Universidade Federal Do Rio De Janeiro Centro De Filosofia E Ciências Humanas Escola De Comunicação Programa De Pós-Graduação Em Comunicação E Cultura
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS ESCOLA DE COMUNICAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO E CULTURA CAMILA SANTOS MENDONÇA FERREIRA A FAMÍLIA NEGRA DE CLASSE MÉDIA NA TELENOVELA BRASILEIRA Uma análise sobre os Noronha, de A Próxima Vítima Rio de Janeiro 2018 CAMILA SANTOS MENDONÇA FERREIRA A FAMÍLIA NEGRA DE CLASSE MÉDIA NA TELENOVELA BRASILEIRA Uma análise sobre os Noronha, de A Próxima Vítima Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Comunicação e Cultura da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos para obtenção da titulação de Mestre em Comunicação e Cultura. Orientador: Prof. Dr. Muniz Sodré de Araújo Cabral Rio de Janeiro 2018 Às mulheres de minha ancestralidade, em especial, Ocirema de Mendonça, por tudo que fostes proibidas de realizar. À Ana Clara Santos, por tudo que serás capaz de realizar. AGRADECIMENTOS É chegada a hora... Esta empreitada foi iniciada em 2015, ainda durante a produção de minha monografia. Meus agradecimentos se darão a partir de um ciclo iniciado naquele ano. Agradeço, primeiramente, a toda minha ancestralidade. Muito obrigada por terem me “preparado o terreno”, por terem lutado por nós. Eu carrego todos aqui comigo. Aos meus pais, Maria Lúcia e Wanderley, e meu irmão, Rodrigo, pelo amor e apoio financeiro. Aos meus padrinhos, Rosangela e Valdir, pela torcida, carinho e conselhos. Ao professor Muniz Sodré, por ter me acolhido como orientanda, por ter acreditado no meu projeto. Obrigada pelos sabedoria compartilhada, atenção, conselhos à minha saúde, piadas e pela autonomia para que eu pudesse imprimir minha marca em meu texto. Agradeço ainda pelos ensinamentos de aulas, palestras e livros. Aos professores Fernanda Barros dos Santos e Eduardo Granja Coutinho por estarem em minhas bancas de qualificação e defesa. Agradeço os apontamentos valiosos à minha pesquisa nestes dois momentos, além dos conhecimentos compartilhados em seus cursos. À Capes, meus agradecimentos pelo financiamento deste trabalho, permitindo meu enriquecimento como profissional de pesquisa e ser humano. Ao Programa de Pós-graduação em Comunicação e Cultura (ECO/UFRJ), agradeço a inestimável oportunidade e a confiança depositada em meu trabalho. Aos docentes Liv Sovik, Marcio Tavares D’Amaral, Marialva Barbosa, Denilson Lopes e Maurício Gonçalves, obrigada pelos saberes e atenção dedicada em seus cursos. Aos funcionários, Jorgina Costa e Thiago Couto, meus agradecimentos por todos os auxílios. Aos pesquisadores e amigos do Laboratório de Comunicação e Saúde (Icict/Fiocruz), onde dei meus primeiros passos na jornada acadêmica: Izamara Bastos, Igor Sacramento, Inesita Araújo, Wilson Borges, Janine Cardoso, Kátia Lerner, Mariella Costa, Andreza Cunha, Gustavo Marinho, Guilherme Canedo e Aliny Grubano. Obrigada pelos ensinamentos, confiança e apoio, além da torcida pela minha classificação no mestrado. Aos pesquisadores e amigos do Grupo de Estudos sobre Relações Raciais no Brasil (LECC/ECO/UFRJ): Zilda Martins, Iris Agatha, Eustaquio Amazhonas, Raika Julie, Paolla Moura, Rosangela Malachias, Cintia Albuquerque, Alexandre Leitão e Tatiane Bomfim. Obrigada pelas trocas de conhecimentos, bibliografias, experiências de vida, indignações, alegrias e esperanças. Nossa parceria de fortalecimento continua. À professora Ana Lucia Enne, do curso de Estudos de Mídia, por ter comprado minha ideia de “estudar preto” na Comunicação. Obrigada pelo acolhimento e ensinamentos na orientação e nas aulas. Agradeço ainda a Marildo Nercolini e Pedro Lapera pelas preciosas contribuições à minha banca de TCC, levadas para o mestrado, que começaria em poucos dias. Aos amigos da academia: Rafael Silva, Deborah Rebello, Roberta de Avillez, Rafael Bento, Wilson Milani, Joana Tassinari, Jonatã Pereira, Allan Santos, Amanda Medeiros, Luiz Wlian e outros com quem cruzei rapidamente. Obrigada pelas trocas, incentivos, brincadeiras, conselhos, lutas, esperanças, bibliografias, ajudas e memes. Ao Bloco Filhes de Martins, que me acolheu em um momento difícil e continua me abraçando com essa energia maravilhosa. Obrigada por me mostrarem a transformação que a arte é capaz de fazer. Tamo junto! À Amandinha, pelo apoio de sempre, apesar de meu afastamento por conta do mestrado. Amiga, se “sobramos” é porque a vida quer que façamos diferente. Sei que estamos no caminho certo e temos muito mais do que imaginamos a conquistar! Às companheiras de casas dessa vida de pesquisadora: Caroline, Janaína, Natália, Bruna, Patrícia, Tairini, Marina, Jordana, Tathiane, Hayna e Maria. Obrigada pelos momentos cotidianos de compartilhamento de dores e alegrias. Ao Paulo (in memoriam), meu terapeuta, pelos fundamentais apontamentos sobre minha grandiosidade escondida e pelo orgulho de nossa negritude. Obrigada por me incentivar a ter fé e paciência em minhas lutas pessoais e coletivas de nosso povo. Finalmente, àqueles que tentaram me fazer acreditar que eu nunca seria capaz de ser maior. Que esconderam a destruição sob a máscara da “proteção”, me “aconselhando” a desistir da graduação e do mestrado. Tolices... Agradeço por toda a raiva despertada, a qual ressignifiquei em combustível para realizar coisas fantásticas. Coisas difíceis, sim, mas NÃO IMPOSSÍVEIS! Everything is everything What is meant to be, will be After winter, must come spring Change, it comes eventually I wrote these words for everyone Who struggles in their youth Who won't accept deception Instead of what is truth It seems we lose the game, Before we even start to play Who made these rules? We're so confused Easily led astray Sometimes it seems We'll touch that dream But things come slow or not at all And the ones on top, won't make it stop So convinced that they might fall Let's love ourselves then we can't fail To make a better situation Tomorrow, our seeds will grow All we need is dedication Everything is everything, Lauryn Hill. In: The Miseducation of Lauryn Hill, 1998. RESUMO A FAMÍLIA NEGRA DE CLASSE MÉDIA NA TELENOVELA BRASILEIRA Uma análise sobre os Noronha, de A Próxima Vítima Este trabalho tem por objetivo realizar uma observação crítica dos componentes do núcleo negro de A Próxima Vítima, telenovela exibida no horário nobre da Rede Globo, em 1995. Para tal tarefa, realizamos a análise cênica, baseando-nos em conceitos compatíveis com cada situação. A motivação para a escolha do objeto é o fato destes personagens estarem fora dos comuns estereótipos e condições negativas dados aos negros ao longo dos aproximadamente setenta anos de produção e exibição da telenovela brasileira. Os Noronha são uma família de classe média “integrada”, de valores conservadores e hábitos burgueses. Como questão central, nos perguntamos por que uma família como esta, caracterizada nestes moldes, teria sido criada para uma trama do horário mais assistido e mais caro da televisão brasileira. Como hipótese, acreditamos que os Noronha tenham sido uma “concessão”, uma resposta às acusações jurídicas de que a emissora seria conivente com o racismo em sua programação, motivadas pelas reações negativas do público a cenas racistas de duas telenovelas exibidas anteriormente à A Próxima Vítima, em 1994. Acreditamos ainda que a visibilidade do negro como potencial consumidor no mercado publicitário dos anos de 1990 tenha sido um “incentivo” a mais à criação destes seis personagens. Para alicerçar a dissertação, utilizamos os conceitos de identidade, representação, hegemonia, raça, racismo midiático e ideal do branqueamento. Palavras-chave: família negra; classe média; telenovela; identidade; representação. ABSTRACT THE MIDDLE CLASS BLACK FAMILY IN THE BRAZILIAN TELENOVELA An analysis about the Noronha family, from A Próxima Vítima This work aims to make a critical observation of the black nucleus’ components from A Próxima Vítima, telenovela shown in Rede Globo’s prime time, in 1995. For such task, we make the scenic analysis, based on concepts compatible with each situation. The motivation for choosing the object is the fact that these characters are out of the ordinary stereotypes and negative conditions given to black people over some seventy years of production and display of the Brazilian telenovela. The Noronha’s are an "integrated" middle class family of conservative values and bourgeois habits. As a central question, we wonder why a family like this, characterized in this way, would have been created for a story in the most watched and expensive time on Brazilian television. As a hypothesis, we believe that the Noronha’s have been a "concession", a response to the legal accusations that the broadcast company would be conniving with racism in its programming, motivated by negative reactions from the public to racist scenes from two telenovelas previously shown to A Próxima Vítima, in 1994. We also believe that the visibility of the black people as a potential consumer in the advertising market of the 1990’s were a further "incentive" to the creation of these six characters. To substantiate the dissertation, we use the concepts of identity, representation, hegemony, race, mediatic racism and ideal of whitening. Keywords: black family; middle class; telenovela; identity; representation. RESUMEN LA FAMILIA NEGRA DE CLASE MEDIA EN LA TELENOVELA BRASILEÑA Un análisis sobre los Noronha, de A Próxima Vítima Este trabajo tiene por objetivo hacer una observación crítica de los componentes del núcleo negro de A Próxima Vítima, telenovela exhibida en el prime time de la Rede Globo, en 1995. Para tal tarea, realizamos un análisis