com concentraçons no seu lugar de trabalho, enquanto ça mas com cargos de “pertença a declaraçons de inculpaçom. No caso do apartamento do viguês espontáneas, seguidas pola pre- Jéssica Rodrigues e Catalina Alon- banda armada” depois de compa- No dia 8 começava a dispersom: Roberto R. Fialhega, os agentes sença de dúzias de pessoas solidá- so recebiam nos seus domicílios da recer perante o magistrado Eloy ‘Teto’ Fialhega foi transferido para da Polícia espanhola procedêrom rias durante os registos. cidade olívica os efetivos policiais Velasco no dia 5 de dezembro, a o cárcere de Estremera, Antom a cortar a rua ao tránsito, no bair- Entre os coletivos que emitírom à tarde. Sob aplicaçom da legisla- mesma data em que os demais ati- Santos para o de Aranjuez e ro de Valaídos, sem que se tenha comunicados de denúncia encon- çom antiterrorista começavam o vistas eram transferidos das de- Eduardo Vigo para Navalcarnero, constáncia dos motivos que o pro- tram-se a AMi, Nós-UP, OlN, Mo- período de incomunicaçom. pendências da Audiência Nacio- enquanto Maria Osório ficou na vocárom. No lugar compostelano vimento pola Base, Primeira li- Conforme a informaçom divul- nal para a prisom de Soto del Real. prisom de Soto del Real. Osório e de Angróis tivo lugar um registo nha, FPG, PCPG, PCPE, Adiante, gada por fontes policiais, Vigo por- Os três galegos e a galega encar- Santos estám imputados por per- da casa natal de Eduardo Vigo. Escola Popular Galega, Briga, Fó- taria no seu carro três engenhos cerados viam prolongada a sua in- tença a banda armada e falsifica- Um dia depois, as cámaras da Te- rum de Unidade Comunista, os com um total de 5,8 kgs. de explo- comunicaçom após terem sido pos- çom de documentos públicos, en- levisom da Galiza filmárom o do- centros sociais Mádia leva, Gen- sivos no seu interior enquanto no tos a disposiçom judicial, situaçom quanto Vigo e Fialhega somam a micílio contra a vontade dos seus talha do Pichel e A Revolta; a As- registo da casa de Fialhega locali- que concluiria dous dias depois. estas as acusaçons de posse de ex- familiares, o que provocou con- sociaçom Galega de Historiado- zariam umha pota com 3,2 kgs. de Fontes da defesa afirmam que Ve- plosivos e tentativa de estragos. frontos entre a mae do detido e o res, as Redes Escarlata, Esculca,

cronoloGia

10.11.2011 / Polícia nacional es- 13.11.2011 / Coordenadora Eco- desde setembro sem receber a com bonecos com as mensa- nado a indemnizar com 15.000 panhola apodera-se de expe- logista das Astúrias denuncia dotaçom económica da Junta. gens “sobra mês ao final do salá- euros por difamaçom, a juíza dientes de obras e contrata- irregularidades do parque eólico rio” ou “cultura dos políticos lixo”. do sumário sobre as multas de çons na Deputaçom de Lugo. previsto por Iberdrola em Rego 17.11.2011 / Trabalhadores de tránsito e dous mandos. de Sebes (Vila Nova de Oscos) contratas bloqueiam durante 20.11.2011 / PP supera, com 264 11.11.2011 / Tribunal de Instruçom e solicita a sua paralisaçom. hora e meia o acesso principal votos, 50% dos votos emitidos 24.11.2011 / TSJG admite a trámi- nº 2 de Ponte Vedra arquiva a à Casa do Concelho de Vigo. nos 315 concelhos da Comuni- te o recurso da Comissom pola denúncia por prevaricaçom 15.11.2011 / Conselheiros de dade Autónoma Galega. Recuperaçom da Memória His- contra o vereador de Facenda Presidência e Indústria abando- 18.11.2011 / Ocupam a Sala Ya- tórica em defesa do acordo que Raimundo González, do BNG. nam o hotel de Ferrol pola porta go de Compostela para a con- 22.11.2011 / Guillerme Vázquez retirava a Millán Astray o título traseira para nom se encontra- verterem num “espaço cultural anuncia que vai pôr o cargo à de "filho predileto" da Corunha. 12.11.2011 / Centenas manifes- rem com protesto do naval. libertado”. disposiçom do BNG. tam-se em Compostela para re- 25.11.2011 / Segundo dados de clamarem que se mantenha o 16.11.2011 / CCOO denuncia que 19.11.2011 / Bueu amanhece, na 23.11.2011 / Javier M. Blanco, da Cáritas, mais de 4.000 pessoas mercado de gado de Ámio. os centros de menores levam jornada de reflexom, adornada Guarda Civil de Lugo, é conde- vivem na rua na Galiza. Novas da GaliZa 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012 acontece 05

Prémio nicolÁs salmerón Para laura buGalho desPedimentos na investiGaçom da universidade comPostelana

O Ateneu de Madrid concedeu o Prémio Nicolás Sal- A Universidade de Santiago deixará sem trabalho a maior merón de direitos Humanos deste ano à ativista galega parte do professorado e equipas de investigaçom dos pro- lGBT laura Bugalho dentro da categoria de liberda- gramas Parga Pondal e Ramón y Cajal, depois de que os des Sexuais. Reconhecem-lhe a “sua coerência e deter- seus responsáveis se recusassem a estabelecer negocia- minaçom na hora de reivindicar o direito à livre deter- çons. Afetados e pessoas solidárias concentrárom-se pe- minaçom da própria identidade”. rante a Reitoria no passado dia 9 de dezembro.

assim como pessoas a título indi- vidual que publicárom artigos em Setores afetados diferentes meios. No ámbito in- ternacional mostrárom a sua soli- rejeitam projeto dariedade as organizaçons juve- nis catalás Maulets e CAJEi, a in- ternacionalista basca Askapena e de Lei de Montes a claque bilbaína Herri Norte, Na- ción Andaluza, Red Roja, Yesca e NGZ / As entidades ecologistas re- izquierda Castellana. presentadas no Conselho Flores- tal, a Organizaçom Galega de Antom Santos, redator Montes em Mao Comum e o SlG do NOVAS DA GALIZA rejeitárom o rascunho de lei de Antom Santos Pérez é membro do Montes que tornou público a Jun- Conselho de Redaçom do Novas ta da Galiza. Criticam a falta de da Galiza e o responsável da sua diálogo com os setores afetados seçom de desportos. Militante in- e interessados antes da sua ela- dependentista, introduziu-se no Renovaçom da licença permitirá boraçom, e alegam que promove ativismo durante a segunda meta- a desregulaçom dos montes, fa- de da década de 90 através do mo- vorece a especulaçom e está en- vimento juvenil. Participou em di- à Ence continuar na Ria até 2018 caminhada a favorecer os inte- ferentes organizaçons políticas e resses das madeireiras e as em- na atualidade era sócio do Centro elnosa tem jÁ os dias contados Por diretrizes da ue presas energéticas. Social Mádia leva, membro da A Adega publicou um comuni- Comissom de Memória Histórica NGZ / O conselheiro do Meio Em virtude da decisom admi- çom de cloro com a utilizaçom cado em que considera que a pro- da Gentalha do Pichel e do coleti- Ambiente Agustín Hernández nistrativa, a Ence ficará na ria de mercúrio, as diretivas am- posta de lei “deixa nos mercados vo de montanha Águas limpas, anunciou a renovaçom da Au- até finais de 2015, se bem que bientais europeias prevém o en- e na opçom individual a especu- colaborador da OlN, assim como torizaçom Ambiental integrada disponha de dous anos mais na cerramento de todas as indús- laçom da gestom da terra”, polo redator do meio digital Galizali- para a fábrica de pasta de pa- sua concessom sobre o domí- trias deste tipo para antes de que se evita enfrentar a proble- vre.org e um dos impulsionadores pel Ence por quatro anos e con- nio público, polo que o conse- 2014, a mesma data que mencio- mática do abandono do mundo da Escola Popular Galega. sentirá que a poluente Elnosa lheiro contempla a possibilida- nou Hernández, se bem que ob- rural. Questionam que sejam No ámbito académico é doutor se mantenha nesta área indus- de de manter a fábrica até 2018. viasse referenciar os mandatos abertas as portas à rebaixa legal em História e autor da tese ‘Terra trial da ria de Ponte Vedra até o No caso da Elnosa, que em- comunitários para contextuali- dos montes comunais ao “mini- a Nossa! discurso e identidade limite que lhe permitem as nor- prega sistemas obsoletos e alta- zar a data de ponto e final que mizar a tutela jurídica da Admi- Agraria na Galiza Moderna (1875- mativas da Uniom Europeia. mente poluentes para a produ- forçará o desmantelamento. nistraçom”, equiparando-os aos 1936)’ e do trabalho de investiga- montes privados. çom ‘Conflitos sócio-ambientais e A associaçom ambientalista monte comunal. A comarca de propom integrar na lei parágra- Sárria no Primeiro Franquismo Acusam a Junta de servilismo à empresa fos relacionados com a “partici- (1939-1945)’. Publicou junto ao paçom pública, a custódia do ter- historiador Uxio-Breogán dié- No entanto, a permanência do premo a apelaçom que tinha tón Masa, considera que “é a ritório, a multifuncionalidade, a guez umha biografia de Antom complexo da Ence está também apresentado contra as avaliza- Ence a que se impom à Junta educaçom ambiental ou a com- Moreda. Foi professor na faculda- sujeito ao desenvolvimento de çons ambientais que permitiram para que se mantenham os cri- pra responsável de produtos e de compostelana, se bem que re- umha sentença da Audiência a renovaçom dos permissos em térios”. No fecho desta ediçom, serviços no monte”, aspetos que nunciasse posteriormente à possi- Nacional que abriu caminho a 2008 e recorrerá perante o Tri- a empresa desafiava as institui- nom som considerados no rascu- bilidade de continuar a docência um expediente de caducidade. bunal Superior de Justiça da Ga- çons autonómicas anunciando nho do texto legislativo que po- universitária. Na atualidade exer- A Associaçom pola defesa da liza as novas aprovaçons. que nem em 2018 estariam dis- derá aprovar o PP graças à sua cia como professor particular. Ria prevê levar ao Tribunal Su- O presidente do coletivo, An- postos a abandonar a Ria. maioria absoluta.

cronoloGia

26.11.2011 / Plataforma Cidadá Santo André, na Corunha. Dous blica denuncia perante o Vale- máximo em 30 anos, segundo 07.12.2011 / Estaçom de auto- que Voltem à Casa calcula em dias depois morre um outro na dor do Povo a possível incons- um relatório da OCDE. carros de Lugo é desalojada 64.000 euros por ano o gasto praça de Sam Cristovo. titucionalidade dos novos re- após umha falsa ameaça de da dispersom penitenciária aos quisitos da Junta para acede- 05.12.2011 / Conselheiro do bomba. Posteriormente dete- familiares e amigos dos presos 29.11.2011 / Perceveiro falece ao rem à assistência sanitária as Meio Ambiente e Infraestrutu- nhem dous jovens. independentistas. cair ao mar em Sorrizo, Arteijo. pessoas sem recursos. ras, Agustín Hernández, anun- cia que o Irijo vai acolher a no- 08.12.2011 / Compostela inau- 27.11.2011 / Pais, maes e aluna- 01.12.2011 / Martinsa-Fadesa e 03.12.2011 / Em liberdade sem va incineradora de lixo. gura a segunda escultura de do da escola secundária da a Cámara de Minho assinam cargos umha das detidas em um papa em menos de um ano. Ilha de Arouça viajam até Com- novo contrato para proceder à Vigo, depois de passar três 06.12.2011 / Causa Galiza mani- postela para exigirem melhoras legalizaçom da macrourbaniza- dias incomunicada e de ter si- festa-se em Ferrol contra a 09.12.2011 / Dous mercantes no centro. çom Costa Minho em Perbes. do transferida a Madris. constituiçom espanhola. A dia chocam a 125 milhas da Estaca 3, Nós-Uidade Popular realizara de Bares sem se produzirem 28.11.2011 / Sem teito de 60 02.12.2011 / Associaçom Gale- 04.12.2011 / Desigualdade entre um ato contra esta norma na feridos. Som resgatados sete anos morre de frio na rua de ga para a Defesa da Saúde Pú- ricos e pobres alcança o nível mesma cidade. marinheiros. 06 acontece Novas da GaliZa 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012

rouco mestura reliGiom e assuntos PÚblicos cessam carGo do iGaPe que subsidiou emPresas da mulher

O cardeal-arcebispo de Madrid, Antonio María Rouco Carlos Silva, até agora técnico de programas do institu- Varela, fijo um chamamento para que a “lei de deus to Galego de Promoçom Económica, foi cessado en- volte a ser um órgao decisivo na açom e nas atividades quanto trascendia no diário El País que concedeu aju- públicas que nos afetam”. Aludiu a que as das de até sete milhons de euros a empresas da sua mu- dificuldades atuais estám relacionadas com a “renúncia lher. Tinha sido cessado recentemente de outro cargo a viver de acordo com a graça e o amor de deus”. por estar imputado na Operaçom Campiom.

xÚlio rios é Presidente do instituto GaleGo de anÁlise e documentaçom internacional “Nom há consciência sobre a importáncia de trabalhar a projeçom exterior da Galiza”

ANTÍA RODRÍGUEZ - DANIEL R. CAO / Umha das instituiçons referenciais da ameaça necessitam de realizar para a compreensom da realidade global nasceu na Galiza há 20 um grande esforço que ainda está anos: o Instituto Galego de Análise e Documentaçom Internacio- a começar. O percurso que tem nal (IGADI). O NOVAS DA GALIZA falou com o seu presidente, Xúlio neste ámbito ainda é mui grande. Rios, sobre o trabalho levado a cabo por esta fundaçom. Tem limites importantes que te- nhem a ver com a sua língua e tra- O IGADI cumpre duas décadas. meios dificulta que podamos inci- diçom, e requer-se mais de umha Achades que os objetivos com dir na política, na economia, na geraçom para que sejam supera- que nacestes em 1991 fôrom cultura, no ámbito social... Cá, a dos em Ocidente, além de ser pre- cumpridos? informaçom internacional é mui ciso muito dinheiro. Em termos A motivaçom inicial parte da ne- pouco cuidada, e onde nom há globais nom podemos dizer que cessidade de tomar conta das mu- preocupaçom por aqueles factos seja umha potência agressiva, co- danças que se estavam a produzir que podem ser de interesse, é di- mo os EUA, já que nunca foi. Ago- e tentar aproveitá-las para univer- fícil incidir. A nossa tarefa é sem- ra mesmo precisa muito do exte- salizar o país. O processo de evo- pre a longo prazo, umha corrida rior, desde petróleo até recursos luçom do mundo, com velocidade de fundo onde nom podes pla- minerais, mesmo terras, e todo is- vertiginosa, nom chegou aqui; near objetivos ambiciosos a curto to numha circunstáncia histórica houvo mudanças mui intensas prazo. Há que visualizar os obje- nova onde as mudanças políticas nos últimos 20 anos, mas a Galiza tivos num horizonte realizável e incidem na viabilidade das suas continua a estar estagnada, quan- partindo da ideia de que nunca estratégias. Pensemos na líbia, do nom recua. A açom exterior, podes dar nada por conseguido, e onde a China tinha investidos um dos aspetos fundamentais da que mesmo pode haver recuos. mais de 20 mil milhons de dóla- reflexom do iGAdi, é ainda umha isto último é o que está a aconte- res, e onde havia 40 mil chineses matéria pendente. Nom só falo do cer na açom exterior da Galiza a trabalhar, quando começou a Governo, senom também da so- nos dias de hoje, mesmo em rela- “intervençom humanitária” da ciedade civil, de todo o tipo de ato- çom a assuntos que pensávamos NATO. isto está obrigando a di- res. Continua a ser de segundo ní- que estavam consolidados. plomacia chinesa a refletir sobre vel, quando deveria fazer parte a conveniência de manter essa li- mui importante da agenda políti- Falavas dos media como incapa- sar que em galego só se pode es- nha de nom interferir ou adoptar ca e social do País. Neste sentido, zes de tratar adequadamente a “O auge chinês pode crever sobre literatura, e nom so- o que chamam a inteligência di- é um repto ainda a enfrentar. informaçom internacional. Co- bre “temas sérios”, como a políti- plomática, que implica tentar sal- mo explicarias isto? derrubar o império ca internacional. var no exterior os seus interesses Desde o vosso nascimento, ana- Há muitos fatores: primeiro, a fal- norte-americano” estratégicos. Há umha incógnita lisades a realidade internacio- ta de interiorizaçom por parte dos A capacidade de atraçom atra- sobre qual será o seu comporta- nal partindo da Galiza. Está va- meios de comunicaçom galegos vés de fatores económicos e cul- mento, na medida em que vai de- lorizado o vosso trabalho? em relaçom a quais som os temas de Portugal. Pode ser que nom turais (o denominado poder pender mais para garantir a sua Temos claro que a Galiza é um ou ámbitos estratégicos da Gali- exista umha consciência social, brando) estám a converter paí- modernizaçom, do aprovisiona- país do mundo, e o que nós pode- za, aqueles a que haveria que mas os meios deveriam ir por ses como a China em potên- mente exterior? Muitos compor- mos fornecer à sociedade inter- prestar atençom, como Portugal, diante desta realidade, já que som cias... É umha tendência, ou tamentos ocidentais dos últimos nacional é o que somos, exercen- por exemplo; e a seguir a qualida- um serviço público, e devem ofe- pensas que a capacidade coerci- anos podem perceber-se na medi- do como o que somos. Por isto só de da informaçom internacional recer às pessoas as chaves inter- tiva ainda é determinante? da em que existe o risco de que a podemos estar cá, mas com um costuma ser bastante baixa, por- pretativas mínimas como para No caso da China, o conceito de China poda chegar a ser a primei- pé dentro e outro fora. Quando que há muito material de agên- poder avançar na compreensom ‘poder brando’ é novo, da diplo- ra potência económica do mundo, nós falamos de projetar e com- cias e poucos correspondentes fo- do mundo. Outro fator que influi macia que venhem promovendo e isso significa derrubar o império preender o mundo partindo do ra a elaborarem informaçom pró- é a precarizaçom que vive a pro- desde há anos, ao compreende- norte-americano: se calhar, oci- ‘aqui’, estamos a aludir a essa du- pria, e todo isto acaba por reper- fissom: a informaçom internacio- rem que nom chega com a expor- dente está a incidir naqueles pon- pla dimensom: estar no mundo cutir na própria qualidade. Pode nal requer especializaçom, nom taçom, senom que nas relaçons tos (Síria, irám, Venezuela ou lí- significa que podemos acompa- ser que setores importantes da se pode contar com umha pessoa internacionais se pode incidir por bia...) onde existe umha relaçom nhar os processos, as tendências opiniom pública nom pidam in- seis meses para depois lhe dizer meios culturais. Para exercer in- política e económica mais intensa que se dam a nível internacional, formaçom internacional, porque que se vaia. Também acho que fluência necessita-se de umha com a China, e é aí que se atua pa- e fornecer cousas que nos pare- nom existe consciência da impor- outro fator é a falta de análise: marca própria, um Hollywood. E ra delimitar o processo de emer- cem significativas e que nos po- táncia que esta pode ter, nom ape- fam-se análises medíocres, e o aí a China tem um handicap de- gência deste país. Onde nom há dem singularizar. Nom sei se isto nas em termos gerais, senom pa- campo internacional é um aspeto terminante: que a sua cultura é co- debate é no emprego do poder se valoriza: acho que há setores e ra o desempenho básico dos inte- da informaçom que requer muita mo de outro planeta para Ociden- brando: continua a haver consen- coletivos que estám mais penden- resses económicos do país. Por interpretaçom, contextualiza- te; desconhecida e, portanto, in- so sobre as políticas de difusom tes, tanto dentro como fora do exemplo, muitos galegos e gale- çom, destaques. Por outro lado, é compreensível. Para dá-la a co- da cultura própria para dar-se a país, mas a nossa efetividade é gas, que sabem quem é Obama, difícil fazer isto em galego por- nhecer e empregá-la como ele- conhecer no mundo ocidental. Pa- mui desigual. A limitaçom dos nom sabem quem é o presidente que nos meios continuam a pen- mento para rebaixar essa teoria ra eles isto é umha questom vital. Novas da GaliZa 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012 acontece 07

em PeriGo a Última abóbada castreja nova condenaçom contra a armadora Pirata de ribeira

A única abóbada castreja que se mantém em pé na A Audiência Provincial de las Palmas condenou a um Galiza, a do Castelom na Fonsagrada, está em peri- ano e oito meses de prisom o armador pirata de Ribeira, go de derrube. investigadores do património adver- Antonio Vidal Pego, por ocultar que a carga de um dos tem que a meteorologia ou a própria fauna da zona seus barcos provinha de águas protegidas e tinha sido poderiam fazê-la cair, polo que reclamam umha in- avistado por autoridades australianas. A atividade da sua tervençom urgente nesta construçom. trama foi analisada no passado número do NOVAS.

Estudam cobrar polas estadias nos hospitais

NGZ / O presidente da Junta Nú- ñez Feijóo declarou numha en- trevista em intereconomia que está a estudar a imposiçom de cobros polas comidas, o uso da cama ou os duches nos hospitais públicos, isto é, polo que consi- dera “prestaçons nom sanitá- rias”. Assinalou que se trata de serviços “polos quais umha pes- soa em cada casa tem um gasto”. A Associaçom Galega para a defesa da Sanidade Pública de- clarou que a assunçom desta me- dida significaria um “grave aten- Mortes de pessoas sem lar tado contra a equidade” por “di- ferenciar” pacientes em funçom do seu poder aquisitivo. Julgam alarmam sobre a pobreza que é “impossível” diferenciar refas de diagnóstico ou as tera- entre serviços sanitários e nom péuticas. Entendem que se trata sanitários na assistência a doen- de um aviso para navegantes que mais de 4.000 Pessoas vivem na rua na Galiza seGundo cÁritas tes, já que a “limpeza, esteriliza- implicaria “outro passo mais” na çom, higiene ou alimentaçom” introduçom do copagamento pa- NGZ / Três pessoas sem teito fa- tal galega, boa parte delas no modelo de cidade construído polas som tam importantes como as ta- ra o acesso à saúde pública. lecêrom enquanto dormiam nas ponto de embarque da rua Joám instituiçons", motivado polo "cres- ruas da Corunha em dez dias, en- XXiii e na estaçom de autocar- cimento continuado do desempre- tre finais do mês de novembro e ros. A entidade assistencial reli- go, a precarizaçom e a pobreza". começos de dezembro. Um deles giosa assinala que os dados de Cáritas estima que em toda a dio- Até trinta pessoas pernoitava na praça de Sam Cris- 2011 implicam um incremento cese compostelana, que vai da Co- tovo, outro na entrada de um co- de um terço de pessoas sem teito runha até Caldas, há neste momen- afetadas polo VIH ficam mércio da rua Santo André e o em relaçom ao ano anterior, em to por volta de duas mil pessoas último nas obras de um prédio no que foram 150 as pessoas conta- "sem lar e sem recursos para cobrir sem assistência médica lugar de Vionho. À falta dos re- bilizadas a pernoitar nas ruas. as suas necessidades primárias". sultados das autópsias, todo A Candidatura do Povo assina- Segundo os seus dados, mais de NGZ / A política de cortes da Jun- apartamentos de acolhimento aponta que o frio e a falta de cui- lou que se trata da "outra cara do 4.000 pessoas vivem na rua. ta nos serviços sanitários vai para os doentes deste vírus, e a dados sanitários estám entre as acumulando vítimas nas últimas discriminaçom por razons de na- causas dos falecimentos. semanas. laços Pró Solidarieda- cionalidade no que di respeito ao Os partidos com representaçom de – Comité AntiSidA de Ferrol atendimento médico: só quatro no Concelho da cidade herculina As diferenças entre riqueza e pobreza denunciou recentemente trinta centros em todo o Estado con- reclamárom mais vagas para os casos de pessoas em situaçom centram 80% dos transplantes, albergues e normas menos estri- voltam a níveis da década de 80 de precariedade económica e sendo os problemas hepáticos a tas nos mesmos com o objetivo de afetadas polo ViH que ficárom primeira causa de morte para as que as pessoas que dormem nas A distáncia que separa as pessoas ricas das pobres volta a níveis de há sem assistência sanitária pública pessoas afetadas polo ViH. Tam- ruas o podam fazer em lugares trinta anos nos Estados mais desenvolvidos, aqueles que fam parte da nos últimos por culpa do blo- bém criticou duramente que as habilitados para os acolher. Organizaçom para a Cooperaçom e o desenvolvimento Económico queio do seu cartom sanitário. pessoas contagiadas nom po- Por sua vez, Cáritas de Com- (OCdE). Os dados reais som mais preocupantes que os tornados pú- Carlos Varela, porta-voz do Co- dam suscrever seguros de vida postela denunciou que som já blicos por este organismo, pois partem das mediçons realizadas em mité AntiSidA, denunciou no ou hipotecas, e que tenham tra- cerca de duzentas as pessoas 2008, antes da agudizaçom da crise. Afetam mesmo países apresenta- dia internacional contra a SidA vas administrativas para aceder que pernoitam nas ruas da capi- dos como igualitários como a Alemanha, dinamarca e Suécia. que na Galiza apenas ficam dous a umha morada pública.

centros sociais

aguilhoar aturujo casa dos caracois o fresco mádia leva a revira tarabela S. Marinha · Ginzo de Límia Principal · Boiro Avda. da Igreja, Arca · Pino Bº da Ponte · Ponte Areias Amor Meilám · Lugo Gonz. Gallas · Ponte Vedra Donramiro, 17 · Lalim

arredista cso bairro do cura cso casa do vento a Ghavilla csa la madriguera del oso Pardo a revolta do berbés a tiradoura Rodas, 25 · Compostela Bairro do Cura · Vigo Figueirinhas · Compostela Ponte da Raínha · Compostela R. México · Ponferrada Rua Real · Vigo Reboredo · Cangas

cs almuinha a.c. bou eva a cova dos ratos Gomes Gaioso cso Palavea a revolta de trasancos cs vagalume Rosalia de Castro, 46 · Marim Terço de Fora · Vigo Romil · Vigo Monte Alto · Corunha Palaveia · Corunha A Faísca · Narom R. das Nóreas, 5 · Lugo

artábria a casa da estación faísca henriqueta outeiro o Pichel csoa o salgueirón csa xogo descuberto Trav. Batalhons · Ferrol Ponte d’Eume Calvário · Vigo Quir. Palácios · Compostela Sta. Clara · Compostela Zona Massó · Cangas R. Salvaterra, Coia · Vigo

atreu! a casa da triga fervesteiro cs lume! o Pinche sem um cam cs a zalenvá S. José · Corunha P. Maior · Ponte Areias Adám e Eva · Ferrol Gregório Espino · Vigo Galerias do Couto · Ourense Rua do Vilar, 9 · Ourense R. Carris, Valençá · Barbadás 08 acontece Novas da GaliZa 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012

Alcaldes de Compostela e Corunha manifestam desprezo polo galego

NGZ / Para além de mostrar-se da Galiza, utilizárom o espanhol publicamente contra o uso do ga- nos seus discursos protocolares lego em atos oficiais, os alcaldes e mesmo empregárom formas do PP de Compostela –Gerardo deturpadas dos nossos topóni- Conde Roa– e da Corunha –Car- mos. O portavoz da MNl Carlos los Negreira– recusam-se inclu- Callón, assinala que mesmo o re- sive a usar os topónimos oficiais presentante do governo espa- galegos, segundo denunciou a nhol usou o galego nas suas in- Mesa pola Normalizaçom lin- tervençons e considera deplorá- güística (MNl). Na recente inau- vel que os alcaldes do PP “sejam guraçom do trecho galego do incapazes de manter umha pos- TAV, estes alcaldes, já conheci- tura minimamente institucional dos publicamente pola sua ad- de respeito à língua galega e à le- versom ao uso da língua própria gislaçom que a protege".

AÇOM DA REDE FEMINISTA Conselharia do Mar na zona histórica de Compostela também subvenciona mobilizam-se em diferentes Pontos contra aGressons de Género os media ‘a dedo’ Feminismo volta às ruas no 25-N NGZ / Apesar da crise, algumhas vénios. desta vez recebêrom o conselharias continuam a repar- dinheiro La Voz de tir dinheiro entre determinados (120.000 euros); Faro de Vigo contra a “hipocrisia institucional” cabeçalhos sem concursos, ape- (100.000 euros); El Progreso de nas valendo-se das campanhas lugo (75.000 euros); Editorial NGZ / No dia contra a Violência tra do terrorismo machista, en- charla com a jornalista Mª Xosé informativas autorizadas polo ar- la Capital, que edita El Ideal Machista o feminismo galego saiu quanto as jovens de Briga instala- Porteiro sobre o tratamento da tigo 3 da lei de publicidade e co- Gallego (30.000 euros); Edito- às ruas das diferentes cidades do vam em Compostela umha “diana violência machista nos meios, pa- municaçom institucional, que rial Compostela, que edita El país para mostrar a sua rejeiçom feminista” no pub zapato Baixo. ra além de um obradoiro de Tea- permite difundir diretamente Correo Gallego (30.000 euros); do sistema patriarcal. Para além Moças da mesma organizaçom tro da Oprimida e a apresentaçom propaganda sem mediarem cri- e Rías Baixas Comunicación, da tradicional manifestaçom do projetárom no C. S. lume! (Vigo) de duas curtas que mostrárom ca- térios objetivos ou públicos. grupo empresarial que edita 25 de novembro, tivérom lugar ou- o filme As Horas, de Virginia ras diferentes da violência ma- O último caso foi o da Conse- Atlántico Diario (20.000 euros). tros atos que denunciárom a situa- Wolf. Com o lema “Emancipar- chista. A mesma entidade reali- lharia do Mar, departamento Con esta prática habitual da çom das mulheres. Na tarde do dia mo-nos!”, Adiante organizou um- zou duas performances feminis- que dirige Rosa Quintana, que Junta, o cabeçalho corunhês La 24 os coletivos feministas da Co- has jornadas nos dias 25 e 26 na tas em Ourense e instalou em Vi- distribuiu 395.000 euros entre Voz de Galicia já tem recebido, runha ocuparam a Praça de lugo cidade de Ourense onde se desen- go um ‘Museu interativo contra a seis grupos de comunicaçom através de seis convénios, com o objetivo de contrainformar volvêrom palestras, um concerto, violência machista’. empresarias através de seis con- 420.000 euros ao longo deste ano. e denunciar a “hipocrisia institu- e o Recital contra a Violência Ma- Já no dia 26, a Rede Feminista cional”, contando com diversas chista, que a organizaçom tem es- realizou, como todos os anos, um- atividades, informaçom sobre os tado a realizar nos últimos anos. ha açom na capital galega. desta cortes nos serviços públicos, abai- Ainda no dia 25, a Secretaria de vez, ativistas deitárom-se na Praça Sindicatos do ensino xo-assinados, e umha palestra so- Mulheres da CUT organizou um do Pam cobertas com mortalhas, bre autodefesa para mulheres. ato de apresentaçom do trabalho imitando os corpos das mulheres mantenhem mobilizaçons Já no próprio dia 25, ativistas realizado pola Marcha Mundial assassinadas e tentando que a so- da Assembleia de Mulheres do das Mulheres no C.S. Bou Eva. A ciedade reflita sobre um problema NGZ / A representaçom sindical dentro de um ambiente de ata- Condado (AMC) distribuírom por Marcha Mundial das Mulheres or- que afeta, de umha forma ou ou- do professorado galego acordou que mediático e desprestígio Ponte Areias um manifesto con- ganizou em Compostela umha tra, a totalidade das galegas. no passado dia 30 de novembro contra a profissionalidade do- continuar a mobilizar-se em de- cente promovido por cargos po- fesa do ensino público. A ordem líticos de Educaçom. Os sindi- lher de 38 anos residente em da Conselharia da Educaçom de catos prevém que os cortes no Carral, apunhalada polo seu 23 de junho passado implicou ensino público aumentarám nos Violência machista companheiro quando se encon- umha imposiçom na modifica- próximos orçamentos de 2012 e trava no posto de trabalho. O çom de horários e novas fun- querem manter a pressom sin- NGZ / Ao longo deste ano a vio- respeito às mortes por maus tra- presidente da Cámara Municipal çons como a vigiláncia do alu- dical para o impedir. lência machista gerou já mais de tos, três fôrom as vítimas no país declarou que o agressor “estava nado transportado. A esta or- Estám convocadas concentra- 1.100 ordens de proteçom na Ga- durante este ano; a terceira de- um tanto abandonado; estava no dem uniu-se a reduçom drástica çons no dia 15 de dezembro em liza, e segundo dados de CCOO, las apenas três dias antes do fe- desemprego, bebia…”. O femi- do pessoal docente -em mais de todas as escolas primárias e se- por volta de 75.000 mulheres so- cho de ediçom deste NOVAS dA nismo contestou nas ruas este 1.000 professores e professoras- cundárias do país. frem assédio sexual. No que di GAlizA. Trata-se de umha mu- novo episódio machista. Novas da GaliZa 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012 acontece 09

Galiza nova reclamou autodeterminaçom em viGo Galiza alcança recorde Manifestam-se em Ferrol contra histórico de desemprego NGZ / O incremento mensal foi de tratos que fôrom assinados, só 4,6%, enquanto a média estatal foi 7,3% som indefinidos. desses in- a constituiçom espanhola de 1,37%. Em novembro destruí- definidos, uns 378 (0,7%) figérom- rom-se 11.274 empregos no país e, se sob a modalidade de fomento NGZ / Coincidindo com o aniver- em relaçom ao mesmo mês de do emprego indefinido, aprovada sário da constituiçom española, 2010, o desemprego incrementou- com a reforma laboral, umha o independentismo galego vol- se em 9,3%. Em dados absolutos, o quantidade que, segundo assina- tou a manifestar-se pola autode- desemprego cresceu na Galiza lam na CiG, “nom chega a com- terminaçom e contra o quadro mais que em nengumha outra Co- pensar sequer os 375 novos de- jurídico-político espanhol. desta munidade Autónoma do Estado sempregados e desempregadas vez, tanto a Causa Galiza como espanhol. Som já 253.416 as pes- inscritas cada dia”. A central ava- Nós-UP escolhêrom a cidade de soas sem trabalho na Galiza. lia estes dados como o efeito das Ferrol para os seus atos. Som dados mais do que preo- políticas do Partido Popular, assi- cupantes os publicados polo Mi- nalando que desde que governam Causa Galiza manifesta-se nistério espanhol do Trabalho e na Galiza “só conseguírom incre- nas ruas de Ferrol da imigraçom na sua página web mentar os números de desempre- No próprio dia 6 de dezembro, no começo de dezembro, já que go, com respeito ao Estado, até Causa Galiza juntou mais de um refletem o aumento do desempre- quotas inimagináveis”. A CiG tam- cento de pessoas numha mani- go em todos os setores, ainda que bém voltou a exigir umha “mudan- festaçom que sob a legenda “A MANIFESTAÇOM os mais castigados fossem o da ça total” das políticas desenvolvi- Constituiçom é umha fraude” na cidade de Ferrol construçom (5,9%); a indústria das pola Junta para criar emprego, percorreu as ruas que vam da (4,5%); e os serviços (4,3%). lembrando que estas deveriam es- praça do Hino Galego ao Cantom cais. No dia anterior, houvo um- alguns dos eixos do discurso. A Ao mesmo tempo, no mês pas- tar baseadas “no investimento pú- de Molins. Além da reivindica- ha merenda popular, aberto de jornada concluiu com um jantar sado diminuiu o número de con- blico, no apoio ao tecido produtivo çom autodeterminista, comemo- bilharda, e um concerto. de confraternizaçom. tratos em 11,7%, e dos novos con- e na fiscalidade progressiva”. rou-se o 40 Aniversário das luitas operárias de 1972, nas quais per- Ato político de Nós-UP Também em Vigo dêrom a vida os sindicalistas ga- Três dias antes, e na mesma ci- Galiza Nova voltou à rua polo dia legos daniel e Amador, às maos dade, Nós-UP realizou um comí- 6 de dezembro na praça viguesa Zara recusa-se a da polícia espanhola. A deten- cio com o mote “Galiza pola in- da Constituiçom, que rebatizá- çom de seis independentistas ga- dependência”. Nele tomárom a rom como “Praça da Autodeter- legos nos dias prévios fijo com palavra militantes de Nós-UP, minaçom”. À mesma hora que as pagar idemnizaçom que as palavras de ordem anti- Briga o feminismo ou a CiG, que celebraçons constitucionalistas, rrepressivas e solidárias tives- denunciárom, também, a opera- reuniu mais gente que estas. Com por trabalho escravo sem especial protagonismo, ten- çom repressiva contra o inde- a legenda “Esta nom é a nossa do exigido os participantes a li- pendentismo galego. Críticas à Constituiçom, construamos o Es- NGZ / Com freqüência recolhemos ga recusa-se, já que segundo esta berdade das presas e presos polí- histórica taxa de desemprego, à tado galego”, incluiu a leitura dos no Novas da Galiza casos de ex- alguns aspetos da proposta “nom ticos galegos. Além das interven- “inviolável e inquebrantável” artigos da Carta Magna que aten- ploraçom laboral da empresa in- estavam bem definidos”, nomea- çons políticas, Míni e Mero Constituiçom ou a opressom das tam contra o direito da autodeter- ditex por todo o mundo. O último damente aqueles que diziam res- interpretárom várias peças musi- mulheres trabalhadoras, fôrom minaçom ou a defesa da língua. escándalo do grupo sediado em peito à indemnizaçom. luiz Fabre, Arteijo é a sua negativa a assinar da Procuradoria Regional do Tra- o Termo de Ajustamento de Con- balho da 2ª Regiom admite a pos- duta (TAC) proposto polo Minis- sibilidade de iniciar umha açom Junta continua a apostar na incineraçom tério Público do Trabalho brasilei- social contra a empresa: “já que ro. O documento propunha, entre eles [inditex] tenhem responsabi- outras cousas, umha idemniza- lidade social, podem assumir a com o projeto de macroinstalaçom no Irijo çom de mais de 8 milhons de eu- responsabilidade jurídica, que é o ros por danos morais coletivos que propomos. Nom podemos fi- NGZ / A unidade de tratamento tratamento com o negócio dos eó- que a construçom “multiplicará provocados aos imigrantes que fô- car só no ámbito da vontade. Pre- de refugos no Sul do país prome- licos, hoje em queda pola atual por dous a capacidade de recicla- rom empregados pola inditex co- cisamos de compromissos concre- tida polo governo do PP já conta conjuntura de crise económica. gem”, organizaçons como a Ade- mo mao de obra escrava, mas a tos passíveis de sançons, com mul- com um lugar para ser situada Agora as dúvidas tenhem a ver ga insistem em que o projeto só administraçom da empresa gale- tas, caso nom sejam cumpridos”. desde o princípio deste mês. O com o sítio de onde vam sair os aprofunda no modelo da incine- sítio escolhido será o irijo, e, se- 230 milhons necessários para pôr raçom e as verteduras, contraria- gundo as previsons, entrará em a funcionar a central, já que a co- mente às recomendaçons euro- funcionamento em 2014. A loca- missom que avaliou o concurso peias. O Plano de Gestom dos Leite dos EUA incumpre lizaçom concreta ainda nom foi eólico expressou que “58% das Refugos Urbanos da Galiza 2010- feita pública, polo que nom se sa- receitas provenhem de um cáno- 2020 aposta claramente na inci- normas sanitárias be se se procederá à expropria- ne do qual nom se esclarece na- neraçom, destinando-lhe 60% do çom de terras para a sua cons- da”. A Administraçom aponta o investimento em infraestruturas NGZ / Um estudo do departamen- notavelmente inferior com o fim truçom. Contará com capacida- cánone que terám que pagar os e 48% do orçamento total. Po- to de agricultura dos Estados Uni- de lavar a imagem da produçom de para tratar 366.000 toneladas concelhos como fonte principal rém, segundo dados do próprio dos da América indica que 16% do pecuária norte-americana no ex- de resíduos, um terço do total ge- de financiamento. Esta quota é Plano, perto de 72% do lixo que leite produzido nas suas explora- terior. Porém, até agora, a indús- rado na Galiza. considerada injusta polas asso- entra em SOGAMA acaba no de- çons nom cumpre o limite de tria do leite nos EUA recusou-se A empresa que gerirá esta ma- ciaçons ecologistas, que desde há pósito do lixo. Em síntese, a Ade- 400.000 células somáticas por ml. categoricamente a seguir diretri- crounidade será Estela Eólico, be- anos a qualificam de injusta e ex- ga considera este modelo “cadu- de leite vigente na Europa. Este é zes de segurança alimentar que neficiária do concurso público, e cessiva. Para além disto, os 498 co, ruinoso para os concelhos e um dos índices principais que me- comprometam o seu lucro. cuja adjudicaçom foi feita ‘a de- empregos que segundo o projeto insolidário com a cidadania que de a qualidade do leite já que Com a crescente liberalizaçom do’, segundo criticou a Adega. A se gerariam com a construçom da se esforça em separar”. guarda relaçom direta com a saú- do mercado dos alimentos e à Junta tinha claro desde o primei- central fôrom reduzidos já a 250. Amigos da Terra criticárom a de geral dos animais e com a pre- luz da próxima reforma da Polí- ro momento que, à diferença da decisom de apostar em “um sença de microorganismos preju- tica Agrária Comum na Europa, central de Cerzeda, esta segunda A incineraçom: um modelo modelo de gestom de refugos diciais nas glándulas destes. O es- que vai abrir mais o comércio Sogama ia contar com umha ges- “caduco, ruinoso e insolidário” caro, ineficiente, poluente e tudo tem um marcado caráter de dos alimentos para o ámbito in- tom privada. Graças a esta atri- O ecologismo nom tardou em que, com diferença, gera mui- mercado e valoriza rebaixar a exi- ternacional, é previsível que es- buiçom sem concurso, Estela Eó- protestar perante o que conside- tos menos postos de trabalho, gência das 700.000 células por ml. tes alimentos podam chegar a lico ganhou 186 megavátios asso- ra umha farsa. Enquanto os sem resolver em absoluto o pro- que devem cumprir as explora- formar parte da cadeia alimen- ciando o projeto da unidade de meios enchem títulos afirmando blema dos resíduos”. çons americanas para um número tar das famílias galegas. 10 acontece Novas da GaliZa 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012

Os princípios de mercado dominam mar aGro mais umha vez os debates

PORTO DE MUROS Reforma da PAC pode agravar discriminaçom para a Galiza seGurança alimentar Passa Para um seGundo Plano

Nos últimos meses de convul- sons políticas e económicas no seio da UE vem-se cozi- nhando o debate que di res- peito à reforma da Política Agrária Comum (PAC) para o período 2013-2020. Conside- rando como novo alicerce das Limitaçons impostas finanças europeias a austeri- dade económica, é fácil entre- polo Estado geram ver que a PAC e a sua modifi- caçom vam estar ligadas a es- te novo dogma, tendo em con- rejeiçom no mar ta que na atualidade a Política Agrária Comum absorve 40% do orçamento comunitário. Medidas adotadas por Espanha nom tenhem P.V. / O conjunto de políticas que em conta a especificidade da frota galega, partam desta reforma definirám alerta o Sindicato labrego é a ob- com milhares de embarcaçons costeiras aspetos chave da agricultura co- “SLG denuncia rigatoriedade de pagar um seguro munitária para a próxima década, para a garantia da renda das ex- em especial se o setor primário obrigatoriedade de ploraçons em caso de perdas as- A.DIESTE / Com o início de 2012 vai garantir a soberania alimentar pagar seguros em sociadas à produçom. isto implica entrará em vigor, também, um- As confrarias estám na Europa ou polo contrário eri- a introduçom de outro importante ha bateria de normas e decretos gir-se em pura transaçom comer- previsom de perdas” mecanismo face à privatizaçom aprovados polo Governo de Es- a manter reunions cial a nível internacional. da agricultura e retirada do Esta- panha nestes meses e que estám para estabelecer do como garante da segurança. a gerar umha forte oposiçom no Contínua convergência agrícola europeia com o comércio setor do mar galego. limitaçons as reivindicaçons com o livre comércio internacional posicionando-se Ampla margem de manobra à faina como a que proíbe nave- desde a sua implantaçom, a PAC contra o critério de segurança ali- para os estados membros gar a mais de umha milha da sofreu umha série de reformas que mentar e bem-estar dos agriculto- Se nas últimas reformas que vi- costa àquelas embarcaçons que àqueles que as submeterem a significárom de facto a contínua res ao ficar exposto o setor agríco- veu a PAC os Estados apliárom a careçam de bote de salvamento um proceso de regularizaçom convergência para um sistema la às flutuaçons dos mercados. Pa- margem de manobra que tenhem som vistas como umha “irres- (pôr de acordo a realidade do mais liberalizado de mercado. O ra corrigir este importante dese- para distribuir as ajudas diretas ponsabilidade”, em palavras de barco com os dados que figu- último período de reformas inicia- quilíbrio, apostará-se na apariçom à agricultura provenientes da Eu- um patrom maior de Barbança, ram no rol). Um processo que, do em 2003 deu como fruito crises de contratos para os produtores, ropa, é previsível que com esta polo que implica de prejuízo pa- lembremos, afetou principal- importantes como a do preço do como contrapartida à desapari- nova reforma aumente substan- ra a frota galega. lembram nes- mente as embarcaçons galegas. leite sem que as autoridades euro- çom do controlo da oferta. Aliás, a cialmente a liberdade dos gover- te setor que na Galiza grande “Só podem deixar-se em heran- peias tomassem parte no assunto. PAC fomenta a concentraçom de nos de cada Estado para decidi- parte das embarcaçons litorais ça... e se um nom tem filhos que A atual PAC carateriza-se por dar terras consolidando a desigualda- rem o destino das ajudas. Calcu- tenhem menos de 10 metros de queiram ir ao mar?” pregunta- prioridade ao comércio exterior de na hora de receber ajudas en- la-se que o Estado espanhol ma- comprimento e portanto nom va-se o patrom maior de Ribei- frente à segurança alimentar da tre os grandes possuidores e as pe- neja umha quantia de 5.000 mi- podem levar esse bote. E se lhes ra, José Pérez. populaçom europeia. Muitas polí- quenas exploraçons que verdadei- lhons de euros destinada a for proibido trabalhar a mais de E ainda há mais outra norma, ticas atualmente vigentes som ramente se preocupam por preser- pagamentos diretos. A distrubui- umha milha da costa, estarám adotada polo governo espanhol, mesmo contraditórias; primam o var a diversidade. çom desse montante vai depen- impossibilitadas para pescar em que prejudicará a frota galega aumento da produtividade à vez der dos critérios que adote o go- bancos pesqueiros onde traba- especialmente. Os titulares de que exigem umha preservaçom do Seguros que cubram verno do Estado. A falta de sobe- lham habitualmente: “Ou seja, embarcaçons regularizadas nom meio ambiente dentro desses mes- as perdas por produçom rania política da Galiza significa- que em Madrid decidírom que podem acolher-se a subven- mos critérios produtivos. Quando o princípio da incerteza rá que os novos repartos podem temos que ficar em porto e nom çons. E a maioria destas embar- refletido nas flutuaçons do mer- deixar a Galiza discriminada de poder trabalhar”, sentenciava caçons som galegas. desta for- As linhas da nova reforma cado passa a estar presente num novo por nom reunir um dos Xoán Suárez, marinheiro de Ri- ma, impedem que os pequenos Seguindo um critério de importán- setor há margem de lucro para principais requisitos que é a con- beira. “isto nom é como a Anda- armadores de embarcaçons cia nas medidas que implementa, outro tipo de atores. Umha das centraçom de superfície agrícola luzia, País Basco ou Catalunha: costeiras regularizadas podam a nova PAC vai ligar a produçom possíveis reformas sobre a qual destinada à produçom. cá há muito barco pequeno que aceder a ajudas económicas nom pode levar esse bote de sal- (para modernizar o barco, cum- vamento, que exijam outras cou- prir com as medidas de segu- sas equivalentes para garantir rança...) cuja ausência lhes im- segurança, mas nom isto, por- pede fazer frente a esses custos. que nom podemos... Ou vam pa- As confrarias galegas estám a gar-nos eles um barco maior?”, manter nestas semanas reu- indicavam na ilha de Arouça. nions para estabelecerem umha Mas esta nom é a única medi- tabela de reivindicaçons frente da que se aplicará em breve e a estas medidas do Governo es- que o setor vê com preocupa- panhol e tentar que as mesmas çom, como a norma que proibe sejam tidas em conta polos no- vender as suas embarcaçons vos cargos do Estado. Novas da GaliZa 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012 acontece 11

querem mostrar aos países periféricos a porta de saída da uniom economia económica e monetária para pôr em andamento as “duas velocidades” Euro: seguintes passos num esforço inútil acabarÁm Por converter o banco central euroPeu no equivalente à reserva federal dos eua

JÚLIO TEIXEIRO / O que está em MARIO DRAGHI, PRESIDENTE DO BCE, E ANGELA cionamentos económicos entre risco, sob o eufemismo de “crise MERKEL, PRESIDENTA DA ALEMANHA Os estados que vaiam os países da área euro e o resto do euro”, é a Uniom Económica e da Uniom Europeia. O exemplo Monetária (UEM) europeia. A ficar terám que mais recente disto é o conflito ge- UEM nasceu em 1990, como es- empobrecer o povo rado pola posiçom do Reino Uni- paço económico da Uniom Euro- do na cimeira do Conselho Euro- peia, com a finalidade de superar peu que está a decorrer. Mas nom os sintomas de esgotamento que económicos no ámbito restrito dos só ao redor do Reino Unido som apresentava, na Europa, o capita- países periféricos. de facto, a res- previsíveis este tipo de tensons. lismo fordista desde os anos se- peito da própria Alemanha, está- As depreciaçons na taxa de câm- tenta. Na lógica política do capita- se a falar já de umha próxima re- bio de qualquer divisa da UE dife- lismo, os seus objetivos eram cessom que mesmo admitem os rente do euro serám, mais que dous. Em primeiro lugar, que a próprios organismos oficiais. Por provavelmente, causa de graves uniom económica possibilitasse a quanto maior é a procura de cré- nos respetivos ordenamentos jurí- exemplo, para este ano as previ- conflitos entre estados. Países co- circulaçom irrestrita de mercado- dito, maior é o preço que se cobra dicos. Esta medida vai-se apresen- sons de crescimento eram de 3%, mo a França ou Espanha, cujas rias e capitais; e, destarte, a livre por adiantar dinheiro. Ou seja, tar como o princípio, em matéria mas para 2012 já se reduzem a 1%. procuras internas se vam ver da- concorrência no seio da UE. E, em quanto mais rica é umha econo- de política fiscal, de umha nova A causa destas dificuldades é, sem nificadas pola políticas de auste- segundo lugar, que a uniom mo- mia menor é a procura de crédito, governaçom comum europeia. dúvida, o declínio que começa a ridade, dependem cada vez mais netária impedisse, aos governos e conseqüentemente- menores Mas o que se está a fazer é mos- evidenciar nas suas exportaçons das exportaçons para evitar cair dos estados europeus, limitar, som os juros que se pagam. Esta trar, aos países periféricos, a porta um país que depende tam drama- em recessom. Se um país como a com desvalorizaçons das taxas de regra, porém, ficou desativada de saída da UEM para pôr em an- ticamente delas. Segundo dados República Checa, um grande fa- cámbio das divisas, os efeitos pa- com a UEM. da noite para a ma- damento a Europa de duas veloci- do mês de Outubro passado, as ex- bricante de carros, desvaloriza a ra a economia dessa livre concor- nhã, nas economias mais fracas dades. E, na prática, está-se a re- portaçons alemás caírom em sua moeda as consequências pa- rência. isso deixando a política fis- da UE, ofereceu-se crédito nas conhecer que o que aparentava 3,6%, mais do triplo do previsto. ra as exportaçons da França ou cal e financeira nas maos dos es- mesmas condiçons que na Alema- ser umha Uniom Económica para Portanto, antes ou depois, terá- de Espanha seriam imediatas. tados e com um banco emissor cu- nha. Este estimulo para a procura o conjunto da Uniom Europeia foi, se de dar mais um passo. Esse se- O terceiro passo, pois, terá de ja funçom principal seria o con- tivo três efeitos imediatos nos paí- na realidade, um saqueio que ago- gundo passo será, nunca antes de ser a conversom do Banco Cen- trolo da inflaçom. No clima ses periféricos. Primeiro, um ra -quando já nom fica mais para que o estabelecimento das duas tral Europeu num autêntico ban- neoliberal de finais do século pas- aquecimento da economia que roubar- conclui. Os estados que, velocidades seja claramente insu- co central que o mesmo que já fai sado, foi a resposta europeia pe- nom arrefeceria até a Grande Re- apesar de todo, quigerem ficar, de- ficiente, instaurar um Tesouro eu- a Reserva Federal dos Estados rante a nova situaçom mundial cessom de 2008. Segundo, um verám fazer assumir à sociedade - ropeu com o qual financiar a dívi- Unidos poda comprar em massa marcada pola globalizaçom eco- enorme e profundo buraco nas ba- com cortes sociais e reformas la- da dos estados. Ou seja, transfe- a dívida da UE. E nom apenas is- nómica, o abandono do padrom lanças comerciais. E terceiro, um borais o empobrecimento, e en- rir a dívida, atualmene soberana, so, mas também desvalorizar o ouro e a desregulaçom dos mer- endividamento insustentável das caixar, como puderem, as conse- à Uniom Europeia mediante a euro quando as exportaçons dos cados financeiros. pessoas, as empresas e os estados. qüências políticas. Todo parece emissom de dívida própria, dos estados da área euro o precisa- Por outra parte, o dinheiro é Perante isto, os passos a seguir indicar que esse vai ser o resulta- famosos eurobonds. isto apenas rem. Nesse momento, ambas as como quase tudo nas economias na lógica interna da Uniom Euro- do principal da cimeira do Conse- solucionará o problema durante cousas, a monetarizaçom da dívi- capitalistas umha mercadoria. peia, estám cantados. Para come- lho Europeu que se está a realizar, um tempo, o que se tardar em sa- da e a política de desvalorizaçons, Um bem nunca suficiente, mas cu- çar, a imposiçom da chamada re- em Bruxelas, enquanto estamos a turar a capacidade europeia de abrirám as portas da Uniom de ja escasseza nom é a mesma em gra de ouro. isto é, um limite ao escrever este artigo. endividamento. para em par à inflacçom para em- todos os países. Por isso a procura défice público que todos os esta- Seria ingénuo pensar, porém, Ficaram intactos, porém, ou- pobrecer, neste caso de forma de financiamento cresce em rela- dos membros devem introduzir, que umha Europa de duas veloci- tros focos de instabilidade como, uniforme, o conjunto dos povos çom inversa à riqueza. E, claro, com categoria de constitucional, dades vai encerrar os problemas por exemplo, as tensons nos rela- que ainda ficarem no euro. 12 internacional Novas da GaliZa 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012

“Marrocos procurava evitar que se soubesse que havia a terra treme presos de consciência saarauís no seu território”

brahim sabbar, da associaçom de vítimas saarauís Por violaçons dos direitos humanos “Depois de passar doze anos na cadeia o único que me ficam som os meus princípios”

MARÍA RÚA / A serenidade con- pancadas em qualquer parte do tida que outorga a inocência corpo eram diárias. Muitas vezes, enche o rosto do ativista pró- depois de nos torturarem, deixa- direitos humanos saarauí vam-nos completamente despi- Brahim Sabbar quando lem- dos passando frio e tínhamos bra as torturas e vexaçons a proibido dormir. Até torturavam que foi submetido durante crianças menores de 10 ou 12 mais de umha década em pri- anos diante de mim para que ob- sons e centros de detençom servasse o seu sofrimento e tam- secretos do Estado marroqui- bém me obrigavam a ouvir os ber- no durante os anos 80. Na sua ros das mulheres saarauís quan- primeira visita a Compostela, do eram torturadas. ataviado por um pano verde que simboliza a luita pola au- Como o viveu a família? todeterminaçom do povo saa- Com terror e medo. Pensavam rauí, nom deixa de insistir em que estava morto. Quando me de- que a independência só se tivérom, a minha mae ficou mu- conseguirá mediante a via pa- da, paralítica e ensimesmada per- cífica. O sofrimento que guar- manentemente. Nom se recupe- da na sua lembrança dá-lhe rou até que voltei 10 anos depois. força para continuar com a Marrocos recusava-se a fornecer luita pola causa saarauí e a informaçom sobre a nossa locali- defesa dos direitos humanos. zaçom, já que isso era reconhecer É o secretário geral da Asso- perante a comunidade internacio- Conhece-se qual é a situaçom ciente de que esta via nom dará ciaçom Saarauí de Vítimas de nal que existiam presos de cons- “A vontade de atual dos mais de 500 saarauís os seus fruitos enquanto Marro- Violaçons Graves dos Direi- ciência saarauís dentro do territó- desaparecidos às maos das for- cos continue a roubar os nosos tos Humanos cometidos polo rio marroquino. sobrevivermos como ças de ocupaçom marroquinas? recursos naturais e a violar os Estado marroquino (ASVDH). povo fai-nos superar Constam numha lista reconheci- direitos humanos. Também há Tivo direito a um julgamento da pola Amnistia internacional. que pensar que da mesma ma- Porque o detivérom as autorida- com garantias? os obstáculos” Conhece-se onde fôrom seqües- neira que a Frente Polisário acei- des marroquinas em 1981? Até 2000 a política desenvolvida trados, mas nom se sabe qual é o tou os Acordos de Paz com va- durante o segundo aniversário da por Marrocos nos territórios ocu- seu paradoiro nem se estám vivos lentia, igualmente pode ter a va- ocupaçom das forças marroqui- pados consistia em seqüestrar e Durante o cativeiro, que lhe ou mortos. As suas famílias conti- lentia de tomar a decisom de vol- nas em dajla, a 14 de agosto de encerrar saarauís sem julgamen- ajudava a continuar a defender nuam a procurá-los e realizam tar às armas. Eu, como ativista, 1981, um grupo organizado e se- tos nem garantias. Agora reali- a sua luita em prol da indepen- manifestaçons nos territórios sou contra a guerra. creto de moços saarauís ao qual zam julgamentos, mas sem ga- dência do Saara? ocupados e inclusive em Rabat. eu pertencia distribuímos panfle- rantia algumha. Quando dete- No cárcere estava com um grupo Neste contexto, qual o papel tos e bandeiras contra a celebra- nhem qualquer saarauí por ra- de saarauís. Compartilhávamos Qual é a realidade das presas do Estado espanhol? çom da ocupaçon, reivindicando zons políticas, é julgado por moti- experiências e conhecimentos. O e desaparecidas saarauís? O governo espanhol tem umha a independência do povo saarauí. vos nom políticos. imputam-lhe sofrimento que observava em to- Na atualidade nom temos nen- responsabilidade jurídica, históri- Nesse contexto fomos seqüestra- pertença a ‘banda armada’ ou trá- dos eles dava-me mais força para gumha presa política saarauí, ca, ética e moral desde 1975 pola dos junto com mulheres, crianças fico de drogas. resistir. Ademais, sabia que esta- mas desaparecidas, sim. As nos- situaçom de perseguiçom, discri- e velhos. Em nenhum momento va a defender umha causa justa. sas mulheres vírom-se submeti- minaçom e de sofrimiento em que me atribuírom nengumha acusa- Quais fôrom as razons que mo- Tenho claro que depois de doze das às piores vexaçons. Som tor- ficou o povo saarauí. çom e tampouco se realizou nen- tivárom a sua libertaçom? anos de cadeia, o único que me fi- turadas e muitas vezes violadas, gum julgamento. O seqüestro ia O ponto de partida foi a publica- cam som os meus princípios. como também acontece com mui- Com que dificuldades se encon- seguido de terríveis torturas e çom, no começo da década de no- tos presos políticos. tra o povo saarauí na hora de ninguém sabia onde estavas. venta, de um relatório da OiNG Após ser libertado, que realida- exigir a sua independência? Amnistia internacional onde se de encontrou fora? Como vive um saarauí nos Terri- Principalmente com a atitude de Que torturas e vexaçons sofreu denunciava a existência de um Quando saim fum recebido co- tórios Ocupados por Marrocos? Marrocos, França e o atual gover- em prisons e centros de deten- cárcere secreto no oeste de Mar- mo um herói -igual que todos os Por ser saarauí nom tés nengum no espanhol. Também com a hi- çom marroquinos? rocos onde se encontravam encar- demais presos políticos- e houvo direito reconhecido. O cultural, o pocrisia da comunidade interna- O primeiro ano e meio de cativei- cerados ativistas saarauís. Coinci- umha solidariedade enorme por político, o económico, o social, o cional, que nom pretende fazer ro passei-no isolado numha cela dindo com o cessar-fogo de 1991 parte do povo saarauí. Mas tam- de associaçom, o de estudo e in- respeitar o direito internacional. com os olhos vendados e atado de entre Marrocos e a Frente Polisá- bém se deu a situaçom contrá- clusive o direito fundamental à li- pés e maos. Suportei-no porque rio e com a chegada da MiNUR- ria. Estávamos extremamente berdade. Esta política de coloni- Como definiria a sua luita? sabia que estava a defender um- SO (Missom das Naçons Unidas vigiados polas autoridades mar- zaçom constitui um genocídio. É umha resistência pacífica con- ha causa justa para o meu povo. para o Referendo do Saara Oci- roquinas e nom tínhamos possi- tra a ocupaçom de um povo tor- No quartel da Polícia de interven- dental) o Estado marroquino tivo bilidade algumha de nos incor- Depois de mais de trinta anos turado, encarcerado, assassina- çom Móvel em Villa Cisneros em- que libertar todos os presos e pre- porarmos ao mercado laboral. É de ocupaçom, deve a Frente Po- do, queimado, perseguido e dis- pregavam toda a classe de tortu- sas para manter o seu status den- curioso que o Saara Ocidental lisário mudar a sua estratégia? criminado. A luita e a vontade de ras contra a populaçom saarauí. tro da comunidade intenacional. seja o único território do mundo Essa pregunta deveria respon- sobrevivermos como povo fam- deixavam-te pendurado no ar co- Ademais, diferentes OiNG reali- em que umha missom das Na- dê-la a Frente Polisário. Na mi- nos superar os obstáculos e as mo um aviom, arrancavam-che as zárom numerosas campanhas pa- çons Unidas nom contempla nha opiniom, como defensor dos manobras de Marrocos e os seus unhas, aplicavam descargas elé- ra denunciarem a situaçom dos nengum mecanismo de vigilán- direitos Humanos, defendo a via aliados até a vitória. O exemplo tricas nos genitais. Ademais, as presos políticos saarauís. cia dos direitos humanos. da paz e do diálogo. Sou cons- é Gdeim izik. Novas da GaliZa 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012 internacional 13

Só a união do povo poderá impedir a ofensiva e além minho obrigar o Governo português a repensar a sua política

conseGuiu juntar as duas centrais sindicais, cGtP-in e uGt, o que Poucas vezes aconteceu Greve geral de 24 de novembro, luta dos trabalhadores e alguns ‘fait-divers’

As recentes medidas do Gover- pautado a sua atuação recente por no PSD/CDS, apoiadas nas di- Os media não declarações abstrusas, quando não retrizes da ‘troika’ ingerente vergonhosas, de que esta é apenas (BCE/UE/FMI), resumindo, novo traçam o retrato mais um exemplo. Caso tivesse ho- e gravoso aumento dos impos- do país, antes je à sua disposição uns 800 ho- tos (contrariamente a promes- mens, vociferou Otelo, faria de sas de campanha em que o Go- procuram distraí-lo imediato outra revolução. É sem verno baseou a sua vitória elei- dúvida muito barulho por nada. toral), os inefáveis cortes na Otelo bem saberá que semelhante despesa pública que atingem suposto equilíbrio das contas pú- irresponsabilidade, face à atual os setores mais básicos, o rou- blicas. Na verdade, trata-se sobre- correlação de forças, resultaria bo dos subsídios de Natal e de tudo de proteger a banca e deixar certamente num banho de sangue. férias aos funcionários públi- intactos os privilégios das gran- Mais significativas em todo o cos, para além de várias outras des fortunas. Nem uma medida caso parecem-nos algumas das medidas cuja descrição porme- relativa aos paraísos fiscais, como posições recentes do antigo capi- norizada ultrapassa o âmbito o da Madeira, por exemplo. tão de abril Vasco lourenço. dan- deste artigo, tornaram urgente Claro que a contestação social do voz a uma genuína indignação, a resposta dos trabalhadores e tem subido de tom, mas é prema- num estilo mais moderado, refe- do povo português. A greve ge- turo procurar antever como será riu que políticas como a que este ral de 24 de novembro passado te uma etapa na luta de classes em resgate de bancos, têm sido, em daqui para a frente a reação das Governo prossegue podem con- foi um importante passo nessa Portugal. Não se poderá esmore- Portugal, como noutros países, pessoas a este estado de coisas. duzir a uma tensão social insupor- luta, que continuará, nas ruas, cer no combate a esta política, pagos pela maioria dos trabalha- Os media de reverência, já o tável, que poderá desembocar nu- nos locais de trabalho. uma vez que o preço a pagar seria dores, a quem o Governo e o pre- dissemos, não traçam o retrato ma revolução. Há, a nosso ver, incomportável. Face à gravidade sidente da República vão pedindo do país, antes procuram distraí- apesar de tudo, uma diferença as- ANDRÉ RODRIGUES P. SILVA / Sem das medidas anunciadas (e de ou- “sacrifícios com dignidade”. lo com fait-divers, dando voz aos sinalável de conteúdo e de propó- entrar na discussão dos números tras que o governo tem na calha), Há dias, um artigo notável no estrondosos petardos que profe- sitos entre as duas declarações. nem comentar a inevitável mani- que representam um garrote apli- jornal Avante!, órgão central do rem um Alberto João Jardim, infelizmente, quanto ao presen- pulação mediática, esta foi objeti- cado à classe trabalhadora, aos jo- PCP, colocava lado a lado excer- presidente do Governo da Re- te imediato, pode dizer-se em re- vamente uma greve geral muito vens e aos reformados, só a união tos de textos de dois ministros das gião Autónoma da Madeira, ou lação ao que disse Vasco louren- boa, com grande impacto, tendo dos trabalhadores e do povo po- finanças portugueses, que 83 um José Sócrates, de que certa- ço o mesmo que em relação a Ote- juntado, o que poucas vezes acon- derá impedir a ofensiva de ir ain- anos(!) separam. Trata-se nada mente os portugueses não terão lo. Não obstante, o futuro próxi- teceu, as duas centrais sindicais, da mais longe e obrigar o Gover- menos que de Salazar e do atual nenhuma saudade. mo, o português como o grego, co- CGTP-iN e UGT. no a repensar a sua política. detentor da pasta das finanças, o Para além destes, alguma comu- mo o irlandês e, afinal, de grande Ainda que estas medidas fos- O tão proclamado buraco finan- sinistro Vítor Gaspar. É tenebroso, nicação social fez eco de afirma- parte dos povos europeus na ac- sem de certa forma esperadas, fa- ceiro, a incompetência gravosa na mas exato: os discursos confun- ções recentes de Otelo Saraiva de tualidade, passará sem dúvida pe- ce às exigências da ‘troika’, a ver- gestão dos dinheiros públicos, as dem-se porque é idêntico o seu Carvalho, figura central da Revolu- las ruas e pela resposta destes po- dade é que se galgou bruscamen- astronómicas somas investidas no ideário; tudo é sacrificável para o ção de 25 de Abril de 1974, que tem vos à brutal ofensiva em curso.

É um dos territórios nom soberanos Povos com mais autonomia de todo o Planeta Gronelándia: mais independência, menos meio ambiente

FERNANDO ARRIZADO / "Em 2021 mesma secçom há apenas uns me- se um número total de 50.000 mi- ticas e petrolíferas estado-uniden- cumpriram-se 300 anos da coloni- ses o companheiro 'Muros', já é lhons de barris). O degelo polar - ses. E sabem-no os locais. Os mar- zaçom e nom queremos mais 300", um dos territórios nom soberanos provocado polo aquecimento glo- xistas-leninistas do inuit Ataqati- aventurava em novembro de 2008 com mais autonomia de todo o bal, paradoxalmente conseqüên- giit (iA) acedêrom ao governo em Hans Enoksen, daquela primeiro- Planeta, desde a entrada em vigor, cia do abuso de combustíveis fós- junho de 2009, desbancando o ministro da Gronelándia, após a a 21 de junho de 2009, dia Nacio- seis- e os avanços tecnológicos es- Siumut, formaçom social-demo- ampla vitória do 'sim' no referendo nal, do novo Estatuto, em substi- tám a facilitar a sua exploraçom, crata e hegemónica durante 30 popular sobre o novo Estatuto de tuiçom do primeiro, de 1979. Ago- ademais de criar novas rotas ma- anos. O iA defende as extraçons Autonomia. A última palavra tem- ra, por exemplo, a justiça e a polí- rítimas entre continentes. como sustento da independência; na a dinamarca, Estado que osten- cia som geridas polo governo de Sabem-no bem nos EUA. Se- o Siumut, uma autonomia mais ta a soberania e cujo governo inje- Nuuk, o kalaallisut é a língua ofi- gundo os cabos diplomáticos re- ampla dentro da dinamarca e po- ta 456 milhons de euros anuais à cial, e reconhece-se legalmente o velados pola Wikileaks, o depar- líticas mais protecionistas com o economia da ilha, isto é, 60% das direito de autodeterminaçom. tamento de Estado considera que meio ambiente. Mas o lucro e ou- receitas públicos gronenlandeses. Mas sobretudo, com a nova nor- a Gronelándia “caminha clara- tros benefícios do petróleo som Gronelándia (Kalaallit Nunaat, ma, a Gronelándia controla os mente para a independência”, o demasiado apetecíveis. Como no em gronelandês ou kalaallisut), seus recursos naturais, especial- que implica “umha oportunidade caso da Escócia, o ouro negro é o da qual nos aproximava nesta mente o gás e o petróleo (estima- única” para as companhias gasís- combustível do motor arredista. 14 dito e feito Novas da GaliZa 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012

O próximo tratará em Compostela sobre as 'Alternativas dito e feito práticas dos movimentos populares à crise capitalista' Encontro de iniciativas comunitárias pom em comum experiências militantes a revira de Ponte vedra acolheu este fórum Promovido Pola escola PoPular GaleGa

Nos últimos anos o movimento popular galego foi pondo em andamento umha A Escola Popular Galega acaba de promover o primeiro Encontro de Iniciativas série de projetos que lançárom raízes no mundo do soberanismo e da esquerda: Comunitárias Galegas com o objetivo estabelecer um espaço de encontro perió- desde o fenómeno dos centros sociais, passando por iniciativas educativas, des- dico entre todos estes coletivos e que serviu como primeira tomada de contato portivas ou de lezer, até os diferentes meios de comunicaçom social alternativos. para partilhar as diferentes experiências dos ativistas ali reunidos.

RAÚL RÍOS / O encontro tivo lu- pormenor sobre o tema, devido gar no passado sábado 23 de no- Pretendem convocar ao grande interesse que reveste vembro, no centro social A Revi- para a militáncia. ra de Ponte-Vedra, e reuniu arre- fóruns para abranger dor de 30 militantes de 17 proje- todo o tipo de coletivos Compromissos tos diferentes. Entre os assisten- O objetivo principal do encontro tes estavam os centros sociais a foi conseguido: já foi marcada data Faísca, a Revolta, Bou Eva, Sem Procuram a cooperaçom para as próximas sessons de deba- um Cam e a Gentalha do Pichel, e o conhecimento te entre os coletivos do movimento ademais da própria Revira; ini- popular. Após o colóquio, decidiu- ciativas de comunicaçom social mútuo entre coletivos se que estas reunions girassem em alternativa como o galizalivre.org torno a dous formatos. O primeiro ou o Gz-contrainfo; os coletivos consistirá em reunions com maior desportivos e de lezer Siareir@s 30 do CS A Revira, o número de periodicidade (cada 4 meses) e de Galeg@s e a Agrupaçom de ativistas que participa em cada carácter 'interno', focadas na mili- Montanha Águas limpas coletivo oscila entre valores mui táncia dos projetos. Terám como (AMAl); além doutras organiza- amplos, dependendo em grande objetivo dialogar sobre aqueles as- çons, como a Plataforma que medida do tipo de projeto e da suntos de interesse quotidiano pa- Voltem à Casa, a Galicola ou a sua situaçom. Os centros sociais aquela tentativa constituída pola vem, polo menos nun período ra as iniciativas populares. O pri- própria Escola Popular Galega. som os que mais militantes re- Coordenadora Galega de Centros determinado da sua vida. As ex- meiro destes encontros irá decor- Concorréron também à convo- querem, enquanto outros coleti- Sociais, que surgiu quando o fe- periências som variadas e estám rer em Ponte-Vedra em 11 de feve- catória outros militantes a título vos, como o que fai o galizali- nómeno dava os seus primeiros mui determinadas polos diver- reiro e levará o título 'Recursos eco- individual e outras organizaçons vre.org ou a mesma Escola Po- passos. As diferentes dinámicas sos bairros ou vilas em que se in- nómicos para os movimentos de pendor mais político, tais co- pular Galega, contam com mui ou envolvimentos políticos de ca- serem os centros sociais. Um populares. Opçons de financia- mo o Ateneu Proletário Galego, pouca militáncia, embora esta da centro social impossibilitárom exemplo é o do CS Sem um Cam mento e gestom de recursos'. Adiante, Ames na Esquerda ou seja mui activa. Salientárom-se a consolidaçom do projeto, ainda de Ourense, que segundo expli- O segundo dos formatos que to- Mugardos na Esquerda. igualmente os distintos níveis de que o militante o lembre como al- cárom tem o local numha rua de marám os Encontros será de tipo A primeira metade do encontro militáncia que requer um coleti- go positivo na medida em que maioria imigrante, o que lhes le- 'foro social'. Terám periodicidade valeu para que aquelas pessoas vo. Siareir@s Galeg@s, por contribuiu para o encontro de ati- vantou dificuldades para expli- anual e irám dirigidos a um públi- que ainda nom se conheciam pui- exemplo, precisa dum alto grau vistas. “Sabíamos que havia que carem aos vizinhos a sua fun- co mais amplo. Serám tratados te- dessem apresentar-se e para ex- de trabalho durante um espaço se coordenar, mas nom sabíamos çom, pois por vezes estes “che- mas monográficos de interesse so- plicarem em público o projeto a concreto do ano (o período pré- com que objetivos”. gavam a confundir-nos com um cial e participarám pessoas que que pertencem, dando conta das vio à organizaçom do jogo de fu- Outro dos grandes contrastes serviço social do Concelho”. poidam achegar a sua experiência suas experiências e problemáti- tebol da Seleçom Galega no Na- entre os projetos deu-se nos ti- Finalmente, toda a heteroge- prática ou teórica. Falta ainda con- cas particulares, centrando-se, tal), ao passo que outros proje- pos de relaçom que mantenhem neidade do movimento popular cretizar mais detalhes, mas o pri- como recolhia o guiom, na mili- tos, como os centros sociais, ad- estes com a contorna mais pró- galego reflete-se também no que meiro destes encontros teria lugar táncia, na cooperaçom, no conta- mitem umha militáncia mais la- xima, no que se refere ao envol- atinge aos recursos económicos na primavera em Compostela e to com o ambiente mais próximo xa mas constante. da laxitude há vimento de pessoas despolitiza- dos diferentes projetos. As fórmu- trataria sobre as 'Alternativas prá- e nos recursos económicos. que excluir o “núcleo duro” de das ou à penetraçom social. Por las de financiamento contrasta- ticas dos movimentos populares à cada projeto, cuja existência foi um lado, há coletivos aos quais, das na reuniom fôrom diferentes: crise capitalista'. O tipo de encon- Experiências testemunhada no Encontro, e polo seu tipo de trabalho lhes é quotas às pessoas associadas, tro aberto e nom vinculativo, ade- Quanto à militáncia, as diferen- que é formado por aquelas pes- mais doado o achegarem-se à venda de material, realizaçom de mais da laxitude temporal com ças de cada projecto ficárom pa- soas que promovem o projeto sociedade, como pode ser o caso eventos e ajudas públicas, ou di- que se desenvolverám, som carac- tentes: desde os mais de 200 só- com nível de compromisso maior de Siareir@s Galeg@s ou a Gali- versas combinaçons de todo o an- terísticas que pretendem abranger cios da Gentalha do Pichel aos que o resto dos e das ativistas. cola. Por outro lado, há projetos terior, som as fórmulas mais ha- o maior número possível de coleti- 15 do CS Sem um Cam, passan- Sobre cooperaçom e convívio que, como os centros sociais, po- bituais para estas iniciativas que vos, sem se forçarem ritmos e do polos mais de 70 do recente- entre iniciativas, o veterano ati- den parecer 'guetos' isolados da nom tenhem fins lucrativos. A adaptando-se às diferentes parti- mente aberto CS Bou Eva ou os vista Antom Árias Curto lembrou vizinhança em que se desenvol- EPG organizará um debate em cularidades de cada grupo. Novas da GaliZa 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012 Palestra 15

Resgatamos um debate recorrente no seio do movimento popular: Palestra deve o independentismo dar a batalha no seio do BNG? O futuro: somar para Independentistas afirmar o soberanismo sem sítio no BNG

Inácio Pavón Barbagelata Paz Romai

BNG nasce em 1982 como frente orque, para começar, o Bloco não é política para avançar no processo Está-se a recuperar a independentista, não é anticapita- Não se pode por Ode autodeterminaçom da Galiza Plista e não é assemblear. através da luita social e institucional. Con- defesa da soberania e da Algumas e alguns militantes do Bloco coerência, por decência verteu-se na organizaçon maioritária até justiça social no BNG Nacionalista Galego pensavam (ainda os e por saúde mental o ponto de assumir sob as suas siglas a há que o pensem) que há que mudar o Blo- maioria do nacionalismo político e boa co de dentro. Muitas vezes tenho ouvido parte dos ativistas sociais, sindicais e se- polo que nom se vai resolver num fim de dizer a companheiras e companheiros de últimos sequestros praticados pelas for- toriais, chegando a ser referencial tanto semana. Erram pois aqueles que ponhem organização que independentismo e auto- ças de repressão do Estado. no nacionalismo como na esquerda. Mes- o limite numha assembleia nacional. determinação eram conceitos ultrapassa- diante dos gravíssimos acontecimentos mo hoje, os dados quantitativos mostram- Neste contexto, é respeitável a opiniom dos, fora de moda, enquanto outras/os as- ocorridos nestes dias na Galiza, o BNG nos que a grande maioria dos soberanis- dos que, organizados ou nom, pensam seguravam que havia que conseguir não se posicionou, nem sequer timida- tas e independentistas do País apostam que o BNG já nom é instrumento válido apoios sociais para se chegar às institui- mente, a favor das/os independentistas em actuar no seu interior. para lograr a soberania nacional, ainda ções e, a partir dali, fazer o trabalho para presas/os. Não denunciou a violação dos Em meados dos anos 90, a a direçom que esta nom seja a nossa opiniom. Mas soberania do Povo Galego. seus direitos, a manipulação (des)infor- do BNG iniciou um caminho que afirma- de nada serve ao País assinalar perma- No entanto, uma vez chegado às insti- mativa dos meios de (in)comunicação so- va que a priorizaçom do campo institu- nentemente ou exagerar contradiçons do tuições, a máxima reclamação do BNG foi cial, nomeadamente a televisão pública da cional levaria, fruito da própria açom de Bloco, ou mesmo torná-lo em inimigo a “mais Estatuto”. Muitas das políticas pos- Galiza, nem o julgamento mediático, nem governo, ao aumento dos apoios sociais bater, para ocultar as incapacidades pró- tas em funcionamento pelo BNG, iam to- a transgressão manifesta da Carta de di- e ao crescimento da consciência nacio- prias, como a de nom alargar base social. talmente em contra da autodeterminação. reitos Humanos. Ao mesmo tempo que nal. Caminho que, como era previsível, A degradaçom da maior ferramenta po- E os métodos para aplicá-las eram às ve- apoia os anseios de autodeterminação e nom estivo isento de renúncias, conces- lítica de construçom nacional, ou a sua zes tão clientelares, como o tinham sido reivindicações territoriais do povo mapu- sons e escolhas dolorosas que culminá- conversom numha versom descafeinada e com os governos anteriores. Poderíamos, che e critica o uso abusivo das leis de ex- rom com erráticos governos nas cidades sistémica do nacionalismo popular nom é situados numa posição independentista, cepção como a lei de Segurança interior e mais claramente no governo do bipar- desejável para ninguém, já que a constru- chegar mesmo a conceber a criação uma e a lei Antiterrorista, ignora o que se pas- tido na Junta, onde ocorreu um choque çom dum instrumento similar levaria “rede de empresas galegas”? sa na Galiza. com parte importante do tecido e da ba- anos, quando nom décadas, num momen- Os movimentos sociais próximos do Blo- Não sei muito bem se esta moral dupla se social mais conscientes, muita do pró- to de aceleraçom brutal do capitalismo e co Nacionalista Galego (algum impulsiona- é para não serem “criminalizados” ou por- prio BNG. Sem negar boas intençons e do espanholismo, deixando desvalida e do pela própria formação frentista) foram que estão demasiado ocupados brigando açons de governo positivas, além do pa- sem esperança grande parte do povo, num utilizados e abandonados ou desativados. por esse poder fictício que dará outrora pel dos meios de comunicaçom social, o momento em que a unidade do naciona- Os órgãos de decisão ou de representação quotas de representação nas diferentes certo é que parece evidente que, se se ti- lismo é mais precisa do que nunca. Essa é do BNG estão tão afastados da militância e poltronas. Prefiro pensar que são esses os vesse seguido nessa linha, se teria pro- a nossa opçom pois: o fortalecimento da da população em geral, que as decisões úl- motivos e não que estejam de acordo ou duzido um divórcio traumático com a praxe soberanista e popular do BNG. timas tomadas pela organização ficam lhes seja indiferente a agressão levada a própria base, longe de ampliá-la. O desafio dos e das soberanistas no igualmente longe das expectativas e das cabo contra o nosso povo. A visom crítica dessa etapa provocou BNG para o conjunto da organizaçom é necessidades populares e militantes. Porque, com o seu (pouco ou muito) po- que nos últimos dous anos se começasse passar de vários anos de soberanismo re- Há anos que o Bloco abandonou as po- der de convocação não se insta a cidadania a recuperar o discurso de defesa da sobe- tórico e teórico, mas de tacticismo autono- líticas anticapitalistas (se alguma vez a lutar em comum. Porque se parcializam e rania nacional, das classes populares e mista, para um soberanismo que aposte acreditou nelas). Cada vez mais, tem ido sectorializan as lutas. Porque nestes mo- pola justiça social e umha prática mais em acumular forças pola ruptura e a clara adaptando as políticas institucionais es- mentos de crise, de perda de postos de tra- conforme com esses objectivos, o que é diferenciaçom de Constituiçom espanho- panholas, chegando a “flertar” e inclusi- balho, de precarização, de ordens de des- perceptível no apoio e implicaçom nas la como dependência vs. soberania galega ve a aplaudir as atuações das forças de pejo, esta formação frentista, longe de estar greves gerais contra as reformas laborais, como a soluçom libertadora. Esse é o ca- repressão. Toda a gente tem na retina al- ao lado do povo e dos grupos reivindicati- na reforma da Constituiçom reclamando minho que pode e deve percorrer o BNG. guma foto de algum cargo político ou ins- vos, chegou a ignorar e, às vezes, inclusive a soberania e mesmo nos programas elei- Nele estamos empenhados, e para fortale- titucional do BNG, a realizar atos e inau- a demonizar algum dos tais grupos. torais. O caminho anterior é pois reversí- cê-lo cumpre somarmos esforços dentro gurações de quartéis da Guarda Civil ou Não se pode ser independentista dentro vel, mas para assentar e ser crível e útil dele, integrando também aqueles sobera- festas do “dia de la Hispanidad”. Toda a do BNG, por coerência, por decência e por precisa de grandes doses de debate e cla- nistas hoje dubitativos. gente tem na memória as declarações fei- saúde mental. rificaçom internas, assim como de açom tas pelos seus representantes oficiais no social fortemente coerente e continuada, Inácio Pavón Barbagelata é militante do BNG caso da “Operación Castiñeira” ou nos Paz Romai é ativista de Ames na Esquerda

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ASSINATURA 16 em anÁlise Novas da GaliZa 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012

Nem a Inspeçom do Trabalho nem a fiscalia atuam nos navios com em anÁlise bandeira espanhola ou nos pesqueiros com bandeira de conveniência Marinheiros indonésios na Galiza: jogar a vida por 295 dólares por mês cerca de 1.600 trabalhadores deste País asiÁtico som exPlorados Por diferentes armadoras

Empresários espanhóis e indo- fala o professor da Universidade porto de burela sempre negárom qualquer irregu- nésios comerciam com centos de Santiago de Compostela a empresa dos armadores desta laridade. José Quelle, administra- de pescadores estrangeiros (USC), José Antonio Aldrey. Este vila é umha das responsáveis dor da Shipopesca, sociedade ra- cada ano. Oferecem-lhes sol- geógrafo indica que as agências dicada em Jove, mesmo ameaçou dos tam ínfimos que na maio- pagam “mui pouco, por volta de a Confederaçom intersindical ria dos barcos, apesar do de- 500 euros por mês, menos dum com umha querela perante os tri- semprego, cada vez som me- terço do que receberia um mari- bunais por esta acusá-lo de “trafi- nos marinheiros galegos. nheiro daqui” apesar de que os in- car com carne humana”, deman- donésios “som mui úteis para os da de que nunca mais se soubo. MANUEL VILAS / Umha maré por armadores porque som pessoas O certo é que a atividade des- 2.000 euros. Três semanas de fai- com qualificaçom para trabalhar tas empresas nom é ilegal. Na in- na contínua num boniteiro varri- no mar, até o ponto de serem as ternet dúzias de agências indo- do polas tempestades do Atlánti- próprias empresas que os procu- nésias ofertam tripulaçons a ar- co norte. Em troca disto, o dobro ram na indonésia”. madores de todo o mundo. Por de salário do que em qualquer ou- exemplo, a Fosterindo presume tra oferta ao alcance de um moço Contratos e controlo de fornecer tripulaçons “a um sem formaçom. Esta era a saída a A ausência de inquéritos judi- custo razoável” encarregando-se que se agarravam centos de de- ciais está relacionada ademais de todos os trámites, incluídos os sempregados galegos há alguns com o isolamento dos marinhei- certificados médicos para embar- anos. Hoje, a válvula de escape do ros, bem pouco dispostos a de- armadores de Burela e umha das car, passaporte, “assistência aos Gram-Sol já nom existe. nunciarem. O professor Aldrey Silêncio mediático: sociedades de maior faturaçom da marinheiros desde o aeroporto Agora florescem as agências de qualifica-os de “coletivo dócil”, província de lugo. internacional de Jacarta” e “o rá- contrataçom que proporcionam após explicar que os armadores “Informar disto implica Pagamento de indemnizaçons pido pagamento às famílias”. marinheiros aos armadores gale- os tenhem “bastante controla- tocar grandes nomes” após um naufrágio ou repatriaçom gos. Som uns 1.600, a maioria in- dos” em apartamentos pagos po- de cadáveres: estes som os únicos Viver com 300 euros por mês donésios, que, segundo denun- las agências. Além disso, os pró- temas que protagonizam nos gran- O facto de os contratos serem as- ciam sindicatos e professores, tra- prios emigrantes limitam a sua Muitos indonésios des meios os marinheiros indoné- sinados na indonésia permite às balham explorados perante a pas- vida social ao máximo para po- trabalham para a ABSA, sios, carne de canhom no setor agências pagar salários abaixo da sividade do Estado e da Junta. derem aforrar. durante os três com maior mortalidade laboral de lei espanhola. É habitual, além A primeira a pôr nome aos su- ou quatro anos em que permane- empresa de Burela toda a Espanha. Xabier Aboi apon- disso, que a própria agência des- postos exploradores foi a Confe- cem na Galiza “apesar de que al- ta para a existência de verdadeiras conte vários centos de euros do deraçom intersindical Galega guns ganham mui pouco, por vol- “máfias” que pretendem construir soldo polo alojamento e a comida. (CiG). Xabier Aboi, o seu respon- ta de 300 euros, conseguem man- tres pensam em retornar “vivem um muro de silêncio. Assim, o sin- Por isso, os salários de 500 euros sável em pescas, assinou umha dar remessas de até cem euros quase como extraterrestres”. dicalista refere o caso dum arma- ficam em 300. Segundo denuncia denúncia junto da Segurança So- por mês para as suas famílias, Na opiniom da CiG, os meios de dor de Santa Ugia Ribeira “pres- a CiG, também é freqüente que os cial acompanhada das ofertas de que aqui é pouco dinheiro, mas comunicaçom social também con- sionado” por outros armadores, emigrantes paguem os seus bilhe- duas agências: a Total Spain Qua- que alá representa um incentivo tribuem para a exploraçom. Aboi molestos porque este empresário, tes de aviom renunciando ao salá- lity oferecia marinheiros indoné- importante”. O especialista ex- denuncia que “a imprensa se es- satisfeito com os seus tripulantes, rio dos primeiros meses e assinem sios por 400 dólares, russos por plica que na grande maioria de conde, apesar de que publicamos lhes oferecia um soldo digno. antes da viagem um papel em 900 euros. O preço era “orientati- casos “nom se relacionam nada os contratos que oferecem as As empresas acusadas pola CiG branco, que a agência pode utili- vo”, quer dizer, podia negociar-se. ou quase nada com a populaçom agências, porque informar disto (as citadas Total Spain Quality e zar se surgir qualquer problema. Mais baratos ainda saíam na Ship- local”, “nom tenhem nengum ti- significa tocar grandes nomes da Shipopesca, juntamente com ou- ping Oriental Services (Shipopes- po de identificaçom com a Gali- pesca”. Muitos indonésios traba- tras como a Crewnova, a Nautae Esta reportagem foi publicada original- ca), 295 dólares por cada mari- za, nem ideia do idioma” e men- lham para a ABSA, sociedade dos Burela e a Servixestion Burela) mente no nº132 do jornal Diagonal. nheiro indonésio. isso sim, havia que lhes pagar três dólares por ca- da tonelada de peixe. A denúncia é de há dous anos, mas a Administraçom nom san- “A regulaçom laboral nom implica salários dignos” cionou nengumha das duas agên- M.V. / Em colaboraçom com os também pro- “chamam a atençom os baixos salários mé- ral; as condiçons laborais devem cumprir cias apesar de ofertarem traba- fessores da Universidade de Santiago de dios dos asiáticos, quando som um coletivo uns mínimos independentemente da origem lhadores abaixo do salário míni- Compostela (USC) Jesús González e Xosé com umha situaçom laboral maioritariamen- da empresa ou de se se trata dumha empre- mo. “Todo o mundo calou e olhou Manuel Santos, José Antonio Aldrey é autor te regulada. Sem embargo, umhas boas con- sa de trabalho temporário que fica com par- para outro lado, a Junta, a Fisca- de La emigraçom extranjera en Galicia. des- diçons de partida nom redundam num salá- te do salário”. Pola sua parte, o sindicalista lia, o Ministério do Trabalho, to- te estudo depreende-se que todos os indoné- rio adequado. Ainda mais, é provável que is- Aboi insiste em que nem a inspeçom do Tra- do o mundo com competências sios som marinheiros experimentados, que to os afete negativamente: é um preço que balho nem a Fiscalia atuam nos navios com se escondeu”, declara indignado saem do seu país com um contrato debaixo devem pagar”. Enquanto que alguns emi- bandeira espanhola ou nos pesqueiros com Aboi ao Diagonal. O sindicalista do braço e aos quais os empregadores facili- grantes tenhem possibilidades de prosperar, bandeira de conveniência que som, ao seu insiste em que a “exploraçom do tam comida e alojamento. Em teoria, isto os marinheiros estám atados a umhas condi- juízo, “a verdadeira selva, com salários de homem polo homem” continua converte-os nuns privilegiados fronte à çons péssimas durante toda a sua autoriza- 200 euros”. O representante da CiG denun- nos portos galegos: “Polo salário maioria dos emigrantes. Nada mais longe da çom de trabalho. diante desta situaçom, o cia que o resultado é que na maioria da frota dum marinheiro galego, contra- realidade. O estudo da USC aponta que a professor Aldrey demanda às administra- de altura já nom há trabalhadores galegos, tam doze indonésios”. maioria cobra menos de 600 euros e que çons “um controlo mais duro no tema labo- salvo como capitáns ou patrons de pesca. de soldos paupérrimos também Novas da GaliZa 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012 crónica 17

A segunda quinzena de novembro estendeu o movimento okupa a duas crónica das principais cidades. O novo Centro Social de Vigo continua a resistir

o imóvel que acolhe o esPaço livre ia ser destinado a casas de luxo a iniciativa de valerY karPin cs bairro do cura: nova okupa contra a especulaçom

A filtraçom dos planos à imprensa espanhola obrigou os ativistas vigueses a tor- Social Bairro do Cura. Ativistas de diversas militáncias (anarquistas, indepen- narem pública a ocupaçom antes do previsto. Assim, em 21 de novembro (segun- dentistas, de centros sociais ou associaçons em defensa da terra) uniam esfor- da-feira) anunciavam que iriam criar umha nova okupa no sul do País: o Centro ços neste novo projeto coletivo que continua a se desenvolver.

ZÉLIA GARCIA / O Bairro do Cura mais de 15.000 metros quadrados é um complexo de edifícios e ruas de terra fértil que agora está cober- no interior da zona velha viguesa. ta de mato. No primeiro fim de se- O plano do ex-futebolista do Celta mana da ocupaçom as ativistas Valery Karpin e do alcalde Abel programárom umhas "Jornadas Caballero é converter este espaço pola defesa do Bairro do Cura" e numha zona de vivendas de luxo em dezembro relembravam que o e num "centro de negócios". No elemento central será o trabalho entanto, entraves municipais e au- comunitário na horta. As okupas tonómicos, bem como as conse- pretendem transformar o mato em quências económicas da crise es- hortas coletivas para uso e susten- tám a adiar a realizaçom deste to de vizinhas e ativistas. megalómano plano imobiliário. Contrariamente aos dizeres do Ativistas ocupárom o antigo asi- Faro de Vigo e El Mundo, os oku- lo das «Hermanas de los Ancianos pas nom abandonárom o Bairro do desamparados» –um edifício de Cura, e o centro social continua cinco plantas, com capela e inu- com a sua atividade, mas também meráveis quartos– para denuncia- marcando os seus próprios ritmos. rem a especulaçom urbanística, e assolagar o prédio, de forma a “Nom tivemos nengum proble- Só agora os meios empresariais começando, ao mesmo tempo, os evitar que fosse ocupado. As frei- ma com os nossos vizinhos, mas mostrárom interesse polo bairro duros e numerosos trabalhos de ras fôrom ajudadas por Karpin, As antigas donas do quigemos delimitar os espaços e do Cura, mas nom pola difícil si- limpeza do local. segundo investigárom ativistas prédio tirárom as telhas assim separamos as zonas que es- tuaçom em que vivem centos de Nestes momentos, a assembleia contra a especulaçom. e vedárom as portas távamos a recuperar do asilo. Um- homens e mulheres sem teito. isso está a trabalhar basicamente em Apesar destes ruins trabalhos de ha das ideias a longo prazo seria só lhes interessa para criminaliza- acondicionar o local, pois as anti- contra-habitaçom, entre vinte e para impedir ocupaçons podermos habilitar um albergue rem a okupaçom e a luita contra a gas donas, as ditas “Hermanas”, trinta pessoas drogodependentes para as pessoas sem abrigo”, expli- especulaçom como movimentos. antes de o abandonarem, tirárom vivem neste espaço há mais de oito ca umha das participantes. de momento, as okupas nom fô- as telhas, deixando só umha rin- anos, e cerca de cem pessoas sem pessoas sem lar, sem direitos nem Outra das propostas é transfor- rom incomodados pola polícia nem gleira, serrárom as traves da cú- abrigo passam polo asilo ao longo ajuda de nengum tipo partilha es- mar o prédio num grande centro por agentes judiciais, de maneira pula da capela e vedárom as por- do dia. A poucos metros do Conce- paço com a assembleia de okupas, social e cultivar a enorme exten- que se desconhece se está aberto tas. Pretendiam assim deteriorar lho de Vigo, a dura realidade das às costas da cidade insensível. som de terreno que fica a ermo, já o procedimento de despejo.

os doze detidos ainda nom conhecem as acusaçons e os advoGados denunciam irreGularidades sala Yago: 6 dias de cultura livre em compostela

Mª ÁLVARES - X. MIQUEL / O movi- desalojo e anunciando que “os da zona velha, figérom parte do portal galizalivre, umha pessoa mento okupa reapareceu na zona okupas iriam ter que pagar to- seguinte capítulo do desalojo. solidária foi brutalmente agredida velha de Compostela, com a rea- dos os estragos” previam umha Umha nutrida marcha Após o ataque, a gente congre- pola polícia na estaçom de auto- bertura da mítica Sala Yago que rápida intervençom policial um- denunciou o desalojo gou-se na comissaria onde esta- carros da cidade. fora fechada em 2007. Várias pes- ha vez passadas as eleiçons. no mesmo dia em vam as detidas que fôrom ceiva- A dia de hoje, as avogadas que soas entrárom nesta sala em 17 de E assim foi. Às dez da manhá das poucas horas mais tarde sem levam o caso denunciam que ape- novembro e, após realizarem um- do dia 23 de novembro, mais que este tivo lugar passarem polos julgados. sar de nom estar decretado o se- ha jornada de limpeza, abrírom- dumha trintena de polícias de A solidariedade contra o desa- gredo de justiça, ainda nom te- na ao público numhas jornadas choque entrárom na sala para lojo nom cessou e logo à tarde um- nhem acesso ao processo e que, anunciadas como a “Grande rea- identificarem as 11 pessoas que de calma tensa durante as quatro ha concentraçom na Praça 8 de portanto, nom podem trabalhar bertura da Sala Yago”. diversos nesse momento ali se encontra- horas que durou a retençom den- Março que ultrapassou todas as na preparaçom do julgamento obradoiros, jantares veganos, vam. Figérom-no quando se abrí- tro da sala, gritos de solidarieda- expetativas de assistência, tornou- nem sabem de que som acusadas concertos, documentários, moni- rom as portas para iniciarem um- de com as pessoas detidas, a fa- se em manifestaçom polas ruas da as pessoas denunciadas, à parte creques, circo... decorrêrom no ha nova jornada. Ali, na entrada, vor da okupaçom e contra a polí- zona velha. Centos de pessoas de usurpaçom. Além disso, de- teatro no ámbito dumha progra- retivérom-nas, obrigando-as a per- tica cultural do Concelho. Ali tentárom voltar para à Yago; no nunciam as numerosas irregulari- maçom aberta à cultura livre. manecer de pé durante quatro ho- houvo também mais umha deten- entanto, duras investidas policiais dades que tivérom lugar no desa- Mentres, fora, as pessoas que pas- ras. Entrementres, fora, realiza- çom: umha moça que nom levava impediron-lho, fazendo que a lojo, sendo a mais relevante que o savam pola cêntrica rua do Vilar vam um perímetro de “segurança” o bilhete de identidade quando a marcha seguisse pola zona nova. desalojo express ocorreu fora do ficavam atónitas. As que entrá- impedindo a passagem a qualquer tentárom identificar. Ao meio- Foi aqui que houvo vários ataques prazo que marca a lei. A demons- rom, puidérom desfrutar da am- pessoa para o interior do prédio. dia, a polícia sacava as detidas, e a sedes bancárias, assim como a traçom de força dos okupas, fai pla programaçom de atividades e Fora da sala, um cento de pes- entom começárom as investidas lojas de grandes multinacionais, que nom se descartem novas oku- botar umha olhada à sala baleira soas solidárias congregaram-se, para tentar impedir que as levas- para concluir na Praça Vermelha paçons, numha cidade onde som desde há cinco anos. Mas as de- ademais dos transeuntes que sem para a esquadra policial. Vá- com a leitura do manifesto e des- fechadas as portas para a cultura claraçons do regedor municipal, viam como a rua do Vilar ficava rias porradas, corridas e umha convocando o ato. Após a mani- nom subvencionada e onde 25% Conde Roa, pedindo um rápido cheia de polícias. A situaçom foi bola disparada nas estreitas ruas festaçom e segundo denuncia o dos andares estám desocupados. 18 em anÁlise Novas da GaliZa 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012

O caráter difuso parece intencional; de facto os manifestos em anÁlise pola ‘Resistência Galega’ evitam citar ataques concretos

a Partir da Publicaçom do manifesto Pola resistência GaleGa intensificou-se a violência Política Seis anos de sabotagens anónimas Por vezes subestimada com tópicos, outra sobredimensionada ou comparada com ques de maior repercussom desde que foi publicado o ‘Manifesto pola Resistência outros conflitos, é inegável a existência de umha atividade contínua de sabotagem e Galega’, se bem o caráter difuso do movimento, a confusom com que é tratado nos açons ilegais independentistas nos últimos anos. A cronologia anexa recolhe os ata- meios e a habitual ausência de reivindicaçons faga difícil concretizar dados seguros.

A.R.J. / desde o desmantelamen- açons violentas realizadas a Partir da Publicaçom do manifesto Pola resistência GaleGa to do Exército Guerrilheiro, e es- Nengum dos presos foi 23/07/05 Compostela Bomba na agência central da Caixa Galicia. Duas pessoas som detidas. pecialmente a partir da década de condenado por pertença 2000, as sabotagens fôrom-se tor- 21/05/06 Colheredo Bomba em caixa automático do BBVA em Vila-Boa. nando parte do cenário político a organizaçom armada 24/06/06 Teio Queimam maquinária das obras da autovia Compostela-Cacheiras em Trás-do-Eixo (Teio). galego, um ruído de fundo peque- 21/07/06 Oroso Bomba em Sigüeiro destrói gabinete da empresa Grupo Puentes. no mas constante no tempo. Quando o primeiro “Manifesto ques a entidades bancárias; sabo- 23/03/07 Nigrám TEDAX explosionam um pacote-bomba num chalet em construçom. pola Resistência Galega” aparece tagens a empresas e maquinaria 09/05/07 Cangas Bomba num chalet em construçom em Darbo acompanhada por propaganda da resistência. publicado numha web brasileira relacionadas com grandes infraes- 15/05/07 Lugo Desativam bomba perante sede da Construcciones Mon. Reivindicada. em 2005, a legenda “Resistência truturas como o AVE ou autovias; Galega” começa a empregar-se artefactos explosivos contra inte- 19/05/07 Compostela Incendiam grua nas obras do AVE no Eixo. Inscriçom em sinal de “resistência galega”. para identificar estas sabotagens. resses imobiliários entre 2007 e 09/07 Vários Sabotagens nos parques eólicos na serra do Faro, Caerom, Cova da Serpe e Suído. 2008; ataques a empresas com 25/09/07 Mugardos Bomba nas imediaçons da Reganosa. Reivindicada. Estratégia de novo cunho conflitos ambientais; ataques de 15/11/07 Cangas Bomba destrói local de ‘Inmobiliaria Morrazo’ no Forte. A forma dos ataques dos últimos mais ou menos intensidade contra anos, agrupados como “resistên- bens de pessoeiros como Blanco 14/12/07 Porto Doçom Detenhem dous independentistas em Portozinho que supostamente iam atacar imobiliária. cia galega”, carateriza-se por um Valdés, Xulio Calviño ou Manuel 08/02/08 Minho Bomba no apartamento-piloto de urbanizaçom da FADESA em Perbes. novo jeito de os exercer, que elude Fraga; açons na zona de Vigo mais 21/04/08 Vigo Desativam pacote-bomba no escritório da promotora do porto desportivo da Massó. estruturas hierárquicas. Além de ligadas a greves e problemáticas 18/05/08 Vigo Bomba destroça antena de telefonia em Saiáns. sucintas reivindicaçons, apenas laborais, e, nos últimos anos, in- contamos com quatro documen- tensificaçom dos ataques contra 08/07/08 Róis Sabotam dous camions das obras da autovia Santiago-Briom no Martelo. tos públicos: o primeiro “Manifes- sedes do PSOE, PP, UGT e CCOO. 22/08/08 Val d´Eorras Bomba nom chega a explodir em louseira de Vila-Martim. to pola resistência galega” (2005), Quanto ao grau de intensidade, Geve do metal. Ataques a concesionário da Renault em Nigrám, à morada do presidente da 17/06/09 Área de Vigo duas entrevistas a um suposto ati- as açons da ‘resistência’ carateri- Instalectra, José Alonso, e bomba num caixa automático da Caixa Galicia em Vigo. vista da resistência, Osvaldo Brea zárom-se por atentar contra bens 24/06/09 Sam Genjo Engenhos ‘MacGyver’ contra quartel da Guarda Civil e a base da Polícia Local. (2006 e 2007), e o “Segundo Mani- materiais com diversos meios: des- festo pola Resistência Galega” de apedrejamentos a bombas de 01/07/09 Compostela Engenho explosivo em caixa automático da La Caixa. (2011). Os quatro insistem na no- cloratita ou pólvora, conforme aos 23/07/09 Vigo Explosom controlada de bomba em caixa automático da Caixanova. va estratégia: “o relevante nom é meios de comunicaçom, passando 01/11/09 Teio Cocktail molotov contra casa de Roberto Blanco Valdés nom chega a prender. quem bate senom em que se bate. por coquetéis molotov e outros ar- 23/11/09 Lugo Incendiam porta de Academia Cear, onde formam opositores à polícia. Reivindicado. O relevante nom é quem organiza tefactos incendiários e explosivos. nem o grau de organizaçom, se- 14/01/10 Ponte Vedra Detenhem 2 jovens com um explosivo que teria como objetivo umha subestaçom elétrica. nom o certeiro das açons e o afor- Segundo manifesto 27/01/10 Teio Atacam casa de Roberto Blanco Valdés com engenho explosivo. talamento da luita”. O caráter di- O segundo manifesto assinalaque 28/01/10 Vigo Atacam com engenhos incendiários sede de CCOO. fuso parece intencional, e de facto continuarám “os ataques arma- tanto o primeiro como o segundo dos contra interesses do conglo- 09/03/10 Porrinho Cocktails molotov contra locais de CCOO e UGT. manifesto evitam citar ataques merado de ocupaçom”. O docu- 10/04/10 Vigo Atacam morada do concelheiro de segurança cidadá do PSOE Julio Calviño. concretos. Aliás, até o momento, mento situa a sua encruzilhada 19/04/10 Vale Minhor Artefactos incendiários contra sedes do PP em Gondomar e Nigrám. Reivindicado. nengum dos presos independen- em “priorizar o conflito (num sen- 30/04/10 Carnota Engenho incendiário contra o viveiro da Stolt Sea Farm em Quilmas. Reivindicado. tistas galegos por açons de sabo- tido amplo, sem exclusons) ou a tagem foi sentenciado por perten- normalidade democrática (o cida- 18/07/10 Vigo Cocktails molotov contra casa do presidente do comité de empresa da Vulcano, de CCOO. ça a organizaçom armada, e a re- danismo constitucional) que nos 19/07/10 Compostela Atacam morada do juíz Francisco Javier Míguez Poza. Reivindicado. sistência galega, como tal, nom oferecem os nossos carrascos”, 20/07/10 Vigo Bomba na sede da patronal da fontanaria e gás, Foncalor. tem existência jurídica. criticando as comparaçons com 17/09/10 Estrada Bomba na sede do PSOE. outros contextos, nomeadamente Distintos objetivos e intensidade o basco. Também homenageia os 28/09/10 Lugo Bomba contra a sede do INEM. Os objetivos da resistência galega, presos independentistas, e anun- 28/09/10 Condado Atacam com engenhos incendiários sedes do PSOE em Salvaterra de Minho e Salzeda. assim como os graus de intensida- cia que se centrarám “no funda- 14/12/10 Área de Vigo Ataque com coquetéis molotov à sede do INEM em Coia e no Porrinho. de, apresentam umha grande va- mental: unidade, organizaçom riedade. Entre os ataques que lhe popular e extensom da rede com- 25/12/10 Teio Bomba na sede do PSOE em Cacheiras. Reivindicado. som atribuidos contam-se: ata- bativa”, prosseguindo os ataques. 05/01/11 Betanços Coquetéis molotov contra a sede do PSOE. 18/01/11 Carral Engenhos incendiários contra sede do PSOE. 09/02/11 Corunha Engenho incendiário contra sede da UGT. 10/02/11 Vigo Bomba em caixa automático nom chega a expodir. 10/03/11 Compostela Pequeno explosivo onde residira o entom alcalde da cidade Sánchez Bugalho. 13/06/11 Ordes Bomba contra sede do PP. 25/06/11 Redondela Incendiam várias escavadoras nas obras do AVE em Asnelhe de Baixo 25/06/11 Boiro Engenhos explodem perante a morada do proprietário da empresa das obras de Redondela. 27/09/11 Vila-Alva Bomba na casa natal e sede da fundaçom de Manuel Fraga. 10/10/11 Vigo Desativam explosivo em caixa automático na Alameda de Bouças. 09/11/11 Negreira Engenho caseiro contra sede do PSOE.

FoNteS: NGZ, Fiscalia, meios de comunicaçom. Novas da GaliZa 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012 a denÚncia 19

Constatou-se que os empregados cobram por hora, nom tenhem a denÚncia direito a férias e devem pagar polo seu material de trabalho Telmo Martín subcontrata portugueses por 500 euros para as obras do hospital de Vigo hierros santa cruz, do dePutado do PP, obtivo imPortantes contratos com Álvarez cascos no fomento

A empresa Hierros Santa Cruz, propriedade do ex-alcalde de Sam Genjo e deputado construçom do novo hospital de Vigo, orçados em mais de 400 milhons, a companhia do PP no Parlamento espanhol, Telmo Martín, utiliza mao-de-obra em regime de traba- do que também foi candidato à Alcaldia de Ponte-Vedra subcontratou firmas portu- lho escravo para multiplicar lucros nas grandes obras públicas. Para os trabalhos de guesas que pagam salários de 500 euros por mês e cotizam no país vizinho.

M.B. / Os meios de comunicaçom telmo martÍN e mariaNo raJoY polo seu companheiro de parti- social chegados ao regime costu- num comício da última campanha eleitoral Com a Alcaldia de do Rafael louzán vendeu-lhe os mam apresentar Telmo Martín direitos de edificaçom de 1.460 como um empresário de êxito e Sam Genjo multiplicou metros quadrados expropriados todo um exemplo de “homem fei- o seu volume de lucros para construir umha estrada em to a si mesmo”. de origens hu- Porto-Novo por 500.000 euros. mildes, os seus primeiros passos A instituiçom provincial calcu- profissionais no seu Meanho na- despesas em roupa ou material lou em 1.900 euros o preço de tal estivérom ligados à fontana- de trabalho e carecem mesmo venda do metro quadrado cons- ria. Em meados dos anos 70, sen- dum lugar adequado para poder truído na zona, enquanto que do ainda um adolescente, emi- mudar de roupa antes de depois profissionais do setor imobiliá- grou com os pais para a Alema- da jornada laboral. rio estimavam que o valor real nha, onde teria trabalhado como era de 6.000 euros. O defunto Jo- ferralha. Já de regresso à Galiza, Também no setor imobiliário sé Cuíña também lhe facilitou em 1979 funda com o pai e o tio Outro dos setores em que Martín outro lucrativo negócio, quando umha fábrica de ferro, a Hierros possui importantes interesses é o umha permuta com instituto Ga- Santa Cruz. É a partir da sua en- imobiliário. A firma Construcua- lego da Vivenda e do Solo lhe trada na política que a empresa tro também viu multiplicar-se o permitiu obter por metade de experimenta um crescimento seu volume de negócios em para- prezo 5.100 metros quadrados meteórico, sobretodo graças aos lelo à trajetória política de Mar- de edificabilidade. importantes contratos públicos tín. Se no ano 97 faturou pouco A família do ex-conselheiro da subscritos com o Ministério do mais de nove milhons de euros, Política Territorial também apare- Fomento que dirigia o também desde que chegou à Alcaldia de ceria relacionada com Martín nou- direitista Francisco Álvarez Cas- Sam Genjo, o seu volume de ne- tra ocasiom como compradora de cos, tais como a ampliaçom do gócios passou a atingir mais de três parcelas em Baltar, Porto-No- aeroporto madrileno de Barajas 65 milhons de euros em 2005. No vo, que eram propriedade do ex- ou vários troços do AVE, alguns entanto, o nome da construtora alcalde de Sam Genjo. Martín ad- deles no nosso país. Na atuali- só se tornou conhecido no con- quiriu as parcelas logo depois de dade, trabalham para ele entre junto do País há uns anos, quan- tomar posse como alcalde e quan- 500 e 600 empregados, “depen- NómiNa de trabalhador SubcoNtratado do veu à tona o escándalo relacio- do ainda eram rústicas. Pouco de- dendo das necessidades dos ras diárias, incumprindo grave- setor paralisáron os trabalhos nado com a cobrança de sobre- pois, o Plano Geral de Ordena- seus clientes em obra”. mente o convénio. Alguns destes durante dous dias e forçárom a preços na venda de vivendas pro- mento Municipal vinha a qualifi- Agora volta a tirar grandes lu- obreiros, de nacionalidade portu- inspeçom de Trabalho a criar tegidas. A Conselharia do Meio car os terrenos como urbanizáveis, cros dos projetos públicos, desta guesa, recebem depois parte do umha comissom de acompanha- Ambiente impujo à companhia o que multiplicou o seu valor. Mar- vez numha das maiores obras soldo em dinheiro negro. deste mento em que também está pre- umha multa de quase 2,5 milhons tín embolsou-se mais de dous mi- executadas pola Junta, já que a modo, o prezo da hora trabalhada sente a Uniom Temporária de de euros e obrigou-na a devolver lhons de euros com a operaçom. sua companhia matriz participa passa dos quase três euros que fi- Empresas que resultou adjudi- os 1,23 milhons que cobrara a O último episódio da sua con- nas obras de construçom do quar- gura nas folhas de pagamento pa- catária da obra. mais. Contodo, a decisom obvia o trovertida carreira profissional to hospital de Vigo. Testemunhas ra sete no máximo. Na seqüência da denúncia, nome de Martín (que possui 33% saldou-se com um expediente orais e documentais a que tivo Fôrom precisamente as condi- constatou-se que os empregados das açons) e só cita os seus dous sancionador e de restituiçom da acesso esta publicaçom demons- çons de trabalho existentes na cobram por hora trabalhada, que sócios na firma, José Manuel Tor- legalidade. Em concreto, umha tram que os operários que traba- obra pública que se executa nas nom tenhem direito a férias e que res e Eugenio Sobral. multa de mais de três milhons de lham para a Hierros Santa Cruz paróquias vigueses de Beade e as companhias aproveitam qual- Mas o número de escándalos euros e a obrigaçom de demolir através da firma subcontratada Valadares que motivárom umha quer circunstáncia para lhes des- relacionados com a atividade um prédio construído na zona de ibero Sá-Grupo Barmonta co- denúncia da CiG-Construçom. contarem dinheiro do salário. empresarial do político do PP proteçom do domínio público ma- bram por nómina salários de 500 delegados/as do sindicato nacio- Além disso, som os mesmos tra- parece nom ter fim. A deputa- rítimo-terrestre no passeio da euros por jornadas de até 10 ho- nalista e desempregados/as do balhadores que devem custear as çom de Ponte-Vedra presidida praia de Silgar, em Sam Genjo. 20 entrevista Novas da GaliZa 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012

“qualquer retorno a umha situaçom anterior de disputa e de entrevista inexistência de espaços comuns é impensável no independentismo” “A unidade partirá do trabalho conjunto” joÁm Peres lourenço é resPonsÁvel Pola comunicaçom da orGanizaçom Para a libertaçom nacional (oln)

X.R.S. / A Organizaçom para a Libertaçom Nacional foi constituída em março e nizativo cara umha estrutura de perfil mais militante e mais estruturada interna- apresentou-se publicamente no mês de outubro. As raízes desta estrutura nas- mente”, prosseguindo “a implicaçom da militáncia nos projetos de construçom cem no seio do coletivo de militantes Espaço Irmandinho e é o fruito dumha re- nacional”. Como objetivo estratégico destacam “a constituiçom dumha alternati- flexom, iniciada em 2009, sobre a “necessidade de fazer avançar o modelo orga- va política de massas em parámetros independentistas e socialistas”.

A grandes traços, em que pará- metros analisa a OLN a situaçom “Nom queremos um nacional e social da Galiza? A crise estrutural do sistema capi- debate finalista sobre talista a nível mundial reforça o como vai ser a unidade” mais negativo da situaçom colo- nial que padecemos. No nacional, é umha situaçom límite. Basta grandes nem de fundo que nom olharmos para os dados socio-lin- impidam de trabalharmos no güísticos. E no sócio-económico, impulso de movimentos vizi- nom há mais que ver taxas de pre- nhais que ultrapassem os pará- cariedade e a pauperizaçom, com metros dos partidos turnistas e entre 20 e 30 por cento da popula- do autonomismo. çom galega a viver em risco de ex- clusom social. A superaçom deste Qual é a vossa avaliaçom do tra- panorama passa por umha luita balho contra a repressom? como decidida de defesa do que até ago- se pode reforçar esse trabalho? ra eram direitos reconhecidos po- A repressom em termos gerais lo Estado. E no nível mais estraté- vai recrudescer, já o está a fazer, gico, para a construçom possível acompanhando o empobreci- doutro modelo socio-económico mento e o aumento da miséria so- para a Galiza, cumpre passarmos cial. Mas no caso concreto da re- pola alfándega da conquista da so- pressom associada ao indepen- berania. Muitas vezes se pom em dentismo, e se o resultado do úl- qüestom que um Estado próprio timo golpe repressivo finalmente poida ser mais do mesmo, sem fosse que a Audiência Nacional mudanças percetíveis no social e tentasse fabricar juridicamente económico. Mas no processo gale- umha organizaçom armada a go, isso nom é possível porque o Como e quando esperades po- çons de vida fai-se maior neste operar na Galiza, estaríamos avanço na direçom da conquista der concretizar isso numha uni- “O processo municipal contexto de crise. Além disso, é diante dum salto qualitativo. im- de soberania exige que a classe dade orgánica? um espaço de convivência entre portante por como o Estado es- trabalhadora faga seu esse projeto isso seria umha estaçom de che- evidenciou dificuldades setores do independentismo e panhol trata com esses fenóme- e o hegemonize. Poida que na ir- gada de dinámicas que venham a que há que superar” mesmo com setores intermédios nos, incluindo o que a terminolo- landa ou na Escócia sim, mas aqui ocorrer durante um tempo mais entre o independentismo e o gia policial chama 'o entorno', a soberania nacional nom será ou menos longo, mas nom é o que BNG. Um dos déficits que encon- movimentos políticos e sociais possível sem nos situarmos na es- nos preocupa agora. Nom quere- “A soberania nom será tramos é talvez a incapacidade pa- que trabalhem na legalidade e querda, em ausência dumha bur- mos adiantar um debate finalista possível sem estarmos ra estabelecer trabalho de forma podem ficar ameaçados. Nós de- guesia nacional sobre a qual pui- sobre como vaia ser essa possível a incidir em cada comarca concre- fendemos que o único ponto de desse assentar um projeto de li- unidade popular, frente ou o que na esquerda política” ta pola socializaçom da ideia. encontro entre todas as organi- bertaçom nacional, na hipótese de for. Em todo o caso, a própria zaçons do soberanismo passa po- esse projeto interessa a alguém. existência dumha unidade de E dos processos de elaboraçom la assunçom de que num contex- açom de distintos setores inde- reçom da frente, mas a fraqueza de candidaturas soberanistas nas to de grave déficit democrático Como vedes o presente e futuro pendentistas em distintos ámbi- organizativa e ausência dumha al- últimas eleiçons municipais? como o atual todas as formas de mais imediato do caminho cara tos é já um patamar mínimo para ternativa referencial no indepen- O processo no municipal, con- luita dum povo som legítimas, in- à unidade do independentismo? trabalharmos. Qualquer retorno dentismo dificulta que a contradi- cretizado por agora eleitoral- dependentemente do debate so- Consideramos que nos achamos a umha situaçom anterior de dis- çom se resolva. Apesar do longo e mente nas eleiçons de 22 de bre a sua oportunidade. doutra na fase embrionária dum proces- puta, e inexistência de espaços complexo que poida ser, cumpre maio evidenciou as dificuldades parte, a condiçom incontronável so longo de acumulaçom de for- comuns é impensável. levar esses setores aos processos para umha unidade de açom no é o exercício da solidariedade ati- ças, depois de muitos anos dum de acumulaçom de forças. ámbito do trabalho local. Mas va por riba de siglas com as reta- mapa de diversas fraçons com Entra nos planos um achega- também foi o primeiro passo na liadas e retaliados quem som mi- umha dialética de compartimen- mento ao espaço nucleado ao Como avaliades o percurso rea- tentativa do independentismo litantes independentistas, com tos estanques. Agora tenta-se, redor da ? E aos lizado pola Causa Galiza e quais de fazer trabalho nom restrito um compromisso que se move através de unidades de açom e li- setores críticos no BNG? devem ser os próximos passos? ao ideológico e nacional. O ma- em parámetros puramente políti- nhas de trabalho concretas, disol- Nós-Unidade Popular auto-ex- Qüestom primária e fundamental pa resultante pode ser a foto das cos. A solidariedade com essas ver na medida do possível esses cluiu-se por própria vontade dos é que a iniciativa popular pola au- contradiçons que há que supe- pessoas passa por esses dous pa- tabiques. Estamos conscientes processos em curso e explicou pu- todeterminaçom está assente den- rar no processo, mas o que inte- rámetros e pola participaçom no das contradiçons, da diferença blicamente as suas motivaçons. tro do mapa do soberanismo co- ressa agora é que, tendo em vis- trabalho de denúncia da sua si- entre culturas políticas, dos dis- No que toca ao BNG, umha mo o referente mais abrangente e ta o futuro (e nom quatro anos, tuaçom. Nessa linha, poderá dar- tintos níveis de confiança... mas a parte mais ou menos significativa unitário que existe. Segundo, a porque o tempo nom o marcam se a convergência neste campo, e única maneira de que todos esses da base social e militante situa-se necessidade de fortalecer no povo os processos eleitorais), seja ul- quiçá expressar-se na existência elementos poidam ser ultrapassa- em parámetros de esquerda e in- galego a consciência de que o trapassada essa diferença entre dumha estrutura anti-repressiva dos é no trabalho conjunto com dependentistas, em contradiçom exercício de soberania política é o desejado e o que aconteceu. referencial e legitimada por todo uns objetivos determinados. com a política autonomista da dio- fundamental para as suas condi- As diferenças nom som tam o independentismo. Novas da GaliZa 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012 media 21

A recente campanha contra o independentismo mostra o grau de media submissom da indústria informativa galega à estratégia do estado notas de rodaPé Da intoxicaçom como Leis e imprensa de exceçom estratégia de guerra nem um só orGanismo fijo comentÁrios sobre a camPanha mediÁtica detençom de seis pessoas acusadas de conspi- Ararem com violência contra o Estado, tem dous No momento em que esta secçom protagonismos diferentes na opiniom pública. fai dous anos, tem que voltar sobre os passos. No número 86 do Novas m deles é o legal. Um julgado longínquo (670 da Galiza, esta página aparecia en- Uquilómetros e 600 metros mais de altura que cabeçada polo título “Da intoxica- o lugar onde se presume que sucedêrom os feitos çom como exercício literário”. Da- penáveis) decreta o envio urgente de pessoas que quela, fora o ‘El Correo Gallego’ o vivem de alugar cada dia a sua força de trabalho. que dava mostras de como a propa- “Transportem-nos bem algemados”, indicam. ganda de guerra pode encontrar sí- tio na imprensa diária sem muita lei invocada para tal violento proceder é de complicaçom, tal é o ponto de ten- AExcepçom, umha lei alegal, se notamos que denciosidade que a indústria mediá- lei é sinónimo de medida universal e garantia de tica tem naturalizado entre a sua au- aplicaçom. diência. Só um detalhe que explici- ta, em comparaçom com o aconteci- opiniom inquire o que tal nom fariam os deti- do nas última semanas, o inconexo Ados para serem privados de trabalho, liberda- e incoerente da propaganda parapo- de e comunicaçom com os seus. A resposta da lon- licial recolhida nos meios: o título da gínqua máquina da lei é um tanto vulgar: “cons- 'reportagem' que daquela era anali- piravam para delinqüírem”. sada anunciava que “O independen- tismo radical cai na paralisia e enca- as os media compensam a falha de eloqüên- minha-se para o esquecimento”. Mcia dos togados e arrogam-se dum alto pro- tagonismo fiscal e público. Fam-no com tanta re- X.R. SAMPEDRO / Um esquecimento que soluçom, que decerto contam com o visto bom do os próprios media rebentárom após a distante julgado. operaçom policial que entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro levava forrando trámites à sofrida paróquia leitora, detidas em regime de incomunicaçom eduardo ViGo perante o cS arredista de compostela Aouvinte ou telespectadora, enquadram o caso quatro pessoas, militantes independen- debaixo da definiçom temática de “la lucha contra tistas a maioria. O pretexto foi serem, ci- tos dos 'profissionais' contratados por el terrorismo”. Que sentença, se é que existe, au- tando a primeira nota de imprensa do ‘La Voz’ e a TVG estes como cúmplices nestas semanas. toriza a tratá-los de terroristas? Ministério do interior, “membros do gru- Esse dossiê mereceria umha publica- po terrorista independentista Resistên- destacárom no seu çom própria, por extenso, mas quem or ordem de importáncia, citam as “provas cia Galega”. Nom contentes com passar papel propagandista quiger ampliar todo e mais do aqui re- Pmateriais” (de carácter secreto segundo a lei por cima da presunçom de inocência, o colhido pode consultar o excelente se- de Excepçom). Retratam umha pota de cinco li- gabinete de comunicaçom da polícia au- e criminalizador guimento realizado nestas semanas tros, demediada de massa cinzenta, e asseguram torizou o emprego da informaçom “em polo portal Galizalivre.org. que contém trinta litros de material deflagrante. parte ou na sua totalidade sem necessi- Mas sem ir além dos traços gerais e Nom explicam a natureza de tam elástica carga. dade de citar fontes”. daí ao espetáculo rada para continuar a marcar os 'inimi- evidentes, como a publicaçom de no- vergonhoso oferecido polos meios pú- gos' diante da opiniom pública, conti- mes e apelidos das pessoas vítimas de seguir, e nom com importáncia menor, reve- blicos e privados há só um passo. nuam a gravar. Nos informativos, polas detençons e ainda inocentes, ou o facto Ala-se-nos o achado central de quatro compu- palavras de Ceivar, “estes miseráveis, de ignorar a presunçom de inocência tadores, três processadores, um disco rígido, vá- “Pola experiência sabemos que [a que se fam chamar jornalistas, emitírom em dúzias de titulos jornalísticos -imi- rias bengalas de sinais e umha quantidade de manipulaçom] pode ser e é assim” imagens da mai de Eduardo Vigo expul- tando o próprio Ministério do interior- moeda. Um jornal cefalópode, informatizado e No próprio dia 1 de dezembro a TVG ofe- sando-os da sua propriedade”. pode-se desenhar um mapa desolador provido de duascentas ventosas vilegas, pom-nos recia umha das mais infames mostras de no que à dignidade da profissom jorna- em guarda: “en uno de los registros hallaron una manipulaçom da sua já destacada carrei- “Passava por um estudante distraído” lística se refere. Nem um só organismo copia del comunicado de paz difundido por ETA ra neste sentido. de forma grosseira, a La Voz de Galicia ainda avançava mais profissional fijo comentário algum à el pasado 20 de octubre”. Acaso o próprio jornal empregada do meio Natalia Penas cons- um pouco, já nom só divulgando o perfil campanha de intoxicaçom coordenada nom informara desse comunicado? trói umha narraçom na qual, depois de policial dos detidos, mas penetrando por instáncias policiais. O Colégio Pro- citar o suposto material confiscado, deci- também no ‘amarelismo’, ao públicar no fissional de Jornalistas da Galiza ou o s media de propriedade pública também vam de pôr na boca de umha ativista de Cei- sábado dia 3 umha peça de “perfil” em Sindicato de Jornalistas da Galiza ficá- Ode voluntários ao barulheiro julgamento pré- var umha confirmaçom desse 'arsenal' que entre o paternalismo e a 'surpresa' rom em silêncio, e a esta hora só temos vio. Preferem esquecer que as pessoas que agora com um corte tam ambíguo como “pola retratava, com fotografia, nome e apeli- conhecimento de umha proposta por tratam de delinqüentes por terem na casa um experiência sabemos que pode ser assim dos, o independentista Antom Santos, parte da CiG para o Comité de Empre- computador e livros, foram nom há muito citados, e é assim”. dez palavras completamente redator do NOVAS dA GAlizA. incidiam, sa da TVG denunciar numha nota pú- por esses próprios média, como protagonistas de tiradas de contexto para cumprir com os numha linha depois repetida em várias blica a manipulaçom, pendente de ser interessantes iniciativas sociais. desejos da própria intoxicadora Penas ou publicaçons espanholas, na sua “bri- aprovada por esse comité na vindoura de algum intoxicador superior. lhantez” académica, a sua “disciplina” semana. Algo que, ainda que meritório, m jornal catedralício e jubilar surpreende-se Nom contentes, a TVG voltava a luzir- ou a sua “cara de meninho”. nom deixa de ser pouco ao lado da Ude ir duas voltas por diante do resto dos acu- se no dia seguinte, ao exercerem dous quantidade de jornalistas que em inú- sadores, baixa o ritmo e profere umha sentença dos seus empregados como autênticos Silêncio da profissom meras redaçons participárom ou calá- digna do Cam dos Baskerville (nom de Holmes, 'paparazzi' à entrada do domicílio da fa- Nom é este o lugar para um dossiê por- rom perante factos que nom deixam de vaites!): “el análisis material de las pruebas va a mília de um dos detidos. Nom lhes che- menorizado do trabalho parapolicial jogar contra eles e contra o pouco res- ser determinante”. gando terem roubado um plano da mo- desenvolvido polos media e com mui- peito que ainda preserva o ofício. 22 cultura Novas da GaliZa 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012

No caminho para a vida institucionalmente agradecida, cultura Reixa foi abandonando as suas conviçons “antissistema”

asPira a Presidir a entidade esPanhola de Gestom de direitos de autor, sGae Antón Reixa quer restaurar “o bom nome dos direitos de autor” entre a cidadania

A.R.G. / O ex líder d'Os Resentidos, agora empresário e criador multimédia, fundaçom -, em que, segundo assinalou, “vai haver mais galegos”, competirá apresentava na segunda-feira dia 12 de Dezembro a sua candidatura à presi- contra a conservadora DOM (De Otra Manera), liderada polo compositor José dência da Sociedade Geral de Autores e Editores (SGAE), baixo o slogan “De- Miguel Fernández Sastrón. As eleiçons, em que poderá emitir mais papeletas volvamos a SGAE aos sócios”. A sua lista - AUNIR, Autores Unidos pola Re- quem mais dinheiro tenha arrecadado, serám no próximo 7 de Fevereiro.

Como é que um empresário, quali- lega, de que Antón Reixa diz fazer aNtóN reiXa ficado pola imprensa de Madrid e o conselheiro de cultura parte, reuniu-se no passado mês como um “inconformista de raça”, roberto Varela de setembro em Compostela para “um dos mais inquietos represen- criar um grupo de trabalho que se tantes da movida madrilena”, (na- encarregasse da reforma do siste- da dizem da viguesa), ou um ma eleitoral da entidade. Pouco “anarcoide, vanguardista, progres- tempo depois, Reixa viajava a Ma- sista e quase anti-sistema” toma a drid para participar na redaçom decisom de candidatar-se para dos novos Estatutos da SGAE. presidir umha obsoleta, despresti- giada e corrupta entidade de ges- Absolutista e obsoleta tom? Vam umha cheia de adjetivos Mas a SGAE vive o seu pior mo- seguidos que nom fam umha boa mento desde a sua fundaçom, há mistura, se lembrarmos, para mais de um século. No passado além, o passado comprometido de mês de Julho o naquela altura pre- defesa da Galiza de Reixa; a sua sidente, Eduardo Teddy Bautista, participaçom na fundaçom do gru- era preso junto com outras oito po de poetas de vanguarda Rom- pessoas, baixo a acusaçom de pente; ou a sua época em Os Re- apropriaçom indevida e adminis- sentidos, banda que decidiu can- traçom fraudulenta. dez dias an- tar em galego quando ninguém o tes tinham sido realizados uns co- fazia, e que serviu de referência trás da mal chamada “defesa” dos Defenderá os interesses dos mícios na entidade para renovar a básica a umha cheia de grupos que autores e autoras. Na SGAE tem mais autores e autoras galegas cúpula diretiva, mas fôrom anula- vinhérom depois. No caminho para a vida insti- Segundo informava o diário ma- dos após umha denúncia de frau- tucionalmente agradecida, Reixa capacidade de decisom drileno El País, na sua ediçom para de. Em finais do mês de Novem- Da dissidência ao bom viver foi abandonando aquelas convic- quem mais arrecada a Galiza do passado 9 de dezem- bro, umha comissom de investiga- Mas parece que o viguês há já dé- çons “antissistema” que o figé- bro, Antonio Javier Eulogio Rodrí- çom cifrava em 145 milhons de eu- cadas que abandonou a vanguar- rom romper com as normas esta- guez Reija (Vigo, 1957), Antón Rei- ros os direitos de autor que fica- da, e anda também imerso, junto belecidas na boa sociedade vi- Borboletas, de Manuel Rivas). xa, apresentará na segunda-feira vam sem adjudicar. com outros e outras representan- guesa de 80. Foi militante da Ga- desde que o diário El País tem 12 de dezembro a sua candidatura Se os estatutos da SGAE, em cu- tes da intelectualidade galega, na licia Ceibe-OlN, até começos dos umha ediçom para a Galiza, An- para presidir a SGAE no Círculo ja redaçom participou Reixa, som deriva para a oficialidade, nos con- anos 80, quando abandonou a or- tón Reixa escreve ali os seus arti- de Belas Artes de Madrid. aprovados polo Ministério de Cul- vívios, as subvençons e os prémios ganizaçom junto com o atual pre- gos, também em castelhano, jun- No momento de redigir este tex- tura, nas eleiçons do próximo 7 de concedidos por umha Conselharia sidente da RAG, Xosé luís Mén- to com outros intelectuais da sua to, do NOVAS dA GAlizA nom conhe- Fevereiro votará-se por um único de Cultura que segue os ditados dez Ferrín. Ao pouco tempo, geraçom, já que, ao que parece, a cemos quem vai acompanhar o ex presidente executivo, designado de um governo galegófobo. E ago- quando governava a Junta o tri- nossa língua está relegada no jor- professor, poeta, artista multimé- pola diretiva, e se até agora po- ra Reixa dá um passo diretamente partido dirigido polo socialista nal madrileno aos poucos e pe- dia e empresário na sua andaina, diam votar 8.220 dos quase 100 para Madrid, aspirando a presidir González laxe, Reixa começou a quenos artigos da seçom de “cul- mas segundo el assinalou, na sua mil sócios, com esta mudança vam (segundo assinala, porque assim fazer o já mítico programa Sítio tura”. Nos últimos tempos, além lista haverá mais de um nome ga- poder fazê-lo 20.881, 154% mais: lho pedírom), umha entidade ana- Distinto, cujas brilhantes ideias de ensaiar desde Galiza a, nas lego. Já que, segundo as verbas de todos os que gerassem nos últimos crónica e legitimadora dos interes- nom foi quem de recuperar no suas próprias palavras, “recon- Reixa, na Galiza, onde a sociedade quatro anos umha arrecadaçom ses das grandes corporaçons esta- seu posterior trabalho audiovi- quista da SGAE”, segue a presi- tem uns três mil membros, “a par- por direitos de autor igual ou su- tais e transnacionais, que concebe sual, desenvolvido da mao do dir a produtora Filmanova, e há ticipaçom multiplicou-se por cinco, perior ao salário mínimo interpro- a cultura como um negócio, que se Grupo Prisa. Nos anos 90 come- só uns meses fijo parte de umha e está sobre a mesa a constituiçom fissional, fixado em 641,40 euros. baseia no controlo absoluto da çou a sua andaina na produçom exposiçons da sua obra poética de umha coordenadora que garan- O reconto aplicacará a lei d'Hont mesma por parte das empresas in- audiovisual, e foi mui criticado em vídeo, inaugurada no mês ju- ta a representaçom dos autores e e as listas abertas, mas o voto vai termediárias, e que agacha umha por rodar os seus filmes em cas- nho no Centro Galego de Arte editores galegos” na entidade. de continuar a ser ponderado: mais gestom claramente lucrativa por telhano (mesmo A língua das Contemporânea (CGAC). facto, a “progressia” da cultura ga- ingressos, mais papeletas. Novas da GaliZa 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012 cultura 23

Prémio a marcos abalde e Paula carballeira coProduçons cinematoGrÁficas entre a Galiza e o brasil

Marcos Abalde, com a obra A cegueira; e Paula Car- A feira audiovisual de Buenos Aires Ventana Sur serviu balleira, com o texto O refugallo, som os ganhado- como ponto de encontro para que o Consórcio Audiovi- res, respetivamente, do XX Prémio Álvaro Cun- sual da Galiza e a Agência Nacional do Cinema do Bra- queiro para textos teatrais e do Vi Manuel María de sil apresentassem o seu fundo de coproduçom cinema- literatura dramática infantil, ambos os dous galar- tográfica, que terá um valor de 320.000 euros e financia- dons literários que convoca anualmente a Agadic. rá duas longas-metragens e um documentário.

realiza-se Polo seGundo ano a iniciativa das aGruPaçons emPresariais Segunda ediçom do Galeoke O Culturgal consolida-se como expositor oferece 21 temas novos A.R.G. / Um jogo que mistura a e aglutinante das indústrias culturais versatilidade dos karaokes com a mediçom da afinaçom e a in- F.R. / A feira do Culturgal cele- tensidade da voz que popularizá- brou-se por segundo ano conse- rom outras ofertas das grandes cutivo à margem da Junta da Ga- indústrias do entretenimento, liza entre os dias 2 e 4 de dezem- com a especificidade de se fazer bro, nesta ocasiom nas instala- a partir de peças musicais conhe- çons do Paço da Cultura de Pon- cidas do panorama galego de to- te Vedra. Os seus promotores dos os tempos. destacárom que esta ediçom re- O segundo volume do Galeoke sultou ser a mais profissional das apresentou-se no Culturgal com realizadas até o momento, com novas cançons que vam do rock grande afluência de público. dos Heredeiros da Crus e Rádio grandes êxitos da nossa música Juntou um total de 130 ativida- Oceano até temas populares da popular”, polo que concluírom des das disciplinas audiovisuais, oralidade festeira como ‘O pa- que o único que faltava era “fa- musicais, literárias e de novas raugas do José’ ou ‘O Sancristán zer disso um jogo” para “encher tecnologias, entre outras, através de Coímbra’, passando polo fol- um desses muitos ocos que ain- de 75 expositores e com a parti- que de Chouteira, leilia e os Ca- da tem a nossa língua”. cipaçom de mais de trezentos runchos, ou as novas contribui- Utilizam umha soluçom de soft- profissionais acreditados. çons de The Homens e Sés. ware livre adaptada às caracterís- O encontro serviu para fechar O coletivo promotor destaca ticas do produto. integram a asso- acordos entre promotoras e abrir que “nom há sobremesa, roma- ciaçom Martín Vázquez Cabanas, sinergias para diferentes proje- dic), aponta a feira como realida- Releváncia do setor ria ou festa de colegas que nom Xose lois Romero, Aitana Cuéta- tos. A organizaçom salienta o seu de que desenvolve “um papel Um informe da Agadic conclui remate entoando algum dos ra, Xabier Seixo e Ricardo Rozas. caráter transversal, com “profis- fundamental como ponto de en- que as indústrias culturais e sionais e público a trocarem pa- contro” entre o mundo dos e das criativas galegas disponhem de receres sem intermediários”. profissionais e a sociedade. 3.814 empresas que geram Nascem dous novos projetos O seu presidente, Xulio Ami- A mostra complementou as 17.500 postos de trabalho, a go, assegura que “das grandes atividades do Paço da Cultura partir de umha faturaçom con- de rádio online em galego empresas até os coletivos conhe- com outras realizadas em pontos junta que em 2009 ascendeu a cidos como marginais tenhem emblemáticos da zona histórica 1.134 milhons de euros. Atra- A.R.G. / Com o objetivo de en- na Rede em: http://anfiteatrogz- cabida no Culturgal”. O presi- pontevedresa onde tivérom lu- vés da mostra pretendem “visi- cher as 24 horas do dia, Anfitea- radio.blogspot.com dente a Associaçom Galega de gar ateliers e concertos musicais. bilizar a oferta cultural do troGzrádio já está a emitir em E também em forma de blogue Editores, Manuel Bragado, con- As entidades promotoras país”. Umha oferta que di re- provas. Pretendem construir apareceu na internet um novo sidera que “o sonho da iniciativa som seis associaçons profissio- presentar 2 por cento do PiB umha rádio em galego que fo- espaço para a difusom da músi- é hoje um projeto consolidado”. nais do campo da ediçom, as autonómico, o que implicaria mente as bandas musicais e a ca na nossa língua. Chama-se Enquanto Juan Carlos Fernán- artes cénicas, a musica, as no- umha releváncia superior à do cultura do país. Umha das ferra- Musicaengalego e recolhe notí- dez Fasero, da Agência Galega vas tecnologias e a produçom setor naval ou a construçom mentas que vam utilizar será a cias relacionadas com concertos das indústrias Culturais (Aga- independente. automobilística na Galiza. articulaçom de sinergias infor- e informaçom de bandas gale- mativas entre os diferentes blo- gas de mui diferentes estilos: gues existentes. Pode-se escutar musicaengalego.blogspot.com Valedor do Povo exige retirar livro de texto que di que “a língua própria” é o galego Quatro novos museus para Alhariz e Mondonhedo em 2012 F.R. / Valendo-se de umha denún- Um dia após transcender a própria da Galiza, assim deno- cia apresentada polo coordena- notícia das últimas gestons gale- minada no Estatuto de Autono- F.R. / O concelho de Alhariz pro- Por sua vez, o financiamento dor do partido UPyd em Vigo, gófobas do Valedor do Povo, a mia, o mesmo que dá razom de move a abertura para o ano que privado promove um novo museu Pedro larralde, o Valedor do Po- plataforma Prolíngua assinalou ser ao posto cujos preceitos vai começar de três museus com em Mondonhedo que exibirá vo, Benigno lópez González, ins- na sua web que o facto de que o mais básicos está a incumprir investimentos públicos. Um Cen- obras pré-colombinas, pinturas e tou a Conselharia de Educaçom “responsável de velar polo cum- com frequência”. Pelo seu lado, tro de interpretaçom da idade esculturas que abrangem épocas a retirar um livro de texto de primento da legislaçom que te- A Mesa pola Normalización lin- Média, no Monte do Castelo; ou- desde o século Xi até o momento. quinto de primária da matéria mos, ignore os conteúdos do Es- guística transmitiu a sua solida- tro centrado na moda, que se es- Os fundos partem da coleçom Conhecimento do Meio, porque tatuto de Autonomia, parece um riedade com a editora, pediu que tabelecerá no torreom dos Castro que possuem os irmaos Sam Cris- nele figura que "a língua própria absurdo, mesmo cómico, se nom deixasse de ser criminalizada a Oxea, e um outro que recolherá tóbal, um dos quais foi monse- da Galiza é o galego". Umha fosse pola transcendência do língua e a cultura da Galiza, ao parte da produçom fotográfica do nhor em lima ao longo de médio questom que o alto comissiona- cargo e das suas decisons". As- tempo que lembrou que os “pro- alharicense Xosé Suárez através século enquanto o outro foi o fun- do do Parlamento considera "um- sim mesmo, a plataforma exige blemas” de lópez com a língua de 10.000 imagens. dador do museu existente na ca- ha informaçom inexata e incom- umha “retificaçom imediata” a galega “chegárom já no dia se- Alhariz recada atualmente por tedral desta localidade. O museu pleta e, portanto, falsa", já que Benigno lópez, já que com esta guinte da sua pouco afortunada volta de 48.000 euros a partir da abrirá as suas portas na casa de nom menciona, segundo assina- resoluçom “mostra a sua incom- eleiçom, em que demonstrou sua oferta museística, quantidade um destes irmaos, que estám a la lópez, o papel de língua oficial petência para o cargo e umha que nom era o Valedor do Povo, que aguardam ultrapassar com os acondicionar com a ajuda de fun- que também tem o castelhano. teima provada contra a língua mas o Valedor do PP”. novos espaços de mostras. dos autonómicos. 24 desPortos Novas da GaliZa 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012

desiree duarte Ganha coPa de ciclocrosse vanessa veiGa estarÁ nas olimPíadas

A promessa do ciclocrosse galego depois de sete anos de retirada, a desiree duarte ganhou no domingo atleta de Gondomar Vanessa Veiga 11 de dezembro a Copa de Espanha venceu na maratona de Castellón, na categoria de cadete. duarte, do proclamando-se campeoa de Espan- Aquagest de Santiago, ficou de segun- ha. Acede assim a participar nos Jo-

desPortos da na última carreira, mas foi a pri- gos Olímpicos de londres, depois de d meira na classificaçom geral. ter regressado no ano passado. República Bilharda, o passaporte sonoro de umha naçom em estado de sítio

XERMÁN VILUBA / A grande tro- cidade, vila ou paróquia para que voada bilhardeira tanto tempo Umha estrutura de podas conseguir o passaporte so- aguardada arrasou o Paço da noro da República popular demo- Cultura de Ponte Vedra na sua sons, letras e atitudes crática da Bilharda. grande posta de largo no Cultur- vai ser tecida com Umha estrutura impressionan- gal 2011. Fôrom muitos os pun- te de sons, letras e atitudes vai ser hos que trocárom os paláns polos entidades afins à LNB tecida com os meios e entidades instrumentos e micros para per- afins à filosofia lNB para desafiar petrar essa tam desejada B.S.O Umha avalancha de o linchamento dos média e do po- para umha revoluçom em mar- der estabelecido a todo o Movi- cha. Nem reis, nem príncipes, gente assistiu à mento de libertaçom Nacional nem monarcas... República Bil- apresentaçom do Galego como foi confirmado du- harda chega às tuas maos nom rante estes dias na brutal ofensi- para ser um disco mais na tua disco no Culturgal va repressiva focada aos centros prateleira, mas para se converter sociais. O impacto brutal do Bil- nessa tatuagem sonora que leva- harda Experience combinando a rás para sempre contigo gravado harda no salom de apresentaçons apresentaçom do disco duplo Re- no teu subconsciente com a qual editoriais de Culturgal, para pos- pública Bilharda e do posterior hás conviver perpetuamente já teriormente realizar um Aberto êxito da açom bilhardeira no que aceder ao passaporte-sonoro da Conferência Sul no pavilhom Aberto do Culturgal fam que esta da República Bilharda implica so- anexo ao Paço da Cultura. A proposta nom se fique na feira frimento e penúrias que terás que apresentaçom do República Bil- das artes e da cultura de Ponte Ve- combater com o disco numha harda foi muito concorrida e dei- dra, senom que reforça a nossa mao e com palám na outra. Nom xou atónitos os próprios organi- opçom de organizaçom estrutu- há alternativa, bilharda ou mor- zadores ao verem a avalancha de rada horizontalmente e em rede te, essa é a premissa a que nos gente que se achegava até o sa- afastada das formas e modos tra- enfrentamos e que já ficou ao lom presidido polos cartazes de dicionais de organizaçom e pede descoberto no Bilharda Expe- RuAn com um punho firme aga- a berros continuidade em todas rience, a brutal aposta global da rrando a bilharda e pola impac- as frentes... Bilharda Experience lNB que arrancou com a apre- tante presença do Top Mantelo em cada recanto do país já, que sentaçom do disco República Bil- que logo invadirá também a tua caralho estás a aguardar?

AUTODETERMINAÇOM ATLAS hISTóRICO O CONTO DO APALPADOR

DIREITO DE ATLAS hISTóRICO DA GALIZA Textos de Lua Sende e AUTODETERMINAÇOM, E do seu Contorno Geográfico e Cultural Alexandre Miguens UM POTENCIAL DEMOCRÁTICO Texto de José Manuel Barbosa Ilustraçons de Leandro Lamas Texto de henrique del Bosque Design Gráfico e Ilustraçom de José 15 € (gastos de envio incluídos) Zapata, prologado por Uxío-Breo- Manuel Gonçales Ribeira Editam: Edições da Galiza e gán Diéguez Cequiel 50 euros (gastos de envio incluídos) A fenda Editorial Editam: Causa Galiza e A fenda Edita: Edições da Galiza Cuidada ediçom para crianças 8 euros (com os gastos de envio) Amplo percurso pola história da Gali- que aborda a figura do mítico Breve e acessível manual sobre za através dos diferentes mapas de ca- personagem natalício o direito de autodeterminaçom e a da etapa a toda a cor 34 páginas, 12 ilustraçons, sua aplicaçom na Galiza tampas duras Versom em norma AGAL e RAG

Solicita-os em: [email protected] ou no telefone. 692 060 607 Novas da GaliZa 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012 desPortos 25

nado antes de ser julgado? “Em desportos com muitos interesses As amostras viajárom a um labo- ratório de Colônia (Alemanha) depois de ter dado resultado ne- gativo em Madrid. Além disso, polo meio, o que vês é corrupçom” nos frascos das análises nom se respeitou o anonimato. Fôrom ezequiel mosquera foi o líder da equiPa de ciclismo GaleGa e subcamPeom da ‘vuelta’ enviados com o meu nome quan- do devem ir com um código de A. RUA NOVA / Ezequiel Mosquera (Teio, 1975) é um dos melho- Lete e a Junta o clausurárom no ano de 2010, usando como barras. Como o resultado foi ne- res ciclistas galegos de todas as épocas. Seu início no mundo pretexto um vazamento dum resultado de doping anómalo do gativo renunciei a amostra B... Eu das duas rodas nom tem sido fácil. Apostou por um sonho, vi- próprio Ezequiel (ver NGZ nº102). Com a filtragem Mosquera interei-me de todo isso de rebote, ver do ciclismo. Luitou polo que mais gostava, com humildade viu-se privado de competir com sua nova equipa, a Vacanso- por um erro deles, porque a sua e sem esquecer nunca a sua origem, sem apagar nunca o so- leil, após umha intensa campanha de pressom por parte da Fe- ideia nom era comunicá-lo, por- rriso da sua cara, exportando o bom humor e a retranca galega deraçom Espanhola de Ciclismo (FEC), empenhada em utilizar que sabem que este procedimen- por onde ia, e defendendo o idioma galego, mesmo ensinando- a Ezequiel como carne de canhom para salvar Alberto Conta- to nom é legal, por isso nom o o aos estrangeiros que militavam no Jacobeu Galiza. Foi nesta dor, positivo por clembuterol e por restos plásticos (evidências querem fazer público. equipa galega que entrou para a elite do ciclismo europeu, ten- de autotransfusom) no Tour de França em 2010. Hoje Ezequiel do sido 2 º na “Vuelta Espanha”. Liderou o Jacobeu até que J.R. está brigando no campo judicial para limpar a sua reputaçom. Como avalias a resposta do povo galego e dos siareiros e siareiras? Como te inicias no ciclismo e Na Galiza estou contente. Estivem quando dás o passo para o pro- “Agradeço o apoio da muito tempo em silêncio, por pres- fissionalismo? criçom do advogado, achando que Comecei tarde no ciclismo. Co- afeiçom galega porque a letargia ajudaria a resolver o ca- mecei a treinar e competir aos me devolveu parte so. Os siareiros e siareiras respon- 18 anos, numha época de auge dêrom muito melhor do que espe- do ciclismo na Galiza e no Esta- do orgulho perdido” rava. A gente nom é boba, nom se do. Muitas geraçons de bons ci- pode manipular polas boas. clistas nascêrom naquela época. Passei etapas de dificuldades pa- a sançom). Tu nom dás positivo No futuro, gostarias de conti- ra seguir adiante neste mundo. e és sancionado. Há quem sus- nuar ligado ao mundo desporti- Nos últimos dous anos de com- tenta que por trás da tua san- vo ou ao ciclismo? petiçom, na categoria amadora, çom há umha perseguiçom ide- Estou a fazer duas horas de bici- tive bons resultados, mas para ológica contra ti, por parte de cleta por dia porque o preciso. dar o salto para o profissionalis- Lete, da Junta e da FEC. Agradam-me mais essas duas ho- mo, muito difícil naquela altura A diferença no tratamento e a coin- ras de desporto que quando so- na Galiza, tive de emigrar para cidência das datas pode julgá-la fria como um cam treinando e Portugal, como muitos outros ci- qualquer pessoa por si mesma. sempre que poida farei-no. O ci- clistas galegos. Assim que fomos clismo foi a minha vida, e isso es- para Portugal (estréia profissio- Com este linchamento contra ti, tá acima, mas andar em ambien- nalmente em 1999 com a equipa e a lentidom da justiça, segues tes de desporto com muitos inte- Paredes Rota dos Moveis, depois motivado para continuar subido resses polo meio, o que vês é co- fichou por Cantanhede-Marques à bicicleta? Significa isto o fim rrupçom, mais do que a gente de Marialva em 2003 e Carval- da tua carreira desportiva? imagina. isso um dia vai quebrar, helhos-Boavista em 2004). Ali, Em qualquer outro desporto, de- o ciclismo chegou a umha situa- estando numha equipa ciclista monstrando-se a culpabilidade, çom inviável. O problema real do que competia a nível internacio- que nom é o meu caso, a puni- ciclismo está no doping, no que nal, podia-se encontrar um es- çom seria de 6 meses. Nesse ca- está ao redor do doping, e isso vai paço no mundo da bicicleta, mas so, repito nom é o meu, com a quebrar um dia, com certeza. disputando apenas as provas do pin Galiza, no qual continuei de- Polo menos no ciclismo, na Justi- sançom teria perdido o contrato calendário português ficava sem pois com o nome Jacobeu-Gali- ça desportiva nom existe justiça. com a equipa, mas pola vontade Qual é a avaliaçom que fás tu progressom e condenado ao za até o ano de 2010. Vamos recorrer à Justiça Ordiná- e o respeito aos siareiros e sia- da tua carreira desportiva? anonimato, até que chegou Ós- ria. Noutro desporto um resultado reiras continuaria. Agora, o ce- Eu tive que peregrinar muito para car Guerrero, diretor da equipa No dia de hoje, qual é a situa- anómalo seria umha situaçom de nário muda, e depois de tanto ter as minhas oportunidades. Che- ciclista Kaiku, que me ofereceu çom legal em que te encontras? warning, um puxom de orelhas, tempo sem correr, será que dei- guei onde nom esperava. Esta úl- competir nas provas do calendá- Fum sancionado dous anos por mas nunca umha sançom como a xo a bicicleta. A Justiça ordiná- tima pancada leva a te sentires rio espanhol (2005). Era umha me terem detectado amido, umha de um resultado positivo. O grave ria é mais confiável (que a des- desencantado, mas a cabeça levo- equipa com muita ilusom, mas substáncia que nom é dopante, é vendido leve e o leve grave. portiva), mas a realidade de ex- a alta porque nom figem nada. com um orçamento muito limi- salvo que seja introduzida via in- periências semelhantes é que a Sou um currante e estou muito or- tado. Figem umha boa tempora- travenosa. Se nom há infraçom Considera que a FEC te usou decisom final é muito lenta. gulhoso da minha vida ciclista. da e fichei polo Comunitat Va- nom há nada a explicar. Metê- como cabeça de turco para sal- Quando esta chegue com certeza lenciana para o próximo ano. O rom-me dous anos por encontrar var Alberto Contador? estarei nos quarenta. Para rematar: algo mais que objetivo principal em 2006 era amido, que nom é EPO. A FEC Penso isso desde o início e o tem- queiras destacar... debutar na “Vuelta Espanha”, propunha-me sançons menores po nom fijo mais que confirmá-lo. Contigo foi violada a presunçom Agradeço aos siareiros e siarei- mas explodiu a operaçom Puer- via terceiros, mas nom aceitamos da inocência, comunicou-se an- ras galegas todo o apoio que me to, em que nom me vim envolvi- porque nom me dopei. Contador deu positivo por tes à imprensa do caso e das oferecêrom porque me devolvê- do, mas sim parte da equipa, e o clembuterol, e tem todo o apa- suas novidades e os teus resulta- rom parte do orgulho que tinha ano foi ao traste. Em 2007 iniciei O resultado no controle antido- relho do Estado apoiando-o dos analíticos viajárom pola Eu- perdido. A pessoa é sempre mais a temporada com a equipa Ci- ping é anómalo, mas nom é posi- (Zapatero chegou a dizer que ropa sem a tua autorizaçom ou motivo de orgulho que qualquer clista Profissional Galega, o Kar- tivo. Por que te sanciona a FEC? nom havia razom jurídica para conhecimento. Sentes-te conde- sucesso desportivo. 26 temPos livres Novas da GaliZa 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012

temPos livres

consumir menos, viver melhor recuPera o teu temPo

TÓNI LODEIRO / A sensaçom an- tário que esta seja compatível com gustiosa de que nos falta tempo a nossa saúde e que primemos a acompanha-nos amiúde a muitas qualidade frente à quantidade. de nós. É paradoxal que apesar Pessoalmente, escolhim para da produtividade e abundáncia este mês este tema para explicar- material da nossa sociedade sin- vos que deixo (por um tempo?) tamos essa "pobreza de tempo". de fazer a minha seçom no No- O movimento "Recupera o teu vas. Nom me foi fácil tomar a de- tempo"1 dos EUA propom medi- cisom, pois oferece-me muita sa- das pessoais e políticas (como a tisfaçom poder colaborar com o reduçom das jornadas laborais) Novas e poder comunicar-me para reverter a situaçom. convosco, mas há tempo que se A nível pessoal, a proposta é repetem os sinais que me ani- dedicarmos mais parte do nosso mam a aliviar um pouco os meus tempo às cousas que considera- compromissos. mos importantes2, e também sa- Muito obrigado por todo este borear mais o que fazemos e per- tempo compartilhado e... até logo! mitir-nos "perder tempo", sentin- do menos a pouco agradável sen- 1. Recomendo ler: saçom de presa3. ania.urcm.net/spip.php?article6717 Umha ideia para começar é dei- 2. Família e amizades, descanso, saúde, xar ir embora o que nos está a so- participaçom comunitária... som exem- brar. Trata-se de estar atentas aos plos habituais de áreas que costumam sinais que nos van dizendo que ocupar um lugar mais importante na áreas da nossa vida (hábitos, re- nossa escala de valores que na nossa re- laçons, atividades, objetos, espa- alidade quotidiana, amiúde saturada por ços...) nos afastam do caminho compromissos laborais, formativos... que nos leva aos nossos objetivos Aprender a dizer adeus 3. Nos números 37 e 38 da revista Op- vitais. O segundo passo, muito cions (opcions.org) podemos encontrar mais difícil, é aprender a dizer às sensaçons de segurança (com- poda entrar nas nossas vidas, fre- de reduzimos o tempo dedicado a dous recomendáveis artigos sobre adeus, até logo ou reduzir o espa- panhia, pertença, identidade, es- quentemente cheias de mais ocu- ganhar e gastar dinheiro, costuma- "consumo e tempo" ço que ocupam nas nossas vidas tabilidade...) que acompanham o paçons e compromissos. mos compensá-lo com múltiplas os nossos "pontos de fuga". Por- conhecido. Mas se nom deixar- Também em ambientes "cons- inquietudes e motivaçons. E é be- Toni Lodeiro é autor do livro e a web que deixar ir embora isto todo im- mos primeiro esse espaço livre, é cientizados" padecemos a "pobre- neficioso para a sustentabilidade “Consumir menos, viver melhor” plica renunciar temporalmente muito mais difícil que algo novo za de tempo", pois ainda que amiú- da nossa contribuiçom ao comuni- nodo50.org/consumirmenosvivirmejor

entrelinhas das kaPital, ‘ruído neGro’

MARTÍN WU / Alguém deveria co- do e o todo-o-terreno leo e com râneo similar (é de suspeitar que meçar a reparar na música ele- a assistência dos maestros dou- com escasso êxito; olhar as eti- trónica que é gravada na Galiza. tor Chou e Tomás Ageitos. O seu quetas e desembainhar o cartom Boa parte - quase toda! - do que EP vai um passinho além de to- nom deixa muito tempo para es- é feito de interesse por aqui tem do o citado antes. É um disco de- cuitar a música). que ver com trebelhos digitais, vastador: um escuita-o e nom debaixo de um envoltório mí- do pop bailável e oitenteiro de encontra assa onde se agarrar. É nimo entre os Cure de Sevente- Projeto Mourente à fragilidade o normal, porque nom a há. Ruí- en seconds, a eletrónica pop e a de Fanny+Alexander, do humo- do negro é o despertador do fu- banda sonora de videojogo de 8 rismo lo-fi de Emilio José à fa- turo, soa a guia de leitura para bits há umhas letras estupen- bulosa ralé militante de zimmer quem escuita as notícias cada das, como nunca se tinham es- 103 ou o esparrame festeiro-po- manhá, a ordem de derrubo. En- cuitado no pop galego, frias e lítico de Galegoz. tranhas tóxicas em frasco bailá- desesperançadas, ou isso lhe Umha das cabeças pensantes vel, um sonha com colar este dis- parece a um. Outro ponto ao desta última banda, Marcos Pay- co, por incomodar, na ambienta- seu favor é a interpretaçom his- no, está detrás de das Kapital, çom musical de um Bershka ou triónica que fai delas O leo, ele- junto com o poeta daniel Salga- de um lugar de culto contempo- vando-se sobre todas as suas outras encarnaçons, ou, melhor dito, recorrendo a cada umha de elas em funçom da circuns- táncia: decepcionado em ‘Nos dias do medo’ (“todo está roto, também nos cristais do tem- po”); chulo e desenganado em ‘O factor humano’; ameaçador nessa enorme cançom que é to a cavalo dos setenta e os oi- to. Ruído negro é, por niilista e ‘Manifesto dos enfermos’. tenta, algo que se confirma com duro, um disco de punk, um dos Por som e vocaçom, das Kapi- a inclusom no trabalho de ‘Nar- melhores discos de punk que fô- tal conectam com o mais escuro cisismo’, com letra de lois Pe- rom produzidos por esta volta do pop experimental que foi fei- reiro, ponto de partida do proje- em muito tempo. Novas da GaliZa 15 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012 temPos livres 27

que fazer

16.12.2011 / APRESENTA- Coordenam Olalla Cociña e ÇOM DA A.C. PRÓ ACADE- Branca Novoneyra. MIA GALEGA DA LÍNGUA PORTUGUESA / No C.S. Má- 21.12.2011 / CURSO DE GA- dia Leva (Rua Manuel Amor LEGO (NORMA AGAL) / Meilám, 18). LUGO 19:30 no C.S. A Revolta. VIGO 16.12.2011 / CURSO DE PAN- Todas as quartas-feiras. DEIRETA / 18:30 no C.S. Go- mes Gaioso (Rua Marconi, 9 21.12.2011 / CURSO DE GAI- - Monte Alto). CORUNHA TA / 21:00 no C.S. Mádia Le- Todas as sextas-feiras. va. LUGO Todas as quartas-feiras. 16.12.2011 / CURSO DE DAN- ÇA TRADICIONAL / 19:00 no 21.12.2011 / PROJEÇOM DE TERRA NATAL, DE LEO C.S. A Revolta (Rua Real, 32). orGaniza siareir@s GaleG@s VIGO HURWITZ E PAUL STRAND / Todas as sextas-feiras. 21:30 no C.S. O Pichel (Rua Teio acolhe jornada polas seleçons desportivas Santa Clara, 21). 16.12.2011 / CURSO DE COMPOSTELA APERFEIÇOAMENTO DE protagonizada polo encontro Galiza-Saara Organiza o Cineclube de Com- BASCO / 20:00 no C.S. Go- postela. VOSG. A paróquia de Cacheiras, em Teio, com um aberto de bilharda, luita Saara no mesmo campo de jogo, mes Gaioso. CORUNHA vai ser o cenário da jornada pro- galega e umha tenda DJ. Também desde as 20:30. 22.12.2011 / JANTADOR IM- Todas as sextas-feiras. movida por Siareir@s Galeg@s haverá um espaço saaraui com di- fecham a jornada os concertos de POPULAR / 13:30 no 16.12.2011 / APRESENTA- para reivindicar as seleçons nacio- ferentes atividades. Invivo, Contra as Cordas, Bastards C.S.O.A. Palavea. CORUNHA ÇOM DE COMO DEFENDE- nais galegas, no dia 23 de dezem- A manifestaçom, que sairá do on Parade e Opció K-95. Serám Todas as quintas-feiras. RES OS TEUS DIREITOS bro. Siareir@s comemora, aliás, o campo de futebol de Cacheiras às no Campo da festa. LINGÜÍSTICOS / 20:30 na seu XV aniversário, e conta com a 19:00, tem como slogan ‘Sia- A organizaçom disponibiliza um 22.12.2011 / CURSO DE FO- Cervejaria Eira de Flores ajuda da associaçom Solidarieda- reir@s Galeg@s, XV anos luitan- autocarro que fará todo o dia o tra- TOGRAFIA / 20:00 no C.S. (Rua 25 de Julho). de Galega co Pobo Saarahuí. do polas seleçons nacionais!’. A jeto Cacheiras - Praça da Galiza Gomes Gaioso. CORUNHA CARVALHINHO As atividades começam às 16:00 continuaçom disputa-se o Galiza- (Compostela) e viceversa. Todas as quintas-feiras. Organizam A Mesa pola Norma- 22.12.2011 / REPRESENTA- lizaçom lingüística e a livraria ÇOM DE ATRA BILE / 21:00 Escolma. da Gentalha no Auditório Municipal (Ave- 16.12.2011 / CURSO DE GUI- nida de Lugo, 27). CANGAS TARRA / 21:00 no C.S. A Re- Concurso Polo 25º aniversário da ‘Teatro volta. VIGO de Ningures’. No mesmo auditó- rio pode-se visitar até fim de ano Todas as sextas-feiras. de imagens umha exposiçom sobre a história 16.12.2011 / CEIA VEGANA / da companhia. 21:30 no C.S. Vagalume (Rua do Apalpador 30.12.2011 / VISITA DO APAL- Nóreas, 5). LUGO A associaçom compostelana PADOR / 18:00 no C.S. Mádia Leva. LUGO 16.12.2011 / CONCERTO DE Gentalha do Pichel convocou o Ruada, conversa informativa so- A TRIBU / 22:30 na Salason viaGem a madrid e salamanca concurso ‘Novas imagens para o velho Apalpador’, ao qual se po- bre ‘O Apalpador no Natal galego’ (Rua do Lírio, 30). CANGAS às 20:30 e ceia e sorteio às 21:30. Polo 1º aniversário de dem remeter ilustraçons do car- Marcha às Cadeias de Ceivar voeiro até o dia 23 de dezembro http://www.xeadodetoxo.com/. 30.12.2011 / CONCENTRA- O Organismo Popular Antirre- tela e fará paragens em Vigo e (a [email protected]). O pri- ÇONS POLA LIBERDADE pressivo Ceivar convoca para do- Ourense. Visitarám-se as cadeias meiro prémio é um fim de se- 16.12.2011 / CONCERTO DE DOS PRESOS INDEPENDEN- mingo, 18 de dezembro, a VI de Navalcarnero, Aranjuez, Soto mana numha casa de turismo LAIA / 23:59 no Pub Gatos TISTAS / 20:00. COMPOSTE- Marcha às Cadeias para reivindi- del Real e Estremera, em Ma- rural no Courel. Os accessit re- (Rua Galiza, 21). MELIDE LA, LUGO, VIGO E OURENSE No ciclo OuTonalidades. car a liberdade dos presos inde- drid, e de Topas, em Salamanca. ceberám o livro ‘Teoria de Inver- pendentistas galegos. Mais informaçons sobre horários no. Os presentes do Apalpador’. Organiza Ceivar. Mais informa- çom em http://www.ceivar.org. A Marcha vai sair na noite de sá- e paragens na página web haverá umha exposiçom com 17.12.2011 / HOMENAGEM bado para domingo de Compos- http://www.ceivar.org/. todos os desenhos recebidos. POPULAR A XOSÉ MANUEL 05.01.2012 / PROJEÇOM DE BEIRAS / 12:30 no salom Án- O MONTE É NOSSO / 21:00 gel Brage do Auditório de no Enigma-Café Bar (Rua Real, Galiza (Avenida Burgo das 20:00 no Local Social do Organiza Comité de Solidarieda- cola de Magistério). LUGO 27). PONTE AREIAS Naçons, s/n). COMPOSTELA Castinheirinho (Rua Virgem de com as Presas e Presos Políti- Organiza Adega. No ciclo Ponte docu, do Ateneu Polo seu 75 aniversário e os 40 de Fátima, 1). COMPOSTELA cos. Atuaçom de Pablo Hasél. libertário lume Negro. anos da publicaçom de O atraso 19.12.2011 / CURSO DE INI- Organizam a Associaçom de 07.01.2012 / I CONCURSO DE económico da Galiza. Jantar às Amizade Galego-Cubana Fran- 17.12.2011 / CONCERTO DE CIAÇOM AO BASCO / 20:00 BAILE TRADICIONAL / 19:00 14:30 no mesmo Auditório. cisco Villamil e o consulado da LAIA / 21:30 no Auriense Ca- no C.S. Gomes Gaioso. no Teatro Jofre (Praça de Ga- República de Cuba. fé Cultural (Praça do Corre- CORUNHA liza, s/n). FERROL 17.12.2011 / PALESTRA 'AKÍ gedor, 11). OURENSE Todas as segundas-feiras. ESTÁ A ANARKO-SINDICAL' / 17.12.2011 / CONCERTO DE No ciclo OuTonalidades. Organiza o Real Coro ‘Toxos e 18:00 no Café Bar Teatro SECRET ARMY, SAMESU- 19.12.2011 / CURSO DE PAN- Froles’. (Rua Cuenca, 76). TUI GAS E NOBODY'S FOOL / 17 e 18.12.2011 / FEIRA ECO- DEIRETA / APERFEIÇOA- 11.01.2012 / PROJEÇOM DA Organiza a CNT de Vigo. A conti- 21:00 no Liceu Mutante (Rua LÓGICA TERR@CTIVA / Todo MENTO / 20:15 / INICIAÇOM RECONSTRUÇOM DA MON- nuaçom haverá petiscos e con- Rosalia de Castro, 100). o dia no Recinto Feiral ‘Terra / 21:15 no C.S. Mádia Leva. TAGEM ORIGINAL DE GALI- certos de balde. PONTE VEDRA do Queijo’. ARÇUA LUGO CIA, DE CARLOS VELO / Entrada a 8 (antecipada) ou 10 Feira de produtos ecológicos que Todas as segundas-feiras. 17.12.2011 / MANIFESTAÇOM euros (na porta). Organiza Pun- inclui atividades infantis, janta- 21:30 no C.S. O Pichel. ‘DERRUBAR O SEU SISTE- kOi!-Vedra Crew. res, obradoiros, palestras, con- 20.12.2011 / CURSO DE ES- COMPOSTELA MA, CONSTRUIR O NOSSO certos, magia, projeçons... Mais GRIMA MEDIEVAL / 20:30 no Organiza o Cineclube de Com- FUTURO’ / 18:00 na Alameda. 17.12.2011 / PALESTRA E informaçom na página web C.S. Mádia Leva. LUGO postela. http://www.terractiva.org/. COMPOSTELA CONCERTO POLA LIBERTA- Todas as terças e quintas-feiras. Convoca Adiante. ÇOM DOS PRESOS E PRE- ENVIA CONVOCATÓRIAS ao SAS POLÍTICAS GALEGAS / 18.12.2011 / ROTEIRO POLOS 20.12.2011 / PICAVERSOS: correio [email protected] 17.12.2011 / ATO POLO 53 21:00 no C.S.O.A. Palavea ANCARES, DOIRAS E CER- LOIS PEREIRO / 21:00 no antes do dia 12 de cada mês. Anuncia os teus atos ANIVERSÁRIO DO TRIUNFO (Rua Rio Quintás, 31). VANTES / 09:00 na Avda. de Modus Vivendi (Praça de Fei- no NOVAS DA GALIZA. DA REVOLUÇOM CUBANA / CORUNHA Ramom Ferreiro (frente à Es- joo). COMPOSTELA Novas da Gali a Apartado 39 (15701) COMPOSTELA Tel. 692 060 607 [email protected]

Carlos Santiago

a nova esPanha de semPre a corporação, na auto- nomia, no estado. O Nfranquismo democráti- co, oximoro funesto, já cá está em todo o seu esplendor. Rajoy reclama o sacrifício das mas- sas, feijoo despacha-se com os restos da nação suicida, Conde Roa, alcaide paradigmá- tico da nova onda, experimenta o seu bafo policial contra os es- pelhos côncavos do concelho. que tremam as nucas. Na con- ferência episcopal exigem o re- gresso da lei de deus por boca de cardeais enrouquecidos, só para Urdangarin melhor defen- der a honra monárquica com cavalo branco e armadura ni- isidro Piñeiro, investiGador do joGo do Pau quelada. A estupidez abre-se caminho e derrota lógicas e ra- zões por todo o lado. Aí têm a “O património galego das artes marciais é sua querida Espanha ao seu completo dispor. hipotecada, mas completamente sua. amplíssimo e ainda fica muito por estudar” haverá quem diga “não se pode comparar”. Claro. Não se O.R. / Num dia da festa de há duzentos anos, moços de 12 anos a investigar esta forma de luita, umha das muitas pode comparar o que é idênti- duas paróquias diferentes topavam-se e enfrentavam-se que componhem o rico e esquecido repertório galego de co, não sendo no disparate. Já com armas de pau, marcando território e demonstrando artes marciais. O Jogo do Pau, convertido em Portugal alguma vez sonhastes com quem eram os mais fortes. Isso -para além doutras muitas num desporto mui praticado e reivindicado, começa o seu uma direita ilustrada e racional cousas- foi o Jogo do Pau, um sistema de combate prati- redescobrimento na Galiza num momento em que ainda fi- em Espanha? Eu sim. Tive pe- cado desde a Idade Media em ambas as beiras do Minho. cam vozes que recordam tê-lo praticado. Isidro conta-nos sadelos desses. Mas a realida- O arouçano Isidro Piñeiro e outros companheiros levam os avanços na sua investigaçom. de é teimosa. A realidade é uma cifra de mortos desiguais. Em que consiste o Jogo do Pau havia noutras parte de Europa. vam cinquenta ou sessenta anos xamos para sempre, porque a ge- Não valem o mesmo os 2.500 e desde quando é praticado? Pensávamos que nom, mas um já investigando o tema, e já con- raçom que puido ter um contato di- cadáveres documentados de O Jogo do Pau consiste na defesa dia vimos num programa televi- tam com um regulamento des- reto com isto está a morrer. Paracuellos que os 150.000 pessoal com bastons e é umha ar- sivo da Galega um grupo portu- portivo. Seria estupendo contar- cadáveres extraviados na ber- te mui antiga. Sabemos que existe guês dançando com paus. Ele co- mos dentro de dez anos com al- Há constância de que seja prati- ma das estradas. Já disse na como mínimo desde a idade Mé- meçou a tirar do fio e ao pouco go semelhante, ainda que por en- cado noutras zonas, para além altura o General Mola, que por dia, mas nos séculos XiX e XX falou-me do Jogo do Pau, um quanto na Galiza somos pouca de na Galiza e em Portugal? cada pessoa de ordem que ca- continuava a ser mui praticado. desporto bastante praticado no gente a que o praticamos. Aqui Existem outros sistemas semel- ísse, ele mataria dez extremis- Ao se tratar dum tipo de luita, era Norte de Portugal que também treinamos umhas quinze ou vin- hantes, ainda que nom som exata- tas no mínimo. Por aí é que praticado para amanhar proble- aqui teria presença. O material te pessoas, para além dos ateliers mente o mesmo. No País Basco saem as contas. Civilizado era mas com os vizinhos, especial- que havia para investigar era que damos noutros pontos do pa- tinham os “makilaris”, que som igualar os mortos, mas ainda mente polos lindes das leiras, ain- muito mais do que aguardáva- ís, como o que tivo lugar recente- armas de pau, e também contam não vai dar, como também não da que também nas festas, onde mos, portanto puxemo-nos maos mente na Gentalha do Pichel. A com umha versom nas Canárias e vão igualar dívidas e ordena- os moços de diferentes paróquias à obra. E disto já há 12 anos! receçom da gente nestas ativida- nas ilhas Britânicas. Na França dos. A direita civilizada clássi- se enfrentavam com esta técnica. des é boa, e isso é importante tenhem umha espécie de esgrima ca, é um falar, de Messie Sar- Hoje nom há propriamente zonas, Quais som as fontes porque precisamos maos que que se pratica também com bas- kozy e frau Merkel, quer pôr na mas há informantes de diferentes da vossa investigaçom? continuem com esta investiga- tons, mas já parece mui posterior. linha a Europa descomedida. O lugares que ainda o conhecem ou Som principalmente duas: por çom. Como nom o estamos a le- Berlusconi já foi embora, por o praticárom. Na Arouça, de onde umha parte, dedicamo-nos a ras- var a cabo dum jeito profissional, Há outras artes marciais galegas? enquanto. Mas aqui chega a di- somos nós, o que pudemos saber tejar as referências que ficam na os nossos meios som limitados, Está a luita galega, umha arte que reita espanhola com as suas polos dous informantes com que literatura e nas coplas, onde há quanta mais gente mostrar inte- está a recuperar um homem da contas duplas e os seus balan- contamos é que a técnica nom di- bastante material; e por outra, fa- resse no tema, para nós muito Estrada, e que tem muito a ver ços históricos descompassa- fere muito da do norte de Portu- zemos trabalho de campo, procu- melhor. Aliás, se quadra o dia de com a luita leonesa ou a canária. dos, a ver como podem aman- gal, como muito nas armas que se rando falar com pessoas maiores manhá vam a umha feira e en- Para além disto, nalgumhas zonas har os livros. Polícias já se vem lhe punham aos paus, que aqui que conheçam o jogo ou que o contram algum velho que lhes de lugo teriam as “lutias”, que po- muitos a passar página em tea- eram cardenhas ou galhetas en- praticassem quando eram cati- começa a falar disso... assim en- lo que pudemos ver através de tros abandonados e centros so- quanto os vizinhos lusos empre- vas. Como num quebra-cabeças, tre todos vamos atando cabos. umha fotografia dos anos cin- ciais fora da ordem. Andam a gavam pontas de lança. tés que ir unindo todos os dados O importante é que, como em quenta, seria bastante parecido fazer músculo para conter tudo que encontras, o qual resulta difi- Portugal, haja gente que continue nas posiçons ao boxe inglês. Mas o que possa vir por esses ne- Como decidiche começar a in- cultoso sobretodo porque, como com isto e que tenha interesse em ainda fica muito por estudar! Na gros horizontes. Mais nos vale vestigar o Jogo do Pau? na fala, na Galiza há distintas va- praticá-lo, porque isto é um legado Galiza o uso das armas e da luita deixar vinhos, tabacos e outros O certo é que é umha história cu- riedades de paus e de técnicas. de todos nós que nom podemos corpo a corpo está bem documen- vícios e ir tonificando o corpo e riosa. O meu sócio nestas inves- deixar morrer. É um património tado; por exemplo, um livro do sé- a alma no ginásio, o fôlego rai- tigaçons e mais eu perguntava- Em Portugal o Jogo do Pau impressionante, e ainda faltam culo XViii relata como a gente na voso dos novos tempos já se mo-nos se existiriam restos de é muito mais praticado. muitas técnicas por descobrir, mas zona de Tui praticava algo semel- deixa sentir no pescoço. antigas luitas na Galiza, como as Claro, eles estám a anos luz! le- ou tiramos agora do carro ou o dei- hante à luita greco-romana.