Universidade Federal Do Rio De Janeiro Ensaio Sobre O
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO MUSEU NACIONAL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL (PPGAS) ENSAIO SOBRE O ATOR: A criação de si e o aprendizado da atuação Carolina Pucu de Araújo Rio de Janeiro 2009 1 Livros Grátis http://www.livrosgratis.com.br Milhares de livros grátis para download. MUSEU NACIONAL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL (PPGAS) ENSAIO SOBRE O ATOR: a criação de si e o aprendizado da atuação Carolina Pucu de Araújo Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, sob orientação do Professor Doutor Luiz Fernando Dias Duarte. Orientador: Professor Doutor Luiz Fernando Dias Duarte Rio de Janeiro 2009 2 FOLHA DE APROVAÇÃO ENSAIO SOBRE O ATOR: a criação de si e o aprendizado da atuação Carolina Pucu de Araújo Tese submetida à banca examinadora e ao corpo docente do Programa de Pós- Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de doutor. Aprovada por: ___________________________________ Professor Doutor Luiz Fernando Dias Duarte (Orientador; PPGAS/MN/UFRJ) ___________________________________ Professor Doutor Gilberto Velho (PPGAS/MN/UFRJ) ___________________________________ Professora Doutora Adriana Vianna (PPGAS/MN/UFRJ) ___________________________________ Professora Doutora Maria Cláudia Coelho (UERJ) ___________________________________ Professora Doutora Pina Coco (PUC) ___/___/2009 3 Ficha Catalográfica Araújo, Carolina Pucu. Ensaio sobre o Ator: a criação de si e o aprendizado da atuação . Rio de Janeiro: UFRJ/PPGAS/MN, 2009 Tese - Universidade Federal do Rio de Janeiro, PPGAS 1. Antropologia Urbana 2. Teatro 3. Juventude 4. Corpo 5. Profissionalização 6. Aprendizado I. Título 4 Para: Olímpio Horta de Araújo Arthur César Meirelles Pucu Alceste da Cunha Castro Gonçalves (in memoriam) 5 AGRADECIMENTOS Ao CNPQ e ao Museu Nacional. Ao meu orientador, professor Luiz Fernando Dias Duarte. Aos professores: Gilberto Velho, Adriana Vianna, Maria Cláudia Coelho, Ana Amélia Brasileiro Silva, Andrea Ribeiro, Pina Coco, Antônio Carlos de Souza Lima. Aos atores e mestres de teatro: Lourival Prudencio, Gregório Duvivier, Rafael Queiroga, Marcelo Adnet, Fernando Caruso, Celina Sodré, Luciana Bicalho, Almir Telles, Cécil Thiré, Ana Paula Oliveira, Eduardo Cravo, Alice Maria, Malu Galli, Marina Vianna, Paulo Vilela, Flávia Saboya, César Augusto, Enrique Diaz, Marcelo Olinto, Bel Garcia, Fernando Eiras, Felipe Rocha, Leon Goés, Rose Gonçalves, Daniela Fortes, Márcia Machado, Luiz Carlos Gomes, Luiz Carlos Tourinho, Dani Pinheiro, Hermes Frederico, Eric Nielsen, Gustavo Ariani, Leonardo Netto, Michelle Raja. Aos amigos e companheiros: Rossine Freitas, Paulo Mattos, Chiquinho dos Anjos, Bruno Katzer, Leandro Barreto, Antonio Libonati, Marcos Stefan, Fernanda Eugenio, Alexandre Eugenio, Renata Garcia, Renata Telles, Natália Gaspar, Anna Carolina Penalber, Flávia Cândida, Patrícia Bárbara, Mariana Aguiar, Gabriela Baptista, Pedro Rêgo, Guilherme Sá, Allan Gomes, Gustavo Saldanha, Ivan Fernandes, Sassá Samico, Joana Jardim, Luciana Lisboa, Camila Rocha, Fernanda Avellar, Carolina Durão, Clara Linhart, Daniela Fortes, Inês Aisengart, Eduardo Valente, Murilo O’Reilly, Gabriel Mograbi, Isabel Mendes de Almeida, Carlos Coimbra. Aos meus, Shaolin, Laudecir, Silvestre e Márcia, Angela, Cynthia e Kilda, Marta, Arthur e Nívea, Lelena e Duca, Adauto e Amélia, Elisa e Eduardo e, com amor, para Daniel Caetano. 6 RESUMO ARAÚJO, Carolina Pucu. Ensaio sobre o ator: a construção de si e o aprendizado da atuação. Orientador: Luiz Fernando Dias Duarte. Rio de Janeiro: UFRJ/PPGAS, 2009. Tese. Esta tese consiste num trabalho de investigação sobre o aprendizado da arte do teatro e sobre a construção da pessoa do ator. As escolas de teatro são atualmente o lócus principal de formação do ator, embora elas não sejam necessariamente “profissionalizantes”. A experiência etnográfica efetuou-se a partir da imersão como aluna matriculada na Casa de Artes de Laranjeiras (CAL), um curso profissionalizante para atores, e n’O Tablado, um curso de teatro amador. Trata-se aqui das questões práticas e cotidianas dos jovens alunos de teatro, explorando temáticas como a memorização “verdadeira” de um texto, a possibilidade da nudez em cena, a escolha de um novo nome “artístico”, a “liberação” do improviso, a expectativa do figurino, o fazer rir e o poder de chorar em cena. Estas foram as questões consideradas mais relevantes, neste trabalho, para a preparação de um ator nos dias de hoje. Palavras-chave: Antropologia Urbana, Teatro, Juventude, Profissionalização, Aprendizado, Corpo. 7 ABSTRACT ARAÚJO, Carolina Pucu. Essay on the actor: the construction of the self and the learning of acting. Advisor: Luiz Fernando Dias Duarte. Rio de Janeiro: UFRJ/PPGAS, 2009. Tese. This thesis is based upon a research on the learning of theater performance and the construction of the actor's self. The theater schools are currently the main loci for actor training, although they are not necessarily professionalizing courses. The ethnographic experience consisted in an immersion in the field, as an enrolled student in two different schools, namely, CAL (a professionalizing school) and Tablado (an amateur course). We deal here with the practical and daily issues of young theater students, exploring themes such as proper memorizing, the possibility of nudity on scene, the choice of an artistic name, the necessary self-liberation for improvising, and expectations about costumes, laugh provoking and the power of crying on the scene. Those were the questions considered as most relevant to an actor's formation in our days. Keywords: Urban Anthopology, Theater, Youth, Professionalization, Learning, Body 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO: O Múltiplo Percurso ........................................................ ......11 CAPÍTULO I: Perspectivas sobre o teatro brasileiro .....................................25 1.1. Breve nota sobre o teatro ocidental......................................................25 1.2 Os primeiros grupos teatrais desde os Comediantes...........................29 1.3 Sobre escolas de teatro: a CAL e O Tablado........................................49 CAPÍTULO 2. Teatro de verdade ................................................................... 79 2.1 Isso é verdade? .........................................................................................79 2.2 Liberação e explicação: o improviso.........................................................................................................109 2.3 O nu nas aulas e nos palcos .................................................................123 2.3.1: Adendo à nudez: a polêmica no meio ...........................................144 CAPÍTULO 3: (re) Fazer-se .............................................................................155 3.1 Sobre nomes: a adoção do nome artístico ........................................155 3.2 O viés do figurino ...................................................................................169 3.3 Da(r) risada: Sobre a possibilidade de fazer rir ..................................185 3.4 Sobre saber chorar na hora certa: A vontade de chorar e a ausência das lágrimas ................................................................................................ 223 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS: no lampejo da memória .................................244 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................255 ANEXO : A gramática do teatro contemporâneo ...................................272 1. A experiência insubstituível: ser público de teatro ...............................272 2. Um ensaio de peça: Ensaio.Hamlet .......................................................279 3. Hamlet, não tem mais geleia... Você quer com manteiga?: o que é orgânico é também perecível .................................................................. 300 10 Ensaio sobre o Ator: a criação de si e o aprendizado da atuação INTRODUÇÃO: O Múltiplo Percurso A formação de um ator não tem um modelo único e pré-definido, embora cada vez mais haja uma multiplicação de escolas formadoras de atores. Ainda que haja um nítido esforço de disciplinarização, a própria concepção do “ser ator” engendra uma nova construção da pessoa, que borra as fronteiras entre o que é “da pessoa” e o que é “da profissão”. Como afirma Coelho (1989: 57): “Ser ator não é, assim, uma profissão no sentido tradicional, que opõe o mundo do trabalho (domínio público) ao mundo da vida pessoal (domínio privado) (DaMatta, 1979, 1985) , mas uma atividade que procura exatamente fundir os domínios num só.” A “fusão” destes mundos começa já na escola de teatro. “Aprender” a ser ator não implica somente no estudo de personagens e da teoria teatral, mas também em um processo de construção e desconstrução da pessoa. Além de ser, senão necessário, ao menos desejável desfazer-se do que se considera como “tabus” como a nudez e o medo do ridículo, é preciso criar para si um nome artístico - e pode-se considerar também a capacidade de “chorar em 11 cena” como uma vantagem, algo que valorizaria o ator em relação a seus colegas. O ofício do ator é considerado como uma profissão reconhecida através do registro no Sindicato dos Atores 1, mas o caminho exigido para este reconhecimento não é necessariamente o escolar/universitário. A formação acadêmica nas escolas de Artes Cênicas ou nos cursos profissionalizantes