Judeus & Holandeses No Brasil
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SECRETARIA DE ES TADO DE EDUCAÇÃO DO RIO DE JANEIRO Ano IV n.º 14 Judeus & Holandeses no Brasil Foto: Fred Jordão. Ag. Imago, Recife Batalha dos Guararapes. Detalhe de mural cerâmico, Francisco Brennand Portinari e os painéis Guerra e Paz Padre Antonio Vieira e os judeus A Clarice Lispector – dois olhares O Brasil holandês A Maurício de Nassau e os judeus no Brasil holandês Nassau, um renascentista em terras de Pernambuco A Hereges no Rio de Janeiro colonial José Mindlin, uma vida entre livros A Recordando Paulo Rónai OUTUBRO - DEZEMBRO/2010 REVISTA ELETRÔNICA ANO IV, N.º 14 GOVERNADOR SERGIO CABRAL VICE-GOVERNADOR SUMÁRIO LUIZ FERNANDO SOUZA SECRETÁRIO DE ESTADO DE EDUCAÇÃO 03 Mensagem da Secretaria WIL S ON RI S OLIA 04 Editorial CHEFE DE GABINETE JO S É RI C ARDO SARTINI 05 Portinari e os painéis Guerra e Paz SUBSECRETÁRIO EXECUTIVO 08 Educação Patrimonial e Psicodrama pedagógico JULIO CE S AR MIRANDA DA HORA SUBSECRETÁRIO DE GESTÃO E RECURSOS DE 11 Moisés avista a Terra Prometida INFRAESTRUTURA SÉRGIO MENDE S 13 Padre Antonio Vieira e os judeus SUBSECRETÁRIO DE GESTÃO DA REDE E DE ENSINO 15 Antônio José, o Judeu ANTÔNIO JO S É VIEIRA DE PAI V A NETO 17 Clarice Lispector – dois olhares SUBSECRETÁRIA DE COMUNICAÇÃO E PROJETOS DELANIA CA V AL C ANTI 20 A Estranha Nação de Rafael Mendes EDITORES RESPONSÁVEIS JO H N WE S LEY FREIRE E HELENI C E VALIA S 23 Stephan Zweig: o homem sensível que um dia perdeu a esperança ILUSTRADORES ANTONIO SILV ÉRIO CARDINOT DE SOUZA 26 O Brasil holandês E RA F AEL CARNEIRO MONTEIRO CONSELHO EDITORIAL 29 Maurício de Nassau e os judeus no Brasil holandês ANTONIO OLINTO - in memoriam 32 Maurício de Nassau, um renascentista em CARLO S LE ss A terras de Pernambuco CARLO S NE J AR CE C ILIA CO S TA JUNQUEIRA 35 A Batalha dos Guararapes e a formação ideológica ELIANA REZENDE FURTADO DE MENDONÇA do Brasil-Nação EV ANILDO BE ch ARA HAROLDO CO S TA 38 Judeus-egípcios, imigrantes no Rio de Janeiro LAURA SANDRONI NEL S ON RODRIGUE S FIL H O 40 Hereges no Rio de Janeiro colonial NIREU CA V AL C ANTI ROBERTO CORRÊA DO S SANTO S 43 José Mindlin, uma vida entre livros AGRADECIMENTOS 46 Recordando Paulo Rónai Aos acadêmicos da ABL Arnaldo Niskier, Carlos Nejar, Eduardo Portella, Geraldo Holanda Cavalcanti, Moacyr Scliar 48 Adolpho Bloch: mais de um século depois e Murilo Melo Filho; a Benício Medeiros, Carlos Lessa, Cecilia Costa Junqueira, Evaldo Cabral de Mello, Jandira Neto, Jean- 50 Saudades de Samuel Michel Massa, Joëlle Rouchou, Laura Sandroni, Leonardo Dantas, Lucia Helena, Muniz Sodré, Nelson Rodrigues Filho, 52 O Brasil Holandês/ Entre Moisés e Macunaíma: os judeus Nireu Cavalcanti, Romério Rômulo e Ronaldo Vainfas, pela cessão graciosa de seus textos, e a Francisco Brennand pela que descobriram o Brasil cessão de imagem de seu mural Batalha dos Guararapes. A majestade do Xingu/ Haskalá, o Iluminismo judaico À inestimável contribuição do Projeto Portinari – seu 53 diretor, João Candido Portinari e Suely Avellar, coordenadora; da ABL; da Fundação Biblioteca Nacional; e do Instituto Cultural 54 Clarice na cabeceira Carlos Scliar. Às editoras Altadena, Companhia das Letras, Garamond, Record, Rocco, SM, seus autores e editores. 55 Primos: histórias da herança árabe e judaica/ ABC do A Alice Gianotti, Anselmo Maciel, André Saman, Anna mundo judaico Maria Rennhack, Claudio Mello Sobrinho, Cora Rónai, Cristina Ventura, Elisa Albernaz, Fatima Ribeiro, Françoise Massa, 56 Aracy Guimaraes̃ Rosa: quem sabe faz a hora… Heloisa Pereira, Ione Teresinha de Carvalho, Jean Souza, Luiz Antonio de Souza, Luiz Marchesini, Mariana Mendes, 58 Os passos de Scliar, companheiro do mundo Marinez Teixeira, Paulino Cardoso, Pedro Martins, Rebeca Roubert, Regina Lamenza e Sonia Pedroso, pela colaboração 60 Fala, leitor à feitura deste número. A Angela Duque, por seu projeto gráfico, tratamento 61 Biblioteca Nacional – 200 anos de imagens e arte-final da revista. Aos colegas da SEEDUC Os conceitos emitidos representam unicamente as posições de seus autores. pelas expressivas ilustrações, Antonio Silvério Cardinot de Permitida a transcrição, desde que sem fins comerciais e citada a fonte. Souza e Rafael Carneiro Monteiro; a Ailce Malfetano Mattos, Registros na Fundação Biblioteca Nacional n.os 491.096 a 491.101 Ana Carolina de Aguiar, Catarina Soares de Melo, Elaine Batalha, Fernanda Martins, Gisela Cersósimo, Lívia Diniz, Edições digitais: educacao.rj.gov.br/educacaoemlinha Magda Sayão, Maria de Lourdes Machado, Maria Edileusa Contato com os editores: [email protected] ou [email protected]. Freitas, Mariana Garcia, Thiago Barbosa e a todos os que, Tiragem da edição impressa: 5 mil exemplares anonimamente, nos ajudaram a viabilizar esta edição. Impressão: Imprensa Oficial/RJ ALÔ, PROFESSOR A Igreja e o Mosteiro de Igarassu. Frans Post, séc.XVII MENSAGEM DA SECRETARIA certam os editores de Educação em linha em olho: a argumentação e o diálogo, ao invés da repressão, buscar a riqueza de nossas matrizes culturais e outra forma de intolerância. A humanidade está cansada A aportes posteriores, e difundir a fé na capacidade de tentativas de imposição de pensamento único, demons- humana de superação dos obstáculos, repúdio ao pre- tram muitos dos artigos. As diferenças são inerentes à vida conceito e recusa à inação diante da adversidade. biológica e à social, não podendo ser eliminadas. Nossa Injustiça, sofrimento e perdas podem induzir à tarefa é propor a resignificação ou a “releitura” das pa- crença de que a derrota às vezes se impõe. Entretanto, lavras e dos comportamentos. Jamais se construiu a paz exemplos de Antonio Vieira, Adolpho Bloch, Paulo Rónai pela violência, pois que ela cria o antagônico vencedores x e outros, demonstram quanto se pode realizar, sobrepu- vencidos. Pela tolerância e diálogo os conflitos são supera- jando inimagináveis dificuldades. Como fez Aracy Gui- dos – ninguém perde, todos ganham. marães Rosa, ao arriscar a própria liberdade, sobrepondo Da edição destacaríamos também o legado paci- a consciência à conveniência para salvar muitas vidas. fista de Candido Portinari, em sua obra maior Guerra e A temática desta edição focaliza holandeses & ju- Paz, painéis que estarão expostos ao público, após 50 deus. Os primeiros, embora tendo ocupado terras brasi- anos ausentes do Brasil. Ele afirma: “uma pintura que leiras por pouco tempo, deixaram importante legado ur- não fala ao coração não é Arte, porque só ele a entende. banístico, científico e artístico que documenta a terra e a Só o coração nos poderá tornar melhores e essa é a gran- natureza do Brasil no séc. XVII, explêndido documental de função da Arte...” histórico, ainda hoje consultado. Por sua vez, resgatan- A SEEDUC agradece aos editores da revista e aos do a visão histórica de Von Martius e Varnhagen, Car- colaboradores que, graciosamente, concorrem para esta los Lessa dá destaque às Batalhas dos Guararapes e à cruzada em favor da prevalência dos mais altos valores: consequente expulsão dos holandeses como um dos epi- a tolerância, a convivência, a aceitação e o reconheci- sódios protoformadores da nacionalidade, momento em mento do outro e a busca do bem-comum, e disto José que as três etnias – ameríndia, africana e lusitana – se Mindlin é exemplo emblemático, ao doar, em vida, parte uniram para preservar a unidade territorial. preciosa de sua biblioteca à USP…. Os judeus, biblicamente povo escolhido por Deus, Parafraseando Nireu Cavalcanti, que o Dragão o poeta Carlos Nejar personifica em Moisés e versos ima- da Maldade não ressurja – protegido por armadura e ginários: A terra que sonhei, obstinado, (…) diante de bandeiras religiosas, políticas, econômicas, étnicas e mim se espraia. Nosso país, ao acolhê-los, tornou-se uma preconceitos de qualquer espécie – sobre nosso querido espécie de terra prometida. Mas a terra prometida – Bra- Estado e seus moradores. sil – não acolheu apenas os judeus: árabes, japoneses, Não seria outra nossa mensagem de fim de ano, espanhóis, italianos, franceses e outros povos e culturas ao ensejo do Natal, celebração do amor ao próximo, e do aqui encontraram abrigo, terra e povo acolhedor, disposto Ano Novo, esperança no porvir. Quem educa, crê num a recebê-los como a irmãos, reconhecendo que todos per- futuro melhor do que o presente, e sabe que a ação cole- tencemos à única raça existente – a humana… tiva supera a fragilidade do indivíduo. Como educadores, sempre combateremos atitudes de intolerância. Mas com armas superiores ao olho por SECRETARIA DE ES TADO DE EDUCAÇÃO 3 ALÔ, PROFESSOR EDITORIAL ontinuamos, pelo 4.º ano, a divulgar mensagens de Personalidades judaicas são lembradas por vieses amor ao Brasil, à tolerância e à pluralidade de nossa afetivos: da França, Jean-Michel Massa, Recordando Paulo C cultura – somatório das autóctones e de outras que Rónai, o homenageia como paradigma dos tradutores bra- aqui chegaram após Cabral. Judeus & holandeses também sileiros. Benício Medeiros lembra aquele que revolucionou o temperaram o cadinho de línguas, falas, visões e ideias que jornalismo pátrio em Saudades de Samuel. E Romério Rômulo somos e continuaremos a ser. resgata n’ Os passos de Scliar, companheiro do mundo, o pin- A História relaciona judeus e holandeses a confli- tor que, mesmo na guerra, soube produzir beleza. tos lá e cá, mas iniciamos com algo que fala ao coração: a Outros resgates: Joëlle Rouchou fala da saga de Ju- obra de Candido Portinari e sua criação maior – os painéis deus-egípcios, imigrantes no Rio de Janeiro, que, apátridas, Guerra e Paz que, há meio século ornam a sede da ONU, e aqui encontraram abrigo. E Jandira Neto nos apresenta, em voltam à pátria para restauro e revisitação. Educação Patrimonial e Psicodrama pedagógico, a Jacob L. Nesta edição, um recorde: seis acadêmicos da ABL Moreno e seu método de recuperação psicológica através conosco colaboram.