NÚMERO 57 15 DE AGOSTO A 15 DE SETEMBRO DE 2007 1 €

“A Pena Trevinca só quer um parque natural que satisfaga a aspiraçom de um turismo sustentável” António Fernández Pena, secretário da Plataforma em Defesa do Maciço de Trevinca PÁGINA 06

As contínuas mobilizaçons contra a Reganosa Os transtornos de umha quebram o discurso dos factos consumados em que se escuda o bipartido Saúde Mental nas maos

A PROPAGANDA OFICIAL ARGUMENTA QUE AS MOBILIZAÇONS CHEGÁROM TARDE de burocratas

REDACÇOM / Nada mais longe da NOVAS DA GALIZA revê desta indústria gasista (situada a REDACÇOM / O abandono dos aplicada polo PP à Saúde Mental realidade. O projecto da Reganosa neste número umha história que 50 metros das vivendas em princípios comunitários e centra- desde 1994, aproveitando a con- no coraçom da ria ferrolana tem sus- arranca com um convénio com Mugardos). Porém, nom explica dos nas necesidades dos cidadaos juntura da maioria absoluta no citado, desde há quase umha déca- cláusula de confidencialidade como projectos semelhantes já que inspirava a reforma da psi- Parlamento galego pisa forte, sem da, umha firme oposiçom carregada assinada por Manuel Fraga e os tenhem provocado centenas de quiatria implicou a aplicaçom de a menor oposiçom social ou de argumentos e iniciativas, profun- sócios da Reganosa. Neste acor- mortos noutros países. criterios economicistas. Isto objecçom das actuais autoridades damente enraizada na comarca de do, a Administraçom autonómica Entretanto, o mapa eleitoral de- repercutiu na promoçom de um sanitárias. A privatizaçom da assi- Trás-Ancos e centralizada eficaz- comprometia-se a garantir a viabi- senhado polo conflito da Reganosa modelo assistencial baseado na tência só pudo ser implementada mente polo Comité Cidadao de lidade da fábrica de gás intervindo na comarca ilustra bem as contra- eficácia, ao mais puro estilo da eliminando os princípios e reco- Emergência. Os partidos políticos perante qualquer complicaçom. diçons que casos como este estám do Governo galego, conscientes dos Os termos exactos do convénio a provocar no BNG. Em produçom empresarial capitalis- mendaçons assistenciais progres- perigos que entranha a Reganosa, desconhecem-se, mas o resultado Mugardos renovou umha ampla ta. Com este esquema produti- sistas de anteriores dinámicas navegam num confusionismo incó- é que os interesses do Grupo maioria (apelando ao emprego no vista, introduzir tratamentos que psiquiátricas. A assitência à saúde modo que eludem apelando à Tojeiro fôrom satisfeitos sem concelho), mas no resto da comar- tenham em conta o ámbito social mental na Galiza foi-se transfor- impossibilidade de recuar, mas nas matizes, até o ponto de umha ca a queda desta frente foi notá- e cultural dos e das pacientes ou mando numha prática cada vez ria ferrolana a intensidade das mobi- empresa privada chegar a ser vel, e Paco Rodríguez chegou a ser elaborar programas preventivos mais burocratizada e medicaliza- lizaçons está a conseguir afastar a defendida pola Armada espanho- apupado numha manifestaçom dirigidos a populaçons de risco da que analisamos em profundi- ideia de ser impossível umha resi- la. Por sua vez, a propaganda ofi- contrária à Reganosa de 6.000 nom tem cabimento. A política dade neste número. / Pág. 14 tuaçom da indústria gasista. cial minimiza ou exclui os riscos pessoas. / Pág. 09 E AINDA... O Dia da Pátria Galega CARME ADÁN AVANÇA com umha das leis contra a violência de género mais avançadas contado em imagens da Europa. / 07 Catorze impressons fotográficas para resumir GRANDE POLÉMICA POLOS sobressoldos um 25 de Julho dos mais concorridos / 11 vitalícios de cargos públicos pactuados polo PP, PSOE e BNG / 07 Ligaçons rodoviárias e ferroviárias O Pasquim despede os 'fodechinchos' entre a Galiza e Portugal avançam do Verao climaticamente mais Opinions de Xurxo Martínez, Pedro Alonso Iglesias entretido / SUPLEMENTO e Ernesto Vázquez Sousa sem repercussons culturais / 13 NOVAS DA GALIZA 02 OPINIOM 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2007

Galiza ceive, poder popular (I)

s vezes, os discursos vitimis- PEDRO ALONSO IGLESIAS Continuamos a negar aos nossos tas convertem-se em instru- filhos o direito a trabalharem na Àmentos para a autoproclama- sua Terra e a disporem dos seus çom de mediadores imprescindíveis “A IDEIA DO RESPEITO PARA A GALIZA, DO ATUAMENTO COM O ESTADO E DA recursos naturais no seu benefício num conflito. Os desencontros antes do dos demais. Continuamos entre naçons, nos quais umha exer- RELAÇOM DIRECTA COM A EUROPA SEM PASSAR POR INTERMEDIÁRIOS EM a negar as possibilidades de desen- ce de superior e colonial e outra de MADRID É UM RETROCESSO ESTRATÉGICO QUE SE DEVERIA ESTUDAR volvimento deste país partindo das subalterna e colonizada, som um INCLUSIVE POR MEIO DE DISCIPLINAS COMO A PSIQUIATRIA SOCIAL” suas próprias potencialidades e ámbito propício para este tipo de capacidades. Acaso um discurso apariçons. O objectivo da integra- político que mude a nossa condi- çom harmónica do colectivo nacio- Estado e da relaçom em muitas çom de esmoleiros por outra que nal subalterno, que nom necessaria- directa com a comarcas da assinale abertamente a direcçom mente tem de significar ‘pobre’, em Europa sem passar nossa terra. por onde escapam os nossos recur- termos de recursos e potencialidade por intermediários Nom sendo sos e por onde foge o ladrom nom produtiva, é arroupado com umha em Madrid é um Madrid, algum- seria mais compreensível e eficaz ampla e diversa gama de reivindica- retrocesso estratégi- has cidades da para mobilizar a paróquia? çons económicas e sociais, que co que se deveria meseta e quatro Lamentavelmente, hoje a política supostamente garantem a sobrevi- estudar inclusive por focos industriali- de confronto nom interessa a esse vência da idiossincrasia e a identida- meio de disciplinas zados ao redor colectivo de escaladores acompan- de colectivas. As derivas pragmáti- como a psiquiatria de um recurso hados dos seus sherpas que o cas, produto de etapas históricas em social. Sabemos que determinado no Beiras definiu como ‘mandarinato’. que a conjuntura política se inter- a ideia de Espanha, norte cantábri- Voltando ao início deste inflama- preta de um modo redutor do ponto infelizmente, vende co, o resto do do discurso, às vezes convém cali- de vista temporal (o presente é o bem em amplas Estado espanhol brar a realidade do presente dando que importa e o que condiciona a camadas populares entende-se umha vista de olhos ao passado e acçom política), podem facilmente, da nossa Terra. Mas como duas cul- avançando-se ao futuro. Hoje, som nestes casos, desembocar em pro- nom por nos tornar- turas e econo- evidentes as tentativas de certos cessos maciços de entrega da mili- mos algo espanhóis e mias dinámicas, estados europeus de reforçar a táncia à autocomplacência. Esta menos galegos imos a basca e a cata- imutabilidade do modelo actual da esmouca do discurso originário cos- ter maior capacidade lá, um levante Europa. Mas, quem garante que a tuma ser interesseira. Surge entom, de influência no turistificado e solidez da Uniom Europeia nom se como um fungo, umha nova classe pensamento e nas alimentado por esfarelará no futuro próximo, sub- de militante, que se confunde e atitudes da nossa via exógena para metida aos balbordos da geopolíti- identifica com o gestor do poder e a gente. Camilo o negócio da ca, das mudanças climáticas e das riqueza institucional, entendidos Nogueira, que é um grande inter- pus de princípios teóricos do nacio- construçom, um meridiom con- alianças frente aos ‘inimigos’ do estes como ferramentas ao serviço pretador da nossa realidade econó- nalismo galego num lugar destaca- quistado ao Islám e reinterpretado Ocidente? Sinceramente, cremos dos interesses do partido e da pátria. mica e do nosso devalar histórico, do. Qualquer pessoa que tenha via- como satélite da cultura castelhana que o nosso povo nom merece ser Nesse estado de cousas, a crença tem insistido inúmeras vezes em jado polo rural de boa parte de e, finalmente, um noroeste de surpreendido esmolando respeito destas pessoas de que com as insti- que a nossa Terra nom é pobre, todo Castela-e-Leom, Andaluzia ou a onde se extrai parte das maiores numha ribeira que varrerá a maré tuiçons será possível encaminhar o o contrário. A sua visom da Europa e Estremadura espanhola poderá riquezas naturais do império. da História. Polo contrário, a única povo para o objectivo da libertaçom das possibilidades que nos oferece, coincidir comigo em que se percebe Castela, por si própria, é pobre, garantia de sobrevivência é a defe- nacional, porque se disporá de umha ou a sua opiniom de que a indústria umha maior desatençom dos pode- bem pobre, mas de nascença. E sa acérrima do nosso direito natural maior capacidade de convicçom, pode resolver os reptos ambientais res públicos em matéria de infraes- nós, também pobres, mas de espí- à soberania, sem limites nem alcança magnitudes de dogma de fé. no marco capitalista, som outro can- truturas básicas (asfaltado das estra- rito, teimamos em continuar a ali- arranjos. Somos nós, estamos aqui Neste sentido, a ideia do respeito tar. Mas essa ideia da nossa riqueza das, rede de saneamento, abasteci- mentar o monstro desse império e queremos falar e ser ouvidos. A para a Galiza, do atuamento com o intrínseca deveria integrar-se no cor- mento de água, etc.) do que se vê anacrónico chamado Espanha. Galiza Ceive.

ambos os municípios as suas res- munal ao apresentar essa propos- influência da principal cidade do pectivas áreas de influência. ta sem ter sido capaz de ganhar o País, e do seu motor económico. POLÉMICA METROPOLITANA O anúncio desta última provo- apoio da cidade olívica. Teresa Mas é óbvio que nom terá nen- O PELOURINHO cou umha nada edificante troca Casal é o melhor exemplo de que gumha lógica qualquer desenho O desenho territorial do nosso de declaraçons. O Presidente da a polémica pola polémica pouco que nom conte com a opiniom do DO NOVAS país foi umha questom obviada ao Cámara de Vigo, o socialista Abel ou nada oferecem a um debate principal núcleo dessa futura área longo dos dezasseis fatídicos anos ‘órdago’ Caballero, atirava-se à tam relevante. A única nota de metropolitana. Se tens algumha crítica a fazer, algum de desgoverno Fraga, como umha piscina assegurando que contava lucidez parece ser da autoria de É imprescindível um debate facto a denunciar, ou desejas transmi- mostra mais do seu desleixo e do com o respaldo de Touriño na sua Miguel Anxo Fernández Lores, sossegado, com claridade e com tir-nos algumha inquietaçom ou seu nulo interesse em activar as proposta de área metropolitana, autarca de Ponte Vedra, quem propostas sérias, nom unicamen- mesmo algumha opiniom sobre qual- potencialidades do País numha denominada Vigo28, na qual nom afirmou que talvez seja positivo te com balons-sonda ao estilo quer artigo aparecido no NGZ, este é esfera global que se mostra clara- estava incluída Ponte Vedra. criar umha grande área metropoli- Méndez Romeu. Vigo + o teu lugar. As cartas enviadas deve- mente hostil aos territórios pouco Caballero saiu encolerizado rejei- tana no Sul incluindo Vigo e Pontevedra, Vigo 28... a fórmula rám ser originais e nom poderám preparados em termos de compe- tando em cheio a possibilidade de Ponte Vedra, pois desta maneira pode-se debater, mas o que nom exceder as 30 linhas digitadas a com- titividade. É recente a polémica que Vigo compartilhasse área existirá umha maior massa crítica. é discutível é a urgência de criar a putador. É imprescindível que os tex- em relaçom às áreas metropolita- metropolitana com Ponte Vedra, Lores fijo umha análise nom só grande área metropolitana de tos estejam assinados. Em caso con- nas, chamadas a subs-tituir ou e a sua companheira de partido, e como autarca ponte-vedrês, tam- Vigo, que para além de continuar trário, NOVAS DA GALIZA reserva-se o suplantar, nos seus ámbi-tos, os número um do PSOE na cidade bém em chave de País. a ser o motor económico da direito de publicar estas colaboraçons, dinossauros institucionais das do Leres, Teresa Casal, retorquiu Teresa Casal acusou Abel Galiza, pode converter-se na como também de resumi-las ou deputaçons provinciais. acusando-o de localista.Por sua Caballero de ‘viguista’. O certo é cabeceira da euroregiom Galiza- estractá-las quando se considerar O Conselheiro da Presidência, vez, Touriño levantava o órdago que o ‘viguismo’ entendido loca- Norte de Portugal. oportuno. Também poderám ser des- Méndez Romeu, anunciava há de Caballero e deixava o presi- lismo pouco de bem tem feito ao Alguns acreditamos em ser cartadas aquelas cartas que ostenta- umhas semanas a sua proposta de dente viguês com o cu ao ar, des- desenvolvimento da cidade. É viguês ou viguesa o jeito de ser- rem algum género de desrespeito pes- criaçom de duas grandes áreas mentin-do que apoie o projecto necessário ampliar os horizontes mos galegas e galegos em Vigo. soal ou promoverem condutas antiso- metropolitanas, umha composta Vigo28. e apostar numha perspectiva de ciais intoleráveis. pola Corunha e Ferrol e outra por Mendez Romeu cometeu de país, pois estamos a falar do Xavier Pérez Igrexas Endereço: [email protected] Vigo e Ponte Vedra, incluindo em umha umha insensatez desco- desenvolvimento da área de Vigo NOVAS DA GALIZA 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2007 EDITORIAL 03

EDITORA INTERNACIONAL FOTOGRAFIA Sobre o processo de MINHO MEDIA S.L. Duarte Ferrín Arquivo NGZ Nuno Gomes (Portugal), Jon Etxeandia Natália Gonçalves, DIRECTOR (País Basco) Juanjo Garcia (Países Cataláns) GZI, Xavier Sampil Carlos Barros G. convergência arredista COLABORAÇONS ADMINISTRAÇOM CONSELHO DE REDACÇOM Opiniom. Maurício Castro, X. Carlos Ánsia, Irene Cancelas Sánchez Alonso Vidal, Antom Santos, Iván Santiago Alba, Daniel Salgado, Kiko Neves, Garcia, Xiana Árias, Sole Rei, F. Marinho, J.R. Pichel, Carlos Taibo, Germám Ermida, HUMOR GRÁFICO Helena Irímia, Eduardo S. Maragoto, Celso Á. Cáccamo, Jorge Paços, Adela Suso Sanmartin, Pepe Carreiro, XURXO MARTÍNEZ André Casteleiro, José E. Vicente, Xabier Xil Figueroa, Joám Peres, Pedro Alonso, Luís G. Pestinho+1, Xosé Lois Hermo, Blasco ‘Foz’, Alberte Pagán, Concha Rousia, Gonzalo Vilas, Farruquinho, DESENHO GRÁFICO E MAQUETAÇOM Xurxo Martínez, Alexandre Banhos, Raul Aduaneiros sem fronteiras assado o Dia da Pátria tes à UPG. “Divergências Miguel Garcia, C.Barros, A. Vidal, X. Árias Asegurado, Miguel Penas. Cronologia. Iván cumpre encetar novas democráticas”? Cuevas. Música. Jacobe Pintor. Galiza CORRECÇOM LINGÜÍSTICA vias de diálogo e trabal- O Movimento pola Base e IMAGEM CORPORATIVA Natural. João Aveledo. Sexualidade. Beatriz Eduardo Sanches Maragoto, P Miguel Garcia Santos. Língua Nacional. Valentim Fagim. Fernando Vázquez Corredoira, ho entre as forças que inte- Isca! estám a participar nas Descobre o que sabes. Salva Gomes. Desportos. Vanessa Vila Verde, gram Causa Galiza. O êxito da assembleias da Causa Galiza e FECHO DA EDIÇOM: 15/08/07 Anxo Rua Nova, Xavier S. Paços. Cozinha. Mário Herrero (Suplemento) convocatória pode calcular-se alguns mesmo acudírom à Joana Pinto, Miguel Burros, Ana Rocha observando como foi silencia- manifestaçom deste colectivo D. LEGAL: C-1250-02 / As opinions expressas nos artigos nom representam necessariamente a posiçom do periódico. Os artigos som de livre reproduçom do polos grandes meios de no 25 de Julho. Os textos que respeitando a ortografia e citando procedência. A informaçom continua periodicamente no sítio web www.novasgz.com e no portal www.galizalivre.org comunicaçom. Agora já nom há dissertam sobre a posiçom fotos de quatro gatos. A ima- actual do BNG som sintomáti- gem mudou e por isso nom cos de umha profunda diferen- deveu entrar numha só foto. A ça. Tanto é assim que estám a unidade somou forças e esfor- preparar o processo para se ZONAS OBSCURAS ços que se devem ter em conta constituírem como colectivo para assumir umha responsabi- dentro do BNG, mas com uns lidade maior, para que Causa princípios reitores que som a Galiza tenha futuro. autodeterminaçom e o marxis- A dialéctica histórica levou- mo em essência, nom em papel nos a um novo chanço no pro- molhado. Também incluem as reflexom sem preconceitos nom está na por isso menos dramáticos) familiarizam milhares cesso de libertaçom nacional críticas ao modelo e política moda. Umha sociedade como a nossa, que se de pessoas com o padecimento silencioso, mas nom que responde ao próprio devir institucional. A 28 de Outubro Adi tolerante e mui livre de corseletes, conti- favorecem solidariedade ou abertura de ánimo para da luita pola defesa dos direi- produz-se a sua constituiçom. nua a revelar-se tanto nos seus silêncios como na sua com as pessoas mais seriamente ameaçadas. Os pro- tos políticos da nossa naçom, Outra “divergência democráti- gritaria. Certos temas inomináveis atravessam o blemas sociais tornam-se problemas pessoais, assu- isto é: provincialismo, regiona- ca que mostra a pluralidade do nosso dia-a-dia como presenças incómodas, que midos em última instáncia como custos inevitáveis lismo, nacionalismo e, agora, BNG”? toda a gente conhece mas que ninguém exterioriza. do que chamam progresso: concorrência, utilitaris- arredismo. A análise da histó- Isto nom quer dizer que Acontece, sem ir mais longe, com o mundo das pri- mo, soidade e pressa. ria é pedra angular para poder ambas as linhas de acçom sons, centros superlotados a ponto de estourar, e Na periferia do nosso país, milhares de galegos e enfrentar as políticas actuais vaiam compartilhar connosco que ainda assim continuam confinados polo barulho galegas sobrevivem à sua doença psiquiátrica e à do arredismo, dado que nos um futuro imediato de unida- mediático à categoria de notícia prescindível. E involuçom da mínima estrutura assistencial. A exige seriedade, patriotismo e de, mas abrem um debate acontece também - a isto dedicamos a reportagem medicalizaçom do problema, a privatizaçom enco- trabalho abnegado. importante sobre o papel do deste número - com o mundo das doenças mentais berta e o abandono ao ‘salve-se quem puder’ do O BNG está a deixar um BNG como partido, sobre a sua e a atençom psiquiátrica. consumismo marcam a luita desigual destes grandes espaço ermo onde trabalhar. praxe e interesses de acçom. E Cálculos oficiais alertam, dia sim e dia também, esquecidos. A desídia de toda a política oficial por Desde antes da última assem- nesse debate será questionado da extensom perigosa de patologias contemporáne- volta das grandes directrizes do fraguismo neste bleia nacional do Bloco, no ano o papel do nacionalismo maio- as que colocam um contingente importante da campo manifesta consenso e complacência. Por de 2006, já se percebia o que ritário actual quanto aos objec- populaçom nuns níveis de deterioramento que gal- outras palavras, cumplicidade aberta e vontade de eles chamam “umha mostra de tivos da autodeterminaçom e gam por cima das barreiras de idade e de classe. Os condenar ao silêncio o que nom se traduz em rendi- diversidade ideológica”, quer da emancipaçom social das padecimentos mentais de baixa intensidade (e nem mento eleitoral. dizer, as próprias tensons camadas trabalhadoras. Isto internas de um BNG partido exige-nos, aos sectores arredis- em posturas tam fulcrais como tas actuais, umha superaçom o assemblearismo, a política de velhas disputas, umha institucional ou as análises na visom de naçom (portanto, PEPE CARREIRO reforma “do cadáver estatutá- adeusinho aos personalismos e rio”. Continuam a manter-se caprichos infantis) e sermos essas “divergências democráti- conscientes do momento his- cas” no seu seio. tórico que nos toca arar e que Recentemente conhecemos pode iniciar umha nova camin- a notícia da constituiçom do hada à procura da autodeter- Encontro Irmandinho, como minaçom e do socialismo para corrente de pensamento em a Galiza. cujas fileiras convive gente Cumpre responsabilidade e filiada e nom filiada ao Bloco, acertos, afiançar os passos liderados todos por Beiras dados (sem estarmos apressa- (note-se bem: pessoas sem dos por data nengumha) e criar vinculaçom com o BNG podem umha base sólida de trabalho ser membros do EI). E este comum para as organizaçons Beiras continua na teima de soberanistas. Nom devemos ‘provocar’, de expressar publi- marcar objectivo nengum de camente os seus desacordos e imediata unidade pois pecaría- de aparecer comprometido mos de atrevimento. Devemos num Courel ou numha saber canalizar a ideia de que a Reganosa que para o seu parti- unidade dá força e vertebra o do som, no mínimo, assuntos arredismo num Dia da Pátria, espinhentos. A propósito, no mas isso deve estar expressa- livro-compêndio de artigos do na aproximaçom das dife- que lhe publicárom em rentes sensibilidades da Causa Hoxe tem umha introduçom GZ. Precauçom, que os bois de apenas cinco parágrafos em puxam do carro quando o carro que há duas pulhas importan- tem rodas. NOVAS DA GALIZA 04 NOTÍCIAS 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2007

NOTÍCIAS

Jornada contra o AVE em Terra de Montes

REDACÇOM / A quinta ediçom das jor- nadas Terra de Tod@s centrou-se na denúncia dos efeitos da construçom da rede de alta velocidade ferroviária. No passado dia 4 de Agosto a associa- çom Verbo Xido levou à palestra os colectivos ambientalistas ADEGA e Verdegaia, o sinticato CGT, a Coordenadora Antiautoestrada, o centro de estudos Chamoso Lamas e às associaçons Outeiro e Caleidos- kópio nas instalaçons da Cámara Agrária de Cerdedo. Consideram o AVE um meio eli- tista que provoca umha enorme incidência ambiental e paisagísti- ca, incomunica as pequenas locali- dades e empobrece as povoaçons que atravessa. Ao mesmo tempo reclamam a melhoria e ampliaçom A primeira manifestaçom convocada por Causa Galiza mobilizou por volta das 2000 pessoas / GZIFOTO da actual rede ferroviária como meio de coesom territorial. A jornada complementou-se com Agentes da unidade de intervençom dedicárom-se a ‘limpar’ Compostela de propaganda independentista a projecçom de um video da luita anti-TAV no País Basco. A meio da tarde os actos concluírom com visi- tas às zonas afectadas polas obras Mobilizaçons mui concorridas e brutalidade do questionado modelo de ferroca- rril em construçom. Nas conferências foi duramente policial marcárom o Dia da Pátria 2007 criticado o papel dos três partidos políticos com representaçom par- REDACÇOM / O independentismo encenou no poder autonómico, congregando mais rom, porém, as vozes críticas do lamentar por assumirem em cheio o Dia da Pátria com um novo formato gente que em anos passados e ratificando Movimento pola Base ou o Encontro os ditados de Bruxelas e Madrid ao neste ano 2007, que se traduziu numha – em linhas gerais – a aposta do quintanis- Irmandinho. Na véspera, enfrentamentos respeito, sem terem em conta as concorrida assistência ao acto da Causa mo por um nacionalismo autonomista, entre independentistas e polícia na cidade necessidades reais do País e o seu Galiza. Por seu turno, o BNG demonstrou situado no centrismo e bem relacionado velha, com umha brutalidade chamativa impacto negativo. consolidaçom interna no seu segundo ano com os poderes económicos. Nom faltá- dos agentes espanhóis.

Por volta de 2.000 pessoas quer. Vinha precedido de umhas com um tom mais amolecido e rárom os braços de várias pesso- secundárom a legenda genérica eleiçons municipais que consoli- com confiança no ‘projecto as e partírom vários dentes a Finalmente de ‘Autodeterminaçom’ e assis- daram o poder local nacionalista comum’. umha turista. Na Porta do tírom à convocatória da Causa em núcleos importantes, da Caminho, mais de vinte polícias Banda Bassoti Galiza. Umha manifestaçom aposta polo BNG em REGANO- Intervençom policial com de choque destroçavam faixas concorrida, sem rostos conheci- SA, e da venda do cabeçalho his- poucos precedentes da AMI penduradas durante o tocou em Ferrol dos na cabeceira, e sem faixas tórico do movimento, A Nosa A tradicional rondalha organiza- acto, escachavam um computa- nem propaganda de organiza- Terra, a umha transnacional da da pola AMI foi interrompida às dor e disparavam bolas de borra- REDACÇOM / Como excepçom ao que çons. Apenas bandeiras galegas e construçom. As mais de quinze portas do Obradoiro, quando a cha contra umha dúzia de pesso- tem acontecido nos últimos anos, comunistas, e as fotos dos presos mil pessoas que abarrotárom a barreira policial que fechava a as que vigiava o material. A ‘lim- umha banda musical acusada de “afi- e presas políticas do país que Praça da Quintana ratificárom a praça se desfijo para responder peza’ continuou de madrugada, nidade com o terrorismo” conseguiu cumprem condena em Espanha. coesom maciça à volta das lin- aos jovens independentistas. A retirando as faixas de denúncia tocar no lugar e no momento inicial- O acto representou um encon- has reitoras. O discurso do vice- troca de paus, pedras e garrafas que colocara o colectivo Ceivar. mente marcados, no dia 11 de tro de afirmaçom de ‘famílias’ presidente da Junta, e da repre- de vidro fora precedida polo lan- Finalmente, um militante da Agosto, numha localidade galega. diversas que apostam na rutpura sentante da formaçom juvenil çamento de ovos de pintura e organizaçom juvenil Briga foi Como em anteriores ocasions, a do quadro jurídico-político, e (Íria Aboi) fôrom pintadas contra a sede do jornal detido e acusado de ‘pintadas’ Associaçom de Vítimas do Terrorismo pola articulaçom social do sobe- mui bem acolhidos no auditório. El Correo Gallego, o que possi- durante a jornada de rebeliom e o PP desenvolvêrom umha intensa ranismo. Sindicalistas, membros Contodo, nom podemos esque- velmente alimentou a interven- juvenil. campanha para impedir que neste de centros sociais, militáncia cer a popularizaçom das teses çom indiscriminada da polícia, caso o grupo italiano Banda Bassotti juvenil e velhos militantes do críticas de X.M. Beiras e o que varreu independentistas e Sabotagens actuasse na cidade trasanquesa, mas independentismo constituíam o Encontro Irmandinho (recente- turistas. Grupos de encapuzados esca- a vereaçom municipal nom cedeu às grosso do acto. Também figérom mente constituído), do O desfecho estava pratica- chárom as vidraças de umha pressons, embora utilizasse numero- acto de presença membros do Movimento pola Base, e da orga- mente escrito graças a umha sucursal da Caixa Nova nos sos circunlóquios expressivos para BNG cépticos com a linha ofi- nizaçom juvenil Isca!. Acusam a campanha mediática orquestra- Basquinhos, e outra de Caixa justificar a sua decisom. Noutras oca- cial deste partido. Braulio trajectória recente do BNG de da previamente que dera eco à Galicia no cantom de Sam sions, vários concertos de bandas Amaro e Charo Lopes lérom o ‘autonomista’ e desconsiderada ‘ameaça de resistência galega’ e Bieito. As acçons nom fôrom rei- como Sociedad Alcoólica ou Fermín discurso de encerramento do com as reivindicaçons das clas- ao perigo dos ‘incidentes radi- vindicadas por enquanto, mas Muguruza fôrom quer suspendidos acto. ses populares. Em traços gerais, cais’. Com este pano de fundo, a polo momento em que se pro- quer realizados em locais ou progra- repetem os argumentos pronun- polícia espanhola viu-se com as duzírom pareciam responder à mas alternativos devido à pressom a Quintana ratificado ciados historicamente polo maos livres para todo o tipo de carga policial contra a Rondalha que cedêrom diferentes cámaras Nom foi um Dia da Pátria qual- independentismo, se bem que excessos. Na zona velha, fractu- da Mocidade. municipais. NOVAS DA GALIZA 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2007 NOTÍCIAS 05

CRONOLOGIA

11.07.07

Joaquim da Silva Pereira, operário português, morre em Ponte Vedra ao cair polo buraco do elevador da obra em que estava a trabalhar, em dia feriado.

12.07.07

Fernando Blanco, conselheiro da Indústria, propom ao governo espanhol endividar-se com empre- sas privadas para acelerar as obras da rede galega de gás e electricidade.

13.07.07

Identificados até o momento 30 galegos e galegas assassinadas pola

Actividade no novo Centro Social Roi Soga de Lobeira, em Noia ditadura argentina, dentro do pro- jecto "Reconstruindo memória".

14.07.07

Anunciam gestaçom de três novos centros Apresentada em Compostela a pla- taforma soberanista Causa Galiza, que pretende unir esforços polo sociais em Boiro, na Corunha e em Lugo direito de autodeterminaçom.

O Centro Social O Fresco inaugura o seu novo espaço numha casa restaurada de Ponte Areias 15.07.07

EcologistasemAcçom denunciam o REDACÇOM / O Aturujo em Boiro, na de 10 a 12 de Agosto, ou a par- Na Corunha, o Gomes Gaioso incluiu concertos. Agora está loca- aumento de casos de presença de o Mádia Leva em Lugo e o ticipaçom na organizaçom do prevê abrir proximamente no bai- lizado numha vivenda histórica da mercúrio no peixe, com 59 detec- Gomes Gaioso na Corunha som Festival Sarabanduxa que tivo rro de Monte Alto, conforme assi- vila que restaurárom as e os seus çons só no ano 2007. os três centros sociais em projec- lugar no passado dia 18 do mesmo nalárom na sua apresentaçom activistas, ao pé da ponte romana to que anunciárom a sua próxima mês. No fecho desta ediçom o pública no passado 25 de Julho. da capital do Condado e junto ao 16.07.07 abertura e que se somarám à vin- grupo promotor ia confirmar o Definem-se como espaço plural rio Teia. Conta com um rés-do- tena de espaços autogeridos já aluguer de um local num espaço para quem luita pola indepen- chao com balcom e espaço para José Antonio Fontán Sobral, operá- abertos ao longo da geografia gale- central de Boiro. dência, o socialismo, a aboliçom concertos e um primeiro andar rio de Ponte Vedra, morto ao cair na ga. Boiro estreará local, enquanto Quando ao Mádia Leva, já ten- do patriarcado, a democracia com biblioteca e lugar de reu- obra de Barreiros. o Mádia Leva e o Gomes Gaioso hem confirmada a abertura do popular e participariva, o mono- niom. O Fresco é um projecto de acompanharám Alto Minho e centro social dentro das muralhas lingüismo social e o reintegracio- auto-organizaçom juvenil que 17.07.07 Atreu nas suas respectivas locali- lucenses para o próximo mês de nismo, entre outros eixos reivin- funcionava há mais de um ano no dades, destacando ambos pola Setembro. A sociedade cultural dicativos. José Gomes Gaioso rés-do-chao de um prédio da Umha jovem de Ogrove denuncia sua definiçom soberanista. que o promove constituiu-se no chegou a ser o chefe político-mili- Praça de Abastos de Ponte Areias. que o PP a incluiu nas listas eleito- A associaçom cultural e juvenil passado dia 8 de Junho com o tar da guerrilha galega antifascis- Organizam-se “sem direcçom rais bascas sem o seu consentimen- Aturujo constituía-se no passado objectivo de dar forma a um espa- ta. Passou a última etapa da sua nem líderes, tomando as decisons to. Os casos denunciados chegarám mês de Fevereiro para pôr em ço para “trabalhar pola constru- vida na Corunha, onde foi tortura- por consenso, em debate aberto” a 11 nos dias seguintes, no Salnês e andamento o projecto de centro çom nacional, a defesa da língua, do e assassinado. e afirmam que “a difusom da cul- em Arouça. social. Desde entom tenhem rea- o direito da autodeterminaçom tura e da informaçom sem censu- lizado um bom número de inicia- para a Galiza e a intervençom ‘O Fresco’ de Ponte Areias estreia ras é fundamental para começar a 18.07.07 tivas divulgativas e lúdicas, como social e política no ámbito da casa construir um mundo de homens e o encontro de formaçom que des- comarca”. Organizárom a festa do O Centro Social Autogerido O mulheres livres”, de maneira que Manuel López Paz, pedreiro de envolvêrom junto ao Centro Lume Novo e centram agora os Fresco inaugurava o seu novo e pretendem fazer do centro social Ferrol, morto ao cair da casa que Social A Fouce de Bertamiráns e o esforços no acondicionamento do ampliado espaço no passado dia um referente para a dissidência estava a reparar. Roi Soga de Noia no fim de sema- espaço físico. 28 de Julho com umha festa que social da sua localidade. 19.07.07

Três secretários da CIG em Trás- Ancos anunciam a sua baixa imedia- Denuciam turismo ‘sachando’ cinco campos de golfe ta do BNG afirmando que esta agru- paçom pretendia dirigir a linha do REDACÇOM / Comunicantes Em Compostela e em Vigo ficá- O sítio web da AMI recolhia a sindicato. anónimos reivindicavam através rom afectados por estas acçons notícia saudando as sabotagens da secçom galega do Indymedia os campos do Real Aeroclube. que, entendem, “venhem a assi- 20.07.07 cinco sabotagens diferentes Por sua vez, em Ourense, a rei- nalar como negativo e condená- contra campos de golfe nos con- vindicaçom do ataque ao clube vel o uso da nossa terra para des- Em resposta dada à Comissom celhos de Ourense, de golfe incluiu a denúncia da frute de uns poucos”. Espanhola do Mercado de Compostela, Vigo, Lugo e a Toja “conversom da Galiza numha Consideram os campos de golfe Valores, que reclamava informa- realizadas na madrugada de 9 de colónia turística dos espan- como “umha das caras mais des- çom sobre o possível impacte Agosto. As acçons consistírom hóis”, enquanto a de Lugo prezíveis do turismo” e destacam económico dos processos judi- em ‘sachar’ parte dos campos, explicava: “o seu negócio é para o incremento da construçom nos ciais abertos contra ENCE, esta incluindo em ocasions inscri- nós mais precariedade, emigra- últimos anos deste tipo de insta- empresa papeleira declara que çons sobre a erva com a legenda çom, especulaçom e destrui- laçons “conhecidas por todos e estes “nom som relevantes” ao ‘A Terra é Nossa’. Os comunica- çom do nosso meio”. No caso da todas pola agressom e impacte terem “perspectivas positivas” dos apontam a umha autoria Ilha da Toja, esta foi assinalada que causam no meio ambiente”, e continua a nom dar dados eco- independentista que pretende como “feudo do turismo mais asseveram na página web da orga- nómicos. denunciar o turismo de elite. burguês e espanhol”. nizaçom juvenil. NOVAS DA GALIZA 06 NOTÍCIAS 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2007

António Fernández Pena, secretário da Plataforma em Defesa do Maciço de Trevinca

21.07.07

Trabalhadoresargentinosdo sector pesqueiro em luita por melhores “Pena Trevinca sofreu mais do que qualquer salários incendeiam em Puerto Deseado sedes das empresas de montanha galega com a expansom irracional capital galego Argenova (grupo Pescanova), Santa Cruz (vinculada à cooperativa de armadores de Vigo) e dos campos eólicos” Vieira.

ANDRÉ CASTELEIRO / António Fernández Pena, ‘Cholo’, é um ‘neo- 23.07.07 rural’ confesso, amante da Pena Trevinca muito antes de ter fixado a sua residência na Veiga (Val d'Eorras), há já 13 anos. Foi lá que nas- FENOSA suspende a inauguraçom ceu a Plataforma em Defesa do Maciço de Pena Trevinca e Montes da sua nova central de ciclo combi- da Veiga. nado em Arteijo polos protestos da vizinhança e de sindicalistas. Como vês hoje a Pena Trevinca? que o Teixadal de Casaio se man- tivo, embora sempre com amea- 24.07.07 Digamos que vivemos num impasse, depois do barulho pro- ças. Ainda no ano passado detec- Polícia espanhola carga repetidas vocado pola estaçom de esqui e a tamos fogos a escassos metros vezes contra a Rondalha da proliferaçom de éolicos. A Pena deste mato espectacular. Mocidade Independentista, com o Trevinca só espera hoje um par- resultado de várias pessoas feridas. que natural que satisfaga as aspi- Tendes em conta o trabalho que raçons de muitos anos em prol de estám a desenvolver no Courel? 25.07.07 um turismo sustentável que per- Claro, a acçom deve ser integral. mita as pessoas viverem do seu, e A Galiza é um país litoral, mas a Comunicado da CIG e manifesta- que nunca mais tenham de aban- nossa orografia é a de um país çom unitária do soberanismo, con- donar Val d'Eorras. montanhoso. Todo o cordal galai- vocada pola Causa Galiza, defen- co deve ser defendido e temos dem a autodeterminaçom para a Quais fôrom as áreas de acçom que avançar com acçons conjun- Galiza. Na marcha do BNG tam- principais da vossa plataforma? tas. Estamos a falar de um ecos- bém se ouvem vozes a favor deste Nós temos trabalhado sobretodo sistema muito frágil que vai dos direito. no ámbito dos eólicos, pois come- Ancares à Trevinca ou ao Gerês. çárom a inçar Pena Trevinca de 27.07.07 aerogeradores sem qualquer Tivestes alguma notoriedade raciocínio, e sempre com umha quando o debate à volta da esta- Relatório do Conselho de Contas preocupante cegueira administra- çom de esqui... recolhe distribuiçom ‘a dedo’ por tiva. Em 2001 paralisamos a cons- Tivemos. Para além dos interes- parte da Junta de 14,08 milhons de truçom de 38 aerogeradores e ses empresariais, que nem euros em 2004 entre diferentes desde 2004 estamos a apresentar sequer som claros, houvo muita meios de comunicaçom. O recursos contra a construçom de gente que apoiou a nossa inicia- çom será realizada no fim do tude das cámaras municipais da Conselho estima que estas despesas mais eólicos no Pico Maluro. tiva, porque quando umha terra ano. Nós reivindicamos que comarca? provavelmente continuam hoje a Neste caso impujo-se sistemati- está totalmente esquecida, as ultrapasse as hectares da Rede Eu podo falar do caso da um ritmo semelhante. camente a irracionalidade. pessoas pedem qualquer cousa Natura – 21.000 –, e que chegue Veiga, que me é mais próxi- De resto, queremos que a Veiga para serem tidas em conta. a locais de especial sensibilida- mo. Nos dias de hoje parecem 28.07.07 se afaste, por enquanto resiste, da Felizmente, todo ficou em de, como a envolvente da barra- mais receptivos em relaçom a dinámica que afectou na década águas de bacalhau. gem de Prada, incluindo ainda apostar numha integraçom El País anuncia deslocaçom para de 60 a zona de Carvalheda de Val um cinto de protecçom que sustentável com o património Madrid e despedimento de cente- d'Eorras. As louseiras alcançárom Quanto à declaraçom de parque envolva a área protegida. natural. Porém, devemos estar nas de trabalhadores de Fadesa após o coraçom mesmo da serra sem natural, o que tens a dizer? alerta para que todo corra a compra por Martinsa. qualquer limitaçom. Ainda bem Conforme sabemos, a declara- Para finalizar, qual está a ser a ati- bem.

29.07.07

Associaçomambientalistaportugue- sa Quercus interpom recurso à Ponte Vedra reage à barbárie taurina Cámara de Mira para que nom venda terreios a Pescanova, que pre- tende construir lá um viveiro. Ataque espanholista provoca um incêndio na porta do Centro Social A Revira

30.07.07 REDACÇOM / A oposiçom à tortu- que também pudérom visualizar total oposiçom a esta apologia do interesse social e cultural”. ra animal está a ganhar corpo na nas ruas da cidade numerosas martírio animal”. Por isso exigem Finalmente, instam à Junta da Trabalhador de 19 anos morre elec- capital do Leres, a cidade galega palavras de ordem contra o que às instituiçons umha política Galiza a aprovar umha lei de trocutado ao manipular umha em que mais intimamente con- definem como a “festa-estrela do activa contra a Feira Taurina, Protecçom Animal “que proiba máquina na empresa de reparaçons vivem as festas da localidade e o ano da direita espanholista, com nomeadamente pola parte da de forma explícita as touradas e navais Talleres Ruiz e Moreira, macabro espectáculo. A platafor- todos os matizes que se quige- Cámara municipal de Ponte todos os espectáculos onde se situada nas Bouças. ma Ponte Vedra Antitaurina, que rem”. Vedra, que deveria abster-se de produza a morte ou a tortura de agrupa numerosos colectivos e colaborar com a empresa pro- animais.” 31.07.07 pessoas desta cidade, mantivo ao Exigem implicaçom das prietária da praça e ainda “supri- longo do mês de Agosto umha instituiçons mir as touradas como reclamo Atacam a Revira Bieito Lobeira, parlamentário do forte oposiçom à ‘festa nacional’ A de Ponte Vedra é a única praça turístico e erradicar o uso de A reacçom do espanholismo nom BNG, solicita que a normativa do espanhola, tanto na rua como de touros fixa existente na espaços públicos para a promo- tardou a aparecer, a começar pola galego seja publicada no DOG, o através da Internet. A divulga- Galiza, “propriedade de umha çom das touradas”. O principal hostilidade policial contra as que faria de facto oficial umha única çom de vídeos em que se exibe empresa madrilena”, segundo a alvo das críticas é no entanto a actividades da Plataforma. norma escrita para a nossa língua. O com toda a crueza a tortura dos plataforma Ponte Vedra Deputaçom Provincial de Ponte Porém, quem levou a pior parte mesmo dia, Benigno López, nomea- touros até a morte do animal foi Antitaurina, que assegura num Vedra, por subvencionar estas foi o centro social da Revira, que do por unanimidade Valedor do sem dúvida umha das iniciativas comunicado que “o fracasso con- “práticas com dinheiro de todos sofreu um incêndio provocado Povo, aconselha “nom apressar a que mais tocou na sensibilidade tinuado das touradas itinerantes e todas nós, em lugar de ser em que ficárom danificados os situaçom” do galego no ensino. de milhares de ponte-vedreses, no último século evidencia a investido noutras iniciativas de acessos. NOVAS DA GALIZA 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2007 NOTÍCIAS 07

Aprovada no parlamento autonómico umha avançada Lei contra a Violência de Género 1.08.07 Presidente da Cámara de Castro Pol, José Ángel Pérez (PSOE), é A nacionalista Carme Adán conseguiu um histórico consenso de partidos políticos e associaçons de mulheres chamado a declarar perante as denúncias da vizinhança por despejos poluentes sem depu- REDACÇOM / O Parlamento gabinete que dirige a responsável e artísticas, estratégias de aliança protecçom nas situaçons de risco, rar do polígono industrial de Galego aprovou umha das leis política nacionalista e feminista, com associaçons e meios de linhas de ajuda económica, trabal- Barres. mais esperadas, que o departa- e enraíza nas firmes reivindica- comunicaçom, acçons no sistema ho e economia. mento dirigido por Anxo çons sociais que as organizaçons educativo e impulsionamento aos A Lei foi aprovada por unanimi- 2.08.07 Quintana concebera no início da feministas galegas tinham feito conteúdos de investigaçom e for- dade no Parlamento galego e fora legislatura. A Lei Galega para a historicamente aos poderes maçom, nomeadamente dos e das consultada previamente com GuardaCivildestina polo menos 26 Prevençom e Tratamento públicos. Está estruturada em profissionais que trabalham em todos os colectivos de mulheres. efectivos a vigiarem as vivendas par- Integral da Violência de Género, duas grandes áreas: a da preven- ámbitos relacionados com a vio- Estas associaçons, que contribuí- ticulares de Leopoldo Calvo Sotelo pendente agora do seu desenvol- çom da violência de género e a de lência de género. rom para a redacçom do texto em Riba d’Eu e de Manuel Fraga vimento normativo, situa-se, protecçom e assistência perante A segunda área centra-se em mel- com emendas e correcçons, con- Iribarne em Perbes. segundo todas as opinions consul- esta violência. Quanto à melhora horar a protecçom e a atençom cordam com a necessidade e tadas por este jornal, na vanguar- da prevençom, a Lei fai fincapé frente à violência, impulsionando oportunidade desta Lei integral, 3.08.07 da de leis semelhantes europeias na necessidade de tornar visível o os mecanismos de assistência, embora se mostrem prudentes à para o tratamento da violência de problema, analisando-o e educan- intervençom e protecçom das espera do desenvolvimento pos- Descobre-sse que o Jacobeu pagou género. Conhecida já nalguns do a sociedade na rejeiçom deste mulheres que sofrem de violên- terior da Lei com os decretos 4,2 milhons de euros em 2004 a ámbitos como Lei Adám, por ser tipo de condutas. Assim, contem- cia, oferecendo-lhes respostas correspondentes, de carácter Auditores Asociados de Galicia, responsabilidade e empenho da pla o desenvolvimento de cam- integrais e unificadas de diversos mais técnico, e com umha atri- firma dirigida por Francisco secretária geral da Igualdade, foi panhas de sensibilizaçom e ámbitos: informaçom e assesso- buiçom de recursos humanos e Loimil Garrido, associado de ex- elaborada directamente polo fomento de actividades culturais ria, sanidade e psicologia, justiça, económicos suficiente. altos cargos do departamento de Pérez Varela, por uma consulto- ria que só custava 50.000. A firma foi também auditora da Cidade PP, PSOE e BNG pactuam sobressoldos da Cultura. 4.08.07 vitalícios para os altos cargos da Junta Enquanto a construçom desacelera no Estado, dados do primeiro qua- drimestre na Galiza reflectem o maior número de novas habitaçons nos últimos 18 anos.

5.08.07

PesqueiroEliécerafunda de madru- gada frente a Sam Genjo por um falho no amarre e deita mais de 50 litros de gasóleo para o mar.

6.08.07

Trabalhadores e trabalhadoras da empresa Crown Embalajes iniciam umha greve indefinida perante as repetidas represálias da firma contra o quadro de pessoal.

REDACÇOM / Um dos temas mais a ela, por consciência e ética. O Autónomas de Cantábria, Baleares, esperava “que chegasse ao poder 7.08.07 debatidos neste Verao no País foi o facto de que o próprio BNG pac- País Vasco, Andaluzia e Catalunha para servir e nom para servir-se”. da modificaçom da Lei da Funçom tuasse esta reforma fai com que as entre outras. Algum foreiro acertava em cheio ao Obras do Monte Gaiás ocupam Pública da Galiza, nomeadamente críticas de amplos sectores do Pola parte da esquerda indepen- questionar o aspecto ético da refor- 112% mais do espaço previsto no a sua disposiçom adicional 17ª. Esta nacionalismo nom tardassem dentista, NÓS-UP manifestou ma com perguntas como “alguém plano de impacte. reforma da Lei amplia o comple- muito. As palavras e a actitude de publicamente que a “indecente pode explicar a um moço trabalha- mento de destino (nível 30) dos Encarna Otero obtivérom aplausos auto-atribuiçom de sobressoldos dor que nom chega nem a mil- 8.08.07 funcionários na quantia necessária em muitos sectores da base do vitalícios por parte dos altos cargos eurista, porque um ex-director para igualarem as suas retribuiçons BNG e da CIG que vem abusivos de livre designaçom polos partidos geral deve receber um comple- Uniom Federal de Guardas Civis às correspondentes a um director nom apenas os incrementos sala- na Administraçom autonómica é mento quase vitalício que é mais anunciam que, se se lhes exigir o geral. Estabelece-se um comple- riais que provenhem destes com- um assalto aos fundos públicos de do que ele ganha por ano? Alguém uso do galego, participarám “acti- mento retributivo a altos cargos plementos mas sobretodo a inacei- todos os galegos e as galegas. Tal pode explicar isso às pessoas que vamente” da “desobediência”. autonómicos com carácter retroac- tável continuidade da ‘paga’ extra como fijo o PP durante 15 anos, o sobrevivem com um RISGA ridícu- tivo desde o ano do nascimento da anual depois de o alto cargo deixar PSOE e o BNG aproximam-se lo que os situa à beira da exclusom 9.08.07 autonomia (1981) de 14.721 euros de ostentar essa responsabilidade. cada vez mais da pura delinqüên- social? E aos nossos velhos com até a sua reforma (finalizaçom da Noutros sectores do BNG, sem se cia política, aproveitando o acesso pensons nom contributivas? E às Na madrugada, mocidade inde- vida laboral). A lei foi pactuada terem posicionado publicamente, ao poder para exercerem o nepo- familias que malvivem com a ajuda pendentista sacha a palavra de polos três grupos parlamentares de aceitava-se a inoportunidade desta tismo, o tráfico de influências e a familiar ou o subsídio de desem- ordem “A terra é nossa” nos cam- Sam Caetano e abriu fendas políti- adicional 17ª, que poderia afectar a blindagem dos seus próprios inte- prego? Qual é o conceito, a razom pos de golfe de Compostela, Vigo, cas quando a directora geral de imagem do BNG na opiniom públi- resses grupais”. ou a justificaçom desse sobressoldo Toja e Lugo. Promoçom e Qualidade da ca. Mesmo assim, ressaltavam o Em muitos fóruns da Internet, por que pagamos todas e todos? A polé- Habitaçom, Encarna Otero facto de que esta disposiçom tenha sua vez, também era maioritário o mica ainda está a começar. A direc- 10.08.07 (BNG), se opujo publicamente a sido aplicada no ámbito da desacordo com a medida e a decep- çom do BNG nom se posiciona Incêndio intencionado de esta Lei e fijo um chamamento à Administraçom do Estado desde o çom pola inexplicável posiçom publicamente nem dá as explica- madru- gada no Centro Social A Revira de insubmissom política e económica ano 1991 e nas Comunidades favorável do BNG, de quem se çons pertinentes. Ponte Vedra. NOVAS DA GALIZA 08 INTERNACIONAL 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2007

INTERNACIONAL

m Junho de 2005, Membros da UE no depois dos resul- A Constituiçom Europeia transveste-se Conselho Europeu de E tados dos referen- Junho de 2007 recolhido dos sobre a denominada no mandato para a CIG Constituiçom Europeia em Tratado Reformador abandona o termo (TCE) em França e na Constituiçom e introduz Holanda, os dirigentes algumhas modificaçons comunitários decidírom BERNARDO VALDÊS PAÇOS em relaçom ao TCE, abrir um período de nom para atender as reflexom que, polas suas preocupaçons das cida- próprias palavras, devia dás e dos cidadaos da “O TRATADO DEVERÁ SER RATIFICADO ANTES DAS ELEIÇONS AO PARLAMENTO servir para realizar em UE evidenciadas por cada um dos nossos países EUROPEU EM JUNHO DE 2009. UM PROCESSO DE RATIFICAÇOM EM QUE SE PODERÁ exemplo no referendo um amplo debate, ao qual PRESCINDIR, TALVEZ COM ALGUMHA EXCEPÇOM, DA CONSULTA À POPULAÇOM francês e holandês, mas serám associados os cida- MEDIANTE REFERENDOS” com o objecto de facili- daos, a sociedade civil, os tar o acordo entre gover- parceiros sociais e os parla- nos. Porém, o mandato mentos nacionais, e bem para a CIG evidencia assim os partidos políticos. mais umha vez as diver- Um ano depois, o gências entre as elites Conselho Europeu con- políticas, e também eco- gratulava-se com as nómicas, da UE no que diversas iniciativas adop- se refere a um hipotéti- tadas nos Estados- co projecto de integra- Membros para promover çom política. esse amplo debate, a O prazo para a elabora- Europa à escuta dos seus çom do novo Tratado cidadaos, proclamavam. está definido. A CIG Dous anos depois conhe- iniciou os seus trabalhos cemos o resultado desse a 23 de Julho de 2007; amplo debate no qual o está previsto que con- conjunto da sociedade clua os seus trabalhos galega e das diferentes em meados de Outubro naçons europeias partici- ainda sob a presidência párom com entusiasmo. portuguesa. O Tratado O Conselho Europeu, deverá ser ratificado reunido em 21 e 22 de antes das eleiçons ao Junho de 2007, acordou Parlamento Europeu em convocar umha Confe- Junho de 2009. Um pro- rência Intergoverna- cesso de ratificaçom em mental (CIG) com o que se poderá prescin- mandato de elaborar um dir, talvez com algumha denominado Tratado excepçom, da consulta à Reformador que virá populaçom mediante introduzir nos actuais referendos. Nom pen- Tratados – que continuarám em Neste processo o Conselho mos notícias na Galiza, ao igual vos para incluir que a Uniom sem mal, nom se trata de evi- vigor – as inovaçons resultantes da Europeu contou com a aquies- que da resoluçom no mesmo estabelece umha uniom econó- tar que o povo opine e o novo CIG de 2004. A CIG de 2004 foi cência do Parlamento Europeu, sentido de 11 de Julho, eviden- mica e monetária cuja moeda é Tratado seja rejeitado, é sim- a que deu lugar ao TCE, o que que no Relatório sobre o roteiro ciando a releváncia de que o o euro. plesmente que a populaçom significa que o Conselho para o processo constitucional da BNG tenha um eurodeputado, O Tratado Reformador compre- europeia já se exprimiu clara- Europeu decidiu que o essen- União elaborado por Enrique embora só seja para conhecer enderá duas cláusulas: a pri- mente nesse amplo debate que, cial da Constituiçom devia ser Barón (PSOE) e Elmar Brok como se vai desenhando o meira incluirá as alteraçons ao favorecido polos governos dos recolhido no novo Tratado, (CDU-Alemanha) apoiou a nosso futuro. Tratado da UE e conservará Estados-Membros, percorreu pondo de parte a rejeiçom da convocatória de umha CIG no O Banco Central Europeu tam- esse nome; a segunda recolherá as sociedades europeias desde populaçom francesa e holande- Conselho de Junho de 2007 e bém se felicitou pola convoca- as modificaçons do actual Junho de 2005. sa. Destarte, o Tratado reafirmou que um acordo deve tória da CIG e pola confirma- Tratado que institui a Comunidade Reformador recolherá as orien- basear-se no conteúdo do Tratado çom polo Conselho de que a Europeia e passará a denomi- taçons neoliberais, militaristas, Constitucional, apresentado talvez estabilidade de preços é um nar-se Tratado sobre o funciona- de negaçom das naçons sem de umha maneira diferente. Um dos objectivos da Uniom e da mento da Uniom. O acordo dos Bernardo Valdês Paços é estado... do TCE. relatório do qual apenas tive- revisom do artigo dos objecti- dirigentes dos Estados- Professor da USC

NOVAS DE ALÉM-MINHO

NUNO GOMES / Os Ministérios da de drogas e de pessoas e crimes A vigésima quinta edição da Mostra Associación Galega de Artesáns, com Justiça português e espanhol firma- ambientais, sempre que estes ten- de Artesanato e Cerâmica de algum do artesanato que se faz na ram, no passado dia 21 de Julho em ham um carácter transfronteiriço. Barcelos teve este ano um convidado Galiza. Entretanto, em Viana do Ourense, um acordo para agilizar a No futuro prevê-se a criação de pon- especial: o município brasileiro de Castelo, a vigésima oitava Feira do cooperação transfronteiriça. Este tos de contacto em ambos os minis- Barcelos, na Amazónia, o segundo Livro e a décima primeira Feira da acordo permitirá a ‘agilização na pre- térios, assim como formação e troca maior do mundo. Complementando Lusofonia tiveram dias dedicados a venção e na investigação’ de crimes de experiências entre procuradores a oferta internacional participará Portugal, Brasil, Cabo Verde, Angola como o terrorismo, corrupção, tráfico e polícias dos dois lados da fronteira. nesta Mostra uma delegação da e Galiza. NOVAS DA GALIZA 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2007 A FUNDO 09

A FUNDO Reganosa: o monstro dos factos consumados ESTENDE-SE A OPOSIÇOM ENQUANTO OS PROMOTORES SE AMPARAM NOS PACTOS PRIVILEGIADOS E NO CONSENTIMENTO DA JUNTA

Para que Reganosa pudesse funcionar desde o 9 de Maio, os seus promotores tivérom que sor- com sócios empresariais no governo de Manuel Fraga e assinar um convénio secreto que garan- tear oito anos de mobilizaçons cidadás e diferentes sentenças judiciais, e saltar por cima da legis- tia a sua localizaçom no interior da Ria de Ferrol. O projecto, que ameaça a vida, a saúde e o meio laçom europeia, estatal, autonómica e municipal relativa à segurança, protecçom ambiental e da comarca, é agora unanimemente questionado, mas avançou no bipartido com a excusa dos ordenamento urbanístico. Finalmente, o Grupo Tojeiro logrou instalar um parque empresarial factos consumados e com um modelo produtivista que diz basear-sse na independência energé- privado e perigoso nos terreos que possuia entre as vivendas de Mugardos, para o que contou tica como pano de fundo, mas as mobilizaçons e as esperanças de rectificaçom persistem.

GUILHERME CAEIRO / As mobili- cer a instalaçom da central na ria, a zaçons dos últimos meses contra a pesar de existir já um projecto de central regassificadora localizada Porto Exterior, onde os buques no coraçom da Ria de Ferrol, fun- poderiam entrar com mais facilida- damentalmente as contundentes de e com menor risco. acçons dos marisqueiros ante a Em duas ocasions a Cámara entrada dos primeiros gasseiros e Municipal de Ferrol rejeitou a recentemente o fecho da vizinhan- localizaçom e apresentou recur- ça da associaçom de 'Mehá' na Casa sos contenciosos-administrativos. Consistorial de Mugardos, venhem Reclamava a resituaçom no porto de denunciar com rotundidade a exterior de Canelinhas, mas a ilegalidade de umha instalaçom paralisaçom da central frustrou- que ameaça as vidas dos habitantes se depois pola negativa de PSOE da comarca, o ambiente e a activi- e BNG a continuar com o proce- dade marisqueira. dimento, o que se saldou com Este ciclo mobilizador, marcado umha forte crise interna na frente polo massivo seguimento popular, nacionalista e a demissom de pola repressom policial e polos res- vários vereadores. pectivos silêncios de Junta de Também se registárom sentenças Galiza e governo espanhol a respei- judiciais: em Junho de 2004, o to dos perigos e situaçom legal do Tribunal Superior de Justiça de complexo, tem revelado na palestra Galiza anulava a tramitaçom mediática os riscos do projecto e a ambiental da Conselharia de Meio existência de umha oposiçom for- Ambiente. Por último, a autoriza- temente assentada na comarca, çom administrativa prévia e a auto- centralizada no Comité Cidadao de rizaçom de construcçom fôrom Emergência -e nem só- e bem carre- Actuais instalaçons de Reganosa. De prosperarem os seus objectivos, o número de grandes depósitos multiplicará-se aprovadas sem a avaliaçom de gada de argumentos e iniciativas. por dous nos próximos anos. Como acontece com a Cidade da Cultura, aceita-se a política de factos consumados imapcto e sem estudar outras alter- Ao ultrapassar por fim o ámbito nativas, a concessom da Autoridade comarcal após anos de silêncio nos Caixanova e a Junta com um 10%. A decisom de sócio estável em Intasa. Portuária outorgou-se sem aplicar a meios, com honrosas excepçons Tojeiro diversificou nos últimos Entre 2001 e 2003, a central foi Lei de Costas, e a requalificaçom nos de carácter alternativo, podem anos o seu campo de actuaçom, situá-la no interior avalada por informes das direcçons urbanística foi aprovada em ser muitas as galegas e os galegos que começa polos supermercados da Ria corresponde gerais de Indústria e Urbanismo, Mugardos sem acreditar-se o cum- que até podam pensar que se Gadis e continua pola fabricaçom Autoridade Portuária de Ferrol e primento da legislaçom. chega tarde para mudar um empra- de produtos químicos ou a trans- a interesses do Ministerio de Defensa, e final- Diversos estudos técnicos adver- çamento quando já nada se pode formaçom da madeira. mente, a Junta do bipartido "lega- tírom dos perigos à segurança e ao fazer. Nada mais longe da realida- Grupo Tojeiro, lizou" o projecto, com o apoio de ambiente durante os últimos anos, de, já que as mobilizaçons levam Um acordo secreto e um que soubo aliar-se Madrid, assegurando, entre outros entre os que destaca o completo oito anos a suceder-se na comarca. conselheiro sócio do grupo argumentos, que os buques pode- estudo elaborado por Manuel De novo, e ao igual que na Cidade O Grupo Tojeiro mantinha um dos com o governo Fraga, riam ser remolcados dentro da ria, Afonso Domingues, professor da da Cultura, instituiçons, classe polí- seus sócios -o conselheiro de e beneficiar-se e anunciando o dragado de parte Escola Politécnica da Universidade tica em geral e nacionalismo maiori- Economia, José Antonio Orza- no da mesma, aumentando o calado da Corunha, em Maio de 2.004. tário em particular, parecem recon- governo, e logrou assinar um acor- de umha colossal com dinamita. O que parece de Porém, vencérom os interesses hecer, com vários anos de retrasso, do secreto com Manuel Fraga para chantagem com mais difícil aprovaçom é o plano de de Roberto Tojeiro, que logrou que que nom se escolheu a melhor garantir o futuro da regassificadora. emergência exterior. a administraçom permitira e finan- opçom, mas que nom fica mais solu- O projecto tem um ponto de arran- o bipartido Já na altura, houve movimentos ciara um polígono industrial impre- çom agora que aceitar umha política que fundamental em julho de cidadaos que, sem questionar fron- visto junto às vivendas de de factos consumados. 2000, quando Manuel Fraga assi- talmente o modelo energético, Mugardos, e mesmo construíra A decisom de situar a central de nava um convénio com cláusula de advertiam que umha central regas- com fundos públicos vias exclussi- Reganosa no interior da Ria corres- confidencialidade com os sócios de sificadora fora da ria nom poria em vas de comunicaçom para uns inte- ponde a interesses económicos Reganosa no qual a Administraçom perigo a segurança cidadá nem o resses privados, com a excusa da bem concretos do Grupo Tojeiro, Autonómica se comprometia a de Manuel Fraga, mantém umha seu meio de vida, nom precisaria "prioridade energética". que soubo aliar-se com o governo garantir a viabilidade económica da longa relaçom empresarial com o dos recheios em Mugardos e teria de Manuel Fraga, e beneficiar-se central de gás e a sua localizaçom Grupo Tojeiro, já que é sócio de um impacto sensivelmente menor Ameaças reais de umha colossal chantagem com o no interior da Ria de Ferrol. A 'Industrias del Tablero' (Intasa) na no ecossistema e no meio de vida Há um consenso universal que bipartido, na qual situa em jogo o Junta comprometia-se a acelerar os actualidade, e foi no passado mem- de boa parte da populaçom, e com nom recomenda situar as cen- suposto energético da Galiza, e a permissos, estudar "com o máximo bro dos conselhos de administraçom o mesmo rendimento para alimen- trais de Gás Natural Liquificado competitividade com outras interesse" a concessom dos subsí- de 'Forestal del Atlántico' e tar o ciclo combinado das Pontes. perto de zonas habitadas. Neste regions do Estado ou europeias. dios e intervir em caso de compli- 'Impregnaciones Melamínicas Nesse momento, nom existia caso existem vivendas a 50 O Grupo Tojeiro é o verdadeiro caçons. Os únicos dados do acordo Gallegas'. Do mesmo jeito, a nengumha tramitaçom ambiental metros das instalaçons, e está impulsor da regassificadora desde feitos públicos foram alguns pra- 'Sociedade para o Desenvolvemento nem estudo de alternativas de situada a 1 quilómetro do centro 1997, e conta com outras empresas zos de execuçom e características Industrial de Galicia' (Sodiga) localizaçom, e contra toda lógica da cidade de Ferrol, enquanto acionistas como Caixa Galicia, das instalaçons. dependia da Conselharia de ambiental ou de segurança, o noutros lugares do mundo ten- Sonatrach, Banco Pastor, Orza, conselheiro de Economia Econonomia, e participara como governo comprometia-se a favore- hem-se rejeitado projectos com NOVAS DA GALIZA 10 A FUNDO 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2007

O BNG considera licença de obras. Um dos momentos mais signi- que se trata de um ficativos produzia-se o quando umha multitudinária manifesta- projecto estratégico çom de 6.000 pessoas percorria as ruas de Ferrol, após a detençom que apontala a nossa do patrom maior Bernardo Bastida, e rematava com apupos independência para Francisco Rodríguez. Até José Manuel Beiras, membro da energética. As vozes actual Executiva, acussou à Junta cíticas reclamam um de "falha de agalhas". A formaçom nacionalista consi- novo modelo baseado dera que se trata de um projecto estratégico para Galiza, que apon- nom na competitividade tala a nossa independência ener- gética. As vozes cíticas reclamam desenvolventista, um novo modelo baseado nom na competitividade desenvolventis- mas na poupança, ta, mas na poupança, a renovabili- dade e a eficiência. a renovabilidade Um futuro incerto? Assinatura do empréstimo concedido por Caixa Galicia e o BBVA para o desenvolvimento da construçom da central de gás e a eficiência Reganosa tem pendente a autori- zaçom da entrada em funciona- mento definitivo, e desde o 9 de distáncias semelhantes, ou com A Direcçom Geral ventos dominantes, estes leva- os sistemas da central. Reganosa Maio actua em provas, o que o o triplo de distáncia a respeito riam os gaseiros cara o interior da aludiu a informes das universida- Comité Cidadao considera ilegal da cidade. Em todo caso, segun- da Marinha Mercante Ria (cara o centro de Ferrol) e des galegas para desbotar a afec- polo facto de nom ter rematadas do a normativa nom poderia bai- era consciente dos nom cara o exterior. Fica claro que taçom à fauna, ainda que os mes- as obras. A partir deste dia entrá- xar dos dous quilómetros. o gaseiro nom pode ser evacuado mos documentos, se bem eram rom já cinco gasseiros na ria para Outra razom evidente de oposi- riscos, quando em casso de emergência a mar favoráveis em linhas gerais, descarregar o gás natural liquifi- çom é a possibilidade de um matizou, já em aberto, e muito menos com rapi- reconheciam expressamente o cado. grave acidente. Ainda que os dez e polos seus próprios meios, o perigo dos contaminantes sobre O Comité deduziu que defensores de Reganosa afirmam 2002, e falando que supom um novo incumpri- os bancos marisqueiros. Reganosa tem dificuldades para que o gás liquificado nom pode da possibilidade mento da normativa aplicável Por último, terá consequências acreditar a finalizaçom das obras e arder nem explodir, existem (norma europeia EN-1532). sobre o trabalho da populaçom, em os condicionantes existentes na informes que analisam até 60 pos- de introduzir Ainda que a Directiva Europeia primeiro lugar pola poluiçom da sua autorizaçom de construcçom sibilidades diferentes de aciden- o Prestige na ria Seveso II requer um dictame téc- ria. Já se impediu o direito ao tra- sobre distáncias suficientes à te, devido à queda de objetos, nico sobre os riscos, o Estado pre- balho dos mariscadores da zona nos populaçom e de saída de emer- impactos vários, sucessos exter- de Ferrol, que “o feriu ignorá-la ao elaborar a sua pró- dias de entrada dos gasseiros, já gência dos gaseiros, ademais de nos (tormentas, movimentos sís- calado da ria é pria legislaçom, assim como a obri- que, além de opor-se à chegada dos considerar que estas condiçons micos), erros nas conduçons dos ga de consultar à populaçom afec- buques, estavam no direito de sair som impossíveis de ressolver den- terminais por pequenas imper- menor que o da tada. Da mesma maneira, a popula- a mariscar: tenhem de ser adverti- tro da angosta Ria de Ferrol, polo fecçons no desenho, desgaste çom tem direito a estar informada dos com mais de 24 horas de ante- que é difícil que um Plano de excessivo, gretas, sobrepressom, Corunha e a das medidas de evaquaçom em laçom para despejar a ria. Para Emergência Exterior prospere. erros nos tanques, acidentes de manobra de caso de emergência... que polo defender os interesses desta Polo momento, Reganosa pare- tránsito, etc... Dada a magnitude momento nom existem: nem rotas empresa privada, o Estado mobili- ce disposta a aplicar milimetrica- dos caudais, os resultados de um entrada é de de escape, nem lugares de refúgio, zou forças policiais e até militares. mente em Mugardos a táctica de acidente teriam dimensons catas- muita dificuldade” nem sistemas de aviso. outras empresas poluentes, como tróficas. Ademais, constatou-se o A central também supom um O labirinto do BNG o caso de ENCE na comarca de perigo por meio da experiência dano ambiental evidente, como O BNG defendeu-se das notáveis Ponte Vedra, para ganhar-se o noutros lugares do mundo: em demostram as sentenças que anu- contradiçons que levantou a sua apoio da populaçom. Em primeiro San Juanico, México, houve mais lam a declaraçom de impacto atitude destacando a sua prática lugar, acolhe-se a um chamado de 400 mortos e mais de 2.500 ambiental . Assim, Reganosa utili- reiterativa de alegaçons e pergun- genérico à defesa dos postos de feridos em 1984. Doze anos mais des para ser rebocado é simples- za um sistema de tipo aberto - tas parlamentares, que a situa- trabalho -que nunca conta os que tarde, voltárom a estourar dous mente aterradora. A Direcçom conhecido como ORV- para regas- riam como a formaçom que com se desfam noutros sectores- e em tanques de gás. Mais recente- Geral da Marinha Mercante era sificar gás natural liquificado, que mais veemência se opugera à ambos casos o marisqueio é nota- mente, em 2003, mais de 200 consciente do risco, quando mati- precisa água de mar com hipoclo- localizaçom da central nos parla- velmente prejudicado. pessoas perdérom a vida em zou, já em 2002, e falando da pos- rito sódico, o que degrada a vida mentos, mas que logo acabou por É de salientar que, apesar da Chongqing (China), numha sibilidade de introduzir o Prestige marinha, ademais da contribuçom assumir a realidade e denunciar a debacle geralizada do BNG na explosom num jazimento de Gas na ria de Ferrol, que "o calado da geral do gás natural ao "efeito oposiçom à central como negativa comarca, em Mugardos cresceu Natural. Houvo acidentes que ria é menor que o da Corunha e a invernadoiro". para o futuro industrial. Até tal em votos e mantivo a presidência provocárom dúzias de mortes em manobra de entrada é de muita A responsável do laboratório da ponto que o conselheiro de da Cámara. A expensas das resso- outros lugares do mundo, em cen- dificuldade", para além de assina- planta, María Rey, chegou a afir- Indústria, o nacionalista luçons judiciais, o ciclo de protes- trais, oleodutos e também em lar que a presença de instalaçons mar que a água volta "mais limpa" Fernando Blanco, inaugurou a tos nom parece deter-se, todo o buques gasseiros. militares na ria supunha um novo à ria, quando a funçom do biocida central acompanhado do regedor contrário, e as mobilizaçons suce- A imagem de um gasseiro com risco anhadido. utilizado é eliminar a vida que de Mugardos, Xosé Fernández dérom-se à entrada de cada problemas na ria e com dificulda- Ademais, dada a direcçom dos existe na água para que nom dane Barcia, quem assinara em 2004 a buque gasseiro. NOVAS DA GALIZA 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2007 FOTO-REPORTAGEM 11 FOTO-REPORTAGEM 25 de Julho em imagens

FOTOGRAFIAS DE DIFERENTES ACTOS DESENVOLVIDOS COM MOTIVO DO DIA DA PÁTRIA EM COMPOSTELA

SOLE REI / Um novo 25 de Julho carregado de alternativas de lazer e de reivindicaçom. A tra- tência de manifestantes em relaçom às convocatórias extraparlamentares de 2006. Os colec- dicional manifestaçom de um BNG com parcelas de poder autonómico foi seguida pola da tivos e associaçons de base tivêrom o seu lugar na Alameda e no Festigal, que se consolida nova iniciativa para aglutinar o soberanismo, Causa Galiza, que este ano multiplicou a assis- como principal oferta lúdica nesta data juntamente às promovidas polo independentismo.

Muitos colectivos aproveitárom a data para visibilizar as suas reivindicaçons

O independentismo concorreu aglutinado portando umha única faixa por vez primeira

O passeio da Alameda foi o escaparate do trabalho associativo

Na multitudinária mobilizaçom do BNG nom faltou o ambiente festivo

As diferentes sensibilidades que acolhe o BNG estivérom presentes

Nom faltárom na jornada as reclamaçons polos direitos e as liberdades A Praça do Toural acolheu o acto político que pujo fim à manifestaçom convocada pola Causa Galiza NOVAS DA GALIZA 12 FOTO-REPORTAGEM 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2007

Arredor de 10.000 pessoas secundárom a mobilizaçom do Bloco Nacionalista Galego, enquanto assístirom por volta de 2.000 à convocada pola Causa Galiza nas ruas compostelanas

A bandeira é o símbolo mais representativo das mobilizaçons nacionalistas

Para além dos concertos, o Festigal serviu também como ponto de encontro para a difusom cultural

A mobilizaçom juvenil da noite do 24 de Julho viu-se interrompida por diferentes cargas que deixárom feridas numerosas pessoas. A polícia mesmo destruiu material da organizaçom convocante e levou o dinheiro arrecadado

Nom faltárom as bandeiras vermelhas e as camisolas reivindicativas Reivindicaçons históricas do nacionalismo figérom-se ver nas ruas através de numerosas faixas NOVAS DA GALIZA 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2007 ANÁLISE 13

ANÁLISE Regiões interligadas da Galiza a Portugal, perspectivas da rodovia e da ferrovia

NUNO GOMES / Com a gradual concretização do conceito de euro-rregião, a fronteira entre o mantêm os laços entre as populações, e se é verdade que nunca como hoje existiram tantas Norte de Portugal (NdeP) e a Galiza começa a ser constituída cada vez mais por ligações do infra-eestruturas (construídas ou projectadas) entre as duas regiões, então devemos estar a que por rupturas. Se são as conexões físicas (estradas, auto-eestradas, caminhos-dde-fferro) que caminho de uma maior proximidade, se não cultural e económica, pelo menos física.

É óbvio o interesse do Governo lado galego as obras já começaram. o que existe neste momento é uma galego na aproximação ao NdeP: é E, por cá, não parece prioritária a ligação indirecta e desactualizada (a a região mais populosa de ligação à Galiza. A rede de comboios única ligação ferroviária de Portugal Portugal, e a mais próxima, em rápidos projectada para Portugal à Galiza). Mas conhecendo as cos- termos culturais e físicos. Do lado estabelece claramente como priori- tumadas políticas do governo cen- português subsiste idêntico des- tárias a ligação entre Porto e Lisboa tral que transformaram o NdeP na ejo (acrescido pelo facto de a e entre esta cidade e Madrid, as região mais pobre do país, conse- Galiza ser a região ibérica com duas únicas linhas em Alta gue-se perceber que este projecto é maior crescimento económico Velocidade (até 350 km/h). Entre o um claro desinvestimento na região. actual), que só não tem maior Porto e Valença, a ligação será em Foi recentemente tornado públi- expressão pela ausência de poder Planificaçom de infraestruturas por estrada e ferrocarril entre Galiza e Portugal Velocidade Elevada (até 250 km/h). co que Portugal tem uma densidade decisor. A Comissão de A linha entre Porto e Braga, já de auto-estradas superior à média Coordenação e Desenvolvimento entre Vila Verde da Raia e Verim, já Haverá uma nova linha modernizada e preparada para o europeia. Sempre que anuncia uma da Região Norte (CCDR-N), o que se finalizaram os trabalhos na Alfa Pendular (220 km/h), será ape- nova empreitada, o governo portu- 'equivalente' português da Junta auto-estrada portuguesa em Julho do Porto a Lisboa, nas melhorada, com a introdução de guês realça cada vez mais a redução galega, aguarda ainda a prometida passado, com a conclusão do troço retirando trânsito um terceiro carril para os comboios da sinistralidade rodoviária como a regionalização do território portu- de Vila Pouca de Aguiar e a ligação de bitola europeia poderem tam- principal virtude da auto-estrada a guês, presente na Constituição de com a A7 (Póvoa de Varzim - Vila da Linha do Norte. bém circular, e algumas obras pon- construir ou a inaugurar. No discur- '76 ("descentralização democráti- Pouca de Aguiar). Em termos de tuais. Entre Braga e Valença a linha so de governos anteriores, a ênfase ca da administração pública"), ligações secundárias, existe o pro- A ligação entre Porto será inteiramente nova. Está tam- era dada à necessidade de ligar as mas nunca aplicada, para a sua real jecto de ligar Viana do Castelo a e Braga actualizará bém prevista, para uma segunda regiões, o que já não se verifica efectivação. Assim, resta-lhe ape- Ourense (IC28/CR-6). Esta via fase, uma linha nova entre o Porto, o neste momento, já que existe uma nas uma progressiva profissionali- existe já entre Viana e Ponte de apenas a existente, aeroporto Francisco Sá Carneiro e rede de auto-estradas e vias rápidas zação das suas funções (que se Lima (A27) com perfil de auto- Braga, dependente da procura. a ligar todo o país. Estão ainda para tem acentuado durante o actual estrada, e entre Ponte de Lima e reduzindo os danos provar os ganhos sociais de um país mandato), a definição de objecti- Ponte da Barca, em via rápida. Do de uma nova via Conclusões movido a carros. A ferrovia, consi- vos estratégicos para a região, e a lado galego não existe ainda qual- Analisando esta infra-estrutura derado o transporte colectivo mais melhor condução dos projectos quer troço desta via. A sua concre- ferroviária sob a perspectiva do ecológico e um dos mais seguros, lançados pelo Governo. tização poderá enfrentar proble- As ligações ferroviárias NdeP, as notícias parecem positi- tem de ser incentivada. As novas mas, pois atravessará as serras da Se do lado português é óbvia a von- vas. Haverá uma nova linha a ligar o redes e as redes existentes. E sem- A rodovia Peneda-Gerês, área com grande tade de estabelecer ligações rodo- Porto a Lisboa, retirando muito do pre favorecendo-a em relação à Por auto-estrada, as ligações pre- valor ecológico (a concretização viárias com a Galiza, já em termos trânsito da saturada Linha do rodovia. No entanto, foi já anuncia- vistas com a Galiza no Plano das auto-estradas A7/A24 sofreu ferroviários são as autoridades gale- Norte. A ligação entre Porto e Braga do que, durante a construção da Rodoviário Nacional português grandes atrasos e desvios orçamen- gas a tomar a dianteira. O será apenas uma actualização da Rede de Alta Velocidade, não serão estão já concretizadas. São elas a tais por razões semelhantes). Presidente da Junta, Emílio Pérez linha já existente, o que permite feitos investimentos na rede con- ligação entre o Porto e Valença-Tui Existe também um projecto, aca- Touriño, fez da Alta Velocidade proteger o resto do território dos vencional de comboios. Já se fala de (A3), a funcionar desde 1998, e rinhado mais pelo poder local, de galega uma das bandeiras do seu danos de uma nova linha. A norte de linhas que serão fechadas. E ainda entre Viseu e Chaves-Verim (A24). rematar a A28 (Porto - Caminha, já mandato. Em termos de intenções, Braga, a construção de uma linha não se parou de falar de novos inves- Desta última ligação falta apenas o construída) com uma travessia do o mesmo parece suceder deste lado nova permite que esta cidade tenha timentos rodoviários. Ou seja, uma troço galego (A-75, com 15 km), rio Minho até à Guarda. da fronteira, mas o facto é que do uma ligação directa à Galiza, já que no cravo, outra na ferradura.

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ANÁLISE

A assistência à saúde mental na Galiza: da reforma de papel à ditadura dos burocratas

RAMOM MUNTXARAZ / Em 1987, a Comissom Assessora em matéria de Saúde Mental da laram. E teriam-nno que rejeitar porque aquele anteprojecto de lei marcava uns princípios Junta publicava um documento sobre os princípios assistenciais, recursos humanos, carac- e objectivos assistenciais mínimos. A saber, todo o peso assistencial à saúde mental deve- terísticas, número e localizaçom dos dispositivos e funçons dos mesmos. O objectivo era ria ter umha orientaçom comunitária e os internamentos psiquiátricos deveriam ter lugar elaborar um Plano Galego de Saúde Mental, que, na realidade, nom era mais do que umha em Unidades de Hospitalizaçom de hospitais gerais; o número, a localizaçom e as carac- transcriçom (traduzida para galego) do Relatório da Comissom Ministerial para a Reforma terísticas dos dispositivos, assim como os recursos humanos dos mesmos deveriam estabe- Psiquiátrica espanhola, publicado em 1985 e assumido nos seus principais pontos estraté- lecer-sse sobre necessidades reais (demográficas, epidemológicas), descentralizaçom da gicos pola Lei Geral de Sanidade Espanhola de 1986. Em 1988, o Partido Popular, toman- gestom assistencial e participaçom social na elaboraçom e acompanhamento dos progra- do como base os dous documentos, redigiu um Anteprojecto de Lei Galega de Saúde Mental, mas de saúde mental; sistemas de coordenaçom entre os dispositivos de saúde mental e que nunca apresentaria ao que daquela era o "seu" parlamento autonómico (tinham maio- a rede sanitária geral, assegurando o desenvolvimento completo das funçons dos disposi- ria absoluta), pois achavam-sse na contradiçom de ter que rejeitar o que eles mesmos legis- tivos e primando as práticas multidisciplinares e em equipa.

ter-se aprovado no cher as necessidades assistenciais Parlamento autonómico dos/as usuários/as; situar dispositi- A aquele anteprojecto de lei, vos, ou para determinar a mobilida- o Partido Popular teria de ter assu- de funcional e geográfica dos tra- mido (além de atribuir um impor- balhadores/as, suprimir serviços, tante investimento económico) amortizar aleatoriamente postos um modelo de assistência psiquiá- de trabalho e determinar as condi- trica pública que ia contra o corpo- çons de contrataçom. Todo isso, rativismo, contra os interesses pri- supervisado polos Coordenadores vados e contra as gestons plenipo- de Área e Chefaturas de Serviço tenciárias, centralizadas e autori- que, nomeados "a dedo", actuavam tárias dos burocratas economistas como correias de transmissom da Saúde Mental da Junta. Por isso, para fazer cumprir ao pé da letra as em 1994, aproveitando a conjun- directrizes marcadas polos altos tura de ser maioria absoluta no par- órgaos de gestom da Junta e as lamento autonómico, e encorajado Gerências. O Serviço Galego da pola falta de resposta social, sindi- Saúde Mental foi-se transforman- cal e política (nengum partido do numha monstruosa estrutura político nem organizaçom sindical burocrática e os seus gestores em mostraram o mínimo desacordo), burocratas, em autênticos moni- o Partido Popular decidiu substi- Enquanto se reduziam investimentos e recursos nas zonas mais desenvolvidas, os buro-economistas nom creques ao serviço da Conselharia, tinham escrúpulos em permitir que apodrecessem as zonas que nalguns casos careciam dos recursos mínimos tuir aquele Anteprojecto de Lei sem nengumha capacidade real de por um Decreto de Saúde Mental, gestom. Encobria-se assim o que elaborado, promulgado e executa- instituiçons sanitárias públicas cri- O PP criou umha ou participaçom comunitária. na realidade era umha descarada do sem nengum debate nem parti- térios de direcçom, administraçom Todos eles são conceitos básicos homologaçom dos planos assisten- cipaçom dos trabalhadores da e gestom de empresa privada. burocracia de altos em qualquer reforma que pretenda ciais em matéria de Saúde Mental saúde mental, à velha usança da Esta privatizaçom da assistência cargos com poderes aumentar a qualidade assistencial, na Galiza ao projecto de progressi- Ditadura. O Decreto, apresentado à Saúde Mental nom podia tornar- quer dizer, adaptada às necessida- va privatizaçom do Sector Sanitário como a panaceia para todos os pro- se efectiva sem se eliminarem os para imporem as des reais dos/as cidadáns. Público, seguindo as directrizes blemas assistenciais psiquiátricos, princípios e as recomendaçons condiçons de Na seqüência da promulgaçom marcadas polo Ministério da tinha como objectivo principal assistenciais progressistas dos do Decreto de Saúde Mental, a Sanidade espanhol, privatizaçom efectivizar no eido da assistência à anteriores relatórios dos especialis- contrataçom. Junta do Partido Popular criou que já estava contemplada sibili- Saúde Mental os planos privatiza- tas. Deste jeito, a criaçom, dota- Direcçom por umha monstruosa burocracia de namente na Lei Geral de dores do Sector Sanitário Público, çom de recursos e localizaçom dos altos cargos (Gerências Sanidade, como denunciou, logo seguindo as directrizes privatiza- dispositivos já nom se realizariam interesses económicos Hospitalares) dependentes direc- aos poucos dias da sua promulga- doras e economicistas marcadas em funçom das características em lugar de tamente da Conselharia da çom, o desaparecido sindicato desde 1989 polo Relatório para a demográficas, epidemológicas ou Sanidade (SERGAS) com plenos INTG-UTSG. Avaliaçom do Sistema Nacional de de territorialidade, nem tampou- preencher as poderes para imporem as condi- Mentres se procedia à reduçom Saúde -Informe Abril- , nunca apro- cou a sua funcionalidade incluiria necessidades çons de contrataçom. Igualmente, de investimentos e recursos assis- vado no parlamento espanhol mas temas tais como o comunitário- efectivizou-se a direcçom por tenciais nas zonas, relativamente, executado totalmente na prática. centrismo, a integralidade, integra- assistenciais objectivos para satisfazer interes- mais desenvolvidas em recursos Este Decreto significava reduzir os çom, continuidade assistencial, ses económico-corporativos dos (Ponte Vedra, Vigo, Compostela, investimentos e a introduzir nas coordenaçom entre os dispositivos profissionais em lugar de preen- Corunha), os buro-economistas do

CENTROS SOCIAIS Aguilhoar Baiuca Vermelha A Formiga Revira Santa Marinha, 30 Ponte Areias Redondela Arcebispo Malvar, 33 Ginzo de Límia Ponte Vedra Casa Encantada O Fresco Alto Minho Betanços · Compostela P. Abastos · Ponte Areias A Revolta Catassol, 15 · Lugo Real, 32 · Vigo A Casa da Triga Henriqueta Outeiro Artábria P. Maior · Ponte Areias Quiroga Palacios, 42 Roi Soga Trav. Batalhons · Ferrol Compostela Rua Travessa, 3 · Noia A Cova dos Ratos Atreu! Romil, 3 · Vigo O Pichel A Tiradoura S. José, 8 · Corunha Sta. Clara, 21 · Compostela Reboredo · Cangas A Fouce de Ouro Bertamiráns · Ames NOVAS DA GALIZA 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2007 ANÁLISE 15

no assistencialismo e desbordadas assim, que os/as usuários/as ten- polo progressivo aumento da hem já plenamente assumido que demanda assistencial. a funçom do psiquiatra é a de um Do resto dos dispositivos, as diagnosticador, fornecedor de psi- Unidades de Psicogeriatria e as de cofármacos e tratamentos biológi- Drogodependências e Alcoolismo cos (outro dos "logros" da "reforma" constituem autênticos guetos foi a recuperaçom do electrocho- assistenciais que, longe de presta- que que se administra actualmen- rem umha assistência de qualida- te em todas as Unidades de de, apenas servem para libertar de Hospitalizaçom psiquiátricas da pressom assistencial as Unidades Galiza), prescritor de internamen- de Saúde Mental, sem umha míni- tos, certificador de incapacidades e ma repercussom sobre a incidên- peritagens forenses. cia e prevalência destas problemá- Umha das consequências da ticas específicas. Quanto à assis- introduçom da eficiência burocrá- tência à Saúde Mental Infanto- tica na assistência à saúde mental é Juvenil, o fracasso torna-se ainda a cronificaçom dos desarranjos, mais preocupante, pois nom só vai quer dizer, a deterioraçom da em aumento a demanda do núme- maior parte das doenças mentais ro de nenos e adolescentes assisti- quando som tratadas exclusiva- dos (indicador da inexistência de mente com tratamentos biológi- programas preventivos), como cos, e o aumento das incapacidades ainda se optou pola criaçom, a laborais, académicas e para a vida A assistência à saúde mental foi-se transformando numha prática cada vez mais tecnificada e medicalizada, derivando curto prazo, de Unidades de inter- social, por causas psiquiátricas, o os tratamentos nom biológicos aos psicólogos, sem quase incidir sobre os factores determinantes das doenças mentais namento psiquiátrico. Agora, tam- que, somado ao mal-estar geral bém graças à gestóm dos clarivi- ante as adversas condiçons (econó- Serviço Galego da Saúde Mental autêntico manicómio dentro do A reforma psiquiátrica dentes planificadores da Saúde mico-sócio-laborais) imperantes nom tinham escrúpulo nengum manicómio, reservada a enfermos Mental, as crianças e adolescentes em amplos sectores da sociedade em permitir que apodrecessem as penitenciários, judiciários ou de traduziu-se no galegos/as terám por fim os seus galega, fai que o número de doen- zonas que nalguns casos careciam alto risco, que (como a Unidade de fomento de um neo-manicómios infanto-juvenís. tes em situaçom de Incapacidade dos recursos mínimos. Isso foi o "Agudos") está permanentemente Viva a reforma!! Laboral Transitória (baixa laboral) que aconteceu com o Sanatório fechada a sete chaves. modelo assistencial O abandono dos princípios ou dos que optam por se acolhe- Psiquiátrico (manicómio) de Em Vigo, a abertura da Unidade baseado na eficiência, comunitários e centrados nas rem a subsídios por causas psiquiá- Castro de Ribeiras de Lea. de Hospitalizaçom Psiquiátrica do necessidades dos cidadans que ins- tricas, aumente geometricamente Destarte praticavam a política da Hospital "Nicolás Peña" nom con- ao estilo do sistema piravam a reforma psiquiátrica, e a cada ano (representam aproxima- avestruz, permitindo que o sana- seguiu desviar (como se dizia pre- capitalista. Introduzir sua substituiçom por critérios eco- damente quase quarta parte dos tório continuasse a depender dos tender) os internamentos psiquiá- nomistas, traduziu-se no fomento doentes que consultamos). caciques plenipotenciários da tricos do hospital psiquiátrico tratamentos de um modelo assistencial baseado Neste contexto assistencial, Deputaçom de Lugo, e cuja única "Rebulhom" (o menos manicomial terapêuticos na eficiência, ao estilo do sistema dizer-se, tal como fam os psico- "reforma" consistiu em lhe trocar o dos 4 manicómios galegos). Bem de produçom empresarial capita- burocratas plenipotenciários da nome polo de "Centro Assistencial ao contrário. Este manicómio con- psicodinámicos, lista (mais produto = mais volume Junta, que está a efectivizar-se e Reabilitador Sam Rafael", que se tinua admitindo ingressos numha investigaçons que assistencial = mais consultas ao umha assistência psiquiátrica de por algo se caracteriza é por nom Unidade de "Agudos" sempre menor preço e no mínimo tempo qualidade, adaptada às necessida- ter nada de "assistencial" nem de cheia e que (como o manicómio de tenham em conta o = menos custes de produçom = des reais dos/as usuários/as gale- "reabilitador" e que, no dia de hoje, Toém) conta com umha Unidade ambiente ou as mínimo de recursos humanos = gos/as -quando nem de longe se nem sequer foi transferido ao SER- de Cuidados Especiais e com o mínimo de incertezas laborais). tenhem em conta as condiçons psi- GAS, com umha prática assisten- resto das dependências cada vez características da Neste modelo assistencial produti- codinâmicas e sócio-antropológico- cial tam manicomial como quando mais a assumirem práticas à velha sociedade galega vista, introduzir tratamentos psi- culturais em que estám inseridos fora inaugurado em 1953. A mesma usança custódio-asilar manicomial nom podia ter coterapêuticos psicodinâmicos, os desarranjos mentais, é puro cousa acontece com o surrealista para "crónicos". Quanto ao investigaçons epidemológicas que cinismo. Um claro exemplo do que Sanatório Psiquiátrico "Cavaleiro Sanatório Psiquiátrico de Conjo, cabimento tenham em conta o ambiente afirmamos é a marginaçom do idio- Goás" (manicómio de Toém). Este integrado actualmente no social ou as características idiomá- ma galego da prática assistencial manicómio, que fora criado polo Complexo Hospitalar ticas antropológico-culturais da psiquiátrica, quando é umha ferra- PANAP em meados dos anos 60, e Universitário de Compostela, sociedade galega, a elaboraçom de menta fundamental para o trabal- que foi transferido à Junta em baste dizer que está a cumprir as programas preventivos de saúde ho em saúde mental. Todo o ante- 1987 (anteriormente dependia do mesmas funçons manicomiais que positivos e com a rede sanitária mental dirigidos a populaçons de dito, apenas representa a ponta do extinto AISNA), estava destinado em 1983, quando foram denuncia- geral (nomeadamente com os risco, a coordenaçom dos serviços enorme iceberg de umha opera- a representar umha "experiência- das por quem subscreve este artigo Centros de Atençom Primária) de saúde mental aos da rede sani- çom à grande escala em que estám piloto" que servisse como modelo - o que determinou o seu despedi- nunca cumprírom apenas umha tária geral de maneira real e nom em jogo fortes interesses corporati- para a "superaçom" e "transforma- mento fulminante. funçom assistencialista, cada vez virtual (os actuais burocratas pre- vos e imensos lucros económicos çom" dos Hospitais Psiquiátricos Quanto às Unidades de Saúde mais massificada, reproduzindo o tendem reconverter esta coorde- privados. Se calhar, o único "logro" na Galiza. Pois bem, actualmente, Mental, chamadas a ser (polo tipo de assistência dos massifica- naçom através de programas infor- da reforma psiquiátrica foi trans- o manicómio de Toém é mais menos sobre os papéis das refor- dos consultórios neuropsiquiátri- máticos (como o IANUS) para a formar a assistência à Saúde manicómio que nunca. Conta com mas dos burocratas) os alicerces da cos "de cupo" , aos quais (teorica- burocratizaçom informatizada das Mental num impressionante negó- umha Unidade de Hospitalizaçom infra-estrutura assistencial da mente) deveriam substituir. As consultas, relatórios, histórias clíni- cio cada vez mais dependente do Psiquiátrica (conhecida com o reforma, enquanto "porta de suas funçons comunitárias e de cas e a gestom das listas de espera) parasitário sector privado, financia- manicomial nome de "Agudos") e entrada" dos doentes na rede coordenaçom com os Centros de nom podiam ter cabimento. do à custa das vítimas da lei da outra chamada (eufemicamente) assistencial psiquiátrica, eixo de Atençom Primária de Saúde estám Deste jeito, a assistência à saúde selva consumista, quer dizer, à de "Cuidados Especiais" -um coordenaçom com o resto dos dis- hoje absolutamente mergulhadas mental foi-se transformando (está custa dos/as doentes mais precari- já quase totalmente transformada) zados/as, que nom podem pagar numha prática cada vez mais buro- umha consulta ou um internamen- cratizada, tecnificada e medicali- to numha clínica psiquiátrica pri- zada, derivando os tratamentos vada e tenhem que recorrer aos nom biológicos (psicoterapias) aos dispositivos da rede pública. psicólogos, psicoterapias que, na Alegraria-me se o antedito desse maior parte dos casos, som de que pensar aos que ainda crem que orientaçom cognitivo-condutual, é está a criar-se um mundo mais dizer, com pouca ou nula incidên- justo e democrático. cia sobre os factores psicodinâmi- cos, psico-sócio-familiares e antro- Ramóm Muntxaraz é psiquiatra da pológico-culturais da enfermidade Unidade de Saúde Mental de Conjo, mental e que para nada som tidos integrada no Complexo Hospitalar em conta. De tal maneira isto é Universitário de Santiago de Compostela NOVAS DA GALIZA 16 CULTURA 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2007 CULTURA

Mais um ano, Bretonha “Curtas Minhotas” voltou ser 'celta' trazem cinema de a rua à Raia

REDACÇOM / As Curtas Minhotas fronteira, mas também com os pretendem ser um evento de realizados no seu próprio país. exibiçom cinematográfica Divididos entre produçons associado às actividades culturais portuguesas e galegas, os filmes transfronteiriças. Este evento seleccionados som os seguintes: tem ainda umha forte componente de animaçom Cinema Galego A Festa Celta do Lugnasad é organizada pola associaçom Auruxeira social, pois realiza-se no Verão e Carne de Cañón, de Dario os filmes som exibidos em Fernandez Ignacio (8’); Cousas espaços públicos e exteriores, na do Kulechov, de Susana Rei linha do chamado Cinema de Crespo (21’); A Meiga Chuchona, PAULO ANTELO / A freguesia de exaltaçom da vida e do Verao, A importáncia de Lug Rua. de Pablo Millan (7’) A Flor Máis Bretonha localiza-se no ainda que em países como a O deus Lug, cujo nome está Em Setembro de 2007, irá Grande do Mundo, de Juan município da Pastoriça, a meio Escócia se visse retrasada no ligado com o próprio conceito de realizar-se o projecto piloto das Etcheberry (10') caminho entre a Terra Chá à calendário até a última semana luz e luminosidade, ocupa um Curtas Minhotas, circunscrito a qual pertence e a comarca da de Setembro. A vigência desta lugar destacadíssimo no pante- umha vila galega e outra Cinema Português Marinha. Supostamente foi, em festividade é especialmente om céltico, pois nos seus atribu- portuguesa, sendo estas Pago Para Ver, de Luís Manuel seu dia, sé da Diocese de clara na Irlanda, pois em irlandês tos resumem-se os da realeza e Tominho e Vila Nova de Almeida (6’ 30’’); Frio, de Artur Britónia, substituida hoje em dia o mes de Agosto ainda se deno- os da clase sacerdotal (druídas), Cerveira. Com o sucesso do Serra Araújo (13’ 30’’); O pola de Mondonhedo, e onde mina hoje Lúnasa. actuando como guia e condutor projecto piloto esperam Operário Em Construção, de E. teria exercido a sua influência o Segundo a tradiçom, Lugnasad dos exércitos dos Tuatha de conseguir os organizadores a Nascimento e P. Canotilho bispo bretao Mailoc/Maeloc. foi instituido polo próprio deus Dánnan, os antigos deuses de estrutura, a motivaçom e os (15’); A Língua Que Nos Une, de A crença de a populaçom do Lug em honor à deusa Tailtiu (a Irlanda, nas suas batalhas contra patrocínios necessários para em Vários (7’) lugar tem origens celtas foi o que Mae Terra), e numha mitologia os outros povos da ilha. 2008 levarem o projecto a um O evento a realizar em levou a associaçom Auruxeira a funcional como era a céltica, Nos velhos relatos irlandeses maior número de locais numha Setembro de 2007 corresponde organizar a sobejamente implica umha celebraçom da chama-se-he Lug Samildanach, e noutra banda e assim ao projecto-piloto e como tal conhecida Festa Celta do funçom soberana na sua faceta quer dizer, 'o múltiple artesao', conseguir ter considerável encontra-se circunscrito às Lugnasad, que o passado 3 de 'brilhante', quer dizer, da classe pois dominava os nove grandes impacto na programaçom terras de Vila Nova de Cerveira Agosto realizou a sua XI ediçom real. ofícios em que se organizava a cultural da regiom e Tominho. Caso o exemplo de num festejo amenizado polos Em Lugnasad juntava-se sociedade céltica. E, segundo transfronteiriça do Rio Minho 2007 se mostre frutífero, a grupos Linho do Cuco, Stranniki umha grande assembleia no parece, o grande herói irlandês nos meses de Julho/Agosto. organizaçom irá realizar todos os e os Carunchos. E, para além da oenach, e nela o rei impartia por antonomásia, Cuchulainn, A iniciativa do evento resulta esforços para que a ediçom de música e da comida, com muitas justiça e exercia as pertinentes era filho de Lug e da irmá do rei dumha parceria - também ela 2008 das Curtas Minhotas se outras actividades como funçons administrativas. Todo Conchobar de Ulster. Na transfronteiriça- entre o estenda às mais variadas terras amostras de teatro na rua. isto ia acompanhado de jogos, mitologia galesa, Lug tem o seu Projecto Eixo Norte/Galiza, da transfronteiriças das regions em banquetes e celebraçons equivalente na figura de Llud, Audiência Zero, a produtora torno do Rio Minho, galegas e A festa do deus Lug diversas. irmán de Llewelys. Mr.Misto e a Agência portuguesas. Lugnasad, do céltico antigo As romarias galegas que O rasto do deus Lug Audiovisual Galega. É objectivo da organizaçom Lugnastada, é umha das quatro salpicam todo o mês de Agosto adivinha-se em muitos As duas sessons exibirám a transformar este evento num grandes festas célticas em que se som umha clara continuaçom topónimos da Europa Ocidental: mesma selecçom de filmes. ponto de convívio cultural dividia o ano, junto com Imbolc, destas festas de Lugnasad, deixando à margem o Esta selecçom é constituída transfronteiriço em volta do Beltaine e Samain. Se Samain (1 sobretodo aquelas dedicadas a problemático caso de Lugo, tanto por cinema galego como audiovisual galego e português, de Novembro) anuncia a entrada santos cujo culto podemos assinalar Lyon (< português. Desta forma, o sendo um compromisso a no período invernal e no mundo presumivelmente substituíu o Lugudunum, "o castro de Lug") espectador terá contacto nom divulgaçom de novos criadores e dos mortos, Lugnasad (origina- do velho deus Lug (Sam Fins / ou Londres (

MÚSICA LÍNGUA NACIONAL

SONIC YOUTH em Paredes de Coura Como se chama a obra?

VALENTIM R. FAGIM

JACOBE PINTOR / Cabeças de cartaz indiscutíveis no festival que anualmente se organiza na vila Cena 1: um quiosque. O embora inconscientemente). portuguesa, o grupo nova-iorquino balconista está a atender Cena 2: umha geladaria apareceu acima do cenário com o umha moça brasileira. Ela está numha praça. Participantes: o trabalho já feito. Umha multidom a falar na sua língua que balconista, galego e por volta eufórica já tinha decidido que aquela salpica conscientemente de dos 50 anos, um casal era umha cita memorável antes de espanho-lismos para, a seu português da mesma idade, os Sonic Youth terem pegado nos entender, facilitar a umha adolescente galega e o seus instrumentos. E é que os Sonic comunicaçom. Por sua parte, que está a escrever. Youth suportam sobre as suas costas ele fala num espanhol que eu O casal português fai o seu umha estranha áurea lendária após percebo como pouco natural pedido: Um gelado de morango. mais de vinte anos facturando discos mas que, creio intuir, vai em O balconista nom pesca o crus, incómodos e à margem de benefício do sucesso esquema e pergunta com os qualquer convencionalismo, Os Sonic Youth apresentárom lá o seu último e discutido disco “Rather Ripped” comunicativo. olhos arregalados. Como?, nom possuem aliás, umha discografia A dado momento entra um entendo. Nisto, passa a intervir inabordável na sua extensom em continuam a ser os discos de Sonic seu repertório obviando as suas amigo do empregado e ambos a adolescente galega: están forma de trabalhos colectivos, Youth as partes que integram um músicas mais consagradas e que se falam descontraidamente no pidiendo un helado de Fresa. Atrás projectos paralelos dos seus discurso radical, ao mesmo tempo adequárom à perfeiçom a um set que parece ser a sua língua de todos eu também arregalo membros, etc; e nom assinárom um coerente e diverso, salpicado de que revelava o lado mais punk da materna e habitual (que seja os olhos. disco desses que se convertem em profundas variaçons e discos tam banda, com temas que desfilavam dito de passagem também está referência obrigada nos manuais dos diversos como o Daydream velozes e ágeis, com pequenas incur- salpicada de espanholismos Como se chama a obra? melhores álbuns da história Nation e o Dirty por escolher só sons às suas características passagens universal do rock. Mais do que isso, duas referências do seu amplíssimo sónicas e executados com total pre- a banda americana foi criando umha catálogo. cisom, mas longe da experiência nova linguagem estética e musical Em fim, umha estranha coinci- vibrante e reveladora que distinguiu DESCOBRE O QUE SABES... Por Salva Gomes que hoje reconhecemos numha dência entre a cultura escrita à mar- à banda. parte fundamental da música gem dos manuais de consagraçom Em definitivo, os de Nova Iorque popular contemporánea, elevando o do mercado, e o culto ao ícone vivo cumprírom com um concerto mais 1. Quando finalizou o doutor 4. Em que década se espalha o arado volume, a voltagem e a distorçom da música popular, que era o que do que digno para umha banda sobre Domingos Fontám a mediçom da de ferro no agro galego nos primeiros sonora além do próprio ruído, umha massa ansiosa aguardava no a que pesa a responsabilidade de Galiza na sua carta geométrica? passos da modernizaçom na Galiza? transformado no fio de recinto festivo instalado em Paredes fazer parte fundamental da cultura a)1843 a)1910-1920 b)1863 b)1920-1930 comunicaçom da violência, da de Coura. Os Sonic Youth apresen- popular, embora o encerramento de c)1883 c)1930-1940 agressividade, mas também da ironia tárom lá as músicas do seu último e Sonic Youth, na última ediçom de áspera da juventude sónica. O que discutido disco “Rather Ripped” Paredes de Coura, passe mais bem 2. Como se chama o grupo político 5. Qual é o porquê da estadia de importava era o som por cima do seu com convicçom, intoxicando a ver- desapercebido para essa cultura. europeu ao qual pertence o Bloco Maria Marinho em Berango (Euskal continente em forma de cançom, tente mais pop do seu último álbum Mas isto pouco importa; milhares Nacionalista Galego? Herria) onde vive de perto a guerra de a)Aliança Livre Europeia 1936? este desbordava-a estendendo-se subindo a voltagem por cima da elas- de pessoas despedem entusiasma- b)Aliança Europeia dos Povos a)Deslocamento do seu homem fora das suas margens, ele era quem ticidade e os matizes das suas últi- das os músicos, esta noite vimos os c)Partido Europeu dos Povos b)Visita a um médico continha toda a emoçom. Eram e mas músicas; e resgatárom peças do Sonic Youth! c)Visita a umha irmá. 3. A chegada a Vigo da família Barreras em finais do séc. XIX nom 6. Som muito conhecidos os murais tem nada a ver com a metalúrgia, evi- políticos que realizam as pessoas repu- A CONJUGAR O VERBO SEXUAR dentemente. A que se dedicárom? blicanas por umha Irlanda unida. a)Reparaçom de embarcaçons de Quando começárom a fazer-se? madeira. a)1961 b)Indústria da conserva. b)1971

Entre Ideal e Real c)Canteiros e pedreiros c)1981

1930 5.c)Visita a umha irmá 6.c)1981 irmá umha a 5.c)Visita 1930

1.a)1843 2.a)Aliança Livre Europeia 3.b)Indústria da conserva 4.b)1920- conserva da 3.b)Indústria Europeia Livre 2.a)Aliança 1.a)1843 ons: ons: luç luç o BEATRIZ SANTOS S

Para o curso 2007-08 encontra- e dar-lhes umha soluçom razoada; Cidadania”. Outros foi a partir de mos na E.S.O. umha nova cadeira adaptando sempre a aprendizagem outras, tanto fai. ARROZ COM CHÍCHAROS anual. Houvo quem queria que ao nível correspondente. Imparti- Quem se beneficia do descon- fosse obrigatória; para nom ferir rám a matéria especialistas com hecimento neste ámbito?. A quem sensibilidades ficou em optativa. titulaçom em sexologia e forma- prejudica? A quem deveria corres- Ananás Assado com Rum Trata-se da cadeira Educaçom çom e experiência pedagógica. ponder a reivindicaçom da Sexual. Emocionante, nom é?. Eu emo- Educaçom Sexual como matéria Esta cadeira quadra bem com os cionei-me ao escrever mas é mera normalizada? JOANA PINTOS / Ingredientes açúcar, a manteiga e o rum até objectivos gerais da Educaçom ilusom, todo inventado. Até o próximo curso. (4 pessoas): azeite; 3 cháve- cobrir o ananás. Agora colocamos os Obrigatória como “o desenvolvi- O que o alunado encontrará Duas referencias bibliográficas, nas de ananás descascado (sem pedaços de ananás ao modo dumha mento integral da pessoa nos pla- mais umha vez serám conselhos a quem puder interessar: Amezúa, o centro) em pedaços de 5 cm; camada dentro da forma já barrada. nos intelectual, motor, de equilí- com boa vontade para a prática E. e Foucart, N. (2005): O livro dos 2 colheres de sopa de açúcar; 1 Introduzimos no forno , virando os brio pessoal e afectivo, de relaçom junto à convicçom generalizada de sexos, Educaçom Sexual V. Guia para o colher de sopa de manteiga pedaços de ananás duas ou três interpessoal e de inserçom social”. que nom há, nem tem por que professorado. Madrid, InCiSex. ou (derretida); 1 colher de sopa de vezes até ficar com umha camada De ela vai-se permitir razoar e haver, ideais nem teoria, de que também: de la Cruz Martín Romo, rum escuro. acastanhada depois de 25 mim. fazer razoáveis os sujeitos sexua- nom há nem tem por que haver Carlos. (2003): Educaçom das sexuali- Aqueçemos o forno a 230ºC Nesse momento voltamos a dos. O achegamento ordenado a pensamento organizado. Cada dades. Os pontos de partida da com a grelha colocada na posi- colocar os pedaços de ananás assa- ideias, teorias, conceitos, autoras e quem que se arranje como puder. Educaçom Sexual. Madrid, InCiSex. çom mais alta, e entretanto dos em taças com o sumo que autores, permitirá ao alunado Ensaio-erro. Migalhas e mais barramos uma forma com azei- foram deixando e serve-se quente aprender a fazer umha ideia lógica migalhas. Este curso a partir da (Podem-se conseguir na página te. Numha tigela misturamos junto com umha bola de gelado das cousas, entender os problemas cadeira “Educación para a Web: www.incisex.com) os pedaços de ananás com o muito frio. NOVAS DA GALIZA 18 CULTURA 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2007

ENTRE LINHAS LÍNGUA

Um blogue promove a galeguizaçom dos topónimos nas estradas

Pirata, o rumo da cultura livre

IVÁN CUEVAS NGZ / Sinaliza! é o nome do pola comissom informá- que tem o já polémico blo- tica da Associaçom Galega gue destinado a promover a da Língua, que disponibili- galeguizaçom dos topóni- zam para descarregar, e ani- Contam que depois das visitas Cineclube sempre lhe negou, tas tampouco sabem de autorias. mos nas estradas. mam todas as pessoas a dos petroleiros à Galiza, desapa- este 10 de Maio tivo lugar o O que eles assinem, sempre Emulando outra página enviarem fotografias de pla- recêrom do mar os últimos pira- juízo na Corunha. Cultura livre poderá ser propriedade de web que anima as pessoas a cas corregidas: tas. Reformárom. Mas a pirata- frente a cultura de consumo. outros. Presa de combate. sujarem com pintura laranja “queremos reivindicar a ria, como resistência a umha Piratas contra liberdade de mer- As pessoas que constroem qualquer anúncio feito em nossa ortografia histórica e propriedade privada que sempre cado. este Pirata haverám de ser pros- castelhano, Sinaliza! a forma tradicional dos será um roubo, nom deu desapa- Perante a citaçom judicial, as critas em todos os portos. (http://sinalizagz.blogs- nomes das nossas vilas e recido. Nos tempos da ideologia Brigadas de Acción Rápida Cometem o delito de apresenta- pot.com) compila fotogra- cidades. Queremos fotos de desmaterializada, volta contra a George Grosz erguêrom, de rem os seus textos gratuitamen- fias dos topónimos corregi- Moanha, do Porrinho, do propiedade do imaterial. A cul- urgência, a bandeira preta e as te e de permitirem que seja dos por activistas normali- Berzo, de Val-Boa, de tura, pois. A nova pirataria nave- 72 páginas de literatura solidária feita qualquer cousa com eles, zadores nas placas espanho- Culheredo, de Silheda, de ga sobre as mantas da Rua Real e de graça que formam este salvo possuí-los. Escrevem, con- lizadas das vias galegas. Marim, da Póvoa da Seabra, da Corunha, no ecrám de Santa Pirata. Textos em favor da cultu- tra a advertência inicial do ‘arte- Como guia de correcçom de Sam Sadurninho...”, lê- Clara em Compostela ou entre ra livre, da redifusom, da cópia e facto’, para “aqueles indivíduos para a actividade restaura- se no limiar do novo site, as páginas deste ‘artefacto’ soli- da pirataria em geral juntam-se que se encontrem em situaçom dora proponhem o programa que já conta com imagens dário que é Pirata. com imagens cinematográficas de ilegalidade ou alegalidade de consulta Topogal, edita- de oito comarcas da Galiza. A história de Pirata começa escolhidas para a ocasiom polos –negros, comunistas, abertzales, com a projecçom do filme Terra membros do Cineclube. polacos, lésbicas, bolcheviques, Negra no Cineclube de Assinam as colaboraçons María árabes, republicanos, prostitu- Compostela, em Fevereiro de do Cebreiro, Daniel Salgado, tas, paleofalantes e extraparla- 2006. Este documentário, X.Carlos Hidalgo, Isaac mentários em geral”. Escrevem amputado e boicotado pola pro- Lourido, Nadina Bértolo, Mario contra o capital, do único modo dutora Cámara Oscura Películas Regueira, Xiana Arias, Samuel que se pode escrever. E escre- (que ainda hoje pom travas à sua Solleiro, Eva F. Ferreira, Roi vem com solidariedade e carin- exibiçom) foi projectado de Vidal, Leo F. Campos, Aurelio ho para o Cineclube. Entanto, o maneira gratuita e com licença Castro, Lara Rozados, Lorena juízo está visto para sentença. O do director. Depois das prévias Souto, Marcos Abalde, Cristina Pirata navega livre polas ruas. ameaças da produtora exigindo o G. Parga ou Rebeca Baceiredo Para procurá-lo: brigadas. pago duns ‘direitos’ que o Pérez. Ou nom, porque os pira- [email protected]. NOVAS DA GALIZA 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2007 DESPORTOS 19

DESPORTOS

BILHARDAS A ARDER DESDE O MOINHO DO PEDROSO À FESTA DA TORTELA NO CINTUROM VERMELHO DA MARINHA LUGUESA Imagens de participantes no campeonato ‘freestyle bilhardeiro’ no Festival da Terra e da Língua em Narom XERMÁN VILUBA / Com umha freestyle bilhardeiro para sentir e A primeira pedra as cámaras de TELE-VARAL pui- pedra desta nova ediçom da populaçom, conquistada já de transmitir o pulso dos participan- derom gravar em absoluta primícia SUPERLIGA 2007-08 vai ser a antemao, que agardava o desem- tes neste desafio e capturar os inte- da nova ediçom da mundial a grande final do campeo- apresentaçom oficial na festa da barque à beira do rio Xubia dos resses históricos vividos no set Superliga vai ser nato de matraquinho realizado no tortela do Sam Caetano de Celeiro mais temidos marinheiros do des- improvissado que TELE-VARAL próprio festival levado a bom porto de Marinhaos, justo no coraçom do porto tradicional galego, que doa a instalou ao pé da pista, no Moinho a apresentaçom por Xende que, com paciência infi- cinturom vermelho da Marinha quem doer, avançam na sua cruza- do Pedroso, por onde passárom oficial na festa da nita, soube defender a causa do luguesa, nesta festa que, despois da por darem e achegarem o des- Bocixa , a voz das de Zenzar, Merce mágico trebelho inventado por de estar 7 anos paralisada por moti- porto da bilharda ao povo, que para e Martinho , embaixadores bilhar- tortela do Sam Alexandre de Fisterra. Finalizada vos de expropriaçom ilegal de terre- a LNB é quem mais ordena, e tirar deiros de Mondonhedo até Caetano de Celeiro pois a intensa experiência do os vecinhais, volta à sua andada esta prática dos museus onde Nebraska ou Xurxo Souto, para Bilharda Freestyle, a LNB e as fran- com a Bilharda-LNB onde sempre outros estratos oficiais a querem todos eles , darem o seu apoio abso- de Marinhaos, quias que componhem a SUPER- estivo, na de fogo, engaiolar. TELE-VARAL , o canal luto à causa LNB e deixar claro que no coraçom do LIGA de bilharda ultimam a passos para sentir e desfrutar com os fogos digital da LNB que emite exclusi- o lema de, outro desporto é possí- agigantados a sua preparaçom para de artificio e nom para esquivar a vamente pola Internet, enviou vel, é umha realidade cada vez mais cinturom vermelho fazerem frente à explosiva terceira metralha que o feixismo nos envia- umha equipa de repórters até o palpável e assumível, e como colo- da Marinha ediçom desta competiçom que va há apenas uns anos. Ainda fica festival da Terra e da Língua em fom, mantendo milagrosamente o arranca os chantas e invade as leiras muito que sachar mas os primeiros Narom onde se realizou o esperado equilíbrio até as 2 da madrugada, do País enteiro. E como a primeira regos já estám feitos!! OPINIOM 2 A FUNDO 9 EDITORIAL 3 FOTO-REPORTAGEM 11 NOTÍCIAS 4 CULTURA 16 APARTADO 39 (15701) COMPOSTELA - GALIZA / TEL: 630 775 820 / PUBLICIDADE: 699 268 032 / [email protected] ANÁLISE 13 DESPORTOS 19

Um clássico do remo

ERNESTO VÁZQUEZ SOUZA

ocê está de visita num país muito estrangeiro e vai, convidado por um seu V velho amigo, presenciar a disputada corrida anual de remo Copa da Academia entre as tripulações das equipas tradicionalmente rivais da MALPIE (Modelo Agônico de Língua Perfeitamente Integrada na Espinhofonia) e da BOMCOR (Bom Orto-Modelo Coerentemente Organizado na Rosafonia). Nos últimos vinte anos a vitória foi continua- da para as tripulações fachendosas da MAL- PIE. Só há que ver essa embarcação sempre renovada, cheinha de propaganda dos sponsors, esses remos lustrosos e aqueles profissionais magníficos em lindas e idênticas camisolas. Que bela foto com esses sobervos Ñ escarlates e dourados nos peitos. Com esses sorrisos e ares atléticos. Mesmo semelham tirados de alguma clássica estampa de kouroi gregos. A tripulação da BOMCOR tem outra fasquia. Fiel na tradição de amadorismo das origens das irmandades remeiras: a barca de porte mais clás- BERNARDO MÁIZ BAR AGRUPAÇOM DE MONTANHA 'AUGAS LIMPAS' sico (bom, sejamos sinceros, um pouco velha), com remendos e lemas irónico-festivos ou ludo- reivindicativos (para dissimular, talvez, a falta de sponsor), os remos algo gastos. A tripulação, em algaravia constante e dessemelhante nos unifor- “É difícil que a gente ame e defenda a mes, quanto nas formas; e até -ai horror destaca o seu amigo- teimam agora em levarem mulhe- res, não apenas como até algum veterano um Terra quando nem sequer a conhece” tanto veterano e até mocinhos mui moços. Há remeiros de toda parte, alguns muito bons, ANTOM SANTOS / Nos últimos tempos, o excursionismo forma- de conhecimento directo do - A que vos referides exacta- entre o público, mas desta não participam. tivo praticado polo independentismo está a ganhar espaço nas meio, mas sodes a primeira mente quando falades de 'dar Questões com a organização ou diferências com dinámicas associativas. A Coordenadora Galega de Roteiros foi experiência que vincula conhe- alternativas ao consumismo'? as direcções das equipas, comenta o seu cicerone. a primeira iniciativa nesta direcçom. Agora, os montanheiros e cimento da terra com propa- - O montanhismo tem que pro- Mas, o ambiente é magnífico. As claques bruam montanheiras da Agrupaçom 'Augas Limpas' intensificam a sua ganda e denúncia... mover umha pequena seces- e descolgam bandeiras e cartazes. Cantam-se a actividade, com umha fasquia de maior dureza 'desportiva', e - Penso que pola primeira vez som do lazer direccionado pola gorja rachada cantigas -o nosso amigo traduz e sem rejeitar a prática reivindicativa. Tenhem ascendido os se bota a andar um grupo de economia. Há que sair dos cen- interpreta- florescidas de piadas como facadas e cimos mais altos da Galiza, incluidos os territórios orientais, e resistência à ideologia do cres- tros comerciais, dos macdo- rajadas de ironias para os contrários. preparam agora um roteiro em defesa da Terra a realizar-sse por cimento e do 'desarrollismo', nalds e da dependência do Vão as tripulações às trainhas. Atenção. O juiz etapas, do Val Minhor a Estaca de Bares. Falamos com Bernardo que som os sustento teórico de computador. É mui difícil pen- envia ao ar uma bomba de palenque. Partem... Máiz Bar, um dos responsáveis do colectivo. um modelo de transformaçom sar que um povo vai defender a Magnífica a saída da tripulação da MAL- selvagem da Galiza em que terra sobre a que assenta quan- PIE... Que força. Deixa atrás mui logo a barca- - Como nasce a agrupaçom? do País, e mesmo subimos o perdemos a maioria e liquida- do nem vive dela, nem a conhe- rola da BOMCOR. - Nasce para combinar umha nosso particular 'Everest', mos o futuro. Tencionamos ce, e perdeu todo significado. O seu amigo sugere que ainda é tempo para outra prática do tempo livre Cabeça de Égua, na serra da popularizar a ideia de que a uma apostinha. Contra o sorriso dele , tem o com a denúncia. Dizemo-lo Cabreira. O que vai constituir nossa Terra nom está em - Na Galiza nom há demasiada palpite de apostar, pela BOMCOR. O caro, sem muitas ambigüidades. umha das nossas actividades venda, e queremos achegar tradiçom de montanhismo, e a como é que é você bocadinho sentimental, AMAL pretende criar umha mais relevantes é a marcha pola esta visom das cousas, 'antide- gente nova parece dedicar-sse a diz o seu colega. comunidade de resistência dorsal galega. Atravessaremos sarrollista' para o conjunto do outro tipo de lazer. Qual é a Você, porém, também sorri retranqueiro. A para a defesa da terra, o activis- toda a Galiza do sul ao norte, independentismo. resposta que estades a receber? tripulação do MALPIE voga com muita energia, mo e a agitaçom. Pretendemos desde Portugal a Estaca de Acreditamos numha alternativa - Em geral boa, mas custa mas já tem mais alguém reparando em que cada trabalhar aquelas zonas da Bares. É um roteiro com grande ao industrialismo e rebatemos arrancar o pessoal das suas atleta semelha levar cada vez mais a sua vogada? Galiza mais susceptíveis de ata- carga reivindicativa. que a felicidade do nosso povo rotinas. Nom custa nada levar No esforço dos músculos em tensão, como nos ques, para denunciar as agres- Pretendemos denunciar que se meça em dados macro-eco- a gente às cafetarias ou a olhares de genreira entre os remeiros, quanto sons com umha visom ampla. nenhuma serra se livrou das nómicos. encher as ruas de madrugada, nas manobras irregulares do capitão há algo que A nossa defesa da Terra inclui a eólicas, que os nossos rios pade- mas parece que se fai árduo explica a perda crescente de velocidade. defesa do monte, do mar...e cem centos de barragens, e que - Em que modelo de ambieta- andar umha corredoira, dor- Entretanto a do BOMCOR vai apanhando, mesmo da língua, dado que a plantaçom industrial para as lismo acreditades? mir baixo as estrelas umha vogada a vogada, ritmo certo e velocidade a acreditamos no ecolingüismo. celuloses come o bosque. - Somos ambientalistas e que- noite de verao ou pendurar cada minuto que passa. Aliás, o seu amigo não Esta denúncia e esta forma de Nessas andamos, pouco a remos demonstrar a incompa- umha faixa de denúncia con- tem reparado -isso indica o programa- que a gozar o tempo livre também pouco mas com constáncia. tibilidade da defesa da Terra tra umha canteira que estraga corrida é quase o duplo em distância este ano quer ser umha aposta contra o Recentemente editamos um com o capitalismo. Nom há o monte. Resta muito por por ser o do centenário da Copa. Também é lazer que quer fazer-nos clien- vozeiro de denúncia ('A salvaçom num mundo que andar, o importante é que já muito supeitoso que esses supporters da ban- tes de empresas e favorecedo- Cabreira') e um pequeno apenas pensa em maximizar temos um núcleo tremenda- deira branca e azul com a estrela vermelha, res do lucro duns poucos. manual de sobrevivência para produçom e lucro. Suportamos mente activo disposto a tradicionais da MALPIE, andem agora a a gente que se inicia no umha ameaça mui grande espalhar a ideia de que o lazer diversificar as postas. - Rotas a destacar? actividades montanhismo. para a diversidade cultural, e o trabalho polo País tenhem Há tempo ainda. E vocês também, caros e realizadas ou por realizar? idiomática, e para os ecossis- que encontrar-se até confun- caras amigas, por quem poriam outros 17 - Percorrêmos, em dous anos de - No nacionalismo, já desde os temas da terra. Da nossa e do dir-se de todo. Isto é umha sicles de prata? trajectória, as principais serras anos 30, existem experiências mundo enteiro. carreira de fundo.