NÚMERO 33 DE 15 DE AGOSTO A 15 DE SETEMBRO DE 2005 1 €

"Sabotagens como a do dia 23 tenhem sido habituais em datas próximas do Dia da Pátria, sem a transcendência mediática desta ocasiom"

Joám Bagaria, responsável nacional de Organizaçom da AMI PÁGINA 17

Ainda nom se conhecem mudanças na política contra incêndios do novo governo A quantidade de incêndios e de superfície queimada convertem este Verao no mais destrutivo da última década

REDACÇOM / O novo conselhei- vençom continua sem existir, a ro do Meio Rural considerou formaçom das equipas de extin- umha "temeridade" mudar o dis- çom é nula e em muitos concel- positivo contra-incêndios em hos galegos o pessoal que fai plena campanha de extinçom. parte das brigadas é nomeado 'Galiza Qualidade' leva a confusom Em contrapartida, prometeu polo próprio presidente da transparência na difusom dos cámara, existindo umha crescen- dados para que os cidadaos e te preocupaçom e desconfiança aos mercados em detrimento das cidadás tomem consciência real na sociedade por este modo de do problema. Porém, à vista dos gerir a política florestal, sobretu- números já conhecidos, nom do tendo em conta que mais de denominaçons de origem parece que venha a ser difícil a 99% dos incêndios da CAG 'tomada de consciência' em rela- estám vinculados directa ou O SELO COMERCIALIZA COMO GALEGOS PRODUTOS QUE NOM O SOM çom ao problema: até o dia 7 de indirectamente à 'actividade Agosto já arderam na Comu- humana', percentagem muito REDACÇOM / Nom é a primeira zido, transformado e elaborado sentem incomodados com a con- nidade autónoma 15.217 hecta- superior à estatal. Em definitivo, vez que o nome de um selo de numha zona geográfica determi- fusom que provoca que o ámbito res, dos quais 4.243 eram super- se continua a ser adiada umha qualidade que utiliza um refe- nada, sendo só obrigatório que o comercial seja basicamente o fície arborizada. Mas ainda há verdadeira política de preven- rente topográfico é mudado por produto passasse pola Galiza em mesmo (o agro-alimentar), assim dados mais preocupantes: a çom, a Junta corre o risco de que causar confusom. Assim aconte- algumha etapa da sua produçom como polo investimento da administraçom investe 10,22 se espalhe a sensaçom de que a ceu, por exemplo, na Catalunha ou embalagem. É o caso de Junta na publicidade de umha milhons de euros anuais na luita própria administraçom fai parte e na Andaluzia, e é o que des- 'Tenreira Galega', que embora marca sob a qual se reúnem as contra o lume, a política de pre- do problema. / Pag. 14 ejam os conselhos reguladores pudesse ter sido considerada empresas mais importantes do das DOP (Denominaçons de umha DOP, foi registada final- País, sem que fosse claramente Origem Protegida) para o caso mente como IGP (Indicaçons definido o interesse social da Movimento nacional-popular galego. Geográficas Protegidas), possibi- mesma. A origem da polémica reside na litando-se assim que o gado nom Afinal, o que está em questom é chega aos ecráns através do procedência dos produtos que tenha nascido nem crescido na se é legítimo que um selo de qua- abrange o selo 'Galiza Quali- Galiza, mas apenas sacrificado. lidade definido em relaçom ao dade', que nom garante, ao con- Embora da parte dos conselhos processo de produçom capture o olhar de Carlos Varela trário do que pensam muitos reguladores digam nom sentir-se mercado de um determinado tipo consumidores e consumidoras, 'pisados' comercialmente polo de produtos únicos pola sua espe- Um filme dirigido por Ledo Cordeiro resgata que o produto tenha sido produ- selo 'Galiza Qualidade', sim se cificidade geográfica. / Pag. 10 as imagens da Galiza comprometida contra a segunda restauraçom borbónica / 13 E AINDA...

UGIO CAAMANHO E GIANA RODRIGUES continuam em prisom enquanto a AMI sofre um forte assédio mediático / 06

O NOVO GOVERNO GALEGO principia a trabalhar prometendo transparência e diálogo com os agentes sociais / 04 Quatro retratos para uma Compostela viveu neste 25 de Julho o Dia da Pátria mais agitado e com maior mudança política assistência da última década / 05 por João Aveledo / 02 NOVAS DA GALIZA 02 OPINIOM 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2005

Quatro retratos para uma mudança política

JOÃO AVELEDO

“TUDO DEVE MUDAR PARA QUE NADA MUDE” (PRÍNCIPE DI LAMPEDUSA)

"A DEMOCRACIA É O PIOR SISTEMA DE GOVERNO EXISTENTE, COM A EXCEPÇÃO DE TODOS OS OUTROS” (CHURCHILL)

eiras. Nascido numa famí- povo galego que virava as costas homologação do BNG com bas- que aparentava chefiar. A sua foi encabeça uma revolta, que o leva lia de fidelidades patrióti- àquelas elites nacionalistas que cos e catalães, e impulsa com CiU uma agonia política longa, com à Presidência da Câmara Muni- Bcas, foi educado para prín- reinavam na bolha compostelana, e PNV uma Declaração de um defecho tão inevitável como cipal de Alhariz. Transformou a cipe pela camarilha do Pinheiro. mas que eram quase desconheci- Barcelona, que quer ressuscitar a previsível. vila com uma gestão brilhante e Jovem catedrático. Radical na das no resto do País. A realidade Galeuzka republicana. Equivo- Já é História. Passará à mitologia ali ganhou todas as eleições. defesa das suas ideias. Ególatra e foi demasiado dura para o José cou-se e o povo começou a virar- do nacionalismo. Depois deu o salto à política vaidoso, como corresponde a um Manuel e este decidiu fugir... De lhe as costas mais uma vez. Sem nacional e perdeu eleição após príncipe. Dândi e afrancesado, foi 77 a 81 desce aos infernos. meios de comunicação próprios, o Quin. Tu quoque, Brutus, fili mi! eleição até chegar à Vice- gauche divine galega. Em 81, regressa ao mundo com nacionalismo era um gigante de Frase que poderíamos traduzir Presidência da Junta. Nas últimas Em 63, co-fundou um PSG que forças renovadas e em 82, partici- pés de barro que não pudo para o galego como "Até tu, Quin, perdeu 4 deputados. se dizia socialista, democrático e pa na fundação do BNG. Com enfrentar o assédio mediático e meu filho!". O que a pronuncia Político convencional, de discur- europeu. Logo veio a democracia Beiras, como imagem referencial institucional a que o submeteu o aqui não é César, mas Beiras que so pobre e populista, está por ver e a tentativa de absorção do e com a UPG como exército fiel, aznarismo. Assim começou a san- recebe a derradeira punhalada do se consegue fazer-se respeitar no PSOE, que Felipe queria PSG- a Frente volta ao Parlamento e gria de votos e Paco Rodrigues, seu afilhado político. Governo e se dará no BNG a PSOE com Beiras de secretário em poucos anos passará de ape- decide então prescindir dos seus Quin foi jovem revolucionário, batalha que Beiras nunca se atre- geral. Mas este recusou e o PSOE nas 1 deputado a 18, da margina- serviços... que por jogar a agitador desaten- veu a dar. teria de ser finalmente PSdeG. lidade política a ser a segunda A verdade é que Beiras nunca deu os estudos. A sua estrela polí- Vai a todos os enterros. Pode ser Depois o fracasso eleitoral, um força. Em 98, Beiras procura a governou, nem sequer o BNG tica acende-se em 89, quando futuro do nacionalismo.

barreira para se entender com a vizinhos ou amigos empunhárom referimos acima. Nom foi umha DESCOBERTA DO sua comunidade natural as armas contra irmaos, vizinhos vitória esmagadora mas também O PELOURINHO lingüística. Por outo lado, ou antigos amigos. Lembremos sabemos que nom foi fácil REITEGRACIONISMO POR encontro bem acertado o apenas, para fazermos umha romper a inércia do sistema DO NOVAS UM CATALÁM conteúdo crítico do jornal, mínima ideia do que aquilo caciquista que baseia o poder na sempre que nom seja excluente significou, as palavras que Millan duplicidade da dádiva e do Estou a passar uns dias de férias para ninguém. Astray, um daqueles generais temor. na Galiza (terra dos meus pais e revoltados, pronunciou na Agora abre-se um tempo novo. do meu sogro). Ontem tivem "a Manuel Álvarez Fernández Universidade de Salamanca, em Nenhum dos notáveis do futuro sorte" de comprar o seu jornal frente de Unamuno: "Viva a governo da Galiza tenhem nada a Novas da Galiza. Foi umha morte! Abaixo a inteligência!". ver com aquela triste etapa da Se tens algumha crítica a fazer, algum verdadeira surpresa poder ler um Abria-se assim a "longa noite de história de Espanha, em que os facto a denunciar, ou desejas transmi- galego escrito numha grafia que DEZOITO DE JULHO: pedra" que ia durar mais de 40 privilégios pertenciam aos tir-nos algumha inquietaçom ou parece tam própria do galego. Eu 69 ANOS DEPOIS anos e que submergiu a Galiza na "afectos ao regime", e em que mesmo algumha opiniom sobre qual- nascim em Barcelona e portanto incultura, no atraso económico e toda dissidência era afogada pola quer artigo aparecido nas NGZ, este é sou catalám, filho de galegos e na ignoráncia de si mesma e da força. o teu lugar. As cartas enviadas deve- educado em castelhano na A data de 18 de Julho é de triste sua própria história. Um novo 18 de Julho que, sem rám ser originais e nom poderám escola. Com os anos, com grande memória para a maioria dos Neste 18 de Julho, na Galiza, que esqueçamos o passado para exceder as trinta linhas digitadas a surpresa, descobrim a existência espanhóis. Marcou o dia em que começou um novo parlamento aprendermos dos seus erros, computador. É imprescindível que os de umha língua muito o estado de direito, a legalidade formado polas pessoas eleitas abre um tempo novo, de textos estejam assinados. Em caso semelhante ao galego que se baseada na consulta e vontade pola vontade popular. A promessas, de liberdade, de contrário, NOVAS DA GALIZA reserva-se falava além-Minho: o português. popular foi substituída pola conformaçom deste permite que progresso e de auto-estima, para o direito de publicar estas colabora- Vejo que a normativa empregada ordem baseada na força das as forças da esquerda, PSOE e os que cremos na Galiza como çons, como também de resumi-las ou por vocês tem como referência o armas. Marca o dia em que o Bloco Nacionalista Galego, País... extractá-las quando se considerar português (de maneira melhor e mais florido da podam formar um governo de Que assim seja. Aguardamos que oportuno. Também poderám ser des- diametralmente oposta à actual sociedade foi sacrificado para dar coligaçom, depois de, durante 16 os novos governantes podam cartadas aquelas cartas que ostenta- normativa galega baseada no exemplo, diante da atemorizada anos, terem estado a governar levar adiante os seus programas rem algum género de desrespeito espanhol). Acho que o Galego populaçom, com a morte ou com este País as forças da direita, polo bem de todos e todas as pessoal ou promoverem condutas pertence lingüisticamente à o exílio forçado para aqueles que presididas por um ex-ministro cidadás galegas. antisociais intoleráveis. esfera do galego-português e que lográrom fugir daquele inferno franquista, herdeiro, portanto, Endereço: [email protected] a normativa actual supom umha que se dasatou no qual irmaos, daqueles terríveis tempos que já Adela Figueroa Panisse NOVAS DA GALIZA 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2005 EDITORIAL 03

Fraga. Catedrático, ministro, altura desputou a cátedra de

embaixador, pai da Constitui- Economia Aplicada a Suevos. O EDITORA INTERNACIONAL: FOTOGRAFIA ção... A sua biografia pode com Tribunal pretendeu dar-lha, MINHO MEDIA S.L. Nuno Gomes (Portugal) Arquivo NGZ, Natália Gonçalves tudo, com a Lei de Imprensa, o argumentando não entenderem Jon Etxeandia (País Basco) DIRECTOR Juanjo Garcia (Países Cataláns) HUMOR GRÁFICO boom turístico, a bomba de o galego! Escândalo universitá- Ramom Gonçalves Suso Sanmartin, Pepe Carreiro, Palomares, Montejurra, Gas- rio e afinal justiça. Pestinho +1, Xosé Lois Hermo, teiz, o Jacobeu e ainda com o Desde 98, encabeça um PSdeG REDACTOR-CHEFE COLABORAÇONS Gonzalo, Aduaneiros sem fronteiras Carlos Barros G. Maurício Castro, Inácio Gomes, Davide Prestige de Cascos. extremamente localista, onde Loimil, X. Carlos Ánsia, Santiago Alba, CORRECÇOM LINGÜÍSTICA Autoritário, hiperactivo, reac- quem mais manda é o espanho- CONSELHO DE REDACÇOM Kiko Neves, José R. Pichel, Ramom Eduardo Sanches Maragoto cionário, erudito, austero no lismo vasquista. Contudo, no Marta Salgueiro, Antom Santos, Ivám Pinheiro, Joseba Irazola, Asier Rodrigues, Garcia, Alonso Vidal, Xiana Árias, Sole Rei Carlos Taibo, Ignacio Ramonet, Ramón IMAGEM CORPORATIVA pessoal. Foi um homem de que alguns julgam galego, fala Chao, Germám Hermida, Celso A. Miguel Garcia poder, leal por cima de tudo à de "comunidade nacional" e de DESENHO GRÁFICO E MAQUETAÇOM Cáccamo, João Aveledo, Jorge Paços, Miguel Garcia, Carlos Barros e Alonso Vidal Adela Figueroa, F. Marinho e Joám Peres. FECHO DA EDIÇOM: 15/08/05 Espanha. E Espanha que não o "aprofundar no autogoverno", quis! claro que milita numa força As opinions expressas nos artigos nom representam necessariamente a posiçom do periódico. Os artigos som de livre reproduçom respeitando a Dezasseis anos de Poder especializada em mudar o signi- ortografia e citando procedência.A informaçom continua periodicamente no sítio web www.novasgz.com e no portal www.galizalivre.org Popular galego. Reinou num ficado das palavras, onde, p.ex., revival de uma Galiza medieval "esquerda" significa "neolibera- dividida em feudos e entreteci- lismo económico" e "aliança das da de redes clientelares. O seu civilizações" "reforçar a invasão foi um populismo regionalista ianque de Afeganistão". O RURAL QUE ARDE de gaiteirada e festa gastronó- Agora é Presidente. Chegou mica, de Juan Pardo e Luar. com ares kennedianos, mas Apesar das 4 maiorias absolutas, não dá... do Prestige, dos seus excessos verbais, de um corpo maltrata- Epílogo. Com estes anteceden- do por anos e trabalhos, do des- tes, pouco podemos esperar maio televisado e de ter o parti- deste novo governo que se diz desfeita do património natural sagismo, onde um cuidadíssimo espaço de do dividido, só perdeu 4 depu- de esquerda e/ou nacionalista. A tem, na Galiza, a condiçom ubíqua turismo e lazer urbano subsitui socieda- tados e ficou a uns poucos mil- esquerda real há muito que dei- A do espectáculo. Com umha sinistra des labregas desaparecidas há já várias hares de votos da 5ª. xou de ser possível a nível mun- pontualidade, a vaga de incêndios que décadas. Na Galiza, onde a falta de plani- Está a ser, por fim, História. dial e tampouco resultam possí- cada ano assola os montes do nosso país ficaçom e compromisso com as popula- Falta ver quem elege como veis políticas verdadeiramente nom só certifica a decadência de um des- çons rurais deu lugar a umha decadência sucessor... Com um PPdeG em nacionalistas num país em que guerra interna entre "caciques o nacionalismo é minoritário articulado mundo rural: confirma também acelerada e sem remendos, o pensamento País" e "espanholitos urbanos", ainda entre aqueles que assim a instalaçom resignada e quase plácida de mais avançado e audaz tem assinalado esperará, talvez, por Rajoy? se chamam. todo um povo nos piores recordes das pio- terceiras vias possíveis; entre o puro No entanto, desde o profundo res estatísticas. A já tópica imagem dos abandono e o desenho de imensas zonas Tourinho. Entre 85 e 94 exer- cepticismo com que alguns tranquilos veraneantes a desfrutarem das de recreio, a pretensom de um rural real- ceu altas responsabilidades acreditamos na democracia praias com o pano de fundo de imensas mente produtivo e vigoroso parece ser a num Ministério que discrimina- liberal, recebemos esta colunas de fumo negro e o barulho dos melhor garantia de blindagem contra o va a Galiza, deixando-a incomu- mudança com a alegria que, hidroavions chegou a ilustrar muito mel- lume: umha sociedade de aldeias e nom nicada. Só a forte mobilização por higiene democrática, popular e institucional conse- supõe a mudança em si mesma hor o fenómeno do que as mais lúcidas de urbanizaçons; um espaço plurifuncio- guiu que, mais tarde que cedo, e máximo quando o que cai é análises: a indolência fatalista com que nal organizado a partir da produçom agro- chegaram as rodovias. Nessa todo um regime. assistimos anualmente à presença das pequária e nom um ermo cinegético para brasas e da borralha permite converter safari-park e vivendas de desenho; uns mais um problema político com directos montes alicerçados na gestom comunal responsáveis em inevitável parte da pai- além do florestalismo produtivista e GONZALO sagem. empobrecedor. Estas apostas genéricas, Um consenso bem fundamentado situa materializadas num plano global de longo a soluçom ao problema numha eficaz polí- prazo, achariam difícil acomodo no para- tica preventiva que recupere o papel eco- digma vigente de progresso e terciariza- nómico e social que outrora tivérom os çom que a UE vem executando; por isso a nossos montes. O novo governo autonó- política anti-incêndios e, por extensom, a mico, fazendo-se eco de um sentido relacionada com o meio rural, provará nos comum apoiado por todo o ambientalismo vindouros anos o alcanço real das trans- organizado, pareceu oficializar nas suas formaçons tantas vezes prometidas. primeiras declaraçons esta via tanto Nas últimas décadas, os mais activos tempo desprezada. A evidente falta de movimentos populares do nosso país - tempo para a tomada de medidas de ambientalistas, sindicais e em defesa da fundo deve levar-nos a manter umha pru- propriedade em mao comum- têm avaliza- dência vigilante antes de cairmos em lou- do com a sua constante prática reivindi- vanças cegas ou condenaçons prematuras. cativa aquelas propostas teóricas empen- Ainda, e em companhia da sociedade civil hadas na viabilidade do rural e na defesa mais activa, deveríamos atrever-nos a do seu papel simbólico, cultural e produ- antecipar aqueles aspectos mais confliti- tivo. Da continuidade de todas essas exi- vos que se perfilham no horizonte. gências -sem complexos e em plena rua- Os países do capitalismo desenvolvido dependerá a profundidade das medidas têm confinado o mundo rural ao puro pai- de choque que todos exigimos. NOVAS DA GALIZA 04 NOTÍCIAS 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2005

NOTÍCIAS

O BNG gerirá a pasta de Cultura, renunciando a Educaçom e a Política Lingüística Congresso de A nova legislatura começa a andar com Lusitanistas insere Galiza promessas de 'regeneraçom democrática' na Lusofonia

REDACÇOM / Finalmente, as REDACÇOM / A nomeaçom do negociaçons entre o PSdeG- professor Elias Torres Feijó PSOE e o BNG para o desenho como vice-presidente da AIL da gestom do poder autonómico (Associaçom Internacional de fôrom mais singelas do que se Lusitanistas) foi o principal temia. As comissons negociado- reflexo do êxito da organizaçom ras, formadas por Ricardo do VI Congresso desta entida- Varela, Dolores Villarino e Xosé de, que pola primeira vez na sua Luís Méndez Romeu polo história correspondeu a umha PSOE e Francisco Jorquera, comissom galega da Carlos Aymerich e Ánxela Universidade de Santiago de Bugallo polo BNG fôrom as Compostela. encarregadas de levar ao papel o O congresso, realizado entre os novo esquema de governo, cujas dias 18 e 22 de Julho, foi dedi- linhas programáticas se podem cado a várias figuras do resumir na palavra de ordem Ressurgimento galego e contou que Tourinho e Quintana ten- com até 400 especialistas de hem repetido sem descanso nas diversas áreas como a lingüísti- últimas semanas: "regeneraçom ca, a literatura e a sociedade dos democrática". Porém, nem o diversos territórios que partil- acordo nem as declaraçons dos ham a língua portuguesa ao dous dirigentes fam pensar em longo do mundo, se bem que

profundas transformaçons de As comissons negociadoras de PSOE e BNG fechárom o pacto de governo no 22 de Julho / WEB DO PSDG-PSOE fosse significativamente nume- carácter político. Assim, a rela- rosa a delegaçom de especialis- tivizaçom da importáncia do termo, já de por si eufemístico, Também parece que vai estar esperança: que o nacionalismo tas procedentes do Brasil. processo estatutário e da "dívi- "dívida histórica". entre os planos do novo governo gerisse essa área, o que afinal O ambiente congressual deco- da histórica" nos últimos com- Para além de disquisiçons ter- um impulso à I+D e à econo- nom aconteceu, passando a rreu com o pleno reconheci- passes da negociaçom, leva a minológicas, o acordo entre os mia agrária através da depender de Presidência, que mento da realidade lingüística e pensar sobretudo em mudanças dous partidos que compartilha- Conselharia do Meio Rural que por sua vez ficou em maos do cultural galega como sendo de rumo em relaçom ao funcio- rám o poder quer assentar já está a dirigir Alfredo Suárez vasquista Méndez Romeu. A parte da Lusofonia. Deste namento das conselharias e ao nomeadamente "a eficácia e a Canal, o conselheiro mais justificaçom interna fôrom as modo, e como exemplo paradig- diálogo com a sociedade civil, transparência no funcionamen- mediático até o momento pola alegadas pressons de Madrid mático, as comunicaçons fôrom que a Junta pretende tornar em to dos poderes públicos". Esta sua polémica decisom de nom para o impedir, e a contraparti- apresentadas com total normali- agente protagonista. vontade revitalizadora vai-se tomar medidas excepcionais da a criaçom de umha dade em qualquer umha das notar sobretudo no combate ao contra os incêndios. Comissom Interdepartamental normas cultas do português no Comunidade de carácter nacional clientelismo que nas anteriores O software livre, um domínio de Seguimento e Impulso do mundo, incluída a galega, que Para além de definir o quadro legislaturas fora especialmente galego de internet ou a promo- Plano Geral de Normalizaçom foi a empregada em todo o espanhol como "estado plurina- notável na chamada "adminis- çom de selecçons desportivas Lingüística com representantes momento pola organizaçom do cional", o texto do acordo resol- traçom paralela", tantas vezes galegas "dentro do quadro legal de várias conselharias, tal como evento. veu finalmente que a Galiza denunciada através das páginas vigente" serám as apostas sim- acontecerá com a política de A celebraçom do congresso pro- nom é umha naçom mas "umha deste jornal, e no terreno dos bólicas do novo executivo. comunicaçom. Pola primeira curou também achegar aos parti- comunidade de carácter nacio- meios de comunicaçom, dos vez, no entanto, reconhece-se a cipantes umha visom o mais nal", eufemismo que matiza quais se quer banir a manipula- BNG fica sem política lingüística importáncia do mundo lusófono completa possível da cultura para a Galiza a própria proposta çom informativa. Porém, a principal frustraçom para a normalizaçom lingüística, galega e assim, além da apresen- do PSOE nas negociaçons para No campo económico, adivin- após as negociaçons entre a sendo referido na alínea de taçom das comunicaçons e do o novo Estatut da Catalunha. O ha-se umha mudança de atitude base social do nacionalismo pro- Língua. Nom obstante, a debate por volta das mesmas, os outro eufemismo que afinal vin- em relaçom com os agentes duziu-se na área de planifica- Lusofonia nom volta a ser especialistas fôrom convidados a cou no texto aprovado foi o de sociais, encenada já nos primei- çom lingüística. A espectacular nomeada, e na área de cultura, assistir a várias actuaçons musi- "défice estrutural acumulado" ros dias com umha reuniom descida do número de falantes apesar de ficar nas maos do cais e artísticas galegas, como as em substituiçom do que, con- entre o chefe do executivo e os de galego nas últimas décadas Bloco, Ánxela Bugallo nom ins- de Marful ou Quico Cadaval, e forme à proposta nacionalista, porta-vozes das três centrais fizera com que muitos naciona- pira demasiada confiança no realizárom umha excursom à havia de ser definido com o sindicais maioritárias na Galiza. listas albergassem umha única mundo normalizador. Costa da Morte. NOVAS DA GALIZA 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2005 NOTÍCIAS 05

CRONOLOGIA

10.07.05 Memória. Comissom Viguesa pola Memória de 1936 exige a Madrid a restituiçom dos documentos galegos de 1936 a 1975.

11.07.05

Infra-eestruturas. O Plano Galiza é assumido oficialmente polo Executivo espanhol e integrado no PEIT.

12.07.05 Milhares de pessoas marchárom mais um ano polas ruas de Compostela pedindo liberdade para a Galiza / WEB DE Espanholizaçom. Instituto Cer- vantes celebra reuniom inter- Grande participaçom num nacional na Corunha com Pérez Tourinho e Francisco Vázquez. convulso Dia da Pátria Galega 13.07.05 Ence. PSOE e BNG asseguram O BNG consegue mobilizar mais simpatizantes que em 2004 enquanto as diferentes forças que a celulose sairá da Ria. independentistas se manifestam por separado e sob um forte dispositivo policial Demografia. Segundo o Inserso, 21.3% da populaçom da CAG é REDACÇOM / Fôrom três as Marcha pola república galega agrupando mais de cem pesso- fitti "Quem fai a lei fai a tram- maior de 65 anos e temos a pior manifestaçons que partírom da Com um cartaz inicial em que as atrás de umha faixa em que pa" e um concerto na praça de cobertura assistencial do Estado. Alameda de Santiago de se lia "Política de esquerda. se podia ler: "O futuro está na Maçarelos pugérom o ponto Compostela para reivindica- República galega" que leva- luita, o futuro está na Terra". final aos actos dessa I Jornada 14.07.05 rem e celebrarem o Dia da vam, entre outras pessoas, Durante a festa posterior orga- de Rebeliom. Pátria Galega noutro 25 de Méndez Ferrín e Mariano nizada na Porta do Caminho, Infra-eestruturas. A Confederaçom Julho. O Bloco Nacionalista Abalo, transcorreu a manifesta- denunciaron a situaçom de Sob controlo policial de Empresários da Galiza valoriza Galego manifestou-se pola pri- çom da Frente Popular Galega, precariedade laboral da juven- A organizaçom independentis- positivamente o PEIT. meira vez desde que chegou ao que partiu também da tude galega e a detençom e ta NÓS-Unidade Popular con- governo, e as forças indepen- Alameda para chegar à praça do incomunicaçom de Ugio vocou umha manifestaçom no Carta-bbomba. Francisco José V. dentistas, que em 2004 se uní- Toural, entre berros de "inde- Caamanho e Giana Rodrigues, Dia da Pátria, desta vez com o P. é ferido ao receber umha rom na convocatória das Bases pendência" e "Galiza ceive, exigindo a sua imediata posta lema "Nem estatuto, nem carta-bomba. Democráticas Galegas, este poder popular". Méndez em libertaçom. constituiçom: autodetermi- ano concorrêrom separada- Ferrín, que lembrou no palco a naçom". Às 13 horas saía da 16.07.05 mente. execuçom de Julián Grimau, I Jornada de Rebeliom Juvenil Alameda para dirigir-se até a falou do novo governo como Por sua vez, a organizaçom praça de Maçarelos. Palavras Antom Moreda. É homenageado Recuperando manifestantes umha aliança de "de neoregio- juvenil revolucionária galega de ordem contra Espanha e o histórico nacionalista e secre- Os militantes e simpatizantes nalistas e socialdemocratas". BRIGA decidiu apoiar a convo- reclamando a independência tário do Conselho da Mocidade. do BNG partírom ao meio-dia Os actos contárom com a parti- catória da manifestaçom de fôrom ouvidas pola polícia da Alameda na manifestaçom cipaçom activa dos moços e NÓS-Unidade Popular para nacional que controlava a 17.07.05 mais numerosa. Aliás, a primei- moças da Adiante (Mocidade este Dia da Pátria, mas na vés- marcha com vários efectivos. ra manifestaçom do BNG Revolucionária Galega), orga- pera organizou a I Jornada de Nom faltárom também pala- Manipulaçom informativa. AMI desde a recente entrada no nizaçom juvenil ligada ideolo- Rebeliom Juvenil com actos vras de solidariedade com os qualifica de “intoxicaçom políti- governo conseguiu reunir mais gicamente à FPG, que solici- diversos relacionados com a independentistas detidos co-policial” as informaçons que a pessoas que em 2004: mais de tou o compromisso com o inde- necessidade de agir perante as nos dias anteriores. No dis- vinculam ao envio de umha carta- 20.000, segundo a organiza- pendentismo que ela represen- medidas repressivas que o curso final, Maurício Castro bomba a Francisco José V. P. çom. O lema eleito por esta ta. Adiante-MRG aproveitou Estado espanhol implementa fijo um claro chamamento à formaçom para a nova ediçom para distribuir e dar a conhecer contra o independentismo unidade do independentismo Espoliaçom energética. As do Dia nacional foi "Galiza vai o primerio número do seu organizado. Estes abrírom-se para ampliar a sua base e centrais de ciclo combinado das contigo". A manifestaçom aca- boletim porta-voz nacional, o com umha mesa redonda sobre reclamou ao novo governo da Pontes e Sabom começarám a bou na praça da Quintá e a Embate. Juventude e Repressom, em Junta, entre outras cousas, trabalhar em 2007. encarregada de apresentar o que participárom Séchu Sende que abra "um processo políti- acto foi a já conselheira da AMI nonm participa nos actos e Xosé Brandariz. A seguir co em que o povo galego 19.07.05 Cultura, Ánxela Bugallo. Nele A organizaçom juvenil inde- umha outra mesa, Jovens e tome a palavra para decidir o participárom o vice-presidente pendentista AMI nom partici- Auto-organizaçom, em torno seu estatuto político sem Língua. PSOE dirigirá a política do governo Anxo Quintana e o pou em nenhuma das manifes- dos movimentos juvenis da excluir nenhuma possibilida- lingüística da administraçom secretário geral de Galiza taçons convocadas para o dia esquerda independentista da de, partindo do reconheci- autonómica. Nova, Xosé Emilio Vicente 25 e os seus actos limitárom-se Galiza, dos Países Cataláns e mento do direito de autode- Caneda. à tradicional Rondalha da de Castela. Finalmente, como terminaçom". A seguir tivo Morte no trabalho. O camionista Quintana reivindicou no seu Mocidade com a bandeira na acto de solidariedade com a lugar um jantar de confrater- Manuel M. morre nas obras do discurso um novo Estatuto de noite anterior ao Dia de Pátria. outra organizaçom juvenil nizaçom e umha mesa debate porto exterior corunhês. Naçom e reclamou ao Estado Esta XI ediçom estivo forte- independentista polo trata- com representantes das orga- espanhol o reconhecimento da mente marcada pola detençom mento mediático sofrido nes- nizaçons catalás MDT e 20.07.05 dívida histórica que tem com a e incomunicaçom de dous mili- ses dias, BRIGA participou Endavant, a basca Batasuna, Galiza. Logo a seguir, os nacio- tantes dessa organizaçom no com faixa própria na XI a portuguesa Política Turismo. 300.000 pessoas visi- nalistas jantárom, como é tra- dia anterior, mas percorreu Rondalha da Juventude com a Operária e a própria NÓS-UP tárom a CAG no primeiro se- diçom, na Carvalheira de Santa com normalidade as ruas da bandeira que organizava a com o título "Esquerda e mestre de 2005 som , 3.5% mais Susana. zona velha de Compostela, AMI. A elaboraçom de um graf- autodeterminaçom". do que em 2004. NOVAS DA GALIZA 06 NOTÍCIAS 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2005

21.07.05 Independentistas Ugio Caamanho e

Galiza como naçom. A adminis- traçom bipartida reconhece o Giana Rodrigues presos no cárcere “carácter nacional da Galiza”, mas nom os direitos políticos que dela se derivam. madrileno de Soto del Real 22.07.05 REDACÇOM / A detençom de Ugio Caamanho e Giana Rodrigues to contra a formaçom independentista AMI, da qual os dous Resistência galega. Difunde-se na tarde do dia 23 de Julho como supostos autores da colocaçom moços som membros. Enquanto os detidos permaneciam inco- um Manifesto pola Resistência de um explosivo na sede de Caixa em Compostela, ser- municados, os partidos políticos PP, PSOE e BNG faziam públi- Galega, aparecido na página viu para desatar umha intensa campanha mediática de descrédi- ca a sua "enérgica repulsa" polos acontecimentos. brasileira de Indymedia. A única versom existente versom do sucedido. Só como tos constitucionais formais de contra a tortura e os tratos PSOE e BNG pactuam. Fecha- sobre os factos acontecidos no exemplo, ao contrário do afir- que umha pessoa detida dis- inumanos e degradantes. se o acordo entre as formaçons dia 23 de Julho e as detençons mado polos meios informati- pom no Estado espanhol. O Porém, segundo as informa- oferecendo “diálogo” ao PP. simultáneas é a dada pola vos, Ugio Caamanho encon- detido ou detida nom pode çons obtidas por NOVAS DA Polícia espanhola. Esta ver- trava-se emigrado na Catalun- pôr em conhecimento de nin- GALIZA, os detidos nom fôrom 24.07.05 som 'oficial' foi a repetida polo ha até o dia da sua detençom, guém a sua detençom e nom submetidos a torturas físicas conjunto da comunicaçom sendo falsas as informaçons pode nomear um advogado ou durante a sua detençom e a Internet. Segundo a Fundaçom social, mas em meios próxi- que asseguram que teria saído advogada da sua confiança; incomunicaçom prolongou-se BBVA, só 30% dos e das galegas mos do independentismo da sua casa familiar disfarçado. fica apenas em companhia dos durante 3 dias. A Polícia utilizárom a rede algumha vez. nom se lhe dá credibilidade, Esta falsidade informativa seus captores sem que nenhu- espanhola nom solicitou neste por responder a interesses também situa no olho do fura- ma presença externa poda fis- caso a prórroga das detençons Sentimento nacional. Grupo Voz políticos concretos (criminali- cám repressivo a sua família, calizar o que ali acontece até os 5 dias. publica um estudo de Sondaxe zar o independentismo, pôr na umha vez que o domicílio durante um prazo de 72 horas, Quando fôrom postos a dis- segundo o qual 12.2% da mira policial determinadas desta apareceu publicado em prorrogável a 120. É neste posiçom judicial, familiares populaçom galega nom se sente organizaçons e pessoas, prepa- diversos meios. regime de incomunicaçom, dos detidos e membros da espanhola. rar a "opiniom pública" para autorizado pola Audiência organizaçom anti-repressiva futuras intervençons repressi- Foi-llhes aplicada a polémica Nacional espanhola, que se CEIVAR deslocárom-se até a 26.07.05 vas e criar um ambiente favo- legislaçom antiterrorista cometem multidom de casos Audiência Nacional (Madrid) rável às mesmas). A situaçom Os detidos fôrom conduzidos de maus tratos e torturas, no dia 26, à procura de infor- Fronteira. Mais de 3.000 ope- de incomunicaçom absoluta a à esquadra da Polícia espanho- como tenhem vindo a consta- maçom sobre a sua situaçom, rários atravessam diariamente a que fôrom submetidos os la em Compostela e submeti- tar organismos tam pouco sus- mas nom o conseguírom. Os raia com Portugal por motivos militantes independentistas dos à aplicaçom da legislaçom peitos de parcialidade como a motivos alegados fôrom a laborais. 57% residem na Galiza. detidos impossibilita o conhe- "antiterrorista". Isto implica a Amnistia Internacional, a segurança e da distorçom das cimento de qualquer outra supressom de todos os direi- ONU ou diversas entidades investigaçons. Mesmo se re- CCOO espanholista. Opom-se à transferência à Galiza dos portos de interesse geral hoje geridos por Madrid. O 'historial' da Giana e do Ugio

27.07.05 Os dous independentistas som, fai parte da campanha detidos caracterizam-se por de calúnias de que fôrom Morte em Ramilo, S. L. O um perfil individual comple- objecto e pretende despresti- operário da empresa viguesa tamente contrário ao transmi- giar as pessoas e o que elas Manuel A. C. é esmagado por tido polos meios de difusom. representam politicamente. umha prancha de granito. Segundo os seus conhecidos e Ugio Caamanho é militante amigos som pessoas com independentista desde muito Ence ganha. A papeleira acres- umha funda implicaçom jovem. Licenciado em centa ganhos em 41% durante o social e política e "um grande Económicas, tem participado primeiro semestre. amor por este País". Nom se muito activamente na cons- pode falar de pessoas "patoló- truçom de meios de comuni- 28.07.05 gicas", "associais" ou "fanatiza- caçom galegos. Desenvolveu campo da adequaçom do mar- feminista e dinamizadora da das" como se tem feito nal- diferentes responsabilidades xismo às problemáticas liga- construçom de locais sociais Repressom. Ceivar convoca guns meios sem contrastar as na AMI, foi membro da das ao nacionalismo, o no nosso País. Fora agredida concentraçons de solidariedade informaçons e reproduzindo Direcçom Nacional de NÓS- ambientalismo e os movi- há agora quase três anos por com os dous independentistas integramente a versom poli- UP e umha das pessoas que mentos sociais. agentes da Polícia local com- presos. cial. Para os seus companhei- participou na sua constitui- Giana Rodrigues tem parti- postelana. Tendo sofrido con- ros e companheiras, a ideia de çom em 2001 através do cipado desde jovem no movi- tusons por este motivo está Moço morto no trabalho. Javier V. que se trata de pessoas Processo Espiral. Como con- mento estudantil galego. É pendente a resoluçom de G., de 22 anos e vizinho de Sangui- inconscientes e aloucadas, tributos teóricos destacam militante da AMI, para além umha denúncia contra este nheda (Mós), é esmagado pola vendida polos meios de difu- significativos estudos no de activista no movimento corpo da Polícia municipal. máquina elevadora que manipula. NOVAS DA GALIZA 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2005 NOTÍCIAS 07

Moncho Reboiras é homenageado no Banca aumenta ganhos. Banco Pastor eleva os seus benefícios XXX aniversário do em 88%. seu assassinato 31.07.05 Economia galega. O PIB da REDACÇOM / Coincidindo outros tribunos, Elvira CAG cresce 2.8%, 0.5% menos com o XXX cabo de ano do Souto e Bautista Álvarez. do que o estatal. IGE atribui a assassinato de José Ramom A Frente Popular Galega diferença a “mudanças metodo- Reboiras Noia em Ferrol, concentrou os seus mili- gicas” na estatística. as formaçons políticas tantes e simpatizantes na UPG, FPG, AMI e NÓS- igreja da paróquia natal de 2.08.05 Unidade Popular organizá- Moncho Reboiras, Imo. cusou aos familiares, submeti- se derivam da nova situaçom rom diversos actos de lem- A Assembleia da Operário morto no Porrinho. dos a três dias de máxima ten- ou participarem em concentra- brança do combatente Mocidade Independen- Néstor Ó. I. eleva a 54 as mortes som e desconcerto pola situa- çons e actos de solidariedade. galego. tista (AMI) convocou a no trabalho na CAG durante çom, a possibilidade de verem Os colectivos NÓS-UP, AMI e A Uniom do Povo Galego juventude a umha concen- 2005. fisicamente os seus filhos. O BRIGA manifestárom a sua (UPG) homenageou o que traçom no dia 12 de juiz substituto do titular Isma- solidariedade em comunicados foi um dos seus mais des- Agosto em Vigo, durante a Despedimentos. Companhia el Moreno foi quem denegou públicos. tacados militantes e qual a Praça do Berés têxtil ferrolana Unicen anuncia qualquer comunicaçom entre Por sua vez, o organismo impulsionador da sua tomou o nome de Praça de despedimento de 113 operários. achegados e detidos. Aliás, anti-repressivo CEIVAR con- Frente Militar, liquidada Moncho Reboiras. Ao acto também se recusárom a dar firmou a este jornal que se res- depois da morte de político, no que um mem- Caixa Galicia e Ence. A entida- qualquer tipo de informaçom ponsabilizará pola "assistência Reboiras. Neste XXX ani- bro do Conselho Nacional de financeira é o principal sócio sobre as acusaçons realizadas jurídica aos pressos, polas versário apresentou um da AMI interviu para ligar de Ence com 16.92% do seu contra os independentistas. questons derivadas da estáncia programa de actos compos- o exemplo do revolucioná- capital social. A incomunicaçom foi manti- em prisom e pola mobilizaçom to por umha concentraçom rio assassinado ao da da por ordem do juiz até a em favor da liberdade dos dous às doze da manhá no cemi- “mocidade combatente 3.08.05 entrada na prisom madrilena patriotas galegos" . Para este tério de Imo, onde se que segue a luitar por de Soto del Real ou Madrid 5, colectivo anti-repressivo a con- depositou um ramo de flo- Galiza e o seu povo trabal- Exército espanhol. 200 soldados situada numha planície às afo- diçom de Ugio Caamanho e res na tumba do militante. hador”, assistírom uns 40 da Brilat partem da Lavacolha ras de Madrid. Só sete dias Giana Rodrigues é a de dous Às sete e meia da tarde moços e moças. rumo ao Afeganistám. Doze depois, através de locutórios, é presos políticos, e o seu ingres- concentrárom-se na Praça Finalmente, a assem- deles morrerám duas semanas que se permitiu o contacto so em prissom é "a expressom de Armas de Ferrol para bleia comarcal de NÓS- depois. O Ministério da Defesa entre detidos e familiares e o sintoma de um problema logo caminharem até a por- Unidade Popular de Ferrol tenta desacreditar a hipótese do directos. político nom resolvido, como é taria em que Reboiras foi levou a cabo umha con- ataque da resistência. Num processo de adaptaçom a falta de soberania nacional assassinado. No fim desta centraçom às sete e meia ao mundo penitenciário, Ugio que sofre o nosso País e o pro- segunda concentraçom, do tarde perante a portaria 4.08.05 Caamanho encontra-se no cesso de extinçom como pro- realizou-se na Praça das da rua da Terra onde módulo 2 de Soto del Real e jecto nacional em que nos Armas um acto político em Reboiras foi baleado, há Sector lácteo. 11.600 ganadeiros Giana Rodrigues no 12 (Mó- encontramos." que participárom, entre agora trinta anos. galegos deverám pagar multa de dulo de Mulheres); som módu- 14.6 milhons por exceder a quo- los de presos FIES-3 ('terroris- Tratamento mediático ta de produçom fixada pola UE. tas') em companhia de presos e recebido pola AMI presas políticas bascas. Ten- Na organizaçom juvenil AMI Morte laboral. O marinheiro de hem as visitas reduzidas, por denuncia-se o papel colabora- Ramom Pinheiro Beiro Portozinho Joaquim V. Q. morre enquanto, às familiares, o cionista com a repressom que quando estava a trabalhar. correio intervindo e as comuni- os meios de comunicaçom 'Tupa' é lembrado em caçons realizam-se num locutó- espanhóis estám a desempen- 6 .08.05 rio, gravadas. Até o momento har, suprimindo a presunçom nom podem receber visitas de de inocência ou fazendo com Lira no VI aniversário Banca na Galiza. Caixanova companheiros e amigos, umha que factos individuais tipifica- ganha 49.4 milhons nos situaçom que se prolongará em dos como delitivos polo Código do seu falecimento primeiros seis meses do ano. princípio durante 60 dias desde penal espanhol se tornassem a entrada na cadeia. responsabilidades colectivas e REDACÇOM / Sessenta pessoas cravos vermelhos ao mar de 7.08.05 de pessoas jurídicas, ao ter-se assistírom no passado sábado Lira, a assistência deslo- Mostras de apoio aos detidos tratado a AMI como se fosse dia 27 de Julho à homenagem cou-se até a casa natal do Incêndios. 13.806 hectares A solidariedade tem sido mani- umha organizaçom armada. que companheiros, amigos e independentista, onde foi ardem na CAG em menos de festa por parte de dúzias de Assim chegárom a publicar-se familiares tributárom no cais descoberta umha placa de umha semana. pessoas que se oferecêrom cabeçalhos do tipo "Desarticu- de Porto Cubelo ao militante madeira na sua honra com a para visitá-los nos cárceres, lada a cúpula da AMI" quando nacionalista e ex-membro do legenda 'O povo nom Sinistro laboral. Falece o piloto escrever, colaborar com as esta organizaçom é perfeita- EGPGC Ramom Pinheiro esquece no sexto cabo de anti-incêndios e vereador de necessidades económicas que mente pública e legal. Beiro, mais conhecido como ano do falecimento do Láncara do BNG António D. 'o Tupa'. O acto consistiu Tupa.' Depois do canto da quando participava na extinçom numha evocaçom da figura do Internacional, familiares e de um incêndio. militante nacionalista por amigos e amigas reunírom- parte de Ramom Muntxaraz se na casa de Ramom 8.08.05 e dos ex-presos independen- Pinheiro Beiro. tistas Xavier Filgueira Por sua vez, no passado Arde o Berzo. Incêndios arrasam Domingues e Antom Árias dia 5 de Agosto, também bosques bercianos. Presidentes Curto, incidindo-se no com- recebeu umha homenagem autárquicos solicitam ajudas a promisso político e sindical em Vigo o independentista Madrid. de Ramom Pinheiro, a sua galego Júlio Torres Couso, militáncia no EG e a sua ver- histórico militante de Supertaxa láctea. O pagamento tente mais humana e pessoal. Galiza Ceive e da APU, da sançom pode levar ao encer- Após o canto do hino nacio- recentemente falecido na ramento de 2.300 pequenas e nal e do lançamento de vários emigraçom. médias exploraçons. NOVAS DA GALIZA 08 INTERNACIONAL 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2005

INTERNACIONAL

de recuperaçom tenha atingido anos a ilegalidade desta política, Ainda que haja um número um ponto de irreversibilidade. por entendermos que som activos importante de localidades que, "A oficialidade do Mostra disto é a ausência de ini- na conculcaçom dos direitos lin- ao entrarem na Mancomunidade ciativas políticas que resolvam güísticos da populaçom. de Municípios Euskalduns euscara no conjunto do definitivamente a permanente (UEMA), optárom por desen- conculcaçom de direitos lingüísti- Em que medida contibuírom os volver toda a sua actividade cos em cada umha das administra- movimentos lingüísticos de base administrativa em basco (na território basco é umha çons do país, a falta de um status para a normalizaçom do basco? actualidade 52 povoaçons), o de oficialidade real. O labor de 'euskalgintza' na nor- certo é que a tónica geral é outra malizaçom do basco tem sido muito diferente. A legalidade medida que nom pode Como avalias a crescente adop- determinante em diferentes sen- impom-se nestes casos e çom na Comunidade Autónoma tidos; talvez o facto de que se enquanto o espanhol e o francês Basca (CAB) do modelo monolín- trate de um movimento social sejam as línguas de conhecimen- demorar mais" güe em euscara na educaçom? A tam amplo e diversificado tenha to e uso obrigatório, o euscara que se deve? contribuído para isto. Hoje em dia continuará a ficar relegado a um Este contínuo incremento da pro- falar de 'euskalgintza' é falar de segundo plano. País Basco em basco, Euskal Herrian Euskaraz, nascia em 1979 para cura é um fenómeno que nom se ensino em euscara, alfabetizaçom a defesa da língua basca, luitando desde entom pola sua presença produz exclusivamente na CAB de pessoas adultas, publicaçom de Que medidas urgentes pensas social e institucional, encaminhada ao reconhecimento dos direitos mas em todo o País Basco. Cada livros e revistas, criaçom de meios que devem ser adoptadas neste lingüísticos do seu povo. Falamos com Mikel Irastorza, membro ano é mais elevado o número de de comunicaçom, criaçom de pla- sentido? deste colectivo. inscriçons no modelo euskaldun, nos de normalizaçom locais, movi- Pensamos que a oficialidade real apesar dos entraves colocados lizaçom e denúncia para eliminar do basco no conjunto do seu Em relaçom à situaçom do basco, tes projectos de normalizaçom pola administraçom (aglomera- as dificuldades que impedem um território é umha medida que já estades a viver um processo de lingüística, a actuaçom do conjun- çom do estudantado, reduçom de pleno desenvolvimento do nom pode demorar mais. retrocesso ou de recuperaçom? to dos diferentes organismos subsídios...). Pensamos que esta basco… em definitivo, é falar de Trataria-se de umha medida de Após um processo de contínuo populares que trabalham pola tendência positiva obedece à um movimento que, devido ao carácter estratégico pola sua retrocesso, podemos afirmar que reeuskaldunizaçom (euskalgint- aposta que fai umha grande maio- trabalho desenvolvido durante repercusom na normalizaçom do na actualidade nos encontramos za)... e o que talvez seja mais ria dos cidadaos e cidadás na cons- anos e aos logros conseguidos, euscara. Em qualquer caso, a ofi- num momento de recuperaçom importante: a aquisiçom de com- truçom de um país euskaldun. conta com um importante recon- cialidade reflectiria-se em medi- lingüística. Isto deve-se a umha promissos reais por parte dos dife- Em qualquer caso convém nom hecimento social. das mais concretas como garan- clara vontade da populaçom em rentes agentes sociais (empresas, esquecermos que no conjunto do tir o conhecimento da língua no favor da normalizaçom da língua. organismos sociais, partidos polí- País Basco a percentagem de Nos dias de hoje, existem condi- conjunto do estudantado por As provas som o contínuo incre- ticos e sindicatos ou cidadás e estudantes que finaliza os estudos çons para que um monolíngüe meio da escola e declarar a obri- mento das inscriçons no modelo cidadaos a título pessoal). Em com conhecimento do euscara em basco poda viver plenamen- gatoriedade do conhecimento de ensino em basco, o facto de qualquer caso, ainda nos é impos- atinge só 60%. É por isso que te sem mudar de idioma na sua do basco no conjunto de ofertas terem começado a andar diferen- sível afirmarmos que o processo temos estado a denunciar durante terra? de emprego público.

CRÓNICA DESPRETENSIOSA DE UMA PEQUENA VIAGEM por Nuno Gomes

3 de Julho, 12h25, no comboio entre Redondela e Santiago acompanhados de Alvarinho, e perseguimos Quico Cadaval pelas estreitas ruas centrais. Quando o Eduardo As viagens começam a enervar-me. Sempre as fiz com me perguntou se queríamos ir a uma festa galega, ao tudo combinado ao segundo, tudo tratado. invés da visita a uma aldeia galega, nunca pensei que Compromissos certos. Hoje as peripécias enredam-se, e fôssemos a um São Pedro. A festa do solstício na Póvoa ainda nem digeri o pequeno-almoço. A viagem é só de versa o mesmo santo com as chaves, e foi com uma agra- dois dias, o mais certo é nem acabar a digestão. Não me dável familiaridade que me juntei a algumas dezenas de atendem o telefone, isto começa a preocupar-me. galegos, num relvado perto do centro. Gaitas, caixas e… Super Bock. Se restava alguma dúvida da sensação de Não se nota qualquer diferença entre a Galiza e o pertença, de estar numa celebração que também era galega que ignorava, o Valentim, que apenas conhecia Minho. As casas são igualmente feias, os eucaliptos minha, a cerveja desvaneceu-aa. Estava entre os meus] da internet, deu-mme a chave do seu apartamento poucos omnipresentes, a ocupação do solo é a mesma. [E a lín- Mais uma vez, a história da fronteira mais idiota da his- minutos depois de me conhecer. Agradeço o amável gua ecoa, vinda do outro lado do Minho. Aqui e ali o som tória. gesto social, mas eu poderia ser mais um louco com o é mais claro, e o português da Galiza soa como tal. Mas estranho prazer de partir ou roubar a propriedade alheia. invariavelmente fala-sse um português tão castelhaniza- 20h45, no comboio Regional Compostela-Ourense Violento ou cleptómano, acabei por receber uma chave. do que o eco é quase imperceptível] No sítio reintegracionista onde estávamos, anunciava-sse Qualquer ideia negativa ou pejorativa que poderia ter o ‘fino’ Super Bock. Como em casa] [As aves que ia vendo pela janela do comboio] Poupa, sobre a paisagem galega desvaneceu-se totalmente. A pêga rabuda, andorinha, gaivota argêntea, avestruz, linha Compostela - Ourense é inacreditável. O sol de Gosto muito das mulheres reintegracionistas. São corvo, rola, melro. [A minha tia diz-mme que antes, na fim de tarde, tangente, dá a tudo um tom dourado-cha- estranhamente mais atraentes que as não-reintegracio- Póvoa (de Varzim, a minha terra), havia poupas. Nunca muscado que idiliza qualquer mundo feioso. Mas esta nistas. as vejo agora, só quando viajo] paisagem, acredito, até num dia amaldiçoado pareceria belíssima. [A expressão anglófona mixed feelings é a que melhor A Galiza tem dos subúrbios mais repelentes que os fil- caracteriza as memórias que guardei da viagem. Gostei hos de Deus já viram. [Nunca mais critico os subúrbios Na estação de Ponte Tabuada de ver o ‘fino’ Super Bock, mas estranhei os amigos rein- portugueses como o fazia antes] tegracionistas a responderem-mme em português de O Mika acorda e diz ‘xau’ e eu discorro sobre o colonia- Portugal. Às vezes questiono-mme sobre as suas verdadei- Na Galiza a heterogeneidade ibérica é translucidamen- lismo arquitectural das estações de comboio galegas. ras motivações. Dizem que aproveitam todas as oportu- te evidente, mas com uma invulgar profusão de genes Ele meneia com a cabeça, como quem diz ‘sim, sim’. nidades que têm de treinar a pronúncia. Como são quase britânicos. Os irlandeses, ruivos e de ar indeciso, são Mas afinal não, está mesmo a dormir. O estranho das todos de filologia, consigo compreender a vontade. Mas comuns por aqui. Há muitos de cabelos castanhos, ainda minhas viagens é só adormecer segundos antes de aca- estranho-aa. Os reintegracionistas não podem nunca con- mais do que ruivos. [Em Compostela (e não Santiago, barem. Não percebo bem qual a razão desta disfuncio- fundir qualquer predilecção que possam ter por Portugal como eles gostam de enfatizar) comemos rã e chouriço nalidade corporal. [Devido a uma qualquer tradição com a luta da língua, que é o seu principal objectivo]. NOVAS DA GALIZA 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2005 OPINIOM 09

O agro ante os acordos globalizantes na agricultura e alimentaçom

XOSÉ MANUEL GONZÁLEZ VILAS

A OMC CONSAGRA O DESEJO DE MONOPOLIZAR A PRODUÇOM MUNDIAL DE ALIMENTOS NAS POUCAS MULTINACIONAIS GLOBAIS (KRAFT, MONSANTO, SYNGENTA, UNILEVER...) E TAMBÉM CONSAGRARIA A PRIVATIZAÇOM DE TODO O TIPO DE BENS E SERVIÇOS PÚBLICOS.

om é novo falar sobre as favorecem a desapropriaçom dos alheia geográfica e politicamen- obra muito barata e ausência de A OMC consagra o desejo de conseqüências das dife- comunais com a ajuda do te. Isto é o significado das quo- restriçons à poluiçom e destrui- monopolizar a produçom de ali- Nrentes "integraçons" Instituto da Emigraçom que tas, direitos de plantaçom, pri- çom de solos e águas). mentos nas poucas multinacio- económico-jurídicas que impon- organiza quadros de pessoal mas às vacas nutrices e outros É por isso que o SLG trabalha nais globais (Kraft, Monsanto, hem os poderes do aparelho do integrados por moços e moças engados que nom impedem a na sensibilizaçom para a impor- Syngenta, Unilever...) e tam- Estado espanhol sobre o nosso das aldeias para formarem futu- descida em termos reais dos táncia de saber quem quer con- bém consagraria a privatizaçom tecido económico agrário pró- ros trabalhadores e trabalhado- preços dos nossos produtos. trolar a nossa agricultura e ali- de todo o tipo de bens e serviços prio. Podemo-nos remontar já ras na Europa. A desconexom A seguinte etapa de integra- mentaçom. As grandes superfí- públicos. Por exemplo, no no século XIX às tentativas da da terra é fulcral para entender- çom seria já letal de mais se cies controlam mais quota de Iraque ocupado já é proibida a Restauraçom borbônica de apro- mos o que acontece depois. Do observamos que a OMC (criada venda ao consumidor em vez de reutilizaçom de sementes priar-se dos montes comunais paternalismo do franquismo do anterior GATT) consagra a fomentar os mercados locais e a comerciais. Em Dezembro temos como um início modernizador agrário (expressado nas livre actuaçom dos actores publicidade condiciona as crian- umha cimeira da OMC en Hong que termina nos latifúndios do UTECO, que logo dariam lugar transnacionais na forma de eli- ças para consumirem produtos Kong, até agora fracassárom os património florestal do Estado a cooperativas como COREN e minaçom de 'arancéis' (que com textura cremosa e gosto anteriores encontros de Seattle franquista; ou mesmo falar das LEYMA) passamos aos anos 80, ainda existem) e outras limita- doce ('bollicaos', cereais de e Cancun, e o labor das organi- políticas 'arancelares' de inícios à paralisaçom de projectos auto- çons às importaçons. O esque- almoço, 'pollo blando pimpollo', zaçons labregas do mundo intei- do século XX que estrangulam a desenvolvidos por mor da entra- ma é simples: um ou vários ope- etc.) e reijeitar o recendo e tex- ro integradas na Via Camponesa vocaçom ganadeira exportadora. da na CEE, na qual se desenha a radores transnacionalizados tura dos produtos labregos (onde está o SLG) foi funda- Contudo, som os acordos que aniquilaçom "subvencionada" de (espanhóis ou estrangeiros) (carne, vinho, horta, etc.). mental. E por isso estivemos em toma o general Franco na década mais de cento cinqüenta mil afundam os preços nos territó- Esta integraçom que parte do Vigo, Verim, na Rua e Riba d'Á- de 50 a favor de umha integra- exploraçons em menos de 20 rios nom controlados através da macroeconómico ao somático via, para continuarmos nas çom do agro na esfera dominan- anos. Em benefício da macroe- ajuda ao desenvolvimento fará inviável qualquer projecto demais vilas, informando e con- te das multincionais dos EUA conomia de pam barato para a (cereais grátis), exportaçons de soberania nacional já que eli- vencendo de que outra agricul- que provocam as importaçons classe operária é sacrificada subsidiadas, entrada de produto mina a salvaguarda mínima com tura e outro País é possível. obrigatórias de cereiais e soja qualquer alternativa sustentável foráneo sob dumping (produzi- a mais cruel das dependências Xosé Manuel González Vilas para serem alimentadas as gran- no agro que ponha em questom do por baixo do custo) quer seja que é a necessidade de impor- é secretário de Acçom Sindical em jas sem terra. Estos acordos a acumulaçom cada vez mais laboral quer ambiental (mao-de- tar todos os alimentos. Sectores Agrícolas do SLG

“O SPIDERMAN DO VERAO “SOMOS NOVE COMPANHEIROS “SE CONTINUAREM “VERA SAIRÁ DO CÁRCERE EM OURENSE VOLTA A SER QUE MANTEMOS UMHA LUITA A CHEGAR IMIGRANTES, 24 HORAS POR SEMANA DETIDO E SOMA UM TOTAL CONTRA O ESTADO” NALGUNS SÍTIOS PORQUE SOFRE DEPRESSOM” DE 35 DETENÇONS” Um Guarda Civil GANHARÁ UM LE PEN” La Voz de Galicia Faro de Vigo Envolvido no assassinato de José María Sánchez Fornet Cabeçalho sobre o ex-secretário de Cabeçalho. 09.08.05 Roquetas de Mar. Denuncia Secretário geral do Sindicato Estado implicado na 'guerra suja' o "abandono" que dizem estar Unificado da Polícia (SUP). 06.08.05 FOI DITO a sofrer. 06.08.05 “UMHA VIZINHA 02.08.05 “PASSAR TEMPO FORA CONSEGUE DORMIR “NOM PODEMOS MATAR “MUTISMO NA AMI QUE DE WASHINGTON DÁ AO APÓS OITO ANOS DE LUITA TODOS OS NOSSOS INIMIGOS” PREPARA UMHA CIMEIRA PRESIDENTE UMHA FRESCA CONTRA O BARULHO” Bill Clinton APÓS O ATENTADO FALIDO” PERSPECTIVA DO QUE El Correo Gallego Denuncia perante Bush o beco Manchete da capa. 26.07.05 sem saída que é a política de gue- El Correo Gallego PREOCUPA À GENTE DA RUA” rra total dos EUA. 09.08.05 Manchete da capa. 26.07.05 Porta-voz da Casa Branca 03.08.05 NOVAS DA GALIZA 10 A FUNDO 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2005 A FUNDO

'Galiza Qualidade' permite apresentar produtos foráneos como galegos

OS CONSELHOS REGULADORES CRITICAM O DESLEIXO DA JUNTA PARA ESCLARECER AQUILO QUE OS DISTINGUE

O incremento no consumo de produtos com indicaçom de qualidade num mercado os conselhos reguladores, responsáveis pola supervisom dos produtos galegos de cada vez mais diversificado derivou na criaçom por parte da UE no ano 1992 de umha qualidade, consideram que o uso do indicativo topográfico 'Galiza' na marca de garantia normativa para regular o funcionamento destes indicativos. Mas na Galiza acontece que 'Galiza Qualidade' causa confusom entre as pessoas consumidoras.

ERICA DO CABO / Em 1992 a Basta que o ciclo Comunidade Europeia criou, no quadro da política de qualidade produtivo seja relativa aos produtos agrícolas ali- fechado no mentares, sistemas de valoriza- País. ‘Galiza çom e protecçom das denomina- çons geográficas e das especiali- Qualidade’ é um dades tradicionais. O selo como AENOR Regulamento 2081/1992 na Galiza véu a substituir a denomi- ou IQ-NET, que naçom Produtos Galegos de umha empresa Qualidade, criada pola Conselharia de Agricultura em consegue prévio 1983 para geri-los. Desde 1992 pagamento e estes produtos evoluírom para umha das formas que recolhia a depois de nova normativa europeia: as auditorias mais Denominaçons de Origem Protegida (DOP) e as Indicaçons ou menos Geográficas Protegidas (IGP) rigorosas maioritariamente, mas também para as Especialidades Tradicionais Garantidas (EGT) e a agricultura ecológica. A norma- Dos 32 produtos hoje registados em ‘Galiza Qualidade’ quase 70 por cento som de carácter agro-alimentar, ámbito de actuaçom das denominaçons de origem. tiva europeia estabeleceu desde entom umha protecçom jurídica automática a escala europeia para nomas como a Catalunha ou a As denominaçons das etapas do seu desenvolvi- controlos exigidos através dos os produtores destes alimentos, Andaluzia, onde também existia mento. É o caso de 'Tenreira nossos programas de auditorias e favorecendo ao mesmo tempo a um selo de qualidade que fazia de origem Galega', que ainda que pudesse ensaios, requerendo materias pri- perdurabilidade dos produtos confusom, o nome lhe foi muda- encontraram um ser umha DOP preferiu-se que mas de alta qualidade, óptimas específicos e tradicionais e facili- do. O problema é que, como afir- fosse estabelecida como IGP produçons e excelentes serviços". tando aos mais de 400 milhons ma Mari Sé Mosteiro, do entrave na para que toda a carne produzida 'Galiza Qualidade' é assim um selo de consumidores europeus a Conselho Regulador do Queijo existência de um na Galiza estivesse controlada e de qualidade como AENOR, compra de uns produtos cada vez de Tetilha, "todo o mundo rela- ao mesmo tempo ficasse aberta a ISSO 9001 ou IQ-NET, selos que mais procurados. A potencializa- ciona 'Galiza Qualidade' com os selo de qualidade porta à possibilidade de serem umha empresa consegue prévio çom dos indicativos de qualidade produtos galegos de qualidade e que emprega o vendidas como 'Tenreira Galega' pagamento ao selo e depois de contribuiu também para estimu- isto nom é assim". reses nom nascidas mas sim umhas auditorias mais ou menos lar o desenvolvimento económico referente sacrificadas na Galiza. O decreto rigorosas. Qualquer produto pode das zonas de produçom, habitual- DGP´s e IGP´s topográfico 2081/1992 regula também os pro- aspirar a possuir o selo 'Galiza mente rurais, assim como para a A Galiza tem actualmente, no dutos de agricultura ecológica e Qualidade', enquanto que, como manutençom de umha produçom registo comunitário de DOP´s e ‘Galiza’ para a as ETG´s, que garantem que o indica Mosteiro "para que um pro- agrícola variada. IGP´s, 17 produtos, ainda que promoçom do produto que leva esse selo foi duto poda estar acolhido a umha Mas na Galiza as denomina- estejam à espera de serem apro- elaborado segundo um método protecçom de qualidade tem que çons de origem encontraram um vados outros tantos. Contudo, produto, quando de produçom tradicional. ser património dessa zona". entrave na existência de um selo cumpre salientar as diferenças a procedência Mari Sé Mosteiro, do Conselho Os requisitos que umha de qualidade que emprega o entre as tipologias que a normati- galega destes Regulador do Queijo de Tetilha, empresa deve cumprir para obter referente topográfico 'Galiza' va europeia recolhe. As DOP´s, explica que "nom temos nada a o selo 'Galiza Qualidade' para para a promoçom do produto, as mais abundantes na Galiza, produtos nom ver com as marcas de garantia algum dos seus produtos som "ter quando a procedência galega des- garantem que o produto que leva está totalmente nem queremos ter nada a ver", já o domicílio social e fiscal na tes produtos nom está totalmen- o selo foi produzido, transforma- que, com efeito, som cousas Galiza e que o processo de elabo- te garantida, bastando que o ciclo do e elaborado numha zona geo- garantida muito diferentes. Se os indicati- raçom, produçom, transforma- produtivo seja fechado na Galiza. gráfica determinada, com conhe- vos de qualidade garantem produ- çom, manufacturaçom e comer- Embora nom contemplem 'Galiza cimentos específicos reconheci- tos 'Galiza Qualidade', garantem cializaçom dos produtos e servi- Qualidade' como concorrência, dos e comprovados, enquanto processos de produçom que se ços se realize desde a Galiza, ou nom entendem como um selo de que as IGP´s garantem que o repetem. Da parte de 'Galiza bem o ciclo produtivo se feche na qualidade leva o nome de umha produto que leva esse selo apre- Qualidade' afirma-se que a marca Galiza", o que deixa a porta aber- regiom, sobretudo tendo em senta um vínculo com o meio de garantia certifica "produtos e ta à concessom a produtos que conta que em comunidades autó- geográfico polo menos numha serviços que tenham superado os simplesmente tenham sido NOVAS DA GALIZA 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2005 A FUNDO 11

embalados no País. Assim, se sua sustentabilidade sem que bem que em 'Galiza Qualidade' esteja claramente definido um afirmem que a possessom da interesse social que justifique a marca é "garantia de origem gale- sua existência. ga", esta origem está em causa, tal como acontece com os produ- Perspectivas de futuro tos lácteos da empresa Président, O que está fora de questom é por exemplo. que, como afirma Mari Sé Mosteiro, "as denominaçons de Confusom no consumidor qualidade estám a ser um instru- Assim, nos conselhos reguladores mento para organizar sectores" afirmam que ainda que nom se que ainda nom estavam organi- sintam "pisados" por 'Galiza zados para a produçom exterior, Qualidade', "sim que há umha e por isso deveria ser umha prio- confusom no consumidor e no ridade para a Junta da Galiza a público em geral no que a isto diz sua continuidade. De facto, o respeito, que tendem a confun- Parlamento galego aprovou di-lo com os produtos galegos de recentemente a Lei de qualidade". Aliás, apontam que Promoçom e Defesa da nom vem tampouco nenhuma Qualidade Alimentar Galega, vontade de esclarecer esta dife- O mel galego conta com denominaçons de origem divididas em mel multifloral, de eucalipto, que estabelece "critérios para de castanheiro, de queiroga ou de silva. renciaçom nem em 'Galiza garantir a traçabilidade da pro- Qualidade', dependente da cupaçom esta confusom presente Os conselhos que sair daqui com a etiqueta duçom agro-alimentar galega e Conselharia da Indústria, nem na no mercado, assim como o des- 'Galiza' vai-se vender melhor". criar um enquadramento de con- própria Junta da Galiza. A confu- conhecimento do público em reguladores veem Também se sentem incomoda- corrência leal entre eles". Desta som torna-se mais grave quando geral do que som os produtos com preocupaçom dos com o facto de que as verbas maneira, a lei modifica o funcio- dos 32 produtos hoje registados com indicaçom de qualidade, da Junta da Galiza para financiar namento dos conselhos regula- em 'Galiza Qualidade' quase 70 ainda que reconheçam que "nom a confusom e o a publicidade do organismo públi- dores para adequá-los aos reque- por cento som de carácter agro- é fácil falar de todos em conjunto desconhecimento co 'Galiza Qualidade', que reúne rimentos internacionais de qua- alimentar, ámbito de actuaçom sem que se confundam". algumhas das empresas mais ricas lidade. Além disso, criou-se o das denominaçons de origem. Especial preocupaçom levanta presentes no do País, tenham superado os 100 Instituto Galego de Qualidade Nos conselhos reguladores, esta situaçom num momento em mercado milhons de pesetas anuais. Alimentar , umha instituiçom encarregados de orientar e con- que estám a certificar um pedido Aliás, é criticável, deste ponto encarregada de coordenar a acti- trolar a produçom, assim como de do consumidor "de ter um signo de vista, a permanente necessi- vidade investigadora e o desen- defenderem os interesses das distintivo", entendendo que "se a dade de 'Galiza Qualidade' de volvimento tecnológico para denominaçons, veem com preo- gente vem comer à Galiza tudo o recorrer a fundos públicos para a aplicá-lo a estes produtos.

Natural vs. processado

As diferenças entre os indicati- vos de qualidade e 'Galiza Qualidade' podem-se resumir na confrontaçom directa entre o natural e o processado, o tradi- cional e o moderno, e, finalmen- te, entre o pequeno e o grande; um confronto habitual demais no actual modelo económico capita- lista. Enquanto os indicativos de qualidade certificam produtos elaborados seguindo a tradiçom de um modo integrado no terri- tório de que som originários, 'Galiza Qualidade' certifica que os sofisticados processos de pro- O vinho da Ribeira Sacra figura entre as denominaçons de origem. duçom dos alimentos que avaliza som sempre os mesmos. Bons ou maus, mas sempre os mesmos. O que os selos de qualidade como 17 indicativos galegos 'Galiza Qualidade' pretendem é ‘Galiza Qualidade’ serve como garante de produtos ou serviços capturar umha parte do mercado que o empresário já acreditado lança ao mercado. Na actualidade, a Galiza pos- Tenreira Galega e Lacom da disposta a pagar por umha supos- sui 17 indicativos de qualida- Galiza, para além do ta qualidade superior, enquanto rem um produto adiante". Outra cial de concessom da licença de de, estando outros 13 em pro- Mexilhom da Galiza. Outros que os indicativos de qualidade diferença é que 'Galiza uso que, quanto ao lugar de cesso de aprovaçom. Quanto produtos com certificaçom se aplicam a produtos que pola Qualidade' nom se responsabili- fabricaçom, diz o seguinte: "se aos vinhos, som denomina- som a denominaçom específi- sua especificidade geográfica za nunca polos defeitos dos pro- nom se dispom deste dado indi- çons de origem: o Ribeiro, Val ca Mel da Galiza, a IGP som únicos. Outra diferença fun- dutos que se identificam com o car o aproximado". Afinal, d'Eorras, Rias Baixas, Monte Batata da Galiza e a denomi- damental encontra-se nos secto- seu selo, sendo as pessoas autori- 'Galiza Qualidade' reconhece-se Rei e Ribeira Sacra, do mesmo naçom de origem Pam de res sociais que beneficiam de zadas para empregarem a marca como garante de produtos ou modo que a Aguardente da Ceia, assim como a agricultura cada um deles. Por um lado, de garantia "os únicos responsá- serviços que o empresário já Galiza, estando em processo ecológica da Galiza. Aliás, 'Galiza Qualidade' abrange as veis". Face a isto, com os indica- acreditado lança ao mercado, de registo o licor café e a estám prestes a serem aprova- empresas mais ricas do País tivos de qualidade, os conselhos nom formando nunca parte da aguardente de ervas. Quatro dos em Bruxelas o grelo da (Hijos de Rivera SA, Rianjeira, reguladores nom só som os res- sua criaçom ou comercializa- queijos galegos possuem Galiza, a fava de Lourençá, a Escuris, Pizza-móvel ou Águas de ponsáveis desde o início, senom çom. A actividade que o consel- ainda o título de DOP: queijo tarte de Santiago, os pimen- Mondariz, por exemplo); os con- que som os encarregados de con- ho regulador tem nas denomi- de tetilha, Arçua-Ulhoa, Sam tos do Couto, de Oimbra, selhos reguladores aglutinam trolar todo o processo. A priori- naçons fica reduzida em 'Galiza Simom da Costa e queijo do Ervom e Arnoia, a castanha da todo o tipo de produtores, dade comercial e nom qualitati- Qualidade' ao papel das audito- Zebreiro. No que diz respeito Galiza, o chouriço galego, o empresas grandes e pequenas va de 'Galiza Qualidade' fica rias, umha entidade de controlo às carnes possuímos as IGP´s botelo e a androia. "lutando todas juntas para leva- manifesta ao ler-se o pedido ofi- externa ao produto. Som, enfim, NOVAS DA GALIZA 12 A FUNDO 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2005

NUMEROSOS ABUSOS DO EMPRESARIADO FRENTE AOS PRODUTORES NUM SECTOR EM TRANSFORMAÇOM Conflituosidade no vinho galego

Depois de vendê-llo como um dos mais importantes produtos do agro galego, o e atrasos no pagamento da uva levam a situaçons muito perigosas como a vinho do País sofre nestes momentos umha conflituosidade interna devida às acontecida na primeira semana de Agosto, quando um colheiteiro foi agredido práticas nada limpas dos empresários do sector. Actuaçons mafiosas, preços baixos polo empresário ao qual tinha vendido uva por valor de 1.300 euros.

F. MARINHO / Longe das grandes Entre os grandes festas em honra do Alvarinho, ou das provas pantagruélicas, a reali- proprietários de vinhas dade do vinho galego oferece figuram o presidente umha imagem muito preocupante porquanto nom se trata do mundo do Celta, o da Cámara ideal apresentado polos grandes adegueiros. No dia 11 de Agosto, de Ourense ou o da sexta-feira, o grande enólogo Robert Parker, gabava a qualidade Deputaçom de Ponte do alvarinho dizendo que era um Vedra. Fraga mudou a dos mais excelentes produtos vinícolas da Europa. Mas em con- lei para manter o poder trapartida, as festas só som umha máscara que oculta a triste e da DO das Rias Baixas lamentável situaçom do vinho. O primeiro exercício que cum- de 2004, os pagamentos fôrom de pre realizar é diferenciar entre o entre 0,80 cêntimos de euro e colheiteiro e viticultor e o ade- 1,10 euros por quilo, enquanto na gueiro. O primeiro cultiva e recol- campanha anterior os pagamentos he a uva; o segundo elabora o chegárom a ser de 1,50 euros por vinho. Na actualidade as imagens quilo. A diferença situa-se en 0,70 dos dous podem ser confundidas, cêntimos. O grave deste tema é a mas som os adegueiros os benefi- Os preços do quilo de uva som ridículos. Na vindima de 2004, os pagamentos fôrom de entre 0,80 cêntimos precariedade em que vivem os ciários da exploraçom vinícola. de euro e 1,10 euros por quilo, enquanto na campanha anterior chegárom a 1,50 euros. colheiteiros. Neste sentido os Começamos polas ajudas que benefícios que se obtenhem na recebem os trabalhadores do sec- venda do vinho vam para os gran- tor. As subvençons dependem da des adegueiros, que controlam superficie a trabalhar. A superfície todo o sistema. mínima para aceder é de 10 hecta- Os beneficios com que ficam as res no caso dos solicitantes colec- grandes denominaçons som de tivos; no caso dos individuais seria 400%, caso das Rias Baixas. Mas de meio hectar. O investimento também as grandes superfícies previsto para esta campanha é de comerciais entram no jogo, quan- 1.775.351 euros. O dinheiro seria do som elas mesmas a aplicarem entregue ao viticultor quando este preços mínimos, usando o vinho já tivesse realizadas as tarefas de (e outros produtos) como chama- condicionamento e melhoramento da de atençom para os possíveis nas suas terras. Existem também clientes. O efeito é umha descida ajudas para a plantaçom em novos na quantidade de benefício para o terrenos, que podem ser novos ou produtor da uva. Só há benefício comprados a outro viticultor. As para adegas e centros comerciais. ajudas som de 20%. O dramatismo também fai parte A situaçom actual é a que desta situaçom. A imprensa recol- segue: som os pequenos proprie- hia no dia 1 de Agosto a agressom tários os que nom recebem as de um representante da Cámara ajudas plenas para o melhora- Municipal de Cambados a um col- mento das suas terras. Estes heiteiro, que reclamou ao político pequenos produtores tenhem A maior parte dos subsídios destinados ao sector vam para os grandes adegueiros, ficando os produtores local 1.300 euros pola uva que lhe dinheiro para renovarem o arame numha situaçom de indefensom ante os baixos preços e a dificuldade para rendabilizar o trabalho vendera. O político, José Antonio de espinho, para o emparrado, Domínguez, agrediu o viticultor para o acesso à água e para que controla a legislaçom sobre as Um representante umha margem estipulada, um com um golpe na cabeça. No pequenas obras de condiciona- Denominaçons de Origem, fijo preço negociado entre produtores momento da agressom, Dopazo ia mento. Os grandes empresários umha mudança recente na lei para da Cámara e adegueiros. Tudo é um acordo de motocicleta e com o capacete do sector estám a receber quase o manter no poder os seus aliados. Municipal de verbal entre as duas partes. Mas posto, parando quando lho solici- cem por cento das subvençons. Um caso importante neste senti- isto implica que nom há obriga- tou J.A. Domínguez. Dopazo deu Com o seu poder aquisitivo ten- do foi o da DO Rias Baixas, que há Cambados agredia çom de pagamento no mesmo entrada no hospital no dia seguin- hem acesso à compra de novas tempo teria que ter abandonado a um colheiteiro momento de entregar as uvas. te da agressom. Segundo o parte propriedades que se transforma- direcçom da DO, mas o seu man- Assim se produzem situaçons médico por umha hemorragia súbi- rám em vinhas com direito a mais dato foi prorrogado por dous anos a finais de Julho, como as acontecidas nas Rias ta interna. Os médicos nom asse- ajudas. Entre os grandes proprie- pola Junta de Fraga Iribarne que reclamava ao Baixas. Dá-se aos viticultores ou gurárom que se devesse ao golpe tários de vinhas galegas figuram o (DOG 6 de Abril de 2005). colheiteiros um primeiro paga- recebido na cabeça. A denúncia foi presidente do Celta, o presiden- político local 1.300 mento no mês de Maio, mas nem tramitada perante os tribunais, te da Cámara de Ourense ou o Preços e ameaças euros pola uva que todos recebem o dinheiro. O mas quando o viticultor recebeu o presidente da Deputaçom de Situando-nos na análise, os preços segundo pagamento é sobre o mês dinheiro, o filho de Domínguez Ponte Vedra. que recebe cada quilograma de lhe vendera de Junho, tudo sob a decisom da ameaçou o agredido com “possí- Mas a grave situaçom do vinho uva é um preço ridículo em com- indústria vinícola. veis acidentes”. A mesma impren- galego chegou até o paroxismo paraçom com o preço que tem o Os preços que alcança o quilo sa recolhia a demora dos adeguei- quando a Junta da Galiza anterior, vinho no mercado. Nom existe de uva som ridículos. Na vindima ros a pagar as uvas compradas. NOVAS DA GALIZA 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2005 REPORTAGEM 13

REPORTAGEM

UM FILME SOBRE CARLOS VARELA RESGATA AS IMAGENS DO MOVIMENTO NACIONAL-POPULAR A história perdida do cinema galego

Segundo o nomeado historiador francês George Sadoul, o verdadeiro sentido que vai para além de um filme. Desaparecida a encenaçom, o cinema da realidade do cinema só se pode enxergar no seu vínculo com o "génio e os anseios de um encarna o mundo, como quer Víctor Erice, em lugar de o representar. O dispositivo povo". Na medida em que o cineasta adquire consciência do tempo histórico e cinematográfico serve, entom, para a revelaçom, no significado mais nobre da a cámara incorpora o real ao seu cerne, a celulóide impressionada muda em algo palavra, e os assuntos da humanidade ficam a nu perante o espectador.

DANIEL SALGADO / Na revelaçom tica confluem com umha extrema trabalhava precisamente a cáma- sensibilidade perante o real. O fas- ra de super8 que manejava Carlos cismo expulsou, também, a possibi- Varela Veiga (Lugo, 1945- lidade de um cinema aferrolhado à Malpica, 1980). O cinematógra- terra e aos seus conflitos. fo, em qualidade de lanterna de Contra 1977, Carlos Velo, insu- Varela Veiga, registou, e aliás bornavelmente apegado ao docu- empurrou, a imagem colectiva de mentário, opinava do que devia ser um povo erguido, a Galiza a cinematografia galega: "O ideal enfrentada à Segunda está no homem vivo, os labregos, Restauraçom Borbónica. Assim, os estudantes, os marinheiros, os polas fitas de Carlos Varela, mili- burgueses das vilas... a gente tal tante da UPG entre 1972 e a sua como é, com os seus conflitos num morte, transitam os momentos sentido mui amplo. Esse é o retra- decisivos do País, as gentes em to que cumpre fazer hoje da rebeliom, a crónica das luitas Galiza". Naqueles mesmos anos nacional-populares. O movimen- de retornos e desengado, Carlos to gravado e ao serviço da organi- Varela passava polas Jornadas de zaçom política: as Encrovas, Cinema e Vídeo do Carvalhinho Baldaio, a quota empresarial com umha cópia de 'Universidade agrária, a plataforma contra a cen- comprometida', o filme que Carlos tral nuclear em Jove, os Dias da Velo realizara durante a visita de Pátria, os congressos da UPG. O Salvador Allende à Universidade cinema como ferramenta e o de México em 1973. Semelhava documento como pedaço do pro- que as feridas ainda se encontra- cesso emancipador. Manifestaçom em Carvalho no dia 8 de Maio de 1977. Os vizinhos e vizinhas Foto: Carlos Varela Veiga vam a tempo de estinhar. As mais de quinze horas de protestavam contra a usurpaçom da areia das praias de Baldaio. Do mesmo modo Varela Veiga fitas recolhidas por Carlos deixava o alento e a película da sua Varela entre 1976 e 1980 dormí- Varela Veiga registou super8 capturando a fractura, um rom o sono dos justos, dos ver- a imagem colectiva documentarista catalám, Llorenç dadeiramente justos, durante Soler, montava filmes de agitaçom quase vinte e cinco anos. Neste de um povo erguido. no sul do País. 'O monte é nosso' - Agosto de 2005, sob a direcçom Recolheu momentos sobre a mancomunidade de mon- de Ramiro Ledo Cordeiro, tes do Condado- e 'Autopista, estrea-se o filme 'CCCV - Cine decisivos do País, umha navalhada à nossa terra' -a Clube Carlos Varela', que arma a a crónica das luitas desfeita da auto-estrada do biografia do cineasta lucense Atlántico-, pagas polas coordenado- através das suas próprias ima- nacional-populares: ras de afectados e gravadas em gens. Ledo Cordeiro juntou o as Encrovas, Baldaio, 16mm., na actualidade depositadas filmado por Varela Veiga pesqui- na filmoteca catalá, partilham com sando nos armários da família, a quota empresarial o cinema de Carlos Varela a sua nos fundos do Centro Galego agrária, Jove... condiçom de fitas à margem de das Artes da Imagem, nos arqui- estruturas comerciais e metidas vos da UPG e traçou um mapa Carlos Varela Veiga filmando o acto político Extraído do filme CCCV O cinema como como um estrato mais do processo do 25 de Julho de 1979, na Praça da Quintá. de mais de sessenta minutos. A ferramenta e o político. Registados em 1977 e ingente tarefa de documenta- 1978, os filmes de Llorenç Soler çom deu como resultado o hou na fotografia, de onde proce- Xosé Paz, o único militante documento como disparam contra o fluxo desigual de redescobrir um cineasta no dia a sua vocaçom cinematográfi- desde Galicia, de Carlos Velo em pedaço do processo informaçom e proporcionárom, pro- esquecimento, mas também um ca; na cerámica; na elaboraçom 1936", termina o director de emancipador. porcionam, a face escura do desen- homem comprometido a fundo, de murais e tapiçarias; no desen- 'CCCV - Carlos Varela Veiga'. volvimento invertebrado da Galiza. desses que o poeta afro-ameri- ho gráfico, no associacionismo O cinema enleado na história cano Amiri Baraka considera do cultural -clube Valle-Inclán, em A estirpe no exílio em andamento conheceu um seu interesse: "Gente séria Lugo- e no cineclubismo de A estirpe cinematográfica -e políti- Atrás ficava 'Galicia', a fita de Velo último degrau com a experiência fazendo cousas sérias". Toda base, alerta de que as salas alter- ca, já que as duas se fundem e con- que, com roteiro do Xocas e desen- do filme colectivo 'Há que botá- umha etapa nacional interessei- nativas e militantes som a chave fundem no cinema militante- de hos de Castelao, deveu funcionar los'. Fora da sua discutível validez ramente silenciada toma corpo e para o cinema nacional próprio Carlos Varela Veiga arranca, justa- como pedra fundacional de um ideológica, o que de aproveitável rosto em 'CCCV - Cine Clube do futuro". Ramiro Ledo conti- mente, no grande filme perdido do cinema próprio da Galiza. Na altu- guarda o acontecimento 'HQB' Carlos Varela'. O invisível torna- nua: "Varela Veiga percorreu a cinema galego. Quando depois do ra de hoje, conservam-se apenas reside no seu absoluto prescindir se visível. A resistência contra o Galiza inteira com a sua cámara alçamento fascista de 1936 Carlos dez minutos da sua metragem ori- dos canais cinematográficos opressor existiu e agora transco- de cinema para realizar a crónica Velo, o cineasta de Cartelhe, saiu ginal, e neles adivinham-se os visio- usuais. Umha miga aquilo do rre perante os olhos. do movimento nacional-popu- para o exílio mexicano, as esperan- nados de um Velo instalado na van- cineasta Jean-Luc Godard: "Se "O Carlos Varela Veiga", explica lar". "Carlos Varela foi um cineas- ças de umha cinematografia nacio- guarda artística e política da sua tens um franco no peto, fai filmes Ledo Cordeiro, "também trabal- ta de cinema galego; como di nal galega exilárom-se com ele. época. A estética e a técnica sovié- que custem um peso". NOVAS DA GALIZA 14 REPORTAGEM 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2005 REPORTAGEM

Em 2005 ardêrom na Galiza 15.217 hectares, dos quais 4.243 eram superfície arborizada

O NOVO GOVERNO NA JUNTA MANTERÁ O DISPOSITIVO DE EXTINÇOM DE INCÊNDIOS DA ÚLTIMA ‘ETAPA FRAGA’

Nos últimos 30 anos, uns 150 mil incêndios florestais afectárom 1.500.000 hectares, dous meses de campanha contra os incêndios. O conselheiro do Meio Rural, Alfredo metade da superfície da nossa terra. A Galiza é a zona da Europa com maior densidade Suárez Canal considerava nestes momentos umha "temeridade" mudar o dispositivo de fogos florestais. Entre Janeiro de 2005 e o dia 7 de Agosto deste ano ardêrom na Galiza contra-iincêndios em plena campanha de extinçom. Prometeu, na sua primeira 15.217 hectares. O maior número de fogos e de superfície arrasada localizam-sse na comparecência, clareza no tratamento dos dados e máxima transparência para que província de Ourense, onde já temos 6.282 hectares de monte afectados, faltando ainda a cidadania "tome consciência real do problema".

MARTA SALGUEIRO / Este Verao Entre os dias 1 e 7 falecia novamente um piloto de Agosto ardêrom dos avions anfíbios Dromader contratados pola Junta para este na Galiza 1.465 hec- labor. Som três pilotos mortos tares de superfície em dous anos a bordo desta mesma nave. A administraçom dos quais 974 autonómica investe 10,22 mil- correspondem à hons de euros anuais na luita contra o lume. Mas a maior província de parte deste dinheiro só serve Ourense. 517 hectares para a extinçom. Nom há políti- ca de prevençom e os agentes eram arrasados em florestais demandam também zona arborizada formaçom. Som centos os tra- balhadores e trabalhadoras que na Galiza formam parte das bri- O Comité de gadas contra incêndios munici- Defesa do Monte pais ou da Junta que nom rece- bem nenhum tipo de formaçom Galego continua a antes de começarem a trabalhar dar validez ao na extinçom. Em muitos concel- hos galegos a escolha de pessoal manifesto para fazer parte das brigadas é "Defendamos o por designaçom do próprio pre- sidente da Cámara. “Os incêndios apagam-se para sempre com empenho e constáncia, incidindo nas causas estruturais que os provocam, monte, apaguemos e restituindo ao rural galego o protagonismo e o compromisso que se lhe deve”, destacam no Manifesto. o lume. O mundo 579 paróquias em especial risco de incêndio rural galego existe" 579 freguesias de 120 concelhos Lugo é a que apresenta menos Entre as organiza- galegos fôrom declaradas como lugares especialmente sensíveis zonas de especial risco de ao lume, com 42 paróquias de çons assinantes está incêndio. Ourense é a província nove municípios. A superfície o BNG que tem com maior número de paróquias média anual queimada diminuiu afectadas, con 263, que corres- nos anos '90, mas apesar dos pla- nestes momentos a pondem a 52 concelhos, seguida nos INFOGA, o número de gestom da prevençom da de Ponte Vedra, com 158, incêndios disparou-se até e extinçom de situadas em 33 termos munici- 11.000 por ano. pais. A Corunha também passa incêndios florestais da centena de lugares declara- Formaçom das equipas de trabalho da Junta da Galiza dos como zonas de especial As centrais sindicais lamentam risco de incêndio florestal, 116 a pouca formaçom que recebem situadas em 26 concelhos, muitas das brigadas de extin- enquanto que a província de çom. Exigem "mais cursos de 579 freguesias fôrom declaradas como zonas de especial risco de incêndio NOVAS DA GALIZA 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2005 REPORTAGEM 15

A administraçom autonómica investe 10,22 milhons de euros anuais na luita contra o lume. Mas a maior parte deste A superfície média anual queimada diminuiu nos anos '90, mas apesar dos dinheiro só serve para a extinçom. Nom há política de prevençom e os agentes florestais demandam formaçom. planos INFOGA, o número de incêndios disparou-se até 11.000 por ano. formaçom e material para os protagonismo e o compromisso agentes florestais encarregados Três pilotos das que desde há tempo demais se da extinçom" esclarecendo que brigadas de lhe deve". Criticavam ao ante- O factor humano nem todas as pessoas que estám extinçom de rior governo na Junta do Partido a trabalhar neste labor "som do Popular "a preguiça das políticas A Galiza acumula, com chega apenas a 96%, atribuin- mesmo colectivo, polo qual cada incêndios falecêrom passivas e exclusivamente de 99,14%, umha das maiores do-se os 4% restantes a cau- umha delas tem carências". durante dous reacçom de uns governos que percentagens de incêndios sas estritamente naturais, No Comité de Defesa do permitem que a 'malumada' devidos a causas vinculadas como os raios das trovoadas. Monte Galego mantenhem as anos em acidentes devore primeiro a riqueza dos directa ou indirectamente à As queimas realizadas em exigências que há um ano figu- laborais a bordo nossos montes e o lume reduza actividade humana, número actividades agrícolas ou gana- ravam no manifesto assinado depois a sua via a cinza, enquan- que na média do Estado deiras chegárom a provocar por 12 organizaçons sociais e dos avions anfíbios to pagamos cada ano mais cara a 3.970 incêndios por ano. Os políticas, entre as quais está Dromeder. Os factura de abafar tanta incom- fogos provocados por piróma- o BNG, no passado dia 1 de petência e falta de prevençom". nos fôrom 818, do qual se Setembro de 2004. sindicatos O conselheiro do Meio Rural, pode concluir que se produ- Entre as exigências deste exigem mais e Alfredo Suárez Canal (BNG), Galiza acumula, zem mais de dous incêndios manifesto figuravam a "total e manifestou que nestes momen- por dia originados intencio- urgente acçom para defender o melhor formaçom tos, em plena campanha de com 99,14%, nalmente pola mao humana. meio rural galego". Declaravam para trabalhadores extinçom, o seu departamento umha das maiores Esta quantidade implica nada a "Galiza país livre de incêndios. nom pode variar o operativo menos que 12% do total dos Sabemos como lográ-lo. Sem e trabalhadoras desenhado. Será, dixo o percentagens de incêndios com causa conheci- demagogias, sem mentiras e Conselheiro, na próxima tempo- incêndios por da, percentagem igualmente sem propaganda. Os incêndios rada quando haverá "que mudar muito superior na Galiza que apagam-se para sempre com a política de prevençom", com- causas vinculadas no resto do Estado. Apesar empenho e constáncia, com prometendo-se a chamar os directa ou dos 11.000 incêndios regista- políticas que incidam nas causas agentes implicados para desen- dos anualmente na Galiza estruturais que os provocam, e har a estratégia contra os incên- indirectamente à entram na cadeia tam só restituindo ao rural galego o dios da Junta da Galiza. actividade humana entre 15 e 20 pessoas.

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Junto cheque polo importe à ordem de Minho Média S.L. Assinatura NOVAS DA GALIZA 16 ENTREVISTA 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2005 ENTREVISTA

Joám Bagaria, responsável nacional de Organizaçom da Assembleia da Mocidade Independentista (AMI) “AMI é umha organizaçom pública que trabalha na legalidade”

ALONSO VIDAL/ Nascida no início da decada de 90, a AMI da mocidade -ssó podem ser militantes as pessoas menores a sua organizaçom por grande parte do País, mas representou nos últimos anos o colectivo referencial da de 29 anos. A maior parte som estudantes e universitários, reconhecem que há zonas de muita maior presença e mocidade implicada activamente na libertaçom nacional. mas também há umha percentagem considerável de actividade, nomeadamente Compostela, Vigo e Ourense. Ideologicamente defende a independência nacional no trabalhadores e trabalhadoras. Funciona através de Depois do acontecido no último mês, NOVAS DA GALIZA fala caminho à consecuçom de um estado socialista, mas o seu assembleias comarcais coordenadas por um Conselho em exclusiva com Joám Bagaria. Este moço, licenciado em trabalho tem a ver fundamentalmente com os problemas nacional e umha Mesa Permanente. Afirmam ter espalhado História, é responsável de Organizaçom da AMI.

Desde a VI Assembleia nacional, a tuados a esse tipo de alarmes AMI redefine-sse como umha sociais fabricados. “organizaçom de quadros”. Qual o No El Correo Gallego mesmo se motivo da mudança? chegou a falar de que ia ser detida Fundamentalmente considerou-se a “cúpula” da AMI, mas nós nunca que a estratégia de acçom pensamos que isso fosse acontecer, específica da AMI nom se corres- nem ilegalizaçons nem cousas pondia com a clássica organiza- dessas. O que sim existe é um çom de massas que aglutina toda a seguimento constante por parte da juventude independentista e polícia de companheiros activos socialista. Por outro lado, ten- social e politicamente, com tamos assim aumentar o compro- violaçom de telefonemas e correios misso da militáncia, que só pode electrónicos incluída. integrar a organizaçom após ter demonstrado umha implicaçom Todos os métodos de luita som suficiente com o projecto. A partir válidos para a AMI? da nossa especificidade tentamos Já temos expressado em participar em estruturas mais comunicados que a AMI é umha amplas do movimento. organizaçom pública, que age A direcçom da AMI fala em exclusiva para o NOVAS DA GALIZA dentro da legalidade. A AMI Como avalia a AMI a divisom considera que a estratégia de existente hoje no movimento consistiu num trabalho intensivo tratamento informativo que se deu pudo ter a ver na atribuiçom fácil à tensionamento social é útil para independentista da Galiza? em defesa da língua; neste campo aos companheiros detidos foi AMI do acontecido. Já no ano tornar visível o rosto que Nós pensamos que infelizmente a insere-se a intensa campanha que totalmente distorcido. Nalguns 1995, após umha sabotagem realmente tenhem as cousas. unidade entre organizaçons desenvolvemos contra o meios falárom como se tratasse de numha sucursal da Caixa Galicia, Trata-se de tornar patente o juvenis independentistas nom era desrespeito do Decreto relativo ao psicopatas. Os companheiros houvo duas detençons com umha conflito que existe sob a viável, porque nom trazia frutos uso do galego no ensino. Também detidos, para além de serem campanha de assédio muito normalidade democrática, assu- em si mesma. Por isso, fomentou- nessa linha estratégica se militantes da AMI, som pessoas parecida à destes dias. Na altura mida tranquilamente, onde se se que a AMI fizesse o seu trabalho desenvolveu umha outra envolvidas no campo da falava-se de um tal Novo Exército escondem muitas cousas muito com total independência em campanha nos centros de trabalho, dinamizaçom social e cultural do Galego ou qualquer cousa do graves e violentas. Nos media nada relaçom a outras organizaçons, sem fundamentalmente na hotelaria, País, conhecidas e respeitadas polo género, e houvo quem preten- se diz da intervençom sangrenta descartarmos, no futuro, a unidade onde o emprego do idioma seu trabalho público. A polícia e os desse envolver a AMI. Mas pronto, de empresas como a Caixa Galicia de acçom em circunstáncia mais nacional está coaccionado. Este media implicárom directamente a já estamos habituados a essa nos projectos empresariais que favoráveis. Convocatórias nacio- ano também participamos AMI, se calhar por que esta estratégia criminalizadora por mais desfeitas estám a provocar no nais significativas, como por activamente na plataforma contra organizaçom dá validez a todos os parte da polícia e dos meios de País. exemplo o Dia da Pátria, sim o desfile militar da Corunha. Além métodos de luita pola libertaçom comunicaçom. deveriam ser unitárias mas, disso, nom esquecemos o trabalho nacional. Esta é forma que tenhem Tudo isto fará com que seja sinceramente, as relaçons nom comarcal em cada vila em que de criminalizar todo o trabalho da Com recebeu a militáncia da AMI modificada a linha de actuaçom da estám no seu melhor momento. temos presença. mocidade independentista. o facto de ser acusada de AMI no futuro próximo? “terrorista” polos media? Nom pretendemos que assim seja. Que campanhas realizades e a que Como valoriza a AMI os factos A sabotagem nom foi reivindicada, O qualificativo de “terrorista” nos Os primeiros momentos deste sectores estám dirigidas? acontecidos a 23 de Julho e nos mas associa-sse a um manifesto meios é umha arma muito útil para processo fôrom os mais difíceis, Normalmente desenhamos cam- dias posteriores? divulgado pola rede de umha desqualificar qualquer ideia ou mas com o passagem do tempo panhas a médio e longo prazo, mas Nós afirmamos que acçons como a Resistência Galega defen-ssora de reivindicaçom política. É efectiva e estamos a recuperar a actividade também participamos ou convo- do dia 23 já se tenhem repetido umha nova estratégia de acçom nota-se bem. Mas nem tanto normal. Queremos continuar camos actos pontuais: o Dia das nos últimos anos; som sabotagens sob a máxima de “o relevante nom é internamente, onde embora como até agora. Agora minguados Letras, o primeiro de Maio, no dia habituais em datas próximas do quem bate mas em quem se bate”... houvesse pessoas que se sentírom polo facto de termos dous 10 de Março, etc. Umha das linhas Dia da Pátria, sem a transcen- O facto de que nom houvesse pressionadas no conjunto do companheiros presos, mas com estratégicas adoptadas pola AMI dência mediática desta ocasiom. O reivindicaçom da acçom do dia 23 independentismo, estamos habi- vontade de crescer ainda mais. NOVAS DA GALIZA 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2005 CULTURA 17 CULTURA

PORTAL GALEGO DA LÍNGUA A equipa da conselheira

REDACÇOM / A nova conselheira Luís Bará, diretor geral de Caminhos para umha nova etapa da Cultura e Desportos, Ángela Criaçom e Difusom Cultural Bugallo, já confeccionou a equipa De Paredes, Vila Boa, Bará é de trabalho que regerá a política professor de Língua e Literatura MIGUEL R. PENAS cultural do País nos próximos galega em excedência, já que quatro anos. Bugallo, doutora em desde o ano 1999 desempenha o Biologia e mao direita do porta- cargo de vereador da Cultura em voz do BNG, foi finalmente a Ponte Vedra. Neste posto escolhida por Quintana entre os destacou polo seu carácter diversos nomes que se discutiam, participativo e dialogante. Abriu alguns deles com perfis em o pelouro às entidades sociais e princípio mais acordes para o implicou umha boa parte da posto, segundo fontes próximas sociedade no labor cultural da do BNG. Entre os nomeamentos Cámara. da conselheira para os cargos do seu departamento destacamos os Felipe Arias, director geral do seguintes: Património Cultural Este luguês de 55 anos é Carlos Amoedo, secretário geral licenciado em Filosofia e Letras de Cultura (secçom Geografia e História) e Corunhês de 35 anos, é doutor dirigiu o museu provincial de em Direito. A sua tese de Lugo e o do Castro de Viladonga. doutoramento foi dirigida por Também foi patrono fundador do Meilán Gil e versou sobre a Museu do Povo Galego. Tem categoria da polícia no direito participado em muitas administrativo espanhol. excavaçons e prospecçons No ano 2000 publica “Poder arqueológicas e é autor de policial y derecho projectos culturais. administrativo” editado pola Participantes do convívio em Montalegre, organizado pola AGAL Universidade da Corunha, onde Santiago Domínguez, director dá aulas nas faculdades de direito geral para os Desportos Nestes últimos dias sucedêrom- semanas fôrom organizadas pola O outro acontecimento de e Humanidades; além disso Viguês de 41 anos, foi vereador se na Galiza vários aconteci- populaçom galega. enorme interesse, mas muito ministra um curso de dos Desportos no governo de mentos que podemos qualificar Entre os dias 18 e 23 de Julho mais modesto, foi o convívio doutoramento, centrado nas Castrillo em Vigo. Forma parte como históricos. Sem dúvida, o decorreu em Compostela o VIII que juntou mais de 30 pessoas novas políticas públicas de desde o ano 91 do Instituto mais relevante foi a mudança de Congresso da Associaçom Inter- em Montalegre em 30 de Julho. segurança e a sua relaçom com as Municipal dos desportos. Após a cor política do governo galego. nacional de Lusitanistas. Um Organizado pola AGAL tratou- liberdades públicas. demissom de Castrillo, foi o Com certeza que disto tenhem facto que podemos qualificar de se de mais umha iniciativa para O Conselho da Cultura está a porta-voz do grupo municipal conhecimento quase todos os enorme transcendência para o ser tentar apagar a raia mental que patrocinar-lhe neste momento nacionalista. É treinador de cidadaos. nacional galego, ainda mais ao ter muitas vezes divide galegos e um manual de direito cultural. baloncesto. É algo que vai ter sido eleito um galego como vice- portugueses. conseqüências imediatas. Pola presidente desta associaçom. Umha reuniom de pessoas primeira vez galegos de naçom Talvez só umha percentagem que graças ao PGL (www.agal- terám responsabilidades ao mais mínima do conjunto da popula- gz.org) chegárom a conhecer e ARROZ COM CHÍCHAROS alto nível de governo. Após a çom galega tenha reparado neste mesmo simpatizar com a luita peste Fraga está na hora de acontecimento. Mas isso nom pola dignificaçom lingüística da reconstruirmos o País e mesmo diminui a sua enorme Galiza. Pescada à caçarola (6 pessoas) de tentarmos colocar os alicerces importáncia na luita por É certo que este aconte- para avançar algo mais. consolidar a Galiza como mais um cimento só chegou a umha O NOSSO EIDO / Picamos las. Quando o molho estiver A língua nom pode ficar à país lusófono. Podemos afirmar percentagem ainda menor de cebola numha tarteira de pronto, acrescentamos as bata- margem nesta nova etapa, e com que este objectivo está cada vez galegas e galegos. barro, um pouco de alho, tas, um pouco de sal e um pou- certeza que a sociedade civil mais mais próximo. Mas também é certo que sim pimento vermelho e cenoura. quinho de água, conforme o azei- dinámica já está a marcar pautas e No mínimo, nos círculos chega e marca pautas nos Deitamos um bom jorro de te que tivéssemos empregado, caminhos. Coloco a seguir duas académicos e estudiosos da nossa sectores mais cons-cientes na azeite, um copo de vinho bran- para cobrir as batatas. Quando as iniciativas cívicas que nas últimas língua comum, mas nem só. luita pola (re)normalizaçom. co e um jorrinho de uísque. batatas se puderem furar, acres- Pomos-lhe um comprimido de centamos a pescada. Pomos um caldo de galinha e dous saquin- pouco de salsa (perexil) por cima TABELA CULTURAL hos de açafrám. Depois de e deixamo-lo em cocçom duran- limpa a pescada, corta-se em te dez minutos. Se quigermos seis toros e tempera-se. dar-lhe mais sabor, podemos pôr DOUS DISCOS... UM WEB... güista catalám Lluís Aracil. Cortamos as batatas em rode- também ervilhas. (Associação de Amizade Galiza- Zume de terra, o último trabalho de http://www.udc.es/dep/lx/cac/vo. Portugal) Xosé Manuel Budiño. Como se afirma Versão Original. Interessante web no seu web, um disco que nom reinter- promovido por Celso Álvarez Fazer-se um nome. Ensaio de Joel preta a tradiçom. Polo contrário, cria Cáccamo com materiais sobre o deba- R. Gômez, que continua a investigar “valendo-se dela.” (Boa/ Colecçom DO te lingüístico na Galiza. sobre a imprescindível figura de FOL) Guerra da Cal nas letras galegas e E DOUS LIVROS... portuguesas. (Ediçons do Castro) Algures, no meio do nada. Primeiro trabalho de Contratempos, banda ska Do latim às línguas nacionais portuguesa que se estreia na Galiza no (Introdução à história social das próximo festival Rebúmbio 2005 de línguas europeias.) Ediçom crítica Livrarias colaboradoras: Torga (Ourense), Tameiga (Mós). de um texto do reconhecido sociolin- A Palabra Perduda (Compostela) NOVAS DA GALIZA 18 E TAMBÉM... 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2005

TEMPOS LIVRES MÚSICA

PALAVRAS CRUZADAS, por Alexandre Fernandes.

A Matraca Perversa estará no dia 3 de Setembro no Festival da Poesia do Condado HORIZONTAIS: 1a.- Ruído característico VERTICAIS 1a.- Comarca que abrange produzido polo fechamento da glote, e Camarinhas, Sás e Vimianço ; 1b.- Jornal que em castelhano dizem a partir da ono- da esquerda independentista editado por matopeia “hip” / Pranto entrecortado por MLN. // 2.- Olhar. // 3a.- inspiraçom ruidosa; 1b.- Galha arredonda- Pessoa tola ou parva; 3b.- Moço / Novo. // Fim do Verao, fim da festa da que se forma nos carvalhos / 4.- Terreno coberto de relva ou de grama / Conselheira da Cultura polo BNG. // 3a.- Campo de futebol. // 5.- Grupo político Vento galego que sopra do NE; 3b.- que fai parte do BNG e ao qual pertence Formosa fraga do concelho de Baleira. // Veiga Buxám // 6.- Verbo da expressom Música, recitais, obradoiros ou mostras de 5a.- Apelido basco de um dos políticos latina (nada obsta) com que a censura máis túçaros do PSOE espanhol; 5b.- autorizava umha publicaçom. // 7a.- Herói Forma de saudaçom equivalente a olá, mitológico protagonista da Odisseia / audiovisual para os festivais deste mês quase perdida. / Interjeiçom que designa Fundador de Lisboa; 7b.- Naquele lugar / aplauso, aclamaçom ou entusiasmo. // 6.- Variante do advérbio Ali. // 9a.- Teórico do SOLE REI / O Verao está já a acabar. como jogos de rol, obradoiros e o das Pedrinhas, em Mós, no Canalizaçom por meio de tubos. // 7a.- regionalismo galego nascido em Carvalho; Fruto da aveleira; 7b.- Quinze em núme- 9b.- Fidalgo galego, Conde de Ourém, ao Numhas semanas, mais cedo ou Plug & Play, no qual qualquer Rebúmbio 2005, onde Eskorzo, ro romano. // 8.- Deusa grega do conheci- serviço dos reis de Portugal, Leonor Teles mais tarde, haveremos de despe- grupo com ao menos um membro Dakidarria, Quempallou e mento e da razom. // 9.- Mistura de um e D.Fernando, assassinado polo Mestre dir-nos das férias e voltar ao trabal- viguês poderá subir ao palco e Contratempos porám a música do aglutinante com areia e água, empregada de Avis. // 11a.- Na Índia, mestre da vida ho. No entanto, à oferta de lazer tocar um pouco. dia 27 de Agosto, logo depois do na construçom. // 10.- Folia ou diverti- interior. / Mentor, Guia ou líder espiritual, mento que dura a noite toda, ou quase. // até; 11b.- Ruído forte, agudo, sibilante, da estaçom ainda lhe fica avondo Também no dia 20 será o Festival Encontro de Músicos A Pelo do 11.- Sede da Junta da Galiza na praça do penetrante. // 13a.- Ovos do piolho; 13b.- que oferecer. Lembramos-vos de Vilarinho de Cangas, onde este dia 26, onde qualquer pessoa Obradoiro. // 12.- Transcendente, alto, Um grande vinho com denominaçom alguns dos festivais que ficam por ano se juntam Quempallou, poderá troulear um bocado, isso superior. // 13. – Jornalista especializado Ribeira Sacra. // 14.- Símbolo químico do em diatribes contra o sanedrim (a UPG). Xénon ou Xenônio (BR.). // 15a.- celebrar neste mês, para que apro- Lamatumbá, A Quenlla e sim, sem electricidade. // 14.- (o) Rio do Caurel. // 15a.- Obra de Interjeiçom de orige árabe; 15b.- Insecto veitedes e nom perdades o tempo. Macfeck. E para os seguidores do Nestes mesmos dias 26 e 27 Eduardo Branco Amor. / Local social de coleóptero de grande porte, com mandí- Depois de ter desfrutado de gru- grupo ourensano a festa nom fina- temos também o Ortegal Rock Ourense; 15b.- Vila ao Sul do Alentejo em bulas que lembram as hastes dos cérvidos pos como Pixies, Nick Cave & liza por aqui, pois no dia seguinte 2005, em Carinho, com Loretta que o Zeca Afonso se fijo a acupunctura. / Escorna-bois. The Bad Seeds ou Foo Fighters na Lamatumbá tocará de novo com Martin, Costa Norte, Funky décima segunda ediçom do os Diplomáticos de Montealto nas Brewster e McKuin para a primei- Festival de Paredes de Coura, rea- Festas da Peregrina de Ponte ra noite e Siniestro Total e Fé de lizada entre os dias 15 e 18 deste Vedra. Ratas para a segunda. DESCOBRE O QUE SABES..., por Salva Gomes. mês na praia fluvial do Tabuão, a Por outro lado, a localidade de E se gostades da música tradicio- música continua, do dia 16 ao 21 Bandeira, no concelho de Silheda, nal, a 27 de Agosto podedes dar 1. De onde som os e as Apsarokes? 4. O que fôrom as V-11? de Agosto no Festival Revoltalho reaparece mais outro ano com o um saltinho à IV Noite da Lua - Leshoto - Bombas do exército nazi de Vigo. Sons mais potentes e pró- Esmorga Folk, onde poderedes ver Meiga no Viso, Redondela, onde - Namíbia - Informaçons secretas da CIA - EUA - Vitaminas usadas na guerra ximos do rock, com grupos como a Matraka Perversa, Chev depois de um dia de feira de arte- 2. Em que cidade se fai um acto de Habeas Corpus, Sök, Elektra ou Balowski, Che Sudaka, Ruote e sanato e jogos populares Linho do solidariedade galego-bbasca-ccatalá 5. Com que se equiparou teorica- Down Level para o dia 18, ou o Serralle Ai e colocar a tenda Cuco, Xochilmika e Xistra de diante de um monumento de mente o feminismo italiano? ‘metal extremo’ de Calenish numha zona disponibilizada para a Coruxo porám música à noite. Rosália de Castro? - Feminismo da igualdade Circle, Anvil of Doom, Death ocasiom, tudo gratuitamente. Por último, lembramos o Festival - Corunha - Feminismo da diferença Silence e Shroud of Tears no dia E se gostades do hip-hop, no dia da Poesia do Condado, em - Ponferrada - Feminismo filosófico 19, servirám de contraponto a um 20 tendes um concerto a nom per- Salvaterra do Minho, que este ano - Compostela 6. Em que ano se criou a começo das festas mais calmo, que der na praça da Ferraria de Ponte se realiza sob o lema “Salvemos os 3. Em que modalidade desportiva primeira organizaçom tivo a província de Ponte Vedra qua- independentista galega? principia com um desfile de moda Vedra, a partir das 20h00, no rios”. Exposiçons de fotografia, tro equipas da máxima categoria? - 1921 no dia 16, seguido de umha jorna- Festival Cultura da Rua, onde os pintura e escultura, Jornada de - Voleibol - Andebol - Hoquei de - 1923 da dedicada a músicos da zona das galegos Dios Ke Te Crew e DJ Audiovisual Galego, mostras de campo - 1929 Rias Baixas. No dia 20, o techno e Laese soarám junto aos franceses artesanato, conferências sobre a

o house conduzirám a festa vigue- Explicit Samouräi e Afro Jazz problemática fluvial na Galiza, cito nazi; 5. Feministmo da diferença; 6. 1921 1921 6. diferença; da Feministmo 5. nazi; cito

vaca(-)loura. :Soluçons: 1. EUA; 2. Compostela; 3. Andebol; 4. Bombas do exér- do Bombas 4. Andebol; 3. Compostela; 2. EUA; 1. :Soluçons:

D S E B A S E U Q O E R B O C S

E sa, e para terminar, no dia seguin- Street Break Dance, os portugue- festa infantil e festival poético-

Andeiro. // 11a.- guru; 11b.- estridente. // 13a.- léndia; 13b.- amandi. // 14.- Xe. // 15a.- Oxalá (!); 15b.- (!); Oxalá 15a.- // Xe. 14.- // amandi. 13b.- léndia; 13a.- // estridente. 11b.- guru; 11a.- // Andeiro.

jovem // 4.- relvado. // 5.- Inçar. // 6a.- (nihil) obstat; // 7a.- Ulisses; 7b.- lá. // 9a.- Branhas (Alfredo); 9b.- (Alfredo); Branhas 9a.- // lá. 7b.- Ulisses; 7a.- // obstat; (nihil) 6a.- // Inçar. 5.- // relvado. 4.- // jovem te, mais concertos com grupos ses Dealema e os espanhóis Solo musical com A Matraka Perversa,

1a.- Soneira ; 1b.- Abrente // 2.- Ver. // 3a.- lorpa ; 3b.- ; lorpa 3a.- // Ver. 2.- // Abrente 1b.- ; Soneira 1a.- Odemira. 15b.- esmorga; 15a.- // Lor : s i a c i t r e

V como A Palo Seko, Skacha ou los Solo. A Quenlla, Os Carunchos, Miro

ge. // 7.- avelá // 8.- Atenea // 9.- Argamassa// 10.- noitada. // 11.- Rajói // 12.- elevado; 13. – Navaça // 14.- // Navaça – 13. elevado; 12.- // Rajói 11.- // noitada. 10.- Argamassa// 9.- // Atenea 8.- // avelá 7.- // ge.

1a.- soluços; 1b.- bugalho // 3a.- Nordés; 3b.- Marronda // 5a.- Ibarra ; 5b.- Viva (!) // 6.- tuba- 6.- // (!) Viva 5b.- ; Ibarra 5a.- // Marronda 3b.- Nordés; 3a.- // bugalho 1b.- soluços; 1a.- : s i a t n o z i r o

H R.I.F. Ainda, haverá actividades Ska, reaggee, mestizagem, folk e Casavella e Nancy Vieira enche-

: C P S A D A Z U R S A R V A L

A paralelas às actuaçons musicais, charanga juntarám-se no parque rám os dias 1, 2 e 3 de Setembro. NOVAS DA GALIZA 15 de Agosto ao 15 de Setembro de 2005 MAIS 19

MAIS

Brinquedia: nasce umha rede de jogos tradicionais

Fruto de umha das conclusons -RRede Galega do Jogo do País (Melide, Capela, Ponte tiradas do I Curso de Jogos e Tradicional. Tinha-sse cumprido d'Eume) até chegar a Assembleia Desportos Tradicionais realizado quase um ano e feito diversas Fundacional de Brinquedia, no em Ourense, nasceu Brinquedia reunions em diferentes pontos concelho meirês de Rio Torto.

LOIS PARDO / As razons que levárom os impulsionadores e impulsionadoras deste projecto até aqui, até a formaçom de Os três membros de Non Residentz numha rua de Compostela Brinquedia, devem-se a diversos motivos. Por umha parte, a exis- tência de vários frentes na Galiza a trabalhar no campo dos jogos isoladamente. Asim, entre elas, www.nonresidentz.com, encontramos iniciativas consoli- dadas e outras que acabárom de dous pratos e dous micros nascer recentemente. Pensamos -entre outras muitas- HIP-HOP ESSENCIAL FIXADO EM COMPOSTELA na Liga de Bilros Celtas do Val Minhor ou na Liga de Bilros ao Canteiro da Órrea, na Liga de I. GOMES E D. LOIMIL / Os e mais dous temas novos. Chave de Ourense, na Regata das dous mc's ultrabiónicos, Hevi Havemos de somar a estes Dornas da Arouça, em diferentes e Brasi, e o dj Lord Keison dous bónus track, a maos de museus escolares, várias publica- Fotografía tomada no día da fundaçom de Brinquedia, no Pedregal de Irímia. acompanhados de Xurxo Hevi e Dj Beware, que temos çons sobre esta temática, a exis- 'máster do som' nos controlos, que ir buscar ao web de tência de diferentes infra-estrutu- centrando-se a sua prática entre Brinquedia nasceu e abriu constituem a mais firme Bandua Produçons (www.ban- ras que guardam estreita relaçom "os velhos", ou bem em programas depois o leque para a inscriçom aposta polo rap na Galiza e dua.com). Para além deste com o mundo do jogo (o MUPE- culturais que os protegem. de outras associaçons, centros de em galego. Tanto polas suas conteúdo fundamental pode- GA em Compostela, o Palau em Por isso eram cada vez mais as ensino, cámaras municipais, letras como pola sua música mos encontrar informaçom Ourense, o Museu do Joguete em empresas e pessoas físicas. ocupam um lugar privilegiado sobre a banda, sobre os seus Alhariz...), e inúmeras associaçons Entre as medidas que conside- entre os grupos actuais de concertos e, proximamente, e centros de ensino que trabalham Entre as medidas ram prioritárias está a redacçom de rap; tomai como referências umha secçom de vídeo. ao redor dos desportos e jogos tra- que consideram propostas para incluir o Património algumhas das, segundo eles, E lembrai, todo licenciado dicionais, quer no dia-a-dia quer prioritárias está lúdico galego na legislaçom auto- organizaçons afins: IAM, sob Creative Commons na organizaçom de interessantes e nómica e o desenho de um Plano Gang Starr, Frank Sinatra… (http://creativecommons.org/ frutuosas actividades. o desenho de Galego de Reabilitaçom dos Jogos sobram as palavras! ), isto é: você pode copiar, dis- Porém, também se observa que, um Plano Galego Tradicionais que contemple a cria- Pois nesta ocasiom apresen- tribuir e comunicar publica- apesar de existirem tantas iniciati- çom de infra-estruturas e a difu- tamos um web que constitui o mente a obra, para além de vas, o jogo tradicional nom se de Reabilitaçom som e promoçom do catálogo lúdi- ponto de referência da música fazer obras derivadas sob encontra reconhecido socialmente, dos Jogos co tradicional. Também conside- desta banda de rap, quer umha série de condiçons de vendo-se relegado habitualmente a ram preciso que os meios de dizer, nom estamos perante respeito aos creadores das um segundo plano. Com relaçom a Tradicionais comunicaçom dediquem um espa- um endereço da Internet mesmas, entre eles nom isto, podemos referir o curioso caso ço aos jogos tradicionais. corrente onde normalmente empregar os temas con fins da Associaçom da Chave (jogo gale- Especialmente proveitoso "seria - se podem descarregar um par comerciais. Cretaive go de fundas raízes), que para destacam- contar com o suporte de amostras dos temas. Commons é um exemplo claro poder desenvolver a sua Liga tem das produtoras audiovisuais." Para se conseguir o resto de que se pode trabalhar com que estar federada na Federaçom pessoas que viam necessária a Com estes e outros objectivos, nom fica outro remédio que a música de umha maneira de Petanca (jogo importado da criaçom de umha entidade que Brinquedia pujo-se a andar, con- pôr o dinheiro sobre a mesa; livre e sem colaborar com França há apenas um século). agrupasse todas as manifestaçons tando desde o início com quase do web de Non Residentz organismos monopolizadores Do mesmo modo, constata-se que existiam ao redor dos jogos umha trintena de sócios, entre os podem descarregar-se um que já tenhem sido referidos que ao longo das três últimas déca- tradicionais, e desenhasse um quais estam várias cámaras muni- total de seis temas, os quatro em repetidas ocasions e que das o jogo tradicional (com escas- projecto comum de actuaçom que cipais, umha dezena de associa- que formavam a maqueta de nom merecem nem um centí- sas excepçons) perdeu presença, defendesse e promocionasse o çons, centros de ensino, empresas que já falamos nestas páginas metro mais de papel. nomeadamente entre a mocidade, nosso Património Lúdico. e pessoas a título individual. OPINIOM 2 A FUNDO 10 EDITORIAL 3 REPORTAGENS 13 NOTÍCIAS 4 CULTURA 16 APARTADO 1069 (27080) LUGO - GALIZA / TEL: 630 775 820 / PUBLICIDADE: 639 146 523 / [email protected] INTERNACIONAL 8 MAIS 19

STAR TREK

KIKO NEVES

Há noites que nom durmo, e nom é por culpa do calor. Preocupa-me essa obra-prima do capitalismo imperialista que é o vaivém Discovery. Coitadinhos eles. A miséria que escondem as grandes obras do Capitalismo sempre acabam por estragá-lo. Tudo o que o Capitalismo poupa em custos acaba por provocar, mais tarde ou mais cedo, fen- das por onde lhes foge o ar até a derrota final. Derrota, sim, com o tempo, mas nom por causa de umha revoluçom, senom por esgo- tamento, ao jeito do ditador AVELINO POUSA ANTELO, ‘LUCHO DO PETO’ PRESIDENTE DA FUNDAÇOM CASTELAO aquele que morreu na cama. Quiçá, entom, já nom som tempos de revoluçom. Ou sim, mas é preciso mudar o paradigma: cumpre umha crí- “Casal foi um mártir que deu tica teimosa baseada no escárnio, a burla, a chacota, a mofa contínua enfrentada aos pola Galiza o mais sagrado: a vida” seus sucessivos ridículos. Assim, enquanto aguardamos a engasgar-nos com a gargalhada MARTA SALGUEIRO / Num dia 19 de Agosto de 1936 aparecia no dos livros da Editora Nós, pola sua aposta em prol da que nos vai dar um novo fra- lugar de Cacheiras, em Teio, o corpo de Ángelo Casal Gosende. aquela imprensa que estava cultura do nosso País, foi casso dos vaivéns da NASA, Quem tinha sido regedor republicano de Santiago de Compostela entom no número 15 da Rua agradecido com a morte. gabaremo-nos da satisfacçom, e impulsionador da Editora Nós fora 'passeado' e assasinado. Por do Vilar em Compostela. Convertêrom-no em mártir. que tanto os amola, de que o ocasiom da Galiza Mártir, a Fundaçom Castelao homenageou em espaço exterior continue aí, Teio o intelectual galeguista de que Afonso Rodrigues Castelao -CComo o conheceu? -PPrecisamos recuperar a memória... próximo, graças às últimas assegurara: "Casal, pola Galiza, fijo mais que todos nós". Sobre a - Quando entrei nas - E é necessário também que o pegadas da verdadeira vida de Ángelo Casal, NOVAS DA GALIZA falou com Avelino Pousa , com fagam as instituiçons. Por Revoluçom. As viagens que Antelo, redescobridor para a história do lugar onde apareceu o Isaac Díaz Pardo, repartíamos enquanto nom houvo sensibili- vam bem som as das naves corpo sem vida de Casal Gosende. propaganda em prol do dade. Eu acuso o anterior Soyuz (tecnologia soviética), Estatuto da Galiza. E fazíamo- governo de falta de respeito apesar de que sempre preten- -UUm ano mais homenageárom -QQual foi o labor mais destacado lo numha carrinha que nos pola Galiza; acuso-o também dam silenciá-las. Ángelo Casal em Teio, onde foi de Ángelo Casal Gosende? proporcionara o presidente da de cobardia ou de concomitán- E falando das galáxias. encontrado o seu corpo... - Entre esses homens ilustres Cámara de Compostela, Ánge- cia com os assassinos. Porque o Andava eu no outro dia polas - Um acto de justiça enquadrado Casal era humilde, mas lo Casal. Depois, como já vos que cala, sobre uns factos terras de Cela Nova quando nos actos do Dia editou quase todos os livros contei, também ajudávamos a canalhescos, outorga e justifica parei para tomar umha cerve- da Galiza Mártir. Porque Casal galegos daquele tempo. É vender os livros da Editora a barbárie que imperou naque- ja do País. No bar, o televisor foi um mártir que deu pola difícil imaginar o esforço e Nós. Eu agora moro em les anos. Eu nom podo ignorar dava fantásticas imagens de Galiza o mais sagrado que trabalho deste homem para Cacheiras e estivem à procura isso. Há tempo fum visitar, com um Obradoiro com semelhan- temos: a vida. Considero-o um lograr fazer as publicaçons. do lugar em que o fuzilaram os filhos de Alexandre Bóveda, ças de estaçom espacial. acto de justiça para recuparmos Se ainda hoje nom é muito para pormos um monólito o anterior presidente da Junta. O nosso novo presidente a sua memória e devolvermos- bom negócio publicar livros lembrando a barbárie. O único que conseguimos dele atrapalhava-se ao falar mos- lhe o valor que este homem tivo em galego, naquele tempo era fôrom os pêsames que deu aos trando acenos do Capitám para a cultura galega. O próprio um labor heróico. As ediçons -CCasal foi presidente da filhos de Bóveda dizendo que Kirk, aquele de Star Trek. Afonso Daniel Rodrigues eram mínimas: 300 exempla- Cámara de Compostela "eram uns tempos...". Nom é Noutra bancada, ao Vice- Castelao dixo de Ángelo Casal: res dos quais só 100 estavam durante pouco tempo, nom é? assim, nom era conseqüente Quin, cresciam-lhe as orel- "Casal, pola Galiza, fijo mais que garantidos através de assinan- - Foi nomeado por aclamaçom com o posto que ocupava, por- has. Paguei a cerveja e conti- todos nós" e aqueles "nós" eram tes. Os outros vendíamo-los nas eleiçons de Fevereiro de que a Galiza tem mártires e os nuei polas ruas que caminhou Bóveda, Castelao ou Outeiro as Mocidades Galeguistas 1936. Dimitiu-se pouco antes, mártires som o primeiro que se Curros Enriques. "Suspirei Pedralho, o homem mais culto polas feiras dos arredores da uns dias antes, de que o 'pas- há de pôr como exemplo. É com triste gesto: / Pardiola! da Europa do seu tempo, quer cidade de Compostela. seassem' em Cacheiras. O umha obrigaçom ineludível de Nom vale a pena / D'amar a dizer, homens que já honram a Vínhamos entusiasmados se homem que merecia o agrade- um cargo público que se diz pátria pra isto! Galiza eternamente. podíamos vender duas dúzias cimento de todo o povo galego presidente dos galegos.