Theportuguesematrix

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Theportuguesematrix LUSA: THE PORTUGUESE MATRIX RIO DE JANEIRO 12 de outubro de 007 a 0 de fevereiro de 008 BRASÍLIA 6 de fevereiro a 4 de maio de 008 SÃO PAULO 6 de junho a 7 de setembro de 008 Os textos de curadoria deste catalogo permanecem na versão original, respeitando a forma de escrever e a nacionalidade dos autores. SUMÁRIO As raízes pré-históricas do território português Luís Raposo 6 O Portugal dos Romanos Maria Conceiçao Lopes 8 O Sul entre Roma e o Islão Santiago Macias 8 O ocidente peninsular entre Oviedo-Leão e Córdova. Uma perspectiva “cristianocêntrica” Paulo Almeida Fernandes 38 O Mediterrâneo em vésperas da Islamização Cláudio Torres 50 O Sul entre a Cruzada e a Jihad (Séculos XI-xiii) Santiago Macias 58 A formação e consolidação de Portugal (séculos XII a XV) José Custódio Vieira da Silva e Joana Ramôa 66 Os Judeus em Portugal Maria José Ferro Tavares 78 A construção da visão planetária do mundo: os Descobrimentos marítimos portugueses Jorge Couto 90 Uma língua que veio de longe Ivo Castro 0 Versão em inglês English version 120 Nota biográfica Biographic information 70 A s raízes pré-históricas do território português Existem países em que o ensino da história é feito “do fim para o princípio”, quer dizer, dos tempos presentes até às origens. São os países de história curta, nos quais a conceptualização do tempo passado pode ainda – e deve, talvez – fazer apelo à memória colectiva. Acontece, porém, o contrário em toda a “Ve- lha Europa” e por mor razão em Portugal, onde o sentimento prevalecente é o da continuidade histórica, quer dizer, a convicção de que a miríade de presentes-passados, encadeados na escala dos séculos e dos milénios, repercutem sucessivamente, até hoje, fazendo parte de nossa matriz civilizacional. José Leite de Vasconcelos, o mais notável investigador português da temática das origens na passagem do século XIX para o século XX e também fundador do actual Museu Nacional de Arqueologia (ao tempo Museu Etnográfi- co Português), fez desta constatação um dos esteios principais de sua obra, afirmando em dado passo: “Do rápido relance de olhos que dei à parte material de nossa civilização, considerada desde os tempos pré- históricos até ao presente, vê-se realmente que as épocas em que ela se divide se filiam umas nas outras. Muitas de nossas louças populares, mesmo com seus singelos ornatos, provêm das do período Neolítico; muitas de nossas povoações assentam em alicerces proto-históricos e têm nomes pré-romanos; muitos de nossos usos campestres foram ensinados ou aperfeiçoados pelos romanos e pelos árabes; as moedas de que nos servimos diariamente são cópias modificadas de moedas medievais, como essas o são de moedas antigas, cuja origem se pode fazer ascender ao século VII ou VI antes de Cristo. Achamo-nos assim indis- soluvelmente ligados ao passado. Estudando esse, prestamos, pois, culto aos venerandos velhos que nos legaram a herança que usufruímos”. A observação de mestre Leite mantém toda a actualidade. Sentimo-nos em Portugal, a muito justo título, Cromeleque dos Almendres, herdeiros de heranças, a um tempo culturais e genéticas, que nos conduzem através dos tempos numa Evora | Monumento me- galítico do Neolítico (a sua cadeia que só tem fim… no início do povoamento. Também por isso nos interessa perscrutar a Pré-História. Luís Raposo | Museu Nacional de Arqueologia de Lisboa, Director formação aconteceu entre o 6° e o 3° milénio a.C.). Este Não pretendemos ver nela prefigurado, desde a lonjura dos tempos, o Estado medieval que depois viemos Cromeleque é um dos mais importantes do Sul da Europa, a ser, mas seguramente encontraremos nela vivências próprias, que em determinados aspectos ligam as não só devido à sua dimensão e distribuição espacial, mas populações do território português à Europa continental; noutros as ligam ao Mediterrâneo e ao norte de também à sua construção e ao seu estado de conservação. África; e noutros ainda as fazem iguais a si próprias, especialmente quando nessa finisterra se conjugam geografia e envolvência ambiental, de tal modo que ficam favorecidas todas as situações de particularismo ou até endemismo cultural. Comecemos, pois, pelo princípio nessa nossa demanda das origens. De quando datam os primeiros ha- bitantes do território? Como aqui chegaram? Como viviam? As perguntas são elementares e óbvias. As respostas, porém, terão de ser algo complexas e imprecisas. Importa saber, antes do mais, de que “primeiros” falamos. Seguramente daqueles que existiram durante a chamada Idade Glaciária e viveram da caça, da pesca e da recolecção. Mas esses, ditos dessa forma tão 6 7 abrangente, constituem a maior parte da história humana, o período a que chamamos Paleolítico, uma épo- Gradualmente, insensivelmente, os caçadores acheulenses transformam-se em neandertalenses, ou ca tão remota e tão longa que o “pai” de sua inicial descoberta, no século XIX, Jacques Boucher de Perthes, seja, passou-se do Paleolítico Inferior para o Paleolítico Médio, do Acheulense para o Mustierense. O ter- se lhe referia como “a noite dos tempos”. Ora, dentro do Paleolítico existem subdivisões importantes e o ritório surgiu então muito mais povoado. Atingiram-se, de forma regular, os maciços rochosos situados a conhecimento que se tem de cada uma delas é substancialmente diverso. baixa altitude, na periferia das bacias sedimentares fluviais. Essa circunstância levou a que, pela primeira Precisemos, portanto, nossa pergunta inicial: como começou o Paleolítico em Portugal? Sabendo que a vez, ocorressem ocupações em grutas – locais muito favoráveis à conservação dos vestígios, em especial emergência da humanidade se encontra em África e que, de toda a evidência, os primeiros europeus tiveram dos restos orgânicos. origem em África, poderão eles, entre outras vias alternativas e até já documentadas, ter também penetrado O homem de neandertal foi a grande personagem da Pré-História Antiga europeia. Não sendo o primeiro na Europa através do Estreito de Gibraltar? É possível, mas não seria empreendimento fácil. O Estreito de europeu, é seguramente a primeira população humana tipicamente europeia, quer dizer, aquela que se Gibraltar nunca ficou a seco durante a existência humana, mesmo aquando dos períodos de máximo recuo do define em virtude de um processo evolucionário situado no solo europeu, então submetido ciclicamente nível do mar, e existem aí fortíssimas correntes que impedem a travessia com base em sistemas de navega- às condições muito adversas que resultavam do arrefecimento extremo e do acentuado isolamento geo- ção primitivos. Ainda assim, existe no litoral português um horizonte cultural do Paleolítico Inferior Arcaico, gráfico ocorrido durante as fases glaciárias. Dele se disse já tudo e seu contrário: atarracado, torpe, bruto, o chamado Pré-Acheulense, que muitos autores admitem constituir o testemunho dessa primitiva ocupação desprovido de carisma; musculoso, forte, sensível e dotado de espiritualidade evidente... Descontados os humana, com origem directa no norte de África. Trata-se apenas de utensílios de pedra lascada, feitos sobre excessos que resultam apenas de um processo de espelhagem do presente no passado, a verdade é que seixos rolados e de gumes obtidos por talhe unifacial (os chamados choppers) e bifacial (chopping-tools), tão os neandertais tiveram bastante sucesso evolutivo (existiram durante mais de 100 mil anos, entre cerca de primitivos e tão elementares que em certos casos se pode duvidar de sua real origem humana. 130 mil e 150 mil anos atrás e há 30 mil anos, tendo-se no decurso de sua existência alcançado também o Tudo é diferente quando se passa para o período seguinte: o Paleolítico Inferior Pleno e o Acheulense. Oriente Próximo e desenvolveram comportamentos técnicos novos. Dois exemplos apenas: o encabamen- Estamos aqui na época dos “caçadores de elefantes”, ou seja, de um longo período de várias centenas de to das ferramentas, dando origem ao uso regular de lanças com maior capacidade perfurante e o início milhares de anos (talvez entre 500 mil e 600 mil anos atrás até há cerca de 100 mil anos), durante o qual do fabrico em série de instrumentos de pedra lascada (principalmente os raspadores), mediante cadeias se desenvolveu o povoamento da Península Ibérica. Os instrumentos de caça da altura, todos para usar operatórias complexas, que supunham o planeamento mental de um conjunto de gestos técnicos até à na mão, uma vez que ainda não tinha sido inventado o encabamento, eram o biface (ou “faz-tudo”, na ex- obtenção do utensílio desejado. Por outro lado, importa não esquecer, foram os neandertais os primeiros pressão saborosa de Leite de Vasconcelos) e o machado (esse, mais tipicamente africano, surgiu na Euro- a enterrarem os mortos, por vezes com rituais funerários elaborados em que se pressente grande carinho pa, em maior percentagem na Península Ibérica). Recentes descobertas em Espanha, próximo de Burgos atribuído às crianças. (nos sítios de Atapuerca), permitiram pela primeira vez identificar fisicamente esses primitivos caçadores. O território português constitui a finisterra ocidental do universo neandertal e são dele os mais antigos Chamaram-lhes Homo antecessor, porque se crê que constituem os antecessores de todos os europeus restos humanos até hoje aqui conhecidos: alguns dentes e ossos dos braços e das pernas, encontrados e sua presença indirecta (através dos utensílios de pedra lascada) é amplamente conhecida em Portugal, em duas ou três grutas da Estremadura, uma delas – a Gruta Nova da Columbeira, no Bombarral – com nos vales fluviais, com especial destaque para o Rio Tejo. Ali encontramos algumas dezenas de sítios ar- sinais de ocupação intensa, traduzida em milhares de artefactos de pedra lascada e em numerosos queológicos, desde o estuário até à zona de fronteira com Espanha, sendo célebres os locais da região de animais caçados ou simplesmente recolhidos nas imediação e levados para aquela que deveria ser sua Alpiarça, onde se identificaram horizontes de ocupação dentro de camadas estratigráficas e com peças de base residencial.
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